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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO - PROPEG PROGRAMA MULTICÊNTRICO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOQUÍMICA E BIOLOGIA MOLECULAR - PMBqBM ANA CLAUDIA DE OLIVEIRA EFEITOS DA LECTINA DE FOLHAS DE Bauhinia monandra (BmoLL) SOBRE A GLICEMIA, PARÂMETROS BIOQUÍMICOS E HISTOLÓGICOS DE RATOS WISTAR COM DIABETES MELLITUS TIPO 2 MOSSORÓ 2018

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO - PROPEG

PROGRAMA MULTICÊNTRICO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM

BIOQUÍMICA E BIOLOGIA MOLECULAR - PMBqBM

ANA CLAUDIA DE OLIVEIRA

EFEITOS DA LECTINA DE FOLHAS DE Bauhinia monandra (BmoLL) SOBRE A

GLICEMIA, PARÂMETROS BIOQUÍMICOS E HISTOLÓGICOS DE RATOS WISTAR

COM DIABETES MELLITUS TIPO 2

MOSSORÓ

2018

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ANA CLAUDIA DE OLIVEIRA

EFEITOS DA LECTINA DE FOLHAS DE Bauhinia monandra (BmoLL) SOBRE A

GLICEMIA, PARÂMETROS BIOQUÍMICOS E HISTOLÓGICOS DE RATOS WISTAR

COM DIABETES MELLITUS TIPO 2

Tese de Doutorado submetida ao

Programa Multicêntrico de Pós-

Graduação em Bioquímica e Biologia

Molecular da Universidade do Estado do

Rio Grande do Norte, como um dos pré-

requisitos para obtenção do grau de

Doutora em Bioquímica e Biologia

Molecular.

Orientadora: Dra. Michele Dalvina Correia

da Silva

MOSSORÓ

2018

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V Oliveira, Ana Claudia de

Efeitos da lectina de folhas de Bauhinia monandra (BmoLL) sobre a glicemia, parâmetros bioquímicos e histológicos de ratos wistar com diabetes mellitus tipo 2. / Ana Claudia de Oliveira. - Mossoró – RN, 2018. 129 p. Orientador: Profª. Dra. Michele Dalvina Correia da Silva

Tese (Doutorado em Biologia e Bioquímica). Universidade do

Estado do Rio Grande do Norte.

1. Proteína Vegetal. 2. Perfil Lipídico. 3. Glibenclamida. 4. Hipoglicemiante. 5. Estreptozotocina. I. Silva, Michele Dalvina Correia da . II. Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. III.Título.

UERN/BC CDD 575

Catalogação da Publicação na Fonte. Universidade do Estado do Rio Grande do Norte.

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ANA CLAUDIA DE OLIVEIRA

EFEITOS DA LECTINA DE FOLHAS DE Bauhinia monandra (BmoLL) SOBRE A

GLICEMIA, PARÂMETROS BIOQUÍMICOS E HISTOLÓGICOS DE RATOS WISTAR

COM DIABETES MELLITUS TIPO 2

Tese de Doutorado submetida ao

Programa Multicêntrico de Pós-

Graduação em Bioquímica e Biologia

Molecular da Universidade do Estado do

Rio Grande do Norte, como um dos pré-

requisitos para obtenção do grau de

Doutora em Bioquímica e Biologia

Molecular.

Aprovada em _____/_____/________.

Banca Examinadora:

__________________________________________________

Profa. Dra. Michele Dalvina Correia da Silva (Presidente da banca - UFERSA)

__________________________________________________

Profa. Dra. Luana Cassandra Breitenbach Barroso Coelho (Membro Externo à Instituição - UFPE)

__________________________________________________

Prof. Dr. Cléber de Mesquita Andrade (Membro Interno à Instituição - UERN)

__________________________________________________

Profa. Dra. Patrícia Batista Barra Medeiros Barbosa (Membro Interno à Instituição - UERN)

__________________________________________________

Profa. Dra. Richele Janaina de Araujo Machado (Membro Interno à Instituição - UERN)

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A Deus por permitir a realização deste trabalho.

Ao meu esposo Ulisses de Almeida Júnior,

ao meu filho Guilherme Ulisses,

à minha enteada Lara Ligia,

aos meus pais Expedito e Aurineide,

por sempre estarem ao meu lado

apoiando todas as minhas decisões,

e por compartilharem todos os desafios

ao meu lado.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por sempre ter me guiado e por ter permitido a conclusão de mais uma

importante etapa em minha vida.

À minha orientadora e amiga Profa. Dra. Michele Dalvina Correia da Silva, pela

competência em conduzir a orientação desse trabalho e pela confiança em mim

depositada, durante todo o tempo da elaboração e desenvolvimento desse projeto.

À Profa. Dra. Luana Cassandra Breitenbach Barroso Coelho, pelo apoio e

parceria em todas as fases de realização dessa pesquisa, meu carinho e admiração.

À Luiz Fernando Bezerra Evangelista, bacharel em biotecnologia, que sempre me

deu suporte, me acompanhando e auxiliando durante todas as etapas da pesquisa,

agradeço a sua colaboração. Sem sua ajuda, certamente, tudo seria mais difícil.

Ao amigo José Carlos da Silveira Pereira, pela sua indispensável ajuda na

purificação da lectina, nas análises estatísticas, além da sua valorosa contribuição

com discussões e ideias, que ajudaram a aprimorar o estudo.

À Kizzy Millenn de Freitas Mendonça Costa, pelo apoio e ajuda com o manuseio

dos animais, que com eficiência e dedicação, contribuiu para vencer obstáculos e

viabilizar este trabalho.

À Tiago da Silva Teófilo, pela sua contribuição nas análises histológicas,

morfométricas e histoquímicas, que foram fundamentais para a conclusão dos

resultados.

Aos meus colegas do Laboratório de Biologia Celular e Molecular (LABCEMOL)

da Universidade Federal Rural do Semi-Árido, agradeço muito a colaboração e o

suporte de cada um, que foram fundamentais para a realização dos experimentos.

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A todos os meus amigos doutorandos, pelo apoio e amizade construída ao longo

desses anos, e que tornaram essa jornada mais fácil de seguir.

Aos grandes professores que encontrei pelo caminho. Espero poder seguir o

exemplo de vocês.

As minhas irmãs Lourdes e Claudeane e aos meus queridos sobrinhos Pedro

Victor, Virgínia e Letícia, que apesar de distantes são fontes de estímulo,

apoio, incentivo e carinho.

Ao Programa Multicêntrico de Pós-Graduação em Bioquímica e Biologia

Molecular, pela oportunidade de ampliar e aperfeiçoar os conhecimentos científicos,

contribuindo para a minha capacitação profissional.

Enfim, agradeço a todos que de forma direta ou indireta colaboraram no

desenvolvimento dessa pesquisa e para essa realização pessoal.

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O que não te desafia, não te transforma.”

(Autor desconhecido)

“Ter desafios é o que faz a vida interessante e superá-los é o que faz a vida ter

sentido.”

(Joshua J. Marine)

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Alterações metabólicas dos triglicerídeos hepáticos em

estados de resistência à insulina.

29

Figura 2. Histologia glomerular de um rim saudável versus um rim

com nefropatia diabética.

31

Figura 3. Estrutura química da glibenclamida. 35

Figura 4. Similaridade da molécula de glicose (a) com a

estreptozotocina(b).

36

Figura 5. Atividade hemaglutinante. 40

Figura 6. Características macromorfológicas da Bauhinia monandra.

(A) Visão geral da planta; (B) Morfologia da folha.

46

Figura 7. Representação esquemática da purificação da BmoLL. 51

Figura 8. Teste de Tolerância Intraperitoneal a Glicose, para

confirmação da instalação do diabetes.

59

Figura 9. Curva de crescimento de ratos machos Wistar (n=6)

submetidos a diferentes tratamentos por 20 dias.

60

Figura 10. Concentrações plasmáticas de glicemia (mg/dL) em jejum

dos animais submetidos a diferentes tratamentos por 20 dias.

63

Figura 11. Hemoglobina glicada (HbA1C) % dos animais submetidos

a diferentes tratamentos por 20 dias.

65

Figura 12. Insulinemia (µU/ml) dos animais submetidos a diferentes

tratamentos por 20 dias.

66

Figura 13. Amilase (UI/L) dos animais submetidos a diferentes

tratamentos por 20 dias.

67

Figura 14. ALT/TGP (UI/L) dos animais submetidos a diferentes

tratamentos por 20 dias.

68

Figura 15. AST/TGO (UI/L) dos animais submetidos a diferentes

tratamentos por 20 dias.

69

Figura 16. Ureia (mg/dL) dos animais submetidos a diferentes

tratamentos por 20 dias.

70

Figura 17. Creatinina (mg/dL) dos animais submetidos a diferentes

tratamentos por 20 dias.

70

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Figura 18. Colesterol (mg/dL) dos animais submetidos a diferentes

tratamentos por 20 dias.

71

Figura 19. LDL (mg/dL) dos animais submetidos a diferentes

tratamentos por 20 dias.

72

Figura 20. HDL (mg/dL) dos animais submetidos a diferentes

tratamentos por 20 dias.

73

Figura 21. Relação LDL/HDL (mg/dL) dos animais submetidos a

diferentes tratamentos por 20 dias.

74

Figura 22. Triglicerídeos (mg/dL) dos animais submetidos a

diferentes tratamentos por 20 dias.

75

Figura 23. Relação triglicerídeos (TGL)/HDL (mg/dL) dos animais

submetidos a diferentes tratamentos por 20 dias.

76

Figura 24. Fotomicrografias representativas da histologia do

estômago de ratos com ou sem diabetes, submetidos a diferentes

tratamentos por 20 dias.

78

Figura 25. Fotomicrografias representativas da histologia da parede

do intestino delgado de ratos com ou sem diabetes, submetidos a

diferentes tratamentos por 20 dias.

79

Figura 26. Fotomicrografias representativas da histologia do fígado

de ratos com ou sem diabetes, submetidos a diferentes tratamentos

por 20 dias.

80

Figura 27. Fotomicrografias representativas da histologia do

pâncreas de ratos com ou sem diabetes, submetidos a diferentes

tratamentos por 20 dias.

81

Figura 28. Fotomicrografias representativas da histologia renal de

ratos com ou sem diabetes, submetidos a diferentes tratamentos por

20 dias.

82

Figura 29. Fotomicrografias representativas da histoquímica com

BmoLL (20 µg/mL) do estômago de ratos com ou sem diabetes.

83

Figura 30. Fotomicrografias representativas da histoquímica com

BmoLL (20 µg/mL) da parede do intestino delgado de ratos com ou

sem diabetes.

83

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Figura 31. Fotomicrografias representativas da histoquímica com

BmoLL (20 µg/mL) da parede do intestino grosso de ratos com ou

sem diabetes.

84

Figura 32. Fotomicrografias representativas da histoquímica com

BmoLL (20 µg/mL) do fígado de ratos com ou sem diabetes

84

Figura 33. Fotomicrografias representativas da histoquímica com

BmoLL (20 µg/mL) do pâncreas de ratos com ou sem diabetes

85

Figura 34. Fotomicrografias representativas da histoquímica com

BmoLL (20 µg/mL) dos rins de ratos com ou sem diabetes.

85

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Relação dos 10 países como maior número de pessoas com

diabetes (20 a 79 anos) e respectivo intervalo de confiança de 95 %,

em 2015, com projeções para 2040.

21

Tabela 2: Taxa de mortalidade por diabetes (a cada 100 mil

habitantes), por macrorregião geográfica brasileira, segundo faixa

etária, no ano 2011.

22

Tabela 3. Valores de glicose plasmática (em mg/dL) para diagnóstico

de diabetes mellitus e seus estágios pré-clínicos.

24

Tabela 4. Medicamentos antidiabéticos: mecanismo de ação e efeito

clínico.

34

Tabela 5. Especificidade de ligação de lectinas vegetais a carboidratos. 41

Tabela 6. Teste de Tolerância Intraperitoneal a Glicose (IGTT), para

confirmação da instalação do diabetes.

59

Tabela 7. Peso dos animais, obtido no 1º, 5º, 10º, 15º e 20° dia,

submetidos a diferentes tratamentos por 20 dias.

61

Tabela 8. Ganho de peso relativo por animais submetidos a diferentes

tratamentos por 20 dias. O cálculo foi baseado no peso dos animais no

início e no final do experimento.

61

Tabela 9. Concentrações plasmáticas de glicemia (mg/dL) em jejum

dos animais submetidos a diferentes tratamentos por 20 dias.

62

Tabela 10. Concentrações plasmáticas de glicemia (mg/dL) em jejum

dos animais antes e após 20 dias submetidos a diferentes tratamentos.

64

Tabela 11. Estimativas das médias correspondentes ao peso seco

relativo (% em relação ao peso seco corpóreo) dos órgãos dos animais

submetidos a diferentes tratamentos por 20 dias.

77

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LISTA DE ABREVIATURAS

ACC - Acetil coenzima A carboxilase

ACL - ATP citrato liase

ADA - American diabetes association

AGE – Ácidos graxos essenciais

AH – Atividade hemaglutinante

ALT - Alanina aminotransferase

AGL – Ácidos graxos livres

AST - Aspartato aminotransferase

ATP – Adenosina trifosfato

BmoLL – lectina das folhas de Bauhinia monandra

BmoLL-HRP – BmoLL conjugada à peroxidase

ConA – Lectina de sementes de Canavalia ensiformis

ChREBP - Proteína de ligação de resposta a carboidratos

CPT-1 - Carnitina palmitoil transferase-1

DAB – Diaminobenzidina

DB - Animais diabéticos tratados com solução tampão citrato pH 4,5

DB1- Animais diabéticos tratados com 1 mg/Kg/dia BmoLL

DB2 – Animais diabéticos tratados com 2 mg/Kg/dia BmoLL

DBG – Animais diabéticos tratados com o hipoglicemiante glibenclamida

DHA – Doença hepática alcoólica

DHGNA - Doença hepática gordurosa não alcoólica

DM – Diabetes mellitus

DM1 - Diabetes mellitus tipo 1

DM2 - Diabetes mellitus tipo 2

DMG - Diabetes mellitus gestacional

DNA – Ácido desoxirribonucléico

DPP-4 - Inibidores da dipeptidil peptidase 4

EHNA - Esteato-hepatite não-alcoólica

ERO – Espécies reativas de oxigênio

GIP – Polipeptídeo inibidor gástrico

GLB - Glibenclamida

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GLUT2- Transportador 2 de glicose

GLP -1 - Peptídeo semelhante ao glucagon-1

HA – Hipertensão arterial

HbA - Hemoglobina A

HbA1C - Hemoglobina glicada

HDL – Lipoproteína de alta densidade

HDL-c - Lipoproteína de alta densidade - colesterol

HPLC - Cromatografia líquida de alta performance

HRP – Peroxidase comercial de rabanete

IDF - International diabetes federation

IRA - Insuficência renal aguda

IRC – Insuficência renal crônica

IGTT - Teste de tolerância intraperitoneal à glicose

IL-6 – Interleucina - 6

LDL – Lipoproteína de baixa densidade

LDL-c - Lipoproteína de baixa densidade - colesterol

LHS – Lipase hormônio sensível

L-PK - Piruvato quinase hepática

NaCl – Cloreto de sódio

NAD - Dinucleótido de nicotinamida e adenina

NDb – Nefropatia diabética

ND - Animais sadios tratados com solução tampão citrato pH 4,5

IP - Intraperitoneal

PAGE – Eletroforese em gel de policrilamida

PBS – Tampão fosfato de sódio

PHA – Lectina de sementes de Phaseolus vulgaris

RI - Resistência à insulina

SBA – Lectina de sementes de Glicine max

SBD - Sociedade brasileira de diabetes

SDS – Sulfato sódico de dodecila

SDS-PAGE – Eletroforese em gel de policrilamida contendo SDS

SGLT-2 – Co-transportador sódio / glicose 2

SREBP-1c - Proteína reguladora do esterol-1c

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STZ – Estreptozotocina

OMS - Organização mundial da saúde

TFG – Taxa de filtração glomerular

TNF- α - Fator de necrose tumoral

TGL/HDL – Relação triglicerídeos/lipoproteína de alta densidade

TGO - Transaminase glutâmico oxalacética

TGP -Transaminase glutâmico pirúvica

TRIS – Tris-hidroximetil-aminometano

VLDL - Lipoproteína de muito baixa densidade

WGA – Lectina de gérmen de trigo (Triticum vulgare)

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RESUMO

As plantas do gênero Bauhinia (família Fabaceae) são usadas popularmente na

forma de chá (infusão) para tratar diabetes. Uma lectina galactose específica foi

previamente purificada das folhas da espécie Bauhinia monandra e denominada

BmoLL. O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos da BmoLL sobre a glicemia,

parâmetros bioquímicos e histológicos em ratos machos Wistar com diabetes

mellitus tipo 2 (DM2) induzido por estreptozotocina. BmoLL foi isolada por

cromatografia de afinidade em gel de guar, de acordo com protocolo pré-

estabelecido. Animais foram submetidos a diferentes tratamentos por gavagem,

durante 20 dias: grupo controle com animais normoglicêmicos (ND); grupo DM sem

medicação (DB); grupo DM tratado com 1 mg/Kg/dia de BmoLL (DB1); grupo DM

tratado com 2 mg/Kg/dia de BmoLL (DB2); grupo DM tratado com o hipoglicemiante

glibenclamida (DBG). Durante o experimento, foram monitorados o peso e a glicemia

dos animais. Após 20 dias, foram realizadas as dosagens bioquímicas (glicemia,

hemoglobina glicada, insulinemia, amilase pancreática, colesterol, HDL, LDL, ureia,

creatinina, AST-aspartato aminotransferase e ALT-alanina aminotransferase). Os

animais foram eutanasiados e os órgãos internos foram coletados para avaliação do

peso (estômago, intestino delgado e grosso, fígado, pâncreas, rins, timo, coração,

pulmão e baço) e realização das análises histológica e histoquímica com BmoLL

conjugada à peroxidase (BmoLL-HRP) (estômago, intestino, fígado, pâncreas, rins).

Grupos de animais tratados com BmoLL apresentaram redução significativa da

glicemia (p<0,05), DB1 (de 264,1 ± 4,4 mg/dL para 106,5 ± 5,9 mg/dL) e DB2 (de

291,8 ± 6,7 mg/dL para 106,6 ± 4,6 mg/dL), atingindo valores próximos aos grupos

ND (85,6 ± 5,0 mg/dL para 84,6 ± 4,0 mg/dL) e DBG (159,0 ± 4,6 mg/dL para 95 ±

5,5 mg/dL), e distintos do grupo DB (≥ 411,8 ± 4,4 mg/dL). As dosagens bioquímicas

foram significativamente reduzidas (p<0,05) nos grupos DB1 e DB2 em comparação

com o grupo DB, com exceção do HDL que no grupo ND foi estatisticamente igual

(p>0,05) aos grupos DB1 e DB2. Não foi detectada atividade lectínica nas fezes.

Não houveram alterações histológicas que pudessem estar relacionadas à ingestão

da BmoLL. Por histoquímica, BmoLL-HRP se ligou a células do epitélio do intestino e

estômago. Esse trabalho sugere que a BmoLL foi capaz de controlar os níveis de

glicose no sangue e minimizar as complicações metabólicas secundárias associadas

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à hiperglicemia, mostrando ser forte promissora no tratamento e controle do

diabetes.

Palavras-chave: Proteína vegetal, perfil lipídico, glibenclamida, hipoglicemiante, estreptozotocina.

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ABSTRACT

Plants of the genus Bauhinia (Fabaceae family) are popularly used as tea (infusion)

to treat diabetes. A galactose-specific lectin was previously purified from the leaves

of the Bauhinia monandra species and named BmoLL. The objective of this study

was to evaluate the effects of BmoLL on glycemia, biochemical and histological

parameters in male Wistar rats with diabetes mellitus type 2 (DM2) induced by

streptozotocin. BmoLL was isolated by guar gel affinity chromatography, according to

pre-established protocol. Animals were submitted to different treatments by gavage,

for 20 days: control group with healthy animals (ND); DM group without medication

(DB); DM group treated with 1 mg/Kg/day BmoLL (DB1); DM group treated with 2

mg/Kg/day BmoLL (DB2); group treated with the hypoglycemic glibenclamide (DBG).

During the experiment the weight and glycemia of the animals were monitored. After

20 days, the biochemical measurements were performed (glycemia, glycated

hemoglobin, insulinemia, pancreatic amylase, cholesterol, HDL, LDL, urea,

creatinine, AST-aspartate aminotransferase and ALT-alanine aminotransferase). The

animals were euthanized and the internal organs were collected for evaluation of the

weight (stomach, small and large intestine, liver, pancreas, kidneys, thymus, heart,

lung and spleen), histological and histochemical analyses with BmoLL conjugated to

peroxidase (BmoLL-HRP) (stomach, intestine, liver, pancreas, kidneys). Groups of

BmoLL-treated animals showed a significant reduction in blood glucose (p<0.05),

DB1 (from 264.1 ± 4.4 mg/dL to 106.5 ± 5.9 mg/dL) and DB2 (from 291.8 ± 6.7 mg/dL

to 106.6 ± 4.6 mg/dL), reaching values close to the ND group (85.6 ± 5.0 mg/dL to

84.6 ± 4.0 mg/dL) and the DBG group (159.0 ± 4.6 mg/dL for 95 ± 5.5 mg/dL) and

distinct from the DB group (≥ 411.8 ± 4.4 mg/dL). Biochemical measurements were

significantly reduced (p<0.05) in DB1 and DB2 groups compared to the DB group,

with the exception of HDL that in the ND group was statistically equal (p> 0.05) to the

DB1 and DB2 groups. No lectin activity was detected in the faeces. There were no

histological changes that could be related to BmoLL ingestion. By histochemistry,

BmoLL-HRP bound to cells of the intestinal and stomach epihelium. This work

suggests that BmoLL was able to control blood glucose levels and to minimize the

secondary metabolic complications associated with hyperglycemia, showing a strong

promise in the treatment and control of diabetes.

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Key words: Vegetable protein, lipid profile, glibenclamide, hypoglycemic, streptozotocin.

.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 20

1.1 Diabetes mellitus 20

1.1.1 Diagnóstico 23

1.1.2 Complicações 25

1.1.3 Tratamento do diabetes mellitus tipo 2 33

1.1.4 Modelo animal experimental de diabetes mellitus tipo 2 36

1.1.5 Produtos naturais no tratamento do diabetes 38

1.2 Lectinas 39

1.2.1 Detecção e especificidade 40

1.2.2 Classificação 41

1.2.3 Distribuição e características 41

1.2.4 Papeis biológicos 43

1.3 Bauhinia monandra 45

1.4 Lectina - BmoLL 46

2. OBJETIVOS 49

2.1 Objetivo geral 49

2.2 Objetivos específicos 49

3. MATERIAIS E MÉTODOS 50

3.1 Purificação da lectina das folhas de Bauhinia monandra (BmoLL) 50

3.2 Determinação da atividade hemaglutinante 51

3.3 Determinação do teor proteico solúvel 51

3.4 Eletroforese em gel de poliacrilamida 52

3.5 Animais 52

3.6 Indução do diabetes mellitus tipo 2 por estreptozotocina 52

3.7 Tratamentos 53

3.8 Análises bioquímicas 54

3.9 Atividade lectínica nas fezes 54

3.10 Histologia e histoquímica com BmoLL-HRP 55

3.10.1 Coleta e processamento de órgãos 55

3.10.2 Análise histológica 55

3.10.3 Conjugação BmoLL-HRP 55

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3.10.4 Análise histoquímica com BmoLL-HRP 56

3.11 Análises estatísticas 57

4. RESULTADOS 58

4.1 Obtenção da lectina das folhas de Bauhinia monandra (BmoLL) 58

4.2 Confirmação da indução do diabetes mellitus – Teste de

Tolerância Intraperitoneal à Glicose (IGTT)

58

4.3 Curva de crescimento 59

4.4 Avaliações dos parâmetros bioquímicos: glicemia, hemoglobina

glicada, insulinemia, amilase pancreática

61

4.5 Avaliação da função hepática 67

4.6 Avaliação da função renal 69

4.7 Avaliação do perfil lipídico 71

4.7.1 Colesterol, HDL, LDL 71

4.7.2 Relação LDL/HDL 73

4.7.3 Triglicerídeos 74

4.7.4 Relação triglicerídeos/HDL 75

4.8 Avaliação do peso dos órgãos 76

4.9 Avaliação da atividade hemaglutinante nas fezes 77

4.10 Avaliação histológica 78

4.11 Avaliação histoquímica 82

5. DISCUSSÃO 86

6. CONCLUSÃO 102

REFERÊNCIAS

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1. INTRODUÇÃO

1.1 Diabetes mellitus

O diabetes mellitus (DM) é uma doença metabólica caracterizada por

hiperglicemia resultante de defeitos na secreção ou na ação da insulina, ou ambos.

A hiperglicemia crônica do diabetes está associada com danos à longo prazo,

disfunção e falência de vários órgãos, especialmente olhos, rins, nervos, coração e

vasos sanguíneos (American Diabetes Association - ADA, 2016). É considerada uma

das doenças endócrinas mais abundantes do mundo, envolvendo desordem

metabólica de carboidrato, gordura e proteína (YADAV et al., 2002).

O aumento na prevalência do DM a faz ser um importante problema de saúde

pública em vários países do mundo, levando ao comprometimento tanto da

produtividade, quanto da qualidade de vida e sobrevida dos portadores da doença. A

International Diabetes Federation (IDF) estimou uma prevalência global de diabetes

mellitus de 366 milhões de pessoas em 2011, com expectativa de aumento para 552

milhões até 2030 (WHITING et al., 2011). Em 2015, a IDF estimou que 8,8 % da

população mundial com 20 a 79 anos de idade (415 milhões de pessoas) vivia com

diabetes. Se as tendências atuais persistirem, projeta-se que o número de pessoas

com diabetes será superior a 642 milhões em 2040. Cerca de 75 % dos casos são

de países em desenvolvimento, nos quais deverá ocorrer o maior aumento dos

casos de diabetes nas próximas décadas (Sociedade Brasileira de Diabetes - SBD,

diretrizes 2017-2018).

O DM resulta da interação entre a predisposição genética e comportamental e

fatores de risco ambientais. A incidência do diabetes está crescendo em todo o

mundo (TUOMILEHTO et al., 2001). Diabetes é uma das maiores emergências

mundiais de saúde do século 21. Cada ano, mais e mais pessoas vivem com essa

condição, o que pode resultar em complicações que mudam a vida. Em adição aos

415 milhões de adultos que atualmente têm diabetes, há 318 milhões de adultos

com tolerância à glicose alterada, o que os coloca em alto risco de desenvolver a

doença no futuro (International Diabetes Federation - IDF, 2015). A IDF (2015)

mostra os 10 países com maior número de indivíduos adultos com diabetes no ano

de 2015 e as projeções para o ano de 2040 (Tabela 1).

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Tabela 1. Relação dos 10 países como maior número de pessoas com diabetes (20 a 79 anos) e respectivo intervalo de confiança de 95 %, em 2015, com projeções para 2040. Posição País 2015

Número de Pessoas com

diabetes

Posição País 2040 Número de

Pessoas com diabetes

1 China 109,6 milhões (99,6 a 133,4)

1 China 150,7 milhões (138,0 a 179,4)

2 Índia 69,2 milhões (56,2 a 84,8)

2 Índia 123,5 milhões (99,1 a 150,3)

3 Estados Unidos da América

29,3 milhões (27,6 a 30,9)

3 Estados Unidos da América

35,1 milhões (33,0 a 37,2)

4 Brasil 14,3 milhões (12,9 a 15,8)

4 Brasil 23,3 milhões (21,0 a 25,9)

5 Federação Russa 12,1 milhões ( 6,2 a 13,7)

5 México 20,6 milhões (11,4 a 24,7)

6 México 11,5 milhões (6,2 a 13,7)

6 Indonésia 16,2 milhões (14,3 a 17,7)

7 Indonésia 10,0 milhões (8,7 a 10,9)

7 Egito 15,1 milhões (7,3 a 17,3)

8 Egito 7,8 milhões (3,8 a 9,0)

8 Paquistão 14,4 milhões (10,6 a 20,4)

9 Japão 7,2 milhões (6,1 a 9,6)

9 Bangladesh 13,6 milhões (10,7 a 24,6)

10 Bangladesh 7,1 milhões (5,3 a 12)

10 Federação Russa 12,4 milhões (6,4 a 17,1)

Fonte: International Diabetes Federation - IDF, 2015.

O diabetes é responsável por 14,5 % da mortalidade mundial por todas as

causas, e isso é maior do que a soma dos óbitos causados por doenças infecciosas

(1,5 milhão por HIV/AIDS, 1,5 milhão por tuberculose e 0,6 milhão por malária)

(International Diabetes Federation - IDF, 2015). Dados brasileiros de 2011 mostram

que as taxas de mortalidade por DM, a cada 100 mil habitantes, são de 33,7 para a

população geral, 27,2 para homens e 32,9 para mulheres, com acentuado aumento

com o progredir da idade, que varia de 0,50 para a faixa etária de 0 a 29 anos a

223,8 para a faixa de 60 anos ou mais, ou seja, um gradiente de 448 vezes

(Ministério da Saúde, 2015). Na tabela 2 são apresentadas as taxas de mortalidade

por diabetes, como causa básica, por faixa etária e macrorregião geográfica, para o

ano de 2011, em que se pode observar a crescente importância do diabetes como

causa de morte com o progredir da idade, aumentando mais de 400 vezes da faixa

etária de 0 a 29 anos para a de 60 anos ou mais (Tabela 2); ou seja, com o

envelhecimento populacional do Brasil atualmente, o diabetes certamente passará a

ter maior contribuição para a mortalidade no país (SBD, Diretrizes 2014-2015).

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Tabela 2. Taxa de mortalidade por diabetes (a cada 100 mil habitantes), por macrorregião geográfica brasileira, segundo faixa etária, no ano 2011.

Faixa Etária

(anos) Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste Total

0 a 29 anos 0,5 0,6 0,5 0,5 0,6 0,5 30 a 39 anos 2,6 3,8 3,0 2,4 3,4 3,1 40 a 49 anos 11,8 13,3 10,3 8,5 10,0 10,8 50 a 59 anos 46,1 49,1 35,4 33,1 38,0 39,1

60 e mais 245,6 292,7 190,9 209,3 192,6 223,8 Total 21,8 36,6 28,6 30,6 22,6 30,1

Fonte: DATA/SUS, 2017.

Dentre as várias classificações para o diabetes mellitus, as principais são

diabetes mellitus tipo 1 (DM1) e diabetes mellitus tipo 2 (DM2), que são

consideradas doenças heterogêneas em que a apresentação clínica e a progressão

da doença podem variar consideravelmente (ADA, 2016).

Segundo a ADA (2016), o diabetes pode ser classificado nas seguintes

categorias gerais:

- Diabetes mellitus tipo 1 (DM1) - devido à destruição de células β, geralmente

levando a deficiência absoluta de insulina;

- Diabetes mellitus tipo 2 (DM2) - devido a uma perda progressiva de secreção ou

ação da insulina;

- Diabetes mellitus gestacional (DMG) - diabetes diagnosticada no segundo ou

terceiro trimestre da gravidez.

Há outros tipos de diabetes, que ocorrem devido a defeitos genéticos

relacionados à função das células β, defeitos genéticos relacionados à ação da

insulina, endocrinopatias, diabetes induzido por drogas e agentes químicos,

infecções e enfermidades no pâncreas (MEALEY e OATES, 2006).

A classificação é importante para determinar a terapia a ser adotada. O DM1

ocorre em 5 a 10 % dos casos; já o DM2 é mais comum, representando cerca de 90

a 95 % dos casos diagnosticados. Ambos os tipos de diabetes mellitus apresentam

complicações semelhantes, porém são diferentes em relação aos processos

patogênicos (SALTIEL, 2001).

O DM2 apresenta dois componentes: resistência periférica a insulina e

deficiência relativa na sua secreção (MAITRA & ABBAS, 2005; ZIMMET et al., 2001).

A resistência à insulina (RI) é definida pela captação reduzida de glicose pelas

células, em concentrações fisiológicas de insulina, podendo ter causa genética ou

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adquirida. É necessária então uma maior produção de insulina pelas células β

pancreáticas para a manutenção dos níveis glicêmicos normais. Dessa forma, os

níveis séricos de insulina encontram-se elevados, caracterizando a hiperinsulinemia.

A perda da capacidade pancreática de produzir insulina em grandes quantidades

frente a estados de hiperglicemia caracteriza o estado de intolerância à glicose, que

num quadro mais prolongado e intenso evoluirá para o diabetes (MACHADO;

SCHANN; SERAPHIN, 2006). A RI também afeta o efeito da insulina em adipócitos,

resultando em aumento da lipólise e consequente elevação das concentrações de

ácidos graxos livres (MADEIRA et al., 2008). Além da RI, outro parâmetro importante

é a eficácia da glicose em, por si só, estimular a sua própria captação e reprimir a

sua própria liberação (SMUSHKIN; VELLA, 2010).

A hiperglicemia no DM2 geralmente se desenvolve gradualmente, não sendo

suficiente nos estágios iniciais para provocar o aparecimento dos sintomas

clássicos. A causa desse desenvolvimento gradual é a evolução da doença que se

inicia com leve resistência à ação da insulina, podendo culminar com a deficiência

na produção desse hormônio (OLIVEIRA; MILECH, 2004).

1.1.1 Diagnóstico

A evolução para o DM2 ocorre ao longo de um período de tempo variável,

passando por estágios intermediários que recebem a denominação de glicemia de

jejum alterada e tolerância à glicose diminuída. Tais estágios são decorrentes de

uma combinação de resistência à ação insulínica e disfunção de células β (SBD,

2016). Os casos de glicemia alterada de jejum estariam associados com a secreção

prejudicada de insulina e com a deficiência relacionada à supressão hepática da

saída de glicose; a tolerância diminuída à glicose estaria associada com a

resistência muscular à insulina e secreção defeituosa, resultando na eliminação de

uma carga reduzida de glicose (OMS, 2006).

Atualmente, são três os critérios aceitos para o diagnóstico do DM com

utilização da glicemia (Tabela 3).

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Tabela 3. Valores de glicose plasmática (em mg/dL) para diagnóstico de diabetes mellitus e seus estágios pré-clínicos.

Fonte: ADA, 2016. *O jejum é definido como a falta de ingestão calórica por no mínimo 8 h. **Glicemia plasmática casual é aquela realizada a qualquer hora do dia, sem se observar o intervalo desde a última refeição. ***Os sintomas clássicos do DM incluem poliúria, polidipsia e perda não explicada de peso.

Para a avaliação do controle glicêmico, recomenda-se também a dosagem da

hemoglobina glicada (HbA1c), por ser considerado um recurso complementar para a

correta avaliação do estado de controle glicêmico em pacientes diabéticos (ADA,

2016). O termo hemoglobina glicada é utilizado para designar a hemoglobina

conjugada a glicose, processo que ocorre de forma lenta, não enzimática e

diretamente proporcional à glicose plasmática (SBD, 2013). Assim, o teste da

HbA1c determina a média da glicose plasmática das últimas oito a doze semanas e

não necessita de nenhuma preparação pré-analítica, como o jejum, para sua

realização, podendo assim ser realizada em qualquer momento do dia; por isso,

ganhou grande espaço na avaliação do controle glicêmico (OMS, 2011).

A hemoglobina glicada é um grupo de substâncias formadas a partir da

ligação da hemoglobina A (HbA) e um açúcar, e a parte mais relevante desse

conjunto é a fração A1c, onde existe um resíduo de glicose ligado ao grupo terminal

de uma ou ambas as cadeias β da hemoglobina A. Como a membrana da hemácia é

muito permeável à glicose, ela permite que a hemoglobina presente fique exposta,

praticamente à mesma concentração da glicose plasmática, ocorrendo a reação que

é denominada glicação. O fato dos eritrócitos terem uma vida média de 120 dias

pode oferecer uma avaliação média da dosagem da glicemia dentro de um período

anterior a 90-120 dias. Os valores de referência aplicados para a hemoglobina

glicada são de 4 % a 6 %; níveis acima de 7 % são geralmente associados às

complicações do DM (LOPES, et al., 2011).

Categoria Jejum* 2 h após 75 g de glicose

Casual**

Glicemia normal < 100 < 140 Tolerância à glicose

diminuída ≥ 100 a < 126 ≥ 140 a < 200

Diabetes mellitus ≥ 126 ≥ 200 ≥ 200 (com sintomas clássicos)***

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1.1.2 Complicações

O DM2 é uma doença multifatorial, resultado da combinação de fatores

ambientais e da predisposição genética, sendo algumas famílias e/ou etnias mais

suscetíveis a esta doença. O sedentarismo e as dietas com alta proporção de

carboidratos refinados e gorduras saturadas são os principais fatores

comportamentais responsáveis pelo aumento do sobrepeso e da obesidade e,

consequentemente, do DM2, uma vez que a gordura corporal, principalmente na

região abdominal, é o principal fator de risco para o DM2 (FUJIMOTO, 2000; LEAHY,

2005).

Os principais fatores de risco etiológicos para o DM são: idade, obesidade

(índice de massa corporal > 30 kg/m²), histórico familiar, hipertensão arterial (HA),

DM gestacional e inatividade física. Há também fatores dietéticos de risco que foram

associados ao maior desenvolvimento do DM, como: o alto consumo de carne

vermelha e processada, bebidas adoçadas com açúcar e reduzida ingestão de frutas

e legumes (FOROUHI; WAREHAM, 2014; SBD, 2016).

Fatores importantes envolvidos na patogênese do DM2 são a resistência

periférica à insulina e a hiperinsulinemia. Quando estão associadas à dislipidemia, à

obesidade e à hipertensão arterial sistêmica, formam a síndrome metabólica,

acarretando aumento no risco de doenças cardiovasculares (NAIR, 2007).

O diabetes, se não tratado, pode levar a múltiplas complicações que incluem

retinopatia com possíveis danos à visão, nefropatia podendo levar à insuficiência

renal, e neuropatia periférica com risco de ulcerações no pé e amputações.

Pacientes com diabetes têm risco aumentado de incidência de aterosclerose e

doença arterial periférica, uma vez que o metabolismo lipídico está alterado (ADA,

2011).

O aumento da mortalidade dos pacientes diabéticos por doenças

cardiovasculares está relacionado ao estado diabético per se e à agregação de

vários fatores de risco cardiovasculares, como obesidade, HA e dislipidemia, entre

outros. Cerca de 60 a 80 % dos óbitos de pacientes portadores de DM dá-se por

doenças cardíaca ou vascular encefálica (BUSE et al., 2007). Logo, o DM é um

importante problema de saúde pública estando associado a complicações que

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comprometem a produtividade, qualidade de vida e sobrevida dos indivíduos, além

de envolver altos custos no seu tratamento (SBD, 2015).

De acordo com o Ministério da Saúde (MS), adultos com DM possuem um

risco de duas a quatro vezes maior de desenvolver doença cardiovascular, doença

vascular periférica e acidente vascular cerebral. Essas complicações são

responsáveis por aproximadamente 65 % da mortalidade em pessoas portadoras

desta doença, que também é a causa mais comum de amputações não traumáticas

de membros inferiores, de cegueira irreversível e do desenvolvimento de doença

renal crônica (BRASIL, 2006).

Fatores decorrentes de várias alterações metabólicas crônicas estão

relacionados às alterações vasculares, como macro e microangiopatias. Ocorre

comprometimento das artérias, favorecendo a aterosclerose, que provoca

espessamento da membrana basal dos capilares sanguíneos. Estes fatores resultam

principalmente em retinopatia e nefropatia, como também estão relacionados às

alterações neurológicas, a partir do espessamento das membranas basais das

células de Schwann, gerando uma neuropatia responsável por incapacitação do

paciente em fases avançadas da doença (PEREIRA, 2008).

- Complicações Hepáticas

O fígado, considerado como órgão detoxificante, desempenha uma função

central na homeostase metabólica e no metabolismo, armazenamento e

redistribuição de carboidratos, proteínas e lipídeos (BECHMANN, HANNIVOORT et

al., 2012). Portanto, é um órgão multifuncional que desempenha funções essenciais

no metabolismo: biotransformação, secreção e excreção (CVERVINKOVÁ,

LOTKOVÁ et al., 2007).

Alterações no metabolismo da glicose no fígado estão relacionadas com o

DM; como resultado da disfunção de células β e devido à secreção inadequada de

insulina, os níveis de glicose pós-prandial e, em seguida, em jejum, aumentam

devido à supressão incompleta da síntese de glicose hepática e diminuição na

eficiência de captação de glicose no fígado e músculos (KAHN, HULL &

UTZSCHNEIDER, 2006).

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A dislipidemia é outra alteração importante que está presente no DM, sendo

um dos principais fatores de risco para doença cardiovascular em pacientes

diabéticos (LEHTO et al., 1997). A resistência à insulina promove aumento da

síntese hepática de triglicerídeos, gerando um acúmulo do conteúdo lipídico intra-

hepático, resultando em esteatose hepática, que pode evoluir para uma esteato-

hepatite não alcoólica (EHNA) e para cirrose hepática (CRUZ et al. 2005). As

alterações lipídicas mais frequentes na população diabética são hipertrigliceridemia,

HDL-colesterol (HDL-c) baixo e alterações qualitativas nas lipoproteínas, tais como a

formação de partículas de LDL-colesterol (LDL-c) pequenas e densas (SBD, 2015).

O DM2 está também associado com a doença hepática gordurosa não

alcoólica (DHGNA). Esta desordem hepática, como uma complicação diabética, é

ocasionada tanto pela hiperglicemia induzida pela resistência à insulina, como

também pelo estresse oxidativo (PARK, NOH et al., 2012).

A DHGNA inclui um espectro maior de patologias hepáticas que envolvem

desde uma simples esteatose até a cirrose e o carcinoma hepatocelular (WANG,

LIU, 2003; NEUSCHWANDER-TETRI, CALDWELL, 2003). Entre 20 e 75 % dos

pacientes com EHNA apresentam DM2, hiperglicemia e intolerância à glicose, sendo

que este quadro tem sido associado também com a obesidade (OKA et al., 1990).

Alguns estudos relacionam a DHGNA com a RI (BROWNING, HORTON,

2004; KAWANO, COHEN, 2013). Uma série de alterações moleculares e fisiológicas

ocorre na presença da RI e resultam no acúmulo de triglicerídeos nos hepatócitos

através de dois mecanismos: a lipólise no tecido adiposo fornecendo um aumento de

ácidos graxos livres (AGL) para o fígado, e a hiperinsulinemia (ANGULO, 2002). O

aumento da captação destes ácidos graxos pelo hepatócito promove uma

sobrecarga na β-oxidação mitocondrial, acumulando ácidos graxos nos hepatócitos

e aumentando a produção de espécies reativas de oxigênio (ERO) e radicais livres,

desencadeando injúria celular e ativação dos mecanismos de fibrose (ANDERSON,

BORLAK, 2008; CUSI, 2009; ORTIZ, 2011). A resistência insulínica também

bloqueia a exportação de triglicerídeos do hepatócito por degradar e impedir a

produção de VLDL (NAGLE et al., 2009; OLIVEIRA, MAZO, 2013). (Figura 1).

Em adipócitos, a resistência à insulina aumenta a atividade da lipase

hormônio sensível (LHS), resultando em elevadas taxas de lipólise de triglicerídeos e

maior fluxo de AGL para o fígado. Os AGL podem ser oxidados nas mitocôndrias

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para formar ATP ou esterificados para produzir triglicerídeos de armazenagem ou de

incorporação em partículas de VLDL (BROWNING; HORTON, 2004). A capacidade

do fígado de captar ácidos graxos é um provável mecanismo envolvido na DHGNA,

devido ao aumento da expressão gênica de diversas proteínas-chave que participam

na absorção e transporte intracelular desses lipídeos (AUGUET et al., 2014).

A síntese de novo de ácidos graxos é uma via intra-hepática fundamental,

contribuindo para a estocagem e secreção dos lipídeos pelos hepatócitos (JENSE-

URSTAD; SEMENKOVICH, 2012), e é regulada de forma independente pela insulina

e pela glicose (KOO et al., 2001; STOECKMAN et al., 2002). A habilidade da insulina

em ativar a lipogênese é regulada pelo fator de transcrição ligado à membrana,

chamado proteína reguladora do esterol-1c (SREBP-1c) (FORETZ et al., 1999;

SHIMOMURA et al., 1999). A SREBP-1c pertence a uma família de proteínas que,

quando ligadas a regiões específicas no DNA, ativam a transcrição de genes que

são requeridos para a lipogênese (HORTON et al., 2002; HORTON et al., 2003). A

SREBP-1c ativa a transcrição do gene que codifica para a enzima acetil coenzima A

carboxilase-2 (ACC-2) (HORTON et al., 2003), uma isoforma da ACC presente na

membrana mitocondrial (ABU-ELHEIGA et al., 2003), responsável pela produção de

malonil-CoA. O aumento de malonil-CoA resulta na diminuição da oxidação de

ácidos graxos por inibir a carnitina palmitoil transferase-1 (CPT-1), a qual transloca

ácidos graxos do citoplasma para o interior mitocondrial (MCGARRY et al., 1977)

(Figura 1).

Carboidratos também são capazes de estimular a lipogênese, através da

ativação de uma proteína sensível à concentração de carboidratos, a proteína de

ligação de resposta a carboidratos (ChREBP) (YAMASHITA et al., 2001). A glicose

estimula a proteína ChREBP, que atua também como fator de transcrição, migrando

ao núcleo e se conectando numa região específica do DNA, o E-Box motif, que é um

promotor responsável pela transcrição da enzima piruvato quinase hepática

(piruvato quinase hepática, L-PK) (KAWAGUCHI et al., 2002). Esta enzima possui

papel-chave na regulação dos processos glicolíticos. A L-PK catalisa a conversão do

fosfoenolpiruvato em piruvato, precursor do acetil-CoA o qual entra no ciclo de Krebs

para gerar citrato, que é a principal fonte de acetil-CoA, utilizado na biossíntese de

lipídeos (Figura 1).

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Figura 1. Alterações metabólicas dos triglicerídeos hepáticos em estados de resistência à insulina

Fonte: Browning, Horton, 2004.

Quando o tecido hepático sofre algum dano e os hepatócitos são destruídos,

sua membrana é rompida, fazendo com que enzimas hepáticas específicas sejam

liberadas para o sistema sanguíneo. Por esta razão, tais enzimas são

biomarcadores de lesão hepática que podem ser dosadas no sangue (HODGSON,

2010; SALA, 2001). As aminotransferases, também conhecidas como

transaminases, transferem grupamento amino de uma molécula para outra. São as

mais sensíveis e as mais usadas para avaliar lesões hepáticas. Por serem enzimas

intracelulares, quando ocorre aumento dos seus níveis plasmáticos, é indicativo de

lesão celular (GAYOTTO, 2001).

A agressão hepática pode ser confirmada, avaliada e acompanhada pelas

dosagens séricas das aminotransferases, cujos valores de referência em indivíduos

normais situam-se entre zero a 50 U/L para a alanina aminotransferase (ALT) e zero

ChREBP ( proteína de ligação de resposta a carboidratos); SREBP-1c (proteína reguladora do esterol-1c); L-PK

(piruvato quinase hepática); ACL (ATP citrato liase); ACC( Acetil-CoA carboxilase); FAS (ácido graxo sintase);

LCE(ácido graxo de cadeia longa elongase); SCD (estearoil-CoA desaturase); FFA (ácido graxo livre); HSL

(lipase hormônio-sensitiva); PT-1 (palmitoil carnitina-1)

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a 45 U/L para a aspartato aminotransferase (AST). Essas enzimas, embora estejam

presentes em todo o organismo, são denominadas “enzimas hepáticas” por estarem

em alta concentração no fígado e exibirem, mais frequentemente, níveis sanguíneos

persistentemente elevados em pacientes com lesões hepatocelulares. A ALT, pelo

seu predomínio hepático, pode ser considerada marcador específico de lesão

hepática, sem que se confirme proporcionalidade entre nível sanguíneo e lesão

celular. As aminotransferases encontram-se elevadas tanto na EHNA quanto na

doença hepática alcoólica (DHA) (FERREIRA et al., 2013).

- Complicações Renais

Os rins são órgãos excretores e reguladores, e têm como funções

principais: regulação da osmolaridade e do volume de líquidos no corpo, através

da regulação da excreção de NaCl e água; regulação do equilíbrio eletrolítico;

regulação do equilíbrio ácido-básico; excreção de produtos metabólicos e de

substâncias estranhas; produção e secreção de hormônios e gliconeogênese

(BERNE; LEVY, 2000; EATON; POOLER, 2006).

