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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE MOTIVAÇÃO: BASE PARA EXCELÊNCIA EM GESTÃO DE PESSOAS Por: Juliane Ribas Neves Orientadora Prof. Maria da Conceição Maggioni Poppe Rio de Janeiro 2008

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

MOTIVAÇÃO: BASE PARA EXCELÊNCIA EM

GESTÃO DE PESSOAS

Por: Juliane Ribas Neves

Orientadora

Prof. Maria da Conceição Maggioni Poppe

Rio de Janeiro

2008

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

MOTIVAÇÃO: BASE PARA EXCELÊNCIA EM

GESTÃO DE PESSOAS

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Gestão de

Recursos Humanos.

Por: Juliane Ribas Neves.

3

AGRADECIMENTOS

A Deus por tudo que me proporcionou

durante o curso.

A Maria da Conceição Maggioni Poppe

orientadora pela presença segura e

competente.

4

DEDICATÓRIA

A minha família e amigas, pelo esforço,

estímulo e apoio recebido durante a

realização deste trabalho.

5

RESUMO

Este trabalho apresenta a Gestão de Pessoas, a Motivação e suas

teorias motivacionais. Analisa a Gestão de Recursos Humanos no papel de

parceiro de ações motivacionais em todo ambiente de trabalho para melhoria

da qualidade de vida organizacional. Aborda a evolução histórica e o conceito

de Gestão de Pessoas contextualizando a relação do Gestor com sua equipe

de colaboradores. Observa o que envolve a Gestão de RH na utilização de

processos de motivação no desenvolvimento institucional. Pondera as partes

pertinentes ao histórico utilizando, como base, bibliografia documental.

6

METODOLOGIA

A pesquisa foi baseada em dados bibliográficos com base histórica e

contemporânea, buscando autores nacionais e internacionais, para obtenção

de um estudo detalhado, através das considerações teóricas de autores

consagrados como Idalberto Chiavenato (1997, 1999, 2003, 2005), Cecília

Bergamini (1999), George Milkovich (2000), Antonio César Maximiano (1997)

entre outros, que refletiremos sobre a Gestão de Pessoas na utilização de

meios motivacionais para alcance da qualidade de vida organizacional.

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I - Gestão de Recursos Humanos 11

1.1. O Conceito de Gestão de RH 11

1.2. Os Ambientes da Gestão de RH 15

1.3. Evolução da Gestão de RH 17

CAPÍTULO II - Aspectos Motivacionais na Gestão de Pessoas 21

2.1 O Conceito de Motivação 21

2.2 Teorias da Motivação 25

CAPÍTULO III - A Motivação na Gestão de Pessoas 33

CONCLUSÃO 40

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 42

BIBLIOGRAFIA CITADA 46

ÍNDICE 50

8

INTRODUÇÃO

A monografia, que ora apresentamos, foi desenvolvida em

conformidade com a linha de pesquisa do Instituto A Vez do Mestre. A presente

pesquisa emprega dados bibliográficos a fim de apresentar concepções

significativas da área empresarial. Desse modo, construiu-se como tema:

Motivação: base para excelência em Gestão de Pessoas.

A escolha do tema justifica-se na necessidade de um avanço de ordem

pessoal para atuação na área acadêmica, o que será de suma importância na

qualidade do futuro trabalho desenvolvido profissionalmente. Sendo assim,

realizou-se um estudo sobre a forma como o Gestor de Recursos Humanos

poderá atuar a fim de contribuir para eficiência do processo organizacional,

bem como melhorar a qualidade das relações interpessoais, evidenciando

meios motivacionais como elementos necessários a todos os que atuam no

ambiente institucional.

Delineamos, como objetivo geral, demonstrar a importância da

utilização de motivação na Gestão de RH, tendo como objetivos específicos

definir Gestão de Pessoas e os ambientes de trabalho, como também definir o

conceito de motivação e suas teorias, além de descrever meios de trabalhar a

motivação na Gestão de RH.

Como problema central reportamo-nos à seguinte questão: Como o

Gestor de RH pode utilizar a motivação para a melhoria do ambiente de

trabalho? Utilizou-se como hipótese a seguinte premissa: através da utilização

de recursos motivacionais será possível uma melhoria no ambiente de trabalho

e a Gestão de RH torna-se fundamental para esse processo.

No enfoque da Motivação fica evidente a necessidade de demonstrar

quão importante é a atuação do Gestor de Recursos Humanos em nossas

instituições, através da Gestão de RH perceberemos que esta tem um papel

permanente e fundamental para o desenvolvimento empresarial.

9

Compreenderemos os procedimentos tomados pelo Gestor a fim de

contribuir para a eficiência da empresa. Refletiremos que para tanto esse

deverá utilizar-se de ações motivacionais para a melhoria do ambiente de

trabalho, a final “(...) a motivação é um dos inúmeros fatores que contribuem

para o bom desenvolvimento do trabalho” (CHIAVENATO, 1999, p. 165).

Observa-se que as constantes transformações que ocorrem em nossa

sociedade fazem do mercado de trabalho um ambiente de mudanças a todo

instante. Com isso percebemos que a empresa torna-se vulnerável para

competir com tantos concorrentes e necessita investir em diferentes formas de

atuação e uma delas está em sua preocupação constante com o

desenvolvimento de seus profissionais a ponto de compreendermos que “(...)

as pessoas são os talentos que diferenciam positivamente a empresa em seu

mercado” (TEIXEIRA, 2001).

Os talentos são compostos de habilidades e competências capazes de

fazer um diferencial de competitividade para a empresa, mas que não poderão

ser entendidos apenas como recursos para uma eficiência empresarial e sim

como seres humanos que precisam ser tratados como pessoas capazes de se

integrarem aos objetivos da organização, a partir do momento que essa vise

respeitá-los, estimulá-los para a satisfação de seus relacionamentos

empresariais, para a qualidade de seu ambiente de trabalho e para sua

qualidade de vida.

Percebe-se então que “(...) o indivíduo passa a ter suas necessidades

de estímulo e motivação mais focadas pela organização” (TEIXEIRA, 2001). O

que nos leva a refletir que “(...) mais do que um avanço de consciência social

trata-se da percepção por parte da empresa de que a competição se dá

principalmente pelo talento dos recursos humanos empregados nos projetos e

atividades” (TEIXEIRA, 2001).

10

Compreende-se, portanto que é preciso pensar que as atividades

desenvolvidas pela empresa serão satisfatórias à medida que

compreendermos nossos recursos humanos como pessoas que necessitam ser

motivadas para melhoria de seu trabalho dentro das organizações e para isso

precisaremos estabelecer momentos motivacionais versus cultura e clima

organizacional com nosso talento intelectual.

11

CAPÍTULO I

GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS

"Aquilo que aprendemos vale bem mais do que aquilo que

nos ensinam”.

Alex Periscinoto

Neste capítulo apresentaremos a Gestão de Recursos Humanos,

consideraremos seu conceito, evolução e as transformações de suas práticas e

ambientes de trabalho, para isso nos basearemos em abordagens de autores

renomados como: Idalberto Chiavenato (1997, 1999, 2003, 2005), Antonio

Vieira de Carvalho (1997) e Gilnei Mourão Teixeira (1997).

1. 1 - O Conceito de Gestão de RH

Dentro de um contexto de constantes mudanças que nosso mundo

vem sofrendo encontramos a Gestão de Recursos Humanos, tornando-se um

diferencial para o desempenho, crescimento e para a competitividade entre as

organizações, através de uma estrutura organizacional flexível e um modelo

orgânico.

Propiciado por procedimentos de inovação e criatividade que

ultrapassaram o operacional e burocrático meio de agir para um estratégico

modelo em que estão inseridas equipes de trabalho mediadas por gestores de

pessoas, interessados em parcerias, compromisso, visando os resultados e os

fins a longo prazo, com foco no negócio, no ambiente externo e no cliente.

Essa Gestão de Recursos Humanos pode ser encontrada em diversas

organizações e entendida por diferentes terminologias, como por exemplo:

Administração de Recursos Humanos, Gestão de Talentos Humanos, Parceiros

12

ou de Colaboradores, Gestão do Capital Humano, do Capital Intelectual,

inclusive Gestão de Pessoas ou Gestão com Pessoas. Em todas essas

denominações estão inseridas as novas configurações dessa área de

atividades.

O termo RH pode significar o ‘RH como função ou departamento’, que

se refere ao seu funcionamento operacional, sendo prestador de serviços para

áreas gerenciais, também pode ser entendido ‘como profissão’, em que

engloba os profissionais da área de recursos humanos e também pode ter o

significado de ‘prática de recursos humanos’, que está relacionada ao método

como são realizadas as atividades de “(...) recrutamento, seleção, treinamento,

remuneração, comunicação, higiene e segurança do trabalho, benefícios, etc”

(CHIAVENATO, 2005, p.2).

Entende-se, portanto, o conceito de Gestão de Recursos Humanos

pelo importante papel que ela desempenha em uma organização, o de lidar

com pessoas, no que tange seu crescimento profissional e seu

desenvolvimento, motivação e realização individual, visando sua qualidade de

vida e os objetivos empresariais.

“A Gestão de Pessoas é a função que permite a

colaboração eficaz das pessoas - empregados,

funcionários, recursos humanos, talentos ou qualquer

denominação utilizada - para alcançar os objetivos

organizacionais e individuais” (CHIAVENATO, 2005, p.

10).

Com essa definição faz-se necessário entender os objetivos da Gestão

de RH. Dentre os mais variados estão o de contribuir para que as metas e

propósitos de uma empresa sejam atingidos e sua missão realizada.

Proporcionar a maior produtividade a fim de que as forças de trabalho sejam

empregadas para o beneficiamento de todos os envolvidos na organização, ou

seja, estimular a competitividade.

Outros objetivos são visualizados quando a Gestão de RH faz o devido

reconhecimento e valorização a seus funcionários, afinal a motivação dos

13

empregados não apenas se refere a remuneração. É preciso investir em

treinamentos e em uma política de recompensa justa, para aumentar a

satisfação do funcionário em trabalhar na empresa, pois o mesmo verá que sua

capacidade está adequada ao trabalho desempenhado, contribuindo para sua

auto-atualização e felicidade.

A preocupação com a qualidade de vida de seus colaboradores

também precisa ser um dos propósitos fundamentais da Gestão de RH, além

de garantir um ambiente de total compromisso com a responsabilidade social e

ética, deverá necessariamente saber administrar as mudanças com estratégias

de soluções ajustáveis e impulsioná-la.

Observa-se, por conseguinte, que os objetivos da Gestão de Recursos

Humanos estão inteiramente relacionados com os objetivos da própria

empresa, necessitando esses terem uma correlação com os objetivos pessoais

dos indivíduos envolvidos no processo organizacional. Contudo nos afirma

Chiavenato (2003, p.184):

“Os principais objetivos da ARH são: criar, manter e

desenvolver um contingente de recursos humanos com

habilidade e motivação para realizar os objetivos da

organização; Criar, manter e desenvolver condições

organizacionais de aplicação, desenvolvimento e

satisfação plena dos recursos humanos, e alcance dos

objetivos individuais; e alcançar eficiência e eficácia

através dos recursos humanos disponíveis”.

Portanto, faz-se necessário ressaltarmos que a Gestão de RH também

precisa se embasar em regras estabelecidas para assegurar o desempenho de

suas funções, tendo em vista seus objetivos. Regras essas que podem ser

classificadas como políticas de RH, mediadoras de ações, respostas a

problemas e questionamentos, que podem prover meios de lidar com seus

colaboradores é claro que desenvolvidas a partir da filosofia da empresa e de

suas necessidades.

14

“As políticas situam o código de valores éticos da

organização que, através delas, governa suas relações

com os empregados, acionistas, consumidores,

fornecedores etc. No fundo, servem para guiar as

pessoas na realização desses objetivos. Visam dar

consistência à execução das atividades, garantindo um

tratamento eqüitativo para todos os participantes e um

tratamento uniforme para todas as situações”

(CHIAVENATO, 2003 p. 178).

A Gestão de Recursos Humanos pode ser entendida também através

das variáveis existentes no contexto organizacional, por se tratar de uma área

de divergentes circunstâncias e eventualidades, dizemos que ela é de caráter

multivariado e contingencial.

No caráter multivariado da Administração de RH encontramos assuntos

que “(...) referem-se tanto a aspectos internos da organização (abordagem

introversiva da ARH), como a aspectos externos ou ambientais (abordagem

extroversiva da ARH)”. Percebemos então, que esta gestão implica múltiplas e

interdisciplinares áreas de estudo e campos de conhecimento. (CHIAVENATO,

2003, p.165).

A Gestão de Recursos Humanos pode ser entendida também por seu

caráter:

“(...) contingencial, ou seja, depende da situação

organizacional: do ambiente, da tecnologia empregada

pela organização, das políticas e diretrizes vigentes, da

filosofia administrativa preponderante, da concepção

existente na organização acerca do homem e de sua

natureza e, sobretudo, da qualidade e quantidade dos

recursos humanos disponíveis” (CHIAVENATO, 2003, p.

168).

Nesse caráter situacional compreende-se a Gestão de RH através de

seu aspecto mutável e flexível, levando-nos a processos de adaptação, sendo

15

que as decisões ou procedimentos realizados dependerão da situação

existente em cada organização, a qual poderá ser diferente de uma para outra,

havendo alterações dependentes de cada ambiente organizacional.

“Todavia, o que ressalta ainda mais o caráter multivariado e

contingencial da ARH é que tanto as organizações como as pessoas são

diferentes” (CHIAVENATO, 2003 p. 169).

Observa-se, entretanto que a responsabilidade assumida pelo RH

depende de inúmeros e diversos fatores que envolvem cada organização e do

ambiente em que está inserida.

É considerando o contexto em que a Gestão de RH está presente que

abordaremos a seguir, sintetizadamente, seu ambiente na organização.

1. 2 - O Ambiente da Gestão de RH

A Gestão de RH deverá ser considerada dentro do contexto

organizacional não devendo ser entendida dentro de um sistema fechado, que

segundo Carvalho (1997, p. 4) pode ser compreendido como “...o monopólio de

empresas, cujos produtos e/ou processos estão protegidos por patentes ou

outras vantagens. O sistema fechado opera, via de regra, com um intercâmbio

limitado em relação do ambiente”. Em compensação como afirma Chiavenato

(2003, p. 29):

"As fronteiras do sistema aberto são permeáveis para

permitir transações ou intercâmbios com o ambiente. O

sistema é aberto à medida que apresenta grande

interdependência e interações como seu meio ambiente.

Por essa razão os sistemas abertos são chamados de

sistemas orgânicos”.

