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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA AVM
A EVOLUÇÃO DA SUPERVISÃO EDUCACIONAL ATRAVÉS DOS
TEMPOS
Por: Milton Ernani Pessanha Pereira da Silva
Orientador
Profª. Flávia Cavalcanti
Rio de Janeiro
2011
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA AVM
A EVOLUÇÃO DA SUPERVISÃO EDUCACIONAL ATRAVÉS DOS
TEMPOS
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em..Administração
e Supervisão Escolar.
Por: . Milton Ernani P.P.da Silva.
3
AGRADECIMENTOS
....Agradeço a Deus por ter me dado
forças para não desistir da caminhada
e conseguir enfrentar todos os
obstáculos que foram encontrados no
caminho
4
DEDICATÓRIA
Dedico esse trabalho a todas as pessoas
que fazem parte da minha vida, mesmo
àquelas que por destino da vida não
estão presentes, mas nunca esquecidas
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RESUMO
O presente trabalho objetiva registrar o papel da Supervisão
Educacional praticada ontem e hoje, ressaltando a importância do profissional
Supervisor, suas denominações e ações ao longo dos anos, desde o caráter
controlador e fiscalizador assumido com o fim de servir à realidade político-
econômico-social da época até o caráter de mediador e relevante para o
desenvolvimento de um processo educativo eficaz, atualizado e coerente com
as exigências, necessidades e anseios dos alunos frente ao novo período
história na qual está vivendo e que lhe exige transformar-se em um ser ativo,
reflexivo, atualizado, conhecedor e competente para viver em sociedade.
É preciso, ainda, que a Supervisão Educacional continue buscando
ressignificar sua ação e empreenda, de forma mais atualizada, em um agir
coletivo com o professor, visando a melhoria da qualidade de Ensino ao aluno
e uma Escola mais eficaz aos novos tempos.
Palavras-chave: Supervisor Educacional; ressignificação de sua práxis;
aprendizagem do aluno.
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METODOLOGIA
Os métodos que levam ao problema proposto, foram utilizados através
de diversos materiais de fontes diversificadas como leitura de livros, artigos,
sínteses e algumas pesquisas bibliográficas e pela internet. Os dados
bibliográficos foram buscados em diversos autores, a exemplo de Rangel,
Libâneo, Medina, Zieger, Nérici, entre outros.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ...................................................................................................8 1 SUPERVISOR EDUCACIONAL .................................................................. 10 1.1 CONCEITUAÇÃO DE SUPERVISÃO EDUCACIONAL ........................... 11 1.2 A EVOLUÇÃO DA SUPERVISÃO EDUCACIONAL ................................. 15 1.3 PERFIL DA PROFISSÃO .......................................................................... 18 1.4 NÍVEIS DE ATUAÇÃO DO SUPERVISOR EDUCACIONAL ................... 22 1.4.1 Supervisão de Sistema .......................................................................... 22 1.4.2 Supervisão de Unidade Escolar.............................................................. 23 1.5 ATRIBUIÇÕES DO SUPERVISOR EDUCACIONAL ................................ 24 2 TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA ................ 29 2.1 REALIDADE NACIONAL – DESAFIO À SUPERVISÃO EDUCACIONAL..36 3 O PAPEL DO SUPERVISOR NO CONTEXTO EDUCACIONAL HOJE....... 39 3.1 O SUPERVISOR EDUCACIONAL COMO AGENTE DE MUDANÇAS...... 39 3.2 O PAPEL DA LIDERANÇA EM SUPERVISÃO ......................................... 43 3.3 PRECONCEITOS .....................................................................................44
CONCLUSÃO ................................................................................................. 46
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA...................................................................... 49
INDICE..............................................................................................................50
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INTRODUÇÃO
“A Evolução da Supervisão Educacional através dos tempos” constitui-
se numa abordagem a partir de um trabalho de pesquisa bibliográfica sobre o
papel da Supervisão Educacional do ontem ao hoje, isto é, ressaltando a
importância do Supervisor Educacional ao longo dos tempos, através da
análise da práxis supervisora, das teorias relacionadas à evolução da
Supervisão Educacional e dos paradigmas norteadores da ação supervisora.
O papel do Supervisor Educacional já passou por muitos caminhos, com
ações questionadas e criticadas, mas com uma contribuição específica
importante a dar no processo educativo. Ao longo dos tempos, muitas são as
pesquisas que levam a refletir sobre este tema e a sua trajetória histórica.
Considerando a importância da função do Supervisor Educacional na
Escola, onde desempenha o papel de “intelectual transformador” e a
necessidade de se pensar em um trabalho dentro de uma perspectiva
dialógica, além de que muitas são as teorias relacionadas à evolução da
Supervisão Educacional e a existência dos paradigmas norteadores da ação
supervisora na Escola, atualmente, é importante apurar, de forma teórica e
real, qual a verdadeira importância desse serviço em relação ao
aproveitamento Escolar / aprendizagem efetiva do aluno, através do agir
supervisor diretamente voltado ao trabalho docente, uma vez que é o professor
quem está mais intimamente introduzido no processo ensino-aprendizagem
orientado aos educandos ontem, hoje e o será amanhã.
Visando responder à problemática: “Que embasamentos teórico-práticos
demonstram as diferenças existentes na práxis supervisora, a partir de uma
visão tradicional frente a uma nova proposta de Supervisão Educacional?”, o
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presente trabalho objetiva: investigar as teorias relacionadas à evolução da
Supervisão Educacional; pesquisar as concepções sobre Supervisão
Educacional encontradas na Escola, hoje; verificar as metodologias utilizadas
na ação supervisora que contribuem para a melhoria do processo ensino-
aprendizagem; ressaltar a importância da função/atribuições do Supervisor
Educacional, na Escola, e os principais paradigmas educacionais norteadores
da ação supervisora.
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CAPÍTULO I 1 O SUPERVISOR EDUCACIONAL
Embora o período histórico atual seja demarcado pela era da
globalização e da supremacia da informática e da tecnologia, como a indicar
um Terceiro Milênio próspero e valorativo da capacidade humana para
produzir, a sociedade brasileira tem enfrentado muitas crises, pois cada vez
mais os bens culturais e econômicos são distribuídos desigualmente, não
havendo emprego para todos, o que se agrava pela situação conflitante entre a
necessidade da produção do capital e as necessidades humanas manifestas,
principalmente, por aqueles que pouca ou nenhuma oportunidade tiveram ou
têm de habilitarem-se para o mundo do trabalho exigente e competitivo que aí
está.
Todos estes conflitos, vividos pelas famílias – núcleo base da formação
física e moral do educando, acabam se fazendo presentes na escola, na sala
de aula e os professores sentem-se despreparados para lidar com esses
aspectos e até, para atender às exigências dos alunos, que estão mais ativos
e ávidos por uma formação escolar mais significativa e prazerosa, ao mesmo
tempo.
Numa visão neo-liberal, a cobrança da sociedade e do mercado de
trabalho é que as pessoas desenvolvam “competências”, que sejam
competitivas, que aprendam a aprender e que superem, com conhecimentos
teórico e prático sólidos, os problemas que surgem no dia-a-dia, nos contextos
na qual se inserem.
As contribuições da Escola para a superação dos problemas da
sociedade estão no significado das ações de seus profissionais: Direção,
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Supervisão Educacional, Orientação Educacional, professores e funcionários,
em parceria com os alunos, pais e comunidade escolar, visando uma
qualificada apropriação do conhecimento pelo aluno e a formação de
competências – tão necessárias nos novos tempos, a fim de que se torne
consciente das condições reais e objetivas do processo ensino-aprendizagem
e este sirva a capacitar o aluno e cidadão para interferir na sociedade, no
mundo do trabalho, nas interações sociais, qualificando sua vivência em
comunidade.
Neste contexto, além dos demais profissionais da educação, está o
Supervisor Educacional como um dos principais agentes para que se
concretize uma Educação capaz de contribuir com o aluno, como elemento
essencial para interferir na realidade da sociedade demarcada pelos tempos
atuais. Assim, é importante proporcionar conhecimentos específicos acerca da
história, do sentido da função, do perfil, atribuições, metodologias empregadas,
níveis de atuação e os desafios que incluem a ação do Supervisor Educacional
na escola, para que se possa compreender sua preciosa contribuição na
formação integral do aluno/cidadão.
1.1 CONCEITUAÇÃO DE SUPERVISÃO EDUCACIONAL
A palavra Supervisão é formada pelos vocábulos “super” (sobre) e
“visão” (ação de ver), o que indica a “atitude de ver com mais clareza uma
ação qualquer” (ANDRADE, 1979, p. 9). De forma mais estrita do termo, pode-
se dizer que Supervisão significa olhar de cima, dando uma idéia de visão
global de um processo. Tendo em vista que a função de Supervisor está
presente, atualmente, em diversos segmentos institucionais e como o presente
trabalho visa uma abordagem acerca da Supervisão Educacional, este “olhar
apurado” pelo Supervisor Educacional sobre ações se dá sobre o processo
ensino-aprendizagem, tarefa essencial da Escola para a realização de seu fim
maior: a Educação dos alunos. De acordo com Andrade (1979, p. 9),
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“Supervisão Educacional é o processo pelo qual se orienta a Escola como um
todo, para a consecução de suas finalidades”.
Para Alves (1985, p. 25), a Supervisão Educacional é vista como “um
processo dinâmico que garante parâmetros para a relação ensino-
aprendizagem que se realiza na escola”. A autora atribui ao Supervisor
Educacional uma ênfase quanto à liderança, à avaliação e à retro-informação
que devem inserir no seu trabalho, de forma integrada dentro do contexto
escolar.
Silva (2000) ressalta que a significação da Supervisão Escolar evoluiu
conforme a importância de sua revisão histórica, desde suas origens até as
relações que este profissional tem estabelecido na evolução da sociedade e
dos meios de produção entre o homem e o meio ambiente, pois essa
atualização se faz necessária tendo em vista que a escola precisa acompanhar
tal evolução. A autora diz:
[...] a Educação, sendo exercida e executada pelos especialistas e, mais especificamente, controlada pelo Supervisor, seu serviço – Serviço de Supervisão Educacional – atua como ‘motor’ do processo de Desenvolvimento do indivíduo aprendente, cabendo-lhe a responsabilidade de trabalhar em função do desenvolvimento do homem, que é o fim primeiro da própria Educação, através da execução de diretrizes e decisões planejadas em outra instância, pela apuração de técnicas, procedimentos e processos de avaliação a serem aplicados no sistema educacional (SILVA,2000, p. 62).
Medina (2002) atribui à Supervisão Escolar a idéia de uma ação
repensada, mais didática, menos burocrática e voltada para o pedagógico, que
é a base para a construção da nova Escola que todos, nos tempos atuais,
estão precisando e buscando.
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Spears (1978, apud PRZYBYLSKI, 1985, p. 16) destaca sua
conceituação acerca da Supervisão Educacional:
Supervisão é um processo de efetuar o aprimoramento do ensino através do trabalho com pessoas que estão lidando com alunos [...] é um processo de estimulação do crescimento e uma maneira de ajudar os professores a se ajudarem a si mesmos.
O enfoque dado pelo autor à Supervisão Educacional se constitui no
assessoramento ao professor, como facilitador do auto-aprimoramento do
educador em sua ação docente, implicando ainda liderança no incentivo ao
crescimento, a fim de qualificar o Ensino ministrado.
O mesmo autor ainda complementa a noção de Supervisão
Educacional, atribuindo outro enfoque a este serviço: “o propósito da
Supervisão é facilitar a aprendizagem do aluno; a Supervisão adequada, por
conseguinte, preocupa-se em dar atenção adequada a todas as condições que
são essenciais ao aprendizado efetivo, através de um ensino também efetivo”
(SPEARS, 1978 apud PRZYBYLSKI, 1985, p. 16). Este outro conceito destaca
a aprendizagem, o resultado, o produto do processo educativo.
O próprio autor Przybylski (1985) contribui para a compreensão da
Supervisão Educacional, tendo por base a “liderança” do profissional que nela
atua: “A boa supervisão é um processo de libertar energias das pessoas,
buscando a criatividade na solução de problemas comuns e individuais” (p. 34).
O Supervisor é o profissional capaz de conduzir um professor ou o grupo, de
forma a exigir destes uma ação mais incisiva frente à realidade da sala de aula
e dos problemas decorridos de todo processo educativo desenvolvido.
Importantes são as contribuições de Nérici para o estabelecimento de
uma definição da Supervisão Educacional, pois salienta que deve ser
entendida como “orientação profissional e assistência dadas por pessoas
competentes em matéria de educação, quando e onde forem necessárias,
visando o aperfeiçoamento da situação total ensino-aprendizagem” (NÉRICI,
1973, p. 28). Assim, a Supervisão Educacional visa à melhoria do processo
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ensino-aprendizagem, para o que tem de levar em conta toda a estrutura
teórica, material e humana da escola.
No cenário nacional, a Supervisão Escolar tornou-se uma “função meio”
que garante “a eficiência da tarefa educativa, através do controle da
produtividade do trabalho docente” (LACERDA, 1983, p. 75).
Entretanto, os próprios fatos da realidade mostram que o serviço
supervisor tem, na sua especificidade, uma atuação necessária à organização
e ao encaminhamento do trabalho pedagógico. Como tarefa científica, sua
base está no foco da prática docente e seus resultados, sendo o objeto
específico da Supervisão Educacional em nível da escola o processo ensino-
aprendizagem.
E, para que tudo isso seja possível, é indispensável à ação de um
profissional que, além de possuir competência política, humana e técnica,
saiba ver além das evidências do cotidiano.
Sua práxis deverá ser movida por forte envolvimento pelo seu trabalho e
embasada numa fundamentação teórica em constante aperfeiçoamento, a fim
de que possa ser progressivamente, coordenador e dinamizador do processo
pedagógico. Além de ter didática, pedagogia, de conhecer metodologias, o
Supervisor Educacional tem que ter bem claro os paradigmas que sustentam o
processo para, assim, definir suas ações específicas.
Pode-se dizer, em conclusão, que Supervisor Educacional é o
profissional responsável pelo serviço de assessoramento de todas as
atividades que tenham influência no processo ensino-aprendizagem, visando
ao seu melhor planejamento, coordenação e execução dos mesmos, para que
mais eficientemente sejam atendidas as necessidades e aspirações do
educando e da comunidade, bem como mais plenamente sejam efetivados os
objetivos gerais da Educação e aqueles específicos da escola.
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Sob o ponto de vista dinâmico, Supervisor Educacional deve ser visto
como aquele que despende esforços levados a efeito pela escola, a fim de
motivar os professores e demais pessoas envolvidas no processo educacional
a exercerem suas funções de forma a visar o aperfeiçoamento do processo
educativo.
1.2 A EVOLUÇÃO DA SUPERVISÃO EDUCACIONAL
O conceito e a ação supervisora sofreram singular evolução ao longo
dos anos, até chegar à atual consideração. Pode-se dizer que as fases
distintas que orientaram o trabalho do Supervisor Educacional o fez conduzir
suas inferências na Escola, no sistema educacional e junto ao professor sob a
forma de distintas concepções: fiscalizadora, construtiva e criativa, conforme
Nérici (1973).
A fase fiscalizadora foi a primeira a se confundir com inspeção Escolar, interessada mais no cumprimento das leis de ensino, condições do prédio, situação legal dos professores, cumprimento de datas e prazos de atos Escolares, como provas, transferências, matrículas, férias, documentação dos educandos, etc. (NÉRICI, 1973, p. 30-31).
Esta modalidade de Supervisão (também considerada inspeção Escolar)
seguia padrões rígidos, inflexíveis e padrão para todo o país, não havendo
consideração para as peculiaridades e necessidades de cada região do Brasil
e muito menos as diferenças individuais dos educandos.
Sobre a segunda fase destacada por Nérici (1973, p. 31):
A fase construtiva ou de supervisão orientada, a segunda na evolução do conceito de supervisão Escolar, é a que reconhece a necessidade de melhorar a atuação dos professores. Os inspetores Escolares, então, passaram a promover cursos de aperfeiçoamento e atualização dos professores.
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O Supervisor Escolar deste período era imbuído e responsabilizado por
examinar as falhas na atuação dos professores e essas falhas serviram como
motivo para a realização de trabalhos e estudos visando à remoção e à
solução das mesmas.
A concepção que orientou a terceira fase, a criativa – também
reconhecida como a atual – é aquela em que a Supervisão Educacional se
separa da inspeção para montar um serviço que tenha em mira o
aperfeiçoamento de todo o processo ensino-aprendizagem, envolvendo todas
as pessoas implicadas no mesmo, em sentido de trabalho cooperativo e
democrático.
Daí o surgimento da caracterização de Supervisão Educacional
“Autocrática” ou “Democrática”, conforme Nérici (1973), na qual:
A supervisão Escolar autocrática é a que enfatiza a autoridade do supervisor, que é quem tudo prevê e providencia para o funcionamento da ação da Escola. A supervisão se enfeixa nas mãos do supervisor, de quem emanam todas as ordens, sugestões e direções para a melhoria do processo de ensino. A atuação democrática do supervisor, pelo contrário, modifica o panorama sombrio antes caracterizado, criando um ambiente de compreensão, liberdade, respeito e criatividade que muito facilita o trabalho da supervisão Escolar e do professor, conseqüentemente.
Por isso justifica-se considerar que a Supervisão Educacional, hoje, urge
ser criativa, democrática, inovadora, compartilhada e atualizada, a fim de
romper com paradigmas e ações fiscalizadoras, autoritárias, alienantes e
conservadoras. Como diz Marquez (1970, apud Medina, 1973, p. 31):
A supervisão criadora estimula e orienta, de maneira democrática e científica, os mestres, a fim de que se desenvolvam profissionalmente e sejam cada vez mais capazes de obter o maior grau de eficiência no processo de ensino.
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O ideal de Supervisão Educacional criativa promove atividades de
crescimento profissional e cria ambiente de estudo e de estímulo, que incita os
professores a superarem-se constantemente e, desta forma, o aluno será o
privilegiado através de uma Educação e um Ensino mais eficaz e de acordo
com suas necessidades e anseios.
Medina (2002) destaca, a partir da habilitação de profissionais
Supervisores, cinco momentos pela qual a ação supervisora adotou diferentes
enfoques e concepções:
[...]
1º) Ação Supervisora voltada para o ensino primário – no primeiro momento de sua história, a Supervisão Escolar ocupava-se unicamente do ensino primário. Tinha competências de inspeção, encarregada de fiscalizar o prédio Escolar, a freqüência de alunos e professores. 2º) Ação Supervisora com referências da primeira fase da Revolução Industrial, emerge com o crescimento da população, indicando a necessidade de mais professores. A Escola passa a ser uma instituição complexa e hierarquizada, assemelhando-se pouco a pouco, às empresas. conseqüentemente, a Supervisão realizada no trabalho da Indústria e do Comércio estendeu-se para outros segmentos da sociedade, chegando assim ao âmbito da educação Escolar. 3º) Ação Supervisora como forma de treinamento e orientação – neste momento, a Supervisão é influenciada pelas teorias administrativas e organizacionais que assinalam uma etapa importante na história da Supervisão Escolar no Brasil. Baseada em novas orientações, surgem muitas literaturas sobre Supervisão, que ainda hoje são proclamadas pelos supervisores quando se referem ao desenvolvimento de sua ação. O supervisor não perde o vínculo com o poder administrativo da Escola. Agora, além de assegurar o sucesso das atividades docentes de seus colegas professores regentes de classe – pois o Supervisor geralmente era um professor que se habilitara para a função supervisora – deve também controlá-los, administrativa e pedagogicamente. 4º) Ação Supervisora questionadora das últimas décadas – este momento coincide com o final da década de 70 e
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início da década de 80, que é quando começam a surgir questionamentos acerca da Escola, da Educação, do Ensino e, conseqüentemente, da validade da Supervisão Escolar. O Supervisor, não conseguindo reagir ao conflito, devido ao fato de estar acostumado ao pensamento linear e doutrinário, justifica sua permanência na Escola refugiando-se em atividades burocráticas. 5º) Ação Supervisora repensada – momento final da década de 80 e início dos anos 90, quando os autores enfatizam a Escola como local de trabalho, onde o sucesso do aluno não depende exclusivamente do conhecimento de conteúdos, métodos e técnicas. A Escola passa a ser o local onde todos aprendem e ensinam, cada um ocupando o seu lugar e onde o Supervisor tem uma contribuição específica e importante a dar no processo de “Ensinar e Aprender”.
É nesse último momento apontado pela autora que o Supervisor
Educacional assume um papel mais inovador, mais atualizado, onde ele é um
pesquisador dentro da escola e da comunidade, compreendendo o movimento
que envolve as relações entre o professor, aluno e o próprio Supervisor, de
forma simultânea. Tem-se, a partir daí, uma Supervisão Educacional que
busca reciclar-se para assumir novas funções, novas visões, novos
paradigmas, tentando superar o modelo conservador, autoritário e burocrático
que ainda se mescla entre os profissionais mais atualizados e voltados para a
realidade educacional que exigem os novos tempos.
1.3 PERFIL DO PROFISSIONAL O Supervisor Educacional tem que ter a competência e a capacidade
para usar suas habilidades, conhecimentos, atitudes e experiências adquiridas
para desempenhar bem os papeis sociais, alguém que vê, olha, contempla,
que seja consciente, acordado e atento. A visão, porém, se dá numa amplidão
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de horizontes que apanha toda a circunstância educativa. Supervisionar
implica, portanto numa posição que possibilite a compreensão de uma
abrangência que alcance a realidade educativa global.
O profissional se constitui pela sua forma de agir, portanto, o agir
determina o ser, pois é na ação concreta que se pode vislumbrar a essência da
natureza do agente ativo em uma profissão. Assim, pensando-se no
profissional Supervisor Educacional, algumas qualidade e aptidões indicam e
determinam o seu exercer a ação supervisora, uma vez que destes atributos
depende a consecução dos objetivos que permeiam a profissão em si de
especialista em Educação. De acordo com Girardi (In: Síntese do trabalho
desenvolvido no III Encontro Estadual de Supervisores de Educação,
promovido pela ASSERS, 1982, em Porto Alegre, p.15), que defende tais
princípios das especificidades abaixo:
a) Lucidez quanto à Educação: o Supervisor Educacional é aquele
profissional que possui idéias claras quanto à Educação, e opta por uma
filosófica para poder saber o que a escola que obter com seu processo
educativo. Para agir corretamente é preciso saber os caminhos de ação.
b) Segurança: O conhecimento da problemática da Educação faz com
que Supervisor atue com segurança no planejamento, no assessoramento e na
execução dos projetos educativos. Sem ser dono da verdade, o Supervisor
Educacional não pode ser apenas opinador, mas, a partir de sua lucidez e
conhecimento de suas funções, posiciona-se e motiva para que, estando certo,
seja seguido pela solidez de seu posicionamento.
c) Consciência do papel das suas funções: No plano educacional de
uma Escola há o lugar específico do Supervisor Educacional. É preciso que
este profissional tenha bem claro qual o espaço a ser ocupado para o
exercícios de suas funções, pois assim obterá o respeito de outros
profissionais, inclusive do professor, obtendo, dessa forma, a harmonia de um
trabalho coletivo.
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d) Espírito crítico: O ser humano se torna mais humano e mais digno de
sua natureza à medida em que o pensamento rege a sua vida. A capacidade
de julgar, de emitir juízo, de analisar a partir de pressupostos racionais é que
traduz o que seja espírito crítico. O Supervisor Educacional, como profissional
da Educação, deverá possui tal espírito para também saber transmiti-lo,
provocando em sua equipe a capacidade de reflexão e de revisão constante.
Ao contribuir para a formação de um professor reflexivo, crítico, pensante, este
docente orientará seus alunos na mesma linha de formação, o que resultará na
formação de um ser realmente instruído e capaz de, pelo conhecimento,
interferir na realidade e nela conviver com sucesso.
e) Racionalidade: Dada a sua estratégica posição de mediador entre o
corpo docente, educandos e Direção, o Supervisor Educacional precisa se
constitui no profissional que tem por hábito usar sua razão para não complicar
o que é simples, não pulverizar o planejamento de tal forma que perca o
sentido de globalidade e não dispersando o trabalho coletivo, que é a base
para a consecução dos objetivos educacionais. É necessário, assim, que esse
profissional seja um agente simplificador das tarefas educativas de tal forma
que sua preocupação fundamental seja alcançar as finalidades e objetivos do
processo educativo e não os técnicos em detrimento dos primeiros.
f) Diligência: Todo o trabalho do Supervisor Educacional exige a marca
da dimensão de amor e afeto que deve permear toda a atividade educativa. Se
Educação é obra de amor, de afetos, de compreensão, a diligência do
Supervisor Educacional é a dimensão amorosa que imprime um trabalho jovial,
alegre, estimulante e cooperativo, sem aplausos ou recriminações, apenas
pautado no reconhecimento, na motivação ou na reavaliação e replanejamento
de atividades quando necessário.
g) Liderança: O Supervisor Educacional, na medida em que é capaz de
comandar, orientar e estimular toda uma equipe na busca dos objetivos
educacionais, estará automaticamente exercendo sua liderança, não de forma
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autoritária, como ser absoluto em suas idéias e preceitos, mas como um
profissional seguro das orientações, sugestões e concepções defendidas. O
espírito de liderança por competência supõe uma aceitação de todos aqueles
com quem compartilha suas ações, uma vez que não se trata de atos
impositivos, mas de diálogo e orientação.
A Supervisão Educacional como profissão tem como objetivo de trabalho o
processo educativo, restando também reafirmar que o profissional Supervisor
Educacional é aquele que respeita as atribuições de cada setor, somando as
suas para o sucesso do processo ensino-aprendizagem,_ tomando iniciativa
no sentido de dinamizar, constantemente, as etapas do processo educativo
_despertando a imaginação e a criatividade para buscar soluções para
problemas novos e velhos voltados à aprendizagem _envolvendo a vida da
Escola e o processo educativo de um sentido profundamente humano, de tal
forma que favoreça um ambiente propício para o diálogo entre todos os
agentes comprometidos com a aquisição de conhecimentos e formação de
competências no aluno como objetivo de trabalho articular crítica e
construtivamente o processo educacional, motivando a discussão coletiva da
comunidade escolar, acerca da inovação da prática educativa, a fim de garantir
o ingresso, a permanência e o sucesso dos alunos, através de currículos que
atendam às reais necessidades da clientela escolar, atuando no âmbito dos
sistemas educacionais federal, estadual e municipal, em seus diferentes níveis
e modalidades de ensino e em instituições públicas ou privadas
Ou seja, é aquele que sabe planejar e executar a obra educativa,
levando em consideração não somente a instrução mas a Educação e, para
tanto, é portador de Curso Superior em Pedagogia, com habilitação em
Supervisão Educacional ou Supervisão Escolar, ou ainda em nível de Pós-
graduação.
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1.4 NÍVEIS DE ATUAÇÃO DO SUPERVISOR EDUCACIONAL
Um Serviço de Supervisão voltado para a área educacional determinar
profissionais atuantes junto aos Sistemas Educacionais (órgão de soberania da
Educação, de onde emanam regulamentações e cumprimentos de aspectos
legais voltados ao processo educativo), às escolas (quando o enfoque volta-se
mais administrativamente como agente subordinante e cumpridor (e do fazer
cumprir) das normas provenientes da Direção e da administração escolar como
um todo, em termos de auxiliar gestacional, e ao processo ensino-
aprendizagem, que é onde cumpre, atualmente, suas reais e legalmente
constituídas funções junto a professores e alunos, de forma mais direta.
1.4.1 Supervisão de Sistema
Smith (apud Przybylski, 1985) salienta que o Supervisor Educacional
tem um papel-chave para que o trabalho na escola, como representativo das
ordenações e istematizações dos sistemas educacionais, seja realizado
satisfatoriamente. Suas atribuições são no sentido de oportunizar a realização
dos planos emanados desse nível hierárquico educacional, de modo que se
alcance o melhor rendimento.
No entanto, o Supervisor de Sistema propriamente dito é aquele que
atuará junto ao Supervisor Educacional, assumindo uma posição de liderança
em relação a seus supervisionados, fator básico para o estabelecimento de
relações humanas positivas. No seu trabalho, ele deve ser o intérprete da
política administrativa do sistema, pois, via de regra, conforme coloca
Przybylski (1985, p. 43), é através dele que os Diretores e Supervisores
Educacionais (e por este os professores) tomam conhecimentos gerais da
política de trabalho a ser seguida.
Em razão do trabalho a realizar e da responsabilidade inerente à função,
é indispensável uma formação adequada ao exercício da função supervisora,
pois, aqui, o trabalho deste Supervisor não está diretamente voltado à ação
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docente e discente, mas à Administração Escolar e à Supervisão Educacional
a nível de Escola.
O posicionamento, a autoridade pela competência (e não por
autoritarismo) e o conhecimento mais amplo e geral acerca da Educação,
legislações pertinentes e relações humanas são imprescindíveis para uma
correta determinação, acompanhamento e assessoria de atividades de
administradores e Supervisores, pois em cada sistema educacional há uma
trajetória de posições a serem determinadas, com os conseqüentes papéis a
serem desempenhados e é o Supervisor de Sistema que mais diretamente
está ligado e responsabilizado em acompanhar a prática de tais concepções,
sistematizações e outras normas atribuídas para execução a nível Escolar.
1.4.2 Supervisão de Unidade Escolar Na definição de Rangel (2001, p. 12),
A supervisão passa de Escolar, como é freqüentemente designada, a pedagógica e caracteriza-se por um trabalho de assistência ao professor, em forma de planejamento, acompanhamento, coordenação, controle, avaliação e atualização do desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem.
Constata-se que a Supervisão voltada para a Educação já se constitui
em “Escolar”, mas, atualmente, intitula-se “Pedagógica” ou “Educacional”, por
dirigir-se ao ensino e à aprendizagem, cujo objeto principal de seu trabalho é a
qualidade do ensino ministrado e a obtenção de conhecimentos e habilidades
pelo aluno.
No entanto, quando assumiu atitudes de fiscalização acentuadas ao
trabalho do professor, bem como outros indicativos administrativos da função e
da pessoa do educador, na Escola, a exemplo do controle de faltas, de
horários de chegada e de saída, de avaliações procedimentais e de perfil
profissional, bem como quando havia o controle excessivo voltado para
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atividades burocráticas do cumprimento administrativo para com os Sistemas
de Educação (matrícula geral e efetiva; efetividade; Plano Global; justificativa
de falta de professores e funcionários; controle extremado de carga horária,
dias letivos, avaliações para constar em boletins, entre muitas outras
atividades que eram realizadas pelo Supervisor Educacional e que não
visavam o aproveitamento Escolar dos alunos, mas a consecução dos
objetivos administrativos da escola – mesmo que estes envolvessem o controle
pedagógico), aí se tinha uma Supervisão “Escolar”, a nível de escola /
estabelecimento institucional de Ensino, e não uma Supervisão Educacional
nos moldes que são exigidos, hoje, cumprindo o destino real para o qual essa
profissão existe: favorecer a aprendizagem dos alunos através da orientação
profissional e capacitada pelo professor.
Em consonância, pode-se dizer que a Educação passou a exigir um
novo modelo de Supervisão, o Educacional, para confrontar o modelo
tradicional e voltado à burocratização imposta pela Escola, e o agir do
Supervisor efetivamente foi seguido a partir de uma proposta que possibilita a
circulação dos anseios das classes populares, que insere os alunos e a
comunidade escolar, e, ainda, que contempla o crescimento pessoal e
profissional dos professores “com base na busca constante por
aperfeiçoamento, por uma melhor formação que permita repensar o antigo e
construir o novo” (MEDINA, 2002, p. 21).
Compete aos Supervisores fazerem uma análise da situação
educacional e da realidade dos alunos para determinar qual a forma de ação
mais adequada à Supervisão voltada para a Educação que pretendem
continuar seguindo ou inovar.
1.5 ATRIBUIÇÕES DO SUPERVISOR EDUCACIONAL
Muitas perguntas surgem quando se fala em Supervisor Educacional,
que buscam uma resposta que surja não somente de teorias, mas,
25
principalmente, buscam ser respondidas num presente que, certamente, têm
suas raízes no passado, uma relação entre as referências teóricas e a
realidade da ação supervisora.
É necessário que se reflita a respeito do trabalho que o Supervisor
Educacional realiza, conforme Medina (2002) expõe:
A percepção da existência de um espaço de trabalho para os supervisores nas Escolas, a falta de um olhar investigador para ajudar a esboçá-lo e situá-lo, identificando os seus limites e possibilidades, tem gerado posições diversas a respeito do trabalho que o supervisor vem desenvolvendo ou que possa vir a desenvolver no interior da Escola (MEDINA, 2002, p. 27).
A sua função deve ser essencialmente sociopolítica crítica, evidenciada
em afirmações como:
[...] confirmam-se, então, a idéia e o princípio de que o Supervisor não é um “técnico” encarregado da eficiência do trabalho, muito menos, um controlador “de produção”; sua função e seu papel assumem uma posição social e politicamente maior de líder, de coordenador, que estimula o grupo à compreensão – contextualizada e crítica – de suas ações e, também, de seus direitos (RANGEL, 2001, p. 151).
Como tarefa científica, a base da Supervisão Educacional está no foco
da prática docente e seus resultados, sendo o objeto específico o processo de
ensino aprendizagem.
Portanto, segundo Medina (2002, p. 31):
Professor e supervisor têm seu objeto próprio de trabalho: o primeiro o que o aluno produz e o segundo, o que o professor produz. O professor conhece e domina os conteúdos lógicos sistematizados do processo de ensinar e aprender; o supervisor possui um conhecimento abrangente a respeito das atividades de quem ensina e das formas de encaminhá-las, considerando as condições de existência dos que aprendem (os alunos).
26
Como função técnica, sua marca essencial é a presença de um
dinamismo crítico capaz de construir com os professores seu trabalho cotidiano
[...] visualizando, refletindo e agindo na e com (grifo nosso) a totalidade da produção dos professores regentes, em geral, e, em particular, com cada professor de acordo com a turma de seus alunos (MEDINA, 2002, p. 22).
Rangel (2001) destaca como atribuições / funções a serem cumpridas
pelo supervisor educacional, o que se refere:
[...]
• à política – coordenação da interpretação/implementação e da “coleta” de subsídios para o desenvolvimento de novas políticas mais comprometidas com as realidades educacionais;
• _ao planejamento – coordenação, construção e elaboração coletiva do projeto acadêmico/educacional, implementação coletiva, coordenação do acompanhamento sobre seu desenvolvimento e necessárias reconstruções;
• à gestão – coordenação, propriamente dita, de todo o desenvolvimento das políticas, do planejamento e da avaliação do projeto pedagógico da Escola, construído e desenvolvido coletivamente;
• _à avaliação – análise e julgamento das práticas educacionais em desenvolvimento com base em uma construção coletiva de padrões que se alicercem em três princípios/posturas intimamente relacionados: a avaliação democrática, a crítica institucional e a criação coletiva, e a investigação participante e contínua com o fim na melhoria e da qualificação do processo ensino-aprendizagem.
• A todos esses elementos – estudar muito e continuamente, individual e coletivamente, discutindo conceitos e formas de elaboração prática de estratégias de ação pedagógica (RANGEL, 2001, p. 89).
Percebe-se que são muitas as exigências e responsabilidades que se
impõem à Supervisão Educacional, que passa a construir um novo perfil de
atuação, com outras competências.
27
A realização da finalidade básica da Supervisão Educacional de uma
escola se dá pelo desempenho das funções de: planejamento, coordenação,
avaliação e assessoramento. A partir dessas funções amplas, podem ser
definidas atividades específicas do Supervisor Educacional, conforme colocam
Bastos et all (1996, p.35):
As atribuições do Supervisor Educacional, no que se refere ao planejamento, são as seguintes: participar a elaboração do Plano Global da Escola; elaborar o Plano de atividades do Setor de Supervisão; coordenar o processo de planejamento curricular; adaptar as normas e diretrizes emanadas os órgãos educacionais competentes às peculiaridades locais. No que tange a coordenação, são funções do Supervisor Educacional: implementar e acompanhar o desenvolvimento do currículo; orientar a elaboração e o desenvolvimento dos planos de ensino; assistir atividades docentes, visando a manutenção de padrões de desempenho pré-definidos e a correção de possíveis desvios; orientar os docentes no desenvolvimento de atividades discentes que visem possibilitar-lhes maior conhecimento da comunidade; coordenar programas de treinamento e atualização dos professores, visando aperfeiçoamento do sistema ensino aprendizagem; manter o fluxo permanente de informações acerca da realidade Escolar, objetivando direcionar a ação docente. A ação supervisora voltada para a avaliação exige as seguintes atividades: acompanhar e avaliar o Currículo; constatar e interpretar dados referentes à produtividade do corpo docente, com vistas a auxiliar no melhor desempenho do processo educativo; avaliar os resultados do processo ensino-aprendizagem; avaliar os resultados do plano de atividades do SSE; participar da avaliação da produtividade do sistema Escolar, em termos quantitativos e qualitativos. Em termos de assessoramento, são atividades da ação supervisora: assessorar a administração Escolar e outros órgãos responsáveis pela definição de diretrizes pedagógicas e administrativas da Escola; fornecer informações aos órgãos institucionais superiores de Educação, a exemplo das Secretarias de Educação, para planejamentos e estabelecimento de estratégias de Ensino, bem como adaptar às condições da Escola as diretrizes e normas demandadas pelos mesmos órgãos;
28
colaborar com o Serviço de Orientação Educacional no desenvolvimento das atividades que visem ao aprimoramento das condições de aprendizagem dos discentes, como por exemplo: definição de critérios para a organização de classes discentes, pesquisa de causas de aproveitamento deficiente, estudo sobre estratégias de trabalho Escolar com alunos-problema, orientação a pais sobre programas de estudo para os filhos e outros aspectos correlatos.
Assim tem-se de forma clara e explícita as atribuições de competência
do Supervisor Educacional, a qual visa, predominantemente, somar esforços
em busca da promoção da melhoria do processo ensino-aprendizagem.
29
CAPÍTULO II 2 TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA
As tendências pedagógicas que historicamente se desenvolveram na
Educação brasileira indicam uma sucessiva adoção de estratégias de Ensino
que ora privilegiam o papel do professor, ora privilegiam o papel do aluno e ora
privilegiam a técnica. Neste contexto, encontra-se o Supervisor Educacional.
Acerca das tendências pedagógicas, Gadotti (2003, p. 8-10) assim se
pronuncia:
Há sempre uma teoria da pesquisa que condiciona o método e os próprios resultados. Daí que o aparecimento de novas sínteses é sempre saudável. Assim como a História, o pensamento também é lido em função do presente de quem o lê. Entre essas sínteses temos estudado algumas, que apresento ao leitor na ordem cronológica em que aparecem. 1. Na Educação, Pedro Benjamim Garcia apresenta o pensamento pedagógico sob dois enfoques teóricos antagônicos: a teoria da modernização e a teoria da dependência. [...] 2. Uma das sínteses mais conhecidas é a de Dermeval Saviani, que esboça a presença, na história da educação brasileira, de quatro grandes tendências (identificadas como “concepções”): o “humanismo tradicional”, marcado por uma visão essencialista do homem; o “humanismo moderno”, com uma visão de homem centrada na existência, na vida, na atividade; a concepção “analítica”, sem definição filosófica clara (de início, positivista, e, mais tarde, tecnicista); e a concepção “dialética”, marcada por uma visão concreta (histórica) do homem. [...]. 3. Aproximando-se muito do quadro teórico de Saviani, José Carlos Libâneo classifica as “tendências pedagógicas da prática Escolar” em “liberais” e “progressistas”. Entre as primeiras, inclui a tendência “tradicional”, a “renovada progressivista”, a “renovada não-diretiva” e a “tecnicista”. No segundo grupo, inclui a
30
tendência “libertadora”, a tendência “libertária” e a tendência “crítico-social dos conteúdos”. [...]. 4. Numa outra perspectiva teórica, Beno Sander procura mostrar, na educação brasileira contemporânea, a existência de duas grandes “perspectivas analíticas” opostas, na pedagogia e na administração da educação: a “pedagogia do consenso” e a “pedagogia do conflito”. [...] Os temas dessas pedagogias são: a ordem, o equilíbrio, o controle, a harmonia, o progresso como ideal da sociedade a ser atingido por todas as sociedades. [...]. 5. Um quinto autor precisa ser destacado, embora seu trabalho não esteja ainda publicado. Analisando apenas o que chama de “pensamento crítico”, Sá identifica quatro tendências: a “concepção reprodutivista”, a “pesquisa participante’, a “alternativa crítica” e a tendência “revolucionária”. As três primeiras, para ele, procuram mudanças “dentro da ordem” capitalista, não conseguindo captar dialeticamente o fenômeno educativo. Só a última buscaria mudanças ‘contra a ordem”, combinando “ação legal e ação clandestina”. [...] O leitor terá notado como essas diversas sínteses se entrecortam. É preciso reconhecer que entre elas existe todo um esforço de compreensão histórica do pensamento pedagógico que só foi possível hoje pelo enorme desenvolvimento de estudos e pesquisas dos últimos anos.
Gadotti (2003) procura fundamentar as teorias educativas em suas
respectivas concepções de mundo, formulando categorias teóricas que
operacionalizam suas concepções na prática educativa.
A teoria da dependência procura mostrar como, no plano interno, “a
educação (tanto a intencional quanto a não-intencional) reforça as demandas
simbólicas das classes dominantes e dominadas, reproduzindo uma estrutura
social determinada” (GADOTTI, 2003, p. 9), e, no plano externo, como se
exerce “a dominação da nação hegemônica sobre a periferia” (GADOTTI,
2003, p. 9).
A teoria da modernização procura demonstrar como, no plano interno, “a
educação contribui para a modernização da sociedade, criando quadros
31
técnicos, possibilitando a mobilidade social, redistribuindo a renda” (GADOTTI,
2003, p. 9), assim como, no plano externo, através do “efeito de demonstração,
a maior proximidade entre as sociedades, numa visão otimista da marcha da
História para uma comunidade planetária” (GADOTTI, 2003, p. 9). O efeito da
demonstração citado pelo autor consiste na interdependência entre um sujeito
e outro no que concerne ao consumo. Garcia (1984, p. 25) afirma que: “nesta
interdependência, alguém que se depare com um padrão de vida superior tem
o desejo de elevar o seu nível de consumo. A demonstração de um estilo de
vida considerado superior suscitará o desejo de idênticas condições”.
Tanto a teoria da dependência como a teoria da modernização
abordadas por Gadotti (2003) tiveram grande influência na Educação das
décadas de 60 e 70, pois a primeira reforçou as análises reprodutivistas da
Educação e a proposta de um desenvolvimento educacional autônomo e a
segunda revelou-se extremamente conservadora. Ambas continuam vivas na
teoria e na política da Educação brasileira.
A teoria educacional brasileira do professor Libâneo (1985) analisa
alguns modelos educacionais e identifica algumas raízes que formam a prática
pedagógica no Brasil.
Partindo do modelo da Escola Tradicional e passando pelo da Escola
Nova e pelas pedagogias Libertária e Libertadora, o autor vai mostrando os
fundamentos da Educação à luz das diferentes propostas didático-
pedagógicas, permitindo que sejam conhecidos os modelos de ensino-
aprendizagem, de aluno, de professor, de interação em que se apóia.
O objetivo de Libâneo (1985) foi o de encontrar o modelo adequado a
uma escola brasileira, com crianças brasileiras, pois os modelos utilizados em
nosso país são baseados na cultura de outros povos, geralmente, mais
desenvolvidos social e economicamente. O autor ainda refere sobre a
confusão que os professores vivenciam nesta época que exige mudanças,
caracterizando a pedagogia tradicional e a pedagogia nova, e indicando o
32
aparecimento da tendência tecnicista e das teorias crítico-reprodutivas, todas
incidindo sobre o professor.
As posições dos educadores envolvidos no cotidiano da escola de hoje
podem ser caracterizadas em três grupos: os que continuam atuando dentro
de pressupostos da pedagogia liberal, seja de tipo tradicional, seja de tipo
renovadotecnicista; os que continuam sustentando o discurso da escola
reprodutora preferindo a denúncia política ao trabalho pedagógico na escola e
os que vêm tentando uma atuação pedagógica crítica, por acreditar na
possibilidade de explorar os espaços disponíveis pelas contradições da
sociedade de classes.
Para Gadotti (2003), Pedagogia e Didática se correspondem,
mutuamente, a primeira buscando na prática educativa a compreensão crítica
da sociedade, da
cultura, da geração em desenvolvimento a partir de seus determinantes
histórico-sociais, constituindo-se na teoria da ação educativa na sua
intimidade, a fim de apreender suas exigências concretas; e a segunda,
visando os determinantes que afetam os sujeitos envolvidos (sistema de
valores, linguagem, condições concretas de vida e de trabalho, motivações,
etc.), proporcionando elementos para a reavaliação das diretrizes teóricas e
sua prática.
De acordo com Maria (1996), o ato pedagógico constitui-se de uma
relação entre o aluno e as matérias de estudo, mediadas pelo professor, a
quem cabe garantir os efeitos formativos desse encontro. O ato pedagógico
não se dá ao acaso, exige um trabalho docente sistemático, intencional,
planejado, visando introduzir o aluno nas estruturas significativas; exige, além
disso, que a assimilação seja ativa, embora não espontânea. É preciso que se
conheçam as disposições do aluno, em termos socioculturais e psicológicos, a
fim de que sejam conquistados seus interesses, sua colaboração, sua
aspiração à formação. É preciso não apenas que se valorize o significado
humano e social da cultura, mas o desvelamento das contradições sociais,
atribuindo-se uma conotação crítica à transmissão do saber.
33
A Pedagogia Crítico-Social, como corrente da pedagogia progressista,
defende o ponto de vista de que a principal contribuição da escola para a
democratização da sociedade está na difusão da Escolarização para todos,
colocando a formação cultural e científica nas mãos do povo como instrumento
de luta para sua emancipação. Valoriza a instrução como domínio do saber
sistematizado e os meios de ensino como processo de desenvolvimento das
capacidades cognitivas dos alunos e viabilização da atividade de transmissão /
assimilação ativa de conhecimentos. Assume a historicidade da escola, sendo
determinada pelos interesses opostos das classes existentes na sociedade, e,
determinante, porque histórica e fruto da atividade humana transformadora.
A pedagogia crítico-social de Libâneo (1985) propõe uma teoria
pedagógica embasada numa concepção de mundo que parte das condições
concretas em que se desenvolve a luta de classes; propõe uma didática que
determina princípios e meios como diretrizes orientadoras para os processos
de Ensino necessários ao domínio de conhecimentos, garantindo durabilidade
aos efeitos formativos da instrução e da educação.
O trabalho docente concebe o aluno como ser educável, sujeito ativo do
próprio conhecimento, mas também como ser social, historicamente
determinado, indivíduo concreto, inserido no movimento coletivo de
emancipação humana. É preciso que o professor aprenda a abarcar todos os
aspectos, ligações e mediações inerentes à ação pedagógica, tomá-lo no seu
desenvolvimento, nas suas contradições, a fim de introduzir no trabalho
docente a dimensão da prática histórico social no processo do conhecimento.
Nas palavras de Libâneo (1985, p. 49):
[...] uma didática crítico-social concebe o ensino como transmissão intencional e sistemática de conteúdos culturais e científicos, a partir do entendimento de cultura como expressão das contradições e lutas concretas da sociedade.
34
Os enfoques da didática nas tendências pedagógicas a partir da
concepção crítico-social são, conforme Libâneo (1985):
O tradicional-didática, assentada na transmissão cultural, concebendo o
aluno como um ser receptivo/passivo, atribuindo um caráter dogmático aos
conteúdos e métodos da educação. Valoriza o aspecto material do Ensino. A
didática é entendida como um conjunto de regras e preceitos – matéria a ser
ensinada, devendo o aluno submeter-se aos métodos do professor.
O renovado-tecnicista - versão modernizada da escola nova, acentua o
caráter prático-técnico do ensino e sua neutralidade face às questões sociais,
“inspirado numa concepção de sociedade assentada na produtividade, na
eficiência e no rendimento, foi incorporado à tendência Escolanovista como
continuidade dela” (LIBÂNEO, 1985, p. 49).
O sóciopolitico - assume uma postura crítica em relação aos dois
anteriores, acentua a relevância dos determinantes sociais na educação e, as
finalidades sociopolíticas da escola. Sustenta uma visão parcializada da
educação, ao reduzi-la à sua dimensão sociopolítica, negando a especificidade
do pedagógico.
[...] é acentuado pelas tendências progressistas, mas é exacerbado nas versões libertadora e libertária. [...] o movimento da crítica sociopolítica à pedagogia e à didática se inicia no começo da década de 70, mas é na segunda metade que aparecem suas manifestações na prática Escolar - não existem problemas pedagógicos, mas problemas políticos. A Escola cumpre o papel de aparelho ideológico do Estado garantindo uma função política de inculcacão da ideologia burguesa, acomoda-se às necessidades do sistema industrial como formadora de mão-de-obra, domestica professores e alunos por meio de procedimentos burocráticos e técnicas didáticas, subordina-se aos princípios da racionalidade, eficiência e rendimento máximos (GADOTTI, 2003, p. 57).
35
A pedagogia crítico-social dos conteúdos tem como propósitos integrar
os aspectos material/formal do ensino e, ao mesmo tempo, articulá-los com os
movimentos concretos tendentes à transformação da sociedade. Valoriza a
escola enquanto mediadora entre o aluno e o mundo da cultura, cumprindo
esse papel pelo processo de transmissão/assimilação crítica dos
conhecimentos, inseridos no movimento da prática social concreta dos
homens, que é objetiva e histórica.
A pedagogia dos conteúdos considera que a invenção da escola na
sociedade não é mera casualidade, mas resultado de necessidades e
exigências sociais que lhe dão o caráter inelutável de historicidade, e, por
conseguinte, de transitoriedade de cada modalidade e ação formativa
existente.
Teoria e prática, pedagogia e didática são momentos inseparáveis na atividade transformadora da prática social, enriquecendo-se mutuamente à medida que a prática educativa concreta é questionada e modificada em decorrência das exigências de situações pedagógicas que ocorrem em circunstâncias históricas determinadas (MARIA, 1996, p. 60).
Na visão do autor, o trabalho docente é um momento-síntese, uma
totalidade à qual afluem determinantes econômicos, sociais, biológicos,
psicológicos que são, ao mesmo tempo, condições para o complemento do ato
educativo. São também mediações que irão favorecer ou dificultar a um aluno
apropriar-se do saber escolar e, por ele, construir-se como ser social ativo.
Também consiste na atuação do professor no ato educativo, medindo os
processos pelos quais o aluno se apropria ou não do saber de sua cultura e o
da cultura dominante, elevando-se do senso comum ao saber criticamente
elaborado.
Importante ao Supervisor Educacional é o encontro direto com o
professor e deste com o aluno, e, de forma geral, de todos com o material
formativo (apropriação ativa de conhecimentos que são orientados na escola e
36
para o qual as concepções pedagógicas existiram e sempre existirão como
uma forma de orientar o trabalho docente, como uma atividade mediadora
entre o individual e o social, entre o aluno e a cultura social e historicamente
acumulada, entre o aluno e as matérias de estudo.
2.1 REALIDADE NACIONAL – DESAFIO À SUPERVISÃO EDUCACIONAL
Muitas são as necessidades da população brasileira nos tempos atuais,
onde a globalização, embora tenha motivado para uma busca constante por
aperfeiçoamento profissional e enriquecimento cultural, que suscita um
conseqüente progresso pessoal do indivíduo, por outro lado, tem serviço ainda
mais para excluir aqueles que já eram excluídos da sociedade: os
desempregados, os discriminados quer pela cor, etnia, condição física, entre
outros, àqueles em condições de vulnerabilidade social e uma diversidade de
seres humanos que não têm acesso a uma formação educacional que o
capacite a interferir na realidade e dela sorver seu sustento e sua
(sobre)vivência em todos os sentidos.
Essa é uma realidade não só brasileira, mas do mundo todo, que nem
mesmo a “Educação para todos” garantida pela Constituição de 1988 pode
suprir, pois dependem de melhoramentos de caráter político, econômico,
social, psicológico, moral, e não apenas educacional.
Pensar numa vida saudável, não se constitui apenas em pensar na
saúde a
população, de uma forma geral, pensando-se em seu caráter físico, pois até
mesmo neste âmbito há muitos déficits no Brasil. No entanto, objetivar uma
formação saudável, física, moral, psíquica e cognitivamente, tem sido uma
constante da escola, em seus discursos e tentativas de práticas, embora lhe
fuja ao alcance até mesmo cumprir com seus fins educacionais de formação
de seres críticos e incisivos sobre esta realidade que aí está, sobre esta
condição de discriminação que ocorre em todos os segmentos institucionais,
37
com a deficiências de naturezas mais amenas (como as de aprendizagem),
entre outros aspectos.
Assim, mais difícil ainda se torna um trabalho supervisor se adotar como
base a realidade nacional que insere os alunos sob sua responsabilidade. No
entanto, pode este profissional, juntamente com a Direção, demais
especialistas em Educação, professores, pais e comunidade Escolar
minimizarem algumas problemáticas sociais, de saúde, morais e psíquicas que
envolvem e se manifestam diretamente na aprendizagem dos alunos, através
de ações efetivas quanto a aspectos como: campanhas anti-drogas; orientação
profissional; encaminhamento a profissionais em diversificadas esferas
governamentais de alunos e familiares com distúrbios de comportamento,
desvios de conduta, violência doméstica, abuso sexual, desestruturação
familiar e vários outros problemas que envolvem as relações interpessoais e
que fazem parte da rotina dos alunos e até mesmo dos membros da escola,
enfim, é preciso que a escola, em seu esforço de tentar acertar e cumprir com
suas atribuições educacionais, busque, através de seus profissionais, inferir
exatamente de formas e em pontos que pode agir de forma mais efetiva e
comprometida com os resultados.
Conforme Martins e Castellano (2003, p. 221),
[...] tais problemas sociais que interferem no comportamento do aluno [...] solucionar é difícil, porém podem ser minimizados, a fim de promover a saúde por meio da atuação em conjunto de indivíduos, sociedade e autoridades governamentais.
Embora o Supervisor Educacional tenha uma gama de
responsabilidades no interior da escola, seja um conhecedor de muitas teorias
educacionais acerca de concepções pedagógicas, metodologias, técnicas,
recursos atualizados, noções de avaliação eficaz, pensamentos reflexivos, etc.,
porém tudo isso deve estar a serviço da prática e a Educação pela prática
38
envolve, em primeiro lugar, voltar-se para o combate, a amenização e a
prevenção de – mesmo que sejam desde os pequenos, mas decisivos –
problemas de ordem pessoal, das relações humanas, de saúde e de caráter
ético e moral dos alunos e de quem com eles trabalha, pois um ser humano
sadio, atendido em suas necessidades básicas e em seus desejos mais
prementes de sobrevivência e de vivência em grupos, produz, de forma mais
eficaz, e com motivação para mais além, pela aprendizagem escolar. Este se
constitui, na verdade, o maior desafio do Supervisor Educacional hoje e a
Educação serve para educar as pessoas para buscarem uma nova realidade.
39
CAPÍTULO III 3 O PAPEL DO SUPERVISOR NO CONTEXTO EDUCACIONAL HOJE
Pouco resta a abordar acerca do profissional Supervisor Educacional e
de suas funções / atribuições no contexto escolar que já não tenha sido
abordado, anteriormente, neste trabalho. No entanto, é preciso que se
ressaltem alguns aspectos que são de suma importância para o ser e o agir
desse profissional diante do atual quadro de divergências e problemáticas
educacionais e sociais, provocadas pelas idéias revolucionárias de “mudar” e
“inovar”: a Escola, o Ensino, a Educação, os profissionais, suas concepções e
pedagogias, enfim, a ordem é transformar e, para que isso ocorra, de forma a
acompanhar a realidade social em que o aluno se insere é preciso, acima de
tudo, que o Supervisor Educacional reafirme-se como agente de mudanças,
pela sua liderança por competências (e não de forma impositora) e vença
alguns preconceitos que ainda persistem.
3.1 O SUPERVISOR EDUCACIONAL COMO AGENTE DE MUDANÇAS
De várias formas pode o Supervisor Educacional tornar-se um agente de
mudanças no contexto escolar, junto aos professores e toda a estrutura
pedagógica da escola.
Inicialmente, o próprio Supervisor Educacional como profissional co-
responsável pela aprendizagem dos alunos a partir de uma sociedade pautada
na transformação e no aprimoramento dos seres humanos, precisa
constantemente reciclar-se, auto avaliar-se, refletir sua ação supervisora e
efetivar suas ações de forma realmente atualizada e visando o bem-estar de
todos que com ele atua (professores e pessoal da escola) e depende (alunos,
pais e comunidade Escolar). Um trabalho com responsabilidade, com
40
planejamento adequado, acompanhando a sistemática organizacional da
escola – se esta também está imbuída em adequar-se aos novos tempos.
Isso também implica em que a Supervisão Educacional reveja algumas
concepções e práticas em relação ao processo ensino-aprendizagem em si, no
que se refere a: conteúdos curriculares, metodologias, emprego de recursos e
avaliação.
Conforme coloca Libâneo (1994, p. 39),
Ao mesmo tempo em que o trabalho pedagógico na Escola requer a sua adequação às condições sociais de origem, é preciso que os especialistas (e aqui salientamos o Supervisor Educacional – interferência nossa) adéqüem o processo educacional às características individuais e socioculturais dos alunos ao seu nível de rendimento Escolar. A democratização do ensino supõe o princípio da igualdade, mas junto com o seu complemento indispensável, o princípio da diversidade. Para que a igualdade seja real e não apenas formal, o ensino básico deve atender a diversificação da clientela, tanto social quanto individual.
É preciso que o Supervisor Educacional leve em consideração as
diversidades e reavalie, juntamente com o corpo docente e discente, novas
visões acerca do Ensino. Especificamente com o professor e Direção, urgente
é que reveja o currículo, de forma que não se constitua mais em uma lista de
conteúdos que são cumpridos à risca, embora a LDB – Lei de Diretrizes e
Bases da Educação nacional dê autonomia para, junto às competências
estabelecidas para cada modalidade de Ensino e nas suas diferentes séries,
possam ser determinados os conteúdos que melhor desenvolvam tais
habilidades e consolidem a aquisição de conhecimentos.
Para isso, também requer que o Supervisor torne o professor uma
pessoa aberta às discussões, às transformações em seu agir docente, pois
muitos estão atrelados, ainda, a uma pedagogia tradicional e cabe ao
41
Supervisor Educacional, sendo também um profissional adepto do diálogo e do
trabalho coletivo, incentivar e motivar os professores para mudarem, inovarem.
Em relação às metodologias e recursos de Ensino, é preciso que seja
beneficiados estudos em grupos profissionais, na Escola, para que os
fundamentos teóricos e diversificados existentes provoquem a reflexão acerca
de formas inovadoras de serem ministrados os conteúdos e informados os
novos conhecimentos, visando estimular o aluno a aprender. Um exemplo
prático está no uso da técnica “expositivo-dialogada”. Até algum tempo,
quando a Supervisão Educacional pautava-se no trabalho burocrático e os
professores ao trabalho com quadro verde e giz, predominantemente, a aula
expositivo-dialogada era uma metodologia aceitável nos moldes em que era
desenvolvida. Hoje, o aluno não mais aceita que um professor fique falando ou
apenas expondo idéias no quadro ou mesmo buscando-as em livros didáticos,
pois ele tem toda uma tecnologia em casa ou de fácil acesso (em outros locais,
quando não as têm em casa) e uma aula nesse molde acaba por gerar a
“indisciplina”, que, na verdade, nada mais é do que uma maneira do aluno
dizer: “Não agüento mais isso”. Se se quer um aluno ativo, reflexivo, atuante e
conhecedor, como é possível que ele assim o seja na passividade, na omissão
do professor em orientar para essa formação?
Eis aí mais uma forma do Supervisor Educacional agir como um agente
de mudanças: capacitar o professor, pelo estudo e pela reciclagem a nível de
escola e motivando para que também busque fora, formação e atualização de
sua prática pedagógica.
Outro aspecto delicado que exige, de forma urgente, a interferência do
Supervisor Educacional com o fim de provocar mudanças diz respeito à
avaliação da aprendizagem do aluno praticada nas escolas. Nas palavras de
Libâneo (1994, p. 203), “a avaliação escolar é um processo contínuo que deve
ocorrer-nos mais diferentes momentos do trabalho educativo”. A avaliação a
ser adotada deve ser aquela que é realizada no início, durante e no final das
42
unidades didáticas, visando sempre diagnosticar e superar dificuldades, corrigir
falhas e estimular os alunos a que continuem dedicando-se aos estudos.
O Supervisor Educacional, da mesma forma através de estudos e,
bastante importante, através da aplicação de auto-avaliações no próprio
professor e em si mesmo, juntos todos poderão vivenciar o que significa avaliar
e se conscientizarem da importância que o abolir a avaliação somente através
de provas, questionários reprodutores das idéias de outros, e outras tantas
modalidades burocráticas de medir os conhecimentos ainda têm sido aplicados
de forma predominante.
Um Supervisor Educacional que realmente tenha consciência da
importância de ser e agir como um agente de mudanças saberá buscar formas
e aspectos que precisam de transformação, de inovação, porém não basta
versar em planejamentos bem elaborados, se não se prestarem a ser
praticadas tais mudanças visando a melhoria da educação ministrada.
Resistências são reações comuns em pessoas que não estão
acostumadas a mudanças. A maneira como os professores e o grupo na
escola vai reagir frente a uma mudança pode variar de um extremo ao outro,
dependendo de uma série de fatores como: interesses em jogo, segurança
para mudar, temores, suspeitas, pouca firmeza em quem orienta as mudanças,
etc. Por isso é importante que o Supervisor Educacional considere toda essa
variedade de comportamentos com a qual as pessoas resistem às mudanças e
proporcione condições e segurança para que todos se engajem nessa luta.
43
3.2 O PAPEL DA LIDERANÇA EM SUPERVISÃO
Autoridade e liderança, dependendo como são conduzidos, manifestam
enfoques diversificados, podendo agir de forma destrutiva ou bastante
construtiva no trabalho supervisor.
Um Supervisor Educacional que usa de sua autoridade a partir do
conceito de que “autoridade é o direito de decidir o que deve ser feito e o
direito de fazê-lo ou exigir que alguém o faça” (PRZYBYLSKI, 1985, p. 43), nos
tempos atuais estará provocando ainda mais a inércia dos professores ante as
transformações necessárias e às ações educativas significativas que espera-se
que sejam empreendidas pelos docentes em prol de um processo educativo
mais eficaz. No entanto, se a autoridade do Supervisor Educacional seguir
apenas a primeira parte desse conceito, ou seja, se for empregado a partir da
autoridade legal, por delegação e baseada em suas competências como
profissional apto a analisar, refletir e decidir sobre os caminhos a conduzir o
processo ensino-aprendizagem, aí o Supervisor pode e deve empreender de
autoridade para tomar decisões e orientar seu grupo de trabalho.
Da mesma forma, se a liderança praticada pelo Supervisor Educacional
for eficiente em relação à segurança praticada em suas orientações, à atenção
aos problemas e à solidez de seus conhecimentos sobre sua função e
importância de seu trabalho em relação à educação e ao trabalho dos
professores, dessa forma a liderança estará servindo de forma construtiva.
Em toda ação supervisora que este profissional empreender a liderança
que lhe é inerente pela posição que ocupa frente à profissão que exerce deve
sempre primar pelo estilo participativo de trabalho, pela ação coletiva junto a
seu grupo, pois assim sua liderança será sempre bem-vinda, pois servirá de
estímulo a ações mais sólidas, uma vez embasada sua validade e orientações
através de um profissional que se mostra seguro e conhecedor do que está
fazendo (ou orientando).
44
Conforme Andrade (1979, p. 78), “O líder deve ser responsável pela
liderança em seu grupo, porém, de outra forma, um responsável por um grupo
não deve ser o líder, mas aquele que faz com que exista liderança no grupo”,
ou seja, cada membro deve sentir-se seguro, necessário e solicitado. A
liderança do Supervisor Educacional deve propiciar a distribuição de
responsabilidades entre todos, o que lhe inclui e faz com que todos os
membros dos grupos sintam valorizadas suas potencialidades. Assim
manifestarão interesses e motivações para o progresso em direção a serem
atingidos os objetivos propostos.
Resta dizer que Supervisão Educacional, de certa forma, é liderança
para conduzir à mudança de comportamento das pessoas comprometidas com
o processo ensino-aprendizagem, a fim de torná-lo mais conseqüente e eficaz.
Liderança deve ser vista como habilidade para exercer influência interpessoal,
por meio da comunicação, para a consecução de um objetivo comum: a
aprendizagem do aluno.
3.3 PRECONCEITOS
Um outro aspecto que merece ser revisto em relação à Supervisão
Educacional refere-se aos preconceitos que passaram a permear o trabalho e
o ser do Supervisor, na escola.
Um dos preconceitos ainda existente é quanto à Supervisão
Educacional realmente estar buscando ressignificar sua prática, conforme
Medina (2002), pois muitos professores o vêem ainda como um profissional
comprometido com práticas burocráticas, mais voltadas para a administração
escolar, do que para o andamento do processo educativo.
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Embora sejam comprovadas as constantes preocupações dos
Supervisores Educacionais com o trabalho do professor, no sentido de buscar
efetivas melhorias para a aprendizagem do aluno, os poucos Supervisores
Educacionais que ainda atuam como burocratas fazem com que a imagem
deste profissional seja desacreditada quando busca ser eficaz, ativa e
atualizada no contexto educacional.
Um outro aspecto preconceituoso manifestado sobre o Supervisor
Educacional refere-se ao autoritarismo de sua posição profissional como
membro da equipe reconhecida como “especializada em educação”, com coisa
que o professor também não o seja, uma vez que se habilita para a prática
pedagógica tanto quanto o Supervisor Educacional. No entanto, pelos
enfoques que a Supervisão Educacional assumiu, ao longo dos tempos, ficou a
idéia de autoridade e de subordinação, onde os professores, até pouco tempo,
não viam com bons olhos esse especialista.
Ainda, a questão de “atendimento em gabinetes”, conforme Rangel
(2001, p.46), na qual o Supervisor Educacional restringia suas ações em salas
fechadas, atendendo, normalmente de forma individual, que a ele procurasse,
rompeu paradigmas e assumiu uma nova constituição de ação supervisora,
pois hoje o Supervisor Educacional está onde o professor ou o aluno, ou
ambos (sempre que viável) também estão. O Setor de Supervisão Educacional
serve para identificar o serviço e salvaguardar os materiais próprios desse
setor, pois o Supervisor está, constantemente e de forma ativa, em ambientes
que possam ser favoráveis a um melhor atendimento ao professor, ou na
própria sala de aula, não mais para conferir o trabalho do professor, mas para
compartilhar do processo ensino-aprendizagem, para orientar o professor em
seu ambiente in loco e para estimular aos alunos às aprendizagens.
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CONCLUSÃO
A escola deve ser um ambiente acolhedor, estimulante, adequado,
equipado e atualizado, capaz de proporcionar e favorecer aprendizagens
significativas. Deve visar ao bem-estar do ser humano enquanto aprendiz (seja
ele professor, aluno ou família), proporcionar interações positivas e que gerem
reflexões e ações produtivas que sirvam ao desenvolvimento do ser humano
enquanto cidadão. Para que se efetivem reais mudanças na escola, para que a
mesma se torne um ambiente propício e estimulador não só de novas
aprendizagens, mas também servir à convivência social e à formação integral
do indivíduo, é preciso torná-la uma escola reflexiva, ou seja, um ambiente
para análise e possíveis reconstruções tanto em relação ao Sistema
Educacional, como em relação ao aluno.
No entanto, para que uma escola se torne reflexiva, o professor é o
agente essencial, capaz de portar relevantes capacidades para ocasionar
mudanças benéficas e uma melhor qualidade de vida aos educandos, através
da transformação em uma escola eficaz e prazerosa. A esse professor cabe o
buscar, constantemente, melhorias na qualidade de Ensino, o que requer
pensar a educação pela sua epistemologia, para conscientizar-se de que os
novos tempos estão a exigir que a ação docente inclua: pesquisa, observação,
registros, enfim, partir de uma metodologia dialética, pautada em técnicas do
tipo “pesquisa”, que exige do aluno que realmente ocorra aprendizagem.
Na escola, cabe para que o professor atue como um orientador da
aprendizagem significativa do aluno, cabe ao Supervisor Educacional o papel
de mediador e facilitador da transformação do ambiente Escolar em um
ambiente produtivo, enriquecedor, moralizador, formador de capacidades
superiores e que sirvam à coletividade; do trabalho do professor em um
eficiente e atualizado processo educativo e a aprendizagem dos aluno um
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caminho que sirva para seu crescimento integral e formação pelos
conhecimentos e para competências.
Na constante aprendizagem proporcionada ao professor durante todos
os momentos na qual ensina e interage, está a essência da capacidade do
professor de ser um constante orientador e estimulador do aluno, quando este
não é devidamente motivado para sua ação pedagógica, quando não pode
contar com um profissional especializado e quando não tem formação e
atualização para empreender em uma prática pedagógica mais adequada às
novas necessidades e anseios dos educandos.
Embora já se saiba como deve ser a Escola, o Professor e o Supervisor
Educacional – responsáveis diretos pela propagação de Educação eficiente –
ao Supervisor Educacional está fundamentado, pela sua profissão e
atribuições, o proporcionar uma constante atualização do Ensino, a partir de
constantes estudos em grupos, com os professores, e em periódicas
interações com os alunos e suas famílias, através do ouvir suas necessidades,
curiosidades e anseios.
A Supervisão Educacional, ao longo dos tempos, já galgou muitas
concepções e destinos, já venceu muitos paradigmas e preconceitos, mas o
mais importante ainda é o atualizar-se e tornar-se realmente, um serviço que
faça jus à importância atribuídas por pelos professores e reconhecida pela
escola e pela comunidade escolar, tanto que se assim não o fosse, não
teríamos mais este profissional instituído legalmente e nele sendo depositada
toda confiança e apreço que requer o desenvolvimento do processo didático-
pedagógico e que as relações humanas assim o capacitaram.
A aprendizagem não ocorre apenas em um ambiente (escola) e com um
instrutor (Professor). Só se processam aprendizagens quando o Sistema Geral
de Ensino assim o determina e permite, dando condições – em todos os
sentidos – para que isso ocorra. É na ação reflexiva, ativa, atualizada,
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compartilhada, responsável e habilitada do Supervisor Educacional que se
processam orientações, acompanhamentos, assessoria e interações visando a
melhoria das aprendizagens.
O necessário é que o profissional Supervisor Educacional organize e
institua um ambiente seja atualizado e propício à educação. No entanto, ele só
será eficiente se quem articula o processo educativo assim o transformar,
visando orientar o aluno a verdadeiras construções de aprendizagem e a se
transformar em um novo ser: capaz, ativo, criativo, crítico, participativo ... um
verdadeiro cidadão.
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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
ALVES, Nilda [Coord.]. Educação e supervisão: o trabalho coletivo na Escola. 2 ed. São Paulo: Cortez, Autores Associados, 1985. ANDRADE, Narcisa Veloso de. Supervisão em educação. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1979. BASTOS, Letícia Garcia et all. Código de Ética do Pessoal do Magistério. Trabalho elaborado no Nível VIII do Curso de Pedagogia, Supervisão Escolar da PUCRS. Porto Alegre: PUCRS, 1996. GADOTTI, Moacir. Pensamento pedagógico brasileiro. São Paulo: Ática, 2003. GARCIA, Pedro Benjamim. Desafios da educação brasileira. Revista da Associação Nacional de Educação. São Paulo:, n. 7, 1984. LACERDA. M. C. Configuração da percepção do supervisor educacional em relação ao papel social e político que ele exerça junto aos professores. Dissertação de mestrado. Campinas: Unicamp, 1983. LIBÂNEO, José C. Democratização da Escola pública São Paulo: Loyola,1985. _________. Didática. São Paulo: Cortez, 1994. MARIA, Joaquim Parron. Novos paradigmas pedagógicos para uma filosofia da educação. São Paulo: Paulus, 1996. MARTINS, José do Prado; CASTELLANO, Elisabete Gabriela [Org.]. Educação para a cidadania. São Carlos: EdUFSCar, 2003. MEDINA, Antonia da Silva. Supervisão Escolar, da ação exercida à ação repensada. Porto Alegre: AGE, 2002. NÉRICI, Inídeo G. Introdução à Supervisão Escolar. São Paulo: Atlas, 1973. PRZYBYLSKI, Edy. O Supervisor Escolar em ação. 2 ed. Porto Alegre: Sagra, 1985. __________. Supervisão Escolar: concepções básicas. Porto Alegre: Sagra, 1985. RANGEL, Mary [Org.]. Supervisão Pedagógica: princípios e práticas. Campinas – SP: Papirus, 2001. SILVA, Naura Syria F. Corrêa da. Supervisão educacional: uma reflexão crítica. Petrópolis: Vozes, 2000. TRIVIÑOS, Augusto Nibaldo Silva. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1997.
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INDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
1 SUPERVISOR EDUCACIONAL 10
1.1 CONCEITUAÇÃO DE SUPERVISÃO EDUCACIONAL 11 1.2 A EVOLUÇÃO DA SUPERVISÃO EDUCACIONAL 15
1.3 PERFIL DO PROFISSIONAL 18
1.4 NÍVEIS DE ATUAÇÃO DO SUPERVISOR EDUCACIONAL 22 1.4.1 Supervisão de Sistema 22 1.4.2 Supervisão de Unidade Escolar 23
1.5 ATRIBUIÇÕES DO SUPERVISOR EDUCACIONAL 24
CAPÍTULO II
2 TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA 29
2.1 REALIDADE NACIONAL – DESAFIO À SUPERVISÃO EDUCACIONAL 36 CAPÍTULO III
3 O PAPEL DO SUPERVISOR NO CONTEXTO EDUCACIONAL HOJE 39
3.1 O SUPERVISOR EDUCACIONAL COMO AGENTE DE MUDANÇAS 39
3.2 O PAPEL DA LIDERANÇA EM SUPERVISÃO 43
3.3 PRECONCEITOS 44
CONCLUSÃO 46
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 49
ÍNDICE 50