A insuficiência renal crônica (IRC) resulta da perda irreversível de grande

número de néfrons funcionais. Com frequência, os sinais clínicos graves só

aparecem quando o número de néfrons funcionais cai para pelo menos 70 %

abaixo do normal. Em geral, a IRC, assim como a insuficiência renal aguda (IRA),

pode ocorrer em consequência de distúrbios nos vasos sanguíneos, glomérulos,

túbulos, interstício renal e trato urinário inferior. Apesar da grande variedade de

doenças que podem levar ao desenvolvimento de IRC, o resultado final é

essencialmente o mesmo – diminuição no número de néfrons funcionais

(GUYTON; HALL, 1998).

A nefropatia diabética (NDb) apresenta lesões histopatológicas bem

caracterizadas. O glomérulo saudável normal inclui arteríolas aferentes, alças

capilares, células endoteliais, membrana basal, podócitos, células epiteliais parietais

e células epiteliais dos túbulos e é impermeável à albumina. Em contraste, o

glomérulo diabético exibe hialinose, expansão mesangial, deposição de colágeno,

espessamento da membrana basal, perda de podócitos e hipertrofia, albuminúria,

atrofia epitelial, acúmulo de miofibroblastos e aumento da produção de componentes

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da matriz extracelular, influxo de células inflamatórias e rarefação capilar (REIDY et

al., 2014) (Figura 2).

Figura 2. Histologia glomerular de um rim saudável versus um rim com nefropatia diabética

Fonte: Reidy et al., 2014.

A NDb vem sendo a principal complicação microvascular do DM e a maior

causa de insuficiência renal terminal do mundo (MOREIRA et al., 2008). Segundo as

diretrizes da SBD, a NDb acomete cerca de 35 % dos pacientes portadores do DM

(SBD, 2016). Em torno de 25 a 40 % dos pacientes com DM1 e DM2 desenvolvem

nefropatia 20 a 25 anos após o estabelecimento do DM (YAMAGISHI, MATSUI,

2010). A disfunção renal relacionada ao diabetes resulta da interação de diversos

fatores ambientais, metabólicos e hemodinâmicos que, atuando em conjunto,

promovem o enfraquecimento da membrana glomerular, a expansão da matriz

mesangial, a diminuição do número de podócitos, gloméruloesclerose e fibrose

tubulointersticial (LIMA, 2012). O início da NDb é caracterizado pelo aparecimento

da proteinúria. O paciente que apresenta proteinúria já apresenta lesão

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glomerular visível à microscopia óptica – neste caso, a expansão da matriz

mesangial (GUYTON; HALL, 1998; FARIA, 2001).

A NDb é uma complicação relevante do DM2, tradicionalmente definida pela

perda de proteínas na urina, ou proteinúria, caracterizada em estágios de acordo

com os valores de excreção urinária de albumina (GROSS et al., 2007), com

presença de hipertrofia de glomérulos e proliferação de células mesangiais, levando

a gloméruloesclerose (WEI et al., 2004). A gloméruloesclerose clássica caracteriza-

se por espessamento da membrana basal glomerular, esclerose mesangial difusa,

hialinose, microaneurisma e arteriosclerose hialina (GROSS et al., 2007). A doença

renal no diabético é considerada a principal causa de doença crônica terminal em

todo o mundo, e é o mais forte preditor de mortalidade em pacientes com diabetes

(REIDY et al., 2014). O comprometimento renal está associado a um importante

aumento de mortalidade, principalmente relacionada à doença cardiovascular

(GROSS et al., 2007).

Logo após o desenvolvimento do DM, praticamente todos os pacientes

apresentam aumento no fluxo sanguíneo renal e na taxa de filtração glomerular,

ou seja, um estado de hiperfiltração glomerular. A hiperfiltração está associada

ao espessamento da membrana basal glomerular. O hiperfluxo renal tem um

papel fundamental no desencadeamento e progressão da NDb. Os rins

encontram-se aumentados de tamanho e os glomérulos e túbulos tornam-se

hipertrofiados. A taxa de filtração glomerular (TFG) excede em 20 a 40 % o valor

normal (dos não diabéticos). Mesmo após a evolução para a falência renal, os

rins do diabético permanecem proporcionalmente maiores que os rins terminais

em outras patologias (FARIA, 2001).

Várias alterações metabólicas e hemodinâmicas induzidas pela hiperglicemia,

incluindo a formação dos produtos avançados de glicação (AGEs), a geração de

espécies reativas do oxigênio e a ativação da proteína quinase C, da via poliol e do

sistema renina-angiotensina, podem contribuir para o desenvolvimento e progressão

da NDb (YAMAGISHI, MATSUI, 2010). Além disso, vários marcadores inflamatórios

e pró-coagulantes, como IL-6, TNF-α, VCAM-1, ICAM-1, fibrinogênio, FVW, fator

VIII, dímero D e fator tecidual, têm sido associados com o declínio da função renal

(TAVAFI, 2013, DUBIN et al., 2011; SAHAKYAN et al., 2010; KELLER et al., 2008).

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1.1.3 Tratamento do diabetes mellitus tipo 2

O plano terapêutico para o tratamento do DM depende da forma de

apresentação da doença e de sua complexidade. Esse fato faz com que o DM

possua um manejo de tratamento relativamente complexo, uma vez que, além de

tratamento medicamentoso há a necessidade de mudanças de hábitos de vida do

paciente (GROSS; NEHME, 1999). O objetivo principal é trazer os níveis de glicose

sanguínea elevados para próximo da normalidade, tanto para melhorar os sintomas

do diabetes, como para prevenir ou retardar suas complicações. Alcançar esse

objetivo exige uma abordagem coordenada, sistemática e abrangente, centrada no

paciente, por parte do sistema de saúde (OMS, 2015).

A terapia individualizada é importante, devido à complexidade da doença. O

paciente precisa estar informado sobre riscos para o desenvolvimento de doença

aterosclerótica e ser orientado sobre hábitos de vida saudáveis para prevenção.

Alguns programas de mudanças de estilo de vida devem ser estabelecidos e

recomendados, especialmente a pacientes de maior risco (ASSUNÇÃO, URSINE,

2008). Diferentes formas de tratamento medicamentoso podem ser utilizadas,

dependendo do tipo da patologia, desde a utilização de insulina ao uso de

antidiabéticos orais (ROY; LLOYD, 2012).

O tratamento da hiperglicemia tem como meta o controle dos sintomas de

poliúria, polidipsia e perda de peso, em curto prazo, e a prevenção de complicações

crônicas e morte associada ao diabetes, em longo prazo (WEINERT et al., 2010).

Vale ressaltar que as concentrações de glicose sanguínea aumentam ao

longo do tempo em pessoas com DM2, mesmo com intervenções farmacológicas

associadas a modificações do estilo de vida, supostamente devido a uma diminuição

da capacidade de secreção de insulina que exige intervenção adicional todo o tempo

(SMUSHKIN; VELLA, 2010).

Diversos tipos de medicamentos podem ser utilizados no tratamento do DM2,

podendo ser como monoterapia ou em combinação com a insulina, para controlar a

glicemia quando a combinação de dieta e prática de atividade física se torna

insuficiente para normalizar os níveis glicêmicos. Os medicamentos de uso oral

utilizados no tratamento do DM são os antidiabéticos que podem ser agrupados do

seguinte modo: aqueles que incrementam a secreção pancreática de insulina

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(sulfonilureias e glinidas); os que reduzem a velocidade de absorção de glicídios

(inibidores das α-glicosidases); os que diminuem a produção hepática de glicose

(biguanidas); e/ou os que aumentam a utilização periférica de glicose (glitazonas); e

aqueles que exercem efeito incretínico mediado pelos hormônios GLP-1 (peptídio

semelhante a glucagon 1, glucagon-like peptide-1) e GIP (peptídio inibidor gástrico,

gastric inhibitory polypeptide), considerados peptídios insulinotrópicos dependentes

de glicose (SBD, 2017-2018). Os diferentes tratamentos por via oral para o DM2,

com seus respectivos mecanismos de ação, podem ser observados na tabela 4.

A glibenclamida (GLB) é um antidiabético oral pertencente ao grupo

farmacológico das sulfonilureias de segunda geração, que são agentes

hipoglicemiantes orais que estimulam a secreção de insulina, indicados para tratar

DM2 (HARDMAN, LIMBIRD, GILMAN, 2005).

Tabela 4. Medicamentos antidiabéticos: mecanismo de ação.

Fonte: Sgarbi; Villar, 2004; Weinert et al., 2010 e Sociedade Brasileira de Diabetes, 2017-2018.

A GLB é um potente agente hipoglicemiante e uma das substâncias mais

utilizadas da classe das sulfonilureias em diversos países (GILMAN, 2001). Seu

nome químico é 1-{4-[2- (5-cloro-2-metoxibenzamido)etil] benzenossulfonil}-3-

Classe de Hipoglicemiantes

Princípios ativos Mecanismo de ação

Sulfonilureias clorpropamida glibenclamida glipizida gliclazida glimepirida

Aumento da secreção de insulina

Biguanidas Metformina Aumento da sensibilidade à insulina, com predominância no fígado

Inibidores da alfa-glicosidase

Acarbose Miglitol

Retardo da absorção de carboidratos

Tiazolidinedionas troglitazona rosiglitazona pioglitazona

Aumento da sensibilidade à insulina no músculo

Glinidas Repaglinida Nateglinida Secretagogo de insulin

Agonistas do GLP-1 Exenatida Liraglutida

Aumenta a liberação de insulina, diminui a glicose, aumenta a saciedade

Inibidores DPP-4 Saxagliptina, Sitagliptina, Linagliotina

Diminui a glicose após as refeições, aumentando a produção de insulina

Inibidor da SGLT2 Dapagliflozina Empagliflozina Canaglifozina

Aumenta a eliminação de glicose pela urina

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ciclohexiluréia; sua estrutura química está representada na figura 3 (MERCK INDEX,

2016).

Figura 3. Estrutura química da glibenclamida

Fonte:Merck Index, 2016.

A GLB atua terapeuticamente através do bloqueio dos canais de potássio nas

células β pancreáticas, estimulando a liberação de insulina (RANG et al., 2012;

REMKO, 2009). Nas células β, a ligação da sulfonilureia ao seu receptor causa o

mesmo efeito do aumento do metabolismo celular, fechando os canais de potássio,

o que resulta em despolarização da célula e consequente influxo de cálcio através

de canais voltagem dependente. O aumento de cálcio intracelular provoca a

secreção das vesículas de insulina (KRAMER et al.,1996).

A GLB é rapidamente absorvida pelo trato gastrointestinal, sendo

praticamente 100 % da dose oral biodisponível (NIOPAS & DAFTSIOS, 2002). Os

picos de concentração plasmática ocorrem dentro de 2 a 4 horas, dependendo da

forma administrada (MARTINDALE, 1999). Em virtude de requerer um tempo para

alcançar uma concentração ótima no plasma, algumas sulfonilureias podem ser mais

efetivas quando administradas 30 minutos antes da alimentação (GILMAN, 2001).

Todas as sulfonilureias ligam-se fortemente à albumina plasmática e a duração do

efeito da GLB varia, podendo estar compreendido entre 18 e 24 horas (RANG, DALE

& RITTER, 2001). Sua metabolização ocorre, quase por completa, no fígado (NIEMI

et al., 2002). Seus metabólitos primários são produtos de hidroxilação (4-trans-

hidroxi e 3-cis-hidroxi), os quais são fracamente ativos e excretados 50 % na urina e

50 % nas fezes, via bile (KIRCHHEINER et al., 2002; MARTINDALE, 1999; THE

UNITED, 2004b)

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Em geral, as sulfonilureias são bem toleradas, mas apresentam como efeitos

indesejáveis o aumento de peso), distúrbios gastrintestinais (relatados em cerca de 3

% dos pacientes), possíveis erupções cutâneas alérgicas e lesão da medula óssea,

caso raro, porém grave (GILMAN, 2001).

1.1.4 Modelo animal experimental de diabetes mellitus tipo 2

Os modelos experimentais utilizados para a indução do DM contribuem para o

esclarecimento sobre a doença, suas causas e consequências, bem como para a

pesquisa de novos compostos com potencial ação hipoglicemiante. A indução do DM

em animais experimentais ocorre através da destruição química seletiva das células

β pancreáticas. A dose necessária de drogas para indução do diabetes depende da

espécie do animal e do seu peso (SZKUDELKI, 2001). Uma das substâncias

diabetogênicas mais usadas é a estreptozotocina (STZ), um glicosídeo nitrosureia

natural isolado do Streptomyces achromogenes (MARLES, FARNSWORTH, 1995).

Sua estrutura é formada por uma molécula de glicose com uma cadeia lateral

altamente reativa (porção N-metil-N-nitrosoureia), que inicia a ação citotóxica

(ISLASANDRADE et al., 2000). A porção glicose da molécula direciona a STZ para

as células β pancreáticas, onde ela se liga ao transportador de membrana GLUT-2.

A toxicidade da STZ nas células β pancreáticas é devido à sua similaridade com a

molécula da glicose, permitindo que seja internalizada via transportadores GLUT-2

(SCHNEDL et al., 1994; VERSPOHL, 2002) (Figura 4).

Figura 4. Similaridade da molécula de glicose (a) com a estreptozotocina (b)

Glicose Estreptozotocina

(STZ)

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A ação celular da STZ envolve a geração de espécies reativas de oxigênio

(ROS), que levam à destruição das células β das ilhotas pancreáticas (SINZATO et

al., 2009). Ao entrar na célula, a STZ causa a apoptose por uma cascata de

diferentes eventos, os quais são engatilhados pela atividade alquilante da sua

porção N-metil-N-nitrosoureia (SCHEIN, LOFTUS, 1968; UCHIGATA et al. 1982;

PIEPER et al. 1999). A STZ induz a quebra do DNA nuclear, ativando a enzima

poliadenosina-difosforibose-sintetase. Essa enzima utiliza NAD como substrato,

diminuindo seu nível intracelular. Com a queda dos níveis de NAD, há uma depleção

acentuada da respiração celular, afetando a produção de ATP via fosforilação

oxidativa, que se dá aclopada à cadeia respiratória, diminuindo assim o ATP

intracelular. Com essa menor quantidade de energia, a biossíntese de proteínas é

paralisada e há perda do balanço iônico normal das células beta. Portanto, a droga

diminui o nível de utilização de NAD pela célula, diminuindo a energia disponível

(PEDROSA FURLAN, 2001). Consequentemente, há a liberação dos estoques de

insulina presentes dentro das células β que se romperam e, ao alcançar o

sistema circulatório, rapidamente desenvolve-se uma intensa hipoglicemia

(LENZEN, 2008).

A STZ administrada em ratos adultos leva a uma rápida e irreversível

destruição das células β pancreáticas, resultando em severa síndrome diabética

dependente de insulina (TAKADA et al., 2007). Porém, quando a STZ é administrada

no período neonatal via intraperitoneal (ip), o efeito agudo da destruição das células

β do pâncreas é seguido pela regeneração espontânea destas células e a

concentração de glicose retorna ao normal dentro de duas semanas; no entanto, o

distúrbio da resposta da insulina à glicose permanece, promovendo o modelo de

DM2 (BACOVÁ et al., 2005). A STZ tem sido o agente mais usado para reprodução

do diabetes em roedores, devido à maior estabilidade química em relação a outras

drogas (LENZEN, 2008).

Alguns autores têm administrado a STZ em uma única dose no dia de

nascimento (PORTHA et al.,1979; PORTHA, KERGOAT, 1985), ou dois dias após o

nascimento (BONNER-WEIR et al.,1981, WANG et al., 1996) ou após cinco dias de

vida (WANG et al., 1996, MURALI, GOYAL, 1999), ou em duas doses no 2º e 9º dias

de vida (ULICNÁ et al., 1999). Estes estudos têm mostrado que, após 8 semanas de

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vida, os animais apresentam piora na tolerância à glicose e uma diminuição de 50 %

no conteúdo de insulina pancreática com hipoinsulinemia leve.

1.1.5 Produtos naturais no tratamento do diabetes

O uso de plantas com o objetivo medicinal é muito comum em países ou

regiões menos desenvolvidas ou em regiões isoladas e de difícil acesso, sendo uma

alternativa em tratamentos de diversas doenças devido a não possuir nenhum ou

poucos efeitos secundários (LUNA; FEINGLOS, 2001; FABRICANT;

FARNSWORTH, 2001).

Como alternativa ao uso de fármacos antidiabéticos, diversas partes de

plantas vem sendo utilizadas no controle do diabetes; como raízes, folhas, flores,

sementes, entrecascas e frutos (AYYANAR; SUBASH-BABU; IGNACIMUTHU,

2013).

A atividade hipoglicemiante já foi observada em diversas espécies vegetais.

Singh; Marar (2011) verificaram em extrato aquoso e metanólico de sementes de

Syzygium cumini; e de frutos e sementes de Pisidium guajaya, o efeito inibitório da

α-amilase salivar e glicosidases pancreáticas, hepáticas e intestinais de ratos. O

extrato etanólico de folhas de Butea monosperma demonstrou atividade

hipoglicêmica e antioxidante significativa em ratos diabéticos (AKHTAR, et al., 2010).

Em outro estudo realizado com extrato aquoso de Vinca rosea (flores) e Piper

nigrum (sementes), foram observadas atividade hipoglicemiante em ratos diabéticos,

além de aumentarem os níveis de enzimas antioxidantes como catalase e glutationa

peroxidase (KALEEM; SHEEMA; BANO, 2005). A planta Eugenia jambolana é

bastante estudada quanto ao seu efeito hipoglicemiante, gastroprotetivo e

antioxidante (SHARMA; HASIR; PRABHU, 2008; CHATURVEDI et al., 2007).

Preparações de extrato etanólico de sementes de E. jambolana administrados em

ratos diabéticos conseguiram reduzir o estresse oxidativo responsável por danos

celulares, o que pode explicar seu efeito hipoglicêmico (RAVI; RAMACHANDRAN;

SUBRAMANIAN, 2004), esses efeitos farmacológicos são decorrentes de

biomoléculas ativas distribuídas pelas plantas.

Diversas biomoléculas originadas do metabolismo primário e secundário das

plantas têm sido isoladas para estudos e aplicações, tendo em vista as suas ações

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fisiológicas no organismo humano, podendo ser usadas para o desenvolvimento de

medicamentos mais efetivos (SASIDHARAN et al., 2011). As proteínas, que estão

entre as macromoléculas biológicas mais abundantes, sendo extremamente

versáteis em suas funções. Elas participam das atividades celulares tanto como

enzimas como inibidores enzimáticos, hormônios, transportadores, reserva,

estruturais e regulatórias. Entre essas proteínas com efeito biológico e bastante

estudadas, encontram-se as lectinas, classe de proteínas que se ligam de forma

específica e reversível a carboidratos, e devido a essa característica podem

desempenhar diversos efeitos biológicos (ROCHA, et al., 2013; KUMAR, et al.

2012).

1.2 Lectinas

Os primeiros estudos relacionados à atividade das lectinas começaram a ser

realizados desde a descoberta da primeira lectina, detectada em extratos das

sementes de mamona (Ricinus communis) por Stillmark, em 1888; ao estudar a

toxidade da planta, o pesquisador notou a capacidade de aglutinação de eritrócitos

devido à presença de uma proteína extraída, denominada ricina. Essas proteínas,

quando presentes em plantas e capazes de aglutinar eritrócitos, foram inicialmente

denominadas como fitohemaglutininas, hemaglutininas, fitoaglutininas ou aglutininas

de plantas (SHARON; LIS, 1988).

Lectinas são proteínas de caráter não imunológico, com capacidade de

reconhecimento específico e de realizar ligação reversível a carboidratos ou

glicoconjugados, sem alterar a estrutura covalente das ligações glicosídicas (WONG;

CHAN, 2008; CHE et al., 2011). Seu caráter não imunológico é devido à capacidade

básica de promoverem ligação específica de forma análoga a um anticorpo, embora

lectinas não sejam derivadas do sistema imunológico e, inclusive, são encontradas

em organismos como plantas e bactérias que não possuem sistema imune

(KOMATH; KAVITHA; SWAMY, 2006; PNEUMANS; VAN DAMME, 1995;

GOLDSTEIN et al., 1980). Lectinas constituem um grupo heterogêneo de proteínas

que regulam vários eventos fisiológicos e patológicos, dependendo para isso da sua

capacidade de ligação a carboidratos (JACQUES et al. 2013).

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1.2.1 Detecção e Especificidade

A especificidade por carboidratos é uma característica marcante das lectinas.

A interação das lectinas com células é, portanto, dependente da presença dos

carboidratos apropriados na superfície celular. A habilidade de reconhecimento

lectínico de glicoconjugados em superfícies celulares é explorada através dos

ensaios de atividade hemaglutinante (AH) e de inibição de AH em presença de

carboidratos livres, os quais são amplamente utilizados para detecção, confirmação

e caracterização de lectinas em preparações (Figura 5).

Figura 5. Atividade Hemaglutinante

Fonte: Paiva et al., 2011.

A) Representação esquemática da rede de aglutinação de eritrócitos, promovida pela ligação cruzada

de uma lectina a carboidratos de superfície celular: atividade hemaglutinante (AH); (B) Inibição da AH

por carboidratos livres que ocupam os sítios ligantes da lectina, bloqueando sua interação com a

superfície celular. Aspectos dos ensaios em placas de microtitulação (inserções)

Desse modo, ao interagirem com os carboidratos da superfície dos eritrócitos,

as lectinas induzem ligações cruzadas entre as células, que resultam na rede de

aglutinação, denominada tecnicamente de aglutinação celular ou hemaglutinação

(LIS; SHARON, 1998). Lectinas e hemaglutininas dividem o mesmo conceito e, com

base no seu reconhecimento a carboidratos, ambas podem se ligar a carboidratos

específicos presentes na superfície de eritrócitos e aglutiná-los (LAN; NG, 2011).

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1.2.2 Classificação

Considerando a definição de lectinas, Peumans e Van Damme (1998)

estabeleceram a seguinte classificação: Merolectinas, que contêm somente um

domínio de reconhecimento a carboidratos; Hololectinas, caracterizadas por

possuírem pelo menos dois domínios de reconhecimento a carboidratos, podendo

ser idênticos ou apresentar alto grau de homologia; Quimerolectinas que, além do

domínio ligante a carboidrato, dispõem de outro domínio com outra atividade

biológica; por fim, as Superlectinas, apresentando ao menos dois domínios distintos

de reconhecimento a carboidratos.

A especificidade que as lectinas apresentam por carboidratos é uma das

características utilizadas para classificar as lectinas vegetais. Van Damme et al.

(1998) propuseram uma classificação de acordo com a especificidade de ligação de

lectinas vegetais a carboidratos, conforme apresentado na tabela 5.

Tabela 5. Especificidade de ligação de lectinas vegetais a carboidratos

Grupo Especificidade ao carboidrato

Fucose L-fucose

Galactose/ N-acetilgalactosamina Exemplo: SBA

Galactose>Neu5Acα(2,6)Gal/GalNac Galactose=Neu5Acα(2,6)Gal/GalNac Galactose<Neu5Acα(2,6)Gal/GalNac

N-acetil-D-glicosamina Exemplo: WGA

N-acetil-D-glicosamina (GlcNac)n

Manose Exemplo: ConA

Manose Manose/glicose Manose/maltose

Ácido siálico Exemplo: Lectina de Limax flavus

Ácido siálico Neu5Acα(2,6)Gal/GalNac Neu5Acα(2,3)Gal/GalNac

Grupo de glicanos complexos Exemplo: PHA

Complexos conhecidos Complexos desconhecidos

Fonte: Van Damme et al., 1998.

1.2.3 Distribuição e características

As primeiras investigações a respeito das lectinas indicaram sua presença em

plantas, tanto que elas foram inicialmente chamadas por nomes que mostravam sua

origem vegetal. No entanto, hoje é reconhecida a larga distribuição dessas

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moléculas na natureza. As lectinas estão presentes de forma heterogênea entre os

organismos, como em bactérias (SATO et al., 2012; YAMAGUCHI et al., 1999) e

fungos (ERJAVEC et al., 2012; FRANCIS et al., 2011; NAGRE et al., 2010; SINGH et

al., 2010). Nos animais, as lectinas podem ser encontradas em fluidos como

hemolinfa e líquidos celômicos, em membranas ou intracelularmente. Dentre as

lectinas isoladas de invertebrados, encontram-se as de moluscos (BULGAKOV et

al., 2004), crustáceos (SUN et al., 2008; YANG et al., 2007; COMINETTI et al.,

2002), insetos (CHEN; RATCLIFE; ROWLEY, 1993) entre outros. Entre vertebrados,

já foram isoladas de peixes (PAN; TANG; GU, 2010), bovinos (ASHRAF et al., 2010),

caprinos (ASHRAF et al., 2011), além de outros animais. Contudo, apesar da ampla

distribuição, as lectinas de origem vegetal são as mais amplamente estudadas,

podendo ser purificadas a partir de sementes, folhas, cascas, látex, rizomas e raízes

de muitas plantas, dependendo da espécie.