O ambiente de Gestão de Pessoas deverá ser visualizado como um

sistema orgânico e não com um foco tradicionalista. À medida que é descrito

por um processo constante de transformação e instabilidade, levando-se em

16

consideração todas as suas dimensões, tanto internas como externas de uma

organização.

Tais dimensões podem ser entendidas como: a dimensão do novo “(...)

mundo de negócios, do mundo do trabalho e a da cultura e clima

organizacional. As três dimensões refletem as mudanças econômicas,

tecnológicas, sociais, culturais e políticas (...)”, (TEIXEIRA, 2006, p.39) a fim de

se entender esse novo ambiente vale ressaltar suas definições.

O novo mundo de negócios, o qual acontece por uma ordem de fatos

que mudam de maneira acelerada nas organizações, decorrentes também das

diversas formas de sociedades existentes, tais como, ‘a sociedade do

conhecimento, da informação e da hipercompetitividade’. Com um número

considerável de organizações e modificações nas relações das empresas e de

colaboradores no mundo de negócios, chega-se à outra dimensão.

Ao considerarmos a dimensão do mundo do trabalho percebemos que

ela é:

“(...) caracterizada pela convivência do emprego clássico

com um novo tipo de emprego; pela gradual

desconfiguração do cargo em sua forma tradicional; por

uma nova base tecnológica mais sofisticada; pela

migração do emprego; por novas formas de flexibilização

do trabalho; pela exigência de um novo tipo de

profissional; e pela crescente convivência do poder formal

com outros tipos de poder” (TEIXEIRA, 2006, p. 42 e 43).

Ao parafrasear Teixeira observamos por fim, a dimensão da cultura e

clima organizacional, que se configura pelos variados tipos de culturas

corporativas, em referência à estrutura, valores, práticas e adaptabilidade a

mudanças.

Pode-se perceber que no ambiente de Gestão de Pessoas será

necessário um deslocamento “(...) da posição tático-operacional tradicional

para um posicionamento estratégico (...)” (TEIXEIRA, 2006, p. 79). Assim,

17

obtendo-se maior probabilidade de sucesso nas organizações com a utilização

de Gestão Estratégica de Pessoas. Segundo Chiavenato, (1997, p. 57):

“A partir da estratégia empresarial, a formulação da

estratégia de recursos humanos deve expressar tanto as

necessidades presentes e futuras dos negócios da

empresa, como as demandas individuais das pessoas que

participam desses negócios”.

Observa-se que o ambiente de Gestão de RH precisa estar atento para

todas as influências presentes ao seu redor, como: as novas tecnologias e

formas de gerenciamento; o mercado de trabalho com poder de

competitividade acelerado; os fornecedores, os clientes externos cada vez mais

informados e exigentes, os procedimentos escolhidos para se trabalhar, ou

seja, a nova liderança com sua estrutura flexível e participativa na organização;

o clima e a cultura organizacional, a visão, missão, valores e propósitos que a

empresa estabelece.

O ambiente de RH depende também, indubitavelmente, das pessoas

envolvidas na empresa, levando-se em conta suas habilidades, conhecimentos

capacidades, modo de trabalhar, refletindo seu desempenho e competências,

como também, sua personalidade, objetivos pessoais, necessidade de

crescimento profissional, atualização constante, e principalmente sua

motivação.

1.3 - Evolução da Gestão de RH

Entender o contexto em que se encontra a Gestão de Recursos

Humanos é compreender sua evolução no tempo. Com as diversas mudanças

decorrentes do crescimento populacional e de novos rumos na sociedade

percebemos que a Gestão de RH teve que enfrentar modificações e

atualizações.

18

Inicialmente vemos a Era Pré-Capitalista, em que o domínio do

processo era realizado pelos artesãos, eles possuíam matéria-prima, “layout”,

produção, negociação, ou seja, o trabalho só era preciso de acordo com sua

situação de necessidade. Compreendemos então que o homem não era

subordinado a ninguém, dele dependia o próprio sustento e desenvolvimento

das atividades laborais.

Com o passar do tempo às pessoas que não eram donas do processo

de produção eram obrigadas a trabalhar em troca de salário, ou seja, em troca

de meio de sobrevivência.

Visualizamos, porém algumas mudanças com a chegada da Era da

Industrialização Clássica, denominada como a Revolução Industrial em que o

capital humano passou a ser visto como máquina, recursos para a

produtividade e a administração de RH se apresentava como um modelo

burocrático e funcional.

Como afirma Chiavenato, (2003, p. 23) “(...) a administração das

pessoas era tradicionalmente denominada Relações Industriais. Tudo para

servir à tecnologia. O homem era considerado um apêndice da máquina”.

Com uma estrutura organizacional meramente centralizadora em que

as decisões eram obtidas somente no topo, ou seja, tendo um formato

piramidal repleto de regras que serviam para padronizar e disciplinar o

comportamento de seus funcionários, assim era visto o cenário das Relações

Industriais.

Com o passar do tempo, no final da segunda Guerra Mundial, surgindo

a denominada Era da Industrialização Neoclássica, percebe-se que o mundo

começou a mudar e o modelo burocrático onde vivia a Administração de RH

tornou-se ultrapassado e seu modelo de estrutura não servia para alcançar as

inovações das organizações, mediante a ampliação das transações e as

competições entre as empresas.

Decorrente dessa inadequação com o modelo anterior surgiu a

estrutura matricial, que veio com o propósito de levar para as organizações

inovações.

19

“Com a abordagem matricial adicionou-se à organização

funcional um esquema lateral de departamentalização por

produtos / serviços para agilizar e funcionar como turbo

capaz de proporcionar uma estrutura com características

de inovação e dinamismo e alcançar maior

competitividade” (CHIAVENATO, 2003, p. 23 e 24).

Compreende-se, portanto que essa visão administrativa teve como

objetivo visualizar o presente, intensificando as mudanças e a maior

velocidade, dando espaço para a tecnologia influenciar a vida nas

organizações e tornando essas fragmentadas em unidades estratégicas de

negócios. Apesar de visualizar as pessoas não mais como máquinas, porém

ainda como recursos organizacionais que necessitavam de administração.

Com o passar do tempo, por volta de 1990 essa visão de

Administração de Recursos Humanos se modificou, devido aos novos impactos

no mundo, como por exemplo, o desenvolvimento da tecnologia da informação,

o surgimento da globalização econômica, a competitividade das empresas, a

migração do mercado de capitais, dentre outras transformações e imprevistos.

Assim a estrutura matricial não conseguiu dar vazão à agilidade e as

novas e intensas mudanças, sendo necessário um novo conceito de estrutura

organizacional que segundo Chiavenato, (2003, p. 25) podemos classificar

como:

“Fluída e flexível, totalmente descentralizada, redes de

equipes multifuncionais. A cultura organizacional (...) com

(...) foco no futuro destino. Ênfase na mudança e na

inovação. Valor ao conhecimento e à criatividade. O

ambiente organizacional mutável, imprevisível, turbulento,

com grandes e intensas mudanças”.

As pessoas passaram a ser vistas como pessoas e não mais como

recursos organizacionais manipuláveis e sim como seres com iniciativa,

conhecimento, personalidade, necessidades, percepções. “Pessoas como

20

seres humanos proativos, dotados de inteligência e habilidades e que devem

ser impulsionadas” (CHIAVENATO, 2003, p. 25).

Contudo, a antiga Administração de Recursos Humanos deu lugar a

Gestão de Pessoas ou com Pessoas e é nesta gestão que percebemos como

as empresas estão preocupadas em trabalhar junto com as pessoas, tornando

as organizações um ambiente vivo, dedicando sua estrutura a uma gestão

estratégica e participativa.

Ao considerar esses aspectos vemos a importância de se trabalhar

com uma gestão que favoreça um ambiente de motivação para seus

funcionários, sendo assim o foco da pesquisa para o próximo capítulo.

21

CAPÍTULO II

ASPECTOS MOTIVACIONAIS

“O mais valioso dos capitais é aquele investido em seres

humanos”.

Alfred Marshall

Neste capítulo serão apresentados os aspectos motivacionais do

comportamento humano que nos leva à Motivação das pessoas, fazendo-nos

entender seu real significado e também as mais variadas Teorias

Motivacionais, abordadas por alguns autores renomados como: Idalberto

Chiavenato (1997, 1999, 2003, 2005) e Cecília Bergamini (1997) dentre outros

que serão aqui discutidos.

2.1 - O Conceito de Motivação

Podemos entender motivação conforme nos apresenta o Dicionário

Aurélio (FERREIRA, 1999, p. 1164) como “conjunto de fatores psicológicos,

(conscientes ou inconscientes) de ordem fisiológica, intelectual ou afetiva, os

quais agem entre si e determinam a conduta do indivíduo”. É possível entender

que a motivação é algo que nos estimula a agir de determinada maneira.

Como afirma Bergamini: (1997, p. 31) “Motivação deriva originalmente

da palavra latina movere, que significa mover”. Os anseios que estão no interior

de cada pessoa procedem de carências do que se refere ao aspecto físico e

psíquico da personalidade.

Toda necessidade, tanto física como emocional que o indivíduo sofre

são derivadas das ‘pressões’ internas que fazem com que ele busque

determinados procedimentos para minimizá-las.

22

“O caráter motivacional do psiquismo humano abrange, (...) os

diferentes aspectos que são inerentes ao processo, por meio do qual o

comportamento das pessoas pode ser ativado” (BERGAMINI, 1997, 31).

Com essa afirmação podemos entender que a motivação é

desencadeada a partir de elementos internos que ativam o comportamento da

pessoa, deixando-a estimulada para agir de determinada maneira.

Compreendemos, portanto, que motivação está relacionada com o que

cada pessoa deseja fazer, referindo-se a sua personalidade interligada a

atividades que necessita realizar e que lhe cause alguma satisfação, tendo

uma significação relevante para a pessoa.

Dessa forma é possível perceber a motivação como um fenômeno

intrínseco ao indivíduo, “(...) visto que o desejo de realizar algo surge de

motivos ou necessidades do ser humano” (FONSECA, 2005). Afinal a vontade

que a pessoa tem de realizar alguma atividade, acontece justamente por ela ter

necessidade de solucionar ou de entrar em equilíbrio com seu interior.

Segundo Bergamini (1997, p. 31):

“Steer e Porter propõem que a motivação seja uma cadeia

de eventos baseada no desejo de reduzir um estado

interno de desequilíbrio (...)” e presumem que “(...) os

indivíduos agem da maneira pela qual acreditam que

serão levados até o objetivo desejado”.

Podemos entender que as pessoas costumam agir mediante suas

necessidades, para que essas retornem ao equilíbrio, ou seja, ao estado de

harmonia interna que existia anteriormente, para tanto utilizam mecanismos

que satisfaçam essas necessidades, sendo assim, motivação pode ser

entendida como motivos, necessidades que impulsionam a pessoa a agir e

utilizar-se de comportamentos de ações.

Entretanto, faz-se necessário a compreensão do significado da palavra

motivo para percebermos a ação de cada pessoa. Como afirma Chiavenato:

(1999, p. 88)

23

“De modo geral, motivo é tudo aquilo que impulsiona a

pessoa a agir de determinada forma, ou pelo menos, que

dá origem a um comportamento específico. Esse impulso

à ação pode ser provocado por um estímulo externo

(provindo do ambiente) e pode também ser gerado

internamente nos processos mentais do indivíduo”.

Dessa forma pode-se perceber a motivação conceituada como externa

ou extrínseca e também interna ou intrínseca, existem varias teorizações

referentes a esses conceitos, mas o foco da pesquisa basear-se-á em uma

motivação que acontece a partir de fatores internos, por acreditar que ela está

diretamente relacionada a aspectos emocionais do indivíduo.

Para entender essa colocação, exploraremos a significação de

motivação externa e em seguida seguiremos com a importância dela ser

conceituada como intrínseca.

“Deci (apud BERGAMINI, 1997, p. 45) propõe que a maioria das

pessoas parece pensar que a motivação eficaz vem de fora dos indivíduos, que

seja algo que alguém com uma habilidade especial tenha feito a outro”.

Considera-se, assim que a pessoa passa a agir de acordo com os

fatores determinantes, que recebe do ambiente onde está inserida. Porém

percebemos que essa consideração nos faz perceber um indivíduo

mecanicamente exteriorizado, pois desconsidera seu ‘mundo’ interior, suas

intencionalidades e valores pessoais, por isso ressaltamos que algumas

teorias:

“(...) não levam em conta aspectos referentes às

intenções das pessoas, mascarando, portanto, a

compreensão dos motivos pessoais e seus potencias do

comportamento, essas teorias ignoram predisposições

interiores” (BERGAMINI, 1997, p. 53).

Baseado nessa afirmativa é que consideramos a motivação como

interna ou intrínseca, pois focaliza aspectos relacionados com o que está

dentro de cada pessoa, portanto, “(...) motivação é uma força que se encontra

24

no interior de cada pessoa e que pode estar ligada a um desejo”. (BERGAMINI,

1999, p. 82). Entende-se assim, que a pessoa começa a agir por plena

satisfação em realizar alguma ação, dentro dela existe uma energia que a

incentiva a realizar determinada atividade.

Essa afirmativa leva-nos, portanto à motivação conceituada como

interna ou intrínseca por estar “(...) relacionada com o sistema de cognição do

individuo” (CHIAVENATO, 1999, p. 88).

Quando compreendemos que a motivação é algo que acontece de

dentro para fora do indivíduo, precisamos considerar que cada pessoa é

diferente da outra e tem desejos diversificados, o que pode estimular uma

pessoa poderá ser insuficiente para ativar a motivação da outra. Percebemos

com isso que a motivação:

“(...) nasce das necessidades interiores de cada indivíduo,

é uma força, uma energia que impulsiona na direção de

alguma coisa” (VERGARA apud ALMEIDA, 2007).

“Ninguém motiva a alguém (...) logo, depende de cada um

buscá-la, deixando para as organizações o papel de

proporcionar meios para satisfazer as necessidades de

seus funcionários” (SANTOS, 2007).

É importante ressaltar que essas conceituações referem-se a tentativas

de elucidar o assunto, dissemelhante da pretensão de torná-las como verdades

absolutas, sendo assim, podemos mencionar o que nos refere Zorzi (2007):

“Motivação é um motor interno de energia que às vezes está desligado, por

falta de combustível, e às vezes, acelerado, em função do “presente” que a

situação oferece”.

25

2.2 - Teorias da Motivação

Ao compreender o conceito da motivação e sua importância para o

desenvolvimento das pessoas e do ambiente de trabalho, podemos observar a

seguir suas teorias segundo autores conceituados.

A importância da Gestão de Recursos Humanos é saber interagir com

as pessoas, tratando-as como pessoas que são capazes, com habilidades,

sem desconsiderar sua personalidade, seus interesses pessoais, suas

motivações, para que assim possamos entender o comportamento humano.

