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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA
GABRIEL HOFFMANN
LUCAS FERREIRA LONGO
ANÁLISE DO PROCESSO DE EXECUÇÃO DE PISO COM REVESTIMENTO
CERÂMICO EM ÁREAS EXTERNAS
Palhoça
2019
GABRIEL HOFFMANN
LUCAS FERREIRA LONGO
ANÁLISE DO PROCESSO DE EXECUÇÃO DE PISO COM REVESTIMENTO
CERÂMICO EM ÁREAS EXTERNAS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
ao Curso de Engenharia Civil da Universidade
do Sul de Santa Catarina como requisito
parcial à obtenção do título de Engenheiro
Civil.
Orientador: Prof. Paulo Roberto May, MSc.
Palhoça
2019
GABRIEL HOFFMANN
LUCAS FERREIRA LONGO
ANÁLISE DO PROCESSO DE EXECUÇÃO DE PISO COM REVESTIMENTO
CERÂMICO EM ÁREAS EXTERNAS
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi
julgado adequado à obtenção do título de
Engenheiro Civil e aprovado em sua forma
final pelo Curso de Engenharia Civil da
Universidade do Sul de Santa Catarina.
Dedicamos este trabalho às nossas famílias e a
Adelia Brighente Longo e Leonido Hoffmann
“In Memorian”.
.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos primeiramente a Deus, o centro das nossas vidas. À Ele rendemos
graças e louvores pelas tantas benções que possuímos.
Em especial aos nossos pais Vilson e Angelo, aqueles que mais que prover nossos
estudos e conforto material, foi aconchego, exemplo e alicerce durante a caminhada. O
apoio, o incentivo, o amor e a compreensão foram indispensáveis para a vida. Nossa
gratidão e nosso amor são imensuráveis e atemporais.
Agradeço às nossas mães Angélica e Deise que nos geraram e sempre
incentivaram. Elas são exemplos de pessoas que correm atrás dos seus sonhos e lutam pela
sua felicidade. À Leonido Hoffmann e Adelia Brighente Longo “In Memorian”, que
demonstraram por nós o maior e mais sincero amor que pudemos presenciar.
Aos nossos irmãos, nossos companheiros, são a certeza de que sempre teremos a
quem recorrer nas dificuldades.
Agradecemos aos nossos amigos, parceiros de vida. Eles fazem nossos dias mais
alegres, nossas vidas mais leves e estão ao nosso lado nos momentos bons e ruins.
Não poderíamos fazer nossos agradecimentos sem lembrar dos amigos da
faculdade.
Ao nosso professor orientador e amigo Paulo Roberto May, que não mediu
esforços para auxiliar na conclusão deste trabalho, nos tranquilizou e dividiu seu
conhecimento conosco.
Agradecemos um ao outro pelo companheirismo neste trabalho, por dividirmos
essa experiência e por servir de inspiração de ser humano e profissional. Estendo esse
agradecimento também aos nossos colegas Gabriel Borges, Matheus Rovani e Leonardo
Scalssavara.
Agradecemos às empresas por permitir a elaboração deste trabalho e fornecimento
dos dados essenciais para a conclusão deste estudo.
Parabenizo e agradeço a todos os professores e a UNISUL, por todo apoio
oferecido e ensinamento compartilhado durante esta caminhada.
“Ninguém nasce grande, nem cresce sozinho.” (EUGÊNIO RAULINO
KOERICH).
RESUMO
Este Trabalho de Conclusão de Curso teve como objetivo a análise do processo de colocação
de piso com revestimento cerâmico em áreas externas em empresas de construção da Grande
Florianópolis. Foram analisados os processos de duas empresas, a Empresa UM e Empresa
DOIS. O processo de colocação de piso com revestimento cerâmico em áreas externas foi
analisado com base nas normas ABNT NBR 9817:1987 e ABNT NBR 13753:1996. As
normas do processo de colocação de piso em áreas externas em vigência, e nas práticas
utilizadas pelas empresas. Os procedimentos utilizados pelas empresas foram mapeados e
descritos através de imagens, do fluxograma dos mesmos, e os principais problemas que
afetam o desempenho final do processo estudado foram colocadas em um quadro comparativo
para análise. Foi possível atender aos objetivos deste trabalho, bem como, criar uma análise
que poderá ser utilizada pelas empresas e por futuros estudos.
Palavras-chave: Revestimento Cerâmico Externo. Processo construtivo revestimento.
Construção Civil.
ABSTRACT
This Course Conclusion Paper aimed to analyze the process of laying ceramic tile flooring in
outdoor areas in construction companies in Florianópolis Region. The processes of two
companies, Company ONE and Company TWO were analyzed. The process of installing
ceramic coated flooring in outdoor areas was analyzed based on ABNT NBR 9817: 1987 and
ABNT NBR 13753: 1996 standards. The standards of the floor installation process in external
areas ruling, and the practices used by companies. The procedures used by the companies
were mapped and described through images, their flowchart, and the main problems that
affect the final performance of the studied process were placed in a comparative table for
analysis. It was possible to meet the objectives of this work, as well as create an analysis that
can be used by companies and future studies.
Keywords: External Ceramic Coating. Construction process coating. Construction.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Classificação PEI ..................................................................................................... 23
Figura 2 - Norma ABNT NBR 9817/1987 ............................................................................... 26
Figura 3 – Assentamento dos pisos cerâmicos com o auxílio de um martelo de borracha ...... 28
Figura 4 – Assentamento dos pisos cerâmicos e controle do alinhamento das juntas ............. 29
Figura 5 - Norma ABNT NBR 13.753/1996 ............................................................................ 34
Figura 6 - Desempenadeira de aço denteada ............................................................................ 37
Figura 7 - Norma ABNT NBR 15.575-3/2013 ......................................................................... 40
Figura 8 – Partes componentes da Norma ABNT NBR 15.575/2013 ...................................... 40
Figura 9 – Sistema Toyota de Produção ................................................................................... 43
Figura 10 – Modelo tradicional de Processo ............................................................................ 44
Figura 11 - Gestão da Qualidade Total – Masao Umeda ......................................................... 45
Figura 12 – Exemplos de fluxograma....................................................................................... 46
Figura 13 - Fluxograma, apresentando as sete fases do Gerenciamento da Rotina.................. 47
Figura 14 - Ciclo PDCA ........................................................................................................... 48
Figura 15 – O método 5W2H ................................................................................................... 50
Figura 16 – Modo de utilizar o Método 5W2H ........................................................................ 51
Figura 17 - Foto do empreendimento da Empresa DOIS ......................................................... 54
Figura 18 - Revestimento cerâmico imerso .............................................................................. 55
Figura 19 - Colocação dos tacos ............................................................................................... 56
Figura 20 - Apiloamento .......................................................................................................... 56
Figura 21 - Regularização da camada de assentamento ........................................................... 57
Figura 22 - Cimento polvilhado ............................................................................................... 58
Figura 23 - Cimento sendo irrigado .......................................................................................... 58
Figura 24 - Desempenadeira com lado dentado ....................................................................... 59
Figura 25 - Assentamento com o auxílio da marreta de borracha ............................................ 59
Figura 26 - Limpeza inicial ...................................................................................................... 60
Figura 27 - Limpeza inicial ...................................................................................................... 60
Figura 28 - Rejuntamento das peças ......................................................................................... 61
Figura 29 - Fluxograma no Procedimento na Empresa UM ..................................................... 62
Figura 30 - Limpeza da área ..................................................................................................... 63
Figura 31 - Preparação da Argamassa colante.......................................................................... 63
Figura 32 - Argamassa pronta .................................................................................................. 64
Figura 33 - Argamassa aplicada na superfície e na peça .......................................................... 65
Figura 34 - Piso assentado com ajuda do martelo de borracha ................................................ 65
Figura 35 - Ajuste do nivelamento ........................................................................................... 66
Figura 36 - Cuidado com as juntas ........................................................................................... 66
Figura 37 - Corte dos pisos ....................................................................................................... 67
Figura 38 - Revestimento aplicado na área desejada ................................................................ 68
Figura 39 - Rejuntamento ......................................................................................................... 69
Figura 40 - Processo finalizado ................................................................................................ 69
Figura 41 - Fluxograma no Procedimento na Empresa DOIS .................................................. 70
QUADROS
Quadro 1 - Comparação entre os procedimentos realizados pelas empresas em estudo e as
Normas ABNT NBR 9817:1987 e ABNT NBR 13753:1996 .................................................. 71
Quadro 2 - Comparação entre os procedimentos realizados pelas empresas em estudo e as
Normas ABNT NBR 9817:1987 e ABNT NBR 13753:1996 .................................................. 72
Quadro 3 - Comparação entre os procedimentos realizados pelas empresas em estudo e as
Normas ABNT NBR 9817:1987 e ABNT NBR 13753:1996 .................................................. 73
Quadro 4 - Comparação entre os procedimentos realizados pelas empresas em estudo e as
Normas ABNT NBR 9817:1987 e ABNT NBR 13753:1996 .................................................. 74
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................. 14
1.1 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................ 15
1.2 PROBLEMA .................................................................................................................... 15
1.3 OBJETIVO GERAL ........................................................................................................ 16
1.3.1 Objetivos Específicos................................................................................................... 16
1.4 LIMITAÇÕES DO TRABALHO .................................................................................... 16
1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO .................................................................................... 17
2 METODOLOGIA ............................................................................................................. 18
3 REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................................... 21
3.1 REVESTIMENTOS CERÂMICOS ................................................................................ 21
3.2 PATOLOGIAS EM REVESTIMENTOS CERÂMICOS ............................................... 25
3.3 NORMA DE EXECUÇÃO DE PISO COM REVESTIEMTO CERÂMICO NBR
9817:1987 ................................................................................................................................. 25
3.3.1 Preparação do piso cerâmico - item 4.7 da norma terciária ................................... 26
3.3.2 Condições Específicas – item 5 da norma ................................................................. 26
3.3.3 Camada de Assentamento – item 5.4 da norma ....................................................... 27
3.3.4 Assentamento dos Pisos Cerâmicos – item 5.5 da norma ........................................ 27
3.3.5 Rejuntamento – item 5.6 da norma ........................................................................... 30
3.3.6 Proteção do revestimento cerâmico recém aplicado – item 5.7 da norma ............. 31
3.3.7 Tolerância de execução – item 5.10 da norma .......................................................... 31
3.3.8 Princípios da inspeção – item 6.1 da norma ............................................................. 32
3.3.9 Aderência dos pisos cerâmicos – item 6.5 da norma ................................................ 33
3.3.10 Aceitação e rejeição – item 7 da norma ..................................................................... 33
3.3.11 Execução do Piso Cerâmico ........................................................................................ 33
3.4 NORMA 13.753/1996 ...................................................................................................... 34
3.4.1 Caimentos ..................................................................................................................... 36
3.4.2 Argamassa colante....................................................................................................... 37
3.4.3 Determinação da resistência de aderência de revestimento cerâmico assentados
com argamassa colante ........................................................................................................... 38
3.5 NORMA EM DESEMPENHO ABNT NBR 15.575/2013.............................................. 39
3.6 LEAN CONSTRUCTION ............................................................................................... 42
3.7 GERENCIAMENTO DA ROTINA ................................................................................ 44
3.7.1 Fluxograma .................................................................................................................. 46
3.7.2 Ciclo PDCA .................................................................................................................. 48
3.7.3 Método 5W2H .............................................................................................................. 49
4 DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO .......................................................................... 52
4.1 PERFIL DAS EMPRESAS.............................................................................................. 52
4.1.1 Empresa UM ................................................................................................................ 52
4.1.2 Empresa DOIS ............................................................................................................. 53
4.2 ÁREA DE ESTUDO ........................................................................................................ 53
4.3 ANÁLISE DO PROCEDIMENTO ................................................................................. 54
4.3.1 Análise do Procedimento na Empresa UM ............................................................... 54
4.3.1.1 Fluxograma no Procedimento na Empresa UM ......................................................... 61
4.3.2 Análise do Procedimento na Empresa DOIS ............................................................ 62
4.3.2.1 Fluxograma no Procedimento na Empresa DOIS ...................................................... 70
4.3.3 Análise Comparativa entre os Procedimentos .......................................................... 71
4.4 CONCLUSÕES DO ESTUDO DE CASO ...................................................................... 75
5 CONCLUSÃO ................................................................................................................... 77
5.1 SUGESTÕES DE NOVOS TRABALHOS ..................................................................... 77
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 78
APÊNDICE A – FLUXOGRAMA PROCEDIMENTO EMPRESA UM, PARTE 1 ...... 81
APÊNDICE A – FLUXOGRAMA PROCEDIMENTO EMPRESA UM, PARTE 2 ...... 82
APÊNDICE A – FLUXOGRAMA PROCEDIMENTO EMPRESA UM, PARTE 3 ...... 83
APÊNDICE B – FLUXOGRAMA PROCEDIMENTO EMPRESA DOIS, PARTE 1 .... 84
APÊNDICE B – FLUXOGRAMA PROCEDIMENTO EMPRESA DOIS, PARTE 2 .... 85
APÊNDICE B – FLUXOGRAMA PROCEDIMENTO EMPRESA DOIS, PARTE 3 .... 86
APÊNDICE B – FLUXOGRAMA PROCEDIMENTO EMPRESA DOIS, PARTE 4 .... 87
14
1 INTRODUÇÃO
O setor da construção civil é responsável por mais de 9% do Produto Interno
Bruto (PIB), é encarregado por 52,5% da formação bruta de capital fixo do Brasil e emprega
em torno de 13% da potência trabalhista. Sendo assim a construção civil colabora para
melhoria das regiões urbanas desde a Revolução Industrial ocorrida na Inglaterra no século
XVIII, e até hoje em razão das inovações tecnológicas os progressos são surpreendedores.
MOBUSS CONSTRUÇÃO, 2018.
A ação do setor não é só econômica, é também social e ambiental. Na sintonia em
que os profissionais da construção civil ajudam em diversas questões, o déficit de
planejamento muitas vezes somado com a carência de investimentos pode gerar problemas.
Ainda segundo a Mobuss Construção (2018), leis que procedem ao desempenho
dos empreendimentos são ótimas maneiras de padronizar a ação do setor ressaltando
características com concepções indispensáveis para o cliente. A NBR 15575, que trata da
parte de desempenho no ramo da construção civil, cita também a questão da sustentabilidade,
incluindo a durabilidade, manutenção e impactos ecológicos gerados pela obra.
Uma das sedes nacionais do revestimento cerâmico é Santa Catarina,
apresentando por volta de 17 empresas distribuídas em Criciúma, Morro da Fumaça,
Urussanga, Imbituba e Tubarão. Os locais demandam upgrade para produzir e inovar as
formas de organização, fazendo com que o resultado tenha alto valor de mercado e qualidade.
Os polos mundiais da cerâmica são liderados por China, Itália, Espanha e Brasil.
Com o passar dos anos os Europeus focaram em melhorias, modernização e organização. Já o
Brasil busca caminhos para se recuperar, e tem posse muita matéria prima. Sendo assim, o
Brasil é um dos líderes no mercado mundial em consumo, ficando na segunda posição, atrás
da China.
Revestimentos cerâmicos tem grande utilização na parte de acabamento final, por
causa do resultado estético e construtivo gerado por ele, mas demonstra um desperdício de
material e muitas vezes patologias causadas por falhas no material ou na técnica de execução
utilizada.
Apesar da economia estar em crise, os empreendedores do ramo da construção
seguem seguros no período de novembro, embora a produção apresente um déficit, tais como
níveis da atividade de emprego e utilização da capacidade operacional. (CNI, 2018)
Neste Trabalho de Conclusão de Curso foi analisado o processo de execução de
piso com revestimento cerâmico.
15
1.1 JUSTIFICATIVA
O processo de execução de piso com revestimento cerâmico demanda uma
execução e finalização de acordo com normas da ABNT e das empresas que fornecem os
pisos, mas muitas construtoras ao receber o trabalho das empresas contratadas ou mesmo de
suas equipes, tem encontrado muitas não conformidades nos trabalhos realizados.
Com o advento da Norma de Desempenho ABNT NBR 15.575/2013, bem como
pelo elevado número de processos de ressarcimento solicitados pelos clientes das
construtoras, tem demandado um nível de responsabilidade pelos trabalhos realizados nas
obras muito maior das construtoras.
Também se percebe que os clientes têm exigido ressarcimento de não
conformidades nos serviços entregues, gerando um grande custo para as construtoras.
Destaca-se que muitas vezes os problemas são percebidos dentro do período de garantia das
obras, o que ocasiona um custo muito maior para a construtora resolver estas demandas.
Assim, é de grande relevância analisar e gerenciar processos de rotina durante a
construção das obras, como por exemplo, o processo em análise neste Trabalho de conclusão
de Curso.
1.2 PROBLEMA
O processo de execução de piso com revestimento cerâmico deveria ser executado
de acordo com normas da ABNT e das empresas que fornecem os pisos, mas muitas vezes
tem-se encontrado discrepância nos procedimentos executados pelas construtoras. Também se
percebe que os clientes têm reclamado de não conformidades nos serviços entregues.
Com base na justificativa e no problema descrito buscou-se analisar o processo de
execução de piso com revestimento cerâmico em áreas externas a fim de responder as
seguintes perguntas:
O processo de execução de piso com revestimento cerâmico em áreas externas
atende as orientações das normas? Quais os procedimentos que devem ser
seguidos para atingir os índices de qualidade esperados? Quais os principais
problemas que afetam o desempenho final do processo?
16
1.3 OBJETIVO GERAL
O objetivo geral deste trabalho de conclusão de curso é:
Analisar o processo de colocação de piso com revestimento cerâmico em áreas
externas.
1.3.1 Objetivos Específicos
- Estudar as normas existentes para o processo de colocação de piso com
revestimento cerâmico em áreas externas;
- Estudar os procedimentos existentes para o processo de colocação de piso com
revestimento cerâmico em áreas externas;
- Analisar os principais problemas que afetam o desempenho final do processo
estudado;
- Descrever as organizações objeto do estudo;
- Descrever ferramentas da qualidade utilizadas no gerenciamento do processo;
- Estudar o processo de colocação de piso com revestimento cerâmico em áreas
externas dentro da organização;
- Propor, se necessário, melhorias.
1.4 LIMITAÇÕES DO TRABALHO
Por ter sido realizado em organizações específicas, esse estudo de caso diz
respeito à realidade enfrentada por essas organizações, assim os métodos e técnicas em
estudo, novas aplicações, bem como, generalizações merecem um maior aprofundamento para
serem aplicados em outras organizações.
Outra dificuldade está relacionada à compatibilização da terminologia acadêmica
com as práticas da indústria, o que exigiu do autor um esforço para interpretação das
informações recebidas.
Também deve ser considerado o envolvimento pessoal dos autores nos processos
de implantação destes métodos, fator este que sempre terá influência mesmo com todos os
17
cuidados tomados em buscar uma postura o mais isenta possível na análise e apresentação dos
fatos.
A expansão deste estudo para os demais processos poderá ser realizada em fases
posteriores a conclusão desde Trabalho de Conclusão de Curso.
1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO
Este trabalho de conclusão de curso foi dividido de forma a facilitar o
entendimento do tema proposto, como segue:
Capítulo 1 – introdução e justificativa, problema, objetivos gerais e
específicos, limitações da pesquisa; estrutura do TCC.
Capítulo 2 – Metodologia.
Capítulo 3 – Fundamentação Teórica.
Capítulo 4 – Perfil da empresa, Apresentação e Discussão dos Resultados.
Conclusão - Conclusões e Recomendações para trabalhos Futuros.
18
2 METODOLOGIA
Este trabalho de conclusão de curso é uma pesquisa aplicada, com abordagem
qualitativa, sendo que, em relação ao objetivo ela é explicativa, utilizando-se de
procedimentos documentais e de estudo de caso. As técnicas utilizadas para coleta e análise
de dados foram a Análise documental e a Observação Participante.
De acordo com Lakatos e Marconi (2010, p.65),
Método é o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior
segurança e economia, permite alcançar o objetivo, conhecimentos válidos e
verdadeiros, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as
decisões do cientista.
Portanto, o embasamento teórico e metodológico existe para dar sustentação ao
trabalho científico.
Esse estudo de caso está buscando analisar o processo de colocação de piso com
revestimento cerâmico em áreas externas, o que permite que seus diversos aspectos estudados
possam ser muito úteis para futuros trabalhadores em diferentes empresas semelhantes.
A análise participante foi à escolhida para reunir os dados deste trabalho, por ser
um tipo de pesquisa que tem por objetivo a participação concreta da pesquisadora com a
comunidade ou grupo. Ela se coloca no grupo a ser pesquisado, fazendo parte dele,
participando de todas as atividades deles. O objetivo é deixar o pesquisador à vontade para
coletar seus dados, e adquirir a confiança do grupo (MARCONI; LAKATOS, 2010).
A ordem de pesquisa empregue nesse trabalho foi estudo de caso realizado por
meio da observação participante, por ser uma das grandes propensões metodológicas nesse
campo da administração, por permitir que se façam levantamentos, observações e
experimentos que possibilitam atingir conhecimento sobre opiniões, atitudes, crenças e
percepções dos indivíduos agentes de todo processo. (TRIVINÕS, 2007).
Foi adotado o procedimento metodológico de estudo de caso, por ter sido feito em
uma organização específica. Uma das importantes utilidades do estudo de caso são a
esclarecimento dos fatos ocorridos em um contexto social, relacionadas com variações
sistemáticas, quando ocorre assim é preciso que mostre em tabelas, quadros ou gráficos com
uma análise que os representam. (FACHIN, 2006).
De acordo com Yin (2001) o grande propósito em estudos de caso, é apresentar
esclarecimentos pelo qual apresente motivos para estabelecer quais decisões serão tomadas
em um conjunto de motivos, quais resultados foram alcançados e quais decisões foram
19
tomadas e implementadas. Ao investigarmos um fenômeno se queremos vida real dentro de
um contexto, o estudo de caso é a forma ideal para se pesquisar.
Segundo Gil (2008, p.54) estudo de caso “Consiste no estudo profundo e
exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado
conhecimento, tarefa praticamente impossível mediante outros delineamentos já
considerados”.
Godoy (1995) expressa que o estudo de caso se fundamenta em analisar
demasiadamente um tipo de pesquisa cuja função é detalhar um ambiente em uma situação
específica. Estudos feitos nas empresas para responder o motivo de ocorrerem as mais
determinadas situações. Os dados de um estudo de caso são reunidos pelo pesquisador por
uma fonte primaria ou secundaria da própria observação do problema ou em entrevistas, os
dados devem ser coletados em pesquisas qualitativas, o que não quer dizer que não possa usar
a pesquisa quantitativa, vai depender muito da situação em que vai ser empregue.
Sempre que alguém estabelece por um estudo de caso não se devem generalizar os
resultados adquiridos, não se pode tirar nenhuma conclusão que extrapole a situação estudada,
logo essa técnica de pesquisa tem uma contribuição limitada para o progresso do
conhecimento. (BERTUCCI, 2009)
Além do estudo de caso foi, também, elaborada uma pesquisa bibliográfica que
segundo Marconi; Lakatos (2010, p.166):
toda a literatura já tornada pública em relação ao tema pesquisado, desde
publicações avulsas, boletins, jornais, periódicos, livros, bases de dados etc. Sua
finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito, dito
ou filmado sobre determinado assunto.
De acordo com Gil (2010, p.29), pesquisa bibliográfica está presente em todas as
pesquisas acadêmicas que são desenvolvidas para dar fundamentação teórica ao trabalho.
Segundo o autor, a pesquisa bibliográfica é elaborada com base em material já publicado.
Tradicionalmente, esta modalidade de pesquisa inclui material impresso, como
livros, revistas, jornais, teses, dissertações e anis de congressos científicos. Todavia,
em virtude da disseminação de novos formatos de informação, estas pesquisas
passaram a incluir outros tios de fontes, como discos, fitas magnéticas, CDs, bem
como material disponibilizado pela internet.
Essa classificação de pesquisa possibilita que os pesquisadores formulem novas
hipóteses com base no conhecimento já publicado. Barros, et al, (2007, p.85), declara que essa
classificação de pesquisa gera:
20
a construção de trabalhos inéditos daqueles que pretendem rever, reanalisar,
interpretar e criticar considerações teóricas, paradigmas e mesmo criar novas
proposições de explicação e compreensão dos fenômenos das mais diferentes áreas
do conhecimento.
Na elaboração dessa pesquisa, também foram empregues documentos de arquivos
privados, que para Lakatos, et al (2010, p.157-158) são chamados de fontes primárias.
Entende-se por documento qualquer objeto capaz de comprovar algum fato ou acontecimento
(LAKATOS, et al, 2010, p.159).
Para fazer esse estudo foram usados os procedimentos da própria organização.
Foram empregues para tanto, a pesquisa descritiva que de acordo com Gil (2010)
“tem como objetivo primordial a descrição de determinadas características de determinada
população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre as variáveis”.
Trata-se também de uma pesquisa aplicada, que tem como finalidade dar origem a
conhecimentos e contextualizá-los com a realidade da empresa, de forma a ajudar na solução
de problemas específicos, neste estudo a necessidade de um sistema de gestão de pessoas na
referida empresa. Feita a identificação dessa necessidade, a referida pesquisa é de cunho
empírico e enquadra-se como descritiva.
21
3 REFERENCIAL TEÓRICO
Para que o estudo tenha credibilidade, é importante um forte embasamento
teórico. Através da apresentação de conceitos e opiniões de diferentes autores, é possível
perceber uma opinião em comum e entender melhor como determinados conceitos são
definidos.
Nesse Capítulo os principais conceitos necessários para a compreensão dos
estudos são apresentados.
3.1 REVESTIMENTOS CERÂMICOS
De acordo com Meurer e Santos (2017) revestimento cerâmico é um dos
elementos que se apresentam em edificações, podendo ser aplicado em paredes teto e chão,
assim protegendo as mesmas de intempéries e infiltrações, tendo maior facilidade na limpeza
gerando uma aparência de beleza, e também, deixando o ambiente com acabamento melhor.
