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UNIVERSIDADE ESTADUAL “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS
CAMPUS DE BOTUCATU
DOENÇAS DO PIMENTÃO EM REGIÕES PRODUTORAS DO EQUADOR:
IDENTIFICAÇÃO E MANEJO DA “PATA SECA” E OCORRÊNCIA DE
VIROSES
MIGUEL ANGEL QUILAMBAQUI JARA
Tese apresentada à Faculdade de Ciências
Agronômicas da UNESP–Campus de Botucatu,
para obtenção do título de Doutor em
Agronomia (Proteção de Plantas).
BOTUCATU-SP
Junho – 2015
UNIVERSIDADE ESTADUAL “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS
CAMPUS DE BOTUCATU
DOENÇAS DO PIMENTÃO EM REGIÕES PRODUTORAS DO EQUADOR:
IDENTIFICAÇÃO E MANEJO DA “PATA SECA” E OCORRÊNCIA DE
VIROSES
MIGUEL ANGEL QUILAMBAQUI JARA
Orientador: Prof. Dr. Antonio Carlos Maringoni
Tese apresentada à Faculdade de Ciências
Agronômicas da UNESP – Campus de
Botucatu, para obtenção do título de Doutor em
Agronomia (Proteção de Plantas).
BOTUCATU-SP
Junho – 2015
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA SEÇÃO TÉCNICA DE AQUISIÇÃO E TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO – DIRETORIA TÉCNICA DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - UNESP – FCA – LAGEADO – BOTUCATU (SP) Quilambaqui Jara, Miguel Angel, 1968- Q6d Doenças do pimentão em regiões produtoras do Equador:
identificação e manejo da “pata seca” e ocorrência de viro-ses / Miguel Angel Quilambaqui Jara. – Botucatu : [s.n.], 2015
vi, 51 f. : fots. color., ils. color., grafs. color., tabs. Tese (Doutorado) - Universidade Estadual Paulista, Fa- culdade de Ciências Agronômicas, Botucatu, 2015 Orientador: Antonio Carlos Maringoni Inclui bibliografia 1. Pimentão – Doenças e pragas. 2. Viroses das plantas -
Controle. 3. Defensivos vegetais. I. Maringoni, Antonio Car-los. II. Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Câmpus de Botucatu). Faculdade de Ciências Agronômi-cas. III. Título.
III
AGRADECIMENTOS
A Deus, pela vida, pelo trabalho, pelo esforço e bem-estar com
minha esposa Elsa Fuentes e meus filhos Daniela, Miguel Angel e Juan Pablo;
Ao convênio AUIP-UNESP, pela imensa oportunidade outorgada na
concessão da Bolsa de Estudo de Doutorado em Proteção de Plantas, que estarei por
sempre agradecido;
À Escola Superior Politécnica do Litoral (ESPOL), pelo apoio e
todas as facilidades oferecidas para a realização e condução dos trabalhos;
Ao Professor Dr. Antonio Carlos Maringoni, excelente orientador da
UNESP, por sua amizade, seu humanismo, seus conselhos e toda a ajuda na culminação
dos estudos de doutorado no Brasil.
A todos os Professores do Programa de Pós-Graduação em
Agronomia (Proteção de Plantas), pela acolhida, assim como seus ensinamentos e
conhecimentos compartilhados na minha formação profissional e acadêmica;
Ao pessoal da Reitoria-UNESP e da Pós Graduação da FCA-
UNESP, pela ajuda na culminação dos estudos de doutorado;
Aos produtores e técnicos do Equador, dedicados a produzir
hortaliças para os equatorianos;
A todos os amigos e conhecidos do Brasil e Equador, que
compartilharam da sua amizade e que com ela me ajudaram a ser melhor cada dia;
Ao Professor e amigo Eison Valdiviezo, pela ajuda e auxílio nas
análises estatísticas desta pesquisa.
AGRADEÇO
IV
SUMÁRIO
ÍNDICE DE TABELAS ............................................................................................... VI
ÍNDICE DE FIGURAS ................................................................................................ VII
1. RESUMO ................................................................................................................. 1
2. SUMMARY ............................................................................................................. 3
3. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 5
4. REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................ 7
4.1. Aspectos agronômicos da cultura do pimentão no Equador ................................. 7
4.2. Principais doenças do pimentão ............................................................................ 10
4.2.1. Fungos associados à podridão radicular, podridão de colo e murchas na cultura de pimetão......................................................................................................... 114.2.2. Principais vírus na cultura de pimentão.............................................................. 13
4.3. Possibilidade de manejo da “pata seca” em pimentão .......................................... 14
5. MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................................... 16
5.1. Levantamento das principais doenças em pimentão ............................................. 16
5.2. Isolamento de fungos associados à doença “pata seca” do pimentão ................... 18
5.3. Teste de patogenicidade de fungos isolados de plantas de pimentão com
sintomas de “pata” seca”............................................................................................... 18
5.4. Controle de doença “pata seca” em pimentão em condições de campo............................................................................................................................ 205.5. Sensibilidade in vitro de Fusarium spp. e S. rolfsii de pimentão a fungicidas........... 22
5.6. Identificação de vírus de pimentão 22
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 24
6.1. Levantamento das principais doenças “pata seca” em pimentão........................... 24
6.2. Identificação do(s) agentes) etiológico(s) da “pata” seca...................................... 27
6.3. Patogenicidade de isolados de Fusarium spp. e S. rolfsii em plântulas de
pimentão .....................................................................................................................
30
6.4. Ocurrência de viroses e identificação de vírus em pimentão................................
6.5. Controle da “pata seca” em campo pimentão........................................................
33
37
6.6. Sensibilidade in vitro de Fusarium spp. e S. rolfsii de pimentão a fungicidas...... 39
7. CONCLUSÕES .................................................................................................... 44
8. REFERÊNCIAS....................................................................................................... 45
V
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1. Isolados fúngicos obtidos de plantas de pimentão com sintomas de pata
seca submetidos ao teste de patogenicidade ................................................................. 19
Tabela 2. Levantamento de doença “pata seca” em plantios comerciais de pimentão
na zona de Yaguachi, Equador, em áreas amostradas em 2013 e 2014 ....................... 26
Tabela 3. Levantamento de doença “pata seca” em plantios comerciais de pimentão
na zona de Yaguachi, Equador, em áreas amostradas em 2013 e 2014 ....................... 34
Tabela 4. |Identificação de vírus de pimentão obtidas em campos nos anos 2013 e
2014, com uso das técnicas DAS-ELISA e COMPUND-ELISA................................
Tabela 5. Ação de diferentes tratamentos na base das plantas de pimentão sobre a
incidência de “pata seca” e sobre alguns parâmetros agronômicos de pimentão
híbridos Quetzal e Nathalie. 2013 ................................................................................
36
38
Tabela 6. Porcentagem média de inibição do crescimento micelial in vitro de
isolados de S. rofsii de pimentão a fungicidas em diferentes concentrações ............... 41
Tabela 7. Porcentagem média de inibição do crescimento micelial in vitro de
isolados de Fusarium spp. de pimentão a fungicidas em diferentes concentrações .... 42
VI
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1. Diversidade em Capsicum spp. (BOSLAND, 1996). ................................... 8
Figura 2. Principais culturas agrícolas em Yaguachi, Equador (GAD, 2012). ............ 17
Figura 3. Sintomatologia de “pata seca em pimentão”
Figura 4. Plantas de pimentão inoculadas com Sclerotium sp. ..................... .............
28
30
Figura 5. Incidência de plantas de pimentão morta devida a inoculação com isolados
de Sclerotium sp. e Fusarium spp................................................................................
31
Figura 6. Visão geral de cultivo de pimentão próximo a de tabaco e plantas de
pimentão com sintomas de viroses......................................................................................
35
Figura 7. Ação dos fungicidas tebuconazole e metalaxil+propanocarb (Supremo®)
no crescimento micelial de Sclerotium sp. (isolado Scl-1) e Fusarium oxysporum
(F-1) do pimentão........................................................................................................
43
1
1. RESUMO
A cultura do pimentão (Capsicum annuum L.) tem elevada
importância econômica e social para o Equador. Vários fatores têm contribuído para a baixa
produtividade dessa cultura no país e dentre eles destacam-se as doenças de diversas
etiologias. Poucas informações sobre a ocorrência de doenças nessa cultura estão disponíveis
nas para as condições equatorianas. Neste trabalho foi realizado levantamento da ocorrência
da doença “pata seca” e de viroses na cultura do pimentão, em plantios comerciais, durante
anos de 2013 e 2014; a identificação dos agente(s) causal(ais) da “pata seca”; avaliações do
eficácia da pulverização da aplicação de produtos fitossanitários (sulfato de cobre + fosetil
alumínio; iprodione + clorotalonil; Trichoderma harzianum + T. koingii) em condições de
campo, no controle da doença nos híbridos Nathalie e Quetzal e a sensibilidade in vitro do(s)
patógeno(s) dessa doença a fungicidas (tebuconazole, benomil, clorotalonil, fosetil alumínio,
iprodione, metalaxil + propanocarb e tebuconazole). A “pata seca” foi constatada em um
79,2% das propriedades, com incidência entre 5% a 53,6%, em quanto as viroses, foram
detectada em 62,5% das propriedades, com incidência entre 9,6% a 61,2%. Os fungos S.
clerotium rolfsii e Fusarium spp. foram isolados com maior freqüência das plantas com
sintomas de “pata seca”. Entretanto, S.rolfsii foi mais virulento, sendo considerado o principal
agente causal da doença “pata seca”. Não foi observada diferença dos produtos fitossanitários,
aplicados no colo das plantas, na incidência de “pata seca”, nos dois ensaios realizados em
2
campo. A aplicação de iprodione + clorotalonil propiciou uma maior quantidade de frutos
comerciais nos dois ensaios e uma maior produção em um dos ensaios. Os Isolados de S.
rolfsii apresentaram maior sensibilidade aos fungicidas tebuconazole, benomil e iprodione,
enquanto os isolados de Fusarium spp. a tebuconazole e benomil.
___________________
Palavras chave: Capsicum annuum L, pata seca, virose, controle
3
PEPPER DISEASES IN REGIONS OF ECUADORPRODUCERS:
IDENTIFICATION AND MANAGEMENT OF "PATA SECA" AND
OCCURRING VIRUSES. Botucatu, 51 p. Tese (Doutorado em Agronomia - Proteção
de Plantas) - Faculdade de Ciências Agronômicas, Universidade Estadual Paulista.
