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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
CURSO: SUPERVISÃO ESCOLAR
SUPERVISÃO ESCOLAR E A INTERATIVIDADE EDUCACIONAL
POR. SOLANGE NEVES GOMES DUARTE
Orientadora
Prof. Maria Esther
Rio de Janeiro
2003
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
SUPERVISÃO ESCOLAR E A INTERATIVIDADE EDUCACIONAL
Apresentação de monografia à Universidade Candido
Mendes, como condição prévia para a conclusão do
Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em
Supervisão Escolar.
Por: Solange Neves Gomes Duarte.
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AGRADECIMENTOS
A minha família, aos meus
amigos que colaboraram de alguma
forma para o meu desenvolvimento
nesses anos de graduação.
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DEDICATÓRIA
Dedico este livro ao meu marido Duarte
e a minha família, que colaboraram para a
realização deste trabalho.
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RESUMO
Compreender os estudos de Jean Piaget, Vygotsky, Diva Maranhão entre
outros no intuito de auxiliar docentes e discentes na ação educativa é à base
deste trabalho. Procurei contextualizar os capítulos, dentro da importância que
cada tema representa para a compreensão e formação do profissional na área
da Supervisão Escolar.
Entretanto busco mostrar que a educação é, em suma, feita de
características diversificadas e interativas, o que permite ao Supervisor, ter uma
visão ampla e dinâmica num momento de grande transformação que passa o
mundo atual. Entrando, é no mundo da pesquisa que vamos fazer da
Supervisão Escolar, mais uma contribuição para o desenvolvimento da
educação.
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METODOLOGIA
Na realização deste trabalho, tive a oportunidade de conhecer e
aprofundar meus conhecimentos no mundo da educação. A maior parte desta
pesquisa foi elaborada na biblioteca pública de Araruama, embora seja uma
biblioteca com um pequeno acervo; lá encontrei bons livros sobre a educação,
mesmo não tendo conseguido muitos títulos específicos sobre a Supervisão
Escolar, os poucos que consegui, me proporcionaram esta singela pesquisa, na
qual, passo a passo fui mencionando no desenvolvimento deste trabalho.
O que pode ser observado na última página, onde estão todas as fontes,
as quais consultei, e procurei fazer; respeitando as normas técnicas e as falas
dos autores, dentro do possível.
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SUMÁRIO
Introdução 08
1 - A construção do conhecimento; análise teórica 10
1.1 - O desenvolvimento do pensamento e do raciocínio do discente 13
2 - Piaget e suas descobertas no pensamento intuitivo 20
2.1 - Piaget, a psicomotricidade e a criatividade 26
3 - Vygotsky e a zona de desenvolvimento proximal 34
3.1 - A criatividade na aprendizagem da criança 36
3.2 - A aprendizagem cotidiana; uma ação supervisora 40
Conclusão 42
Bibliografia 43
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Introdução
O objeto específico da supervisão escolar em nível de escola é o
processo de ensino aprendizagem. O objeto da ação supervisora em alguns
dos seus elementos, inicia-se pelo currículo. Neste trabalho, vamos falar da
evolução da criança, passo a passo nas mais variadas idades em que elas são
trabalhadas, segundo Moacyr Gadotti, Eliana Herzberg, Paulo Freire, Diva
Maranhão e outros excelentes autores que estão citados no contexto desta
monografia.
No primeiro capítulo, iniciamos com a história da disciplina e a
importância do docente em sua aplicação e entendimento. Entramos no mundo
da criança, falamos da diferença de ritmos que cada criança tem; em particular,
destacamos o conceito de corpo que a criança vai adquirindo a medida em que
começa a questionar o seu próprio ser, destacamos a importância da atenção
dada pelo professor, inclusive incentivando e aguçando a criatividade da
criança.
No segundo capítulo, Jean Piaget, nos destaca algumas fases e estágios
do pensamento e do raciocínio das crianças nos primeiros anos de vida; a
associação que as crianças fazem através dos símbolos e de suas
comparações. Diva Maranhão e Piaget, nos falam da criatividade que a criança
trás consigo mesma, a qual revela -se já nos primeiros anos de vida.
Os autores fazem algumas críticas, a forma com que a educação é
concebida por muitos professores e escolas tradicionais que ainda ensinam,
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moldados nos programas do passado, esquecendo de que o futuro da criança
poderá ser melhor se ela tiver no presente, uma educação atualizada e
desmistificada. É no estágio do pensamento intuitivo, que a criança dá um
grande passo em relação ao seu crescimento mental.
No terceiro capítulo, Vygotsky, aborda a questão em que o individuo não
se desenvolve plenamente sem o suporte de outros indivíduos de sua espécie.
finalizamos este trabalho, falando da necessidade do supervisor escolar estar
sempre atualizado no processo evolutivo educacional, para que o mesmo possa
contribuir com desenvolvimento escolar, e não apenas ser um telespectador em
busca de críticas, mas, um colaborador do enriquecimento do sistema
educacional.
Falamos do cotidiano e o papel do supervisor no processo educacional,
na visão piagetiana do conhecimento da criança através da observação e do
comportamento psicológico da mesma.
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1 - A construção do conhecimento; análise teórica.
A disciplina, fundamento da educação, abrange o estudo e os diversos
aspectos psicológicos, sociológicos e filosóficos que atuam no desenvolvimento
e na educação do homem, a disciplina recebe, portanto contribuições da
psicologia, sociologia e da filosofia, pois os fundamentos da educação visam a
integração aos modos de se estudar, o educando e o processo social.1
A disciplina dos fundamentos faz parte da formação especial do
professor, e tem como principal objetivo ajudar-nos a compreender o aluno como
pessoa e as influências que sobre ela atuam tanto em seu desenvolvimento,
quanto em sua adaptação ao meio.
A história de cada ser humano, cada homem; de cada pessoa, obedece a
um ciclo que é, nascer, crescer, reproduzir-se e morrer, este é um ciclo vital da
vida, biologicamente, o homem tem um corpo, uma estrutura física e funcional
de se alimentar, coordenar suas diversas funções orgânicas, movimentar-se,
reproduzir-se, mas o homem não é apenas um organismo biológico, é também
um ser psicológico, capaz de funções abstratas, como pensar, perceber, sentir,
criar, desejar, imaginar e aprender, o homem dispõe de uma vida mental que lhe
permite um comportamento inteligente e motivado.
O homem é um ser vivo, social e atuante de um ambiente físico, e em um
grupo de semelhantes, pois o homem resulta da evolução da sua espécie e de
seu próprio processo particular de desenvolvimento, sua história pessoal é a
1 Texto extraído do livro, fundamentos de psicologia educacional. pp 34- 45.Ática 1991.
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história de sua educação, da própria busca de integração, de participação e
ajustamento, na escola nós convivemos com os nossos alunos, este contato
torna-se mais fácil se você conhece alguma razão que oriente o comportamento
humano.
O homem é ainda, um ser gregário, sua sobrevivência depende de uma
vida em grupo, ao nascer, o homem é totalmente dependente da ação de outras
pessoas para tornar-se verdadeiramente um ser humano, é preciso das trocas
estabelecidas com os outros membros de seu grupo. (Idem).
Pela convivência, a criança aprende a comunicar-se, a amar-se, a
trabalhar, a responsabilizar-se e atuar de acordo com as regras sociais
estabelecidas e a contribuir para o desenvolvimento social, criando, inovando e
fazendo as descobertas.
Para facilitar o estudo do ser humano, podemos observar e analisar
particularmente, em seu aspecto biológico, em seus componentes psicológicos,
em sua manifestação social, esta é, porém, uma sistematização didática, mas só
podemos realmente compreender o indivíduo, se nós o considerarmos como um
ser total, sendo um produto integrado de todas as áreas.
A maioria dos professores está interessada em promover a aprendizagem
e mudanças na educação, portanto, é necessário saber como as pessoas vivem,
quais as suas características e motivações, só assim, o docente pode
compreender e favorecer o desenvolvimento dos alunos.
Os vários fatores que atuam na formação do indivíduo são
interdependentes; cada um de nós, não importa, o sexo, a idade, é um todo
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ordenado, globalmente organizado, pois o comportamento de cada pessoa é o
resultado da interação de todas as partes, seja ela biológica social ou até
mesmo psicológica.
O homem é um todo, pois ele integra os aspectos biológicos, como as
condições de saúde e o funcionamento do organismo e os aspectos psicológicos
expressos por emoções afetividade, desejos e capacidades para aprender e
englobar, ainda, há aspectos sociais em seu relacionamento com a família, e
com a comunidade; é um mundo complexo que o docente precisa compreender.
(Ibidem)
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1.1 – O desenvolvimento do pensamento e do raciocínio do discente.
O pensamento é uma atividade mental que integra as experiências dos
indivíduos e trabalham sobre palavras, permitindo a formação de conceitos que
não podem ser percebidos apenas pelos sentidos, os conceitos com direita e
esquerda, centro, longe, perto etc, noções de causa e efeitos; de quantidades e
números, derivam da ação da pessoa sobre os objetos e da descoberta de
determinadas relações entre seu corpo e os objetos ou dos objetos em si.2
De acordo com Jean Piaget, o desenvolvimento do pensamento pode ser
dividido em fases ou estágios, até um ano e meio ou dois anos
aproximadamente, a criança tem uma atividade mental intimamente relacionada
às sensações e movimentos. É a fase da inteligência sensório motor, que serve
como ponto de partida para o desenvolvimento da linguagem. No início da fase,
até os seis meses de idade a criança apresenta basicamente reflexos e
desenvolve hábitos motores.
Ao acompanhar o desenvolvimento do ser humano, notamos que ocorrem
mudanças significativas no comportamento e na aprendizagem, paralelamente
ao crescimento físico. Progressivamente a criança vai-se tornando capaz de
executar melhor as suas atividades e de atingir, com mais facilidade, novos
níveis de aprendizagem.
Esta melhoria no desempenho e na aprendizagem é propiciada, em
grande parte, pelas experiências vividas, as quais promovem as redescobertas
2 Texto extraído de, Equilibração das estruturas cognitivas e para onde vai a educação, pp 45 67 Zahar, José Olympio 1976/1988.
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das propriedades e das qualidades das coisas, quando a criança age sobre os
objetos e percebe as relações entre eles e o seu corpo, aumenta a sua
capacidade de aprender; em outras palavras, a eficiência da capacidade de
cada pessoa amplia-se em função de vários fatores; progresso de maturação
orgânica aumento da capacidade de transferência de aprendizagem e do
processo de aprender, do desenvolvimento da linguagem e das experiências
anteriores.
Primeiro a criança aprende que o botão entra na casa mas, só
posteriormente verifica que cada botão corresponde a uma determinada casa e
que para encontrar essa correspondência precisa colocar a duas partes da blusa
em determinada posição, essa descoberta exige aplicação do raciocínio lógico
que depende de certo grau de maturação. Todos esses fatores contribuem para
o desenvolvimento da ação mental, para o jogo de idéias que utilizamos na
solução de um problema. Neste jogo de idéias, está a ação mental que
constituem o pensamento. (Ibidem).
Os conceitos e os símbolos são instrumentos do pensamento;
possibilitam estabelecer relações e produzir soluções novas para os problemas
que a pessoa vivencia. O pensamento depende dos demais aspectos do
desenvolvimento intelectual. a inteligência, a aprendizagem, a memória. Por
tanto, assim como estes aspectos, o pensamento desenvolve-se com o ser
humano.
O comportamento inteligente pressupõe que a criança compreenda certas
relações e seja capaz de coordena-las, a partir dos seis meses a criança
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começa a manifestar novos comportamentos; combina os reflexos e os
processos sensoriais e motores, que se tornam cada vez mais complexos. Esse
comportamento é em geral, ações repetidas sobre objetos para fazer perdurar
uma experiência agradável. Por exemplo: A criança segura um chocalho e o
balança, ao acaso, o chocalho faz o ruído, a criança percebe a relação entre os
movimentos, ouve o ruído repete o movimento e assim sucessivamente, num
padrão de comportamento denominado, reação circular. (Piaget:1988)
É diferente a ação da criança de doze ou quinze meses que perceba uma
caneta sobre a mesa, mas não consegue pegá-la, e então puxa a toalha de
forma que o objeto fique ao alcance de sua mão. Neste estágio a criança
estabeleceu relações entre o objeto e a toalha, percebeu que puxando,
aproximaria o objeto e coordenou sua ação para atingir o objeto desejado, pega
então a caneca.(Ibidem).
Na reação circular a criança percebe a relação, mas a ação é simples e
direta. O objetivo de fazer durar o prazer não é predeterminado, mais
simultâneo, à percepção. Dos dois até aproximadamente os sete anos
desenvolve-se o estágio do pensamento pré-operacional.
O pensamento está intimamente ligado ao desenvolvimento da
linguagem, com aquisição da palavra, surgem as funções simbólicas do
pensamento, o uso da linguagem permite a relação entre o símbolo e a
realidade, isto é, a palavra e o objeto que esta representa.
No início da fase, não há conclusões lógicas nem conceitos formados. A
criança esta armazenando suas experiências simbólicas, entre as quais, há
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ainda, poucas relações. Na ação coordenada, à percepção dirige-se, a fins
imediatos; se a criança deseja um brinquedo que está nas mãos de outra, ela
simplesmente toma-o, sem importar-se com a outra ou com a noção de
propriedade.
Ainda neste início da fase pré-operacional do pensamento, até mais ou
menos quatro anos de idade, a criança não lida comparativamente com os
objetos em suas brincadeiras, os brinquedos são utilizados indiscriminadamente
sem preocupações, com tamanho, forma, cor, ou combinações possíveis entre
eles. A criança começa a pensar, a usar o seu pensamento, mas ainda não
raciocina, não é capaz de lidar comparativamente com os objetos.
Entre os quatro o os sete anos, há um crescente aumento da capacidade
de pensar, agindo sobre o ambiente, a criança amplia as suas experiências e
tenta estabelecer relações lógicas entre elas. No entanto, ainda não
compreende todos os dados das situações que vivem; suas conclusões são
intuitivas, a criança prende-se mais à percepção das aparências do que à
realidade 3.
Por exemplo: Se na sua presença colocarmos igual quantidade de água
em dois copos de formatos diferentes, um baixo e largo e outro alto e estreito, lá
poderá dizer que o segundo copo contém mais água porque o seu nível está
mais elevado, e isto, em aparência é mais no pensamento pré-operacional. A
criança reage ao efeito ilusório da percepção. No pensamento intuitivo não são
objetivas as relações entre tamanho e distância, tempo e velocidade, espaço e
3 Texto extraído do livro de Jean Piaget, ao alcance dos professores pp 54 57. C.M. Charles. 1985.
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tamanho, espaço e velocidade, ou quantidade e forma. A criança conclui
baseada em um único aspecto da realidade, o que tem maior destaque para ela,
na situação citada acima, a altura da água no copo foi mais significativa que a
quantidade de água.
Apesar destas limitações do pensamento, no raciocínio começa a
manifestar-se, pois ele é a capacidade para lidar comparativamente com os
objetos, discriminando as suas semelhanças, correlacionando classes e
relações até a elaboração do conceito de número e de outros conceitos
matemáticos. (Ibidem).
Neste estágio a criança começa a comparar os objetos em seus jogos e
brinquedos, mas a comparação envolve, de cada vez, apenas um dado ou
qualidade, os objetos podem ser agrupados pelo tamanho ou pela forma ou pela
função, uma coisa curiosa ocorre no agrupamento de cor, a criança primeiro
separa os objetos de uma mesma cor, não importando as outras cores, e depois
sucessivamente vai separando as outras de cada vez.
Por volta dos sete anos de idade, a criança já é capaz de agir por mais de
um dado da realidade concreta, percebe que a quantidade se conserva,
independentemente da forma, no citado exemplo dos copos admite que eles
contenham a mesma quantidade de água.
Apesar da visível diferença de níveis. Ao adquirir o domínio da noção de
conservação da realidade, a criança passa a dispor da base para o pensamento
operacional concreto que se desenvolve dos oito até os doze anos de idade
aproximadamente, coincidindo com a fase escolar.(Ibidem)
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A criança pode então coordenar as relações mais, menos e igual, a
coordenação dessas operações comparativas com as suas experiências
concretas, permitem compreender as noções de espaço, tempo, número, forma,
dentre outras.O pensamento operacional concreto prende-se a experiência
sensível e objetiva, se for proposta apenas oralmente, uma questão padrão por
exemplo: Ana é mais alta que Helena, João é mais baixo que André. Qual deles
é o mais alto? E qual deles é o mais baixo? 4
A criança entre nove e doze anos de idade se confundirá, a questão será
facilmente resolvida se acompanhada de um exemplo. No estágio operacional
concreto a criança domina a noção de conservação da realidade, mas ainda não
consegue compreender situações exclusivamente verbais, simbólicas, tudo é
uma questão de nível de desempenho do pensamento.
No início deste estágio a criança regula a noção de todos e alguns e
estabelece a relação entre elas. Em um buquê de rosas, e outros de margaridas
a criança percebe que todas são flores e que algumas são rosas e outras
margaridas. A criança começa a classificar e a seriar os objetos e descobre que
uma operação pode ser feita de maneiras diferentes, passa a compor e a
decompor a realidade, sabendo que não se altera a sua essência. As operações
lógico-matemática e o raciocínio só podem desenvolver-se quando, além da
noção de conservação, a criança domina o principio da reversibilidade e o aplica
às operações mentais, toda a operação pode ser realizada de diferentes
maneiras sem que se altere a sua essência .
4 Livro de Claudino Piletti, Didática Geral pp34 37. Ática 1995.
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É o início do levantamento de hipóteses que vai caracterizar o período de
operações formais do pensamento, a partir dos treze ou quatorze anos de idade,
as operações formais de pensamento permitem o raciocínio lógico dedutivo, a
atividade mental essencialmente simbólica, a critica e o julgamento do
pensamento, em sua turma você trabalha com crianças que estão em transição
do pensamento intuitivo, para os das operações concretas e com outras que
estão no estágio de operações concretas de pensamento propriamente dito.
(Ibidem).
As atividades escolares envolvem noções que são fatos estabelecidos
como o movimento de rotação da terra em torno do sol; mas deva-se considerar
se a criança está pronta ou não para aceitá-los. A criança precisa construir estas
noções a partir de experiências concretas e reais.
A ação didática deve ser, portanto, de coordenação e orientação das
atividades infantis, sempre estimulando a criança a prosseguir em suas
investigações e fazer as suas descobertas. Jogos de raciocínio, linhas de tempo,
materiais de qualidades diferentes que ampliem as suas experiências facilitando
a manipulação e a pesquisa. O progresso de pensamento e do raciocínio é
diferente para cada criança por isso deve haver flexibilidade de atividades para
que as crianças se sintam estimuladas; na aprendizagem, as atividades
escolares devem provocar o raciocínio e a compreensão, não a simples
memorização mais o raciocínio realista e progressista.(Ibidem).
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2 - Piaget e suas descobertas no pensamento intuitivo.
As descobertas importantes de Piaget nos mostram a educação como
principal importância para o nosso dia-a-dia, estas descobertas nos mostram
muitas coisas que podemos esperar de todos os estudantes em vários estágios
e de seus desenvolvimentos intelectuais, dentre elas estão incluídas a
linguagem, regras de jogos, o pensamento e até mesmo o nosso raciocínio etc.5
Passamos a observar estas características como realmente elas são,
como elas ocorrem tipicamente nos estágios do pensamento intuitivo, operações
concretas e operações formais.
No estágio do pensamento intuitivo este ocorre antes da idade de mais ou
menos quatro anos, na qual a criança da enorme passo no seu crescimento
mental, formando-se assim, os símbolos mentais o qual é representado por
objetos reais, como usar palavras para se referir a objetos e de raciocinar num
nível muito simples, provavelmente usando imagens mentais em vez de
palavras.
As crianças começam a entrar mais ou menos no estágio do pensamento
intuitivo por volta dos quatro anos de idade, fizemos uma observação que por
volta mesmo antes deste nível, as crianças raciocinam e dão explicações na
base da intuição ou pressentimentos, ao invés de faze-lo na base do adulto.
5 Adriana Flávia de O Lima pré-escola, uma proposta baseada em Paulo Freire e Jean Piaget pp 45 78 Vozes 1999.
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Observamos que apesar do grande progresso intelectual que fizeram, ainda são
muito fracas, em coisas tais, como: Compreender a ordem dos eventos, explicar
relações, compreender os números etc. (Idem).
As linguagens verbais das crianças, são de dois tipos, comunicativos e
egocêntricos, a linguagem comunicativa, consiste em falar com a intenção de
transmitir informações a outros e fazer perguntas. A linguagem egocêntrica é
não comunicativa, pode consistir em mímica de sons e de palavras, ou pode ser
um monólogo, a criança simplesmente fala enquanto brinca, sem a intenção de
se comunicar com os outros.
A linguagem egocêntrica pode abranger cerca de quarenta por cento da
linguagem total de uma criança, neste estágio os professores que se dedicam à
educação de crianças, deveriam compreender que isto é perfeitamente normal,
pois elas conversam consigo mesmas, mesmo estando com outras crianças.
(Ibidem).
Na linguagem comunicativa, as crianças têm dificuldades de
compreenderem umas as outras, elas tem problemas de relembrar mais de um
passo ou instrução ao mesmo tempo, no entanto estão começando a usar
palavras para verbalizar imagens mentais e a linguagem, então passa a ser
reflexos do pensamento.
Estas crianças pequenas argumentam muito, todos os pais e professores
deveriam saber disto, seus argumentos são disputas verbais. Há pouco
interesse em persuadir ou convencer.seus argumentos, neste estágio, têm
efeitos poderosos, as palavras e a realidade não são bem diferenciadas.
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Seus jogos, regras e competições, tornam-se cada vez mais sociais,
anteriormente egocêntrico e espontâneo, torna-se agora cada vez mais
relacionados e dependente dos outros, os favoritos incluem correr para pegar
outras crianças, esconder e achar, procurar objetos que estão faltando e jogos
de adivinhação. Estão ligados ao tipo de jogo e não a quem venceu ou perdeu,
está é a razão pela qual a criança tão facilmente quebra regras, embora ela não
a faça, mal intencionada.
Os professores devem lembrar de manter regras muito simples de
conduta e em números reduzidos, as crianças quebrarão as regras, isso não
significa que elas estão sendo impertinentes ou provocadoras, elas não
conseguem lembrar as regras ao mesmo tempo em que estão pensando sobre o
que querem fazer (Ibidem).
O seu pensamento e raciocínio. Devemos lembrar continuamente de que
as crianças não pensam como os adultos. Neste estágio elas não podem efetuar
operações em suas cabeças, operações como adicionar, subtrair, seguir passos
na resolução de um problema. São incapazes em vários aspectos de uma
situação, podemos pensar no todo ou em algumas partes mas nem em ambos
ao mesmo tempo.
Alguns atos são resultados e vice e versa, suas propriedades e resultados
são vistos como absolutos, certo ou errados, melhor ou pior, elas fazem juízos
de valores na base das primeiras impressões, sobre intuições e conforme o
prazer ou desprazer pessoal.
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Já na classificação e relações, neste estágio, a criança progride
rapidamente da habilidade de classificar adequadamente. Além disso, é capaz
de fazer subdivisões ou subgrupos de dentro de um grupo maior. No entanto
quando solicita a considerar tanto o grupo maior como o menor dentro dele, é
capaz de fazê-lo.
A maioria das crianças de quatro e cinco anos; não são capazes de dispor
objetos em ordem, como o do menor para o maior, o mais curto para o mais logo
e assim por diante, pelos seis anos de idade, no entanto, a maioria é capaz de
executar esta tarefa corretamente, embora geralmente o façam através de
ensaio e erro, colocando e recolocando os objetos conforme os comparam aos
objetos adjacentes.
Através dos números Jean Piaget demonstrou que a criança não pode
conceituar adequadamente o número até que compreenda, classes e relações.
Com outras palavras, a criança tem de ser capaz de “conversar”, para
compreender que a quantidade permanece a mesma independente de como é
dividida em partes, antes que adquira o conceito de números, esta observação
toma muitos de surpresa, por acharem que tão logo a criança seja capaz de
contar, ela esta pronta para começar a trabalhar com os números. (Ibidem)
As investigações de Jean Piaget, mostram que a contagem e a
conservação de números são operações distintas e que o conceito de número
não segue imediatamente a habilidade de contar. Jean Piaget, nota esta
habilidade, também, mas mantém o seu ponto de vista de que as crianças
podem efetuar operações numéricas com compreensão somente quando se
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tornam capazes de estabelecer correspondências isto é, compreender que o
número não muda quando os objetos são re-agrupados.
Na competição e na honestidade, foi nos mostrado, estudo em que os
professores consideram a desonestidade, um aspecto muito sério do caráter,
eles acham que mentir por exemplo, indica um estado depravado e que isto
jamais pode ser tolerado. Piaget lembra que mentir é comum às crianças no
estágio do pensamento intuitivo, talvez mentir não seja a palavra a ser usada,
porque raramente a criança tem intenção de enganar.
Os fatos se confundem em sua mente; ela ainda não pode diferenciar
completamente o fato de ficção; a história pode apenas soar melhor desta forma,
ou seja uma criança relata a sua experiência, outras afirmarão que fizeram o
mesmo.
A competição em jogos e no trabalho virtualmente não significa nada para
crianças deste estágio. Elas têm uma idéia muito limitada de ganhar e perder ou
de superar os outros, cada criança joga ou trabalha para si mesma e pelo prazer
da atividade.
Na autoridade e obediência das crianças de quatro ou cinco anos de
idade, a maioria das crianças é muito obediente aos adultos. As maneiras dos
adultos são justas, ser bom e ser obediente, e ser mal é ser desobediente. É
simplesmente uma violação da autoridade adulta e como tal é bastante aceitável
de que ela deva trazer punição. A criança que se comporta mal raramente se
sente culpada de suas ações, no entanto, a reprovação do adulto por seu mau
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comportamento; são esperadas ações erradas de outras crianças sempre
exigem punições de pessoas adultas.
As crianças começam a notar inconsistências nas maneiras de comportar-
se, apesar disso a maioria das crianças ainda aceita a autoridade do adulto. No
comportamento social, culpa e opinião, como temos observado, a culpa nada
mais é do que ser apanhado fazendo algo de errado, e o mau comportamento,
na maioria das vezes, e meramente a desobediência à regra adulta, não há
nada de errado no mau comportamento como tal, no entanto, punição é uma
conseqüência natural do mau comportamento e é esperada.
Vimos anteriormente que a grande parte da linguagem da criança, é
egocêntrica; envolve-se em uma linguagem bem mais comunicativa e menos
egocêntrica, embora este último tipo apareça e reapareça por vários anos. Os
jogos também, tornam-se cada vez mais sociais, outros participantes são
exigidos e não simplesmente tolerados. As crianças deste estágio, imitam cada
vez mais as outras, se alguém faz um ruído ou um gesto engraçado, outras
repetirão. Para Piaget, este é um comportamento natural.
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2.1 - Piaget, a psicomotricidade e a criatividade.
.
Entre o pensamento, emoção e ação existem uma relação que chamamos
e conhecemos como psicomotricidade, esta decorre da vivência que a crianças
tem de seu próprio corpo, o desenvolvimento psicomotor, permite à criança
conhecer e controlar o seu corpo.6
Cada criança tem um ritmo e um tempo próprio para se desenvolver, o
seu desenvolvimento psicomotor depende na maioria das vezes, do seu
amadurecimento, do sistema nervoso, de sua idade e de seus interesses, o
conhecimento do corpo envolve três aspectos que são intimamente ligados, são
eles; o esquema corporal, o conceito do corpo, e a imagem do corpo.
A imagem do corpo é o sentimento que o indivíduo possui, de como é
fisicamente e o resultado da própria experiência com o seu corpo, entretanto a
criança pode sentir-se, bonita ou feia, fraca ou forte, grande ou pequena. Essa
imagem que ela desenvolve do corpo, pouco a pouco, pode alterar-se com o
tempo e com as próprias modificações físicas, qualquer que seja essa imagem
interfere na segurança básica da criança na qualidade de suas relações com as
outras pessoas.
O conceito do corpo é a idéia que o indivíduo tem do que é o corpo, suas
funções e suas partes; as brincadeiras nas quais as crianças devem dizer o
nome e para que servem, por exemplo: Mãos e olhos Auxiliando assim, a
formação de conceito de corpo.
6Texto extraído do Livro, Ministério da Educação e Cultura, Qualificação Profissional pp 55 57. 1991.
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A criança constrói o conceito de corpo, fazendo uma observação de si
mesma e de outras pessoas. O conceito de corpo depende muito das
informações obtidas, da imagem do corpo e da elaboração do esquema corporal
aos pouco, à medida que a criança amplia sua experiência e aprende e também
fazer o controle de seus movimentos. (Idem)
Conhecendo e controlando o corpo, vivendo experiências sensoriais e
motoras, a criança estabelece a base para as suas aprendizagens; o
conhecimento do corpo é indispensável ao desenvolvimento do pensamento e
ao ajustamento ao meio. O pensamento da criança constrói-se pouco a pouco, a
partir das suas experiências, o corpo é o intermédio entre o meio e a criança, do
contato do ambiente com o corpo, surgindo as sensações e vendo, tocando,
ouvindo e sentindo diversas sensações, através dessas sensações, a criança
aprende a se conhecer melhor e a conhecer o mundo que a cerca, e através
desse conhecimento com o mundo que a criança age, se emociona e começa a
pensar.(Ibidem).
O esquema corporal é a organização das sensações do corpo em relação
com o mundo interior, é construído progressivamente, de acordo com o
amadurecimento do sistema nervoso e das experiências sensoriais e motoras; à
inter-relação do corpo com o ambiente, oferece sensações variadas decorrentes
das posições adotadas pelo próprio corpo, do relaxamento a contração dos
diferentes músculos, e da integração das diferentes partes do corpo.
A imagem que a criança tem de seu corpo corresponde ao que ela sente
e não à opinião de outras pessoas, as crianças se revelam quando sente o seu
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corpo representado na pintura e no desenho. A sua representação do corpo será
mais rica e precisa na medida em que a criança conheça particularmente os
detalhes do seu corpo, essa representação nos das informações sobre a
imagem que a criança faz do seu corpo naquele momento, informações estas,
que cabe ao professor utilizar para ampliar o seu conhecimento sobre os seus
alunos, com atitudes de aceitação, afeto e atenção etc. (Ibidem)
Para favorecerem a formação de uma imagem do corpo, a elaboração do
esquema corporal obedece às leis gerais do desenvolvimento, é contínua,
gradual, manifestá-se da cabeça para os pés e do centro para as extremidades,
sua construção realizá-se numa relação entre o eu, o mundo dos objetos e o
mundo dos outros.
Da elaboração do esquema corporal dependem o equilíbrio e a
coordenação motora, que regulam todas as ações motoras. Manter-se em pé na
vertical, sentado sem cair, passar de uma posição a outra, correr, ler e escrever,
por exemplo; são comportamentos que só são aprendidos quando o estágio de
elaboração do esquema corporal o permite, o esquema corporal por tanto
possibilita a coordenação sensorial e motora do organismo, permitindo o
controle e uso do corpo. (Nelson Piletti:1993).
A criança deve aprender a controlar o corpo como um todo, relacionando
suas diferentes partes, ora se contraindo ora se relaxando; ela pode ser um
soldado de chumbo e logo depois um boneco de pano. A ação adequada
permite a harmonia necessária ao equilíbrio corporal, integrando contrações e
relaxamentos musculares, as crianças podem manter-se em movimentos ou
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paradas. A base de toda organização do esquema corporal é uma atividade livre
da criança, pois o seu corpo é um brinquedo, sua atitude é espontânea e
essencialmente lúdica, serve para divertir e dar prazer7.
Daí pode se dizer que os jogos e as brincadeiras ajudam a criança, a
conhecer melhor o seu corpo, como brincar de mandraque e virar cambalhota,
etc. A criança precisa agir, falar, manipular, observar e ter várias relações com o
ambiente físico-social, só depois vai interiorizar, pensar e refletir. (Jean
Piaget:1998).
As experiências, nas mais variadas sensações, a criança descobre o seu
corpo, não é um todo uniforme que ele possui, diferentes sensibilidades nas
diferentes partes que ele compõe de duas partes simétricas, descobrindo o lado
direito e o esquerdo, que são iguais e a frente e as costas que são diferentes.
As atividades rítmicas são lúdicas, agradam e divertem os discentes, no
entanto contribuem para o desenvolvimento de movimentos harmoniosos da
percepção da atenção a socialização. Para o professor o conhecimento das
relações entre pensamento, ação e emoção torna-se importante, já que a
atividade da criança depende de quanto conhece sobre o seu corpo e do quanto
pode controlá-lo.(Idem).
As atividades que permitem identificar a imagem que a criança faz de seu
corpo, favorecem o desenvolvimento do esquema corporal, ampliam a idéia do
corpo e de suas partes, de como se combinam e para que servem, são
essenciais à aprendizagem escolar; os brinquedos e as atividades, livres e
7 Texto extraído do livro; Psicóloga Educacional pp34 50 Ática 1991.
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espontâneas, exercícios rítmicos tornam a aprendizagem escolar mais
interessante e produzem melhores efeitos nos desenvolvimentos psicomotores e
intelectuais. Já na criatividade, o potencial criativo começa a revelar-se desde a
primeira etapa do desenvolvimento infantil. Nos primeiros anos de vida, período
sensorial e motor, a criança experimenta todas as suas potencialidades e
possibilidades de movimentação, com isto, descobre e inventa, novos
comportamentos. (Ibidem)
Assim, ao buscar o domínio de sua capacidade de atuação no ambiente,
a criança exerce uma ação criativa; entre os três e os seis anos de idade,
predomina o jogo simbólico, a criança usa todo o seu jogo de símbolos, pois a
criança usa toda a sua imaginação criadora e expressa em palavras e
comportamentos, sua percepção do mundo, seus sentimentos e emoções.
O homem é um ser criador, capaz de utilizar os recursos da natureza para
facilitar e prolongar sua vida, torna-la mais atraente, além da verbalização, o ser
humano dispõe de muitas outras formas de manifestar-se seus sentimentos,
interesses necessários e conhecimentos de relacionamento com o mundo;
podendo explorar o seu próprio eu, e o meio que o envolve.
Entre os cinco e os oitos anos, a criança começa a submeter sua
imaginação e sua atitude sensória motora às regras da realidade, procura, no
entanto preservar a sua criatividade, buscando soluções originais que alteram a
regra geral, está sempre à procura de um modo diferente de fazer as coisas.
(Ibidem).
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A imaginação criadora revela-se em atividade espontânea como
dramatizações, brinquedos, trabalhos manuais etc. As atividades lúdicas servem
para as crianças liberarem a criatividade e aprender novas formas de lidar com a
realidade. A fase do jogo simbólica é ultrapassada quando a criança, pelo
desenvolvimento do pensamento; evolui das soluções egocêntricas para as
soluções coletivas, as crianças juntam as suas experiências, trocam idéias e
opiniões, procurando em conjunto novas formas de resolver seus problemas.
O professor deve aceitar que a criatividade decorre da experiência e do
nível de desenvolvimento da criança; a manifestação criadora infantil pode
revelar-se através de um comportamento aparentemente lógico para o adulto ou
ainda, de uma solução errada, por falta de experiências das crianças, esta
inventa, cria palavras, utilizando uma lógica muito própria.
Por exemplo: O colador; homem que cuida de coelhos, alguns fatores
podem interferir na expressão criativa, em qualquer área do comportamento, a
liberdade ou inibição da criatividade, dependem de condições do ambiente
físico, das experiências afetivas vividas e os valores sociais que as crianças
absorvem e transformam em atitudes.
O professor deve estimular a criatividade infantil, permitindo que a criança
viva todas as etapas do processo criador, para isso deve ser proporcionada
oportunidades de planejar atividades e liberdades para escolher materiais,
formas de execução e meios de expressão. Deve também lhes oferecer
estímulos para comunicar as suas soluções ao grupo e avaliar o próprio
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desempenho, isto porque o pensamento produtivo pode ser compartilhado por
todos, embora seja individual.8
A criança deve ser estimulada a desenvolver atividades criativas,
atividades estas que se relaciona com a ação, o dinamismo, a produção,
atitudes criativas que abrangem receptividade e sensibilidade, uma
disponibilidade para experimentar e inovar.
Um antigo jogo de dominó, no qual a figura de uma panela devia ser
combinada com a tampa, foi utilizado criativamente por um grupo de crianças,
mudando as regras do jogo, poderiam combinar quais quer figuras desde que a
apresentasse uma relação entre elas.
Por exemplo: Tampa combina com navio, porque os dois são de metais, o
ovo combina com a panela, porque a panela serve para cozinhar o ovo.
A criatividade não se relaciona apenas com as atividades artísticas,
embora nesta área se torna mais evidente, no esporte, na culinária, na
construção civil ou em qualquer outra área do comportamento humano, o
homem pode ser criativo, é uma forma produtiva de pensar e resolver um
problema, quando uma criança tenta utilizar uma varinha para alcançar algo
distante, está sendo criativa, encontrando uma forma produtiva de resolver
problemas, pode ser uma invenção, ou uma descoberta.
Por volta dos nove ou dez anos de idade, numa seqüência em seu
processo criativo, a criança aceita as regras do jogo, aprende, então, o jogo da
vida. Mas a aceitação dessas regras não é necessariamente passiva. A criança
8Ver em; Na formação do Educador de Maria Joanete.pp 76 97 Vozes.2000.
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dispõe de recursos para co-existir com regras, compreendê-las e mudá-las se
for necessário, procurando encontrar um equilíbrio entre as regras
estabelecidas, as condições de vida e a sua expressão pessoal. (Ibidem).
Na escola o desafio é bem colocado, o estímulo à curiosidade, o estímulo
à crítica e à autocrítica são elementos fundamentais para que acriança
mantenha a disposição criativa que possui, as atividades artísticas, embora não
sejam as únicas, constituem um campo fértil para a expressão criativa. Através
da dança, do canto, do ritmo, do desenho ou de qualquer outro tipo de arte ou
forma, a criança libera as suas tensões e se aventura, mais espontaneamente
na produção do novo.
À medida que a criança se desenvolve, muda a sua maneira de se
expressar, sua relação com o mundo, evolui sua manifestação artística, mas é
importante lembrar e fazer uma observação que tudo o que a criança faz é um
meio natural de expressão. (Ibidem).
O importante é que o ser humano tenha a oportunidade de vivenciar o
processo criador; quando o homem exprime uma idéia ou faz algo novo para si
ou para o seu meio esta criando, o pensamento criador, produtivo inovador,
implorativo e automotivo, atraído pelo desconhecido.
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3 - Vygotsky e a zona de desenvolvimento proximal.
Através da concepção de que é o aprendizado que faz com que possibilite
despertar os processos internos do indivíduo, liga o desenvolvimento da pessoa,
a sua relação com o ambiente sócio cultural em que vive e sua situação de
organismo que não desenvolve plenamente sem suporte de outros indivíduos de
sua espécie.9
É essa importância que Vygotsky dá ao papel do outro social no
desenvolvimento dos indivíduos, cristalizá-se na formulação de um conceito
especifico dentro de sua teoria, essencial para a compreensão de suas idéias
sobre as relações entre desenvolvimento e aprendizado: este é o conceito de
zona de desenvolvimento proximal.
Normalmente, quando nos referimos ao desenvolvimento de uma criança,
o que buscamos compreender e “até onde a criança já chegou,” em termos de
um percurso que supomos, será percorrido por ela. Assim, observamos seu
exemplo. Ela já sabe andar? Quando dizemos que a criança já sabe realizar
determinada tarefa, referimos a sua realidade de realizá-la sozinha.
Por exemplo, se observamos que a criança “já sabe amarrar os cadarços
dos sapatos”, está implícita a idéia de que ela sabe amarrar o mesmo sozinha,
sem necessitar da ajuda de outra pessoa. Vygotsky, denomina essa capacidade
de realizar tarefas de forma independente de nível de desenvolvimento real.
9 Texto extraído do livro Vygotsky- Aprendizado e desenvolvimento- um processo sócio- histórico pp 68 69. Spcione 1993.
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Para ele, o nível de desenvolvimento real da criança, caracteriza o
desenvolvimento de etapas já alcançadas, já conquistadas pela criança.
Vygotsky, chama a atenção para o fato de que, para compreender
adequadamente o desenvolvimento, devemos considerar não apenas o nível de
desenvolvimento real da criança, mas também seu nível de desenvolvimento
potencial, isto é, sua capacidade de desempenhar tarefas com a ajuda de
adultos ou de companheiros mais capazes.
Há tarefas que uma criança não é capaz de realizar, se alguém lhe der
instruções, fazer uma demonstração, fornecer pistas, ou der assistência durante
o processo. (Idem). Essa possibilidade de alteração no desempenho de uma
pessoa pela interferência de outra é fundamental.
Em primeiro lugar porque representa de fato, um momento do
desenvolvimento; não é qualquer indivíduo que pode, a partir da ajuda de outro,
realizar qualquer tarefa. Isto é, a capacidade de se beneficiar de uma
colaboração de outra pessoa vai ocorrer num certo nível de desenvolvimento,
mas não antes de receber orientação e ajuda de outra pessoa.
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3.1 - A criatividade na aprendizagem da criança.
O potencial criativo começa a revelar-se desde a primeira etapa do
desenvolvimento infantil. Nos primeiros anos de vida a criança experimenta
todas as suas possibilidades de movimentação e com isto descobre e inventa
novos comportamentos, assim ao buscar o domínio de sua capacidade de
atuação no ambiente, a criança exerce uma ação criativa.
Para Piaget, todo o ser humano tem um potencial de criatividade, uma
disposição para inventar e criar formas de atuar no ambiente, o comportamento
criativo é aquele que inova, que permite o indivíduo produzir soluções novas ou
originais para solucionar problemas que surjam.10
A criança é por natureza criativa, o homem é um ser capaz de utilizar os
recursos da natureza para facilitar e prolongar sua vida. Temos que identificar os
procedimentos de ensino que levam ao desenvolvimento da criatividade,
conceituando assim a criatividade como capacidade humana de se comportar
construtivamente, produzindo e conduzindo a autoconfiança, ao conhecimento e
a integração social. (Idem).
A imaginação criadora, revela-se em atividades espontâneas, como
dramatização, brinquedos e trabalhos manuais, as atividades lúdicas servem
para a criança liberar a criatividade e aprender novas formas de lidar com a
realidade, a criança começa a subestimar-se sua imaginação e sua atividade
sensório motora, as regras da realidade.
10texto extraído do livro de Diva Maranhão. Ensinar brincando pp 34 36 W. A. K. 2001.
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A criança usa toda a sua imaginação criativa e expressa em palavras, o
seu comportamento e a sua percepção com o mundo, através de seus
sentimentos e emoções. De modo geral, todas as crianças são criativas embora
em diferentes circunstâncias, a criança se faz o investigador e descobrindo
assim o que lhe interessa.(Ibidem).
A criatividade deve estar presente em todas as atividades, pois não há
momento específico para a criança criar algo, todas as oportunidades nas
diferentes áreas, podem ser transformadas em momentos criativos. A escola
deve aproveitar desta disposição das crianças para oferecer-lhes atividades,
através das quais os alunos sejam preparados para solucionar as próprias
coisas que lhes aparecem.11
O professor deve aceitar que a criatividade decorra da experiência e do
nível de desenvolvimento da criança, a manifestação criadora infantil pode ser
revelada através de um comportamento lógico, isso podemos observar na
linguagem infantil, pois a criança cria, inventa, utiliza uma lógica própria para
perder a inibição de mostrar a sua criatividade, dependendo muita das vezes, do
ambiente em que a mesma se encontra, das experiências afetivas, vividas e dos
valores sociais que as crianças absorvem e transformam em atitudes. (ibidem).
A criatividade é inerente ao ser humano e pode manifestar-se de
diferentes formas, podendo a escola, criar situações que favoreçam o
desenvolvimento da capacidade, para a criança manifestar-se, mais
11 Ver em; Psicologia Educacional pp55 57 Nelson Piletti. Ática 1993.
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autenticidade, originalidade e as atividades através de uma forma produtiva de
pensar e resolver os seus problemas sem inibição.
Quando o ser humano exprime uma idéia ou faz algo novo para o seu
meio de convívio esta criando o pensamento criativo produtivo e inovador, cabe
ao professor estimular a criatividade infantil, para que a criança mais tarde viva
todas as etapas do processo e assim desenvolver oportunidades de planejar
atividades e liberdade a fim de escolher materiais necessários a sua criatividade
do momento.
A criança deve ser estimulada a desenvolver atividades e atitudes
criativas, as atividades criativas relacionam-se com a ação, o dinamismo, a
produção de atitudes criativas que fazem uma abrangência à receptividade, e a
sensibilidade. À medida que a criança se desenvolve, muda a maneira de
expressar a sua relação com o mundo, fazendo assim a sua criatividade vir à
tona.
Os jogos e os brinquedos contribuem para a criatividade da criança ao
mundo que a envolve, pois fazem parte do ajustamento do discente mantendo a
sua motivação sendo assim, uma forma de expressão mais criativa das crianças
ao mundo que as envolvem, obtendo a motivação para a criatividade e o prazer.
Trabalhando no âmbito da educação, podemos perceber que não existe
um conceito pré-estabelecido entre os professores, de formação e informação,
no que diz respeito à criatividade. Outra característica antiga do ensino atual é
de que a educação ainda esta voltada para o passado, para o domínio de fatos
já conhecidos.
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Será que esquecemos de que o nosso aluno viverá a maior parte de sua
vida no século XXI e de que terá de se apropriar cada vez mais rapidamente das
informações, da tecnologia, para vencer os desafios, se conseqüentemente, terá
de desenvolver a capacidade de pensar de forma mais elaborada?
Quantas vezes os nossos alunos encontram nas suas escolas, espaços
para explorar, para descobrir, para pensar criativamente? Consagrou-se a idéia
de que as habilidades inseridas nas diferentes linguagens artísticas, musicais,
dramáticas etc, são privilégios de poucas pessoas e que a maioria não é capaz
ou não tem jeito para isso.(Ibidem).
Em conseqüência não se dá às pessoas nenhuma chance de aprender ou
de experimentar as suas próprias capacidades. O papel do professor é
fundamental para desmistificar a idéia de que, ser criativo é um dom divino. O
professor, exerce um papel de mediador privilegiado no processo de ensino
aprendizagem, no crescimento de seu aluno e no desenvolvimento das suas
habilidades criativas. 12
Para Diva Maranhão, o processo criativo possibilita ao homem realizar
uma nova combinação daquilo que já existe, sem que seja apenas uma
reorganização do velho, mas possibilite efetivamente a emergência de uma nova
estrutura mental
12 Texto extraído do Livro, Ensinar Brincando, a aprendizagem pode ser uma grande brincadeira, p p34 36 W. A K. 2001.
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3.2 - A aprendizagem cotidiana; uma ação supervisora.
A forma pela a qual os indivíduos satisfazem habitualmente as suas
necessidades, é relativamente específica, mas os objetivos propostos para a sua
satisfação, variam de pessoa para pessoa e assim sucessivamente. Os
comportamentos que levam à situação de uma necessidade, também são
resultantes de uma aprendizagem, no entanto, uma criança faminta pode chorar,
pedir comida a mãe ou ir simplesmente direto para a geladeira .13
A motivação, portanto fornece a energia para a ação e torna o indivíduo
receptivo a certos estímulos ambientais. A aprendizagem por sua vez é
responsável; pelo aparecimento das atividades, adequadas para a satisfação
das necessidades. Todo o indivíduo tem múltiplas necessidades a serem
satisfeitas e várias formas para satisfazê-la, como não pode satisfazer todas ao
mesmo tempo, nem alcançar diferentes objetivos de uma só vez, ele
obrigatoriamente deve ser seletivo e hierarquizar suas necessidades. (Idem)
Sua conduta mostra que o sucesso nos estudos é o objetivo mais
importante naquele momento; da mesma forma, uma moça que faz regime para
manter-se magra, está demonstrando a aprovação social, para ela, é o objetivo
mais importante do que o alimento. As necessidades podem ser genericamente
classificadas em duas categorias; filosóficas e psicológicas, as necessidades
fisiológicas, também denominadas primárias, estão ligadas à manutenção da
vida do indivíduo ou da espécie.
13 Texto extraído do livro de Lauro de Oliveira Lima. Escola do futuro-o ato de aprender pp 45 57. Jose Olympio 1974.
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As necessidades psicológicas estão ligadas a sua auto-realização, isto é,
à atualização de suas potencialidades e à conquista de sua autonomia. Portanto,
as necessidades fisiológicas estão ligadas à manutenção da vida orgânica e as
necessidades psicológicas, da vida emocional e social. (Ibidem).
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Conclusão
Estudar o comportamento humano, o desenvolvimento da criança, já é
uma continuidade de uma cultura milenar, sabemos que, desde que o homem
veio ao mundo, com ele, veio às ciências, as pesquisas e outros
conhecimentos; a busca do eu, segundo o conceito de filosofia, a incessante
busca da verdade.
Pesquisada pelos filósofos, enfim, a educação cresce junto com o
homem; o mesmo formou a sociedade a qual fazemos parte; fazer esta
pesquisa é satisfatório pois me permitiu conhecer um pouco mais deste mundo
de sábios e do saber; estou certa que este será para mim um novo caminho e
com certeza incansável e muito gratificante.
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