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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE SEGURANÇA DO AMBIENTE EM INSTITUIÇÕES DE SAÚDE Por: Mariene da Conceição Santos Orientador Prof.ª Ana Paula Ribeiro Rio de janeiro 2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

SEGURANÇA DO AMBIENTE EM INSTITUIÇÕES DE

SAÚDE

Por: Mariene da Conceição Santos

Orientador

Prof.ª Ana Paula Ribeiro

Rio de janeiro 2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

SEGURANÇA DO AMBIENTE EM INSTITUIÇÕES DE SAÚDE

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Administração

em Saúde

Por: Mariene da Conceição Santos

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiro à Deus por ter me dado esta oportunidade e concedido sabedoria para mais esta etapa do meu desenvolvimento, aos meus filhos, meus amigos e à todos os professores pelo incentivo e apoio.

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DEDICATÓRIA Dedico aos meus filhos, e esposo, que estiveram ao meu lado dando carinho e respeito durante o tempo do meu trabalho. Vocês são as pessoas mais importantes na minha vida.

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RESUMO

A segurança do ambiente hospitalar com foco no paciente é, atualmente

considerada como fator relevante na qualidade e excelência dos serviços

hospitalares. A prestação dos cuidados ao usuário com padrões desejáveis de

eficiência é uma das preocupações de um Gestor Hospitalar, principalmente

pela responsabilidade Civil dos hospitais e Estabelecimentos de Saúde.

Nos últimos anos, passou-se identificar que, nos hospitais ocorrem danos e

eventos adversos originários da prestação de serviços, onde se torna

necessário a aplicação de medidas preventivas a fim de reduzir as falhas e

incidentes nos processos de trabalho.

A Organização Mundial da Saúde fundou a Aliança Mundial pela Segurança do

Paciente de abrangência internacional objetivando coordenar e disseminar

programas de melhoria da segurança do paciente.

A justificativa do trabalho está em conhecer através de pesquisa bibliográfica a

importância da segurança no ambiente hospitalar de forma abrangente e

sistemática , os marcos de sua evolução e como a questão está contemplada

nos dias atuais.

As organizações hospitalares, que possuem características tão complexas, e

que lidam com diversos fatores adversos às suas rotinas de trabalho,

conduzem ao gestor identificar a natureza destes riscos, conhecendo as

intervenções utilizadas para minimizar e prevenir os danos e lesões. Estes são

os principais objetivos do estudo.

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METODOLOGIA

A metodologia utilizada para o trabalho foi baseada em pesquisa bibliográfica, leituras em revistas especializadas no assunto, informações captadas em sala de aula e na internet.

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SUMÁRIO INTRODUÇÃO - 08 CAPÍTULO - I 11 CAPÍTULO - II 19

CAPÍTULO - III 34 CAPÍTULO – IV 43 CONCLUSÃO 47 BIBLIOGRAFIA 49 ANEXOS 50 ÍNDICE 56

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INTRODUÇÃO

Hoje já se reconhece que os Estabelecimentos de Saúde são estruturas

complexas e que agregam atividades de alto risco cujos processos favorecem

a ocorrência de eventos adversos. Estas situações de risco estão presentes em

clinicas, laboratórios, centros de diagnósticos, consultórios odontológicos e

hospitais, sendo este último, o foco do estudo a ser apresentado.

Risco é caracterizado quando uma pessoa encontra-se em uma situação, a

qual sua exposição ou circunstancia possam lhe causar dano.

O uso da tecnologia em saúde, incorporada aos procedimentos terapêuticos

mostra que a tendência é aumentar a cada ano e os hospitais deverão estar

preparados para identificar, monitorar e avaliar previamente os riscos que a

acompanham.

Discute-se que na maioria das vezes os erros são ocasionados por falhas dos

processos e não dos profissionais isoladamente, os que reforçam que a gestão

da qualidade garante a conformidade do atendimento.

Em todo o mundo, escutam-se casos de pacientes que foram vítimas de

lesões durante sua hospitalização e casos de erros fatais. As variáveis dos

prejuízos são diversas, exemplificando tratamentos adicionais, aumento do

tempo de permanência, incapacidade parcial e/ou total, transtornos de origem

psicológica dentre outros.

No código de defesa do consumidor, art.2º, diz "consumidor é toda pessoa

física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário

final". Esse serviço vem a ser qualquer serviço prestado, inclusive serviços

médicos, sendo os seus clientes, os destinatários finais desses serviços"

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Um plano integrado através de um Comitê interdisciplinar na estrutura

organizacional da Instituição com ações voltadas para a segurança do paciente

complementando as diretrizes regulatórias das esferas dos governos

municipais, estaduais e federais de sobremaneira minimizará a incidência de

iatrogenias.

O autor cita

“O moderno movimento para a segurança do paciente substitui o

“jogo da culpa e da vergonha” por uma nova abordagem, conhecida

como modelo mental sistêmico. Este paradigma pressupõe a

condição humana - isto é, que humanos erram – e conclui que a

segurança depende da criação de sistemas que antecipem os erros e

também os previnam ou os interceptem antes que causem dano.

Essa abordagem tem sido a pedra fundamental das melhorias em

segurança em outros segmentos de alto risco, mas tem sido ignorada

na área da saúde até recentemente”. (WACHTER 2010 p.35)

James Reason, um psicólogo, propôs um modelo, chamado de Modelo do

Queijo Suíço, para os acidentes consistindo na colocação de fatias de queijo

lado a lado como se fossem barreiras às ocorrências de erros.

O autor escreve:

Esse modelo desenhado a partir de numerosas investigações de

acidentes, em campos como o da aviação comercial e de instalações

nucleares, enfatiza que, em organizações complexas, um único erro

na ponta raramente é suficiente para causar dano. Em vez disso,

esses erros devem perpassar múltiplas e incompletas camadas de

proteção (as fatias de queijo suíço) para causar um resultado

devastador. (WACHTER 2010 p.36)

Estas barreiras que existem para evitar os erros devem funcionar plenamente.

Estudiosos no tema mostram-se preocupados com os riscos que os

pacientes estão expostos durante sua internação e a Organização Mundial de

Saúde, no ano de 2001, admitiu oficialmente que atenção à saúde traz consigo

riscos inerentes à utilização cada vez mais presente da tecnologia, ademais do

próprio risco da prática profissional.

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Muito se fala em qualidade em saúde e entende-se que é percebida pelo grau

no qual os serviços prestados ao paciente aumentam a probabilidade de

resultados favoráveis que, em conseqüência, reduzem os possíveis danos

provenientes do cuidado. A segurança é uma dimensão da qualidade do

cuidado.

Cabe ao gestor reconhecer a dimensão e importância do problema e estar

atento para a questão, considerando as medidas de segurança e controle de

riscos como fator estratégico no modelo de gestão.

No capitulo 1 procura-se fazer um entendimento sobre as

características de uma Instituição Hospitalar e a evolução da segurança do

paciente no ambiente hospitalar, bem como os conceitos de segurança e

qualidade.

No capitulo 2 estuda-se a natureza dos problemas associados à

assistência hospitalar, sua freqüência e os impactos causados.

O capítulo 3 descreve-se as intervenções e estratégias de melhorias

nos processos de trabalho.

Finalizando no capítulo 4 menciona-se o papel do gestor em saúde, sua

responsabilidade pela segurança e qualidade assistencial.

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CAPÍTULO I

A IMPORTÂNCIA DA SEGURANÇA NO AMBIENTE

HOSPITALAR

1.1 – Características do Ambiente Hospitalar

O hospital é uma Instituição Social com a finalidade de prestar

atendimento a uma determinada clientela, em caráter preventivo e /ou curativo

por um grupo de profissionais habilitados tecnicamente, cujo produto final seja

a cura, melhora ou reabilitação destes pacientes, funcionando

ininterruptamente nas 24 horas.

De acordo com a missão e perfil possuem características especificas, podendo

ser classificados de acordo com:

esfera pública ( municipal,estadual e federal)

esfera privada ( com ou sem fins lucrativos )

tipo de atendimento( geral ou especializado)

capacidade instalada ( porte)

nível de complexidade e atenção

Hospital vem da origem latim “hopes” – hospede, que significa lugar em que há

pessoas hospedadas.

Tem como funções prestar assistência preventiva, através de controle de

doenças transmissíveis, curativas através de procedimentos diagnósticos e

tratamentos, de reabilitação e de educação, ensino e pesquisa.

Vale mostrar a definição de hospital, segundo a Organização Pan-Americana

de Saúde (OPAS):

"São todos os estabelecimentos com pelo menos 5 leitos, para

internação de pacientes, que garantem um atendimento básico de

diagnóstico e tratamento, com equipe clínica organizada e com prova

de admissão e assistência permanente prestada por médicos. Além

disso considera-se a existência de serviço de enfermagem e

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atendimento terapêutico direto ao paciente, durante 24horas, com a

disponibilidade de serviços de laboratório e radiologia, serviço de

cirurgia e/ou parto, bem como registros médicos organizados para a

rápida observação e acompanhamento dos casos".

1.2 - Conceituação de Segurança

Segundo VICENT, o termo segurança do paciente “é atualmente muito usada,

mas raramente conceituado com clareza.”

“A segurança do paciente pode ser definida como o ato de evitar,

prevenir e melhorar os resultados adversos ou as lesões originadas

no processo de atendimento médico-hospitalar.” (VICENT 2010 p.16)

A Fundação Nacional de Segurança do Paciente nos Estados Unidos define as

características da segurança do paciente como:

“Cabe a segurança do paciente prevenir e melhorar os resultados

adversos ou as lesões originadas do próprio atendimento médico-

hospitalar. Ela deve tratar de eventos que vão desde os “erros” e

“desvios” até os acidentes.”

“A segurança emerge da interação dos componentes do sistema. É

mais do que o ato de prevenir a ocorrência de erros ou problemas

reconhecíveis ou “evitáveis”. A segurança não é atributo de uma

pessoa, equipamento ou departamento. ”Melhorá-la depende do

aprendizado de como ela emerge da interação dos componentes.”

“A segurança do paciente está relacionada com a “qualidade do

atendimento”, mas não são conceitos idênticos. Trata-se de uma

importante subdivisão da qualidade. Até agora, as atividades para

controlar a qualidade não tem enfocado suficientemente os temas

relacionados à segurança dos pacientes” (VICENT, 2010 p.17)

O “autor comenta sobre litígio que,

“até bem recentemente, o litígio era visto como um problema

financeiro e legal; os pacientes que processavam eram vistos como

pessoas difíceis ou amarguradas, e os advogados destes eram

considerados, no âmbito profissional a até pessoal, suspeitos. os que

discutiam o problema passaram, gradualmente, a entender que o

litígio era um reflexo do problema subjacente muito mais grave da

lesão causada aos pacientes; por essa razão, ele é parte da historia

da segurança do paciente.” (VICENT 2010 p.18)

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A teoria de aprendizado baseado nos erros, explica que o erro passa a ser uma

oportunidade de rever as práticas num processo de construção de melhorias.

Vale ressaltar as afirmações de autores como:

“Aprender somente com os próprios erros seria lento, doloroso e

desnecessariamente de alto custo para os pacientes. As experiências

têm de ser reunidas e condensadas para que os médicos possam

aprender também com o erro os outros. Isso exige admitir o erro e

discutir os fatores desencadeadores. Para isso, é necessária uma

atitude critica em relação ao próprio trabalho e às pessoas.” (

MCINTYRE;POPPER,1983,p1919 apud VICENT, 2010 p.25 )

1.3 Segurança Hospitalar e Evolução Histórica

WACHTER cita os marcos históricos em relação à segurança do paciente

2ª metade do século V - Hipocrates – conhecido como pai da Medicina,

escreveu em seu juramento “Aplicarei os regimes para o bem do doente segundo o meu

poder e entendimento, nunca para causar dano ou mal a alguém. A ninguém darei por

comprazer, nem remédio mortal nem um conselho que induza a perda. nunca causarei dano a

ninguém”

1857 Ignaz Semmelwweiss, médico húngaro, observou que um surto de febre

puerperal que atacava parturientes estava relacionado com a não lavagem das

mãos dos estudantes de medicina

1863 Florence Nihhtingale, enfermeira, que sempre se preocupou com padrões

de higiene, na sua obra intitulada Notes on Hospitals, escreve “Pode parecer

estranho enunciar que a principal exigência em um hospital seja não causar dano aos doentes”

1911 Ernest Codman, médico, escreveu “O produto dos Hospitais” com a

finalidade de conhecer os resultados obtidos no tratamento com os doentes,

incluído os erros.

1917 Cria-se o 1º Conselho de Especialidade Médica, sendo a Oftalmologia a

primeira especialidade médica.

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1918 No Colégio Americano de Cirurgiões estabelece-se o programa de

inspeção e certificação de hospitais voltados para a qualidade das praticas

cirúrgicas

1951 Programa da Joint Commission on Accreditation of Healthcare

organizations (JCAHO), comissão conjunta sobre acreditação de organizações

de saúde, realize inspeções sistemáticas para avaliar se a Instituição atende

aos padrões estabelecidos de acordo com as normas

1959 Primeiros estudos por Elihu Schimmel, médico, sobre doenças

iatrogênicas, constatando que 20% dos pacientes internados experimentam um

episódio calamitoso

1977 Ivan Illich publica Limits of Medicine, Medical Nemesis: The Extrapolation

of Hhealth, argumentando que a assistência à saúde é na verdade um perigo

para a saúde.

1985 É instituída a fundação para a Segurança do Paciente sob anestesia

(APSF) após a publicação do artigo de Jeffrey Cooper, analisando as falhas

nos aparelhos de anestesia.

1990 James Reason publica Human Error, descrevendo sua nova teoria do

erro como falha do sistema, sendo reconhecido 04 anos mais tarde.

1991 Publicação dos estudos da Prática Médica de Harvad, onde mais tarde a

OMS derivou sua estimativa de 44.000 à 98.000 morte/ano

1994 Lucian Leape publica Error in Medicine no Jama, o primeiro artigo

clássico na literatura da saúde sugerindo uma abordagem sistêmica da

segurança.

1999 O lançamento do relatório do IOM, To Err is Human, cria uma comoção

na mídia e inicia movimento da segurança do paciente

2000 O National Health Service(NHS), do Reino Unido , lança também um

relatório, An Organisation with a Memory.

2001 O IOM lança o relatório Quality Chasm.

2002 A Joint Commission lança seu primeiro grupo nacional de metas de

segurança do paciente.