Author: Miguel Angel Quilambaqui Jara
Adviser: Prof. Dr. Antonio Carlos Maringoni
2. SUMMARY
Sweet pepper (Capsicum annuum L.) has high economic and
social importance for Ecuador. Several factors have contributed to the low productivity of
this crop in the country and among them there are the diseases of different etiologies.
Little information on the occurrence of diseases in this culture is available to the
Ecuadorian conditions. This study was carried out survey of the occurrence of the disease
"pata seca" and viruses in sweet pepper in commercial plantations, during the years 2013
and 2014; the identification of the agent (s) causal (es) of “pata seca”; evaluations of the
effectiveness of spray application of pesticides (copper sulfate + fosetyl aluminum,
iprodione + chlorothalonil; Trichoderma harzianum + T. koingii) in field conditions in
controlling the disease in hybrid Nathalie and Quetzal and in vitro sensitivity ( s)
pathogen (s) of the disease to fungicides (tebuconazole, benomyl, chlorothalonil, fosetyl
aluminum, iprodione, metalaxyl + propanocarb and tebuconazole). The "pata seca" was
found in a 79.2% of the properties, with an incidence of 5% to 53.6%, as in the viruses
were detected in 62.5% of the properties, with an incidence of 9.6% to 61.2%. The fungus
Sclerotium rolfsii and Fusarium spp. were isolated more frequently plants with symptoms
of “pata seca”. However, S. rolfsii was more virulent, being considered the main causative
agent of the disease "pata seca”. There was no difference of pesticides applied in the base
of the plants, the incidence of “pata seca” in the two trial carried out in the field. The
application of iprodione + chlorothalonil provided a larger amount of fruits in the two
4
commercial assays and greater production of the tests. The isolates of S. rolfsii showed
greater sensitivity to tebuconazole fungicides, benomyl and iprodione in as isolates of
Fusarium spp. the tebuconazole and benomyl.
_______________
Keywords: Capsicum annuum, foot rot, virus, control
5
3. INTRODUÇÃO
O pimentão (Capsicum annuum L.) é uma hortaliça de importância
mundial por seu uso na dieta alimentícia como alimento fresco e desidratado e especialmente
em conserva, o qual é exportado pelo Equador em pequenas quantidades aos Estados Unidos,
Europa e Ásia (PROECUADOR, 2013).
No Equador, as áreas de produção de pimentão estão em incremento
desde 1997, e desde esse ano o consumo aparente aumentou. Existem dois tipos de produtores,
um que produz pimentão verde para consumo interno e outro que produz pimentão para a
exportação (HOLGUIN, 2002).
Existem 5,704 ha dessa olerícola produzida por pequenos e médios
produtores, com áreas entre 1 a 10 ha, no modelo de produção familiar, que contribui para o
desenvolvimento da economia local, evitando a migração e gerando pequenas empresas em
diversas localidades no Equador. As principais localidades cultivadas com pimentão no
Equador são Guayas, Península de Santa Elena, Loja, Manabí e vales quentes da serra (FAO,
2012).
Estima-se que a produção nacional fica em torno de 4.425 t e com
produtividade de 3,17 t/ha (FAOSTAT, 2013). Essa produtividade é baixa, quando é
comparada com outros países, e é devido a vários fatores, incluindo o emprego de sementes e
6
híbridos/cultivares não adequados, densidade de plantio não apropriado, adubação e controles
de pragas e doenças inadequados, entre outros fatores.
Entre as doenças que ocorrem em pimentão, há vários agentes
etiológicos como fungos, baterias, nematódeos e vírus, que tem sido reportados e identificados
o nível mundial (PERNEZNY et al., 2009). No Equador, não existem estudos e tão poucas
informações das principais doenças nessa cultura. As poucas literaturas existentes (INIAP,
1987; CEDEGÉ, 2000), mencionam as doenças como murcha-de-fusário, queima do fruto
(Phytophthora sp.) e viroses. Isso contribui assim a um grande desconhecimento entre os
produtores para os controles fitossanitários adequados o que gera, muitas vezes, perdas
significativas na produção.
Pode-se postular que a baixa produtividade do pimentão deve-se a
muitos fatores, entre os mais importantes estão doenças de etiologia variada, que muitas vezes
não são controladas de forma eficaz. Por isso e pela importância da cultura de pimentão, tanto
para os produtores como para os consumidores equatorianos, o presente trabalho teve por
objetivo verificar a ocorrência de doenças fúngicas e viróticas, em plantios comercias de
pimentão de varias localidades do Equador, durante os anos 2013 e 2014, além disso,
objetivou-se também identificar o(s) agente(s) causal(ais) da doença denominada “pata seca”,
o manejo da mesma sob condições de campo e sensibilidade in vitro de isolados fúngicos do
agente causal dessa doença a diversos fungicidas in vitro.
7
4. REVISÃO DE LITERATURA
4.1. Aspectos agronômicos da cultura do pimentão no Equador
O pimentão é uma planta angiosperma, dicotiledôneadas regiões
tropicais e subtropicais da América, pertencente à família Solanaceae, que é muito diversa e
cosmopolita, possuindo ao redor de 98 generose mais de 2.716 espécies, inclui o gênero
Capsicum (ANDREW, 1995; ESHBAUGH, 2012). O pimentão é uma importante cultura tanto
no Equador (ARROYO, 2003; HOLGUIN, 2002) quanto em outros países. Entre os países
produtores e exportadores desta cultura têm-se: China, México, Turquia, Indonésia, Espanha,
EUA, Egito, Nigéria e República da Coreia (NAMESNY, 2006).
O gênero Capsicum possui três especies reconhecidas e com
características genéticas similares entre si. Entre elas têm-se: C. annuum, C. frutescensee
C. chinense, além das espécies silvestres C. chacoense e C. galapagoense. Em nível mundial,
a espécie C. annuum é a mais cultivada e economicamente importante, com cultivares de
pimentões doces e pimentas; esses últimos comercializados na formas seca para a obtenção de
páprica (STOMMEL; ALBRECHT, 2012).
Os pimentões são classificados de acordo com o tipo de fruto, cor,
forma, pungência, sabor, tamanho e uso (Figura 1), conforme Bosland (1996).
8
Figura 1. Diversidade em Capsicum spp. (BOSLAND, 1996).
Embora o Equador não seja um grande produtor dessa hortaliça, o fruto
tem muita importância para os equatorianos, já que é usado in natura, principalmente nas
saladas e é um condimento básico na preparacão de vários pratos (RODRIGUEZ, 2008). Nos
últimos anos têm-se observado incremento no consumo dessa hortaliça (HOLGUIN, 2002).
As zonas de produção de pimentão encontram-se tanto na costa como
nas serras, em lugares com temperatura média de 22 a 28 oC. As principais províncias
produtoras de pimentão são: Chimborazo, Loja e Península de Santa Elena (III CENSO
NACIONAL AGROPECUÁRIO, 2000). Nessa última localidade a cultura apresenta alto
potencial produtivo ao longo de todo ano (TREVISAN ; GONZÁLEZ, 1997).
O cultivo de pimentão tem sido realizado por pequenos e médios
produtores, com áreas entre 1 a 10 ha, num modelo de produção familiar, contribuindo ao
desenvolvimento da economia local, evitando a migração e gerando pequenas empresas nessas
localidades do Equador (III CENSO NACIONAL AGROPECUARIO 2000; INEC, 2014).
No Equador, a área de produção da cultura de pimentão não tem
registros atualizados, os dados disponiveles são do ultimo Censo Agropecuario, realizado em
2000. De acordo com dados estatísticos da FAO (FAOSTAT, 2012), a área colhida naquele
9
ano foi de 1.700 ha, com produção estimada de 5.500 t e com produtivivdade de 3,23 t/ha.
Essa produtividade é muito baixa, comparada com as de outros países da regão.
Fatores como ocorrência de doenças e pragas contribuem nessa baixa productividade, assim
como o uso de sementes recicladas na maioria dos locais de producção dessa cultura. De
acordo aos dados do III Censo Agropecuário (2002), 561 ha foram plantados com mudas
provenientes de sementes comuns (recicladas), o que desfavorece alta produtividade.
A cultura do pimentão é conduzida no Equador entre a faixa de
temperatura de 22 a 28°C (INIAP, 1987), tanto na regão serrana quanto na região costeira.
Muitos locais de producão estão localizados nas provincias de Guayas, Santa Elena, Manabí,
El Oro, Imbabura, Chimborazo e Loja (INAMHI, 2013).
Entre as cultivares que os produtores equatoriansempregam são os dos
tipos que pertenecem aos chamados “bell pepper”, pimentão doces grandes, em forma
quadrada, com mesoscarpio espesso. Possui 3-4 lobulos; 7,6-10 cm de diâmetro e10-13 cm de
comprimento normalmente são colhidos verdese algumas variedades são colhidas no estádio
de coloração amarela ou vermelha escuro (DICKERSON, 1997).
Há aproximadamente treze cultivares, variedades e hibridos, que são
comercializados por mais de 30 empresas no Equador, que estão registradas na Agência
Equatoriana de Qualidade (www.agrocalidad.gob.ec). E entre os mais empregados são: Irazú
Largo, Yolo Wonder, Cubanelle, Quetzal, Nathalie, Salvador, Marcato F1, Amanda, Dahra,
Martha e Magali (BORBOR; SUAREZ, 2007; SUAREZ, 2009; COELLO, 2012;).
A semeadura do pimentão, nos pequenos produtores, é feita diretamento
no solo, normalmente nos meses de verão (maio a agosto). Em algumas zonas, como a
Peninsula de Santa Elena, onde as chuvas são escassas, o produtor faz duas colheitas ao ano. O
transplante das mudas no campo definitivo é realizado quando elas atingem 25-35 dias. O
cultivo é feito em campo aberto, na região serrana, e os produtores empregam o cultivo em
estufas quando as condições climáticas favorecem a ocorrência de geadas. Em algumas áreas,
os produtores obtem suas mudas em bandejas de poliestireno expandido contendo susbstrato
apropriado (CEDEGE, 2000).
Com relação aos solos, a cultura de pimentão é conduzida nos solos
francos, franco argilosos, e com boa drenagem. Normalmente, os produtores fazem, em todas
as lavouras, a preparação do solo, como uso de arado e grade. Assim também, a irrigação é
10
feita pela maioria dos produtores por superfície, com aplicação da água nos canteiros uma vez
por semana (INIAP, 1987). Em outras localidades, como a Península de Santa Elena, é
empregada, a irrigação por gotejamento (CEDEGÉ, 2000).
Existem guias da cultura e visitas dos técnicos extensionistas
(vendedores) das casas e empresas comerciais dos agroquímicos, que assessoram os
produtores no controle fitossanitário. Muitas vezes, os produtores empregam produtos
químicos, sem conhecer adequadamente a praga e/ou doença presente na sua cultura.
4.2. Principais doenças do pimentão
A cultura de pimentão pode ser afetada por várias doenças, causadas por
bactérias, fungos, nematóides e vírus. Também existem deficiências ou distúrbios nutricionais
causadores de doenças abióticas e que muitas delas produzem sintomas parecidos entre si
(ANAYA e NÁPOLES, 1999; MARYLAND COOPERATIVE EXTENSION, 2006; PINTO
et al. 2007).
A incidência e importância econômica de cada doença dependem de
vários fatores como: capacidade de estabelecimento, penetração, colonização e disseminação
dos patógenos no hospedeiro (AGRIOS, 2005). Outras considerações são: manejo agronômico
e fitossanitário que a cultura recebe, além do tipo de cultivar utilizada da época de plantio, das
condições de solo, do tipo de irrigação, da adubação, da proximidade com outros campos de
cultivo e das condições ambientais ocorrentes na cultura (LOPES; AVILA, 2003).
Entre as doenças de importância econômica e reportadas por
PERNEZNY et al (2009), existe um total de 44causadas por bactérias, por fungos, nematoides
e por vírus. LOPES e ÁVILA (2003) apontaram 26 doenças e KOIKE et al., (2009) fazem
inferências em 18 doenças de importância econômica para a cultura.
As doenças são identificadas pelos sintomas e agentes causais, os quais
as diferenciam. No exemplo de murchas em pimentão podem estar associadas a vários
microrganismos (fungos e bactérias), que apenas exames sintomatológicos não são confiáveis
para a identificação da doença (CHENHUA; VALLAD, 2012).
11
4.2.1. Fungos associados à podridão radicular, podridão de colo e murchas na
cultura de pimentão.
No Equador, é comum a ocorrência da doença denominada, entre os
agricultores, de “pata seca” na cultura do pimentão. Os sintomas iniciam com uma coloração
café na base do caule da planta, próxima ao solo, com a presença de estruturas fúngicas. As
plantas murcham, alteram a coloração da parte aérea e morrem repentinamente.
De acordo com os sintomas descritos, essa doença tem sido reportada
com os nomes de “Southern Blight”, “Stem Rot” “Pudrición del tallo” e murcha-de-esclerócio,
cujo agente causal é atribuído a Sclerotium rolfsii Sacc Tizon em muitas partes do mundo.
Esse fungo causa doença em mais de 500 hospedeiros, em regiões tropicais e subtropicais, que
inclui várias plantas cultivadas, tais como maçã, batata, tomate, amendoim, algumas
ornamentais, herbáceas e arbóreas (MULLEN, 2006). Essa doença foi constatada em pimentão
em vários países tais como; Coréia (HYEUK; SEUK, 2002), Lao (SONGVILAY et al., 2012),
Venezuela (GONZALEZ et al., 2007), Argentina (GALMARINI et al., 2001) e Brasil
(THOMÉ BARBOSA et al., 2010). Segundo informações do INIAP (1987), ela não foi
reportada em pimentão no Equador.
Conforme Bosland e Votava (2000) e Lopes e Ávila (2003), a
ocorrência de plantas de pimentão atacadas por S. rolfsii são em é desuniforme. As plantas
começam a murchar pela formação de uma faixa necrótica na região da base do caule, e pelo
apodrecimento de raízes superficiais. Cultivos sucessivos na mesma área com pimentão e
outras plantas suscetíveis, como tomate e feijão-vagem, favorecem o incremento da doença no
campo.
S. rolfsii é um fungo microscópico que produz escleródios na
faseanamórfica, já na fase telemórfica é denominado Athelia rolssi, pertencente ao filo
Basidiomycota. Os esclerócios são estruturas de resistência, que contém hifa viável e serve de
inoculo primário para o desenvolvimento da doença (FICHTNER, 1999).
Outros fungos podem estar associados aos sintomas da “pata seca” em
pimentão. Dentre eles destacam-se espécies de Fusarium, causador de murcha do pimentão,
tendo sido relatadas nos Estados Unidos, Itália, Argentina e México. Embora haja muitas
12
referências da murcha do pimentão, são poucas casos convincentes. Até agora as espécies
identificadas foram F. oxysporum, F. vasinfectum e F. annuum (BLACK, 1993).
De acordo com Pontis (1940), a doença começou a ser constatada na
província de Mendoza-Argentina, sem nenhum nome especial, se não aquele denominado
pelos agricultores de “marchitamiento” (murchamento), pelos sintomas observados. O mesmo
autor cita Bazan (1938), que assinalou essa doença no Peru, com a denominação de
“marchitez” (murcha). Das análises histopatológicas do tecido de plantas doentes, Pontis
(1940) comprovou que os sintomas de murcha não se deve à obstrução da circulação de seiva
e sim pela necrose dos tecidos afetados. A espécie de fungo identificada foi F. vasinfectum.
No México, há estudos epidemiológicos da doença chamada “tristeza”
em pimentão e sua relação com a doença que ocorre nos países mediterrânicos, onde de acordo
com o autor, a doença, não tem impacto econômico. Os sintomas observados foram
fundamentalmente a perda de turgescência das folhas e como consequência, murcha total ou
parcial e alteração na coloração das folhas (PALAZÓN; PALAZON, 1989).
Palazón e Palazón (1989), que citou vários trabalhos; mencionam que o
organismo associado à "tristeza" no México, possuia similaridades com aqueles descritos por
Leinian (1992), nos Estados Unidos; que era Phytophthora capsici. Também pesquisas
desenvolvidas na Itália por Curzi (1927), que identificou a Phytophthora rahydrofila,
sinônima de P. capsici (TURKER, 1931), e que esse era o agente causal da murcha em
pimentão. Outro fungo reportado por Curzi(1925) foi Verticilliumalbo-atrum, na manifestação
dessa doença.
Já os anos de 1939 até 1978, de acordo com os autores citados por
Palazón e Palazón (1989) e relatos da pesquisa daquela época assinalaram que espécies do
gênero Fusarium eram os possíveis responsáveis da “tristeza” do pimentão. INIFAP (2008)
citou Gonzáles et al.(2002) que observaram a “marchitez” em pimentão no Chile que estava
associada a um complexo de fungos que incluía P. capsici, Fusarium spp. e Rhizoctonia
solani. Ao realizarem testes de patogenicida de com isolados desses microrganismos em
pimentão, observaram morte de plantas aos 10 dias após a inoculação com P. capsici e um
período de 30 a 60 dias, para a morte de plantas inoculadas com Fusarium spp. e R. solani.
13
Em Sinaloa, México, estudos evidenciaram a incidência de 87% de
plantas de pimentão com sintomas de podridão do colo, em 17 plantios comerciais, no ano de
1997. Essa podridão estava associada a F. oxysporum (APODACA-SANCHEZ et al., 2004).
Lopes e Avila (2003) fizeram as descrições dos diferentes tipos de
murchas em pimentão e relacionaram P. capsici, como agente da murcha-de-fitóftora; S.
rolfsii, como agente da murcha-de-escleródio; e F. oxysporum f.sp. capsisi, como agente da
murcha-de-fusário.
4.2.2. Principais vírus na cultura de pimentão
Os vírus são partículas constituídas de ácido nucléico (DNA ou RNA)
envolvidas na capa de proteína, que mantém restrita relação com seus hospedeiros e são
considerados parasitas obrigatórios (AGRIOS, 2005).
Entre os fatores limitantes da produção do pimentão, os vírus têm
importância econômica pelos danos que causa nas plantas, com uma variedade de sintomas
que facilmente são confundidos com os ocasionados por deficiências nutricionais,
fitotoxicidade e outras doenças. Os sintomas variam conforme a virulência do vírus, estirpe,
idade de planta, condições em que ocorreu a infecção, resistência das cultivares e presença na
planta de um só tipo de vírus (LOPES e AVILA, 2003).
Um total de 18 espécies de vírus tem sido listado de formas geral
como transmitidas por sementes em pimentão, com seus respectivos gêneros e referências
científicas particulares, onde MURPHY e WARREN, (2009) reportaram os seguintes vírus na
cultura de pimentão: Alfalfa mosaic virus (AMV), Andean potato mottle virus-pepper strain
(APMoV), Beetcurly top virus (BCTV), um possível strain de Tobacco leaf Curl virus
(TLCV), Chili veinal mottle virus (ChiVMV), Chino del tomate virus (CdTV), Cucumber
mosaic virus (CMV), Serrano golden mosaic vírus (SGMV), Pepper mild tigre virus (PMTV),
Pepper huasteco virus (PHV), Pepper mild mottlevirus (PMMV), Pepper mottle virus
(PepMoV), Pepper veinal mottle virus (PVMV), Potato virus Y (PVY), Sinaloa tomato leaf
Curl virus (TCLV), Tobacco etch virus (TEV), Tobacco mosaic virus (TMV), Tomato mosaic
virus (ToMV) e Tomato spotted wilt virus (TSWV).
14
No Equador, o INIAP (1984) identificou três vírus como os mais prevalentes em pimentão na
região litorânea, que foram: Tobacco mosic virus, Potato virus Y e Tobacco etch virus.
O manejo de doenças viróticas é muito difícil, quando não se emprega o
uso de material resistente, pois os tratamentos químicos existentes não interferem na infecção
viral e a transmissão por insetos ocorre na natureza (MURPHY e WARREN, 2003).
4.3. Possibilidade de manejo da doença “pata seca” em pimentão
Para o controle de doenças causadas por fungos, bactérias e vírus em
hortaliças, em especial nas culturas de tomate e pimentão, não há receitas ou guias fáceis de
aplicar e seguir. Deve basear-se em manejo integrado de cada uma das atividades, com
objetivo de obter boas colheitas e rendimentos (SERRA, 2006).
O manejo integrado de pragas e doenças nas hortaliças, em geral,é
baseado principalmente no uso conjunto de medidasculturais, fisicas, químicas, biológicas e
genéticas que visam reduzir os níveisde danos e perdas econômicas (SERRA, 2006).
Todas as medidas de controle de doenças buscam atuar na diseminacão,
sobrevivência, inoculacão e infecão dos patógenos no hospedeiro. Quando não é mais possivel
controlar aos agentes causais, com estas medidas, o controle químico; mediante o emprego de
fungicidas, é uma técnica para proteger as plantas. O uso eficaz dos fungicidas, sejam de
contato ou sistêmicos, dependerá do ingrediente ativo,formulacão, modo de ação e épocas de
aplicação dos produtos. O s fungicidas protetores atuam de forma eficaz no momento da
germinação e penetração dos fungos nos tecidos dos hospeideros. Os fungicidas sistêmicos, ao
penetrarem no interior dos tecidos, translocando-se via apoplastos impedem a colonizacão dos
tecidos (ZAMBOLIN et al., 1997).
Koike et al. (2009) recomendaram para o controle de S. rolfsii realizar
rotação de cultura com plantas não hospedeiras desse fungo, para reduzir os níveis de inóculo
no solo. Essa medida não erradica o patógeno, já que S. rolfsii tem habilidade de sobreviver no
solo na forma de escleródios. Também é recomendado fazer uma aração profunda e deixar a
parte superficial do solo exposta ao sol, para diminuir a viabilidade dos escleródios.
15
Finalmente, o uso de fungicidas e alguns fumigantes aplicados ao
solo ajudam neste propósito. O emprego de cada uma das táticas dependerá do fator
econômico. Conforme Punja e Grogan (1982), em consulta a várias bibliografias, o controle
químico tem sido avaliado por vários pesquisadores, em diferentes culturas para o controle de
doenças causadas por Sclerotium spp. Alguns fungicidas como quintozene (PCNB), carboxin,
TPTH e cloroneb apresentaram eficácia no controle das doenças.
À medida que são lançados no mercado novos ingredientes ativos de
fungicidas, os mesmos são avaliados de forma in vitro para o controle de doenças fúngicas no
campo. De acordo com Das et al. (2014), existem atualmente os seguintes fungicidas, que tem
sido avaliados de forma efetiva no diminuição do crescimento micelial e que poderiam ser
empregados nas condições de campo para o controle de Sclerotium spp,: hexaconazole,
carboxin 37%+thiram 37,5% e tebuconazole. O efeito da inibição da germinação de
escleródios tem sido comprovado com o emprego de fertilizantes nitrogenados, tais como
uréia, bicarbonato de amônio e nitrato de cálcio (PUNJA, 1985).
Com objetivo de avaliar a sensibilidade in vitro de isolados de
S. rolfsii, oriundos de Camellia sinensis, a vários fungicidas, Das et al. (2014) observaram que
hezaconazole, tebuconazole, tiofanato metílico, carbendazim e thiram + carbendazim
apresentaram efeito na inibição do crescimento micelial do fungo.
Quanto ao controle da murcha-de-fusário, existem algumas medidas
culturais que podem ser implementadas: plantar em solos bem drenados, empregar substratos
esterilizados para a obtenção das mudas, usar cultivares resistentes, evitar o excesso de água
na planta, com um bom sistema de irrigação e finalmente usar gramíneas na rotação das
culturas durante 2 a 6 anos (LOPES e AVILA, 2003). Também é recomendado eliminar
plantas daninhas e restos culturais, utilizar mudas sadias (ROBERTH et al., 2004).
Segundo Cheng e Vallad (2012), o agente causal da murcha-de-fusário,
pode ser disseminado por material vegetal doente e solos infestados. É necessário adotar
medidas de sanidade para minimizar a disseminação no campo. O uso de canteiros elevados
pode melhorar a drenagem após chuvas e reduzir o dano e os processos de infecção do fungo.
De acordo com Tariq et al. (2012) o controle in vitro de Fusarium
oxysporum ., tem sido efetivo com captan (500ppm), 100% de inibição; carbendazin (50 ppm,
100 ppm, 250 ppm), 100% de inibição; e thiofanato de metyl (100 ppm), 82,2% de inibição.
16
5. MATERIAL E MÉTODOS
5.1. Levantamento das principais doenças em pimentão
O levantamento foi realizado na paróquia rural Yaguachi Viejo
(Cone), que pertence a Cantón Yaguachi, província do Guayas, localizado no sudoeste do
Equador. De acordo com a classificação climática de Köppen-Geiger, Yaguachi possui clima
tropical úmido, há o cultivo de arroz, cacau, musáceas, hortaliças e cana-de-açúcar (Figura 2).
Conta com duas estações definidas: inverno e verão. A temperatura média no inverno é de
26ºC a 36°C e no verão a média é de 24,5°C a 26°C. A época chuvosa é de dezembro a maio
e a época de verão, que é seca, de junho a novembro. A precipitação anual oscila entre 750 a
1.342 mm (GAD YAGUACHI, 2012).
Durante os anos 2013 e 2014 foram visitados 25 locais de produção
comercial de pimentão, da paróquia rural Yaguachi Viejo (Cone), e da Comuna o Açúcar, na
província da Santa Elena. Este trabalho teve o objetivo de relizar o levantamento das doenças
na cultura de pimentão, assim como determinar as condições fitossanitárias (doenças) nos
locais visitados. Os parâmetros levantados foram: nome do proprietário, área cultivada, tipo de
muda, tipo de semente e cultivar/híbrido plantada, tipo de irrigação, qualidade da água,
manejo adotado na cultura, problemas fitossanitários, tipo de cultivo se convencional ou
orgânico e assessoria técnica recebida.
17
Figura 2. Principais culturas agrícolas em Yaguachi, Equador (GAD, 2012).
18
Foram coletados dados de incidência das doenças, conforme sintomas
e sinais apresentados pelas plantas, de acordo com os descritos manual de doenças de
pimentão (PERNEZNY et al. 2009) e Doenças de Pimentão (LOPES; ÁVILA, 2003). Foram
amostradas de 200 a 500 plantas por local dependendo da extensão da área, para determinação
da incidência da “pata seca” e de viroses.
5.2. Isolamento de fungos associados à doença “pata seca” do pimentão
Foram coletadas, de cada local três amostras de plantas de pimentão,
duas plantas por amostra, com sintomas de “pata seca”. Essas plantas foram acondicionadas
em sacos plásticos e transportadas para laboratório para seu processamento.
Inicialmente, foram realizados procedimentos para a retirada a terra
aderida ao sistema radicular das plantas. Posteriormente, fragmentos de tecidos doentes foram
retirados da raiz principal ou do colo, desinfestados em hipoclorito de sódio a 1,5%, durante 1
a 2 min. Em seguida os fragmentos de tecidos foram enxaguados em água destilada e
esterilizada, secos em papel de filtro esterilizado e transferidos para meio de cultura batata-
dextrose-ágar (Merck ®) acrescido de ácido lático. As placas de Petri foram incubadas a 28 oC, sob fotoperíodo de 12 h, por um período de até sete dias (DHINGRA; SINCLAIR, 1987;
COUTO-GONÇALVES, 2007; CIAT, 2011).
As colônias fúngicas desenvolvidas no meio de cultura foram purificadas,
preservadas e as características morfológicas analisadas para a identificação do gênero,
conforme Booth (1977) e Barnett e Hunter (1998).
5.3. Teste de patogenicidade de fungos isolados de plantas de pimentão com
sintomas de “pata seca”
Foram realizados testes de patogenicidade com três isolados de F.
oxysporum, dois isolados de F. solani e cinco isolados de S. rolfsii, conforme relacionados
na Tabela 1.
19
Tabela 1. Isolados fúngicos obtidos de plantas de pimentão com sintomas de “pata seca” e
submetidos ao teste de patogenicidade.
Isolados Fungo Nome de produtor
F-1 Fusarium oxysporum Angel Arreaga
F-2 Fusarium solani Absalón Salazar
F-3 Fusarium oxysporum Ensaio Vuelta Larga
F-4 Fusarium oxysporum George Cedeño
F-5 Fusarium solani Daniel Zambrano
Scl-1 Sclerotium rolfsii Irmãos Vera
Scl-2 Sclerotium rolfsii Irmãos Vera
Scl-3 Sclerotium rolfsii Jorge Armijos
Scl-4 Sclerotium rolfsii Angel Arreaga
Scl-5 Sclerotium rolfsii Ensaio Vuelta Larga
Inicialmente foram obtidas mudas de pimentão do híbrido Quetzal, em
bandejas contendo substrato orgânico esterilizado, de 25 a 30 dias após emergência, as
plântulas foram inoculadas e transplantadas com Fusarium spp., ou transplantadas e
inoculadas com S. rolfsii em sacos plásticos brancos de 1 lt de capacidade, contendo substrato
orgânico composto da mistura de palha de café (50%) e terra agrícola (50%), previamente
autoclavado. Em cada saco plástico foram transplantadas quatro mudas, repetidos seis vezes,
totalizando 24 plantas por isolado fúngico, em um delineamento experimental, inteiramente ao
acaso.
Para a inoculação de Fusarium spp. isolados eles foram previamente
cultivados em meio de cultura BDA a 25°C, sob fotoperíodo de 12 h, por 14 dias (AKIRA,
2004; MENDES, 2009; CIAT, 2011). Após a incubação, foi adicionada água destilada
esterilizada na superfície do meio de cultura, que foi homogeneizada e a suspensão resultante
filtrada em camada dupla de gaze. As suspensões de conídios obtidos foram padronizadas em
hemacitômetro na concentração de 106conidios/ml1 (CIAT, 2011). As raízes das plantas foram
20
imersas durante 5 minutos nas suspensões de conídios e transplantadas imediatamente para os
sacos plásticos contendo substrato autoclavado.
Para a inoculação de Sclerotium rolfsii.,os isolados foram previamente
cultivados em meio de cultura BDA, durante 21 dias, para a formação de esclerócios, a
temperatura de 25°C. Pequenas porções de meio de cultura contendo as estruturas fúngicas
foram retiradas e colocadas no colo de cada planta (GONZALES et al., 2007; PEREZ-
MORENO et al., 2009).
A testemunha foi representada por plantas de pimentão cujas raízes
foram imersas em água destilada e esterilizada ou colocados fragmentos de meio de cultura
BDA no colo das plantas, no mesmo tempo que foram inoculadas as demais plantas do ensaio.
As plantas foram mantidas em casa-de-vegetação, com temperatura
entre 24 a 27 oC, irrigadas e adubadas conforme a necessidade.
Os sintomas da doença foram avaliados aproximadamente aos 50 dias
após inoculação, contando-se o número total de plantas doentes e calculada a incidência (%)
de plantas doentes.
A severidade de S. rolfsii foi estimada de acordo com CIAT (1987),
empregada para doenças radiculares e de caule, onde: 0= sem sintomas visíveis da doença; 1=
leve escurecimento sem lesões necróticas ou raízes com até 10 % dos tecidos lesionados; 2=
Aproximadamente 20 % dos tecidos lesionados pode observar intenso escurecimento; 3 =
Aproximadamente 30 % dos tecidos lesionados se combinam com "abrandamento" e podridão;
4 = Aproximadamente 50 % dos tecidos estão lesionados se combina com "abrandamento" e
redução considerável do sistema radicular; 5= aproximadamente 75 % ou mais dos tecidos
estão em estado avançado de podridão, com redução severa do sistema radicular e morte da
planta.
5.4. Controle da doença “pata seca” em pimentão em condições de campo
No mês de março de 2013 foi instalado o primeiro ensaio, no campona
área experimental do curso de Engenheria Agrícola e Biologica da ESPOL, em Guayaquil. Em
agosto de 2014, outro esaio foi instalado nas mesmas condicões de produção do agricultor, na
propriedade da familia Meza Briones, localizada em Vuelta Larga, de Yaguachi-Viejo.
21
Foram obtidas mudas de pimentão, do híbrido Quetzal e Nathalie em
bandejas de poliestireno expandido, contendo susbstrato apropiado. Aos 30 días após a
semeadura, as plantas foram transplantadas a campo.
Cada parcela experimental foi representada por quatro linhas duplas de
5,2 m de comprimento, espaciadas entre si de 0,8m, totalizando 4,8m de largura. As plantas de
pimentão foram transplantadas a distancia de 0,40 m entre si, em linha dupla.
Pulverizações periódicas com fungicidas e inseticidas foram realizadas
(7-15 dias), visando ao controle de doenças fúngicas foliares e pragas, com produtos utilizados
rotineiramente pelos agricultores e registrados para a cultura de pimentão no Equador. Além
disso, adubações, irrigações, tutoramento e controle de plantas daninhas foram realizados,
conforme a necessidade da cultura.
Os tratamentos empregados foram:
a) Tratamento químico do agricultor (TQA) = 3 mL de Sufocor®(24% de sulfato de cobre
pentahidratado) e 3 g de Fosetyl® (80% de fosetil alumínio) por litro de água;
b) Tratamento químico tecnico (TQT) = 1 g de Star® (50% de Iprodione) e 2 g de Bravo®
(72% de cloratolonil) por litro de água;
c) Tratamento ecológico (TE) = 4g T-H-K Regulador e Antagonista (15% Trichoderma
harzianum e 15% T. koingii) por litro de água;
d) Testemunha (TES) = água
Os produtos foram aplicados na região do colo das plantas, com
pulverizador costal Jacto PJH 20l, aos 35 e 70 dias, no ensaio ESPOL e 30, 50, 62, 83 dias no
ensaio Vuelta Larga, após o transplante das plantas.
As avaliações foram realizadas nas duas linhas centrais de cada parcela
totalizando 12,32m2 de área útil.
O delineamento experimental utilizado foi de blocos ao acaso, com seis
repetições, no esquema fatorial 2 x 4, duas cultivares e quatro tratamentos. Os parâmetros
avaliados foram porcentagem de plantas com sintomas de “pata seca” (40 dias após
transplante até a colheita), número de frutos comerciais por planta, ou por parcela e produção
(Kg) por parcela. Foram realizadas análises de variâncias com dados obtidos e as médias
comparadas com teste de Tukey a 5%.
22
5.5. Sensibilidade in vitro de Fusarium spp. e S. rolfsii de pimentão a fungicidas
Dois isolados Fusarium spp. (F-1: F. oxysporum e F-2: F. solani) e dois
isolados de S. rolfsii (Scl-1 e Scl-2) foram submetidos avaliações de crescimento micelial, em
meio BDA, a diferentes concentrações de fungicida.
Foram utilizados os produtos benomil (Pillarben OD 50% WP),
iprodione (Star® 50 WP), fosetil alumínio (Fostonic® 80 WP), tebuconazole (Shartebu 25%
EW), metalaxil (150 g/L)+propanocarb (100g/L) (Supremo®) e cloratalonil (Bravo 720 g/L)
nas concentracões finais de 10; 100; 1.000; 10.000 ppm no meio de cultura BDA. O
tratamento testemunha foi representado pelo meio BDA sem adição de fungicida.
Inicialmente foram preparadas suspensões estoques dos fungicidas em
água destilada e esterilizada. Alíquotas dessas suspensões foram transferidas para meio BDA
fundente, após a autoclavagem, a 45-50°C, para se obter as concentrações finais desejadas.
Os isolados fúngicos foram previamente cultivados em meio BDA, a
temperatura 27°C, durante 7 dias. Discos de micélio de 5 mm de diâmetro, foram retirados das
bordas das colônia se transferidos para os meios de cultura contendo as diferentes
concentrações dos fungicidas. Para cada isolados fúngico e para cada uma das concentrações
dos fungicidas foram empregadas cinco placas de Petri. Cada repetição foi representada por
uma placa de Petri. As placas de Petri assim preparadas foram incubadas à temperatura
ambiente, ao redor de 27ºC, durante três dias e aferidos os diâmetros perpendiculares das
colônias desenvolvidas na superfície dos meios.
Com os dados obtidos foram calculados a porcentagem de redução
de crescimento micelial, em comparação à testemunha de cada isolado fúngico e determinada
a faixa da dose letal pra reduzir 50% do crescimento micelial (DL 50), conforme Sartori e
Maringoni (2008).
5.6. Identificação de vírus de pimentão
Foram coletadas plantas com sintomas de viroses dos híbridos Quetzal e
Nathalie, conduzidas em áreas de campo. As plantas foram acondicionadas em sacos plásticos,
23
mantidas em caixas térmicas com gelo e encaminhadas ao Laboratório de Proteção Vegetal, do
Instituto de Investigações Agropecuárias, localizado em Quito, para a identificação dos vírus.
A metodologia adotada para a identificação dos vírus foi DAS-ELISA,
com antissoros específicos para Cucumber mosaic virus (CMV), Tobacco mosaic virus
(TMV), Tomato mosaic virus (ToMV) e Potato virusY (PVY). Empregou-se a técnica
"compoud ELISA", com antissoro específico, para a determinação de vírus pertencentes ao
gênero dos Potivirus. As reações foram realizadas conforme as metodologias descritas nos kits
da Agdia Inc.
24
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO
6.1. Levantamento das principais doenças “pata seca” em pimentão
Um total de 12,2 ha da cultura foram amostradas, onde a maioria
dos cultivos é de pequenos produtores, com áreas de 0,5 a 3 há; 78,26% dos agricultores
produzem mudas no solo, diferente de 21,74% que empregam bandejas de poliestireno
expandido; 82,61%, fazem irrigação por gravidade e apenas 17,39% tem o uso de
irrigação por gotejamento. Todos os produtores (100%) realizam uma produção
convencional de culturas. Finalmente o 69,57% são visitados pelos especialistas de
empresasquímicas e 29,09% por pessoal de extensão das instituições públicas e apenas
4,34% não recebem visitas técnicas. Existem 13 tipos de materiais de pimentão
comercializados no Equador, cujas sementes são importadas (AGROCALIDAD, 2015);
entre os híbridos utilizados nos cultivos na zona desta pesquisa destacaram Quetzal
(43,5%), Salvador (39,1%), Nathalie (17,4%) e outros (4,3%).
Pelo custo de sementes, desconhecimento técnico e outras razões,
todos os agricultores empregam sementes "recicladas" dos referidos híbridos. Sementes
recicladas são aquelas obtidas dos frutos dos pimentões híbridos da primeira ou da
segunda geração. Isto implica segregações e consequentemente os indivíduos obtidos não
possuem características semelhantes às plantas de que os deu origem. Houve maior
incidência de “pata seca” nos cultivos com sementes recicladas do híbrido Salvador
25
(41,4%) e menor incidência naqueles com sementes recicladas dos híbridos Quetzal
(27,4%) e Nathalie (21,1%) (Tabela 2). Das informações recebidas pelos produtores, há
épocas do ano com perdas totais de plantações, pela ocorrência da “pata seca”.
Foram observadas variações na incidência da “pata seca” nas diferentes
propriedades amostradas. A maior incidência foi constatada nas propriedades dos Sres. Irmãos
Vera (50%) e não constatação da doença nas propriedades dos Srs. Jorge Naranjo, Welligton
S. Manobanda, Briones Meza, Adrian e Omar Asencio (Tabela 2).
26
Tabela 2. Levantamento de doença “pata seca” em plantios comerciais de pimentão na zona de
Yaguachi-Equador, em áreas amostradas em 2013 e 2014.
Nomes dos produtores Locais da Paróquia Yaguachi-Viejo
Tipo de sementes Incidência da "pata seca" do pimentão (%)
Sr. Santiago Castro Recinto Las Palmas, Taura Salvador, Quetzal, Nathalie
25,6
Sr. Jorge Naranjo Parroquia Mariscal Sucre 0Sr. Wellington Suárez Manobanda
Parroquia Mariscal Sucre0
Sr. Briones Meza Recinto Vuelta Larga Salvador e mistura de sementes recicladas
0
Sr. George Cedeño Vía Vuelta Larga, Yaguachi Salvador 49,2Sr. Jorge Armijos San Fernando, Coné Quetzal, Salvador 30,6Sr. Absalón Salazar San Fernando, Coné Quetzal 33,3Sr. Productor do camino Salvador 35,0Sr. Pedro Navarrete Recinto Inmaculada, Yaguachi Quetzal 25,8
Sr. Francisco Navarrete Recinto Inmaculada, Yaguachi Quetzal 15,9
Sr. Pedro Navarrete Recinto Inmaculada, Yaguachi Quetzal 24,1
Sr. Anthoni Navarrete Recinto Inmaculada, Yaguachi Quetzal 8,7
Sr. Luis Arteaga de PSE Provincia de Santa Elena. Comuna el azúcar
Nathalie 5,0
Sr. Hugo Maridueña Comuna el Azúcar Nathalie 9,5Sr. Adríán Técnico Comuna el Azúcar Quetzal 0,0Sr. Omar Asencio Comuna San Rafael Semilla de MAGAP 0,0
Sr. Angel Arriega Coop. 22 de Abril, RecintoVuelta Larga Nathalie
44,2
Sr. Daniel Zambrano Vía Vuelta Larga, Yaguachi Salvador 53,6
Sr. Jhon Cedeño Vía Vuelta Larga, YaguachiSalvador
45,5
Sr. Santos Miranda Vía Vuelta Larga, YaguachiQuetzal
40,0
Sres. Hnos Vera Sector Coop. 22 de abril Salvador
50,0
Sr. Luis Coloma Vía a San Fernando Salvador 35,0Sr. Alfredo Coloma Via a San Fernando Quetzal 35,0
27
6.2. Identificação do(s) agentes) etiológico(s) da “pata seca” do pimentão
A “pata seca” é uma doença que ocorre na cultura de pimentão,
principalmente após o florescimento e a primeira frutificação (aproximadamente aos 40 dias
após o transplante) até o final do ciclo da cultura. Muitas vezes, por a falta de conhecimento
do agricultor, as plantas afetadas permanecem no campo e servem de fonte de inóculo para
cultivos subsequentes.
