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UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO ESPECIALIZAÇÃO EM ACUPUNTURA Acupuntura no Tratamento dos Transtornos da Menopausa ALICE AYA SATOW SÃO PAULO 2013

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UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

ESPECIALIZAÇÃO EM ACUPUNTURA

Acupuntura no Tratamento dos Transtornos da Menopausa

ALICE AYA SATOW

SÃO PAULO

2013

UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

ESPECIALIZAÇÃO EM ACUPUNTURA

Acupuntura no Tratamento dos Transtornos da Menopausa

ALICE AYA SATOW

Orientadores: Prof.Ms. Luiz Bernardo Leonelli

e Profa. Ms. Bernadete Nunes Stolai

Monografia apresentada ao departamento de

Pós-Graduação da Universidade Cruzeiro do

Sul, como parte dos requisitos para a obtenção

do título de Especialista em Acupuntura.

SÃO PAULO

2013

UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

ESPECIALIZAÇÃO EM ACUPUNTURA

Acupuntura no Tratamento dos Transtornos da Menopausa

ALICE AYA SATOW

Monografia apresentada e aprovada pela

Banca Examinadora em _________

BANCA EXAMINADORA:

Prof. Ms. Luiz Bernardo Leonelli

UNICSUL-UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL

Profa. Ms. Bernadete Nunes Stolai

UNICSUL-UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL

RESUMO

Aproximadamente 60 a 90% das mulheres referem sintomatologia na menopausa. Na medicina ocidental, as mulheres são tratadas com terapia hormonal para aliviar os sintomas da menopausa. Ao contrário da medicina ocidental, a Medicina Tradicional Chinesa não enfoca somente a doença, mas concentra-se no estado funcional geral do paciente. A Acupuntura é uma especialidade desenvolvida na China há mais de cinco mil anos e compreende a integração mente-corpo como um círculo de interação entre os sistemas internos e os aspectos emocionais. Conhecer os efeitos da Acupuntura sobre os sintomas da menopausa pode gerar subsídios para decisão sobre o tratamento independente ou em associação à terapia hormonal. O objetivo deste trabalho foi identificar na literatura a eficácia dos efeitos da Acupuntura sobre os sintomas da menopausa. Foi realizada uma revisão de literatura com trabalhos das bases de dados LILACS, SCIELO e Medline. Os resultados de ensaios clínicos sobre os efeitos da Acupuntura sobre os sintomas da menopausa não são consensuais. Apesar de não haver relatos de efeitos colaterais, diferentes protocolos resultam em melhora ou não da freqüência e gravidade dos sintomas. Estudos adicionais multicêntricos, comparando diferentes números de sessões e pontos utilizados, bem como o controle com a Acupuntura sham são necessários.

PALAVRAS-CHAVE: Acupuntura; Menopausa.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................... 6

2 OBJETIVOS ........................................................................................ 8

3 METODOLOGIA.................................................................................. 9

4 A MENOPAUSA SEGUNDO A MEDICINA OCIDENTAL ................. 10

4.1 Fisiopatologia....................................................................................... 10

4.2 Sintomas e Tratamentos...................................................................... 11

5 A MENOPAUSA SEGUNDO A MEDICINA TRADICIONAL CHINESA 13

5.1 Fundamentos ......................................................................................... 13

5.2 Fisiologia ................................................................................................ 13

5.3 Diagnóstico ............................................................................................. 16

6 ACUPUNTURA COMO TRATAMENTO PARA A MENOPAUSA ........... 17

7 CONCLUSÃO ........................................................................................... 21

REFERÊNCIAS .................................................................................................... 22

6

1 INTRODUÇÃO

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o climatério é uma

fase biológica da mulher que abrange a transição entre o período reprodutivo e o

não reprodutivo. Um marco nesta fase é a menopausa, o último ciclo menstrual,

distinguida após 1 ano da sua ocorrência (BRASIL, 2011).

Neste processo, aproximadamente 60 a 90% das mulheres referem

sintomatologia, atribuída à baixa produção de estrogênio. As queixas das mulheres

comumente associam-se a sintomas vasomotores, psicológicos e urogenitais. Os

sintomas mais específicos e frequentes são os fogachos, que tendem a durar um a

cinco dias, causando rubor repentino na face e dorso, seguida de calor corporal

intenso e transpiração, interferindo nas atividades diárias. Queixas físicas

freqüentes, tais como dor e desconforto e falta de energia e capacidade de trabalho

afetam 96% das mulheres, enquanto que sintomas psicológicos, tais como

depressão, ansiedade, tristeza ou irritabilidade aparecem em 63% dos casos

(GUIMARÃES e BAPTISTA, 2011).

Na medicina ocidental, as mulheres são tratadas com terapia hormonal para

aliviar os sintomas da menopausa (PARDINI, 2007). O Departamento de

Endocrinologia Feminina e Andrologia da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e

Metabologia indica a terapia hormonal para alívio dos sintomas vasomotores,

conservação do trofismo urogenital, preservação da massa óssea e do colágeno,

melhora do bem estar e da sexualidade e recomenda precauções quando há história

sugestiva, mas não comprovada de tromboembolismo, trombofilia relativa

(obesidade, tabagismo, imobilização, cirurgias, varizes de grosso calibre),

mastopatia funcional, miomas e cistos ovarianos (CLAPAUCH, 2005).

Ao contrário da medicina ocidental, a Medicina Tradicional Chinesa (MTC)

não enfoca somente a doença, mas concentra-se no estado funcional geral do

paciente (JIANG, 2003). A Acupuntura é uma especialidade desenvolvida na China

há mais de cinco mil anos e compreende a integração mente-corpo como um círculo

de interação entre os sistemas internos e os aspectos emocionais. A OMS

reconhece o uso da Acupuntura para vários tipos de patologias (VECTORE, 2005).

7

Revisões sistemáticas de literatura de ensaios clínicos randomizados

publicadas em 2009 e 2011 demonstram que não há evidência de que a Acupuntura

é um tratamento efetivo em comparação à Acupuntura sham para reduzir os

fogachos (CHO e WANG, 2009; KANG et al, 2011)

Entretanto, uma análise de revisões sistemáticas de literatura publicada em

2011 sobre as perspectivas na pesquisa clínica da Acupuntura em sintomas da

menopausa sugere que a Acupuntura é uma opção efetiva para as mulheres

(BAUMELOU et al., 2011).

Considerando os achados controversos desses estudos de alto nível de

evidência, conhecer os efeitos da Acupuntura sobre os sintomas da menopausa a

partir de ensaios clínicos randomizados pode gerar subsídios para decisão sobre o

tratamento independente ou em associação à terapia hormonal.

8

2 OBJETIVOS

2.1 Geral

Identificar na literatura a efetividade da Acupuntura sobre os sintomas da

menopausa.

2.2 Específicos

Verificar a efetividade e efeitos colaterais do tratamento exclusivo dos

sintomas da menopausa pela Acupuntura.

9

3 METODOLOGIA

Foi realizada uma revisão de literatura com trabalhos das bases de dados

LILACS, SCIELO e Medline, utilizando-se as palavras-chave “Menopausa”, e

“Acupuntura”.

Os critérios de inclusão dos trabalhos foram: artigos em português, inglês e

espanhol, publicados entre 2002-2012, que abordassem os efeitos da Acupuntura

sobre a sintomatologia no tratamento da menopausa. Os critérios de exclusão foram:

indisponibilidade de resumo e comunicações de conferências.

O texto foi produzido de acordo com as normas da ABNT, segundo as

Diretrizes para Apresentação de Dissertações e Teses da UNICSUL.

.

10

4 A MENOPAUSA SEGUNDO A MEDICINA OCIDENTAL

4.1 Fisiopatologia

A depleção dos folículos ovarianos ao longo da vida da mulher, ou

diminuição da reserva ovariana, é a base do envelhecimento reprodutivo e a

transição para a menopausa. A diminuição do número de folículos ovarianos ocorre

ao longo da vida, mas é acelerada nos anos reprodutivos mais tardios e leva a

alterações hormonais que podem ser observadas até nos quarenta anos. Uma das

mudanças mais precoces é a diminuição da secreção ovariana de inibina B. Este

hormônio é responsável pelo feedback negativo para a hipófise e pela supressão do

Hormônio Folículo-Estimulante (FSH) na parte precoce de cada ciclo menstrual. A

diminuição da inibina B resulta em níveis mais altos de ciclos precoces de FSH e,

uma vez que os folículos ovarianos respondem ao FSH crescendo e secretando

estradiol, resulta também em níveis mais altos de estradiol circulantes. Desta

maneira, os níveis de FSH mais altos no ciclo precoce na verdade agem para

estimular o ovário Peri-menopausa e, portanto, preservam níveis normais de

estradiol sérico ao longo do estágio mais precoce da menopausa. Somente após a

absoluta depleção dos folículos ovarianos tornarem o ovário incapaz de responder

até mesmo a altos níveis de FSH é que os níveis de estradiol começam a diminuir.

Alterações nos níveis da gonadotropina hipofisária podem tornar a ovulação

intermitente, levando à variabilidade do ciclo característica da peri-menopausa

(LUND, 2008).

A freqüência de ciclos anovulatórios é aumentada ao longo da transição da

menopausa. Ao longo da transição da menopausa e período pós-menopausa

precoce, as concentrações séricas de testosterona não mostram nenhuma mudança

e os níveis da globulina de ligação ao hormônio sexual sérica diminuem. Como

resultado, os níveis de androgênio livre aumentam durante a transição da

menopausa. Por conseguinte, pode-se dizer que o ovário na pós-menopausa é

primariamente um órgão secretor de androgênio e a testosterona deriva das células

intersticiais ovarianas (BURGER, 2006).

11

4.2 Sintomas e Tratamento

Mulheres na transição da menopausa comumente relatam uma variedade de

sintomas, incluindo sintomas vasomotores (fogachos e suores noturnos), sintomas

vaginais, incontinência urinária, dificuldade para dormir, disfunção sexual,

depressão, ansiedade, humor lábil, perda de memória, fadiga, cefaléia, dores nas

articulações, e ganho de peso. No entanto, apenas sintomas vasomotores, sintomas

vaginais e problemas para dormir são consistentemente associados com a transição

da menopausa. Sintomas como perda de memória e fadiga podem dever-se a

freqüentes fogachos ou problemas para dormir (GRADY, 2006). Fogachos leves são

sentidos como uma sensação de aquecimento transitório, enquanto sintomas graves

podem incluir calor repentino e intenso pela parte superior do corpo e face, rubor da

pele ou flush, e transpiração grave. Em até 50% das mulheres sintomáticas, pode vir

acompanhado de tremores e calafrios. Outros sintomas associados aos episódios de

fogacho incluem pressão na cabeça ou peito, ansiedade, náusea e mudanças na

freqüência cardíaca e respiração (DEECHER e DORRIES, 2007).

A prevalência do fogacho é máxima na transição final da menopausa,

ocorrendo em cerca de 65% das mulheres. Na maioria das mulheres, os fogachos

são transitórios (GRADY, 2006). Em até 50% das mulheres, a média de duração dos

sintomas é de 4 anos (POLITI e col., 2008). A ocorrência parece estar associada a

flutuações imprevisíveis nos níveis de estrógeno, ocorrendo durante o período

perimenopausa, bem como a níveis diminuídos após a menopausa (DEECHER e

DORRIES, 2007).

A diminuição dos níveis circulantes de estrógeno acarretam o aumento da

circulação de norepinefrina e serotonina, contribuindo para termorregulação anormal

da hipófise anterior, levando a ativação exagerada das respostas de dissipação do

calor, incluindo vasodilatação periférica e sudorese. Acredita-se que o corpo não

esteja em estado hipertérmico, mas que haja uma má comunicação na sinalização

da temperatura que regula as respostas de temperatura normais. Assim, a

mensagem para reduzir rapidamente a temperatura corpórea central resulta em

vasodilatação extrema, seguida de sudorese e, em alguns casos, transpiração

abundante, especialmente à noite, o que pode levar a distúrbios do sono (GRADY,

2006; DEECHER & DORRIES, 2007; RAPKIN, 2007).

12

A terapia de reposição hormonal (TRP), consistindo de estrógeno (em

mulheres sem útero) ou estrógeno e progestina (em mulheres com útero) para

proteger contra hiperplasia endometrial o câncer, é a opção de tratamento mais

estudada e mais efetiva para alívio dos sintomas dos fogachos associados à

menopausa e é considerado o padrão de cuidado para mulheres com fogachos

moderados a graves. Os riscos potenciais da TRH são: câncer de mama ou

endometrial, acidente vascular encefálico, tromboembolismo pulmonar. Os

benefícios em potencial são: supressão dos sintomas vasomotores, riscos reduzidos

de câncer colorretal, doença arterial coronariana, demência e diabetes mellitus,

osteoporose e fraturas relacionadas à osteoporose (UMLAND, 2008).

As terapias não-hormonais, tais como antidepressivos, anticonvulsivantes e

anti-hipertensivos têm sido usadas para alívio dos fogachos, mas não são aprovadas

pelo FDA para essa indicação. As vantagens são a redução quase imediata dos

fogachos e o benefício de melhora do humor nas mulheres que sofrem de distúrbios

de humor. Esse tratamento pode ser usado para mulheres que não podem usar a

TRH, tais como aquelas com história de câncer de mama. Os mecanismos pelos

quais essas terapias reduzem a freqüência dos fogachos é desconhecido (UMLAND,

2008).

Os sintomas vaginais incluem secura, desconforto, prurido e dispaurenia,

relatados por aproximadamente 30% das mulheres durante o início da menopausa e

por até 47% das mulheres durante o período pós-menopausa e geralmente

persistem ou pioram com a idade. Os sintomas estão associados a fluxo sanguíneo

e secreções vaginais diminuídas, hialinização do colágeno, fragmentação da elastina

e proliferação do tecido conectivo vaginal. O fluido vaginal, que é acídico antes da

menopausa, torna-se mais neutro, facilitando a proliferação de microorganismos

entéricos associados à infecção do trato urinário. Esses sintomas têm sido

associados a níveis mais baixos de andrógenos, mas não estrógenos (GRADY,

2006).

Para os sintomas vaginais, estrógenos vaginais, administrados como

cremes, tabletes ou anéis liberadores de estradiol, são altamente efetivos, com

melhora ou alívio dos sintomas relatados por aproximadamente 80 a 100% das

mulheres tratadas. Entretanto, doses mais altas ou uso mais freqüente de

estrógenos vaginais podem aumentar os níveis sistêmicos de estrógeno e

potencialmente causar efeitos colaterais (GRADY, 2006).

13

5 A MENOPAUSA SEGUNDO A MEDICINA TRADICIONAL CHINESA

5.1 Fundamentos

Gen Nian Qi Zong He Zheng é a menopausa com seus sintomas relativos

(“Todos os sintomas”). Gen significa “mudar”; Nian significa “idade”e Qi é “a fase”.

Na MTC, a cessação do ciclo menstrual geralmente não tem significância em

particular, uma vez que é considerada uma fase normal da vida. O aspecto

psicológico é, provavelmente, mais importante na aparição dos sintomas. Muitas

mulheres que são ativas e conscientes de seus “objetivos na vida” não têm

problemas em particular enquanto passam por esta fase (SAUDELLI, 2004).

5.2 Fisiologia e Etiopatogenia

De acordo com a MTC, os Rins armazenam e transformam Essência e Qi

para gerar medula para o cérebro e ossos. Os Rins abrem-se nos ouvidos, genitálias

e ânus, e conectam-se com a bexiga urinária. A Deficiência dos Rins é a Deficiência

dos Rins-Essência e Rins-Qi, levando a disfunção de órgãos e tecidos associados.

