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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
O teatro como forma de treinamento e aperfeiçoamento no
aprendizado e melhoramento das funções
Por: Felipe Boletta
Orientadora
Profª. Maria Esther
Niterói - RJ
2007
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
O TEATRO COMO FORMA DE TREINAMENTO E
APERFEIÇOAMENTO NO APRENDIZADO E MELHORAMENTO
DAS FUNÇÕES
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Gestão de
Recursos Humanos
Por: . Felipe Boletta.
3
AGRADECIMENTOS
....a minha família, meus amigos que
me acompanharam todos esses
sábados, e meus colegas de
trabalho......
4
DEDICATÓRIA
.....a minha Mãe, Glória educadora,
incentivadora e guia, ao meu Pai, meus
irmãos Gustavo e Tarcísio, ao amigo
Victor Ribeiro de Lima, irmão fiel e
companheiro, Rafael Figueiredo, Thiago
(Sasha), Pedro Cavalcante, Ronaldo
Lopes, Juliana Itaborahy, Rogério Nóboa
Jr. e Ana Paula Pages, afilhados que amo
muito .......
5
RESUMO
Trazer cultura artística para a empresa é um desafio que qualquer
Administrador deveria tentar superar, ainda mais quando o surgimento dessa
cultura possibilita ao administrador criar uma forma de treinamento mais eficaz
e objetiva para a empresa.Traremos para esse trabalho, uma forma de
treinamento que já é utilizada em várias empresas e trará benefícios tanto para
o profissional de Recursos Humanos quanto para os candidatos a determinado
cargos. É mostrado como colocar a o conhecimento teatral e como enraizar
esse conhecimento entre os funcionários das empresas, para que seus
treinamentos sejam feitos baseados nessa ferramenta.
Traremos soluções para que eles não pré-conceituem esse forma de
expressão artística tão agradável e incentivaremos os mesmos a serem
treinados por essa ferramenta.
Casos de sucesso apresentado em universidades, empresas e até em
programas de TV mostram o quão importante é o uso da simulação de cargos
através do teatro.
O treinamento de um funcionário para o cargo de analista de suporte
na empresa Alterdata é minuciosamente detalhado e mostrado através de uma
simulação na qual são observadas e diagnosticadas as falhas e prós que a
rotina de uma analista pode ter.
Finalizando traremos em nossa conclusão que a importância da
inclusão da arte cênica nas técnicas de treinamento da organização, trará além
de uma cultura vasta e conhecimento teatral rico, a empresa terá uma forma
de treinamento objetiva, de pouco custo e de grande aproveitamento por todos
que irão participar desse processo.
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METODOLOGIA
Como método para elaboração deste trabalho, foi utilizado a experiência
prática de alunos de Administração da Universidade Serra dos Órgãos
(UNIFESO), na apresentação de uma sket teatral na qual foi apresentada a
teoria japonesas dos 5 (cinco) S’s.
Será também trazido como informação o FeedBack de quem participou
da experiências de ter aprendido uma teoria administrativa apresentada em
forma de apresentação teatral
Comparamos também a o livro “Iniciação ao Teatro” de Sábato Magaldi
e como suas teorias podem ser aplicada como treinamento nas organizações.
Utilizaremos também o estudo de caso na apresentação teatro de um
grupo de teatro dentro da empresa Alterdata, no qual os cargos foram
satirizados, trazendo um questionamento de como as funções estão sendo
administradas dentro da empresa.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - Aplicando o teatro na cultura da empresa 10
CAPÍTULO II - No treinamento de Funções 16
CAPÍTULO III – Recrutando através do teatro 24
CONCLUSÃO 28
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 37
BIBLIOGRAFIA CITADA (opcional) 39
ANEXOS 29
ÍNDICE 40
FOLHA DE AVALIAÇÃO 41
8
INTRODUÇÃO
O teatro como forma de expressão artística é imprescindível em um
mundo no qual a cultura se torna mais escassa, uma das formas de difundir e
aumentar a freqüências nas salas e nos auditórios é fazer com que o público
possa conhecer o teatro em seu dia a dia. Em sua definição de teatro Sábato
Magaldi diz:
“A etimologia grega de teatro dá ao vocábulo o sentido
de miradouro, lugar de onde se vê. O edifício autônomo,
de fins idênticos àquele que se chama hoje teatro, se
denominava odeion, auditório. Na terminologia dos
logradouros cênicos da Grécia, teatron correspondia a
platéia, anteposta à orquestra e envolvendo-a como três
lados de um trapézio ou um semicírculo.”(MAGALDI, S/D,
p. 07)
Acima de tudo, o treinamento de funcionários através do teatro pode
ser tornar além de uma dinâmica de grupo, uma forma de incentivar os
funcionários a prestigiar essa forma de arte.
Como fazer com que o teatro se torne uma forma de treinamento e
transforme-se em técnica para analisar prós e contras na rotina de uma
função? O ideal seria verificarmos primeiro por o teatro é uma das formas de
expressão artística mais agradáveis e mais populares que existem. Umas das
razões para isso é a sua simplicidade, o teatro é simples e barato de ser
criado, uma peça não tem limites para atores e dessa forma pode ser
facilmente produzida, textos de qualquer autoria, podem ser adaptados
simplesmente, transformando narrações em diálogos. A improvisação é uma
9
chave para o sucesso do teatro, pois nesse momento é testada a inteligência,
velocidade e versatilidade de quem está atuando na peça.
Todas essas qualidades podem ser vistas em somente alguns minutos
de apresentação de um tema proposto, o que proporciona a equipe de RH,
uma agradável forma de se praticar uma dinâmica de grupo. Respondendo a
pergunta supra, podemos dizer que através do teatro podemos verificar as
rotinas de uma função e perceber melhor o que pode está acontecendo de
errado pois a simulação, é uma amostra do cotidiano daquele cargo, através
também da visualização das rotinas sendo visualizadas e observadas
detalhadamente por espectadores que podem ser a equipe de treinamento, a
cúpula da empresa ou até os outros funcionários, que podem opinar e achar o
que se pode fazer para melhorar o desempenho da função.
Com o teatro podemos melhorar uma forma de treinamento. Definido
por Stephen P. Robbins (2002) o treinamento é de suma importância para a
empresa:
“A maioria das organizações encoraja, ou até exige, que
os funcionários se submetam a treinamentos para manter
suas atuais qualificações. Os programas formais de
treinamento ensinam aos funcionários as práticas de
trabalho desejadas e, com isso, moldam o
comportamento deles no trabalho”.(ROBBIN, 2002, p.
146)
Analisar as falhas na rotina de um determinado cargo, pois é através
da observação dos “atores/funcionários” que podemos visualizar o que eles
podem estar fazendo de errado e otimizar a rotina de uma função.
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CAPÍTULO I
NO TREINAMENTO
É de conhecimento comum a importância do teatro em nosso dia a dia,
mas pensamos muito pouco em teatro quando estamos trabalhando em nosso
escritório ou em nossos galpões industriais, o grande problema em passar a
importância do teatro para os funcionários ou operários é que por muitas vezes
o teatro é visto como uma forma de expressão na qual as pessoas se
envergonham em praticar, dificultando com que os funcionários participem do
processo de criação
Uma das formas de convencer os funcionários é aos poucos introduzir
em seu cotidiano um conhecimento teatral e mostrando o quão é interessante
essa forma de expressão artística, passar a sortear ingressos para que os
funcionários compareçam a espetáculos teatrais é um bom começo para quem
quer iniciar a prática dessa modalidade na empresa.
Comparecendo ao teatro, os funcionários irão se acostumar com essa
ambientação e irão perceber que a prática teatral não é um idéia muito
distante e também não é tão difícil praticar.
Uma outra forma de fazer com que os funcionários podem se
ambientar com a arte seria promover excursões para peças teatrais, indo em
conjunto os funcionário poderão debater entre si, e relembrar cenas
apresentadas, isso torna o conhecimento cultural mais rico e proveitoso.
Conviver com pessoas do meio artístico também pode estimular os
funcionários a procurar se informar e pode demonstrar interesse dos mesmos
para enriquecer seu conhecimento no meio.
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1.1 – Dentro das Empresas
Na Alterdata, empresa voltada ao ramo de informática, alguns
funcionários que eram atores e tinham seus grupos de teatro, que
apresentavam esporadicamente, espetáculos teatrais, e faziam shows de
mágica, animação infantil e teatro de rua, convidavam seu colegas de trabalho
a participar e esses, por sua vez convidavam outros colegas que os estimulava
a presença a esses eventos, o interessante disso, é que os colegas
convidados, cobravam posteriormente aos funcionários/atores, mais eventos e
mais espetáculos, o que provava que estavam estimulados a presenciar mais
eventos.
Hoje, como forma de transmitir conhecimento teatral, melhorar o
trabalho em equipe, e disseminar conhecimento entre os funcionários, as
empresas incentivam os funcionários, como por exemplo a MASA, empresa
que produz peças plásticas localizada em Manaus – AM, citada na Revista
EXAME/Você S/A - Ranking das 150 melhores empresas para se trabalhar de
2006; a empresa tem um grupo de teatro com os funcionários que levam lição
e diversão para crianças carentes. Esse tipo de trabalho além de compensador
no lado social e humano, traz para dentro da empresa o conhecimento artístico
necessário para desencadear um processo artístico cultural dentro da
empresa.
É muito interessante como esse processo pode ser facilmente se
tornando um costume dentro das organizações, basta uma ou duas
apresentações dentro da empresa que os próprios funcionários já cobram dos
atores/funcionários/produtores a próxima peça de teatro, assim como
aconteceu na Alterdata, onde os colegas de trabalho já perguntavam ansiosos
aos seus colegas de trabalho quando seria a próxima apresentação. Isso cria
uma cadeia de compromisso e um hábito ricamente saudável dentro da
organização.
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1.2 – Atraindo os funcionários
Uma das forma de poder começar a incentivar os funcionários a
participar de encenações, é trazendo grupos de fora para apresentações em
datas especiais da empresa, festas de final de ano, aniversário da empresa,
reuniões, convenções e durante a apresentação sugerir a participação de um
funcionário que, do ponto de vista dos colegas de trabalho, seria uma pessoa
extrovertida ou com “veias artísticas”, a idéia de se começar uma trabalho
entre os funcionários da empresa pode começar daí, onde na participação em
um trabalho de um grupo externo, uma empolgante idéia de montar grupo de
teatro pode surgir.
Casos de sucesso aconteceram na UNIFESO, onde alunos do 7º
período do Curso de Administração de Empresas, convidados pela professora
de Ética Profissional, foram convidados a participar de uma peça de teatro
adaptada de um conto que passava o conteúdo da matéria, o sucesso da
apresentação foi tamanho que logo depois outras turmas quiseram criar as
suas peças de teatro, dessa forma passando um conhecimento através da
apresentação de skets teatrais.
A apresentação de skets teatrais se tornou uma tradição e hoje faz
parte da grade curricular informal da UNIFESO, onde os alunos preparam
skets teatrais para serem apresentados em eventos como a Semana do
Administrador, eventos que ocorrem no mês de outubro onde trabalhos,
apresentações voltados ao tema da Administração são ministrados pelos
alunos.
1.3 – Apresentação da Teoria dos 5 S’s
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Um caso interessante foi com alunos de vários períodos do curso de
Administração que se organizaram com o Professor Wanderlei de ministra a
disciplina de Administração da Qualidade, e montaram uma peça para mostrar
a teoria japonesa dos 5 S’s Teoria que mostra através de simples atitudes
tomadas dentro da empresa, é possível tornar o ambiente de trabalho mais
agradável e produtivo, definido na Wikipédia, a enciclopédia digital:
“O "Programa 5S" foi concebido por Kaoru Ishikawa em
1950, no Japão do pós-guerra, provavelmente inspirado
na necessidade, que havia então, de colocar ordem na
grande confusão a que ficou reduzido o país após sua
derrota para as forças aliadas. O Programa demonstrou
ser tão eficaz enquanto reorganizador das empresas e da
própria economia japonesa que, até hoje, é considerado o
principal instrumento de gestão da qualidade e
produtividade utilizado naquele país.Foi desenvolvido com
o objetivo de transformar o ambiente das organizações e
a atitude das pessoas, melhorando a qualidade de vida
dos funcionários, diminuindo desperdícios, reduzindo
custos e aumentando a produtividade das instituições.O
Programa 5S e um pré-requisito para qualquer programa
de Gestão da Qualidade Total. O 5S foca o ambiente de
trabalho da organização, simplificando-o e reduzindo o
desperdício, melhorando os aspectos de qualidade e
segurança. Não há esperança de eficiência ou melhora
de qualidade em um ambiente sujo e desorganizado onde
impera a má administração do tempo e o desperdício. O
Programa 5S é originário do Japão e refere-se na
realidade a cinco letras iniciais de palavras Japonesas
Seiri- DESCARTE: Separar o necessário do
desnecessário.
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Seiton- ARRUMAÇÃO: Colocar cada coisa em seu devido
lugar.
Seisso- LIMPEZA: Limpar e cuidar do ambiente de
trabalho.
Seiketsu- SAÚDE: Tornar saudável o ambiente de
trabalho.
Shitsuke- DISCIPLINA: Rotinizar e padronizar a aplicação
dos "S" anteriores.”
O texto conta a historia de três funcionários de uma empresa que
assistem a uma palestra falando sobre a teoria e decidem aplicar em sua
empresa e percebem que tem dificuldades de implantação, mesmo porque um
dos três personagem que recebe o nome de EDU KONTRA, coloca várias
barreiras para a implantação do programa de qualidade.
A receptividade por parte dos alunos que prestigiaram a peça foi muito
boa, e a peça que foi apresentada em paralelo com outras palestras e
apresentações, teve quorum bem significativo.
A apresentação foi feita por uma equipe de 7 pessoas, sendo 3 atores,
dois contra regras, um iluminador e 1 diretor. Um trabalho ensaiado em uma
manhã de domingo, mas as técnicas de improvisação passadas pelo diretor,
fez com que os alunos se sentissem seguros no texto e pudessem passar a
platéia não uma teoria tirada dos livros, mas uma teoria compreendida pelos
alunos e passada para a platéia conforme entendimento deles, ficando uma
apresentação natural e agradável de ser vista.
Os alunos dessa apresentação nunca tiveram experiência teatral
anterior, e mostraram facilidade nas marcações de cena e passagem de texto.
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Logicamente, algumas técnicas como dicção, expressão corporal e
facial, não foram plenamente utilizadas, mas pelo curto prazo de tempo, o
trabalho tomou proporções que nem o próprio elenco acreditava.
O retorno por parte da platéia foi muito interessante, pois alguns
alunos que apresentavam dificuldade de aprender a teoria, absorveram a
informação na forma que cena que foi apresentada.
1.4 – A cultura enraizada
Depois dessa cultura implantada, alguns alunos têm dedicado
trabalhos de conclusão de curso somente a esse tema, monografias falando
sobre teatro, dança e cultura em geral, já são um lugar comum dentro da
universidade, onde alunos debatem formas de como melhorar a cultura no
município de Teresópolis, cidade berço da instituição, como fazer com que o
patrocínio chegue a esse tipo de projeto e como viabilizar cultura para as
comunidades mais carentes.
Hoje o teatro é utilizado como forma de expressão não só em
universidades com a finalidade de passar conhecimento acadêmico, mas
também como forma de passar o conhecimento religioso, pois várias igrejas
apresentam teatro como forma de evangelização, seguindo exemplo de José
de Anchieta que quando chegou ao Brasil, catequizou os índios.
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CAPÍTULO II
NO TREINAMENTO DE FUNÇÕES
Para começar o trabalho de treinamento aplicando o teatro, deve se
deixar bem claro com o funcionário o objetivo do trabalho aplicado, pois feito
de maneira incorreta, o processo pode ficar completamente prejudicado e não
surtir o efeito desejado pela equipe de treinamento. Sendo assim, o
treinamento deve ser feito de maneira séria e atenciosa, proporcionando
ambiente de bem estar para todos que participam do projeto.
Em sua definição de ator Magaldi diz que:
“Considera-se o ator um instrumentista que usa como
instrumento o próprio corpo. Voz, expressão, autoridade
cênica – tudo ele conjuga, para alimentar o público. Uma
vocação inata para o palco lhe é indispensável, sob pena
de não convencer a respeito da autenticidade daquilo que
transmite. Seu ponto de partida, sem dúvida, é o texto, a
personagem que lhe cabe encarnar na peça, Essa
relação fundamenta os estudos que têm sido feitos sobre
o desempenho.” (MAGALDI, p. 24)
Partidos dessa consideração, devem tratar com respeito os
funcionários, e preparando-os para o desempenho dos papéis.
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2.1 – Treinando a Função de Analista de Suporte
“Aptidões Interpessoais e para a resolução de problemas
podem ser mais bem aprendidas por meio de exercícios
de simulação, tais como estudos de casos, exercícios de
vivência, interpretação de papéis e sessões de interação
grupal. Modelos informatizados complexos, como os
utilizados peãs companhias aéreas no treinamento de
piloto, são outro tipo de exercício de simulação, que
nesse caso. É utilizado para ensinar aptidões técnicas. O
mesmo acontece com o treinamento específico a
distância, no qual os funcionários aprendem sobre seus
cargos no mesmo equipamento que estarão utilizando,
com a diferença que o treinamento é realizado longe do
local efetivo de trabalho. (ROBBINS, 2002, p. 245)
Assim disse, Robbins (2002) em sua definição para treinamento fora
do trabalho, ou seja:
“... há uma série de métodos de treinamento fora do
trabalho que os gerentes, podem desejar tornar
acessíveis aos funcionários. Os mais populares são
palestras vídeos e exercícios de simulação.”(ROBBINS,
2002, 245)
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Partindo desse princípio, vamos a simulação de um cargo, como por
exemplo o cargo de analista de suporte da empresa de informática Alterdata,
situada em Teresópolis, em seu site define-se como.:
“A Alterdata é uma software house dedicada ao
desenvolvimento de soluções empresariais. Posiciona-se
no mercado como uma das maiores empresas em sua
área de atuação (sistemas de gestão empresarial ERP -
CRM, automação contábil, automação comercial,
automação de rede de lojas, automação imobiliária,
sistema de controle de acesso de funcionários (Ponto
Eletrônico), e gestão hospitalar)”
É estudada a rotina de atendimento de um analista, do momento que é
atendido um cliente até o momento em que o problema é solucionado e o
telefone desliga.
No inicio do atendimento, é questionado ao cliente seu código junto a
empresa, nesse mesmo momento o código é digitado em um programa de
CRM Costumer Relationship Management, que em sua definição da
enciclopédia virtual Wikipédia diz:
“CRM é o acrônimo da frase em inglês Customer
Relationship Management, expressão que pode ser
traduzida para a língua portuguesa como Gestão de
Relação com o Cliente (Gerenciamento de
Relacionamento com o Cliente, em português do Brasil).
O termo CRM foi criado para definir toda uma classe de
ferramentas que automatizam as funções de contato com
o cliente, essas ferramentas compreendem sistemas
informatizados e fundamentalmente uma mudança de
atitude corporativa, que objetiva ajudar as companhias a
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criar e manter um bom relacionamento com seus clientes
armazenando e inter-relacionando de forma inteligente,
informações sobre suas atividades e interações com a
empresa.”
Nessa ferramenta é verificada rapidamente os dados do cliente, por
exemplo:
- Se paga uma alta mensalidade
- Se foi cliente de um ex concorrente
- Se é empresa de pequeno, médio ou grande porte
- Se já teve problemas de insatisfação com o produto ou o serviço da
empresa em questão
- Se está em dia com a manutenção ou não.
- Se já obteve histórico de ligação em que foi desconfiado pirata, ou
seja, se outra pessoa já ligou alegando ser o cliente e está usando o software
sem registro, ilegalmente.
No passo seguinte, é verificado o endereço com o cliente, ou caso
tenha o histórico do ultimo exemplo, é verificando seu telefone.
Logo após é verificado se o cliente pode ser atendido pela matriz da
empresa, ou se deverá ser atendido em uma franquia que possui estrutura
própria para suporte.
É questionado ao cliente para qual sistema da Alterdata o mesmo
necessita de suporte. É verificado se o mesmo possui direito a suporte no
sistema solicitado, pois no fechamento da compra do produto o cliente decide
se quer atendimento pleno (suporte e atualização de versão), atendimento
parcial (somente suporte ou somente versão) ou sem atendimento, no qual o
cliente não tem direito a suporte ou versão, então sua dúvida será cobrada no
momento do atendimento.
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Visto essas informações, a dúvida é tirada, sendo uma dúvida do
sistema, é esclarecida pelo analista e encerrada a ligação, sendo um erro que
ocorre no sistema e não tenha sido solucionado, o problema é encaminhado
via CRM para o setor de desenvolvimento para que seja acertado o erro dentro
do sistema.
Em nossa simulação vamos precisar de 3 pessoas, uma exercendo o
cargo de analista de suporte, outra interpretando o cliente e uma terceira
pessoa interpretando a supervisão do suporte. É importante que toda a
encenação seja cronometrada para verificar se está perdendo tempo demais
consultando informações e conseqüentemente desagradando o cliente pela
demora no atendimento.
Então o cliente liga para o suporte é feita a apresentação da seguinte
forma: Nome da empresa, nome do setor, Nome do analista, bom dia/boa
tarde/boa noite, o cliente entra em contato e informa que deseja suporte em
determinado sistema, é questionado ao analista seu código de cliente, que é
imediatamente informado no CRM trazendo as características do cliente com
dúvida, então o cliente passa o seu problema, que é resolvido e desliga o
telefone.
O interessante nessa simulação é perceber em quanto tempo é levado
até o cliente obter de fato o seu atendimento, para o processo de medição
Robbins trata do processo da seguinte forma:
“As fontes de informação mais utilizadas para medir o
desempenho real são a observação pessoal, relatórios,
estatísticos, informes verbais, relatórios escritos e banco
de dados acessados por computador. O gerente eficaz
tende a usar fontes múltiplas, reconhecendo que fontes
diferentes fornecem tipos diferentes de informação... Um
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gerente pode descobrir pistas importantes sobre
problemas potencias a partir da expressão facial ou
comentário casual de um empregado, que poderiam não
ser evidentes na análise de um relatório estatístico...”
(ROBBINS, 2002, p. 142)
Baseado em métodos de controle, medição e comparação a empresa
se prepara em ter um atendimento personalizado, coloca todas as
características daquele cliente e informa, via CRM, que o cliente deve ser
atendimento dessa ou daquela forma.
Na simulação, percebe-se que a dúvida é simples e em simples 5
minutos é resolvido o problema, mas deverá ser testada a velocidade desse
atendimento quando a dúvida se torna mais complexa ou quando se trata de
uma instalação de sistema em rede, no qual o cliente tem que se deslocar com
o telefone para cada computador para poder instalar o sistema. A estrutura
para simular essa segunda situação, é bem complexa pois teria que obter
vários computadores para simular o tempo de instalação para cada um deles e
verificar se fazer isso com o cliente na linha é viável, dependendo da
complexidade de instalação e nível de conhecimento de informática do cliente.
Com relação ao cenário de trabalho poderíamos usar a idéia que
Magaldi diz entre convenção e realismo:
“Num primeiro exame, pode-se argumentar que, se num
certo papel, uma base realista deeria presidir sempre aos
elementos visuais do espetáculo. Lembre-se, contudo,
que o próprio teatro em princípio é convenção, e a partir
desse dados tudo o mais tem direito de libertar-se do
realismo. Não bastasse a válvula teórica, a própria
historia do teatro desmente a obediência estrita aos
padrões realistas.” (MAGALDI, p. 36)
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Desta forma, não nos prenderemos ao cenário e ornamentação, e sim,
na forma de como a situação nos leva a propor idéias para melhorar as
funções.
Nesse caso percebemos que o atendimento depende única e
exclusivamente da atitude do analista que fazendo as conferências iniciais com
precisão, consegue fazer com que o atendimento tome um rumo de sucesso.
2.2 – Teatro apresentado em confraternizações de final de ano
Nos anos de 2002, 2003 e 2004, alguns atores que trabalhavam na
Alterdata, montaram peças de final de ano satirizando os cargos, o que a
princípio era muito bem visto pelos funcionários, pois ali, eles percebiam que
situações do seu cotidiano poderiam sugerir momento engraçados.
Nessas apresentações, eram simuladas ligações de cliente histéricos,
descontrolados e impacientes, os quais transformavam a vida do analista de
suporte em um desespero total, pois, sem poder ser descortês com o cliente, o
analista deveria seguir todos os procedimentos passados em sua rotina, o que
fazia com que a fúria do cliente aumentasse ainda mais.
Essas situações são interessantes, pois mesmo sendo caricaturadas
pelos atores, não estão muito longe de acontecerem. Um cliente insatisfeito,
irritado, ou até mesmo com dificuldades de informática são casos que criam
histórias, contadas em palestras e difundidas por email que contam casos
engraçados de clientes que ligam para centrais de atendimento e coloca ele
mesmo e o atendente em situações embaraçosas. Dessa forma, no
treinamento da função não podemos descartar a possibilidades de atendermos
cliente com essas características.
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No ano de 2002 e 2003, as apresentações foram muito elogiadas pelos
outros funcionários, pois apesar de brincar com o estereotipo de um
funcionário ou cargo, não tinham ofensas de cunho pessoal.
Infelizmente, esse mesmo sucesso não se repetiu no ano de 2004, no
qual funcionários de alguns setores se sentiram ofendidos com a brincadeira
apresentada em palco, o que fez com que as apresentações de final de ano
fossem proibidas.
24
CAPÍTULO III
RECRUTANDO ATRAVÉS DO TEATRO
O recrutamento através do teatro seria uma forma de transformar o
processo de seleção, mas dinâmico e específico tanto para o recrutador
quanto para o candidato, visto que para ambas as partes o processo teria
sentido direto e resposta imediata.
Em sua definição de seleção Robbins (2002) diz que:
“A seleção é um exercício de previsão. Ela busca prever
quais candidatos serão bem sucedidos e contratados. O
sucesso nesse caso significa desempenhar bem segundo
os critérios que a administração utiliza para avaliar seu
pessoal.” (ROBBINS, 2002, p. 235)
Essa definição mostra porque é muito mais interessante e objetivo
praticar o processo de seleção através do teatro, e isso ocorre porque para o
candidato que em na maioria das vezes que vai participar de um processo de
seleção, não tem uma noção do cargo que irá desempenhar e em um processo
de simulação através do teatro, pode escolher se deseja ou não praticar
aquela função, evitando com que seja alocado na empresa e em pouco tempo
desista de trabalhar na empresa.
Para o recrutador, o processo se torna uma prova para saber se o
candidato tem qualidades para desempenhar a função, pois mesmo que o
candidato não demonstre conhecimento ou habilidade para exercer o cargo, é
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analisado pelo recrutador que ele pode evoluir e durante o período de
experiência da empresa adquirir conhecimento e habilidade para exercer
determinada função.
O intuito de simular uma função dentro do recrutamento através da
representação cênica é transformar processo de seleção e recrutamento em
um processo de criação e aprendizagem. Hoje, essa prática é muito difundida
para treinamentos de cargos no nível gerencial.
3.1 – A simulação de um cargo gerencial
O processo de simulação de cargos ganhou fama entre todos os níveis
hierárquicos através de programa de televisão conhecido como reality shows.
Existe um conhecido programa de televisão nos Estados Unidos,
conhecido como “The Apprentice”, apresentado pelo empresário Norte
Americano Donald Trump, que ganhou uma versão com a apresentadora
Martha Stewart, e foi adaptada no Brasil pelo empresário Roberto Justus e
teve sua tradução feita para “O Aprendiz”. Esses programas são utilizados para
filtrar jovens com nível gerencial e selecioná-los a fim de trabalhar em uma
grande empresa e obter uma altíssimo salário.
Esses programas simulam o dia a dia de uma função. Durante o
programa os candidatos são submetidos a situações que serão encontradas
em seu futuro ambiente de trabalho: negociação, trabalho sob pressão,
barganha, inteligência, comprometimento, habilidade com pessoas, testes de
idiomas e entrevistas constantes são apenas alguns exemplos das provas que
os candidatos têm que passar para provar que estão aptos a ganhar o
cobiçado cargo.
Esse tipo de teste é conhecido como centros de avaliação.
Segundo Robbins (2002) :
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“Os centros de avaliação permitem administrar um
conjunto mais elaborado de testes de simulação de
desempenho, especificamente concebidos para avaliar o
potencial gerencial de um candidato. Nos centros de
avaliação, executivos de primeira linha, supervisores ou
psicólogos treinados avaliam os candidatos e passam
cerca de dois a quatro dias de exercícios que simulam
problemas reais com que se defrontariam no cargo. Com
base em uma lista de dimensões descritivas que o
ocupante de um cargo real deve atender, as atividades
podem incluir entrevistas, exercícios de resolução de
problemas, discussões em grupo e jogos de decisão
empresarial.” (ROBBINS, 2002, p. 239)
Hoje em dia, no mundo empresarial cada vez mais competitivo, os
centros de avaliação são cada vez mais buscados pelas empresas que
buscam executivos capacitados e com conhecimento e habilidades
abrangentes.
Não somente para empresários, mas para também para as empresas.
Hoje em dia existem os locais onde são criadas empresas que começam
simular o mercado empresarial e dali partem para o mercado. Elas são
conhecidas como incubadoras, a incubadora é definida pelo Sebrae como:
“...um mecanismo que estimula a criação e o
desenvolvimento de micro e pequenas empresas
(industriais, de prestação de serviços, de base
tecnológica ou de manufaturas leves), oferecendo suporte
técnico, gerencial e formação complementar do
empreendedor. A incubadora também facilita e agiliza o
processo de inovação tecnológica nas micro e pequenas
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empresas.
Em geral, as incubadoras dispõem de um espaço físico
especialmente construído ou adaptado para alojar
temporariamente micro e pequenas empresas e oferece
uma série de serviços, tais como cursos de capacitação
gerencial, assessorias, consultorias, orientação na
elaboração de projetos a instituições de fomento, serviços
administrativos, acesso a informações etc.”
Isso mostra que o processo de simulação é só importante para o
treinamento de cargos, mas também para o treinamento de empresas.
28
CONCLUSÃO
O processo criativo é uma ferramenta fundamental para o Gestor de
Recursos Humanos que busca um processo de recrutamento e seleção ágil,
eficiente, barato e que possa nesse processo capacitar e obter os melhores
profissionais do mercado.
Pensando nessa finalidade, o processo de treinamento e recrutamento
através de teatro, se transforma em uma técnica essencial para o bom
profissional de RH.
Tendo em mente que esse processo a primeira vista não será tão
receptivo por parte dos funcionários e candidatos, o profissional de Recursos
Humanos deve buscar meios para estimular seu funcionário a se interessar por
esse tipo de arte. O processo de criação até a concretização da simulação em
si, demanda tempo e entusiasmo, pois a falta de conhecimento cultural na arte
teatral por parte dos funcionários “atores” pode gerar uma rejeição que
desestimule o trabalho.
Trabalhar através da arte além de agradável, tem um grau de retorno
muito além do que espera a empresa, que é um bom profissional dedicado e
participativo dos processos. Pois o retorno que será dado pelo funcionário caso
o mesmo se interesse pela arte, é mais cultura, um boa leitura, busca por mais
formas de arte, pois o mesmo irá procurar mais livros e mais conhecimento
cultural.
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Esse processo, se bem aplicado pode melhorar a qualidade dos
funcionários da empresa no ponto de vista técnico, social e cultural.
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ANEXOS
Índice de anexos
Anexo 1 >> Produzindo o Material;
Anexo 2 >> Uma História de Sucesso - GRAFITE PRODUÇÕES ARTÍSTICA; Anexo 3 >> Reportagens – Você acredita no Teatro-Treinamento?;
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ANEXO 1
PRODUZINDO O MATERIAL
Revista Nova Escola – Edição Nº 170 Março de 2004
O TEATRO ENSINA A VIVER A turma perde a timidez, amplia os horizontes culturais e trabalha bem em grupo quando a arte cênica faz parte do currículo
Mesmo sem se dar conta, todos os dias ao entrar na sala de aula você e seus alunos tomam emprestados alguns recursos da linguagem teatral. Ao ler um conto em voz alta, os estudantes naturalmente impostam a voz e mudam a entonação marcando os diferentes personagens. Para manter a atenção da turma em suas explicações é bem provável que você imponha ao corpo uma postura mais rígida, abuse dos gestos e capriche nas expressões faciais. Mas o teatro pode ser usado também como uma ferramenta pedagógica. "Uma das grandes riquezas dessa atividade na escola é a possibilidade do aluno se colocar no lugar do outro e experimentar o mundo sem correr riscos", avalia Maria Lúcia Puppo, professora de licenciatura em Artes Cênicas da Universidade de São Paulo (USP). E são muitas as habilidades desenvolvidas com essa prática. O contato com a linguagem teatral ajuda crianças e adolescentes a perder continuamente a timidez, a desenvolver e priorizar a noção do trabalho em grupo, a se sair bem de situações onde é exigido o improviso e a se interessar mais por textos e autores variados. "O teatro é um exercício de cidadania e um meio de ampliar o repertório cultural de qualquer estudante", argumenta Ingrid Dormien Koudela, consultora do Ministério da Educação na elaboração dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) na área.
A criatividade é o único recurso indispensável
"A escola não precisa de um espaço com poltronas confortáveis ou ricos figurinos para montar uma peça", avisa a atriz e orientadora pedagógica Beth Zalcman, da Escola Eliezer Steinbarg-Max Nordau, do Rio de Janeiro.
O professor Leandro Karnal, da Universidade de Campinas, vai no mesmo caminho que Beth. Ele lembra que ainda durante a época colonial os jesuítas já utilizavam o teatro como exercício escolar com bons resultados e sem grandes recursos. "Cabe a cada professor descobrir os recursos necessários para o trabalho que pretende desenvolver. Mas o principal é sempre a criatividade", alerta.
A linguagem lúdica, multifacetada e pouco dependente da escrita é ideal para colocar em cartaz com a garotada espetáculos sobre a cultura local ou os acontecimentos cotidianos, por exemplo. A atividade desenvolve a oralidade, os gestos, a linguagem musical e, principalmente, a corporal.
Paulo Araújo
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Contato com companhias profissionais é valioso
A presença efetiva da arte de representar na educação brasileira é um fenômeno recente. O ensino de Educação Artística, regulamentado em 1971, sempre priorizou as artes plásticas. Com o passar do tempo, a aproximação entre escolas e grupos teatrais e o crescimento dos cursos de graduação em Artes Cênicas pelo país contribuíram para o aumento e a valorização do teatro em sala de aula.
Você pode incluir atividades baseadas nessa linguagem em seu planejamento e ir além. Uma forma é fazer parcerias com grupos de teatro da região. O contato com atores profissionais é muito rico. Ele possibilita a discussão sobre o aproveitamento dos espaços físicos da escola e o intercâmbio de idéias e experiências.
Vale a pena também ficar atento à programação cultural da cidade. Entre em contato com companhias teatrais e veja a possibilidade de trazê-las para a escola. E, se possível, leve a turma a uma sala de espetáculos para assistir a montagens profissionais. "O hábito de ir ao teatro também deve ser desenvolvido nas aulas de Artes", conclui Ingrid.
OS CUIDADOS PARA MONTAR UM BOM PROJETO
Fazer teatro na escola não é simplesmente encenar uma passagem da nossa história ou levar para o palco os personagens e a trama do livro lido pela turma no encerramento do semestre. De acordo com Tuna Serzedelo e Maíra Silveira, professores do Colégio São Luís, de São Paulo, trabalhar com a arte da representação exige conhecimento técnico. Por isso, para desenvolver um trabalho que introduza crianças e jovens nessa linguagem, os professores das diversas disciplinas devem se associar ao de Artes. Aprenda com a experiência da dupla.
Coloque a classe em contato com diversos livros de autores com estilos variados e observe o tipo de texto (tragédia, comédia, situações do cotidiano, mistério etc.) que mais chama a atenção do grupo. Em uma encenação, podem ser transmitidos conhecimentos culturais,
históricos, científicos ou morais, por exemplo, mas eles não devem ser vistos como objetivo, e sim como conseqüência. O ideal é que os alunos se envolvam com a trama e os personagens e sintam prazer em representar. Peça que os estudantes façam um mapeamento dos folguedos populares,
festas, autos e outras manifestações folclóricas que possam ser representadas na escola. Evite montar um espetáculo que já esteja pronto e não busque se
aproximar do que foi encenado por alguma companhia famosa. Incentive o grupo a criar suas próprias encenações. "Cada montagem é única", apregoa Serzedelo. O professor dirigiu uma adaptação feita pelos próprios alunos do Ensino Médio de O Caso dos Dez Negrinhos, da escritora inglesa Agatha Christie. Deixe as crianças ousarem. Maíra já trabalhou com a garotada na
montagem de uma peça que uniu elementos dos clássicos Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente, e Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna. O resultado foi o espetáculo Auto da Barca da Paulista, numa referência à famosa avenida da capital paulista, que passa próxima ao colégio. Ações como essas, sugeridas pelos adolescentes, têm maior chance de fazer sucesso.
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Estimule a participação de todos os estudantes, sem exigir profissionalismo. Há os que falam baixo ou os que ficam de costas para a platéia. Mas todos podem aprender. Fotografe e filme as encenações. Depois, convide a classe para analisar a
montagem. Esse exercício de auto-avaliação serve para afinar as próximas apresentações.
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ANEXO 2
UMA HISTÓRIA DE SUCESSO –GRAFITE PRODUÇÕES ARTÍSTICA
A Grafite Produções Artísticas, com sede em Belo Horizonte, Minas Gerais, foi fundada em maio de 1994 com a finalidade de desenvolver espetáculos de entretenimento para empresas, atuando em encontros de CCQ (Ciclo de Controle de Qualidade), conferências e convenções. Em 1995, atendendo a solicitação da AÇOMINAS, hoje: GERDAU AÇOMINAS, a GRAFITE montou seu primeiro espetáculo empresarial com o tema Qualidade Total.
O publico aceitou bem a linguagem e várias apresentações começaram a ser realizadas. Com o aumento das apresentações sobre qualidade total e segurança no trabalho, as diretorias administrativa e artística decidiram, em 1997, que a empresa se especializaria em Teatro Treinamento.
A decisão trouxe uma preocupação aos diretores: montar espetáculos que, além de informar com clareza, prendessem a atenção de um público, que em muitos casos não tinha hábito de ir ao teatro. Baseado no potencial humano, a empresa somou criatividade, ousadia e diversas técnicas cênicas iniciando o processo de pesquisas para aprimorar os conteúdos técnicos e tópicos abordados. Com estes procedimentos chegou-se a uma linguagem apropriada para cada espetáculo. A aceitação dos empregados e a resposta imediata na correção das tarefas surpreenderam a todos. Em 1998 workshops, correspondências e Internet, ajudaram a divulgar o teatro treinamento, porém, a maior divulgação era através de indicação dos clientes. Jornais e revistas voltados para a área de recursos humanos classificaram a Grafite como consultores cênicos. Ainda no ano de 98 foi oficializado o nome fantasia: Grafite Teatro Empresarial (o) que reforçou o conceito de empresa de teatro e não grupo de teatro.
Em 2001, pelos benefícios das Leis de Incentivo a Cultura, iniciou-se uma nova parceria com os clientes, com montagens também para o público convencional, sem perder o foco: entretenimento com informação.
As empresas que apóiam ou já apoiaram a Grafite através das Leis de Incentivo a Cultura são:
• Ale Combustíveis;
• Anglo Gold Ashanti;
• Hospital Mater Dei;
• AVG Mineração;
• AVG Siderurgia;
• V&M do Brasil.
• BHP Billiton
• SIDERPA
Como contra partida às empresas patrocinadoras, a Grafite oferece apresentações teatrais a custo zero - treinamento ou convencionais. Hoje, a trupe da Grafite não é apenas de atores. Os artistas têm outras habilidades que são os nossos
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diferenciais que enriquecem o fazer artístico. Além de atuar, eles cantam, tocam, têm habilidades circenses, manipulam bonecos, confeccionam e atuam com máscaras. O administrativo proporciona atendimento personalizado e está preparado para dar o melhor suporte possível para as apresentações. Em 2006, a GRAFITE completa doze anos. Desde a fundação, seus clientes sempre tiveram novas necessidades no treinamento de seus funcionários e, por isso, acompanhamos essas mudanças para atendê-los cada vez melhor. São mais de cem espetáculos com inúmeros temas. Alguns solicitados, outros para atender a demanda do mercado, tornando cada treinamento um espetáculo.
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ANEXO 3
Reportagens
Empregos.com.br
Você acredita no teatro-treinamento? por Camila Micheletti
Risadas, emoção, figurinos divertidos, diálogos inspiradores e engraçados... o teatro-treinamento tem um pouco de tudo isso, e mais. Por ser voltado para uma ação de treinamento na empresa, traz embutido o conceito que se quer passar, seja ele mostrar como funciona o atendimento ao cliente ou motivar e inspirar liderança nos funcionários. "O teatro é muito válido para ações de treinamento específicas, você traz entretenimento e junto passa a mensagem institucional que deseja. Você distrai e o conceito passa muito mais fácil. A avaliação que se tem ao final do processo é muito positiva", assegura Clédia Carvalho Silvestre, administradora plena de Treinamento da Copel Distribuição.
A empresa paranaense utiliza há quatro anos o treinamento do Grupo Lanteri, grupo que está no mercado há 25 anos e é famoso pelas apresentações de teatro popular que realiza em Curitiba. "Primeiro desarmamos a platéia, que normalmente chega muito tímida e receosa, depois passamos um pouco de humor e a deixamos bastante receptiva, para então passarmos um conceito mais sério e relacionado ao treinamento em si", afirma Aparecido Izabel Massi, diretor-geral dos espetáculos. Ele explica que a idéia do teatro-treinamento é trabalhar a mente das pessoas para pequenas mudanças em relação ao seu desenvolvimento profissional. "Conseguimos fazer esse trabalho até mesmo em empresas estatais, como a Copel, que teoricamente são mais lentas de caminhar, e mesmo assim têm um resultado muito bom ", exemplifica.
A profissional da Copel salienta que o teatro-treinamento serve de apoio aos outros treinamentos, como o e-learning, aulas presenciais, palestras, eventos e cursos. "Só o teatro isolado não adianta, o conceito fica disperso e perdido no meio da brincadeira", afirma Clédia. Outra empresa que utilizou o teatro-treinamento e gostou muito do resultado foi a Scania, líder no segmento de caminhões e veículos pesados. Maria Luiza Delavy, chefe de treinamento da empresa, explica que o mais importante é saber escolher em que momento e para que situação o teatro pode ser uma boa ferramenta de T&D. "O grande benefício é que você pode condensar muita informação em um tempo muito menor do que em um curso tradicional, e com uma quantidade de público muito maior", afirma Maria Luiza. Sempre que preciso, a montadora utiliza o serviço da Toque de Areia, que está no mercado desde 1994 e é uma das produtoras mais reconhecidas neste segmento. A última vez que a Scania utilizou o treinamento foi em 1999 e serviu como introdução para uma mudança organizacional que a empresa estava passando. "Fizemos uma recapitulação dos últimos 10 anos da empresa, e foi muito bom porque
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foi uma atração rápida, atraente e que utilizou uma linguagem universal e lúdica, que é o teatro", explica ela.
Algumas das peças mais famosas da Toque de Areia, como Acertar é Humano!, O Segredo de Maria e Apertem os cintos - O cliente sumiu I e II foram escritas por Alberto Centurião, que é ator, autor de peças e diretor da Centurione Teatro e Treinamento, que trabalha em conjunto com a produtora. Centurione explica que o grande diferencial em relação às outras formas de treinamento é o poder de assimilação que o teatro permite. "Por mostrar experiências que a pessoa passa no dia-a-dia, o entendimento e a captação do conteúdo são muito maiores", afirma.
No caso da empresa ter uma necessidade específica, é possível fazer uma encomenda de espetáculo, e a produtora faz uma atração que corresponde exatamente ao que a organização precisa. Foi assim com a Scania, com a palestra que ocorreu em 1999 e falava da mudança pela qual a empresa estava passando e seu histórico até lá. A Toque de Areia já fez várias campanhas personalizadas para empresas, algumas até bastante inusitadas. Um bom exemplo é a Gessy Lever, que pediu uma apresentação que mostrava o uso correto e forma de manutenção do notebook, aparelho que pertencia à empresa e os funcionários não utilizavam com muito cuidado. A chefe de treinamento da Scania afirma que, neste caso, o RH ou o departamento responsável pelo treinamento também vai ter um trabalho extra, já que terá que auxiliar na produção do espetáculo. "É preciso ajudar no desenvolvimento do roteiro, na escolha dos figurinos e até no próprio diálogo dos atores. Temos que ter certeza se o que a empresa vai oferecer está de acordo com o que queremos para os nossos funcionários. Como já sabemos o que eles gostam, temos como opinar se a peça vai atingir o objetivo ou não", afirma Maria Luiza Delavy.
Confira algumas questões importantes levantadas pelos profissionais ouvidos pelo Empregos.com.br, sobre a eficácia do teatro como ferramenta de T&D:
• Não deve ser utilizado como forma final do treinamento. Deve ser trabalhado dentro de um conjunto de ações que vai gerar uma mudança nos funcionários.
• Deve ter um objetivo claro e estar alinhado à estratégia da empresa, como aumentar vendas, motivar funcionários ou mesmo incentivar o espírito de liderança na equipe.
• os grandes benefícios são em termos de custo e agilidade com que a mensagem é passada e fixada pelo público.
De uma forma geral, os temas mais pedidos pelas empresas são atendimento ao cliente, qualidade total, normas da ISO 9000, motivação e liderança. O espetáculo dura em torno de uma hora, podendo variar de acordo com a empresa produtora, o tipo de peça e a interação com o público. O custo também é variável, mas segundo as empresas entrevistadas fica entre 10 a 12 mil reais.
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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CURY, Antônio. Organização e Métodos: uma visão holística - São Paulo:
Atlas, 2000.
HUNTER, James C. O monge e o executivo [tradução Maria da Conceição
Fornos de Magalhães] – Rio de Janeiro: Sextante, 2004
ABRAMOVIVI, N. B et. Gestos de Recursos Humanos. Lisboa: Presença, 1989
BERGAMINI, Cecília W. Avaliação de Desempenho. São Paulo: Atlas S.A.
1988
BOOG. Gruneberg. Manual de treinamento e desenvolvimento. Associação
Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento. São Paulo: Makron Books, 1995
CHIAVENATO, Idalberto. Administração de Recursos Humanos na Empresa.
Rio de Janeiro: Atlas, 1997
CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos na Empresa. Vol. I, II, III, IV. Rio
de Janeiro: Atlas, 1997
CHIAVENATO, Idalberto. Administração de Recursos Humanos. 6ª Ed. Rio de
Janeiro: Atlas, 1996
CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos. 6ª Ed. Rio de Janeiro: Atlas,
1997
LIKET, R. & GIBSON. Administração de Conflitos. Ed. Mac Graw-Hill do Brasil
SERSON, José. Administração de Pessoal. São Paulo, 1995.
39
Manual do Analista de Suporte Alterdata
40
BIBLIOGRAFIA CITADA
41
1 – ROBBINS, Stephen Paul. Administração: Mudanças e perspectivas
[tradução Cid Knipel Moreira]. – São Paulo: Saraiva, 2002.
2 – MAGALDI, Sábato. Iniciação ao Teatro. 2ª Edição – São Paulo: Ática,
S/D.
3 – Guia Exame-Você S/A – As melhores empresas para você trabalhar – São
Paulo. Abril – 2006.
4 – www.wikipedia.com.br, Wikipédia - a Enciclopédia Digital, acessada em
15/12/2006
5 – www.alterdata.com.br, acessada em 10/01/2007
6 – www.sebrae.com.br acessada em 10/01/2007
42
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
NO TREINAMENTO 10
1.1 – Dentro das Empresas 11
1.2 – Atraindo os funcionários 12
1.3 – Apresentação da Teoria dos 5 S’s 12
1.4 – A cultura enraizada 15
CAPÍTULO II
NO TREINAMENTO DAS FUNÇÕES 16
2.1 – Treinando a Função de Analista de Suporte 17
2.2 – Teatro apresentado nas confraternizações de final
ano 22
CAPÍTULO III
RECRUTANDO ATRAVÉS DO TEATRO 24
3.1 – A simulação de um cargo gerencial 25
CONCLUSÃO 28
ANEXOS 29
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 37
BIBLIOGRAFIA CITADA 39
ÍNDICE 40
43
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: Universidade Candido Mendes – Instituto A vez do
mestre
Título da Monografia: O TEATRO COMO FORMA DE TREINAMENTO E
APERFEIÇOAMENTO NO APRENDIZADO E MELHORAMENTO DAS
FUNÇÕES
Autor: Felipe Boletta
Data da entrega: 27 de janeiro de 2007
Avaliado por: Conceito: