universidade da amazÔnia - unama programa de pÓs …€¦ · thalles da silva lima motivaÇÕes e...
TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA - UNAMA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO - PPPA
CURSO DE MESTRADO ACADÊMICO EM ADMINISTRAÇÃO
THALLES DA SILVA LIMA
MOTIVAÇÕES E BENEFÍCIOS DA ADOÇÃO DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO PARA O DESEMPENHO DE MICRO E PEQUENAS EMPRESAS.
BELÉM - PA 2016
THALLES DA SILVA LIMA
MOTIVAÇÕES E BENEFÍCIOS DA ADOÇÃO DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO PARA O DESEMPENHO DE MICRO E PEQUENAS EMPRESAS.
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Administração (PPAD) da Universidade da Amazônia - Unama, como requisito para a obtenção do título de Mestre em Administração. Linha de Pesquisa: Gestão organizacional Orientador: Prof. Dr. Sérgio Castro Gomes
BELÉM - PA 2016
Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Nazaré Soeiro
CRB/2 961
658.4038 L732m Lima, Thalles da Silva.
Motivação e benefícios da adoção de tecnologia da informação para o desempenho de micro e pequenas empresas./ Thalles da Silva Lima. – Belém, 2016. 92 f.: il.; 21 x 30 cm. Dissertação (Mestrado)- Universidade da Amazônia, Programa de Mestrado em Administração, 2016.
Orientador: Profº. Dr. Sérgio Castro Gomes.
1. Tecnologia da informação - Adoção. 2. Tecnologia da informação - Benefícios. 3. Sistema de informação - Desempenho. I. Gomes, Sérgio Castro. II. Título.
THALLES DA SILVA LIMA
MOTIVAÇÕES E BENEFÍCIOS DA ADOÇÃO DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO PARA O DESEMPENHO DE MICRO E PEQUENAS EMPRESAS
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Administração (PPAD) da Universidade da Amazônia - Unama, como requisito para a obtenção do título de Mestre em Administração. Linha de Pesquisa: Gestão organizacional Orientador: Prof. Dr. Sérgio Castro Gomes
BANCA EXAMINADORA:
________________________________________________ Presidente e Orientador: Prof. Dr. Sérgio Castro Gomes Universidade da Amazônia - UNAMA _________________________________________________ Membro Titular: Prof. Dr. Ricardo Bruno Nascimento Universidade Federal do Pará - UFPA _________________________________________________ Membro Titular: Prof. Dr. Milton Farias Cordeiro Filho Universidade da Amazônia - UNAMA
Aprovado em: 09/08/2016
BELÉM - PA 2016
Dedico este trabalho aos meus filhos
Lorenzo e Enrico Lima.
AGRADECIMENTOS
A Deus, pela saúde, força e coragem a mim concedida, para encarar dia após dia os desafios apresentados nesta vida, superando as barreiras no caminho para concluir este trabalho. Ao Prof. Dr. Sérgio Castro Gomes, meu orientador e principalmente um grande amigo, pela paciência, motivação e por ter me dado a honra de ser seu orientado. Certamente irei me espelhar neste professor para seguir minha vida com calma e serenidade. Ao Prof. Dr. Milton Farias, pelas dicas valiosas e pelo apoio dado ao ajudar no contato com os respondentes do questionário desta pesquisa. A todos os demais professores do Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade da Amazônia pelo ensino transmitido durante o período do curso e juntamente com o Sr. Igor Marques pelo apoio prestado. A minha turma pela amizade e companheirismo durante todo o período do curso, em especial ao meu amigo Paulo Souza, e aos amigos do curso de doutorado que sempre nos incentivaram. Aos meus pais Paulo e Fátima que sempre acreditaram no meu potencial e investiram na minha formação e caráter. A minha amada família, minha esposa Arethusa e filhos Lorenzo e Enrico, pela tolerância e paciência nestes dois anos em que mantive minha mente ausente.
O modo como você reúne, administra e usa a
informação determina se vencerá ou perderá.
Bill Gates
RESUMO
Nos últimos anos, as Micro e Pequenas Empresas (MPE) passaram a investir mais em Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), como forma de melhorar a gestão das vendas, estoques e mídia. O estudo investiga as motivações e benefícios da adoção de Tecnologia da Informação para o desempenho de Micro e Pequenas Empresas do setor varejista do município de Belém. Analisaram-se os motivos e benefícios das MPE ao adotar TI além de caracterizar e identificar o perfil dessas empresas ao adotarem tais recursos. A metodologia da pesquisa empregou a abordagem qualitativa e quantitativa em que foram realizados levantamentos qualitativos junto a seis empresas e em 53 empresas foi realizada pesquisa primária de coleta de dados via aplicação de questionário. A fundamentação teórica da pesquisa foi desenvolvida a partir da revisão da literatura sobre a teoria dos Sistemas de Informação e de estudos na linha da adoção da tecnologia e sua relação com o desempenho das empresas. Como resultado observou-se que as empresas são altamente dependentes da TI para sobreviverem no mercado. A adoção auxilia as MPEs em sua gestão, oferecendo maior controle interno, agilidade, produtividade, aumento das vendas e que existe relação positiva entre os construtos da motivação e o desempenho das empresas. Palavras-Chave: Tecnologia da Informação. Adoção de TI. Benefícios da TI. Sistema de informação. Desempenho.
ABSTRACT
In recent years, Micro and Small Enterprises (MSEs) have to invest more in Information and Communications Technology (ICT) as a way to improve the management of sales, stock and media. The study investigates the motivations and benefits of adopting Information Technology for both Micro and Small Businesses performance in the retail sector in the city of Belém. The reasons and benefits of MSE were analyzed by adopting IT in addition to characterize and identify the profile of these companies when adopting such resources. The research methodology employed qualitative and quantitative approach. The qualitative research was realized with six companies and in others 53 companies it was conducted primary research data collection via questionnaire. The theoretical grounding of the research was developed from a review of the literature on the theory of Information Systems and studies based on adoption of the technology and its relationship to business performance. As a result it was observed that companies are highly dependent on IT to survive in the market, that the adoption helps MSEs in their management, providing greater internal control, agility, productivity, sales growth and the existence of a positive relationship between the constructs of motivation and the companies’ performance. Keywords: Information Technology. IT adoption. IT Benefits. Information System. Performance.
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 - Modelo de Pesquisa Adoção de Tecnologia de Informação (TI) e seu
Impacto no Desempenho Organizacional ..................................................... 28
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 01 - Número de anos para adotar tecnologia de informação desde a
fundação ............................................................................................... 58
Gráfico 02 - Fração de funcionários que operam TI nas empresas .......................... 59
Gráfico 03 - Média dos motivos da adoção tecnológica pelas empresas .................. 62
Gráfico 04 - Média da contribuição no desempenho da adoção tecnológica pelas
empresas ............................................................................................... 63
LISTA DE QUADROS
Quadro 01 - Descrição das questões do questionário - Construto Motivação............. 40
Quadro 02 - Descrição das questões do questionário - Construto Desempenho.......... 40
Quadro 03 - Requisitos da contratação de mão de obra .............................................. 45
Quadro 04 - Motivos para adoção de TI ..................................................................... 47
Quadro 05 - Benefícios com a adoção de TI ............................................................... 49
Quadro 06 - TI integrada com valor ............................................................................ 51
Quadro 07 - Uso da TI para o sucesso da empresa ..................................................... 53
Quadro 08 - TI apoia as suas tomadas de decisões ..................................................... 54
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 - Principais Teorias para a Adoção de TI ............................................... 29
Tabela 02 - Distribuição dos ramos de atividades econômicas ............................... 56
Tabela 03 - Distribuição das empresas por Porte e Período de fundação ................ 57
Tabela 04 - Evolução do surgimento de empresas segundo ramo de atividade ...... 57
Tabela 05 - Estatísticas descritivas do número de funcionários, número de
computadores e tempo de vida da empresa ..........................................
58
Tabela 06 - Resultado da Correlação linear de Pearson .......................................... 60
Tabela 07 - Tecnologias de informação adotadas pelas MPE ................................. 61
Tabela 08 - Variância total explicada após rotação varimax ................................... 64
Tabela 09 - Matriz dos componentes ....................................................................... 65
Tabela 10 - Variância total explicada após rotação varimax ................................... 67
Tabela 11 - Matriz dos componentes ....................................................................... 67
Tabela 12 - Resultado da regressão ......................................................................... 69
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AF Análise Fatorial
BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
CNPJ Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica
CSS Cascading Style Sheets – Linguagem de programação para web
EPP Empresa de Pequeno Porte
EUA Estados Unidos da América
GE Grandes Empresas
HTML Hyper Text Markup Language – Linguagem de programação para web
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
KMO Kaiser-Mayer-Olkin
ME Microempresas
MEI Micro Empreendedor Individual
MGE Médias e Grandes Empresas
MPE Micro e Pequenas Empresas
MSA Análise de Sistemas de Medição
PC Personal Computer – Computador Pessoal
PHP PHP: Hypertext Preprocessor – Linguagem de programação para web
PIB Produto Interno Bruto
PME Pequenas e Médias Empresas
PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
SI Sistema de Informação
SIG Sistemas de Informações Gerenciais
SPSS Statistical Package for the Social Sciences – Software da empresa IBM
SQL Structured Query Language – Linguagem de consulta a Banco de Dados
TI Tecnologia da Informação
TIC Tecnologia da Informação e Comunicação
UE União Europeia
VIF Variance Inflation Factor - Fator de Inflação da Variância
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................... 14
1.1 Contextualização da Pesquisa .................................................................... 14
1.2 O Problema da Pesquisa ............................................................................ 20
1.3 Objetivos ...................................................................................................... 20
1.3.1 Objetivo Geral .............................................................................................. 20
1.3.2 Objetivos Específicos ................................................................................... 20
1.4 Estrutura da Dissertação ........................................................................... 20
2 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................... 22
2.1 A Tecnologia da Informação ...................................................................... 22
2.2 Os Sistemas de Informação ........................................................................ 24
2.3 A Adoção da TI pelas Organizações ......................................................... 26
2.4 Benefícios da TI e o Desempenho das Organizações ............................... 31
3 METODOLOGIA ....................................................................................... 34
3.1 População Alvo ............................................................................................ 34
3.2 Amostra ....................................................................................................... 35
3.2.1 Levantamento Qualitativo – Casos ............................................................... 35
3.2.2 Levantamento Quantitativo .......................................................................... 35
3.3 Instrumento da Coleta de Dados ............................................................... 36
3.3.1 Abordagem Qualitativa ................................................................................. 36
3.3.2 Abordagem Quantitativa ............................................................................... 36
3.4 Métodos e Técnicas de Análise dos Dados ................................................ 37
3.4.1 Análise Qualitativa dos Casos ...................................................................... 37
3.4.2 Análise Quantitativa da Pesquisa .................................................................. 37
3.4.3 Análise de Confiabilidade ............................................................................. 39
3.4.4 Elaboração dos Constructos ......................................................................... 40
3.4.5 Modelo de Regressão Linear Múltipla ......................................................... 41
3.5 Testes Estatísticos ....................................................................................... 43
3.5.1 Teste F .......................................................................................................... 43
3.5.2 Multicolinearidade ........................................................................................ 44
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ............................................................... 45
4.1 Análise Qualitativa ..................................................................................... 45
4.1.1 Contratação de mão de obra e o conhecimento de TI ................................... 45
4.1.2 Motivações de Adoção de TI ........................................................................ 46
4.1.3 Benefícios com Adoção de TI ...................................................................... 48
4.1.4 Percepção de Geração de Valor pela Adoção de TI ..................................... 50
4.1.5 Percepção dos Entrevistados em Relação do Sucesso da Empresa a partir
do Uso da TI .................................................................................................
52
4.1.6 Percepção dos Entrevistados Sobre o Apoio da TI na Tomada de Decisão.. 54
4.2 Análise Quantitativa ................................................................................... 55
4.2.1 Caracterização das Micro e Pequenas Empresas .......................................... 55
4.2.2 Motivos da Adoção de TI Pelas Micro e Pequenas Empresas ...................... 60
4.2.3 Elaboração dos Constructos A Partir da Análise de Fator ............................ 63
4.2.3.1 Constructos da Motivação da Adoção de TI Pelas MPEs ............................ 63
4.2.3.2 Constructos do Desempenho das MPEs ....................................................... 66
4.2.4 Relação da Motivação de Adoção e o Desempenho das MPEs .................... 68
5 CONCLUSÕES ........................................................................................... 70
5.1 Contribuições e Considerações .................................................................. 73
5.2 Limitações da Pesquisa ............................................................................... 74
5.3 Estudos Futuros .......................................................................................... 74
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................... 75
APÊNDICE A ........................................................................................... 82
APÊNDICE B ............................................................................................ 85
14
1 INTRODUÇÃO
1.1 A Contextualização da Pesquisa
Muito se tem estudado sobre a importância das Micro e Pequenas Empresas (MPE) na
economia de diversos países, seja pela relevância econômica e social ou por suas
características organizacionais distintas das médias e grandes empresas (MGE), que
fundamentaram os estudos organizacionais neoclássicos desenvolvidos por FAYOL (1916) e
TAYLOR (1911), no qual a racionalidade tem papel preponderante na formulação dos
princípios gerais da administração.
As MPEs tornaram-se uma opção de atividade para parte da população que pode abrir
seu próprio negócio, constituindo uma alternativa de emprego, formal ou informal, para uma
parte da força de trabalho, que não possui qualificação suficiente para ser absorvida pelas
grandes empresas. “Uma importante contribuição das micro e pequenas empresas no
crescimento e desenvolvimento do País é a de servirem de “colchão” amortecedor do
desemprego” (IBGE, 2001).
As MPEs formam a grande maioria das empresas em diversos países. A importância
das MPEs como criadores significativos de emprego e modeladores para as economias
nacionais também é amplamente reconhecida. Por isso, muitos governos ao reconhecer a
contribuição dessas empresas tentam fornecer estruturas de apoio sob a forma de agências do
governo ou núcleos de desenvolvimento de MPEs (THONG; YAP, 1995).
Nos EUA as micro e pequenas empresas empregam metade dos trabalhadores do setor
privado, chegando a gerar entre 60% a 80% dos novos empregos anualmente. Além disso, as
MPE desempenham um papel crítico no fomento da inovação industrial. Desempenham
importante papel no reforço da competitividade da economia através do processo de
renovação econômica por nascimento, morte e reestruturação dos setores econômicos
(BHARATI; CHAUDHURY, 2006).
Na maioria dos países membros da União Europeia (UE), as MPE constituem mais de
99% do total de empresas. As MPE são geradoras em potencial do PIB e são fontes
fundamentais de novos postos de trabalho, bem como um terreno fértil para o
empreendedorismo e novas ideias de negócios. Através do e-business, as MPE da UE irão
15
beneficiar a redução de barreiras favorecendo a entrada de novos mercados (LUCCHETTI;
STERLACCHINI, 2004).
Não diferente dos outros países, as MPE têm grande importância socioeconômica no
Brasil. De acordo com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), elas
correspondem a 99% do total de empresas do país, participaram com 25% na formação do
PIB (Produto Interno Bruto) e responderam por 52% dos empregos formais (SEBRAE, 2012).
A participação no PIB cresceu tanto no setor de serviços como no comércio, porém, com uma
redução no setor industrial, em que as médias e grandes empresas deste setor são as que mais
se beneficiam da economia neste segmento (SEBRAE, 2014b).
De acordo com o SEBRAE (2014a) a quantidade total de empresas no Brasil, em
2009, foi de 4.950 mil e em 2012 saltou para 8.905 mil, isso equivale a um aumento de
aproximadamente 80% em um período de quatro anos. Anualmente isso corresponde a um
crescimento médio anual de aproximadamente 22,0%. Nesta mesma época, a quantidade de
Microempresas (ME) no Brasil cresceu de 4,1 milhões para 5,1 milhões, um aumento
equivalente a 25,2%, e as empresas de Pequeno porte (EPP), que no mesmo período saiu de
660,5 mil, em 2009, para 945,0 mil em 2012, um incremento de 43,1%, enquanto, as Médias e
Grandes Empresas (MGE), cresceram em 25,2% nesse período.
Dados da pesquisa “OS DONOS DE NEGÓCIO NO BRASIL POR REGIÕES E
POR UNIDADE DA FEDERAÇÃO”, realizada pelo SEBRAE com base na PNAD 2011,
divulgada em 2013, mostram que, no Brasil 56% dos indivíduos donos de negócios foram
classificados como potencial empresário, 23% empresários e 21% produtores rurais. No
Estado 93% são classificados como donos de negócios por conta própria e 7% de
empregadores. Nesse conjunto 60% deles são sem instrução ou com o ensino fundamental
incompleto e 25% deles têm o ensino médio completo ou incompleto e 60% está a mais de
cinco anos na atividade. A distribuição desses indivíduos por setor de atividade mostra que
30% estão na agricultura, 24% no comércio, 19% nos serviços, 12% na construção civil e
11% na indústria.
Comparada a outras Unidades da Federação, o estado do Pará é o que apresenta a
menor proporção de indivíduos classificados como empresários (donos de negócios com
CNPJ) e 51% de potenciais empresários (donos de negócios sem CNPJ). Cabe ressaltar que os
30% classificados como produtores rurais não serão abrangidos pela pesquisa, por motivos
operacionais relativos a custos de deslocamento e pelo tempo limitado para realização da
pesquisa.
16
Na cidade de Belém, em 2014, encontravam-se ativas 72.009 MPE, em que 30% delas
atuavam regidas pelo regime tributário normal e 24% no regime simples nacional (SEBRAE,
2014). Segundo o IBGE (2014) do total de empresas ativas no estado do Pará o setor
Comércio representa 49,47%, seguido por Serviços 40,06% e Indústria 6,13%.
Uma empresa será classificada como Micro ou Pequena se atender a um dos critérios
de enquadramento vigentes no país seja pelo Estatuto da Microempresa e da Empresa de
Pequeno Porte, pela Lei 9.841 de 1999, ou pelos critérios do Banco Nacional de
Desenvolvimento Social (BNDES), ambos ancorados no volume de receita das empresas. O
SEBRAE definiu seu critério considerando o número de pessoas empregadas pela empresa
(IBGE, 2001).
Entretanto, não há consenso sobre os critérios de classificação e outras características
foram adotadas por empresas do setor financeiro e órgãos oficiais. Essa heterogeneidade de
critérios de classificação tem dificultado a convergência dos resultados de pesquisas empíricas
e inviabilizado uma generalização para o seguimento (LUNARDI; DOLCI; MAÇADA,
2010).
Para o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as MPE possuem
características que as diferenciam das Médias e Grandes Empresas (MGE), com destaque para
a baixa intensidade de capital; altas taxas de natalidade e de mortalidade; forte presença de
proprietários, sócios e membros da família como mão de obra ocupada nos negócios; poder
decisório centralizado; estreito vínculo entre os proprietários e as empresas, não se
distinguindo, principalmente, em termos contábeis e financeiros, pessoa física de jurídica;
registros contábeis pouco adequados; utilização de mão de obra não qualificada ou
semiqualificada; baixo investimento em inovação tecnológica; maior dificuldade de acesso ao
financiamento de capital de giro; e relação de complementaridade e subordinação com as
empresas de grande porte (IBGE, 2001).
Como noventa por cento (90%) de todas as empresas em muitas economias são micro
e pequenas empresas, é fundamental examinar quais os fatores que incidem sob a adoção de
tecnologia de informação nas MPEs (CHUANG; NAKATANI; ZHOU, 2009). A Tecnologia
da Informação (TI), também denominada Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC),
vem se tornando, cada vez mais, parte integrante das ferramentas de gestão das organizações
em razão da dependência cada vez maior de informação e conhecimento. As grandes
empresas fazem o uso intensivo de TI na promoção de seus produtos ou serviços, e essa
17
tendência também tem sido incorporada pelas micro e pequenas empresas (MPE) (SILVA;
TEIXEIRA, 2014).
A Tecnologia da Informação (TI) ou Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC)
é um dos assuntos mais abordados nos negócios de hoje. Já considerando o fato de levar à
reformulação das relações com clientes e fornecedores, a racionalização dos processos de
negócios e, em alguns casos, até mesmo a reestruturação das organizações inteiras
(DANIELS; WILSON; MYERS, 2002).
A cada dia, a TIC vem se tornando parte fundamental das estratégias de gestão das
organizações em razão da dependência cada vez maior da informação e do conhecimento. As
grandes empresas fazem, constantemente, o uso de TI na oferta de seus produtos ou serviços,
e essa tendência também tem sido promovida pelas micro e pequenas empresas (MPE)
(SILVA; TEIXEIRA, 2014). As TICs transformam bruscamente diversos aspectos da vida
econômica e social, tais como métodos de trabalho e relações, a organização das empresas, o
olhar na formação e na educação, e a maneira como as pessoas se comunicam umas com as
outras. Contudo, empresas, famílias e indivíduos estão aproveitando as oportunidades
oferecidas pelas TIC em velocidades diferentes (ARENDT, 2008).
A TI fornece uma oportunidade paras as empresas melhorarem a sua eficiência e
eficácia, e até mesmo ganhar vantagens competitivas. Há muitos casos relatados na literatura
de Sistema de Informação (SI) sobre a contribuição positiva da TI em grandes empresas (GE)
com os custos de softwares e diminuindo cada vez mais os computadores, deixando-os fáceis
de usar (THONG; YAP, 1995).
A adoção de Tecnologia da informação (TI), considerando, em parte, esse conjunto de
características, ocorreu de forma distinta da realizada pelas MGE, e aproveitou o salto
tecnológico proporcionado pelas telecomunicações, à expansão e facilidade de acesso aos
computadores pessoais e a internet ocorrido a partir da década de 1980 (DELONE, 1988;
TAKAHASHI, 2000; KOTELNIKOV, 2015). Hoje, os benefícios são mais acessíveis até
mesmo para as MPEs. Entretanto, enquanto as médias e grandes empresas (MGE) têm
explorado mais os benefícios da TI por algum tempo, as MPEs têm sido lentas no processo de
inovação tecnológica (THONG; YAP, 1995).
Para alguns pesquisadores a adoção de TI é considerada uma vantagem competitiva
essencial para as organizações que buscam responder ativamente às mudanças cada vez mais
rápidas no mercado. Os canais de distribuição dos mais diversos produtos têm-se mostrado
atentos a essa tendência e, para algumas organizações em particular como as alimentícias, a
18
busca da eficiência na distribuição agrega algumas especificidades (perecibilidade,
sazonalidade, dispersão geográfica e diversas variáveis que afetam o comportamento do
consumidor) (DA SILVA; FISCHMANN, 2002).
O tamanho da empresa é uma das variáveis apontadas como condicionante da adoção
de TI, uma vez que as maiores empresas apresentam mais chance de adoção que as menores,
que apresentam estrutura organizacional menos complexa e com baixo nível de uso em
processos produtivos e administrativos, por conta do pequeno fluxo de informações
armazenadas e manuseadas diariamente (WINDRUM E BERRANGER, 2002).
Devido às divergências entre pequenas e grandes empresas, os resultados de pesquisas
sobre adoção de TI em MGEs não são aplicáveis as MPEs. Por exemplo, devido à falta de
recursos, as MPEs geralmente tendem a responder ao ambiente competitivo com um
planejamento de curto prazo, em consequência disso, a gestão que adota TI em um curto
prazo aumenta o risco de falhas na adoção (CHUANG; NAKATANI; ZHOU, 2009).
Sanchez et. al (2006) apontam que fatores relativos a limitação financeira e acesso ao
crédito, o baixo nível de escolaridade do capital humano e o grau de dependência com
grandes empresas a montante e a jusante da cadeia de produção faz com que as MPE tomem
decisões considerando as prioridades do curto prazo, sem a preocupação com o planejamento
de longo prazo que visa a consolidação das ações da empresa.
Como a utilização e comercialização da TI nas empresas se tornam mais difundidas
em todo o mundo, a adoção da TI pode gerar novas oportunidades de negócios e vários
benefícios. Hoje em dia, tanto as MGEs quanto as MPEs estão procurando maneiras de
reforçar a sua posição competitiva e melhorar a sua produtividade através dela
(MARNEWICK, 2014). Porém, Diversas pesquisas mostraram que as pequenas e médias
empresas não tiram vantagens das soluções que a TI pode oferecer, como as grandes empresas
tem feito, o que faz com que as MPE se tornem mais vulneráveis às mudanças econômicas,
por causa do baixo nível da sua competitividade. Como consequência existem organizações
que estão ampliando, consideravelmente a utilização das TIC e e-Business entre as MPEs e as
grandes empresas (GE), estas distância tecnológica é conhecida na literatura como "fosso
digital" ou "exclusão digital" (ARENDT, 2008).
As MPE relutam em adotar TI por conta de aspectos relacionados a características dos
proprietários que acabam por exercer múltiplas funções administrativas e de produção, o que
ocupa parte de seu tempo e inviabiliza os registros de dados e a produção de informações
importantes ao planejamento da empresa (SÁNCHEZ ET AL, 2006).
19
Esses tipos de empresas, micro e pequenas, para conseguirem bons resultados e
gerenciar as informações de maneira otimizada e organizada precisam informatizar seus
processos de negócios tanto no que diz respeito a operações transacionais quanto gerencias e
ampliar as fronteiras virtuais da organização. Dessa forma, precisam adotar o uso de
Tecnologias da Informação (TI) em conjunto com Sistemas de Informação (SI) (ACETI,
2006) para alcançarem este objetivo.
Quando a TI é utilizada de forma adequada pelas organizações ela passa a
desempenhar um importante papel dentro dessas empresas, por consequência, tem-se a
condição de criar vantagens competitivas. A cada dia, a TI torna-se parte da estrutura das
organizações em razão da dependência. Este vínculo muitas vezes é irreversível e esta
dependência só aumenta ao longo do tempo (RECH, 2000).
O desenvolvimento de pesquisas sobre adoção e difusão da TI no meio empresarial
pode fornecer um conjunto rico de resultados e, inclusive, teorias que possam ser aplicadas
diretamente para melhor compreender o impacto de sua utilização, identificando também,
fatores relacionados ao sucesso e ao fracasso de sua implantação (LUNARDI; DOLCI;
MAÇADA, 2010).
Com base nessas informações, pretende-se com a pesquisa compreender o que motiva
os empresários a adotarem a TI em favor da competitividade, lucro e melhorias em suas
organizações. A necessidade de compreender o processo de adoção de TI das MPE em
Belém-PA e como elas incorporam essa tecnologia nos seus processos com vistas a se
diferenciar junto aos concorrentes e adicionar valor aos produtos e serviços ofertados ao
mercado foi o que motivou a escolha do tema considerando as características apontadas pela
pesquisa do SEBRAE e de outras pesquisas empíricas que focam sobre o tema em questão.
Nesta pesquisa, a adoção de TI em MPE é definida como a aquisição ou compra de
hardwares e softwares de computadores, assim como o uso da Internet, para apoiar as
operações das empresas, as gestões e decisões nas empresas. Essa implicação nos remete a
compreender que ela (TI) seja usada de forma produtiva e não como um gasto para os
gestores.
20
1.2 O problema da pesquisa
Neste sentido, o problema de pesquisa que este estudo se propõe a responder é: quais
as motivações e benefícios da adoção da Tecnologia da Informação e sua relação com o
desempenho das Micro e Pequenas empresas no município de Belém?
1.3 Objetivos
1.3.1 Objetivo geral
Analisar os motivos e benefícios à adoção da Tecnologia da Informação e sua relação
com o desempenho das Micro e Pequenas Empresas do setor varejista no município de
Belém.
1.3.2 Objetivos específicos
• Caracterizar as MPE pesquisadas na amostra;
• Identificar os motivos e benefícios para seis casos de empresas que adotaram TI na
gestão dos seus negócios;
• Identificar o perfil da TI adotada por estas organizações;
• Avaliar a relação entre os construtos da adoção de TI com o desempenho das
empresas.
1.4 Estrutura da Dissertação
O trabalho está estruturado em seis capítulos. O primeiro compreende esta introdução
e contempla o problema da pesquisa e os objetivos geral e específicos. No segundo capítulo
apresenta-se o referencial teórico que sustenta a discussão dos resultados empíricos obtidos no
21
estudo de casos e da pesquisa. O detalhamento do tipo de pesquisa e procedimentos de coleta
e tratamento dos dados é descrito no terceiro capítulo. A análise dos resultados obtidos nos
levantamentos de dados qualitativos e quantitativos compõe o quarto capítulo. O capítulo
seguinte apresenta as conclusões do trabalho, suas limitações e contribuições à temática. No
sexto e último capítulo tem-se as referências bibliográficas contendo informações de trabalhos
de diversos autores que contribuíram para este estudo.
22
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Neste capítulo são apresentadas as abordagens teóricas que sustentam a discussão
sobre a Tecnologia da Informação (TI), os Sistemas de Informação (SI) e sua aplicação no
processo de informatização das empresas e diante da dotação dessa tecnologia como isso
beneficia o desempenho das empresas. A literatura no campo da TI e seu relacionamento com
o desempenho é vasta e mostra os benefícios da TI na operacionalização de processos
relacionados ao acompanhamento de custos, finanças, operacionalização da produção,
controle de qualidade com foco nas médias e grandes empresas. No entanto, o desafio desta
pesquisa é compreender como a TI é adotada e seus benefícios ao desempenho em um
ambiente de pequenos negócios (Small Bussines) como nas Micro e Pequenas Empresas
(MPE).
2.1 A Tecnologia da Informação
Na literatura sobre Tecnologias de Informação (TI) os estudos são orientados pelas
necessidades de grandes empresas (HARINDRANATH; DYERSON; BARNES, 2008). Com
efeito, as teorias tradicionais de organizações e de sistemas de informações não cabem
diretamente às MPE, pois os fatores determinantes da adoção de TI presentes no segmento das
grandes empresas diferem dos encontrados nas MPE o que motiva a investigação desses
fatores junto ao conjunto de MPE (LUNARDI; DOLCI; MAÇADA, 2010).
A TI é um termo que é usado de diversas maneiras e está focada frequentemente nos
aspectos técnicos relativos ao tipo de Hardware e a concessão de Software de acordo com as
necessidades das empresas. Esse amplo e variado uso do rótulo "Tecnologia da informação"
ou "TI" pode levar à confusão e desnecessária complexidade segundo Proctor (2011).
Analisando ainda mais a definição formal de TI, o Merriam Dicionário Webster define informação como o conhecimento obtido a partir de investigação, estudo ou instrução, e tecnologia como a prática aplicada de conhecimento, especialmente em um campo particular. A informação pode também ser caracterizada como dados, ou símbolos crus que foram atribuídos significados por ligações relacionais. Lendo nas definições formais de TI, uma interpretação é a aplicação prática da informação no comércio e na indústria (PROCTOR, 2011, p.03).
23
A TI é a parte tecnológica de um Sistema de Informação que trata do hardware e
software que a organização precisa para obter suas metas. Ou seja, é todo software e hardware
que a empresa necessita para atingir seus objetivos organizacionais. (LANDON; LANDON,
2009). Gobbo (2013) amplia a ideia de TI ao inserir o armazenamento, processamento e a
tecnologia que transmite as informações, ou seja, o processo de disseminação do
conhecimento no ambiente interno da empresa.
A TI possui um papel preponderante no ambiente empresarial das organizações
brasileiras, com intenso uso no campo administrativo e operacional, e tem influenciado as
organizações em suas decisões de aquisição e uso de recursos, com reflexo direto na
competição entre os concorrentes (ALBERTIN; DE MOURA ALBERTIN, 2008).
A TI deixou de ser usada apenas na gestão administrativa como ocorreu no início dos
anos de 1970, para se inserir no campo da administração estratégica das organizações. A TI
tem papel fundamental na gestão de processos internos e externos desenvolvidos pela
organização e contribui para melhorar o desempenho a partir da criação de vantagens
competitivas (MELO, 2008).
A TI é um instrumento estratégico à empresa uma vez que esta é constituída de um
conjunto de processos internos e externos que produzem um volume expressivo de registros
decorrente de suas compras, estoque, produção, armazenamento, comercialização, logística e
distribuição que necessitam ser organizados e tratados pela empresa de forma produzir
informações relevantes para tomada de decisão dos gestores, de maneira a alcançar seus
objetivos e metas de forma eficaz e eficiente (RODRIGUES; PINHEIRO, 2010). Segundo
Ritchie e Brindley (2005) a TI possuem a capacidade afetar significativamente as dimensões
de produtos e serviços, bem como processos de fabricação, práticas de trabalho e as práticas
de gestão orientadas para o mercado.
No caso das pequenas empresas Moraes, Terence e Escrivão Filho (2004) observaram
que um número reduzido de empresas aproveita o potencial oferecido pela TI por focarem nas
tarefas operacionais e rotineiras sem empregar no processo estratégico, ou seja, há uma
distância entre as características ou especificidades da empresa e o adequado uso da TI
considerando os funcionários, a infraestrutura, o processo de produção e distribuição dos
produtos.
Segundo Moraes, Terence e Escrivão Filho (2004) uma das maiores dificuldades das
pequenas empresas é conseguir reunir um conjunto de informações internas e externas que
orientem o planejamento das empresas e a tomada de decisão de seus gestores, que
24
frequentemente é realizada com base em informações subestimadas. Com efeito, tem-se o
baixo nível de aproveitamento dos recursos oferecidos pela TI por grande parte das pequenas
empresas no Brasil.
2.2 Os Sistemas de Informação
Segundo De Melo Fonseca e Garcia (2007) um sistema é um conjunto de diversos
elementos que possuem um objetivo em comum, logo esses elementos trabalham de forma
interdependente um dos outros, fazendo assim o trabalho em conjunto para tal objetivo.
Esta, na verdade, é uma conceituação baseada na Teoria Geral do Sistema, onde
UHLMANN (2002, p.20) remete-se ao biólogo Von Bertalanff, o qual considera, em seu
trabalho, que “um sistema pode ser definido como um conjunto de elementos em inter-relação
entre si e com o ambiente”.
De acordo com a teoria dos sistemas voltada para administração, a própria empresa é
considerada um sistema, especificamente um sistema aberto, pois interage com o ambiente
externo e recebe trocas deste meio (DE ARAUJO, 1995). Para O’Brien e Marakas (2007),
Sistema de Informação é um conjunto organizado de pessoas, hardware, software, redes de
comunicação e recursos de dados que coletam, transformam e disseminam informações em
uma organização.
Guimarães (2002) assume que um sistema contém um conjunto de dados e
informações que são extraídas pelos usuários quando esses sentem a necessidade de
conhecimento sobre algo ou alguém para que uma decisão seja tomada. O Usuário extrai esses
dados armazenados e os utiliza conforme a necessidade para a empresa ou gerência dela, o
uso desses dados relacionados para um contexto corresponde ao que conhecemos como
informações.
De acordo com De Melo Fonseca e Garcia (2007), em todo lugar existe informações e
se tratando de empresas o cenário também não é diferente. Para De Melo Fonseca e Garcia
(2007) a informação é a sustentação da empresa, pois o conjunto de informações possui a
capacidade de representar a realidade da empresa, como esta funciona internamente e se
relaciona com fornecedores, clientes e concorrentes.
25
As empresas necessitam das informações em seu cotidiano, porém é preciso que essas
informações estejam agrupadas, ordenadas e organizadas de uma forma que os interessados
possam ter o conhecimento necessário para realizar o gerenciamento da empresa.
Os interessados são clientes internos e externos das empresas, como por exemplo, os
bancos, compradores, governo, fornecedores, sociedade em geral. O mecanismo ideal para
essas empresas tratarem as informações é utilizando um Sistema de Informação (SI). Através
desta estrutura os envolvidos podem encontrar as informações necessárias em um local
específico com a vantagem dos recursos tecnológicos (DE MELO FONSECA; GARCIA,
2007).
Um SI pode ser compreendido como um conjunto de elementos inter-relacionados que
coletam (ou recuperam), processam, armazenam e distribuem informações destinadas a apoiar
a tomada de decisões, a coordenação e o controle de uma organização, e auxiliam os gerentes
e funcionários a analisar problemas, visualizar assuntos complexos e criar novos produtos.
No entanto, três atividades do SI dão origem aos resultados esperados pelas
organizações para as tomadas de decisões, controle de operações, analise de problemas,
criações de produtos e serviços, que são: entrada - coleta de dados não tratados ou dados
brutos, oriundos da organização ou do ambiente externo; processamento - fase de
transformação dos dados não tratados ou dados brutos para algo significativo; saída -
resultado produzido da atividade de processamento e entregue ao usuário (LAUDON e
LAUDON, 2009).
Em uma não tão diferente concepção, De Araújo (1995) complementa o conceito de
Sistemas de Informações como aqueles que realizam os processos de comunicação e recorda
que diversos outros autores ampliaram o contexto para sistemas de comunicação em massa,
redes de comunicação de dados e mensagens.
Na visão de Vasarhelyi e Mock (1974) o SI aplicado somente a questões tecnológicas
e computacionais não proporciona ao gestor conhecimentos suficientes para a compreensão
do processo de tomada de decisões para a empresa uma vez que SI engloba o controle
administrativo e operacional da empresa.
Ações do Controle Administrativo podem ser relacionadas a avaliação do desempenho
dos processos dentro da empresa; redução da responsabilidade do gestor sobre os fatos que
humanamente não podem ser controlados; maximização, para o gestor, dos fatos que já estão
sob o seu controle. As de Controle Operacional contemplam a gerência sobre o desempenho
das atividades fins das empresas; controle de estoque; horas trabalhadas dos funcionários.
26
Para Landon e Landon (2009) o que torna os sistemas de informações essenciais para
as organizações e induz o investimento em tecnologias e SI é o desejo em alcançar a melhor
qualidade operacional, produtos novos, serviços e modelos de negócios mais eficientes,
aproximação com clientes e fornecedores, melhorias para as tomadas de decisões, vantagem
competitiva e sobrevivência.
Compreender os Sistemas de Informação, assim como a Tecnologia da Informação, é
assumir a possibilidade de dedicar-se a novos problemas e novos desafios que a implantação
dessa perspectiva poderá resultar para a empresa. Nos estudos de Sistema de Informação isso
é conhecido como “abordagem de resolução de problemas”, onde as soluções são encontradas
nos Sistemas de Informações.
2.3 Adoção da TI Pelas Organizações
A adoção de TI por empresas tem sido pesquisada intensamente nas últimas décadas,
porém sempre percebida por diferentes perspectivas de diversos autores. Para Gobbo (2013)
as características que as empresas possuem influenciam fortemente no modo como a TI é
adotada.
Segundo Baio-Moriones e Lera-López (2007), saber como estão relacionados a TI, as
características internas da empresa, suas estratégias e o ambiente competitivo, pode ajudar as
empresas a obter o maior benefício da adoção da TI, daí ser fundamental identificar os fatores
que afetam a decisão de adoção de TI pelas empresas. No estudo os autores categorizaram os
fatores que contribuem para explicar a adoção da TI em cinco categorias: ambiente em que a
empresa compete e a pressão exercida pelos concorrentes; característica estrutural da empresa
como o seu tamanho, o fato de ser uma multinacional que impõe as suas filiais a adoção de
padrões de tecnologia; capital humano, o nível educacional dos funcionários e a idade deles
impõem o ritmo da adoção, em que aquelas com maiores níveis de qualificação educacional
desenvolvem mais rapidamente o processo de adoção; empresas com estratégias bem
definidas necessitam da TI para viabiliza-las; a organização interna da empresa contribui para
estabelecer os sistemas tecnológicos de controles de qualidade.
Para Windrum e Berranger (2002), a literatura de SI observa que o tamanho da
empresa está relacionado com a probabilidade de adoção da TI, sendo as pequenas empresas
com menor probabilidade de adotar novas tecnologias do que os seus homólogos maiores. As
27
organizações menores normalmente têm menos estrutura organizacional complexa do que as
organizações maiores e, portanto, têm menor requisitos internos para tecnologias de
comunicação extensa. Com menor volume de informações a serem comunicadas e
armazenadas, há necessidade menos convincente da TIC para gerir a informação.
A falta de capacitação interna e recursos reduzidos das MPE não é a única razão pela
qual as empresas possuem um padrão de adoção distinto das grandes empresas. Existe uma
diversidade de características inerentes a estas empresas que influenciam seu comportamento
no sentido da adoção da TIC (PRATES; OSPINA, 2004).
As MPE possuem recursos mais limitados (financeiro, humano e tecnológico),
tornando-as mais dependentes do apoio externo que as grandes empresas. As tomadas de
decisões nas MPE tendem a dar prioridade aquelas de curto prazo, sendo mais reativas e
intuitivas do que preventivas (SÁNCHEZ ET AL, 2006).
Para Prates e Ospina (2004), pelo fato das pequenas empresas não possuírem uma
hierarquia formal e não conseguirem diferenciar as necessidades de informações de maneira
planejada constata-se que o proprietário ou gerente assume posições que exige conhecimentos
técnicos do cotidiano da empresa, além da função de gerenciar e supervisionar o negócio.
Em comparação com as grandes empresas, as MPE tratam a gestão de TI como uma
questão sem importância estratégica. As MPE se apresentam mais relutantes ao adotar TI do
que as grandes empresas, mesmo considerando um aumento significativo do uso de SI nas
MPE, poucas mudanças foram experimentadas no que se refere gestão das TIC nas MPE
(SÁNCHEZ ET AL, 2006).
No âmbito das MPE Ghobakhloo et al (2011) apontam os seguintes fatores que
influenciam na adoção de TI relacionados ao ambiente interno – gestor do negócio, os
recursos e capacidades disponíveis na organização, o uso final da TI, as soluções de TI
definidos pela organização, características e comportamento da organização; no externo – a
relação com fornecedores e clientes, características da competição entre os concorrentes, os
consultores externos e vendedores e o governo.
Pesquisando empresas do Rio Grande do Sul (RS), Lunardi, Dolci e Maçada (2010)
identificaram alguns motivadores da adoção de TI nas MPE que são agrupados em quatro
categorias: Utilidade Percebida, Necessidade Interna, Ambiente Organizacional e Pressões
Externas, veja abaixo o modelo de pesquisa adotado pelos autores:
28
Figura 01 - Modelo de Pesquisa Adoção de Tecnologia de Informação (TI) e seu Impacto no Desempenho Organizacional
Fonte: Lunardi, Dolci e Maçada (2010).
Sobre a adoção de TI, em específico, é possível encontrar diversas teorias que se
aplicam às organizações cabendo adequar as características de cada uma. É necessário ter
cautela ao aplicar uma determinada teoria para justificar um segmento de empresas com
comportamentos tão individualistas e variados como é o caso das MPE. Durante a revisão
teórica sobre Adoção da TI em MPE, diversos autores justificam aplicação de outras teorias,
causando uma inconsistência e a falta de um padrão no entendimento sobre os estudos de
adoção da TI apenas para estes tipos de empresas, no caso as pequenas e micro (DOS
SANTOS, 2007).