As pessoas normalmente realizam suas atividades, pois estão sendo

estimuladas para isso e o que as incentivam são as necessidades, desejos de

atingirem objetivos, porém existem situações no decorrer do percurso que

podem gerar momentos de tensão e conflitos, entretanto quando solucionados,

ocasionam novos estímulos para se atingir o propósito.

Esse comportamento geralmente é demonstrado através de um modelo

cíclico que envolve motivos e causas, que levam as pessoas à ação, para

atingirem seus desejos, objetivos e assim terem novos estímulos, mas é

importante ressaltar que esse processo pode levar a pessoa a sentir-se

desconfortável e em um estado de tensão, sendo variável a cada indivíduo.

A gestão de Pessoas precisa considerar esse ciclo e estimular sua

equipe, afinal esse processo é constante e variado entre seus colaboradores.

Cada pessoa é diferente da outra, o que pode ser importante para uma pessoa

em algum momento, poderá não ser de interesse de outra, isso faz com que

observemos o comportamento de forma diferenciada em cada indivíduo.

A motivação humana é refletida através desses comportamentos. Ela

“(...) é cíclica e orientada pelas diferentes necessidades. O comportamento é

quase um processo de resolução de problema, de satisfação de necessidades,

à medida que elas vão surgindo” (CHIAVENATO, 1999, p. 91).

Podemos observar, portanto que as pessoas precisam organizar o

comportamento para alcançar satisfação e que essa depende da realização de

26

certas necessidades, tais necessidades não devem ser consideradas inertes, e

sim constantes, porquanto a motivação funciona como uma força intensa e

energética que ativará o comportamento humano para conseguir se satisfazer

e alcançar o equilíbrio. Porém quando:

“Uma necessidade rompe o estado de equilíbrio do

organismo, causando um estado de tensão, insatisfação,

desconforto e desequilíbrio. Esse estado leva o indivíduo

a um comportamento, ou ação, capaz de descarregar a

tensão ou livrá-lo do desconforto e do desequilíbrio. Se o

comportamento for eficaz, o indivíduo encontrará a

satisfação da necessidade e, portanto, a descarga da

tensão provocada por ela. Satisfeita a necessidade, o

organismo volta ao estado de equilíbrio anterior, à sua

forma de ajustamento ao ambiente” (CHIAVENATO, 1999,

p. 89 e 90).

É possível dizer que esse comportamento é chamado de Ciclo

Motivacional e dependendo das necessidades este ciclo poderá acontecer mais

rapidamente e de forma repetitiva ou suceder em um demorado espaço de

tempo ou até mesmo não se completar.

Esse ciclo pode ser percebido por suas fases: satisfação da

necessidade, frustração das necessidades e compensação das necessidades,

que se repetem e se sucedem.

A satisfação da necessidade pode ser compreendida quando o

indivíduo alivia a tensão e retorna ao seu estado de equilíbrio, pois alcançou

seu objetivo, ou seja, seu comportamento foi eficaz e o ciclo motivacional

completo.

A frustração da necessidade é totalmente oposta, pois impede que o

ciclo motivacional se complete, tornando-se bloqueado por algum fator e

fazendo com que o organismo continue tenso e em desequilíbrio perante a

insatisfação da necessidade.

27

Já a compensação da necessidade pode ser vista quando o ciclo

motivacional é bloqueado, ou seja, a necessidade não é satisfeita, mas a

pessoa encontra uma alternativa para atenuar a tensão ou diminuir a

insatisfação.

Após observarmos o modelo de ciclo motivacional, visualizaremos as

Teorias das Necessidades, as quais são consideradas mediante o

comportamento que existe na própria pessoa, sua motivação para realizar

determinada atividade é gerada pela energia que existe em seu interior.

Abraham Maslow formulou a teoria da motivação chamada Teoria da

Hierarquia das Necessidades Humanas, esta é, além da mais conhecida teoria,

um valioso modelo para a Gestão de Recursos Humanos e pode ser

visualizada através de um formato que lembra uma pirâmide, onde as

necessidades primárias estão na base e as secundárias são encontradas no

topo.

Pode ser entendida através dos níveis de necessidades, quando a

pessoa tem suas necessidades primárias satisfeitas, busca satisfazer as que

prevaleceram, as que estão em outro patamar, pois ainda não foram

realizadas.

Essa teoria é dividida em necessidades fisiológicas, necessidades de

segurança, necessidades sociais, necessidades de estima e necessidades de

auto-realização.

As necessidades fisiológicas estão relacionadas com a sobrevivência

da pessoa, são as necessidades básicas do indivíduo, como por exemplo:

fome, sede, sono, sexo e requerem uma constante e repetitiva satisfação.

Segundo Chiavenato (1997 p. 168 e 169):

“Embora comuns a todas as pessoas, elas requerem

diferentes gradações individuais para a sua satisfação.

Sua principal característica é a premência: quando

alguma dessas necessidades não está satisfeita, ela

domina a direção do comportamento (...) e o

28

comportamento da pessoa terá a finalidade de encontrar

alívio na pressão que essas necessidades produzem

sobre o organismo humano”.

As necessidades de segurança estão no segundo patamar da pirâmide

e constituem-se em encontrar proteção mediante situações de risco, essas

podem existir ou apenas ser imaginária. No ambiente organizacional, por

exemplo, existe a necessidade da pessoa sentir-se segura com seu trabalho é

preciso buscar sempre uma estabilidade.

Essas necessidades geralmente aparecem quando as necessidades

fisiológicas estão praticamente satisfeitas. No ambiente organizacional as

necessidades de segurança podem ocorrer com maior freqüente à medida que

as pessoas encontram-se dependentes da empresa para garantir a

permanência no emprego.

O bom desempenho da gestão de RH está em fornecer uma relação

gerencial consciente e coerente para não impulsionar a insegurança de seus

funcionários.

As necessidades sociais estão relacionadas com a participação da

pessoa em sociedade convivendo com outras pessoas. São “(...) necessidades

de amizade, afeto, interação e aceitação dentro do grupo e da sociedade”

(MAXIMIANO, 1997, p. 215).

Essas surgem nas pessoas quando as necessidades primárias, ou

seja, as fisiológicas e as de segurança estão relativamente satisfeitas. Em uma

gestão de RH é importante que o relacionamento interpessoal esteja bem

estruturado e que predomine uma boa interação entre as pessoas.

As necessidades de estima encontram-se nas necessidades

secundárias na parte superior da hierarquia e relaciona-se com a vontade que

a pessoa tem de se sentir aceito, reconhecido por seus méritos pelos

indivíduos que fazem parte de seu ambiente. Como afirma Chiavenato (1997,

p. 169 e 170):

29

“(...) Envolvem a auto-apreciação, a autoconfiança, a

necessidade de aprovação social e de reconhecimento,

de status, prestígios e de consideração. A satisfação

dessas necessidades conduz sentimentos de

autoconfiança, de valor, força, prestígio, poder,

capacidade e utilidade”.

As necessidades de auto-realização estão no topo da pirâmide e são

relacionadas com a total realização que a pessoa possa ter, mediante seu

potencial e desenvolvimento permanente ao percurso de sua vida.

Essa necessidade refere-se ao “(...) grande objetivo que visa atender à

mais alta aspiração do ser humano, ser ele mesmo dentro do grupo e podendo

usufruir de toda a potencialidade da qual é capaz” (BERGAMINI, 1997, p. 72).