Apesar de serem abundantes em muitas plantas, as lectinas apresentam

diferenças na sua estrutura, especificidade de ligação, função fisiológica, com

atividades especificamente definidas, podendo assumir diferentes papéis biológicos

(VIRTUOSO, 2005). Entre algumas funções das lectinas de plantas, destacam-se:

comunicação celular, defesa contra adesão e invasão por fitopatógenos (SHARON;

LIS, 2007), ação contra o crescimento de bactérias gram-negativas e gram-positivas,

além de atividade contra fungos (DOM et al., 2008), atividade inseticida

(TRIGUEIROS et al., 2003) e atividade anti-inflamatória (CAMPOS, 2016).

Em vegetais, a família das leguminosas é a mais estudada quanto ao

isolamento e caracterização de lectinas. Essa família botânica apresenta lectinas

com alto grau de homologia e similaridade. A maioria das lectinas têm sido

purificadas e caracterizadas a partir de sementes de leguminosas, representando

muitas vezes cerca de 10 % do conteúdo de proteína total (MOREIRA et al., 1998).

No entanto, várias lectinas também têm sido isoladas de raízes (SOUZA et al.,

2011), frutos, rizomas (PEUMANS et al., 2000), folhas (RATANAPO,

NGAMJUNYAPORN; CHULAVATNATOL, 2001), bulbos (MO et al., 1994) e

tubérculos (ALLEN et al. , 1996; ASHFORD, ALLEN; NEUBERGER, 1982).

Uma das características mais importantes de muitas lectinas vegetais é a

estabilidade estrutural e funcional em meio à ação das enzimas digestivas do trato

gastrointestinal. Isso permite que as lectinas se liguem a grupos glicosilados na

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membrana das células que revestem o trato digestivo e, como resultado dessa

interação, uma série de reações sistêmicas é desencadeada, caracterizando muitas

vezes essa classe de proteínas como substâncias antinutritivas e/ou tóxicas. As

lectinas podem afetar o turnover e causar perda de células epiteliais do intestino,

danificar as membranas do epitélio luminal intestinal, interferir na digestão e

absorção de nutrientes, estimular mudanças na flora bacteriana e modular o estado

imune do trato digestivo (VASCONCELOS, 2004).

As plantas, além de apresentarem compostos com alto potencial nutricional,

também apresentam compostos antinutricionais. Os fatores antinutricionais

presentes nos alimentos são substâncias químicas que, embora não tóxicas, podem

provocar efeitos fisiológicos adversos ou diminuir a biodisponibilidade de nutrientes.

Os mesmos são inativados ou destruídos pelo calor, em maior ou menor extensão,

em função da intensidade e duração do tratamento térmico (ANTUNES;

SGARBIERI,1980).

As lectinas de feijões, após a interação com receptores na superfície de

células intestinais, são endocitadas, causando distúrbios sistêmicos. Há perda das

microvilosidades intestinais de ratos alimentados com lectinas de feijão, diminuindo

o ritmo de crescimento dos animais (ROSSI et al., 1984). Hiperplasias em intestino,

fígado e pâncreas também foram observadas quando uma lectina pura foi

administrada em ratos; aparentemente, a hiperplasia pancreática pode ser a

responsável pela diminuição dos níveis de insulina em ratos alimentados com a

lectina de feijão (PUSZTAI et al., 1986). Dessa forma, a realização de estudos

quanto à composição nutricional e de fatores antinutricionais dos vegetais de uso

convencional e não convencional é essencial, a fim de se estabelecer a viabilidade

de consumo sem causar prejuízo à saúde do ser humano (LIMA, 2009).

1.2.4 Papéis biológicos

Entre as diversas atividades biológicas já demonstradas por lectinas, como

efeitos anti-inflamatório, antinociceptivo (LEITE et al., 2012), analgésico (LACERDA

et al.,2015), antibacteriano (OLIVEIRA et al.,2008), antifúngico

(CHARUNGCHITRAK, 2011), antitumoral (LIN, TZI, 2008), anti-HIV (FANG et al.,

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2010) e antiproliferativo (KAUR et al., 2006), existem também consideráveis

evidências do envolvimento dessas proteínas com receptores insulínicos.

Atividade hipoglicemiante em presença de lectinas já foi relatada a partir de

experimentos desenvolvidos com lectinas extraídas de frutos de Trichosanthes

kirilowi (LI et al., 2012), da casca de Crataeva tapia (ROCHA et al., 2013) e de

sementes de Urtica pilulifera (KAVALALI et al., 2003), entre outras; seus

mecanismos de ação estão relacionados ao aumento da secreção de insulina por

meio das células β das ilhotas pancreáticas, ao mimetismo da ação da insulina pela

interação com os resíduos de carboidratos de glicoproteínas dos receptores de

insulina e à interferência na absorção da glicose através da inibição de amilases no

intestino (LI et al., 2012; KAVALALI et al., 2003).

O isolamento e a caracterização físico-química de novas moléculas presentes

em alimentos de origem vegetal, com vistas a sua ação fisiológica no organismo

humano, é uma tecnologia inovadora utilizada como fonte potencial para o

desenvolvimento de medicamentos mais efetivos (NASCIMENTO; LOCATELLI;

FREITAS, 2000).

Com várias propriedades farmacológicas e ampla ocorrência no reino vegetal,

com distribuição restrita dentro de uma ordem, família ou gênero, compostos

vegetais têm sido amplamente utilizados em vários medicamentos à base de plantas

ativas (FERNANDES et al., 2012). Entre as classes de moléculas de origem vegetal,

as lectinas apresentam vasta área de aplicabilidade, podendo ser ferramentas

valiosas em processos biotecnológicos nas áreas de pesquisa médica, biológica,

farmacológica e bioquímica. Espécies do gênero Bauhinia, tal como a Bauhina

monandra Kurz, são amplamente estudadas como fontes de obtenção de lectinas e

utilizadas na medicina tradicional como agentes no tratamento do diabetes

(NOGUEIRA; SABINO, 2013) ou como antioxidantes. Vários estudos mostram

diversas atividades como a B. purpurea com atividade antifúngica (BOONPHONG et

al., 2007), B. purpurea e B. variegata com ação antiinflamatória (BOONPHONG et

al., 2007; ZAKARIA et al., 2007; YADAVA; REDDY, 2003), B. holophylla e B.

purpurea com ação antiulcerogênica (ROZZA et al., 2015; ZAKARIA et al., 2011), B.

racemosa e B. variegata com ação antitumoral (GUPTA et al., 2004; RAJKAPOOR;

JAYAKAR; MURUGESH, 2003), B. racemosa, B. purpurea, B. microstachya e B.

splendens com ação analgésica (SHREEDHARA et al., 2009; GADOTTI et al., 2005;

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GUPTA et al., 2005; WILLAIN FILHO et al., 1997) e B. purpurea com habilidade de

estimular a função tireoidiana (PANDA; KAR, 1999). A ação hipoglicemiante foi

observada em estudos realizados com extratos de B. monandra, B. holophylla, B.

forficata, B. cheilandra, B. candicans, B. thoningii, B. retusa, B. megalandra, e B.

variegata (PINHEIRO et al., 2017; KULKARNI; GARUD, 2016; OJEZELE; ABATAN,

2011; CUNHA et al., 2010; MENEZES et al., 2007; ALMEIDA et al., 2006; ESTRADA

et al., 2005; FUENTES; ARANCIBIA-AVILA; ALARCON, 2004). Estudos com

extratos aquosos e etanólico obtidos a partir de folhas secas de B. monandra foram

administrados em ratas gravidas e não causaram toxicidade materna ou fetal e o

extrato aquoso promoveu aumento da implantação e diminuição da perda pós-

implantação nas ratas gravidas (MENDES et al., 2010). Menezes et al. (2007)

observaram em extratos aquosos de folhas da B. monandra em ratos diabéticos a

sua capacidade hipoglicemiante atribuindo esse efeito a presença de flavonoides,

porém a ação de outras biomoléculas, como as lectinas, não é descartada. Embora

vários estudos mostrem tais atividades, não foram elucidados ainda quais grupos de

compostos são responsáveis por tais propriedades. As plantas do gênero Bauhinia

têm sido bastante estudadas no mundo quanto ao seu efeito hipoglicemiante; suas

propriedades medicinais têm despertado o interesse por pesquisas que buscam um

melhor conhecimento e entendimento sobre a sua eficácia como plantas com ação

hipoglicemiante.

1.3 Bauhinia monandra

Bauhinia é um gênero de plantas pertencente à família Fabaceae, com

aproximadamente 300 (trezentas) espécies. São plantas arbustivas, cujas folhas

bilobadas e arredondadas constituem uma característica morfológica marcante das

espécies do gênero (SINOU et al., 2009).

A espécie Bauhinia monandra (Figura 6) está incluída no Reino Plantae,

Divisão Magnoliophyta, Classe Magnoliopsida, Ordem Fabales, Família Fabaceae,

Subfamília Caesalpinioideae, Tribo Cercideae, Gênero Bauhinia. A espécie é

conhecida popularmente por “pata-de-vaca, unha-de-vaca e orquídea-dos-pobres”.

Infusões feitas principalmente com suas folhas são bastante utilizadas na medicina

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popular para o tratamento do diabetes, como antioxidante e como diurética

(ARGOLO et al., 2004).

Figura 6. Características macromorfológicas da Bauhinia monandra. (A) Visão geral da planta; (B) Morfologia da folha

Fonte: (http://luirig.altervista.org/biology/main.php?taxon=Bauhinia+monandra).

Entre as espécies do gênero com propriedades farmacológicas, pode-se citar

a atividade antifúngica de B. manca (ACHENBACH et al., 1998), anti-inflamatória de

B. guianensis (FALCAO et al., 2005), antiulcerogênica de B. racemosa (AKHTAR et

al., 1995), antitumoral de B. variegata (RAJKAPOOR et al., 2003), analgésica de B.

splendens (CECHINEL FILHO et al., 1995) e estimulatória da função tireoidiana por

B. purpurea (PANDA et al., 1999). A ação hipoglicemiante foi observada em estudos

que utilizaram extratos de B. ungulata, B. candicans, B. megalandra e B. forficata

(LEMUS et al., 1999; GONZALEZ-MUJICA et al., 2003; PEPATO et al., 2002).

1.4 Lectina - BmoLL

Uma lectina denominada BmoLL (do inglês, Bauhinia monandra Leaf Lectin)

foi purificada das folhas de Bauhinia monandra, através de cromatografia de

afinidade em gel de guar, em quantidade de miligramas (400 mg / Kg). BmoLL

possui afinidade específica por galactose e é constituída de duas bandas

polipeptídicas reveladas por eletroforese em gel de poliacrilamida contendo sulfato

sódico de dodecila (SDS-PAGE), uma banda principal de 33 KDa, glicosilada, e uma

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outra banda de 26 KDa, não glicosilada. BmoLL apresenta afinidade por eritrócitos

de coelho tratados com glutaraldeído e por eritrócitos humanos tipos B e AB do

sistema ABO (COELHO e SILVA, 2000). As características estruturais e de

bioespecificidade fazem da BmoLL, assim como outras lectinas, ferramenta

molecular com grande potencial biotecnológico.

Vários estudos com a BmoLL têm sido realizados. Rodrigues et al. (2003)

observaram que a BmoLL conseguiu ser incorporada e também adsorvida na

superfície de nanopartículas, mostrando ser ferramenta potencial em medicamentos

de administração oral, com liberação controlada. O comportamento interfacial de

BmoLL e sua habilidade de interagir com monocamadas de lipídeos também foram

estudados por medidas de tensão superficial (ROSILIO et al., 2004). Outros

estudos têm demonstrado que BmoLL possui ação inseticida (MACEDO et al.,

2007), não possui efeito genotóxico e citotóxico e, além disso, possui atividade

antioxidante (SISENANDO et al., 2009). Um biossensor sensível e seletivo para a

serotipagem do vírus da dengue foi desenvolvido com sucesso, utilizando a BmoLL

(ANDRADE et al., 2011). BmoLL foi capaz de aglutinar uma estirpe ativa de

Pseudomonas aeruginosa isolada de folhas da própria B. monandra, podendo

exercer um papel de defesa contra o ataque de fitopatógenos (RAMOS et al.,

2016). Campos et al. (2016) mostraram a ação anti-inflamatória de BmoLL, através

de modelo in vivo de edema de pata induzido por carragenina, e também seu efeito

antinociceptivo, através do método de contorção abdominal induzido por ácido

acético; ambos os resultados mostraram que o efeito da BmoLL sobre os

parâmetros analisados foi dose dependente. Araújo (2015) realizou o teste de

toxicidade oral aguda em camundongos com a BmoLL, de acordo com as

instruções da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE,

2001); nenhuma morte foi detectada na dose inicial de 300 mg/kg e nem na dose de

2000 mg/kg. Os resultados obtidos classificam a BmoLL na categoria 5 (LD50>2000

mg / kg b.w.) que indica que é de toxicidade aguda relativamente baixa.

As lectinas do gênero Bauhinia são moléculas com grande potencial

biotecnológico, no que se refere ao desenvolvimento de novos fármacos inteligentes

para o tratamento do diabetes e de outras diversas desordens metabólicas, visto que

o gênero Bauhinia é bastante explorado quanto ao seu efeito hipoglicemiante. Os

resultados promissores, obtidos por pesquisas desenvolvidas com a BmoLL até o

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momento, impulsionam a busca por conhecimento sobre seu potencial, em condição

de diabetes mellitus tipo 2 (forma prevalente da doença), como agente hipoglicêmico

quando administrada por via oral, considerada a via mais fisiológica, e também

quanto a seus efeitos sobre parâmetros bioquímicos e histológicos. A geração de

conhecimento, nessa perspectiva, pode contribuir para o desenvolvimento de

ferramentas úteis ao tratamento do diabetes mellitus tipo 2.

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2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Avaliar os efeitos da lectina de folhas de Bauhinia monandra (BmoLL) sobre a

glicemia, parâmetros bioquímicos, histológicos e histoquímicos de ratos Wistar com

diabetes mellitus tipo 2 induzido por estreptozotocina.

2.2 Objetivos específicos

- Obter a lectina das folhas de Bauhinia monandra (BmoLL), conforme protocolo já

definido;

- Confirmar a indução de diabetes tipo 2;

- Investigar a interferência da BmoLL sobre os parâmetros de crescimento e

desenvolvimento dos animais;

- Determinar a atividade hipoglicemiante da BmoLL, quando administrada por via

oral (gavagem) em ratos machos tipo Wistar com diabetes mellitus tipo 2;

- Investigar o efeito da BmoLL em doses distintas sobre a glicemia e os parâmetros

bioquimicos;

- Investigar atividade lectínica nas fezes;

- Investigar o efeito da BmoLL sobre a função hepática e renal;

- Investigar a interferência da BmoLL sobre os parâmetros bioquímicos: glicemia,

hemoglobina glicada, insulinemia, amilase pancreática, colesterol, HDL, LDL, ureia,

creatinina, AST-aspartato aminotransferase e ALT-alanina aminotransferase;

- Avaliar os órgãos internos (estômago, fígado, intestinos delgado e grosso, timo,

rins, coração, pulmão, pâncreas e baço) quanto ao peso;

- Investigar histologicamente o efeito do tratamento da BmoLL sobre o estômago,

fígado, intestino, rins e pâncreas;

- Investigar, por histoquímica, a capacidade de interação da BmoLL (conjugada à

peroxidase) com células dos tecidos do estômago, fígado, intestino, rins e pâncreas.

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3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Purificação da lectina das folhas de Bauhinia monandra (BmoLL)

As folhas de B. monandra foram coletadas no campus da Universidade

Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, Brasil (8º03'14"S, 34º52'52"W), para a

purificação lectínica. Um espécimen foi coletado e arquivado no Herbário Dárdano

de Andrade Lima do Instituto Agronômico de Pernambuco, Recife, sob o número

57.462.

Após a coleta, as folhas foram levadas ao Laboratório de Biologia Celular e

Molecular (LABCEMOL) da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA).

As folhas foram limpas e postas para desidratar à sombra, em temperatura

ambiente. Após completa desidratação, foi produzida uma farinha a partir da

trituração das folhas de Bauhinia monandra, a qual foi armazenada a -20 °C até o

uso.

BmoLL foi obtida de acordo com o protocolo de isolamento pré-estabelecido

(COELHO; SILVA, 2000). A farinha das folhas foi submetida à extração (10 %, p/v)

em tampão citrato-fosfato 10 mM, pH 6,5, contendo NaCl 0,15 M, sob agitação

constante por 16 h a 4 °C; em seguida o material foi filtrado e centrifugado a 12000

g, por 15 min a 4 °C, para a obtenção do extrato bruto. O extrato bruto (EB) foi

submetido ao fracionamento proteico com sulfato de amônio a 60 % (p/v), sob

agitação constante por 4 h em temperatura ambiente; em seguida, o material foi

centrifugado a 8000 g, por 20 min a 4 °C, para a obtenção de uma fração proteica

precipitada. A fração foi ressuspendida em tampão de extração e dialisada contra

água destilada durante 2h e, em seguida, contra tampão de extração. A fração

proteica dialisada foi submetida a cromatografia de afinidade em coluna de gel de

guar (guaran), em que a lectina foi adsorvida ao gel e, em seguida, recuperada por

eluição com tampão citrato-fosfato contendo galactose 0,05 M. O pool

cromatográfico eluído foi dialisado contra tampão citrato-fosfato pH 6,5, com três

trocas de 1h para a retirada da galactose e obtenção da BmoLL pura (Figura 7).

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Figura 7: Representação esquemática da purificação da BmoLL

3.2 Determinação da atividade hemaglutinante

A atividade hemaglutinante (AH) das amostras proteicas foi determinada em

placas de microtitulação, por meio de diluições seriadas em NaCl 0,15 M. A cada

diluição, foi adicionado igual volume (50 µL) de uma suspensão, a 2,5 % em NaCl

0,15 M de eritrócitos de coelho ou de eritrócitos humanos do sistema ABO tratados

com glutaraldeído. As placas foram deixadas em repouso por 45 min a 20 °C; em

seguida, o título da AH em cada ensaio foi determinado macroscopicamente como a

maior diluição apresentando total hemaglutinação (CORREIA; COELHO, 1995).

3.3 Determinação do teor proteico solúvel

O teor de proteínas solúveis presentes nas amostras obtidas foi determinado

segundo o método descrito por Lowry et al. (1951), utilizando uma curva padrão de

albumina de soro bovino.

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3.4 Eletroforese em gel de poliacrilamida (PAGE)

O gel de concentração foi preparado na concentração de 3,5 % de

poliacrilamida, em tampão Tris-HCl 0,5 M, pH 6,8, contendo sulfato sódico de

dodecila (SDS) a 1 %. O gel de corrida foi preparado a uma concentração de 12 %

de poliacrilamida, em tampão Tris-HCl 3 M, pH 8,8, contendo SDS a 1 %. A BmoLL

previamente obtida, quantificada e liofilizada, foi solubilizada em tampão Tris-HCl

0,625 M, pH 6,8, contendo SDS a 2 %, glicerol a 10 % e β-mercaptoetanol a 5 %. Foi

adicionado 10 µL de azul de bromofenol a 0,02 % para aplicação da BmoLL ao gel

de concentração. A corrida eletroforética foi realizada sob amperagem constante (25

mA), em temperatura ambiente. Após corrida eletroforética, as bandas proteicas

foram detectadas com o uso de Azul de Coomassie a 1 % (preparado em ácido

acético a 10 %, v/v), seguido de descoloração por lavagens sucessivas com ácido

acético a 10 % (v/v).

3.5 Animais

Antes de iniciar as etapas experimentais com animais, o projeto foi submetido

ao Comitê de Ética em Experimentação Animal da Universidade do Estado do Rio

Grande de Norte (CEUA – UERN), e foi aprovado com parecer sob o número de

protocolo 005/17.

Foram utilizados ratos Wistar (n=30), machos com aproximadamente cinco

dias de vida, obtidos do biotério Central da Universidade do Estado do Rio Grande

do Norte (UERN) e mantidos em gaiolas coletivas, divididos por grupo experimental,

onde permaneceram sob condições controladas de luz (12 h claro/escuro) e

temperatura (22 ± 2 °C), com ração e água ad libitum.

3.6 Indução do diabetes mellitus tipo 2 por estreptozotocina

O DM2 foi induzido nos animais por administração ip de STZ (100 mg/Kg de

massa corporal) diluída em tampão citrato (10 mmol/L, pH 4,5), no quinto dia após o

nascimento. 8 a 10 h após a indução, foi administrada por via ip uma solução de

glicose (2 g/kg de massa corporal), a fim de evitar uma hipoglicemia severa, uma vez

que ocorre liberação excessiva de insulina pelas células apoptóticas do pâncreas

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(ROSA, 2015). Após 10 semanas, a instalação do DM2 foi confirmada através do

teste de tolerância intraperitoneal à glicose (IGTT), por administração ip de glicose (2

g/kg de massa corporal) seguida de medida de glicemia (por punção da cauda do

rato e retirada de sangue suficiente para exame com fita de glicemia para o

glicosímetro G.Tech Free®, SD Standard Diagnostic) nos tempos 0, 30, 60, 90 e 120

min. Animais com elevação da glicemia após administração ip de glicose, e

manutenção de níveis iguais ou acima de 200 mg/dL após 120 min, foram

considerados diabéticos. Os animais que não sofreram indução do diabetes no início

do experimento (grupo de animais sadios, não diabéticos), após 10 semanas foram

submetidos à injeção ip de apenas tampão citrato, pH 4,5, e à medição de glicemia

nos tempos 0, 30, 60, 90 e 120 min.

3.7 Tratamentos

Antes do início dos tratamentos, os animais diabéticos foram divididos em

quatro grupos aleatoriamente, para constituir um grupo de animais para cada

tratamento a ser aplicado, como descrito abaixo. Um grupo controle com animais

não diabéticos também foi formado. Ao total, foram formados cinco grupos (com

n=6, cada grupo) que foram submetidos diariamente por 20 dias, no mesmo horário,

ao método de gavagem com o uso de uma sonda para a introdução do tratamento

líquido no estômago dos animais. Os grupos foram:

Grupo I – controle não diabético (ND), animais sadios tratados com solução tampão

citrato, pH 4,5;

Grupo II – controle diabético (DB), animais diabéticos tratados com solução tampão

citrato, pH 4,5;

Grupo III – Animais diabéticos tratados com 1 mg/Kg/dia de BmoLL (DB1);

Grupo IV – Animais diabéticos tratados com 2 mg/Kg/dia de BmoLL (DB2);

Grupo V – Animais diabéticos tratados com 0,071 mg/Kg/dia do hipoglicemiante

glibenclamida (DBG).

Para a avaliação dos parâmetros de crescimento, foi realizado o controle do

peso corporal no 1º, 5º, 10º, 15º e 20º dia do experimento. Foram também coletadas

as fezes para a realização dos ensaios de AH.

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Após os 20 dias de tratamentos e acompanhamento, os animais foram

sacrificados através de dessangramento com anestesia, de acordo com o código de

ética de utilização de animais para pesquisa, e seus órgãos internos principais foram

retirados e pesados para avaliação (estômago, intestino delgado e grosso, fígado,

pâncreas, rins, timo, coração, pulmão, pâncreas e baço). Para a análise histológica e

histoquímica, foram separados o estômago, intestino delgado e grosso, fígado,

pâncreas e rins.

3.8 Análises bioquímicas

No final do período de tratamentos e acompanhamento, e após jejum de 12

horas, os animais receberam anestesia com cloridrato de cetamina 10% (115 mg/kg)

(1 µL por grama de peso) e xilazina 2% (10mg/kg) (0,5 µL por grama de peso) e foi

realizada punção cardíaca para a coleta de amostras de sangue, que foram

devidamente acondicionadas e encaminhadas para um laboratório de análises

bioquímicas. Foram analisados os parâmetros séricos de colesterol total, HDL, LDL,

triglicerídeos, alanina aminotransferase (ALT), aspartato aminotransferase (AST),

amilase pancreática, ureia e creatinina, por automação (A-15, Biosystems)

utilizando-se seus respectivos kits enzimáticos colorimétricos. As concentrações

plasmáticas de hemoglobina glicada (HbA1C) e de insulina foram determinadas

pelos seguintes métodos respectivamente: HPLC (cromatografia líquida de alta

performance) e eletroquimioluminescência.