A Dai Prá, (2000) utilizou em sua pesquisa de Adoção de TI em Pequenas empresas a
Teoria do Impacto Ambiental para apurar o relacionamento entre as influências ambientais e
os problemas e influências criados pelos administradores de SI.
Rech (2000) em seu estudo sobre Adoção de TI utilizou a Teoria da Contingência
justificando que os fatores contingenciais são uma forma de entender a organização e a
tecnologia é um desses fatores contingenciais. Segundo Santos (2007), ao estudar os fatores
que influenciam a Adoção de TI, esclareceu o uso de várias perspectivas teóricas para a
compreensão da Adoção de TI, entre elas a Teoria da Difusão de Inovação (DOI)
desenvolvida por Rogers (2003) e o Modelo de Aceitação de Tecnologia (TAM) de Davis
(1989) para o modelo Tecnológico.
Para o modelo ambiental, Santos (2007) remete a Teoria Institucional de Dimaggio e
Powell (1983), além da Ecologia Organizacional de Nickerson e Zur Muehlen (2006). Para o
contexto Organizacional o autor foi muito enfático no estudo de Inovação.
29
Na elaboração de um ensaio teórico Oliveira, Santos e Junior (2013) propuseram o
modelo TOE (Technology, Organization and Enviroment) para análise de adoção em MPE,
porém o modelo não considerou o processo compreensão da decisão da adoção de TI.
Inovação e Estratégia também são conceitos encontrados em trabalhos que justificam a
adoção de TI.
Um resumo das teorias que embasaram estudos sobre a adoção de TI são apresentadas
na Tabela 1 como forma de situar aqueles focados nas ações organizacionais e individuais.
Tabela 01 - Principais Teorias para a Adoção de TI
Teoria Principais autores em TI Individual Organizac. Teoria da Ação Racionalizada Fishbein e Ajzen (1975) x
Teoria da Difusão da Inovação (DOI) Rogers (1983, 1985) x X
Teoria Cognitiva Social Bandura (1986) x
Modelo de Aceitação de Tecnologia (TAM) Davis (1989) x
Teoria do Comportamento Planejado (TPB) Ajzen (1991) x
Características Percebidas da Inovação Moore e Benbasat (1991) x
Teoria Unificada de Aceitação e Uso de Tecnologia (UTAUT)
Venkatesh et al (2003) x
Modelo de Difusão e Infusão Kwon e Zmud (1987)
X
Modelo "Tri-Core" de Inovação de SI Swanson (1994)
X
Teoria Ator-rede Latour (2003) x X
Perspectiva Institucional Teo, Wei e Benbasat (2003)
X
Fonte: Santos (2007).
No artigo de Lunardi, Dolci e Maçada (2010), os autores foram enfáticos ao apontar a
baixa ocorrência de trabalhos sobre MPE relacionados a TI e mostram que a adoção de TI
pelas MPE deve ser tratada de forma específica, por conta das características das MPE, do
alto de nível de incerteza em seu ambiente, além das mudanças repentinas no ambiente
organizacional o que dificulta o gerenciamento.
A tecnologia da informação, em sua contínua evolução, é considerada uma dos
grandes vetores de mudanças no ambiente competitivo corporativo, sua expansão pelas
organizações alterou de maneira significativa a forma como as organizações desempenham
suas atividades (TEÓFILO; DE FREITAS, 2007).
Com relação às micro e pequenas empresas (MPE) brasileiras, nota-se que cada vez
mais o número de organizações informatizadas tem aumentado. Esse aumento pode ser
explicado pela diminuição progressiva dos custos de aquisição tecnológica, pela busca de
30
vantagem competitiva, pela exigência dos parceiros comerciais ou até mesmo por exigências
legais (LUNARDI; DOLCI; MAÇADA, 2010).
A baixa ocorrência de trabalhos que pesquisam pequenas empresas e seu
relacionamento com a TI ocorre inicialmente pela própria definição de micro e pequena
empresa. Diferentes classificações são utilizadas, o que dificulta a convergência dos
resultados obtidos e até mesmo põe em dúvida sua possibilidade de generalização
(LUNARDI; DOLCI; MAÇADA, 2010).
No trabalho de SILVA (2009 apud BERALDI; ESCRIVÃO FILHO, 2000) a TI nas
MPE pode oferecer uma otimização da empresa através da modernização das seguintes
atividades: processos de arquivamento de papeis, fichas, pastas, folhetos, dentre outros
documentos; eliminação das atividades burocráticas que podem ser desenvolvidas no
computador; aumento da agilidade, segurança, integridade e exatidão das informações
levantadas; redução dos custos em todos os setores envolvidos; aperfeiçoamento da
administração geral da empresa, do marketing, do planejamento e controle da produção, das
demonstrações financeiras, das previsões orçamentárias, das análises de investimentos e de
custos.
Com a adoção da TI pela organização a grande maioria utiliza para operar os sistemas
de informação gerenciais e operacionais, porém, o acesso a internet é uma das utilizações
mais frequente por possibilitar o desenvolvimento de estratégias de marketing da empresa
junto aos seus clientes, via redes sociais e planos de ações de oferta de produtos segundo
segmento de consumidores atendidos pela organização. A relação com fornecedores também
é potencializada na medida em que os pedidos são realizados em tempo real e as ofertas e
divulgação de novos produtos (MORAES; TERENCE; ESCRIVÃO FILHO, 2004;
DHOLAKIA; KSHETRI, 2004; BAYO-MARIONES; LERA-LÓPEZ, 2007).
Encontrar explicações para o uso e a adoção de computadores pelas MPEs motivou a
pesquisa de Gupta, Setharaman e Raj (2013). Eles encontraram variáveis latentes
representativas do custo operacional, da facilidade de uso, da confiabilidade das operações,
participação e colaboração dos funcionários, segurança e privacidade das operações. Os
resultados mostram serem significativos os efeitos diretos do construto segurança e
privacidade sobre o uso e a adoção, assim como da redução custo, facilidade de uso e
conveniência. De forma indireta e atuando sobre a facilidade de uso e conveniência tem-se a
confiabilidade que atua também sobre a redução de custos. De forma que se observam efeitos
31
diretos, indiretos e de interação entre os construtos sobre a decisão de adoção e uso de
computadores.
A percepção dos proprietários de pequenas e médias empresas sobre o conhecimento,
uso e adoção de TI na Malásia foi investigado por Hashim (2007) junto a uma amostra de 383
proprietários, tomando como base a teoria da difusão da inovação ele identificou
características da inovação e categorias de adoção entre os proprietários e estabeleceu a
relação entre os vários construtos. Os resultados mostraram que o nível de conhecimento dos
proprietários na Malásia é pobre, que o uso da TI é baixo, a adoção é lenta e tardia, explicado
principalmente pelo fato dos proprietários acharem que a adoção é difícil.
2.4 Benefícios da TI e o desempenho das Organizações
Apesar de ter recebido destaque nos últimos a produção de estudos sobre análise de
desempenho da TI em MPE em países em desenvolvimento ainda é muito baixa anos
(LUNARDI; DOLCI; MAÇADA, 2010), esta realidade é válida também para o Brasil
(PRATES; OSPINA, 2004). Os benefícios da TI foram discutidos por Albertin e De Moura
Albertin (2008) considerando os benefícios para os negócios da organização com destaque
para os custos, produtividade, qualidade, flexibilidade e Inovação. No modelo de análise
elaborado pelo autor estão presentes as dimensões relativas ao tipo de uso de TI, ao
desempenho empresarial, a governança e a administração de TI e o papel dos executivos de
negócios e de TI e o relacionamento entre as dimensões.
No estudo de Thong (2001) os impactos da TI sobre o desempenho das organizações
estão relacionado a adoção de SI que ajuda a organizar as rotinas administrativas e
operacionais e produz a informação necessária ao planejamento e a tomada de decisão, o que
contribui na ampliação do valor capturado pela empresa no processo de criação de valor a
partir da criação de vantagens competitivas.
A grande maioria das MPEs adota TI tomando como base a Internet uma vez que com
este recurso a empresa tem condições de fazer parte do mercado virtual e global. Segundo Tan
et al (2009), as MPEs da Malásia que adotaram TI baseada em Internet, justificam tal medida
pelo benefício de ter novas oportunidades de negócios, melhor acesso a informações e
conhecimento sobre o mercado a partir de uma comunicação rápida e confiável. No entanto,
para que as empresas consigam este benefício é preciso que sejam dotadas de recursos e
32
capacidades organizacionais que possam se aproveitar da TI e do SI para fazer a leitura dos
produtos elaborados pelo SI e com isso estabelecer as estratégias de crescimento da empresa
com efeitos sobre o seu desempenho. Como posto pelos autores a potencialização dos
benefícios da TI e do SI não resultam imediatamente da aquisição única dessas tecnologias.
Segundo Ghobakhloo et al (2011), a adoção de TI e SI pelas MPEs pode ter efeito
negativo sobre o desempenho, desde que a aquisição da tecnologia tenha sido feita sem
considerar aspectos relacionados as características da empresa, seu processo produto, fluxos
de produção, armazenamento e distribuição, e a real estrutura do mercado e o posicionamento
da empresa no campo da concorrência.
De acordo com Consoli (2012) os fatores que inibem os investimentos e a adoção de
TI nas MPEs estão relacionados a questões financeiras por conta do elevado investimento
inicial para aquisição de hardware e software e a falta de acesso a crédito; infraestrutura de
energia e condições dos provedores de internet; organizacional pela falta de pessoal
qualificado e de estratégias inadequadas; tecnologia evolui sem a capacidade de absorção
pelas empresas.
No entanto, Consoli (2012) mostra que os benefícios da adoção de TI recaem sobre o
crescimento da produtividade, aumento de estratégias, aumento das vendas, criação de novos
produtos e serviços, melhor qualidade dos produtos e serviços, aumento da satisfação do
consumidor, ampliação da organização, melhoramentos na cadeia de suprimento, inserção no
mercado globalizado e no desempenho pela melhor eficiência, efetividade e competitividade,
e a inovação de negócios e pelos benefícios intangíveis resultante da criação de competências
difíceis de serem imitadas e de se encontrar substitutos pelos concorrentes como apresentado
pela Visão Baseada em Recurso.
O impacto positivo da TI sobre o desempenho das MPEs ocorre com mais frequência
quando a empresa baseia sua TI no uso da internet que amplia a possibilidade de expansão de
mercados e a realização de novos negócios com efeito sobre o desempenho dos negócios da
empresa (ALAM; NOOR, 2009).
Segundo Albertin e De Moura Albertin (2008, p. 607) o mecanismo como a TI
contribui para o desempenho da empresa através de processos e estratégias ocorre quando:
[...] O uso de TI, tanto como infraestrutura ou como suas aplicações em processos organizacionais, oferece os benefícios de custo, produtividade, qualidade, flexibilidade e inovação, que deverão ser mensurados nos negócios, formando assim a estrutura de benefícios de tecnologia de informação no desempenho empresarial.
33
Os estudos de Melville et al. (2004) mostraram o efeito positivo das tecnologias de
informação sobre o desempenho da empresa quando se considera a produtividade,
rentabilidade, valor de mercado e quota de mercado como medidas do construto desempenho.
O estudo revela que as TI têm efeito intermediários sobre o desempenho tais como a
eficiência do processo, qualidade de serviço, redução de custos, organização e flexibilidade do
processo e satisfação do cliente. O uso de sistemas de informações contábeis, para uma
amostra de MPEs da Espanha, mostra-se positivamente correlacionado com o desempenho
delas a partir do aumento do valor adicionado pela facilidade de acesso aos sistemas de
controle dos órgãos fiscais e de acesso aos serviços bancário conforme Urquía Grande,
Estébanez e Muñoz (2011).
A importância dos recursos de TI, ativos de TI e a gestão de TI no desempenho das
empresas foi pesquisada por Wang et al (2015) que admitem que a combinação desses
recursos contribui para que as empresas possam estabelecer estratégias que as tornem
competitiva no mercado. Eles reforçam a complementaridade entre os recursos mostrando que
um sozinho não produzirá os efeitos esperados de criação de valor, mas sim a combinação
entre eles concebida com base em ações estratégicas formuladas a partir das informações
obtidas pelo SI e as capacidades disponíveis na empresa para absorver as transformações.
Segundo Wang et al (2015) a gestão de TI está relacionada de maneira positiva com o
desempenho delas, assim como a interação entre os ativos em TI e a gestão de TI impactam
positivamente sobre o desempenho. Além de indicar que o efeito da gestão de TI sobre o
desempenho da empresa é amplificado pelo dinamismo do ambiente interno. No estudo eles
mostram que essa relação pode assumir efeitos distintos a partir das variáveis de controle
inseridas no modelo de regressão empregado para avaliar o correlacionamento, tais como, o
tamanho da empresa, os anos de vida da empresa, os anos de experiência com TI, proporção
de empregados utilizando TI, e a diversificação de produtos fabricados pela empresa.
A relação entre a adoção da TI para melhorar o nível de agilidade na resposta aos
estímulos decorrente de mudanças na cadeia de suprimento e o desempenho das empresas foi
investigado por DeGroote e Marx (2013) para uma amostra de 193 empresas do setor de
transformação nos Estados e mostra que melhorias na TI contribuem positivamente para o
desempenho por possibilitarem a acessibilidade, acurácia e adequação dos processos da
empresa para as mudanças ocorridas nos elos da cadeia de suprimento em menor tempo de
execução, com reflexos também sobre o custo das operações e seus efeitos sobre as vendas,
parcela de mercado, lucratividade e satisfação do cliente.
34
3 METODOLOGIA
Neste capítulo são apresentados todos os procedimentos adotados para o
desenvolvimento da pesquisa de maneira a esclarecer como foi estruturada a pesquisa
considerando a população alvo, os tipos de abordagem empregados, a elaboração dos
construtos, as técnicas de pesquisa utilizadas e o modelo de análise dos resultados.
Na pesquisa foram empregadas as abordagens metodológicas qualitativa e quantitativa
de maneira complementar em que os resultados da primeira, decorrentes da aplicação da
técnica de análise de Conteúdo, ajudaram a qualificar o relacionamento o entre os construtos
concebidos pela técnica de Análise Fatorial Exploratória proveniente do levantamento
desenvolvido junto as MPEs e o desempenho das empresas.
Esse tipo de planejamento e desenvolvimento de pesquisa tem se aproximado do que a
literatura denomina de métodos mistos (CRESWELL, 2010). No presente trabalho aplicou-se
a estratégia do método misto pelo fato do desenvolvimento da pesquisa ocorrer a partir de
uma combinação entre os dados qualitativos e quantitativos em que os bancos de dados estão
separados, porém tem-se uma conexão entre eles.
A elaboração dos construtos foi feita considerando o trabalho desenvolvido por
Lunardi, Dolci e Maçada (2010), o que foi feito a partir da concordância desses autores, após
consulta formal feita por e-mail. No entanto, pequenos ajustes foram feitos para inserir outras
variáveis importantes e relacionadas às características do entrevistado e da empresa de forma
a melhor qualificar os respondentes e suas experiências.
3.1 População Alvo
A população de interesse da pesquisa é formada pelas Micro e Pequenas Empresas
(MPEs) situadas no município de Belém e que desenvolvem a atividade de comércio varejista
e de serviços. De acordo o SEBRAE uma empresa é considerada Micro para o segmento de
Comércio e Serviços quando tem até 9 empregados e Pequena quando tem entre 10 e 49
empregados de acordo com a Lei 123 de 15 de dezembro de 2006.
35
3.2 Amostra
3.2.1 Levantamento Qualitativo - Casos
Foram escolhidas seis MPEs de diferentes segmentos econômicos inseridas no
Comércio Varejista e Serviços. O processo de escolha levou em consideração o nível de TI na
empresa, o número de empregados, o tempo de uso da TI na empresa, além da aceitação do
proprietário em apresentar sua opinião e características detalhadas presentes em sua empresa.
3.2.2 Levantamento Quantitativo
O número de MPEs no município de Belém segundo dados do Cadastro Central de
Empresas do IBGE foi de 10.972, em 2006, sendo 9.895 microempresas e 1.113 pequenas
empresas, em que observa a predominância das microempresas com 89,9%. Essa proporção
guarda correlação os dados do SEBRAE sobre a proporção do número de MPEs.
Foi elaborado um site com um sistema de formulário, utilizando a linguagem PHP,
HTML e CSS para a construção da interface e programação do formulário e banco de dados
MySQL, com a linguagem SQL para a comunicação com a aplicação com a finalidade de
coletar as respostas dos gestores responsáveis pelas MPEs.
A seleção foi definida através de uma mineração no google. Por meio deste sistema de
busca, foi possível garimpar mais de mil e-mails das MPEs de Belém, dos mais diversos
ramos de atividade. Entretanto, foi encontrada uma enorme resistência por parte dos
empresários que não respondiam o questionário e em algumas vezes desconfiavam da
integridade e validade do e-mail. O link da pesquisa (www.pesquisamestrado.com.br) foi
enviado no corpo da mensagem e por receio de clicar e infectar seus computadores, muitos
empresários evitaram responder. O total de empresas do levantamento foi de 53, após a
resposta de 81 empresários que retornaram a solicitação, em que foram excluídos 28
questionários. Haviam 9 que não estavam completos em seu preenchimento, 2 registros
duplicados e 17 MEIs (Micro Empreendedor Individual).
36
3.3 Instrumento de Coleta de Dados
3.3.1 Abordagem Qualitativa
O levantamento qualitativo foi desenvolvido a partir de entrevistas estruturadas junto
aos proprietários das MPEs cujas perguntas estão apresentadas no decorrer deste trabalho. O
objetivo deste procedimento foi o de encontrar explicações mais detalhadas sobre os motivos
e benefícios da adoção da TI pelas empresas.
Aspectos relacionados a trajetória empresarial dos entrevistados foi coletado assim
como se os pais trabalhavam no setor; a localização da empresa e seus reflexos; identificar
como se dá o processo de seleção e contratação de funcionários e a importância dada a TI no
ato de seleção; se há treinamento de TI aos funcionários e como ele é definido, executado e
com que frequência; quais os motivos de resistência ao uso da TI pelos funcionários e o que
pode estar relacionado isso; aspectos relacionados as características de TI dos concorrentes e
como isso influencia a tomada de decisão do empresário; como se deu o processo de adoção
de TI e quando isso aconteceu e qual a importância dessa adoção para o desempenho da
empresa. Estes aspectos são discutidos na literatura que estuda processos de uso, adoção e
benefício da TI na empresa e seu relacionamento com o desempenho delas.
3.3.2 Abordagem Quantitativa
O levantamento quantitativo foi realizado com base no instrumento de coleta de dados
elaborado com base no trabalho de Lunardi, Dolci e Maçada (2010) e na revisão da literatura
apresentada no referencial teórico. O questionário contém questões com escala de mensuração
Likert de 10 pontos, em que o empresário vai assinalar uma escala saindo de 0 no caso de
total discordância até 10 em caso de plena concordância e existe a condição dele afirmar que
não sabe ou que não está interessado em responder.
O questionário é composto de um bloco com a classificação do porte da empresa e
suas características e principais tipos de TI utilizados. Um segundo bloco com os motivos da
adoção da TI na percepção do empresário e que foi utilizado para encontrar os construtos
representativos dos motivos da adoção. Outro bloco foi empregado para encontrar o construto
do desempenho com base na percepção do empresário.
37
3.4 Métodos e Técnicas de Análise dos Dados
3.4.1 Análise Qualitativa dos Casos
A análise dos dados obtidos a partir das entrevistas com os proprietários das MPEs
seguiu a abordagem desenvolvida por Creswell (2010) em cinco etapas:
1. As entrevistas gravadas foram transcritas em uma matriz de dados onde as linhas se
referiam aos casos e nas colunas encontram-se as perguntas das perguntas das
entrevistas.
2. De posse da matriz teve-se uma percepção geral do significado das respostas e as
ideias centrais em cada entrevista.
3. Foram concebidos codificadores a partir do processo de resumo das ideias em
temáticas centrais expressas por termos representativos de cada bloco. Nesta etapa
foram definidos tópicos e a agregação se deu pela combinação de tópicos similares.
4. Com os codificadores foi possível descrever cada um dos casos segundo os tópicos de
interesse de forma a gerar um número menor de aspectos enfatizados nas respostas dos
proprietários, e resumidas em quadros, contemplando a síntese de cada caso e a
categorização dos aspectos enfatizados.
5. De posse da matriz de respostas e dos quadros com os aspectos enfatizados pelos
entrevistados foram desenvolvidas as análises considerando os significado dos dados e
os resultados da revisão da teoria realizada na pesquisa.
3.4.2 Análise Quantitativa da Pesquisa
Os construtos representativos da motivação de adoção da TI e do Desempenho das
empresas foram calculados a partir da aplicação da técnica de análise fatorial aos dados,
técnica estatística multivariada que objetiva descrever o comportamento de um conjunto de
variáveis por meio de um número menor de variáveis.
Cada fator representou um distinto padrão de movimento entre as variáveis e deve ser
interpretado logicamente. Para explicar a estrutura da variância e covariância dos dados foi
38
aplicada a técnica das componentes principais (Fávero et al, 2009; Hair et al, 1998; Mingoti,
2005).