É quando a pessoa sente-se satisfeita com o que ela realmente se tornou e

aonde chegou.

É importante ressaltar que os níveis de necessidades poderão

acontecer simultaneamente, independentes da plena satisfação de um patamar

para outro.

Outra teoria de motivação conhecida é o Modelo Contigencial de Victor

Vroom, que salienta três fatores determinantes: Expectativas, Recompensas ou

Reforços e Relações entre Expectativas e Recompensas, também conhecido

como Teoria do Aprendizado Social.

Podemos compreender as expectativas, quando dizemos “(...) que as

pessoas sentem-se motivadas a escolher um comportamento ou alternativa

que ofereça a maior chance de produzir as conseqüências desejadas”

(MILKOVICH, 2000, p. 349). Percebemos, portanto, que a ação da gestão de

RH deverá proporcionar um ambiente onde as pessoas consigam realizar suas

atividades com o desejo de assim fazê-las.

As recompensas são entendidas através dos esforços que as pessoas

utilizam para conseguir atingir seus objetivos, uma vez que moldam esse

comportamento para alcançar seus desejos.

30

Relações entre Expectativas e Recompensas são entendidas quando a

pessoa acredita que o esforço que ela exerce para realizar alguma atividade

levará a resultados positivos de recompensa. Quando esse esforço não é

recompensado a pessoa tende a não realizá-lo mais, à medida que não

percebe relação entre sua dedicação e sua satisfação.

Victor Vroom em seu modelo de expectância afirma que cada pessoa

pode optar por determinado resultado que deseja, pois a motivação parte de

seu comportamento e de sua preferência.

Quando a pessoa tem vontade de alcançar algum resultado podemos

dizer que ela tem uma valência, essa pode ser positiva ou negativa, de acordo

com os resultados que se pretende alcançar, tantos positivos quanto negativos.

Vroom determina que o intervalo entre a realização do desejo e a obtenção do

resultado chama-se instrumentalidade. Contudo podemos entender que:

“(...) desejo da pessoa (valências) para produtividade é

determinado pela soma das instrumentalidades e

valências sobre todos os resultados finais”. Assim, a

motivação de uma pessoa e seu esforço motivado

poderão influenciá-la a perceber que suas ações poderão

alterar seu nível de desempenho (CHIAVENATO, 1997, p.

175).

Outra teoria bastante conhecida é a de Frederick Herzberg realizada

para entender o comportamento que as pessoas têm em um ambiente de

trabalho e sobre fatores que podem ou não contribuir como motivadores, ou

seja, os que levam o indivíduo à satisfação e os que refletem a insatisfação.

Esta teoria é chamada de a Teoria dos Dois Fatores de Herzberg.

Esses fatores são denominados de fatores higiênicos ou

insatisfacientes e fatores motivacionais ou intrínsecos. Os fatores Higiênicos

“(...) são aqueles que são necessários para evitar a insatisfação no ambiente

de trabalho, mas por outro lado não são suficientes para provocar satisfação”

(SERRANO, 2006).

31

Apresentam-se externos ao indivíduo, fora de seu controle e são

relacionados com as condições de trabalho, tanto físicas, estruturais, quanto de

clima organizacional e benefícios recebidos.

Os fatores motivacionais estão diretamente ligados com as pessoas,

por isso, são chamados de fatores satisfacientes, pois se relacionam com o

trabalho que as elas executam, seus sentimentos em realizar as atividades, o

reconhecimento recebido e sua realização pessoal.

Em um ambiente de trabalho é importante que exista uma constante

motivação para que as pessoas sintam-se satisfeitas e procurem desenvolver-

se pessoal e profissionalmente.

Contrapondo as idéias de Maslow, no que se refere aos níveis de

necessidades surgirem da base para o topo, podemos encontrar a abordagem

de ERC de Clayton Alderfer (BOWDITCH, 1992, p. 42) que partindo da teoria

de Maslow validou sua pesquisa sobre o comportamento motivacional em três

fatores: necessidades de existência, necessidades de relacionamento e

necessidades de crescimento. Para Alderfer essas necessidades poderiam

acontecer simultaneamente não sendo preciso uma ordem hierárquica.

As necessidades de existência podem ser entendidas como os

aspectos básicos de sobrevivência e de conforto que a pessoa precisa para

viver. As necessidades de relacionamento condizem com a necessidade que a

pessoa tem de estar integrado a um convívio social, de interar-se com as

outras pessoas e a necessidade de crescimento refere-se à auto-realização, o

crescimento profissional e pessoal do indivíduo.

David McClelland em sua Teoria das Necessidades Adquiridas,

destacou três necessidades secundárias que uma pessoa adquire mediante

seu convívio social, geralmente uma necessidade prevalece sobre a outra. São

elas: realização, afiliação e poder.

“Pessoas motivadas por realização são orientadas para

tarefas, procuram continuadamente a excelência,

apreciam desafios significativos e satisfazem-se ao

completá-los, determinam metas realistas e monitoram

32

seu progresso em direção a elas. Indivíduos motivados

por afiliação desejam estabelecer e desenvolver

relacionamentos pessoais próximos e pertencer a grupos,

cultivam a cordialidade e afeto em suas relações, estimam

o trabalho em equipe mais do que o individual.

Finalmente, aqueles motivados pelo poder apreciam

exercer influência sobre as decisões e comportamentos

dos outros, fazendo com que as pessoas atuem de uma

maneira diferente do convencional, utilizando-se da

dominação (poder institucional) ou do carisma (poder

pessoal)” (COELHO, 2004).

A mais recente teoria é a de Mihaly Csikszentmihalyi, que se baseia na

motivação como estado de espírito, chamada de Teoria do Fluxo. Essa teoria

parte do princípio de que:

"Quando uma pessoa age porque seu comportamento é

motivado pelo prazer que ela encontra nesse

comportamento em si, ela aumenta sua autoconfiança,

contentamento, e sentimento de solidariedade com os

outros; se o comportamento é motivado por pressões ou

recompensas externas, ela pode experimentar

insegurança, frustração, e certo senso de alienação"

(MORENO, 2007).

O que pode ser percebido com essa teoria é que as pessoas precisam

buscar algo que as façam sentir satisfação pessoal, motivação para realizar

alguma atividade, é necessário a elas o controle de suas próprias vidas para

que não se deixem levar pelo “stress” que o mundo as proporciona.

A gestão de RH poderá contribuir para esse fim proporcionando

atividades que desenvolvam as habilidades e competências de seus

colaboradores e os façam sentir comprometidos com a empresa, de forma a

obter plenamente a satisfação.

33

CAPÍTULO III

MOTIVAÇÃO NA GESTÃO DE PESSOAS

“Há uma tênue distinção entre a motivação e a

manipulação, entre a participação e o engodo, entre o

estabelecimento de metas e a coação. Cremos que a

ética precisa ser lembrada!”

Neste capítulo faz-se necessário ressaltar a importância da Gestão de

Pessoas. Para descrevermos um ambiente de gestão de RH com pessoas

motivadas é preciso antes de tudo entender que são estas pessoas que fazem

o diferencial de uma organização, sendo assim, o maior capital que uma

empresa pode ter.

A empresa é constituída por profissionais que desempenham

diversificadas atividades, visando contribuir para o crescimento,

desenvolvimento e sustentabilidade da organização. Esses profissionais são as

pessoas de que tanto dependem as instituições, fazendo assim parte do

quadro de profissionais da empresa suas atividades são indispensáveis para o

progresso da organização.