O revestimento é um procedimento presente nos projetos, sendo um dos principais
responsáveis pelo acabamento final da obra, devido a sua responsabilidade estética aos
ambientes onde estão sendo-os aplicado.
De acordo com MOBUSS (s/a (a)) os principais tipos de revestimentos são:
Vinil: resistente e de fácil instalação, o vinil se destaca por ser térmico, não faz barulho ao
andar e é antialérgico. Pode ser em formato de manta ou placa, podendo ser aplicado sem
perigo de manchar. Porém, não é recomendado para áreas úmidas, como banheiros, além de
poder ser danificado por móveis pontiagudos.
Madeira: pisos e revestimentos de madeira compõem qualquer ambiente com aconchego e
requinte. Pisos de taco, por exemplo, são hipoalergênicos, atemporais, versáteis e muito
duradouros. No entanto, dentre os problemas estão o tempo de instalação e o preço salgado.
Porcelanato: pode ser achado em vários formatos, texturas e tamanhos. Encaixam em
ambientes externos e internos, servindo para locais de grande presença de água, como
garagens ou banheiros. O maior entrave é que porcelanatos correm o risco de lascar ou
quebrar sob impactos.
Outras opções: tintas e papéis de parede também são revestimentos a serem considerados
para áreas secas. Tijolos e pedras dão um ar mais rústico e são de fácil manutenção, sendo
mais usados em áreas externas.
22
Já o SIEGE (2019b) diz que os materiais de revestimentos de piso devem ser
pensados para garantir o conforto, a praticidade e o estilo ao ambiente. Sendo ideal quando
conseguem conferir personalidade ao espaço, e sejam de fácil limpeza e manutenção.
Ainda o SIEGE (2019a) classifica os materiais de revestimento para uso em piso
em:
Cerâmica;
Porcelanato;
Laminado;
Cimento queimado;
Piso vinílico;
Tábua corrida;
Taco;
Parquet;
Ardósia;
Mármore;
Granito;
Silestone;
Granilite;
Ladrilho hidráulico; e
Piso de pastilhas.
O piso em cerâmica apresenta alta resistência e fácil limpeza, podendo ser usado
internamente ou externamente. É uma alternativa mais barata do que o porcelanato e ajuda a
manter o ambiente menos quente durante o verão. Devemos observar alguns fatores ao
escolher a cerâmica que será utilizada como: a resistência à abrasão e o coeficiente de atrito.
O primeiro é indicado pelo número do PEI (quanto maior o PEI maior é a resistência da
cerâmica). O coeficiente de atrito define quão escorregadio é o material, o número fica na
embalagem do produto e quanto maior mais rugoso será o piso. SIEGE (2019a)
Segundo o blog Cerbras (2019), Porcelain Enamel Institute – PEI é a sigla que
indica o nome do instituto que organizou as normas quanto a categoria da resistência à
abrasão superficial. O PEI tem por função especificar a categoria da superfície da cerâmica
vinculando-a com a quantidade de circulação que esta pode ser submetida. A classificação do
PEI varia de 0 (zero) a 5 (cinco) quanto menor este número, mais baixa é sua resistência, e
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quanto maior, melhor será a eficiência do piso de suportar intempéries climáticas e a
circulação de indivíduos, como pode ser visto na figura 1.
Figura 1 - Classificação PEI
Fonte: Blog Cerbras (2019).
O porcelanato se destaca pela sua qualidade, resistência e diversidade de
acabamentos. Apresenta diversas texturas que imitam: madeira, cimento, mármore, entre
outras. Pode ser usado em ambientes secos e úmidos, quando for realizada a especificação
para compra é preciso ficar atento a resistência do esmalte indicada pelo PEI. O porcelanato
estruturado e o natural são mais indicados para áreas externas. (SIEGE, 2019a)
Ainda o SIEGE (2019a) diz que o piso laminado é ideal para quem deseja um
acabamento em madeira, mas a um custo mais competitivo, pois este é fabricado a partir de
madeira aglomerada. Não é recomendado seu uso em locais como banheiro, cozinha e
lavanderia, pois ele não pode ser molhado.
O SIEGE (2019a) destaca que para ambientes externos quanto internos, o cimento
queimado é uma opção de baixo custo, e muito utilizada em galpões de fábricas e, hoje
atendendo a novas tendências tem sido cada vez mais usado em casas, dando um ar de
24
modernidade aos cômodos. Uma de suas vantagens é que, se fabricado de maneira apropriada,
ele é resistente e tem uma boa durabilidade.
Fabricado com resina de PVC, o piso vinílico tem um acabamento que lembra a
madeira, mas com um valor mais barato. Se comparado ao laminado, ele é mais resistente à
água, entretanto seu uso também não é recomendado em locais de alta umidade.
Ainda segundo o SIEGE (2019a) o piso de tábua corrida é feito com madeira
natural, portanto, não é sustentável e apresenta um custo elevado em comparação a aqueles
que simulam o acabamento de madeira, não deve ser molhado.
O taco é outra alternativa de piso de madeira e foi muito utilizado entre as décadas
de 1960 e 1990. O parquet também feito de madeira, sendo que a única diferença do parquet
para os tacos é a maneira como as peças são dispostas.
A durabilidade e o baixo custo são algumas das vantagens do piso de ardósia,
pode ser molhado. Sendo por isso é uma alternativa tanto para áreas internas como externas,
mas é preciso tomar cuidado, pois ele é muito escorregadio.
Indicado para ambientes internos, os pisos de mármore se destacam pela sua
beleza e sofisticação, porém possuem um custo mais elevado. Sendo muito utilizados para
pisos de ambientes distintos. A durabilidade, resistência e beleza são algumas das suas
principais vantagens. SIEGE (2019a)
Produzido através de uma alta tecnologia, o silestone é disponível em várias cores,
espessuras e acabamentos. Apresenta uma alta resistência e durabilidade, e um custo ainda é
muito alto. Utilizado principalmente nos países europeus, o seu uso tem aumentado no Brasil,
sendo utilizado como um substituto de materiais naturais, como o mármore e o granito.
Entretanto, ele é indicado somente para ambientes internos.
O granilite é formado por uma massa de cimento misturada com pequenos
pedaços granito, quartzo, entre outras pedras, existindo dois tipos de acabamento: o polido e o
fulgê. O primeiro é impermeabilizado e mais brilhante, mas é muito escorregadio quando
molhado. Já o segundo acabamento é mais rústico, os pedaços de pedra ficam visíveis, porém
ele é antiderrapante.
Usado tanto para revestimento de paredes quanto para piso, o ladrilho
hidráulico se destaca por cores e estampas variadas. Resistente à água, esse tipo de
revestimento pode ser visto em projetos de banheiros e cozinhas. Entretanto possuem um
custo maior se comparado com materiais similares como o porcelanato e a cerâmica.
Concluindo o estudo do SIEGE (2019a), temos as pastilhas. Elas possuem uma
variedade de cores e possibilidades de combinações. Seu uso mais popular é como
25
revestimento de piscinas. Entretanto, sua instalação é bem trabalhosa, pois cada pastilhas é
colada uma a uma.
Sendo assim o revestimento cerâmico é um material como qualquer outro, que se
não instalado de maneira correta e com mão de obra especializada pode gerar patologias.
3.2 PATOLOGIAS EM REVESTIMENTOS CERÂMICOS
Os problemas de patologia nos revestimentos podem acontecer por inúmeros
motivos, dos quais grande parte ocorre durante a vida útil do empreendimento, podendo ter
origem nas fases de projeto ou até mesmo na execução do serviço. (MEURER e SANTOS,
2017)
Problemas gerados na fase de projetos podem ser ocasionados devido a falta de
projeto específico definindo as características do revestimento ou até erros de concepção do
projeto. Pode se afirmar que essas causas se devem normalmente pelo déficit de
conhecimento técnico sobre o assunto ou pela não experiência.
Os problemas ocasionados na fase de execução, quase sempre, acontecem pela má
qualificação da mão de obra.
3.3 NORMA DE EXECUÇÃO DE PISO COM REVESTIEMTO CERÂMICO NBR
9817:1987
Esta norma tem por função demonstrar as condições mínimas exigidas para a
execução, fiscalização e recebimento de piso com revestimento cerâmico, ela se aplica onde
este revestimento for preparado sobre lajes ou lastro de concretos, interna ou externamente da
edificação.
Na figura 2 são apresentadas as informações referentes a Norma ABNT NBR
9817/1987, que constam na ABNT.
26
Figura 2 - Norma ABNT NBR 9817/1987
Fonte: ABNT, acesso em 15/05/2019.
3.3.1 Preparação do piso cerâmico - item 4.7 da norma terciária
Segundo a norma, antes de realizar o assentamento das peças, estas devem ficar
imersas em água, utilizando recipientes não metálicos, por cerca de 15 minutos ou, no
mínimo, até que não ocorra mais borbulhamento de água de imersão.
Em seguida as peças cerâmicas são retiradas da imersão e precisam ser encostadas
em uma superfície vertical, a fim de escorrer a água em excesso.
A norma afirma ainda que, para realizar a imersão, os pisos devem ser retirados de
diferentes caixas ao mesmo tempo, assim fazendo com que as pequenas variações de
tonalidade, sejam dissipadas após concluído o assentamento (item 4.7.2).
Esta norma cita ainda que os pisos cerâmicos com área superior a 600 cm²,
necessitam ser previamente chapiscado, este chapisco deve ser realizado pelo menos um dia
antes do assentamento.
3.3.2 Condições Específicas – item 5 da norma
A NBR 9817 define que a camada de regularização (item 5.1 da norma) tem a
obrigação de ser utilizada quando a base demonstrar irregularidades excessivas, e em todo
caso que haja o objetivo de obter-se o caimento estabelecido para o piso.
27
Esta ainda, deve ser empregada como apresto da base para a recepção de uma
camada de separação e, ou até camada de impermeabilização formada por membrana asfáltica
ou membrana de polímeros.
3.3.3 Camada de Assentamento – item 5.4 da norma
A mesma norma define que a camada de assentamento deve-se ser formada de
cimento e areia fina, seca e peneirada, sendo que o traço sugerido em volume de 1:4. Quanto a
quantidade de água a ser utilizada, deve ser de maneira que possibilite boa trabalhabilidade á
argamassa, sendo assim a relação se aproxima de 0,7.
De acordo com a norma, a espessura da camada de assentamento deve estar
concebida em cerca de 15 a 25mm, necessitando polvilhar acima dela entorno de 1,5kg de
cimento por metro quadrado de piso, seguindo estes requisitos a camada polvilhada se
encontrará com espessura por volta de 1mm.
Os pisos cerâmicos a serem assentados deveram estar preliminarmente
umedecidos, e fazendo com que mantenha-se as distancias da juntas de assentamento iguais.
3.3.4 Assentamento dos Pisos Cerâmicos – item 5.5 da norma
Segundo a NBR 9817/1987, este serviço tem a obrigação de ser efetuado sem
interrupções, sendo que se tem a obrigação de ser dado o início pelos cantos mais visível do
ambiente a qual está sendo instalado o revestimento, ou ainda podendo-se começar nas partes
onde serão feitas as juntas de movimentação. Se por eventualidade o assentamento não se
realize sobre a camada de separação, é recomendado verificar o tempo de existência da base
ou da camada de regularização.
A argamassa a ser utilizada no assentamento, tem a obrigação de ser inserida
sobre a camada de separação preliminarmente limpa. A incorporação da argamassa tem que
ser precedida pela saturação com água do substrato e por aplicação de pastas de cimento.
Ainda segundo a norma a camada de assentamento deve ser feita seguindo
técnicas, tendo-se o maior cuidado na colocação das taliscas, (TALISCAS EM OBRA É
“TACOS”), fazendo com que as suas cotas de arrasamento gerem resultados compatíveis com
28
o caimento determinado, com a altura final esperada para o piso acabado e com a
característica dos pisos cerâmicos que serão utilizados.
A argamassa tem que ser acrescentada em etapas, em espaços compatíveis com a
velocidade a qual a piso cerâmico está sendo instalado, e com tempo de início de pega do
cimento. Caso esteja destinado, na camada de assentamento o uso de armaduras, tem que se
acrescentar a argamassa em duas etapas consecutivas. Intercalando a tela e considerando um
espaçamento de 50mm a 10mm entra a borda da tela e a borda de uma junta de
dessolidarização ou movimentação.
Logo em seguida do desempenamento da argamassa, tem que se aplicar em cima
mesma, cimento polvilhado ou pasta de areia fina feita com pequena antecedência. Este
cimento polvilhado logo após tem a obrigação de ser alisado levemente com colher de
pedreiro até que aconteça o afloramento de umidade.
Figura 3 – Assentamento dos pisos cerâmicos com o auxílio de um martelo de borracha
Fonte: NBR 9817
Primeiramente umedecidos, os pisos cerâmicos, necessitam ser forçados um a um
contra a camada de assentamento, com a ajuda de um martelo de borracha, figura 3.
Na execução do revestimento cerâmico tem que seguir recomendações antevistas
para o piso e a largura estabelecida para juntas de assentamento, quando necessário, utilizar
espaçadores previamente gabaritados. Como sugestão para controlar o alinhamento das juntas,
29
o emprego de linhas esticadas longitudinalmente e transversal. Como pode ser visto na figura
4.
Figura 4 – Assentamento dos pisos cerâmicos e controle do alinhamento das juntas
Fonte: NBR 9817
Posteriormente a colocação do piso cerâmico em uma área não muito
grandiosa, é recomendado efetuar ao batimento dos mesmos com o emprego de uma
desempenadeira de madeira ou tábua aparelhada. Na execução do batimento, pode-se borrifar
sobre o revestimento recém-colocados uma pequena quantia de água.
Logo após a execução de batimento, deve-se fazer uma limpeza inicial com pano
umedecido com água, não utilizando nenhum produto de limpeza. Sobre revestimentos recém
instalados, não deve ocorrer caminhamento de pessoas ou de qualquer outro tipo de demanda
mecânica, depois da colocação dos pisos cerâmicos em áreas externas, recomenda-se cobrir o
mesmo com uma manta de polietileno, com casacos umedecidos ou até com papelão
umedecido.
Na ocorrência de colocação de pisos cerâmicos com adesivos a base de cimento,
deve-se analisar as seguintes observações:
Os revestimentos cerâmicos não necessitam ser umedecidos previamente,
porem necessitam ser alocados em local sombrio e bem ventilado;
30
O adesivo à base de cimento precisa ser colocado sobre base completamente
seca e curada;
Para a utilização da argamassa sobre a área na qual será revestida,
recomenda-se o emprego de desempenadeira metálica que tenha uma das
arestas lisa e outra dentada;
Esticar a argamassa utilizando o lado liso da desempenadeira, formando
assim uma base uniforme de 3mm a 4mm, ao longo de uma área não maior
que 1m² ou 2m², devido ao tamanho do revestimento cerâmico;
Logo após, usar a desempenadeira com o lado denteado na superfície da
argamassa, gerando sulcos que contribuirão para o nivelamento e fixação dos
pisos cerâmicos;
Todo piso cerâmico, enxuto e limpo necessita ser colocado sobre a camada de
argamassa, fazendo-o escorregar um tanto, até atingir a posição de
assentamento. Logo após é recomendado ser comprimido manualmente ou
batendo com martelo de borracha, por exemplo;
Quando utilizado adesivos sem cimento, precisam ser empregadas as
instruções do fabricante.
3.3.5 Rejuntamento – item 5.6 da norma
O rejuntamento deve ser feito de maneira constante e sem descontinuação. Sendo
assim, o processo de execução do rejuntamento pode dar-se início após 24 horas da colocação
dos pisos cerâmicos, sendo que anteriormente deve verificar se há existência de algum piso
solto, caso haja o mesmo deve ser trocado de imediato.
Após realizado o rejuntamento, numa área não muito espessa, os pisos devem ser
submetidos a uma limpeza com pano levemente umedecido. Os restos de rejuntes gerados
pela limpeza, necessitam ser retirados com o uso de vassoura com cerdas macias.
O revestimento cerâmico recém rejuntado, não deve receber o caminhamento de
pessoas ou qualquer outro tipo de solicitação mecânica, sendo assim recomenda-se após o
rejuntamento o piso externo cobri-lo com manta de polietileno ou até sacos de estopas
umedecidos, pelo período de pelo menos de três dias.
31
3.3.6 Proteção do revestimento cerâmico recém aplicado – item 5.7 da norma
O piso cerâmico recém-aplicado, só pode receber a limpeza final após duas
semanas decorridas, no mínimo, da execução do rejuntamento do mesmo. O revestimento tem
que ser escovado com água e detergente neutro, sendo que posteriormente enxaguado
abundantemente.
Quando for necessário, em casos atípicos, pode-se ocorrer a limpeza com uma
solução bem diluída de ácido muriático. Sendo assim, sempre que usar este produto, deve-se
ter uma proteção previamente aos componentes susceptíveis de ataque pelo ácido, podemos
citar como exemplo as bases de batente metálico, soleiras de mármore.
3.3.7 Tolerância de execução – item 5.10 da norma
A cota do piso acabado não pode ter irregularidades maior que 5mm, em relação a
cota definida pelo projeto (item 5.10.1 da norma). Em qualquer acaso a cota do revestimento
feito por pisos cerâmicos poderá ser maior que a cota dos pisos ao adjacentes não laváveis,
formado por tacos de madeira ou carpete.
Os revestimentos que constam em projeto ser em nível, não podem ter desníveis
maiores a L/1000 nem superiores a 5mm, sendo L o comprimento total considerado (item
5.10.2 da norma).
O caimento efetivo não deve ter diferença maior que 0,1% do caimento
determinado no projeto (item 5.10.3 da norma).
Ao averiguar a planeza do piso acabado, é recomendado analisar irregularidades
graduais e irregularidades abruptas (item 5.10.4 da norma).
Irregularidades graduais não podem passar de 3mm, com referência a uma régua
de três metros. Já as irregularidades abruptas não podem ser maiores que 1mm, quando
utilizado uma régua de 0,2m de comprimento. Esta condição imposta é certa para saliência
entre pisos próximos e para desníveis adjacentes a uma junta de dilatação.
Não é recomendado conferir deslocamento maior que 3mm entre as bordas de
revestimentos cerâmicos subjetivamente alinhados, e a borda de uma régua de 2m de
extensão, faceada com pisos cerâmicos extremos (item 5.10.5 da norma).
A espessura das juntas de assentamento, em média, não pode divergir mais que
um (1) mm em relação a espessura constada em projeto.
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Conforme constar em projeto, as juntas de dessolidarização devem estar
obedecendo ao que o mesmo exige. A largura da junta não pode ser maior que 2mm quando
comparado com o projeto vigente, obedecendo o limite menor possível de 5mm (item 5.10.6
da norma).
As bordas dos revestimentos instalados na área da junta, tem que estar
rigorosamente alinhados, não sendo aceito diferenças maiores que 2mm, quando utilizado
régua de 2 m de comprimento.
A deslocação horizontal do eixo da junta de movimentação sobre à disposição
mostrada em projeto não pode passar de 20mm sendo que a distorção angular de eixo não
pode passar o ângulo com tangente igual 1:350. Sempre que haver junta de movimentação na
estrutura, a largura e a disposição têm que ser severamente seguidas na junta feita no piso.
3.3.8 Princípios da inspeção – item 6.1 da norma
Na instalação do revestimento tem que ocorrer averiguações em diversas fases:
Conferindo a recepção dos materiais;
De que maneira os insumos estão sendo armazenados;
Elaboração da base e elaboração da camada de impermeabilização, quando
haver;
Dosagem, mistura e prazo de validade das argamassas, sendo que tem a ver
modificações quando houver irregularidades, como heterogeneidade da
mistura, duração exagerada da mistura e aplicação, entre outras;
Disposição do piso cerâmico;
Elaboração das camadas intermediárias, quando houver;
Aplicação e rejuntamento dos revestimentos, constatando as dimensões das
juntas;
Requisitos construtivos das juntas de dessolidarização e de movimentação,
quando haver;
Cotas, alinhamento de juntas, planeza, caimento do piso acabado e
nivelamento; e
Cuidado e limpeza do revestimento recém-colocados.
33
3.3.9 Aderência dos pisos cerâmicos – item 6.5 da norma
A pega dos revestimentos cerâmicos à argamassa de assentamento, tem que haver
vistorias completa na dimensão total do piso, anteriormente a execução do rejuntamento, não
pode ocorrer som cavo “som oco”, quando batido por dispositivo metálico não lesante.
3.3.10 Aceitação e rejeição – item 7 da norma
Seja qual for a particularidade construtivo imperfeito ou mal feito tem a ver o
conserto das peças. Sendo assim no fragmento reexecutado tem que ocorrer uma nova vistoria
por parte da fiscalização.
3.3.11 Execução do Piso Cerâmico
Segundo a NBR 9817/1987, reforçado por Rhod (2011), a instalação do
revestimento cerâmico só pode dar-se início após concluídos os serviços de
impermeabilização, revestimentos de tetos e paredes, instalação de tubulações embutidas. Um
ponto importante é a realização do teste quanto a sua estanqueidade.
Antes de dar-se início a execução, necessita-se realizar a verificação quanto a
quantidade de pisos cerâmicos presente na obra, para se ter a certeza que existe o suficiente
para a devida execução. A NBR 9817/1987 recomenda ainda que seja prevista uma margem
de sobra de 5% a 10%.
De acordo com a NBR 9817/1987, a instalação do revestimento cerâmico só pode
ocorrer após um período mínimo de cura da base ou da camada de regularização.
Caso não exista nenhum processo específico de cura, o assentamento do material
só pode dar-se início, no mínimo, após quatro semanas da concretagem da base ou duas
semanas após a execução da camada de regularização.
A norma ainda recomenda, na medida do possível, prever a realização do serviço
em condições climáticas diferentes das condições médias verificadas no local da obra. O piso
externo tem a obrigação de ser realizada a sua execução em tempos de estiagem, assim
necessitando proteção da parte recém-acabada de face para incidência direta de chuvas ou
ação da radiação solar.
34
Sempre que existirem juntas de dilatação na estrutura ou laje, estas devem ser
antevisto também no piso, de maneira que haja relação entre elas.
3.4 NORMA 13.753/1996
Vamos apresentar agora a norma 13.753/1996, que se aplica ao procedimento de
revestimentos de piso internos ou externos com placas cerâmicas e com utilização de
argamassa colante.
Na figura 5 são apresentadas as informações referentes a Norma ABNT NBR
13.753/1996, que constam na ABNT.
Figura 5 - Norma ABNT NBR 13.753/1996
Fonte: ABNT, acesso em 15/05/2019.
Esta Norma estabelece os requisitos para execução, fiscalização e recebimento de
revestimento de pisos externos e internos com placas cerâmicas assentadas com argamassa
colante.
Revestimentos cerâmicos são aqueles colocados diretamente na superfície com
lastro de concreto simples ou armado, laje de concreto armado ou laje mista. Para aplicação
em piscinas ou áreas especiais, analisa-se o caso separadamente, pois a sua base deve resistir
também aos fatores externos (impermeabilização e isolamento térmico). Esta norma não se
aplica para a utilização de pastilhas em áreas externas.
35
A NBR 13.753/1996 contém uma relação de normas relacionadas, a fim de
prescrever o método correto das etapas que ocorrem antes da colocação do revestimento de
piso:
- NBR 6118:1980 – Projeto e execução de obras de concreto armado –
Procedimento;
- NBR 7211:1983 – Agregado para concreto – Especificação;
- NBR 9817:1987 – Execução de piso com revestimento cerâmico –
Procedimento;
- NBR 11580:1991 – Cimento Portland – Determinação da água da pasta de
consistência normal – Método de ensaio.
A normas citadas estavam em vigor na data da publicação da NBR 13.753/1996,
como toda norma está sujeita a atualizações e revisões, é recomendado aos que forem utilizar
a mesma, verificar a existência de edições mais novas das mesmas.
Para executar a colocação do piso cerâmico, deve haver um planejamento inicial,
anteriormente, analisando se os processos de revestimento de paredes, revestimento de tetos,
fixação de caixilhos, execução da impermeabilização, instalação de tubulações embutidas nos
pisos e ensaio das tubulações existentes quanto à estanqueidade foram finalizados.
Antes do início da execução, é preciso checar se a quantidade de placas cerâmicas
é suficiente, levando em conta sempre as sobras para possíveis cortes, imprevistos ou reparos
futuros. O assentamento das placas cerâmicas só pode ser feito após o período de cura da base
ou contrapiso. Se caso não houver nenhum processo de cura, a colocação das placas pode ser
feita no mínimo 28 dias após a concretagem da base ou 14 dias após a execução do
contrapiso.
O local da colocação de pisos deve ter condições climáticas médias, é
recomendado que seja realizada somente quando a temperatura dos materiais e do ambiente
forem maiores que 5°. No caso de piso externos devem ser colocados em períodos de
estiagem, e a parte já finalizada deve ser protegida de ações climáticas (chuva, sol e vento).
Em ambientes fechados ou cercados por muretas, é recomendado a colocação de
um rodapé de, no mínimo, 70mm em todo o contorno da área do piso colocado, nivelado e
acabado, superposto ao piso e à junta de dessolidarização.
As juntas têm o papel de:
- Compensar a variação das bitolas dos pisos para facilitar o alinhamento;
36
- Manter um padrão estético e harmônico levando em conta o tamanho das peças e
as dimensões do plano a revestir;
- Acomodar as placas cerâmicas em relação a movimentação;
- Garantir a vedação e o completo preenchimento; e
- Facilitar as possíveis trocas das placas.
Na parte interna, se executa juntas de movimentação quando o ambiente tiver a
área de piso igual ou maior a 32 m² ou quando uma de suas dimensões é maior que 8m.
Já na parte externa ou em ambientes internos expostos a luz e/ou umidade as
juntas de movimentação devem ser realizadas em ambientes com área de piso igual ou maior
que 20 m² ou se uma das dimensões for maior que 4m.
Nos locais onde existem mudanças de material da base ou em locais muito
extensos, eles ficam sujeitos a flexão, podendo interferir no alinhamento ou nível das placas
cerâmicas, por isso devem ser executadas as juntas de movimentação, principalmente nos
locais aonde existe momento fletor máximo. As juntas estruturais são previstas em projeto e
utilizada nas dimensões definidas.
As juntas precisam penetrar até a base, ou até uma camada de impermeabilização,
e devem ser feitas de um material deformável e selada por um selante flexível.
Todo tipo de revestimento cerâmico deve ser escolhido de acordo com a
finalidade a qual o local necessita, levando em conta os fatores que influenciam essa escolha,
como abrasão, absorção de água.
Para o seu uso, as placas cerâmicas devem seguir uma série de recomendações e
cuidados: não podem conter umidade, sua superfície não pode ter a presença de nenhuma
sujeira ou partícula que impeça a sua aderência necessária com a argamassa colante, o modelo
deve estar codificado de acordo com a embalagem para que não haja mudança na tonalidade,
bitola ou classificação em um mesmo ambiente.
3.4.1 Caimentos
O piso para ambientes secos (quartos, salas) deve ter um caimento de no máximo
0,5%. Já nos ambientes que são sujeitos a presença de água (banheiros, cozinha, área de
serviço) deve ter um caimento de no mínimo 0,5% em direção aos ralos, não podendo passar
de 1,5%. Nos boxes dos banheiros ele deve ser de 1,5% a 2,5% também na direção dos ralos.
E para o piso externo sobre uma base de concreto armado com no mínimo 1,0%.
37
3.4.2 Argamassa colante
O preparo da argamassa colante leva em conta a especificações previstas pelo
fabricante na embalagem, como a quantidade de água para determinada porção de argamassa
colante. No preparo manual, primeiramente adiciona-se a argamassa colante em pó, em
seguida gradativamente a porção de água indicada, para que não crie caroços e ela tenha uma
aparência pastosa, uniforme e aderente. Já na preparação mecânica o processo é inverso, no
misturador adiciona-se a água primeiro e em seguida o pó, até atingir a mesma forma
uniforme.
A argamassa colante tem uma série de aditivos, e para que eles entrem em ação a
mesma deve ter um tempo em minutos de descanso após o preparo, também previsto pelo
fabricante na sua embalagem. A mesma deve ser utilizada no máximo 2h e 30 min após ser
preparada, a adição de água ou qualquer outro aditivo é proibida, e deve ser protegida dos
fatores externos como: sol, vento e chuva.
Figura 6 - Desempenadeira de aço denteada
Fonte: NBR 11753:1996
38
Para a sua aplicação, não é necessário umedecer a superfície onde será
aplicada, porém se for um local onde fique exposto ao sol e ao vento é necessária uma pré-
umedecida, sem excesso. Com ajuda de uma desempenadeira de aço denteada a argamassa é
aplicada, figura 6.
A pasta colante precisa ser aplicada na base em uma faixa de aproximadamente
60cm de largura, para cada caso o que determina são as intempéries, se as mesmas forem
agressivas a ponto de gerar uma película no início da secagem sobre os cordões de argamassa,
isso reduz o tempo em aberto da argamassa e diminui a aderência das placas. Para checar essa
aderência, deve-se remover por amostragem uma placa qualquer imediatamente após a sua
aplicação e observar se a argamassa sobre sua superfície está totalmente impregnada.
Ao espalhar a argamassa com ajuda da desempenadeira, apertando-a contra a
superfície do contrapiso a fim de ficar uma camada de aproximadamente 3 a 4mm. Em
seguida usar a parte denteada da desempenadeira com um ângulo de 60 graus, formando os
cordões de argamassa e ajudando a manter o nível para a colocação das placas. A porção que
sobra deste processo deve ser devolvida ao recipiente onde se encontra o restante da massa,
onde a mesma deve ser misturada para seguir com a colocação dos pisos.
Algumas placas podem vir a ter um formato côncavo ou convexo, e também o
contrapiso pode ser irregular, para corrigir essas irregularidades a quantidade de pasta
aplicada deve ser determinada antes do processo, e esses espaços devem ser preenchidos por
completo para que não haja alteração nas tolerâncias.
É descartada a hipótese de aproveitamento da argamassa colante em períodos
diferentes de trabalho, ou até mesmo de dias.
3.4.3 Determinação da resistência de aderência de revestimento cerâmico assentados
com argamassa colante
É um método de ensaio que determina a resistência da aderência dos pisos
aplicados com argamassa colante em obra. É feito pela aplicação de uma tração simples
normal aplicada em uma peça metálica colada a um corpo de prova e esta força é aplicada
com uma determinada velocidade.
As etapas do processo consistem em:
- Instalar o equipamento de tração a peça metálica, e aplicar a carga de maneira
gradativa sem interrupções e com velocidade constante;
39
- Aplicar o esforço de tração perpendicular ao corpo de prova até a ruptura;
- Anotar a carga de ruptura, na unidade newtons;
- Observar a peça metálica arrancada do corpo de prova, procurando possíveis
falhas na colagem da mesma; e
- Examinar, medir e registrar a área de ruptura.
A resistência de aderência R é expressa com duas casas decimais em “mega
pascais” e calculada através da equação: R = P/A. Onde P é a carga, em newtons, A é a área
da peça em milímetros quadrados.
A ruptura pode ocorrer de diversas formas aleatórias, e deve ser relatada
juntamente com o resultado do ensaio, elas podem ser na interface da placa
cerâmica/argamassa colante, no interior da argamassa colante, na interface da argamassa
colante/substrato, no interior da argamassa do substrato, na interface substrato/base, no
interior da base, na interface da pastilha/cola ou na interface da cola/placa cerâmica.
O relatório de ensaio deve conter a identificação da argamassa de emboço,
identificação da argamassa colante, identificação dos locais da obra onde foram realizados os
ensaios junto com os corpos de prova enumerados, seção dos corpos de prova, característica
dos equipamentos de tração, data e período dos ensaios e os valores de resistência de
aderência dos seis corpos de prova, junto com a forma de ruptura e a percentagem.
3.5 NORMA EM DESEMPENHO ABNT NBR 15.575/2013
De acordo com UGREEN (2019) esta norma de desempenho foi lançada em 2013
pela ABNT com a finalidade de determinar medidas e quesitos qualitativos para construções
residenciais. Sendo assim, a mesma foi desenvolvida após mais de 15 anos de estudos e não é
uma isolada e sim uma sinopse de outras normas como ISO, ANSI, ASTM, além de outras
normas da ABNT.
As figuras 7 e 8 apresentam as informações que constam sobre a NBR
15.575/2013 na ABNT.
40
Figura 7 - Norma ABNT NBR 15.575-3/2013
Fonte: ABNT, acesso em 05/06/2019.
Figura 8 – Partes componentes da Norma ABNT NBR 15.575/2013
Fonte: ABNT, acesso em 04/06/2019.
Hoje em dia cada vez é maior o favorecimento dos consumidores com leis e
códigos que os protejam de mercadorias e atividades imperfeitas, temos como exemplo o
Código de Defesa do Consumidor, e com o ramo da construção civil não podia ser distinta,
41
por isso a Norma de Desempenho foi desenvolvida, para preservar os clientes quanto a
qualidade do produto comprado. (UGREEN, 2019)
Nos dias atuais seguir a Norma de Desempenho é obrigação para todas as
edificações residenciais, não importando qual sistema construtivo foi usado. Caso não seja
seguida corre-se o risco de multas, processos, obrigatoriedade de reparos ou até trocas.
A partir da implantação desta NBR, conforme UGREEN (2019), percebe-se que a
mesma já colaborou para:
Maiores cuidados com os padrões construtivos;
Diminuição da tendência do que se é capaz de julgar uma boa construção;
Compreensão dos profissionais do ramo da construção civil a respeito de
medidas de conforto ambiental;
Operacionalização do Código de defesa do Consumidor, local onde deve-
se buscar caso haja qualquer inconformidade na residência, e;
Diminuição da concorrência predatória entre construtoras que baixavam o
nível de qualidade para ter maiores lucros, gerando uma maior
competitividade no comércio.
O fornecedor de materiais, deve se responsabilizar pelas características de
desempenho de seus produtos em conformidade com a norma. Da mesma maneira que o
projetista se responsabiliza em estabelecer a Vida Útil de Projeto de todo o sistema que
constitui a norma, classificando os produtos, materiais e processos para que sigam as medidas
de desempenho básicas. Sendo assim, todas essas ponderações necessitam estar no projeto
e/ou no memorial de cálculo. (UGREEN, 2019)
A incorporadora deve se responsabilizar no reconhecimento de riscos antevisto,
juntamente com a construtora tem que ser feito o manual de uso, em companhia da operação e
manutenção da edificação.
O cliente também possui responsabilidades, o mesmo deve fazer as manutenções
de acordo com a NBR 5674 e o Manual de uso feito pela construtora/incorporadora.
Conclui UGREEN (2019) que a maior parte das responsabilidades se atribuiu para
os projetistas, sendo assim estes devem ter total conhecimento sobre os padrões de projeto,
especificações e detalhamento construtivo utilizados.
Por tanto, saber todos os dados da Norma de Desempenho é fundamental, seja
qual for o profissional que não só deverá procurar se adaptar as práticas de projeto e
42
construção atuais, mas também para quem tem o objetivo de começar seus trabalhos, assim
tornando os seus empreendimentos mais habitáveis, eficientes e sustentáveis.
3.6 LEAN CONSTRUCTION
Observa-se que desde os anos 80 no país há uma disposição para utilização de
ferramentas da Gestão da Qualidade Total (Total Quality Management – TQM). Diversas
empresas no ramo da construção focaram para gerar sistemas de gestão de qualidade com o
foco de melhorar os processos produtivos como também para obter-se a ISO 9000.
Essas ideias nasceram no Japão na década de 50, com base em duas filosofias, o
TQM e o Just-in-Time (JIT). A utilização com sucesso maior ocorreu no Sistema de Produção
da Toyota, no Japão (SHINGO, 1986). Esse sistema teve seu início na indústria automotiva e
após alguns anos nasceu um movimento para aplicar esses conceitos em outras atividades
econômicas.
De acordo com Liker (2005) o diagrama “Casa do STP” é uma das imagens
reconhecidas com facilidade na indústria moderna e reproduz o funcionamento e princípios
empregados no Sistema Toyota de Produção. O diagrama é realizado em aparência de casa
pois trata-se de um sistema estrutural, figura 9.
Então o sistema inicia-se com o objetivo de melhorar a qualidade, minimizar custo
e menor lead time. As duas colunas são feitas pelo Just-in-Time (característica forte e popular
do STP) e a autonomação. No eixo do sistema estão as pessoas, já na parte final existem
vários processos de nivelamento da produção, que tem por função nivelar a programação de
produção em volume e variedade. Qualquer parte da casa só é crítica, mas o indispensável é
modo como os elementos fortalecem uns aos outros. (LIKER, 2005)
43
Figura 9 – Sistema Toyota de Produção
Fonte: Liker, 2005
Com a carência de preencher a baixa competência e atingir melhores níveis de
gestão produtiva, Koskela em 1992, efetuou estudos que sucederam no princípio do modelo
para gestão de produção na construção civil, assim chamado de Lean Construction, sendo
traduzido para o português como Construção Enxuta.
O Lean Construction tem como alvo incluir um conceito novo e significativo,
para compreender processos produtivos na construção civil. Esses princípios manifestam a
forma que o processo e atividades são retratados (KOSKELA, 1992)
Koskela (1992) considera que na Lean Construction o ambiente produtivo é feito
por procedimentos de conversão e de fluxo de mão de obra, fluxo de materiais, e fluxo de
informações. A coordenação dos procedimentos de fluxo é essencial na busca para o
acréscimo da produtividade da obra e eficiência. O modelo tradicional de processo é
apresentado na figura 10.
44
Figura 10 – Modelo tradicional de Processo
Fonte: Koskela, 1992.
Por fim, é indispensável aperfeiçoar a gestão no ramo da construção civil. As
vantagens com uso de recursos e corte de desperdícios são claros através da introdução das
ideias, ferramentas e métodos Lean Construction nos empreendimentos.
3.7 GERENCIAMENTO DA ROTINA
O Gerenciamento da Rotina se refere a administração ou o controle do trabalho do
dia-a-dia, gerenciando processos e atividades da organização. Procura uma constante melhoria
dos resultados de uma empresa pela junção de operações (cumprindo os padrões e atuação na
causa dos desvios) e melhorias (alteração dos padrões para melhorar os resultados).
Para Umeda (1995) o Gerenciamento da Rotina é a atividade que o chefe de uma
Unidade Gerencial Básica – UGB desempenha para completar suas responsabilidades:
constatar a situação do trabalho executado no dia-a-dia, adotar as medidas necessárias e
respeitar o nível do resultado desejado. Para Umeda, é o ciclo PDCA praticado para atingir as
metas estabelecidas para UGB, como demonstrado na figura 11.
45
Figura 11 - Gestão da Qualidade Total – Masao Umeda
Fonte: May, 2018.
Para realizar o sistema de Gerenciamento da Rotina Umeda (1995) segue os
seguintes passos:
Determinar os itens de controle;
Determinar níveis de controle;
Determinar pontos de verificação e modo de verificação;
Determinar o modo de registrar e relatar os resultados; e
Procurar resolvê-los e elaborar um padrão para evitar a reincidência do
mesmo problema.
O Gerenciamento da Rotina do Trabalho do Dia-a-dia, é um conjunto de
atividades voltadas para alcançar os objetivos atribuídos a cada processo.
Estas atividades são:
Definir os produtos de cada Unidade Gerencial;
Definir os clientes de cada produto;
Definir os insumos e fornecedores de cada produto;
Identificar as necessidades dos clientes em relação a cada produto,
considerando as dimensões da qualidade;
Elaborar o fluxograma do processo relacionado com cada produto;
Definir os itens de controle para cada processo/produto;
46
Definir as características de qualidade ou de controle para cada produto;
Definir as metas, valores numéricos ou faixa de valores, para as
características de qualidade de cada produto;
Elaborar a tabela dos itens de controle indicando o 5W2H;
Elaborar os gráficos para a representação dos itens de controle;
Montar os fluxogramas de seus processos (fluxogramas de tarefas);
Identificar claramente os problemas e resolvê-los através do Método de
Análise e Solução de Problemas – MASP; e
Utilizar o Ciclo PDCA de controle visando manter e melhorar.
3.7.1 Fluxograma
Fluxograma é um diagrama usado para representar uma sequência das diferentes
etapas de algum processo. São utilizados símbolos ou desenhos para indicar as etapas, ou
tarefas, de forma que fique claro para um fácil entendimento. Para o desenho do fluxograma
do processo, podemos utilizar vários tipos de figuras ou símbolos para identificar as
atividades desenvolvidas, decisões, etc. Como pode ser visto na figura 12.
Figura 12 – Exemplos de fluxograma
Fonte: May, 2018.
47
May (2018) afirma que é de grande importância utilizar os símbolos de “início” e
“fim”, pois com sua representação visual fica mais fácil o entendimento, assim qualquer
pessoa consegue ver onde ele começa e termina. Quando a atividade desenvolver um “loop” a
linha de caminho deve ser conectada com o centro da linha que antecede a atividade que será
realizada a seguir.
Todo fluxo deve ter somente um “início” e um “fim”, caso não tenha é indicado
fazer um conector para o “fim”. As discussões sobre tempo para realização dos processos
também são muito importantes, junto com as etapas de preparação de processo (insumos e
fornecedores, que muitas vezes mostram problemas que geralmente são invisíveis.
Uma de suas maiores utilidades é que permite que todos os integrantes tenham
uma visão completa do processo, e ao mesmo tempo que cada pessoa tenha uma visão melhor
do seu papel na cadeia e que ele tem influência no resultado final do processo.
Outra forma importante de uso de um fluxograma é comparar dois fluxos, um
sobre atividades que estão sendo realizadas, e outro com atividades que deveriam estar sendo
feitas, isso geralmente mostra a origem de alguns problemas. Um exemplo de fluxograma do
Gerenciamento da Rotina é representado na figura 13.
Figura 13 - Fluxograma, apresentando as sete fases do Gerenciamento da Rotina
Fonte: May, 2018.
48
3.7.2 Ciclo PDCA
De acordo com May (2018) o Ciclo PDCA foi criado por Walter Shewhart como
um ciclo de análise de melhoria, e sua utilização foi divulgada por Deming como uma
sequência lógica de quatro etapas que se repetem para melhoria e aprendizado constante. Vem
das palavras em inglês: Plan, Do, Check, Action. É uma das ferramentas utilizadas para
analisar, planejar e tomar decisões.
May (2018) afirma que no ciclo PDCA tradicional o “Action” é visto como “ação
corretiva” quando é para ser usado na análise dos problemas. O PDCA como método é bem
mais abrangente e por isso deve ser usado de forma genérica, onde “Action”, deve ser definido
como “agir em função dos resultados”, vendo desta forma, pode ser usado tanto para análise
de problemas, quanto para planejamento, padronização ou ações de melhorias. Como pode ser
visto na figura 14.
Figura 14 - Ciclo PDCA
Fonte: May, 2018.
Segundo Falconi (1996), o Ciclo PDCA segue as seguintes etapas:
1. Planejamento: Estabelecer metas, estabelecer métodos para atingir metas;
2. Execução: Educar e treinar as pessoas no método escolhido, executar o
planejado e coletar dados para a próxima etapa;
49
3. Verificação: Comparar os resultados obtidos com as metas e;
4. Atuação corretiva: se as metas forem alcançadas, adotar o método utilizado
como padrão, se não foram atingidas as metas, agir sobre as causas do não
atingimento das metas.
Ainda de acordo com May (2018) uma adaptação importante do ciclo PDC, foi
realizada pelo MEG – Modelo de Excelência de Gestão da Fundação Nacional de Qualidade e
nas mais recentes versões da norma ISO 9000. Está adaptação procura demonstrar a
importância do aprendizado e melhoria, desta forma o ciclo passa a ser chamado de PDCL,
onde o “L” vem de learning – aprendizado.
Ainda na visão do autor existem basicamente três formas de aplicação:
1- Situação Nova: definir etapas para transformar uma ideia em realidade,
verificando os resultados. (planejamento e execução da nova situação);
2- Situação conhecida ou de rotina: quando o PDCA é utilizado acompanhar o
ciclo de um processo ou atividade conhecida ou de rotina, sendo que nesta
situação o ciclo inicia no “C - Check”; e
3- Análise de problemas: avaliar o problema para buscar causas e eliminá-las.
3.7.3 Método 5W2H
De acordo com May (2018) um dos primeiros registros sobre o 5W1H aparece no
“Tratado sobre Oratória”, escrito por Marcus Fabius Quintilianus entre os anos 30 e 100 D.C,
que se refere a obras discursivas, a crítica literária e ensinamentos morais. Quintilianus dizia
que para entender do público qualquer tema era necessário 6 perguntas (e respostas):
1. O que?;
2. Quem?;
3. Quando?;
4. Onde?;
5. Por quê? e
6. Como?
Explica May (2018) que quando é acrescentada a questão “quanto custa?” (How
much?) surge o método 5W2H, apresentado na figura 15.
50
Figura 15 – O método 5W2H
Fonte: May, 2018.
O autor supracitado destaca que existem alguns cuidados a serem tomados a
respeito da aplicação do Método 5W2H, que são explicados a seguir.
Quando se responde a pergunta sobre “Quem?”, deve ser com um nome, uma
pessoa responsável. Evitando sempre citar uma determinada área para a tarefa, caso citar,
deverá ter alguém responsável para assumir a responsabilidade do problema.
O “Quando?” deverá informar um tempo hábil para solução do plano de ação,
definindo seu término, ou período de execução: o prazo final para conclusão (Até Quando?), o
início da implantação (Desde Quando?). Definindo um período claro, uma data, uma fração
de tempo. Não devendo ser utilizadas expressões de tempo do tipo: semana que vem,
imediatamente.
O “Por Quê?” define a motivação para realizar o plano de ação.
O “Quanto?” é muito importante, pois é o motivo para que a área financeira se
comprometa em auxiliar nos recursos necessários. Se o preço para resolver o problema estiver
definido e o preço de não resolvê-lo também, será muito difícil alguém não se responsabilizar
por este prejuízo.
Deve-se tomar um cuidado na aplicação do Método 5W2H, explica ainda o autor,
pois quando é utilizado o método para preencher um Plano de Ação ou para analisar um
problema, as perguntas são diferentes, como se pode ver na figura 16.
51
Figura 16 – Modo de utilizar o Método 5W2H
Fonte: May, 2018.
52
4 DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO
Nesse capítulo inicialmente serão apresentadas as empresas objeto deste estudo,
demonstrando suas principais características, e posteriormente chegando até as áreas de
estudo, apresentando os setores onde os estudos foram realizados. Por fim, será descrito como
foi realizado o processo de análise comparativa do procedimento interno padronizado e o
processo prático de desenvolvimento.
4.1 PERFIL DAS EMPRESAS
Neste estudo vamos trabalhar com duas empresas, de forma a ser possível uma
comparação entre os procedimentos e atividades realizadas nestas empresas. Como não foi
possível obter a autorização das empresas para citação do nome das mesmas, vamos chama-
las de Empresa UM e Empresa DOIS. Assim vamos descrever o perfil destas empresas.
4.1.1 Empresa UM
A empresa UM incorporação e participação Ltda. foi fundada a partir de outra
empresa já tradicional no mercado. A empresa atua no mercado da construção e incorporação
imobiliária e é referência em acabamento e qualidade dos edifícios. São mais de 20
empreendimentos prontos de alto padrão na região da grande Florianópolis e 60 anos de
história da fundação do grupo familiar.
A empresa estudada nesse item tem entorno de 250 á 300 funcionários, podendo
variar, dependendo do cronograma e o estágio da obra, devido à contratação de terceiros para
auxiliar na mão de obra que na maioria dos setores é própria.
A sede da empresa UM fica localizada no Centro de Florianópolis.
Na questão de concreto seu fornecedor principal é a Concrebras, fornecedor de
cimento é a Itambé, rejunte fornecedor principal Eliane, para os revestimentos cerâmicos,
item estudado neste TCC, os maiores fornecedores são a Portobello e a Cerâmica Eliane.
Existem inúmeras construtoras na região competindo, fornecendo produtos
similares ao da empresa estudada, mas com mesmo padrão de acabamento não existem outros
totalmente similares.
53
4.1.2 Empresa DOIS
A Empresa DOIS é uma empresa familiar que atua no ramo da construção civil
desde o 15 de abril de 1983. Seu fundada é um empreendedor ousado e visionário do ramo, a
construtora segue com um legado de excelência repassado a três gerações entre profissionais
da família.
Destaque pela pontualidade de entregas, a construtora possui marca consolidada,
pautada na confiança e qualidade desde seus primeiros empreendimentos. Desde 1983,
quando iniciou suas atividades, até hoje, já são 59 obras entregues, com empreendimentos em
localizações estratégicas na Grande Florianópolis, totalizando 477.978,22m² em obras
concluídas.
A empresa tem uma trajetória de credibilidade, adquirida ao longo dos anos,
baseada no cuidado e comprometimento com os clientes, onde a tradição e o futuro caminham
juntas para a construção e concretização de muitos sonhos.
A sede da Empresa DOIS Empreendimentos fica localizada no Kobrasol -São
José/SC.
É uma das empresas mais antigas no ramo da construção na região, hoje está com
três obras em execução na Grande Florianópolis e uma em Itapema/SC, totalizando
39.984,58m² de obra sendo executados e 262 unidades. Conta também com aproximadamente
130 funcionários nas obras e 40 no escritório. Os serviços de pintura, elétrica, hidráulica e
outros serviços são realizados por empreiteiras terceirizadas.
Com relação aos fornecedores, buscam manter os mesmos fornecedores devido a
qualidade e o histórico de fornecimento, porém é feita uma consulta de mercado para verificar
os preços e condições disponíveis. Exemplos de fornecedores são, Concrebras para o
concreto, e a Portobello para as cerâmicas em geral.
4.2 ÁREA DE ESTUDO
Na empresa UM foi escolhida como área de estudo na parte externa, na garagem
rotativa do pilotis, do edifício localizado no bairro Campinas, São José - SC. Este edifício
conta com vários condomínios: Mall, Hotel, Park, Corporate, Residence, e Stúdio, sendo
assim o empreendimento é entregue em etapas. O Mall entregue em dezembro de 2018, o
54
Corporate em junho de 2019, o Residence está previsto para novembro de 2019, e o Stúdio
previsto para maio de 2020.
Na empresa DOIS a área estudada é na área externa destinada a descarte e coleta
de lixo do empreendimento, localizado no Bairro Estreito, Florianópolis/SC, o prédio está em
fase de acabamentos e a entrega está programada para fevereiro de 2020, figura 17.
Figura 17 - Foto do empreendimento da Empresa DOIS
Fonte: Site da empresa, 2019.
4.3 ANÁLISE DO PROCEDIMENTO
Neste item vamos descrever como são realizados os procedimentos nas duas
empresas estudadas, para que seja possível conhecer e analisar os mesmos, de forma a realizar
uma comparação entre a realidade dos procedimentos nas empresas estudas e o prescrito nas
normas.
4.3.1 Análise do Procedimento na Empresa UM
A empresa UM segue as normas regulamentadoras, e na parte da execução de
revestimento em áreas externas não é diferente, segue a norma ABNT NBR 9817:1987.
Segundo a norma ABNT NBR 9817:1987, antes de realizar o assentamento das
peças, estas devem ficar imersas em água, utilizando recipientes não metálicos, por cerca de
55
15 minutos ou, no mínimo, até que não ocorra mais “borbulhamento” de água de imersão.
(ABNT NBR 9817:1987 -3.3.1). Nesta empresa, as peças são deixadas imersas por 12 horas
em água e em seguida as peças cerâmicas são retiradas da imersão e são encostadas em uma
superfície vertical, para escorrer a água em excesso, conforme mostra a figura 18.
Os pisos (peças) colocados em imersão, são retirados de diferentes caixas ao
mesmo tempo, assim fazendo com que as pequenas variações de tonalidade, sejam dissipadas
após concluído o assentamento.
Figura 18 - Revestimento cerâmico imerso
Fonte: Dos autores, 2019.
Primeiro passo a ser feito para dar-se início a colocação do piso cerâmico, da
maneira ser descrita, é a limpeza do local onde será efetuado o serviço. Após começa a
colocação das taliscas ou “tacos” como popularmente chamado em obra, conforme mostrado
na figura 19.
Este deve ser feito com muito cuidado, pois suas cotas geradas devem obter
resultados compatíveis com o caimento determinado, com altura final esperada para o piso
acabado e com a característica do piso cerâmico na qual será utilizado.
56
Figura 19 - Colocação dos tacos
Fonte: Dos autores, 2019.
Percebe-se na figura 19 que o colaborador está usando dois pedaços de piso, um
sobre o outro: o primeiro (de baixo) tem a função de demonstrar a cota da camada de
assentamento e o piso de cima, a cota do revestimento acabado.
Figura 20 - Apiloamento
Fonte: Dos autores, 2019.
57
Após o feito o “taqueamento”, e antes da incorporação da argamassa é feita a
saturação com água do substrato e por aplicação de pastas de cimento. Em seguida aplica-se a
argamassa é espalhada em uma área não muito espessa, superficialmente, com o auxílio de
uma enxada. Em seguida é realizada o “apiloamento” da camada, conforme mostrado na
figura 20.
Realizado o apiloamento, começa-se a regularizar a camada de assentamento com
o auxílio da régua de alumínio, conforme mostrado na figura 21, não esquecendo de obedecer
às mestras e os tacos.
Figura 21 - Regularização da camada de assentamento
Fonte: Dos autores, 2019.
De acordo com a norma, a espessura da camada de assentamento deve estar
concebida em cerca de 15 a 25mm, necessitando polvilhar acima dela entorno de 1,5kg de
cimento por metro quadrado de piso, seguindo estes requisitos a camada polvilhada se
encontrará com espessura por volta de 1mm. (ABNT NBR 9817:1987 -3.3.3)
Polvilha-se acima da camada de assentamento cimento, figura 22.
Durante o processo não foi possível quantificar a quantidade de cimento utilizada
para “polvilhar”.
58
Figura 22 - Cimento polvilhado
Fonte: Dos autores (2019).
Logo após feito o polvilhamento, o cimento é irrigado e se passa a
desempenadeira com o lado dentado, conforme a figura 23 e figura 24.
Figura 23 - Cimento sendo irrigado
Fonte: Dos autores (2019).
59
Figura 24 - Desempenadeira com lado dentado
Fonte: Dos autores (2019).
Com os pisos cerâmicos previamente umedecidos, os mesmos necessitam ser
forçados um a um contra a camada de assentamento, com a ajuda de uma marreta de borracha,
figura 25.
Figura 25 - Assentamento com o auxílio da marreta de borracha
Fonte: Dos autores (2019).
60
Observa-se o emprego da linha na figura 25, a mesma serve para se ter o controle
do alinhamento das juntas.
Após realizado o batimento dos pisos cerâmicos, é realizado uma limpeza inicial,
conforme mostrado nas figuras 26 e 27, somente com água, sem a utilização de produtos de
limpeza.
Figura 26 - Limpeza inicial
Fonte: Dos autores (2019).
Figura 27 - Limpeza inicial
Fonte: Dos autores (2019).
61
Após passado no mínimo 24 horas da colocação dos revestimentos cerâmicos,
pode ser realizado o serviço de rejuntamento das peças, conforme mostrado na figura 28. Não
deve ser realizado o “espalhamento” do rejunte numa área muito ampla, pois ele pode secar,
assim ficando difícil de fazer a limpeza para retirar os excessos.
Figura 28 - Rejuntamento das peças
Fonte: Dos autores (2019).
4.3.1.1 Fluxograma no Procedimento na Empresa UM
O procedimento realizado pela Empresa UM foi analisado e mapeado através de
um fluxograma que apresenta as etapas do processo, e permite entender as relações entre cada
etapa. O fluxograma é apresentado na figura 29 (Detalhes no Apêndice).
62
Figura 29 - Fluxograma no Procedimento na Empresa UM
Fonte: Dos autores (2019).
4.3.2 Análise do Procedimento na Empresa DOIS
O processo de colocação de piso é feito pelos profissionais capacitados da própria
empresa, onde os ceramistas já recebem a superfície preparada em relação a contrapiso e
caimentos, feitos em etapas anteriores da obra. É realizada uma limpeza na superfície para
não prejudicar a aderência do piso com a base, como demonstrado na figura 30.
63
Figura 30 - Limpeza da área
Fonte: Dos autores, 2019.
É realizado o preparo da argamassa colante (AC III) com ajuda de um misturador,
figura 31, onde é adicionado a primeiro a água, a quantidade de água é adicionada
visualmente definida pela prática do profissional, e em seguida a quantidade de um saco de pó
de argamassa é designada para o período de serviço, levando em conta que fazem uma
quantidade equivalente a um saco por vez, para que não haja desperdício e a mistura não
seque e tenha que ser descartada.
Figura 31 - Preparação da Argamassa colante
Fonte: Dos autores, 2019.
64
Caso a mistura não estiver na consistência desejada ou apresentar grumos é
adicionado água gradativamente até chegar na consistência desejada pelo ceramista, para que
possa ser espalhada sem dificuldades, como apresentado na figura 32.
Figura 32 - Argamassa pronta
Fonte: Dos autores, 2019.
Com ajuda de uma colher de pedreiro e uma desempenadeira denteada, a mistura
de argamassa é aplicada na superfície. A mesma mistura é aplicada no tardoz das peças
cerâmicas utilizando a desempenadeira denteada de 10mm, para serem aplicadas no local.
Tanto na base quanto no tardoz, não seguem um padrão de direções para a aplicação da cola,
como pode ser percebido na figura 33.
65
Figura 33 - Argamassa aplicada na superfície e na peça
Fonte: Dos autores, 2019.
O assentamento das placas é feito com ajuda de uma marreta de borracha para não
danificar as peças e garantir que a argamassa se espalhe e tenha maior contato com a
superfície aplicada e do piso assentado, figura 35.
Figura 34 - Piso assentado com ajuda do martelo de borracha
Fonte: Dos autores, 2019.
66
Após a peça ser colocada no local desejado, é tomado todo o cuidado para que as
peças não fiquem desniveladas, muitas vezes isto ocorre devido a má distribuição da cola ou
até mesmo da irregularidade da base. Quando isso acontece a peça é levantada e a cola é
espalhada com a ajuda de uma colher de pedreiro para que o piso mantenha o nivelamento
correto, veja figura 35.
Figura 35 - Ajuste do nivelamento
Fonte: Dos autores, 2019.
As juntas são uma área que necessita de bastante cuidado, são utilizados
espaçadores para que a distância de uma peça para outra seja sempre a mesma, figura 36.
Também após o piso alinhado e espaçado na sua posição é realizada uma limpeza rápida na
superfície do piso com uma esponja e água limpa.
Figura 36 - Cuidado com as juntas
Fonte: Dos autores, 2019.
67
Para as regiões aonde é necessário fazer um corte no piso, para áreas onde não
será necessário utilizar uma placa inteira, ou ainda, onde o corte é feito de um lado ao outro
da peça; é utilizado o cortador manual. Já para cortes menores como as tampas das caixas de
inspeção é utilizada a serra circular, mas respeitando sempre a regularidade nos cortes, como
demonstrado na figura 37.
Figura 37 - Corte dos pisos
Fonte: Dos autores, 2019.
Após a área estar toda revestida, aguarda-se a secagem da argamassa para ser
realizado o rejuntamento das peças, esse período não pode passar de uma semana. Deve-se
tomar sempre cuidado para que não se aplique carga sobre os pisos recém assentados e sem
rejunte, ver figura 38.
68
Figura 38 - Revestimento aplicado na área desejada
Fonte: Dos autores, 2019.
O preparo da mistura utilizada para o rejunte segue o mesmo padrão da utilizada
na argamassa colante citado anteriormente. Deve-se tomar cuidado para não conter grumos e
chegar a consistência desejada pelo rejuntador. As juntas são limpas com auxílio de uma
vassoura e em seguida são preenchidas com a mistura de rejunte tomando cuidado para não
aplicar em uma área muito extensa para não ocorrer a secagem do mesmo e prejudicar a
qualidade do acabamento, figura 39.
69
Figura 39 - Rejuntamento
Fonte: Dos autores, 2019.
E assim que o rejunte seca o revestimento está pronto, é realizada uma limpeza
para ajudar em uma conferência final dos pisos afim de corrigir alguma falha no decorrer do
processo, o que não é comum ocorrer na empresa, pois os funcionários têm grande
experiência com o processo, exemplo na figura 40.
Figura 40 - Processo finalizado
Fonte: Dos autores, 2019.
70
4.3.2.1 Fluxograma no Procedimento na Empresa DOIS
O procedimento realizado pela Empresa DOIS foi analisado e mapeado através de
um fluxograma que apresenta as etapas do processo, e permite entender as relações entre cada
etapa. O fluxograma é apresentado na figura 41 (Detalhes no Apêndice).
Figura 41 - Fluxograma no Procedimento na Empresa DOIS
Fonte: Dos autores (2019).
71
4.3.3 Análise Comparativa entre os Procedimentos
Neste item vamos apresentar a comparação entre os procedimentos realizados
pelas empresas em estudo e as Normas ABNT NBR 9817:1987 e ABNT NBR 13753:1996,
no quadro 1. Para permitir uma análise conclusiva sobre os procedimentos realizados.
Quadro 1 - Comparação entre os procedimentos realizados pelas empresas em estudo e as
Normas ABNT NBR 9817:1987 e ABNT NBR 13753:1996
Continua ...
NBR 9817:1987 NBR 13753:1996 Empresa UM Empresa DOIS
Na parte externa ou
em ambientes
internos expostos a
luz e/ou umidade as
juntas de
movimentação devem
ser realizadas em
ambientes com área
de piso igual ou maior
que 20 m² ou se uma
das dimensões for
maior que 4m.
Segue o mesmo padrão
da outra norma.
Na parte externa
são feitas juntas de
movimentação com
área de 25m² (5x5).
Não aplicado.
Cimento polvilhado
logo após ser
espalhado por cima
da camada de
assentamento tem a
obrigação de ser
alisado levemente
com colher de
pedreiro até que
aconteça o
afloramento de
umidade.
A norma não
menciona este tipo de
procedimento
Cimento polvilhado
espalhado por cima
da camada de
assentamento é
umedecido e em
seguida é passado a
desempenadeira
com o lado
dentado.
A norma não se
aplica nesta
situação.
72
Quadro 2 - Comparação entre os procedimentos realizados pelas empresas em estudo e as
Normas ABNT NBR 9817:1987 e ABNT NBR 13753:1996
Continua ...
NBR 9817:1987 NBR 13753:1996 Empresa UM Empresa DOIS
Após o revestimento
cerâmico ser
assentado deve-se
fazer uma limpeza
inicial com pano
umedecido com água
na superfície do piso,
não utilizando
nenhum produto de
limpeza. Sobre
revestimentos recém
instalados, não deve
ocorrer
caminhamento de
pessoas ou de
qualquer outro tipo de
demanda mecânica,
depois da colocação
dos pisos cerâmicos
em áreas externas. O
revestimento só pode
ser exposto ao
caminhamento de
pessoas depois de no
mínimo uma semana.
A norma não
menciona quanto a
limpeza da superfície
após o revestimento
instalado, e o
revestimento só deve
ser exposto ao tráfego
de pessoas,
preferencialmente,
depois de transcorridos
sete dias após o
rejuntamento.
Limpeza da
superfície após
término da
colocação da
cerâmica é feita
com uma vassoura
molhada somente
com água e uma
esponja úmida. A
pessoa que está
limpando solicita
demanda mecânica
sobre o
revestimento
instalado.
A norma não cita
essa parte de
realizar uma
limpeza após o
revestimento
assentado, porém a
empresa realiza
esta limpeza com
uma esponja e
água limpa a fim
de retirar a cola
que acaba ficando
entre as juntas
onde será aplicado
o rejunte e também
na superfície.
Como a área
analisada só tem
uma entrada, a
mesma foi fechada
impedindo a
circulação de
pessoas.
Pisos cerâmicos com
área superior a 600
cm², necessitam ser
previamente
chapiscado, este
chapisco deve ser
realizado pelo menos
um dia antes do
assentamento.
A norma não
menciona este tipo de
procedimento
Não é seguida esta
recomendação.
As peças utilizadas
no assentamento
têm 45x45 cm,
totalizando uma
área de 2025 cm².
A norma não se
aplica nesta
situação.
73
Quadro 3 - Comparação entre os procedimentos realizados pelas empresas em estudo e as
Normas ABNT NBR 9817:1987 e ABNT NBR 13753:1996
Continua ...
NBR 9817:1987 NBR 13753:1996 Empresa UM Empresa DOIS
A norma não
menciona este tipo de
procedimento
Para placas de
revestimento com área
maior que 900cm²
aplicar cada placa
cerâmica ligeiramente
fora da posição de
modo a cruzar os
cordões do tardoz e do
contrapiso e em
seguida pressioná-la.
arrastando-a até a sua
posição final;
A norma não se
aplica nesta
situação.
A argamassa é
passada de forma
aleatória, não
seguindo um
padrão de direção,
tanto no tardoz
quanto na base de
forma que todos os
cordões não se
cruzam, e nem
sempre os pisos
são colocados fora
de posição e
deslizados a fim de
desfazer os cordões
de argamassa
colante.
As placas cerâmicas
antes de realizar o
assentamento das
peças, estas devem
ficar imersas em
água, utilizando
recipientes não
metálicos, por cerca
de 15 minutos ou, no
mínimo, até que não
ocorra mais
“borbulhamento” de
água de imersão.
A norma não
menciona este tipo de
procedimento.
Nesta empresa, as
peças são deixadas
imersas por 12
horas em água e em
seguida as peças
cerâmicas são
retiradas da imersão
e são encostadas
em uma superfície
vertical, para
escorrer a água em
excesso.
A norma não se
aplica nesta
situação.
A norma não
menciona este tipo de
procedimento
As placas cerâmicas
devem ser assentadas
a seco sobre a
argamassa colante
estendida sobre a base
e sobre o tardoz.
Como a norma que
se assemelha ao
processo não
menciona, não há
comparação.
Piso assentado a
seco após a peça
ser limpa a fim de
retirar qualquer
sujeira que
prejudique a
aderência da
argamassa na peça.
74
Quadro 4 - Comparação entre os procedimentos realizados pelas empresas em estudo e as
Normas ABNT NBR 9817:1987 e ABNT NBR 13753:1996
Conclusão
NBR 9817:1987 NBR 13753:1996 Empresa UM Empresa DOIS
Terminado o serviço
de instalação do
revestimento
cerâmico, com a
superfície já limpa,
recomenda-se cobrir o
mesmo com uma
manta de polietileno,
com casacos
umedecidos ou até
com papelão
umedecido.
Nos casos normais, o
revestimento cerâmico
deve ser protegido
mediante aplicação de
serragem, sacos de
estopa e retalhos de
madeira compensada.
Não é seguida esta
recomendação.
Não é seguida esta
recomendação.
Após realizado o
rejuntamento, numa
área não muito
espessa, os pisos
devem ser submetidos
a uma limpeza com
pano levemente
umedecido.
Deixar a argamassa de
rejuntamento secar
por 15 min a 30 min.
A seguir fazer a
limpeza do
revestimento cerâmico
com uma esponja de
borracha macia, limpa
e úmida. Finalizar a
limpeza com um pano
limpo a saco ou com
estopa de primeira,
limpa e seca.
Os revestimentos
são submetidos a
limpeza numa área
não muita espessa
com uma esponja
levemente
umedecida.
Logo após a
colocação, espera-
se um tempo de
secagem visual,
para realizar a
limpeza utilizando
uma esponja
úmida.
Recomenda-se após o
rejuntamento o piso
externo cobri-lo com
manta de polietileno
ou até sacos de
estopas umedecidos,
pelo período de pelo
menos de três dias.
O piso externo deve
permanecer coberto
com manta de
polietileno ou sacos de
estopa umedecidas,
durante pelo menos
três dias.
Não é seguida essa
recomendação.
Não é seguida essa
recomendação.
Fonte: Dos autores, 2019.
Verificando os procedimentos realizados na empresa UM, para a colocação de
revestimentos cerâmicos na área externa, nota-se que a técnica que está sendo estudada ficam
próximas as das Norma ABNT NBR 9817:1987 seguindo o padrão de não utilizar argamassa
colante, e sim o emprego de cimento polvilhado por cima da camada de assentamento, sendo
que as cerâmicas devem ficar em imersão na água por um determinado tempo.
75
Analisando o procedimento realizado na empresa DOIS, percebe-se que se
aproxima o método mostrado na Norma ABNT NBR 13753:1996, onde a empresa adota o
padrão de que as peças cerâmicas são assentadas com argamassa colante industrializada, neste
tipo de processo os pisos são assentados a seco.
4.4 CONCLUSÕES DO ESTUDO DE CASO
O processo de colocação da empresa UM se assemelha com a norma 9817:1987 e
o processo da Empresa DOIS se assemelha a norma 13753:1996. Com isso comentaremos a
seguir as principais diferenças dos processos para a norma.
Para o estudo de caso apresentado conclui-se que em relação as juntas de dilatação
a Empresa UM não segue a norma, porém adota um padrão de uma junta a cada 25m². Já na
Empresa DOIS, a área estudada não é maior que 20m², não tendo necessidade de aplicação de
uma junta de movimentação.
Diferente da norma, a Empresa UM utiliza uma desempenadeira para fazer os
cordões sobre a camada de assentamento.
O processo de limpeza realizado após o assentamento das placas como citado na
norma é semelhante ao feito na empresa UM, porém o colaborador acaba ficando em cima de
outras placas recém assentadas para fazê-la, não respeitando os sete (7) dias mencionados na
norma. A outra norma não menciona essa limpeza, porém ela é realizada pela empresa DOIS
progressivamente em relação à produção a fim de evitar a solicitação de demanda mecânica
sobre o piso recém instalado.
Distinto do método mencionado na norma, a empresa UM não realiza o chapisco
antes de assentar as peças.
Em relação ao método de colocação com argamassa colante utilizado na empresa
DOIS, a peça é colocada em seu lugar, não respeitando o deslizamento citado pela norma, e
nem as direções dos cordões de argamassa.
A empresa UM deixa as peças imersas em água por no mínimo 12 horas, diferente
da norma que prescreve 15 minutos. A empresa DOIS aplica o assentamento a seco como a
norma sugere.
Nenhuma das empresas seguem as recomendações citadas nas normas em relação
ao cobrimento para a proteção do revestimento após o serviço de instalação.
76
Ambas as empresas realizam a limpeza após o rejuntamento para tirar o excesso
de rejunte e dar o acabamento, esperando um tempo de secagem visual.
Ambos os procedimentos não podem ser julgados como errados, apenas processos
de execução que destoam das normas, um dos motivos dessa divergência pode se dar pela
necessidade de manter a produção alta e por esse motivo alguns passos e indicações da norma
passam despercebidos por se tratarem de procedimentos que não são comuns ou não
fiscalizados pela empresa.
Uma melhoria que pode ser feita, é um cuidado maior na parte de limpeza e
isolamento da área que não é seguida de acordo com a norma indica.
Porém o que mais chamou a atenção, são as datas de publicação das normas,
sendo que a mais nova delas tem 23 anos de vigência. O ideal seria uma revisão geral nas
normas, pois alguns dos procedimentos parecem ultrapassados e promovem um desperdício
grande de material.
A norma 13753:1996 fala para cruzar os cordões de cola aplicados no tardoz com
os aplicados na base, porém há relatos de engenheiros que atuam em outras obras, de que a
cola passada na mesma direção nessas duas superfícies geram uma resistência maior segundo
o teste de arrancamento, aparentemente se dá pela melhor liberação do ar contido na hora do
deslizamento da placa.
Para a empresa UM, a sugestão é estudar uma maneira de realizar a limpeza da
superfície após término da colocação da cerâmica sem efetuar demanda mecânica sobre a
peça recém-instalada. Outra sugestão é realizar o chapisco nas peças conforme mencionado na
norma, com isso haverá aumento de aderência entre a peça e o substrato.
Uma sugestão para a empresa DOIS, é realizar um teste de arrancamento e
comparar os sentidos de aplicação da cola para manter um padrão com melhor resistência para
o assentamento.
Outra sugestão seria as empresas adotarem um sistema de cobertura eficaz que
não crie resíduos ou alterações no revestimento recém-instalado.
77
5 CONCLUSÃO
Este Trabalho de Conclusão de Curso teve como objetivo geral a análise do
processo de colocação de piso com revestimento cerâmico em áreas externas em empresas de
construção da Grande Florianópolis.
As empresas objeto deste estudo foram descritas, somente não foi possível utilizar
seus nomes verdadeiros por solicitação delas. Assim, foram chamadas de Empresa UM e
Empresa DOIS. Já o processo de colocação de piso com revestimento cerâmico em áreas
externas foi analisado ao decorrer de todo esse trabalho de conclusão de curso.
Para o desenvolvimento deste Trabalho de Conclusão de Curso foi necessário o
estudo, análise e compreensão das normas ABNT NBR 9817:1987 e ABNT NBR
13753:1996. As normas do processo de colocação de piso em áreas externas em vigência
foram abordadas e destacadas nos itens 3.3 e 3.4.
Os procedimentos existentes para o processo de colocação de piso com
revestimento cerâmico em áreas externas foram abordados nos itens 4.3.1 e 4.3.2.
Os principais problemas que afetam o desempenho final do processo estudado
foram colocados em um quadro comparativo para análise no item 4.3.4.
As áreas de estudo e o perfil das empresas foram mencionados nos itens 4.1 e 4.2.
As ferramentas da qualidade foram utilizadas no mapeamento dos processos e na
montagem do fluxograma, bem como, serviram como guia para o desenvolvimento deste
TCC.
Os processos de colocação de piso com revestimento cerâmico em áreas externas
dentro da organização foram abordados no item 4.3.
Com isso, é possível afirmar que todos os objetivos foram alcançados.
5.1 SUGESTÕES DE NOVOS TRABALHOS
Os seguintes aspectos não foram contemplados neste trabalho, e merecem um
aprofundamento para futuros estudos:
Avaliação da implementação do novo procedimento padrão de desenvolvimento
de produto.
Replicar o novo procedimento para os demais segmentos da construção civil.
Avaliar a implementação de novas ferramentas de qualidade na empresa.
78
REFERÊNCIAS
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com revestimento cerâmico - Procedimento. Rio de Janeiro, 1987.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13753: Revestimento de
piso interno ou externo com placas cerâmicas e com utilização de argamassa colante -
Procedimento. Rio de Janeiro, 1996.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15575: Edificações
habitacionais - Desempenho. Rio de Janeiro, 2013.
BERTUCCI, Janete Lara de Oliveira. Metodologia básica para elaboração de trabalhos de
conclusão de cursos: ênfase na elaboração de TCC de pós-graduação Lato Sensu. São Paulo:
Atlas, 2009.
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http://blog.cerbras.com.br/index.php/o-que-significa-a-sigla-pei/, acesso em 17/09/2019.
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Teses em Administração: Revista de Administração, São Paulo v. 26, nº 3, p. 95 – 97
Julho/Setembro 1991.
FACHIN, Odília. Fundamentos de Metodologia. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2006.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisas. 4. ed. 11 reimpr. São Paulo –
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GODOY, A. S. Introdução à pesquisa qualitativa e suas possibilidades. Revista de
Administração de Empresas, Rio de Janeiro, v. 35, 1995.
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, EVA Maria. Fundamentos de metodologia
científica. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010. 297 p.
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Civil da UNISUL Palhoça: Unisul, 2018.
MEURER, Felipe Giassi. SANTOS, Lidiane João dos. Vantagens do Processo Operacional
Padrão no Assentamento de Revestimento Cerâmico Interno pelo Método de Colagem:
Uma Análise Bibliográfica. Trabalho de Conclusão de Curso, defendido no Curso de Engenharia Civil da Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL, em Tubarão, 20 de junho
de 2017.
MOBUSS. A Importância de um Bom Acabamento Para Sua Obra. E-book. PRENOVA e
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RHOD, Alexandra Barcelos. Manifestações Patológicas em Revestimentos Cerâmicos:
Análise da Frequência da Ocorrência em Áreas Internas de Edifícios em Uso em Porto
79
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Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, em Porto Alegre, RS, julho de 2011.
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UGREEN. Norma de Desempenho: Um Guia Para Arquitetos, Engenheiros e Designers.
Disponível em: https://www.ugreen.com.br/norma-de-desempenho/ Acesso em 07 junho de
2019.
YIN, R. K. Estudo de Caso – Planejamento e Método. 2. ed. São Paulo: Bookman, 2001.
80
APÊNDICE
81
APÊNDICE A – Fluxograma Procedimento Empresa UM, parte 1
Fonte: Dos autores, 2019.
82
APÊNDICE A – Fluxograma Procedimento Empresa UM, parte 2
Fonte: Dos autores, 2019.
83
APÊNDICE A – Fluxograma Procedimento Empresa UM, parte 3
Fonte: Dos autores, 2019.
84
APÊNDICE B – Fluxograma Procedimento Empresa DOIS, parte 1
.
Fonte: Dos autores, 2019.
85
APÊNDICE B – Fluxograma Procedimento Empresa DOIS, parte 2
.
Fonte: Dos autores, 2019.
86
APÊNDICE B – Fluxograma Procedimento Empresa DOIS, parte 3
Fonte: Dos autores, 2019.
87
APÊNDICE B – Fluxograma Procedimento Empresa DOIS, parte 4
Fonte: Dos autores, 2019.