Teoricamente, um grupo específico de sintomas estaria presente se um único

componente apresentasse mau funcionamento. Os sintomas compartilham da

mesma mudança patológica. Qualitativamente, a Essência e o Qi do Rins são

classificados em Yin dos Rins e Yang dos Rins. A Deficiência da Essência e do Qi

dos Rins são sub-padrões da deficiência do Yin dos Rins (KDS-Yin) e Yang dos Rins

(KDS-Yang) (CHEN et al., 2008).

A deficiência dos Rins explica a ocorrência da menopausa em mulheres de

meia idade. Essa deficiência inclui primariamente a síndrome da deficiência do Yin

dos Rins (KDS-Yin), do Yang dos Rins (KDS-Yang) e sua existência concorrente

(KDS-YY). O KDS é prevalente em mulheres de 40 anos ou mais, e aumenta com a

idade. KDS-Yin é comum em mulheres com fogachos e começa a aumentar em

mulheres de meia idade a partir dos anos pré-menopausa até a perimenopausa,

14

enquanto que KDS-Yang aumenta nos anos pós-menopausa e o KDS-YY é

prevalente em todas as mulheres na menopausa. O KDS-Yin, KDS-Yang e KDS-YY

são as síndromes básicas na MTC dos sintomas da menopausa (NIR et al., 2007).

As possíveis causas dos sintomas podem ser encontradas em condições

patológicas, tais como “falta de Qi” dos Rins, redução do Jing e Yuan Qi, falta de

energia no Chong Mai e Ren Mai, falta de sangue e desbalanceamento entre Yin e

Yang.

A deficiência dos Rins explica os sintomas psíquicos e neurológicos.

A deficiência de Jing explica a osteoporose e secura vaginal.

O consumo de Yin/água permite ao Yang/calor causar os fogachos

(SAUDELLI, 2004).

O princípio de tratamento, de acordo com cada padrão de desarmonia, e a

respectiva seleção de pontos para o tratamento por Acupuntura estão organizados

no quadro 1 (SANTOS, 2005).

5.3 Diagnóstico

Na Síndrome Climatérica, o Shen (Rins) em estado de vazio é a raiz da

deficiência, com duas possibilidades: se o Yin do Shen (Rins) for insuficiente, o Yang

tende a se elevar; se o Yang for insuficiente, o Fogo de Mingmen (ponto VG4 ou

Du4, localizado na coluna, entre os rins, que representa o aspecto Yang da Essência

pré-Celestial, e fornece calor para todos os processos fisiológicos do corpo e para

todos os Órgãos Internos) será fraco. O diagnóstico é baseado nos sintomas das

deficiências do Yin do Rim e do Yang do Rim (CHEN et al., 2008).

15

Quadro 1. Padrões de Desarmonia e Seleção de pontos para o tratamento por

Acupuntura

Padrão de

Desarmonia

Princípio do Tratamento Seleção de pontos

Deficiência de Yin do

Rim

Nutrir o Yin do Rim, dominar

o Yang, acalmar a mente e

remover o calor vazio do

Coração

P7, R6, R3, R10, VC4,

BP6, R7, IG4 (tonificando)

C6 (harmonizando)

Deficiência de Yang do

Rim

Tonificar e esquentar os

Rins, tonificar o Yang,

esquentar o centro, tonificar

o Baço-Pâncreas

B23, B52, R3, P7, R6,

VC4, VC15, R7

(tonificando). Pode usar

moxa

Deficiência do Yin e do

Yang do Rim

Nutrir os Rins, nutrir o Yin,

tonificar suavemente o Yang,

acalmar a mente

R3, P7, R6, VC7, C6,

VC4, B23, B52, BP6

(tonificando)

Deficiência do Rim e do

Fígado com subida do

Yang do Fígado

Nutrir o Yin do Rim e do

Fígado, dominar o Yang do

Fígado, acalmar a mente,

fixar a Alma Etérea

R3, F8, VC4 (tonificando)

P7, R6, F3, VG24, VB13,

VB20 (sedando)

Rins e Coração não

harmonizados

Nutrir o Yin do Rim, acalmar

a mente, remover o calor

vazio

P7, R6, R3, VC4, BP6,

R13, R7, C8, VC15, VG24

(tonificando) C6, CS7

(sedando)

Acúmulo de mucos e

estagnação de Qi

Resolver os mucos, serenar

o Fígado, eliminar a

estagnação, libertar os

Canais de Conexão

VC17, CS6, P7, VC6,

VC10, TA6, E40, BP6,

BP9, E28, VC4 (sedando

ou harmonizando)

Estagnação de Sangue

Revigorar o sangue, eliminar

a estase, acalmar a mente,

abrir os orifícios da mente,

mover o Qi e eliminar a

estagnação

BP4, CS6, R14, BP10,

B17, VC4, VC6, F3, CS7

(sedando ou

harmonizando)

Fonte: SANTOS, 2005

16

Os sintomas associados à deficiência Yin do Rim são: dor nas costas e/ou

joelhos, dores articulares, fraqueza nas costas e/ou joelhos, sede à noite, discursos

desconexos, esquecimentos, escapes de urina, fogachos, sentir frio nas costas,

febre fraca intermitente, sentir calor nas palmas e solas, sudorese noturna,

incontinência urinária, pouca libido, volume urinário aumentado, zumbido, sono

aumentado, diurese aumentada à noite e durante o dia e insônia (CHEN et al.,

2008).

Os sintomas associados à deficiência Yang do Rim são: dor nas costas e/ou

joelhos, dores articulares, fraqueza nas costas e/ou joelhos, esquecimentos,

escapes de urina, aversão ao frio, sentir frio nas costas, letargia, discursos

desconexos, incontinência urinária, volume urinário aumentado, edema, diurese

aumentada à noite e durante o dia, zumbido, pouca libido, fezes líquidas (CHEN et

al., 2008).

17

6 ACUPUNTURA COMO TRATAMENTO PARA A MENOPAUSA

Nos Estados Unidos, Nir et al. (2007) realizaram um estudo randomizado,

placebo-controlado para determinar se a Acupuntura individualizada é uma opção de

tratamento eficaz para a redução dos fogachos pós-menopausa e melhoria da

qualidade de vida. Vinte e nove participantes na pós-menopausa, com média de pelo

menos sete episódios graves a moderados de fogachos em 24 horas, com

concentração de estradiol inferior a 50 pg/mL e nível de TSH normal, foram

randomizados para receber 7 semanas (nove sessões de tratamento) ou de

Acupuntura ativa ou de Acupuntura placebo. Os acupunturistas selecionaram os

pontos agulhados de acordo com um algoritmo diagnóstico padronizado. Cada

tratamento ativo consistiu de 5 a 7 pontos de tratamento ativos. Três a 6 dos pontos

foram abordados. As agulhas foram posicionadas nos pontos selecionados e

estimulados moderadamente, até que a sensação de Qi fosse atingida, durante 20

minutos. Para os tratamentos placebo, 5 a 7 pontos sham foram selecionados dentre

10 pontos não-válidos localizados fora de quaisquer canais de Acupuntura e

agulhados com agulhas placebo que não penetravam a pele. Os participantes que

receberam o tratamento ativo tiveram maior redução na gravidade dos fogachos

comparados àqueles que receberam placebo. A redução da freqüência de fogachos

foi significativa em ambos os grupos. Assim, os autores concluíram que o tratamento

com Acupuntura individualizada foi associada a uma diminuição significativamente

maior na gravidade, mas não a freqüência, dos fogachos em mulheres sintomáticas

na pós-menopausa comparado à Acupuntura placebo de igual duração (NIR et al.,

2007).

No Brasil, de Luca et al. (2011) avaliaram, em estudo randomizado, duplo-

cego, placebo-controlado, os efeitos da Acupuntura e Acupuntura sham em

mulheres com sintomas de menopausa que se refletem na intensidade de fogachos

e no Índice de Kupperman (KMI), um índice de conversão numérica que cobre 11

sintomas da menopausa: fogachos, parestesia, insônia, nervosismo, melancolia,

vertigem, fraqueza, artralgia ou mialgia, cefaléia, palpitações e prurido. Oitenta e um

pacientes foram divididos em dois grupos: Grupo 1 (n=56): recebeu 12 meses de

Acupuntura, seguidos de 6 meses de Acupuntura sham. Grupo 2 (n=25): recebeu 6

meses de Acupuntura sham, seguidos de 12 meses de Acupuntura (n = 25). As

agulhas foram inseridas de forma harmônica craniocaudal a uma profundidade de

cerca de 2 cm, e cada sessão durou aproximadamente 40 min. Os pontos usados

foram: pontos extras da cabeça e pescoço, IG4, C7, CS6, TA5, VC12, VC6, VC4,

E36, BP6, BP9, VB34, F3, P7, F5, R3, R6, Escalpena (áreas usadas: A – área

controle dos vasos sanguíneos; B – área de vertigem; C – área frontal; D – área

pré-frontal). Os valores iniciais das mulheres em ambos os grupos foram

semelhantes para a pontuação KMI e número de fogachos. No final de 6 meses, os

valores de KMI e fogachos no grupo 1 foram inferiores aos das mulheres no Grupo

2. Após 12 meses, os dados de KMI e fogachos semelhantes em ambos os grupos.

18

Após 18 meses, os valores de KMI e fogachos no grupo 2 foram inferiores aos das

mulheres do Grupo 1. Concluíram que o tratamento com Acupuntura para alívio dos

sintomas da menopausa pode ser efetivo para diminuir os fogachos e escore KMI

em mulheres pós-menopausa (LUCA e col., 2011).

Vicent et al. (2007) realizaram um ensaio clínico randomizado prospectivo,

simples-cego, com controle sham, com mulheres peri ou pós-menopausa que

apresentavam 5 ou mais fogachos por dia. As participantes foram randomizadas

para Acupuntura (n=51) ou Acupuntura sham (n=52) e fizeram parte do estudo

durante 13 semanas: uma semana antes da Acupuntura (semana basal), 5 semanas

de Acupuntura e 7 semanas de segmento pós Acupuntura. O tratamento real foi

realizado em 12 pontos: BP 4 e BP 6, C7, IG 11, F 2 e F 3, R6, P7, CS 6, VB 34,

VC4, VB 20. Após atingir a sensação de Qi, as agulhas foram deixadas por 30

minutos. Foram realizadas duas sessões semanais durante 5 semanas. A

Acupuntura sham foi definida como agulhamento em regiões de não-Acupuntura,

áreas não-meridianas, sempre que possível, a 5 cm ou mais de distância do ponto

verdadeiro de Acupuntura. O desfecho primário investigado foi o escore de fogacho

diário, ou seja, o produto da freqüência dos fogachos e sua gravidade. Na semana 6,

a porcentagem de fogachos residuais foi de 60% no grupo Acupuntura e 62% no

grupo Acupuntura sham. Na semana 12, a porcentagem foi de 73% no grupo

Acupuntura e 55% no grupo sham, porém não houve diferença estatística entre os

grupos (VINCENT et al., 2007).

Em outro ensaio clínico randomizado, foi avaliado o efeito da Acupuntura

nos sintomas da menopausa de fogacho, distúrbios do sono e mudanças de humor.

As 18 participantes foram divididas em dois grupos – 9 receberam Acupuntura para

saúde em geral e 8 receberam Acupuntura específica – e receberam os tratamentos

durante 9 semanas (uma vez por semana durante 3 semanas, depois uma vez a

cada duas semanas em um total de 6 tratamentos) seguidos de 3 semanas de não-

tratamento. As sessões duravam de 20 a 30 minutos. Os locais usados para

agulhamento no grupo experimental foram: B15; B23; B32; VG20; C7; CS6; BP6; F3;

BP9. A gravidade dos fogachos mensais diminuiu continuamente o longo dos 4

meses no grupo de Acupuntura específica, enquanto que o grupo de Acupuntura

inespecífica não apresentou diferenças. Os distúrbios do sono diminuíram

significativamente após 4 meses em ambos os grupos. As mudanças de humor

diminuíram em ambos os grupos (COHEN et al., 2003).

O’Brien et al. (2007) investigaram a efetividade da estimulação de pontos de

Acupuntura a laser no alívio de sintomas da menopausa. Quarenta mulheres com

até 10 fogachos por dia sem tratamento hormonal foram randomizadas para receber

tratamento ativo (n=23) e placebo (n-17) durante 12 semanas. A prescrição dos

pontos foi individualizada aos participantes dentre BP6 (San Yin Jiao), P9 (Tai

Yuan), F3 (Tai Chong), R6 (Qi Hai), IG4 (He Gu), C7 (Shen Men), CS6 (Nei Guan), e

3 pontos auriculares. Ao final do período de tratamento, o número de episódios de

fogachos diurnos e noturnos por semana diminuiu significativamente em ambos os

grupos, sem diferenças. Não houve diferenças entre mudanças relatadas com

relação a humor, níveis de energia ou libido (O’BRIEN et al., 2007).

19

Uma recente revisão de literatura de ensaios clínicos sobre a associação da

Acupuntura com os sintomas da menopausa inclui 16 estudos. Três estudos não

compararam a Acupuntura com terapias específicas e demonstraram que o

tratamento leva a uma redução de cerca de 50% na frequência dos fogachos. Sete

estudos compararam a Acupuntura com outras terapias: três mostraram que a

Acupuntura tem efeito significativamente menor em diminuir a freqüência de

fogachos do que a terapia com estrogênio; dois encontraram um efeito semelhante

ao relaxamento; um encontrou efeitos significativamente maiores do que o oryzanol,

um suplemento alimentar. Dos sete estudos que compararam a Acupuntura com

alguma outra forma de penetração da agulha, superficial ou profunda, dentro ou fora

dos pontos de Acupuntura, 5 não mostraram efeito, uma apresentou efeito sobre a

freqüência, e outro na gravidade, mas não na freqüência. Estes estudos pouco

corroboraram para um efeito ponto-específico da Acupuntura nesta condição. Dois

estudos compararam a Acupuntura com agulhas grossas não penetrantes: um foi

significativamente positivo para a gravidade do fogacho mas não para a freqüência,

e outro não mostrou nenhum efeito. Em conclusão, os resultados de todos os

estudos estiveram de acordo com a hipótese de que a Acupuntura alivia os

fogachos. Existem poucos dados, no entanto, para apoiar a hipótese de que o efeito

da Acupuntura é ponto-específico, uma vez que diferentes protocolos usando

distintas profundidades e localizações de agulhamento (mesmo fora dos pontos de

Acupuntura) tiveram resultados não-consensuais (BORUD et al., 2010).

De fato, uma metanálise de ensaios clínicos randomizados (LINDE et al.,

2010) e uma revisão sistemática (ZHANG et al., 2010) demonstraram anteriormente

que as intervenções com Acupuntura sham frequentemente são associadas a

importantes efeitos não-específicos.

20

7 CONCLUSÃO

Não houve relatos de efeitos colaterais associados à Acupuntura buscando

diminuir os sintomas da menopausa. Os resultados da efetividade da Acupuntura,

entretanto, não foram consensuais.

Em três estudos, a Acupuntura foi eficaz em diminuir a gravidade, mas não a

freqüência, dos fogachos; diminuir os fogachos, parestesia, insônia, nervosismo,

melancolia, vertigem, fraqueza, artralgia ou mialgia, cefaléia, palpitações e prurido;

diminuir gravidade dos fogachos de maneira específica (pontos específicos); diminuir

os distúrbios do sono e mudanças de humor de maneira inespecífica (pontos não-

relacionados).

Em dois estudos, a Acupuntura não foi efetiva em diminuir o produto da

freqüência dos fogachos e sua gravidade comparada com Acupuntura sham;

diminuir o número de episódios de fogachos e mudanças de humor, níveis de

energia ou libido comparada com placebo.

Em uma revisão de literatura, concluiu-se que a Acupuntura alivia os

fogachos, porém de maneira inespecífica.

Assim, estudos adicionais multicêntricos, comparando diferentes números de

sessões e pontos utilizados, bem como o controle com a Acupuntura sham são

necessários.

21

REFERÊNCIAS

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