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Universidade Cândido Mendes
Pós-Graduação “Lato Sensu”
Projeto A Vez do Mestre
Inteligência Emocional
Jussara Cristina Fontes Reimão
Orientador
Profa Ana Cristina Guimarães
Rio de Janeiro
2005
Universidade Cândido Mendes
Pós-Graduação “Lato Sensu”
Projeto A Vez do Mestre
Inteligência Emocional
Apresentação de monografia à Universidade
Cândido Mendes como condição prévia para a
conclusão do curso de Pós-Graduação “Lato Sensu”
em Gestão de Recursos Humanos.
Por: Jussara Cristina Fontes Reimão
AGRADECIMENTOS
A todos os professores e colegas de turma que
possibilitaram o meu crescimento profissional e
pessoal.
DEDICATÓRIA
Dedico essa Pós-Graduação ao meu amado e
querido marido Jefferson pelo seu incentivo,
companheirismo e dedicação nos momentos mais
difíceis.
RESUMO
O presente trabalho demonstra de forma simples e compacta que seja
inteligência emocional e suas implicações no dia-a-dia do indivíduo. E como através
de suas aptidões e competências ele pode se desenvolver dentro e fora da
organização de trabalho.
Inicialmente definiu-se o que é emoção, QI e inteligência emocional para se
ter uma compreensão maior dos conceitos citados.
A emoção como sendo um motor impulsionador para o cérebro realizar
pensamentos e raciocínios mais elaborados. Para Cooper “a escassez de poder
impedir ou paralisar o raciocínio” (COOPER, 1997, p. 227).
O QI é apenas uma forma de mensurar a inteligência através de testes; uma
forma de enquadrar o indivíduo dentro de um padrão.
A inteligência emocional como sendo capaz de dimensionar o indivíduo de
uma forma mais global, com suas potencialidades, competências, em suma um
indivíduo emocional, que sabe que se constitui de emoção e razão. Sabendo que o
ideal seria a união dessas duas forças para que o indivíduo se torne mais realizador e
realizado num mundo globalizado como os dias de hoje. Portanto, é oportuno que o
indivíduo procure uma convivência pacífica entre razão e emoção.
Emoção e razão não são processos antagônicos e sim que se complementam
para que a vida o ser humano se torne mais harmônica e feliz.
O importante é ter-se em mente que o QI se mantém estável ao longo da vida,
já a inteligência emocional é algo que se pode aprender e aprimorar através dela.
METODOLOGIA
Os métodos utilizados foram leitura de livros, artigos e entrevistas e consulta
à rede internacional de computadores.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 09
CAPÍTULO I – O que é emoção e suas implicações? 12
CAPÍTULO II – O que é Inteligência? 20
CAPÍTULO III – O que é Inteligência Emocional? 25
CONCLUSÃO 36
REFERÊNCIAS 38
ÍNDICE 39
FOLHA DE AVALIAÇÃO 40
INTRODUÇÃO
Inicialmente discutiremos a respeito do que vem a ser emoção na sua essência
fisiológica e emocionalmente falando. Como surgem as emoções, os sentimentos;
como eles vão aflorando lentamente em nossos corações e mentes. Ou seja, como se
dá todo o processo fisiológico para que as ações ocorram.
“A emoção, também, é uma forma de energia que continuamente flui através
de você, movimentando uma confluência de profundos processos que afetam todos
os aspectos de sua vida. Quando você desenvolve sua inteligência emocional, você
muda a forma dessa energia, modificando, assim sua maneira de trabalhar, viver e de
se relacionar” (COOPER, 1997, p. 14).
Cooper (1997) desenvolve a inteligência emocional através de quatro
competências: alfabetização emocional, competência emocional, profundidade
emocional e alquimia emocional. Onde cada uma das competências se subdividem
pra uma maior abordagem individual.
Goleman (2001) propõe cinco competências básicas para desenvolver a
inteligência emocional que são elas: autoconhecimento, consciência, empatia,
motivação e intuição. Para ele o importante é desenvolver essas competências e
aptidões para um maior bem estar do ser humano.
Para Goleman (2001), o QI contribui apenas 20% para os fatores que vão
determinar o sucesso na vida do indivíduo, ou seja, os 80% restantes se constitui de
uma série de aptidões, competências, ambiente familiar etc.
Garden (1994) desmembra a inteligência emocional em nove tipos: Verbal-
Linguístico, Lógico-Matemático, Musical, Espacial, Corporal-Cinestésico,
Interpessoal, Intrapessoal, Naturalista ou Ambiental e Espiritual. Através desses tipos
que ele formalizou o seu conceito de inteligências múltiplas.
O QI praticamente é imutável, já as emoções, essa sim se modificam quase
que o tempo todo, porque dependem da aprendizagem do indivíduo no seu cotidiano.
E é aí que emoção e razão deveriam andar entrelaçadas para o crescimento do
indivíduo. Pena que na maioria das vezes isso não ocorre.
O processo racional requer tempo, pois a informação precisa percorrer um
caminho cognitivo maior que a emoção pura. Assim, a reação emocional (instintiva)
é muito mais rápida do que as suas considerações racionais.
Reconhecer que as emoções podem alterar sua capacidade de decisão, deve
fazer com que você procure ter mais objetividade em áreas totalmente subjetivas. É
necessário bom senso e pensamento crítico para orientar nossas emoções.
O desafio para evolução humana é equilibrar emoção e razão. O aprendizado
para esse equilíbrio, o homem vem conquistando a passos bem pequenos. Esse
processo é lento e exige do homem uma dedicação exclusiva de atenção e
comprometimento com a sua subjetividade.
Quanto mais entendermos os mecanismos da razão e emoção, mais
caminharemos para uma utilização mais eficaz de ambas. Esse uso eficiente deve ser
a busca de todo ser humano.
A inteligência emocional descreve uma abordagem diferenciada do
comportamento humano e prova que é possível reaprender a lidar com as emoções.
“A emoção nos desperta e motiva e nos conclama a nos comprometermos.
Esse impulso interno é essencial para implementação bem sucedida de qualquer tipo
de inteligência ou de estratégia” (COOPER, 1997, p. 186).
CAPÍTULO I
O QUE É EMOÇÃO E SUAS IMPLICAÇÕES?
A palavra emoção vem do latim movere que significa “mover” e acrescida do
prefixo “e” que significa “distanciar-se” o que indica sempre uma predisposição para
agir de imediato.
Para Cooper (1997), as emoções são poderosos organizadores do pensamento
e da ação, e, paradoxalmente, são também indispensáveis para o raciocínio e a
racionalidade (COOPER, 1997, p. 19).
O Oxford English Dictionary define emoção “como qualquer agitação ou
perturbação da mente, sentimento, paixão, qualquer estado mental veemente ou
excitado” (GOLEMAN, 2001, p. 303).
Para Goleman (2001), “emoção se refere a um sentimento e seus pensamentos
distintos, estados psicológicos e biológicos e a uma gama de tendências para agir”
(GOLEMAN, 2001, p. 303).
Desde os primórdios o homem não compreende muito bem como se dá a
dicotomia entre emoção e razão e os estudiosos tentam de alguma forma explicar e
exemplificar como ocorre esses fenômenos.
É no neocórtex1 que se dá as nossas emoções, ou melhor, dizendo, é lá que
elas são processadas se tornando a sede do pensamento.
O cérebro foi se desenvolvendo de acordo com a espécie. Desde os
1 Neocórtex ĺ grande bulbo de tecidos ondulados que forma as camadas externas do cérebro.
primórdios os mamíferos eram naturalmente emotivos para criar seus filhotes e isso
ocorria instintivamente. Milhões de anos se passavam e aparecem os primatas, já
com o cérebro mais desenvolvido, tendo impulsos instintivos, emoções primitivas,
um mecanismo que consegue satisfazê-los, é quando surge o desejo, à vontade. E
surge o objetivo e depois a estratégia para realizar cada desejo é quando surge o
homo sapiens.
No homo sapiens o neocórtex é muito maior que o de outras espécies,
compreendendo o centro que abrange e percebem os sentidos. É quando vamos ter
um sentimento sobre imagens, símbolos, pessoas, arte etc.
É através do neocórtex que todas as relações emocionais vão se estabelecendo
no indivíduo. Espécies que não tem o neocórtex desenvolvido como, por exemplo, os
répteis, não desenvolvem uma relação objetiva mãe e filhote; quando estes saem dos
ovos, tratam o mais breve possível de desaparecer da frente da mãe, pois correm o
risco de serem comidos por sua própria genitora.
É exatamente o que ocorre na escala filogenética do réptil ao homo sapiens, o
volume do neocórtex vem aumentando e com esse aumento um número significativo
de interligações e circuitos cerebrais se fazem presente; aumentando as respostas que
o homem pode dar a cada situação vivida. “O neocórtex abriga a sutileza e
complexidade da vida emocional, como a capacidade de ter sentimentos sobre nossos
sentimentos” (GOLEMAN, 2001, p. 26).
É na emoção que nossos corpos e mentes armazenam histórias, cada
experiência e compreensão dos relacionamentos que vivemos no cotidiano.
Algumas descobertas indicam que a emoção é o motor impulsionador para o
cérebro ser capaz de realizar raciocínios mais elaborados. Os pesquisadores também
constatam que o indivíduo adulto só utiliza 1/10.000 do seu potencial de inteligência
pela vida.
Segundo Cooper (1997), o “QI está relacionado a apenas quatro por cento do
sucesso no mundo real. Em outras palavras, noventa e seis por cento relacionam-se a
outras formas de inteligência” (COOPER, 1997, p. 10).
A emoção sendo encarada como uma energia que tende sempre a fluir.
“A emoção, também é uma forma de energia que
continuamente flui através de você, movimentando uma
confluência de profundos processos que afetam todos os
aspectos de sua vida. Quando você desenvolve sua
inteligência emocional, você muda a forma dessa energia,
modificando, assim, sua maneira de trabalhar, viver e de se
relacionar” (COOPER, 1997, p.14).
O ser humano pode possuir alto nível de QI ou de inteligência emocional, o
ideal é que ele estabeleça um equilíbrio entre essas duas forças que não são
antagônicas, mas sim, complementares.
A inteligência emocional é uma energia ativadora que serve como
organizadora do pensamento e da ação e são indispensáveis para o raciocínio e a
racionalidade do indivíduo.
A inteligência emocional é mais rápida que a racional, age sem parar pra
pensar. Essa rapidez exclui a reflexão analítica, deliberada que caracteriza a racional.
As espécies têm que demonstrar essa capacidade de reação imediata até
mesmo pela sobrevivência tipo luta e fuga. A necessidade de agir rapidamente é
automática que nem passa ao nível de consciência. Somos levados por uma reação
emotiva e rápida, às vezes sem saber exatamente o que ocorre. Esse modo perde sem
precisão e ganha em rapidez. Por outro lado essa reação pode ser equivocada e se
dirigir ao alvo errado.
As emoções tomam conta do indivíduo antes mesmo que ele se dê conta,
como uma adaptação emocional essencial. As emoções nos mobilizam para agir em
momentos de emergência sem perda de tempo. Ocorre alteração nos batimentos
cardíacos e no fluxo sanguíneo imediatamente a reação. Essa rapidez ocorre
geralmente em emoções intensas associada a sentimento de medo. Essas emoções
duram breves momentos, segundos. Já que estas não devem permanecer por muito
tempo dominando o indivíduo.
A mente emocional registra as emoções num primeiro impulso, as situações
emotivas não vêm do cérebro, mas do coração. Já a mente racional demora mais para
registrar os fatos. Existe ainda uma reação emocional que não é tão rápida ela aflora
no pensamento antes de estabelecer-se como sentimento. Essa reação se desencadeia
por uma análise dos nossos pensamentos, ocorrendo um processo cognitivo
importante na determinação de qual emoção deverá ser despertada. Ou seja, o
sentimento ocorre após a um pensamento lento e articulado.
Na situação de resposta rápida, o sentimento precede ou é simultâneo ao
pensamento. Os sentimentos mais intensos são reações involuntárias.
A mente emocional tem uma lógica associativa, por isso, seus símbolos,
imagens, metáforas tem uma ligação direta com a mente emocional. “Na realidade, o
símbolo e o rito não fazem sentido do ponto de vista racional, são representações
vernaculares de acesso ao coração” (GOLEMAN, 2001, p. 308).
Essa lógica foi bem descrita por Freud (apud GOLEMAN, 2001), quando ele
fala do processo primário do pensamento.
A mente emocional tem como tarefa estabelecer um estado emocional
específico, determinado por sensações que são dominantes num determinado
momento. “Na mecânica da emoção, cada sentimento tem um diferente repertório de
pensamento, de reações e mesmo de memórias. Esse repertório emocional específico
se torna mais dominante nos momentos de intensa emoção” (GOLEMAN, 2001,
p.310).
Ou seja, através da memória seletiva em cada situação emocional vivida
vamos ter hierarquizada, qual reação vamos ter, é como se toda emoção intensa tenha
uma assinatura biológica definida numa alteração de sinais no próprio corpo.
Através de vários tipos de assinaturas biológicas da emoção, algumas são
estudadas tais como: a raiva, o medo, a felicidade, o amor, surpresa, expressão de
repugnância, tristeza e tantas outras.
Na raiva ocorre uma série de alterações fisiológicas, aumenta os batimentos
cardíacos, reação hormonal com adrenalina, etc. Fazendo com que o indivíduo tome
uma atitude vigorosa diante da situação vivida.
No medo o sangue se dirige imediatamente para os músculos para facilitar a
fuga. O sistema hormonal também é disparado, fazendo com que a atenção se volte
para emitir a melhor resposta diante da situação vivida.
A felicidade, sensação que inibe sentimentos negativos e favorece o aumento
da energia. Na realidade, não ocorre uma mudança, uma mudança fisiológica
significativa, a não ser uma tranqüilidade, dando ao corpo um total relaxamento,
incentivando-o para as próximas tarefas.
O amor como um sentimento de afeição provoca um padrão parassimpático
de relaxamento, provocando um estado de calma geral e satisfação.
Na surpresa, uma luz maior se dá na retina para que o indivíduo possa ter uma
maior amplitude do acontecimento para que possa estabelecer o melhor plano de
ação.
Já a expressão de repugnância informa que algo desagradou o individuo,
através dos seus sentidos.
A tristeza tenta ajustar uma imensa perda para o indivíduo.
“Essas duas mentes, a emocional e a racional na maior
parte do tempo operam em estreita harmonia, entrelaçando
seus modos de conhecimento para que nos orientemos no
mundo... Mas são faculdades semi-independentes, cada uma
refletindo o funcionamento de circuitos distintos, embora
interligados, do cérebro” (GOLEMAN, 2001, p. 23).
É no centro do sistema límbico2 que se inicia a chamada pra uma emergia,
recrutando o restante do cérebro a executar um plano de eugência. O que Goleman
(2001), chama de “seqüestro emocional”, que ocorre antes que o neocórtex, o cérebro
pensante tenha a possibilidade de compreender tudo que está se passando, sem ter o
2 Sistema límbico ĺ centro onde se encontra as emoções.
tempo necessário para agir.
Esses seqüestros são uma tomada de poder neural que se origina na amígdala
cortical.
A amígdala e o hipocampo são duas estruturas do cérebro que são
responsáveis pela aprendizagem e memória, a amígdala é especialista nas questões
emocionais.
Estudos realizados constaram que indivíduos que tinham essas estruturas
retiradas possuíam uma incapacidade de avaliar o significado emocional dos
acontecimentos, chamado de “cegueira afetiva”. Sem amígdala o indivíduo perde a
capacidade de ter sentimentos e de discerni-lo. O depósito da memória emocional é a
amígdala e sem ela não há lágrimas para dar alívio a um sofrimento.
Estudos de Le Doux (apud GOLEMAN, 2001), revelam que mesmo o
neocórtex recebendo suas informações, existe ainda uma outra rota de feixes de
neurônios que vai direto do tálamo pra amígdala. Possibilitando que esta receba
informações direta dos sentidos e inicia uma resposta antes do próprio neocórtex
(onde as informações chegam ais lentamente). A amígdala se lança a ação enquanto
o neocórtex mais lento, porém, mais bem informado traça um plano mis eficaz de
ação.
Já o hipocampo3 nos fornece uma memória de contexto, necessária para o
significado emocional, é o hipocampo que reconhece o significado, que damos a
algo.
Quem lembra dos fatos é o hipocampo e a amígdala retém o valor emocional
3 Hipocampo ĺ estrutura límbica responsável por grande parte da aprendizagem e memória do
cérebro.
que o encerra.
Um pequeno exemplo: é o hipocampo que reconhece a face de uma
determinada pessoa, mas é a amígdala que diz se você gosta ou não dela.
“Amígdala é o principal ponto do cérebro para onde vão esses sinais, eles
ativam neurônios dentro dela que enviam sinais a outras regiões cerebrais, a fim de
dar um reforço a memória sobre o que está acontecendo” (GOLEMAN, 2001, p. 34).
É no córtex pré-frontal que é dada uma resposta mais analítica ou adequada
aos nossos impulsos, controlando a amígdala e outras regiões límbicas...
Geralmente são as áreas pré-frontais que governam nossas reações
emocionais, junto com a amígdala e outros circuitos do cérebro emocional.
“Quando uma emoção dispara em poucos momentos os
lobos pré-frontais efetuam o equivalente a um cálculo da
relação custo/benefício dos miríades de reações possíveis e
decidem que uma delas é a melhor” (GOLEMAN, 2001, p.
39).
Ou seja, sem amígdalas e sem lobos pré-frontais não existe vida, emocional
num sentido mais completo da palavra.
O importante é que sem a emoção o lado racional humano fica muito
empobrecido. E o homem perde a grande oportunidade de viver uma vida por inteiro.
CAPÍTULO II
O QUE É INTELIGÊNCIA?
“Inteligência é a faculdade ou capacidade de aprender, compreender ou
adaptar-se facilmente, intelecto, intelectualidade, destreza mental, agudeza,
perspicácia” (FERREIRA, 1993, p. 311).
Inteligência é a capacidade do indivíduo para resolver problemas e de se
adaptar a novas situações dentro do seu contexto cotidiano.
Mais do que o QI ou conhecimento especializado, hoje o que determina o
êxito na empresa é a inteligência emocional. Mais do que nunca a empatia, iniciativa,
trabalho em equipe e liderança são qualidades fundamentais para um profissional de
sucesso.
O QI se mantém estável ao longo da vida, mas a inteligência emocional é algo
que se pode aprender e aprimorar com o tempo.
Para Gardner (1994), o conceito de QI se dá em torno de uma faixa de
aptidões lingüísticas e matemáticas. Através de seus estudos verificou que somos
portadores de inteligências múltiplas e que a cada interação entre elas pode-se tornar
indivíduos muito mais criativos e de sucesso.
Cada vez mais as empresas querem indivíduos mais plural, com múltiplas
habilidades. Atualmente não se espera um único papel do funcionário: ele precisa ser
um profissional excelente, com habilidade para liderar e ser liderado, precisa ser um
cidadão atuante, precisa ter equilíbrio emocional, precisa ser criativo, comprometido
com sua empresa, ter espírito de equipe, etc.
Todas as inteligências, habilidades devem ser utilizadas numa combinação,
onde cada uma auxilia a outra num entendimento global do indivíduo e das situações
vividas.
Segundo Gardner (1994), é fundamental que as pessoas tenham consciência
de que devem continuar aprendendo mesmo depois de saírem da escola. Pois o futuro
profissional do indivíduo será um diferencial no mercado de trabalho competitivo os
dias de hoje.
O autor em seus estudos conseguiu identificar nove diferentes tipos de
inteligências, onde falaremos brevemente de cada uma delas.
Inteligência Verbal – Lingüística ĺ é a habilidade do uso da linguagem para
convencer, agradar, transmitir ou estimular idéias, além de utilizar a forma
escrita e falada.
Inteligência Lógico – Matemática ĺ é a habilidade para lidar com
raciocínios, reconhecer problemas e resolvê-los. Gosto por cálculos, padrões,
ordem e sistematização.
Inteligência Musical ĺ é a habilidade para apreciar, compor ou reproduzir
uma peça musical. Inclui percepção dos sons, ritmos, texturas e timbre,
habilidade para produzir e reproduzir sons de maneira criativa.
Inteligência Espacial ĺ é a capacidade para perceber o mundo espacial e
visual de forma precisa. Possibilita as pessoas perceberem as imagens,
transformá-las e criá-las a partir da memória.
Inteligência Corporal-Cinestésica ĺ permite aos indivíduos a utilizarem seus
corpos, total ou parcialmente de forma especializada. Envolve autocontrole
corporal e destreza para manipular objetos.
Inteligência Interpessoal ĺ habilidade de interagir com outras pessoas,
entendê-las e interpretar seu comportamento. É a inteligência comum a
políticos, líderes, terapeutas, religiosos, professores, que sabem identificar
expectativas, desejos e motivações de outras pessoas, tornando-se sensível as
suas necessidades.
Inteligência Intrapessoal ĺ é a inteligência de reconhecer os próprios
sentimentos e desenvolver modelos mentais precisos sobre si mesmo. É a
inteligência que dá acesso ao conhecimento de seus sentimentos, sonhos e
idéias.
Inteligência Naturalista ou Ambiental ĺ adicionada recentemente a lista das
inteligências múltiplas, é a habilidade de identificar e classificar padrões
da`natureza. É percebida pela atração pelo mundo natural e pela sensibilidade
em relação a ele.
Inteligência Espiritual ĺ é a mais nova adicionada alista de Gardner. Refere-
se à preocupação e formulação de perguntas sobre a morte, vida e o universo.
O estudo de Gardner (ibid) apontou o caráter democrático das inteligências
múltiplas, com a sentença de que todos nós nascemos com todas essas inteligências.
O que faz a diferença é o estímulo que é dado a elas para se desenvolverem.
Enfim, para Gardner inteligência é a capacidade não do indivíduo elaborar
um determinado projeto ou produto, mas também a capacidade de dar sentido a ele e
contextualizá-lo numa sociedade.
O psicólogo Salovey (apud GOLEMAN, 2001), segue a linha de Gardner, e
expande suas inteligências em cinco domínios distintos:
a) Conhecer as próprias emoções: é fundamental reconhecer um sentimento
quando ele ocorre para que possamos autocompreendê-lo. As pessoas
mais seguras dos seus sentimentos controlam melhor suas vidas, tendo
uma maior dimensão de que atitudes tomar a cada situação.
b) Administrá-las: é administrar seus sentimentos bons ou maus e
principalmente ter a capacidade de confortar-se ou de livrar-se desses
sentimentos.
c) Motivar a si próprio: é colocar as suas emoções a serviço da sua atenção
para se auto-motivar e ser criativo.
d) Reconhecer as emoções em outras pessoas: empatia; as pessoas empáticas
estão sintonizadas com as outras, tentando entender seus problemas,
dilemas, dúvidas, enfim, tendo uma atitude altruísta para com elas.
e) Manejar seus relacionamentos: é uma aptidão para lidar com as emoções
dos outros, é quando o relacionamento é tranqüilo, é quando as pessoas se
respeitam, se gostam e usufruem de uma relação sincrônica.
Verdadeiramente não há como fazer um teste para medir a inteligência
emocional. O que alguns teóricos fazem é uma medição denominada “maleabilidade
do ego”. E um desses teóricos foi Jack Block, psicólogo da universidade da
Califórnia, ele fez uma comparação de dois tipos puros: indivíduos de QI alto contra
indivíduos com altas habilidades emocionais.
Bock (apud GOLEMAN, 2001), o tipo QI alto puro é praticamente
considerado a ponte intelectual. Os perfis de homens e mulheres diferem levemente.
O homem de QI alto é ambicioso, produtivo, obstinado, crítico, não se
preocupa consigo próprio, inibido, emocionalmente frio, etc.
Já o homem de altas habilidades emocionais são mais comunicativos e
animados, não são preocupados, tem engajamento com pessoas e causas, são
atenciosos em seus relacionamentos. Se sentem à vontade consigo próprio e com os
outros.
Mulheres de QI alto têm seu lado intelectual bem desenvolvido, tendem a
serem introspectivas, tem interesses estéticos, propensa à ansiedade, etc.
Entretanto as mulheres com altas habilidades emocionais tendem a serem
assertivas, comunicativas, adaptam-se bem a estados de tensão, sentem-se a vontade
consigo própria, raramente sentem-se ansiosas, etc.
Esses estudos são bastante extremos e radicais, pois cada indivíduo perpassa
por cada uma dessas habilidades, sendo cada um a seu grau, uns mais com o QI e
outros mais com a inteligência emocional. O que sabe-se é que o equilíbrio
harmônico entre emocional e intelectual é o ideal para o ser humano.
“Na medida em que a pessoa tem tanto inteligência
cognitiva quanto emocional, essas imagens se fundem.
Ainda assim das duas é a inteligência emocional que
contribui com um número muito maior das qualidades que
nos tornam mais plenamente humanos” (GOLEMAN, 2001,
p. 58).
CAPÍTULO III
O QUE É INTELIGÊNCIA EMOCIONAL?
Para Cooper “A inteligência emocional é a capacidade de sentir, entender e
aplicar eficazmente o poder e a perspicácia das emoções como uma fonte de energia,
informações, conexão e influência humanas” (COOPER, 1997, p. XVIII).
O autor através de seus estudos divide a inteligência emocional em um
modelo de quatro bases: alfabetização emocional, competência emocional,
profundidade emocional e alquimia emocional dá uma contribuição significativa e
decisiva nas nossas relações de trabalho e vida social.
Através desse modelo ele cria um questionário o EQ Map que foi aplicado em
milhares de gerentes, executivos e profissionais de empresas, para avaliar as
vulnerabilidades e potencialidades do indivíduo no seu desempenho pessoal,
identificando padrões de sucesso individual. E dentro de cada base ele desenvolve
quatro competências fundamentais para o crescimento do indivíduo.
1 – Alfabetização Emocional ĺ é através dela que o indivíduo pode ser verdadeiro
consigo mesmo, alcançando responsabilidade, respeito próprio, autoconsciência e
autocontrole. E dentro dessa base, Cooper (1997), vai desenvolver quatro
competências: honestidade emocional, energia emociona, feedback emocional e
intuição prática.
1.1 - É na honestidade emocional que você entra em contato com seus sentimentos,
intuição e consciência. É através das emoções que o indivíduo toma contato com
seus sentimentos e o mundo que o rodeia.
1.2 - A energia emocional vai se desenvolver em quatro estados básicos de energia:
1.2.1 Energia-tensa é uma tendência de ânimo impulsionada pelo estresse, que se
caracteriza por uma sensação de poder e entusiasmo.
1.2.2 Energia-calma as reservas físicas e mentais estão aumentadas e em equilíbrio.
1.2.3 Cansaço-tenso é um estado que se caracteriza por um cansaço generalizado
1.2.4 Cansaço-calmo se caracteriza por uma sensação de desligamento e
relaxamento. Um equilíbrio de suas energias.
“Há muitas evidências de que o modo como você se
sente o respeito de si mesmo e de seu trabalho e quão
disposto está para empenhar-se em dialogar, valorizar os
outros, compartilhar idéias e prestar colaboração informal
e criativa de quão eficazmente você administra a energia e a
tensão” (COOPER, 1997, p. 49).
É através da eliminação da energia-tensa e do cansaço-tenso e estimulando a
energia-calma que poderemos aumentar nossas competências para adquirir uma
inteligência emocional muito mais desenvolvida.
1.3 – Feedback emocional – “todo sentimento é um sinal” (COOPER, 1997, p.57). A
emoção é um conjunto de sinais que atuam como breves lembretes que nos
informam, nos dirigem para as ações num determinado momento. O feedback ajuda
ao indivíduo a entender como, quando, onde e por que realizar esse redirecionamento
dos sentimentos, emoções. Ou seja, onde e como reagir com energia apropriada,
refletindo esse momento como único e carregado de responsabilidade.
1.4 – Intuição prática – vem do coração do lado mais intenso e sutil do indivíduo. “A
intuição é a percepção ultra sensorial que destina a ajudá-lo”(COOPER, 1997, p.70).
É a intuição que nos faz sentir que atitude tomar diante de uma situação, é essa
emoção que nos aconselha e nos faz importar-se com as pessoas e ter empatia por
elas.
2 – Competência Emocional ĺ corresponde às qualidades do coração, que nos
permite a prática de habilidades, desenvolvidas com crédito e autenticidade. E isso
nos habilita a difundir um raio de confiança nas relações de trabalho e vida pessoal.
2.1. – Presença autêntica – impõe por si só um diálogo verdadeiro onde um valorizar
o outro, seja ele quem for. Esse diálogo tem o objetivo implícito de compartilhar
idéias e para isso é necessário conhecer o outro.
2.2 – Raio de confiança – força emocional, que se inicia com auto-estima e
determinação se expandindo para cada grupo de convívio. É um ciclo você confia
nos outros e outros confiam em você, esse ciclo vai se estabelecendo e crescendo
liberando um diálogo franco e honesto.
2.3 – Insatisfação construtiva – é importante onde todos coloquem suas idéias,
mesmo que não seja aceita pelo grupo, pois isso de alguma forma reforça a energia
criativa que se instala no grupo.
2.4 – Capacidade de recuperação e renovação – na grande maioria das vezes é
através da adversidade que somos moldados e fortalecidos através da competência
emocional. A forma como respondemos a essas adversidade ou desafios é que vai
mudar o nosso futuro para Churchill (apud COOPER, 1997, p. 154). “O sucesso é
seguir de fracasso em fracasso sem perder o entusiasmo”. Essa capacidade de
enfrentar e de se adaptar a esses desafios é que nos tornam mais humanos.
3 – Profundidade emocional – o indivíduo tem que estar de acordo com as
profundezas do seu coração. Temos que encarar as coisas num nível mais profundo,
descobrir o potencial interior de cada um de nós e desafiar nosso próprio destino à
realizar um propósito de vida com o qual você se comprometa e sinta-se feliz.
3.1 – Potencial e propósitos únicos – é quando o indivíduo investe num propósito
que ele realmente acredita. E com seu talento e vocação os colocam em benefício da
sua vida tanto profissional, quanto pessoal. “Um propósito é bem mais que uma boa
idéia, é um caminho carregado de emoção no trabalho e na vida que lhe proporciona
orientação e direção” (COOPER, 1997, p. 175).
3.2 – Compromisso emocional – é uma motivação intrínseca, como se fosse um
motor que te impulsiona com paixão a realizar as coisas. E esse realizar coisas tem
que estar comprometido emocionalmente.
3.3 – Integridade aplicada – conceito que descreve que o indivíduo deve saber
discernir entre o certo e o errado a partir de uma atitude de acordo com sua
consciência.
3.4 – Influência sem autoridade – a autoridade sem autoritarismo, onde é necessário
relacionar-se, inovar, priorizar e agir de maneira que todos tenham consideração e
respeito pelo líder, suas idéias e seus propósitos.
4 – Alquimia emocional – tem como objetivo aplicar a intuição, sentimento,
aspirações, energias catalisadoras de mudança e de crescimento numa confluência de
todos esses fatores para uma vida mais harmônica.
4.1 – Fluxo intuitivo – ocorre quando estar-se vivendo o acontecimento
intensamente, fazendo-o acontecer. Ele nos proporciona um sentido mais intenso do
que é a intuição e nos proporciona um prazer em realizar esse risco criativo.
4.2 – Deslocamento reflexivo no tempo – capacidade de sentir intensamente num
determinado momento como se dá o processo da intuição e sentimentos evocados
durante esse momento específico.
4.3 – Sentir as oportunidades – cada acontecimento na vida do indivíduo gera uma
linha de força com o qual ele vai se defender. A intuição e o instinto vai permiti-lo
uma ação rápida onde seus horizontes vão sendo alargados e direcionados ao seu
sucesso no futuro.
4.4 – Construção do futuro – o sentido normal do indivíduo é o crescimento e através
das suas competências ele pode construir um futuro melhor e mais saudável para
sociedade. “As emoções são o domínio dos sentimentos de reações viscerais e de
sensações emocionais. Quando confiamos nela e a respeitamos, a inteligência
emocional permite compreensão profunda e completa de nós mesmo e dos que nos
cercam” (COOPER, 1997, p. 321).
Goleman (2001), aprimou o conceito de inteligência emocional inicialmente
estudado pelo psicólogo Peter Salovery da universidade de Yale. A partir daí ele fez
todo um apanhado de vários estudos e autores até formalizar sua própria teoria do
que seja inteligência emocional e todas as suas implicações para uma organização,
como para o cotidiano de um indivíduo.
O temperamento do indivíduo se constrói no dia-a-dia, nas suas relações de
trabalho e vida pessoal evidenciando cada vez mais suas competências e aptidões.
Os padrões emocionais podem ser aprendidos e desenvolvidos ao longo da
vida, já o QI passa quase que estável. “Assim, nós parecemos por temperamento,
preparados para responder a vida segundo um registro positivo ou negativo”
(GOLEMAN, 2001, p. 235).
O ser humano é mais que um QI alto, ele é resultado de uma série de aptidões
e competências que vão sendo desenvolvidas durante toda uma vida.
Goleman relata uma entrevista a editora, objetiva que
“...a inteligência emocional caracteriza a maneira como as
pessoas lidam com suas emoções e com as das pessoas ao
seu redor. Isto implica autoconsciência, motivação,
persistência, empatia e entendimento e características
sociais como persuasão, cooperação, negociações e
liderança. Esta é uma maneira alternativa de ser espero,
não em termos de QI, mas em termos de qualidades
humanas do coração” (www.abrae.com.br/entrevistas).
As emoções enriquecem o nosso modelo mental, é com elas que chegamos
aos sentimentos e as ações. Tanto Goleman (2001) quanto outros autores estudaram,
fizeram experimentos e constataram que os indivíduos poderiam chegar a esse
equilíbrio entre emoção e razão. É óbvio que isso é uma tarefa árdua e individual de
cada um de nós.
O fundamental é que a inteligência emocional e a racional interajam em
sintonia. “Na verdade, o intelecto não pode dar o melhor de si sem a inteligência
emocional” (GOLEMAN, 2001, p. 42).
A inteligência emocional pode ser aprendida, o processo não é fácil. Exige
tempo e compromisso.
É importante enfatizar que construir a inteligência emocional de uma pessoa
não pode e nem poderá acontecer sem um sincero desejo e esforço.
Goleman (2001), cita em seu livro as cinco competências básicas para que o
indivíduo usufrua da sua inteligência emocional que são: o autoconhecimento
(conhecer suas próprias aptidões), autoconsciência (controle dos seus próprios
sentimentos e emoções), empatia (lidar com sentimentos e emoções dos outros),
motivação (auto-aceitação) e intuição (arte de relacionar-se com os outros).
A preocupação das pessoas em saberem lidar com suas emoções, sentimentos
em situações de tensão da vida moderna, nos mostra que cada vez mais o ser humano
busca um equilíbrio emocional e racional para obter uma melhor qualidade de ida
tanto profissional, quanto pessoal. E é através da inteligência emocional com suas
competências e aptidões que num futuro bem próximo estaremos usufruindo desse
viver emocionalmente inteligente.
Compreender o que significa inteligência emocional, nos proporciona uma
maior ampliação das nossas competências emocionais e cognitivas.
A partir do autoconhecimento, controle e conhecimento das nossas emoções é
que poderemos exercer um comportamento emocionalmente inteligente.
As emoções são uma espécie de leme que estabelece, adiciona e corrige a rota
humana. Mas do que isto, sem elas, provavelmente morreríamos muito cedo, não
existiria democracia, não haveria laços de casamento, etc. Talvez, por essa razão as
emoções não tiveram alterações ao longo de milhares de anos.
As emoções são fundamentais para vida, porém, a falta de controle sobre elas
é tão grave quanto a sua inexistência. As emoções precisam estar equilibradas, caso
contrário, o descontrole faz com que você perca o domínio de si mesmo, destrói
relações de amizade e invibializa o convívio em sociedade. E mais: o descontrole
constante pode ser responsável por diversas doenças psicológicas e físicas. Isso
também sem falar no estresse que é um sinal de alerta. “Outra ênfase é no controle
das emoções: compreender o que está por trás de um sentimento (por exemplo, a
mágoa que dispara a raiva) e aprender a lidar com a ansiedade, ira e tristeza”
(COOPER, 1997. P. 282).
O controle das emoções é fator essencial para otimização da inteligência e o
alcance do próprio sucesso.
Não existe uma fórmula para manter um equilíbrio emocional, mas através
das aptidões e competências o indivíduo pode organizar de forma equilibrada as suas
emoções.
Desde que nascemos iniciamos uma trajetória de aprendizado emocional com
nossa mãe e consequentemente com familiares, amigos, colegas de trabalho etc. O
objetivo desse tratamento é desenvolver a capacidade de gerar soluções criativas para
diversos problemas da vida pessoal e profissional.
Observando isso as empresas passaram a incorporar o autoconhecimento,
empatia, intuição, companheirismo, como palavras de ordem, transformando os
funcionários como foco das atenções.
Com objetivo de conhecer como os funcionários lidam com suas emoções, e
sabe-se que muito do sucesso empresarial está ligado a esse fator, algumas
organizações vêem implantando ações para o desenvolvimento do controle
emocional desses funcionários dentro da organização. E a partir ocorre uma maior
conscientização dos seus atos na liderança e negociação de uma equipe; desenvolve-
se assim, um processo de inteligência emocional coletivo para que todos produzam
emocionalmente inteligentes.
O ser humano é o verdadeiro diferencial nas organizações. E para ele poder
utilizar todo o seu talento, as emoções necessitam ter um espaço garantido nas
relações de trabalho. E as organizações que adotam essa postura já estão numa
vantagem competitiva.
As empresas não querem apenas um profissional racional e competente, ele
precisa ser intuitivo, conhecer seu emocional. E elas não querem só o racional e
emocional, querem que ele também tenha compromisso com sua comunidade, com o
mundo, com o futuro do planeta. Por isso, atualmente, as empresas valorizam tanto o
trabalhador voluntário, o indivíduo comprometido com uma causa maior.
“As pessoas com prática emocional bem desenvolvida tem
mais probabilidade de se sentirem satisfeitas e de serem
eficientes em suas vidas, dominando os hábitos mentais que
fomentam sua produtividade; as que não conseguem exercer
nenhum controle sobre sua vida emocional travam batalhas
inteiras que sabotam a capacidade de concentração no
trabalho e de lucidez de pensamento” (GOLEMAN, 2001, p.
49).
Nós somos seres sociais que sentimos prazer em interagir, colaborar e
compartilhar com os outros e através do desenvolvimento de uma inteligência
emocional equilibrada poderemos obter uma sociedade mais humana.
AS QUATRO BASES DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
Primeira Base: Alfabetização Emocional
1 – Honestidade Emocional
2 – Energia Emocional
3 – Feedback Emocional
4 – Intuição Prática
Segunda Base: Competência Emocional
5 – Presença Autêntica
6 – Raio de Confiança
7 – Insatisfação Construtiva
8 – Capacidade de Recuperação e Renovação
Terceira Base: Profundidade Emocional
9 – Potencial e Propósito Únicos
10 – Compromisso Emocional
11 – Integridade Aplicada
12 – Influência sem Autoridade
Quarta Base: Alquimia Emocional
13 – Fluxo Intuitivo
14 – Deslocamento Reflexivo no tempo
15 – Senso de Oportunidades
16 – Construção do Futuro
CONCLUSÃO
O presente trabalho não tem a pretensão de esgotar o tema inteligência
emocional, muito pelo contrário. A inteligência é fazer refletir como que no dia-a-dia
da empresa e como na vida pessoal, a inteligência emocional pode ajudar ao
indivíduo a se relacionar melhor uns com os outros com objetivo de lucro e sucesso
da organização.
Os autores como Goleman (2001), Garden (1994) e Cooper (1997), ajudam
numa compreensão mal detalhada dos processos para se desenvolver uma
inteligência emocional produtiva. Cada autor a seu modo define o que seja
inteligência emocional, o que percebe-se é que cada um ao seu modo complementa o
que foi dito anteriormente pelo outro. Assim, como a inteligência emocional vai se
mostrando no contato com o outro indivíduo. Ter emoções é se relacionar e se
relacionar é buscar suas aptidões e competências para um convívio mais equilibrado
tanto no trabalho quanto na vida pessoal.
Desenvolver a inteligência emocional nas empresas é uma tarefa
extremamente difícil, mas não impossível; basta que seus diretores, líderes e
funcionários de forma geral queiram trabalhar dessa forma, mais humana o que vai
possibilitar o crescimento emocional acoplado ao sucesso da empresa.
Cada autor vislumbrou a inteligência emocional com o seu modelo teórico e
prático. Goleman (2001) através das aptidões e competências, Cooper (1997), através
das quatro competências e do seu questionário EQ map e Garden (1994) pelas
inteligências múltiplas.
A união desses conhecimentos faz com que o indivíduo possa ter uma maior
clareza das suas emoções, sentimentos e comportamentos. Esses conhecimentos
possibilitam uma integração mais completa do homem no seu meio ambiente;
portanto, dentro da sua empresa de trabalho também.
Como já foi dito anteriormente esse processo é extremamente complicado,
mas acredita-se que pessoas comprometidas com o seu tempo e sua empresa podem
reverter esse esquema dicotômico entre emoção x razão, porque ambas as são
complementares para uma realização do indivíduo de forma global; possibilita-se que
ele se torne um indivíduo emocionalmente inteligente.
O que verifica-se que agir de forma emocionalmente inteligente depende
exclusivamente do indivíduo. E se sua empresa estimular e dá condições para que
desenvolva essa inteligência emocional de forma criativa e produtiva. Portanto, se o
indivíduo quer ser emocionalmente inteligente e a empresa lhe proporciona esse
comportamento fica provado através de uma série de estudos que isso seria possível.
“Nós temos de querer ser bem-sucedidos e então comprometemo-nos
emocionalmente com o sucesso, com ou sem o apoio dos outros, se possível, ou
sozinhos, se necessário” (COOPER, 1997, p. 186).
“Chegamos à conclusão de que, quase sempre, se aplicarmos nossa
inteligência criativa encontraremos maneiras empreendedoras de superar dificuldades
e recuperar a nós mesmos e a nossa empresa no processo, geralmente melhor do que
antes. E temos a coragem, e o instinto visceral de saber quando perseguir uma meta
sozinho, se necessário”(COOPER, 1997, p. 306).
Na nova ordem econômica o que vai contar é o profissional que sabe
gerenciar sua emoção inteligentemente.
REFERÊNCIAS
COOPER, Robert; SAWAF, Ayman. Inteligência Emocional na Empresa. Rio de
Janeiro: Campus, 1997.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Minidicionário Aurélio da Língua
Portuguesa Nova Edição. 3ª Edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993.
GARDEN, Howard. Inteligências Múltiplas: a teoria na prática. Porto Alegre: Artes
Médicas, 1994.
GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional: a teoria revolucionária que define o
que é ser inteligente. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
GOLEMAN, Daniel. www.abrae.com.br/entrevistas. 25.08.2004. p. 2-5.
LAROSA, Marco; AYRES, Fernando. Como Produzir uma Monografia Passo a
Passo. Rio de Janeiro: Wak, 2003.
SAMA, Helena. www.escolamobile.com.br/artigo: A Inteligência. As Emoções e a
Educação hoje. 25.08.2004. p. 1-4.
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 02
AGRADECIMENTO 03
DEDICATÓRIA 04
RESUMO 05
METODOLOGIA 07
SUMÁRIO 08
INTRODUÇÃO 09
CAPÍTULO I 12
O que é emoção e suas complicações?
CAPÍTULO II 20
O que é Inteligência?
CAPÍTULO III 25
O que é Inteligência Emocional?
CONCLUSÃO 36
REFERÊNCIAS 38
ÍNDICE 38
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição:
Título da Monografia:
Autor:
Data da entrega:
Avaliado por: Conceito: