universidade estadual “jÚlio de mesquita … · minha esposa elsa fuentes e meus filhos daniela,...

59
UNIVERSIDADE ESTADUAL “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS CAMPUS DE BOTUCATU DOENÇAS DO PIMENTÃO EM REGIÕES PRODUTORAS DO EQUADOR: IDENTIFICAÇÃO E MANEJO DA “PATA SECA” E OCORRÊNCIA DE VIROSES MIGUEL ANGEL QUILAMBAQUI JARA Tese apresentada à Faculdade de Ciências Agronômicas da UNESP–Campus de Botucatu, para obtenção do título de Doutor em Agronomia (Proteção de Plantas). BOTUCATU-SP Junho – 2015

Upload: nguyenxuyen

Post on 20-Sep-2018

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: UNIVERSIDADE ESTADUAL “JÚLIO DE MESQUITA … · minha esposa Elsa Fuentes e meus filhos Daniela, Miguel Angel e Juan Pablo; Ao convênio AUIP-UNESP, pela imensa oportunidade outorgada

UNIVERSIDADE ESTADUAL “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”

FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS

CAMPUS DE BOTUCATU

DOENÇAS DO PIMENTÃO EM REGIÕES PRODUTORAS DO EQUADOR:

IDENTIFICAÇÃO E MANEJO DA “PATA SECA” E OCORRÊNCIA DE

VIROSES

MIGUEL ANGEL QUILAMBAQUI JARA

Tese apresentada à Faculdade de Ciências

Agronômicas da UNESP–Campus de Botucatu,

para obtenção do título de Doutor em

Agronomia (Proteção de Plantas).

BOTUCATU-SP

Junho – 2015

Page 2: UNIVERSIDADE ESTADUAL “JÚLIO DE MESQUITA … · minha esposa Elsa Fuentes e meus filhos Daniela, Miguel Angel e Juan Pablo; Ao convênio AUIP-UNESP, pela imensa oportunidade outorgada

UNIVERSIDADE ESTADUAL “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”

FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS

CAMPUS DE BOTUCATU

DOENÇAS DO PIMENTÃO EM REGIÕES PRODUTORAS DO EQUADOR:

IDENTIFICAÇÃO E MANEJO DA “PATA SECA” E OCORRÊNCIA DE

VIROSES

MIGUEL ANGEL QUILAMBAQUI JARA

Orientador: Prof. Dr. Antonio Carlos Maringoni

Tese apresentada à Faculdade de Ciências

Agronômicas da UNESP – Campus de

Botucatu, para obtenção do título de Doutor em

Agronomia (Proteção de Plantas).

BOTUCATU-SP

Junho – 2015

Page 3: UNIVERSIDADE ESTADUAL “JÚLIO DE MESQUITA … · minha esposa Elsa Fuentes e meus filhos Daniela, Miguel Angel e Juan Pablo; Ao convênio AUIP-UNESP, pela imensa oportunidade outorgada

FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA SEÇÃO TÉCNICA DE AQUISIÇÃO E TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO – DIRETORIA TÉCNICA DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - UNESP – FCA – LAGEADO – BOTUCATU (SP) Quilambaqui Jara, Miguel Angel, 1968- Q6d Doenças do pimentão em regiões produtoras do Equador:

identificação e manejo da “pata seca” e ocorrência de viro-ses / Miguel Angel Quilambaqui Jara. – Botucatu : [s.n.], 2015

vi, 51 f. : fots. color., ils. color., grafs. color., tabs. Tese (Doutorado) - Universidade Estadual Paulista, Fa- culdade de Ciências Agronômicas, Botucatu, 2015 Orientador: Antonio Carlos Maringoni Inclui bibliografia 1. Pimentão – Doenças e pragas. 2. Viroses das plantas -

Controle. 3. Defensivos vegetais. I. Maringoni, Antonio Car-los. II. Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Câmpus de Botucatu). Faculdade de Ciências Agronômi-cas. III. Título.

Page 4: UNIVERSIDADE ESTADUAL “JÚLIO DE MESQUITA … · minha esposa Elsa Fuentes e meus filhos Daniela, Miguel Angel e Juan Pablo; Ao convênio AUIP-UNESP, pela imensa oportunidade outorgada
Page 5: UNIVERSIDADE ESTADUAL “JÚLIO DE MESQUITA … · minha esposa Elsa Fuentes e meus filhos Daniela, Miguel Angel e Juan Pablo; Ao convênio AUIP-UNESP, pela imensa oportunidade outorgada

III  

AGRADECIMENTOS

A Deus, pela vida, pelo trabalho, pelo esforço e bem-estar com

minha esposa Elsa Fuentes e meus filhos Daniela, Miguel Angel e Juan Pablo;

Ao convênio AUIP-UNESP, pela imensa oportunidade outorgada na

concessão da Bolsa de Estudo de Doutorado em Proteção de Plantas, que estarei por

sempre agradecido;

À Escola Superior Politécnica do Litoral (ESPOL), pelo apoio e

todas as facilidades oferecidas para a realização e condução dos trabalhos;

Ao Professor Dr. Antonio Carlos Maringoni, excelente orientador da

UNESP, por sua amizade, seu humanismo, seus conselhos e toda a ajuda na culminação

dos estudos de doutorado no Brasil.

A todos os Professores do Programa de Pós-Graduação em

Agronomia (Proteção de Plantas), pela acolhida, assim como seus ensinamentos e

conhecimentos compartilhados na minha formação profissional e acadêmica;

Ao pessoal da Reitoria-UNESP e da Pós Graduação da FCA-

UNESP, pela ajuda na culminação dos estudos de doutorado;

Aos produtores e técnicos do Equador, dedicados a produzir

hortaliças para os equatorianos;

A todos os amigos e conhecidos do Brasil e Equador, que

compartilharam da sua amizade e que com ela me ajudaram a ser melhor cada dia;

Ao Professor e amigo Eison Valdiviezo, pela ajuda e auxílio nas

análises estatísticas desta pesquisa.

AGRADEÇO

Page 6: UNIVERSIDADE ESTADUAL “JÚLIO DE MESQUITA … · minha esposa Elsa Fuentes e meus filhos Daniela, Miguel Angel e Juan Pablo; Ao convênio AUIP-UNESP, pela imensa oportunidade outorgada

IV  

SUMÁRIO

ÍNDICE DE TABELAS ............................................................................................... VI

ÍNDICE DE FIGURAS ................................................................................................ VII

1. RESUMO ................................................................................................................. 1

2. SUMMARY ............................................................................................................. 3

3. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 5

4. REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................ 7

4.1. Aspectos agronômicos da cultura do pimentão no Equador ................................. 7

4.2. Principais doenças do pimentão ............................................................................ 10

4.2.1. Fungos associados à podridão radicular, podridão de colo e murchas na cultura de pimetão......................................................................................................... 114.2.2. Principais vírus na cultura de pimentão.............................................................. 13

4.3. Possibilidade de manejo da “pata seca” em pimentão .......................................... 14

5. MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................................... 16

5.1. Levantamento das principais doenças em pimentão ............................................. 16

5.2. Isolamento de fungos associados à doença “pata seca” do pimentão ................... 18

5.3. Teste de patogenicidade de fungos isolados de plantas de pimentão com

sintomas de “pata” seca”............................................................................................... 18

5.4. Controle de doença “pata seca” em pimentão em condições de campo............................................................................................................................ 205.5. Sensibilidade in vitro de Fusarium spp. e S. rolfsii de pimentão a fungicidas........... 22

5.6. Identificação de vírus de pimentão 22

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 24

6.1. Levantamento das principais doenças “pata seca” em pimentão........................... 24

6.2. Identificação do(s) agentes) etiológico(s) da “pata” seca...................................... 27

6.3. Patogenicidade de isolados de Fusarium spp. e S. rolfsii em plântulas de

pimentão .....................................................................................................................

30

6.4. Ocurrência de viroses e identificação de vírus em pimentão................................

6.5. Controle da “pata seca” em campo pimentão........................................................

33

37

6.6. Sensibilidade in vitro de Fusarium spp. e S. rolfsii de pimentão a fungicidas...... 39

7. CONCLUSÕES .................................................................................................... 44

8. REFERÊNCIAS....................................................................................................... 45

Page 7: UNIVERSIDADE ESTADUAL “JÚLIO DE MESQUITA … · minha esposa Elsa Fuentes e meus filhos Daniela, Miguel Angel e Juan Pablo; Ao convênio AUIP-UNESP, pela imensa oportunidade outorgada

V  

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1. Isolados fúngicos obtidos de plantas de pimentão com sintomas de pata

seca submetidos ao teste de patogenicidade ................................................................. 19

Tabela 2. Levantamento de doença “pata seca” em plantios comerciais de pimentão

na zona de Yaguachi, Equador, em áreas amostradas em 2013 e 2014 ....................... 26

Tabela 3. Levantamento de doença “pata seca” em plantios comerciais de pimentão

na zona de Yaguachi, Equador, em áreas amostradas em 2013 e 2014 ....................... 34

Tabela 4. |Identificação de vírus de pimentão obtidas em campos nos anos 2013 e

2014, com uso das técnicas DAS-ELISA e COMPUND-ELISA................................

Tabela 5. Ação de diferentes tratamentos na base das plantas de pimentão sobre a

incidência de “pata seca” e sobre alguns parâmetros agronômicos de pimentão

híbridos Quetzal e Nathalie. 2013 ................................................................................

36

38

Tabela 6. Porcentagem média de inibição do crescimento micelial in vitro de

isolados de S. rofsii de pimentão a fungicidas em diferentes concentrações ............... 41

Tabela 7. Porcentagem média de inibição do crescimento micelial in vitro de

isolados de Fusarium spp. de pimentão a fungicidas em diferentes concentrações .... 42

Page 8: UNIVERSIDADE ESTADUAL “JÚLIO DE MESQUITA … · minha esposa Elsa Fuentes e meus filhos Daniela, Miguel Angel e Juan Pablo; Ao convênio AUIP-UNESP, pela imensa oportunidade outorgada

VI  

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1. Diversidade em Capsicum spp. (BOSLAND, 1996). ................................... 8

Figura 2. Principais culturas agrícolas em Yaguachi, Equador (GAD, 2012). ............ 17

Figura 3. Sintomatologia de “pata seca em pimentão”

Figura 4. Plantas de pimentão inoculadas com Sclerotium sp. ..................... .............

28

30

Figura 5. Incidência de plantas de pimentão morta devida a inoculação com isolados

de Sclerotium sp. e Fusarium spp................................................................................

31

Figura 6. Visão geral de cultivo de pimentão próximo a de tabaco e plantas de

pimentão com sintomas de viroses......................................................................................

35

Figura 7.  Ação dos fungicidas tebuconazole e metalaxil+propanocarb (Supremo®)

no crescimento micelial de Sclerotium sp. (isolado Scl-1) e Fusarium oxysporum

(F-1) do pimentão........................................................................................................

43

Page 9: UNIVERSIDADE ESTADUAL “JÚLIO DE MESQUITA … · minha esposa Elsa Fuentes e meus filhos Daniela, Miguel Angel e Juan Pablo; Ao convênio AUIP-UNESP, pela imensa oportunidade outorgada

 

1. RESUMO

A cultura do pimentão (Capsicum annuum L.) tem elevada

importância econômica e social para o Equador. Vários fatores têm contribuído para a baixa

produtividade dessa cultura no país e dentre eles destacam-se as doenças de diversas

etiologias. Poucas informações sobre a ocorrência de doenças nessa cultura estão disponíveis

nas para as condições equatorianas. Neste trabalho foi realizado levantamento da ocorrência

da doença “pata seca” e de viroses na cultura do pimentão, em plantios comerciais, durante

anos de 2013 e 2014; a identificação dos agente(s) causal(ais) da “pata seca”; avaliações do

eficácia da pulverização da aplicação de produtos fitossanitários (sulfato de cobre + fosetil

alumínio; iprodione + clorotalonil; Trichoderma harzianum + T. koingii) em condições de

campo, no controle da doença nos híbridos Nathalie e Quetzal e a sensibilidade in vitro do(s)

patógeno(s) dessa doença a fungicidas (tebuconazole, benomil, clorotalonil, fosetil alumínio,

iprodione, metalaxil + propanocarb e tebuconazole). A “pata seca” foi constatada em um

79,2% das propriedades, com incidência entre 5% a 53,6%, em quanto as viroses, foram

detectada em 62,5% das propriedades, com incidência entre 9,6% a 61,2%. Os fungos S.

clerotium rolfsii e Fusarium spp. foram isolados com maior freqüência das plantas com

sintomas de “pata seca”. Entretanto, S.rolfsii foi mais virulento, sendo considerado o principal

agente causal da doença “pata seca”. Não foi observada diferença dos produtos fitossanitários,

aplicados no colo das plantas, na incidência de “pata seca”, nos dois ensaios realizados em

Page 10: UNIVERSIDADE ESTADUAL “JÚLIO DE MESQUITA … · minha esposa Elsa Fuentes e meus filhos Daniela, Miguel Angel e Juan Pablo; Ao convênio AUIP-UNESP, pela imensa oportunidade outorgada

 

campo. A aplicação de iprodione + clorotalonil propiciou uma maior quantidade de frutos

comerciais nos dois ensaios e uma maior produção em um dos ensaios. Os Isolados de S.

rolfsii apresentaram maior sensibilidade aos fungicidas tebuconazole, benomil e iprodione,

enquanto os isolados de Fusarium spp. a tebuconazole e benomil.

___________________

Palavras chave: Capsicum annuum L, pata seca, virose, controle

Page 11: UNIVERSIDADE ESTADUAL “JÚLIO DE MESQUITA … · minha esposa Elsa Fuentes e meus filhos Daniela, Miguel Angel e Juan Pablo; Ao convênio AUIP-UNESP, pela imensa oportunidade outorgada

 

PEPPER DISEASES IN REGIONS OF ECUADORPRODUCERS:

IDENTIFICATION AND MANAGEMENT OF "PATA SECA" AND

OCCURRING VIRUSES. Botucatu, 51 p. Tese (Doutorado em Agronomia - Proteção

de Plantas) - Faculdade de Ciências Agronômicas, Universidade Estadual Paulista.

Author: Miguel Angel Quilambaqui Jara

Adviser: Prof. Dr. Antonio Carlos Maringoni

2. SUMMARY

Sweet pepper (Capsicum annuum L.) has high economic and

social importance for Ecuador. Several factors have contributed to the low productivity of

this crop in the country and among them there are the diseases of different etiologies.

Little information on the occurrence of diseases in this culture is available to the

Ecuadorian conditions. This study was carried out survey of the occurrence of the disease

"pata seca" and viruses in sweet pepper in commercial plantations, during the years 2013

and 2014; the identification of the agent (s) causal (es) of “pata seca”; evaluations of the

effectiveness of spray application of pesticides (copper sulfate + fosetyl aluminum,

iprodione + chlorothalonil; Trichoderma harzianum + T. koingii) in field conditions in

controlling the disease in hybrid Nathalie and Quetzal and in vitro sensitivity ( s)

pathogen (s) of the disease to fungicides (tebuconazole, benomyl, chlorothalonil, fosetyl

aluminum, iprodione, metalaxyl + propanocarb and tebuconazole). The "pata seca" was

found in a 79.2% of the properties, with an incidence of 5% to 53.6%, as in the viruses

were detected in 62.5% of the properties, with an incidence of 9.6% to 61.2%. The fungus

Sclerotium rolfsii and Fusarium spp. were isolated more frequently plants with symptoms

of “pata seca”. However, S. rolfsii was more virulent, being considered the main causative

agent of the disease "pata seca”. There was no difference of pesticides applied in the base

of the plants, the incidence of “pata seca” in the two trial carried out in the field. The

application of iprodione + chlorothalonil provided a larger amount of fruits in the two

Page 12: UNIVERSIDADE ESTADUAL “JÚLIO DE MESQUITA … · minha esposa Elsa Fuentes e meus filhos Daniela, Miguel Angel e Juan Pablo; Ao convênio AUIP-UNESP, pela imensa oportunidade outorgada

 

commercial assays and greater production of the tests. The isolates of S. rolfsii showed

greater sensitivity to tebuconazole fungicides, benomyl and iprodione in as isolates of

Fusarium spp. the tebuconazole and benomyl.

_______________

Keywords: Capsicum annuum, foot rot, virus, control

Page 13: UNIVERSIDADE ESTADUAL “JÚLIO DE MESQUITA … · minha esposa Elsa Fuentes e meus filhos Daniela, Miguel Angel e Juan Pablo; Ao convênio AUIP-UNESP, pela imensa oportunidade outorgada

 

3. INTRODUÇÃO

O pimentão (Capsicum annuum L.) é uma hortaliça de importância

mundial por seu uso na dieta alimentícia como alimento fresco e desidratado e especialmente

em conserva, o qual é exportado pelo Equador em pequenas quantidades aos Estados Unidos,

Europa e Ásia (PROECUADOR, 2013).

No Equador, as áreas de produção de pimentão estão em incremento

desde 1997, e desde esse ano o consumo aparente aumentou. Existem dois tipos de produtores,

um que produz pimentão verde para consumo interno e outro que produz pimentão para a

exportação (HOLGUIN, 2002).

Existem 5,704 ha dessa olerícola produzida por pequenos e médios

produtores, com áreas entre 1 a 10 ha, no modelo de produção familiar, que contribui para o

desenvolvimento da economia local, evitando a migração e gerando pequenas empresas em

diversas localidades no Equador. As principais localidades cultivadas com pimentão no

Equador são Guayas, Península de Santa Elena, Loja, Manabí e vales quentes da serra (FAO,

2012).

Estima-se que a produção nacional fica em torno de 4.425 t e com

produtividade de 3,17 t/ha (FAOSTAT, 2013). Essa produtividade é baixa, quando é

comparada com outros países, e é devido a vários fatores, incluindo o emprego de sementes e

Page 14: UNIVERSIDADE ESTADUAL “JÚLIO DE MESQUITA … · minha esposa Elsa Fuentes e meus filhos Daniela, Miguel Angel e Juan Pablo; Ao convênio AUIP-UNESP, pela imensa oportunidade outorgada

 

híbridos/cultivares não adequados, densidade de plantio não apropriado, adubação e controles

de pragas e doenças inadequados, entre outros fatores.

Entre as doenças que ocorrem em pimentão, há vários agentes

etiológicos como fungos, baterias, nematódeos e vírus, que tem sido reportados e identificados

o nível mundial (PERNEZNY et al., 2009). No Equador, não existem estudos e tão poucas

informações das principais doenças nessa cultura. As poucas literaturas existentes (INIAP,

1987; CEDEGÉ, 2000), mencionam as doenças como murcha-de-fusário, queima do fruto

(Phytophthora sp.) e viroses. Isso contribui assim a um grande desconhecimento entre os

produtores para os controles fitossanitários adequados o que gera, muitas vezes, perdas

significativas na produção.

Pode-se postular que a baixa produtividade do pimentão deve-se a

muitos fatores, entre os mais importantes estão doenças de etiologia variada, que muitas vezes

não são controladas de forma eficaz. Por isso e pela importância da cultura de pimentão, tanto

para os produtores como para os consumidores equatorianos, o presente trabalho teve por

objetivo verificar a ocorrência de doenças fúngicas e viróticas, em plantios comercias de

pimentão de varias localidades do Equador, durante os anos 2013 e 2014, além disso,

objetivou-se também identificar o(s) agente(s) causal(ais) da doença denominada “pata seca”,

o manejo da mesma sob condições de campo e sensibilidade in vitro de isolados fúngicos do

agente causal dessa doença a diversos fungicidas in vitro.

Page 15: UNIVERSIDADE ESTADUAL “JÚLIO DE MESQUITA … · minha esposa Elsa Fuentes e meus filhos Daniela, Miguel Angel e Juan Pablo; Ao convênio AUIP-UNESP, pela imensa oportunidade outorgada

 

4. REVISÃO DE LITERATURA

4.1. Aspectos agronômicos da cultura do pimentão no Equador

O pimentão é uma planta angiosperma, dicotiledôneadas regiões

tropicais e subtropicais da América, pertencente à família Solanaceae, que é muito diversa e

cosmopolita, possuindo ao redor de 98 generose mais de 2.716 espécies, inclui o gênero

Capsicum (ANDREW, 1995; ESHBAUGH, 2012). O pimentão é uma importante cultura tanto

no Equador (ARROYO, 2003; HOLGUIN, 2002) quanto em outros países. Entre os países

produtores e exportadores desta cultura têm-se: China, México, Turquia, Indonésia, Espanha,

EUA, Egito, Nigéria e República da Coreia (NAMESNY, 2006).

O gênero Capsicum possui três especies reconhecidas e com

características genéticas similares entre si. Entre elas têm-se: C. annuum, C. frutescensee

C. chinense, além das espécies silvestres C. chacoense e C. galapagoense. Em nível mundial,

a espécie C. annuum é a mais cultivada e economicamente importante, com cultivares de

pimentões doces e pimentas; esses últimos comercializados na formas seca para a obtenção de

páprica (STOMMEL; ALBRECHT, 2012).

Os pimentões são classificados de acordo com o tipo de fruto, cor,

forma, pungência, sabor, tamanho e uso (Figura 1), conforme Bosland (1996).

Page 16: UNIVERSIDADE ESTADUAL “JÚLIO DE MESQUITA … · minha esposa Elsa Fuentes e meus filhos Daniela, Miguel Angel e Juan Pablo; Ao convênio AUIP-UNESP, pela imensa oportunidade outorgada

 

Figura 1. Diversidade em Capsicum spp. (BOSLAND, 1996).

Embora o Equador não seja um grande produtor dessa hortaliça, o fruto

tem muita importância para os equatorianos, já que é usado in natura, principalmente nas

saladas e é um condimento básico na preparacão de vários pratos (RODRIGUEZ, 2008). Nos

últimos anos têm-se observado incremento no consumo dessa hortaliça (HOLGUIN, 2002).

As zonas de produção de pimentão encontram-se tanto na costa como

nas serras, em lugares com temperatura média de 22 a 28 oC. As principais províncias

produtoras de pimentão são: Chimborazo, Loja e Península de Santa Elena (III CENSO

NACIONAL AGROPECUÁRIO, 2000). Nessa última localidade a cultura apresenta alto

potencial produtivo ao longo de todo ano (TREVISAN ; GONZÁLEZ, 1997).

O cultivo de pimentão tem sido realizado por pequenos e médios

produtores, com áreas entre 1 a 10 ha, num modelo de produção familiar, contribuindo ao

desenvolvimento da economia local, evitando a migração e gerando pequenas empresas nessas

localidades do Equador (III CENSO NACIONAL AGROPECUARIO 2000; INEC, 2014).

No Equador, a área de produção da cultura de pimentão não tem

registros atualizados, os dados disponiveles são do ultimo Censo Agropecuario, realizado em

2000. De acordo com dados estatísticos da FAO (FAOSTAT, 2012), a área colhida naquele

Page 17: UNIVERSIDADE ESTADUAL “JÚLIO DE MESQUITA … · minha esposa Elsa Fuentes e meus filhos Daniela, Miguel Angel e Juan Pablo; Ao convênio AUIP-UNESP, pela imensa oportunidade outorgada

 

ano foi de 1.700 ha, com produção estimada de 5.500 t e com produtivivdade de 3,23 t/ha.

Essa produtividade é muito baixa, comparada com as de outros países da regão.

Fatores como ocorrência de doenças e pragas contribuem nessa baixa productividade, assim

como o uso de sementes recicladas na maioria dos locais de producção dessa cultura. De

acordo aos dados do III Censo Agropecuário (2002), 561 ha foram plantados com mudas

provenientes de sementes comuns (recicladas), o que desfavorece alta produtividade.

A cultura do pimentão é conduzida no Equador entre a faixa de

temperatura de 22 a 28°C (INIAP, 1987), tanto na regão serrana quanto na região costeira.

Muitos locais de producão estão localizados nas provincias de Guayas, Santa Elena, Manabí,

El Oro, Imbabura, Chimborazo e Loja (INAMHI, 2013).

Entre as cultivares que os produtores equatoriansempregam são os dos

tipos que pertenecem aos chamados “bell pepper”, pimentão doces grandes, em forma

quadrada, com mesoscarpio espesso. Possui 3-4 lobulos; 7,6-10 cm de diâmetro e10-13 cm de

comprimento normalmente são colhidos verdese algumas variedades são colhidas no estádio

de coloração amarela ou vermelha escuro (DICKERSON, 1997).

Há aproximadamente treze cultivares, variedades e hibridos, que são

comercializados por mais de 30 empresas no Equador, que estão registradas na Agência

Equatoriana de Qualidade (www.agrocalidad.gob.ec). E entre os mais empregados são: Irazú

Largo, Yolo Wonder, Cubanelle, Quetzal, Nathalie, Salvador, Marcato F1, Amanda, Dahra,

Martha e Magali (BORBOR; SUAREZ, 2007; SUAREZ, 2009; COELLO, 2012;).

A semeadura do pimentão, nos pequenos produtores, é feita diretamento

no solo, normalmente nos meses de verão (maio a agosto). Em algumas zonas, como a

Peninsula de Santa Elena, onde as chuvas são escassas, o produtor faz duas colheitas ao ano. O

transplante das mudas no campo definitivo é realizado quando elas atingem 25-35 dias. O

cultivo é feito em campo aberto, na região serrana, e os produtores empregam o cultivo em

estufas quando as condições climáticas favorecem a ocorrência de geadas. Em algumas áreas,

os produtores obtem suas mudas em bandejas de poliestireno expandido contendo susbstrato

apropriado (CEDEGE, 2000).

Com relação aos solos, a cultura de pimentão é conduzida nos solos

francos, franco argilosos, e com boa drenagem. Normalmente, os produtores fazem, em todas

as lavouras, a preparação do solo, como uso de arado e grade. Assim também, a irrigação é

Page 18: UNIVERSIDADE ESTADUAL “JÚLIO DE MESQUITA … · minha esposa Elsa Fuentes e meus filhos Daniela, Miguel Angel e Juan Pablo; Ao convênio AUIP-UNESP, pela imensa oportunidade outorgada

10 

 

feita pela maioria dos produtores por superfície, com aplicação da água nos canteiros uma vez

por semana (INIAP, 1987). Em outras localidades, como a Península de Santa Elena, é

empregada, a irrigação por gotejamento (CEDEGÉ, 2000).

Existem guias da cultura e visitas dos técnicos extensionistas

(vendedores) das casas e empresas comerciais dos agroquímicos, que assessoram os

produtores no controle fitossanitário. Muitas vezes, os produtores empregam produtos

químicos, sem conhecer adequadamente a praga e/ou doença presente na sua cultura.

4.2. Principais doenças do pimentão

A cultura de pimentão pode ser afetada por várias doenças, causadas por

bactérias, fungos, nematóides e vírus. Também existem deficiências ou distúrbios nutricionais

causadores de doenças abióticas e que muitas delas produzem sintomas parecidos entre si

(ANAYA e NÁPOLES, 1999; MARYLAND COOPERATIVE EXTENSION, 2006; PINTO

et al. 2007).

A incidência e importância econômica de cada doença dependem de

vários fatores como: capacidade de estabelecimento, penetração, colonização e disseminação

dos patógenos no hospedeiro (AGRIOS, 2005). Outras considerações são: manejo agronômico

e fitossanitário que a cultura recebe, além do tipo de cultivar utilizada da época de plantio, das

condições de solo, do tipo de irrigação, da adubação, da proximidade com outros campos de

cultivo e das condições ambientais ocorrentes na cultura (LOPES; AVILA, 2003).

Entre as doenças de importância econômica e reportadas por

PERNEZNY et al (2009), existe um total de 44causadas por bactérias, por fungos, nematoides

e por vírus. LOPES e ÁVILA (2003) apontaram 26 doenças e KOIKE et al., (2009) fazem

inferências em 18 doenças de importância econômica para a cultura.

As doenças são identificadas pelos sintomas e agentes causais, os quais

as diferenciam. No exemplo de murchas em pimentão podem estar associadas a vários

microrganismos (fungos e bactérias), que apenas exames sintomatológicos não são confiáveis

para a identificação da doença (CHENHUA; VALLAD, 2012).

Page 19: UNIVERSIDADE ESTADUAL “JÚLIO DE MESQUITA … · minha esposa Elsa Fuentes e meus filhos Daniela, Miguel Angel e Juan Pablo; Ao convênio AUIP-UNESP, pela imensa oportunidade outorgada

11 

 

4.2.1. Fungos associados à podridão radicular, podridão de colo e murchas na

cultura de pimentão.

No Equador, é comum a ocorrência da doença denominada, entre os

agricultores, de “pata seca” na cultura do pimentão. Os sintomas iniciam com uma coloração

café na base do caule da planta, próxima ao solo, com a presença de estruturas fúngicas. As

plantas murcham, alteram a coloração da parte aérea e morrem repentinamente.

De acordo com os sintomas descritos, essa doença tem sido reportada

com os nomes de “Southern Blight”, “Stem Rot” “Pudrición del tallo” e murcha-de-esclerócio,

cujo agente causal é atribuído a Sclerotium rolfsii Sacc Tizon em muitas partes do mundo.

Esse fungo causa doença em mais de 500 hospedeiros, em regiões tropicais e subtropicais, que

inclui várias plantas cultivadas, tais como maçã, batata, tomate, amendoim, algumas

ornamentais, herbáceas e arbóreas (MULLEN, 2006). Essa doença foi constatada em pimentão

em vários países tais como; Coréia (HYEUK; SEUK, 2002), Lao (SONGVILAY et al., 2012),

Venezuela (GONZALEZ et al., 2007), Argentina (GALMARINI et al., 2001) e Brasil

(THOMÉ BARBOSA et al., 2010). Segundo informações do INIAP (1987), ela não foi

reportada em pimentão no Equador.

Conforme Bosland e Votava (2000) e Lopes e Ávila (2003), a

ocorrência de plantas de pimentão atacadas por S. rolfsii são em é desuniforme. As plantas

começam a murchar pela formação de uma faixa necrótica na região da base do caule, e pelo

apodrecimento de raízes superficiais. Cultivos sucessivos na mesma área com pimentão e

outras plantas suscetíveis, como tomate e feijão-vagem, favorecem o incremento da doença no

campo.

S. rolfsii é um fungo microscópico que produz escleródios na

faseanamórfica, já na fase telemórfica é denominado Athelia rolssi, pertencente ao filo

Basidiomycota. Os esclerócios são estruturas de resistência, que contém hifa viável e serve de

inoculo primário para o desenvolvimento da doença (FICHTNER, 1999).

Outros fungos podem estar associados aos sintomas da “pata seca” em

pimentão. Dentre eles destacam-se espécies de Fusarium, causador de murcha do pimentão,

tendo sido relatadas nos Estados Unidos, Itália, Argentina e México. Embora haja muitas

Page 20: UNIVERSIDADE ESTADUAL “JÚLIO DE MESQUITA … · minha esposa Elsa Fuentes e meus filhos Daniela, Miguel Angel e Juan Pablo; Ao convênio AUIP-UNESP, pela imensa oportunidade outorgada

12 

 

referências da murcha do pimentão, são poucas casos convincentes. Até agora as espécies

identificadas foram F. oxysporum, F. vasinfectum e F. annuum (BLACK, 1993).

De acordo com Pontis (1940), a doença começou a ser constatada na

província de Mendoza-Argentina, sem nenhum nome especial, se não aquele denominado

pelos agricultores de “marchitamiento” (murchamento), pelos sintomas observados. O mesmo

autor cita Bazan (1938), que assinalou essa doença no Peru, com a denominação de

“marchitez” (murcha). Das análises histopatológicas do tecido de plantas doentes, Pontis

(1940) comprovou que os sintomas de murcha não se deve à obstrução da circulação de seiva

e sim pela necrose dos tecidos afetados. A espécie de fungo identificada foi F. vasinfectum.

No México, há estudos epidemiológicos da doença chamada “tristeza”

em pimentão e sua relação com a doença que ocorre nos países mediterrânicos, onde de acordo

com o autor, a doença, não tem impacto econômico. Os sintomas observados foram

fundamentalmente a perda de turgescência das folhas e como consequência, murcha total ou

parcial e alteração na coloração das folhas (PALAZÓN; PALAZON, 1989).

Palazón e Palazón (1989), que citou vários trabalhos; mencionam que o

organismo associado à "tristeza" no México, possuia similaridades com aqueles descritos por

Leinian (1992), nos Estados Unidos; que era Phytophthora capsici. Também pesquisas

desenvolvidas na Itália por Curzi (1927), que identificou a Phytophthora rahydrofila,

sinônima de P. capsici (TURKER, 1931), e que esse era o agente causal da murcha em

pimentão. Outro fungo reportado por Curzi(1925) foi Verticilliumalbo-atrum, na manifestação

dessa doença.

Já os anos de 1939 até 1978, de acordo com os autores citados por

Palazón e Palazón (1989) e relatos da pesquisa daquela época assinalaram que espécies do

gênero Fusarium eram os possíveis responsáveis da “tristeza” do pimentão. INIFAP (2008)

citou Gonzáles et al.(2002) que observaram a “marchitez” em pimentão no Chile que estava

associada a um complexo de fungos que incluía P. capsici, Fusarium spp. e Rhizoctonia

solani. Ao realizarem testes de patogenicida de com isolados desses microrganismos em

pimentão, observaram morte de plantas aos 10 dias após a inoculação com P. capsici e um

período de 30 a 60 dias, para a morte de plantas inoculadas com Fusarium spp. e R. solani.

Page 21: UNIVERSIDADE ESTADUAL “JÚLIO DE MESQUITA … · minha esposa Elsa Fuentes e meus filhos Daniela, Miguel Angel e Juan Pablo; Ao convênio AUIP-UNESP, pela imensa oportunidade outorgada

13 

 

Em Sinaloa, México, estudos evidenciaram a incidência de 87% de

plantas de pimentão com sintomas de podridão do colo, em 17 plantios comerciais, no ano de

1997. Essa podridão estava associada a F. oxysporum (APODACA-SANCHEZ et al., 2004).

Lopes e Avila (2003) fizeram as descrições dos diferentes tipos de

murchas em pimentão e relacionaram P. capsici, como agente da murcha-de-fitóftora; S.

rolfsii, como agente da murcha-de-escleródio; e F. oxysporum f.sp. capsisi, como agente da

murcha-de-fusário.

4.2.2. Principais vírus na cultura de pimentão

Os vírus são partículas constituídas de ácido nucléico (DNA ou RNA)

envolvidas na capa de proteína, que mantém restrita relação com seus hospedeiros e são

considerados parasitas obrigatórios (AGRIOS, 2005).

Entre os fatores limitantes da produção do pimentão, os vírus têm

importância econômica pelos danos que causa nas plantas, com uma variedade de sintomas

que facilmente são confundidos com os ocasionados por deficiências nutricionais,

fitotoxicidade e outras doenças. Os sintomas variam conforme a virulência do vírus, estirpe,

idade de planta, condições em que ocorreu a infecção, resistência das cultivares e presença na

planta de um só tipo de vírus (LOPES e AVILA, 2003).

Um total de 18 espécies de vírus tem sido listado de formas geral

como transmitidas por sementes em pimentão, com seus respectivos gêneros e referências

científicas particulares, onde MURPHY e WARREN, (2009) reportaram os seguintes vírus na

cultura de pimentão: Alfalfa mosaic virus (AMV), Andean potato mottle virus-pepper strain

(APMoV), Beetcurly top virus (BCTV), um possível strain de Tobacco leaf Curl virus

(TLCV), Chili veinal mottle virus (ChiVMV), Chino del tomate virus (CdTV), Cucumber

mosaic virus (CMV), Serrano golden mosaic vírus (SGMV), Pepper mild tigre virus (PMTV),

Pepper huasteco virus (PHV), Pepper mild mottlevirus (PMMV), Pepper mottle virus

(PepMoV), Pepper veinal mottle virus (PVMV), Potato virus Y (PVY), Sinaloa tomato leaf

Curl virus (TCLV), Tobacco etch virus (TEV), Tobacco mosaic virus (TMV), Tomato mosaic

virus (ToMV) e Tomato spotted wilt virus (TSWV).

Page 22: UNIVERSIDADE ESTADUAL “JÚLIO DE MESQUITA … · minha esposa Elsa Fuentes e meus filhos Daniela, Miguel Angel e Juan Pablo; Ao convênio AUIP-UNESP, pela imensa oportunidade outorgada

14 

 

No Equador, o INIAP (1984) identificou três vírus como os mais prevalentes em pimentão na

região litorânea, que foram: Tobacco mosic virus, Potato virus Y e Tobacco etch virus.

O manejo de doenças viróticas é muito difícil, quando não se emprega o

uso de material resistente, pois os tratamentos químicos existentes não interferem na infecção

viral e a transmissão por insetos ocorre na natureza (MURPHY e WARREN, 2003).

4.3. Possibilidade de manejo da doença “pata seca” em pimentão

Para o controle de doenças causadas por fungos, bactérias e vírus em

hortaliças, em especial nas culturas de tomate e pimentão, não há receitas ou guias fáceis de

aplicar e seguir. Deve basear-se em manejo integrado de cada uma das atividades, com

objetivo de obter boas colheitas e rendimentos (SERRA, 2006).

O manejo integrado de pragas e doenças nas hortaliças, em geral,é

baseado principalmente no uso conjunto de medidasculturais, fisicas, químicas, biológicas e

genéticas que visam reduzir os níveisde danos e perdas econômicas (SERRA, 2006).

Todas as medidas de controle de doenças buscam atuar na diseminacão,

sobrevivência, inoculacão e infecão dos patógenos no hospedeiro. Quando não é mais possivel

controlar aos agentes causais, com estas medidas, o controle químico; mediante o emprego de

fungicidas, é uma técnica para proteger as plantas. O uso eficaz dos fungicidas, sejam de

contato ou sistêmicos, dependerá do ingrediente ativo,formulacão, modo de ação e épocas de

aplicação dos produtos. O s fungicidas protetores atuam de forma eficaz no momento da

germinação e penetração dos fungos nos tecidos dos hospeideros. Os fungicidas sistêmicos, ao

penetrarem no interior dos tecidos, translocando-se via apoplastos impedem a colonizacão dos

tecidos (ZAMBOLIN et al., 1997).

Koike et al. (2009) recomendaram para o controle de S. rolfsii realizar

rotação de cultura com plantas não hospedeiras desse fungo, para reduzir os níveis de inóculo

no solo. Essa medida não erradica o patógeno, já que S. rolfsii tem habilidade de sobreviver no

solo na forma de escleródios. Também é recomendado fazer uma aração profunda e deixar a

parte superficial do solo exposta ao sol, para diminuir a viabilidade dos escleródios.

Page 23: UNIVERSIDADE ESTADUAL “JÚLIO DE MESQUITA … · minha esposa Elsa Fuentes e meus filhos Daniela, Miguel Angel e Juan Pablo; Ao convênio AUIP-UNESP, pela imensa oportunidade outorgada

15 

 

Finalmente, o uso de fungicidas e alguns fumigantes aplicados ao

solo ajudam neste propósito. O emprego de cada uma das táticas dependerá do fator

econômico. Conforme Punja e Grogan (1982), em consulta a várias bibliografias, o controle

químico tem sido avaliado por vários pesquisadores, em diferentes culturas para o controle de

doenças causadas por Sclerotium spp. Alguns fungicidas como quintozene (PCNB), carboxin,

TPTH e cloroneb apresentaram eficácia no controle das doenças.

À medida que são lançados no mercado novos ingredientes ativos de

fungicidas, os mesmos são avaliados de forma in vitro para o controle de doenças fúngicas no

campo. De acordo com Das et al. (2014), existem atualmente os seguintes fungicidas, que tem

sido avaliados de forma efetiva no diminuição do crescimento micelial e que poderiam ser

empregados nas condições de campo para o controle de Sclerotium spp,: hexaconazole,

carboxin 37%+thiram 37,5% e tebuconazole. O efeito da inibição da germinação de

escleródios tem sido comprovado com o emprego de fertilizantes nitrogenados, tais como

uréia, bicarbonato de amônio e nitrato de cálcio (PUNJA, 1985).

Com objetivo de avaliar a sensibilidade in vitro de isolados de

S. rolfsii, oriundos de Camellia sinensis, a vários fungicidas, Das et al. (2014) observaram que

hezaconazole, tebuconazole, tiofanato metílico, carbendazim e thiram + carbendazim

apresentaram efeito na inibição do crescimento micelial do fungo.

Quanto ao controle da murcha-de-fusário, existem algumas medidas

culturais que podem ser implementadas: plantar em solos bem drenados, empregar substratos

esterilizados para a obtenção das mudas, usar cultivares resistentes, evitar o excesso de água

na planta, com um bom sistema de irrigação e finalmente usar gramíneas na rotação das

culturas durante 2 a 6 anos (LOPES e AVILA, 2003). Também é recomendado eliminar

plantas daninhas e restos culturais, utilizar mudas sadias (ROBERTH et al., 2004).

Segundo Cheng e Vallad (2012), o agente causal da murcha-de-fusário,

pode ser disseminado por material vegetal doente e solos infestados. É necessário adotar

medidas de sanidade para minimizar a disseminação no campo. O uso de canteiros elevados

pode melhorar a drenagem após chuvas e reduzir o dano e os processos de infecção do fungo.

De acordo com Tariq et al. (2012) o controle in vitro de Fusarium

oxysporum ., tem sido efetivo com captan (500ppm), 100% de inibição; carbendazin (50 ppm,

100 ppm, 250 ppm), 100% de inibição; e thiofanato de metyl (100 ppm), 82,2% de inibição.

Page 24: UNIVERSIDADE ESTADUAL “JÚLIO DE MESQUITA … · minha esposa Elsa Fuentes e meus filhos Daniela, Miguel Angel e Juan Pablo; Ao convênio AUIP-UNESP, pela imensa oportunidade outorgada

16 

 

5. MATERIAL E MÉTODOS

5.1. Levantamento das principais doenças em pimentão

O levantamento foi realizado na paróquia rural Yaguachi Viejo

(Cone), que pertence a Cantón Yaguachi, província do Guayas, localizado no sudoeste do

Equador. De acordo com a classificação climática de Köppen-Geiger, Yaguachi possui clima

tropical úmido, há o cultivo de arroz, cacau, musáceas, hortaliças e cana-de-açúcar (Figura 2).

Conta com duas estações definidas: inverno e verão. A temperatura média no inverno é de

26ºC a 36°C e no verão a média é de 24,5°C a 26°C. A época chuvosa é de dezembro a maio

e a época de verão, que é seca, de junho a novembro. A precipitação anual oscila entre 750 a

1.342 mm (GAD YAGUACHI, 2012).

Durante os anos 2013 e 2014 foram visitados 25 locais de produção

comercial de pimentão, da paróquia rural Yaguachi Viejo (Cone), e da Comuna o Açúcar, na

província da Santa Elena. Este trabalho teve o objetivo de relizar o levantamento das doenças

na cultura de pimentão, assim como determinar as condições fitossanitárias (doenças) nos

locais visitados. Os parâmetros levantados foram: nome do proprietário, área cultivada, tipo de

muda, tipo de semente e cultivar/híbrido plantada, tipo de irrigação, qualidade da água,

manejo adotado na cultura, problemas fitossanitários, tipo de cultivo se convencional ou

orgânico e assessoria técnica recebida.

Page 25: UNIVERSIDADE ESTADUAL “JÚLIO DE MESQUITA … · minha esposa Elsa Fuentes e meus filhos Daniela, Miguel Angel e Juan Pablo; Ao convênio AUIP-UNESP, pela imensa oportunidade outorgada

17 

 

Figura 2. Principais culturas agrícolas em Yaguachi, Equador (GAD, 2012).

Page 26: UNIVERSIDADE ESTADUAL “JÚLIO DE MESQUITA … · minha esposa Elsa Fuentes e meus filhos Daniela, Miguel Angel e Juan Pablo; Ao convênio AUIP-UNESP, pela imensa oportunidade outorgada

18 

 

Foram coletados dados de incidência das doenças, conforme sintomas

e sinais apresentados pelas plantas, de acordo com os descritos manual de doenças de

pimentão (PERNEZNY et al. 2009) e Doenças de Pimentão (LOPES; ÁVILA, 2003). Foram

amostradas de 200 a 500 plantas por local dependendo da extensão da área, para determinação

da incidência da “pata seca” e de viroses.

5.2. Isolamento de fungos associados à doença “pata seca” do pimentão

Foram coletadas, de cada local três amostras de plantas de pimentão,

duas plantas por amostra, com sintomas de “pata seca”. Essas plantas foram acondicionadas

em sacos plásticos e transportadas para laboratório para seu processamento.

Inicialmente, foram realizados procedimentos para a retirada a terra

aderida ao sistema radicular das plantas. Posteriormente, fragmentos de tecidos doentes foram

retirados da raiz principal ou do colo, desinfestados em hipoclorito de sódio a 1,5%, durante 1

a 2 min. Em seguida os fragmentos de tecidos foram enxaguados em água destilada e

esterilizada, secos em papel de filtro esterilizado e transferidos para meio de cultura batata-

dextrose-ágar (Merck ®) acrescido de ácido lático. As placas de Petri foram incubadas a 28 oC, sob fotoperíodo de 12 h, por um período de até sete dias (DHINGRA; SINCLAIR, 1987;

COUTO-GONÇALVES, 2007; CIAT, 2011).

As colônias fúngicas desenvolvidas no meio de cultura foram purificadas,

preservadas e as características morfológicas analisadas para a identificação do gênero,

conforme Booth (1977) e Barnett e Hunter (1998).

5.3. Teste de patogenicidade de fungos isolados de plantas de pimentão com

sintomas de “pata seca”

Foram realizados testes de patogenicidade com três isolados de F.

oxysporum, dois isolados de F. solani e cinco isolados de S. rolfsii, conforme relacionados

na Tabela 1.

Page 27: UNIVERSIDADE ESTADUAL “JÚLIO DE MESQUITA … · minha esposa Elsa Fuentes e meus filhos Daniela, Miguel Angel e Juan Pablo; Ao convênio AUIP-UNESP, pela imensa oportunidade outorgada

19 

 

Tabela 1. Isolados fúngicos obtidos de plantas de pimentão com sintomas de “pata seca” e

submetidos ao teste de patogenicidade.

Isolados Fungo Nome de produtor

F-1 Fusarium oxysporum Angel Arreaga

F-2 Fusarium solani  Absalón Salazar

F-3 Fusarium oxysporum   Ensaio Vuelta Larga

F-4 Fusarium oxysporum  George Cedeño

F-5 Fusarium solani  Daniel Zambrano

Scl-1 Sclerotium rolfsii Irmãos Vera

Scl-2 Sclerotium rolfsii Irmãos Vera

Scl-3 Sclerotium rolfsii Jorge Armijos

Scl-4 Sclerotium rolfsii Angel Arreaga

Scl-5 Sclerotium rolfsii Ensaio Vuelta Larga

Inicialmente foram obtidas mudas de pimentão do híbrido Quetzal, em

bandejas contendo substrato orgânico esterilizado, de 25 a 30 dias após emergência, as

plântulas foram inoculadas e transplantadas com Fusarium spp., ou transplantadas e

inoculadas com S. rolfsii em sacos plásticos brancos de 1 lt de capacidade, contendo substrato

orgânico composto da mistura de palha de café (50%) e terra agrícola (50%), previamente

autoclavado. Em cada saco plástico foram transplantadas quatro mudas, repetidos seis vezes,

totalizando 24 plantas por isolado fúngico, em um delineamento experimental, inteiramente ao

acaso.

Para a inoculação de Fusarium spp. isolados eles foram previamente

cultivados em meio de cultura BDA a 25°C, sob fotoperíodo de 12 h, por 14 dias (AKIRA,

2004; MENDES, 2009; CIAT, 2011). Após a incubação, foi adicionada água destilada

esterilizada na superfície do meio de cultura, que foi homogeneizada e a suspensão resultante

filtrada em camada dupla de gaze. As suspensões de conídios obtidos foram padronizadas em

hemacitômetro na concentração de 106conidios/ml1 (CIAT, 2011). As raízes das plantas foram

Page 28: UNIVERSIDADE ESTADUAL “JÚLIO DE MESQUITA … · minha esposa Elsa Fuentes e meus filhos Daniela, Miguel Angel e Juan Pablo; Ao convênio AUIP-UNESP, pela imensa oportunidade outorgada

20 

 

imersas durante 5 minutos nas suspensões de conídios e transplantadas imediatamente para os

sacos plásticos contendo substrato autoclavado.

Para a inoculação de Sclerotium rolfsii.,os isolados foram previamente

cultivados em meio de cultura BDA, durante 21 dias, para a formação de esclerócios, a

temperatura de 25°C. Pequenas porções de meio de cultura contendo as estruturas fúngicas

foram retiradas e colocadas no colo de cada planta (GONZALES et al., 2007; PEREZ-

MORENO et al., 2009).

A testemunha foi representada por plantas de pimentão cujas raízes

foram imersas em água destilada e esterilizada ou colocados fragmentos de meio de cultura

BDA no colo das plantas, no mesmo tempo que foram inoculadas as demais plantas do ensaio.

As plantas foram mantidas em casa-de-vegetação, com temperatura

entre 24 a 27 oC, irrigadas e adubadas conforme a necessidade.

Os sintomas da doença foram avaliados aproximadamente aos 50 dias

após inoculação, contando-se o número total de plantas doentes e calculada a incidência (%)

de plantas doentes.

A severidade de S. rolfsii foi estimada de acordo com CIAT (1987),

empregada para doenças radiculares e de caule, onde: 0= sem sintomas visíveis da doença; 1=

leve escurecimento sem lesões necróticas ou raízes com até 10 % dos tecidos lesionados; 2=

Aproximadamente 20 % dos tecidos lesionados pode observar intenso escurecimento; 3 =

Aproximadamente 30 % dos tecidos lesionados se combinam com "abrandamento" e podridão;

4 = Aproximadamente 50 % dos tecidos estão lesionados se combina com "abrandamento" e

redução considerável do sistema radicular; 5= aproximadamente 75 % ou mais dos tecidos

estão em estado avançado de podridão, com redução severa do sistema radicular e morte da

planta.

5.4. Controle da doença “pata seca” em pimentão em condições de campo

No mês de março de 2013 foi instalado o primeiro ensaio, no campona

área experimental do curso de Engenheria Agrícola e Biologica da ESPOL, em Guayaquil. Em

agosto de 2014, outro esaio foi instalado nas mesmas condicões de produção do agricultor, na

propriedade da familia Meza Briones, localizada em Vuelta Larga, de Yaguachi-Viejo.

Page 29: UNIVERSIDADE ESTADUAL “JÚLIO DE MESQUITA … · minha esposa Elsa Fuentes e meus filhos Daniela, Miguel Angel e Juan Pablo; Ao convênio AUIP-UNESP, pela imensa oportunidade outorgada

21 

 

Foram obtidas mudas de pimentão, do híbrido Quetzal e Nathalie em

bandejas de poliestireno expandido, contendo susbstrato apropiado. Aos 30 días após a

semeadura, as plantas foram transplantadas a campo.

Cada parcela experimental foi representada por quatro linhas duplas de

5,2 m de comprimento, espaciadas entre si de 0,8m, totalizando 4,8m de largura. As plantas de

pimentão foram transplantadas a distancia de 0,40 m entre si, em linha dupla.

Pulverizações periódicas com fungicidas e inseticidas foram realizadas

(7-15 dias), visando ao controle de doenças fúngicas foliares e pragas, com produtos utilizados

rotineiramente pelos agricultores e registrados para a cultura de pimentão no Equador. Além

disso, adubações, irrigações, tutoramento e controle de plantas daninhas foram realizados,

conforme a necessidade da cultura.

Os tratamentos empregados foram:

a) Tratamento químico do agricultor (TQA) = 3 mL de Sufocor®(24% de sulfato de cobre

pentahidratado) e 3 g de Fosetyl® (80% de fosetil alumínio) por litro de água;

b) Tratamento químico tecnico (TQT) = 1 g de Star® (50% de Iprodione) e 2 g de Bravo®

(72% de cloratolonil) por litro de água;

c) Tratamento ecológico (TE) = 4g T-H-K Regulador e Antagonista (15% Trichoderma

harzianum e 15% T. koingii) por litro de água;

d) Testemunha (TES) = água

Os produtos foram aplicados na região do colo das plantas, com

pulverizador costal Jacto PJH 20l, aos 35 e 70 dias, no ensaio ESPOL e 30, 50, 62, 83 dias no

ensaio Vuelta Larga, após o transplante das plantas.

As avaliações foram realizadas nas duas linhas centrais de cada parcela

totalizando 12,32m2 de área útil.

O delineamento experimental utilizado foi de blocos ao acaso, com seis

repetições, no esquema fatorial 2 x 4, duas cultivares e quatro tratamentos. Os parâmetros

avaliados foram porcentagem de plantas com sintomas de “pata seca” (40 dias após

transplante até a colheita), número de frutos comerciais por planta, ou por parcela e produção

(Kg) por parcela. Foram realizadas análises de variâncias com dados obtidos e as médias

comparadas com teste de Tukey a 5%.

Page 30: UNIVERSIDADE ESTADUAL “JÚLIO DE MESQUITA … · minha esposa Elsa Fuentes e meus filhos Daniela, Miguel Angel e Juan Pablo; Ao convênio AUIP-UNESP, pela imensa oportunidade outorgada

22 

 

5.5. Sensibilidade in vitro de Fusarium spp. e S. rolfsii de pimentão a fungicidas

Dois isolados Fusarium spp. (F-1: F. oxysporum e F-2: F. solani) e dois

isolados de S. rolfsii (Scl-1 e Scl-2) foram submetidos avaliações de crescimento micelial, em

meio BDA, a diferentes concentrações de fungicida.

Foram utilizados os produtos benomil (Pillarben OD 50% WP),

iprodione (Star® 50 WP), fosetil alumínio (Fostonic® 80 WP), tebuconazole (Shartebu 25%

EW), metalaxil (150 g/L)+propanocarb (100g/L) (Supremo®) e cloratalonil (Bravo 720 g/L)

nas concentracões finais de 10; 100; 1.000; 10.000 ppm no meio de cultura BDA. O

tratamento testemunha foi representado pelo meio BDA sem adição de fungicida.

Inicialmente foram preparadas suspensões estoques dos fungicidas em

água destilada e esterilizada. Alíquotas dessas suspensões foram transferidas para meio BDA

fundente, após a autoclavagem, a 45-50°C, para se obter as concentrações finais desejadas.

Os isolados fúngicos foram previamente cultivados em meio BDA, a

temperatura 27°C, durante 7 dias. Discos de micélio de 5 mm de diâmetro, foram retirados das

bordas das colônia se transferidos para os meios de cultura contendo as diferentes

concentrações dos fungicidas. Para cada isolados fúngico e para cada uma das concentrações

dos fungicidas foram empregadas cinco placas de Petri. Cada repetição foi representada por

uma placa de Petri. As placas de Petri assim preparadas foram incubadas à temperatura

ambiente, ao redor de 27ºC, durante três dias e aferidos os diâmetros perpendiculares das

colônias desenvolvidas na superfície dos meios.

Com os dados obtidos foram calculados a porcentagem de redução

de crescimento micelial, em comparação à testemunha de cada isolado fúngico e determinada

a faixa da dose letal pra reduzir 50% do crescimento micelial (DL 50), conforme Sartori e

Maringoni (2008).

5.6. Identificação de vírus de pimentão

Foram coletadas plantas com sintomas de viroses dos híbridos Quetzal e

Nathalie, conduzidas em áreas de campo. As plantas foram acondicionadas em sacos plásticos,

Page 31: UNIVERSIDADE ESTADUAL “JÚLIO DE MESQUITA … · minha esposa Elsa Fuentes e meus filhos Daniela, Miguel Angel e Juan Pablo; Ao convênio AUIP-UNESP, pela imensa oportunidade outorgada

23 

 

mantidas em caixas térmicas com gelo e encaminhadas ao Laboratório de Proteção Vegetal, do

Instituto de Investigações Agropecuárias, localizado em Quito, para a identificação dos vírus.

A metodologia adotada para a identificação dos vírus foi DAS-ELISA,

com antissoros específicos para Cucumber mosaic virus (CMV), Tobacco mosaic virus

(TMV), Tomato mosaic virus (ToMV) e Potato virusY (PVY). Empregou-se a técnica

"compoud ELISA", com antissoro específico, para a determinação de vírus pertencentes ao

gênero dos Potivirus. As reações foram realizadas conforme as metodologias descritas nos kits

da Agdia Inc.

Page 32: UNIVERSIDADE ESTADUAL “JÚLIO DE MESQUITA … · minha esposa Elsa Fuentes e meus filhos Daniela, Miguel Angel e Juan Pablo; Ao convênio AUIP-UNESP, pela imensa oportunidade outorgada

24 

 

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO

6.1. Levantamento das principais doenças “pata seca” em pimentão

Um total de 12,2 ha da cultura foram amostradas, onde a maioria

dos cultivos é de pequenos produtores, com áreas de 0,5 a 3 há; 78,26% dos agricultores

produzem mudas no solo, diferente de 21,74% que empregam bandejas de poliestireno

expandido; 82,61%, fazem irrigação por gravidade e apenas 17,39% tem o uso de

irrigação por gotejamento. Todos os produtores (100%) realizam uma produção

convencional de culturas. Finalmente o 69,57% são visitados pelos especialistas de

empresasquímicas e 29,09% por pessoal de extensão das instituições públicas e apenas

4,34% não recebem visitas técnicas. Existem 13 tipos de materiais de pimentão

comercializados no Equador, cujas sementes são importadas (AGROCALIDAD, 2015);

entre os híbridos utilizados nos cultivos na zona desta pesquisa destacaram Quetzal

(43,5%), Salvador (39,1%), Nathalie (17,4%) e outros (4,3%).

Pelo custo de sementes, desconhecimento técnico e outras razões,

todos os agricultores empregam sementes "recicladas" dos referidos híbridos. Sementes

recicladas são aquelas obtidas dos frutos dos pimentões híbridos da primeira ou da

segunda geração. Isto implica segregações e consequentemente os indivíduos obtidos não

possuem características semelhantes às plantas de que os deu origem. Houve maior

incidência de “pata seca” nos cultivos com sementes recicladas do híbrido Salvador

Page 33: UNIVERSIDADE ESTADUAL “JÚLIO DE MESQUITA … · minha esposa Elsa Fuentes e meus filhos Daniela, Miguel Angel e Juan Pablo; Ao convênio AUIP-UNESP, pela imensa oportunidade outorgada

25 

 

(41,4%) e menor incidência naqueles com sementes recicladas dos híbridos Quetzal

(27,4%) e Nathalie (21,1%) (Tabela 2). Das informações recebidas pelos produtores, há

épocas do ano com perdas totais de plantações, pela ocorrência da “pata seca”.

Foram observadas variações na incidência da “pata seca” nas diferentes

propriedades amostradas. A maior incidência foi constatada nas propriedades dos Sres. Irmãos

Vera (50%) e não constatação da doença nas propriedades dos Srs. Jorge Naranjo, Welligton

S. Manobanda, Briones Meza, Adrian e Omar Asencio (Tabela 2).

Page 34: UNIVERSIDADE ESTADUAL “JÚLIO DE MESQUITA … · minha esposa Elsa Fuentes e meus filhos Daniela, Miguel Angel e Juan Pablo; Ao convênio AUIP-UNESP, pela imensa oportunidade outorgada

26 

 

Tabela 2. Levantamento de doença “pata seca” em plantios comerciais de pimentão na zona de

Yaguachi-Equador, em áreas amostradas em 2013 e 2014.

Nomes dos produtores Locais da Paróquia Yaguachi-Viejo

Tipo de sementes Incidência da "pata seca" do pimentão (%)

Sr. Santiago Castro Recinto Las Palmas, Taura Salvador, Quetzal, Nathalie

25,6

Sr. Jorge Naranjo Parroquia Mariscal Sucre 0Sr. Wellington Suárez Manobanda

Parroquia Mariscal Sucre0

Sr. Briones Meza Recinto Vuelta Larga Salvador e mistura de sementes recicladas

0

Sr. George Cedeño Vía Vuelta Larga, Yaguachi Salvador 49,2Sr. Jorge Armijos San Fernando, Coné Quetzal, Salvador 30,6Sr. Absalón Salazar San Fernando, Coné Quetzal 33,3Sr. Productor do camino Salvador 35,0Sr. Pedro Navarrete Recinto Inmaculada, Yaguachi Quetzal 25,8

Sr. Francisco Navarrete Recinto Inmaculada, Yaguachi Quetzal 15,9

Sr. Pedro Navarrete Recinto Inmaculada, Yaguachi Quetzal 24,1

Sr. Anthoni Navarrete Recinto Inmaculada, Yaguachi Quetzal 8,7

Sr. Luis Arteaga de PSE Provincia de Santa Elena. Comuna el azúcar

Nathalie 5,0

Sr. Hugo Maridueña Comuna el Azúcar Nathalie 9,5Sr. Adríán Técnico Comuna el Azúcar Quetzal 0,0Sr. Omar Asencio Comuna San Rafael Semilla de MAGAP 0,0

Sr. Angel Arriega Coop. 22 de Abril, RecintoVuelta Larga Nathalie

44,2

Sr. Daniel Zambrano Vía Vuelta Larga, Yaguachi Salvador 53,6

Sr. Jhon Cedeño Vía Vuelta Larga, YaguachiSalvador

45,5

Sr. Santos Miranda Vía Vuelta Larga, YaguachiQuetzal

40,0

Sres. Hnos Vera Sector Coop. 22 de abril Salvador

50,0

Sr. Luis Coloma Vía a San Fernando Salvador 35,0Sr. Alfredo Coloma Via a San Fernando Quetzal 35,0

Page 35: UNIVERSIDADE ESTADUAL “JÚLIO DE MESQUITA … · minha esposa Elsa Fuentes e meus filhos Daniela, Miguel Angel e Juan Pablo; Ao convênio AUIP-UNESP, pela imensa oportunidade outorgada

27 

 

6.2. Identificação do(s) agentes) etiológico(s) da “pata seca” do pimentão

A “pata seca” é uma doença que ocorre na cultura de pimentão,

principalmente após o florescimento e a primeira frutificação (aproximadamente aos 40 dias

após o transplante) até o final do ciclo da cultura. Muitas vezes, por a falta de conhecimento

do agricultor, as plantas afetadas permanecem no campo e servem de fonte de inóculo para

cultivos subsequentes.

Conforme evidenciado nesta pesquisa, os sintomas da “pata seca”

iniciam-se como uma mancha de coloração café na região do colo e as folhas amarelecem de

maneira rápida, ficam amarronzadas, murcham e finalmente as plantas morrem. Os frutos das

plantas doentes amadurecem e dependendo das condições ambientais, podem apodrecer.

Quando as raízes são examinadas, apresentam-se deformadas, necrose

de cor café, além de sua redução. Muitas vezes, quando o caule é cortado na parte basal pode-

se observar escurecimento da região cortical. Outras vezes, na parte basal do caule, há a

presença de uma camada de micélio branco, de aspecto cotonoso e sobre eles a presença de

escleródios (Figura 4). Essa sintomatologia é semelhante àquela descrita por Lopes e Ávila

(2003) e Pernezny et al. (2009) para podridões causadas por Fusarium spp. e S. rolfsii em

pimentão.

Dos isolamentos efetuados de plantas com sintomas de “pata seca”,

obtidas em plantios comerciais entre 2013 e 2014 foram obtidas 386 culturas fúngicas puras,

sendo que em 2013 foi observada a prevalência de S. rofsii. (31,17%), Fusarium spp.,

(24,29%) seguida de Rhizoctonia sp. (10,93%) e outros fungos (33,61%). No ano 2014 foram

constatadas as presenças de S. rolfsii (49,64%), Fusarium spp. (32,37%), Rhizoctonia sp.

(5,76%) e outros fungos (12,23%).

No ensaio do CENAE-ESPOL foram obtidos 46 isolamentos, dos

quais 26,09% corresponderam a bactérias saprófitas; ocorreram também Rhizoctonia sp.

(15,22%), Trichoderma spp. (13,04), Alternaria spp. (13,04%), Cercospora spp. (10,87%).

Page 36: UNIVERSIDADE ESTADUAL “JÚLIO DE MESQUITA … · minha esposa Elsa Fuentes e meus filhos Daniela, Miguel Angel e Juan Pablo; Ao convênio AUIP-UNESP, pela imensa oportunidade outorgada

28 

 

Figura 3. Sintomatologia de “pata seca” em pimentão, A) Planta de pimentão com sintomas

iniciais de “pata seca”; B) Planta de pimentão com sintomas avançados da “pata seca”; C)

Presencia de micélio branco e esclerócios; D) Escurecimento cortical da base do caule.

No ensaio conduzido na localidade de Vuelta Larga foram prevalentes

os fungos S. rolfsii (31,43%), Fusarium spp. (22,86%), seguido de Trichoderma spp. (5,71%)

e Cercospora spp. (14,29%).

A identificação dos fungos foi baseada nas características morfológicas

apresentadas, descritas por Booth (1977), e Barnett e Hunter (1998).

As colônias de Sclerotium sp. eram brancas pálidas e de crescimento

rápido, sem conídios, hifas septadas e ramificadas, presença de escleródios de coloração

marrom, globosos e duros, sendo identificados como S. rolfsii (BARNETT; HUNTER, 1998).

Page 37: UNIVERSIDADE ESTADUAL “JÚLIO DE MESQUITA … · minha esposa Elsa Fuentes e meus filhos Daniela, Miguel Angel e Juan Pablo; Ao convênio AUIP-UNESP, pela imensa oportunidade outorgada

29 

 

As colônias de Fusarium spp. possuiam micélio violeta, café pálido ou

amarelo, com hifas septadas, presença de macroconídios, microconídios e clamidósporos. Os

esporos eram produzidos em fiálides curtas ou em fiálides longas. Pelas estruturas fúngicas

observadas, cor do micélio e características de crescimentos foram constatados F. oxysporum e

F. solani, conforme Booth (1977).

As colônias de Rhizoctonia sp. formaram micélio de cor preto, café

escuro, com hifas septadas e ramificas em ângulo de 90°, ausência de conídios e presença de

escleródios de cor café escuro.

Os outros de gêneros de fungos reportados nestas pesquisas, alguns

atuam como antagonistas (Trichoderma spp.), alguns como saprófitas ou habitantes de solo,

sem importância patogênica à “pata seca” do pimentão.

Em nenhuma ocasião foi isolado Phytophthora spp de tecido vegetal

doente submetidos a isolamento neste trabalho. É de conhecimento que P. capsici causa

podridão nas raízes e colo de pimentão que leva ao definhamento e à morte das plantas

afetadas (LOPES; AVILA, 2003; PERNEZNY et al., 2009).

Pela maior frequência de isolamento dos fungos S. rolfsii e Fusarium

spp. dos tecidos de plantas de pimentão, sugere-se que eles estejam associados à doença, cujos

sintomas normalmente iniciam após 30 dias do transplante e nas etapas de florescimento e

frutificação. Como consequência as plantas morrem, os frutos amadurecem precocemente e

perdem qualidade para a comercialização.

Quanto aos resultados obtidos na determinação do gênero Fusarium no

Equador são concordantes com os de Ponti (1940), que determinou os agentes causais da

murcha-do-pimentão na Argentina, e também com os de Robert et al., (2004), que

mencionaram a ocorrência dessa doença nos Estados Unidos, México e Itália.

Em uma revisão das principais doenças de cultura de pimentão, Robert

et al., (2004) mencionaram que fungos do gênero Sclerotium são comuns e destrutivos e têm

reportado nas Américas, Austrália, Europa, África e Ilhas do Pacifico. Os sintomas causados

por S. rolfsii em pimentão, descritos por Jenkins e Averre (1986), citado por Robert et al.

(2004), coincidem com os reportados no presente trabalho.

Page 38: UNIVERSIDADE ESTADUAL “JÚLIO DE MESQUITA … · minha esposa Elsa Fuentes e meus filhos Daniela, Miguel Angel e Juan Pablo; Ao convênio AUIP-UNESP, pela imensa oportunidade outorgada

30 

 

6.3. Patogenicidade de isolados de Fusarium spp. e S. rofsii em plântulas de

pimentão

Os primeiros sintomas da doença de “pata seca” foram observados

aproximadamente aos 50 dias após a inoculação das plantas de pimentão. As plantas

apresentavam amarelecimento das folhas basais, que evoluíram para as folhas superiores. Em

seguida, as plantas exibiam sintomas de murcha generalizada e posteriormente morreram. A

coloração das hastes das plantas variou de verde a marrom avermelhado, houve manchas e

escurecimento externo das hastes. As raízes estavam podres e pouco desenvolvidas (Figura

4).

A maior incidência de doença foi observada para os isolados de S.

rolfsii., nas plantas de híbrido Quetzal, que variou de 2,5% (isolado Scl-1) a 7,5% (isolados

Scl-4).As maiores severidades dos sintomas foram constatadas para os isolados Scl-5 (26%) e

Scl-3 (37%). Das 120 plantas inoculadas com S. rolfsii, independente do isolado, somente

21,67%morreram. Os isolados Scl-3, oriundo de plantas da propriedade do Sr. Armijos, e Scl-

4, oriundo da propriedade do Sr. Arriega, ocasionaram maior incidência de plantas doentes,

quando comparados aos outros isolados submetidos ao teste de patogenicidade (Figura 6).

Figura 4. Plantas de pimentão inoculadas com Sclerotium rolfsii. A) apresentando sintomas de

“pata seca”. B) À esquerda plantas de pimentão, com pouco crescimento de raízes, em

comparação com testemunha.

Page 39: UNIVERSIDADE ESTADUAL “JÚLIO DE MESQUITA … · minha esposa Elsa Fuentes e meus filhos Daniela, Miguel Angel e Juan Pablo; Ao convênio AUIP-UNESP, pela imensa oportunidade outorgada

31 

 

Figura 5. Incidência de plantas de pimentão morta devida a inoculação com isolados de

Sclerotium rolfsii (TS1 a TS5) e Fusarium spp. (TF1-TF5).

Esses resultados apresentaram alguma relação com os levantamentos de

campo pois, a incidência de “pata seca” na propriedade do Sr. Armijos foi de 30,6% (sementes

recicladas dos híbridos Quetzal e Salvador) e de 44,2% de plantas com “pata seca” na

propriedade do Sr. Arriaga, com plantio de mudas provenientes de sementes recicladas do

híbrido Nathalie (Tabela 2).

Para os isolados de Fusarium spp. apenas os isolados F-2 e F-5 (F.

solani) foram patogênicos pois apresentaram 1,7% e 3,3% de plantas mortas, respectivamente

(Figura 5). A severidade não foi determinada devido ao pouco número de plantas mortas.

Baseado nos resultados supõem-se que F. solani está associado aos sintomas de “pata seca” e

ele não pode ser considerado seu principal agente causal. Em condições de campo, os sintomas

exibidos pelas plantas com “pata seca” assemelham-se mais àqueles causados por S. rolfsii,

conforme Perneznyet al. (2009).

Embora não se tenha observada alta incidência e severidade nas plantas

de pimentão inoculadas com os diferentes isolados fúngicos, foi possível, em condições

artificiais, reproduzir os sintomas da doença “pata seca”. Desta forma, presume-se que seu

Page 40: UNIVERSIDADE ESTADUAL “JÚLIO DE MESQUITA … · minha esposa Elsa Fuentes e meus filhos Daniela, Miguel Angel e Juan Pablo; Ao convênio AUIP-UNESP, pela imensa oportunidade outorgada

32 

 

principal agente causal seja S. rolfsii em associação ou não a F. solani ou a outros fungos

obtidos nos isolamentos realizados nesta pesquisa.

No Equador, não se tem informações de patogenicidade de isolados

fúngicos coletados em áreas rurais produtoras de pimentão, que causam doenças no colo e/ou

sistema radicular das plantas, por parte de INIAP (1987), na região em que foi realizado o

levantamento de “pata seca” nesta pesquisa. Existe um trabalho, desenvolvida por Capuz

(2009), que trabalhou com Trichoderma sp. e reportou a presença de S. rofsii. em amostras de

plantas de tomate e pimentão da zona de Yaguachi.

O gênero Sclerotium foi descrito por Saccardo, no ano 1891, (PUNJA,

1985) e é formado por fungos com micélio estéril, sem produção de esporos, mas formam

diferentes tipos de estruturas fúngicas duras e resistentes os chamados escleródios. Esse fungo

é uns dos mais importantes no mundo, pela ampla gama de hospedeiras e distribuição

ecológica (PUNJA; RAHE, 1992). Na cultura de pimentão causa murcha, tombamento e

podridões e tem sido reportado em manuais especializados (BLACK et al., 1993; PERNEZNY

et al., 2009).

A obtenção dos sintomas produzidos por S. rolfsii no teste de

patogenicidade conduzido neste trabalho, assemelham-se com os resultados de Gonzales et al.

(2008), em milho, que inocularam sementes com discos de meio de cultura contendo micélio e

esclerócios. Também Galmarini et al. (2010) obtiveram sintomas em plântulas de orquídeas

inoculadas com Sclerotium. Punja (1985) inferiu que a diferença na virulência entre isolados

de S. rolfsii estava associada ao rápido crescimento e à produção de grande quantidade de

endo-poligalactunorase e ácido oxálico.

De acordo aos resultados obtidos, constatou-se que a doença “pata

seca”, pode ser atribuída principalmente a S. rolfssi. Essa informação é muito importante para

os agricultores e extensionistas de pimentão da província de Guayas, pois até então não se

conhecia o verdadeiro agente causal da doença pela inexistência de comprovação científica.

Desta maneira, associam os sintomas de “pata seca” com os causados por P. capsici, que é um

patógeno comum na região serrana, e adotam medidas de controle indicados para podridões

causadas por P. capsici que, muitas vezes, é ineficaz para o controle da “pata seca”.

Page 41: UNIVERSIDADE ESTADUAL “JÚLIO DE MESQUITA … · minha esposa Elsa Fuentes e meus filhos Daniela, Miguel Angel e Juan Pablo; Ao convênio AUIP-UNESP, pela imensa oportunidade outorgada

33 

 

6.4. Ocorrência de viroses e identificação de vírus em pimentão

A ocorrência de viroses foi observada em 14 plantios de pimentão

(65,2%), com incidência variada de 9,6 a 61,2% de plantas doentes (Tabela 3).

Muitos locais onde é desenvolvida a cultura de pimentão, também são

cultivados arroz de inverno, tomate e melão. Existem nas proximidades desses locais grandes

extensões com o cultivo de bananeira e cana-de-açúcar. Além disso, no levantamento efetuado

em 2013 constatou-se muitas áreas cultivadas com tabaco, próximas às de pimentão. O cultivo

de tabaco é financiado por empresas que oferecem assistência técnica, equipamentos, insumos

e ajuda financeira, tornando-o atraente, em relação a outras culturas agrícolas, aos agricultores

da região. O cultivo de fumo próximo a de pimentão favorece maior ocorrência de doenças

causadas por vírus, pois muitos deles são comuns a essas culturas, além da movimentação de

insetos entre as culturas, que podem transmiti-los (Figura 3).

Page 42: UNIVERSIDADE ESTADUAL “JÚLIO DE MESQUITA … · minha esposa Elsa Fuentes e meus filhos Daniela, Miguel Angel e Juan Pablo; Ao convênio AUIP-UNESP, pela imensa oportunidade outorgada

34 

 

Tabela 3. Levantamento de viroses em plantios comerciais de pimentão na zona de Yaguachi-

Equador, em áreas amostradas em 2013 e 2014.

Nomes dos produtores Locais da Paróquia Yaguachi-Viejo

Tipo de sementes Incidência por virus (%)

Sr. Santiago Castro Recinto Las Palmas, Taura Salvador, Quetzal, Nathalie

9,6

Sr. Jorge Naranjo Parroquia Mariscal Sucre 0Sr. Wellington Suárez Manobanda

Parroquia Mariscal Sucre0

Sr. Briones Meza Recinto Vuelta Larga Salvador e mistura de sementes recicladas

23,3

Sr. George Cedeño Vía Vuelta Larga, Yaguachi Salvador 32,8Sr. Jorge Armijos San Fernando, Coné Quetzal, Salvador 61,2Sr. Absalón Salazar San Fernando, Coné Quetzal 29,4Sr. Productor do camino Salvador 0,0Sr. Pedro Navarrete Recinto Inmaculada, Yaguachi Quetzal 34,4

Sr. Francisco Navarrete Recinto Inmaculada, Yaguachi Quetzal

Sr. Pedro Navarrete Recinto Inmaculada, Yaguachi Quetzal 10,7

Sr. Anthoni Navarrete Recinto Inmaculada, Yaguachi Quetzal 27,8

Sr. Luis Arteaga de PSE Provincia de Santa Elena. Comuna el azúcar

Nathalie0

Sr. Hugo Maridueña Comuna el Azúcar Nathalie 0,0Sr. Adríán Técnico Comuna el Azúcar Quetzal 0,0Sr. Omar Asencio Comuna San Rafael Semilla de MAGAP 0,0

Sr. Angel Arriega Coop. 22 de Abril, RecintoVuelta Larga Nathalie

33,2

Sr. Daniel Zambrano Vía Vuelta Larga, Yaguachi Salvador 13,4

Sr. Jhon Cedeño Vía Vuelta Larga, YaguachiSalvador

20,9

Sr. Santos Miranda Vía Vuelta Larga, YaguachiQuetzal

26,7

Sres. Hnos Vera Sector Coop. 22 de abril Salvador

17,5

Sr. Luis Coloma Vía a San Fernando Salvador 0Sr. Alfredo Coloma Via a San Fernando Quetzal 12,5

Page 43: UNIVERSIDADE ESTADUAL “JÚLIO DE MESQUITA … · minha esposa Elsa Fuentes e meus filhos Daniela, Miguel Angel e Juan Pablo; Ao convênio AUIP-UNESP, pela imensa oportunidade outorgada

35 

 

Outro ponto relevante a ser considerado é a existência de cultivos de

pimentão com diferentes estádios de desenvolvimento na mesma área. Os plantios mais velhos

servem de fonte de inóculo de vírus para os plantios mais novos, além de propiciar a

manutenção de altas populações de insetos vetores.

Figura 6. Visão geral de cultivo de pimentão próximo a de tabaco e plantas de pimentão com

sintomas de viroses.

Conforme informações de empresas produtoras ou distribuidoras de

sementes de pimentão, o híbrido Nathalie possui resistência aos vírus TMV, PVY, PeMoV,

TEV e PMMV (SYNGENTA, 2015), o híbrido Quetzal apresenta resistência aos vírus TMV,

PVY, TEV, PepMoV e TomaboPo (SEMILLAS MAGNA, 2015) e o híbrido Salvador possui

resistência apenas ao PVY (Jorge Hassegawa, Monsanto do Brasil, informação pessoal).

A utilização de sementes recicladas dos referidos híbridos pelos agricultores favorece a

ocorrência de viroses em campo, causadas pelos vírus que os híbridos são resistentes, devidoà

segregação gênica para a resistência, e também pode ocorrer a perpetuação daqueles vírus

disseminados por sementes, vindo ao encontro das informações relatadas por Echer e Costa

(2002) e Ali e Kobaishi (2010).

Conforme os resultados apresentados na Tabela 4, não se contatou

a presença de CMV, TMV, ToMV, TSWS, PVY e vírus do grupo Potyvirus nas plantas

analisadas dos híbridos Quetzal e Nathalie, exceção ao híbrido Nathalie, neste que foi

detectada a presença apenas de CMV, no ensaio conduzido no CENAE-ESPOL.

No ensaio conduzido em Vuelta Larga, esses vírus não foram

detectados nas plantas analisadas de ambos híbridos. Já nas amostras de plantas oriundas

Page 44: UNIVERSIDADE ESTADUAL “JÚLIO DE MESQUITA … · minha esposa Elsa Fuentes e meus filhos Daniela, Miguel Angel e Juan Pablo; Ao convênio AUIP-UNESP, pela imensa oportunidade outorgada

36 

 

de área comercial do produtor Jorge Armijos, provenientes de sementes recicladas dos

híbridos Salvador e Quetzal, foram constatadas as presenças de CMV e grupo Potyvirus

(Tabela 4), conforme as técnicas sorológicas utilizadas.

Tabela 4. Identificação de vírus em plantas de pimentão obtidas em campo nos anos de 2013 e

2014, com uso das técnicas DAS-ELISA e COMPOUND-ELISA.

Determinação do vírus

(DAS-ELISA) Determinação do vírus (COMPOUND-ELISA)

Detalhes das amostras CMV TMV ToMV TSWV POTY (POTY GROUP) Ensaio CENAE Híbrido Quetzal - - - - - Híbrido Nathalie + - - - - Ensaio Volta Larga Híbrido Quetzal - - Híbrido Nathalie - - Sementes do produtor Salvador + + Quetzal + +

+= reação positiva -= reação negativa

O emprego das técnicas de DAS-ELISA e Compound-ELISA são úteis,

por sua sensibilidade, para a determinação de vírus em plantas, conforme Clark e Adams

(1977) e Voller et al. (1977). Desde então, muitos centros internacionais, como por exemplo, o

Centro Internacional da Batata, têm empregado essas técnicas com eficácia (SALAZAR,

1990).

A constatação desses vírus nas amostras de plantas analisadas demonstra

a necessidade da utilização de híbridos de pimentão com resistência a esses vírus. Visto que os

híbridos Quetzal, Nathalie e Salvador não possuem resistência ao CMV e ao grupo Potyvirus

(SEMILLAS MAGNA, 2015, SYNGENTA, 2015; Jorge Hassegawa, Monsanto do Brasil,

informação pessoal).

Page 45: UNIVERSIDADE ESTADUAL “JÚLIO DE MESQUITA … · minha esposa Elsa Fuentes e meus filhos Daniela, Miguel Angel e Juan Pablo; Ao convênio AUIP-UNESP, pela imensa oportunidade outorgada

37 

 

Além da resistência oferecida pelos híbridos de pimentão aos diferentes

vírus que ocorrem no Equador, é necessária a conscientização dos agricultores em utilizarem

sementes comerciais e não recicladas, devida à sanidade e segregação gênica a muitas

características, dentre elas a resistência às diversas doenças.

6.5. Controle da “pata seca” em campo

Não foram constatadas diferenças na incidência de plantas de pimentão

com a doença “pata seca” nos dois experimentos, em função dos tratamentos utilizados nos

híbridos Quetzal e Nathalie. Houve diferença no número de frutos produzidos por planta

(ensaio ESPOL) ou por parcela (ensaio Vuelta Larga), com maior produção em Kg/parcela, na

presença do tratamento químico técnico (Tabela 5).

Embora haja resultados satisfatórios em condições de inoculação

artificial, em experimentos conduzidos em vaso, em condições de casa-de-vegetação, sobre a

eficácia da aplicação de carbendazim + mancozeb ou de T. viride, em plantas de pimentão no

controle de podridão causada por S. rolfsii (MADHAVI e BHATTIPROLU, 2011); aplicação

de benomyl, carbendazim, procloraz, fludioxonil ou bronoconazole, em mudas de tomateiro

para o controle da murcha-de-fusário, causada por F. oxysporumf. sp. lycopersici (AMINI e

SIDOVICH, 2010); controle moderado de podridões radiculares causadas por vários fungos

(mistura de inóculo de F. solani, F. oxysporum, R. solani, S. rolfsii, Macrophominaphaseolina

e Pythiyum sp.) em mudas de pimentão, por T. viride ou T. harzianum (ABDEL-KADER et

al., 2012); aplicação de fosetil alumínio em mudas de tomateiro para o controle da podridão

radicular, causada por P. capsici (FERNANDEZ-HERRERA et al. 2007), os resultados aqui

observados para os dois ensaios de campo, com os tratamentos utilizados, não comprovaram

essa eficácia.

Page 46: UNIVERSIDADE ESTADUAL “JÚLIO DE MESQUITA … · minha esposa Elsa Fuentes e meus filhos Daniela, Miguel Angel e Juan Pablo; Ao convênio AUIP-UNESP, pela imensa oportunidade outorgada

38 

 

Tabela 5. Ação de diferentes tratamentos na base das plantas de pimentão sobre a incidência

de “pata seca” e sobre alguns parâmetros agronômicos de pimentão híbridos Quetzal e

Nathalie. 2013.

Ensaio ESPOL N° de plantas

com “pata

seca”

No.fruto

comercial/planta

Produção

(Kg/parcela)

Tratamentoa

Tratamento químico agricultor (TQA) 7,92 ab 3,07 ab 8,61 ab

Tratamento químico técnico (TQT) 7,17 a 3,50 a 9,76 a

Tratamento ecológico (TE) 8,00 a 2,89 ab 8,09 ab

Híbrido Quetzal 7,42 a 2,80 a 7,82 a

Híbrido Nathalie 8,42 a 3,18 a 8,89 a

C.V. (%) 39,65 28,77 28,66

Ensaio Vuelta Larga N° de plantas

com “pata

seca”

No.fruto

comercial/planta

Produção

(Kg/parcela)

Tratamento

Tratamento químico agricultor (TQA) 3,25 a 4,74 a 16,79 a

Tratamento químico técnico (TQT) 2,67 a 5,69 a 22,65 a

Tratamento ecológico (TE) 2,92 a 4,86 a 21,96 a

Híbrido Quetzal 2,75 a 5,07 a 22,69 a

Híbrido Nathalie 3,25 a 5,26 a 20,26 a

C.V; (%) 42,60 22,05 38,99

aTQA = sulfato de cobre + fosetil alumínio; TQT = iprodione + clorotalonil; TE = T. harzianum + T.koingii; TES = água bMédias seguidas de mesmas letras na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey a 5%.

A inexistência de diferença significativa entre os tratamentos aqui

avaliados pode ser atribuída à condução das plantas até a fase de colheita, diferente dos

Page 47: UNIVERSIDADE ESTADUAL “JÚLIO DE MESQUITA … · minha esposa Elsa Fuentes e meus filhos Daniela, Miguel Angel e Juan Pablo; Ao convênio AUIP-UNESP, pela imensa oportunidade outorgada

39 

 

resultados das pesquisas desenvolvidas por Fernandez-Herrera et al. (2007), Amini e Sidovich

(2010), Madhavi e Bhattiprolu (2011) e Abel-Kadar et al. (2012) que avaliaram os sintomas

nas mudas das diferentes plantas, por um período relativamente pequeno, em condições

controladas. Além disso, ao longo do tempo em que foram conduzidos os ensaios no campo,

os produtos aplicados sofreram degradação e, provavelmente, aquele(s) que teve (tiveram)

maior(es) persistência(s) atua(ram) no controle do(s) fungo(s) ali presente(s) que poderia

explicar a maior quantidade de frutos comerciais nos dois ensaios e maior produção (ensaio

ESPOL) para o tratamento químico técnico (iprodione + clorotalonil).

Para iprodione, Perez-Moreno et al. (2009) observaram a ação desse

produto na redução do crescimento micelal e na produção de escleródios de S. rolfsii oriundo

de pimentão, o que indica a potencialidade desse fungicida no controle desse patógeno.

Maringoni et al. (1992) observaram a eficácia de iprodione, em tratamento de sementes de

feijão, para o controle do tombamento causado por R. solani, além da ação desse fungicida em

reduzir o crescimento micelial desse fungo in vitro.

Segundo Rodrigues (2006), fosetil alumínio é recomendado para o

controle de oomicetos (Phytophthora spp., Pythium spp., Plasmopara spp. e Bremia sp.)

agentes causais de doenças em várias culturas. Fernandez-Herrera et al. (2007) reportaram a

eficácia desse produto no controle de podridão radicular, causada por P. capsici, em mudas de

tomateiro. Em condições in vitro, fosetil alumínio apresentou baixa ação inibitória a S. rolfsii

(VIRUPAKSHA, 2003).

6.6. Sensibilidade in vitro de Fusarium spp. e S. rolfsii de pimentão a fungicidas

Observa-se diferença na sensibilidade dos isolados de S. rolfsii e

Fusarium spp. aos fungicidas ensaiados (Tabelas 6 e 7). Os isolados de S. rolfsii apresentaram

maior sensibilidade ao tebuconazole, moderada sensibilidade ao benomil e iprodione e baixa

sensibilidade ao fosetil alumínio, clorotalonil e metalaxil+ propanocarb, conforme os valores

da faixa da DL50 por eles apresentados (tabela 6). Os isolados de Fusarium spp. apresentaram

moderada sensibilidade aos fungicidas tebuconazole e benomil e baixa sensibilidade a

Page 48: UNIVERSIDADE ESTADUAL “JÚLIO DE MESQUITA … · minha esposa Elsa Fuentes e meus filhos Daniela, Miguel Angel e Juan Pablo; Ao convênio AUIP-UNESP, pela imensa oportunidade outorgada

40 

 

iprodione, fosetil alumínio, clorotalonil e metalaxil +propanocarb, conforme os valores da

faixa da DL50 por eles apresentados (Tabela 7).

Pesquisas desenvolvidas com S. rolfsii apontaram sua sensibilidade in

vitro a tebuconazole (BRENNEMAN et al., 1991; PEREZ-MORENO et al., 2009;

MADHAVI e BHATTIPROLU, 2011; DAS et al., 2014), clorotalonil e iprodione

(GANESHAN, 1997) e baixa sensibilidade a benomil (ARAUJO e CARVALHO, 1988;

MADHAVI e BHATTIPROLU, 2011), metalaxil (RATHER et al., 2012) e fosetil alumínio

(PRABHU e HIREMATH, 2003). Os resultados aqui obtidos concordam com os diferentes

autores e produtos por eles avaliados, exceções feitas ao clorotalonil, pois os isolados de S.

rolfisii aqui ensaiados apresentaram baixa sensibilidade, e ao benomil, eles foram sensíveis.

Para fungos do gênero Fusarium, há relatos de vários trabalhos com

diferentes espécies desse gênero, quanto a sensibilidade in vitro a fungicidas. F. graminearum,

patogênico a trigo, apresentou alta sensibilidade a tebuconazole (AVOZANI et al; 2014); F.

solani, patogênico a algodoeiro (CHATTANNAVAR et al., 2006), F. oxysporum f. sp.

lycopersici, patogênico a tomateiro (AMINIE e SIDOVICH, 2010) e F. palledoroseum,

patogênico a mamona (MAMZA et al., 2008) foram sensíveis a benomil; F. avenaceum,

patogênico ao crisântemo, foi sensível a iprodione (KOPACKI e WAGNER, 2006) e

F.oxysporum f. sp. pini, patogênico a Abies pindrow, apresentou moderada sensibilidade a

clorotalonil (DAR et al., 2013). Esses resultados vão ao encontro aos resultados aqui obtidos

para os isolados de F. oxysporum e F. solani de pimentão, exceção feita ao clorotalonil pois

eles apresentaram baixa sensibilidade (Tabela 7).

Embora o benomil não seja mais registrado no Brasil pra uso na

agricultura, desde o 2002 (Rodrigues, 2006) ele não encontra-se em uso na floricultura no

Equador (AGROCALIDAD, 2014) e os isolados de S. rolfsii e Fusarium spp. de pimentão

aqui ensaiados foram sensíveis a esse fungicida.

Page 49: UNIVERSIDADE ESTADUAL “JÚLIO DE MESQUITA … · minha esposa Elsa Fuentes e meus filhos Daniela, Miguel Angel e Juan Pablo; Ao convênio AUIP-UNESP, pela imensa oportunidade outorgada

                                     

41 

Tabela 6. Porcentagem média de inibição do crescimento micelial in vitro de isolados de

Sclerotium rolfsii. de pimentão a fungicidas em diferentes concentrações.

Isolado de Scl-1 Concentração (ppm) Faixa de

DL50 (ppm)

10 100 1,000 10,000 Tebuconazole 99,45 79,99 96,09 98,89 < 10 Benomil 1,67 98,89 100 100 10 - 100 Iprodione 4,17 64,72 100 100 10 - 100 Fosetil Aluminio 19,45 15,28 13,06 87,22 1,000-10,000Cloratalonil 0,00 0,00 8,34 36,95 >10,000 Metalaxil+propacarb 0,00 0,00 0,00 1,39 >10,000

Isolado Scl-2 Concentração (ppm) Faixa de

DL50 (ppm)

10 100 1,000 10,000 Tebuconazole 76,95 90,78 100 100 < 10 Benomil 0,00 98,89 100 100 10 - 100 Iprodione 8,33 47,50 96,39 100 100-1,000 Fosetil Aluminio 0,00 2,78 0,00 77,78 1,000 -10,000Cloratalonil 2,78 2,78 34,72 30,44 >10,000 Metalaxil+Propacarb 2,78 0,00 0,00 0,00 >10,000

Page 50: UNIVERSIDADE ESTADUAL “JÚLIO DE MESQUITA … · minha esposa Elsa Fuentes e meus filhos Daniela, Miguel Angel e Juan Pablo; Ao convênio AUIP-UNESP, pela imensa oportunidade outorgada

42 

 

Tabela 7. Porcentagem média de inibição do crescimento micelial in vitro de isolados de

Fusarium spp. de pimentão a fungicidas em diferentes concentrações.

Isolado F-1 Concentração (ppm) Faixa de

ED50 (ppm)

10 100 1,000 10,000 Tebuconazole 41,11 78,61 100 96,67 10-100 Benomil 5,56 77,23 98,34 100 10-100 Iprodione 36,11 43,89 55,56 63,74 100-1,000 Fosetil Aluminio 8,89 5,56 6,95 21,67 >10,000 Cloratalonil 12,50 18,06 54,44 67,12 100-1,000Metalaxil+Propacarb 0,00 2,78 25 18,06 >10,000

Isolado F-2 Concentração (ppm) Faixa de

ED50 (ppm)

10 100 1,000 10,000 Tebuconazole 29,17 84,44 100 100,00 10 - 100 Benomil 1,39 51,67 80,56 93,33 10-100 Iprodione 38,33 43,33 45,84 56,67 100 - 1000 Fosetil Aluminio 0,00 2,78 37,50 2,78 >10,000 Cloratalonil 5,56 9,73 40,28 58,34 1,000-10,000Metalaxil+Propacarb 0,00 1,39 0,00 20,00 >10,000

Page 51: UNIVERSIDADE ESTADUAL “JÚLIO DE MESQUITA … · minha esposa Elsa Fuentes e meus filhos Daniela, Miguel Angel e Juan Pablo; Ao convênio AUIP-UNESP, pela imensa oportunidade outorgada

43 

 

Figura 7. Ação dos fungicidas tebuconazole e metalaxil+propanocarb (Supremo®) no

crescimento micelial in vitro de Sclerotium rolfsii (Scl-1) e Fusarium oxysporum (F-1) do

pimentão.

Esses resultados comprovam a ineficácia do tratamento químico feito

pelos agricultores do Equador, visando ao controle da “pata seca”, uma vez que utilizam

fosetil alumínio e metalaxil + propanocarb, cujos produtos possuem ação pricipalmente a

oomicetos (RODRIGUES, 2006) e não a S. rolfsii e Fusarium spp. Uma das razões

determinantes para isso, é desconhecimiento do agente causal da “pata seca”, seguindo e

adotando medidas sem fundamento científico. É neccesário estabelecer um programa de

manejo fitosanitário que não só implique o uso de agrotóxicos, e sim um conjunto de medidas

técnicas, que aplicadas conjuntamente trarão melhores resultados para a produtividade e

qualidade da cultura de pimentão no Equador.

Page 52: UNIVERSIDADE ESTADUAL “JÚLIO DE MESQUITA … · minha esposa Elsa Fuentes e meus filhos Daniela, Miguel Angel e Juan Pablo; Ao convênio AUIP-UNESP, pela imensa oportunidade outorgada

44 

 

7. CONCLUSÕES

a) A doença “pata seca” ocorre de forma sistemática nos plantios comerciais de pimentão nas

regiões amostradas no Equador;

b) Sclerotium rolfsii foi o principal agente etiológico da “pata seca” em plantios de pimentão;

c) A aplicação de iprodione + clorotalonil no colo de plantas de pimentão proporcionou o

maior número de frutos e produção dos híbridos Nathalie e Quetzal, em condições de campo;

d) Isolados de S. rolfsii de pimentão apresentaram sensibilidade in vitro aos fungicidas

tebuconazole, benomil e iprodione e baixa sensibilidade a fosetil alumínio, clorotalonil e

metalaxil + propanocarb.

e) Isolados de F. oxysporum e F. solani de pimentão apresentaram sensibilidade in vitro aos

fungicidas tebuconazole, benomil e baixa sensibilidade a iprodione, fosetil alumínio,

clorotalonil e metalaxil + propanocarb.

f) Há a ocorrência sistemática de viroses nos plantios comerciais de pimentão nas regiões

amostradas no Equador e isso se deve à suscetibilidade dos materiais e ao uso de sementes

recicladas.

Page 53: UNIVERSIDADE ESTADUAL “JÚLIO DE MESQUITA … · minha esposa Elsa Fuentes e meus filhos Daniela, Miguel Angel e Juan Pablo; Ao convênio AUIP-UNESP, pela imensa oportunidade outorgada

45 

 

8. REFERÊNCIAS

ABDEL-KADER, M. M. et al. Soil drench with fungicides alternatives against root rot incidence of some vegetables under greenhouse condictions. International Journal of Agriculture and Forestry, Rosemed, v. 2, p. 61-69, 2012. AGRIOS, G. Plant pathology. 5.ed. Amsterdam: Elsevier Academic Press, 2005. 916 p. AGROCALIDAD. Agencia ecuatoriana de aseguramiento de la calidad del agro. Listado de registro de semillas y empresas importadoras del Ecuador. 2014. Disponível em: <http://www.agrocalidad.gob.ec>. Acesso em: 18 ago. 2015. AKIRA, M. Patogenicidad de Fusarium oxysporum f.sp. phaseoly adubação nitrogenada e produtividade de feijão. 2004. 80 f. Dissertação (Mestrado em Agronomia) - Escola Superior de Agricultura ‘’Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2004. ALI, A.; KOBAYASHI, M. Seed transmission of Cucumber mosaic virus in pepper. Journal of Virological Methods, Amsterdam, v. 163, p. 234-237, 2010. AMINI, J.; SIDOVICH, D. F. The effects of fungicides on Fusarium oxysporum f. sp. lycopersici associated with fusarium wilt of tomato. Journal of Plant Protection Research, Poznán, v. 50, p. 172-178, 2010. ANAYA, S.; NÁPOLES, R. Hortalizas: plagas y enfermedades. 3.ed. México: Trillas. 1999. 544 p. ANDREW, J. E.; FOREWORD,W.; ESHBAUGH, H. Peppers: the domesticated Capsicums. Austin: University of Texas, 1995. 186 p. APODACA, M. A. et al. Pudrición de la corona del chile (Capsicum annuum L.) en Sinaloa. Revista Mexicana de Fitopatología, Ciudad Obregón, v. 22, n. 1, p. 22-29. 2004. ARROYO, S. Estudio de prefactibilidad para la implementación de una empresa dedicada al cultivo hidropónico de pimiento en el sector de San Francisco del Tena-Conocoto. 2003. 139 f. Tesis (Ingeniera de Empresas) - Facultad de Ciencias Economicas, Universidad Tecnologica Equinoccial, Quito, 2003.

Page 54: UNIVERSIDADE ESTADUAL “JÚLIO DE MESQUITA … · minha esposa Elsa Fuentes e meus filhos Daniela, Miguel Angel e Juan Pablo; Ao convênio AUIP-UNESP, pela imensa oportunidade outorgada

46 

 

AVOZANI, A.; REIS, E. M.; TONIN, R. B. In vitro sensitivity reduction of Fusarium graminearum to DMI and QoI fungicides. Summa Phytopathologica, Botucatu, v. 40, p. 358-364, 2014.  BARNETT, H. L.; HUNTER, B. B. Illustrated genera of imperfect fungi. Minnesota: American Phytopathological Society, 1998. 218 p. BLACK, L. et al. Pepper diseases: a field guide. Taipei: Asian Vegetable Research and Development Center, 1993. 98 p. BOOTH, C. Fusarium laboratory guide to the identification of the mayor species. England: Commonwealth Mycological Institute, 1977. 58 p. BORBOR, A.; SUAREZ, G. Producción de tres híbridos de pimiento (Capsicum annuum) a partir de semillas sometidas a imbibición e imbibición más campo magnético en el campo experimental Rio verde, cantón Santa Elena. 2007. 135 f. Tesis (Ingeniera Agropecuario) - Facultad de Ciencias Agrarias, Universidad Estatal Península de Santa Elena, Libertad, 2007. BOSLAND, P. W. Capsicum: innovative uses of an ancient crop. In: JANICK, J. (Ed.). Progress in new crops. Arlington: ASHS Press, 1996. p. 479-487. BOSLAND, P. W.; VOTAVA, E. Peppers: vegetable and spice capsicums. New York: Cabi Publishing, 2000. 204 p. BRENNEMAN, T. B.; MURPHY, A. P.; CSINOS, A. S. Activity of tebuconazole on Sclerotium rolfsi i and Rhizoctonia solani, two soilborne pathogens of peanut. Plant Disease, St. Paul, v. 75, p. 744-747, 1991.  CAPUZ, R. Identificación de microorganismos antagonistas de fitopatógenos de suelo y su efecto in vitro e invernadero en especies hortícolas. 2009. 68 f. Tesis (Ingeniería Agronómica) - Universidad Estatal de Guayaquil, Guayaquil, 2009. CEDEGE. Manual técnico de los principales cultivos experimentados en la Península de Santa Elena. Proyecto estudio del potencial agroinsdustrial y exportación de la PSE. 2000. CHATTANNAVAR, S. N.; KULKARNI, S.; KHADI, B. M. In vitro evaluation of fungicides against Fusarium solani of cotton. Journal of Cotton Research Development, ??? v. 20, p. 143-144, 2006. CHENG-HUANG.; VALLAD, G. Crown and root diseases of pepper. In: RUSSO, V. M. (Ed.). Pepper: botany, production and uses. Oxfordshire: CAB Internacional, p. 203-215, 2012. CIAT. Centro Internacional de Agricultura Tropical. 1987. Sistema estandar para la evaluación de Germoplasma de frijol. Cali: CIAT, 1987. 57 p.

Page 55: UNIVERSIDADE ESTADUAL “JÚLIO DE MESQUITA … · minha esposa Elsa Fuentes e meus filhos Daniela, Miguel Angel e Juan Pablo; Ao convênio AUIP-UNESP, pela imensa oportunidade outorgada

47 

 

CIAT. Centro Internacional de Agricultura Tropical. Guía de prácticas de Laboratorio para el manejo de patógenos del frijol, Guía practica 8, 2011. Sclerotium rolfsii, enfermedad: añublo sureño. Disponível em: <http://ciat.cgiar.org/>. Acesso em: 14 abr. 2014. CLARK, M. F.; ADAMS, A. Characteristics of microplate method of enzyme-linked immunosorbent assay for the detection of plant viruses. Journal of General Virology, London, v. 34, p. 475-483, 1976. COELLO, D. A. Manejo de pulgones transmisores de enfermedades virales en el cultivo de pimiento (Capsicum annuun L) en la zona de Vinces. 2012. 65 f. Tesis (Ingeniería Agronómica) - Instituto Tecnologico Agropecuario de Vinces, Universidad de Guayaquil, Guayaquil, 2012. COUTO, A.; GONÇALVES, R. (Ed.). Métodos em fitopatologia. Viçosa, MG: UFV, 2007. DAR, W. A. et al. In vitro study of fungicides and biological agents against Fusarium oxysporum f. sp. pini causing root rot of western himalayan fir (Abies pindrow). Scientific Research and Essays, Nairobi, v. 8, p. 1407-1412, 2013.  DAS, N. C.; DUTTA, B. K.; RAY, D. C. Potential of some fungicides on the growth and development of Sclerotium rolfsii Sacc. in vitro. International Journal of Scientific and Research Publications, Penang, v. 4, p. 1-5, 2014.  DHINGRA, O.; SINCLAIR, J. Basic plant pathology methods. Florida: CRC, 1987. DICKERSON, G. Growing pepper in New Mexico Gardens. Guide H-240. Las Cruces: College of Agriculture and Home Economics, New Mexico State University, 1997. 4 p. DUGAN, F. The identification of fungi: an illustrated introduction with keys, glossary, and guide to literature. St. Paul: The American Phytothological Society, 2006. 176 p. ECHER, M. M.; COSTA, C. P. Reaction of sweet pepper to the Potato virus Y (PVYm). Scientiae Agricola, Piracicaba, v. 59, n. 2, p. 309-314, 2002. ESHBAUGH, H. The taxonomy of the genus Capsicum. In: RUSSO, V. M. Peppers botany: production and uses. Massachusetts: CABI, 2012. 280 p. FAOSTAT. Principales paises productores de pimiento. Dirección de Estadísticas de la Organización de las Naciones Unidas para la Agricultura y la Alimentación. 2012. Disponível em: <http://faostat.fao.org/>. Acesso em: 10 ago. 2015. FAOSTAT. Productividad del cultivo de pimiento. Dirección de Estadísticas de la Organización de las Naciones Unidas para la Agricultura y la Alimentación. 2013. Disponível em: <http://faostat.fao.org/>. Acesso em: 10 ago. 2015. FICHTNER, E. Slerotium rolfsii Sacc. Kudzu of the fungal word. New York State University. College of Agriculture and Life Science, 1999. Disponível em: <http://www.cals.ncsu.edu/course/pp728/profile.html/>. Acesso em: 18 ago. 2015.

Page 56: UNIVERSIDADE ESTADUAL “JÚLIO DE MESQUITA … · minha esposa Elsa Fuentes e meus filhos Daniela, Miguel Angel e Juan Pablo; Ao convênio AUIP-UNESP, pela imensa oportunidade outorgada

48 

 

GAD-YAGUACHI. Gobierno Autónomo Descentralizado Municipal de San Jacinto de Yaguachi. Plan de desarrollo y ordenamiento territorial 2012-2019. Guayaquil: Fundación Santiago de Guayaquil, 2012. 149 p. GALMARINI, M. R.; CABRERA, M. G.; FLACHSLAND, E. Sclerotium rolfsii: nuevo patógeno de orquídeas para la República Argentina. In: CONGRESSO LATINO-AMERICANO DE FITOPATOLOGÍA, 11., São Pedro, 2001. GANESHAN, G. Fungicidal control of sclerotium basal rot of cluster bean cv. Pusa Naubahar. Indian Phytopathology, New Delhi, v. 50, p. 508-512, 1997.  GONZALEZ, A. et al. Primer reporte de Sclerotium rolffsii como agente causal de las pudriones del talo y la mazorca del maíz en Portuguesa, Venezuela. Fitopatología Venezolana, Maracay, vol, p. 23-25. 2008, HASSEGAWA, J. Monsanto do Brasil, informação pessoal. 2015. HOLGUIN, M. Estudio de prefactibilidad para la producción de pimiento en la Peninsula de Santa Elena. 2012. 268 f . Tese (Ingeniera Comercial) - Facultad de Ciencias Humanistica e Económica, Escuela Superior Politécnica del Litoral, Guayaquil, 2012. HYEUK, J.; CHANG-SEUK, P. Stem root of Tomato caused by Sclerotium rolfsii in Korea. Microbiology, New Yourk, v. 30, n. 4, p. 244-246, 2002. INAMHI. INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGÍA E HIDROLOGÍA. El cultivo del pimiento y el clima en el Ecuador. Quito, Estudios e Investigaciones Meteorológicas INAMHI Ecuador. 2013. Disponível em: <http://www.meteorologia/ articulos>. Acesso em: 14 maio 2015. INEC. Instituto Nacional de Estadistica y Censo. Actualización del marco de muestreo de la encuesta de superficie y producción agropecuaria. Quito, 2014. Disponível em: <http://www.ecuadorencifras.gob.ec/>. 2014. Acesso em: 18 mar. 2015. INIAP. Instituto Nacional Autónomo de Investigación Agropecuaria. Manual agrícola de los principales cultivos del Ecuador. Manual n. 10, 1987. INIFAP. Instituto Nacional de Investigaciones Foresles, Agrícolas y Pecuarias. Guía para el manejo de la marchitez del Chile en Guanajuato. Jalisco: Editorial Prometeos, 2009. 34 p. INIFAP. Instituto Nacional de Investigaciones Foresles, Agrícolas y Pecuarias. Nueva tecnología de manejo para el control de la marchitez del Chile en aguascalientes. Aguas calientes: Centro de Investigación Regional Norte Centro, Campo Experimental Pabellón, 2010. 55 p. INIAP. Instituto Nacional Autónomo de Investigación Agropecuaria. Informe técnico anual. Portoviejo: INIAP, 1984. p. 44-47. KOIKE, S.; GLADDERS, P.; PAULUS, A. Vegetables diseases: a color handbook. Boston: Academic Press, 2007. 448 p.

Page 57: UNIVERSIDADE ESTADUAL “JÚLIO DE MESQUITA … · minha esposa Elsa Fuentes e meus filhos Daniela, Miguel Angel e Juan Pablo; Ao convênio AUIP-UNESP, pela imensa oportunidade outorgada

49 

 

KOPACKI, M.; WAGNER, A. Effect of some fungicides on mycelium growth of Fusarium avenaceum (Fr.) Sacc. pathogenic to chrysanthemum (Dendranthema grandiflora Tzvelev). Agronomy Research, Tartu, v. 4, p. 237-240, 2006.  LOPES, C. A.; ÁVILA, A. C. Doenças do pimentão: diagnose e controle. Brasília, DF, Embrapa Hortaliças, 2003. 96 p. MADHAVI, G. B.; BHATTIPROLU, S. L. Integrated disease management of dry root rot of chilli incited by Sclerotium rolfsii (Sacc.). International Journal of Plant, Animal and Environmental Sciences, New York, v. 1, p. 31-37, 2011. MAGNA, S. Pimentón hibrido Quetzal. Disponível em: <http//www.semillasmagna. com>. Acesso em: 15 jun. 2015. MAMZA; W. S; ZARAFI, A. B.; ALABI, O. In vitro evaluation of six fungicides on radial mycelial growth and regrowth of Fusarium pallidoroseum isolated from castor (Ricinus communis) in Samaru, Nigeria. African Journal of General Agriculture, Ilorin, v. 4, p. 65-70, 2008.  MARINGONI, A. C.; TOFOLI, J. G.; FREGONESE, L. H. Ação de fungicidas in vitro sobre Rhizoctonia solani e no controle do tombamento de feijoeiro. Summa Phytopathologica, Botucatu, v. 18, n. 3, p. 269-275, 1992. MARYLAND COOPERATIVE EXTENSION.Home & Garden IPM series: pepper. Elliocott City, University of Maryland, 2014. .Disponível em: <http://extension.umd. edu/>.Acesso em: 08 maio 2014. MENDES, M. Caracterização, toxicidade e patogenicidade de Fusarium. spp em genótipos de soja em sistema plantio direto. 2009. 91 f. Dissertação (Mestrado em Agronomia) - Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2009. MULLEN, J. Southern blight, southern stem blight, white mold.The plant health instructor, APSnet, 2006. Disponível em: <http://www.apsnet.com/>. Acesso em: 06 maio 2014.  MURPHY, J. F.; WARREN. Diseases caused by virus. In: PERNEZNY, K. et al. (Ed.). Compedium of pepper diseases. 2009. p 23-40. NAMESNY, A. El pimiento en el mundo. Valencia, Publicaciones de postcosecha. 2006. Disponível em: <http://www.hortalizas.com/>. Acesso em: 06 maio 2014. NELSON, P. E.; TOUSSOUN, T.; MARASAS, W. Fusarium species: an illustrated manual for identification. Pennsylvania: University Press, 1927. 184 p. PALAZON, C.; PALAZON, I. Estudios epidemiológicos sobre la «tristeza» del pimiento en la zona de valle del Ebro. Boletin de Sanidad Vegetal, Plagas, v. 15, p. 233-262, 1989.

Page 58: UNIVERSIDADE ESTADUAL “JÚLIO DE MESQUITA … · minha esposa Elsa Fuentes e meus filhos Daniela, Miguel Angel e Juan Pablo; Ao convênio AUIP-UNESP, pela imensa oportunidade outorgada

50 

 

PEREZ-MORENO, C. L. et al. Sensibilidad in vitro de Sclerotium rolfsii Sacardo, a los fungicidas comúnmente usados para su combate. Revista Mexicana de Fitopatologia, Ciudad Obrégon, v. 27, p. 11-17, 2009. PERNEZNY, K. et al. Compendium of pepper diseases. St. Paul: The American Phytopathological Society, 2009. 73 p. PINTO VIANA, F. M.; OLIVEIRA FREIRE, F.; BARROS PARENTE, G. Controle das principais doenças do pimentão cultivado nas regiões serranas do Estado do Ceará. Fortaleza: Embrapa, 2007. PONTIS, R. E. El “marchitamiento” del pimiento (Capsicum annuum) en la provincia de Mendoza. Revista Argentina de Agronomia, Buenos Aires, v. 7, n. 2, p. 113-127, 1940. PUNJA, Z. K. The biology, ecology, and control of Sclerotium rolfsii. Annual Review of Phytopathology, Palo Alto, v. 23, p. 97-127, 1985. PUNJA, Z. K.; GROGAN, R. G. Effects of inorganic salts, carbonate-bicarbonate anion, ammonia, and the modifying influence of pH on sclerotial germination of Sclerotium rolfsii. Phytopathology, St. Paul, v.72, p. 635-639,1982. PRABHU, H. V.; HIMATH, P. C. Bioefficacy of fungicides against collar rot of cotton caused by Sclerotium rolfsii. Journal of Agricultural Science, Cambridge, v. 16, p. 576-579, 2003.  PROECUADOR. Instituto de Promoción de Exportaciones e Inversiones. 2015. Disponível em: <http://www.proecuador.gob.ec/>. Acesso em: 10 ago. 2015. RATHER, T. R. et al. Integrated management of wilt complex disease in bell pepper (Capsicum annuum L.). Journal of Agricultural Science, Cambridge, v. 4, p. 141-147, 2012.  ROBERTS, P. D. et al. Diseases of pepper and their management. In: NAQVI, S. A. M. H. (Ed.). Diseases of fruits and vegetables. Amsterdam: Academic Publishers, v. 2, p. 333-387, 2004. RODRIGUES, M. A Classificação de fungicidas de acordo com o mecanismo de ação proposto pelo Frac. 2006. 291 f. Dissertação (Mestrado em Agronomia) -Faculdade de Ciências Agronômicas, Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho”, Botucatu, 2006. RODRIGUEZ, K. B. Estudio para la creación de una empresa de acopio de hortalizas En la parroquia de Guayllabamba, con distribución al distrito metropolitano de Quito. 2008. 142 f. Tesis (Ingeniera Comercial) - Escuela Politécnica del Ejército, Quito, 2008. SARTORI, J. E.; MARINGONI, A. C. Effect of fungicidas on colony growth of Colletotrichum lindemuthianum (Sacc. & Magn.) Scrib. Journal of Plant Protection Research, Poznán, v. 48, p. 201-212, 2008.

Page 59: UNIVERSIDADE ESTADUAL “JÚLIO DE MESQUITA … · minha esposa Elsa Fuentes e meus filhos Daniela, Miguel Angel e Juan Pablo; Ao convênio AUIP-UNESP, pela imensa oportunidade outorgada

51 

 

SERRA, C. A. Manejo integrado de plagas de cultivos: estado actual y perspectivas para la República Dominicana. Santo Domingo: CEDAF, 2006. 176 p. STOMMEL, J.; ALBRECHT, E. Genetics. In: RUSSO, V. M. Peppers botany: production and uses. Massachusetts: CABI, 2012. 280 p. SUAREZ, V. Estudio de tres niveles de fertilización química y su efecto en el comportamiento agronómico de dos híbridos de pimiento (Capsicum annuumL) en el sector del recinto “El Limón” cantón palestina provincia del Guayas. 2009. 200 f. Tesis(Ingeniería Agropecuaria) - Facultad de Ingeniería en Mecánica y Ciencias de la Producción, Guayaquil, 2009. SYNGENTA BRASIL. Pimentão híbrido Nathalie. Disponível em: <http://3.syngenta.com/country/br/pt/produtosemarcas/sementes/Pages/PIMENTAO-HIBRIDO-NATHALIE.aspx>. Acesso em: 15 jun. 2015.  TARIQ, R. et al. Integrated management of wilt complex diseases in bell pepper (Capsicum annum L). Journal of Agricultural Science, Cambridge, v. 4, n. 7, p. 141-147, 2012. TERCER CENSO NACIONAL AGROPECUARIO. Resultados nacionales incluye resumenes provinciales. Quito: Instituto Nacional de Estadística y Censos, Ministerio de Agricultura y Ganadería, v. 1. 2002. 256 p. THOMÈ BARBOSA, N. et al. Método para inoculación de Sclaerotium rolfsii in tomato. Revista Agroambiente, Boa Vista, v. 4, n. 1, p. 49-51, 2010. TREVISAN, J.; GONZALEZ, F. Proyecto de control fitosanitario Península de Santa Elena. Cedegé: Cía de Promoção Agrícola. 1997. 93 p. VIRUPAKSHA, P.; HIREMATH, P. Biofficacy of fungicides aginst colar roto f cotton caused by Sclerotium rofsii. Jounal of Agricultural Science, Cambridge, v. 16, n. 4, p. 576-579, 2003. ZAMBOLIM, L. et al. (Ed.). Manejo integrado de doenças e pragas: hortaliças. Viçosa, MG: UFV; DEP, 2007.