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2003 O Accreditation Council on Graduate Medical Education institui

regulamentações para as horas de trabalho, limitando a 80 horas semanais as

horas de trabalho dos residentes.

2004 O Governo dos Estados Unidos cria o Office of the Federal Coordinator

for Heathlcare IT (ONCHIT), a primeira iniciativa para informatizar a assistência

à saúde. (WACHTER 2010 p.296)

Entender as origens e as influências sobre a segurança do paciente é

fundamental para se conhecer como foi sua evolução, quem foram os

estudiosos e suas teorias que originaram as práticas para melhorar e garantir

a qualidade no atendimento médico-hospitalar .

1.4 - Segurança & Qualidade

A Qualidade na assistência à Saúde tem sido definida

pelo Institute of Medicine (IOM) como,

“grau com que os serviços de saúde aumentam a chance de se

atingir desfechos desejados de saúde tento de indivíduos quanto de

população, e que são consistentes com o conhecimento profissional

corrente( WACHTER 2010 p.45 )

As instituições de Saúde devem garantir excelência e segurança assistência ao

paciente durante o tempo de internação. “O usuário está cada vez mais

exigindo qualidade pelos produtos e serviços por ele recebidos, principalmente

como destinatário final”. “Esse serviço vem a ser qualquer serviço prestado,

inclusive serviços médicos, sendo os seus clientes, os destinatários finais

desses serviços”.

O relatório de Crossinh the Quality Chasm, “Cruzando o

Abismo da Qualidade”, o IOM definiu seis dimensões para a

qualidade em sistemas de saúde: segurança do paciente, objetivos

centrados no paciente, efetividade ,eficiência,oportunidade e

equidade.”

O autor cita que DONABEDIAN definiu uma taxonomia básica para a

mensuração da qualidade da assistência à saúde, em que “divide as medidas da

qualidade em estrutura, processo (o que foi feito) e desfechos (o que aconteceu com o

paciente).” (WACHTER, 2010 P.46)

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A estrutura é como a assistência é organizada em termos de área física e

instalações, recursos humanos e materiais e aspectos financeiros e políticos.

O processo refere-se às atividades desenvolvidas nos diversos serviços, ou

seja, como são realizados.

Os desfechos ou resultados decorrentes dos cuidados prestados, desejando-se

que seja livre de erros. Deverão ser interpretados em forma de indicadores

hospitalares.

O autor comenta que, “A segurança é normalmente considerada um subconjunto da

qualidade, mas é difícil de mensurar, em parte porque a identificação de incidentes depende da

notificação individual dos profissionais de saúde.” ( WACHTER 2010 p.54 )

Atualmente os procedimentos de diagnósticos e terapêuticos, estão se

tornando cada vez mais invasivos, originando riscos inerentes à estas praticas.

A pesquisa clinica como fator de estudo e investigação estabeleceu a uma

relação entre certos processos e melhores resultados, objetivando usar

medidas de processo como práxis para a qualidade. Os efeitos indesejáveis no

processo de cuidar só serão minimizados ou suprimidos com implantação de

mecanismos de controle de qualidade, promovendo a cultura de segurança em

todo o hospital.

A melhoria da qualidade da assistência muitas enfrenta barreiras para a

efetivação de cuidados confiáveis. Dentre elas podemos citar a falta de

informação sobre o desempenho dos profissionais ou da Instituição de Saúde,

a deficiência de educação continuada dos profissionais, ausência de suporte da

tecnologia da informação, entre outros. A mensuração desta melhoria deve ser

de forma sistemática e transparente, mostrando os resultados alcançados tanto

para o cliente como para os profissionais.

WACHTER aponta que “Há uma grande movimentação no mercado de saúde

promovendo a transparência na mensuração da qualidade e um possível pagamento

diferenciado para os que se desempenharem melhor, conhecido como (P4P)”. É o

pagamento por desempenho após cumprir metas preestabelecidas na

prestação dos serviços.

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1.5 Padrões de Acreditação e Segurança do Paciente

A Acreditação é um processo de reconhecimento da ONA, aplicado em

estabelecimentos de saúde garantindo o alto nível de qualidade da assistência

prestada em todo o hospital .É de caráter voluntário, tendo a gestão da

qualidade como estratégia para manter e aprimorar o desempenho da

Instituição.

Os padrões que constam para avaliação foram desenvolvidos e organizados

em torno de funções consideradas importantes nas Instituições de Saúde,

baseados em experiências vivenciadas em mais de trinta países.

O tema segurança do paciente está contemplado na função 6 – Melhoria

da Qualidade e Segurança do Paciente – QSP (Manual Internacional de

Padrões de Acreditação Hospitalar ano 2003).

No capítulo é abordada a melhoria da qualidade relacionada à redução

contínua de riscos para os pacientes e profissionais. Estes riscos podem estar

presentes nos processos clínicos e no ambiente físico. Destaca a análise e o

aprimoramento dos processos clínicos, administrativos, o monitoramento

contínuo e a liderança.