3.9 Atividade lectínica nas fezes

Foram realizados ensaios de AH para verificar a possível presença de lectina

ativa nos extratos fecais dos grupos DB1, DB2 e DB, a partir de fezes coletadas no

último dia do experimento. Para a obtenção do extrato bruto foi utilizado tampão

citrato-fosfato 10 mM, pH 6,5, contendo NaCl 0,15 M, sob agitação constante por 16

h a 4 °C; em seguida o material foi filtrado e centrifugado a 12000 g, por 15 min a 4

°C. Os demais procedimentos adotados para determinar a AH nas fezes seguiram a

metodologia descrita n o item 3.2.

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3.10 Histologia e histoquímica com BmoLL-HRP

3.10.1 Coleta e processamento de órgãos

Após a eutanásia dos animais, os seguintes órgãos foram retirados para

análise histológica e histoquímica: estômago, intestino delgado e grosso, fígado,

pâncreas e rins. Os órgãos foram inicialmente fixados em formaldeído a 10 %,

tamponados por um período de 24 h e depois transferidos para recipientes contendo

álcool etílico a 70 % em água destilada, onde permaneceram por cerca de 72 h. Em

seguida, os órgãos foram desidratados em série alcoólica de concentração

crescente (80 % por 1 h, 90 % por 1 h, 95 % por 1 h, 100 % em dois banhos de 1 h

cada), diafanizados em xilol (duas passagens de 2 h), impregnados com parafina

histológica (duas passagens de 2 h, em estufa a 60 °C) e incluídos em blocos de

parafina.

3.10.2 Análise histológica

Os blocos foram seccionados em micrótomo Olympus, modelo CUT 4055 II,

em secções com 4,0 µm de espessura. As secções foram em seguida

desparafinizadas em xilol (2 3 min) e hidratadas em série alcoólica de

concentração decrescente até água pura (100 % 2 min, 95 % 2 min, 70 % 2

min e água destilada). As secções foram coradas com hematoxilina & eosina, em

seguida, foram observadas por microscopia utilizando microscópio óptico (aumento

10X e 40X) com câmera de vídeo acoplada a um computador, contendo um

programa para análise de imagens.

3.10.3 Conjugação BmoLL-HRP

Para realizar a marcação histoquímica, a BmoLL foi conjugada a peroxidase.

BmoLL (3 mg/ml) foi dialisada a 4 °C, contra tampão fosfato de sódio 0,1 M, pH 6,8

(preparado em água destilada), com uma troca após 2 h. Em seguida, BmoLL foi

misturada ao carboidrato inibidor (D-galactose, 0,3 M), com leve agitação manual.

Peroxidase (HRP, 9 mg) foi acrescentada à solução da BmoLL com uma leve

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agitação manual novamente. Foram adicionados 50 µL de glutaraldeído a 1 %, gota

a gota. A mistura foi deixada em repouso durante 2 h, em temperatura ambiente. Em

seguida, o material (BmoLL conjugada a HRP) foi dialisado a 4 °C, overnight, contra

tampão fosfato de sódio 0,01 M, pH 6,8 (preparado em NaCl 0,15 M), com uma troca

antes das últimas 2 h.

3.10.4 Análise histoquímica com BmoLL-HRP

Para avaliar a potencial interação da BmoLL isolada com células dos órgãos

dos animais (não diabéticos ou diabéticos), após a infiltração em parafina, os blocos

dos órgãos dos animais dos grupos I e II (não diabéticos e diabéticos, tratados com

solução tampão citrato, pH 4,5) foram seccionados em secções com 4,0 µm de

espessura. As secções foram aderidas a lâminas albuminizadas, desparafinizadas

em xilol e hidratadas por imersão em soluções graduadas de álcool (de 100 a 70 %).

Em seguida, as secções foram tratadas com solução de tripsina (0,1 %, p/v, em PBS

10 mM, pH 7,2, contendo NaCl 0,15 M) por 2 min, a 37 °C. Em seguida, as secções

foram tratadas, por imersão, com solução de peróxido de hidrogênio metanólico (0,3

%, v/v) por 15 min, a 25 °C. Após cada passo, os cortes foram lavados (2x) por 5

min, por imersão em PBS 10 mM, pH 7,2, contendo NaCl 0,15 M.

Para a histoquímica com BmoLL, as secções foram finalmente incubadas com

a lectina conjugada à peroxidase (BmoLL-HRP, concentração de 20 µg/mL), por 2 h,

a 4 °C. Para controle de inibição da ligação lectínica, secções foram incubadas com

a lectina conjugada e na presença do carboidrato inibidor (D-galactose, 0,3 M). Após

tempo de incubação, as secções foram lavadas (por 5 min) com PBS 0,01 M, pH

7,2, contendo NaCl 0,15 M. A marcação lectínica das secções foi avaliada através

da reação da peroxidase, revelada por incubação das secções por imersão em PBS

(50 mL) contendo diaminobenzidina (DAB, 10 mg) e solução de peróxido de

hidrogênio (10 µL) nessas proporções, por 5 a 8 min. Após marcação lectínica, as

secções foram contra-coradas com hematoxilina, cobertas com lamínula e bálsamo

do Canadá e avaliadas por microscopia óptica. Foram observados parâmetros de

normalidades morfológicas, presença de granulações, vacuolizações e tipos

celulares e tecidos que apresentaram marcação por BmoLL-HRP. A escala de

intensidade da marcação foi determinada como o padrão observado na maioria das

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células nas secções, criando um score: 0– nenhuma marcação; 1- mínima

marcação; 2- marcação moderada; 3- marcação intensa. Os controles foram também

avaliados. Imagens digitais foram obtidas com um sistema de análise de imagens

(software NIS- Elements F version 2.30 – NikonR, USA).

3.11 Análises estatísticas

Os resultados foram avaliados quanto à normalidade pelo teste Shapiro-Wilk.

Para comparação múltipla de resultados paramétricos, foi utilizada ANOVA seguida

de teste de Tukey. Os resultados obtidos a partir dos diferentes tratamentos in vivo

foram considerados diferentes estatisticamente quando p<0,05. Os dados foram

expressos como média ± desvio padrão da média. Todas as análises estatísticas

foram realizadas utilizando o software Graph Pad Prism 6.0.

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- 58 -

4. RESULTADOS

4.1 Obtenção da lectina das folhas de Bauhinia monandra (BmoLL)

A lectina das folhas de Bauhinia monandra (BmoLL) foi isolada conforme

protocolo já pré-estabelecido. A fração proteica (0-60%) foi obtida e dialisada a partir

do EB que apresentou títulos de AH com eritrócitos glutarizados humanos tipos O e

AB (AH: 32-1) e com eritrócitos de coelho (AH: 2.048-1), confirmando a presença

lectínica na preparação. A fração revelou também uma elevada concentração

proteica de 137,78 mg/mL. A cromatografia da fração em gel de Guar resultou na

obtenção de um pool proteico; após diálise, o ensaio de AH com eritrócitos

glutarizados de humano (tipo O) e de coelho determinou títulos de AH:16-1 e a

dosagem proteica de 0,52 mg/mL revelando atividade lectínica no pool proteico,

denominado BmoLL.

A eletroforese (SDS-PAGE) revelou duas bandas proteicas, uma banda

principal de 33 KDa e outra banda de 26 KDa, equivalentes as duas subunidades da

BmoLL já descritas na literatura (COELHO; SILVA, 2000) como uma lectina com

afinidade ao carboidrato galactose. Desta forma, confirmou-se o isolamento da

BmoLL..

4.2 Confirmação da indução do diabetes mellitus – Teste de Tolerância

Intraperitoneal à Glicose (IGTT)

Após a administração de glicose ip, o IGTT revelou que todos os grupos de

animais previamente submetidos à indução do diabetes por STZ apresentaram

elevação e manutenção da glicemia em níveis superiores a 200 mg/dL após 120

min; portanto, foram considerados diabéticos (Tabela 6 e Figura 8). A glicemia basal

do grupo controle manteve-se, durante todo o teste, muito abaixo de 200 mg/dL,

enquanto que nos demais grupos experimentais, a glicemia basal após 120 min

apresentou-se ≥ 250 mg/dL, confirmando assim a instalação do DM nos grupos de

animais que sofreram indução.

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Tabela 6. Teste de Tolerância Intraperitoneal a Glicose (IGTT), para confirmação da instalação do diabetes.

ND – animais sadios; STZ1, STZ2, STZ3, STZ4 – animais submetidos a indução do diabetes por estreptozotocina.

Figura 8. Teste de Tolerância Intraperitoneal a Glicose

T e m p o

Gli

ce

mia

mg

/dL

0 3 0 6 0 9 0 1 2 0

0

2 0 0

4 0 0

6 0 0

N D

S T Z 1

S T Z 2

S T Z 3

S T Z 4

ND – animais sadios; STZ1, STZ2, STZ3, STZ4 – animais submetidos à indução do diabetes por estreptozotocina.

4.3 Curva de crescimento

A figura 9 apresenta a curva de crescimento dos animais (média dos grupos)

durante os 20 dias de tratamentos, obtida através da pesagem realizada no 1º, 5º,

10º, 15º e 20º dia do experimento (Tabela 7). Os animais que foram induzidos a

desenvolver diabetes (grupos DB1, DB2, DBG e DB) tiveram peso inicial

respectivamente inferior ao grupo ND, com diferença estatística significativa

(p<0,0001), mantendo-se assim até o final do tratamento, o que reflete a

GRUPOS TEMPO

0 MIN 30 MIN 60 MIN 90 MIN 120 MIN

ND 85,6 ± 5,0 131,5 ± 4,0 120,5 ± 4,3 115,0 ± 2,8 117,0 ± 2,9 STZ1 264,1 ± 4,4 465,6 ± 7,6 483,3 ± 8,2 439,6 ± 6,1 384,6 ± 4,6 STZ2 291,8 ± 6,7 481,0 ± 5,1 434,3 ± 6,4 417,6 ± 5,1 350,6 ± 6,6 STZ3 159,0 ± 4,6 361,5 ± 4,0 377,1 ± 3,6 321,1 ± 4,0 271,5 ± 4,9 STZ4 332,8 ± 5,7 492,5 ± 4,5 480,6 ± 5,0 426,8 ± 5,9 358,8 ± 5,1

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interferência da patologia no crescimento dos animais. O peso inicial dos grupos

DB1 (117,50 ± 4,9) e DB2 (132,13 ± 3,9) mostrou diferença estatística (p<0,0001),

porém essa diferença foi diminuindo ao longo do tratamento (no 5º dia, p<0,001; no

10º dia, p<0,05) e, a partir do 15º dia, não houve mais diferença estatística (p>0,05)

entre o peso dos animais dos grupos DB1 e DB2. Os grupos DB1 e DBG também

apresentaram diferença estatística sobre o peso (p<0,0001) no 1º, 5º e 10º dia;

porém, a partir do 15º dia, DB1 e DBG não apresentaram mais diferença estatística

(p>0,05). Quando comparado o peso dos grupos DB1 e DB, não houve diferença

estatística (p>0,05) entre os grupos até o 10º dia; porém, a partir do 15º dia houve

diferença estatística significativa (p<0,0001) na evolução do peso dos animais. Os

grupos DB2 e DBG, quando comparados com DB, apresentaram diferença

estatística significativa (p<0,0001) sobre o peso do início até o final do período

experimental. A comparação da evolução do peso entre os grupos DB2 e DBG não

revelou diferença estatística (p>0,05). O grupo DB foi o que apresentou menor

evolução no peso, quando comparado com os demais grupos, o que pode ser

devido à ausência do tratamento para o controle da glicemia.

Figura 9. Curva de crescimento de ratos machos Wistar (n=6) submetidos a diferentes tratamentos por 20 dias.

D ia s

Pe

so

(g

)

0 5 1 0 1 5 2 0

0

5 0

1 0 0

1 5 0

2 0 0

2 5 0N D

D B 1

D B 2

D B G

D B

ND- animais sadios tratados com solução tampão citrato, pH 4,5; DB1- animais diabéticos tratados com BmoLL 1 mg/Kg/dia; DB2- animais diabéticos tratados com BmoLL 2 mg/Kg/dia; DBG- animais diabéticos tratados com o hipoglicemiante glibenclamida 0,071 mg/Kg/dia; DB- animais diabéticos tratados com solução tampão citrato, pH 4,5.

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Tabela 7. Peso dos animais, obtido no 1º, 5º, 10º, 15º e 20° dia, submetidos a diferentes tratamentos por 20 dias.

Valores expressos como média ± desvio padrão (DP); médias na mesma coluna com letras distintas representam diferenças estatisticas significativas (p<0,05) entre si. ND – animais sadios tratados com solução tampão citrato, pH 4,5; DB1 - animais diabéticos tratados com BmoLL 1 mg/Kg/dia; DB2 – animais diabéticos tratados com BmoLL 2 mg/Kg/dia; DBG - animais diabéticos tratados com o hipoglicemiante glibenclamida 0,071 mg/Kg/dia; DB – animais diabéticos tratados com solução tampão citrato, pH 4,5.

A tabela 8 apresenta o ganho de peso relativo dos animais submetidos a

diferentes tratamentos por 20 dias. Os grupos DB1 e DB tiveram peso inicial igual,

sem diferença estatística (p>0,05), porém o ganho de peso (considerando o peso

inicial) no grupo DB1 foi de +42,4 % ± 5,1, enquanto que no grupo DB foi de +25,4 %

± 4,0, com diferença estatística significativa (p<0,0001).

Tabela 8. Ganho de peso relativo por animais submetidos a diferentes tratamentos por 20 dias. O cálculo foi baseado no peso dos animais no início e no final do experimento.

Valores expressos como média ± desvio padrão (DP); médias na mesma coluna com letras distintas representam diferenças estatisticas significativas (p<0,05) entre si. ND – animais sadios tratados com solução tampão citrato, pH 4,5; DB1 - animais diabéticos tratados com BmoLL 1 mg/Kg/dia; DB2 – animais diabéticos tratados com BmoLL 2 mg/Kg/dia; DBG - animais diabéticos tratados com o hipoglicemiante glibenclamida 0,071 mg/Kg/dia; DB – animais diabéticos tratados com solução tampão citrato, pH 4,5.

4.4 Avaliações dos parâmetros bioquímicos: glicemia, hemoglobina glicada,

insulinemia, amilase pancreática

- GLICEMIA DE JEJUM

A tabela 9 e a figura 10 apresentam a glicemia de jejum dos animais

submetidos a diferentes tratamentos, verificada no 1º, 5º, 10º, 15º e 20º dia do

GRUPOS

1º DIA DIAS

5º DIA 10º DIA 15º DIA 20º DIA

ND 168,93 ± 5,0a

179,48 ± 4,2a

196,50 ± 5,6a

203,67 ± 6,8a

205,67 ± 4,5a

DB1 117,50 ± 4,9b

125,83 ± 4,1b

137,77 ± 4,1b

158,50 ± 5,7b

167,17 ± 4,5b

DB2 132,13 ± 3,9c

137,58 ± 3,8c

147,07 ± 3,8c

154,07 ± 3,3b

162,67 ± 3,2b

DBG 135,02 ± 3,5c

143,85 ± 3,1c

153,60 ± 2,6c

165,72 ± 3,1b

174,03 ± 2,9b

DB 115,23 ± 3,1b

124,90 ± 3,0b

131,47 ± 2,2b

139,10 ± 2,8c

144,48 ± 3,1c

GRUPOS Peso Inicial

(g) Peso Final

(g) Ganho (+) de peso

relativo (g) % Ganho (+) de peso

relativo

ND 168,93 ± 5,0a

205,67 ± 4,5a

+37 ± 3,9 +21,8% ± 2,7

DB1 117,50 ± 4,9b

167,17 ± 4,5b +50 ± 4,5 +42,4% ± 5,1

DB2 132,13 ± 3,9c

162,67 ± 3,2b

+31 ± 2,8 +23,1% ± 2,6

DBG 135,02 ± 3,5c

174,03 ± 2,9b

+39 ± 4,8 +29,1% ± 3,7

DB 115,23 ± 3,1b

144,48 ± 3,1c

+29 ± 3,9 +25,4% ± 4,0

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período experimental. A média da glicemia de jejum do grupo ND durante os 20 dias

de acompanhamento foi de 84,63 ± 0,78 mg/dL. Os grupos DB1 e DB2 mostraram

diferença estatística (p<0,0001) na glicemia de jejum antes mesmo de iniciar o

tratamento, e mantiveram essa diferença até o 15º dia; porém, no 20º dia

apresentaram níveis glicêmicos iguais, sem diferença estatística (p>0,05). Os grupos

diabéticos tratados com BmoLL em diferentes doses apresentam redução da

glicemia desde a primeira semana de tratamento, com níveis de glicose sanguínea

abaixo do usado como parâmetro para considerar os ratos como diabéticos (ou seja,

inferior a 200 mg/dL), mostrando que houve influência da lectina estudada sobre

controle da glicemia. Não houve diferença estatística (p>0,05) da glicemia no 20º dia

entre os grupos DB1 e DB2 e o grupo DBG. Quando comparada a glicemia dos

grupos ND e DBG, observou-se diferença estatística (p<0,0001) até o 10º dia;

porém, a partir do 15º dia, passaram a apresentar níveis glicêmicos estatisticamente

iguais (p>0,05). O grupo DB mostrou um aumento significativo na concentração de

glicose no sangue (p <0,0001), quando comparado com o grupo ND, atingindo níveis

superiores a 400 mg/dL a partir do 10º dia. Ao longo de todo o experimento, o grupo

DB apresentou glicemia superior quando comparado com os demais grupos (ND,

DB1, DB2 e DBG), com diferença estatística significativa (p<0,0001).

Tabela 9. Concentrações plasmáticas de glicemia (mg/dL) em jejum dos animais submetidos a diferentes tratamentos por 20 dias.

Valores expressos como média ± desvio padrão (DP); médias na mesma coluna com letras distintas representam diferenças estatisticas significativas (p<0,05) entre si. ND – animais sadios tratados com solução tampão citrato, pH 4,5; DB1 - animais diabéticos tratados com BmoLL 1 mg/Kg/dia; DB2 – animais diabéticos tratados com BmoLL 2 mg/Kg/dia; DBG - animais diabéticos tratados com o hipoglicemiante glibenclamida 0,071 mg/Kg/dia; DB – animais diabéticos tratados com solução tampão citrato, pH 4,5.

GRUPOS Glicemia em jejum

antes do tratamento

Glicemia (mg/dL)

DIAS 5º DIA 10º DIA 15º DIA 20º DIA

ND 85,6 ± 5,0e

84,8 ± 5,6e

84,5 ± 5,6d

83,5 ± 5,2d

84,6 ± 4,0c

DB1 264,1 ± 4,4c

161,0 ± 6,9b

157,3 ± 6,7b

138,0 ± 6,8b

106,5 ± 5,9b

DB2 291,8 ± 6,7b

139,1 ± 4,6c

115,6 ± 4,6c

111,5 ± 5,1c

106,6 ± 4,6b

DBG 159,0 ± 4,6d

103,0 ± 5,0d

104,5 ± 4,8c

95,0 ± 5,5d

95,0 ± 5,5bc

DB 332,8 ± 5,7

a 351,1 ± 3,8

a 409,3 ± 4,1

a 409,6 ± 5,2

a 411,8 ± 4,4

a

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Figura 10. Concentrações plasmáticas de glicemia (mg/dL) em jejum dos animais submetidos a diferentes tratamentos por 20 dias.

D ia s

Gli

ce

mia

mg

/dL

0 5 1 0 1 5 2 0 2 5

0

1 0 0

2 0 0

3 0 0

4 0 0

5 0 0

N D

D B 1

D B 2

D B G

D B

ND- animais sadios tratados com solução tampão citrato, pH 4,5; DB1- animais diabéticos tratados com BmoLL 1 mg/Kg/dia; DB2- animais diabéticos tratados com BmoLL 2 mg/Kg/dia; DBG- animais diabéticos tratados com o hipoglicemiante glibenclamida 0,071 mg/Kg/dia; DB- animais diabéticos tratados com solução tampão citrato, pH 4,5.

A diferença obtida entre a glicemia plasmática inicial e após 20 dias de

tratamento nos grupos DB1 e DB2 foi bastante significativa (p<0,0001), revelando

uma ação hipoglicemiante da BmoLL (Tabela 10). Ao final do experimento (no 20º

dia), os grupos DB1 e DB2 apresentaram diferença estatística na glicemia de jejum,

quando comparados aos grupos ND e DB, e foram iguais estatisticamente ao grupo

DBG (p>0,05). Vale destacar que a glicemia de jejum inicial dos grupos DB1 e DB2

foram bem superiores ao do grupo DBG, mas ao longo dos 20 dias de tratamento

com BmoLL os grupos DB1 e DB2 conseguiram atingir níveis glicêmicos

semelhantes ao hipoglicemiante (GLB).

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Tabela 10. Concentrações plasmáticas de glicemia (mg/dL) em jejum dos animais antes e após 20 dias submetidos a diferentes tratamentos.

GRUPOS Glicemia em

jejum antes do tratamento

Glicemia em jejum após 20

dias tratamento

Aumento (+) ou diminuição (-) da

glicemia plasmática

% Aumento (+) ou diminuição (-) da

glicemia plasmática

ND 85,6 ± 5,0e 84,6 ± 4,0

c - 1,0 ± 5,3 - 0,9% ± 6,7

DB1 264,1 ± 4,4c

106,5 ± 5,9b

- 157,6 ± 7,3 - 59,7% ± 2,5

DB2 291,8 ± 6,7b

106,6 ± 4,6b

-185,2 ± 7,9 - 63,4% ± 1,9

DBG 159,0 ± 4,6d

95,0 ± 5,5bc

- 64,0 ± 8,0 - 40,1% ± 4,9

DB 332,8 ± 5,7a

411,8 ± 4,4a

+79,0 ± 5,5 + 23,8% ± 2,1

Valores expressos como média ± desvio padrão (DP); médias na mesma coluna com letras distintas representam diferenças estatisticas significativas (p<0,05) entre si. ND – animais sadios tratados com solução tampão citrato, pH 4,5; DB1 - animais diabéticos tratados com BmoLL 1 mg/Kg/dia; DB2 – animais diabéticos tratados com BmoLL 2 mg/Kg/dia; DBG - animais diabéticos tratados com o hipoglicemiante glibenclamida 0,071 mg/Kg/dia; DB – animais diabéticos tratados com solução tampão citrato, pH 4,5.

- HEMOGLOBINA GLICADA (HbA1C)

A média percentual de HbA1C apresentada por cada grupo no último dia dos

tratamentos está representada na figura 11. O grupo ND apresentou percentual de

HbA1C de 4,52 ± 0,28 %, resultado estatisticamente diferente (p<0,0001) dos

valores apresentados pelos grupos DB1 (7,57 ± 0,32 %), DB2 (8,55 ± 0,37%) e DBG

(8,82 ± 0,57%). Todos os grupos foram diferentes estatisticamente (p<0,0001) do

grupo DB (12,39 ± 1,62 %).

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Figura 11. Hemoglobina glicada (HbA1C) % dos animais submetidos a diferentes tratamentos por 20 dias.

Hb

A1

C %

ND

DB

1

DB

2

DB

GD

B

0

5

1 0

1 5

d

b

c

b

a

ND- animais sadios tratados com solução tampão citrato, pH 4,5; DB1- animais diabéticos tratados com BmoLL 1 mg/Kg/dia; DB2- animais diabéticos tratados com BmoLL 2 mg/Kg/dia; DBG- animais diabéticos tratados com o hipoglicemiante glibenclamida 0,071 mg/Kg/dia; DB- animais diabéticos tratados com solução tampão citrato, pH 4,5. Os dados representam média ± DP (n=6), letras distintas representam diferença estatitistica significativa (p<0,05), entre si.

- INSULINEMIA

A figura 12 corresponde aos resultados séricos de insulina nos grupos

experimentais, obtidos no último dia dos tratamentos. Todos os grupos de animais

diabéticos apresentaram valores significativamente similares e reduzidos de insulina

secretada (DB1: 0,25 ± 0,12 µU/mL; DB2: 0,24 ± 0,04 µU/mL; DBG: 0,27 ± 0,10

µU/mL; DB: 0,35 ± 0,19 µU/mL), com níveis plasmáticos de, em média, 0,28 ± 0,05

µU/mL, diferindo estatisticamente (p<0,0001) do grupo ND, o qual apresentou valor

médio de 1,17 ± 0,24 µU/mL. Os valores de insulinemia obtidos confirmam mais uma

vez o desenvolvimento do DM nos grupos experimentais (DB1, DB2, DBG e DB),

sugerindo que houve comprometimento nas células pancreáticas, e

consequentemente diminuição na produção de insulina, quadro característico do

DM2.

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Figura 12. Insulinemia (µU/mL) dos animais submetidos a diferentes tratamentos por 20 dias.

ND

DB

1

DB

2

DB

GD

B

0 .0

0 .5

1 .0

1 .5 a

bbb

b

U

/mL

ND- animais sadios tratados com solução tampão citrato, pH 4,5; DB1- animais diabéticos tratados com BmoLL 1 mg/Kg/dia; DB2- animais diabéticos tratados com BmoLL 2 mg/Kg/dia; DBG- animais diabéticos tratados com o hipoglicemiante glibenclamida 0,071 mg/Kg/dia; DB- animais diabéticos tratados com solução tampão citrato, pH 4,5. Os dados representam média ± DP (n=6), letras distintas representam diferença estatitistica significativa (p<0,05), entre si.

- AMILASE PANCREÁTICA

Os níveis séricos de amilase nos grupos experimentais foi o parâmetro

bioquímico utilizado para avaliar a função pancreática, visto que a mesma tem alta

especificidade para indicar lesão no pâncreas. Os níveis de amilase foram

significativamente baixos em todos os grupos de animais diabéticos (DB1, DB2,

DBG e DB), com diferença estatística (p<0,0001) quando comparados ao grupo ND

que apresentou uma média de 1456 ± 4,52 UI/L. Apesar dos valores séricos médios

de amilase terem sido próximos nos grupos de animais diabéticos (DB1: 496,5 ±

7,77 UI/L; DB2: 422,0 ± 8,55 UI/L; DBG: 525,17 ± 8,82; DB: 405,3 ± 12,39), houve

diferença estatística (p<0,05) entre os grupos (Figura 13).

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- 67 -

Figura 13. Amilase (UI/L) dos animais submetidos a diferentes tratamentos por 20 dias.

UI/

L

ND

DB

1

DB

2

DB

GD

B

0

5 0 0

1 0 0 0

1 5 0 0

2 0 0 0

a

bcd e

ND- animais sadios tratados com solução tampão citrato, pH 4,5; DB1- animais diabéticos tratados com BmoLL 1 mg/Kg/dia; DB2- animais diabéticos tratados com BmoLL 2 mg/Kg/dia; DBG- animais diabéticos tratados com o hipoglicemiante glibenclamida 0,071 mg/Kg/dia; DB- animais diabéticos tratados com solução tampão citrato, pH 4,5. Os dados representam média ± DP (n=6), letras distintas representam diferença estatitistica significativa (p<0,05)entre si.

4.5 Avaliação da função hepática

Os níveis séricos das enzimas hepáticas ALT/TGP - alanina transaminase (ou

transaminase glutâmico pirúvica) (Figura 14) e AST/TGO - aspartato transaminase

(ou transaminase glutâmico oxalacética) (Figura 15) são utilizados como indicadores

da função hepática. As mesmas foram dosadas após 20 dias de tratamento, a fim de

se investigar possíveis ações da BmoLL sobre a função hepática. As atividades dos

marcadores de lesão hepática, ALT/TGP e AST/TGO, foram significativamente

reduzidas (p<0,0001) em ratos com diabetes induzido por STZ, após tratamento com

1 ou 2 mg/Kg/dia de BmoLL (grupos DB1 e DB2), quando comparado com o grupo

DB. Os valores de ALT/TGP obtidos nos grupos DB1 e DB2 foram, em média, de

68,87 ± 4,4 UI/L e 72,48 ± 1,03 UI/L, respectivamente, e não apresentaram diferença

estatística entre si (p>0,05); porém esses grupos tiveram uma redução significativa

da atividade ALT/TGP, em comparação com o grupo DB (155,33 ± 3,67 UI/L), de

55,66 % (DB1) e 53,34 % (DB2). O grupo DBG apresentou nível sérico médio de

ALT/TGP de 64,50 ± 5,09 UI/L, com uma redução de 58,48% em relação ao grupo

DB. A dosagem da ALT/TGP no grupo ND revelou nível médio de 48,83 ± 5,98 UI/L,

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- 68 -

mostrando diferença estatística (p<0,0001) em relação aos demais grupos

experimentais.

Figura 14. ALT/TGP (UI/L) dos animais submetidos a diferentes tratamentos por 20 dias.

UI/

L

ND

DB

1

DB

2

DB

GD

B

0

1 0 0

2 0 0

3 0 0

d

b c b

a

c

ND- animais sadios tratados com solução tampão citrato, pH 4,5; DB1- animais diabéticos tratados com BmoLL 1 mg/Kg/dia; DB2- animais diabéticos tratados com BmoLL 2 mg/Kg/dia; DBG- animais diabéticos tratados com o hipoglicemiante glibenclamida 0,071 mg/Kg/dia; DB- animais diabéticos tratados com solução tampão citrato, pH 4,5. Os dados representam média ± DP (n=6), letras distintas representam diferença estatitistica significativa (p<0,05), entre si.

A atividade da AST/TGO do grupo ND apresentou diferença estatística

(p<0,0001) dos demais grupos experimentais, o qual mostrou nível médio de 119,17

± 4,96 UI/L. Os grupos DB1 (101,93 ± 3,46 UI/L) e DB2 (97,45 ± 1,33 UI/L)

apresentaram diferença significativa (p<0,0001) em relação ao grupo DB (142,15 ±

1,47 UI/L), com níveis reduzidos de atividade da AST/TGO em 28,3 % (DB1) e 31,45

% (DB2). O grupo DBG também apresentou níveis reduzidos de AST/TGO (100,50 ±

3,83 UI/L), com redução de 29,3 % comparado ao grupo DB. Com relação a esse

parâmetro, o grupo de animais tratados com a glibenclamida apresentou resultado

semelhante aos grupos tratados com a BmoLL.

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- 69 -

Figura 15. AST/TGO (UI/L) dos animais submetidos a diferentes tratamentos por 20 dias.

UI/

L

ND

DB

1

DB

2

DB

GD

B

0

5 0

1 0 0

1 5 0

2 0 0

b

ccc

a

ND- animais sadios tratados com solução tampão citrato, pH 4,5; DB1- animais diabéticos tratados com BmoLL 1 mg/Kg/dia; DB2- animais diabéticos tratados com BmoLL 2 mg/Kg/dia; DBG- animais diabéticos tratados com o hipoglicemiante glibenclamida 0,071 mg/Kg/dia; DB- animais diabéticos tratados com solução tampão citrato, pH 4,5. Os dados representam média ± DP (n=6), letras distintas representam diferença estatitistica significativa (p<0,05), entre si.

4.6 Avaliação da função renal

Os níveis de ureia e creatinina, conhecidos como marcadores de função

renal, são mostrados nas figuras 16 e 17. Após 20 dias de tratamento com BmoLL

em diferentes doses, os grupos de animais diabéticos apresentaram níveis de ureia

(DB1: 48,93 ± 4,57 mg/dL; DB2: 52,37 ± 2,24 mg/dL) e de creatinina (DB1: 0,18 ±

0,04 mg/dL; DB2: 0,15 ± 0,02 mg/dL) estatisticamente semelhantes (p>0,05) ao

grupo ND (ureia: 56,23 ± 5,50; creatinina: 0,40 ± 0,04 mg/dL). O nível de ureia do

grupo DBG (40,83 ± 5,31 mg/dL) diferiu estatisticamente dos grupos DB1 (p<0,05) e

DB2 (p<0,001); por outro lado, o valor de creatinina do grupo DBG (0,16 ± 0,03

mg/dL) não apresentou diferença estatística (p>0,05) em relação aos grupos DB1 e

DB2. O grupo DB apresentou níveis bastante elevados de ureia (95,77 ± 3,01 mg/dL)

e de creatinina (1,55 ± 0,65 mg/dL), com diferença estatística significativa (p<0,0001)

em relação aos demais grupos experimentais.

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- 70 -

Figura 16. Ureia (mg/dL) dos animais submetidos a diferentes tratamentos por 20 dias.

mg

/dL

ND

DB

1

DB

2

DB

GD

B

0

5 0

1 0 0

1 5 0

bb b

c

a

ND- animais sadios tratados com solução tampão citrato, pH 4,5; DB1- animais diabéticos tratados com BmoLL 1 mg/Kg/dia; DB2- animais diabéticos tratados com BmoLL 2 mg/Kg/dia; DBG- animais diabéticos tratados com o hipoglicemiante glibenclamida 0,071 mg/Kg/dia; DB- animais diabéticos tratados com solução tampão citrato, pH 4,5. Os dados representam média ± DP (n=6), letras distintas representam diferença estatitistica significativa (p<0,05), entre si. Figura 17. Creatinina (mg/dL) dos animais submetidos a diferentes tratamentos por 20 dias.

mg

/dL

ND

DB

1

DB

2

DB

GD

B

0 .0

0 .5

1 .0

1 .5

2 .0

2 .5

a

b

b

bb

ND- animais sadios tratados com solução tampão citrato pH 4,5; DB1- animais diabéticos tratados com BmoLL 1 mg/Kg/dia; DB2- animais diabéticos tratados com BmoLL 2 mg/Kg/dia; DBG- animais diabéticos tratados com o hipoglicemiante glibenclamida 0,071 mg/Kg/dia; DB- animais diabéticos tratados com solução tampão citrato, pH 4,5. Os dados representam média ± DP (n=6), letras distintas representam diferença estatitistica significativa (p<0,05), entre si.

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- 71 -

4.7 Avaliação do perfil lipídico

4.7.1 Colesterol, HDL, LDL

A avaliação do perfil lipídico foi realizada pela dosagem de colesterol total,

frações LDL, HDL e triglicerídeos (Figuras 18, 19, 20 e 22). Conforme apresentado

na figura 18, os níveis de colesterol nos grupos ND (61,67 ± 4,13 mg/dL), DB1

(64,72 ± 2,82 mg/dL), DB2 (63,85 ± 1,41 mg/dL) e DBG (60,17 ± 3,31 mg/dL) foram

semelhantes (p>0,05), porém apresentaram diferença significativa quando

comparados ao nível de colesterol do grupo DB (86,93 ± 0,93 mg/dL) (p<0,0001).

Figura 18. Colesterol total (mg/dL) dos animais submetidos a diferentes tratamentos por 20 dias.

mg

/dL

ND

DB

1

DB

2

DB

GD

B

0

2 0

4 0

6 0

8 0

1 0 0

bb

bb

a

ND- animais sadios tratados com solução tampão citrato, pH 4,5; DB1- animais diabéticos tratados com BmoLL 1 mg/Kg/dia; DB2- animais diabéticos tratados com BmoLL 2 mg/Kg/dia; DBG- animais diabéticos tratados com o hipoglicemiante glibenclamida 0,071 mg/Kg/dia; DB- animais diabéticos tratados com solução tampão citrato, pH 4,5. Os dados representam média ± DP (n=6), letras distintas representam diferença estatitistica significativa (p<0,05), entre si.

Como pode ser observado na figura 19, os grupos de animais diabéticos

tratados com a BmoLL apresentaram níveis de LDL significativamente reduzidos

(DB1: 12,45 ± 1,69 mg/dL; DB2: 8,77 ± 0,27 mg/dL) (p<0,0001), quando comparados

aos grupos ND (19,85 ± 1,87 mg/dL) e DB (31,67 ± 0,92 mg/dL). Houve diferença

significante entre o grupo DB1 e DB2 (p<0,01), sendo observada a maior redução de

LDL no grupo DB2. O nível de LDL quantificado no grupo DBG (9,30 ± 2,33 mg/dL)

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- 72 -

foi considerado estatisticamente igual ao DB2 (p>0,05), porém apresentou diferença

estatística em relação aos grupos ND (p<0,0001), DB1 (p<0,05) e DB (p<0,0001).

Os resultados apontam que a BmoLL em ambas as doses foi efetiva na redução do

LDL, o que pode ser considerado um resultado positivo visto que o excesso de

partículas LDL está correlacionado com riscos de desenvolvimento de doenças

cardiovasculares.

Figura 19. LDL (mg/dL) dos animais submetidos a diferentes tratamentos por 20 dias.

mg

/dL

ND

DB

1

DB

2

DB

GD

B

0

1 0

2 0

3 0

4 0

b

c

dd

a

ND- animais sadios tratados com solução tampão citrato, pH 4,5; DB1- animais diabéticos tratados com BmoLL 1 mg/Kg/dia; DB2- animais diabéticos tratados com BmoLL 2 mg/Kg/dia; DBG- animais diabéticos tratados com o hipoglicemiante glibenclamida 0,071 mg/Kg/dia; DB- animais diabéticos tratados com solução tampão citrato, pH 4,5. Os dados representam média ± DP (n=6), letras distintas representam diferença estatitistica significativa (p<0,05), entre si.

A dosagem de HDL (Figura 20) foi mais elevada no grupo DB2 (47,35 ± 3,53

mg/dL) sendo diferente estatisticamente dos demais grupos de animais diabéticos,

DB1 (40,88 ± 4,73 mg/dL) (p<0,05), DBG (33,93 ± 4,81 mg/dL) (p<0,0001) e DB

(31,93 ± 1,38 mg/dL) (p<0,0001). O grupo ND (42,43 ± 2,07 mg/dL) não mostrou

diferença estatística em relação aos grupos DB1 e DB2 (p>0,05). O grupo DB1 foi

diferente estatisticamente DBG (p<0,05) e DB (p<0,01). Considerando a importância

que a partícula de HDL tem para que não ocorra depósitos de gorduras nas artérias,

os valores considerados estatisticamente elevados de HDL nos grupos de animais

diabéticos tratados com a BmoLL são positivos.

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- 73 -

Figura 20. HDL (mg/dL) dos animais submetidos a diferentes tratamentos por 20 dias.

mg

/dL

ND

DB

1

DB

2

DB

GD

B

0

2 0

4 0

6 0

a b b

a

c

c

ND- animais sadios tratados com solução tampão citrato, pH 4,5; DB1- animais diabéticos tratados com BmoLL 1 mg/Kg/dia; DB2- animais diabéticos tratados com BmoLL 2 mg/Kg/dia; DBG- animais diabéticos tratados com o hipoglicemiante glibenclamida 0,071 mg/Kg/dia; DB- animais diabéticos tratados com solução tampão citrato, pH 4,5. Os dados representam média ± DP (n=6), letras distintas representam diferença estatitistica significativa (p<0,05), entre si.

4.7.2 Relação LDL/HDL

Considerando que a relação elevada de LDL/HDL está associada com o

desenvolvimento de doenças coronarianas, esse parâmetro também foi avaliado

(Figura 21). O grupo DB2 apresentou a menor relação LDL/HDL (0,19 ± 0,02 mg/dL),

que foi estatisticamente significante quando comparada com os demais grupos, ND

(0,47 ± 0,06 mg/dL) (p<0,0001), DB1 (0,30 ± 0,03 mg/dL) (p<0,01), DBG (0,28 ± 0,08

mg/dL) (p<0,05) e DB (0,99 ± 0,06 mg/dL) (p<0,0001). O grupo ND apresentou

diferença estatística significativa (p<0,0001) com relação aos demais grupos, DB1,

DB2, DBG e DB. Com relação a esse parâmetro, os animais tratados com a BmoLL

a 1 mg/Kg/dia foram semelhantes estatisticamente aos animais tratados com a

glibenclamida (p>0,05).

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- 74 -

Figura 21. Relação LDL/HDL (mg/dL) dos animais submetidos a diferentes tratamentos por 20 dias.

mg

/dL

ND

DB

1

DB

2

DB

GD

B

0 .0

0 .5

1 .0

1 .5

b

c

d

c

a

ND- animais sadios tratados com solução tampão citrato, pH 4,5; DB1- animais diabéticos tratados com BmoLL 1 mg/Kg/dia; DB2- animais diabéticos tratados com BmoLL 2 mg/Kg/dia; DBG- animais diabéticos tratados com o hipoglicemiante glibenclamida 0,071 mg/Kg/dia; DB- animais diabéticos tratados com solução tampão citrato, pH 4,5. Os dados representam média ± DP (n=6), letras distintas representam diferença estatitistica significativa (p<0,05), entre si.

4.7.3 Triglicerídeos

Os valores de triglicerídeos (Figura 22), obtidos após 20 dias de tratamentos,

mostraram que todos os grupos de animais foram diferentes estatisticamente entre

si quanto a esse parâmetro. O grupo DB2 foi o que apresentou menor valor

sanguíneo de triglicerídeos (53,43 ± 3,03 mg/dL), com diferença estatística

significativa (p<0,0001) quando comparado aos demais grupos, DB1 (69,05 ± 1,88

mg/dL), ND (74,68 ± 1,52 mg/dL), DBG (95,83 ± 4,12 mg/dL) e DB (110,77 ± 1,64

mg/dL). O grupo ND foi diferente estatisticamente do DB1 (p<0,001) e dos demais

grupos (p<0,0001). O grupo DB1 foi diferente estatisticamente do DBG (p<0,05) e

DB (p<0,01). Os grupos DBG e DB, os quais apresentaram os maiores níveis de

triglicerídeos, foram estatisticamente diferentes entre si e dos demais grupos

(p<0,0001). Ambos grupos tratados com BmoLL (DB2, seguido do DB1) revelaram

níveis de triglicerídeos estatisticamente mais baixos que o grupo ND.

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- 75 -

Figura 22. Triglicerídeos (mg/dL) dos animais submetidos a diferentes tratamentos por 20 dias.

mg

/dL

ND

DB

1

DB

2

DB

GD

B

0

5 0

1 0 0

1 5 0

cd

e

b

a

ND- animais sadios tratados com solução tampão citrato, pH 4,5; DB1- animais diabéticos tratados com BmoLL 1 mg/Kg/dia; DB2- animais diabéticos tratados com BmoLL 2 mg/Kg/dia; DBG- animais diabéticos tratados com o hipoglicemiante glibenclamida 0,071 mg/Kg/dia; DB- animais diabéticos tratados com solução tampão citrato, pH 4,5. Os dados representam média ± DP (n=6), letras distintas representam diferença estatitistica significativa (p<0,05), entre si.

4.7.4 Relação triglicerídeos/HDL

A relação triglicerídeos/HDL (TGL/HDL) (Figura 23) foi menor no grupo DB2

(1,1 ± 0,2 mg/dL), sendo diferente estatisticamente dos demais grupos, ND (1,8 ± 0,1

mg/dL) (p<0,01), DB1 (1,7 ± 0,2 mg/dL) (p<0,01), DBG (2,9 ± 0,2 mg/dL) (p<0,0001)

e DB (3,5 ± 0,2 mg/dL) (p<0,0001). Não houve diferença estatística entre o grupo ND

e DB1 (p>0,05). Os valores reduzidos TGL/HDL nos grupos DB1 e DB2 foram

diferentes daqueles dos grupos DBG e DB (p<0,0001) os quais apresentaram os

valores mais elevados. Os grupos que apresentaram melhor relação TGL/HDL foram

ND, DB1 e, especialmente, DB2.

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- 76 -

Figura 23. Relação triglicerídeos (TGL)/HDL (mg/dL) dos animais submetidos a diferentes tratamentos por 20 dias.

mg

/dL

ND

DB

1

DB

2

DB

GD

B

0

1

2

3

4

c c

d

b

a

ND- animais sadios tratados com solução tampão citrato, pH 4,5; DB1- animais diabéticos tratados com BmoLL 1 mg/Kg/dia; DB2- animais diabéticos tratados com BmoLL 2 mg/Kg/dia; DBG- animais diabéticos tratados com o hipoglicemiante glibenclamida 0,071 mg/Kg/dia; DB- animais diabéticos tratados com solução tampão citrato, pH 4,5. Os dados representam média ± DP (n=6), letras distintas representam diferença estatitistica significativa (p<0,05) entre si.

4.8 Avaliação do peso dos órgãos

Os resultados mostrados na tabela 11 são referentes ao peso fresco relativo

dos órgãos dos animais submetidos a diferentes tratamentos, a fim de verificar se a

BmoLL influenciou no desenvolvimento dos órgãos analisados. A análise se baseou

no comparativo dos grupos ND, DB e DBG com os grupos diabéticos tratados com a

BmoLL (DB1 e DB2). Após o tratamento estatístico, verificou-se que não houve

diferença entre os grupos experimentais no peso médio dos seguintes órgãos:

estômago, rins, coração e pulmão (p>0,05).

Analisando o peso médio do intestino do grupo DB1, o mesmo foi

estatisticamente igual aos grupos DBG e DB (p>0,05) e diferente dos grupos ND

(p<0,0001) e DB2 (p<0,05), os quais apresentaram menor média de peso. O grupo

DB2 foi semelhante à ND e DBG (p>0,05) e diferente do grupo DB que apresentou

maior média de peso (p<0,01).

Com relação ao peso médio do pâncreas, verificou-se que o grupo DB1

também foi estatisticamente similar aos grupos DBG e DB (p>0,05) e distinto dos

grupos ND (p<0,05) e DB2 (p<0,05), os quais apresentaram menor peso. O grupo

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- 77 -

DB2 foi igual aos grupos ND e DB (p>0,05) e diferente do grupo DBG (p<0,01) que

apresentou média de peso mais elevado.

Analisando o peso médio do fígado, observou-se que o grupo DB1 foi superior

ao grupo ND com diferença estatística (p<0,01), e semelhante aos demais grupos

(p>0,05). O peso fresco relativo do fígado do grupo DB2 foi estatisticamente igual ao

grupo ND e aos demais grupos (p>0,05).

O peso médio do timo dos animais do grupo DB1 foi estatisticamente igual a

todos os outros grupos (p>0,05). O grupo DB2 foi diferente dos grupos ND (p<0,01)

e DBG (p<0,05), os quais apresentaram maiores médias de peso.

Os pesos médios obtidos do baço dos grupos DB1 e DB2 foram

estatisticamente iguais aos demais grupos (p>0,05).

Tabela 11. Estimativas das médias correspondentes ao peso fresco relativo (% em relação ao peso corpóreo) dos órgãos dos animais submetidos a diferentes tratamentos por 20 dias.

Valores expressos como média ± desvio padrão (DP); médias na mesma linha com letras distintas representam diferenças estatisticas significativas (p<0,05) entre si. ND – animais sadios tratados com solução tampão citrato, pH 4,5; DB1 - animais diabéticos tratados com BmoLL 1 mg/Kg/dia; DB2 – animais diabéticos tratados com BmoLL 2 mg/Kg/dia; DBG - animais diabéticos tratados com o hipoglicemiante glibenclamida 0,071 mg/Kg/dia; DB – animais diabéticos tratados com solução tampão citrato, pH 4,5.

4.9 Avaliação da atividade hemaglutinante nas fezes

Os ensaios de AH das fezes não apresentaram títulos de AH, ou seja, foram

negativos em todos os grupos analisados, indicando não haver presença de lectina

ÓRGÃO GRUPOS EXPERIMENTAIS

ND DB DB1 DB2 DBG

Coração 0,39±0,04a

0,39±0,05a

0,38±0,06a

0,43±0,06a

0,46±0,09a

Pulmão 0,66±0,12a

0,83±0,14a

0,86±0,13a 0,87±0,28

a 0,84±0,14

a

Estômago 0,81±0,15a

1,17±0,18a

1,14±0,38a

1,05±0,15a

1,19±0,32a

Rins 1,00±0,10a

1,18±0,17a

1,03±0,16a

0,98±0,16a

1,14±0,12a

Intestino 7,70±1,10a

14,24±3,40c

13,70±0,97c

10,34±0,90ab

13,04±1,18bc

Pâncreas 0,13±0,04ab

0,17±0,07bcd

0,22±0,03c

0,12±0,06ad

0,21±0,03bc

Fígado 3,50±0,20a

5,14±0,69b

4,81±0,85b

4,27±0,72ab

4,98±0,48b

Timo 0,25±0,07a

0,14±0,08b

0,17±0,04ab

0,11±0,05b

0,24±0,06a

Baço 0,28±0,02a

0,44±0,09ab

0,37±0,12ab

0,36±0,11ab

0,45±0,08b

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- 78 -

nas fezes, sugerindo que a BmoLL possivelmente não é resistente a digestibilidade

in vivo.

4.10 Avaliação histológica

A avaliação histológica dos órgãos foi realizada com todos os grupos

experimentais (animais com ou sem DM, submetidos a diferentes tratamentos,

acompanhados por 20 dias)

A análise histológica do estômago dos animais experimentais (Figura 24) não

evidenciou alterações em nenhum dos grupos estudados. As glândulas gástricas e a

região da fosseta estavam com aspectos estruturais regulares e uniformes. O

resultado obtido permitiu concluir que a indução do diabetes e os diferentes

tratamentos a que os animais foram submetidos não ocasionaram danos gástricos,

do ponto de vista histológico.

Figura 24. Fotomicrografias representativas da histologia do estômago de ratos com ou sem diabetes, submetidos a diferentes tratamentos por 20 dias.

(A) ND - animais sadios tratados com solução tampão citrato, pH 4,5; (B) DB - animais diabéticos sem tratamento; (C) DB1 - animais diabéticos tratados com BmoLL 1 mg/Kg/dia; (D) DB2 - animais diabéticos tratados com BmoLL 2 mg/Kg/dia; (E) DBG - animais diabéticos tratados com o hipoglicemiante glibenclamida 0,071 mg/Kg/dia. Barra de escala: 200 µm.

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A análise histológica do intestino delgado (Figura 25) dos animais diabéticos

mostrou alterações como atrofia e espessamento das vilosidades, em intensidade

variada nos grupos estudados, sendo mais evidente no grupo DB (Figura 25 B), que

apresentou também presença de infiltrado inflamatório mononuclear.

Figura 25. Fotomicrografias representativas da histologia da parede do intestino delgado de ratos com ou sem diabetes, submetidos a diferentes tratamentos por 20 dias.

(A) ND - animais sadios tratados com solução tampão citrato, pH 4,5; (B) DB - animais diabéticos sem tratamento; (C) DB1 - animais diabéticos tratados com BmoLL 1 mg/Kg/dia; (D) DB2 - animais diabéticos tratados com BmoLL 2 mg/Kg/dia; (E) DBG - animais diabéticos tratados com o hipoglicemiante glibenclamida 0,071 mg/Kg/dia. Barra de escala: 200 µm. (B) Inset:100 µm.

A avaliação histológica do fígado (Figura 26) de animais do ND mostrou

parênquima hepático com estrutura geral preservada, com lóbulos hepáticos

constituídos por hepatócitos normais, circundados por sinusoides contendo células

de Kupffer e hemácias na luz capilar, distribuídos radialmente em direção às veias

centro lobulares. Os espaços porta também se apresentaram normais, não tendo

sido visualizado infiltrado inflamatório, degeneração gordurosa ou distribuição

anormal dos fibroblastos e do colágeno. Foram encontradas alterações somente no

grupo DB, em que se observou degeneração gordurosa moderada e presença de

edema (Figura 26 B), e no grupo DB2, em que foi observada (em dois animais) uma

discreta degeneração gordurosa (Figura 26 D). Nos demais grupos de animais

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diabéticos submetidos a tratamentos (DB1 e DBG), não foram observadas

alterações.

Figura 26. Fotomicrografias representativas da histologia do fígado de ratos com ou sem diabetes, submetidos a diferentes tratamentos por 20 dias.

(A) ND - animais sadios tratados com solução tampão citrato, pH 4,5; (B) DB - animais diabéticos sem tratamento; (C) DB1 - animais diabéticos tratados com BmoLL 1 mg/Kg/dia; (D) DB2 - animais diabéticos tratados com BmoLL 2 mg/Kg/dia; (E) DBG - animais diabéticos tratados com o hipoglicemiante glibenclamida 0,071 mg/Kg/dia. Barra de escala: 200 µm.

Na figura 27 são apresentadas fotomicrografias de cortes histológicos do

pâncreas dos animais experimentais. O grupo ND (Figura 27 A) apresentou

características histológicas normais, com ilhotas pancreáticas ovais e espalhadas

através dos ácinos pancreáticos. Em todos os grupos de animais diabéticos

observou-se a redução do número e tamanho das ilhotas de Langerhans, com

formato irregular, sendo essas alterações compatíveis com a patologia induzida. No

grupo DB (Figura 27 B), além das alterações relacionadas, foram evidenciadas

também infiltrações inflamatórias, necrose, degeneração hidrópica e acúmulo de

gordura.

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Figura 27. Fotomicrografias representativas da histologia do pâncreas de ratos com ou sem diabetes, submetidos a diferentes tratamentos por 20 dias.

(A) ND - animais sadios tratados com solução tampão citrato, pH 4,5; (B) DB - animais diabéticos sem tratamento; (C) DB1 - animais diabéticos tratados com BmoLL 1 mg/Kg/dia; (D) DB2 - animais diabéticos tratados com BmoLL 2 mg/Kg/dia; (E) DBG - animais diabéticos tratados com o hipoglicemiante glibenclamida 0,071 mg/Kg/dia. Barra de escala: 200 µm. (B) Inset:100 µm.

As imagens da análise histopatológica dos rins podem ser observadas na

figura 28. Os animais do grupo ND apresentaram uma estrutura histológica com

morfologia glomerular normal (Figura 28 A). Em todos os grupos de animais

diabéticos também não foi observada nenhuma alteração morfológica nos rins;

porém, foi evidenciada hemorragia em apenas um animal do grupo DB (Figura 28

B), que pode estar associada à patologia induzida.

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Figura 28. Fotomicrografias representativas da histologia renal de ratos com ou sem diabetes, submetidos a diferentes tratamentos por 20 dias.

(A) ND - animais sadios tratados com solução tampão citrato, pH 4,5; (B) DB - animais diabéticos sem tratamento; (C) DB1 - animais diabéticos tratados com BmoLL 1 mg/Kg/dia; (D) DB2 - animais diabéticos tratados com BmoLL 2 mg/Kg/dia; (E) DBG - animais diabéticos tratados com o hipoglicemiante glibenclamida 0,071 mg/Kg/dia. Barra de escala: 200 µm. (B) Inset:200 µm.

4.11 Avaliação histoquímica

A análise histoquímica revelou que a BmoLL-HRP se ligou na área das

fossetas do estômago (Figura 29), à superfície das vilosidades do intestino delgado,

interagindo com as células caliciformes (Figura 30), e também em porções do

intestino grosso, na região das criptas onde estão as células absortivas e

caliciformes (Figura 31). A interação da BmoLL-HRP foi abolida quando esta teve

seus sítios ligantes a carboidratos inibidos pela presença de galactose nos ensaios.

Os demais órgãos, fígado (Figura 32), pâncreas (Figura 33) e rins (Figura 34), não

apresentaram evidência de marcação com a lectina estudada.

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Figura 29- Fotomicrografias representativas da histoquímica com BmoLL (20 µg/mL) do estômago de ratos com ou sem diabetes, submetidos a tratamento com solução tampão citrato, pH 4,5, por 20 dias.

(A) ND - animais sadios, histoquímica com BmoLL-HRP inibida; (C) ND - animais sadios, histoquímica com BmoLL-HRP não inibida; (B) DB - animais diabéticos, histoquímica com BmoLL-HRP inibida; (D) DB - animais diabéticos, histoquímica com BmoLL-HRP não inibida. Barra de escala: 50 µm. (C) e (D) Inset:: 200 µm.

Figura 30- Fotomicrografias representativas da histoquímica com BmoLL (20 µg/mL) da parede do intestino delgado de ratos com ou sem diabetes, submetidos a tratamento com solução tampão citrato, pH 4,5, por 20 dias.

(A) ND - animais sadios, histoquímica com BmoLL-HRP inibida; (C) ND - animais sadios, histoquímica com BmoLL-HRP não inibida; (B) DB - animais diabéticos, histoquímica com BmoLL-HRP inibida; (D) DB - animais diabéticos, histoquímica com BmoLL-HRP não inibida. Barra de escala: 50 µm

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Figura 31- Fotomicrografias representativas da histoquímica com BmoLL (20 µg/mL) da parede do intestino grosso de ratos com ou sem diabetes, submetidos a tratamento com solução tampão citrato, pH 4,5, por 20 dias.

(A) ND - animais sadios, histoquímica com BmoLL-HRP inibida; (C) ND - animais sadios, histoquímica com BmoLL-HRP não inibida; (B) DB - animais diabéticos, histoquímica com BmoLL-HRP inibida; (D) DB - animais diabéticos, histoquímica com BmoLL-HRP não inibida. Barra de escala: 50 µm

Figura 32 – Fotomicrografias representativas da histoquímica com BmoLL (20 µg/mL) do fígado de ratos com ou sem diabetes, submetidos a tratamento com solução tampão citrato, pH 4,5, por 20 dias.

(A) ND - animais sadios, histoquímica com BmoLL-HRP inibida; (C) ND - animais sadios, histoquímica com BmoLL-HRP não inibida; (B) DB - animais diabéticos, histoquímica com BmoLL-HRP inibida; (D) DB - animais diabéticos, histoquímica com BmoLL-HRP não inibida. Barra de escala: 50 µm

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Figura 33 – Fotomicrografias representativas da histoquímica com BmoLL (20 µg/mL) do pâncreas de ratos com ou sem diabetes, submetidos a tratamento com solução tampão citrato, pH 4,5, por 20 dias.

(A) ND - animais sadios, histoquímica com BmoLL-HRP inibida; (C) ND - animais sadios, histoquímica com BmoLL-HRP não inibida; (B) DB - animais diabéticos, histoquímica com BmoLL-HRP inibida; (D) DB - animais diabéticos, histoquímica com BmoLL-HRP não inibida. Barra de escala: 50 µm

Figura 34 – Fotomicrografias representativas da histoquímica com BmoLL (20 µg/mL) dos rins de ratos com ou sem diabetes, submetidos a tratamento com solução tampão citrato, pH 4,5, por 20 dias.

(A) ND - animais sadios, histoquímica com BmoLL-HRP inibida; (C) ND - animais sadios, histoquímica com BmoLL-HRP não inibida; (B) DB - animais diabéticos, histoquímica com BmoLL-HRP inibida; (D) DB - animais diabéticos, histoquímica com BmoLL-HRP não inibida. Barra de escala: 50 µm

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5. DISCUSSÃO

O diabetes é uma doença que causa preocupação em todo o mundo, mas

ainda há diversos aspectos relacionados à patogênese do DM que permanecem

desconhecidos (BAYNEST, 2015). Tendo em vista a dificuldade do estudo da

doença em seres humanos, vários modelos animais têm sido utilizados e se

tornaram fundamentais para tentar entender alterações histológicas, fisiológicas e

metabólicas provocadas em diversos tecidos e órgãos (KING, 2012).

A STZ é uma das principais substâncias químicas utilizadas para indução do

DM em modelos experimentais, devido ao seu grande potencial diabetogênico e pela

possibilidade de manutenção do quadro hiperglicêmico em determinadas doses

(JUNOD et al., 1969. A administração de STZ, em ratos neonatos, mostrou ser

capaz de induzir a redução da secreção de insulina induzida pela glicose, a

hiperglicemia moderada em jejum, a intolerância oral à glicose e a resistência

moderada à insulina (ANGEL et al., 1996; MURALI, 2002).

O presente estudo utilizou o modelo experimental de diabetes induzido por

STZ para avaliar o tratamento com a lectina das folhas de B. monandra (BmoLL) em

diferentes doses, buscando investigar sua influência na patologia através da análise

de parâmetros bioquímicos e histológicos. Os danos provocados pelo modelo de

diabetes utilizado são caracterizados por alterações metabólicas e estruturais.

Modificações no metabolismo bioquímico de lipídeos e alterações em marcadores

hepáticos e renais são comumente observadas (ZAFAR et al., 2009; MISHRA et al.

2011; PATTABIRAMAN; MUTHUKUMARAN, 2011; SERPA NETO et al., 2011). As

interferências dessas desordens metabólicas sobre a homeostasia dos animais

podem ser evidenciadas nesse trabalho, uma vez que foram observadas alterações

bioquímicas, hormonais e histológicas compatíveis com o desenvolvimento do DM

experimental.

De acordo com o resultado do IGTT (Tabela 6; Figura 8), a intolerância à

glicose foi marcante, quando observou-se o pico de glicemia elevado nos primeiros

30 min de sobrecarga e, após 120 min, a glicemia não retornou para menos de 200

mg/dL nos animais induzidos a desenvolver o DM. Porém, no grupo controle (ND), a

glicemia em 60 min já foi muito próxima à glicemia basal. Diante dos resultados

apresentados, pode-se afirmar que o modelo de indução utilizado no presente

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estudo para o desenvolvimento do DM2, utilizando a administração de STZ no

período neonatal, fundamentada na metodologia descrita por ROSA et al. (2015),

mostrou-se efetiva para o objetivo do estudo, visto que após 10 semanas os valores

glicêmicos permaneceram persistentemente elevados e se mantiveram assim até o

final do experimento. O processo de desenvolvimento do diabetes nesse modelo

animal é insidioso, tornando-se quase assintomático no início, manifestando-se na

fase adulta. Essas características assemelham-se ao curso natural da doença em

seres humanos (KODAMA et al., 1993; PORTHA et al., 1989).

Existem, atualmente, no mercado, diversas drogas utilizadas no tratamento do

DM2, sendo os hipoglicemiantes como a glibenclamida um dos principais

controladores do diabetes, mesmo que venham a provocar alguns efeitos colaterais

em pessoas (KOSKI, 2006). A ciência avança em busca de novos medicamentos

que sejam eficazes no tratamento da doença e de seus danos associados, sendo a

medicina popular uma fonte de conhecimento que começa a ser cada vez mais

explorada para a obtenção de princípios ativos naturais, menos imunogênicos, não

tóxicos e biocompatíveis.

O uso de plantas medicinais para o tratamento do DM aponta possíveis

formas de amenizar os efeitos decorrentes dessa doença, principalmente por

apresentarem redução da hiperglicemia e melhoras nas alterações bioquímicas

inerentes a doença (NAKHAEE et al., 2009; ABOLFATHI et al., 2012; RODRIGUES,

et al., 2012).

Plantas do gênero Bauhinia são conhecidas há bastante tempo por serem

utilizadas no tratamento do diabetes (ARGOLO et al., 2004); porém, não se sabe ao

certo a que moléculas estão associados tais efeitos. Menezes et al. (2007) avaliaram

o efeito hipoglicemiante do extrato aquoso de B. monandra em camundongos

normoglicêmicos e associaram esse efeito à presença de flavonoides no extrato,

mas não mostraram a atividade desses compostos isolados; desta forma, outros

compostos presentes, tais como lectinas, também podem ser responsáveis por esse

efeito.

Esse trabalho buscou avaliar a atividade hipoglicemiante da lectina isolada

das folhas de B. monandra (BmoLL) em ratos com DM2 induzido por

estreptozotocina (por administração via oral), além de seus efeitos sobre parâmetros

de crescimento, bioquímicos e histológicos.

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Analisando a curva de crescimento dos animais com DM, observou-se que ela

foi inferior quando comparada ao grupo controle (ND) durante todo o experimento,

sendo essa diferença mais acentuada no grupo DB (Figura 9). Isto possivelmente

deve-se ao fato de que a glicemia no grupo DB foi a mais elevada durante todo o

estudo, e de que o controle glicêmico obtido nos grupos tratados com a BmoLL (em

diferentes doses) ou com o hipoglicemiante GLB tenha reduzido os efeitos negativos

sobre o crescimento e desenvolvimento dos animais. O ganho reduzido de peso,

observado nos grupos com DM, principalmente no grupo DB, pode estar relacionado

as alterações características no metabolismo lipídico e proteico no DM, pois em

situações nas quais a ação da insulina está comprometida, pode ocorrer um

aumento da lipólise e proteólise (YANARDAG et al., 2005). Já foi documentado em

outros trabalhos que grupos experimentais de animais diabéticos apresentaram peso

médio inferior, estatisticamente distinto, aos grupos não diabéticos (TAKADA et al.,

2007; GANDHI et al., 2012).

Os resultados obtidos, referentes à avaliação da atividade hipoglicêmica da

BmoLL, mostraram que a mesma foi eficaz em induzir a diminuição dos níveis de

glicose no soro de ratos diabéticos. Os grupos de animais tratados com BmoLL (DB1

e DB2) mostraram níveis de glicose próximos aos observados no grupo ND; além

disso, apresentaram glicemia sem diferença estatística (p>0,05) em relação ao

grupo tratado com a droga hipoglicemiante utilizada (DBG), após os 20 dias de

acompanhamento, porém com níveis de glicemia bem diferentes dos apresentados

pelos animais do grupo DB (Figura 10). Esses dados sugerem que a BmoLL, quando

administrada por via oral (gavagem), foi capaz de compensar a falta de produção

e/ou secreção de insulina e de controlar a glicemia de ratos com DM2.

Já foram observados resultados semelhantes aos obtidos nesse estudo com

preparações obtidas de outras espécies do gênero Bauhinia, tal como a Bauhinia

thoningii (OJEZELE e ABATAN, 2011); foi detectada atividade hipoglicêmica no

extrato das folhas de B. thoningii, e sugerido que o mecanismo pode envolver a

inibição da absorção de glicose no nível do trato digestivo, bem como a estimulação

da glicólise e a inibição da gliconeogênese. A espécie Bauhinia divaricata teve sua

atividade hipoglicemiante atribuída a sua capacidade de inibir a α-amilase, por

inibição da absorção de glicose pelo intestino (ANKLI et al., 2002). Um extrato

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aquoso da Bauhinia megalandra revelou também atividade hipoglicemiante

(GONZALES-MUJICA et al., 2003).

Na literatura, pode-se encontrar relatos de atividade hipoglicemiante atribuída

à presença de lectinas. Resultados de outros estudos utilizando lectinas corroboram

com os achados do presente estudo, como a lectina da casca de Crataeva tapia

(CrataBL), testada em camundongos na dose de 10mg/Kg/dia e 20mg/Kg/dia por 10

dias, a qual provou ser um agente hipoglicemiante efetivo (ROCHA et al., 2013). Um

estudo com a lectina da soja (SBL) relatou uma diminuição de 17,3 % de glicose no

sangue, sugerindo que esse efeito se ocorreu devido a um aumento do crescimento

pancreático, estimulado pela lectina (HEMALATHA et al., 2011). Foi documentado

também que uma lectina isolada do cogumelo Agaricus bisporus (60 µg/ml) foi capaz

de aumentar a liberação de insulina pelas ilhotas de Langerhans isoladas de ratos

(AHMAD et al., 1984).

Uma pesquisa demonstrou que as lectinas de Canavalia ensiformis,

Canavalia brasiliensis, Dioclea virgata, Dioclea rostrata e Cratylia floribunda

promovem mudanças estruturais e de conformação e podem modular a sua

capacidade em se ligar ao receptor de insulina e, ainda, são responsáveis por sua

distinta capacidade para desencadear a fosforilação do receptor. As lectinas

estudadas estimularam a fosforilação do receptor de insulina em um modo dose

dependente, in vitro, e os resultados obtidos sugerem que estas proteínas podem

imitar a ação da insulina e, portanto, ser potencialmente úteis como agentes

antidiabetogênicos (CAVADA et al., 2003).

Com relação à glicemia, os resultados obtidos com a BmoLL são semelhantes

aos verificados com outras lectinas, tornando-a promissora na terapia alternativa

para tratamento do DM2, uma vez que mostrou efeitos positivos sobre a diminuição

dos níveis de glicêmicos.

A análise dos dados bioquímicos referentes à HbA1c contribuiu para afirmar

que os grupos de animais tratados com a BmoLL, assim como os grupos tratados

com a GLB, conseguiram diminuir e controlar os níveis glicêmicos. Considera-se que

há um bom controle metabólico dos níveis glicêmicos, quando a HbA1c se encontra

o mais próximo do valor de referência do método utilizado, considerado aqui como

sendo de 4 % a 6 %. O resultado obtido reflete que os animais tratados com a

BmoLL e com o hipoglicemiante (DB1, DB2 e DBG) tiveram um melhor controle

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glicêmico, quando comparados aos animais diabéticos que não receberam

medicação ou tratamento com BmoLL (DB) (Figura 11). Os achados reforçam a

ótima capacidade hipoglicemiante da lectina estudada, com valores médios de

HbA1c de DB1 (7,57 ± 0,32 %) e DB2 (8,55 ± 0,37%), próximos dos valores de

referência (4 – 6 %). Também foi observada redução da HbA1c em animais

diabéticos tratados com o extrato aquoso de alecrim, na dose de 50 mg/Kg (SILVA

et al., 2011). A HbA1c é considerada como um excelente critério de avaliação do

controle glicêmico. Os estudos clínicos sobre a avaliação do impacto do controle

glicêmico nas complicações crônicas do diabetes, como o United Kingdom

Prospective Diabetes Study (UKPDS) e o Diabetes Control and Complications Trial

(DCCT), têm mostrado correlação entre o controle glicêmico, quantificado por

determinações seriadas da HbA1c, e os riscos de desenvolvimento e progressão

das complicações crônicas do diabetes. Portanto, a HbA1c é um parâmetro que

deve ser constantemente monitorado em pacientes diabéticos (SILVA et al., 2011).

Nesse estudo, todos os grupos de animais com DM apresentaram baixa

insulinemia quando comparados ao grupo ND (Figura 12). Com isso, pode-se sugerir

que os ratos com DM apresentaram hiperglicemia, com menor tolerância à glicose e

secreção reduzida da insulina em relação ao grupo ND, confirmando o quadro

diabético. A administração de STZ, em ratos neonatos, mostrou induzir danos às

ilhotas pancreáticas com redução da secreção de insulina, hiperglicemia,

intolerância oral à glicose e resistência à insulina (TAKADA et al., 2007). Os

resultados desse estudo corroboram com esses efeitos previamente descritos para a

STZ.

A atividade sérica da enzima amilase é utilizada como parâmetro para realizar

uma avaliação do pâncreas exócrino (BROBST, 1997). A amilase é uma enzima da

classe das hidrolases que normalmente atua extracelularmente para clivar amido e

glicogênio ingeridos na dieta. A amilase salivar é secretada, fundamentalmente,

pelas células das glândulas salivares, enquanto a amilase pancreática é secretada

pelas células acinares do pâncreas e, desta forma é um importante marcador das

funções pancreáticas (MOTTA, 2003). Nesse trabalho, os níveis séricos da amilase

em todos os grupos de animais com DM foram inferiores aos níveis do grupo ND

(Figura 13), o que sugere o comprometimento da função pancreática, possivelmente

provocado pela indução do DM por STZ. Estudos mostram que modelos de indução

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de diabetes com STZ que leva a uma diminuição na produção de insulina ou

resistência à insulina, estão associados à diminuição de amilase pancreática e

aumento da lipase (NAKAJIMA et al., 2011; EBRAHIMI et al.,2016).

Avaliando todos os parâmetros conjuntamente (IGTT, glicemia, HbA1c,

insulinemia), pode-se concluir que o DM foi induzido pela STZ, e que a BmoLL foi

efetiva na diminuição da glicemia, promovendo um bom controle glicêmico, inclusive

de forma similar ao hipoglicemiante GLB, no 20º dia (Figura 10 e 11).

O DM promove uma série de complicações metabólicas e afeta o

funcionamento de vários órgãos, dentre eles o fígado. Nesse trabalho, foram

avaliadas as dosagens séricas das enzimas hepáticas ALT e AST, pois são

consideradas marcadores de lesões hepáticas. A elevação de enzimas hepáticas,

como ALT e AST, é observada em ratos diabéticos e indica disfunção hepática, com

possibilidade de dano necrótico nesse órgão (GHOSH; SURYAWANSHI, 2001). A

atividade das enzimas hepáticas nos grupos DB1 e DB2 foram significativamente

reduzidas quando comparadas ao grupo DB (Figuras 14 e 15); isso reflete uma

melhora qualitativa relacionada aos danos hepáticos, provocados pelo modelo

experimental nos animais com DM não tratados, e sugere que a BmoLL, além de

diminuir e controlar os índices glicêmicos, atuou favorecendo a diminuição das

lesões hepáticas que são inerentes ao DM2.

Resultados semelhantes aos apresentados com o uso da BmoLL foram

obtidos com camundongos com diabetes induzido por aloxano, após tratamento com

10 ou 20 mg/Kg da CrataBL, por 10 dias; animais tratados com a lectina

apresentaram redução significativa (p<0,05) da atividade dos marcadores de lesão

hepática ALT e AST, em comparação com animais diabéticos sem tratamento,

revertendo os níveis elevados desses marcadores, o que refletiu a capacidade

dessa lectina de conservar a integridade da membrana celular e mitocondrial dos

hepatócitos em camundongos diabéticos (ROCHA et al., 2013). Animais diabéticos

que receberam extratos aquosos de Phaseolus vulgaris L. mostraram diminuição

das enzimas ALT e AST, quando comparados com animais diabéticos sem

tratamento, o que permitiu sugerir que os extratos aquosos podem ter melhorado o

dano "químico" induzido pelo fármaco (aloxano) as células do fígado, como

observado em ratos diabéticos não tratados (LUKA et al., 2013). Em um estudo

realizado com Agaricus bisporus (cogumelo botão branco), observou-se também

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diminuição no plasma das enzimas hepáticas ALT e AST em ratos diabéticos

alimentados com o cogumelo, permitindo sugerir que a ingestão pode ter protegido

contra os danos provocados pela droga de indução do DM (STZ), diminuindo a

inflamação no fígado (JEONG et al., 2010).

Sabe-se que a indução ao diabetes pela STZ leva a um comprometimento da

função renal nos animais, fato que está associado a alterações morfológicas e

funcionais do rim (ZAFAR et al., 2009). Tais efeitos foram evidenciados nesse

estudo, em que os níveis plasmáticos de ureia e creatinina, conhecidos como

marcadores de função renal, foram significativamente aumentados no grupo de

animais com DM induzido por STZ, que não receberam tratamento com BmoLL ou

GLB (grupo DB), quando comparados com o grupo ND. Após 20 dias de tratamento

com BmoLL em diferentes doses (grupos DB1 e DB2), os níveis de ureia e creatinina

quantificados foram significativamente reduzidos (p<0,05) em comparação com o

grupo DB (Figuras 16 e 17), sugerindo que a BmoLL teve uma ação efetiva sobre a

diminuição do dano renal, comumente provocado pelo diabetes.

Resultados similares aos obtidos com a BmoLL foram vistos também com a

CrataBL administrada em animais diabéticos, em que os níveis de ureia e creatinina

foram significativamente reduzidos em comparação com animais diabéticos sem

tratamento, indicando ser a lectina efetiva na proteção contra o dano renal (ROCHA

et al.,2013). Um estudo com o extrato aquoso e metanólico (150 e 300 mg/Kg) de

vagens de Acacia nilotica administrado em ratos diabéticos induzidos por STZ, por

60 dias, revelou que os animais diabéticos sem tratamento exibiram valores séricos

elevados de ureia e creatinina, diferente dos que foram tratados com os extratos que

exibiram redução da glicemia, ureia e creatinina (OMARA et al., 2012). Outro estudo,

com o objetivo de investigar o efeito benéfico do extrato aquoso das folhas de

Murraya koenigii (Linn.) sobre o dano renal induzido pelo diabetes in vivo, mostrou

diminuição significativa nos níveis de ureia e creatinina (YANKUZO et al., 2011).

Todos esses resultados previamente obtidos com lectinas ou preparações de

plantas, fontes naturais de princípios ativos, corroboram com os resultados

apresentados nesse estudo.

O DM2 está frequentemente associado com o metabolismo anormal de

lipídeos, apresentando elevação do colesterol, triacilglicerois e lipoproteínas de

baixa densidade (LDL), considerados como fatores de risco para desenvolvimento

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de doenças cardiovasculares nos pacientes diabéticos (PATTI et al., 1999). As

análises do perfil lipídico obtidas nesse trabalho revelaram que os grupos de animais

com DM tratados com a BmoLL (DB1 e DB2), quando comparados com o grupo DB,

apresentaram níveis reduzidos de colesterol, LDL e triglicerídeos (TGL), e níveis

elevados de HDL, além de apresentarem baixa relação LDL/HDL e TGL/HDL

(Figuras 18 a 23).

Os resultados apontam que a BmoLL em ambas as doses foi efetiva na

redução do LDL, o que pode ser considerado como um ponto positivo visto que o

excesso de partículas LDL está correlacionado com riscos de desenvolvimento de

doenças cardiovasculares. Os níveis de HDL nos grupos tratados com a BmoLL

(DB1 e DB2) foram elevados quando comparados com os grupos DBG e DB; esses

resultados apontam a BmoLL como uma possível ferramenta que possa colaborar

na prevenção de doenças cardiovasculares, uma vez que frações de HDL elevadas,

juntamente com outros fatores, são geralmente correlacionadas com um menor risco

de doenças do coração. (SHIBASAK et al., 2010; SOUZA et al., 2017). Deve-se

considerar também a boa relação LDL/HDL obtida nos grupos DB1 e DB2, sendo

menor inclusive do que a relação obtida no grupo ND.

Outra variável estudada foi à relação TGL/HDL, pois alguns estudos têm

sugerido que a razão TGL/HDL pode ser usada como um preditor do perfil de

subclasses de lipoproteínas e da presença de fenótipo tipo A (partículas maiores e

mais flutuantes de LDL) ou tipo B (partículas pequenas e densas, que estão

associados a risco cardiovascular elevado) (MCLAUGHLIN et al., 2003; SUMNER;

COWIE, 2008) . Os valores de referência considerados são: ideal < 3,0 (indica maior

número de fenótipo A e menos B), elevado ≥ 3,0 (indica maior número de fenótipo B

e menos A). Ambos os grupos DB1 e DB2 apresentaram relação TGL/HDL

satisfatória; porém, o grupo DB2 apresentou a melhor relação quando comparado

com os demais grupos (incluindo o grupo ND). Todas as variáveis lipídicas

analisadas do grupo DB apresentaram valores significativamente elevados quando

comparadas com os outros grupos, com exceção dos níveis de HDL, que foi baixo

em relação aos demais. O tratamento com BmoLL mostrou-se bastante promissor,

tanto no controle glicêmico como no controle da dislipidemia frequentemente

presente no DM, podendo a BmoLL ser uma molécula útil em contribuir para a

prevenção das complicações relacionadas a doenças cardiovasculares.

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Resultados semelhantes aos obtidos com a administração da BmoLL, a

respeito do perfil lipídico, foram também obtidos após a administração de extrato

aquoso de Merremia tridentata em ratos com DM induzido por STZ, os quais

apresentaram diminuição nos níveis plasmáticos de colesterol e triglicerídeos

(ARUNACHALAM, PARIMELAZHAGAN, 2012). Ratos diabéticos, tratados com

extratos aquosos, etanólicos e hexânicos de folhas de Bauhinia forficata,

apresentaram reduções na glicemia, triglicerídeos e colesterol total em comparação

com ratos diabéticos não tratados; no entanto, esses extratos não alteraram os

níveis de LDL e também diminuíram os níveis de HDL (LINO et al., 2004). Extratos

alcoólicos e aquosos de Bauhinia variegata mostraram ser efetivos em diminuir o

colesterol plasmático, triglicerídeos, LDL, VLDL e em aumentar os níveis de HDL

(RAJANI, ASHOK, 2009). Da mesma forma, extrato de semente de Caesalpinia

bonducella (300 mg/Kg) mostrou-se eficaz na redução dos níveis de glicose

sanguínea e também reduziu o nível de colesterol em ratos diabéticos (KANNUR et

al., 2006). A SBL administrada em ratos com DM induzido por STZ promoveu

redução dos níveis de colesterol e triglicerídeos (HEMALATHA, 2011). A lectina

isolada de fungos Viscum album apresentou diminuição significativa nos níveis de

colesterol e triglicerídeos em ratos diabéticos (GOVINDAPPA et al., 2015). Outra

lectina estudada, a lectina de sementes de Canavalia ensiformis (a Concanavalina

A, ou ConA) adicionada a ração de ratos (0,34%), promoveu níveis reduzidos de

colesterol nos animais quando comparados aos animais que não tiveram a ConA na

ração (KAYASHIMA et al., 2005). Os resultados obtidos com BmoLL são

compatíveis aos encontrados previamente com outras lectinas que promoveram

efeitos benéficos no perfil lipídico de animais experimentais.

A análise do peso relativo dos órgãos internos dos grupos tratados com

BmoLL (DB1 e DB2) foi comparada com os grupos ND, DBG e DB. Com base nos

resultados obtidos, não é possível afirmar que a hipertrofia observada em alguns

órgãos foi provocada pela administração da BmoLL, visto que as mesmas alterações

foram também evidenciadas em grupos de animais que não foram tratados com

BmoLL (Tabela 11). Esses achados podem estar relacionados a outros fatores

envolvidos com a patologia ou com os efeitos decorrentes da droga administrada

(STZ) para indução do diabetes.

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As lectinas vegetais podem desencadear uma série de alterações metabólicas

no organismo animal quer através da dieta ou mesmo por via parenteral (GRANT et

al.,1985; GRANT, 1989; PUSZTAI, 1986). Os sítios de ligação a carboidratos,

característicos das lectinas, são a chave do desencadear dos mecanismos de

toxicidade provocados por algumas dessas proteínas. É através desses sítios que

muitas lectinas se ligam à borda em escova do intestino delgado, causando uma

série de distúrbios metabólicos, sintomatologicamente caracterizados pela redução

do crescimento dos animais que as ingerem, podendo inclusive levar à morte

(PUSZTAI, 1985; GRANT, 1989; BANDWELL et al., 1983). A lectina de sementes de

Phaseolus vulgaris (PHA), por exemplo, liga-se à mucosa, causando

desorganização da borda em escova onde induz um aumento do “turnover” celular,

promovendo perda de peso, acompanhada de balanço nitrogenado negativo,

diminuição no consumo alimentos, aumento da secreção mucosa, hipertrofia do

intestino, pâncreas e fígado, e atrofia do timo e dos músculos esqueléticos

(PUSZTAI, 1986; GRANT et al., 1985; OLIVEIRA e SGARBIERI, 1986; OLIVEIRA et

al., 1988; MOREIRA et al., 1991).

Os efeitos fisiológicos desencadeados pela ligação das lectinas na superfície

mucosa parecem estar diretamente relacionados com a intensidade de ligação. Nos

casos em que a ligação ao intestino é fraca, não há indução de crescimento

intestinal; quando a intensidade de ligação é moderada, há certo grau de

desenvolvimento de hiperplasia intestinal (ex.: lectinas do tomate - Lycopersicon

esculentum, LEL e do gérmen de trigo - Triticum vulgare, WGA); e finalmente, se

houver intensa ligação (ex.: PHA), ocorre forte indução do efeito hipertrófico

(PUSZTAI; BARDOCZ, 1996).

Considerando os relatos previamente documentados e os resultados obtidos

com as análises morfométricas e histológicas dos órgãos estudados no presente

trabalho, é possível que o grau de intensidade de ligação da BmoLL com a

superfície da mucosa intestinal in vivo seja de moderada a fraca, pois apesar de ter

ocorrido hiperplasia e/ou alterações histológicas em alguns órgãos de animais

tratados com BmoLL quando comparados ao grupo ND, as mesmas alterações

foram vistas também nos grupos de animais diabéticos tratados com o

hipoglicemiante ou com tampão citrato.

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O conhecimento de que algumas lectinas são tóxicas para os animais

remonta a 1888, quando Stillmark publicou seu trabalho sobre os efeitos deletérios

de uma substância proteica presente nas sementes de mamona, denominada ricina

(VASCONCELOS; OLIVEIRA, 2004). Depois, substâncias tóxicas semelhantes

foram descobertas nas sementes de Croton triglium (crotina) e de Abrus precatorius

(abrina) e na casca de Robinia pseudoacacia (robina) (VAN DAMME et al., 1998). A

verificação quanto a presença de lectinas nas fezes após seu consumo por via oral é

importante para averiguar se a mesma é resistente às enzimas gástricas, uma

característica que pode estar associada as lectinas consideradas tóxicas. Em

animais experimentais alimentados com dietas contendo lectinas vegetais, os

sintomas evidentes são perda de apetite, diminuição do peso corporal e

eventualmente morte (LIENER et al., 1986; DURANTI; GIUS, 1997; LAJOLO;

GENOVESE, 2002).

Os mecanismos pelos quais as lectinas apresentam toxicidade e as

características que determinam se uma lectina é deletéria ou não, não são

completamente compreendidos. A AH nas fezes reflete um elevado grau de

resistência lectínica à digestibilidade in vivo. A presença de lectinas nas fezes de

animais submetidos à sua administração via intragástrica já foi reportada por alguns

pesquisadores. Já foi demonstrada AH nas fezes de ratos alimentados com as

lectinas de Amaranthus cruentus (LA BARCA et al., 1988), Canavalia ensiformis

(recuperada em mais de 90 %), Dioclea grandiflora (com grau de recuperação entre

18 e 20 %) (PUSZTAI, 1991) e Canavalia brasiliensis (OLIVEIRA et al., 1994).

No entanto, outro estudo recente mostrou resultados e sugestões diferentes,

em que ratos alimentados por via oral com feijão cru ou mal cozido (Phaseolus

vulgaris L. var. Beldia) não apresentaram AH nas fezes; os autores sugeriram muito

fortemente que as lectinas de P. vulgaris permaneceram ligadas à receptores

glicosilados na superfície das células epiteliais, não atingindo a circulação sistêmica

e nem o material fecal (NCIRI; CHOC, 2018). Em outra interpretação semelhante,

autores de um estudo afirmaram que quantidades consideráveis de lectinas do feijão

Kintoki se ligaram à mucosa do intestino delgado de ratos e permaneceram

associadas por um período relativamente longo (HARA et al., 1984). Tais achados e

sugestões de diferentes autores corroboram com os resultados obtidos nesse

trabalho, com a BmoLL administrada in vivo por via oral e em diferentes doses, pois

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não foi verificada AH nas fezes dos animais submetidos a tratamento com BmoLL.

Os resultados permitem sugerir que a BmoLL não é resistente à ação das enzimas

proteolíticas, ou ainda, que pode permanecer interagindo com a mucosa digestiva e,

portanto, não ser detectada nas fezes. Não há dados nesse estudo que suportem

afirmar que a BmoLL apresenta alguma toxicidade.

Vários estudos relatam que lectinas são geralmente associadas a alterações

histológicas graves na borda das microvilosidades. Num estudo com ratos

alimentados com lectina de feijão (P. vulgaris, var. "Jalo") por 5 dias, observou-se o

desenvolvimento de mudanças estruturais no epitélio do jejuno proximal, enquanto

que os animais do grupo controle alimentados ad libitum não apresentaram tais

mudanças (ROSSI et al., 1984). Outras lectinas mostraram efeitos similares, como a

ConA e a CAA (Cratylia argentea aglutinin) (VASCONCELOS, OLIVEIRA, 2004). Os

efeitos das lectinas, quando ingeridas por via oral, são justificados pela sua

capacidade de se ligar a receptores locais específicos nas superfícies das células

epiteliais, causando interferência na absorção de nutrientes (JAFFE, 1980). Algumas

pesquisas sugerem que certas cultivares de feijão são completamente desprovidas

de efeitos tóxicos. Uma justificativa para esses diferentes achados seria a variação

na concentração e natureza da lectina (OSBORN et al., 1985). Um estudo com a

farinha de feijão branco (P. vulgaris) na dose de 1mg/kg de peso corporal,

administrada por 21 dias, promoveu taxa de crescimento normal em ratos (PEREIRA

et al., 2012). Também não foram observados efeitos deletérios no crescimento de

ratos alimentados com extrato bruto do feijão branco (P. vulgaris var. Twila) (NCIRI,

2010).

As análises histológicas do estômago não evidenciaram alterações teciduais

em nenhum dos grupos estudados (Figura 24), o que sugere que a BmoLL não teve

nenhum efeito deletério sobre a mucosa digestiva desse órgão.

Nesse estudo, as análises histológicas indicaram alterações nas vilosidades e

nas criptas do intestino dos animais diabéticos, tratados ou não com BmoLL ou GLB,

sendo mais evidentes nos animais diabéticos sem tratamento (DB) (Figura 25). Os

resultados obtidos mostraram que a BmoLL em doses diferentes (1 ou 2 mg/Kg/dia),

administrada por 20 dias, não provocou alterações relevantes na estrutura do

epitélio intestinal de animais com DM, quando comparados com animais dos demais

grupos com DM (grupo controle, DB e grupo tratado com hipoglicemiante, DBG); as

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alterações histológicas observadas podem estar associadas à patologia instalada,

visto que todos os grupos com DM apresentaram comprometimento sobre as

vilosidades e as criptas, especialmente o grupo DB que, além das alterações

histológicas, apresentaram também infiltrado infeccioso.

Considerando a patologia induzida nos animais, trabalhos realizados que

avaliaram a histomorfometria do intestino de animais diabéticos são controversos.

Foram observadas alterações na altura das vilosidades de ratos diabéticos (ZHAO et

al., 2003). Porém, outro estudo mostrou que o diabetes experimental exerce um

impacto preferencial sobre as vilosidades em segmentos distais de ratos (MAYHEW

et al.,1989). Há ainda uma publicação que diz não haver diferenças entre ratos

diabéticos e não diabéticos, quanto à altura das vilosidades intestinais (NEU et al.,

2005). De uma forma geral, a maior parte dos estudos aponta, pelo menos em

alguns dos segmentos intestinais, o aumento do comprimento dessas estruturas.

Em relação à análise histopatológica do fígado, observou-se que os grupos

DB1 e DBG foram semelhantes ao grupo ND, sem nenhuma alteração (Figura 26).

No grupo DB2 foi vista uma discreta degeneração gordurosa em alguns animais,

mas o grupo DB apresentou degeneração gordurosa moderada, e presença de

edema. Os resultados obtidos sugerem que a BmoLL não causou toxicidade as

células hepáticas, visto que os hepatócitos foram preservados, e que as alterações

observadas são inerentes do DM.

As alterações observadas nos cortes histológicos do pâncreas dos animais

diabéticos induzidos com a STZ (Figura 27) foram vistas também em outros

trabalhos que usaram esse modelo de indução e o consideram como um método

eficaz para investigar o mecanismo da doença (BACH et al., 2018). Achados

semelhantes foram encontrados na análise histológica do pâncreas de animais

diabéticos induzidos com STZ, que apresentaram ilhotas de diâmetro reduzido e

forma irregular, com um pequeno número de células (VINAGRE et al., 2010). Nesse

estudo, não se observou nos grupos de animais tratados com a BmoLL,

regeneração das ilhotas pancreáticas. Resultado similar foi obtido com ratos

diabéticos induzidos por STZ, tratados com extrato de Azadirachta indica, nos quais

após 30 dias de acompanhamento não se observou regeneração das ilhotas

pancreáticas (ROSA et al., 2011).

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A hiperglicemia provoca disfunção e dano renal e consequentemente tem sido

associada com alterações funcionais dos rins (BROWNLEE, 2003; SHAO et al.,

2005). Os animais do grupo ND apresentaram uma estrutura histológica com

morfologia glomerular normal (Figura 28). Nos demais grupos (animais com DM),

também não foi observada nenhuma alteração morfológica nos rins. Porém, foi

evidenciada hemorragia em apenas um animal do grupo DB, que pode estar

associada à patologia induzida. Possivelmente, a ausência de alterações na

estrutura histológica dos rins de animais com DM seja devido ao curto período

experimental (que foi de 20 dias), pois a nefropatia diabética (NDb) é considerada

uma das complicações tardias do DM, provocada pela hiperglicemia frequente e não

controlada, resultando em lesões renais. A NDb está relacionada com a cronicidade

da doença renal, 40% dos pacientes DM2 apresentarão doença renal depois de 20

anos a partir do diagnóstico (OLIVEIRA et al., 2010). Os estudos epidemiológicos

sugerem que, na presença de hiperglicemia, os indivíduos geneticamente

susceptíveis para o desenvolvimento da NDb irão desenvolvê-la nos primeiros

quinze a vinte anos do início do DM (GROSS et al., 2003).

Pode-se concluir que do ponto de vista histológico, os órgãos analisados -

estômago, intestino, fígado, pâncreas e rins - não apresentaram alterações que

pudessem estar correlacionadas com a ingestão da BmoLL, pois o

comprometimento histológico visualizado em alguns órgãos de alguns animais foi

também encontrado nos grupos de animais que não ingeriram a lectina estudada.

Esses resultados reforçam a possibilidade de que a BmoLL seja destituída de

propriedades tóxicas quando consumida por via oral.

Muitas lectinas vegetais têm se revelado potencialmente valiosas no estudo

histológico de diversos tecidos e órgãos, em condições normais e patológicas,

devido a sua capacidade de se ligar a glicoconjugados de superfície presentes em

vários tipos celulares, possibilitando uma gama de investigações nos organismos

animais. NISHIMURA et al. (2000) e NISHI et al. (2003) empregaram histoquímica

com lectinas para a detecção de depósitos degenerativos de glicoconjugados no

cérebro de seres humanos. SALVETTI et al. (2000) utilizaram histoquímica com

lectinas para o estudo de sistema reprodutor em ratos. Lectinas têm sido utilizadas

em histologia e patologia como marcadores em ensaios citoquímicos, histoquímicos

ou imunohistoquímicos para localização de glicoconjugados em diferentes tecidos

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(FRANCESCHINI et al., 2000), para caracterização de composições de

glicoconjugados na superfície de células e tecidos relacionados a estágios

fisiológicos e patológicos (FIEDLER et al., 2007; HEMMORANTA et al., 2007;

SZÖKE et al., 2007; THÖM et al., 2007; BABÁL et al., 2006; BELTRÃO et al., 2003;

BAROU et al., 2002; PEDINI et al., 2002; MEYER et al., 2000; POIROUX et al.,

2017; ZHONG et al., 2018).

Nesse estudo, as análises histoquímicas revelaram que a BmoLL foi capaz de

se ligar ao epitélio do estômago (Figura 29) e a células caliciformes do epitélio do

intestino delgado e grosso (Figuras 30 e 31). Os resultados obtidos conferem à

BmoLL propriedades que permitem o seu uso como ferramenta de marcação

seletiva de tipos celulares, sendo apropriada para estudos histológicos e, assim,

contribuir para o prognóstico e diagnóstico de doenças em humanos.

As células caliciformes são produtoras de muco que tem diferentes

propriedades, entre elas, a produção de mucinas formadoras de gel, MUC2,

MUC5AC, MUC6 e MUC5B, que são secretadas pelo intestino, superfície do

estômago, glândulas estomacais e glândulas salivares, respectivamente, e estão

associadas ao controle da função do sistema imune intestinal (PELASEYED et al.,

2014), atuando na proteção contra infecções (pois funcionam como barreira

protetora que impede o contato de microrganismos com as células epiteliais),

favorecendo a manutenção da microbiota intestinal. Porém, os fatores dietéticos

podem afetar o número de células caliciformes e modular sua atividade secretora

(DEPLANCKE; GASKINS, 2001). No entanto, essas interações com as células

caliciformes ainda não são bem esclarecidas. Evidências mostram uma relação entre

a composição da microbiota intestinal e doenças metabólicas, como obesidade e

diabetes, em que a microbiota pode encontrar-se alterada, contribuindo para o

desenvolvimento de inflamação de baixo grau, associada à translocação de

lipopolissacarídeo bacteriano (LPS) (LARSEN et al.,2010; MARTINS et al., 2018). A

manutenção da microflora intestinal melhora a permeabilidade intestinal e permite a

modulação de peptídeos enteroendócrinos, favorecendo reestabelecimento da

homeostasia da glicose e de lipídeos na obesidade e no DM2 (EVERARD; CANI,

2013). A diminuição da inflamação, através da regulação da microbiota intestinal,

contribui para reduzir a endotoxemia e aumentar os níveis de peptídeos

enteroendócrinos como GLP-1 (glucagon-like peptide-1), GLP-2 (glucagon-like

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peptide-2), PPY (peptídeo YY), GIP (polipeptídeo insulinotrópico dependente de

glicose) e a grelina (CANI et al., 2004; CANI et al., 2005; CANI et al., 2009;

EVERARD et al., 2011; NEYRINCK et al., 2012; PACHIKIAN et al., 2013), que estão

envolvidos na homeostase da glicose, apetite e/ou regulação do peso corporal.

Dentro desse contexto, a interação da BmoLL com as células caliciformes no

intestino in vivo (uma vez que ela mostrou reconhecer essas células por

histoquímica), requer estudos futuros mais aprofundados, para um maior

esclarecimento sobre as repercussões dessa interação.

.

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6. CONCLUSÃO

A BmoLL pode ser considerada como uma alternativa potencial para o

tratamento do DM2, uma vez que demonstrou ter ação hipoglicemiante, além de

melhorar os níveis séricos das dosagens bioquímicas que estão associadas as

complicações renais, hepática, dislipidemias e complicações cardiovasculares, além

de não ter sido evidenciada nenhuma alteração bioquímica ou histológica que

permita correlacionar a sua administração por via oral com algum sinal de

toxicidade.

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