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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO "LATO SENSU" PROJETO A VEZ DO MESTRE A IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL NO PROCESSO ENSINO- APRENDIZAGEM. POR: CRISTINA SILVA DE SOUZA ORIENTADORA PROFA. MS. FÁTIMA ALVES RIO DE JANEIRO - RJ 2012

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO "LATO SENSU"

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA

EDUCAÇÃO INFANTIL NO PROCESSO ENSINO-

APRENDIZAGEM.

POR: CRISTINA SILVA DE SOUZA

ORIENTADORA

PROFA. MS. FÁTIMA ALVES

RIO DE JANEIRO - RJ

2012

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA

EDUCAÇÃO INFANTIL NO PROCESSO ENSINO-

APRENDIZAGEM.

Apresentação de monografia à AVM

Faculdade Integrada como requisito

parcial para obtenção do grau de

especialista em Psicomotricidade,

POR: CRISTINA SILVA DE SOUZA.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por me dar condições

física, emocional e financeira podendo

assim freqüentar o curso. A minha

família, com todo carinho, expresso

aqui meus sentimentos de alegria e

realização.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a todos os

alunos que passaram pela minha vida

e com os quais tive a alegria de

conviver, compartilhar, brincar e trocar

grandes experiências.

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RESUMO

Como construir conhecimentos na educação infantil em crianças de 3 a

6 anos de idade através da brincadeira? O presente trabalho visa resgatar a

importância da ludicidade como meio constante no processo ensino-

aprendizagem, na educação infantil, com crianças de 3 a 6 anos. Através deste

estudo realizado podemos constatar que brincando a criança desenvolve

potencialidades: ela compara, analisa, nomeia, associa, classifica, conceitua,

vence obstáculos, desafia seus limites, desenvolve a coordenação motora e o

raciocínio. O RECNEI (MEC, 1998) estabeleceu a brincadeira como um de

seus príncipios norteadores, que define como um direito da criança para

desenvolver seu pensamento e capacidade de expressão além de situá-la em

sua cultura.As brincadeiras aparentemente podem ser simples, mas são fontes

de estímulos ao desenvolvimento cognitivo, social e afetivo da criança. É de

extrema importância que o professor além do olhar crítico, tenha a

sensibilidade de perceber as nuances de seus alunos segundo o conhecimento

das etapas de desenvolvimento de cada faixa etária. Faz-se então necessário

contextualizar psicomotricidade com ludicidade na construção do

conhecimento, valorizando o verdadeiro significado do brincar como parte do

processo ensino-aprendizagem.

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METODOLOGIA

A presente monografia vem abordar o seguinte tema central de

investigação: a importância da ludicidade no processo ensino aprendizagem na

educação infantil com crianças de 3 a 6 anos.

A importância deste estudo faz-se refletir e constatar o quanto é

necessário para esta fase, considerar o brincar como a ferramenta primordial

para o desenvolvimento das habilidades, contextualizando ao conhecimento ao

que se espera alcançar.

O método utilizado nesta pesquisa será desenvolvida através de pesquisa

bibliográfica para embasar a relevância do tema abordado.

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SUMÁRIO

Introdução............................................................................................................8

Capítulo I

Conhecendo as etapas de desenvolvimento de crianças de 3 a 6 anos...........10

Capítulo II

O significado do brincar como parte fundamental do processo de

aprendizagem na educação infantil...................................................................20

Capítulo III

Contextualizar a psicomotricidade com ludicidade na construção do

conhecimento.....................................................................................................32

Conclusão..........................................................................................................40

Bibliografia Consultada......................................................................................43

Índice.................................................................................................................45

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INTRODUÇÃO

A intenção desta pesquisa é proporcionar uma reflexão simples e direta

em relação ao tema tão abordado: "a importância da brincadeira, como

ferramenta principal, no processo ensino-aprendizagem na educação infantil".

Com este pressuposto o trabalho proporcionará aos docentes da área de

educação infantil, uma ampliação do conhecimento do ato brincar,

incorporando o mesmo ao cotidiano escolar com objetivos. É possível que a

ludicidade tenha articulação com a construção e apropriação do conhecimento.

Algumas questões nesta pesquisa apresentada irão nortear a reflexão, e

abordará o papel fundamental do brincar na Educação Infantil.

Etimologicamente, brincar vem de brinco mais ar, brinco vem do latim

vinculu/vinculum, laço, ligação. Brincar é então, um gesto de ligação com o

outro e com o mundo. Diante deste estudo poderemos verificar o verdadeiro

significado do lúdico na vida escolar das crianças. Através da ludicidade o

educador desta faixa etária (3 a 6 anos) pode integrar, contextualizar, o brincar

a um projeto educativo a ser desenvolvido. É importante termos a consciência

do papel fundamental que a brincadeira pode e deve ocupar no cotidiano

escolar. A criança aprende muito mais através do jogo e da brincadeira, pois

neste momento ela: reflete, ordena, desorganiza, questiona, experimenta,

destrói e reconstrói o mundo à sua maneira. No Referencial Curricular Nacional

para a Educação Infantil (1998), a brincadeira está colocada como um dos

princípios fundamentais, defendida como um direito, uma forma particular de

expressão, pensamento, interação e comunicação entre as crianças. A

brincadeira é cada vez mais entendida como atividade que, além de promover

o desenvolvimento global das crianças, incentiva a interação, a formação de

um cidadão crítico, reflexivo e ativo. A principal função da educação infantil na

vida da criança é proporcionar momentos de curiosidades e interesse pela

busca constante do seu crescimento pessoal através de um ambiente

estimulador, prazeroso e lúdico, isso vamos poder “vivenciar” através desta

pesquisa.

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No primeiro capítulo é abordado o tema: “Conhecer as etapas de

desenvolvimento de crianças de 3 a 6 anos”. Nele é apresentado as etapas de

desenvolvimento pautados em Piaget, Vygotsky, entre outros.

No segundo capítulo cujo tema é: “valorizar e compreender o verdadeiro

significado do brincar como parte fundamental do processo ensino

aprendizagem na educação infantil”; neste momento se faz importante analisar

a interação que as brincadeiras possibilitam no processo da construção do

conhecimento e na aquisição de novas experiências dos alunos.

É importante que o educador tenha consciência do papel do brincar no

cotidiano escolar e no currículo da Educação Infantil.

No terceiro capítulo é abordado o tema: “Contextualizar a

psicomotricidade com ludicidade na construção do conhecimento”.

Psicomotricidade é a relação entre o pensamento e a ação envolvendo a

emoção, ou seja, ela está ligada ao desenvolvimento físico, mental e ela

também condiciona todos os aprendizados. É importante ressaltar que todo

trabalho desenvolvido na educação infantil deverá partir de objetivos e

planejamentos contextualizados a brincadeiras sérias que irão funcionar como

ferramenta principal para todo o processo de construção.

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CAPÍTULO I

CONHECENDO AS ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO

DE CRIANÇAS DE 3 A 6 ANOS.

Neste capítulo vamos compreender o papel e a importância da

brincadeira nas etapas do desenvolvimento infantil. É através do brincar que

ocorre o desenvolvimento infantil. Brincar é fundamental para o nosso

desenvolvimento. Brincar é envolvente, interessante, informativo e faz parte do

processo do crescimento e desenvolvimento do ser humano. Do ponto de vista

do desenvolvimento, essa característica é fundamental, pois possibilita à

criança aprender consigo mesma e com os objetos ou pessoas envolvidas nas

brincadeiras, nos limites de suas possibilidades e de seu repertório. Esses

elementos, ao serem mobilizados nas brincadeiras, organizam-se de muitos

modos, criam conflitos e projeções, concebem diálogos, praticam

argumentações, resolvem ou possibilitam o enfrentamento de problemas.

Quando proporcionamos as crianças o ato do brincar, estamos

oferecendo uma melhor perspectiva de vida. Ao brincar a criança também

expressa sentimentos, desenvolvem a imaginação e a linguagem. A forma que

ela lida e se envolve na brincadeira possibilita exteriorizar suas emoções e

levando-a a experimentar o mundo que a cerca.

O brincar é uma atividade natural, espontânea e necessária para a

criança, peça importantíssima na sua formação. A função dos jogos e dos

brinquedos não se limita ao mundo das emoções e da sensibilidade, estes

também permitem, por meio da oferta, que as crianças entrem em contato,

precocemente, com as propriedades e os usos sociais dos objetos. Com isso

pode-se afirmar que o brincar pedagógico faz com que a aprendizagem infantil

alcance níveis cada vez mais complexos.