Sob o modelo de fatores, cada variável respondida é representada por uma função
linear de uma pequena quantidade de fatores comuns, não observáveis, e outra parte de uma
variável latente específica. De acordo com Johnson e Wichern (1992), modelo de fatores pode
ser especificado em notação matricial:
εαfX += (1) em que T
p21 )X,,X,(XX L= é um vetor transposto de variáveis aleatórias observáveis; Tf )f,,f,(f r21 L= é um vetor transposto com pr < de variáveis não observáveis ou variáveis
latentes chamadas de fatores; α é uma matriz )( rp × de coeficientes fixos chamados de
cargas fatoriais; Tp21 )ε,,ε,(εε K= é um vetor transposto de termos aleatórios.
O ajuste do modelo de análise fatorial ortogonal aos dados foi inicialmente realizado
pela aplicação do critério de Kaiser-Mayer-Olkin (KMO). Outro teste aplicado para avaliar a
medida da adequação da AF aos dados foi o de esfericidade de Bartlett, que testa a hipótese
de que a matriz de correlação é uma matriz identidade, e essa hipótese refutada para valores
de significância menores que 0,05 indica a presença de correlações entre as variáveis (Pereira,
2001; Hair et al, 2009). A medida de adequação da amostra (MSA) também foi empregada
para avaliar se uma variável é prevista pelas outras variáveis e o valor mínimo aceitável ficou
em 0,5, para valores inferiores a indicação é para eliminar as variáveis. O número de fatores
extraídos foi definido a priori como indicado por Hair et al (2009).
A proporção da variância que uma variável compartilha com todas as demais variáveis
utilizadas no estudo é conhecida como comunalidade e as variáveis com valores acima de 0,5
são as aquelas que aportam maior contribuição ao modelo de AF. As demais foram excluídas
do modelo (FAVERO, et al, 2009).
De posse dos construtos para os motivos da adoção de TI e para o desempenho das
empresas foi elaborado um modelo de regressão linear múltipla visando encontrar a relação
entre os construtos da adoção com o desempenho:
erro de termoo é
adoção de motivos aos relativos construtos de matriz a é Z
desempenho construto do vetor o é D
que em
ε
εβ += ZD
2
Os parâmetros do modelo de regressão múltipla foram estimados pelo método dos
mínimos quadrados ordinários. A adequação dos resultados da regressão linear múltipla foi
39
feita a partir da verificação das hipóteses de existência da regressão e da significância
estatística para cada um dos parâmetros que expressão o sentido e a intensidade da relação
entre os construtos da adoção e o construto do desempenho da empresa.
A significância estatística do modelo geral foi feito a partir do coeficiente de
determinação. A identificação de multicolinearidade foi realizada com base no Fator de
Inflação da Variância (VIF), em que VIF superior a 10 indica a presença do fenômeno (HAIR,
2009).
O software SPSS verão 21 foi utilizado para gerar os resultados das estatísticas
descritivas, organizar os dados em tabelas univariadas e bivariadas, os construtos obtidos a
partir da aplicação da Análise de Fator e dos parâmetros estimados do modelo de regressão
linear multivariada.
3.4.3 Análise de Confiabilidade
A avaliação das variáveis utilizadas no constructo da motivação e do desempenho foi
realizada com base no método de confiabilidade denominado Alfa de Cronbach, em que a
verificação das escalas propostas se preocupa com as aplicações futuras e é desenvolvida a
partir da correlação entre a variância da variável em destaque e a variância total de todas as
todas as variáveis (VIRGILLITO, 2010).
O Alfa de Cronbach é também entendido como coeficiente de correlação ao quadrado
(R2). A formulação de cálculo do índice é dada abaixo e quanto mais próximo de 1 for o
valor, isso mostra que o conjunto de questões utilizadas para representar o construto da
motivação e do desempenho está mais adequado e guarda forte correlacionamento entre as
variáveis. Alfa com grau inferior a 0,7 indica pouca exatidão do modelo (VIRGILLITO,
2010).
−×
−= ∑ 2
2
1)1( Soma
i
S
S
k
kα (3)
Em que:
medidos itens os todosde soma da variânciaa é
pesquisa na osconsiderad itensK dos individual variânciaa é 2
2
Soma
i
S
S
40
3.4.4 Elaboração dos Constructos
Os construtos foram elaborados a partir da aplicação da Análise Fatorial considerando
as seguintes questões para cada um deles. O construto motivação foi elaborado a partir do
bloco de questões do questionário compreendidas entre Q1 e Q16.
Quadro 01 - Descrição das questões do questionário - Construto Motivação Q1 para se manter atualizada tecnologicamente. Q2 por causa da grande concorrência existente.
Q3 para realizar tarefas específicas mais rapidamente. Q4 porque possuía recursos financeiros. Q5 em função do seu crescimento.
Q6 por influência dos clientes, fornecedores e/ou governo. Q7 para melhorar o atendimento aos clientes.
Q8 porque possuía funcionários com condições de utilizá-las.
Q9 porque o seu negócio exigia.
Q10 para atender melhor as suas necessidades.
Q11 para aumentar a sua competitividade.
Q12 porque possuía uma estrutura organizacional adequada.
Q13 para garantir o bom funcionamento da empresa.
Q14 porque os concorrentes também têm adotado.
Q15 para realizar suas atividades com maior segurança.
Q16 porque possuía um ambiente favorável à sua utilização. Fonte: Resultados da pesquisa, baseado em Lunardi, Dolci e Maçada (2010).
O construto desempenho foi elaborado a partir do bloco de questões do questionário
compreendidas entre Q1 e Q9.
Quadro 02 - Descrição das questões do questionário - Construto Desempenho
Q1 ajuda na redução de custos totais.
Q2 ajuda a aumentar a participação de mercado.
Q3 ajuda a aumentar a produtividade da empresa.
Q4 ajuda a aumentar as vendas da empresa.
Q5 ajuda na obtenção de novos clientes.
Q6 é uma necessidade estratégica para competir no mercado.
Q7 aumenta a produtividade da empresa.
Q8 permite uma diferenciação no mercado onde a minha empresa atua.
Q9 auxilia no aumento das minhas receitas. Fonte: Resultados da pesquisa, baseado em Lunardi, Dolci e Maçada (2010).
41
3.4.5 Modelo de Regressão Linear Múltipla
Como forma de atingir os objetivos específicos da dissertação foi proposto um modelo
de regressão linear múltipla em que os parâmetros foram estimados pelo Método dos
Mínimos Quadrados Ordinários (MQO). O modelo assumido foi o de K parâmetros conforme
(HAYASHI, 2000):
ttkktti XXXY µββββ +++++= K33221 (4)
Em que:
Y é a variável dependente para a observação t
Xij são as variáveis dependentes com , j=2,3, ... , k
inclinação da parâmetros os mrepresenta ,,
equação da intercepto o é
2
1
kββ
β
L
A representação matricial do modelo de regressão linear múltipla é escrita da seguinte forma:
ntXY ti ,,4,3,2,1, L=+= µβ . (5)
Em que cada t define um vetor 1xK, sendo Xt-(1, xt2, xt3, ..., xtk) o vetor de variáveis e
β=(β1, β2, β3,..., βk) o vetor Kx1 de parâmetros, u é o vetor nx1 dos distúrbios não observados.
A estimação dos β é obtida a partir da minimização da soma dos resíduos ao quadrado.
Seja a de regressão amostral com k variáveis:
ttkktti XXXY µββββ +++++= ˆˆˆˆ33221 K
(6)
Que pode ser escrita na seguinte forma matricial:
ntXY ti ,,4,3,2,1,ˆˆ L=+= µβ. (7)
Em que β é um vetor coluna de k elementos com os estimadores de MQO dos
coeficientes de regressão e u um vetor coluna nx1 com n resíduos (GUJARATI, 2000). A
minimização se processa a partir da Soma dos Quadrados dos Resíduos (SQR):
42
233221
2 )ˆˆˆˆ(ˆtkktti XXXYu ββββ K−−−=∑∑ (8)
Em termos matriciais essa minimização se processa por minimizar uu ˆ'ˆ
De (2) obtêm-se que:
βˆ Xyu −= (9)
Assim:
βββββ ˆ''ˆ''ˆ2')()'ˆ(ˆ'ˆ XXyXyyXyXyuu +−=−−= (10)
Segundo Gujarati (2000) o MQO consiste em estimar os coeficientes betas da equação
(7) de modo que os resíduos ao quadrado, obtidos na equação (8)seja o menor possível. Esse
processo é realizado diferenciando (8) parcialmente em relação a kβββ ˆ,,ˆ,ˆ21 K e igualando a
zero as expressões resultantes, o que pode ser representado da seguinte forma:
yXXX 'ˆ)'( =β (11)
Isolando β de acordo com a álgebra de matrizes encontra-se:
yXXX ')'(ˆ 1−=β (12)
O autor indica que as seguintes pressuposições foram consideradas para viabilizar a
estimação pelo método dos MQO:
Para avaliar a relação entre o desempenho das empresas e os construtos representativos da motivação foi utilizado o modelo de regressão linear múltipla, abaixo estimado pelo método de MQO:
�� = �� + ���� + �� + �� + ���� + � (13)
Em que
).,0(~6.
tes;independen variáveisas entrelinear relação de ausência Há 5.
fixas; são sobservaçõe As.4
;0),(.3
;)(.2
;0)(.1
2
22
σ
σ
Nu
uuE
uE
uE
i
ji
i
i
=
=
=
43
Di=desempenho
F1= eficiência das operações e segurança
F2=estrutura organizacional e recursos humanos especializados
F3=organização e flexibilidade do processo
F4=pressão externa induzida pela concorrência
Os sinais esperados para relação dos motivos da adoção de tecnologia e o desempenho
são todos positivos por conta daquilo que se discutiu no referencial teórico e nos achados que
foram encontrados no momento de análise qualitativa que capturou as respostas dos
empresários entrevistados.
3.5 Testes Estatísticos
3.5.1 Teste F
A significância da regressão, ou seja, da representatividade dos coeficientes da
regressão obtida pelo método dos Mínimos Quadrados Ordinários foi testada pela estatística
F, como forma de avaliar a significância do modelo, com a seguinte estrutura de hipóteses:
H0: β0=β1=β2=0
H1: existe pelo menos um β1≠0
A estatística F pode ser definida a partir do índice de explicação das variáveis
explicativas também conhecidas como Coeficiente de Explicação (R2).
A estatística F é definida por meio da seguinte expressão:
)()1(
)1(
)(
)1(2
2
knR
kR
knSQU
kSQRF
−−−
=−−
= (14)
Após o cálculo da estatística F a decisão sobre a rejeição da hipótese nula ocorrerá a
partir da comparação do valor tabelado da estatística F com o valor calculado em um nível de
significância estatística de 5,0% conforme a equação (14). Segundo Fávero et al (2009) o
44
Software estatístico SPSS apresenta os valores de Sig. F e de Sig. t para o teste dos
coeficientes estimados de forma isolada, bastando comparar esse valor com a significância
estatística (α) de 5,0%.
3.5.2 Multicolinearidade
Na presença de multicolinearidade o modelo perde poder de explicação, por elevação
da parcela da variação da variável explicada pela parcela relativa aos resíduos. A presença de
elevada correlação linear entre as variáveis independentes leva a uma distorção dos resultados
com reflexos sobre o termo de resíduo (GUJARATI 2000; FÁVERO et al, 2009)
A combinação algébrica do índice de correlação linear e do coeficiente de
determinação ou explicação (R2) conduz a dois indicadores de diagnóstico: o VIF (Variance
Inflation Factor) e Tolerância (Tolerance), assim definidos:
21 RTolerance −= (15)
ToleranceVIF 1= (16)
A Tolerância representa a proporção da variação de uma variável explicativa que
independe das demais variáveis. A estatística VIF é uma medida de quanto à variância de
cada coeficiente de regressão estimado aumenta devido à multicolinearidade. A medida de
decisão pela presença de multicolinearidade se dá quando o VIF for acima de 10
(GUJARATI, 2006). Valores de VIF acima de 5,0 podem conduzir a problemas de
multicolinearidade segundo Fávero et al (2009).
45
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS
4.1 Análise Qualitativa
4.1.1 Contratação de mão de obra e o conhecimento de TI
No que se refere à contratação de funcionários pode-se observar no Quadro 03, que os
empresários possuem uma preferencia em contratar pessoas com conhecimentos em TI para
facilitar o uso na operacionalização de TI da empresa (SILVA; TEIXEIRA, 2014). E os
procedimentos desenvolvidos pelos empresários visam tornar mais eficiente as operações
administrativas, financeiras e deixar os clientes satisfeitos.
O corpo de funcionários em uma MPE dispõe, nos dias atuais, de recursos
computacionais com mais frequência (FERREIRA; RAMOS, 2005), o que nos remete a
compreender que é necessário ter conhecimento para manusear a TI adequadamente sem
causar prejuízos. Apesar das MPE contratarem profissionais mais qualificados (SILVA;
MOLINA-PALMA; RAPKIEWICZ, 2009), elas ainda encontram algumas dificuldades como
o temor e o receio, dos funcionários em estarem sendo monitorados (ARANHA, 2010). Nessa
perspectiva, os empresários realizam treinamentos e palestras para motivar os funcionários em
suas atividades.
Quadro 03 - Questão abordada: Requisitos da contratação de mão de obra
Caso Síntese Aspecto
enfatizado
C1
Informatizada em 2007/ gestor com domínio de informática/Contratação por indicação e confiança./Com a informatização foi exigido que o candidato tivesse algum domínio de informática já que os antigos não tinham e apresentavam dificuldades em manusear o sistema com reflexos no controle das vendas - Informatização nos processos de compra/estoque e vendas como segurança
Con
hec
imen
to b
ásic
o em
info
rmát
ica
C2 Tem que ter o conhecimento mínimo em informática/Pessoas idosas são mais resistentes que jovens
C3 Tem que ter o conhecimento básico em informática./ É dado treinamento pelos gerentes aos vendedores
C4
Todos devem conhecer informática/sempre damos palestras para as pessoas terem uma motivação maior … e isso realmente é bem interessante, se você não prestar atenção nesses pequenos detalhes, mas que são de grande influência para quem realmente deseja ter sucesso em algum planejamento que faça
C5 Pessoas novas com pouca experiência/treina seus funcionários/ resistência de alguns funcionários
C6 Dominar informática pelo fato de mexermos com instagram, trabalharmos com vendas pela internet ... ele tem que no mínimo saber disso. A outra exigência é que ele tem que entender do ramo. Tem que entender do “fight”.
Fonte: Resultados da pesquisa.
46
Os proprietários afirmam que a mão de obra disponível no mercado tem pouco
domínio de informática, no entanto, ações foram aplicadas para melhorar a qualidade desses
funcionários e a sua motivação em se qualificar como pode ser percebido no relato abaixo
[Caso 1] :
[...] resolvemos investir em treinamento e com este treinamento as pessoas que nós conseguimos filtrar mantivemos na empresa e as outras tivemos que trocar e hoje a grande maioria possui o nível médio completo. Hoje, nós até ajudamos essas pessoas de nível médio completo a fazerem um curso superior. Por exemplo, o nosso gerente é formado em administração e agora está cursando inglês. Muitos não tinham carteira de motorista e agora já tem. Houve um funcionário que saiu da empresa para cursar engenharia elétrica [...]. (Informação Verbal).
A procura pela qualificação do quadro de funcionários é uma constante competitiva no
ambiente empresarial, pois desta forma ocorre um aumento na eficiência das tarefas
executadas na empresa (IBGE, 2010b), No Brasil a pesquisa do IBGE (2010b) constatou que
apenas 19,4% utilizaram a Internet para oferecer treinamentos aos seus funcionários e que
76,6% fornecem treinamento básico para operações com a TI nas empresas.
A pesquisa desenvolvida por Lunardi, Dolci e Maçada (2010), nos mostra que um dos
principais motivos que está relacionado a adoção de TI é a pressão externa no qual a empresa
sofre, assim como um ambiente organizacional favorável para a inclusão de TI. Para Prates e
Ospina (2004), em grande parte das empresas a aquisição da TI surge devido a uma
necessidade oriunda dos objetivos organizacionais anteriormente definidos, como:
necessidade de integração; melhoria dos controles organizacionais; competitividade; manter a
sua participação; aumentar a sua participação; melhoria da qualidade de atendimento;
aumentar a produtividade; gerar um ambiente produtivo; reduzir custos.
4.1.2 Motivos de adoção de TI
No Quadro 04 tem-se os principais tópicos relacionados a adoção de TI como motivo
central para se manter no mercado, devido a melhoria da gestão administrativa e financeira e
na produção de informações para definição de suas estratégias de expansão no mercado a
partir decisões baseadas em informações como realçado por Dholakia; Kshetri (2004); Del
Colli Silva e Reis (2008).
47
A preocupação dos entrevistados com o processo de gestão de estoques e a segurança
financeira aparece como fatores frequentes na decisão pela adoção de TI. O entrevistado do
caso 1 relata que:
[...] os motivos do meu pai eu desconheço. Os meus motivos é que eu não tinha a experiência que ele tinha para realizar os procedimentos da loja, como identificar o produto que mais vendeu, porque vendeu, quando vendeu ... ele (pai) tinha isso na cabeça dele. Eu estava em uma situação em que precisava fazer o mesmo que ele fazia sem ter ferramentas palpáveis, nem números, nada! Para identificar isso. Este foi o meu primeiro motivo para insistir em colocar um sistema, o segundo motivo principal foi o controle. Eu identificava que haviam muitos oportunistas no mercado, contamos no dedo quantos representantes e fabricantes são parceiros nossos, a maioria querem apenas te empurrar produtos [...].(Informação Verbal).
Quadro 04 - Questão abordada: Motivos para adoção de TI
Caso Síntese Aspecto
enfatizado
C1 Melhorar a gestão da empresa diante da troca de gestão entre as gerações/ Controle de estoque, financeiro e caixa/compra de produtos repetidos e se deterioravam com o tempo
TI
par
a se
man
ter
no
mer
cad
o
C2 Ampliar as oportunidades de ganhos futuros/ Então eu busquei esse sistema, muito caro, mas felizmente a TIM veio e conseguiu unir o útil ao agradável que foi implantar o sistema dela.
C3 Necessidade e para a empresa prosperar. Para viver no mercado, senão eu estava fora. Não existe hoje uma empresa sem informática, seja maior ou menor.
C4 Pela necessidade em se manter e/ou ganhar mais mercado.
C5
A necessidade/ Porque só de cabeça não tem como você administrar, saber o que você tem. Tudo flui melhor, o sistema diz o que você tem que comprar. Ele te avisa. “Olha! Você tem que comprar isso, está acabando”. Avisa o produto que vende mais rápido, o produto que não gira. Tudo isso ele te diz
C6 Pelo fato dela ser muito eficaz no nosso ramo Fonte: Resultados da pesquisa.
Na mesma lógica de que a TI ajuda a organizar a gestão da empresa e possibilita um
planejamento realista o relato do Caso 5 enfatiza a preocupação com os resultados que a TI
pode trazer a gestão como cita:
[...] A necessidade. Porque só de cabeça não tem como você administrar, saber o que você tem. Tudo flui melhor, o sistema diz o que você tem que comprar. Ele te avisa. “Olha! Você tem que comprar isso, está acabando”. Avisa o produto que vende mais rápido, o produto que não gira. Tudo isso ele te diz. (Informação Verbal).
48
Para Prates e Ospina (2004) ainda não conseguiram realizar uma avaliação dos
custos/benefícios dos investimentos realizados em TI. Os benefícios encontrados estão
relacionados com o entendimento das funções produtivas, em destaque o usuário que opera a
TI, pois melhora o controle e permite dar uma maior velocidade para as respostas desejadas.
Lunardi e Dolci (2007) apud SALMERON e BUENO, 2005 esclarecem que os
benefícios que a TI pode oferecer às MPE ainda não estão totalmente evidentes para o gestor
dessas empresas. Principalmente, no momento de decisão de uma tecnologia específica.
Seguindo este mesmo estudo, os autores detalham que em muitas situações, a decisão não é
realizada para ajudar na direção estratégica da empresa e, também, não se baseia em critérios
econômicos, o que atinge nas expectativas dos gestores quanto ao impacto da tecnologia no
resultado da empresa.
4.1.3 Benefícios com a adoção de TI
O Quadro 05 apresenta alguns dos benefícios apontados pelos entrevistados com
destaque para as melhoras no processo de gestão da empresa a partir da análise dos registros
das operações como forma de controlar as relações com fornecedores e clientes e criar
vantagens competitivas que conduzam a criação de mais valor e ampliação do desempenho
das empresas.
O relato feito pelo proprietário da empresa do caso 1 é bastante ilustrativo dos
benefícios percebidos pelos empresários:
[...] Porque no nosso ramo ... ele muda muito não é? Sempre tem um lançamento novo ou alguma coisa nova, então os produtos os produtos entram em defasagem ... você sabe que vende mais uma chuteira de marca tal, mas não interessante você saber o modelo porque ele já saiu de linha, então o que eu uso bastante é o meu planejamento financeiro ... eu sei o que é que vai cair de cartão, quando, que dia, quanto eu vendi tal mês de tal produto, de tal vendedor, qual o horário que eu mais vendo, eu sei de todos esses processos, eu sei qual o produto eu mais vendo em cada mês, meu ticket médio, eu sei pelos modelos que venderam de chuteira o porquê que ela vendeu mais, isso tudo o sistema me ajuda [...].(Informação Verbal).
49
Fonte: Resultados da pesquisa.
Francisco, Ronchi e Mecheln (2008) menciona em seu artigo que benefícios como
controle financeiro, operacional e administrativo são resultados de muitos investimentos
realizados pela gestão em SI. Para Teófilo e De Freitas (2007) investimentos em TI geram
melhorias nos processos de gestão do estoque, como: eliminação de rupturas no estoque; evita
duplicidade de itens; reduz perdas por desaparecimento físico de alguns itens do estoque;
facilita o controle do nível de estoque fornecendo informações mais precisas para a reposição;
contribui para a modificação da organização do estoque físico; facilita o acesso imediato do
estoquista no produto, agilizando as vendas.
Francisco, Ronchi e Mecheln (2008) exaltam que investimentos em TI nunca são
demais, considerando os benefícios que ela pode trazer como: controle financeiro, operacional
e administrativo. O autor Balarine (2002) admite que há potencialidade da TI na melhoria dos
negócios, porém deve-se analisar os custos proporcionalmente aos benefícios de sua
implementação, considerando os efeitos sobre a sustentabilidade da empresa em um prazo
maior de tempo.
O relato do empresário proprietário da empresa do Caso 3 reforça o evidenciado por
(FRANCISCO; RONCHI; MECHELN, 2008):
[...] Nem sei te especificar. Só te dizer que se eu não tivesse eu não estaria no mercado mais. Foi atendimento agilizado, na emissão do cupom fiscal, agilidade para consultar o estoque ... o cliente vai hoje na vitrine e diz: Eu quero este tênis aqui tamanho 38, nós pegamos o código e jogamos no computador e ele sabe se tem ou não tem no estoque, eu não preciso subir e procurar ... Agilidade e funcionalidade da loja. (Informação Verbal).
Quadro 05 - Questão abordada: Benefícios com a adoção de TI
Caso Síntese Aspecto
enfatizado
C1
Maior controle de estoque o que ajuda na tomada de decisão sobre o produto, características e quantidades a serem adquiridas./Planejamento das finanças/Análise de desempenho dos vendedores/ identificação de dias e horários com maior frequências de vendas.
TI
par
a co
ntr
ole
das
op
eraç
ões
e p
lan
ejam
ento
est
raté
gico
C2 Ampliou o controle sobre as operações da empresa/ampliou a lucratividade
C3 Só vou te dizer que se eu não tivesse, eu não estaria no mercado mais/atendimento agilizado, na emissão do cupom fiscal, agilidade para consultar o estoque/... Agilidade e funcionalidade da loja/
C4 Gestão do estoque, vendas, financeiro
C5 Você pode substituir coisas pela tecnologia, você pode também economizar os gastos com funcionários, porque ele já funciona como um/Melhora a gestão da empresa e auxilia o planejamento estratégico.
C6 Aumento das vendas é o principal
50
Para Rodrigues e Pinheiro (2010) a TI gera mudanças e causa impactos no ambiente
organizacional, atribuindo um papel importante para melhorar a competitividade das
empresas. Este mesmo autor afirma que o uso cada vez maior da TI desempenha um
importante papel no fluxo de informações das empresas e melhora no quesito
competitividade, contribuindo para o aparecimento de um ambiente coorporativo essencial
para atingir vantagem estratégica, desenvolver novas políticas ou medidas adotadas nas
organizações que ultrapassam as fronteiras das organizações.
Segundo Santos Júnior, Freitas e Luciano (2005), o uso de TI é de vital importância,
pois a TI se mostra como uma ferramenta com capacidade de oferecer a competitividade
necessária para o crescimento e para a sobrevivência das empresas.
4.1.4 Percepção de Geração de Valor pela Adoção de TI
Durante as entrevistas podemos compreender através da ótica dos empresários como
eles percebem a geração de valor proporcionado pelo uso da TI. Verificar o Quadro 06. A
criação de valor para o empresário do Caso 1 é bem interessante conforme seu relato:
[...] Eu acredito que não, porque eu acredito que a TI facilita o atendimento e o atendimento bom e rápido é uma obrigação. O que eu acho que a tecnologia é importante, pelo menos a que eu utilizo aqui na loja, é a informação. É a informação melhor sobre o produto. Implica no atendimento, mas não na velocidade do atendimento. Até porque eu posso ter tudo informado no sistema, mas posso ter um estoquista mal treinado e com um estoque desorganizado, que vai atrasar a entrega do mesmo jeito [...]. (Informação Verbal).
Continuando:
[...] A questão toda é a seguinte, com a informação do produto bem explicada ... com utilização da tecnologia ... agrega valor neste sentido o produto. Você tem um tênis da asics ou da nike, por exemplo, essas empresas mandam treinamentos on-line por e-mail. Você cadastra os funcionários lá e eles têm acesso a internet em suas casa ou quem não tem computador pode assistir na empresa, eles aprendem sobre o produto para explicar melhor para o cliente. O atendimento melhora neste sentido [...]. (Informação Verbal).
O empresário do Caso 3 mostra como as estratégias proporcionadas pela gestão e a
adoção de TI e SI ajuda na fidelização de clientes:
51
[...] Com relação com o meu cliente, eu já consigo me antecipar, por exemplo ... mais uma vez levando para o celular. Se ele comprou o celular há um ano e meio e eu sei que ele ainda continua com o celular, eu tenho o contato dele, tenho tudo registrado na loja, nada me impede de fazer uma venda por telefone ou por e-mail e informar que já chegaram novas tecnologias ... isso não é uma venda que surgiu e sim que eu busquei a venda, então tecnologia vem para facilitar essa situação [...]. (Informação Verbal).
Quadro 06 - Questão abordada: TI integrada com valor
Caso Síntese Aspecto
enfatizado
C1
TI melhora atendimento ao cliente por fornecer maior informação/Assim tem-se a agregação de valor/ A empresa revendedora do produto envia e-mail com treinamento on-line o que pode ser feito via internet na casa do funcionário ou na empresa de maneira que ele recebe todas as informações para orientar e ajudar o cliente na tomada de decisão
TI
par
a ge
stão
das
op
eraç
ões
e cr
iaçã
o d
e va
lor
C2 Com esse sistema nós conseguimos alavancar as vendas, mudamos o layout da loja, conseguimos fidelizar os clientes... tudo isso utilizando a tecnologia/Segurança na gestão do negócio
C3 Vital! Se não tivesse o mundo não teria evoluído C4 Sem a TI você não sobrevive na atualidade
C5 Temos o facebook da loja, nós temos aproximadamente 1500 pessoas e nós transformamos ela para uma fanpage/marketing.
C6
Eu acho muito importante, porque a tecnologia ela vem só para agregar o que nós fazemos na prática. A parte burocrática fica muito com a parte da tecnologia/Uma coisa que eu acho muito importante é o controle de estoque, isso faz sinalizar que o estoque está acabando e que eu tenho que fazer um novo pedido. Outra coisa que eu acho importante é o controle das vendas, em saber meu faturamento, saber se eu consegui vender aquilo, qual é o produto que mais saiu, qual foi o produto que menos saiu.
Fonte: Resultados da pesquisa.
Os gestores têm a percepção de que a utilização de TI nas rotinas financeiras e de
fluxo de caixa é imprescindível, pois a automação é necessária para a manutenção e a
agilização dos processos de relacionamento com clientes e fornecedores, e que a dependência
é muito grande, que vai aumentar cada vez mais, pois as exigências do ambiente também
continuarão aumentando (MARRA, 2008).
O benefício da adoção de TI aparece em diferentes relatos que mostram a gradação das
estratégias e suas respostas de acordo com a intimidade do gestor com a TI e alguns
aplicativos, como relatado no Caso 6:
Aumentaram as vendas, aumentou a parte do delivery que estava quietinha. Conseguimos mensurar melhor a questão dos pedidos, quando está acabando os pedidos, qual o tempo que nós temos que fazer um novo pedido daquele produto. Isso também ajudou bastante,
52
porque desenvolvemos umas planilhas no excel é uma coisa ainda primária, mas de qualquer forma ajuda bastante, com relação a não deixar o produto acabar, com relação ao tempo de chegada do produto ... nós temos todas essas planilhas separadinhas. Qual o produto que mais sai ... onde nós temos que investir mais. (Informação Verbal).
O Caso 1 relata que a TI responde por 20% de seu sucesso, no entanto, aumentar essa
parcela requer mão de obra especializada, investimento em tecnologia, infraestrutura, no
entanto veja o relato:
[...] A TI foi importantíssima para a saúde financeira, isso é inegável. Mas o sucesso não se resuma apenas a TI não. Mas se você sabe tudo o que faz, você é apaixonado pelo que faz, você sabe todas as tendências, vai a todas as reuniões de marketing e se teu estoque não estiver arrumado e se você não souber o que você vende e a tua financeira não está bem ... você vai quebrar. Eu acho que neste contexto eu acredito que 20% do sucesso é o TI. Porque, por exemplo, o que vendeu mais e o que não vendeu mais ... Dava para fazer manualmente? Dava. Só que ia inchar um pouco o meu pessoal, eu coloquei 20% para essa pergunta porque no sucesso da empresa, pois eu acredito que tenha outras variáveis, como clientes, variação de produtos e etc. (Informação Verbal).
O Caso 4 reforça a importância do conhecimento especializado dos gestores para
definir o tipo e uso de TI a ser adotada pela empresa a partir do planejamento estratégico
definido pela empresa.
[...] Eu não vou te dizer que ela fez muita coisa não … ela ajudou. Porque a TI ou qualquer outra coisa sobre informática, ela só vai dar certo se tem pessoas comprometidas para poder desenvolver o que ela tem de melhor. Se eu tiver tudo informatizado e tudo mais, mas não dou um bom atendimento … se eu não tiver uma boa mercadoria … não vai acontecer nada. Te digo o seguinte ... Há uma necessidade de TI? Há. É uma ferramenta indispensável? É, para complementar o negócio … o teu negócio, mas não que seja o que vai ter proporção especial … que tu vais crescer só por causa da TI, não! Você tem tudo em todos cantos, uma TI beleza e perfeita, mas não tem uma gestão para comandá-la. Aí se acaba [...]. (Informação Verbal).
4.1.5 Percepção dos entrevistados em relação ao sucesso da empresa a partir do uso da TI
No quadro 07, nota-se sob o ponto de vista dos empresários a TI como ferramenta que
proporciona melhorias estratégicas.
53
Quadro 07 - Questão abordada: Uso da TI para o sucesso da empresa.
Caso Síntese Aspecto
enfatizado
C1
Nenhuma tecnologia vai dar vantagem estratégica se não tiver domínio da administração do negócio/ Poderia fazer um mapeamento de tendência de compras de um cliente/programa de fidelização de clientes/Importância dada a presença do cliente na loja para conferir a qualidade do produto que viu pela net ou TV.
TI
pos
sib
ilit
a ge
stão
est
raté
gica
C2
Se nós formos analisar como está o mercado hoje, quanto mais eu puder minimizar os meus custos e maximizar a minha lucratividade é melhor e o sistema faz isso. Ele consegue fazer esse procedimento. Eu consigo visualizar onde eu estou gastando mais, consigo visualizar até onde eu posso gastar para eu poder ter uma lucratividade maior
C3
Eu comecei apenas com 3 funcionários e em 2 lojas eu tenho 48 funcionários agora (2 lojas distintas), nunca medi esforço nenhum, nem financeiro de investimento para que todos os setores da loja, inclusive a TI para que funcione com capacidade máxima de operação
C4 Ela ajuda/ TI ou qualquer outra coisa sobre informática, ela só vai dar certo se tem pessoas comprometidas para poder desenvolver o que ela tem de melhor
C5 Porque sem informática acho que dificilmente, hoje no mundo que estamos vivendo, alguém poderia ter sucesso
C6
pois é através dela que eu não fico esperando meu cliente bater na porta, é através da tecnologia que eu fico mandando mensagens, informando que os produtos chegaram, quais novidades nós temos na loja, é através da TI que mostramos nossos catálogos onde o cliente escolhe o que quer e fazemos a entrega. Então se não fossem essas ferramentas que engloba tecnologia, nós estaríamos lascados.
Fonte: Resultados da pesquisa.
Na análise de resultados do trabalho do autor Marra (2008), o mesmo chegou a
conclusão que os empresários se sustentam na TI para tomarem decisões das rotinas
financeiras.
Os autores Teófilo e De Freitas (2007) lembram que os três papéis do sistema de
informação, vantagem competitiva, tomadas de decisões e apoio nas operações, só serão
possível se o uso da TI tiver sido bem planejado.
Para os autores De Mendonça, De Almeida Freitas e De Souza (2009) o uso da TI
reduz o tempo de processamento dos pedidos, assim como diminui prazos de entrega de
mercadorias e serviços, além de possibilitar a redução de incertezas, que é um fator
preponderante para as tomadas de decisões do gestor.
O Caso 4 mostra como a TI ajuda na tomada de decisão do empresário:
[...] Através de uma mapa, você faz sempre um mapa e vai vendo os pontos fracos e fortes, no momento em que você vê um ponto fraco e que você pode melhorar, você vai vendo que essas informações foram fantásticas. A informação vai te ajudar a consertar algo que poderia passar despercebido se você não tivesse a ferramenta … há muita importância da TI em uma empresa, tá? Em todos os sentidos, é por isso que esse segmento é uma realidade. Há essa necessidade de aliar a sua empresa com a TI para você ter o seu banco de dados, seu
54
financeiro enxuto, seus dados da empresa … então, a TI não é para nós brincarmos … a TI é para nós nos profissionalizarmos. A TI não é uma ferramenta para nós brincarmos, se a fiscalização te pega, ela vai em cima … a primeira coisa que ela pega são os computadores, ali está toda a vida da pessoa [...]. (Informação Verbal).
4.1.6 Percepção dos entrevistados sobre o apoio da TI na tomada de decisão
Observando o Quadro 08, os empresários relatam suas visões na relação de TI com as
tomadas de decisões gerenciais.
Fonte: Resultado da pesquisa.
Na mesma linha de explicação do Caso 4 tem-se o relato do Caso 2:
[...] Bem ... imagina se eu preciso fazer uma tomada de decisão sobre o aumento da produtividade e de venda, eu consigo visualizar qual foi o rendimento semanal de um vendedor, eu posso fazer a relação do desempenho da semana passada e fazer uma comparação, chamar o vendedor e perguntar o que aconteceu com ele, se aconteceu uma queda (venda) ou parabenizá-lo pelo sucesso no aumento da produção. A TI me gera esse tipo de relatório, eu consigo tomar uma decisão em tempo hábil e não esperar 2 ou 3 semanas e as minhas vendas decaíram. Eu consigo mensurar esse tipo de comportamento do vendedor e associar com algum outro fato do mercado, como uma propaganda ou alguma outra coisa ?. é possível fazer as correlações. Nesse sentido a TI é fundamental, sem ela essas informações seria tardias [...]. (Informação Verbal).
Quadro 08 - Questão abordada: TI apoia as suas tomadas de decisões
Caso Síntese Aspecto enfatizado
C1 No dia-a-dia identificamos os erros, tentamos evitar os erros e facilitar o uso dos sistemas
TI
pro
du
z in
form
açõe
s q
ue
sub
sid
iam
a t
omad
a d
e d
ecis
ão
emp
resa
rial
C2
Bem ... imagina se eu preciso fazer uma tomada de decisão sobre o aumento da produtividade e de venda, eu consigo visualizar qual foi o rendimento semanal de um vendedor, eu posso fazer a relação do desempenho da semana passada e fazer uma comparação, chamar o vendedor e perguntar o que aconteceu com ele, se aconteceu uma queda (venda) ou parabenizá-lo pelo sucesso no aumento da produção
C3 Lógico! As decisões no comércio é a arte de comprar bem e vender melhor ... para circular a mercadoria você está em movimentação e gerando lucros e receitas
C4 Sim, a partir da elaboração de mapas com os pontos fortes e pontos fracos - gestão estratégica/
C5 Na verdade sem TI eu não teria como saber, eu teria que contar fisicamente .. aí complica. A minha gerencia depende da TI
C6
tudo nosso está baseado nas vendas, a forma que vendemos e que engloba o atendimento é que vamos mensurar o que precisamos. A outra coisa que é importante pra gente é a opinião dos nossos clientes. Se eu tenho um produto que dá problema e o cliente vem aqui reclamar, eu paro de vender aquele produto e isso também ajuda na escolha do meu fornecedor
55
Os empresários reconhecem que sem TI as suas empresas não sobreviveriam, devido
os benefícios que a TI proporcionam na operacionalização, tomadas de decisões de suas
empresas e principalmente para competirem no mercado com os seus concorrentes. Com o
uso da TI os empresários desenvolvem métodos mais eficientes e eficazes de controlar seus
estoques e diminuir perdas no caixa, devido ao controle que a TI proporciona.
Para isso a maioria dos empresários das MPEs de Belém optam em contratar
funcionários com o mínimo de experiência comprovada em currículo, considerando curso
básico de informática. Desta forma os funcionários recém-chegados encontram-se mais
familiarizados com a tecnologia do seu novo estabelecimento profissional, considerando que
apesar de comprovada capacitação os funcionários ainda possuem baixo conhecimento
técnico para uso da TI nas organizações.
4.2 Análise Quantitativa
4.2.1 Caracterização das Micro e Pequenas Empresas
Conforme a Tabela 02 nota-se que a maior participação dos respondentes pertence ao
Comércio Varejista, onde se tem 12 casos do total de 53 respondentes, isso corresponde a
22,6% do total. Portanto, para esta pesquisa optou-se por compreender o desempenho das
Micro e Pequenas Empresas do ramo do comércio varejista, considerando que o Comércio
Varejista possui a maior participação no ramo de atividades do Brasil e da Região Norte
(SEBRAE, 2014b).
Em segundo lugar observa-se que as atividades referentes a Saúde humana, serviços
sociais, clínicas e farmácias foram as que mais responderam, atrás apenas do comércio
varejista conforme dito anteriormente, representando 13,2% do total de respondentes das
MPEs.
Em terceiro lugar, no total de respostas obtidas, ficaram empatadas as MPEs que
atuam nas atividades científicas e técnicas, assim como publicidade, propaganda, marketing e
impressão, em que ambas obtiveram 9,4% de empresas que participaram da pesquisa.
56
Tabela 02 – Distribuição dos ramos de atividades econômicas
Ramo de atividade Casos Porcentagem
Indústrias extrativas, de transformação ou criação 3 5,7
Eletricidade e gás 2 3,8
Construção civil 4 7,5
Comércio varejista 12 22,6
Transporte, armazenagem e/ou correio 1 1,9
Alojamento e alimentação 2 3,8
Computação, sistema de informação, softwares 2 3,8
Atividades profissionais, científicas e técnicas 5 9,4
Atividades administrativas e serviços complementares 1 1,9
Educação, cursos e/ou treinamentos 2 3,8
Saúde humana, serviços sociais, clínicas, farmácias 7 13,2
Artes, cultura, esporte e recreação 2 3,8
Automóveis comércio e serviços 1 1,9
Serviços de reparo e/ou manutenção 2 3,8
Representação comercial 1 1,9
Publicidade, marketing, propaganda e impressão 5 9,4
Outro setor não informado 1 1,9
Total 53 100,0 Fonte: Resultados da pesquisa
Uma das questões discutidas no trabalho é a analise do tempo de fundação da empresa
com a adoção de tecnologia delas, na tentativa de encontrar uma relação entre essas duas
variáveis. A Tabela 03 detalha a quantidade de micro empresas que responderam ao
questionário na web e o ano de fundação delas, bem como a quantidade de pequenas empresas
e o seus anos de fundação.
Até o ano de 1999, das oito empresas pesquisadas, três são microempresas e cinco
pequenas empresas. Entre os anos 2000 e 2009 18 empresas foram fundadas em que 11 delas
eram microempresas e sete pequenos empresários. A maior parcela de empresas, 50,9%,
fundada a partir de 2010, o que pode ser explicado pelas ações do governo federal para
estimular o surgimento de micro e pequenas empresas conforme pesquisa do SEBRAE
(2007).
57
Tabela 03 – Distribuição das empresas por Porte e Período de fundação
Período Porte da empresa
Micro Pequena Total
Até 1999 3 5 8
De 2000 a 2009 11 7 18
2010 ou mais 18 9 27
Total 32 21 53
Fonte: Resultados da pesquisa
No comércio varejista, atividade focada nesta pesquisa, observa-se que a quantidade
de MPEs respondentes cresce proporcionalmente em relação ao período de fundação destas
empresas. Este trabalho coletou três MPEs que foram fundadas até o ano de 1999, quatro que
iniciaram suas atividades no período do ano de 2000 a 2009 e cinco surgiram no ano de 2010
até o ano de 2016, conforme Tabela 04.
Tabela 04 – Evolução do surgimento de empresas segundo ramo de atividade
Ramo de atividade
Período de fundação
Até 1999
De 2000 a 2009
2010 ou
mais Total
Indústrias extrativas, de transformação ou criação 1 1 1 3
Eletricidade e gás 0 1 1 2
Construção civil 0 4 0 4
Comércio varejista 3 4 5 12
Transporte, armazenagem e/ou correio 0 0 1 1
Alojamento e alimentação 0 1 1 2
Computação, sistema de informação, softwares 0 0 2 2
Atividades profissionais, científicas e técnicas 0 1 4 5
Atividades administrativas e serviços complementares
0 1 0 1
Educação, cursos e/ou treinamentos 0 1 1 2
Saúde humana, serviços sociais, clínicas, farmácias 0 3 4 7
Artes, cultura, esporte e recreação 1 0 1 2
Automóveis comércio e serviços 0 1 0 1
Serviços de reparo e/ou manutenção 1 0 1 2
Representação comercial 0 0 1 1
Publicidade, marketing, propaganda e impressão 2 0 3 5 Outro setor não informado 0 0 1 1
Fonte: Resultados da pesquisa
58
É possível verificar, na Tabela 05, a quantidade de funcionários, computadores e
tempo de existência das empresas para compreender o nível de dispersão que existe entre
essas variáveis ou a variação existente em relação a média. Na mesma tabela informada
abaixo, observamos que nas 53 empresas coletadas o número de funcionários variam entre 2 e
60, resultando em uma média de 9,83 e um desvio padrão de 10,451. Quanto ao número de
computadores variam entre 1 e 30, resultando em uma média de 5,68 e um desvio padrão de
5,399 e o tempo de vida destas 53 empresas variam entre 1 ano e 27 anos, resultando em uma
média de 8,79 e um desvio padrão de 7,091.
Tabela 05 – Estatísticas descritivas do número de funcionários, número de computadores e tempo de vida da empresa Variável Casos Mínimo Máximo Média Desvio
Padrão Número de funcionários 53 2 60 9,83 10,451
Número de computadores 53 1 30 5,68 5,399
Tempo de vida da empresa 53 1 27 8,79 7,091
Fonte: Resultados da pesquisa
No Gráfico 01, pode-se perceber que a maioria das empresas 60,4% adota tecnologia
no instante da fundação da empresa. Apenas três empresas adotaram TI após o primeiro ano e
seis adotaram TI a partir do terceiro ano. Encontraram-se empresas que adotaram TI depois do
décimo ano após a data de fundação.
Gráfico 01 – Número de anos para adotar tecnologia de informação desde a fundação
Fonte: Resultados da pesquisa.
32
3 2
6
1 1 1 2 1 1 1 1 1
0
5
10
15
20
25
30
35
,00 1,00 2,00 3,00 4,00 6,00 7,00 8,00 9,00 10,00 11,00 14,00 16,00
59
Das empresas coletadas, a que mais demorou a adotar TI levou dezesseis anos para
adotar TI. Consideram-se os motivos apresentados na revisão literária deste estudo, como o
valor da TI no momento fosse incoerente com a realidade da MPE ou a falta de TI específica
para a MPE de acordo com o período em que ela se popularizou.
Visualiza-se no Gráfico 02 que em 45,3% empresas todos os funcionários operam TI
para procederem seus trabalhos mostrando um elevado uso da tecnologia nas operações da
empresa. A acessibilidade dos funcionários é ainda pequena quando observamos que um
pouco menos da metade dessas empresas, por algum motivo não possuem todos os seus
funcionários operando TI nas empresas, apesar do empresário exigir conhecimento de TI no
ato da contratação conforme mostrado no Quadro 01. Nas MPEs do país com até 10
funcionários, do setor do comércio, 96,8% usam computadores e 95,1% usam internet em
seus trabalhos (IBGE, 2010b).
Gráfico 02 – Fração de funcionários que operam TI nas empresas
Fonte: Resultados da pesquisa
A Tabela 06 apresenta o resultado da correlação linear simples entre as variáveis
número de funcionários da empresa (nr_funcionários), tempo de vida (tempo_vida), número
de computadores da empresa (nr_computadores), anos de TI na empresa (anoti) e a proporção
de funcionários que utilizam a TI adotada (prop_func_adot).
Os resultados mostram correlação positiva e significativa entre o número de
computadores das empresas e o tempo de vida delas e o número de funcionários indicando
que o aumento de uma variável está associado ao aumento da outra variável. Na literatura
têm-se casos dessa relação como observado por Baio-Moriones e Lera-López (2007).
60
Tabela 06 - Resultado da Correlação linear de Pearson
Tempo_vida nr_funcionarios nr_computadores Anoti
nr_funcionarios 0,418**
nr_computadores 0,375** 0,506**
Anoti 0,628** 0,256 -0,024
prop_func_adot -0,148 -0,400** 0,196 -0,309*
**. A correlação é significativa no nível 0,01 (bilateral). *. A correlação é significativa no nível 0,05 (bilateral) Fonte: Resultados da pesquisa
No entanto a correlação negativa entre a proporção de funcionários que utilizam TI e o
tempo de vida da empresa, o número de funcionários, e o ano de adoção da TI, apesar de
apenas os dois últimos apresentarem significância estatística a 1,0 % e 5,0%, respectivamente.
Esse fato pode ser explicado a partir dos relatos capturados no levantamento qualitativo junto
aos casos pesquisados em que alguns afirmaram que o baixo nível de qualificação educacional
e de conhecimento de TI limita a adoção.
4.2.2 Motivos da Adoção de TI Pelas Micro e Pequenas Empresas
As MPE utilizam os recursos de TI apresentadas na Tabela 07 elaborada a partir da
indicação de um ou mais TI utilizada pela empresa. Dos 53 casos coletados observou-se que
23,8% das empresas fazem uso da Internet, 22,3% utilizam o Word e 21,4% empregam o uso
de planilhas que são utilizados no processo de gestão financeira, de estoque e de cadastro de
clientes.
Segundo Tan et al (2009), as MPEs da Malásia que adotaram TI baseada em Internet
apresentaram como motivo principal a necessidade de melhorar o acesso a informações e
conhecimento sobre o mercado a partir de uma comunicação rápida e confiável como forma
de orientar suas decisões.
No Brasil, 92,8% das empresas do setor do comércio utilizam Internet banda Larga,
serviço que popularizou-se nas grandes cidades do Brasil e que apenas 41,9% das
61
microempresas do país possuem site próprio. Os sistemas e-commerce, 73,3% apresentam
suas listas de produtos e preços na internet IBGE (2010b).
Tabela 07 – Tecnologias de informação adotadas pelas MPE
TI Respostas
Casos Porcentagem
Word 46 22,3%
Excel 44 21,4%
Internet 49 23,8%
Sistema Contábil e Financeiro 22 10,7%
Sistema Específico para empresa 36 17,5%
Outro 9 4,4%
Total 206 100,0% Fonte: Resultados da pesquisa
Pesquisa realizada pelo IBGE (2010b), concluiu que as microempresas que possuem
computador, 96,6% utilizam software proprietário e apenas 3,3% das microempresas
desenvolvem seus próprios softwares que possuem licenças para uso.
O Gráfico 03 mostra que os maiores valores médios de motivos de adoção recaíram
sobre aspectos relacionados à necessidade de realização de tarefas específicas de maneira
mais rápida (9,19) seguido da necessidade de melhorar o atendimento aos clientes (6,13), a
preocupação com o bom funcionamento da empresa. Esses motivos aparecem nos estudos
desenvolvidos por Moraes, Terence e Escrivão filho (2004); Bayo-Mariones e Lera-López
(2007); Consoli (2012); Ghobakhloo et al (2011). Nos relatos coletados junto aos
proprietários encontram-se parte destes motivos como pode ser observado no Caso 5:
[...] Eu acho que tecnologia hoje é tudo. Inclusive, nós temos o facebook da loja, nós temos aproximadamente 1500 pessoas e nós transformamos ela para uma fanpage. Assim, observamos que é um meio de comunicação que temos que nos ajuda com o mínimo de custo. Nos ajuda a chegar muito longe sem ter trabalho, porque costumávamos panfletar, gastávamos bastante, ainda fazemos esse trabalho com boca-a-boca. Meu irmão é doutor em engenharia da computação e tem me ajudado com a TI, ele postou uma promoção que em 2 dias tivemos mais de 1 mil pessoas visualizaram, em apenas 2 dias e algumas pessoas vieram aqui na loja. Nem todos vão comprar mas a memória do nome ESPORTE MIX vai ficar gravada na mente das pessoas. Eu só tenho a crescer, cada vez mais a tecnologia ... ela é um meio que te ajuda a crescer sem custo [...].(Informação Verbal).
62
Gráfico 03 – Média dos motivos da adoção tecnológica pelas empresas
Fonte: Resultados da pesquisa.
A percepção dos proprietários sobre a importância da adoção de TI para o desempenho
da empresa apresentada no Gráfico 04 dá ênfase ao fato de que TI ajuda a aumentar a
produtividade da empresa com média de 9,06, seguido por ajudar a aumentar as vendas e
ampliar a parcela de mercado ambas com média de 8,79. Esses fatores também foram
apresentados por Consoli (2012), Alam e Noor (2009) e Albertin e De Moura Albertin (2008).
O Caso 2 traz um relato interessante sobre a relação da adoção com o desempenho da
empresa:
[...] Bem ... imagina se eu preciso fazer uma tomada de decisão sobre o aumento da produtividade e de venda, eu consigo visualizar qual foi o rendimento semanal de um vendedor, eu posso fazer a relação do desempenho da semana passada e fazer uma comparação, chamar o vendedor e perguntar o que aconteceu com ele, se aconteceu uma queda (venda) ou parabenizá-lo pelo sucesso no aumento da produção. A TI me gera esse tipo de relatório, eu consigo tomar uma decisão em tempo hábil e não esperar 2 ou 3 semanas e as minhas vendas decaíram. Eu consigo mensurar esse tipo de comportamento do vendedor e associar com algum outro fato do mercado, como uma propaganda ou alguma outra coisa ?. é possível fazer as correlações. Nesse sentido a TI é fundamental, sem ela essas informações seria tardias [...]. (Informação Verbal).
63
Gráfico 04 – Média da contribuição no desempenho da adoção tecnológica pelas empresas
Fonte: Resultados da pesquisa
4.2.3 Elaboração dos Construtos a Partir da Análise de Fator
4.2.3.1 Construtos da Motivação da Adoção de TI Pelas MPEs
O indicador de confiabilidade Alfa de Cronbach foi de 0,940 o que mostra que as
perguntas utilizadas para esse construto estão fortemente correlacionadas entre si e garantem a
confiabilidade do construto e a condição para que possam ser utilizados na produção da
Análise Fatorial.
O resultado do teste KMO foi ótimo para aceitar que a estrutura das correlações entre
as variáveis é adequada a aplicação da análise fatorial com valor de 0,838. O teste de
esfericidade de Bartlett foi de 661,51 o que elimina a possibilidade de matriz de correlação ser
uma matriz identidade. A medida de adequação da amostra a partir da matriz anti-imagem
apresentou valores todos superiores a 0,700.
64
Após aplicação da técnica de componentes principais foram extraídas quatro
componentes considerando o fato de o componente ter valor maior ou igual a unidade que
respondem por 76,89% da variância total após rotação via processo varimax que visa
maximizar a variância entre os pesos de cada componente principal, esse método de escolha
do número de componentes foi apresentado por Hair et al (2009), conforme a Tabela 08.
Tabela 08 – Variância total explicada após rotação varimax
Componente
Somas de rotação de carregamentos ao quadrado
Autovalor % de variância % cumulativa
1 4,612 28,826 28,826
2 3,336 20,851 49,677
3 2,676 16,726 66,403
4 1,677 10,483 76,886
Fonte: Resultado da pesquisa
Com base na matriz de correlações entre as variáveis utilizadas para encontrar o
construto dos motivos da adoção foi feita a estimação do modelo fatorial e obtida as cargas
fatoriais para cada variável e fator extraído após rotação ortogonal e a comunalidade que
expressa a parcela da variância em cada variável explicada pelos quatro componentes,
resumidos na Tabela 08. A partir daí foi possível identificar as variáveis com maior nível de
correlação com cada um dos quatro componentes.
A soma de quadrado dos resultados dos autovalores rotacionados apresentados na
penúltima linha mostra quanto cada componente explica da variância total das variáveis
analisadas e foi obtido a partir da soma de todos os autovalores apresentados na coluna 2 da
Tabela 8, com resultado igual a 12,301. A soma dos fatores extraídos no presente modelo é de
90,96%, isso mostra que as quatro novas variáveis latentes obtidas pelo uso do modelo
fatorial podem substituir as sete variáveis iniciais sem maiores perdas de informações.
A variância total de uma variável no modelo fatorial é decomposta em fatores
específicos, comuns e aleatórios, e o interesse maior é que os fatores comuns representem a
maior parcela dessa variabilidade, ou seja, que eles sejam superiores a 0,700 como postulado
por Hair et al (2009). Dessa maneira pode-se afirmar que a comunalidade é uma medida da
proporção da variância explicada pelos fatores extraídos.
65
Tabela 09 – Matriz dos componentes
Variável Componente Comuna
lidade 1 2 3 4
para se manter atualizada tecnologicamente 0,622 0,532 -0,155 0,146 0,715
por causa da grande concorrência existente 0,241 0,064 0,030 0,903 0,879
para realizar tarefas específicas mais rapidamente 0,876 0,101 0,264 0,060 0,851
porque possuía recursos financeiros 0,099 0,870 0,024 -0,011 0,767
em função do seu crescimento 0,743 0,329 0,016 0,170 0,690
por influência dos clientes, fornecedores e/ou governo
0,290 0,489 0,008 0,163 0,349
para melhorar o atendimento aos clientes 0,834 0,082 0,401 0,053 0,866
porque possuía funcionários com condições de utilizá-las
0,033 0,725 0,334 0,322 0,742
porque o seu negócio exigia 0,413 0,249 0,736 0,001 0,774
para atender melhor as suas necessidades 0,536 0,075 0,705 0,119 0,803
para aumentar a sua competitividade 0,382 0,283 0,647 0,425 0,824
porque possuía uma estrutura organizacional adequada
0,171 0,762 0,439 -0,058 0,805
para garantir o bom funcionamento da empresa 0,872 0,102 0,338 0,069 0,890
porque os concorrentes também têm adotado -0,004 0,465 0,428 0,629 0,795
para realizar suas atividades com maior segurança 0,804 0,079 0,258 0,160 0,746
porque possuía um ambiente favorável à sua utilização
0,132 0,664 0,543 0,225 0,804
Soma de quadrado do autovalor 4,612 3,336 2,676 1,67 12,301
Porcentagem da variância total 28,826 20,851 16,726 10,483 76,886 Método de Extração: Análise de Componente Principal. Método de Rotação: Varimax com Normalização de Kaiser. Fonte: Resultado da pesquisa.
Cada carga de fator é uma medida da importância de uma ou mais variáveis na
representação do fator obtido. A nomeação e interpretação dos fatores foram feitas de acordo
com o nível de correlação entre variáveis e o fator denominado conforme a preponderância
das variáveis e o grau de explicação dos fatores comuns.
O Fator 1 explica 28,8% variância total no modelo fatorial e apresenta forte correlação
positiva com motivos como realizar tarefas específicas mais rapidamente, garantir o bom
funcionamento da empresa, melhorar o atendimento ao cliente e realizar suas atividades com
maior segurança, todas com correlacionamento superior a 0,800. Essas características tem
tudo a ver com o que Baio-Moriones e Lera-López (2007) e Lunardi, Dolci e Maçada (2010)
que apresentam como motivos ligados a características internas da empresa, suas estratégias o
66
que pode ajudar as empresas a obter o maior benefício e pode ser denominado de eficiência
das operações e segurança.
O Fator 2 explica 20,8% da variância total e tem forte correlação com os motivos
ligados ao fato de possuir recursos financeiros, funcionários com condições de utilizá-la e
porque possuía uma estrutura organizacional adequada condições encontradas nos trabalhos
de Sánchez et al (2006) e Ghobakhloo et al (2011). Diante dessas características o fator
recebeu a denominação de recursos financeiros, capital humano e estrutura
organizacional.
A variância explicada pelo Fator 3 é de 16,7% e encontra-se correlacionado
moderadamente com os seguintes motivos: porque o negócio exigia, atender melhor as
necessidades e aumentar a sua competitividade. De acordo com os estudos de Prates e Ospina
(2004) e Lunardi, Dolci e Maçada (2010) essas características podem ser agregadas em um
fator denominado de organização e flexibilidade do negócio.
Ao explicar 10,4% da variância total o Fator 4 é fortemente relacionado com motivos
como por causa da grande concorrência existente e porque os concorrentes também tem
adotado, motivos apontados por Baio-Moriones e Lera-López (2007), Lunardi, Dolci e
Maçada (2010), De Sánchez et al (2006) e Ghobakhloo et al (2011) e denominado de pressão
externa induzida pela concorrência.
4.2.3.2 Construtos do Desempenho das MPEs
O indicador de confiabilidade Alfa de Cronbach foi de 0,920, o que mostra que as
perguntas utilizadas para esse construto estão fortemente correlacionadas entre si e garantem a
confiabilidade do construto e a condição para que possam ser utilizados na produção da
Análise Fatorial.
O teste KMO apresentou resultado de 0,918 com valor próximo da unidade e
indicando haver uma forte adequação dos dados a aplicação da análise de fator, pelo fato das
variáveis apresentarem forte correlação linear. O resultado do teste de esfericidade de Bartlett
foi de 543,654 levando a não aceitação da hipótese de que a matriz de correlação é uma
matriz identidade. A medida de adequação da amostra a partir da matriz anti-imagem
apresentou valores todos superiores a 0,800.
67
A partir das variáveis representativas do desempenho foi aplicada a Análise de fator
cuja técnica de extração foi a de componentes principais que resultou em um único fator que
representou 81,6% (Tabela da variância total após a rotação via processo varimax e o método
de escolha do número de componentes foi apresentado por Hair et al (2009)).
Tabela 10 – Variância total explicada após rotação varimax
Componente
Somas de rotação de carregamentos ao quadrado
Autovalor % de variância % cumulativa
1 6,535 81,682 81,682
Fonte: Resultado da pesquisa.
O Fator 1 está fortemente relacionado com as seguintes características: é uma
necessidade de estratégica para competir no mercado ajuda a aumentar a produtividade da
empresa, auxilia no aumento das minhas receitas, aumentar as vendas e permiti uma
diferenciação no mercado onde a minha empresa atua. Essas características estão presentes
nos estudos elaborados por Albertin e De Moura Albertin (2007), Thong (2001), Tan et al
(2009), Ghobakhloo et al (2011), Wang et al (2015) e DeGroote e Marx (2013). O fator 1
representou o construto do Desempenho.
Tabela 11 – Matriz dos componentes
Variável Fator 1 Comunalidade
ajuda na redução de custos totais 0,771 0,594
ajuda a aumentar a participação de mercado 0,865 0,748 ajuda a aumentar a produtividade da empresa 0,909 0,827 ajuda a aumentar as vendas da empresa 0,952 0,906 ajuda na obtenção de novos clientes 0,886 0,785 é uma necessidade estratégica para competir no mercado 0,958 0,918 permite uma diferenciação no mercado onde a minha empresa atua 0,931 0,866 auxilia no aumento das minhas receitas 0,944 0,891
Soma de quadrado do autovalor 6,6535
Porcentagem da variância total 81,682 Método de Extração: Análise de Componente Principal. Método de Rotação: Varimax com Normalização de Kaiser. Fonte: resultado da pesquisa
68
4.2.4 Relação da Motivação de Adoção e o Desempenho das MPEs
Com a obtenção dos construtos relacionados aos motivos da adoção de TI e do
desempenho na opinião dos proprietários das MPEs foi possível avaliar a relação entre os
construtos da motivação e o do desempenho, assim como o sentido e a intensidade da relação
conforme estabelecido no modelo de regressão linear estimado pelo método dos mínimos
quadrados e resumido na Tabela 11.
O Modelo estimado foi
�� = �� + ���� + �� + �� + ���� + �
Di=desempenho
F1= eficiência das operações e segurança
F2=estrutura organizacional e recursos humanos especializados
F3=organização e flexibilidade do processo
F4=pressão externa induzida pela concorrência
O modelo ajustado mostra que 74,7% das variações ocorridas no construto do
desempenho resultam da variação obtida pelos construtos representativos dos motivos da
adoção de TI. O resultado do teste F mostra a rejeição da hipótese básica de que os
parâmetros estimados apresentam valor nulo. O resultado do teste VIF mostra a ausência de
multicolinearidade o que era esperado já que os construtos foram obtidos com base nos
componentes principais que geram fatores não correlacionados.
Os parâmetros estimados estão todos significativos a 1,0% e mostram o
correlacionamento positivo desses construtos com o desempenho. O construto F1= eficiência
das operações e segurança é o que apresenta o maior peso indicando que a eficiência das
operações e segurança está positivamente relacionado com o desempenho, mantido tudo mais
constante.
De acordo com os resultados da pesquisa qualitativa a adoção da TI contribui para
tornar mais eficiente a gestão por possibilitar um maior controle dos estoques, vendas, agilizar
o processo de atendimento aos clientes, o contato com os clientes por e-mail e mídias sociais e
o melhor que é a produção de informação sobre o negócio e essa combinação de elementos
que conduzem a eficiência e seguranças das operações que resultam na ampliação da criação
de valor e, por conseguinte, no aumento do desempenho.
69
Tabela 12 – Resultado da regressão
Modelo
Coeficientes não padronizados
Coeficientes padronizados
t Sig.
Estatísticas de colinearidade
B Erro
Padrão Beta Tolerância VIF
�� 0,001 0,069 0,000 1,000
F1 0,667 0,070 0,667 9,558 0,000 1,000 1,000
F2 0,224 0,070 0,224 3,204 0,002 1,000 1,000
F3 0,459 0,070 0,459 6,574 0,000 1,000 1,000
F4 0,248 0,070 0,248 3,549 0,001 1,000 1,000
R2 = 0,747 F=39,360
Fonte: Resultados da pesquisa.
O segundo maior peso na relação é do fator F3=organização e flexibilidade do
processo que congrega a melhora na gestão administrativa, operacional e financeira, explicado
em grande parte, pela adoção de TI e SI adequado ao bom desempenho das MPEs no
município de Belém.
Os fatores F4=pressão externa induzida pela concorrência e F2=estrutura
organizacional e recursos humanos especializados indicam que a participação em um mercado
concorrido induz as MPEs a buscarem maior TI para ampliar seus controles e a inserção em
novos mercados como o relatado por um caso entrevistado: “[...] Eu faço venda pela internet
que eles não fazem, esse é o meu diferencial de modo geral em relação a tecnologia [...]”
A situação dos recursos humanos é fundamental para explicar o desempenho, pois
além do software e do hardware, se não tiver funcionários habilitados e capacitados para
manusear os recursos da TI e SI eles serão empregados na gestão de forma pouco eficiente e
não levaram ao aumento das vendas e da receita, ou seja, com baixo desempenho.
70
5 CONCLUSÕES
A TI é considerada uma ferramenta que auxilia os empresários e seus respectivos
funcionários nas tarefas do dia-a-dia das organizações empresariais. É um elemento que
envolve todos os participantes que fazem parte do cenário organizacional, desde o empresário,
passando pelos fornecedores, funcionários, terceirizados e clientes.
Com base nessa elementar importância da Tecnologia no ambiente empresarial é que
nasceu a ideia de estudar seus critérios para adoção, motivação para o uso, impactos causados
da Tecnologia da Informação nas Micro e Pequenas Empresas na cidade de Belém, estado do
Pará.
Este estudo baseou-se nas obras de diversos autores, nacionais e internacionais,
sempre observando as diferentes características dos gestores a respeito dos motivos que os
levam a adotar TI em suas empresas. Porém, um trabalho em específico ajudou
fundamentalmente no desenvolvimento desta pesquisa. O artigo escrito pelos doutores
Lunardi, Dolci e Maçada intitulado por “Adoção de tecnologia de informação e seu impacto
no desempenho organizacional: um estudo realizado com micro e pequenas empresas” do
ano de 2010 serviu como elemento guia para esta pesquisa.
Esta pesquisa propôs analisar os motivos e os benefícios que as Micro e Pequenas
possuem ao adotar TI além da qual relação destes fatores com o desempenho dessas empresas.
Para isso foram analisadas 6 empresas, em que os empresários foram entrevistados em
profundidade. Quanto ao método quantitativo, foi desenvolvido um sistema web com um
questionário e o endereço deste questionário virtual foi enviado por e-mail para 1.800
empresários de Belém, que possuíam seus endereços de e-mail disponibilizados livremente na
internet. Com base nas respostas deste questionário virtual, pode-se caracterizar as MPE
envolvidas na pesquisa, identificar o perfil da Tecnologia de Informação adotada por elas e
estabelecer os motivos e as relações destes motivos com o desempenho das empresas.
Pôde-se observar que os empresários têm preferências em contratar funcionários com
conhecimento prévio de TI, por diversos motivos, o principal é a agilidade no aprendizado
nos treinamentos adotados para o uso dos SI e da TI encontradas nas empresas. Contudo,
apesar da exigência na contratação dos funcionários com experiências em TI, eles apresentam
baixas habilidades para operar adequadamente os componentes da TI nas empresas
Foram encontrados relatos de resistência/aversão dos funcionários no que diz respeito
ao uso de TI. Em todas as empresas entrevistadas os funcionários recebem um treinamento
71
interno para operacionalização do SI da empresa e, de modo geral, os mais jovens são menos
resistentes ao aprendizado do uso de TI que os mais velhos segundo constatam os
entrevistados.
De forma unânime os empresários adquirem TI por necessidade imposta pelo
mercado, este fator os mantém "vivos" devidos os benefícios que a TI oferece a estas
empresas.
Segundo os entrevistados a TI proporciona controle dos produtos, organização,
agilidade nas operações de caixa e atendimento e facilidade na tomada de decisões e até
aumento nas vendas. Através da TI os empresários podem identificar as falhas operacionais e
administrativas, assim desta forma, é possível tomar decisões que melhorem os processos de
suas respectivas empresas.
Alguns empresários conseguiram ampliar os seus campos de venda com o auxílio da
TI. Através das redes sociais eles informam os seus produtos e alcançam consumidores que
residem em outros locais.
A TI também proporcionou aos empresários um maior controle administrativo,
possibilitando o gestor a fiscalizar melhor seus funcionários a respeito da sua produtividade
no trabalho. Além de controlar melhor os gastos com despesas desnecessárias onde os
processos não poderiam ser fiscalizados.
Os empresários adotam TI para melhorar suas gestões, ampliar suas oportunidades,
necessidade de sobrevivência e pela efetividade que ela oferece. A TI possibilita encontrar na
tomada de decisão como: reduzir falhas operacionais, analisar qual o produto vende mais ou
menos possibilitando comprar melhor, identificar pontos fortes e fracos da empresa, verificar
o rendimento dos funcionários, agilizar o processo de balanço de estoque, entre outros.
Os entrevistados constataram que a TI, de fato, é essencial para a melhor gestão da
empresa, entretanto não a consideram como o elemento principal para o sucesso alcançado
por eles.
Como se observou na literatura, muitas das micro e pequenas empresas possuem fortes
características de empresas familiares, em um determinado caso a TI contribuiu para a
prosperidade da empresa, possibilitando concentrar as informações, facilitando a passagem da
gestão de pai para o filho.
A grande maioria das empresas que surgem atualmente iniciam imediatamente o seu
processo de adoção de TI. Metade das empresas coletadas possuem todos os funcionários
72
utilizando TI em suas operações. Há uma correlação positiva e significativa entre número de
computadores, número de funcionários e tempo de vida das empresas.
Os três elementos de TI mais utilizados pelas MPEs são Internet, Word e Excel sendo
os dados pesquisados. Os fatores que mais motivam as empresas a adotarem TI são: Garantia
de bom funcionamento da empresa, melhoria no atendimento aos clientes e realização das
tarefas especificas mais rapidamente, logo em seguida vem exigência do negócio e para
atender melhor as necessidades da empresa. O fator menos influente na motivação para
adoção de TI são os recursos financeiros. Quanto a contribuição da adoção de TI no
desempenho da empresa os dados coletados indicam que a TI ajuda a aumentar a
produtividade da empresa. Logo, a adoção de TI não contribui a reduzir os custos totais destas
empresas.
Conclui-se que a TI causou um impacto nas empresas pesquisadas. Seja positivamente
com o auxílio de melhorias e facilidades nas tomadas de decisões, assim como na mudança de
conceitos dos envolvidos da empresa. Os processos que antes eram manuais passaram a ser
centralizados no computador que internamente estabelece o fluxo dos produtos e do caixa.
73
5.1 Contribuições e Considerações
Diversas possibilidades de contribuições podem ser encontradas nesta pesquisa, entre
elas um estudo sobre a realidade das MPE locais em relação ao uso de TI. Isto poderá
favorecer os gestores em suas decisões de compra de TI, não precisamente no produto a ser
adquirido, mas na compreensão de que a importância de utilizar TI para adquirir vantagens
empresariais e se destacar no cenário regional é possível.
Para os clientes a pesquisa contribui no esclarecimento da importância da TI com a
finalidade de estreitar contatos com as MPE, aproximando a empresa aos usuários. A
transparência é outro fator a ser considerado, cada vez mais os clientes buscam conhecer os
processos, a procedência dos recursos e produtos oferecidos, além da qualificação da empresa.
Desta forma, a TI empregada na empresa poderá submeter estas informações publicamente,
através Sites ou aplicativos para dispositivos móveis, etc.
A área de SI poderá contar com um estudo sobre os fatores que contribuem para
adoção de TI em MPE, uma lacuna a ser preenchida que poderá cobrir um apelo local muito
pouco investigado. A possibilidade de conhecer esses fatores possibilitará aos interessados
planejarem de forma mais eficiente a adoção de TI.
Pessoalmente, considero um desafio investigar, analisar e estudar sobre esse tema. Um
imenso esforço foi aplicado e acredito em poder contribuir (além da aprendizagem contínua)
um pouco sobre tal assunto a quem interessar.
74
5.2 Limitações da Pesquisa
Pode-se considerar como limite da pesquisa a aplicação apenas em MPE do ramo de
atividades classificados como comércio varejista, mais especificamente das MPEs situadas no
município de Belém. Considera-se também a enorme dificuldade em colaboração dos
empresários desta cidade, por diversos fatores: Falta de interesse dos empresários em
participar; Desconfiança a respeito divulgação de informações de suas empresas; Receio de
clicar no link da página da pesquisa, sob a alegação que poderiam contaminar seus
computadores. A falta de conhecimento da importância da pesquisa para o entendimento dos
empresários a respeito do elemento do mercado que está sendo pesquisado. Falta de órgãos
que possuem MPEs cadastradas para formar parcerias; Não compreensão dos empresários
sobre o assunto TI.
5.3 Estudos Futuros
Muitos outros novos estudos podem ser realizados nesta área. Em pleno século XXI a
Tecnologia da Informação ainda possui muitos poucos estudos no país. Outras contribuições
poderiam abranger o estado do Pará a fim de identificar as características das outras cidades
neste estado. Outra sugestão seria realizar estudos comparativos entre o perfil das MPEs, ao
adotar TI, entre os outros estados. Sugere-se também que uma pesquisa seja feita em outros
ramos de atividades e não apenas o comércio varejista ao qual esta pesquisa se especializou.
75
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ACETI, Patrícia Aparecida Zibordi. Desenvolvimento de um plano de ações para informatização usando Software livre em empresas de pequeno porte de um cluster regional. 2006. 121 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – Faculdade de Engenharia, Arquitetura e Urbanismo da Universidade Metodista de Piracicaba, campus de Santa Bárbara d’Oeste. ALAM, S. S.; NOOR, M. K. M. ICT Adoption in Small and Medium Enterprises: an Empirical Evidence of Service Sectors in Malaysia. International Journal of Business and Management.Vol 4. n. 2. 112-125. February, 2009. ALBERTIN, Alberto Luiz; DE MOURA ALBERTIN, Rosa Maria. Tecnologia de Informaçăo e Desempenho Empresarial no Gerenciamento de seus Projetos: um Estudo de Caso de uma Indústria. RAC, Curitiba, v. 12, n. 3, p. 599-629, 2008. ARANHA, Helder da Silva. Fatores inibidores à adoção de tecnologias de informação em micro e pequenas empresas fornecedoras da vale no estado do Pará. 2010. 103 f. Dissertação (Mestrado em Políticas e Gestão Públicas; Gestão Organizacional) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal. ARENDT, Lukasz. Barriers to ICT adoption in SMEs: how to bridge the digital divide?. Journal of Systems and Information Technology, v. 10, n. 2, p. 93-108, 2008. As Micro e Pequenas Empresas Comerciais e de Serviços no Brasil 2001. IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Estudos e Pesquisas: Informação Econômica número 1. Rio de Janeiro, 2003. BALARINE, Oscar Fernando Osorio. Tecnologia da informação como vantagem competitiva. RAE-eletrônica, v. 1, n. 1, p. 1-11, 2002. BAYO-MARIONES, A.; LERA-LÓPEZ, F. A firm-level analysis of determinants of ICT adoption in Spain. Technovation, n.27. 2007. 352-366. BHARATI, Pratyush; CHAUDHURY, Abhijit. Studying the current status of technology adoption. Communications of the ACM, v. 49, n. 10, p. 88-93, 2006. CHUANG, Ta-Tao; NAKATANI, Kazuo; ZHOU, Duanning. An exploratory study of the extent of information technology adoption in SMEs: an application of upper echelon theory. Journal of Enterprise Information Management, v. 22, n. 1/2, p. 183-196, 2009. CONSOLI, D. Literature analysis on determinant factors and the impact of ICT in SMEs. Procedia - Social and Behavioral Sciences. n.62: 93 – 97, 2012. CRESWELL, J. W. Projeto de pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto. 3 Ed. Porto Alegre: Arrmed, 2010. DA SILVA, Andrea Lago; FISCHMANN, Adalberto Américo. Adoção de tecnologia de informação em canais de distribuição. Revista de Administração da Universidade de São Paulo, v. 37, n. 2, 2002.
76
DAI PRÁ, Cristina. Impacto da Adoção de Novas Tecnologias de Informação (TI): um estudo sobre problemas e ações em pequenas empresas do Vale do Taquari. 2000. Tese de Doutorado. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL, Porto Alegre, 2000. DANIELS, E.; WILSON, Hugh; MYERS, A. Adoption of e-commerce by SMEs in the UK. International Small Business Journal, v. 20, n. 3, p. 253-270, 2002. DE ARAUJO, Vania Maria Rodrigues Hermes. Sistemas de informação: nova abordagem teórico-conceitual. Ciência da informação, v. 24, n. 1, 1995. DE MELLO FONSECA, Eva Fabiani; GARCIA, Osmarina Pedro Garcia. O sistema de informação gerencial e sua importância no desenvolvimento das empresas. Ciências Sociais em Perspectiva, v. 06, p. 11-25, 2007. DE MENDONÇA, Marco Aurélio Alves; DE ALMEIDA FREITAS, Fernando; DE SOUZA, Jano Moreira. Tecnologia da informação e produtividade na indústria brasileira. RAE-Revista de Administração de Empresas, v. 49, n. 1, p. 74-85, 2009. DE OLIVEIRA, Rodrigo Cesar Reis; SANTOS, Ernani Marques; JÚNIOR, Ivo Pedro Gonzalez. Uma proposta para análise da adoção de tecnologias da informação em micro e pequenas empresas a partir da adaptação do modelo TOE (Technology, Organization and Environment). Revista Brasileira de Administração Científica, v. 4, n. 2, p. 257-272, 2013. DEGROOTE, S. E.; MARX, T. G. The impact of IT on supply chain agility and firm performance: An empirical investigation. International Journal of Information Management. Vol. 33: 909-916. 2013. DEL COLLI SILVA, R. C.; REIS, M. C. Pesquisa Sobre a Utilização das Tecnologias da Informação e dos Recursos de Internet: Micro e Pequenas Empresas do Comércio Varejista de Londrina. UNOPAR Cient., Ciênc. Juríd. Empres., Londrina,v. 9, n. 1, p. 57-66, Mar. 2008. DELONE, William H. Determinants of success for computer usage in small business. Mis Quarterly, p. 51-61, 1988. DHOLAKIA, R. R.; KSHETRI, N. Factors Impacting the Adoption of the Internet among SMEs. Small Business Economics. 23: 311–322, 2004. DOS SANTOS, André Moraes. Fatores influenciadores da adoção e infusão de inovações em TI. Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia, v. 4, 2007. FÁVERO, L. P. L.; BELFIORE, P. P.; CHAN, B. L.; SILVA, F. L. Análise de Dados: modelagem multivariada para tomada de decisões. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. FERREIRA, Luciene Braz; RAMOS, Anatália Saraiva Martins. TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO: COMMODITY OU FERRAMENTA ESTRATÉGICA?/INFORMATION
77
TECHNOLOGY: COMMODITY OR STRATEGICAL TOOL?. Journal of Information Systems and Technology Management: JISTEM, v. 2, n. 1, p. 69, 2005. FRANCISCO, Suzana; RONCHI, Suelen Haidar; MECHELN, Pedro Jose Von. Os impactos da implantação do Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) na gestão das micro e pequenas empresas. In: 2º Congresso UFSC de Controladoria e Finanças & Iniciação Cientifica em Contabilidade. Florianópolis. 2008. GHOBAKHLOO, M.; SABOURI, M. S.; HONG, T. S.; ZULKIFLI, N. Information Technology Adoption in Small and Medium-sized Enterprises; An Appraisal of Two Decades Literature. Interdisciplinary Journal of Research in Business. Vol. 1, Issue. 7, July 2011 (p. 53-80). GOBBO JÚNIOR, J. A. Adoção da Tecnologia da Informação nas Micro e Pequenas Empresas de Taquarituba - SP. 2013. 93p. Trabalho de Conclusão de Curso - Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2013. GRANDE, E. U.; ESTÉBANEZ, R. P.; MUÑOZ, C. The impact of Accounting Information Systems (AIS) on performance measures: empirical evidence in Spanish SMEs. The International Journal of Digital Accounting Research Vol. 11. pp. 25 – 43. 2011. GUIMARÃES, André Sathler. Estratégias competitivas adotadas por empresas de tecnologia de informação. Revista de Administração da Universidade de São Paulo, v. 37, n. 3, 2002. GUJARATI, D. N. Econometria básica. 4. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2006. GUPTA, P.; SEETHARAMAN, A.; RAJ, J. R. The usage and adoption of cloud computing by small and medium businesses. International Journal of Information Management. Vol. 33: 861-874. 2013. HAIR Jr, J; ANDERSON, R. E.; TATHAM, R. L.; BLACK, W. C. Análise Multivariada de dados. 5. Ed. Porto Alegre: Bookman, 2009. HARINDRANATH, G.; DYERSON, R.; BARNES, D. ICT adoption and use in UK SMEs: a failure of initiatives. The Electronic Journal of Information Systems Evaluation, v. 11, n. 2, p. 91-96, 2008. HASHIM, J. Information Communication Technology (ICT) Adoption Among SME Owners in Malaysia. International Journal of Business and Information. V.2. N. 2, Dec. 2007. HAYASHI, Fumio. Econometrics. New Jersey: Princeton University Press. 2000. IBGE. Censo demográfico 2010, Disponível em: <http://cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?codmun=150140/> Acesso em: 07 set. 2016. IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria, Pesquisa sobre o Uso das Tecnologias de Informação e Comunicação nas Empresas, 2010.
78
JOHNSON, R. A.; WICHERN, D. W. Applied Multivariate Statistical Analysis. New Jersey: Prentice-Hall, 1992. KOTELNIKOV, Vadim. Small and medium enterprises and ICT. 2014. Disponível em: http://en.wikibooks.org/wiki/Small_and_Medium_Enterprises_and_ICT. Acesso em: 17 mai. 2015. LAUDON, Kenneth Craig; LAUDON, Jane Price. Sistemas de informação gerenciais. Pearson Prentice Hall, 2009. LUCCHETTI, Riccardo; STERLACCHINI, Alessandro. The adoption of ICT among SMEs: evidence from an Italian survey. Small Business Economics, v. 23, n. 2, p. 151-168, 2004. LUNARDI, G. L. ; DOLCI, P. C. ; MACADA, A. C. G. . Adoção de tecnologia de informação e seu impacto no desempenho organizacional: um estudo realizado com micro e pequenas empresas. Revista de Administração (São Paulo. Online), v. 45, p. 05-17, 2010. LUNARDI, Guilherme Lerch; DOLCI, Pietro Cunha. Um estudo acerca dos motivadores e inibidores da adoção de tecnologia de informação nas micro e pequenas empresas. 2007. MARNEWICK, Carl. Information and communications technology adoption amongst township micro and small business: The case of Soweto. South African Journal of Information Management, v. 16, n. 1, p. 1, 2014. MARRA, Ricardo José Calembo. Critérios de relevância para classificação de cavernas no Brasil. 2008. Tese (Doutorado em Desenvolvimento Sustentável) - Universidade de Brasília. MELO, D. R. A. A importância da tecnologia da informação nas estratégias das organizações contemporâneas: breve revisão de literatura. V CONVIBRA – Congresso Virtual Brasileiro de Administração. 2008. MELVILLE, N.; KRAEMER, K.L.; GURBAXANI, V. Information technology and organizational performance: an integrative model of IT business value, MIS Quarterly, 28 (22), 283-322. 2004. MINGOTI, S. A. Análise de dados através de métodos de estatística multivariada: uma abordagem aplicada. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2005. MORAES, G. D. A.; TERENCE, A. C. F.; ESCRIVÃO FILHO, E. A tecnologia da informação como suporte à gestão estratégica da informação na pequena empresa. Revista de Gestão da Tecnologia e Sistemas de Informação, Journal of Information Systems and Technology Management Vol. 1, No. 1, 2004, pp. 28-44. MUSSE, L. B. . O processo de formatação do trabalho científico: do projeto de pesquisa ao artigo científico. 2006. (Desenvolvimento de material didático ou instrucional - Manual de Normalização).
79
O'BRIEN, James; MARAKAS, George M. Introduction to information systems 2007. Fifteenth ed. , 2007. OLIVEIRA, M. ; BERTUCCI, M. G. E. S. . A pequena e média empresa e a gestão da informação. Informação & Sociedade. Estudos, v. 13, p. 65-87, 2008. PEREIRA, J. C. Análise de dados quantitativos: estratégias metodológicas para as ciências da Saúde, Humanas e Sociais. São Paulo: Editora Universidade de São Paulo, 1999. PRATES, Glaúcia Aparecida; OSPINA, Marco Túlio. Tecnologia da informação em pequenas empresas: fatores de êxito, restrições e benefícios. Revista de administração contemporânea, v. 8, n. 2, p. 9-26, 2004. PROCTOR, K. Scott. Optimizing and Assessing Information Technology: Improving Business Project Execution. John Wiley & Sons, 2011. RECH, IONARA. Adoção de novas tecnologias de informação (TI): estudo sobre problemas e ações. 2000. Tese de Doutorado. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL, Porto Alegre, 2000. RITCHIE, Bob; BRINDLEY, Clare. ICT adoption by SMEs: implications for relationships and management. New Technology, Work and Employment, v. 20, n. 3, p. 205-217, 2005. RODRIGUES, Enrico; PINHEIRO, Marco Antonio Saraiva. Tecnologia da Informação e Mudanças Organizacionais. Revista de Informática Aplicada, v. 1, n. 2, 2010. SÁNCHEZ, Angel Martínez et al. Las TIC en las PYMES: Estudio de resultados y factores de adopción. Economía industrial, n. 360, p. 93-106, 2006. SANTOS JUNIOR, Silvio; FREITAS, Henrique Mello Rodrigues de; LUCIANO, Edimara Mezzomo. Dificuldades para o uso da tecnologia da informação. RAE-eletrônica. Vol. 4, n. 2 (jul/dez 2005), 2005. SEBRAE – Serviço brasileiro de apoio às micro e pequenas empresas, disponível em : <http://www.turismo.gov.br/export/sites/default/turismo/o_ministerio/secretaria_politicas/dpd/SEBRAE_-_INSTITUCIONAL.GT_NAUTICO_versao_2._pptx.pdf/>. Acesso em: 15 Maio 2015. SEBRAE; Coleção Estudos e Pesquisas: A Evolução das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte de 2009 a 2012. Brasília-DF, 2014a. Disponível em: <www.sebrae.com.br/estudos-e-pesquisas/>. Acesso em: 15 Maio 2015. SEBRAE; Coleção Estudos e Pesquisas: Participação das Micro e Pequenas Empresas na Economia Brasileira. Brasília-DF, 2014b. Disponível em: <www.sebrae.com.br/estudos-e-pesquisas/> Acesso em: 15 Maio 2015.