1.6 - Estratégias para a Melhoria da Qualidade

A melhoria da qualidade envolve atividades muito mais complexas e que

dependem umas das outras, onde todas as equipes avaliem suas praticas e

utilizem o método chamado CICLO PDCA.

Wachter menciona “que a maioria das instituições e dos médicos bem-sucedidos nesse

trabalho usa vários ciclos” PDCA- PLAN,DO,CHECK,ACT”,reconhecendo que as

atividades de melhoria da qualidade devam ser cuidadosamente planejadas e

implementadas,que seu impacto deva ser mensurado,e que os resultados

dessas atividades devam ser retornados para o sistema em um processo

contínuo e interativo de melhoria.”

O autor cita ainda que “Além do PDCA, algumas outras táticas são úteis. Para

práticas de melhoria da qualidade que são previsivelmente repetitivas, esforços

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para “amarrar” a prática ou usar profissionais alternativos que foquem na

atividade especificam podem ser benéficos.”

No capitulo II destinado às intervenções e melhoria nos processos será

detalhado cada função que é analisada pelo manual de acreditação relacionada

à segurança do paciente.

A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), em parceria

com a Unidade de Investigação e Prevenção das Infecções e dos Eventos

Adversos (UIPEA/GGTES/ANVISA), vem desenvolvendo ações visando à

“Segurança do Paciente”, consonantes com as previstas na Aliança Mundial

para a Segurança do Paciente, proposta pela Organização Mundial da Saúde

(OMS).

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CAPITULO II

NATUREZA DOS PROBLEMAS ASSOCIADOS À

ASSISTÊNCIA HOSPITALAR, SUA FREQÜÊNCIA E OS

IMPACTOS CAUSADOS.

A situação do erro nas Instituições de Saúde que comprometem a

assistência ao paciente, que se encontra ali para curar ou melhorar o seu

estado de saúde, necessita ser analisada a fim de compreender o sistema de

uma forma macro, entender porque acontecem esses erros e de que forma.

Como está a segurança dos processos? Existe a prevenção antes de o erro

acontecer?

A interferência nas causas é fator preponderante para evitar que os mesmos

voltem a ocorrer.

“O número de estudos que avaliam a incidência de erro e lesão

aumentou nos últimos anos, e embora não possamos esperar que

todos sejam detectados, atualmente é possível ter uma boa

compreensão sobre a extensão geral do problema.” (VICENT 2010

p.41)

“Apesar de as taxas de erro e lesão iatrogênica variarem nos

diferentes setores, já existem evidências importantes da existência de

taxas muito altas de erros em muitas circunstâncias e muitas

evidencias sobre as lesões sofridas pelos pacientes.” (VICENT

2010 p.41 )

O autor refere que, ”existem vários métodos para o estudo de erros e eventos adversos,

cada um tem evoluído ao longo do tempo e tem sido adaptado a diferentes contextos.”

(VICENT 2010 p.42)

Quando cita THOMAS E PETERSEN, explica que os pesquisadores

classificaram os métodos de estudo em oito grupos:

• Reuniões de morbidade e mortalidade e necropsias

• Análise de causa-raiz

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• Análise de reivindicações de pacientes

• Sistemas de relato e erros

• Análise de dados administrativos

• Revisão de prontuário

• Revisão de prontuário eletrônico

• Observação do atendimento do paciente

• Fiscalização clínica ativa

Esses métodos foram analisados em suas vantagens e desvantagens,

onde se concluiu como vantagens, promoção de fatores contribuintes

conhecidos pelos profissionais da equipe, fornecimento de múltiplas

perspectivas (pacientes, profissionais e advogados), utilização de dados

prontamente disponíveis, monitoração contínua, precisão na detecção dos

erros. Como desvantagens foram observadas, viés da analise posterior e de

relato, foco em eventos graves, fonte de dados não padronizado, fonte de

dados incompletos, alguns são de alto custo, alguns dependem de treinamento,

outros consomem muito tempo.

A busca pela excelência e prestação de serviços de qualidade faz parte

da missão de muitos estabelecimentos de saúde. Prevenir erros e eventos

adversos originários do cuidado é um desafio para profissionais e dirigentes de

estabelecimentos de saúde.

Sabe-se que os acidentes acontecem em todos os segmentos

organizacionais, não sendo diferentes nas instituições de saúde, portanto

necessitam de uma análise sistêmica para serem mais bem compreendidos.

Vários são os fatores contribuintes para a ocorrência de erros no

processo do cuidar. Podem estar relacionados com os recursos humanos, com

a estrutura do ambiente e planta física, materiais e equipamentos médico-

hospitalares e com os processos de trabalho.

Os riscos estão presentes desde a internação do paciente até a sua alta.

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O ambiente de trabalho tem interferência no comportamento do

profissional, onde muitas vezes influencia ou restringe suas condutas, ações ou

falhas. Muitos destes acontecimentos não são relatados por medo de sanções

e punições dentro das equipes.

2.1 Complicações e Eventos Adversos na Cirurgia

Devido aos avanços em cirurgia, anestesia e cuidados pós-operatórios

têm levado a um grande declínio na mortalidade nas patologias de tratamento

cirúrgico.

Mas as complicações relacionadas aos procedimentos cirúrgicos ainda são

identificadas, como podemos citar cirurgias em sitio errado, cirurgia em

paciente errado, presença de corpos estranhos no local da cirurgia e outros

concomitantes ao processo, como medicamentos prescritos errados durante o

procedimento anestésico, diagnostico equivocado levando à cirurgia

desnecessária, falta de treinamento das equipes no Centro Cirúrgico e

problemas de comunicação e as infecções pós- operatórias.

“Mais de 20 milhões de pessoas são submetidas a cirurgias a cada

ano apenas nos Estados Unidos. No passado, uma cirurgia poderia

ser muita perigosa, em parte pelos riscos das complicações diretas

do procedimento (sangramento e infecção ), em parte pelos riscos da

anestesia. Por causa de grandes avanços em segurança em ambas

as áreas, as cirurgias hoje são extremamente seguras, e mortes

relacionadas com anestesia são raras.” .”(WACHTER 2010 p.

71)

• Cirurgia em sítio errado

É a realização do procedimento no lado oposto do órgão que deveria ser

operado.

• Cirurgia em paciente errado

A realização do procedimento no paciente errado decorrente da falha na

identificação no prontuário.

O autor cita o seguinte relato,

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“ em 1995, Willie King, um homem diabético de 51 anos, com doença

vascular periférica grave,foi internado em um hospital em Tampa,

Flórida, para a amputação da perna direita, com gangrena. O

secretário responsável pela internação erroneamente registrou no

sistema computadorizado que o Sr.King estava lá para realizar uma

amputação abaixo do joelho, na perna esquerda. Uma atenta

enfermeira na unidade interceptou o erro após receber uma cópia

impressa da escala cirúrgica do dia; ela ligou para o centro cirúrgico

para corrigir o erro. Uma circulante de sala fez uma anotação à mão

na escala impressa, mas a correção não feita no sistema

informatizado. Já que a escala do sistema é a fonte das cópias

subseqüentes da escala, cópias com a informação incorreta foram

distribuídas em todo o centro cirúrgico e hospital. O cirurgião do

Sr.King chegou ao centro cirúrgico, leu uma das cópias com o

procedimento no local errado, preparou o membro errado e começou

a amputá-lo. O erro foi descoberto na metade do procedimento, muito

tarde para salvar a perna esquerda. Com certeza a perna direita,

gangrenada, ainda precisava ser removida. Algumas semanas mais

tarde, ela foi retirada, deixando o Sr. King com ambas as pernas

amputadas. .”( WACHTER 2010 p.76)

“Um dos maiores estudos sobre eventos adversos por revisão de

prontuários (o estudo Utah-Colorado) constatou que 45% de todos os

eventos adversos foram em pacientes cirúrgicos ; desses,17% foram

resultados de negligência e 17% resultaram de alguma seqüela... .”(

WACHTER 2010 p. 72)

• Presença de corpos estranhos no local da cirurgia

A presença de corpos estranhos no local da cirurgia se refere a todo e qualquer

material médico-hospitalar “esquecido” durante o processo cirúrgico.

• Complicações relacionadas com a anestesia

São eventos relacionados aos procedimentos anestésicos causando reações

anafiláticas, respiratórias dentre outras.

“A anestesiologia começou a se concentrar na segurança uma geração atrás, e sua história de

sucesso contém lições para o resto do campo da segurança do paciente.” ( WACHTER

2010 p.74)

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O autor explica que o pesquisador Jeff Cooper realizou um trabalho em que

observou irregularidades em aparelhos de anestesia que, quando se girava o

botão no sentido horário , ocorria doses erradas de medicamento anestésico.

“Alguns outros pesquisadores, reconhecendo a possibilidade de que

pudesse haver padrões de erro, começavam a revisar com cuidado

casos estabelecidos de negligência por tema (análise de caso-

fechado). Eles acharam esses padrões de erros sob a forma de

desenhos inadequados de equipamentos, falta de padronização,

políticas e procedimentos negligentes, treinamento ruim, entre

outros.” (WACHTER 2010 p. 75)

Comprova-se que a anestesia alavancou esforços para a melhoria da

segurança do paciente, mostrando que a liderança é importante para a

mudança nos processos, que erros são uma forma de aprendizagem para o

futuro, que o método de revisão dos casos fechados conduz a novos

conhecimentos, a tecnologia com novos equipamentos contribui para a

segurança do paciente.

2.2 Eventos com prescrição, preparo e administração de

medicamentos

Durante a hospitalização, uma série de problemas pode surgir no

processo da administração de medicamentos. Os tipos de erros associados a

esta terapêutica vão desde a prescrição até a ingestão ou aplicação do mesmo.

Neste procedimento poderão ocorrer as seguintes situações:

• Erro ao prescrever o medicamento

• Erro na leitura e identificação do medicamento

• Erro na via de administração do medicamento prescrito

• Erro na troca do paciente na ocasião da administração do medicamento

• Erro no preparo da dosagem do medicamento

• Erro em esquecer-se de prescrever o medicamento na ficha do paciente

• Erro no cálculo de infusões contínuas endovenosas

• Erro provocado por letra ilegível nas prescrições médicas manuais

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• Erro provocado por incompatibilidade de medicamentos no mesmo

horário, causando as interações medicamentosas

• Erro ao se omitir, ou deixar de seguir as instruções necessárias que

recomendam ao medicamento

“Foi estimado que ao menos 5% dos pacientes nos hospitais

experimentam um evento adverso relacionado com uma droga (EAD,

dano sofrido por um paciente como resultado de uma medicação;

esse pode tanto ser um efeito colateral ou a conseqüência de um

erro) em algum momento durante a hospitalização.”(WACHTER

2010 p. 60)

Complicações na hemoterapia

Os erros relacionados à transfusão sanguínea são advindos de infusão em

paciente trocado, como também bolsa de sangue instalada errada ou

incompatível ao paciente por identificação errada. Componentes sanguíneos

contaminados podem provocando reações febris.

Fonte http://www.scielo.br/img/revistas/rbcf/v44n4/a16fig02.jpg

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2.3 Erros nos diagnósticos

Apesar dos avanços dos testes de laboratório, imagens e tecnologia de

informação, os erros diagnósticos permanecem comuns.

Um exame realizado de forma inatenciosa pode originar um falso

diagnóstico e mascarar patologias comprometendo o tratamento posterior.

“... alguns estudos tem demonstrado que erros diagnósticos são

comuns e podem ser letais. A primeira vista, erros diagnósticos

parecem representar falhas humanas – falhas puras de

conhecimento.E é verdadeira que, talvez mais do que em qualquer

área no campo da segurança do paciente, o treinamento e as

habilidades do diagnosticador permanecem de vital importância...” (

Wachter, 2010 p. 85)

À medida que os psicólogos que estudam a cognição começaram a

pesquisar como os médicos pensam, constataram que mesmo os

bem treinados podem se envolver em raciocínios defeituosos, pois

tomam atalhos cognitivos, reforçados por uma cultura profissional que

premia mais “o parecer certo” do que o “estar de fato certo”. (

WACHTER, 2010 p. 87)

Um diagnóstico errado causará prejuízos ao paciente, acarretando um

tratamento incorreto, superficial e agravando o seu estado de saúde, ou por

outro lado levando o mesmo ser submetido a tratamentos desnecessários.

2.4 Fatores humanos e erros na interface homem-máquina

“A engenharia de fatores humanos é a ciência aplicada de desenho de sistemas. Trabalha com

a interação entre humanos, maquinas e seus ambientes de trabalho.” (WACHTER 2010 p.

94 )

“O objetivo da EFH é assegurar que aparelhos, sistemas e ambientes de trabalho sejam

desenhados de forma a minimizar a probabilidade de erro e otimizar a segurança. ..”(

WACHTER 2010 p.104 )

O autor refere que a cuidadosa aplicação dos princípios da EFH pode ajudar a

prevenir erros na interface homem – máquina, porque analisa como o trabalho

é realizado pelo profissional e se esta é a melhor forma.

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2.5 Problemas de comunicação

Erros na troca de informação e na transferência de pacientes estão entre os mais comuns e de

maiores conseqüências para os pacientes no contexto da assistência à saúde. ”(WACHTER

2010 p. 10)

A prática assistencial no ambiente hospitalar é caracterizado por uma

complexidade de informações geradas por vários elementos da equipe que

estão cuidando do paciente e a qualidade da assistência dependerá de como

estas informações estão sendo repassadas. O processo de transmissão das

informações sem ruídos ou as falhas e a falta de exatidão influenciará na

continuidade correta do cuidado e no atendimento integral.

Neste processo são identificados riscos de perda de informações nos vários

trajetos, podendo citar;

Durante as transferências de pacientes entre clinicas dentro do próprio hospital

Durante o encaminhamento do paciente para outros serviços de diagnóstico

Durante sua transferência para uma Unidade Intensiva, e até para outra

Instituição Hospitalar

Durante as passagens de plantão entre os profissionais da própria equipe

Durante os relatos de ocorrências entre os profissionais em caráter

interdisciplinar.