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Sabemos que as brincadeiras das crianças evoluem mais nos seis

primeiros anos de vida do que em qualquer outra fase do desenvolvimento

humano. O desenvolvimento mental da criança, antes de seis anos de idade,

segundo Piaget, pode ser sensivelmente estimulado através de jogos. A

brincadeira representa uma atividade cognitiva, quanto social, e através das

mesmas, as crianças exercitam suas habilidades físicas, crescem

cognitivamente e aprendem a interagir com outras crianças.

A partir da brincadeira, a criança constrói sua experiência de se

relacionar com o mundo de maneira ativa e vivencia experiências de tomadas

de decisões. Em um jogo qualquer, ela pode optar por brincar ou não, o que é

característica importante da brincadeira, pois oportuniza o desenvolvimento da

autonomia, criatividade e responsabilidade quanto as suas próprias ações.

Partindo então das fases de desenvolvimento, essa pesquisa tem como

objetivo reafirmar a importância da ludicidade que se repassa por todas as

fases de desenvolvimento da criança de hoje, com embasamento de alguns

teóricos.

Para Froebel e Pestalozzi pioneiros no campo da educação infantil,

eram particularmente sensível á importância do jogo na infância relacionada à

prática do ensino e a educação da criança. Infelizmente, não havia política,

discussão dos jogos para criança na literatura do século XIX. Froebel, que

viveu entre 1782 a 1852 pregava uma pedagogia da ação. Ele dizia que a

criança para se desenvolver não deveria apenas olhar e escutar, mas agir e

produzir.

Para Celso Antunes: “Brincando a criança desenvolve a imaginação, fundamenta afetos, explora habilidades e, na medida em que assume múltiplos papéis, fecunda competências cognitivas e interativas. Como se isso tudo já não fizesse do “ato de brincar” o momento maior da vida infantil e de sua adequação aos seus desafios, é brincando que a criança elabora conflitos e ansiedades, demonstrando ativamente sofrimentos e angústias que não sabe como explicitar. A brincadeira bem conduzida

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Celso Antunes nos expressa neste pequeno parágrafo a importância do

brincar na educação infantil e o quanto é fundamental a interferência do

educador nessa fase, pois ele ressalta entre linhas que brincadeira é coisa

séria, onde quando bem vivenciada no sentido pedagógico o desenvolvimento

e crescimento do o aluno será favorável e consequentemente acontecerá

simultaneamente o aprendizado de maneira prazerosa. A educação infantil

deve oferecer momentos de socialização interativa, buscando um trabalho

coletivo onde oportunize momentos com diferentes situações e linguagens

levando ao aluno a sua construção de identidade e desenvolvimento pleno.

Segundo Piaget o desenvolvimento da criança ocorre por estágios: estágio sensório-motor, pré-operacional, operações concretas, operações formais, de modo que cada estágio engloba o anterior e o amplia. A atividade intelectual da criança é de natureza sensorial e motora. A estimulação do meio deve ser principalmente de natureza sensorial (visão, tato, olfato, paladar e audição) e motora (movimentos com o corpo). Vale ressaltar a importância da ludicidade na construção da identidade (“eu”), o ser quanto cidadão crítico, questionador e participativo. "Para Piaget é importante que as crianças façam imitações externas, mobilizando os próprios corpos, relativas a objetos ou ações. O adulto pode sugerir- lhe, por exemplo, que contem suas façanhas, suas alegrias e tristezas, com o apoio de gestos e mímica; que contem histórias, imitando os movimentos e as palavras das personagens; que brinquem de "adivinhar quem é”, imitando comportamentos motores e verbais “(1989, p.47).

Seguindo os estágios de Piaget, a forma desse brincar sofre mudanças do primeiro ao sexto ano de vida:

1) Brincar sensório-motor (nascimento até 2 anos): não existe

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ainda um brincar simbólico. A criança de 12 meses explora e

manipula objetos colocando coisas na boca, sacudindo-as,

etc...No estágio sensório-motor, o bebê apresenta um tipo de

funcionamento intelectual inteiramente pratico, vinculado à

ação.

2) Brincar simbólico (2 a 6 anos): corresponde ao estágio pré-

operacional onde a criança começa a entrar no mundo dos

símbolos; é capaz de reproduzir musica que alguém cantou e

de reconhecer objetos. As crianças começam a faz-de-conta

em suas brincadeiras. E usando a imaginação, onde uma

vassoura se transforma num cavalo, pode-se observar a

capacidade cada vez melhor da criança manipular

internamente esses símbolos.

3) Grupo de jogos com regras: corresponde ao estágio das

operações concretas (6 aos 12 anos). A criança descobre uma

série de regras para interagir com o mundo. Aos 7 anos, a

criança não se agrupa criaturas em classe de gato e cachorro,

como também compreende que ambas são classes de animais.

Piaget propôs uma etapa final de desenvolvimento cognitivo

que se inicia por volta dos 12 anos continua durante a

adolescência que é o estágio operacional formal. A mudança

mais importante é que o adolescente agora é mais capaz de

aplicar operações mentais complexas não apenas a objetos ou

experiências, mas também a ideias e pensamentos.

Observa-se através desta sequência proposta por Piaget que a criança, através

do brincar, resolve problemas, desenvolve a linguagem e suas relações

pessoais.

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Percebemos que na observação de Piaget fica nítido o quanto se faz

importante a interferência do professor como mediador no processo de

desenvolvimento da criança dentro de cada fase, ou seja, o mesmo deve

proporcionar meios, e situações diversas onde a criança possa aprender a

buscar soluções possíveis. Para Piaget, a atividade lúdica nas crianças supera

amplamente os esquemas, reflexos e prolonga quase todas as ações.

Sabemos que no estágio sensório-motor a criança constrói o significado do

objeto quando a mesma tem a oportunidade de explorar esse objeto, porém o

fato só será realizado se houver a contribuição das pessoas que convivem com

esta criança.

Nas épocas atuais, as crianças já frequentam ambientes escolares, e

por que não ressaltar aqui neste momento a importância de proporcionar aos

grupos escolares, ambientes agradáveis, com propostas de trabalho

pedagógico partindo da ludicidade, pois o ato de brincar faz parte de todo

processo de desenvolvimento da criança. O brincar, as brincadeiras e os jogos

são formas que a criança encontra para expressar o que sente e pensa, isto é

favorecer o pleno desenvolvimento de cada criança. Alguns jogos

proporcionam a oportunidade do exercício motor, desenvolvendo habilidade da

coordenação fina tão importante para a alfabetização. A manipulação de

tesouras, de massa, as dobraduras, colagens, pinturas, desenhos, são

elementos próprios para este trabalho.

Através dos jogos aprende-se muitas lições importantes como saber perder,

saber ganhar, fazer parte de uma equipe, ser cooperativo, valorizar o esforço

dos outros...

O educador deve ter conhecimento que os jogos e as brincadeiras

têm uma grande importância no desenvolvimento e na educação da criança.

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O trabalho do professor consiste, assim, em criar situações, através do

lúdico, conflitos cognitivos, que, por sua vez, desencadeiem na criança a busca

pela equilibração, indispensável para a construção de novas estruturas. Faz-se

lembrar de também que todo trabalho pedagógico deve levar em conta que não

devemos queimar etapas do processo de desenvolvimento. Piaget (1976) diz

que a atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais da

criança. Estas não são apenas uma forma de desafogo ou entretenimento para

gastar energia das crianças, mas meios que contribuem e enriquecem o

desenvolvimento intelectual.

Ele afirma: “O jogo é, portanto, sob as suas duas formas essenciais de exercício sensório-motor e de simbolismo, uma assimilação da real à atividade própria, fornecendo a esta seu alimento necessário e transformando o real em função das necessidades múltiplas do eu. Por isso, os métodos ativos de educação das crianças exigem todos que se forneça às crianças um material conveniente, a fim de que, jogando, elas cheguem a assimilar as realidades intelectuais que,

sem isso, permanecem exteriores à inteligência infantil.” (Piaget 1976, p.160) .

Piaget reconhece o brincar como um instrumento que favorece o

desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo e social principalmente nos períodos

sensório-motor e pré-operatório onde diz que “agindo sobre os objetos, as

crianças, desde pequenas, estruturam seu espaço e o seu tempo,

desenvolvem a noção de causalidade, chegando à representação e,

finalmente, à lógica. No estágio pré-operacional (2 a 6 anos) a criança

desenvolve a capacidade simbólica (já discrimina um significado – imagem –

palavra- símbolo). Piaget diz que toda atividade lúdica é berço obrigatório das

atividades intelectuais da criança.

O desenvolvimento mental da criança, antes de seis anos de idade,

segundo Piaget, pode ser sensivelmente estimulado através de jogos. A

brincadeira representa uma atividade cognitiva, quanto social e através das

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mesmas, as crianças exercitam suas habilidades físicas, crescem

cognitivamente e aprendem a interagir com outras crianças. Nesse período são

valiosos os estímulos que despertam a noção de ideia de agrupamentos e

grandezas, percepção e as relações dos contrastes.

“Para Vygotsky, no brincar, as crianças manifestam certas habilidades que não seriam esperadas para sua idade. O brincar é benéfico ao aprendizado, pois a pessoa está em condição favorável para aprender. Vygotsky diz que, a promoção de atividades que favoreçam o envolvimento da criança em brincadeiras, principalmente aquelas que promovem a criação de situações imaginárias, tem nítida função pedagógica. A escola e, particularmente, a educação infantil poderiam se utilizar deliberadamente desse tipo de situações para atuar no processo de desenvolvimento das crianças. (Vygotsky, 2004, p. 67).

Para ele a imaginação em ação ou o brinquedo é a primeira

possibilidade de ação da criança numa esfera cognitiva que lhe permite

ultrapassar a dimensão perceptiva motora do comportamento. O brinquedo

concede as necessidades de alterações constantes e da consciência infantil,

vivenciando uma experiência, no ato de brincar. Vygotsky acredita que através

do brincar a criança reorganiza suas experiências. Oferecer oportunidades para

a criança brincar, jogar e criar espaço para reconstrução do conhecimento é

papel fundamental do professor.

Vygotsky também ressalta o valor que as brincadeiras promovem no

aprendizado das crianças. A brincadeira possibilita ao aluno a construção do

conhecimento, da sua personalidade e identidade. Ele entende que brincar

permite e favorece a criação de "zonas de desenvolvimento proximal".

Para Vygotsky:

“A zona de desenvolvimento proximal é “a distância entre o nível real (da criança) de desenvolvimento e o nível do desenvolvimento determinado pela resolução de problemas independente e o nível de desenvolvimento potencial determinado pela resolução de

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problemas sob orientação de adultos ou em colaboração com companheiros mais capacitados” (Vygotsky, 2003, p. 175).

É através do brincar que as crianças enfrentam desafios e encontram

soluções para seus questionamentos, sentindo-se então motivadas e

desafiadas a dominar o que lhe é ou não familiar. Através dos jogos, as

crianças aprendem algumas coisas sobre situações, pessoas, atitudes,

respostas, matérias, texturas, atributos visuais, auditivos e cenestésico. Assim

ela tem uma outra dimensão e uma nova variedade de possibilidades obtendo

um relativo domínio.

Como afirma Le Boulch:

“A descoberta tardia de seu corpo como objeto, bem depois da descoberta do” objeto libidinal”, depois da permanência do objeto, faz entrar a criança no que Wallon chamou de” estágio da personalidade, caracterizado pela busca da independência e de enriquecimento de seu Ego.

Dos 15 meses aos 3 anos, os interesses da criança estavam voltados para o mundo exterior. A atividade de exploração expressa-se por uma forma de vigilância difusa em estado de expressão. Na medida em que o meio ajuda a criança a afirmar-se como uma unidade afetiva e expressiva, favorece o equilíbrio entre o espontâneo e o controlado, sua motricidade global coordenada e rítmica traduz o bom desenvolvimento de sua função de ajustamento.

Esta “primeira estabilização afetivo sensório- motora é o trampolim indispensável sem o qual a estruturação espaço-temporal não pode efetuar-se”; ela é um estado de equilíbrio provisório. As primeiras urgências estando resolvidas no plano práxico devem aperfeiçoa-se e servir de suporte ás atividades intencionais para dar lugar cada vez mais á atividade de representação mental.

O estágio dos 3 aos 6 anos é um período transitório tanto na estruturação espaço-temporal quanto na estruturação do esquema corporal. A educação psicomotora deve preparar a criança a passar sem produzir uma ruptura entre o universo mágico no qual se projeta sua subjetividade e o universo onde reina uma organização e uma estrutura.

O jogo da função de ajustamento continua global e desenvolve-se em dois planos. Por um lado, está submetido a

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uma intencionalidade práxica que permitirá criança resolver os problemas motores e, por outro lado, a expressão do corpo traduz as experiências emocionais e afetivas conscientes e inconscientes. O jogo simbólico adquire muita importância na medida em que, agindo num mundo imaginário, a criança pode satisfazer seus desejos.

A possibilidade de afirmar sua personalidade na confrontação do real torna-se possível através do desenvolvimento das funções gnósicas. A educação psicomotora é um suporte privilegiado para passar de um modo sincrético da apreensão das informações à organização dessas informações, o que implica o duplo processo de análise e síntese dos dados sensoriais”.( Le BouLch,1992,p.85,86)

É através de todas essas etapas que a criança se descobre quanto ser,

e o papel do educador infantil é neste momento proporcionar crescimento

prazeroso e significativo. Levar a criança descobrir seu corpo e suas funções,

entre o organismo e o mundo, sempre atentando um olhar observador e

cuidadoso em cada fase do seu desenvolvimento. A ludicidade e o jogo

proporciona a auto descoberta, a assimilação e a integração com o mundo por

meio de relações e de vivências a medida em que a escola proporciona essa

ferramenta ao seu aluno.

Rubem Alves afirma:

“O corpo de uma criança é um espaço infinito onde cabem todos os universos. Quanto mais ricos forem esses universos, maiores serão os voos da borboleta, maior será o fascínio, maior será o número de melodias que saberá tocar, maior será a possibilidade de amar, maior será a felicidade.

Por vezes, entretanto, acontece uma metamorfose ao contrário: as borboletas voltam ao casulo e se transformam em lagartas. Porque voar é fascinante, mas perigoso. É preciso que não se tenha medo de flutuar sobre o vazio com asas frágeis. É mais seguro viver agarrado à folha que se come”.(Rubem Alves,2006,p.69,70)

Toda e qualquer aprendizagem é vivenciada, registrada, guardada e

memorizada pelo corpo. É com esta memória corporal que se torna possível

continuar aprendendo. Novas aprendizagens vão sendo conquistadas e

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memorizadas pelo corpo através dos sentidos, percepções e relações que se

estabelecem todo o tempo, e que vão se integrando, interagindo com

aprendizagens anteriores e criando novas aprendizagens, e então assim

construir conhecimento.

Portanto é fundamental analisar como o brincar pode contribuir para a

construção de conhecimentos e para a apropriação da cultura nas fases de

desenvolvimento da criança.

“Vai aqui este pedido aos professores, pedido de alguém que sofre ao ver o rosto aflito das crianças, dos adolescentes: lembrem-se de que vocês são pastores da alegria, e que sua responsabilidade primeira é definida por um rosto que lhes faz um pedido: Por favor, me ajude a ser feliz...” (Rubem Alves, 2006,p.19)

Utilizar a brincadeira e o jogo na educação infantil significa transportar

para o campo do ensino-aprendizagem condições para maximizar a construção

do conhecimento, introduzindo as propriedades do lúdico do prazer da

capacidade de iniciação e ação ativa e motivadora. Rubem Alves nos faz

refletir sobre a nossa prática pedagógica quanto aos “ensinamentos” que

desejamos contribuir para o nosso aluno. A ludicidade proporciona

oportunidades prazerosas na construção do conhecimento desde que as

mesmas sejam elaboradas e propostas com objetivos a serem alcança. Muitos

educadores da pré-escola estão interessados em reabilitar o jogo como um

instrumento da formação da prática pedagógica.

A maior aprendizagem está na oportunidade oferecida à criança de

aplicar algo da atividade lúdica dirigida a alguma outra situação, pois é através

do brincar, dos jogos e brincadeiras que a criança adquire a primeira

representação do mundo e, é por meio deles, também que ela penetra no

mundo das relações sociais, desenvolvendo um senso de iniciativa.

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CAPÍTULO II

O SIGNIFICADO DO BRINCAR COMO PARTE

FUNDAMENTAL DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM

NA EDUCAÇÃO INFANTIL.

Sabemos que as crianças fazem da brincadeira uma ponte para o

imaginário e a partir dela muito pode ser trabalhado de forma lúdica.

Cantar, ouvir história, dramatizar, jogar com regras, construir meios

prazerosos de aprendizagem é o que irá proporcionar a construção de

conceitos propostos pela instituição escolar, na educação infantil, quando esta

inserir de fato a ludicidade como uma ferramenta de trabalho.

O papel de mediador da aprendizagem: “..., o professor deve conhecer as competências associadas ao papel do medidor do processo da aprendizagem. Costumamos dizer que não basta saber matemática, português, ciências, história, etc. para ser professor dessas áreas do saber. É preciso que o professor conheça as tecnologias disponíveis para apoio pedagógico e as melhores técnicas de intervenção pedagógica, de modo a criar as melhores condições para que o aluno aprenda.”(Vasco Moretto,2003,p.115)

Partindo desta citação de Vasco Moretto, fica claro que para o

aprendizado acontecer, o professor, seja ele de qualquer seguimento, precisa

reavaliar sua prática pedagógica constantemente para oferecer o melhor como

proposta para seus alunos. É preciso também que busque estratégias (partindo

da ludicidade) para desenvolver e aplicar seu plano de ação usando como

ferramenta principal, o jogo, a brincadeira, o brinquedo, na educação infantil. O

lúdico proporcionará ao aluno vivências, experimentações, questionamentos, e

aí entra o professor como mediador no processo da construção do

conhecimento do seu aluno. Não esquecendo que cada aluno é único!

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Afirma Paulo Freire:

“Ensinar não é transferir conhecimentos, mas criar as possibilidades para a

sua produção ou a sua construção”. (Paulo Freire, 1999, p.23)

Apesar de ainda termos exemplos de educadores na educação infantil

que ensinam conceitos de grande/pequeno, em cima/ embaixo, entre outros, a

partir de desenhos em folhinhas xerografadas, ou verbalmente, ou utilizando

livros didáticos, conclui-se que ao final de observações e avaliações esses

conceitos não terão nenhum significado se a criança antes de chegar ao

bidimensional(papel) não construir tais conceitos a partir de sua ação sobre os

objetos, ou seja, ela precisa brincar para o aprendizado acontecer, pois como

diz Paulo Freire ensinar não é transferir conhecimento mas proporcionar

momentos prazerosos em busca da construção do conhecimento. Aprender

pode ser algo encantador! A criança precisa descobrir o prazer de aprender e o

educador o prazer de ensinar. Não há pretensão de esgotar todas as

possibilidades, nem de fornecer receitas prontas, apenas, vão aqui, algumas

sugestões de atividades as quais possam oferecer subsídios para ampliar e

variar suas propostas em sala de aula:

• Jogo dos cubos, para a percepção espacial e a atenção. Os alunos

deverão enfileirar seis garrafas de plásticos de tamanhos diferentes ou

cubos de madeiras, tentar empilhá-las. Em oportunidades posteriores

poderão separar por maiores e menores, comparar tamanhos e

verbalizar os conceitos – grande e pequeno.

• Bagunça no trânsito, reunir vários carrinhos plásticos de cores

diferentes. Os alunos devem formar grupos por cores iguais e diferentes,

comparar os grupos contar a quantidade de cada um, formando

agrupamentos. Contagem, classificação numeração e atenção.

• Jogo das cordas, pedaços de corda de diferentes espessuras e

tamanhos. A tarefa das crianças é comparar pedaços de corda de

diferentes espessuras, indicando a mais grossa e a mais fina os

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tamanhos maiores e as menores, formar agrupamentos de iguais e/ou

diferentes. Dentre uma delas será a percepção visual.

Primeiro escolha um aluno para ser o cientista. O cientista irá dar corda

em cada um dos alunos, depois, então, todos deverão imitar um robô; pensem

como ele se mexe anda e fala. A turma escolherá quem foi o melhor robozinho.

Desenvolve a coordenação motora e explora a criatividade.

• Em um caixa de papelão grande, cortar um quadrado de quinze

centímetros numa das laterais; pintar um rosto de forma que o quadrado

seja a boca, providenciar cinco bolas de meia. Cada criança terá cinco

chances para acertar na boca do monstro. O vencedor será a criança

que conseguir acertar o maior número de bolas dentro da boca do

monstro/quando couber.

• Escolher, em revista, uma gravura para transforma em um quebra-

cabeça; a professora irá riscar a gravura. Cada um recortará a sua

escolhida, nas linhas traçadas. Colocarão os pedaços de quebra-cabeça

no envelope, trocarão com um colega e tentarão montar.

• Boliche, garrafas com areia para ficarem mais pesadas. A finalidade é

levar os alunos a aperfeiçoarem sua técnica de derrubar as garrafas e,

desta forma, progressivamente, ir ganhando maior coordenação viso-

motora. Desenvolve-se a orientação espacial e o pensamento lógico.

• O jogo do peso, usar embalagens vazias de filmes fotográficos, pilhas

velhas, algodão, areia e arroz. Colocar em cada duas embalagens as

pilhas, a areia, o algodão e o arroz. O educador deverá misturar as

embalagens de igual peso e pedir que os alunos sintam o peso de cada

uma, para formar pares com embalagens de igual peso. Desenvolve-se

noção de peso e atenção.

• Jogos corporais diversos. Diversos jogos folclóricos podem ser

adaptados como meio de um estímulo-motor progressivo. Entre muitos

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jogos, é possível destacar: jogo do anel; corrida de sacos; corrida de

equilíbrios da bola na colher; corrida com objetos na mão, nos ombros,

etc; gangorra humana com as mãos e os braços esticados; tiro ao alvo

ou arremessos com o espelho. Desenvolve-se através dessas atividades

a lateralidade, a motricidade e a atenção.

• Mímica. Imitar animais (cachorro, gato, sapo, cobra...) ou situações

emocionais diversas (raiva, choro, riso...). A tarefa dos alunos será

conseguir transmitir aos demais a mensagem sem o uso da palavra.

Depois de uma experiência, outras mais complexas podem ser

progressivamente, propostas. Estimula-se a linguagem corporal.

• Estou pensando em quem faz... A criança irá descrever uma

determinada profissão, por exemplo: quem faz pão é...; quem dirige o

ônibus é o...; quem pinta paredes é o...; quem lava a roupa é a...Com

esta atividade alem de desenvolver a linguagem oral, pode-se trabalhar

as profissões.

• Figura-fundo, descobrir numa gravura apresentada, determinado objeto

pessoal, animal, que esteja escondido no meio da gravura. O professor

estará favorecendo a discriminação visual e a observação.

• Os brinquedos cantados devem unir música, letra e movimentação, por

exemplo: cabeça, ombro, joelho e pé, nesta cantiga pode-se trabalhar o

esquema corporal, a localização das diferentes partes do corpo, a

coordenação motora, a orientação temporal (ritmo), e também explorar a

função das diferentes partes do corpo.

• A brincadeira de roda leva as crianças a mexerem com o corpo, a

representarem as situações sugeridas pela letra. Desenvolve as áreas

afetivas, social, e a cognitiva e também a linguagem oral ao recitar os

versos e a memorização.

• Lenço atrás. Os jogadores se dispõem em círculo voltados para o centro.

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Escolhe-se uma das crianças para ficar fora do círculo e segurará um

lenço. Dado o sinal para começar, o jogador de posse do lenço, corre ao

redor do círculo e solta o lenço atrás de um dos colegas. A criança que

recebeu o lenço atrás de si deverá tentar pegar quem estava de posse

do lenço, enquanto este deverá correr para tentar sentar-se no lugar

dela. Este jogo favorece a integração, estimula a persistência, a

paciência, estimula a linguagem oral, além de poder trabalhar as formas

geométricas a partir do círculo que as crianças formam. O principal

aspecto a ser considerado neste jogo deve ser o respeito às regras.

• Corrida de obstáculos, os alunos se dividem em duas filas, formando

duas equipes, com o mesmo número de crianças. À frente de cada

equipe, colocam-se dois ou três objetos afastados um dos outros. Uma

bola é entregue ao primeiro jogador de cada coluna. Deverá haver um

lugar especifico para parar e retornar. Todos farão o mesmo percurso, a

equipe que terminar primeiro será a vencedora. Esses circuitos podem

ajudar as crianças com maiores dificuldades, a entrar no grupo e se

soltar, pelo envolvimento da tarefa. Desenvolve, portanto o espírito de

equipe estimula a cooperação entre as crianças. Demonstra que a

competição pode ser estimuladora e construtiva e que o importante é

participar, à vitória é uma consequência de um trabalho bem realizado

por todos os envolvidos e não apenas por um. É importante trabalhar o

respeito às regras dentro de uma competição, valores como

honestidade, perseverança, cooperação e outros necessários para viver

socialmente.

• Macaco mandou... É a criança que representará o macaco quem

determinará o que o grupo tem de executar, por exemplo: macaco

mandou pular num pé só; macaco mandou subir no banco; macaco

mandou abraçar o amigo... As áreas focalizadas são as que dizem

respeito ao desenvolvimento físico-motor, esquema corporal, afetividade,

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cumprimento de ordens.

• Descobrir de onde vem o som. As crianças em círculo, uma é escolhida

para ficar de olhos vendados, outra criança do lugar onde se encontra

deverá fazer um som (palmas, apitar, bater os pés...) e a criança de

olhos vendados deverá apontar para a direção de onde vem o som.

Essa atividade desenvolverá a discriminação auditiva, a linguagem oral,

a atenção, a coordenação motora e a orientação espacial.

• A partir das figuras geométricas, pede-se que a criança imagine e, após,

desenhe uma figura humana; um automóvel; uma casa; um meio de

transporte. Depois da realização dos desenhos, o professor poderá

explorar ao máximo cada criação, além de iniciar ou fixar noções de

matemática: formas geométricas, tamanhos, cores, etc. oportuniza a

produção de texto oral, uma vez que cada um poderá expor aos colegas

suas ideias a respeito do próprio desenho.

Caberá ao professor determinar o grau de dificuldade dos exercícios

para cada criança. A aplicação desses ou outros jogos dependerá da

criatividade do próprio professor, explorando alguns conceitos espaciais e

temporais básicos, levando o aluno a identificá-los. O brinquedo não é o

aspecto predominante da infância, mas é um fator muito importante do

desenvolvimento...No brinquedo a ação está subordinada ao significado.

O educador da educação infantil, principalmente, tem que valorizar e

descobrir no brincar uma ferramenta importante para desenvolver a criança e

também um meio para a construção do conhecimento infantil. O jogo simbólico

constrói uma ponte entre a fantasia e a realidade, que a ajudarão a obter

autoconfiança, superar obstáculo da vida real. A criança que aprende brincando

irá absorver com muito mais facilidade qualquer conteúdo a ser apreendido. É

importante que o professor dessas fases acompanhe as crianças em suas

brincadeiras com jogos e/ou materiais variados para que o mesmo possa

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construir suas observações dos significados que elas ( crianças) constroem

em relação a tais conceitos.

A educação infantil é uma das mais importantes fases de

desenvolvimento da criança, portanto saber compreender as necessidades e

demandas dessas etapas é importante para assegurar uma educação saudável

e prazerosa. Nesta fase da educação é importante que nós educadores

tenhamos a sensibilidade de perceber o nosso aluno como um “ser” em

processo de desenvolvimento, onde devemos por obrigação oferecer e

proporcionar momentos únicos para eles, como por exemplo, ambientes

estimulantes, disponibilização de materiais diversos, experimentações, etc.

A importância do brincar tem sido evidenciada também em pesquisas

recentes que levam a supor que o brincar pode aumentar certos tipos de

aprendizagem que requerem processos cognitivos mais elaborados, porém

estes devem ser planejados de forma comprometedora, pelo educador, para

sua execução. Antes mesmo que a instituição exija o brincar como ferramenta

pedagógica, o professor tem que acreditar que este é o caminho para um

aprendizado para o seu aluno.

É preciso proporcionar mais brincadeiras para então depois inserir

trabalhos bidimensionais. Lembrando que a brincadeira não pode ser visto,

somente como um divertimento. Ela favorece o desenvolvimento físico afetivo,

social, moral, cognitivo, principalmente nos períodos sensório-motor e pré-

operatório. As crianças desde pequenas estruturam seu espaço e seu tempo,

desenvolvem a noção de causalidade, chegando à representação e, finalmente

a lógica.

As brincadeiras proporcionam o aprender fazendo brincando,

possibilitando a criança apreender conceitos, adquirir informações e a superar

dificuldades. Portanto mais uma vez vale ressaltar a importância de planejar a

execução de atividades lúdicas como ferramenta principal no cotidiano escolar

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na educação infantil.

“A brincadeira é uma atividade que a criança começa desde o seu

nascimento no âmbito familiar”. (Kishimoto, 2002, p.139)

A brincadeira da criança evolui nos seis primeiros anos de vida,

permitindo a mesma vivenciar o lúdico, descobrir a si mesma e apreender a

realidade. As crianças que brincam aprendem a criar possibilidades para

superar suas supostas dificuldades, avançar limites, ter autonomia de escolha,

e adquirir independência.

O brincar é parte da essência infantil, é uma forma de linguagem que a

criança usa para compreender e interagir consigo, com o outro e com o mundo.

Criança feliz aprende brincando!

É importante termos a consciência do papel da brincadeira no cotidiano

escolar, no currículo da Educação Infantil, e o compromisso que o educador

deve ter para proporcionar momentos prazerosos de aprendizagem fazendo

uso desta ferramenta. As crianças devem ser autônomas, independentes,

criativas, ouvirem histórias, ouvir canções e reproduzi-las, para que então os

conhecimentos possam povoar a mente infantil. É importante que haja a

intervenção do mediador (educador) na contribuição de ambientes

estimulantes, práticas educativas estimulantes, com exploração de objetos e

linguagem adequada para que possibilitem a criança superações, imaginações

criatividades.Com a intervenção do professor, as possibilidades de descobertas

e aprendizagens são conseqüentemente ampliadas.

Por esta razão vale ressaltar a importância do professor planejar e

participar do brincar das crianças, criando vínculo com a possibilidade de uma

aprendizagem de forma significativa, podendo se fazer presente na escola de

forma intencional e refletida. O brincar livre e /ou dirigido não dispensam a ação

do professor, pois os dois momentos se faz necessário uma organização de

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tempo , o espaço onde vai acontecer, tipos de materiais adequados, para que

assim haja condições favoráveis com o cumprimento de regras combinadas

entre o professor e o grupo, e o grupo x o grupo.O professor deve ser um

elemento integrante das brincadeiras, momentos sendo observador e

organizador, e momentos sendo o elo de ligação entre as crianças e o

conhecimento a ser adquirido.

Por meio da ludicidade a criança aprende, experimenta e descobre o

mundo que está ao seu redor.

Segundo a Declaração Universal dos Direitos da Criança: TODA

CRIANÇA TEM O DIREITO DE BRINCAR, e a escola tem esta função de

promover momentos lúdicos, porém, com objetivos pedagógicos.

“O brinquedo cria na criança uma nova forma de desejos. Ensina-a a desejar, relacionando seus desejos a um “eu” fictício, ao seu papel no jogo e suas regras. Dessa maneira, as maiores aquisições de uma criança são conseguidas no brinquedo, aquisições que no futuro torna-se-ão seu nível básico de ação real e moralidade”. (Vygotsky, 2003,p.131)

O meio do brincar é característico da faixa etária dos 2 aos 6 anos, é o

período do desenvolvimento infantil mais importante no brincar simbólico, onde

a criança pode expressar suas fantasias, seus desejos, medos, sentimentos e

os conhecimentos que vai construindo, a partir das experiências que vive.

Brincar é uma realidade cotidiana na vida de crianças, principalmente no

ambiente escolar onde devem ocupar um lugar especial na prática pedagógica.

A criança jamais brinca sem aprender, pois é no brincar que a criança se

apropria da realidade, dando significados a essa realidade as vezes tão

complexas ,mas que se bem trabalhadas facilmente serão dissolvidas de

forma prazerosa.

A brincadeira permite decidir, sentir emoções, compartilhar, superar

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desafios, ultrapassar barreiras, experimentar, descobrir, aceitar limites. O

brincar e a brincadeira são maneiras que a criança encontra para expressar o

que sente e o que pensa. Oferecer tempo e espaço para a realização de

atividades lúdicas é de extrema importância para o seu pleno desenvolvimento.

É importante que a instituição de ensino conceba o brincar como

linguagem fundamental para a compreensão da realidade pelas crianças, e que

as situações didáticas criadas sejam de caráter lúdico. Os educadores não só

podem como devem buscar sempre enfatizar a socialização e o respeito pelas

diferenças durante as brincadeiras.

“A escola bem equipada é importante pelos diversificados estímulos que propõe, mas sobretudo pela sociabilidade que provoca ao colocar a criança em contato com outras crianças e, através dessa interação, fazer nascer regras de convívio e permitir-lhe construir habilidades sociais”.(Celso Antunes, 2004,p.137)

A escola deve estar bem equipada em todos os sentidos, a fim de

promover ações pedagógicas comprometedoras pelo corpo docente da

educação infantil, e também acreditar que o brincar é essencial para a criança

construir conceitos para favoreça toda sua aprendizagem.

A brincadeira precisa “vir” à escola, na medida em que acreditamos na

importância que ela tem no processo ensino-aprendizagem, inserindo-a

também como ferramenta principal para a construção do conhecimento a ser

adquirido. A escola é o espaço de alargar, conhecer, proporcionar novos

universos que possam dar significados a realidade, e esta realidade poderá ser

vivida, compreendida, por meio da ludicidade que abrange todas as disciplinas

a serem desenvolvidas (na arte, na matemática na linguagem,na ciências e

sociedade e natureza).É importante perceber que as atividades lúdicas podem

e devem ser desenvolvidas em todas as disciplinas que compõe o currículo

escolar.A situação ideal de aprendizagem é aquela em que a atividade é de tal

modo significativo, em que quem aprende considera a brincadeira uma coisa

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séria. Permitir que a ludicidade se efetive ao cotidiano escolar é o desafio.

Brincar é fundamental para o desenvolvimento da criatividade e

imaginação das crianças, pois diante desta experiência proposta pelo professor

(quanto mediador), levará o aluno a se perceber quanto ser cidadão crítico,

questionador, e ser ativo no mundo que o cerca.

É importante também que o professor acredite que o jogo utilizado como

recurso pedagógico proporcionará novas aprendizagens de forma divertida,

prazerosa onde a criança irá absorver qualquer informação com mais

facilidade. É preciso também que o professor busque conhecimentos teóricos,

práticos, e vontade de assumir uma parceria no processo de construção de

conceitos com seus alunos.

Segundo Friedmann (p.14, 2003): “O brincar oferece-nos a possibilidade de que nos tornemos mais

humanos, abrindo uma porta para sermos nós mesmos, poder expressar-nos, transformar-nos, curar, aprender, crescer. O brincar surge como oportunidade para o resgate dos nossos valores mais essenciais como seres humanos; como potencial na cura psíquica e física; como forma de comunicação entre várias gerações; como instrumento de desenvolvimento e ponte para a aprendizagem; como possibilidade de resgatar o patrimônio lúdico-cultural nos diferentes contextos econômicos”.

A brincadeira espontânea e agradável leva a criança a expressar seus

sentimentos e de forma bem trabalhada auxilia no desenvolvimento oportuno

da inteligência, ou seja, dá-se aí o inicio de todo processo de desenvolvimento

das competências cognitivas e sociais. A criança relaciona entre si, objetos e

fatos do seu meio, através da experiência própria e a brincadeira possibilita

ampliar as suas descobertas de forma tranqüila e alegre, daí a necessidade de

perceber a importância das atividades lúdicas no processo de construção de

valores, sentidos e significados de conhecimentos plenos. É, portanto

indispensável entender a função educativa da brincadeira enquanto promotora

de aprendizagem onde a mesma ampliará com prazer seu saber, seu

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conhecimento e sua compreensão de mundo. Ao utilizar a brincadeira como

ferramenta pedagógica pode-se perceber que a criança de fato apropria-se da

realidade imediata dando-lhe significados.

A construção do conhecimento é um processo interior do sujeito,

porém, só acontecerá com sucesso, na medida em que o educador provocar,

estimular condições favoráveis e de forma prazerosa para que a aprendizagem

de fato aconteça. A brincadeira é uma atividade sociocultural, ela origina-se

nos valores, normas de uma sociedade ou de um grupo e na formação de seus

hábitos. Conceber o brincar como cultura é estabelecer vínculo com a função

pedagógica da Educação Infantil e com a proposta da instituição de ensino.

Segundo Vygotsky (p.134, 1991): “No brinquedo, a criança sempre se comporta além de seu comportamento diário; no brinquedo é como se ela fosse maior do que é na realidade. Como no foco de uma lente de aumento, o brinquedo contém todas as tendências de desenvolvimento sob forma condensada, sendo ele mesmo uma grande fonte de desenvolvimento”.

O brincar é uma fonte de interação e construção de conhecimentos, pois

a brincadeira possibilita ao nosso pequeno educando a aquisição de novas

experimentações e diversas possibilidades para criar e recriar novos

brinquedos resultando em novas descobertas do mundo ao seu redor.

É com muito trabalho, dedicação e vontade que conseguiremos ampliar

nosso cotidiano escolar infantil e então quem sabe realizar o maior sonho que

educar nossas crianças com sucesso e prazer.

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CAPÍTULO III

CONTEXTUALIZAR A PSICOMOTRICIDADE COM LUDICIDADE NA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO

O que se entende por psicomotricidade?

A Psicomotricidade é uma prática pedagógica que visa contribuir para o desenvolvimento integral da criança no processo de ensino-aprendizagem, favorecendo os aspectos físicos, mental, afetivo-emocional e sócio-cultural, buscando estar sempre condizente com a realidade dos educandos. Segundo Le Boulch (1969), a Psicomotricidade se dá através de ações educativas de movimentos espontâneos e atitudes corporais da criança, proporcionando-lhe uma imagem do corpo contribuindo para a formação de sua personalidade”.(Le Boulch,1969)

A Psicomotricidade está presente em todas as atividades que

desenvolve a motricidade da criança, levando-a a construção do conhecimento

e ao domínio do seu próprio corpo através da ludicidade, por esta razão, pode-

se afirmar que o uso de atividades psicomotoras são essenciais e

indispensáveis ao desenvolvimento global e uniforme da criança no seu

cotidiano escolar. Quando a criança apresenta dificuldades de aprendizagem, é

importante avaliar as habilidades por elas alcançadas em relação ao seu

desenvolvimento do esquema corporal, a sua lateralidade, sua orientação

temporal e estruturação espacial, pois qualquer problema num destes aspectos

dificultará uma boa aprendizagem.

Segundo Fátima Alves: “A avaliação de qualquer aspecto é de fundamental importância, pois através dela é possível obter as informações necessárias para trabalhar com o indivíduo que apresenta o problema detectado. É através da avaliação que o profissional poderá observar o começo de

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33 um tratamento, de onde começará e prever muitas vezes qual será sua continuidade”. (2007, p.141)

Faz-se necessário então à ligação da brincadeira com a

psicomotricidade onde ambas devem estar presentes na rotina escolar

seguindo um planejamento que priorize e destaque o plano de ação, elaborado

pelo professor, como eixo norteador, seguido sempre de avaliações.

Le Boulch (1987) define Psicomotricidade como uma ciência que estuda

as condutas motoras por expressão do amadurecimento e desenvolvimento da

totalidade psicofísica do homem, procurando fazer com que os indivíduos

descubram o seu corpo através de uma relação do mundo interno com o

externo e a sua capacidade de movimento e ação. E dessa forma, permitir

tanto ao adulto como à criança expressar as suas ações e movimentos de

forma harmoniosa, utilizando o seu corpo.

Comenta Le Boulch:

“A educação psicomotora na idade escolar deve ser antes de tudo uma experiência ativa de confrontação com o meio. A ajuda educativa, proveniente dos pais e do meio escolar, tem a finalidade não de ensinar à criança comportamentos motores, mas sim de permitir-lhe, mediante o jogo, exercer sua função de ajustamento, individualmente ou com outras crianças. No estágio escolar, a primeira prioridade constitui a atividade motora lúdica, fonte de prazer, permitindo à criança prosseguir a organização de sua “imagem do corpo” ao nível do vivido e de ponto de partida na sua organização pràxica em relação com o desenvolvimento das atitudes da análise perceptiva”.( Le Boulch, 1992,p.129)

A relação entre a psicomotricidade e a aprendizagem se dá por meio das

habilidades consideradas básicas sendo elas: esquema corporal, lateralidade e

estruturação espaço-temporal. É, portanto evidente a importância da

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psicomotricidade, aplicada de forma lúdica, no processo ensino aprendizagem

da criança. como ferramenta facilitadora.

A psicomotricidade bem trabalhada na escola levará a criança a sentir o

seu corpo como um todo, em busca da percepção global, do esquema corporal,

do corpo em movimento, em relação ao mundo ao seu redor, envolvendo

também a emoção, onde é fundamental ao seu desenvolvimento harmonioso

de uma boa linguagem.

Le Boulch (1982, p. 64) cita em sua obra, que a função simbólica da linguagem não é uma função psicomotora, mas ela tem suas raízes na atividade sensório-motora, à medida que o objeto operativo do pensamento deriva da inteligência sensório motora. Logo, está estreitamente ligada ao desenvolvimento psicomotor da criança na primeira infância. A função simbólica da linguagem, de acordo com Le Boulch, influi no desenvolvimento psicomotor, a partir dos 18 meses, quando a criança é capaz de utilizar um esquema interior para resolver os problemas de ajustes pelos quais ela se depara frente ao ambiente.

A psicomotricidade desenvolvida através do lúdico permitirá que a

criança vivencie e construa seus conhecimentos de forma prazerosa. A

psicomotricidade trabalhada em crianças de 0 a 6 anos estimulará aspectos a

serem observados pelos educadores, com certo cuidado, para que assim

possam realizar atividades que promovam desenvolvimento na coordenação

motora, na orientação espacial e temporal, no ritmo, no equilíbrio, na

lateralidade e no emocional.

Dessa maneira ressalto mais uma vez a importância do lúdico estar

presente nas atividades do corpo vivenciado através das brincadeiras. A

psicomotricidade está vinculada a afetividade e personalidade, pois a criança

utiliza o próprio corpo para demonstrar o que sente formando conceitos

organizando seu esquema corporal. É através das atividades lúdicas que a

criança se conscientizará do domínio que pode ter sobre seu corpo trabalhado,

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onde ela desenvolverá aptidões criando meios de ajustamento do seu

comportamento psicomotor.

O lúdico é vivenciado pelas crianças através da linguagem corporal

onde a mesma manifesta seus desejos através do próprio corpo.

“A psicomotricidade serve como ferramenta para as áreas de estudo voltadas para a organização afetiva, motora, social e intelectual do indivíduo acreditando que homem é um ser ativo capaz de se conhecer cada vez mais e de se adaptar ás diferentes situações e ambientes”. (Fatima Alves, 2007, p.137)

A importância e a significação da psicomotricidade a ser desenvolvida

através das vivências que são proporcionadas para a criança no seu momento

do brincar, com um propósito pedagógico, possibilitarão sensações prazerosas

abrindo espaço para que elas falem sobre si mesmas, sobre sua vida, e

dramatizem situações significativas do seu cotidiano.

Para que a criança possa absorver a aprendizagem formal é

necessário que a mesma tenha alcançado um desenvolvimento psicomotor,

emocional, intelectual, físico e social adequado e satisfatório, pois aprender a

ler e escrever requer tais habilidades bem estruturadas, para que assim então

o aprendizado possa acontecer de maneira tranquila. Percebe-se então a

importância e a responsabilidade que se deve ter com a questão do trabalho da

psicomotricidade com sentido lúdico no contexto escolar da nossa criança, pois

a maioria das crianças que apresentam dificuldades de escolaridade, muitas

das vezes, pode-se dizer, que a causa do problema esta na falta de suporte em

relação a essas habilidades que deixam de ser trabalhadas e exploradas na

educação infantil.

As falhas que na maioria das vezes aparecem no desenvolvimento

motor terão como consequência falhas na linguagem verbal e escrita da

criança quando esta atingir o nível de escolaridade propriamente dito.

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A psicomotricidade se constitui de um excelente recurso não só para a

aprendizagem, mas para construção de valores e atitudes do aluno em que

desejamos formar. Portanto é importante inserirmos a psicomotricidade na

rotina escolar como parte do processo ensino aprendizagem, sendo ela com

intencionalidade educativa e com objetivos a serem alcançados, contribuindo

assim na formação futura das nossas crianças.

A aprendizagem na criança se dá a partir das experiências que lhe são

oferecidas, neste momento entra o contexto escolar, pois somente a escola

poderá proporcionar esses momentos interativos com significados.

Existem creches e escolas que ignoram a psicomotricidade porque ainda

não entendem que hoje a psicomotricidade tem um papel fundamental no

contexto escolar, onde ajuda as crianças no seu desenvolvimento pleno das

capacidades básicas, aumentando seu potencial motor, sua percepção e

compreensão de suas próprias possibilidades e limitações reais. Tais

atividades proporcionadas e planejadas pelo educador da educação infantil,

também favorecerá aos alunos momentos de expressão corporal com maior

liberdade, levando-os então a conquista de aperfeiçoamento em suas

competências motoras. Portanto é provado que estas estimulações corporais

favorecerão também a motricidade fina e ampla, o que facilitará a este aluno

em seu processo ensino aprendizagem, na sua leitura e escrita por exemplo.

A mistura do prazer do brincar e o compromisso educativo não andam

separados, pelo contrário devem estar sempre contextualizados aos objetivos

pedagógicos.

A psicomotricidade, a ludicidade e a aprendizagem juntas desenvolvem

e possibilitam: as habilidades motoras; trocas afetivas; autoestima; facilitam a

comunicação; leva a criança a se apropriar e descobrir sua imagem corporal

(eu); estimula reações novas através da ludicidade; amplos vocabulários;

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exploração do espaço físico; destreza nas atividades que englobam habilidades

motoras finas (escrita); etc.

É importante que as escolas levem em consideração os aspectos: sócio

afetivo, cognitivo e psicomotor no ato de suas avaliações individuais.

Segundo Le Boulch: “A educação psicomotora deve ser considerada como uma educação de base na escola primária. Ela condiciona todos os aprendizados pré-escolares; leva a criança a tomar consciência de seu corpo, da lateralidade, a situar-se no espaço, a dominar o tempo, a adquirir habilmente a coordenação de seus gestos e movimentos. A educação psicomotora deve ser praticada desde a mais tenra idade; conduzida com perseverança ,permite prevenir inadaptações, difíceis de corrigir quando já estruturadas...”(Le Boulch,1992,p.24)

Através da prática pedagógica no contexto escolar, podemos considerar

que a psicomotricidade é um instrumento que auxilia na prevenção, onde

proporciona resultados significativos nas dificuldades do processo ensino-

aprendizagem apresentado pela criança.

“Durante o processo de aprendizagem, os elementos básicos da Psicomotricidade são utilizados com frequência. O desenvolvimento do Esquema Corporal, Lateralidade, Estruturação Espacial, Orientação Temporal, e Pré-Escrita são fundamentais na aprendizagem; um problema em um destes elementos irá prejudicar uma boa aprendizagem”. (Fátima Alves,2007,p.128)

Crianças que apresentam desajustes psicomotores e visomotores, não

têm bom equilíbrio; não andam de bicicleta; não conseguem pular corda; não

se vestem sozinhas; caem com frequência; não se orientam em determinados

espaços; não escrevem na linha; não usam a tesoura corretamente;

apresentam dificuldades em montar jogos de encaixes e quebra- cabeça; etc.

“Quando o professor conscientizar-se de a educação pelo

movimento é uma peça mestra da área pedagógica, que permite à criança resolver mais facilmente os problemas atuais de sua escolaridade e a prepara, por outro lado, para a sua existência futura de adulto, essa atividade não ficará mais para segundo

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plano, sobretudo porque o professor constatará que esse material educativo não verbal, constituído pelo movimento é, pôr vezes, um meio insubstituível para afirmar certas percepções, desenvolver formas de atenção, pondo em jogo certos aspectos da Inteligência”. (Fátima Alves, 2007, p.137,138)

Fátima Alves reafirma o que este capítulo a todo o momento perpassa

quando retrata a contextualização da psicomotricidade com a ludicidade como

facilitadora (ferramenta) no ensino-aprendizagem da nossa criança. Fica claro

que as brincadeiras desempenham um papel fundamental durante esse

processo, onde, sobretudo as brincadeiras sensório-motora e simbólica

permitem a interação e compreensão dentro do contexto escolar. É preciso

então que nós educadores tenhamos de fato consciência, compromisso e a

compreensão da importância que a psicomotricidade pode favorecer o aluno no

seu desenvolvimento mais amplo.

Portanto é muito importante que o professor esteja atento as etapas de

desenvolvimento de cada aluno para que este possa proporcionar novas

situações onde levará a criança a superar tais dificuldades observadas, e

quanto antes detectadas e trabalhadas poderão ser sanadas a tempo.

O brincar deve ser incorporado ao cotidiano escolar e com objetivos,

pois as brincadeiras devem ter articulações com a construção do conhecimento

e com a apropriação da cultura, aí entra a importância de o professor promover

e valorizar o brincar até mesmo durante as atividades dirigidas proporcionadas

por ele mesmo, sabe que a ação lúdica bem trabalhada, conduzida e

proporcionada possibilitará a criança a compreender o pensamento e a

linguagem do outro e a conhecer funções do próprio corpo.

“O jogo motiva e por isso é um instrumento muito poderoso na estimulação da construção de esquemas de raciocínio através de sua ativação. O desafio por ele proporcionado mobiliza o indivíduo na busca de soluções ou de forma da adaptação a situação problemática e gradativamente, o conduz ao esforço voluntário. A atividade lúdica pode ser, portando um eficiente recurso aliado do educador, interessado no desenvolvimento da inteligência de seus alunos, quando mobiliza sua ação intelectual”. (Gilda Rizzo,1996,p.39)

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A ludicidade é fundamental para o desenvolvimento infantil na medida

em que nós mediadores proporcionamos momentos como estes onde a criança

poderá então produzir e transformar novos significados à medida que avança

etapas na educação infantil.

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CONCLUSÃO

A importância da psicomotricidade na educação infantil no processo

ensino-aprendizagem foi o tema abordado nesta pesquisa com objetivos de

buscar esclarecimentos e ressaltar a importância que a ludicidade deve ocupar

no cotidiano escolar, sendo esta usada como ferramenta principal. Para

desenvolver o tema a pesquisa abordou as etapas de desenvolvimento, a

valorização e a compreensão do verdadeiro significado do brincar como parte

fundamental no processo ensino aprendizagem e finalizou com a

contextualização da psicomotricidade com a ludicidade na construção do

conhecimento da criança de 3 a 6 anos.

O presente trabalho requer direcionar um olhar zeloso e cuidadoso do

professor da educação infantil no sentido de priorizar a importância da

ludicidade como meio constante no processo ensino aprendizagem.

Há anos atrás as maiorias dos educadores acreditavam que aprender e

brincar eram duas coisas muito distintas. Felizmente com o passar dos tempos

descobriu-se que brincar e aprender estão nitidamente ligados. Começou-se a

pensar que o brincar seria um excelente instrumento utilizado na

aprendizagem.

Atualmente, já se descobriu que através da ludicidade o processo

ensino aprendizagem pode se tornar mais prazeroso e com isso o educador

terá mais êxito para alcançar seus objetivos. Porém ainda se faz necessário um

trabalho intensivo para que os educadores não fiquem apenas na teoria e que

o lúdico faça parte da rotina diária de sala de aula.

Todo educador deveria ter a compreensão do quanto é importante o

trabalho psicomotor na educação infantil, principalmente.

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Através da psicomotricidade a criança é tão espontânea que desenvolve

a imaginação, a criatividade, explora suas habilidades, trabalha sua afetividade

e exercita sua parte cognitiva. O brincar faz com que a criança elabore seus

conflitos, suas ansiedades, seus medos, seus sofrimentos e suas angustias,

dessa forma a criança constrói seu mundo e desenvolve sua autoestima.

Os jogos estimuladores da percepção corporal visam alfabetizar a

criança para a descoberta progressiva e funcional do seu corpo e para

exploração significativa de suas múltiplas funções.

O jogo no seu sentido integral é o mais eficiente e o maior estimulador

das inteligências. Quando entretido em um jogo, o individuo é quem quer ser,

ordena o que quer ordenar, decide sem restrições. Socialmente o jogo impõe o

controle dos impulsos, a aceitação das regras, mas sem que se aliene a elas,

visto que são estabelecidas pelos que jogam. Brincando com sua

especialidade, a criança se envolve na fantasia e constrói um atalho entre o

mundo inconsciente, onde desejaria viver, e o mundo real, onde precisa

conviver.

A ação do educador/professor deverá ser de compreensão e

conhecimento da evolução das crianças, ou seja, pensar que tipo de atividade

propor e tendo clareza do objetivo a ser alcançado. É seu papel o de mediador

das estratégias sociais, linguísticas e cognitivas, fornecendo subsídios para a

construção dos conhecimentos que serão adquiridos no contexto escolar,

servindo-se do brincar.

Ao longo do trabalho percebeu-se ainda haver um despreparo e

desconhecimento dos profissionais da área de educação sobre o verdadeiro

valor e importância do brincar nas séries iniciais, principalmente da educação

infantil. A dificuldade encontrada por esses profissionais pode estar relacionada

a não inclusão da temática do brincar nos currículos dos cursos de Magistério e

Pedagogia.

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O resultado deste trabalho traz, no entanto, a convicção de que o brincar

para alcançar o seu verdadeiro propósito e legitimar a sua importância na

construção da aprendizagem é preciso ter seu espaço reconhecido.

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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ALVES, FÁTIMA - Psicomotricidade: corpo, ação e emoção, 3ª edição, editora

wak, Rio de Janeiro, 2007, p.141, 137, 128

FREIRE, PAULO Pedagogia da Autonomia- saberes necessários á prática

educativa , 13ªedição- ed. Paz e Terra , São Paulo,1999, p.134.

LE BOULCH- O desenvolvimento Psicomotor do nascimento até 6 anos, 7ª

edição, Porto Alegre, 1992, p.24

VYGOSTSKY, LEV S.: A Formação Social da mente, São Paulo, 2003, Martins

Fontes 6ª edição

p.175,131

MORETTO, VASCO - Construtivismo: A produção do conhecimento em aula,

4ª edição, editora DP&A, RJ, 2003, p.115

ALVES, RUBEM, A alegria de ensinar,10ª edição 2006,Campinas,São

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RIZZO, GILDA, Jogos inteligentes e construção de raciocínio na escola natural-

Rio de Janeiro:Bertrand Brasil,1996

KISHIMOTO, TIZUCO M. (ORG.); Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação;-

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FRIEDMANN,A., A arte de Brincar, Petrópolis:Vozes,2003

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Programa de Cursos 2006 – Educação Infantil níveis II e III – Editora Positivo –

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Revista Aprendizagem - a revista da prática pedagógica, ano 2 n°4 janeiro

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crianças e do educador – Curitiba (PR) – Editora Positivo – Março 2007 p. 10 e

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www.artigonal.com – A importância da psicomotricidade na Educação Infantil –

Publicado em 23/02/2008 – Autor: Sandra Vaz de Lima

Alfabetizando Diversos olhares sobre o brincar: Vigostsky Piaget, Montessori,

Fernández, Macedo. Postado por Regina Célia Camargo às 13:41 do dia

6/07/08 – Marcadores: brincadeiras, dicas para os pais. Site: www.tatiana-

alfabetização.blogspot.com/ reginapironatto.blogspot.com

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO c........................................................................................ 2

AGRADECIMENTO c........................................................................................ 3

DEDICATÓRIA c.............................................................................................. 4

RESUMO c...................................................................................................... 5

METODOLOGIA c............................................................................................ 6

SUMÁRIO c........................................................................................................7

INTRODUÇÃO.....................................................................................................8

CAPÍTULO I

Conhecendo as etapas de desenvolvimento de crianças de 3 a 6 anos...........10

CAPÍTULO II

O significado do brincar como parte fundamental do processo de aprendizagem

na educação infantil...........................................................................................20

CAPÍTULO III

Contextualizar a psicomotricidade com ludicidade na construção do

conhecimento.....................................................................................................32

CONCLUSÃO....................................................................................................40

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA........................................................................43

ÍNDICE...............................................................................................................45

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