Ao entendermos essa concepção partimos do pressuposto de que uma

gestão de pessoas excelente necessita lidar com seus colaboradores de forma

a fazê-los sentir satisfação em suas atividades desempenhadas, pois o

indivíduo satisfeito rende mais em suas tarefas.

Essas pessoas precisam ser impulsionadas a realizar seu trabalho com

ações que as incentivem, empolguem, com atividades que sejam desafiadoras,

despertem processos de criatividade, inovações, criações e crescimento, que

façam com que as pessoas depositem toda sua energia e interesse para

vencer os desafios cotidianos de suas atividades.

34

A pessoa despertará esses procedimentos quando alguns fatores

necessários contribuam para ativar o mecanismo que a pessoa trás dentro de

si, o qual é capaz de desencadear a motivação.

O que podemos perceber é que não são apenas fatores associados a

rendimento, materialização, como remuneração adequada, benefícios, auxílios,

ou premiações, como, por exemplo: viagens ou cursos de aperfeiçoamento que

incentivam as pessoas e fazem com que essas se sintam bem.

O simples fato de a pessoa receber um elogio pode promover um

processo de motivação, fazendo com que a ela fique feliz para desempenhar

suas atividades, pois sentirá que sua determinação e vontade em realizar seu

trabalho, foram levadas em consideração, houve um reconhecimento, seu

esforço foi percebido pelo gestor, isso fará com que tenha mais satisfação e

conseqüentemente melhor desempenho de suas atividades.

Compreendemos assim, que a pessoa traz dentro de si a vontade de

realizar alguma atividade e que precisa ‘ligar o mecanismo’ que faz com que

ela a realize. Essa ligação relaciona-se ao estímulo, ao incentivo fornecido por

sua liderança.

Quando nos referimos aos incentivos que a liderança usará, faz-se

necessário mencionar qual modelo de liderança deverá ser utilizado na

organização, pois é fundamental que exista na empresa líder comprometido e

que valorize sua equipe, transformando um ambiente competitivo em agravável

para se trabalhar.

Faz-se necessário que esse líder “(...) desenvolva, estimule, proponha

desafios, seja justo, dê feedback eficiente e constante, forneça propósitos,

direção e foco a seus liderados (...)” (FAGUNDES, 2007). Com uma liderança

que valorize aspectos como esses é possível considerar a utilização de

estímulos a seus colaboradores, fazendo-os acionar o mecanismo de

motivação.

A gestão de RH precisa ativar esse mecanismo, utilizando-se de

recursos e argumentos para que as pessoas desencadeiem ações a fim de

atingirem objetivos.

35

Quando nos referimos a recursos podemos dizer que estes estão

relacionados à higiene do trabalho, ou seja, as condições físicas e materiais

que os ambientes proporcionam para a saúde e bem-estar de seus

colaboradores. Para tanto citamos Chiavenato (2005, p. 430):

“(...) um ambiente saudável de trabalho deve envolver

condições ambientais físicas que atuem positivamente

sobre todos os órgãos dos sentidos humanos – como

visão, audição, tato, olfato e paladar. Do ponto de vista de

saúde mental, o ambiente de trabalho deve envolver

condições psicológicas e sociológicas saudades e que

atuem positivamente sobre o comportamento das

pessoas evitando impactos emocionais, como o estresse”.

Compreendemos que cabe a gestão de RH fornecer meios para que a

pessoa possa trabalhar em um ambiente propício para seu bem-estar, com

instalações, maquinário, ferramentas, equipamentos adequadas, um ambiente

onde tenha ventilação, temperatura, iluminação apropriada, ou seja, onde a

infra-estrutura esteja adequada para realização do trabalho das pessoas, pois

todo o funcionamento da organização depende delas.

Quando nos reportamos a argumentos, podemos mencionar a

comunicação que deverá existir entre gestor e colaborador. Deve-se perceber a

importância da política de portas abertas, uma vez que forneçam realmente

acesso à sua equipe, pois quando a gestão se torna disponível

comunicativamente seus funcionários sentem-se seguros e sabem que suas

opiniões serão aceitas e percebe uma horizontalização ao invés de uma

verticalização no acesso a sua gestão.

A gestão de RH deve demonstrar que não existe, portanto um patamar

de diferenciação evidente que separe seus colaboradores, como se fossem

inferiores. Todos fazem parte da empresa com direitos reconhecidos, ou seja,

por mais técnica ou operacional que seja a função de seus trabalhadores esses

serão ouvidos e respeitados da mesma maneira que outros profissionais que

exerçam função gerencial ou algo assim.

36

Dessa forma os empregados sabem que terão acesso direto a seus

líderes e que esses passarão informações e experiências necessárias para o

seu desenvolvimento e crescimento profissional e tornar-se-ão motivados,

satisfeitos em fazer parte da equipe.

Além disso, mencionamos a importância da assistência ao colaborador.

O gestor precisa dar apoio às necessidades dos trabalhadores para que esses

estejam cooperando com os ideais da empresa. O colaborador precisa saber

que poderá contar com sua liderança tanto para resoluções de problemas

como para sugestões de aprimoramento.

Mais do que um ambiente de trabalho adequado e apoio as suas

necessidades a pessoa precisa se sentir reconhecida, valorizada por sua

gestão de RH. O colaborador precisa sentir que faz parte integrante do

processo da empresa, que suas ações, habilidades, competências,

conhecimentos, seus esforços são de extrema importância para o

desenvolvimento da organização. Para que o reconhecimento aconteça a

gestão de pessoas deve estar embasada em:

“(...) praticar um processo de comunicação interativo entre

empresa e seus empregados, fortalecendo as relações de

trabalho. Ouvir e emitir o feedback, para que as pessoas

saibam como estão realizando suas atividades e assim,

possam compreender a sua importância para a

organização. Propiciar um agradável ambiente de

trabalho com respeito mútuo” (ALVES, 2005).

Esse processo é fundamental, pois quando a pessoa sente que está

sendo reconhecida e percebe valorização por parte de seus gestores torna-se

motivada para realizar suas atividades.

É com um gestor que exerça sua função de líder, desassociando-se de

uma visão autocrática, autoritária e hierarquizada, para a de parceiro,

participativo, interelacional, que proporcione troca de informações e

experiências, valorizando a iniciativa, incentivando a sugestão e o esforço de

seus colaboradores é que a equipe precisa contar.

37

Esse líder precisa sentir-se mais um em sua equipe e não o detentor

do conhecimento. Necessita reconhecer o valor que cada pessoa tem de

primordial para a realização de suas atividades e sustentabilidade do progresso

da empresa.

“O legítimo líder é o que motiva, reconhece este esforço

e faz questão de mostrar que o mérito não é só seu, e

sim, da sua equipe, pois toda e qualquer meta é

alcançada a partir de um trabalho realizado em grupo”

(FAGUNDES, 2007).

A gestão de pessoas precisa também se preocupar com a qualidade de

vida nas organizações uma vez que essa pode ser entendida como o “(...)

modo seguro para contribuir no resgate do sentido humano do trabalho nosso

de cada dia” (FERREIRA apud BISPO, 2007).

Ao trabalharmos com pessoas faz-se necessário levar em

consideração que todas as suas ações são mediadas por processos que

envolvem um certo grau de complexidade, à medida que estão relacionados a

seres humanos com aspectos psicológicos, emocionais, racionais, os quais

regem todos os seus comportamentos, influenciando suas decisões,

pensamentos e iniciativas.

A gestão de pessoas não pode esquecer-se de que lida com pessoas

pensantes, capazes de formular qualquer codificação a respeito de suas

atividades, pois diferencialmente de uma máquina são seres humanos dotados

de compreensão, atitudes, sociáveis e inteligentes.

Essa gestão precisa proporcionar a essas pessoas condições de se

desenvolverem e se satisfazerem em suas atividades. Quando um colaborador

encontra condições apropriadas de realizar suas atividades, sente-se

reconhecido, valorizado, conta com total apoio, comunicabilidade de sua

liderança e está feliz com seu trabalho, ele obtém um equilíbrio entre sua vida

pessoal e profissional, equilíbrio esse necessário para alcançar a qualidade de

vida.

38

A qualidade de vida está relacionada com mudanças de atitudes, tais

que contribuam para alteração de um estilo de vida, sendo assim a motivação

proporciona essa modificação contribuindo para o estabelecimento da conduta

diferenciada do indivíduo, conduta essa que pode ser esclarecida através de

sua satisfação em realizar com prazer determinada atividade, à medida que

percebe em sua gestão total interesse por seu crescimento.

A gestão de pessoas em busca da qualidade de vida de seus

colaboradores necessita investir em ações e na “(...) criação de ambientes que

promovam a Saúde Ótima, definida como o equilíbrio entre o físico, o social, o

emocional, o espiritual e o intelectual da saúde". (FORTUNATO, 2004)

Essa “Saúde Ótima” refere-se ao empreendimento que a gestão de

pessoas deverá fazer para obter a qualidade de vida organizacional em sua

equipe e isso dependerá do grau de estimulação trabalhado com seus

colaboradores, a fim de estabelecer o equilíbrio e satisfação.

A gestão de RH tem enorme influência em todos os aspectos da vida

dos seus trabalhadores, pois lida com pessoas e não pode esquecer-se de que

precisa agir com ética e respeito para com seus colaboradores.

Agir com ética e respeito traduzem todas as nossas relações sociais,

tanto com clientes internos quanto externos, refere-se a nossa vida em

sociedade. Esses princípios devem fazer parte da cultura organizacional e está

evidenciado também no clima e na conduta de cada integrante da empresa.

Todas essas considerações anteriores desencadeiam a motivação nas

pessoas e é com uma gestão estimuladora que as empresas precisam contar

para terem sucesso e gerar qualidade de vida.

Torna-se inadmissível pensar atualmente em empresas dissociadas

das pessoas e tampouco se deve imaginar que essas pessoas são apenas

recursos humanos, mão de obra para a realização de atividades, é impossível

desassociar as pessoas de seus sentimentos, sua psique, seu comportamento

e personalidade.

39

Como também se torna impossível no mundo de negócios em que

vivemos pensar em uma gestão de pessoas desinteressada em fornecer meios

de incentivos que ativem a motivação de sua equipe para que assim busquem

a qualidade das ações profissionais.

40

CONCLUSÃO

Ao analisarmos as considerações anteriores podemos perceber que a

Gestão de RH precisa passar por grandes mudanças, não apenas na

nomenclatura de Gestão de RH para Gestão de / ou com Pessoas, porém em

suas ações.

Percebemos que essas transformações já começaram a acontecer, à

medida que ultrapassamos a Era da Revolução Industrial e Matricial, em que

se pensava o trabalhador como apenas mão-de-obra lucrativa e passamos a

visualizá-lo como chave do sucesso e da qualidade organizacional.

Entendemos que ainda existem muitos procedimentos a tomar, como

todo processo de mudança demanda tempo, temos que considerar que

transformar anos de práticas não será tarefa facilmente empregada, uma vez

que quebrar paradigmas depende intimamente de entendimento e aceitação

das pessoas envolvidas no processo.

Entretanto a Gestão de Pessoas tem aceitado essas modificações e

começado a mudar seu ambiente de trabalho, tornando-o mais horizontalizado,

do que verticalizado, menos competitivo para mais desafiador, menos matricial

para mais humano, trazendo essa visão mais humanística em que as pessoas

precisam ser valorizadas e trabalhar onde existam condições humanas,

respeito à suas considerações e sendo vistas como ‘elementos vivos’.

Essas modificações fazem com que percebamos a importância que a

Gestão de Pessoas visualizou em seus colaboradores, sabendo que desses

dependerá toda organização.

Visto que não adianta pensar em Gestão de Pessoas sem pessoas e

como também se torna impossível considerar pessoas sem visualizar e

transportar-se a seu aspecto intrínseco, sem dar importância a essas pessoas

como pessoas pensantes, com capacidades, habilidades, conhecimento, como

seres humanos que por sua complexidade são capazes de contribuir para o

41

crescimento, desenvolvimento, progresso, sustentabilidade e sucesso da

empresa.

Ao considerarmos uma Gestão de Pessoas que tenha como princípio

ativo seus colaboradores como pessoas ‘vivas’ é que propomos a motivação

para valorizar, desenvolver, considerar, estabelecer relacionamento, ambiente

agradável entre gestor-colaborador e colaborador-gestor e vivificar processos

internos de trabalho.

Ao entendermos que a motivação necessita fazer parte integral das

ações da Gestão de Pessoas é que compreendemos o quanto precisamos

ainda de inovação em nossas atitudes, pois torna-se necessário o

conhecimento, a aceitação, implantação e implementação de ações

motivacionais na área mencionada.

Torna-se necessário saber o real significado de motivação, entender e

conhecer suas diversas teorizações, estabelecendo relação com elas, à ponto

de desejar investir em procedimentos motivacionais com seus colaboradores,

para assim realizar o que mais importará para seus clientes internos e também

externos: um tratamento digno, agradável, que vitalize, revigore, respeite,

entenda, aceite, valorize, que proporcione à criatividade, à satisfação, à

realização pessoal, a qualidade nas organizações e a qualidade de vida.

Portanto, precisará desenvolver a motivação, utilizando-se de ações

que contribuam para que seus funcionários estejam felizes, satisfeitos e assim

colaborem significativamente para que a empresa tenha qualidade em suas

atividades, crescimento e sucesso, através de pessoas motivadas e com

qualidade de vida.

Assim podemos concluir que para uma Gestão de Pessoas ser

excelente precisará ter como base a motivação em seus processos de

atividades, utilizando-se de embasamentos teóricos e práticas que contribuam

para o desenvolvimento da satisfação de seus colaboradores, visando assim,

promover a qualidade de vida organizacional e a realização pessoal de seus

trabalhadores.

42

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50

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

(GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS)

1.1 - O Conceito de Gestão de RH 11

1.2 - Os Ambientes da Gestão de RH 15

1.3 - Evolução da Gestão de RH 17

CAPÍTULO II

(ASPECTOS MOTIVACIONAIS) 1.1 - O Conceito de Motivação 21

1.2 - Teorias da Motivação 25

CAPÍTULO III

(MOTIVAÇÃO NA GESTÃO DE PESSOAS) 33

CONCLUSÃO 40

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 42

BIBLIOGRAFIA CITADA 46

ÍNDICE 50

51

ATIVIDADES CULTURAIS

52

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Universidade Candido Mendes – Instituto A Vez do

Mestre.

Título da Monografia: Motivação: Base Para Excelência em Gestão de

Pessoas.

Autora: Juliane Ribas Neves

Data da entrega: 23/01/2008

Avaliado por: Maria da Conceição Maggioni Poppe

Conceito: