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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA LATERALIDADE: PERSPECTIVAS SOBRE SUA PRÁTICA, EM UMA ABORDAGEM COM CRIANÇAS DE 2 A 5 ANOS. Por: Leandro Machado da Silva Orientador Profa. Ms. Fátima Alves Rio de Janeiro 2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

LATERALIDADE: PERSPECTIVAS SOBRE SUA PRÁTICA, EM

UMA ABORDAGEM COM CRIANÇAS DE 2 A 5 ANOS.

Por: Leandro Machado da Silva

Orientador

Profa. Ms. Fátima Alves

Rio de Janeiro

2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

LATERALIDADE: PERSPECTIVAS SOBRE SUA PRÁTICA, EM

UMA ABORDAGEM COM CRIANÇAS DE 2 A 5 ANOS.

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Psicomotricidade

Por: Leandro Machado da Silva

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AGRADECIMENTOS

A todos que me ajudaram a ter sucesso

na minha vida acadêmica.

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DEDICATÓRIA

Dedico está obra à minha Mãe que

sempre esteve ao meu lado.

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RESUMO

O processo educacional vivenciado atualmente demonstra a

importância cada vez maior de abrangentes áreas de conhecimento, afim de

que seja possível sustentar e legitimar a atuação do profissional de educação,

seja ele de qualquer campo de atuação. O presente estudo ira conduzir seu

leitor a uma análise mais apurada e reflexiva sobre uma prática consciente

dentro do processo educacional, visando dar base teórica para as práticas

cotidianas; analisando a prática psicomotora, em especifico a lateralidade,

dentro do processo de ensino-aprendizagem, contextualizando as possíveis

dificuldades que a má formação de lateralidade pode acarretar em crianças de

2 a 5 anos e apontar as possíveis saídas para a minimização dos problemas

apontados, dentro das aulas de Educação Física escolar.

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METODOLOGIA

O presente estudo é uma pesquisa bibliográfica com fim de conhecer

e reconhecer a Lateralidade dentro do processo educacional, buscando dar

embasamento teórico para uma prática psicomotora consciente e segura

dentro do processo de ensino-aprendizagem.

Como instrumentos de consulta foram utilizados as referências

bibliográficas citadas abaixo.

FREIRE, João Batista. Educação de Corpo Inteiro: Teoria e Prática da Educação Física. 1ªed Scipione, 2010 FARIA, Alcidia Magalhaes. Lateralidade: Implicações no Desenvolvimento Infantil – 2ªed Sprint, 2004 LE BOULCH, Jean. Rumo a uma ciência do movimento humano – Artes Médicas Sul Ltda. 1987

LE BOULCH, Jean. O desenvolvimento psicomotor: do nascimento aos 6 anos

Artes Médicas – Porto Alegre, 1992

PACHER, Luciana Andréia Gadotti. Lateralidade e educação Física. Instituto

Catarinense de Pós-Graduação – WWW.icpg.com.br, 2012.

FONSECA, Vitor da. Piscomotricidade: Perspectivas multidisciplinares

Editora Artmed – Porto Alegre, 2004

ROMERO, Eliane. Lateralidade e rendimento escolar. Revista Sprint, vol 6,

1988.

VIEIRA, Lenamar Fiorense; VIEIRA, José Lui. Estudo das principais correntes

teóricas do desenvolvimento da criança”. Revista de Educação Física, volume

5, pp55-62, 1996.

GESELL, Arnold. Acriança dos 0 aos 5 anos. São Paulo: Artes medicas, 1996.

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NETO, Amarílio Ferreira. Lateralidade no pré-escolar. Rio da Janeir: Sprint.

1995

FLINCHUM, Betty M. Desenvolvimento motor da criança. Rio de janeiro.

Interamericana. 1981.

NEGRINE, Airton. Educação psicomotora: a lateralidade e a orientação

espacial. Porto Alegre: Palloti. 1986

RELVAS, Marta Pires. Neurociência e transtornos de Aprendizagem: as

Múltiplas Eficiências para uma Educação Inclusiva- 5 ed.- Rio de Janeiro: Wak

Ed, 2011.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 09

CAPÍTULO I - Lateralidade 11

CAPÍTULO II – Má Formação de Lateralidade e Dificuldades de

Aprendizagem 18

CAPÍTULO III – Possíveis Saídas para Amenizar os Problemas de Má

Formação de Lateralidade, Dentro das Aulas de Educação Física 24

CONCLUSÃO 28

BIBLIOGRAFIA 29

ÍNDICE 31

.

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INTRODUÇÃO

O desenvolvimento motor é um processo contínuo e demorado que

ocorre em fases e estágios, obedecendo às mudanças biomecânicas

ocasionadas pelo crescimento físico, pela maturação neurologia e pelo

desenvolvimento cognitivo.

É através da lateralidade que a criança toma ciência das partes do

corpo e a posição dos objetos e das pessoas com relação a ela mesma.

“A definição de lateralidade está diretamente relacionada com o

conhecimento corporal, pois se entende por lateralidade, o predomino de um

lado do corpo sobre o outro”. (Faria 2004, p. 73)

O estudo e conhecimento da lateralização do individuo é de

fundamental importância para a compreensão dos fenômenos psicomotores e

entendimento dos processos de ensino aprendizagem, pois tal entendimento

possibilita ao professor criar estratégias de mobilização, a fim de suprir as

necessidades do educando, tornando sua aula mais produtiva e eficaz.

O conhecimento básico dos tipos de lateralização é fundamenta na pré-escola, pois é possível evitar ou diminuir as dificuldades e distúrbios , que vão desde a gagueira até a psicose, passando pelos tiques e a dislexia. É papel do professor de educação física, juntamente com o professor de sala de aula, contribuir para eliminar as dificuldades ligadas a lateralização. (FARIA, 2004 p. 64 e 65)

A educação física tem papel importante na prevenção, de possíveis

dificuldades de aprendizado, intervindo de forma positiva no desenvolvimento

da criança.

Segundo Le Boulch, (1987, pag. 107) é pelo corpo que ficamos

presentes em outrem e, com ele, no mundo. É através primeiramente do corpo

que nos comunicamos e expressamos. Que são pelos gestos e mímicas que,

por exemplo, nos primeiros anos de vida nos comunicamos com os outros. Por

isso que a Educação Física tem extrema importância para melhorar a

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coordenação desses movimentos de comunicação e para que no futuro, as

crianças tenham mais facilidade de aprendizado no processo de alfabetização.

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CAPÍTULO I

LATERALIDADE

O desenvolvimento infantil perpassa por diversas esferas, dentre

elas a lateralidade é uma significativa e importante ferramenta de

aprimoramento e desenvolvimento do conhecimento da criança, é através do

estudo da lateralidade que o entendimento dos fenômenos ocorrentes

durante o desenvolvimento infantil são mais facilmente compreendidos.

1.1 Desenvolvimento Infantil

O termo maturação possui diversas possibilidades, sendo definida

tanto no campo biológico como no campo psicológico. No biológico significa

alcançar o ponto máximo de desenvolvimento com referência a estrutura física.

Já no psicológico significa alcançar a plenitude mental.

Quando nos referimos ao desenvolvimento infantil, não podemos

deixar de mesurar os aspectos físicos e biológicos que acontecem no

organismo. É preciso observar que o desenvolvimento motor está intimamente

ligado ao crescimento, pois quando há crescimento do corpo,

consequentemente seu desenvolvimento motor aumenta.

A divisão do processo de crescimento caracteriza-se por vários períodos; neonatal, que compreende as primeiras semanas de vida, segundo é a primeira infância, que engloba os primeiros anos de vida sendo dividido em lactante e não-lactante, o terceiro corresponde à segunda infância, que corresponde aproximadamente dos dois aos seis anos, quarto período corresponde aproximadamente de seis até onze anos, quinto período é a fase da puberdade, sexto da adolescência até a vida adulta, o sétimo a idade adulta e por fim o oitavo período com a velhice. (FARIA, 2004, p. 36 e 37)

O período de desenvolvimento da criança caracteriza-se por

estágios, para Vieira (1996, pag. 64), o desenvolvimento considera tanto a

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hereditariedade como o ambiente em que a criança vivi e dividi a sequência de

estágios do desenvolvimento cognitivo em quatro:

• Sensório-motor (de 0 a 2 anos)

• O pré-operacional (de 2 a 7 anos)

• O das operações concretas (de 7 a 12 anos) e

• O das operações formais (de 12 a 15 anos até a vida adulta).

Já a teoria de Gesell (1996, pag. 49) é maturacional, ou seja,

fundamentada na anatomia e fisiologia, o ambiente era meramente propiciador

do “despertar” contribuindo apenas com uma variação ou modificação no

desenvolvimento, assim ele dividiu o conceito maturativo em três princípios:

• Princípio da Direcionalidade

A maturação dirige o processo de desenvolvimento em contraposição

com as forças ambientais (céfalo-caudal e próximo-distal);

• O princípio da Assimetria Funcional

O organismo tende a desenvolver-se assimetricamente, o ser humano

possui um lado preferido e demonstra essa preferência lateral. Junto com

esta assimetria funcional, se manifesta uma assimetria neurológica,

assim, uma metade do cérebro é dominante sobre a outra;

• O Princípio de Flutuação Auto-reguladora

Neste princípio o desenvolvimento não se manifesta no mesmo ritmo em

todas as áreas, não atua simultaneamente, pois ainda que possam se

parecer, diferentes ares se desenvolvem em diferentes ritmos, podendo

esta velocidade alterar-se com o tempo. Para ele, o crescimento da mente

está profunda e inseparavelmente limitada pelo crescimento do sistema

nervoso e pelo passar do tempo, ou seja, a criança estará pronta

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normalmente para fazer o que necessita à sua idade quando o seu

sistema nervoso estiver pronto.

No que diz respeito ao desenvolvimento motor é importante

observar que o ser humano antes mesmo de nascer, já realiza seus primeiros

movimentos, o cérebro já emite impulsos para a movimentação muscular.

O desenvolvimento motor é um processo contínuo e demorado e as

experiências vivenciadas pela criança nesse período determinarão, o tipo de

pessoa que ele se tornará. Nesse processo de desenvolvimento continuo,

deve-se considerar que o desenvolvimento é aproximadamente igual para

todas as crianças, sendo que a velocidade da progressão que tem grande

variação, pois está relacionada a maturação, às experiências, e às diferenças

individuais.

Para Neto (1995, pag. 32), o desenvolvimento humano é o produto

da complexidade e interação dinâmica de fatores genéticos, biológicos e do

desenvolvimento físico e social.

No ciclo de desenvolvimento da criança, os primeiros cinco anos de vida são os mais importantes devido a influencia que exercem sobre os posteriores. Neste parâmetro, enfatiza que o desenvolvimento de cada idade tem sua própria individualidade, a sua tarefa específica de desenvolvimento, o seu próprio clima e a própria maneira de ser. (GESELL, 1996, pag. 92)

Dentro da organização estrutural do desenvolvimento infantil é

importante ressaltar o surgimento da linguagem, as palavras substituem

algumas ações físicas, mas se considerarmos o ato da fala também como uma

ação física diríamos que certas ações físicas substituem outras. Uma criança

quando começa a falar pode deixar de realizar certas ações motoras, que

passam a ser simbólicas, a linguagem é fundamental para a estruturação de

um nível mais elevado de pensamento e estruturação de outros atos motores,

não podendo falar o recurso dessa criança para agir no mundo e o movimento.

Com o surgimento da linguagem, nasce-se para um novo mundo,

sem fronteiras.

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1.2 Lateralização

O termo lateralidade vem do latim e quer dizer “lado”, a lateralidade

pode ser definida naturalmente durante o crescimento, por dominância

hemisférica cerebral ou até hábitos sociais. Os espaços motores

correspondentes ao lado direito e esquerdo do corpo terá sua composição

durante o transcorrer do desenvolvimento humano.

O cérebro humano está dividido em duas metades denominadas

hemisférios cerebrais, cada hemisfério está associado predominantemente a

um lado do corpo, sendo que o controle dos movimentos do cérebro para o

músculo é cruzado. O lado direito do cérebro domina o lado esquerdo e o lodo

esquerdo domina o lado direito do corpo.

Quando há dominância do hemisfério esquerdo, temos o individuo destro e, quando ocorre a dominância do hemisfério direito, temos o individuo canhoto. “A dominância funcional de um lado do corpo é determinada não só pela educação, mas pela predominância da um hemisfério cerebral sobre o outro”. (FARIA, 2004, p. 56 e 57)

Para Faria (2004 p. 60 e 61) existem três tipos de lateralização:

• Os Direitos Integrais bem Lateralizados:

A dominância lateral é a esquerda , todas as realizações motrizes são à

direita. É de fato, o caso estatisticamente mais frequente; o hemisfério

esquerdo comanda o hemicorpo direito, o que leva o indivíduo a uma

utilização preferencial deste hemicorpo na realização prática;

• Os Esquerdos Integrais bem Lateralizados:

A dominância cerebral traduz uma especialização à direita dos

hemisférios. Segundo os autores, não se pode considerar o sinistro como

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um individuo funcionando “em imagem espelhada” em relação ao

individuo destro;

• Os que Apresentam uma Predominância Vaga:

Certo número de crianças tem de inicio tendência a usar a mão

esquerda, porem, sob influencia do meio educativo, aprendem a usar a

mão direita em determinadas tarefas, particularmente no grafismo,

tornam-se aparentemente direitas, mas esta nova opção corre o risco de

ser vaga, e estas crianças podem permanecer esquerdas especialmente

no que diz respeito ao olho diretor ou ao pé. Há três tipos de

predominância vaga: direitos com um atraso de lateralidade; esquerdos

com algumas atividades, direitos em outras; e esquerdos contrariados que

aprendem a escrever com a mão direita.

Ainda segundo Faria ( 2004 p. 60 e 61) o respaldo teórico nos diz que

a lateralidade pode virtualmente estar determinada desde o nascimento, não

sendo essencialmente uma questão de educação. Por outro lado, esclarecendo

que neste nosso mundo tradicional destro, muitos aspectos favorecem a

utilização da mão direita, como, por exemplo: o uso de tesouras, do abridor de

latas, das maçanetas das portas e um incompatível número de objetos do dia-

a-dia que reforçam o uso do lado direito. Nosso posicionamento é de que a

lateralidade tem um determinante genético, porem se estabelece de acordo

com a educação.

Segundo Negrine (Faria, 2004 p. 70 e 72), lateralidade corporal

relaciona-se ao esquema do espaço interno do individuo, que o capacita a

utilizar um lado do corpo com maior facilidade que o outro, em atividades que

exijam habilidade, caracterizando-se por uma assimetria funcional. O autor

aborda três tipos de lateralidade:

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a) Lateralidade Homogenia Definida

É a predominância de um dos lados do corpo em todas as atividades

propostas quando à habilidade da mão, de pé e de olho. São

denominados destros aqueles com dominância do lado direito do corpo e

sinistros os que possuem dominância do lado esquerdo do corpo;

b) Lateralidade Definida Cruzada

É o domínio parcial de uma das partes do corpo. Mas que possui

dominância no segmento. Por exemplo, um indivíduo que é destro de pé e

de mão e sinistro de olho;

c) Lateralidade Indefinida

É a falta de definição em qualquer dos segmentos corporais, mão, pé ou

olho. Pó exemplo, uma pessoa que em três atividades a realizar com a

mão, usa em duas delas uma mão e na outra, a mão oposta.

Já Coste (1992) define quatro tipos de lateralização:

a) Destralidade Verdadeira

A dominância cerebral encontre-se a esquerda;

b) Sinistralidade Verdadeira

A dominância cerebral está à direita;

c) Falsa Sinistralidade

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É o caso em que o indivíduo adota a sinistralidade em consequência de

uma paralisia ou de uma amputação, que tornou impossível a utilização

do braço direito;

d) Falsa Destralidade

É o caso em que a organização é inversa da observada na falsa

sinistralidade.

A lateralidade não está ligada somente a dominância de umas das

mãos ou um dos pés, mas está intimamente ligada a todas as ações de um

individuo. Nela consiste; lateralidade manual, dominância de umas das mãos;

lateralidade pedal, dominância de umas das mãos; lateralidade ocular,

dominância de um dos olhos; lateralidade auditiva, dominância de um dos

ouvidos e lateralidade expressiva, dominância por membros nas atividades do

dia-dia, como por exemplo, utilizar uma tesoura, folhear um livro, pentear, entre

outros.

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CAPÍTULO II

MÁ FORMAÇÃO DE LATERALIDADE E DIFICULDADES

DE APRENDIZAGEM

Atualmente muito se tem estudado a respeito das dificuldades de

aprendizado encontradas pelas crianças no período escolar, fato que não se

pode culpar uma única motivação para tal ocorrência, as dificuldades

encontradas geralmente são motivadas por fatores múltiplos, mas quando se

trata de desenvolvimento psicomotor, um fator relevante para que possamos

intender sobre essas dificuldades é o estudo da lateralização e a interferência

que a má formação dela pode acarretar ao desenvolvimento infantil.

2.1 Dificuldades de Aprendizagem

Os transtornos de aprendizagem podem gerar dificuldades

significativas para o desempenho do aluno, afetando habilidades específicas,

como a leitura, escrita e a matemática.

“Transtornos de aprendizagem compreende uma inabilidade específica, como leitura, escrita ou matemática, em indivíduos que apresentam resultados significativamente abaixo do esperado para seu nível de desenvolvimento, escolaridade e capacidade intelectual. O transtorno de aprendizagem pode ser suspeitado na criança que apresenta algumas características, tais como: -inteligência normal -ausência de alterações motoras ou sensoriais -bom ajuste emocional, porém “camuflado” -”nível socioeconômico e cultural aceitável.” (RELVAS, 2011, p 53)

Dificuldades de aprendizagem podem ser motivadas basicamente

por campos intrínsecos, baixa autoestima, ou disfunções no sistema nervoso

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central, ou extrínseco, pressão familiar, bulling, entre outros.

Tem sido uma preocupação constante para o futuro das crianças sem condições de aprender, pois existe a possibilidade de elas virem a desenvolver na adolescência problemas de conduta. Então, encarando o problema dessa forma, é possível chegar-se a uma hipótese diagnóstica que, a cada momento, a relação com a criança poderá ser ajustada. Sara Paín, em relação á aprendizagem, diz que devem-se estabelecer situações necessárias e adequadas internas e externas. As primeiras estão relacionadas com o corpo, com a integridade anatomofuncional cognitiva, com a estruturação e a organização dos estímulos. Já as externas estão relacionadas com o campo dos estímulos.(RELVAS, 2011 p57)

O processo de aprendizagem é um ato complexo, onde o ser

humano aprende ininterruptamente e depende de variáveis como, cognição,

motricidade e ainda aspectos sociais.

Dificuldades para a aprendizagem abrangem um grupo heterogêneo de problemas capazes de alterar as possibilidades de a criança aprender, independentemente de suas condições neurológicas para fazê-lo. A expressão transtornos da aprendizagem deve ser reservada para dificuldades primárias ou específicas, que se devem a alterações do SNC. Os fatores envolvidos nas dificuldades para a aprendizagem podem ser divididos em:

-fatores relacionados com a escola; -fatores relacionados com a família; -fatores relacionados coma criança. (RELVAS, 2011 P 59)

As dificuldades de aprendizagem estão intimamente ligadas ao

fracasso escolar, é preciso atentar-se para as diferentes formas de ensinar,

pois existem varias formas de aprender. Durante muitos anos os alunos foram

responsabilizados pelo fracasso escolar, mas hoje em dia não podemos nos

limitas a acreditar nisso, a dificuldade de aprendizagem não é uma questão de

vontade do aluno ou do professor, é uma questão muito mais complexa, onde

vários fatores podem interferir na vida escola e, como relacionamento

professor-aluno, ou até mesmo a metodologia e conteúdos aplicados no

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colégio.

Segundo Relvas (2011, p 59) existem alguns fatores a serem

observados, a fim de que sorte o ambiente escolar mais acolhedor, como por

exemplo:

• Condições físicas da sala de aula, como higiene, boa iluminação, limite

aceitável de número de alunos/turma.

• Condições pedagógicas, disponibilidade de material didático adequado à

faixa etária e método pedagógico de acordo com realidade da criança.

• Condições do corpo docente, no que se refere à motivação, à dedicação,

à qualificação e à remuneração.

Ainda as crianças geralmente se traumatizam muito com a ida para a

escola, choram, principalmente por causa da separação das coisas e das

pessoas da sua casa.

A criança quando vai escola geralmente é um misto de alegria e ansiedade, tanto para as crianças como para os pais. As crianças reagem de forma diferentes umas das outras, a fobia escolar caracteriza-se por um ataque agude de ansiedade. É diferente do medo, pois, quando forçada a enfrentar a situação, a criança entra em pânico, ou seja, surge o medo irracional e incontrolável que pode levar a reações imprevisíveis de fuga, agressão ou autoagressão” (RELVAS, 2011, p 96)

Pensando em termos práticos. Imagine uma criança no período de

alfabetização, onde inicia-se o processo de escrita, sem saber diferenciar sua

mão de maior destreza, sem saber que seu corpo possui dois lados e que eles

funcionam independentemente, como ela se comportará ao pegar no lápis? Ou

ainda sem saber o significado de esquerda e direita, como se comportará ao

escrever uma frase eu seu caderno?

Ainda segundo Relvas (2011, p 59 e 60) a família também exerce

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importante papel no processo de ensino/aprendizagem. Um dos fatores que

influencia o desempenho na estimulação da criança para um melhor

envolvimento com os estudos á a escolaridade dos pais. O hábito da leitura é

fundamental para o desenvolvimento cognitivo da criança. Outro importante

fator a ser observado é a história familiar de alcoolismo, drogas e outras

dependências, sendo estes fatores desagregadores da família.

A fim de responder essa e outras perguntas que vamos nos

aprofundar mais e entender como a lateralidade e a aprendizagem estão ligado

intimamente.

2.2 Lateralidade e Aprendizagem

Corpo e mente devem ser entendidas como componentes integrantes

de um mesmo organismo, ambos devem ter suas práticas vivenciadas na

escola, formando um só ponto de partida para o desenvolvimento integral do

indivíduo.

A lateralidade está intimamente ligada com o conhecimento corporal

e esse conhecimento é de grande importância nas relações do indivíduo com

seu próprio eu e o mundo externo.

Não é possível afirmar com certeza que a má formação de

lateralidade é fator crucial para as dificuldades de aprendizagem, pois durante

o processo de desenvolvimento a criança precisa experimentar e vivenciar

todas as possibilidades de aprendizado, não podemos nos prender a uma só

vivência, mas alguns autores defendem que a lateralidade apesar de não ser

fator único, é fator importantíssimo para a formação de criança e sem uma

lateralidade bem definida a possibilidade de no futuro essa criança vir a ter uma

dificuldade de aprendizagem é bem maior.

É importante ressaltar a diferença entre “prevalência” e “preferência”:

A prevalência depende das condições neuromusculares, enquanto que a

preferência está ligada a bagagem do indivíduo, ou seja, as influências

socioculturais. Portanto um indivíduo que nasce com um potencial para ser

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sinistro, mas devido a pressão que a família ou escola exerce sobre ele, acaba

utilizando a mão direita, assim essa pessoa sinistra contrariada, poderá ser

classificada no futuro como portadora de lateralidade cruzada.

Neste sentido a imposição do uso da mão direita para uma criança

cuja lateralidade congênita é esquerda, poderá produzir como efeitos a

disgrafia e a disortografia.

Negrine (1986, pag. 42) afirma que a lateralidade é um dos aspectos

mais importantes para o desenvolvimento das capacidades de aprendizagens.

Romero (1998, 57) aponta as seguintes considerações com relação

a lateralidade e aprendizagem:

a) Os problemas de leitura e escrita apresentam relação espacial entre o eu

e o seu meio e dentro da formação do universo da criança, é o fator de

lateralização, unido ao de orientação e estruturação do esquema corporal

e estruturação temporal, interferem diretamente nesses problemas;

b) A consciência da lateralidade e da descriminalização esquerda/direita

poderá auxiliar a criança a perceber movimentos do corpo no espaço e no

tempo, sendo através da educação do corpo que a criança irá afirmar

definitivamente a lateralidade.

c) Para o desenvolvimento adequado da criança é importante não forçá-la a

lateralização esquerda ou direita, mas deve-se deixá-la fazer a sua

escolha;

Já Fonseca (2004, pag.94), afirma que a não preferência manual

pode levar a problemas de dominância hemisférica, a que se unem os

problemas de linguagem.

Ainda Romero (1998, pag. 32), acredita que a questão da

lateralidade não é o único fator responsável pelos problemas

escolares(dislexia, disortografia, discalculia, entre outros), mas, geralmente, os

transtornos psicomotores são de certo modo responsáveis pela dislexia,

destacando-se entre eles, a lateralidade e a estruturação do esquema corporal.

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“Em consequência da combinação e organização dos

movimentos numa intenção motora é que se impõe e justifica-

se a presença de um lado predominante, que ajustará a

motricidade. A partir dos dois anos de idade é que se começa a

elaborar, na criança, a predominância lateral. Não se deve

procurar definir a lateralidade de uma criança antes dos cinco

anos. A partir dos sete anos a criança será capaz de perceber

que direita e esquerda não dependem uma da outra, mas

também da posição de outras pessoas com relação a ela e de

seus deslocamentos, acontecendo, então, uma

descentralização de seus pontos de referencia. Também a

partir dessa idade, crianças que não apresenta uma

lateralidade definida certamente apresentaram dificuldades na

aprendizagem escolar. A lateralização está presente em todos

os níveis de desenvolvimento da criança, mas somente será

definida a medida que está criança atravessar todas as fezes

de seu desenvolvimento. ” (FARIA, 2004 p. 90 e 91)

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CAPÍTULO III

POSSÍVEIS SAÍDAS PARA AMENIZAR OS PROBLEMAS

DE MÁ FORMAÇÃO DE LATERALIDADE, DENTRO DAS

AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Em primeiro lugar é importante ressaltar que as aulas de Educação

Física não são obrigatórias nesta faixa etária, por esse motivo fica muito mais

difícil a intervenção desses profissionais, mas mesmo com essas dificuldade,

ainda existem instituições que se utilizam das aulas de Educação Física com

elemento facilitador do aprendizado e alfabetização.

Durante a escolarização, a criança oscila entre atividades lúdicas

livres e atividades de formação direcionadas para o aperfeiçoamento de certas

habilidades essências para o seu desenvolvimento biopsicossocial harmonioso.

O desenvolvimento das habilidades deve ocorrer de maneira gradativa,

respeitando o processo maturacional de cada criança. Um estágio não deve

ultrapassar o outro, pois cada criança tem seu próprio tempo de

amadurecimento.

Nos pré-escolares, a criança desenvolve os movimentos básicos

que serão necessários para o desenvolvimento posterior de outras habilidades

motoras, representando este um período critico para o correto desenvolvimento

das formas motoras básicas. A forma motora natural desenvolve-se nas criança

á medida que ela a explora e pratica. Assim, o andar é visto como uma ação

que se desenvolve em idade pré-escolar até o nível de naturalidade, sendo

que, o desenvolvimento das outras habilidades básicas até este nível,

dependerá da quantidade de atividades e estímulos oferecidos às crianças.

Desta forma, o estímulo proporcionado tanto pelo lar, quanto pela escola,

poderá assegurar um ótimo domínio das formas motoras básicas.

O movimento corporal deve ser considerado uma ação pedagógica

importantíssima e nessa fase a ação física e ação mental estão totalmente

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associados, a Educação Física incorpora-se ao currículo escolar a fim de dar

possibilidades ao educando de vivenciar estímulos que vão além dos que eles

estão acostumados em sala de aula, oportunizando um desenvolvimento amplo

e integral, para que a mão escreva a mente precisa pensar e para que a

crianças esteja na sala efetuando essas tarefas ela precisa ser capaz do

convivo social, assim a as aulas de Educação Física além de outros, tem como

objetivo, harmonizar essas capacidades, tão necessárias a um bom

desenvolvimento.

Le Boulch(1992, pag. 96) diz, é pelo corpo que ficamos presentes

em outrem e, com ele, no mundo, é através primeiramente do corpo que nos

comunicamos e expressamos e não o que muitos estudos dizem, que sim

através da linguagem verbal por intermédio da palavra. Que são pelos gestos e

mímicas que, por exemplo, nos primeiros anos de vida nos comunicamos com

os outros. Por isso que a Educação Física tem extrema importância para

melhorar a coordenação desses movimentos de comunicação e para que no

futuro, as crianças tenham mais facilidade de aprendizado no processo de

alfabetização.

Nas aulas de Educação Física podem ser desenvolvidas diversas

atividades que favorecem o desenvolvimento integral, mas especificamente

quando se trata de lateralidade, existem uma gama surpreendente de

exercícios e jogos que podem ser propostos. É importante ressaltar que

durante esse período da infância, não podemos propor ao educando uma

prática de atividades direcionadas é importante deixar que a criança escolha o

lado do corpo que prefere realizar o exercício, essa escolha deve ser natural,

íntima e pessoal, a criança deve descobrir que com que mão segura melhor na

bola, com que perna se equilibra melhor, qual o olho de sua preferência, ela

precisa vivenciar e o papel do educado físico é esse, estimular de forma natural

e global, pra que no caso especifico da lateralidade, não sejam criados

indivíduos com lateralidade cruzada, como já vimos anteriormente.

A influência dos pais, por dominância de um lado do corpo nessa

criança, também pode atrapalhar seu processo de aprendizagem, por muitas

vezes os pais influenciam seus filhos a utilização de um dos lados do corpo,

sem leve em consideração, a preferência e facilidade dessa criança.

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Ao propor atividade e jogos para crianças dessa idade, o profissional

de Educação física deve se ater, na prática corporal consciente dessa criança,

danado a ela possibilidade de vivenciar os mais diferentes estímulos e

sensações, para que ela possa conhecer o seu corpo e o meio em que vive.

“As crianças necessitam fazer experiências com a utilização de ambos os lados do corpo. Agindo dessa forma, estaremos favorecendo um desenvolvimento máximo na eficiência dos movimentos. Não deve se impor à criança a escolha de umas das mãos e sim, favorecer a escolha feita pela criança.” (FARIA, 2004 p. 92).

Podemos ressaltar diversas atividades que promovem estímulos

laterais:

Lateralidade Pedal:

• Pisar sobre uma corda, equilibrando-se, em seguida, pular sobre ela com

somente um dos pés.

• Brincadeira popular de pular corda, utilizando-se somente de um dos pés.

• Chutar uma bola.

• Brincadeira da estátua, equilibrando-se com somente um dos pés.

Lateralidade Manual:

• Arremessar uma bolinha de papel.

• Jogar peteca.

• Brincar com massinha.

• Encaixar blocos.

Lateralidade Ocular:

• Olhar com luneta.

• Olhar com lupa.

• Olhar com canudo de jornal.

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Lateralidade Auditiva:

• Brincadeira do telefone feito com latas e barbante.

• Falar ao telefone.

• Identificar para qual lado a criança se vira ao escutar um sinal sonoro que

vem de trás.

Ainda é importante ressaltar a “lateralidade expressiva”, aquela que

a criança demostra nas suas atividades do dia-dia, como, folear uma revista,

abrir uma porta, utilizar uma tesoura, entre outros.

Assim fica clara a importância da Educação Física para uma prática

consciente e eficaz, dentro das escolas, proporcionando ao educando uma

vivencia segura, capaz de propor mudanças significativas na estruturação do

desenvolvimento infantil.

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CONCLUSÃO

Tendo em vista que a criança percebe seu próprio corpo por meio de

todos os sentidos, o corpo é o referencial, é a relação entre o individuo e o

meio em que vive. É através da lateralidade que nosso corpo se situa no meio

ambiente, manifestando-se ao longo do desenvolvimento e das experiências, a

criança compreende aquilo que vive, que concretiza na sua ação.

Como observado anteriormente, existem varias teorias que tentam

explicar a origem da lateralidade, alguns autores defendem a ideia que a

lateralidade tem origem genética, outros já apontam para a lateralidade por

dominância cerebral e ainda tem quem defenda a lateralidade por convívio

sociocultural.

Nossa cultura é orientada a favorecer o uso da mão direita

(tesouras, abridores de lata, cadeiras escolares, etc), e essas influências

podem provocar mudanças substanciais na definição de lateralidade.

Como pudemos observar neste estudo, a definição da lateralidade

antes da fase escolar é fundamental para o perfeito desenvolvimento das

aprendizagens da leitura, da escrita, justificando a importância do estudo. A

criança ingressaria na fase escolar já com a preferência lateral definida, o que

poderá vir evitar futuros transtornos em seu desenvolvimento e aprendizado.

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BIBLIOGRAFIA

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LE BOULCH, Jean. Rumo a uma ciência do movimento humano –Artes Médicas Sul Ltda. 1987 LE BOULCH, Jean. O desenvolvimento psicomotor: do nascimento aos 6 anos Artes Médicas – Porto Alegre, 1992. NEGRINE, Airton. Educação psicomotora: a lateralidade e a orientação

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Múltiplas Eficiências para uma Educação Inclusiva- 5 ed.- Rio de Janeiro: Wak

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ROMERO, Eliane. Lateralidade e rendimento escolar. Revista Sprint, vol 6,

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTOS 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 8

INTRODUÇÃO 9

CAPITULO I – Lateralidade 11

1.1 Desenvolvimento Infantil 11

1.2 Lateralização 14

CAPITULO II - Má Formação de Lateralidade e Dificuldades de Aprendizagem 18

2.1 Dificuldades de Aprendizagem 18

2.2 Lateralidade e Aprendizagem 21

CAPITULO III- Possíveis Saídas para Amenizar os Problemas de Má Formação de Lateralidade, Dentro das Aulas de Educação Física 24

CONCLUSÃO 28

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 29

ÍNDICE 31