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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA AVALIAÇÃO ESCOLAR COMO FERRAMENTA DE EXCLUSÃO SOCIAL Por: Bruna Balboino da Silva Orientadora: Edla Trocoli Rio de janeiro 2012

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA

AVALIAÇÃO ESCOLAR COMO FERRAMENTA DE EXCLUSÃO SOCIAL

Por: Bruna Balboino da Silva

Orientadora: Edla Trocoli

Rio de janeiro 2012

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA

AVALIAÇÃO ESCOLAR COMO FERRAMENTA DE EXCLUSÃO SOCIAL

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção

do grau de especialista em Administração e

Supervisão Escolar.

Por: Bruna Balboino da Silva

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AGRADECIMENTOS

À minha querida amada mãe, ao meu eterno e

saudoso irmão, ao meu namorido, e

principalmente à Deus que está comigo em

todas as horas.

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RESUMO

Esta monografia é resultado de uma pesquisa bibliográfica, cujo assunto se

refere à avaliação escolar como ferramenta de exclusão social. A avaliação é um

constante processo que faz parte das práticas dos profissionais de diversas áreas da

educação. Sendo assim, ela deve ser compreendida como um processo contínuo

que pode auxiliar tanto o trabalho do professor como a aprendizagem do aluno.

Diferente de uma postura de educação tradicional, onde a avaliação é usada como

meio de obtenção, registro de notas, conceitos, hoje, diante de inúmeros desafios é

necessário que ocorra uma conscientização de todos, pois o processo de avaliação

deve ser assumido com responsabilidade e comprometimento para a construção de

conhecimentos realmente significativos. A avaliação implica uma reflexão crítica, na

busca de ações que auxiliem o educando na sua aprendizagem e na construção de

conhecimentos e desenvolvimento e de sua autonomia para que atuem em

sociedade consciente de seus direitos e deveres.

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METODOLOGIA

Este trabalho foi desenvolvido por meio de pesquisa bibliográfica em livros,

artigos científicos, revistas acadêmicas e análises de textos. Os principais autores

utilizados foram: HOFFMANN, Jussara(2005); LUCKESI, Cipriano C.(2005);

PERRENOUD, Philippe(1999) e ESTEBAN, Maria Teresa(1999), entre outros. O

objetivo é propor uma reflexão sobre o papel da avaliação no contexto escolar. Para

a construção de uma prática inovadora é necessário que o processo de avaliação

não seja mais usado como ferramenta de exclusão social.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 7

CAPÍTULO I- Avaliação 9

CAPÍTULO II - Avaliação como processo de exclusão 16

CAPÍTULO III- A avaliação e a construção de uma prática inovadora 27

CONCLUSÃO 33

BIBLIOGRAFIA 36

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INTRODUÇÃO

No campo da educação a avaliação está presente em vários níveis, pois

constitui uma atividade também constante na prática de profissionais de diversas

áreas.

A questão central abordada nesta pesquisa monográfica é como a avaliação

do rendimento escolar pode ser usada como ferramenta para exclusão tanto

institucional como social.

As instituições escolares atualmente se deparam com grandes desafios, a

escolha deste tema têm como objetivo a conscientização de todo corpo docente,

diretores, orientadores, supervisores e pedagogos. Sendo assim, há uma

necessidade de reflexão sobre o papel da avaliação que constitui como uma

temática de grande relevância para o combate a reprovação, a evasão escolar e o

baixo nível de qualidade do ensino. Avaliar não deve estar focado apenas na

distribuição de notas. O grande desafio seria trabalhar visando a heterogeneidade,

o respeito pelas características individuais de cada aluno. A avaliação escolar é

parte constituinte da dinâmica ensino-aprendizagem e nos apresenta elementos

para uma melhor compreensão desta prática que não deve ser encarada como um

castigo para os alunos indisciplinados, mas como um auxílio a aprendizagem.

Algumas instituições e professores não fazem o uso correto do processo

avaliativo, as provas, exames e testes, muitas vezes são usados de forma punitiva

agravando ainda mais as dificuldades apresentadas pelos alunos. A avaliação

deve ser encarada como um processo de análise qualitativa e como conseqüência

deve envolver tanto o aluno, como o professor e o ambiente de aprendizagem.

Dentro de uma instituição escolar, a avaliação ao ser encarada como um

processo permanente de aprendizagem permite a construção de uma educação

democrática e igualitária.

Este trabalho vêm mostrar que a avaliação escolar pode ser usada como

ferramenta de exclusão social e o corpo docente ao estar atento a esta questão

pode propiciar um trabalho pedagógico mais digno e coerente para a formação de

um futuro cidadão consciente dos seus direitos e deveres perante os desafios

sociais. Lima (2002, p. 71) afirma que “A educação escolar para a cidadania só é

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possível através de práticas educativas democráticas, desta forma, promove

valores, organiza e regula um contexto social em que se socializa e se é

socializado.”

Contudo, a proposta desta pesquisa monográfica, consiste em propiciar aos

educadores e a todos aqueles que trabalham com educação, momentos de

reflexão, pois o processo ensino-aprendizagem exige um contínuo repensar e um

constante recriar. Sendo assim, a avaliação escolar deve ser encarada como um

processo contínuo e transformador.

Dentro deste contexto, o presente trabalho apresenta no primeiro capítulo o

significado de avaliação, conceitos, princípios e modalidades. O segundo capítulo

vêm falar da avaliação como processo de exclusão e rendimento escolar. A

avaliação e a construção de uma prática transformadora é o tema do terceiro

capítulo.

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CAPÍTULO I

AVALIAÇÃO

De uma maneira geral, o processo de avaliação não se refere apenas ao

ensino, isto porque se aplica também sobre toda atividade humana, constitui-se

num processo intencional, pois no dia a dia, na realização de tarefas estamos

sempre avaliando a partir dos desejos e intenções subjetivas, diferente do que

ocorre nas instituições educacionais, onde avaliar esta associado a um processo de

comprometimento com os objetivos a serem alcançados pela escola.

A avaliação não existe e nem opera por si só. Ela sempre está a favor de um

projeto ou um conceito teórico. De acordo com Caldeira (2000, p.122);

A avaliação escolar é um meio e não um fim em si mesma; está delimitada por uma determinada teoria e por uma determinada prática pedagógica. Ela não ocorre num vazio conceitual, mas está dimensionada por um modelo teórico de sociedade, de homem, de educação e, conseqüentemente, de ensino e de aprendizagem, expresso na teoria e na prática pedagógica.

Nos dias de hoje, diante de uma constante mudança e transformações

sociais, a avaliação escolar se apresenta como tema relevante nas atuais

discussões pedagógicas. Com isso, pode-se dizer que a avaliação educacional

apresenta uma grande diversidade quanto ao seu significado. Ela se constrói como

uma grande temática bastante relevante nos âmbitos acadêmicos, pois como fase do

processo ensino-aprendizagem, esta relacionada a toda prática pedagógica (que

incluem as aprendizagens dos alunos, avaliação profissional dos professores,

avaliação institucional das escolas, ou até mesmo a avaliação das políticas

educacionais).

Para se ter uma idéia da diversidade de considerações existentes sobre a

definição do processo de avaliação, apresento a seguir alguns conceitos dados por

grandes estudiosos, cada definição adotada representa um reflexo de uma postura

filosófica.

Para Nérice(1983, p.311),

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Avaliação é o processo de ajuizamento, apreciação, julgamento ou valorização do que o educando revelou ter aprendido durante um período de estudo ou de desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem. Pode-se dizer, então, que não pode haver avaliação, sem que antes tenha havido verificação. Verifica-se antes de avaliar. Uma prova, seja de que modalidade for, tem por objetivo fornecer dados sobre os quais se possa emitir um juízo de valor.

Esta claro nesta definição que a avaliação só poderá ocorrer depois que

houver uma verificação prévia, ou seja verifica-se antes de avaliar, antes de fazer um

julgamento, uma apreciação ou valorização do que foi assimilado pelo educando

durante o processo de ensino-aprendizagem.

Diferentemente de Nérice(1983), para Luckesi(2000), a avaliação da

aprendizagem escolar é um ato amoroso no sentido de inclusão, de acolhimento

visando uma transformação social. O ato amoroso implica em primeiro lugar incluir a

si mesmo para incluir o outro, permitindo acolher situações como ela se apresenta

no momento. Este ato apresenta como característica o não julgamento. Julgar

implica distinguir o certo do errado, inclui-se o primeiro e exclui-se o segundo, sendo

um ato seletivo. A avaliação como ato amoroso é acolhedora, integrativa e inclusiva,

cujo objetivo é diagnosticar e incluir podendo oferecer conhecimentos para se obter

melhores resultados na aprendizagem.

Tyler(1975) vêm dizer que para avaliar é essencial determinar se os objetivos

educacionais estão sendo realmente alcançados tanto pelo programa do currículo

composto por especificação de habilidades desejáveis expressadas em objetivos a

serem atingidos quanto pelo ensino. Neste conceito há uma preocupação com os

objetivos voltados para o aspecto funcional da avaliação que é definida como

processo mediante o qual determina o grau em que as mudanças de

comportamento estão realmente ocorrendo.

Méndez (2003), destaca que a avaliação de um modo geral, é uma vitrine em

que se exibem muitas das contradições existentes na educação. Diante disso, os

educadores em situações que envolvem um dilema prático devem tomar uma

posição que venha garantir uma ação consciente, comprometida com a busca de

respostas. A avaliação exerce forte influência sobre o ensino, sobre o estudo e

consequentemente sobre a aprendizagem. Só se justifica o ato avaliar quando se

está a serviço de quem aprende, garantindo a aprendizagem em sua totalidade.

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Portanto, numa avaliação freqüente e consistente haverá melhores resultados

que venham a contribuir para a aprendizagem do educando. É o que vem dizer

Hoffmann(2003) quando afirma que avaliação é um processo contínuo, que deve

ocorrer durante todo o processo ensino-aprendizagem; sendo um mecanismo que

forma o indivíduo, respeita sua individualidade e diferenças e não deve ocorrer

somente no ato da aplicação da prova priorizando o medir e o testar para garantir

uma nota ao possível conhecimento assimilado pelo educando ou a aprendizagem

de conteúdos.

Houve um tempo em que o termo avaliar aparecia como sinônimo de medir e

testar. Segundo Ferreira(1999, p.238), “avaliar é determinar a valia ou o valor de; o

preço, o merecimento, calcular, estimar, fazer a apreciação; ajuizar“. Medir significa

determinar ou verificar, tendo por base uma escala fixa, a extensão, ou grandeza

de; comensurar; ser a medida de. O ensino aplicado através do teste requer uma

limitação. Sendo assim, é preciso haver uma atenção porque nem todos os

resultados do ensino podem ser medidos ou averiguados através do teste

principalmente ao que diz respeito ao comportamento. Testar significa submeter a

uma experiência, em averiguar o desempenho de alguém e de alguma coisa. Cabe

ao professor ter consciência do limite da utilização do teste como forma de

verificação do desempenho do aluno, pois há comportamentos que são avaliados

pela observação e não mediante somente a testes com lápis e papel.

O termo medir significa determinar a quantidade, a extensão ou grau de

alguma coisa. A medida se refere sempre ao grau quantitativo e não satisfaz a

verificação de aprendizagem. Reduzir a avaliação especificamente à medida

significa desconsiderar que a subjetividade do avaliador pode interferir nos

resultados da avaliação.

(...) registraremos aqui o fato de que hoje se sabe que a avaliação não é uma medida pelo simples fato de que o avaliador não é um instrumento, e porque o que é avaliado não é um objeto no sentido imediato do termo. Todos os professores avaliadores deveriam, portanto, ter compreendido definitivamente que a “nota verdadeira” quase não tem sentido. (Radji, 2001, p. 34)

Embora os significados dos termos testar, medir e avaliar se justaponham,

esses três termos não são sinônimos, apenas se completam. Avaliar vai muito além

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de medir e testar, consiste na coleta de dados quantitativos, qualitativos e na

interpretação dos resultados obtidos com o que se pretende alcançar. Dessa forma a

avaliação passa a ser um instrumento de aprendizagem, onde o professor como

mediador fornece informações aos alunos sem descartar o conhecimento que o

aluno já possui, orienta-o lhe fornecendo informações para que amplie e melhore seu

desempenho e dá elementos ao professor para aperfeiçoar seu trabalho. Assim a

avaliação passa a ser útil tanto ao aluno como ao professor.

Estas reflexões se fazem necessárias para que o educador tenha consciência

do seu papel perante a utilização da avaliação como um processo que auxilie o

educando na construção do conhecimento e possibilite uma ação significativa, em

busca de resultados positivos para uma educação de qualidade.

1.1 - Modalidades e princípios básicos da avaliação

No campo da educação existe a avaliação do sistema escolar como um todo,

a avaliação do currículo e do processo ensino -aprendizagem. A avaliação escolar

está associada ao processo de ensino-aprendizagem. De acordo com

Menezes(2002),

De forma geral, a avaliação escolar pode ser definida como um meio de obter informações sobre os avanços e as dificuldades de cada aluno, constituindo-se em um procedimento permanente de suporte ao processo ensino-aprendizagem, de orientação para o professor planejar suas ações, a fim de conseguir ajudar o aluno a prosseguir, com êxito,seu processo de escolarização.

A avaliação escolar pode ser classificada em três tipos de modalidades:

A avaliação diagnóstica que é realizada no início do período letivo com o

objetivo de constatar se os alunos apresentam ou não o domínio dos pré-requisitos

necessários para novas aprendizagens. Esta avaliação permite ao professor avaliar

para conhecer o aluno, determinando quais os conhecimento e habilidades devem

ser retomados antes de iniciar novos conteúdos. De acordo com Luckesi(2002), o

ato avaliar está associado ao diagnóstico, pois não é possível avaliar sem

diagnosticar e constatar para uma tomada de decisão. Este processo funciona como

função de auxiliar a aprendizagem, propiciando a autocompreensão do aluno e

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professor, permitindo um aprofundamento na aprendizagem. Com esta avaliação

pode-se prevenir a detecção tardia das dificuldades de aprendizagem dos alunos ao

mesmo tempo pode-se buscar conhecer, principalmente, as aptidões, os interesses

e as capacidades e competências enquanto pré-requisitos para futuras ações

pedagógicas. O professor deve estar consciente que para a realização desta

avaliação não é necessariamente utilizar apenas prova escrita, pois existem diversas

maneiras de se constatar a evolução de conhecimento de cada aluno de forma que

os resultados sejam mais significativos que aqueles levantados em uma mera prova

escrita. Esta avaliação pode ser usada tanto no início do ano letivo de forma a

fornecer dados para que o planejamento seja reajustado quanto ao longo do ano

possibilitando ao professor e ao aluno uma reflexão sobre a utilização de novas

possibilidades de aprendizado. As informações obtidas através do diagnóstico

podem auxiliar o planejamento e propiciar intervenções iniciais em busca do

favorecimento que levem os alunos a novas aprendizagens e novos conhecimentos.

A avaliação formativa é realizada ao longo do período letivo. Sua função esta

relacionada ao controle do processo ensino aprendizagem. Além de fornecer dados

sobre o progresso de aprendizagem do aluno, pode contribuir significativamente para

que haja uma adequação dos procedimentos de ensino às necessidades da classe,

ou seja serve para constatar se os objetivos estabelecidos foram alcançados pelo

educando podendo fornecer dados para o aperfeiçoamento do processo ensino-

aprendizagem. Este tipo de avaliação é basicamente orientadora, ou seja, orienta o

tanto ao educando (a conhecer seus erros, acertos e encontrar estímulos para um

estudo sistematizado) quanto o trabalho do professor a reformular e aperfeiçoar suas

técnicas de avaliação, detectando e identificando deficiência na forma de ensinar.

Para Perrenoud (1999), a avaliação formativa baseia-se no otimismo de que o aluno

deseja ajuda e quer aprender, com isso ele esta pronto para revelar suas dúvidas,

lacunas e dificuldades de compreensão da tarefa realizada.

Talvez seja mais razoável colocar como princípio que a avaliação formativa dá informações que serão propriedade do professor e seus alunos. Cabe-lhes a eles decidir o que querem transmitir aos pais e à administração escolar. Se esta quiser ter uma idéia precisa do que os alunos sabem e da eficácia dos professores, tem de encontrar os seus próprios instrumentos necessários, não inviabilizando uma avaliação formativa que deve permanecer, de

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qualquer maneira, um assunto entre o professor e os seus alunos, para que o contrato de confiança não seja quebrado (p.165).

A avaliação somativa é realizada no final do ano letivo. Tem a função de

classificar os resultados de aprendizagem alcançados pelo educando, de acordo

com níveis de aproveitamento estabelecidos, podendo garantir sua promoção de

uma série para outra. Ela fornece informações sistematizadas, ou seja os resultados

servem para verificar, classificar, situar, informar e certificar. No que se refere à

lógica da avaliação somativa, Sordi (2001), apoiando-se em Perrenoud (1999),

afirma:

Esta se relaciona mais ao produto demonstrado pelo aluno em situações previamente estipuladas e definidas pelo professor, e se materializa na nota, objeto de desejo e sofrimento dos alunos, de suas famílias e até do próprio professor. Predomina nessa lógica o viés burocrático que empobrece a aprendizagem, estimulando ações didáticas voltadas para o controle das atividades exercidas pelo aluno, mas não necessariamente geradoras de conhecimento. (p. 173)

Portanto, os propósitos da avaliação se resume em: avaliar para

conhecer(função diagnóstica), isto permite ao professor obter informações sobre o

nível de conhecimentos e habilidades dos alunos antes do início do processo ensino-

aprendizagem. Auxilia a equipe técnica da escola à formação e remanejamento das

classes. Permite obter informações de habilidades e domínio do conteúdo facilitando

o desenvolvimento do trabalho e ajudando a garantir a eficácia do processo ensino-

aprendizagem. A ação educativa pressupõe objetivos. A avaliação permite

determinar se os objetivos previstos para o processo ensino-aprendizagem foram ou

não atingidos, isto é, verificar se o aluno esta dominando gradativamente os

objetivos previstos, que se traduzem em termos de informações, habilidades e

atitudes(avaliação formativa). Permite também aperfeiçoar o processo ensino-

aprendizagem e sua qualidade. Nesse sentido, a avaliação tem uma função de

realimentação dos procedimentos de ensino(ou feedback) à medida que fornece

dados ao professor para replanejar seu trabalho docente, ajudando-o a melhorar

tanto o ensino como a aprendizagem dos alunos. Como foi abordado anteriormente

a avaliação também permite diagnosticar as dificuldades de aprendizagem podendo

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discriminar e caracterizar suas possíveis causas.

As três modalidades de avaliação(diagnostica, formativa e somativa) com

suas respectivas funções (diagnosticar, controlar e classificar), tende a garantir uma

eficiência do processo de avaliação e do ensino-aprendizagem. Uma harmonia entre

essas modalidades pode facilitar ou garantir uma aprendizagem significativa para o

educando .

A partir dos conceitos apresentados, podemos destacar quatro princípios

básicos que norteiam a avaliação do processo ensino-aprendizagem:

. A avaliação é um processo contínuo e sistemático, ou seja deve ser um processo

constante e planejado para que não ocorra de forma espontânea e inadequada.

. A avaliação é funcional, pois depende dos objetivos estabelecidos, permitindo

averiguar em que medida os alunos estão atingindo os objetivos propostos. Se

realiza em função dos objetivos que estabelecem os parâmetros e as prioridades do

que é essencial e do que é secundário no ensino, para posteriormente ser incluído

na avaliação. Os objetivos poderão ser reformulados se não estiverem coerentes e

adequados aos conteúdos ou a turma.

. A avaliação é orientadora, pois auxilia na orientação do processo ensino-

aprendizagem, permitindo que o aluno conheça os seus erros para corrigi-los.

Orienta também o professor a colocar em prática procedimentos alternativos se

houver necessidade.

. A avaliação é integral, sendo assim, considera o aluno como um todo. Através dela

pode-se analisar as dimensões do comportamento do educando.

É de grande relevância que o professor tenha consciência das modalidades e

princípios básicos da avaliação para que garanta a eficácia do seu ensino e a

eficiência da aprendizagem. Cabe a ele, reconhecer as características da avaliação

que se concretizam no seu dia-a-dia e estar compromissado e orientado para novas

práticas avaliativas, isto implica uma reflexão que valorize diferentes modalidades de

avaliação pela experiência da utilidade das mesmas, garantindo uma integração de

teorias e práticas de avaliação.

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CAPÍTULO II

AVALIAÇÃO COMO PROCESSO DE EXCLUSÃO

A exclusão social pode ser definida pelas dificuldades ou problemas

sociais que levam ao isolamento e até à discriminação de um determinado grupo de

uma determinada sociedade. Sendo um conceito multidimensional, a exclusão pode

manifestar-se em determinados níveis como: social, político, econômico, ambiental e

cultural.

Na comtemporâneidade, a avaliação tem sido concebida como

desencadeadora de exclusão escolar e consequêntemente social. Em decorrência

de padrões históricos-sociais, que se tornaram presentes nas práticas pedagógicas,

a avaliação no ensino assumiu a prática de provas e exames tornando-se como um

meio para classificar os educandos. Diferente da avaliação definida como um

conjunto de procedimentos que adotamos para chegarmos a um resultado

satisfatório, o exame tem por objetivo a classificação e exclusão. Esta realidade

pode ser comprovada a partir da prática de avaliação quantitativa, aplicada através

de exames onde o que importa sempre é o resultado, ou seja a aprendizagem se

configura como mecanismo de controle de comportamentos, os tempos são

destinados a apropriação do conhecimento e resultados escolares. Provas e

exames quando aplicados como forma de controle, podem influenciar na

aprendizagem do aluno levando-o a sentir-se pressionado e desmotivado, como

conseqüência pode vir ocorrer um baixo rendimento e por fim, a evasão escolar.

A maioria das instituições têm se apoiado num sistema educacional cuja a

avaliação é classificatória, sendo o objetivo de apenas verificar aprendizagens

através de medidas, de qualificações. Com isso, o educando aprende cada vez

menos e passa a ser excluído do processo de escolarização. Segundo

Esteban(1999, p.15);

A avaliação escolar, nesta perspectiva excludente, silencia as pessoa, suas culturas e seus processos de construção do conhecimento; desvalorizando saberes, fortalece a hierarquia que está posta, contribuindo para que diversos saberes sejam apagados, percam sua existência e se confirmem como a ausência de conhecimento.

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Este tipo de avaliação pressupõe que as pessoas aprendam do mesmo modo,

nos mesmos momentos e tenta evidenciar competências isoladas.

Medir significa determinar a quantidade, a extensão ou o grau de alguma coisa, tendo por base um sistema de unidades convencionais. Na nossa vida diária estamos constantemente usando unidades de medidas, unidades de tempo. O resultado de uma medida é expresso em números. Daí a sua objetividade e exatidão. A medida se refere sempre ao aspecto quantitativo do fenômeno a ser descrito (Haydt, 2000, p. 9).

Para Luckesi(2002), a prática escolar usualmente denominada avaliação da

aprendizagem pouco tem a ver com avaliação. Ela se constitui muito de mais de

provas/exames do que de avaliação, ou seja usa-se a denominação de avaliação,

mas a prática de aplicação dos instrumentos de avaliação tem se resumido à

aplicação de provas e exames, uma vez que estas são mais fáceis e costumeiras de

serem executadas.

Uma avaliação desconectada com a realidade escolar não favorece em nada

com o processo ensino-aprendizagem. A instituição escolar ao definir um conjunto

de normas avaliativas unificadas, colabora para que ocorra um processo de

comparação entre os indivíduos, como conseqüência provavelmente haverá um

processo de classificação que dá margem à exclusão escolar e social. A avaliação

escolar passa a ser um instrumento de dominação a partir do momento em que limita

as oportunidades educacionais e sociais. Pode-se dizer que a classificação favorece

apenas as classes dominantes que estabelecem o tipo de educação a ser oferecida

as diversas camadas sociais, ou seja os interesses das classes dominantes são

privilegiados também no âmbito escolar.

Em determinada prática avaliativa existem muitos fatores que influenciam e

interferem nas decisões tomadas pelos docentes em relação à sua atuação. As

políticas educacionais, por exemplo, podem interferir na organização das

instituições, nas concepções, condutas e práticas dos docentes. Estas políticas

sofrem influência das transformações socioeconômicas. Em razão das políticas

neoliberais, as intuições escolares hoje se baseiam no modelo taylorista do mundo

do trabalho. A idéia é que a escola funcione como uma empresa. Nesta perspectiva,

Esteban(1999,p.69) vêm dizer que;

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[...] têm duas características que legitimam o caráter excludente e classificatório da avaliação: a seleção do conhecimento produzido pelas classes dominantes e a globalização que valoriza a competição e reduz a importância da subjetividade do indivíduo, pois o vê como mão de obra substituível, ou seja, a cultura capitalista determina forçosamente os caminhos (distintos) que ricos e pobres devem seguir.

O que prevalece numa concepção baseada no autoritarismo, ação

disciplinadora é um modelo de ensino e formação tradicional, onde o professor é um

mero transmissor de informações e o aluno apenas um receptor passivo e não

sujeito de aprendizagens. A diferença esta em reconhecer e valorizar a

aprendizagem do aluno e não traduzi-la em mecanismos de exclusão social. Para

isso é necessário uma avaliação de aprendizagem comprometida com a qualidade,

eficiência do ensino e a inclusão social.

2.1 - A avaliação segundo a LDB De acordo com a LDB(Lei de Diretrizes e bases)9394 que foi projetada em

1988, e aprovada em 1996, o processo avaliativo contemplado no artigo 24, inciso

V, observará os seguintes critérios:

Art. 24º. A educação básica, nos níveis fundamental e médio, será organizada de acordo com as seguintes regras comuns: [...] V - a verificação do rendimento escolar observará os seguintes critérios: a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais; b) possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso escolar; c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do aprendizado; d) aproveitamento de estudos concluídos com êxito; e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao período letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, a serem disciplinados pelas instituições de ensino em seus regimentos;

O que pode-se observar é que este documento oficial apresenta um conceito

amplo sobre avaliação, ou seja quando se trata em verificação do rendimento

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escolar, este rendimento pode ser entendido como comprovação, uma eficiência do

educando. O processo de avaliação, não pode ser confundido como processo de

medição, pois não há instrumentos precisos para a avaliação, não se avalia um

objeto concreto observável e sim um processo humano contínuo. As orientações da

LDB são importantes porque norteiam um novo paradigma de avaliação. Esta lei

trás como positivo a priorização de uma educação em valores, onde os aspectos

qualitativos se sobressai sobre os aspectos quantitativos, ou seja a aprendizagem

ocorre com o objetivo para novas atitudes e valores, ações concretas que

promovam e efetivem aprendizagens significativas e satisfatórias.

2.2 - Avaliação do rendimento escolar

O rendimento escolar esta associado à dimensão cognitiva do

desenvolvimento do aluno, refere-se a avaliação do seu conhecimento adquirido ao

longo do seu processo formativo. O rendimento escolar, tem sido uma preocupação

constante dos pais, educadores, instituições escolares em geral e dos órgãos

governamentais. Para Luckesi(2002), pais estão sempre interessados com a

promoção dos seus filhos de uma série de escolaridade para outra, profissionais de

educação e o sistema de ensino tem suas atenções na promoção e se preocupam

com os percentuais de aprovação e reprovação dos alunos. A preocupação de

ambos é com o que o aluno aprendeu, o conteúdo que assimilou e não como se

aprendeu. O que não se percebe é que o aluno ao entrar para a escola já trás

consigo certos conhecimentos. Faz-se necessário o questionamento dos valores e

princípios que fundamentam a prática educativa ineficiente e responsável pelo

fracasso do rendimento escolar.

Muitos são os fatores que influenciam no rendimento escolar do aluno. De

uma maneira geral, pais e os órgãos governamentais não podem transferir

totalmente para a escola, para os professores e alunos a culpa pelo fracasso

escolar. O compromisso com a educação direta ou indiretamente é de todos que

participam da construção da aprendizagem. Cabe a todos se perguntarem de que

maneira estão contribuindo para o fracasso e ou sucesso escolar. A família pode

colaborar com a aprendizagem do aluno a partir do momento em que participa,

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acompanha e compartilhar idéias e reflexões com os professores, onde haja

coerência entre a educação que se desenvolve na escola e o que os pais ensinam

em casa. A participação da família constitui como elemento de motivação para que o

educando se desenvolva integralmente.

Como o progresso alcançado pelos alunos reflete a eficácia do ensino e o

rendimento do educando é uma espécie de espelho do trabalho desenvolvido em

sala de aula, muitos professores utilizam notas e provas aplicadas através de testes

como rede de segurança em termos de controle do seu trabalho. A avaliação nas

mãos de um professor disciplinador, autoritário que visa apenas o rendimento do

aluno torna-se classificatória.

Para muitos, a classificação do aluno demonstra a competência e a

capacidade do professor, com isso a avaliação passa a ser vista como garantia do

ensino com qualidade. A dificuldade em superar a prática educativa tradicional, é a

crença dos professores de que a ação avaliativa classificatória é sinônima de ensino

de qualidade. Sendo assim, a escola acaba selecionando os alunos

quantitativamente, não verificam a qualidade do que foi aprendido, apenas

quantificam o quanto aprenderam. Hoffman (2003, p.22) afirma que:

A verdade é que tal sistema classificatório é tremendamente vago no sentido de apontar as falhas do processo. Não aponta as reais dificuldades dos alunos e dos professores. Não sugere qualquer encaminhamento, porque discrimina e seleciona antes de tudo. Apenas reforça a manutenção de uma escola para poucos.

Pode-se dizer que as avaliações educacionais verificam habilidades de

alunos e o desempenho de redes escolares. O que acontece hoje é que a escola

que fazia o estudante aprender só para tirar boas notas nas provas, agora também

ensina para que ela mesma seja aprovada. O SAEB( Sistema de Avaliação do

Ensino Básico), a Prova Brasil que permite aperfeiçoamento de escolas e redes, o

ENEM( Exame Nacional do Ensino médio), são instrumentos utilizados para a

indicação e constatação da qualidade do ensino. A modalidade de avaliação que

prevalece na atualidade, têm como objetivo principal diagnosticar os problemas no

sistema de ensino( evasão escolar, baixo rendimento e o fracasso escolar...). Os

exames como ENEM, Provão, SAEB, não pretendem revelar se cada estudante está

atingindo os objetivos propostos pelo ensino, mas sim, buscam verificar se os

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sistemas de ensino estão cumprindo com seu principal objetivo, ensinar ao aluno

aquilo que se considera necessário que eles aprendam.

Seria importante que esses exames não estivessem apenas como objetivo a

classificação e interessados apenas nos resultados. Eles deveriam servir como

instrumento de orientação e não somente como indicação de uma boa instituição

comprometida com a promoção do aluno.

O professor ao avaliar o rendimento escolar do aluno não só pode como deve

utilizar múltiplos instrumentos na avaliação escolar. Não convém utilizar apenas um

instrumento de avaliação confiando apenas em seu resultado, pois eles devem ser

selecionados de acordo com os objetivos a serem alcançados. Neste sentido

Luckesi(2000, p.10), vêm dizer;

Isso implica que os instrumentos: a) sejam adequados ao tipo de conduta e de habilidade que estamos avaliando (informação, compreensão, análise, síntese, aplicação...); b) sejam adequados aos conteúdos essenciais planejados e, de fato, realizados no processo de ensino (o instrumento necessita cobrir todos os conteúdos que são considerados essenciais numa determinada unidade de ensino-aprendizagem); c) adequados na linguagem, na clareza e na precisão da comunicação (importa que o educador compreenda exatamente o que se está pedindo dele); d) adequados ao processo de aprendizagem do educando (um instrumento não deve dificultar a aprendizagem do educando, mas, ao contrário, servir-lhe de reforço do que já aprendeu. Responder as perguntas significativas significa aprofundar as aprendizagens já realizadas.)

De acordo com Hoffmann (2005, p. 121), os melhores instrumentos de

avaliação “[...] são todas as tarefas e registros feitos pelo professor que o auxiliam a

resgatar uma memória significativa do processo, permitindo uma análise abrangente

do desenvolvimento do aluno”.

Os instrumentos de avaliação utilizados pelo professor constitui como

ferramenta essencial para o bom desempenho de uma avaliação significatica e

eficiente ao processo ensino-aprendizagem. Ao selecionar instrumentos de

avaliações corretas de acordo com a classe em que atua, o professor também

contribui para a construção de um planejamento eficaz que atenda as reais

necessidades do educando levando em consideração os diferentes aspectos do seu

desenvolvimento, não apenas atribuindo notas, conceitos a todas atividades

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realizadas nas atividades escolares.

2.3 - Conselho de Classe

O conselho de classe se configura como mecanismo que possibilita a análise

do desempenho do educando, da turma, do educador e da própria escola. Tendo

como objetivo diagnosticar problemas e apontar soluções, não cabe ao conselho

apenas discutir questões relacionadas aos alunos, notas e comportamentos sem

avaliar também a própria prática educativa.

Com o objetivo de facilitar as reuniões de conselho de classe, algumas

escolas dão mérito à alguns conteúdos escolares como português, matemática,

desconsiderando outros que dizem ser menos prioritários. Ao dispensar a

participação de alguns professores faz com que se perca a essência de uma

discussão coletiva, uma troca de experiência e o fornecimento de informações que

poderiam levar a compreensão de determinado comportamento dito indisciplinar.

Dependendo como o conselho é conduzido e executado pode levar à prática

de mecanismo de controle, poder e exclusão social. O que deve prevalecer nas

reuniões é a democracia, onde ocorre a participação de todos os membros, uma

avaliação coletiva mediante diversos pontos de vista.

O conselho de classe deve levar em conta vários fatores como: compartilhar

informações relevantes sobre cada aluno e sobre a turma com o objetivo da tomada

de decisões para o beneficiamento do progresso ensino aprendizagem; formular

propostas buscando alternativas para a superação dos problemas de aprendizagem,

reformular e enriquecer o planejamento pedagógico. No entanto, o conselho de

classe realizado na maioria das escolas praticam um trabalho individualizado se

preocupando apenas com aprovação e reprovação do aluno, são apresentados

notas, conceitos e são discutidos apenas questões de disciplina da turma,

constituindo-se como um espaço burocrático, com isso as discussões e propostas

postas em prática após a reunião não alteram os resultados desejados.

Cruz(1995), define o conselho de classe como um momento de avaliação

diagnóstica da ação pedagógica feito por um trabalho coletivo que envolve

professores e alunos em determinado tempo, levando em conta os objetivos

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presentes no projeto político pedagógico da escola. O importante é que se repense o

espaço de ações pedagógica como diagnóstico da prática educativa. Já

Libâneo(2004), define conselho de classe como;

{...}um órgão colegiado composto pelos professores da classe, por representantes dos alunos e em alguns casos, dos pais. É a instância que permite acompanhamento dos alunos, visando a um conhecimento mais minucioso da turma e de cada um e análise do desempenho do professor com base nos resultados alcançados. Tem a responsabilidade de formular propostas referentes à ação educativa, facilitar e ampliar as relações mútuas entre os professores, pais e alunos, e incentivar projetos de investigação.(p. 303)

O que se percebe nesta definição é que o conselho de classe não envolve

apenas a participação de professores e equipe da direção, dependendo de algumas

situações deve ocorrer a participação de alunos e pais que podem colaborar com

informações que ajudem os professores a entenderem o contexto em que vivem

seus alunos. Um trabalho em conjunto pode possibilitar mudanças significativas para

melhores condições de ensino, a coleta de dados servem como indicadores

relevantes para repensar a organização da escola. A participação integradora nas

reuniões fundamentada no diálogo entre aluno, professores, direção e pais

possibilitam diversos pontos de vista que podem ser considerados em suas próprias

diferenças e valorizados pelo que significam. Quando há uma sintonia ocorrerá uma

compreensão do processo de produção do conhecimento sobre a relação

pedagógica, ou seja uma ação participativa.

Como o conselho de classe tem uma função importante no processo

avaliativo do aluno é essencial que promovam resultados concretos para a pratica de

ações e superação dos problemas de aprendizagem. Sendo encarado como espaço

de reflexão pedagógica deve estimular o diálogo e fortalecer o senso crítico. O

conselho de classe como espaço de transformação da prática pedagógica, deve

representar momentos de investigação e não de julgamento dos alunos, deve levar

em consideração se o tipo de conteúdo, metodologia, processos de avaliação

utilizados e até mesmo questões que envolvem as relações entre professor/aluno

estão provocando dificuldades de aprendizagem.

Considera-se como relevante a consciência sobre o verdadeiro significado do

conselho de classe. A verificação de notas e conceitos servem de indicadores de

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dificuldades, mas o essencial é que se veja o aluno como um todo. Investigar

causas, atitudes indisciplinares é significativo a partir do momento em que as

reuniões não se baseiam apenas nos relatos sobre indisciplina.

O conselho de classe visto como prática avaliativa deve ter como foco a

aprendizagem do educando. Cada aluno deve ser avaliado individualmente em sua

singularidade de comportamento, em sua aprendizagem, pois cada um apresenta

características e dificuldades diferentes. Através das reuniões permite-se

desenvolver um processo de reflexão e discussão coletiva sobre a ação da prática

educativa. Quanto maior for a integração entre os professores e os membros da

reunião melhor será o resultado do trabalho pedagógico. Segundo Dalben (2004);

Considera-se que a reflexão do professor sobre o seu próprio trabalho é o melhor instrumento de aprendizagem e formação em serviço, já que permite a ele se colocar diante de sua própria realidade de maneira crítica. Nesse contato com a situação prática, o professor tem chances de adquirir e construir novas teorias, novos esquemas e novos conceitos, assim como vivenciar o seu próprio processo de aprendizagem. Converter-se em um investigador na sala de aula, tornando-se um avaliador de si mesmo e autônomo em suas decisões, não depende de regras ou receitas externas; torna-se um analista das normas ou prescrições curriculares impostas pelos órgãos de administração escolar e adquire um novo olhar pedagógico perante a realidade social. Essa nova atitude dos profissionais da educação é que na verdade, irá ressificar as práticas do Conselho de Classe.(p.75)

Contudo, o conselho de classe se faz necessário porque é um dos poucos

espaços de reflexão sobre as práticas presentes no cotidiano escolar, ou seja

representa um espaço de análise contínua das práticas pedagógicas, sociais e

escolares, em que todos os professores, diretores e pais participam de uma

maneira democrática, construtiva do processo educativo com o objetivo de favorecer

o processo de aprendizagem dos alunos.

2.4 - Quando a escola é de vidro

Naquele tempo eu até que achava natural que as coisas fossem daquele jeito. Eu nem desconfiava que existissem lugares muito diferentes... Eu ia para a escola todos os dias de manhã e quando chegava, logo, logo, eu tinha que me meter no vidro. É, no vidro! Cada menino ou menina tinha um vidro e o vidro não dependia do

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tamanho de cada um, não!O vidro dependia da classe em que agente estudava. Se você estava no primeiro ano ganhava um vidro de um tamanho. Se você fosse do segundo ano seu vidro era um pouquinho maior. E assim, os vidros iam crescendo à medida que você ia passando de ano. Se não passasse de ano, era um horror. Você tinha que usar o mesmo vidro do ano passado? Coubesse ou não coubesse. Aliás nunca ninguém se preocupou em saber se a gente cabia nos vidros. E pra falar a verdade, ninguém cabia direito. Uns eram muito gordos, outros eram muito grandes, uns eram pequenos e ficavam afundados no vidro, nem assim era confortável. Os muitos altos de repente se esticavam e as tampas dos vidros saltavam longe, às vezes até batiam no professor. Ele ficava louco da vida e atarraxava a tampa com forço, que era pra não sair mais. A gente não escutava direito o que os professores diziam, os professores não entendiam o que a gente falava... As meninas ganhavam uns vidros menores que os meninos. Ninguém queria saber se elas estavam crescendo depressa, se não cabiam nos vidros, se respiravam direito... A gente só podia respirar direito na hora do recreio ou na aula de educação física. Mas aí a gente já estava desesperado, de tanto ficar preso e começava a correr, a gritar, a bater uns nos outros. As meninas, coitadas, nem tiravam os vidros no recreio.E na aula de Educação Física elas ficavam atrapalhadas, não estavam acostumadas a ficarem livres, não tinham jeito nenhum para Educação Física. Dizem, nem sei se é verdade, que muitas meninas usavam vidros até em casa. E alguns meninos também. Estes eram os mais tristes de todos. Nunca sabiam inventar brincadeiras, não davam risada á toa, uma tristeza! Se a gente reclamava?Alguns reclamavam. Então os grandes diziam que sempre tinha sido assim; ia ser assim o resto da vida. A minha professora dizia que ela sempre tinha usado vidro, até para dormir, por isso é que ela tinha boa postura. Uma vez um colega meu disse pra professora que existem lugares onde as escolas não usam vidro nenhum, e as crianças podem crescer á vontade. Então a professora respondeu que era mentira.Que isso era conversa de comunistas. Ou até coisa pior... Tinha menino que tinha até que sair da escola porque não havia jeito de se acomodar nos vidros. E tinha uns que mesmo quando saiam dos vidros ficavam do mesmo jeitinho, meio encolhidos, como se estivessem tão acostumados que estranhavam sair dos vidros[...]

Este texto escrito por Ruty Rocha(2003), vêm nos mostrar que muitas vezes

o professor reproduz áspectos que compõe o modelo de uma escola tradicional.

Conscientes ou não, um professor autoritário procura manter seus alunos dentro do

vidro, com o objetivo de manter a disciplina e de realizar um trabalho no qual

considera ser mais fácil. Querer que todos aprendam da mesma forma, ao mesmo

tempo, com os mesmos mecânismo de ensino, significa o desrespeito aos direitos e

a individualidade do aluno, não se levando em conta também suas experiências.

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O educando que vive dentro do vidro, praticamente está passando por um

processo de exclusão tanto do ensino, como de uma aprendizagem rica, significativa

passando a ser excluído também da sociedade. O hábito de ficar dentro do vidro,

acaba se tornando cômodo para alguns alunos, que passam a ser obrigados a

cumprirem regras sem que possam argumentar, com isso a escola passa a não fazer

nenhum sentido em suas vidas. Tudo isso acarreta em falta de interesse pelos

estudos, repetência e evasão escolar.

O vidro também serve como obstáculo entre professor e aluno. A interação

professor/aluno constitui como condição essencial do processo de aprendizagem,

pois essa relação dinamiza e dá sentido ao processo educativo. Neste sentido

Libâneo(1994, p.250), vêm dizer que;

O professor não apenas transmite uma informação ou faz perguntas, mas também ouve os alunos. Deve dar-lhes atenção e cuidar para que aprendam a expressar-se, a expor opiniões e dar respostas. O trabalho docente nunca é unidirecional. As respostas e opiniões mostram como eles estão reagindo à atuação do professor, às dificuldades que encontram na assimilação dos conhecimentos. Servem, também, para diagnosticar as causas que dão origem a essas dificuldades.

Numa escola que é de vidro, o processo de avaliação é usado como

mecanismos de controle, destaca-se a seletividade e o processo de formação das

personalidades do educando. Provas e exames são realizados conforme as regras

unificadas , conforme o interesse do professor e do sistema escolar.

Cabe ao professor auxiliar o aluno em sua aprendizagem, reconhecer suas

diferenças na capacidade de aprender, para poder ajuda-los a superar suas

dificuldades e avançar na aprendizagem, pois cada indivíduo aprende de um jeito e

em tempos distintos. A reflexão por parte dos educadores se estão reproduzindo o

que o texto aborda já é de grande valia. O professor comprometido com a educação

integral do aluno promove aprendizagens significativas levando em consideração as

diferenças entre os alunos, os motivando, procurando aprimorar seu ensino, tendo

responsabilidade e o respeito, contribuindo para uma cidadania consciente e

participativa.

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CAPÍTULO III

A AVALIAÇÃO E A CONSTRUÇÃO DE UMA PRÁTICA

INOVADORA

Compreender melhor como se dá e acontece o processo de avaliação

escolar sendo usado como ferramenta de exclusão social permite reflexões e ações

em busca de soluções e mudanças significativas no processo ensino-aprendizagem.

Não podemos negar as dificuldades enfrentas pela escola contemporânea.

Para Vasconcellos(2005, p.11), “a avaliação ganhou ênfase em função do avanço da

reflexão crítica que aponta os enormes estragos da prática classificatória e

excludente: os elevadíssimos índices de reprovação e evasão escolar”. A avaliação

é parte integrante e indissociável do processo pedagógico, pois possibilita

diagnosticar dificuldades em busca de resultados para um efetivo processo de

aquisição de conhecimento. O modelo utilizado para realiza-la ainda se baseia na

aplicação de exames, na valorização das notas, classificações. Hoffmann(1995),

afirma que, sua;

(...) investigações sobre avaliação sugerem fortemente que a contradição entre o discurso e a prática de alguns educadores e, principalmente a ação classificatória e autoritária, exercida pela maioria, encontra explicação na concepção de avaliação do educador, reflexo de sua estória de vida como aluno e professor. [...] Temos de desvendar contradições e equívocos teóricos dessa prática, construindo um “resignificado” para a avaliação e desmistificando-a de fantasmas de um passado ainda muito em voga.(p.12)

A construção de uma prática inovadora requer a reflexão da prática

pedagógica por parte do professor, pois ao ter consciência dos problemas e

conseqüências de uma má avaliação escolar com o objetivo de identificar os

conhecimentos prévios do aluno, auxiliando-o no seu processo de desenvolvimento

e construção da sua autonomia, o educador busca práticas melhores para uma

avaliação mais justa e coerente com a metodologia utilizada. Para Hoffmann(1992),

a avaliação é a reflexão transformada em ação, sendo que, apesar do equívoco

encontrado na ação da avaliação para cumprir exigências burocráticas do sistema

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educacional, pode sim ser a avaliação uma prática positiva, pois é fundamental à

educação. O professor quando usa dos meios de averiguação da aprendizagem a

todo instante, num processo gradativo, não vendo sua docência como uma verdade

absoluta, procura através da coleta de dados retomar novos rumos ao processo de

ensino e aprendizagem.

Como o Projeto Político Pedagógico norteia o trabalho realizado numa

instituição escolar e encaminha ações que podem facilitar a organização das

atividades, está incluso neste documento conteúdos, definições, apresentação dos

objetivos; explicitação da metodologia e avaliação. Com isso, tanto o projeto como a

avaliação ao serem elaborados devem levar em conta recursos necessários que

respeitem a identidade do educando.

Uma avaliação realizada de forma contínua, sistemática deve diagnosticar

situações de aprendizagem de cada aluno em relação a programação curricular que

abrange todas as atividades desenvolvidas na escola. Como o currículo é o

instrumento que orienta a prática pedagógica, deve estar em consonância à

realidade da sala de aula, ou seja deve levar em conta as reais condições nas quais

se concretiza, condições do aluno, do professor, do ambiente escolar e comunidade.

O currículo não compreende apenas as matérias, os conteúdos e métodos mas

também o próprio processo de avaliação, incluindo questões como o que, como e

quando avaliar.

A concepção que predomina hoje no sistema educacional esta voltada

para uma avaliação favorável à exclusão social. Neste sentido, uma compreensão,

análise e reflexão das práticas avaliativas a partir da concepção, aponta as

possibilidades que permite focalizar criticamente as práticas que vêm sendo

desenvolvidas no ambiente escolar. É necessário que haja, por parte dos envolvidos

no processo avaliativo, a compreensão de que a concepção de conhecimento

determina o direcionamento da prática pedagógica, ou seja é essencial que o

educador tenha consciência do significado que está vinculado à sua concepção.

As instituições escolares como um todo deve refletir e ter consciência sobre

as concepções de avaliação para entender todas as extensões e conseqüências do

que é avaliado de maneira global, contextualizada, com perspectivas a estimular seu

aprimoramento ou replanejamento do processo se for necessário.

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Uma escola inovadora, cujo objetivo esteja voltado para a construção do

conhecimento significativo do educando necessita de novos métodos avaliativos que

inspiram aprendizagem. A utilização da avaliação mediadora constitui como um

desapego da avaliação tradicional seletiva, classificatória e quantitativa. Ela é

realizada ao longo da aprendizagem do aluno, onde é reconhecido a sua

singularidade. Hoffmann(2003), aponta claramente a diferença entre uma avaliação

classificatória e avaliação mediadora;

Avaliação classificatória: corrigir tarefas e provas do aluno para verificar respostas certas e erradas e, com base nessa verificação periódica, tomar decisões quanto ao seu aproveitamento escolar, sua aprovação ou reprovação em cada série ou grau de ensino (prática avaliativa tradicional). Avaliação mediadora: analisar teoricamente as várias manifestações dos alunos em aprendizagem (verbais ou escritas, outras produções), para acompanhar as hipóteses que vem formulando a respeito de determinados assuntos, em diferentes áreas de conhecimento, de forma a exercer uma ação educativa que lhes favoreça a descoberta de melhores soluções ou a reformulação de hipóteses preliminarmente formuladas.(p.75 )

A ação mediadora, serve de grande auxilio ao educando em

suas conquistas cognitivas, permitindo o seu desenvolvimento e formação de sua

identidade. Para Hoffmann(1991), a avaliação mediadora é como uma ação que

encoraja a reorganização do saber, de idéias. Ocorre assim, um movimento de

superação do saber transmitido a uma produção de saber enriquecido, construído a

partir da compreensão daquilo que estava sendo estudado. Esta avaliação se

desenvolve a partir do desafio, provocação, questionamento e problematização

estimulada pelo educador. Ao ser desenvolvida ao longo da aprendizagem, a

avaliação mediadora permite ao professor uma intervenção positiva, onde através da

coleta de dados ele acompanha e colabora otimizando o aluno durante seu processo

de aprendizagem. Os princípios básicos para uma avaliação mediadora está

relacionado a democratização e criação de espaços de participação, onde a

avaliação possa ocorrer cotidianamente e não apenas no final da atividade realizada.

Cabe ao educador conhecer os entraves que podem dificultar a prática

avaliativa. A relação entre professor e aluno constitui como um fator essencial ao

favorecimento da aprendizagem, portanto deve aprofundar-se ao campo da ação

pedagógica sendo um relacionamento de troca e respeito mútuo. O diálogo é

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fundamental na mediação dos conhecimentos e o papel do educador é ser facilitador

da aprendizagem, incentivando, desafiando o aluno a pensar, a criar, a estabelecer

relação entre os conteúdos disciplinares estudados e as suas experiências de vida.

É de grande valia que o professor invista no seu processo de formação de

modo que o possibilite troca de experiências com os demais profissionais de

educação em busca do melhoramento da qualidade do ensino. Segundo

Libâneo(2007, p. 37)

O professor já não é considerado apenas como o profissional que atua em sala de aula, mas, também como membro de uma equipe docente, realizando tarefas com responsabilidade ampliada no conjunto das atividades escolares, Já não pode ser um repassador de informação, mas um investigador atento às peculiaridades dos alunos e sensível às situações imprevisíveis do ensino, um participante ativo, cooperativo e reflexivo na equipe docente, discutindo no grupo suas concepções, práticas e experiências e participando do projeto pedagógico da escola. Esses elementos do profissionalismo do professor levam a postular novas tarefas para a formação inicial, bem como para a formação continuada. Transformar a escola em local em que os professores se aperfeiçoam mutuamente faz com que ela também assuma o papel de promover a aprendizagem continua deles ( a formação com os próprios companheiros).

A educação continuada visa o prolongamento da formação inicial, o

aperfeiçoamento profissional teórico e prático no contexto de trabalho. Para o

educador não basta apenas se forma. Em toda trajetória profissional, diante às

exigências da sociedade é preciso manter-se atualizado e estar preparado para

enfrentar os desafios presentes em sala de aula. O professor atual além de

acompanhar as transformações sociais e procurar o melhor meio para dinamizar o

seu trabalho precisa ser criativo, crítico, autônomo e transformador na busca de

novos fazeres e novas práticas. Sabe-se que existem muitos desafios a cerca da

formação continuada como a falta de tempo devido a carga horária, dificuldades

sócio-econômicas, mas é preciso buscar novos caminhos, novas soluções mediante

ações coletivas que favoreçam o crescimento deste profissional de educação.

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3.1 - Aprendendo com o erro

O erro como parte da aprendizagem pode ser analisado de diferentes formas

pelo professor. Dependendo do ponto de vista, o erro pode ser visto como um

deslize, como indício de fracasso do aluno ou construtivo. Daí a importância do

professor analisar o erro cometido pelo aluno, pois o mesmo pode ocorrer devido a

vários fatores que envolve a vida escolar e social. Analisar os erros significa

investigar seus significados vai muito além de enumerar acertos ou erros, possibilita

uma postura crítica sobre o que se sabe e o que falta aprender ou reforçar.

No ambiente escolar é de grande valia que a avaliação seja coerente a uma

aprendizagem significativa e para isso deve-se ter como prática a investigação. A

avaliação como prática de investigação não prioriza apenas os acertos e resultados.

O erro não pode ser considerado como a ausência de conhecimento. A partir do erro

pode-se perceber como o aluno esta articulando os conhecimentos que já possuí

com os novos conhecimentos que estão sendo assimilados, um processo consciente

de construção e de reconstrução. Segundo Davies(1990);

O erro deve ser encarado como resultado de uma postura de experimentação onde a criança levanta hipóteses,planeja a estratégia de uma ação e põe á prova. Cabe ao professor ajudar seus alunos a analisarem adequação do procedimento selecionado, encaminhando-os na busca de condutas mais ricas, complexas e diversificadas(p.75).

Na tomada de consciência de seus erros e acertos, o aluno passa por um

processo de superação, fortalece sua auto-estima, amplia e consolida sua visão de

mundo preparando-se para novas aprendizagens. Isto também possibilita a revisão

de práticas e atitudes a fim de superá-las, permitindo perceber as potencialidades

que vão se fortalecendo no avanço de conhecimentos.

Cabe ao educador praticar ações que favoreçam o desenvolvimento da

autonomia do educando. Discutir e analisar junto com o aluno sobre respostas e o

resultados de uma avaliação contribui para que ambos revejam suas estratégias,

seus erros e reorganize as idéias em busca de uma solução correta. Assim o

processo educacional passa a fluir positivamente, a interação entre professor/aluno

passa a basear-se em incentivos tanto na hora dos acertos quanto na hora dos

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erros.

A autoavaliação cumpre função igualmente importante e complementar à

avaliação externa. É uma condição necessária para o aperfeiçoamento na medida

em que se potencializa o auto conhecimento. A autoavaliação tanto do professor

quanto do aluno, permite avaliar as próprias atitudes , interesses e aptidões em

busca de uma melhora do desempenho e obter êxito nas atividades realizadas.

Sendo assim é preciso criar oportunidade para que o educando pratique a

autoavaliação, que quando bem orientada pode apontar seus pontos fortes, o que

aprendeu e em que precisa melhorar. Isto também faz com que o aluno desenvolva

um conceito mais realista sobre si mesmo, podendo ter uma participação mais ampla

e ativa no processo de aprendizagem. Cria-se uma oportunidade de analisar o

progresso nos estudos, bem como atitudes e comportamento frente ao professor e

colegas. A prática da autoavaliação feita pelo professor incentiva-o a traçar planos,

prioridades e identificar aspectos que demandam mais atenção na rotina escolar, ou

seja permite diagnosticar o momento que o trabalho se encontra, preservar e

acentuar conquistas importantes, corrigir os rumos, apontar para novos horizontes,

replanejar; encontrar/descobrir novos sentidos para a ação; estimular uma

participação efetiva através do autoconhecimento, que propicie o desenvolvimento

pessoal de professores e alunos; criar condições que ampliem o vínculo de

compromisso com o Programa; e subsidiar a avaliação externa.

A análise crítica do próprio trabalho é um dos fatores fundamentais para o

estabelecimento de melhoria da ação educacional.

O mesmo empenho que temos na avaliação do aluno deveríamos ter na avaliação do trabalho da escola, das nossas atividades, relacionamentos, etc. Trata-se da função crítica, de ter coragem de questionar o trabalho, não ficar comprometido com a imagem. A avaliação quando de fato é avaliação (...) é fator de revitalização pessoal e institucional, na medida em que ajuda a localizar os pontos em que precisamos melhorar, os aspectos nos quais precisamos investir nossas energias para corrigir rotas e avançar na direção desejada. (Vasconcelos, 2004, p. 103)

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CONCLUSÃO

Avaliação escolar como ferramenta de exclusão social é um tema que têm

despertado discussões na área da educação e merece atenção. Avaliar é parte

integrante da ação pedagógica e constitui como fator fundamental no processo

ensino aprendizagem. Infelizmente, ainda hoje a concepção de avaliação tradicional,

classificatória ainda se faz presente em muitas instituições escolares. Diante de

vários desafios que a escola atual enfrenta, o processo de avaliação não pode ser

mais usado como processo de exclusão social. Avaliar é uma responsabilidade de

todos que participam da construção da aprendizagem. E para que isso aconteça é

necessária uma reflexão por parte tanto do professor quanto da escola, em busca de

respostas para o verdadeiro propósito da avaliação.

Uma mudança significativa do processo de avaliação requer uma análise

crítica das práticas avaliativas, por isso , a escola como um todo precisa repensar

sua prática para que haja uma intervenção adequada. As propostas curriculares, o

projeto pedagógico, conteúdos e instrumentos de avaliação devem sempre estar

adequados à realidade vivenciada no contexto escolar. Neste sentido,

Buriasco(2000) vêm dizer;

Podemos pensar que debates, discussões, estudos não surgem desligados do momento histórico no qual estão inseridos, ou seja, estão sempre conectados ao tempo que os produziu. Discutir a avaliação hoje é ser contemporâneo ao debate que busca o entendimento das transformações e das dificuldades que isso acarreta.(p.1)

Analisar, refletir sobre as práticas avaliativas que levam à exclusão permite

buscar alternativas coerentes a uma prática avaliativa eficiente. Para que a avaliação

esteja comprometida com o progresso e o desenvolvimento da aprendizagem, no

contexto educacional atual, é necessário que o professor conheça realmente sua

utilidade, pois não será através da classificação e na valorização de aplicação de

notas que o aluno irá avançar em seu conhecimento. Por fim, para que o professor

ponha em prática uma avaliação realmente significatica é necessário que tenha

clareza da concepção de sua prática pedagógica; planeje suas aulas

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cotidianamente; reelabore e atualize seus conhecimentos; estabeleça com clareza o

que será avaliado; selecione e comunique aos alunos técnicas e instrumentos de

avaliação a serem utilizados; dê ao aluno o direito de questionar, duvidar e errar;

faça intervenções em tempo hábil; valorize os acertos, incentivando e elevando a

auto-estima; estimule e incentive os alunos a superar os desafios; faça um

levantamento dos avanços e dificuldades apresentados pelos alunos propondo

atividades de recuperação paralela; valorize e respeite o ritmo de aprendizagem de

cada educando e promova a autoavaliação estabelecendo critérios que possibilitem

a confiança multa dos aluno.

A avaliação aplicada de forma adequada, permite o aperfeiçoamento do

próprio desempenho do professor que ao ter consciência se o aluno aprendeu ou

não pode buscar alternativas que favoreçam a aprendizagem. Com isso o professor

deixa de ser apenas um transmissor de conhecimento e passa a auxiliar o educando

para que ele perceba e supere suas dificuldades e avance em seu conhecimento.

A avaliação não envolve apenas aspectos quantitativos.

A avaliação da aprendizagem envolve atividades, técnicas e instrumentos de avaliação que permitem ao avaliador verificar se o aluno adquiriu tais conhecimentos, capacidades, atitudes, etc. Mas mesmo no caso menos óbvio, da avaliação e conhecimentos, aquilo que o avaliador faz é a observação de certas competências do aluno, isto é a observação de seus saberes postos em ação. De fato, não lhe é possível “olhar para dentro da cabeça” de um aluno para avaliar se ele “tem lá” um conhecimento (ou domina um conteúdo, se preferir). Isto significa que a avaliação é uma atividade eminentemente empírica e que o avaliador nunca está em posição de verificar as aquisições do aluno a não ser que este, convocado para uma atividade de avaliação aprimorada se manifeste se comporte ou haja de algum modo empiricamente acessível. As atividades de avaliação exigirão sempre, pois, uma dada manifestação, ação ou comportamento observável a partir do qual o avaliador infere ter-se concretizado, ou não, daquela aquisição.(Costa, 2004, p.5).

É necessário que o educador faça uso de forma adequada das alternativas

que lhe são oferecidas, sendo a interação com os alunos de grande valia. Exames e

testes não podem ser considerados como as únicas alternativas de avaliação, pois

nem sempre os resultados são aqueles esperados pelos professores. “Na sala de

aula, os exames não fazem sentido, devido, nesse espaço, nem a classificação nem

a certificação serem necessárias, a medida em que esse é um espaço de

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aprendizagem e não de demonstração do que já se sabe [...]” (Luckesi, 2005, p.35).

Uma escola comprometida com o ensino/aprendizagem reconhece a avaliação muito

mais que um recurso para analisar ou classificar seu aluno.

A avaliação é essencial á educação e pode colaborar para a aprendizagem do

aluno e sua preparação para a cidadania. Cury(2003) defende a idéia de que é

necessário preparar o educando não apenas para o futuro, mas também para a vida.

Hoje existe a idéia de que a escola considerada de qualidade avaliam seus alunos

apenas por meio de provas valorizando a aprendizagem centrada no aspecto

cognitivo do desenvolvimento intelectual. Geralmente essas instituições tem como

objetivo preparar o aluno para estudar nas melhores faculdades, com isso os

métodos e práticas enfocam a repetição e a memorização. Mas mesmo que entre

nas melhores instituições, quando saírem, os alunos poderão apresentar enormes

dificuldades para dar solução a seus desafios profissionais e pessoais. Cabe à

escola educar não apenas para a memorização de conteúdos, mas preparar o

educando para o exercício da cidadania, onde possa reconhecer e lutar pelos seus

direitos associados às suas responsabilidades aprendendo a participar da vida

coletiva de forma consciente e crítica. Portanto, os verdadeiros Profissionais

responsáveis e comprometidos com uma educação de qualidade conseguem

promover a cidadania dentro e fora da escola.

Contudo, a avaliação escolar deve ser assumida como um momento de

aprendizagem que permite repensar e mudar a ação, sendo compreendida como um

processo mediador onde os pressupostos de caráter qualitativo sirvam como

subsídio para uma contínua reflexão do trabalho educacional.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADESCIMENTO 3

RESUMO 4

METODOLOGIA 5

SUMÁRIO 6

INTRODUÇÃO 7

CAPÍTULOI- AVALIAÇÃO 9

1.1- Modalidades e princípios da avaliação 12

CAPÍTULO II- AVALIAÇÃO COMO PROCESSO DE EXCLUSÃO 16

2.1- Avaliação segundo a LDB 18

2.2- Avaliação do rendimento escolar 19

2.3- Conselho de Classe 22

2.4- Quando a escola é de vidro 24

CAPÍTULO III- A AVALIAÇÃO E A CONSTRUÇÃO DE UMA PRÁTICA INOVADORA

27

3.1- Aprendendo com o erro 31

CONCLUSÃO 33

BIBLIOGRAFIA 36

ÍNDICE 39