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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
CURSO DE GEOLOGIA
ERISSON TIANO GONÇALVES DOS SANTOS
PETROGRAFIA DOS DIQUES FÉLSICOS DA ORLA MARÍTIMA DE SALVADOR - BAHIA
Salvador 2009
ii
ERISSON TIANO GONÇALVES DOS SANTOS PETROGRAFIA DOS DIQUES FÉSICOS DA ORLA
MARÍTIMA DE SALVADOR - BAHIA Monografia apresentada ao Curso de Geologia, Instituto de
Geociências, Universidade Federal da Bahia, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Geologia.
Orientadora: Profa. Dra. Amalvina Costa Barbosa
TERMO DE APROVAÇÃO
Salvador 2009
iii
ERISSON TIANO GONÇALVES DOS SANTOS
PETROGRAFIA DOS DIQUES FÉSICOS DA ORLA MARÍTIMA DE SALVADOR - BAHIA
Monografia apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca
examinadora:
AMALVINA COSTA BARBOSA - Orientadora Doutora em Geologia IGEO/UFBA CRISTINA MARIA BURGOS DE CARVALHO Doutora em Geologia CPRM RAYMUNDO JOSÉ BULCÃO FRÓES Geólogo IGEO/UFBA
iv
Dedico essa obra a minha querida mãe,
avó, familiares e amigos que estão
presentes na minha vida, e nessa
árdua e contínua caminhada.
v
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço ao meu bondoso Deus Jeová que continuamente me
deu bastante força, para que eu continue perseverando, apesar dos imprevistos da
vida. Para mim, essa é realmente a oportunidade adequada para mostrar os meus
sinceros agradecimentos.
A minha mãe que realmente soube cuidar, e porque não dizer aturar, a minha
pessoa desde criança. Aproveito essa solene oportunidade para expor o que
realmente sinto pela senhora, me apoiando, mesmo sem saber como, realmente a
senhora mostrou que amor de mãe é fidedigno, e é por isso Senhora Denise Tiano
Gonçalves que sinto orgulho e a honra de dizer que eu te amo.
Meus familiares que desde o começo acreditaram em mim e colaboraram com
a minha confiança e coragem principalmente os meus primos: Diego, David e
Vinícios, guerreiros até o fim, para continuar a enfrentar qualquer tipo de obstáculo
meus.
Aos meus queridos irmãos da Congregação Caminho de Areia: Neuvane,
Nivaldo, Gilvam, Roberto Guerreiro, Jorgenilson Oliveira, Anatevaldo de Queiroz,
Gabriel, Gabriele, verlinda, Rita Luz...
Ao Corpo de Docente do curso de Geologia que me instruíram: Hailton Melo,
Osmário Leite e ao Flávio Sampaio, fazendo com que eu chegasse até aqui, de
forma madura no que diz respeito ao mundo que se chama geologia.
Principalmente a minha companheira e amiga professora Ângela por
realmente, mostrar que nem sempre podemos fazer sacrifícios. Obrigado por me
apresentar de modo agradável e compreensivo sua matéria, fazendo com que eu
amadurecesse ainda mais meus conhecimentos sobre rochas.
E a minha orientadora e companheira professora Amalvina, que me deu
bastante força e foi muito compreensiva e como sempre branda, nesses últimos
semestres, espero continuar a aprender ainda mais e desvendar os segredos e
histórias que as rochas nos fornecem.
Ao meu co-orientador César Gomes, por ser também compreensivo e
demonstrar prontidão quando consultado. E lhe digo que essa correria acabará em
breve.
vi
Aos professores Johildo e Simone que me tornaram mais capaz de realizar
responsabilidades mesmo que elas não venham de forma boa, agradeço
sinceramente.
Também aos funcionários que foram muito prestativos nessa minha
caminhada, entre eles: Mércia, Caetano, José, Aldaci, Gil, Andre, Alberto e Detinha.
A Companhia Baiana de Pesquisa Mineral - CBPM e ao Serviço Geológico do
Brasil – CPRM.
Agradeço alegremente pelo apoio e trocas de experiências, por assim dizer,
aos meus colegas de graduação, independente de momentos bons ou ruins, de
vitórias ou derrotas, enfim a galera.
Muito Obrigado.
Adelino Ribeiro, Ana Maciel, Ana Luiza, Cleiton Santos, Dante Palmeira,
Ulisses Costa, Giselle Damasceno, Ana Carolina, Leila Lopez, Joilma Prazeres,
Uyara Machado, Zilda Pena, Denis Faria, Jofre Borges, André Santos, Ana Fábia,
Dário, Cleison, Taiane Moreno, Joel Nazário, Marcelo Falcão, Agnaldo, Carlos
Balogue, Maria, Ricardo, Sâmia, Rosenilda...
Muito Obrigado!!
vii
“O melhor é merecer honrarias e não recebê-las
do que recebê-las sem merecer”
(Autor Desconhecido)
viii
RESUMO
Os diques félsicos que ocorrem na região da orla marítima da cidade de
Salvador, estado da Bahia, inseridos no Cráton São Francisco, especificamente no
embasamento granulítico do Orógeno Salvador-Esplanada, Esta é uma unidade
tectônica alongada na direção N45º, que apresenta uma história evolutiva complexa,
destacando-se as diversas rochas metamórficas de alto e médio grau do domínio
Alto do Salvador (BARBOSA et al. 2005). Os principais afloramentos destes diques
encontram-se nas praias de Itapuã, Jardim de Alah e Paciência (bairro Rio
Vermelho). Os corpos intrusivos félsicos apresentam-se completamente fraturados e
intemperizados, de coloração rósea e granulometria de média a grossa. São
leucocráticos, isotrópicos, inequigranulares e tem dimensões entre 0,4 a 3,0 metros
de largura e de 1,0 a 31,0 metros de comprimento. Estão colocados em duas
direções preferenciais, no quadrante sudeste e sudoeste com atitudes
respectivamente de N115/75ºNE e N080º/86ºNW. Composicionalmente, os diques
foram classificados como sienogranitos e monzogranitos, cujos minerais essenciais
são: microclina, oligoclásio e quartzo. Associam-se a estes os minerais varietais -
biotita e muscovita e uma fase acessória, com magnetita, apatita e zircão,
apresentam texturas relacionadas à alteração fraca atribuída a circulações de
soluções aquosas Os cristais apresentam fraturas com preenchimento mineral de
alteração, evidenciando circulação de fluidos.
Palavras chaves: diques félsicos, petrografia, Salvador, Bahia.
ix
ABSTRACT
The felsic dykes are located along the coast of Salvador, Bahia State, situated
in to the São Francisco Craton, especially in the directium Granulitic Belt Salvador
Curaçá, a tectonic unit elongated in the direction of N45º, which features a complex
evolutionary history, highlighting the various metamorphic rocks of high and medium
level domain of the Savior High (BARBOSA et al. 2005). The main outcrops are on
the beaches of Itapuã, Jardim de Allah, and Paciência (Rio Vermelho district). The
felsic intrusive bodies have completely fractured showing high degree of weathering
showing pink coloration, due to its location, size of medium to coarse, leucocratic,
isotropic, inequigranular, measuring between 0.4 to 3.0 meters wide and 1 , 0 to 31.0
meters in length, are placed in two preferential directions in the southeast and
southwest quadrant with attitude respectively N115/75 of NE and N080º / 86º NW.
As to the petrography, the dikes were classified as sienogranites and monzogranites
whose essential minerals are: microcline, oligoclase and quartz are associated with
varietal minerals – are biotite and muscovite and a phase component, with magnetite,
apatite and zircon, have textures related to change attributed to poor circulation of
aqueous solutionsThe crystals have fractures filled with mineral alteration minerals,
suggesting movement of fluids.
Key Words: felsic dykes, petrography, Salvador, Bahia.
x
SUMÁRIO
DEDICATÓRIA iv
AGRADECIMENTOS v
MENSAGEM vii
RESUMO viii
ABSTRACT ix
SUMÁRIO x
LISTA DE FIGURAS xi
LISTA DE FOTOGRAFIAS xii
LISTA DE FOTOMICROGRAFIAS xiii CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO
1.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS 16
1.2. OBJETIVOS E JUSTIFICATIVAS 17
1.3. LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO 17
1.4. ASPECTOS FISIOGRÁFICOS 19
1.4.1. Geomorfologia 19
1.4.2. Clima 19
1.4.3. Vegetação 19
1.4.4. Solo 19
1.4.5. Hidrografia 20
1.5. TRABALHOS ANTERIORES 20
1.6. ESTRUTURAÇÃO DO TRABALHO 22 CAPÍTULO II – MATERIAIS E MÉTODOS
2.1. METODOLOGIA 23
2.1.1. Levantamento do acervo bibliográfico 23
2.1.2. Trabalho de Campo 23
2.1.3. Trabalhos de laboratório 24
2.1.3.1. Estudos Petrográficos 24
2.1.3.2. Tratamento de Dados 24
xi
CAPÍTULO III – CONTEXTO GEOLÓGICO REGIONAL
3.1. GEOLOGIA REGIONAL 26
3.2. EVOLUÇÃO GEOTECTÔNICA 32 CAPÍTULO IV – CONTEXTO GEOLÓGICO LOCAL
4.1. GEOLOGIA LOCAL 39
4.1.1. Domínio Alto Salvador 39
4.1.1.1. Diques 40
4.1.2. Margem Costeira Atlântica 41 CAPÍTULO V – CARACTERIZAÇÃO PETROGRÁFICA DOS DIQUES FÉLSIMCOS DA ORLA MARÍTIMA DE SALVADOR
5.1. PETROGRAFIA DOS DIQUES 43 5.2. DEFINIÇÃO 43 5.3. DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA 44 5.4. DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA 46 5.4.1. Sienogranitos 46 5.4.1. Monzogranitos 49 CAPÍTULO VI – CONCLUSÕES 56
REFERÊNCIAS 57
ANEXOS 65
xii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1.1 Mapas de situação (A), localização (B) e vias de acesso (C) da cidade de
Salvador. (Fonte: IBGE, 2008).
Figura 3.1 Figura 3.1 – Cráton do São Francisco e seus terrenos Arqueanos e
Paleoproterozóicos (BARBOSA & SABATÉ 2003).
Figura 3.2 Mapa geológico simplificado da porção norte do Cráton do São Francisco,
expondo os blocos arqueanos Serrinha e Jequié, juntamente com o Cinturão
Itabuna-Salvador-Curaçá (arco magmático) onde foram amalgamados ao
bloco arqueano maior do Gavião na transição entre os períodos Rhyaciano e
Orosiriano (elaborado com base em BARBOSA & SABATÉ, 2001).
Figura 3.3 Idades Arqueanas Sm-Nd (TDM) do Cráton do São Francisco na Bahia.
Segundo Barbosa & Sabaté (2002, 2004)
Figura 3.4 Diagrama e € Nd x e €Sr (t = 2.0 Ga) mostrando campos distintos de idade
arqueana. As idades do BISC (Bloco Itabuna-Salvador-Curaçá) são mais
próximas ao MD (Manto Depletado). BJ (Bloco Jequié), BS (Bloco Serrinha) e
BG (Bloco Gavião).
Figura 3.5 Posição postuladas dos blocos arqueanos (Bloco Itabuna-Salvador-Curaçá,
Bloco Jequié, Bloco Serrinha e Bloco Gavião) antes da colagem/colisão no
Paleoproterozóico. Segundo Barbosa & Sabaté (2002).
Figura 3.6 Perfis geotectônicos EW no SSE-SSW do estado da Bahia, destacando
apenas rochas paleoproterozóicas. Figura 5.1 Mapa geológico da cidade de Salvador, Bahia (Souza, em preparação)
Figura 5.2 Nomenclatura das rochas dos diques félsicos de Salvador, com base nos dados modais, segundo o critério estabelecido por Streckeisen (1976), Q= Quartzo, P= plagioclásio, A= feldspato alcalino.
xiii
LISTA DE FOTOGRAFIAS
Fotografia 4.1 Detalhe do bandamento composicional do granulito. Ponto ET-03
(563820/8566050)
Fotografia 4.2 Dique aplítico com espessura centimétrica e comportamento discordante
com a foliação dos granulitos. Ponto ET-02 (563820/8566050)
Fotografia 4.3 Textura fanerítica média a fina dos diques félsicos da praia de Jardim de
Alah . Ponto ET-03 (8566150/563890)
Fotografia 4.4 Dique aplítico com espessura centimétrica e comportamento. Ponto ET-02
(8566055/563820).
Fotografia 4.5 Detalhe do bandamento composicional do granulito. Ponto ET-03
(8566150/563750)
Fotografia 4.6 Relação de contato entre a rocha encaixante e o dique, Praia da Paciência
(Rio Vermelho). Ponto ET-05 (8566700/563820).
Fotografia 6.1 Dique félsico com falha com movimento dextral e bifurcado pela rocha
encaixante, localizado na praia de Jardim de Alah. Ponto ET – 02
(8566320/563870).
Fotografia 6.2 Relação de contato abrupto entre a rocha encaixante e o dique granítico,
cortando a foliação, criando um ângulo de 65º. Ponto ET-02
(8566360/56876).
xiv
LISTA DE FOTOMICROGRAFIAS
Fotomicrografia 5.1 Cristais de com intercrescimento mimerquítico (Mi). Lâmina ET-07.
Com analisador. Aumento de 25x.
Fotomicrografia 5.2 Cristais de zircão (Zr) zonado inclusos nos plagioclásios (Pl)
intersticia com fenocristal de plagioclásio (Pl). Lâmina ET-07. A –
Sem analisador. B – Com analisador. Aumento de 25X.
Fotomicrografia 5.3 Quartzo (Qz) e Plagioclásio (Pl) falhados com movimento sinistral. Lâmina SG-8F. A - Sem analisador. B – Com analisador. Aumento de 10X.
Fotomicrografia 5.4a Quartzo (Qz) e Plagioclásio (Pl) falhados com movimento sinistral.
Lâmina SG-8F. A - Sem analisador. B – Com analisador. Aumento
de 10X.
Fotomicrografia 5.4.b Cristais de quartzo falhados com movimento sinistral com preenchimento de óxido de ferro. Lâmina SG-8F. A - Sem analisador. B – Com analisador. Aumento de 10X.
Fotomicrografia 5.5 Cristais de microclina (Mc) albita-periclína, com inclusões de quartzo
(Qz). Biotitia (Bt). Lâmina SG-8F.. B – A – Sem analisador. B – Com
analisador. Aumento de 25X.
Fotomicrografia 5.6 Biotita (Bt) alterada, devido ao processo de alteração. Lâmina ET-08.
A – Sem analisador. B – Com analisador. Aumento de 10X.
Fotomicrografia 5.7 Biotita (Bt) intersticial em volta do plagioclásio (Pl). Lâmina ET-08. A
– Sem analisador. B – Com analisador. Aumento de 10X.
Fotomicrografia 5.8 Cristal de zircão (Zr) zonado, subédrico, associado a biotita (Bt) e
opacos (Op) . Lâmina SG-24 A. A – Sem analisador. B – Com
analisador. Aumento de 10X.
Fotomicrografia 5.9 Cristal de zircão subédrico (Zr) falhado com movimento dextral
subédrico, associado a óxido de ferro. Lâmina ET-01B. A – Sem
analisador. B – Com analisador. Aumento de 25x.
16
1.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS
De acordo com Barbosa et al. (2005) a cidade de Salvador, de maneira
simplista, pode ser dividida em três domínios geológicos principais: (i) Bacia
Sedimentar do Recôncavo, de idade mesozóica, que forma a Cidade Baixa, sendo
limitada à leste pela Falha de Salvador; (ii) a Margem Costeira Atlântica, composta
por depósitos terciários do Grupo Barreiras e coberturas quaternárias, os quais
formam acumulações pouco espessas de sedimentos inconsolidados de natureza
argilosa, arenosa e areno-argilosa; (iii) o Alto de Salvador, formado por rochas
cristalinas metamórficas de alto grau, separando a Bacia Sedimentar do Recôncavo,
da Margem Costeira Atlântica, cujos afloramentos rochosos ocorrem de modo
relativamente contínuo ao longo da orla marítima (BARBOSA et AL 2005). Todos
esses conjuntos foram estudados com variáveis graus de aprofundamento por
alguns pesquisadores, tais como Fujimori (1966, 1968), Tanner de Oliveira e
Conceição (1992).
O Alto Salvador da cidade do Salvador é constituído por litotipos de idades
arqueano-paleoproterozóicas do Orógeno Salvador-Esplanada (OSE). O OSE é
formado principalmente por metamorfitos de alto grau com estruturas maciças e
bandadas, principalmente granulitos félsicos e máficos, e gnaisses-migmatíticos, são
intrudidos por corpos tabulares de composição félsica e máfica (Tanner de Oliveira &
Conceição 1982). Este conjunto de rochas tem sido alvo de estudos desde o século
XIX, inicialmente por Charles Darwin (Fujimori, 1966). A partir dos anos 80
pesquisadores do Instituto de Geociências da Universidade Federal da Bahia têm
desenvolvido pesquisas básicas para esclarecer a origem dessas rochas,
principalmente a partir de afloramentos que ocorrem em trechos da orla marítima.
Uma questão importante a ser respondida diz respeito às características
mineraloquímicas das intrusões graníticas que cortam o OSE na cidade de Salvador.
Essas intrusões são focos principais do estudo proposto nesse trabalho de pesquisa.
As intrusões graníticas, que são objeto de estudo, foram classificadas por
Barbosa et al. (2005) como de composição monzo-sienogratítica. Estes corpos vêm,
atualmente, despertando a atenção de alguns pesquisadores, principalmente
quanto: (i) às suas geometrias e relações de contato com as rochas encaixantes, (ii)
às possíveis variações mineraloquímicas das bordas para o centros, (iii) aos
possíveis mecanismos de colocação. Acredita-se que os dados levantados nessa
Tiano, E.G.S. Capítulo I - Introdução
17
monografia contribuirão para a compreensão da geologia da Cidade de Salvador e
também do Orógeno Salvador-Esplanada.
1.2. OBJETIVOS E JUSTIFICATIVAS
Os litotipos do Orógeno Salvador-Esplanada (OSE), localizados na orla
marítima da cidade de Salvador, são cortados por diques de pegmatitos, aplitos,
diabásio e por pequenos corpos tabulares de composição monzo e sienogranítico
(BARBOSA et al. 2005), cuja exposição é muito limitada devido à cobertura dos
sedimentos do Grupo terciário Barreiras e do extenso manto de alteração das rochas
graníticas e granulíticas. Este trabalho propõe-se a contribuir para a compreensão
das características petrográficas dos diques de composição granítica. Acredita-se
que os dados levantados nesta monografia contribuirão para a compreenção da
geologia da cidade de Salvador e também do Orógeno Salvador – Esplanada.
1.3. LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
Os principais afloramentos estudados situam-se na porção oeste da orla
marítima da cidade de Salvador (Figura 1.1), nas proximidades do Farol de Itapuã,
na praia de Jardim de Alah e no bairro do Rio Vermelho, especificamente na praia
da Paciencia, locais estes que apresentam maior exposição dos diques graníticos.
Tiano, E.G.S. Capítulo I - Introdução
18
a) b)
c)
Figura 1.1 – Mapas de situação (a), localização (b) e vias de acesso (c) da cidade de Salvador. Fonte: IBGE, 2008.
Tiano, E.G.S. Capítulo I - Introdução
19
1.4. ASPECTOS FISIOGRÁFICOS DA CIDADE DE SALVADOR 1.4.1. Geomorfologia
A cidade de Salvador corresponde à unidade geomorfológica dos Planaltos
Cristalinos Rebaixados, com a presença de tabuleiros pré-litorâneos. Possui uma
topografia bastante irregular devido à falha de Salvador, de direção N30°, que divide
a cidade em Alta e Baixa. Ressalta-se que todos os diques, tanto graníticos quanto
máficos, estão intrudidos no embasamento cristalino da cidade Alta.
1.4.2. Clima
Possui um clima tropical predominantemente quente, com chuvas no inverno
e verão seco, chegando a extremos de 15°C no inverno e 38°C no verão. A brisa
oriunda do Oceano Atlântico deixa agradável a temperatura da cidade, mesmo nos
dias mais quentes. A temperatura máxima absoluta já registrada no município de
Salvador, foi de 34,4°C no dia 8 de fevereiro de 1963 e a mínima absoluta foi de
12°C no dia 20 de julho de 1966.
1.4.3. Vegetação
Com o reflexo da urbanização e do desmatamento acentuado, predominam,
em todas as áreas, a cobertura secundária. O tipo de vegetação presente na cidade
de Salvador são as florestas ombrófilas secundárias, de densidade variável, com
palmeiras e coqueiros em destaque, localizadas nas praias e dunas, seguidas por
formações pioneiras com influências marinhas (restinga), do tipo arbórea litorânea.
1.4.4. Solo Em Salvador, dominam os latossolos vermelho-amarelo álicos (saturação Al>
50%), com horizonte A moderado e textura argilosa, em relevo de tendência plana a
ondulada. Nos relevos ondulados a fortemente ondulados aparecem os solos
podzólicos vermelho-amarelo distróficos (saturação em Al < 50%), onde a argila é de
baixa atividade (capacidade de troca de cátions < 24 miliequivalentes / 100g de
argila.
Tiano, E.G.S. Capítulo I - Introdução
20
1.4.5. Hidrografia
A região de Salvador é influenciada pela bacia hidrográfica do Rio Joanes.
Este conjunto de drenagens tem importância fundamental para abastecimento de
água e produção de energia elétrica, sendo localmente utilizado para controle de
vazão e curso, por barragem e represas.
1.5. TRABALHOS ANTERIORES
As rochas da orla marítima de Salvador foram alvo de estudos realizados por
diversos autores. Os estudos são restritos a temas específicos ou enfatizam tipos
litológicos peculiares encontrados na região, mostrando objetivos e escalas distintos.
Fujimori (1968), observou que o grau de metamorfismo a que foram
submetidas as rochas do embasamento é bastante alto, enquadrando as
associações de minerais estudados no fáceis granulito. Entretanto, foram
encontradas evidências de metamorfismo retrógrado seguido de provável ativação
na intensidade. As rochas dessa região sofreram intensas deformações no estado
plástico, que facilitou a migração de diversas soluções. As deformações segregaram
materiais pegmatíticos e aplíticos em fraturas e zonas de menor resistências dos
granulitos.
Jesus & Marques (1984) puderam inferir que as deformações presentes na
faixa costeira de Salvador foram desenvolvidas em níveis crustais distintos, sendo
gerados em diferentes condições de P e T. Nos níveis mais profundos se
desenvolveu foliação metamórfica regional, correspondendo à fase de metamorfismo
de alto grau. Nos níveis crustais intermediários foram desenvolvidas deformações
suaves e zonas de cisalhamento. Neste caso, o bandamento metamórfico original
encontra-se fracamente dobrado em antiformes e sinformes abertas e ligeiramente
assimétricas. Tais dobramentos parecem indicar uma terceira fase de deformação
plástica na região, sendo bem evidenciada nas imediações do Morro do Cristo, na
Barra.
Tiano, E.G.S. Capítulo I - Introdução
21
Fujimori (1988), concluiu que as condições metamórficas de formação dos
granulitos de Salvador, delineadas por alguns geotermômetros e geobarômetros,
permitiram interpretar as condições de diversas fases do polimetamorfismo atuante
nos granulitos de Salvador. Após atingir o pico de metamorfismo, sob condições de
fácies granulito de pressão intermediária, houve um retrometamorfismo,
principalmente com o abaixamento da pressão, dando origem à uma associação
com cordierita e posteriormente outro episódio de abaixamento da pressão, para dar
origem à uma associação com biotita.
Mestrinho et al. (1988) concluíram que o ambiente de colocação corresponde
àquele do tipo crosta siálica, de espessura maior que a atual, a qual foi granulitizada
durante o último evento tectonometamórfico registrado (Transamazônico). A
discussão dos modelos de classificação utilizados, junto com as informações
petrográficas e mineralógicas, permitem caracterizar, com razoável consistência, que
o material apresenta tendência alcalina, colocado em ambiente continental.
Barbosa et al. (2005) concluíram que os litotipos estudados foram
deformados por, no mínimo, duas fases contínuas (F+1, F n+2), em profundidades
correspondentes às do fácies granulito. As principais estruturas compreendem
dobras recumbentes (planos axiais Sn+1 e eixos sub-horizontais) redobradas em
isoclinal a apertada (planos axiais Sn+2 sub-verticais e eixos horizontais). Quanto às
deformações rúpteis, o conjunto de fraturas N60°- N90° foi ativado durante a
penetração dos diques máficos metamórficos e metamonzogranitos e
metasienogranitos. Neste conjunto ocorrem estruturas do tipo “commingling” (mistura
de magma) (BLAKE et al., 1965, WALKER e SKELHORN 1966, WIEBE 1991,
AIYRTON 1991), sugestivas de colocação de grandes volumes de magma basáltico,
de altas temperaturas, na crosta com produção de magmas basálticos/monzo-
sienograníticos contemporâneos (HUPPERT e SPARKS 1988) ou de mobilizados
graníticos crustais.
Tiano, E.G.S. Capítulo I - Introdução
Tiano, E.G.S. Capítulo I - Introdução
22
1.6. Estruturação da Monografia
Esta monografia foi estruturada em 6 capítulos. Eles foram organizados de forma
a mostrar os diferentes dados obtidos nos diques graníticos da orla de Salvador. São
eles: (i) objetivos e justificativas, localização da área de estudo, seus aspectos
fisiográficos e estrutura do trabalho; (ii) materiais e métodos; (iii) contexto geológico
regional; (iv) contexto geológico local; (v) petrografia dos diques félsicos; e (vi)
conclusões.
23
Tiano, E.G.S. Capítulo II - Metodologia
2.1. METODOLOGIA
A metodologia utilizada pode ser dividida em três etapas:
2.1 - levantamento do acervo bibliográfico;
2.2 - trabalhos de campo;
2.3 – trabalhos de laboratórios.
2.1.1. Levantamento do acervo bibliográfico
Iniciado através de consultas a trabalhos científicos, livros, revistas e
periódicos a respeito dos diques graníticos da região de Salvador, Orógeno
Salvador-Esplanada e o Cráton São Francisco, priorizando os eventos de
granitogênese juntamente com informações da geologia estrutural. Esta etapa
evidenciou a necessidade de entender melhor o modelo de colocação dos corpos
graníticos da área no contexto espaço-tempo, a exemplo das características
mineralógicas, químicas e estruturais dos mesmos.
2.1.2. Trabalhos de Campo A priori, foi realizada uma seleção de afloramentos na região litorânea de
Salvador, em três lugares, para a inicialização do trabalho. Foi possível o
reconhecimento dos afloramentos da praia de Jardim de Alá e da praia da Paciência,
localizada no bairro do Rio Vermelho, identificadas como corpos tabulares com
várias dimensões. A coleta das amostras foi dificultada devido à variação nas
dimensões dos corpos, cujas espessuras variam, desde milimétricas até métricas, ao
modo de colocação e à natureza do material. Foram utilizadas ferramentas como:
bússola, trena, GPS, martelo, lupa de bolso, coletadas quatro amostras, para
estudos de laboratório.
Tiano, E.G.S. Capítulo II - Metodologia
24
2.1.3. Trabalhos de laboratório
Esta etapa de trabalho foi dividida de acordo com o objetivo da pesquisa,
relacionando dos estudos petrográficos e químicos.
2.1.3.1. Estudos Petrográficos
Foram estudadas 08 seções delgadas dos corpos graníticos da área de
estudo, sendo 04 seções de amostras retiradas neste estudo e 04 seções
gentilmente cedidas pela Mestre em Geologia Jailma Santos de Souza, do Núcleo
de Geologia Básica do Instituto de Geociências – UFBA. As seções delgadas foram
confeccionadas no Laboratório de Laminação (SEAPE) da Companhia Baiana de
Pesquisa Mineral (CBPM).
Os estudos petrográficos foram feitos no laboratório de Mineralogia Óptica e
Petrografia do Instituto de Geociências da Universidade Federal da Bahia (UFBA),
utilizando o microscópio marca Olympus, modelo BX41. As fotomicrografias foram
feitas com câmara fotográfica marca Olympus X-775, ajustando a câmera à ocular
do microscópio e fotografando diretamente o campo de vista selecionado.
2.1.3.2. Tratamento de Dados Para o tratamento dos dados foram utilizados os software:
- Corel Draw X3 com a finalidade de reparar as figuras, diagramas e edição de
fotografias e microfotografias.
- ArcGis 9,2 para digitalização dos mapas de localização e acesso.
- Microsoft Word 2007.
23
Tiano, E.G.S. Capítulo II - Metodologia
2.1. METODOLOGIA
A metodologia utilizada pode ser dividida em três etapas:
2.1 - levantamento do acervo bibliográfico;
2.2 - trabalhos de campo;
2.3 – trabalhos de laboratórios.
2.1.1. Levantamento do acervo bibliográfico
Iniciado através de consultas a trabalhos científicos, livros, revistas e
periódicos a respeito dos diques graníticos da região de Salvador, Orógeno
Salvador-Esplanada e o Cráton São Francisco, priorizando os eventos de
granitogênese juntamente com informações da geologia estrutural. Esta etapa
evidenciou a necessidade de entender melhor o modelo de colocação dos corpos
graníticos da área no contexto espaço-tempo, a exemplo das características
mineralógicas, químicas e estruturais dos mesmos.
2.1.2. Trabalhos de Campo A priori, foi realizada uma seleção de afloramentos na região litorânea de
Salvador, em três lugares, para a inicialização do trabalho. Foi possível o
reconhecimento dos afloramentos da praia de Jardim de Alá e da praia da Paciência,
localizada no bairro do Rio Vermelho, identificadas como corpos tabulares com
várias dimensões. A coleta das amostras foi dificultada devido à variação nas
dimensões dos corpos, cujas espessuras variam, desde milimétricas até métricas, ao
modo de colocação e à natureza do material. Foram utilizadas ferramentas como:
bússola, trena, GPS, martelo, lupa de bolso, coletadas quatro amostras, para
estudos de laboratório.
Tiano, E.G.S. Capítulo II - Metodologia
24
2.1.3. Trabalhos de laboratório
Esta etapa de trabalho foi dividida de acordo com o objetivo da pesquisa,
relacionando dos estudos petrográficos e químicos.
2.1.3.1. Estudos Petrográficos
Foram estudadas 08 seções delgadas dos corpos graníticos da área de
estudo, sendo 04 seções de amostras retiradas neste estudo e 04 seções
gentilmente cedidas pela Mestre em Geologia Jailma Santos de Souza, do Núcleo
de Geologia Básica do Instituto de Geociências – UFBA. As seções delgadas foram
confeccionadas no Laboratório de Laminação (SEAPE) da Companhia Baiana de
Pesquisa Mineral (CBPM).
Os estudos petrográficos foram feitos no laboratório de Mineralogia Óptica e
Petrografia do Instituto de Geociências da Universidade Federal da Bahia (UFBA),
utilizando o microscópio marca Olympus, modelo BX41. As fotomicrografias foram
feitas com câmara fotográfica marca Olympus X-775, ajustando a câmera à ocular
do microscópio e fotografando diretamente o campo de vista selecionado.
2.1.3.2. Tratamento de Dados Para o tratamento dos dados foram utilizados os software:
- Corel Draw X3 com a finalidade de reparar as figuras, diagramas e edição de
fotografias e microfotografias.
- ArcGis 9,2 para digitalização dos mapas de localização e acesso.
- Microsoft Word 2007.
26
Tiano, E.G.S. Capítulo III – Contexto Geológico Regional
3. GEOLOGIA REGIONAL
Os granulitos do da cidade do Salvador fazem partes do embasamento do
Cráton do São Francisco (ALMEIDA 1967). Este Cráton, também denominado de
Província São Francisco (MASCARENHAS et al. 1984) ou Antepaís do São
Francisco (ALKIMIN et al. 1993), constitui um domínio geotectônico cuja evolução
orogênica terminou no final do Paleoproterozóico, durante o Ciclo Transamazônico,
que ocorreu entre 1,8 a 2,4 Ga (MASCARENHAS e GARCIA 1989) (Figura 3.1).
Segundo dados isotópicos e geocronológicos três episódios geotectônicos mais
importantes atuaram neste Cráton, mostrando idades distintas: (i) o primeiro em
torno de 2.0 Ga, o Ciclo Transamazônico (HURLEY et al. 1967, CORDANI 1973); (ii)
outro em tomo de 1,1 Ga, o ciclo Espinhaço (PEDREIRA e MASCARENHAS 1975)
e, (iii) ainda outro em torno de 0,7 Ga, o ciclo Brasiliano (ALMEIDA 1971, BRITO
NEVES e CORDANI 1973).
No período Neoproterozóico, o Cráton do São Francisco funcionou como
antepaís em relação as faixa de dobramentos Brasilianas (MASCARENHAS e
GARCIA 1989), cujos limites com relação ao Cráton estão relativamente bem
definidos por estudos geofísicos (USSAMI 1993). Estes cinturões dobrados são
denominados de: (i) Riacho do Pontal (FRPT) e Sergipano (FS) (BRITO NEVES
1975), que limitam o Cráton a norte e a nordeste, respectivamente; (ii) Araçuaí (FA)
(ALMEIDA 1977), que é provavelmente a extensão norte do Cinturão Ribeira,
situado ao suI; (iii) Brasília (FB) (ALMEIDA 1969), que bordeja a margem oeste e,
(iv) Rio Preto (FRP) (INDA e BARBOSA 1978) e Alto Rio Grande (FRG) (ALMEIDA
1969), que representam duas pequenas faixas de rochas dobradas localizadas mais
ao norte e mais ao suI do Cráton, respectivamente (Figura 3.1).
27
Tiano, E.G.S. Capítulo III – Contexto Geológico Regional
De acordo com Barbosa (1986), Barbosa et al. (2003), Barbosa & Sabaté
(2002), as unidades geotectônicas citadas acima foram agrupadas em 4 maiores
denominadas de blocos Gavião (BG), Serrinha (BS), Jequié (BJ) e Itabuna-Salvador-
Curaçá (BlSC) (Figura 3.1).
O Bloco Gavião (BG) (MARINHO e SABATÉ 1982) é um amplo segmento
crustal situado na parte oeste do embasamento do Cráton na Bahia, sendo
Figura 3.1 – Cráton do São Francisco e seus terrenos Arqueanos e Paleoproterozoícos (BARBOSA
& SABATÉ 2003).
28
Tiano, E.G.S. Capítulo III – Contexto Geológico Regional
largamente coberto, na sua parte norte, por coberturas do Meso e Neoproterozóico
(Figura 3.1 e 3.2). E constituído por seqüências crustais, equilibradas na fácies xisto-
verde e anfibolito (Greenstone Belts Contendas-Mirante, Umburanas e Mundo Novo)
(MARINHO 1991, MASCARENHAS et al. 1998), além de associações tonalíticas,
trondhjemíticas e granodioríticas da fácies anfibolito, incluindo os antigos núcleos
TTGs (MARTIN e SABATÉ 1990). Quanto às seqüências vulcanossedimentares
arqueanas (greenstone belts) deste Bloco, estudos recentes mostram que elas se
formaram em bacias intracratônicas (BARBOSA & SABATÉ, 2002, 2004), na crosta
antiga TTG, com a produção inicial de rochas vulcânicas continentais com idades em
torno de 3,3 Ga (sub-vulcânicas ácidas do Contendas-Mirante e basaltos tholeíiiticos
da Formação Jurema- Travessão). Estas rochas foram. Estas rochas foram
superpostas por komatiitos basais, basaltos tholeíiticos com pillow lavas, rochas
piroclásticas e sedimentos químicos-exalativos com idades próximas a 3,2 Ga. Estas
supracrustais foram soterradas por sedimentos detríticos com idades mínimas de
3,0-2,8 Ga (MARINHO 1991). Quanto aos TTGs, embasamento das bacias
intracratônicas antes referidas, dois grupos foram identificados, ambos
metamorfisados na fácies anfibolito e constituindo a crosta continental mais antiga
da Bahia (Barbosa & Sabaté 2002). Bemarda, com idades variando de 3,4-3,2 Ga,
modelizações geoquímicas (MARTIN et al. 1991) mostram que suas rochas se
originaram por fusão parcial de protocosta oceânica arqueana, deixando como
resíduo anfibolitos ricos em granada ou eclogitos (CORDANI et al. 1985, WILSON
1987, MARINHO 1991, NUTMAN e CORDANI 1992, MARTIN et al. 1991). Além dos
greenstone belts e TTGs arqueanos ocorrem também no Bloco Gavião rochas de
composição granítica/granodioríticas e migmatitos, equilibrada na fácies anfibolito,
exibindo idades em torno de 2,8-2,7 Ga. Estas rochas são interpretadas como
originadas por fusão parcial da crosta continental antiga, TTG, durante o fechamento
das bacias intercratônicas depositárias dos greenstones belts (NUTMAN e
CORDANI 1993, SANTOS PINTO 1996). Em torno de 2,4 Ga, identificou-se no
Bloco Gavião rochas vulcânicas calcio-alcalinas, intrusões graníticas metaluminosas,
intrusões máficas-ultramáficas (Sill do Rio Jacaré) ao lado de filitos e grauvacas,
todas associadas aos greenstone belts (MARINHO 1991).
29
Tiano, E.G.S. Capítulo III – Contexto Geológico Regional
O Bloco Serrinha localiza-se no extremo nordeste do Cráton formando uma
estrutura semi-oval de aproximadamente 21.000 km2 (Figura 3.2). Ele vem sendo
estudado por levantamentos geológicos regionais, desde a década de 70 (SEIXAS
Figura 3.2 - Mapa geológico simplificado da porção norte do Cráton do São Francisco, expondo os
blocos arqueanos Serrinha e Jequié, juntamente com o Cinturão Itabuna-Salvador-Curaçá (arco
magmático) onde foram amalgamados ao bloco arqueano maior do Gavião na transição entre os
períodos Rhyaciano e Orosiriano (elaborado com base em BARBOSA & SABATÉ 2001).
30
Tiano, E.G.S. Capítulo III – Contexto Geológico Regional
et at. 1975, INDA et al. 1976, PEREIRA 1992 e MELO et al. 1995). O Greenstone
Belt do Rio Itapicuru (KISHIDA 1978, KISHIDA e RICCIO 1980), contém basaltos e
andesitos de 2,2 e 2,1 Ga (SILVA, 1992), onde o estudo de suas importantes
mineralizações auríferas, resultaram em diversas publicações, dissertações de
mestrado teses de doutoramento, como os de Silva (1984), Teixeira (1985), Melo
(2000) e Barreto (2002). Semelhantemente, o Greenstone Belt do Rio Capim
(MASCARENHAS 1976,1979), foi também foco de pesquisas importantes. Nos
últimos três anos, intensificou-se a investigação dos eventos que afetaram este
Bloco. Entre os trabalhos mais recentes destacam-se as de Cordani et al. (1999), e
Rios (2002). As rochas mais antigas deste Bloco são constituídas por ortognaisses
graníticos, granodioríticos e tonalíticos, com idades que variam de 3,1 e 2,8 Ga
(BRITO NEVES et at. 1980, GAÁL et al. 1987, MASCARENHAS e GARCIA 1989,
BASTO LEAL 1992, OLIVEIRA et al. 1999, MELO et at. 2000, RIOS, 2002). Em um
desses ortognaisses foram encontrados xenocristais de zircões com 3,6 Ga. (RIOS
2002), indicando que o plutonismo de 3,1-2,8 Ga, foi introduzido em crosta mais
antiga (RIOS 2002). Este segmento crustal de natureza granito-greenstone, que leva
o nome geral de Complexo Uauá (BASTO LEAL 1992) e Santa Luz (DAVISON et al.
1988), equilibrados nas fácies anfibolito. São eles que constituem o embasamento
das seqüências supracrustais dos dois greenstone belts, do paleoproterozóico, antes
referidos.
O Bloco Jequié (BJ) situa-se entre o leste do Bloco Gavião a oeste do Bloco
Itabuna-Salvador-Curaçá, a leste (Figura 3.1, 3.2 e 3.3). Tem idade Arqueana, sendo
caracterizado basicamente por: (i) migmatitos/granulitos heterogêneos com encraves
de rochas supracrustais (basaltos e basaltos andesíticos, bandas quartzo-
feldspásticas, cherts /quartzitos, kinzigitos, grafititos, formações ferríferas bandadas
e rochas máficas-ultramáficas), constituindo o componente mais antigo, com idades
Sm-Nd em tomo de 3,0-2,9 Ga, (MARINHO 1991, MARINHO et al. 1994) e, (ii)
intrusões múltiplas, graníticas-granodioríticas (enderbitos, chamo-enderbitos e
chamockitos) mais jovens e de baixo e alto teor de Ti (FORMARI 1992, FORMARI e
BARBOSA 1994). Os métodos Rb-Sr e Pb-Pb, rocha total, e o método U-Pb
SHRIMP em zircões mostram para estes últimas rochas idades em torno de 2,8-2,7
Ga (ALIBERT e BARBOSA 1992).
Estes plutonitos granulitizados podem conter às vezes, mega-encraves dos
migmatitos/granulitos heterogêneos anteriores (BARBOSA e SABATÉ 2001).
31
Tiano, E.G.S. Capítulo III – Contexto Geológico Regional
O Bloco Itabuna-Salvador-Curaçá (BlSC) (Barbosa & Sabaté 2002, 2003)
estende-se na direção aproximadamente N-S, desde o paralelo de Itabuna, ao suI,
até o Rio São Francisco, ao norte, próximo a Curaçá. Ele é balizado, a leste, pelo
Bloco Serrinha e a oeste, pelos Blocos Gavião e Jequié (Figura 3.1 e 3.2).
Corresponde a uma faixa móvel estruturada no paleoproterozóico, sendo
constituída por rochas metamórficas de alto grau, das fácies granulito/anfibolito alto,
com a maioria dos protólitos gerados no arqueano. Este bloco abrange o
denominado Cinturão Costeiro Atlântico (CORDANI 1973) e o Cinturão Móvel
Salvador-Curaçá (SANTOS e SOUZA 1983). O primeiro estende-se desde a região
suI da Bahia até as imediações da cidade de Salvador, sendo chamado por Barbosa
& Sabaté (2002) de Bloco Itabuna-Salvador. A partir do paralelo de Salvador para
norte essa faixa de granulitos se bifurca em dois ramos: o oriental, que conforma o
Cinturão Salvador Esplanda (BARBOSA e DOMINGUEZ 1996), e o ocidental, que se
projeta até o Rio São Francisco, nesse caso levando o nome de Cinturão Móvel
Salvador-Curaçá (SANTOS e SOUZA 1983), no qual a área de estudo localiza-se no
domínio oriental. O Bloco Itabuna-Salvador-Curaçá é composto por no mínimo
quatro grupos de tonalitos/trondhjemitos: três são arqueanos com idades em tomo
de 2.6 Ga e um paleoproterozóico com idades próximas de 2,1 Ga (BARBOSA e
PEUCAT 2003). São exemplos do grupo mais antigo os tonalitos, de Ipiaú e Caraíba,
com idades de aproximadamente 2,7-2,6 Ga datados pelos métodos Pb-Pb
evaporação e U-Pb SHRIMP em zircões (LEDRU et al. 1993, SILVA et al. 1997,
BARBOSA e PEUCAT 2003). Segundo os dois últimos autores, com base
principalmente nos elementos Terras Raras, estes tonalitos são interpretados, como
resultado da fusão de crosta oceânica toleítica. Este Bloco também inclui corpos de
chamockitos de idades próximas de 2,6 Ga e ainda faixas de metassedimentos
(quartzitos com granada, gnaisses alumino-magnesianos com safirina, grafititos e
formações manganesíferas) além de gabros/basaltos de fundo oceânico e/ou de
bacias back-arc de fonte mantelica. Este Bloco contém também importantes
intrusões de monzonitos com afinidade shoshonitica (BARBOSA 1990) com idades
em tomo de 2,4 Ga, cujos dados foram obtidos por Pb-Pb, pelo método PB-Pb de
evaporação em zircões (LEDRU et al. 1993). Todas as unidades litológicas deste
Bloco foram reequilibradas nas fácies granulito, no paleoproterozóico. A geração da
maioria desses protólitos foi relacionado a processos de subducção com geração de
tonalitos-trondhjemitos em ambientes de subducção e arcos de ilhas (BARBOSA e
32
Tiano, E.G.S. Capítulo III – Contexto Geológico Regional
SABATÉ 2002). O Bloco Itabuna-Salvador-Curaçá foi fortemente afetado pela
tectônica paleoproterozóica, durante a construção do Orógeno Itabuna Salvador
Curaçá (BARBOSA e SABATÉ, 2001), referido adiante.
3.2. EVOLUÇÃO GEOTECTÔNICA
Primariamente foi possível explanar três modelos evolutivos que foram
propostos para explicar a geodinâmica do contexto em questão, a saber, a região
costeira do estado da Bahia. Baseiam-se nos modelos de Figueiredo (1989), o de
Barbosa (2001), e Barbosa & Sabaté (2002).
Baseado no aumento crescente do teor de potássio, em direção a oeste,
descrito por Barbosa (1986), nas seqüências toleítica, cálcio-alcalino e shoshonitica
do Bloco Itabuna, propôs que o mesmo representaria um arco magmático
relacionado a uma subducção para oeste, que ocorreu no paleoproterozóico,
(FIGUEIREDO 1989).
Barbosa (1990), considerou o Bloco Jequié como um antepaís, tendo a leste
uma seqüência de arcos insulares, onde parte foi subductada e outra obductada.
Com isto, toda a parte sul do Bloco Itabuna-Salvador-Curaçá, está deformada e
reequilibrada na fácies granulito.
Através do conhecimento sobre a evolução geotectônica das rochas
arqueanas e paleoproterozóicas do Cráton do São Francisco na Bahia foi realizada
uma síntese por Barbosa (2001). Este autor indicou o Bloco Gavião como
apresentando litologias das mais antigas do Cráton, que corresponderia aos TTGs,
com idades de 3,4 Ga, as quais teriam se introduzido em um substrato não
claramente identificado. Este Bloco, também possuidor de rochas
graníticas/granodioríticas, constituiria uma crosta continental no intervalo de 2,9/2,8
Ga, que depositaram as seqüências greenstone-belts correspondendo a Contendas-
Mirante, Umburanas e Riacho de Santana. No Bloco Jequié, que por sua vez,
formaram-se intrusões múltiplas enderbíticas-charnoenderbíticas-charnockíticas, de
2,7-2,6 Ga, que teriam intrudido em rochas granulíticas mais antigas, com idades em
torno de 3,1 Ga. O Bloco Itabuna-Salvador, do paleoproterozóico, posicionado a
leste do Bloco Jequié, 2,1-2,0 Ga, seria constituído por rochas metamórficas de alto
grau, com o quimismo semelhante a rochas de ambiente de arco de ilhas. Cerca de
2,0 Ga, as deformações e o metamorfismo regional de alto grau se impôs sobre
33
Tiano, E.G.S. Capítulo III – Contexto Geológico Regional
essas rochas, superpondo blocos de rochas granulíticas sobre blocos de rochas das
fácies anfibolito e xisto-verde. As deformações e metamorfismo foram de tal
intensidade, que não houve preservação ou vestígios de ciclos geotectônicos
anteriores.
Barbosa & Sabaté (2002), apresentando o modelo baseado pelo método
isotópico Sm-Nd e variáveis posicionamentos no diagrama , nas rochas dos quatro
blocos arqueanos Gavião, Jequié, Itabuna Salvador Curaçá (Figuras 2.4 e 2.5),
integrados aos dados estruturais, metamórficos e radiométricos, sugeriram que cada
um desses blocos tiveram origens diferentes. Estes autores entendem que no
paleoproterozóico ocorreu movimentação desses segmentos crustais no sentido
NW-SE, provocando a colisão dos blocos, e resultando na formação de importante
cadeia de montanhas, denominada de Orógeno Itabuna Salvador-Curaçá (Figuras
3.6 e 3.7). Os registros desta colisão foram obtidos não somente com os dados das
rochas arqueanas, juntamente com o estudo das rochas paleoproterozóicas, pré e
sintectônicas, principalmente nos Blocos Gavião (Marinho 1991, Basto Leal 1998),
Itabuna-Salvador-Curaçá (CORRÊA GOMES 2000, BARBOSA e PEUCAT 2003), e
Serrinha (MELLO et al. 2000).
34
Tiano, E.G.S. Capítulo III – Contexto Geológico Regional
A colisão deu-se no sentido NW-SE, que e interpretado com base na
presença de falhas de empurrão e zonas de transcorrências tardias existentes. As
transcorrências tiveram uma cinemática em geral sinistral, como demonstram
elementos de trama monoclínica principalmente em seções paralelas e normais ao
acamamento composicional desses metamorfitos (Alves da Silva & Barbosa 1997).
Por conseqüência da colisão que inevitavelmente deformou e metamorfisou
As rochas do orógeno, formou-se isógradas metamórficas que está
evidenciada na porção central pelas fácies granulito e nas partes externas ou
periféricas encontra-se fácies metamórfica anfibolitos e xisto verde.
Figura 3.3 – Idades Arqueanas Sm-Nd (TDM) do Cráton do São Francisco na Bahia. Segundo
Barbosa & Sabaté (2002, 2004)
Área de Estudo
35
Tiano, E.G.S. Capítulo III – Contexto Geológico Regional
Figura 3.4 – Diagrama e € Nd x e €Sr (t = 2.0 Ga) mostrando campos distintos de idade
arqueana. As idades do BISC (Bloco Itabuna-Salvador-Curaçá) são mais próximas ao MD
(Manto Depletado). BJ (Bloco Jequié), BS (Bloco Serrinha) e BG (Bloco Gavião).
36
Tiano, E.G.S. Capítulo III – Contexto Geológico Regional
Em conseqüência da superposição dos blocos arqueanos durante a colisão
(Figura 3.7), houve a duplicação da crosta nesta região em decorrência ao
metamorfismo que chegou a uma pressão de aproximadamente de 7 Kbar e
temperaturas entre 850°C. Segundo Barbosa (1990, 2001), a idade do pico de
metamorfismo ocorreu em aproximadamente 2,0 Ga. Durante o episódio de
soerguimento, rampas tectônicas associadas à thrusts, modificaram a zoneação
metamórfica primária em função da instalação dos mega-blocos de rochas
Figura 3.5 – Posição postuladas dos blocos arqueanos (Bloco Itabuna-Salvador-Curaçá, Bloco
Jequié, Bloco Serrinha e Bloco Gavião) antes da colagem/colisão no Paleoproterozóico. Segund
o
Barbosa & Sabaté (2002).
Tiano, E.G.S. Capítulo III – Contexto Geológico Regional
37
granulíticas sobre rochas de fácies anfibolito e xisto verde (Barbosa 2001). Na
porção sudoeste do Cráton, houve o cavalgamento do Bloco Itabuna-Salvador-
Curaçá sobre o Bloco Jequié que transformou as rochas desse bloco, da fácies
anfibolito para fácies granulito. Este controle estrutural, apresentando rochas de
mais alto grau sobreposta a outras rochas de mais baixo grau é evidenciada através
das porções NNE e NNW do Cráton no estado da Bahia. A seguir é apresentada
uma seção geológica que explana o contexto regional, acompanhada com trajetória
através do diagrama de PTt do metamorfismo, localizados na lateral superior direita
da seção (Barbosa 1990, 2001, Leite 2002).
Figura 3.6 - Perfis geotectônicos EW no SSE-SSW do estado da Bahia, destacando apenas
rochas paleoproterozóicas. (a) Estágio intermediário da colisão paleoproterozóica com
deposição final de sedimentos siliciclásticos nos Greenstone Belts de Umburanas e Contendas
Mirante, e início da produção de charnockitos na região de Brejões. (b) Estágio final da
orogênese com cavalgamento do Bloco Itabuna-Salvador-Curaçá (granulitos) sobre o Bloco
Jequié e deste sobre o Bloco Gavião (rochas das fácies anfibolito e xisto-verde). Diagramas PTt
da lateral superior direita das seções obtidos a partir do estudo de gnaisses alumino-
magnesianos. Barbosa & Sabaté (2002).
39
Tiano, E.G.S. Capítulo IV –Contexto Geológico Local
4.1. GEOLOGIA LOCAL
Segundo Barbosa et al. (2005), a cidade de Salvador pode ser dividida em
três domínios geológicos principais: a Bacia Sedimentar do Recôncavo, limitada pela
Falha de Salvador, a Margem costeira Atlântica, que corresponde aos sedimentos
argilosos, arenosos e areno-argilosos, e o Alto do Salvador composto de rochas
metamórficas de alto grau com corpos tabulares máficos e félsicos intrusivos, no
qual a área de pesquisa encontra-se localizada.
A área de pesquisa distribui-se em três principais pontos da orla marítima da
cidade de Salvador, correspondendo às praias de Itapoã, Jardim de Alah e
Paciência (bairro do Rio Vermelho). Essa região encontra-se inserida no Cinturão
Salvador-Esplanada, especificamente no domínio geológico Alto de Salvador, que
compreende rochas metamórficas de alto grau separando a Bacia do Recôncavo do
Oceano Atlântico, Barbosa et al. (2005).
4.1.1. DOMÍNIO ALTO DO SALVADOR
Essas rochas estão localizadas na parte oeste desse domínio, que se distribui
por toda a orla marítima, desde os arredores da praia de Itapoã, até o Farol da
Barra, pontos cujos afloramentos são mais expressivos.
Corresponde a granulitos mesocráticos, de cor cinza, granulação média a
grossa, com grãos que variam de 5,0 a 150 mm. Em sua maioria a estrutura é
maciça, porém em alguns pontos principalmente em zonas de cisalhamento,
observam-se foliações, lineação de estiramento mineral paralela a foliação, bem
como estruturas gnáissicas apresentando bandas máficas e félsicas (Fotografia 6.1)
com espessuras milimétricas a centimétricas. A rocha exibe estágio de alteração
intempérica avançado.
40
Tiano, E.G.S. Capítulo IV –Contexto Geológico Local
As rochas onde os corpos intrusivos estão localizadas situam-se na porção
oriental do Cinturão Salvador-Esplanada. Classificada por Barbosa et a.l (2005)
como domínio Alto Salvador, que apresenta composição granulítica e fazem parte do
embasamento da Bacia do Recôncavo.
4.1.1.1. Diques Os diques localizados na orla marítima da cidade de Salvador encontra-se no
domínio Alto Salvador (Barbosa et al. 2005), apresenta uma textura isotrópica
fanerítica média (Fotografia 4.1). os diques apresentam coloração cinza claro para
os félsicos mais geralmente encontram-se sobre a cor róseo devido ao grau de
alteração intempérica que apresenta relativamente alto e os máficos verdes escuro,
ao isotrópicos. A granulometria varia de fina a media nos félsicos, e fina nos máficos.
Estes diques apresentam uma relação de idade, onde os máficos cortam os félsicos
(Fotografia 4.3).
Fotografia 4.1 – Detalhe do bandamento composicional do granulito.
Ponto ET-03 (563820/8566050).
Tiano, E.G.S. Capítulo IV –Contexto Geológico Local
41
Fotografia 4.2 – Detalhe do dique granítico. Jardim de Alah.
Ponto ET-03 (8566150/563890)
Fotografia 4.3 – Dique máfico cortando o dique félsico.
Jardim de Alah. Ponto ET-02 (8566055/563820)
4.1.2. Margem Costeira Atlântica
Esse domínio é formada por sedimentos inconsolidados de acumulações
pouco espessas de material argiloso, arenoso e areno-argiliso, perfazendo 60% do
total da área de estudo.
Tiano, E.G.S. Capítulo VI ‐ Conclusões
56
6. Conclusões
A partir dos dados levantados durante esta pesquisa sobre os diques
félsicos da orla marítima da cidade de Salvador, estado da Bahia, têm-se como
principais conclusões:
1 - Os diques estudados foram classificadas como sienogranitos e
monzogranitos. Os minerais essenciais são: microclina, oligoclásio e quartzo,
os varietais são: biotita e muscovita e os acessórios são magnetita, apatita e
zircão.
2 - Os constituintes mostram-se bem preservados, exibindo alteração
fraca atribuída à circulação de soluções aquosas, seja no ambiente da
superfície ou próximo a ela. Relacionam-se por contatos curvos e retos e por
vezes também se observa contatos de reação, com o quartzo substituindo os
feldspatos.
3 - A atuação de processos de deformação fica evidenciada pela
presença de encurvamento da geminação do plagioclásio, extinção ondulante e
fraturas afetando os constituintes de modo geral e a cominuição de borda de
cristais de feldspatos e quartzo.
4 - A presença de fraturas com preenchimento pelo material de alteração
mostra que a circulação de soluções foi facilitada através das zonas de
fraqueza geradas por esforços, posteriores à solidificação.
5 - Os diques félsicos apresentam duas direções preferenciais de
colocação, que se encontram no quadrante SW e SE, apresentando correlação
direta com a tectônica paleoproterozóica.
6 - Os diques graníticos macroscopicamente não apresentam diferenças
mineralógicas e texturais. No entanto, através dos estudos petrográficos foi
possível dividir os diques em dois grupos: sienogranitos e monzogranitos.
57
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALKMIN, F. F.; BRITO NEVES, B. B.; CASTRO ALVES, J. A. Arcabouço tectônico do Cráton do São Francisco. SBG/SGM/CNPq. Edição especial. p. 45-62. 1993.
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66
Ficha de Descrição PETROGRÁFICA
1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO
No de Campo Latitude Longitude Nome da Folha Geográfica (IBGE)
ET-07 8568000 569200 Salvador (SD.24-X-A-V)
Nº do Ponto Referências do Ponto
ET-07 Farol de Itapoã (Bairro Itapoã)
Tipo Litológico Nome do Corpo
Rocha Dique félsico
2 - DADOS SOBRE A AMOSTRA
Assinale com um X os diferentes procedimentos de preparação e analíticos efetuados nesta amostra
BRA LD LP Brita Pó AM AQM AQMe ETR Rb/Sr Sm/Nd Pb/Pb U/Pb SP
x x x x x
BRA= Bloco reserva da Amostra, LD= Lamina Delgada, LP= Lâmina Polida, AM= Análise de Minerais, AQM= Análise Química de Maiores, AQMe= Análise Química de Menores, Análises isotópicas
(Rb/Sr, Sm/Nd, Pb/Pb e U/Pb), SP= Separação de Minerais
3 - DESCRIÇÃO DOS MINERAIS
Quartzo
São cristais são anédricos, com tamanhos variando entre 0,15mm a 0,8mm e por vezes apresentam fraturas.
Microclina
Cristais são anédricos, apresentando tamanhos variando, entre 0,1mm a 1,7mm e apresentam germinação é do tipo
Albita-Periclina e por vezes inclusões de cristais de zircão, opacos, quartzo e biotita, exibindo poucas fraturas. Apresentam
contatos curvos com quartzo, biotita e plagioclásio
Oligoclásio (14% An)
São cristais anédricos, cujo tamanho varia entre 0,15mm a 1,9mm, exibem, vez por outra, fraturas preenchidas por biotita.
Contém inclusões de biotita, quartzo, zircão, opacos. Cristais. Nota-se também a substituição do plagioclásio para
microclina.
Biotita
Os cristais possuem formas subédricas, com tamanhos entre 0,12mm a 0,9mm. Observa inclusões de plagioclásio, quartzo,
opacos e zircão, contato de reação com microclina e associa-se com a magnetita.
Opacos
Tratam-se de cristais com formas subédricas e anédrica e textura esquelética. Apresentam tamanhos que variam de 0,08mm
à 0,5mm. Geralmente ocorrem associados com a biotita e zircão. Apresentam inclusões de quartzo e zircão.
Zicão
Estão associados aos cristais de biotita e opacos, têm forma arredondada e por vezes ocorrem grãos euédricos. Alguns
67
cristais apresentam microfraturas
4 - NOME DA ROCHA
Monzogranito
5 - CONSIDERAÇÕES PETROGRÁFICAS
A rocha apresenta textura poiquilítica, subdiomórfica., inequigranular, fina a média
6 - HISTÓRICO DA ANÁLISE
Data de Elaboração Data da Última Revisão Analista 14/10/2009 01/11/2009 Erisson Tiano
68
Ficha de Descrição PETROGRÁFICA
1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO
No de Campo Latitude Longitude Nome da Folha Geográfica (IBGE)
SG-24 A 8562850 5533000 Salvador (SD.24-X-A-V)
Nº do Ponto Referências do Ponto
SG-24 A Praia da Paciência (bairro do Rio Vermelho)
Tipo Litológico Nome do Corpo
Rocha Dique félsico
2 - DADOS SOBRE A AMOSTRA
Assinale com um X os diferentes procedimentos de preparação e analíticos efetuados nesta amostra
BRA LD LP Brita Pó AM AQM AQMe ETR Rb/Sr Sm/Nd Pb/Pb U/Pb SP
x x x x x
BRA= Bloco reserva da Amostra, LD= Lamina Delgada, LP= Lâmina Polida, AM= Análise de Minerais, AQM= Análise Química de Maiores, AQMe= Análise Química de Menores, Análises isotópicas
(Rb/Sr, Sm/Nd, Pb/Pb e U/Pb), SP= Separação de Minerais
3 - DESCRIÇÃO DOS MINERAIS
Oligoclásio (17% An)
Cristais são subédricos, com dimensões desde 0,06mm à pórfiros de aproximadamente 2,1mm, a grande maioria dos
cristais exibem germinação Albita e Albita-Carlsbad. Nota-se que alguns cristais apresentam fraturas, com duas direções,
preenchidas por biotita, moscovita ou sericita.
Quartzo
Os cristais apresentam-se xenomórficos, tamanhos de 0,08mm e por vezes pórfiros de 2,9mm e fraturas preenchidas por
moscovita ou sericita. Trata-se de cristais com limites curvos e por vezes encontram-se cristais menores de quartzo, ao
redor dos fenocristais.
Biotita
Encontra-se sob formas subédricas, são cristais alongados em palhetas, dimensões variando de 0,2mm a 1,5mm.
Microclina
Trata-se de grãos com dimensões de aproximadamente 0,45mm, forma anédrica, apresentando limites curvos. A maioria
encontram-se fraturados, cujas fraturas estão preenchidas por argila e sericita.
Opacos
Trata-se de grãos anédricos com dimensões variando de 0,05mm à 0,45mm, textura esqueletal. Nota-se inclusões de grãos
de zircão e fraturas preenchidas por oxido de ferro.
Zircão
Cristais euédricos e poucas vezes subédricos, com formas alongadas em palhetas e arredondados chegando a dimensões de
até 0,2mm.. Estão associados aos plagioclásios, quartzo, mas principalmente nos cristais de biotita e opacos
69
4 - NOME DA ROCHA
Monzogranito
5 - CONSIDERAÇÕES PETROGRÁFICAS
A rocha apresenta textura poiquilítica, subdiomórfica., inequigranular, fina a média
6 - HISTÓRICO DA ANÁLISE
Data de Elaboração Data da Última Revisão Analista 14/10/2009 01/11/2009 Erisson Tiano
70
Ficha de Descrição PETROGRÁFICA
1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO
No de Campo Latitude Longitude Nome da Folha Geográfica (IBGE)
SG-9G 8566050 563820 Salvador (SD.24-X-A-V)
Nº do Ponto Referências do Ponto
SG-9G Jardim de Alah (Bairro do Costa Azul)
Tipo Litológico Nome do Corpo
Rocha Dique félsico
2 - DADOS SOBRE A AMOSTRA
Assinale com um X os diferentes procedimentos de preparação e analíticos efetuados nesta amostra
BRA LD LP Brita Pó AM AQM AQMe ETR Rb/Sr Sm/Nd Pb/Pb U/Pb SP
x x x x x
BRA= Bloco reserva da Amostra, LD= Lamina Delgada, LP= Lâmina Polida, AM= Análise de Minerais, AQM= Análise Química de Maiores, AQMe= Análise Química de Menores, Análises isotópicas
(Rb/Sr, Sm/Nd, Pb/Pb e U/Pb), SP= Separação de Minerais
3 - DESCRIÇÃO DOS MINERAIS
Quartzo
Cristais de cuja forma é anédrica, apresentando dimensões entre 0,05mm a 2,15mm, exibem contornos arredondados e por
vezes alongadas com limites retilíneos. Contém inclusões de zircão, plagioclásio e minerais opacos.
Oligoclásio (20% An)
Trata-se de cristais anédricos, com tamanhos entre 0,05mm a 2,4mm (pórfiros). Em geral os cristais exibem germinação
Albita-Carlsbad. Observam-se inclusões de cristais de zircão, quartzo, biotita e zircão.
Microclina
São cristais anédricos, apresentando dimensões entre 0,2mm a 0,5mm, exibem germinação Albita-Periclina difusa.
Observa-se fraturas preenchidas por biotita e moscovita ou sericita. Observa inclusões de cristais de zircão.
Biotita
São grãos em forma de palhetas, euédricos e por vezes subédricos, com tamanhos entre 0,1mm a 0,8 mm. Seu contato faz-
se com o quartzo e plagioclásio, geralmente são retilíneos e algumas vezes irregular. Apresentam inclusões de plagioclásio,
quartzo e opacos, todos apresentando formas arredondadas, incluindo zircão e apatita.
Zircão
Observa-se cristais euédricos e subédricos, com tamanhos que variam de 0,07mm a 0,1mm.
Opacos
Cristais apresentam formas desde subédricas e anédricas, com dimensões entre 0,05mm à 0,50mm, textura esquelética,
levemente suturado pouco embainhado. Estão associados aos plagioclásio, quartzo, mas principalmente aos minerais
ferromagnesianos.
71
4 - NOME DA ROCHA
Sienogranito
5 - CONSIDERAÇÕES PETROGRÁFICAS
A rocha apresenta texturas poiquilítica, subdiomórfica, inequigranular, de fina a média .
6 - HISTÓRICO DA ANÁLISE
Data de Elaboração Data da Última Revisão Analista 14/10/2009 01/11/2009 Erisson Tiano
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Ficha de Descrição PETROGRÁFICA
1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO
No de Campo Latitude Longitude Nome da Folha Geográfica (IBGE)
SG-28 A 8562857 553386 Salvador (SD.24-X-A-V)
Nº do Ponto Referências do Ponto
SG-28 A Praia da Paciência (Rio Vermelho)
Tipo Litológico Nome do Corpo
Rocha Dique félsico
2 - DADOS SOBRE A AMOSTRA
Assinale com um X os diferentes procedimentos de preparação e analíticos efetuados nesta amostra
BRA LD LP Brita Pó AM AQM AQMe ETR Rb/Sr Sm/Nd Pb/Pb U/Pb SP
x x x x x
BRA= Bloco reserva da Amostra, LD= Lamina Delgada, LP= Lâmina Polida, AM= Análise de Minerais, AQM= Análise Química de Maiores, AQMe= Análise Química de Menores, Análises isotópicas
(Rb/Sr, Sm/Nd, Pb/Pb e U/Pb), SP= Separação de Minerais
3 - DESCRIÇÃO DOS MINERAIS
Quartzo
Apresenta-se sob formas anédrica e exibindo fenocristais com tamanhos aproximadamente entre 0,05mm a 2,6mm.
Observa-se microfraturas e, vez por outra, inclusões de opacos. Possuem contorno suturado (serrilhado) e levemente
suturado, apresentando aspecto por vezes tabular.
Oligoclásio (19% An)
Trata-se de grãos anédricos, com tamanhos desde 0,05mm à pórfiros de 2,4mm, apresentando microfraturas de forma
aleatória e poucas vezes preenchidas por sericita. Observa-se inclusões de zircão euédricos, alongado e arredondado. A
maioria dos cristais apresentam-se sem germinação, no entanto é observado poucas vezes germinação tipo Albita.
Biotita
São cristais anédricos, com dimensões entre 0,1mm à 0,7mm e parcialmente oxidados nas bordas de coloração
avermelhada. Apresenta-se de forma intersticial entre os cristais de plagioclásio.
Opaco
São cristais subédricos a anédricos predominantemente associados à biotita, possuem tamanhos variados entre 0,02mm a
0,6mm. Por vezes encontram-se grãos com textura esqueletal.
Zircão
Trata-se de cristais euédricos, com tamanhos entre 0,02mm a 0,12mm, apresentam-se pouco fraturado e associado aos
plagioclásios.
4 - NOME DA ROCHA
73
Sienogranito
5 - CONSIDERAÇÕES PETROGRÁFICAS
A rocha apresenta texturas poiquilítica, inequigranular, de fina a média .
6 - HISTÓRICO DA ANÁLISE
Data de Elaboração Data da Última Revisão Analista 14/10/2009 01/11/2009 Erisson Tiano
74
Ficha de Descrição PETROGRÁFICA
1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO
No de Campo Latitude Longitude Nome da Folha Geográfica (IBGE)
ET-01B 8566000 563820 Salvador (SD.24-X-A-V)
Nº do Ponto Referências do Ponto
ET-01B Praia de Jardim de Alah (Bairro do Costa Azul)
Tipo Litológico Nome do Corpo
Rocha Dique félsico
2 - DADOS SOBRE A AMOSTRA
Assinale com um X os diferentes procedimentos de preparação e analíticos efetuados nesta amostra
BRA LD LP Brita Pó AM AQM AQMe ETR Rb/Sr Sm/Nd Pb/Pb U/Pb SP
x x x x x
BRA= Bloco reserva da Amostra, LD= Lamina Delgada, LP= Lâmina Polida, AM= Análise de Minerais, AQM= Análise Química de Maiores, AQMe= Análise Química de Menores, Análises isotópicas
(Rb/Sr, Sm/Nd, Pb/Pb e U/Pb), SP= Separação de Minerais
3 - DESCRIÇÃO DOS MINERAIS
Quartzo
Trata-se de grãos subédricas a anédricas, com dimensões entre 0,07mm a 0,1mm apresentando inclusões de biotita, zircão,
microfraturas e limites suturados e poucas vezes curvos.
Microclina
Trata-se de cristais subédricos com dimensões de 0,6mm, parcialmente saussuritizado, contatos e germinação difusa e
formam contatos curvos com o plagioclásio.
Plagioclásio
São cristais anédricos, com tamanhos entre 0,09mm à 2,4mm (fenocristais), apresentam microfraturas preenchidas por
biotita, moscovita, quartzo, zircão e minerais opacos. Os cristais exibem germinação do tipo Albita, Albita-Carlsbad e
apresentam-se parcialmente sericitizados.
Biotita
Trata-se dos grãos subédricos e por vezes anédricos, com dimensões entre 0,1mm a 1,1mm, sob forma de palhetas e
apresentando inclusões de zircão e alguns opacos.
Opacos
São cristais subédricos, com tamanho aproximadamente 0,05mm a 0,30mm, tipicamente associada à biotita e zircão.
Observa oxidação na periferia de alguns cristais. Seu contato com o plagioclásio é retilíneo a curvo, com o quartzo são
curvos e opacos é suturado.
Zircão
São grãos euédricos e subédricos, com dimensões entre 0,09mm a 0,15mm.
4 - NOME DA ROCHA
75
Monzogranito
5 - CONSIDERAÇÕES PETROGRÁFICAS
A rocha apresenta texturas poiquilítica, subdiomórfica.
6 - HISTÓRICO DA ANÁLISE
Data de Elaboração Data da Última Revisão Analista 14/10/2009 01/11/2009 Erisson Tiano
76
Ficha de Descrição PETROGRÁFICA
1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO
No de Campo Latitude Longitude Nome da Folha Geográfica (IBGE)
SG-8F 8562760 553401 Salvador (SD.24-X-A-V)
Nº do Ponto Referências do Ponto
SG-8F Praia da Paciência (bairro do Rio Vermelho)
Tipo Litológico Nome do Corpo
Rocha Dique félsico
2 - DADOS SOBRE A AMOSTRA
Assinale com um X os diferentes procedimentos de preparação e analíticos efetuados nesta amostra
BRA LD LP Brita Pó AM AQM AQMe ETR Rb/Sr Sm/Nd Pb/Pb U/Pb SP
x x x x x
BRA= Bloco reserva da Amostra, LD= Lamina Delgada, LP= Lâmina Polida, AM= Análise de Minerais, AQM= Análise Química de Maiores, AQMe= Análise Química de Menores, Análises isotópicas
(Rb/Sr, Sm/Nd, Pb/Pb e U/Pb), SP= Separação de Minerais
3 - DESCRIÇÃO DOS MINERAIS
Quartzo
São grãos anédricos, com tamanhos variando de 0,07mm à pórfiros de 2,9mm, vez por outra é observado cristais
microfraturados, alguns vezes também exibem grãos falhados com nítido movimento cinemático sinistral. Formam contatos
serrilhado com os cristais de plagioclásio, biotita e microclina.
Biotita
Os cristais são anédricos e possuem tamanhos variando entre 0,08mm a 0,70mm. Apresentam inclusões de quartzo e
opacos, raramente de zircão e orientação seguindo a direção preferencial.
Oligoclásio (25% An)
Trata-se de cristais com formas anédricas, de dimensões variando de 0,1mm à pórfiros com 2,7mm, raramente exibem
germinação Albita e Albita-Carlsbad, limitando-se aos cristais menores. Apresenta inclusões de opacos, zircão e biotita.
Microcl ina
São cristais subédricas a anédricas, com tamanhos em torno de 0,8mm. Apresentam limites suturado e por vezes curvos.
Exibem extinção ondulante estando em contato com os plagioclásios e por vezes com a biotita.
Opacos
Trata-se de grãos subédricas e anédricas, com dimensões variando de 0,05mm à 2,3mm, alguns cristais encontram-se
microfraturados e/ou falhados e apresentam-se associados a biotita.
Zircão
São cristais com dimensões até 0,2mm apresentando formas arredondadas e também alongadas por vezes microfraturados,
associados a opacos.
77
Moscovita
Cristais bastante diminutos com formas em palhetas e por vezes fragmentados e fraturados, alteração de biotita e de
feldspato.
4 - NOME DA ROCHA
Sienogranito
5 - CONSIDERAÇÕES PETROGRÁFICAS
A rocha apresenta texturas poiquilítica, subdiomórfica, inequigranular, de fina a média ..
6 - HISTÓRICO DA ANÁLISE
Data de Elaboração Data da Última Revisão Analista 14/10/2009 01/11/2009 Erisson Tiano
78
Ficha de Descrição PETROGRÁFICA
1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO
No de Campo Latitude Longitude Nome da Folha Geográfica (IBGE)
ET-08 8562739 553450 Salvador (SD.24-X-A-V)
Nº do Ponto Referências do Ponto
ET-08 Praia da Paciência (Bairro Rio Vermelho)
Tipo Litológico Nome do Corpo
Rocha Dique félsico
2 - DADOS SOBRE A AMOSTRA
Assinale com um X os diferentes procedimentos de preparação e analíticos efetuados nesta amostra
BRA LD LP Brita Pó AM AQM AQMe ETR Rb/Sr Sm/Nd Pb/Pb U/Pb SP
x x x x x
BRA= Bloco reserva da Amostra, LD= Lamina Delgada, LP= Lâmina Polida, AM= Análise de Minerais, AQM= Análise Química de Maiores, AQMe= Análise Química de Menores, Análises isotópicas
(Rb/Sr, Sm/Nd, Pb/Pb e U/Pb), SP= Separação de Minerais
3 - DESCRIÇÃO DOS MINERAIS
Quartzo
São cristais anédricos, exibem dimensões que variam de 0,09mm à fenocristais de 1,6mm, apresentam, vez por outra,
inclusões de zircão e opacos e microfraturas.
Oligoclásio (22% An)
Trata-se de cristais anédricos, com tamanhos entre 0,12mm à 2,4mm, apresentando pequenas inclusões de quartzo, zircão e
opacos e em poucos cristais percebe-se a germinação tipo Albita e Albita-Carlsbad.
Microclina
Trata-se de cristais subédricos a anédricos, com dimensões variando de 0,4mm à 2,3mm. Exibem extinção ondulante por
vezes sua germinação encontra-se difusa e inclusões de biotita e plagioclásio.
Biotita
São plaquetas, apresentando limites retilíneos, por sua vez apresenta tamanhos entre 0,2mm à 0,9mm. Observa-se inclusões
de cristais de quartzo e plagioclásio.
Opacos
Trata-se de cristais subédricos a anédricos, com dimensões entre 0,1mm à 0,5mm, apresenta inclusões de zircão e são
frequentemente associados a biotita.
Mimerquita
Os cristais possuem dimensões aproximadamente 0,34mm, nota-se extinção ondulante e bordas de albita.
4 - NOME DA ROCHA