80
SEBRAE, Lei Geral da Micro e Pequena Empresa: Conheça as mudanças, os procedimentos e os benefícios. Brasília, 2007. Disponível em: <http://sitecontabil.com.br/lgeral.pdf/>. Acesso em: jan. 2016. SILVA, D. ; MOLINA-PALMA, M.A. ; RAPKIEWICZ, C. E. Uma análise das dificuldades para adoção de TICs em micro e pequenas empresas de vestuário em Campos dos Goytacazes. In: 29, Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 2009, Salvador. XXIX Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 2009. SILVA, Edwin Aldrin Januário da. Adoção de tecnologias de informação nas micro e pequenas empresas fornecedoras da Petrobras no Rio Grande do Norte. Dissertação Mestrado (Programa de Engenharia de Produção). Universidade Federal do Rio Grande do Norte. 2007.
SILVA, Wagner Amaral E; TEIXEIRA, Rivanda Meira. Adoção de Tecnologia da Informação pelas Micro e Pequenas Empresas do Setor Hoteleiro de Sergipe. Revista Brasileira de Pesquisa em Turismo. São Paulo, v. 8, n. 1, p. 59-77, 2014. TAKAHASHI, Tadao (Org.). Sociedade da informação no Brasil: livro verde. Brasília: Ministério da Ciência e Tecnologia, 2000. TAN, K. S.; CHONG, S. C.; LIN, B. EZE, U. C.. Internet-based ICT adoption: Evidence from Malaysian SMEs. Industrial Management and Data Systems, 109(2), 224-244. 2009. TEÓFILO, Romero Batista; DE FREITAS, Lucia Santana. O uso de tecnologia da informação como ferramenta de gestão. IV Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia (SEGET). Resende, Rio de, p. 1-12, 2007. THONG, J. Y. L.. Resource constraints and information systems implementation in Singaporean small businesses. Omega, 29(2), 143-15. 2001. THONG, James YL; YAP, Chee-Sing. CEO characteristics, organizational characteristics and information technology adoption in small businesses. Omega, v. 23, n. 4, p. 429-442, 1995. UHLMANN, G. W.. Teoria Geral dos Sistemas - Do Atomismo ao Sistemismo. São Paulo: - versão Pré-Print -, 2002. v. 1. 66p VASARHELYI, Miklos Antal; MOCK, Theodore Jaye. Sistemas de informação para administração. Revista de Administração de Empresas, v. 14, n. 4, p. 69-77, 1974. VIRGILLITO, Salvatore Benito. Pesquisa de marketing: uma abordagem quantitativa e qualitativa. São Paulo: Saraiva, 2010. WANG, Y.; SHI, S.; NEVO, S.; LI, S.; CHEN, Y. The interction effect of IT assets and IT management on firm performance; A systems perspective. International Journal of Information Management. V. 35: 580-593. 2015.
81
WINDRUM, Paul; BERRANGER, Pascale de. The adoption of e-business technology by SMEs. 2002.
82
APÊNDICE A - Questionário de Pesquisa – Publicado na Internet em Dezembro de 2015
Parte 1: Informações Gerais
Classificação do Porte da empresa
Classificação da empresa segundo a Receita Bruta auferida no ano de 2014
Intervalo da Receita
1. Empreendedor Individual (EI) Até R$60.000,00
2. Micro Empreendedor (ME) Acima de R$60.000,00 até R$360.000,00
3. Empreendedor de Pequeno Porte (EPP) Acima de R$360.000,00 até R%3.600.000,00
Setor de atividade econômica 1. AGRICULTURA, PECUÁRIA, PRODUÇÃO FLORESTAL, PESCA E AQÜICULTURA 2. TURISMO, AGÊNCIAS DE VIAGENS, HOTELARIA 3. INDÚSTRIAS EXTRATIVAS, DE TRANSFORMAÇÃO OU CRIAÇÃO 4. ELETRICIDADE E GÁS 5. ÁGUA, ESGOTO, ATIVIDADES DE GESTÃO DE RESÍDUOS E DESCONTAMINAÇÃO 6. CONSTRUÇÃO CIVIL 7. COMÉRCIO VAREJISTA 8. TRANSPORTE, ARMAZENAGEM E/OU CORREIO 9. ALOJAMENTO E ALIMENTAÇÃO 10. COMPUTAÇÃO, SISTEMA DE INFORMAÇÃO, SOFTWARES 11. ATIVIDADES FINANCEIRAS, DE SEGUROS E SERVIÇOS RELACIONADOS 12. ATIVIDADES IMOBILIÁRIAS 13. ATIVIDADES PROFISSIONAIS, CIENTÍFICAS E TÉCNICAS 14. ATIVIDADES ADMINISTRATIVAS E SERVIÇOS COMPLEMENTARES 15. EDUCAÇÃO, CURSOS E/OU TREINAMENTOS 16. SAÚDE HUMANA, SERVIÇOS SOCIAIS, CLÍNICAS, FARMÁCIAS 17. ARTES, CULTURA, ESPORTE E RECREAÇÃO 18. AUTOMÓVEIS COMÉRCIO E SERVIÇOS 19. SERVIÇOS DE REPARO E/OU MANUTENÇÃO 20. SALÃO, CABELEIREIROS, COSMÉTICOS, PERFUMARIA 21. REPRESENTAÇÃO COMERCIAL 22. PUBLICIDADE, MARKETING, PROPAGANDA E IMPRESSÃO 23. OUTRO SETOR NÃO INFORMADO ACIMA
1. Nome da empresa: 9. Tecnologias que utiliza: 2. Cargo que ocupa na empresa: [1] Word [2] Excel [3] Internet 3. Ano de fundação: [4] Sistema Contábil / Financeiro 4. N° de funcionários: [5] Sistema Específico para a empresa 5. N° de computadores: [6] Outros: 6. Ano em que começou a se informatizar: 10. Possui site próprio na Internet: [1] Sim [2]Não 7. N° de funcionários que utiliza computadores na empresa:
83
Parte 2: As afirmações abaixo se referem a alguns dos principais motivos pelos quais as empresas adotam diferentes tecnologias. Assinale com um ‘X’ a opção que melhor expressar a sua opinião, com relação a sua empresa, conforme escala abaixo.
Nossa empresa adotou tecnologia ... Dê a sua nota! NS
NQ
1... para se manter atualizada tecnologicamente. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 2... por causa da grande concorrência existente. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 3... para realizar tarefas específicas mais rapidamente. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 4... porque possuía recursos financeiros. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 5... em função do seu crescimento. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 6... por influência dos clientes, fornecedores e/ou governo. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 7... para melhorar o atendimento aos clientes. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 8... porque possuía funcionários com condições de utilizá-
las. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
9... porque o seu negócio exigia. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 10... para atender melhor as suas necessidades. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11... para aumentar a sua competitividade. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 12... porque possuía uma estrutura organizacional adequada. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 13... para garantir o bom funcionamento da empresa. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 14... porque os concorrentes também têm adotado. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 15... para realizar suas atividades com maior segurança. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 16... porque possuía um ambiente favorável à sua utilização. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
NS - Não sabe responder
NQ - Não quer responder
Parte 3: As afirmações abaixo referem-se ao desempenho e planejamento organizacional. Assinale com um ‘X’ a opção que melhor expressar a sua opinião, conforme a escala abaixo:
84
O uso da tecnologia ... Dê a sua nota! NS
NQ
1... ajuda na redução de custos totais. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 2... ajuda a aumentar a participação de mercado. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 3... ajuda a aumentar a produtividade da empresa. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 4... ajuda a aumentar as vendas da empresa. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 5... ajuda na obtenção de novos clientes. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 6... é uma necessidade estratégica para competir no
mercado. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
7... aumenta a produtividade da empresa. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 8... permite uma diferenciação no mercado onde a minha
empresa atua. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
9... auxilia no aumento das minhas receitas. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 De modo geral, considero ... Dê a sua nota! N
S NQ
10...
que a nossa empresa investe bastante em tecnologia. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
11...
que a nossa empresa investe em tecnologia de forma planejada.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
12...
que a tecnologia é essencial para a nossa empresa. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
13...
que a tecnologia tem proporcionado um impacto positivo na minha empresa.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Estou interessado em receber os resultados dessa pesquisa: [ 1] Sim [ 0 ] Não
85
APÊNDICE B - Informações resultantes do Software SPSS referente a pesquisa.
Tabela 13 – Constructos da Pesquisa: Motivos, Desempenho e Planejamento
Variável Descrição da variável Mínimo Máximo Média Desvio Padrão
CONSTRUTO DO MOTIVO DA ADOÇÃO
TECNOLÓGICA 5 10 8,26 1,247
T_ADOT1 para se manter atualizada tecnologicamente 2 10 8,42 1,916
T_ADOT2 por causa da grande concorrência existente 2 10 7,68 2,045
T_ADOT3 para realizar tarefas específicas mais rapidamente 5 10 9,19 1,532
T_ADOT4 porque possuía recursos financeiros 1 10 6,87 2,158
T_ADOT5 em função do seu crescimento 5 10 8,38 1,778
T_ADOT6 por influência dos clientes, fornecedores e/ou governo 3 10 7,36 2,104
T_ADOT7 para melhorar o atendimento aos clientes 5 10 9,13 1,442
T_ADOT8 porque possuía funcionários com condições de utilizá-las 3 10 7,36 1,972
T_ADOT9 porque o seu negócio exigia 5 10 9,00 1,664
T_ADOT10 para atender melhor as suas necessidades 5 10 9,00 1,629
T_ADOT11 para aumentar a sua competitividade 5 10 8,60 1,790
T_ADOT12 porque possuía uma estrutura organizacional adequada 3 10 7,83 2,082
T_ADOT13 para garantir o bom funcionamento da empresa 5 10 9,08 1,439
T_ADOT14 porque os concorrentes também têm adotado 3 10 7,45 2,108
T_ADOT15 para realizar suas atividades com maior segurança 4 10 8,85 1,634
T_ADOT16 porque possuía um ambiente favorável à sua utilização 3 10 8,02 2,080
CONSTRUTO DO DESEMPENHO COM ADOÇÃO
TECNOLÓGICA 5 10 8,78 1,521
USO_TEC1 ajuda na redução de custos totais 5 10 8,49 1,705
USO_TEC2 ajuda a aumentar a participação de mercado 5 10 8,79 1,668
USO_TEC3 ajuda a aumentar a produtividade da empresa 5 10 9,06 1,586
USO_TEC4 ajuda a aumentar as vendas da empresa 5 10 8,79 1,633
USO_TEC5 ajuda na obtenção de novos clientes 4 10 8,64 1,841
USO_TEC6 é uma necessidade estratégica para competir no mercado 5 10 8,83 1,695
USO_TEC7 aumenta a produtividade da empresa 5 10 8,94 1,657
USO_TEC8 permite uma diferenciação no mercado onde a minha empresa atua
5 10 8,75 1,697
USO_TEC9 auxilia no aumento das minhas receitas 5 10 8,70 1,671
CONSTRUTO DO PLANEJAMENTO
ORGANIZACIONAL 5 10 8,09 1,552 USO_TEC10 que a nossa empresa investe bastante em tecnologia 3 10 7,42 1,936
USO_TEC11 que a nossa empresa investe em tecnologia de forma planejada
3 10 7,58 1,936
USO_TEC12 que a tecnologia é essencial para a nossa empresa 5 10 8,66 1,720
USO_TEC13 que a tecnologia tem proporcionado um impacto positivo na minha empresa
5 10 8,70 1,682
Fonte: Resultados da pesquisa
86
RESULTADOS DA ANÁLISE DE FATOR Bloco relacionado aos motivos da adoção
Estatísticas Descritivas
Média Erro Desvio Análise N para se manter atualizada tecnologicamente 8,42 1,916 53
por causa da grande concorrência existente 7,68 2,045 53
para realizar tarefas específicas mais rapidamente 9,19 1,532 53
porque possuía recursos financeiros 6,87 2,158 53
em função do seu crescimento 8,38 1,778 53
por influência dos clientes, fornecedores e/ou governo 7,36 2,104 53
para melhorar o atendimento aos clientes 9,13 1,442 53
porque possuía funcionários com condições de utilizá-las 7,36 1,972 53
porque o seu negócio exigia 9,00 1,664 53
para atender melhor as suas necessidades 9,00 1,629 53
para aumentar a sua competitividade 8,60 1,790 53
porque possuía uma estrutura organizacional adequada 7,83 2,082 53
para garantir o bom funcionamento da empresa 9,08 1,439 53
porque os concorrentes também têm adotado 7,45 2,108 53
para realizar suas atividades com maior segurança 8,85 1,634 53
porque possuía um ambiente favorável à sua utilização 8,02 2,080 53
Comunalidades
Inicial para se manter atualizada tecnologicamente 1,000
por causa da grande concorrência existente 1,000
para realizar tarefas específicas mais rapidamente 1,000
porque possuía recursos financeiros 1,000
em função do seu crescimento 1,000
por influência dos clientes, fornecedores e/ou governo 1,000
para melhorar o atendimento aos clientes 1,000
porque possuía funcionários com condições de utilizá-las 1,000
porque o seu negócio exigia 1,000
para atender melhor as suas necessidades 1,000
para aumentar a sua competitividade 1,000
porque possuía uma estrutura organizacional adequada 1,000
para garantir o bom funcionamento da empresa 1,000
porque os concorrentes também têm adotado 1,000
para realizar suas atividades com maior segurança 1,000
porque possuía um ambiente favorável à sua utilização 1,000
Método de Extração: Análise de Componente Principal.
87
Variância total explicada
Componente
Autovalores iniciais Somas de rotação de carregamentos
ao quadrado
Total % de
variância %
cumulativa Total % de
variância %
cumulativa 1 7,725 48,281 48,281 4,612 28,826 28,826
2 2,313 14,457 62,739 3,336 20,851 49,677
3 1,190 7,437 70,176 2,676 16,726 66,403
4 1,074 6,710 76,886 1,677 10,483 76,886
5 ,852 5,323 82,208
6 ,620 3,874 86,083
7 ,492 3,073 89,155
8 ,352 2,200 91,355
9 ,336 2,097 93,452
10 ,262 1,641 95,093
11 ,231 1,446 96,539
12 ,184 1,148 97,687
13 ,114 ,716 98,403
14 ,097 ,608 99,010
15 ,087 ,545 99,555
16 ,071 ,445 100,000
Método de Extração: Análise de Componente Principal.
Matriz de componente rotativaa
Componente
1 2 3 4 para se manter atualizada tecnologicamente ,622 ,532 -,155 ,146
por causa da grande concorrência existente ,241 ,064 ,030 ,903
para realizar tarefas específicas mais rapidamente ,876 ,101 ,264 ,060
porque possuía recursos financeiros ,099 ,870 ,024 -,011
em função do seu crescimento ,743 ,329 ,016 ,170
por influência dos clientes, fornecedores e/ou governo ,290 ,489 ,008 ,163
para melhorar o atendimento aos clientes ,834 ,082 ,401 ,053
porque possuía funcionários com condições de utilizá-las ,033 ,725 ,334 ,322
porque o seu negócio exigia ,413 ,249 ,736 ,001
para atender melhor as suas necessidades ,536 ,075 ,705 ,119
para aumentar a sua competitividade ,382 ,283 ,647 ,425
porque possuía uma estrutura organizacional adequada ,171 ,762 ,439 -,058
para garantir o bom funcionamento da empresa ,872 ,102 ,338 ,069
porque os concorrentes também têm adotado -,004 ,465 ,428 ,629
para realizar suas atividades com maior segurança ,804 ,079 ,258 ,160
porque possuía um ambiente favorável à sua utilização ,132 ,664 ,543 ,225
Método de Extração: Análise de Componente Principal. Método de Rotação: Varimax com Normalização de Kaiser.
a. Rotação convergida em 15 iterações.
88
Teste de KMO e Bartlett
Medida Kaiser-Meyer-Olkin de adequação de amostragem. Teste de esfericidade de Bartlett Aprox. Qui-quadrado gl Sig.
,838
661,514
120
,000
Bloco de desempenho organizacional
Estatísticas Descritivas
Média Erro
Desvio Análise N ajuda na redução de custos totais 8,49 1,705 53
ajuda a aumentar a participação de mercado 8,79 1,668 53
ajuda a aumentar a produtividade da empresa 9,06 1,586 53
ajuda a aumentar as vendas da empresa 8,79 1,633 53
ajuda na obtenção de novos clientes 8,64 1,841 53
é uma necessidade estratégica para competir no mercado 8,83 1,695 53
permite uma diferenciação no mercado onde a minha empresa atua 8,75 1,697 53
auxilia no aumento das minhas receitas 8,70 1,671 53
Teste de KMO e Bartlett
Medida Kaiser-Meyer-Olkin de adequação de amostragem.
,918
Teste de esfericidade de Bartlett
Aprox. Qui-quadrado 543,654
gl 28
Sig. ,000
Comunalidades
Inicial ajuda na redução de custos totais 1,000
ajuda a aumentar a participação de mercado 1,000
ajuda a aumentar a produtividade da empresa 1,000
ajuda a aumentar as vendas da empresa 1,000
ajuda na obtenção de novos clientes 1,000
é uma necessidade estratégica para competir no mercado 1,000
permite uma diferenciação no mercado onde a minha empresa atua 1,000
auxilia no aumento das minhas receitas 1,000
Método de Extração: Análise de Componente Principal.
89
Variância total explicada
Componente
Autovalores iniciais
Total % de
variância %
cumulativa 1 6,535 81,682 81,682
2 ,543 6,783 88,465
3 ,339 4,237 92,702
4 ,242 3,023 95,725
5 ,114 1,430 97,155
6 ,098 1,230 98,384
7 ,071 ,882 99,266
8 ,059 ,734 100,000
Método de Extração: Análise de Componente Principal.
Matriz de componentea
Componente
1 ajuda na redução de custos totais ,771
ajuda a aumentar a participação de mercado ,865
ajuda a aumentar a produtividade da empresa ,909
ajuda a aumentar as vendas da empresa ,952
ajuda na obtenção de novos clientes ,886
é uma necessidade estratégica para competir no mercado
,958
permite uma diferenciação no mercado onde a minha empresa atua
,931
auxilia no aumento das minhas receitas ,944
Método de Extração: Análise de Componente Principal.
a. 1 componentes extraídos.
Resultados da regressão
Sumarização do modelob
Modelo R R quadrado
R quadrado ajustado
Erro padrão da estimativa
Durbin-Watson
1 ,875a ,766 ,747 ,50310720 2,300
a. Preditores: (Constante), REGR factor score 4 for analysis 1, REGR factor score 3 for analysis 1, REGR factor score 2 for analysis 1, REGR factor score 1 for analysis 1 b. Variável Dependente: REGR factor score 1 for analysis 2
90
ANOVAa
Modelo Soma dos Quadrados gl
Quadrado Médio F Sig.
1 Regressão 39,850 4 9,963 39,360 ,000b
Resíduo 12,150 48 ,253
Total 52,000 52 a. Variável Dependente: REGR factor score 1 for analysis 2
b. Preditores: (Constante), REGR factor score 4 for analysis 1, REGR factor score 3 for analysis 1, REGR factor score 2 for analysis 1, REGR factor score 1 for analysis 1
Coeficientesa
a. Variável Dependente: REGR factor score 1 for analysis 2
Coeficientes não padronizados
Coeficientes padronizados
t Sig.
Estatísticas de colinearidade
B Erro
Padrão Beta Tolerância VIF 1 (Constante)
1,166E-17 ,069 ,000 1,000
REGR factor score 1 for analysis 1
,667 ,070 ,667 9,558 ,000 1,000 1,000
REGR factor score 2 for analysis 1 ,224 ,070 ,224 3,204 ,002 1,000 1,000
REGR factor score 3 for analysis 1 ,459 ,070 ,459 6,574 ,000 1,000 1,000
REGR factor score 4 for analysis 1 ,248 ,070 ,248 3,549 ,001 1,000 1,000
a. Variável Dependente: REGR factor score 1 for analysis 2
Diagnóstico de colinearidadea
Modelo Autovalor Índice de condição
Proporções de variância
(Constante)
REGR factor
score 1 for
analysis 1
REGR factor
score 2 for
analysis 1
REGR factor
score 3 for analysis
1
REGR factor score 4 for
analysis 1
1 1 1,000 1,000 ,73 ,21 ,03 ,03 0,00
2 1,000 1,000 0,00 0,00 0,00 0,00 1,00
3 1,000 1,000 ,00 ,06 ,06 ,88 0,00
4 1,000 1,000 ,27 ,57 ,08 ,07 0,00
5 1,000 1,000 ,00 ,16 ,82 ,02 0,00
a. Variável Dependente: REGR factor score 1 for analysis 2