Conforme evidenciado nesta pesquisa, os sintomas da “pata seca”
iniciam-se como uma mancha de coloração café na região do colo e as folhas amarelecem de
maneira rápida, ficam amarronzadas, murcham e finalmente as plantas morrem. Os frutos das
plantas doentes amadurecem e dependendo das condições ambientais, podem apodrecer.
Quando as raízes são examinadas, apresentam-se deformadas, necrose
de cor café, além de sua redução. Muitas vezes, quando o caule é cortado na parte basal pode-
se observar escurecimento da região cortical. Outras vezes, na parte basal do caule, há a
presença de uma camada de micélio branco, de aspecto cotonoso e sobre eles a presença de
escleródios (Figura 4). Essa sintomatologia é semelhante àquela descrita por Lopes e Ávila
(2003) e Pernezny et al. (2009) para podridões causadas por Fusarium spp. e S. rolfsii em
pimentão.
Dos isolamentos efetuados de plantas com sintomas de “pata seca”,
obtidas em plantios comerciais entre 2013 e 2014 foram obtidas 386 culturas fúngicas puras,
sendo que em 2013 foi observada a prevalência de S. rofsii. (31,17%), Fusarium spp.,
(24,29%) seguida de Rhizoctonia sp. (10,93%) e outros fungos (33,61%). No ano 2014 foram
constatadas as presenças de S. rolfsii (49,64%), Fusarium spp. (32,37%), Rhizoctonia sp.
(5,76%) e outros fungos (12,23%).
No ensaio do CENAE-ESPOL foram obtidos 46 isolamentos, dos
quais 26,09% corresponderam a bactérias saprófitas; ocorreram também Rhizoctonia sp.
(15,22%), Trichoderma spp. (13,04), Alternaria spp. (13,04%), Cercospora spp. (10,87%).
28
Figura 3. Sintomatologia de “pata seca” em pimentão, A) Planta de pimentão com sintomas
iniciais de “pata seca”; B) Planta de pimentão com sintomas avançados da “pata seca”; C)
Presencia de micélio branco e esclerócios; D) Escurecimento cortical da base do caule.
No ensaio conduzido na localidade de Vuelta Larga foram prevalentes
os fungos S. rolfsii (31,43%), Fusarium spp. (22,86%), seguido de Trichoderma spp. (5,71%)
e Cercospora spp. (14,29%).
A identificação dos fungos foi baseada nas características morfológicas
apresentadas, descritas por Booth (1977), e Barnett e Hunter (1998).
As colônias de Sclerotium sp. eram brancas pálidas e de crescimento
rápido, sem conídios, hifas septadas e ramificadas, presença de escleródios de coloração
marrom, globosos e duros, sendo identificados como S. rolfsii (BARNETT; HUNTER, 1998).
29
As colônias de Fusarium spp. possuiam micélio violeta, café pálido ou
amarelo, com hifas septadas, presença de macroconídios, microconídios e clamidósporos. Os
esporos eram produzidos em fiálides curtas ou em fiálides longas. Pelas estruturas fúngicas
observadas, cor do micélio e características de crescimentos foram constatados F. oxysporum e
F. solani, conforme Booth (1977).
As colônias de Rhizoctonia sp. formaram micélio de cor preto, café
escuro, com hifas septadas e ramificas em ângulo de 90°, ausência de conídios e presença de
escleródios de cor café escuro.
Os outros de gêneros de fungos reportados nestas pesquisas, alguns
atuam como antagonistas (Trichoderma spp.), alguns como saprófitas ou habitantes de solo,
sem importância patogênica à “pata seca” do pimentão.
Em nenhuma ocasião foi isolado Phytophthora spp de tecido vegetal
doente submetidos a isolamento neste trabalho. É de conhecimento que P. capsici causa
podridão nas raízes e colo de pimentão que leva ao definhamento e à morte das plantas
afetadas (LOPES; AVILA, 2003; PERNEZNY et al., 2009).
Pela maior frequência de isolamento dos fungos S. rolfsii e Fusarium
spp. dos tecidos de plantas de pimentão, sugere-se que eles estejam associados à doença, cujos
sintomas normalmente iniciam após 30 dias do transplante e nas etapas de florescimento e
frutificação. Como consequência as plantas morrem, os frutos amadurecem precocemente e
perdem qualidade para a comercialização.
Quanto aos resultados obtidos na determinação do gênero Fusarium no
Equador são concordantes com os de Ponti (1940), que determinou os agentes causais da
murcha-do-pimentão na Argentina, e também com os de Robert et al., (2004), que
mencionaram a ocorrência dessa doença nos Estados Unidos, México e Itália.
Em uma revisão das principais doenças de cultura de pimentão, Robert
et al., (2004) mencionaram que fungos do gênero Sclerotium são comuns e destrutivos e têm
reportado nas Américas, Austrália, Europa, África e Ilhas do Pacifico. Os sintomas causados
por S. rolfsii em pimentão, descritos por Jenkins e Averre (1986), citado por Robert et al.
(2004), coincidem com os reportados no presente trabalho.
30
6.3. Patogenicidade de isolados de Fusarium spp. e S. rofsii em plântulas de
pimentão
Os primeiros sintomas da doença de “pata seca” foram observados
aproximadamente aos 50 dias após a inoculação das plantas de pimentão. As plantas
apresentavam amarelecimento das folhas basais, que evoluíram para as folhas superiores. Em
seguida, as plantas exibiam sintomas de murcha generalizada e posteriormente morreram. A
coloração das hastes das plantas variou de verde a marrom avermelhado, houve manchas e
escurecimento externo das hastes. As raízes estavam podres e pouco desenvolvidas (Figura
4).
A maior incidência de doença foi observada para os isolados de S.
rolfsii., nas plantas de híbrido Quetzal, que variou de 2,5% (isolado Scl-1) a 7,5% (isolados
Scl-4).As maiores severidades dos sintomas foram constatadas para os isolados Scl-5 (26%) e
Scl-3 (37%). Das 120 plantas inoculadas com S. rolfsii, independente do isolado, somente
21,67%morreram. Os isolados Scl-3, oriundo de plantas da propriedade do Sr. Armijos, e Scl-
4, oriundo da propriedade do Sr. Arriega, ocasionaram maior incidência de plantas doentes,
quando comparados aos outros isolados submetidos ao teste de patogenicidade (Figura 6).
Figura 4. Plantas de pimentão inoculadas com Sclerotium rolfsii. A) apresentando sintomas de
“pata seca”. B) À esquerda plantas de pimentão, com pouco crescimento de raízes, em
comparação com testemunha.
31
Figura 5. Incidência de plantas de pimentão morta devida a inoculação com isolados de
Sclerotium rolfsii (TS1 a TS5) e Fusarium spp. (TF1-TF5).
Esses resultados apresentaram alguma relação com os levantamentos de
campo pois, a incidência de “pata seca” na propriedade do Sr. Armijos foi de 30,6% (sementes
recicladas dos híbridos Quetzal e Salvador) e de 44,2% de plantas com “pata seca” na
propriedade do Sr. Arriaga, com plantio de mudas provenientes de sementes recicladas do
híbrido Nathalie (Tabela 2).
Para os isolados de Fusarium spp. apenas os isolados F-2 e F-5 (F.
solani) foram patogênicos pois apresentaram 1,7% e 3,3% de plantas mortas, respectivamente
(Figura 5). A severidade não foi determinada devido ao pouco número de plantas mortas.
Baseado nos resultados supõem-se que F. solani está associado aos sintomas de “pata seca” e
ele não pode ser considerado seu principal agente causal. Em condições de campo, os sintomas
exibidos pelas plantas com “pata seca” assemelham-se mais àqueles causados por S. rolfsii,
conforme Perneznyet al. (2009).
Embora não se tenha observada alta incidência e severidade nas plantas
de pimentão inoculadas com os diferentes isolados fúngicos, foi possível, em condições
artificiais, reproduzir os sintomas da doença “pata seca”. Desta forma, presume-se que seu
32
principal agente causal seja S. rolfsii em associação ou não a F. solani ou a outros fungos
obtidos nos isolamentos realizados nesta pesquisa.
No Equador, não se tem informações de patogenicidade de isolados
fúngicos coletados em áreas rurais produtoras de pimentão, que causam doenças no colo e/ou
sistema radicular das plantas, por parte de INIAP (1987), na região em que foi realizado o
levantamento de “pata seca” nesta pesquisa. Existe um trabalho, desenvolvida por Capuz
(2009), que trabalhou com Trichoderma sp. e reportou a presença de S. rofsii. em amostras de
plantas de tomate e pimentão da zona de Yaguachi.
O gênero Sclerotium foi descrito por Saccardo, no ano 1891, (PUNJA,
1985) e é formado por fungos com micélio estéril, sem produção de esporos, mas formam
diferentes tipos de estruturas fúngicas duras e resistentes os chamados escleródios. Esse fungo
é uns dos mais importantes no mundo, pela ampla gama de hospedeiras e distribuição
ecológica (PUNJA; RAHE, 1992). Na cultura de pimentão causa murcha, tombamento e
podridões e tem sido reportado em manuais especializados (BLACK et al., 1993; PERNEZNY
et al., 2009).
A obtenção dos sintomas produzidos por S. rolfsii no teste de
patogenicidade conduzido neste trabalho, assemelham-se com os resultados de Gonzales et al.
(2008), em milho, que inocularam sementes com discos de meio de cultura contendo micélio e
esclerócios. Também Galmarini et al. (2010) obtiveram sintomas em plântulas de orquídeas
inoculadas com Sclerotium. Punja (1985) inferiu que a diferença na virulência entre isolados
de S. rolfsii estava associada ao rápido crescimento e à produção de grande quantidade de
endo-poligalactunorase e ácido oxálico.
De acordo aos resultados obtidos, constatou-se que a doença “pata
seca”, pode ser atribuída principalmente a S. rolfssi. Essa informação é muito importante para
os agricultores e extensionistas de pimentão da província de Guayas, pois até então não se
conhecia o verdadeiro agente causal da doença pela inexistência de comprovação científica.
Desta maneira, associam os sintomas de “pata seca” com os causados por P. capsici, que é um
patógeno comum na região serrana, e adotam medidas de controle indicados para podridões
causadas por P. capsici que, muitas vezes, é ineficaz para o controle da “pata seca”.
33
6.4. Ocorrência de viroses e identificação de vírus em pimentão
A ocorrência de viroses foi observada em 14 plantios de pimentão
(65,2%), com incidência variada de 9,6 a 61,2% de plantas doentes (Tabela 3).
Muitos locais onde é desenvolvida a cultura de pimentão, também são
cultivados arroz de inverno, tomate e melão. Existem nas proximidades desses locais grandes
extensões com o cultivo de bananeira e cana-de-açúcar. Além disso, no levantamento efetuado
em 2013 constatou-se muitas áreas cultivadas com tabaco, próximas às de pimentão. O cultivo
de tabaco é financiado por empresas que oferecem assistência técnica, equipamentos, insumos
e ajuda financeira, tornando-o atraente, em relação a outras culturas agrícolas, aos agricultores
da região. O cultivo de fumo próximo a de pimentão favorece maior ocorrência de doenças
causadas por vírus, pois muitos deles são comuns a essas culturas, além da movimentação de
insetos entre as culturas, que podem transmiti-los (Figura 3).
34
Tabela 3. Levantamento de viroses em plantios comerciais de pimentão na zona de Yaguachi-
Equador, em áreas amostradas em 2013 e 2014.
Nomes dos produtores Locais da Paróquia Yaguachi-Viejo
Tipo de sementes Incidência por virus (%)
Sr. Santiago Castro Recinto Las Palmas, Taura Salvador, Quetzal, Nathalie
9,6
Sr. Jorge Naranjo Parroquia Mariscal Sucre 0Sr. Wellington Suárez Manobanda
Parroquia Mariscal Sucre0
Sr. Briones Meza Recinto Vuelta Larga Salvador e mistura de sementes recicladas
23,3
Sr. George Cedeño Vía Vuelta Larga, Yaguachi Salvador 32,8Sr. Jorge Armijos San Fernando, Coné Quetzal, Salvador 61,2Sr. Absalón Salazar San Fernando, Coné Quetzal 29,4Sr. Productor do camino Salvador 0,0Sr. Pedro Navarrete Recinto Inmaculada, Yaguachi Quetzal 34,4
Sr. Francisco Navarrete Recinto Inmaculada, Yaguachi Quetzal
Sr. Pedro Navarrete Recinto Inmaculada, Yaguachi Quetzal 10,7
Sr. Anthoni Navarrete Recinto Inmaculada, Yaguachi Quetzal 27,8
Sr. Luis Arteaga de PSE Provincia de Santa Elena. Comuna el azúcar
Nathalie0
Sr. Hugo Maridueña Comuna el Azúcar Nathalie 0,0Sr. Adríán Técnico Comuna el Azúcar Quetzal 0,0Sr. Omar Asencio Comuna San Rafael Semilla de MAGAP 0,0
Sr. Angel Arriega Coop. 22 de Abril, RecintoVuelta Larga Nathalie
33,2
Sr. Daniel Zambrano Vía Vuelta Larga, Yaguachi Salvador 13,4
Sr. Jhon Cedeño Vía Vuelta Larga, YaguachiSalvador
20,9
Sr. Santos Miranda Vía Vuelta Larga, YaguachiQuetzal
26,7
Sres. Hnos Vera Sector Coop. 22 de abril Salvador
17,5
Sr. Luis Coloma Vía a San Fernando Salvador 0Sr. Alfredo Coloma Via a San Fernando Quetzal 12,5
35
Outro ponto relevante a ser considerado é a existência de cultivos de
pimentão com diferentes estádios de desenvolvimento na mesma área. Os plantios mais velhos
servem de fonte de inóculo de vírus para os plantios mais novos, além de propiciar a
manutenção de altas populações de insetos vetores.
Figura 6. Visão geral de cultivo de pimentão próximo a de tabaco e plantas de pimentão com
sintomas de viroses.
Conforme informações de empresas produtoras ou distribuidoras de
sementes de pimentão, o híbrido Nathalie possui resistência aos vírus TMV, PVY, PeMoV,
TEV e PMMV (SYNGENTA, 2015), o híbrido Quetzal apresenta resistência aos vírus TMV,
PVY, TEV, PepMoV e TomaboPo (SEMILLAS MAGNA, 2015) e o híbrido Salvador possui
resistência apenas ao PVY (Jorge Hassegawa, Monsanto do Brasil, informação pessoal).
A utilização de sementes recicladas dos referidos híbridos pelos agricultores favorece a
ocorrência de viroses em campo, causadas pelos vírus que os híbridos são resistentes, devidoà
segregação gênica para a resistência, e também pode ocorrer a perpetuação daqueles vírus
disseminados por sementes, vindo ao encontro das informações relatadas por Echer e Costa
(2002) e Ali e Kobaishi (2010).
Conforme os resultados apresentados na Tabela 4, não se contatou
a presença de CMV, TMV, ToMV, TSWS, PVY e vírus do grupo Potyvirus nas plantas
analisadas dos híbridos Quetzal e Nathalie, exceção ao híbrido Nathalie, neste que foi
detectada a presença apenas de CMV, no ensaio conduzido no CENAE-ESPOL.
No ensaio conduzido em Vuelta Larga, esses vírus não foram
detectados nas plantas analisadas de ambos híbridos. Já nas amostras de plantas oriundas
36
de área comercial do produtor Jorge Armijos, provenientes de sementes recicladas dos
híbridos Salvador e Quetzal, foram constatadas as presenças de CMV e grupo Potyvirus
(Tabela 4), conforme as técnicas sorológicas utilizadas.
Tabela 4. Identificação de vírus em plantas de pimentão obtidas em campo nos anos de 2013 e
2014, com uso das técnicas DAS-ELISA e COMPOUND-ELISA.
Determinação do vírus
(DAS-ELISA) Determinação do vírus (COMPOUND-ELISA)
Detalhes das amostras CMV TMV ToMV TSWV POTY (POTY GROUP) Ensaio CENAE Híbrido Quetzal - - - - - Híbrido Nathalie + - - - - Ensaio Volta Larga Híbrido Quetzal - - Híbrido Nathalie - - Sementes do produtor Salvador + + Quetzal + +
+= reação positiva -= reação negativa
O emprego das técnicas de DAS-ELISA e Compound-ELISA são úteis,
por sua sensibilidade, para a determinação de vírus em plantas, conforme Clark e Adams
(1977) e Voller et al. (1977). Desde então, muitos centros internacionais, como por exemplo, o
Centro Internacional da Batata, têm empregado essas técnicas com eficácia (SALAZAR,
1990).
A constatação desses vírus nas amostras de plantas analisadas demonstra
a necessidade da utilização de híbridos de pimentão com resistência a esses vírus. Visto que os
híbridos Quetzal, Nathalie e Salvador não possuem resistência ao CMV e ao grupo Potyvirus
(SEMILLAS MAGNA, 2015, SYNGENTA, 2015; Jorge Hassegawa, Monsanto do Brasil,
informação pessoal).
37
Além da resistência oferecida pelos híbridos de pimentão aos diferentes
vírus que ocorrem no Equador, é necessária a conscientização dos agricultores em utilizarem
sementes comerciais e não recicladas, devida à sanidade e segregação gênica a muitas
características, dentre elas a resistência às diversas doenças.
6.5. Controle da “pata seca” em campo
Não foram constatadas diferenças na incidência de plantas de pimentão
com a doença “pata seca” nos dois experimentos, em função dos tratamentos utilizados nos
híbridos Quetzal e Nathalie. Houve diferença no número de frutos produzidos por planta
(ensaio ESPOL) ou por parcela (ensaio Vuelta Larga), com maior produção em Kg/parcela, na
presença do tratamento químico técnico (Tabela 5).
Embora haja resultados satisfatórios em condições de inoculação
artificial, em experimentos conduzidos em vaso, em condições de casa-de-vegetação, sobre a
eficácia da aplicação de carbendazim + mancozeb ou de T. viride, em plantas de pimentão no
controle de podridão causada por S. rolfsii (MADHAVI e BHATTIPROLU, 2011); aplicação
de benomyl, carbendazim, procloraz, fludioxonil ou bronoconazole, em mudas de tomateiro
para o controle da murcha-de-fusário, causada por F. oxysporumf. sp. lycopersici (AMINI e
SIDOVICH, 2010); controle moderado de podridões radiculares causadas por vários fungos
(mistura de inóculo de F. solani, F. oxysporum, R. solani, S. rolfsii, Macrophominaphaseolina
e Pythiyum sp.) em mudas de pimentão, por T. viride ou T. harzianum (ABDEL-KADER et
al., 2012); aplicação de fosetil alumínio em mudas de tomateiro para o controle da podridão
radicular, causada por P. capsici (FERNANDEZ-HERRERA et al. 2007), os resultados aqui
observados para os dois ensaios de campo, com os tratamentos utilizados, não comprovaram
essa eficácia.
38
Tabela 5. Ação de diferentes tratamentos na base das plantas de pimentão sobre a incidência
de “pata seca” e sobre alguns parâmetros agronômicos de pimentão híbridos Quetzal e
Nathalie. 2013.
Ensaio ESPOL N° de plantas
com “pata
seca”
No.fruto
comercial/planta
Produção
(Kg/parcela)
Tratamentoa
Tratamento químico agricultor (TQA) 7,92 ab 3,07 ab 8,61 ab
Tratamento químico técnico (TQT) 7,17 a 3,50 a 9,76 a
Tratamento ecológico (TE) 8,00 a 2,89 ab 8,09 ab
Híbrido Quetzal 7,42 a 2,80 a 7,82 a
Híbrido Nathalie 8,42 a 3,18 a 8,89 a
C.V. (%) 39,65 28,77 28,66
Ensaio Vuelta Larga N° de plantas
com “pata
seca”
No.fruto
comercial/planta
Produção
(Kg/parcela)
Tratamento
Tratamento químico agricultor (TQA) 3,25 a 4,74 a 16,79 a
Tratamento químico técnico (TQT) 2,67 a 5,69 a 22,65 a
Tratamento ecológico (TE) 2,92 a 4,86 a 21,96 a
Híbrido Quetzal 2,75 a 5,07 a 22,69 a
Híbrido Nathalie 3,25 a 5,26 a 20,26 a
C.V; (%) 42,60 22,05 38,99
aTQA = sulfato de cobre + fosetil alumínio; TQT = iprodione + clorotalonil; TE = T. harzianum + T.koingii; TES = água bMédias seguidas de mesmas letras na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey a 5%.
A inexistência de diferença significativa entre os tratamentos aqui
avaliados pode ser atribuída à condução das plantas até a fase de colheita, diferente dos
39
resultados das pesquisas desenvolvidas por Fernandez-Herrera et al. (2007), Amini e Sidovich
(2010), Madhavi e Bhattiprolu (2011) e Abel-Kadar et al. (2012) que avaliaram os sintomas
nas mudas das diferentes plantas, por um período relativamente pequeno, em condições
controladas. Além disso, ao longo do tempo em que foram conduzidos os ensaios no campo,
os produtos aplicados sofreram degradação e, provavelmente, aquele(s) que teve (tiveram)
maior(es) persistência(s) atua(ram) no controle do(s) fungo(s) ali presente(s) que poderia
explicar a maior quantidade de frutos comerciais nos dois ensaios e maior produção (ensaio
ESPOL) para o tratamento químico técnico (iprodione + clorotalonil).
Para iprodione, Perez-Moreno et al. (2009) observaram a ação desse
produto na redução do crescimento micelal e na produção de escleródios de S. rolfsii oriundo
de pimentão, o que indica a potencialidade desse fungicida no controle desse patógeno.
Maringoni et al. (1992) observaram a eficácia de iprodione, em tratamento de sementes de
feijão, para o controle do tombamento causado por R. solani, além da ação desse fungicida em
reduzir o crescimento micelial desse fungo in vitro.
Segundo Rodrigues (2006), fosetil alumínio é recomendado para o
controle de oomicetos (Phytophthora spp., Pythium spp., Plasmopara spp. e Bremia sp.)
agentes causais de doenças em várias culturas. Fernandez-Herrera et al. (2007) reportaram a
eficácia desse produto no controle de podridão radicular, causada por P. capsici, em mudas de
tomateiro. Em condições in vitro, fosetil alumínio apresentou baixa ação inibitória a S. rolfsii
(VIRUPAKSHA, 2003).
6.6. Sensibilidade in vitro de Fusarium spp. e S. rolfsii de pimentão a fungicidas
Observa-se diferença na sensibilidade dos isolados de S. rolfsii e
Fusarium spp. aos fungicidas ensaiados (Tabelas 6 e 7). Os isolados de S. rolfsii apresentaram
maior sensibilidade ao tebuconazole, moderada sensibilidade ao benomil e iprodione e baixa
sensibilidade ao fosetil alumínio, clorotalonil e metalaxil+ propanocarb, conforme os valores
da faixa da DL50 por eles apresentados (tabela 6). Os isolados de Fusarium spp. apresentaram
moderada sensibilidade aos fungicidas tebuconazole e benomil e baixa sensibilidade a
40
iprodione, fosetil alumínio, clorotalonil e metalaxil +propanocarb, conforme os valores da
faixa da DL50 por eles apresentados (Tabela 7).
Pesquisas desenvolvidas com S. rolfsii apontaram sua sensibilidade in
vitro a tebuconazole (BRENNEMAN et al., 1991; PEREZ-MORENO et al., 2009;
MADHAVI e BHATTIPROLU, 2011; DAS et al., 2014), clorotalonil e iprodione
(GANESHAN, 1997) e baixa sensibilidade a benomil (ARAUJO e CARVALHO, 1988;
MADHAVI e BHATTIPROLU, 2011), metalaxil (RATHER et al., 2012) e fosetil alumínio
(PRABHU e HIREMATH, 2003). Os resultados aqui obtidos concordam com os diferentes
autores e produtos por eles avaliados, exceções feitas ao clorotalonil, pois os isolados de S.
rolfisii aqui ensaiados apresentaram baixa sensibilidade, e ao benomil, eles foram sensíveis.
Para fungos do gênero Fusarium, há relatos de vários trabalhos com
diferentes espécies desse gênero, quanto a sensibilidade in vitro a fungicidas. F. graminearum,
patogênico a trigo, apresentou alta sensibilidade a tebuconazole (AVOZANI et al; 2014); F.
solani, patogênico a algodoeiro (CHATTANNAVAR et al., 2006), F. oxysporum f. sp.
lycopersici, patogênico a tomateiro (AMINIE e SIDOVICH, 2010) e F. palledoroseum,
patogênico a mamona (MAMZA et al., 2008) foram sensíveis a benomil; F. avenaceum,
patogênico ao crisântemo, foi sensível a iprodione (KOPACKI e WAGNER, 2006) e
F.oxysporum f. sp. pini, patogênico a Abies pindrow, apresentou moderada sensibilidade a
clorotalonil (DAR et al., 2013). Esses resultados vão ao encontro aos resultados aqui obtidos
para os isolados de F. oxysporum e F. solani de pimentão, exceção feita ao clorotalonil pois
eles apresentaram baixa sensibilidade (Tabela 7).
Embora o benomil não seja mais registrado no Brasil pra uso na
agricultura, desde o 2002 (Rodrigues, 2006) ele não encontra-se em uso na floricultura no
Equador (AGROCALIDAD, 2014) e os isolados de S. rolfsii e Fusarium spp. de pimentão
aqui ensaiados foram sensíveis a esse fungicida.
41
Tabela 6. Porcentagem média de inibição do crescimento micelial in vitro de isolados de
Sclerotium rolfsii. de pimentão a fungicidas em diferentes concentrações.
Isolado de Scl-1 Concentração (ppm) Faixa de
DL50 (ppm)
10 100 1,000 10,000 Tebuconazole 99,45 79,99 96,09 98,89 < 10 Benomil 1,67 98,89 100 100 10 - 100 Iprodione 4,17 64,72 100 100 10 - 100 Fosetil Aluminio 19,45 15,28 13,06 87,22 1,000-10,000Cloratalonil 0,00 0,00 8,34 36,95 >10,000 Metalaxil+propacarb 0,00 0,00 0,00 1,39 >10,000
Isolado Scl-2 Concentração (ppm) Faixa de
DL50 (ppm)
10 100 1,000 10,000 Tebuconazole 76,95 90,78 100 100 < 10 Benomil 0,00 98,89 100 100 10 - 100 Iprodione 8,33 47,50 96,39 100 100-1,000 Fosetil Aluminio 0,00 2,78 0,00 77,78 1,000 -10,000Cloratalonil 2,78 2,78 34,72 30,44 >10,000 Metalaxil+Propacarb 2,78 0,00 0,00 0,00 >10,000
42
Tabela 7. Porcentagem média de inibição do crescimento micelial in vitro de isolados de
Fusarium spp. de pimentão a fungicidas em diferentes concentrações.
Isolado F-1 Concentração (ppm) Faixa de
ED50 (ppm)
10 100 1,000 10,000 Tebuconazole 41,11 78,61 100 96,67 10-100 Benomil 5,56 77,23 98,34 100 10-100 Iprodione 36,11 43,89 55,56 63,74 100-1,000 Fosetil Aluminio 8,89 5,56 6,95 21,67 >10,000 Cloratalonil 12,50 18,06 54,44 67,12 100-1,000Metalaxil+Propacarb 0,00 2,78 25 18,06 >10,000
Isolado F-2 Concentração (ppm) Faixa de
ED50 (ppm)
10 100 1,000 10,000 Tebuconazole 29,17 84,44 100 100,00 10 - 100 Benomil 1,39 51,67 80,56 93,33 10-100 Iprodione 38,33 43,33 45,84 56,67 100 - 1000 Fosetil Aluminio 0,00 2,78 37,50 2,78 >10,000 Cloratalonil 5,56 9,73 40,28 58,34 1,000-10,000Metalaxil+Propacarb 0,00 1,39 0,00 20,00 >10,000
43
Figura 7. Ação dos fungicidas tebuconazole e metalaxil+propanocarb (Supremo®) no
crescimento micelial in vitro de Sclerotium rolfsii (Scl-1) e Fusarium oxysporum (F-1) do
pimentão.
Esses resultados comprovam a ineficácia do tratamento químico feito
pelos agricultores do Equador, visando ao controle da “pata seca”, uma vez que utilizam
fosetil alumínio e metalaxil + propanocarb, cujos produtos possuem ação pricipalmente a
oomicetos (RODRIGUES, 2006) e não a S. rolfsii e Fusarium spp. Uma das razões
determinantes para isso, é desconhecimiento do agente causal da “pata seca”, seguindo e
adotando medidas sem fundamento científico. É neccesário estabelecer um programa de
manejo fitosanitário que não só implique o uso de agrotóxicos, e sim um conjunto de medidas
técnicas, que aplicadas conjuntamente trarão melhores resultados para a produtividade e
qualidade da cultura de pimentão no Equador.
44
7. CONCLUSÕES
a) A doença “pata seca” ocorre de forma sistemática nos plantios comerciais de pimentão nas
regiões amostradas no Equador;
b) Sclerotium rolfsii foi o principal agente etiológico da “pata seca” em plantios de pimentão;
c) A aplicação de iprodione + clorotalonil no colo de plantas de pimentão proporcionou o
maior número de frutos e produção dos híbridos Nathalie e Quetzal, em condições de campo;
d) Isolados de S. rolfsii de pimentão apresentaram sensibilidade in vitro aos fungicidas
tebuconazole, benomil e iprodione e baixa sensibilidade a fosetil alumínio, clorotalonil e
metalaxil + propanocarb.
e) Isolados de F. oxysporum e F. solani de pimentão apresentaram sensibilidade in vitro aos
fungicidas tebuconazole, benomil e baixa sensibilidade a iprodione, fosetil alumínio,
clorotalonil e metalaxil + propanocarb.
f) Há a ocorrência sistemática de viroses nos plantios comerciais de pimentão nas regiões
amostradas no Equador e isso se deve à suscetibilidade dos materiais e ao uso de sementes
recicladas.
45
8. REFERÊNCIAS
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