Durante a troca dos profissionais médicos nos períodos diurnos e noturnos

Durante as coberturas de plantões finais de semana, por substituições para

refeições e descansos

“A presença de todas essas trocas de informações e transições torna crítico considerar com a

informação é passada entre os profissionais e as áreas.” (WACHTER 2010 p. 105)

2.6 Infecções hospitalares.

Umas das complicações mais comentadas são as infecções hospitalares

relacionadas à assistência comprometendo a segurança do paciente e é uma

das complicações mais comum em pacientes hospitalizados.

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“Colocar as infecções hospitalares como problemas relativos à

segurança do paciente (o que fez da não adesão às praticas

adequadas de controle de infecção um erro relacionado com a

assistência à saúde) tem elevado a importância dessas infecções e

trazido a prevenção para o centro das atenções. Alguns tem inclusive

proposto que algumas dessas infecções sejam consideradas eventos

sentinelas, cada uma gerando uma analise de causa-raiz.”(

WACHTER 2010 p.127 )

Os Estabelecimentos de Saúde, a cada ano, mostram que estão

mobilizados para a problemática das infecções nosocomiais, implementando

controles sistemáticos através de suas comissões e mapeando os fatores de

risco, a fim de garantir a segurança nos procedimentos.

A monitorização das infecções hospitalares é um mecanismo de segurança

para o paciente.

Segundo pesquisadores as infecções hospitalares afetam tanto países

desenvolvidos como em desenvolvimento, causando impactos de proporções

relevantes, principalmente nos custos hospitalares.

As infecções podem se manifestar de várias formas e serem causadas

por varias espécies de microorganismos. Embora nem todas as infecções

sejam necessariamente evitáveis, há o consenso de que muitas poderiam ser

evitadas por medidas de profilaxia.

O surgimento do movimento da segurança do paciente trouxe grande estimulo

e apoio às medidas de controle de infecção.

As infecções hospitalares são classificadas em:

• Infecções de sítio cirúrgico

“As infecções de sitio cirúrgico estão entre os eventos

adversos mais comuns em pacientes hospitalizados e

resultam em aumento de mortalidade, taxas de

reinternação, e custos hospitalares.” (WACHTER 2010

p.129)

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As infecções hospitalares também acarretam maior tempo de permanência

hospitalar e maiores custos principalmente com antibioticoterapia.

• Pneumonias associadas à ventilação mecânica

São as que têm maior mortalidade dentre as infecções hospitalares, sua

incidência é notada em UTIs, causadas por bactérias multiresistentes, como

conseqüência da falta de equilíbrio entre os mecanismos de defesa do

indivíduo e estes agentes microbianos à que estão expostos.

Pacientes ventilados que desenvolvem pneumonia têm uma mortalidade significativamente

maior (46%) do que aqueles que não a desenvolvem (32%).”( WACHTER 2010 p. 129)

• Infecções associadas à cateteres

A grande maioria das infecções de corrente sanguíneas associadas a

cateteres está relacionada a cateteres venosos centrais.

Pacientes internados em unidades intensivas são submetidos a este

procedimento e ficam vulneráveis a este tipo de infecção. Estas infecções

podem ser originadas das soluções infundidas ou da própria via (cateter).

“Como o acesso à circulação através de cateteres centrais tornou-se

o onipresente na assistência à saúde (para administração de

antibióticos por longos períodos, nutrição, medicamentos vasoativos

ou coleta de amostras de sangue), o mesmo aconteceu com as

complicações infecciosas dessas vias de acesso. %).” (WACHTER

2010 p.130)

• Infecções do trato urinário

“As infecções urinárias são infecções hospitalares mais comuns, representando cerca de 40%

dessas infecções nos Estados Unidos).” (WACHTER 2010 p. 131)

Estão relacionadas com cateter vesical de demora. Existem variáveis que são

consideradas fatores de risco como, o tempo de permanência da cateterização,

ou seja, acima de 30 dias, a idade do paciente e sua historia patológica.

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2.7 Aparecimento de úlcera de pressão

A úlcera de pressão durante a hospitalização é outro fator que preocupa

a assistência, pois causa lesões na pele, dor e desconforto ao paciente,

aparecimento de infecções, retardando sua recuperação.

São fatores de risco para o desenvolvimento desta ocorrência, imobilidade do

paciente no leito, pacientes com sedação continua e os internados nas UTIs

2.8. Quedas no ambiente hospitalar

Pacientes acamados e debilitados, ou com desorientação mental podem

sofrer quedas por estarem em leitos desprovidos de grades. Muitos desses

pacientes não têm acompanhante permanente, o que torna o risco maior.

Outro tipo de queda são as que acontecem quando este paciente vai ao

banheiro. Pacientes idosos e com problemas de locomoção e marcha e com

deficiência visual estão mais vulneráveis às quedas da própria altura e também

do leito.

Outros fatores também podem acarretar quedas como iluminação precária no

ambiente, pisos soltos e molhados e efeitos de medicamentos que alteram o

equilíbrio.

2.9 Riscos associados às instalações hospitalares

Central de Esterilização

A Central de Material Esterilizado é o setor destinado à lavagem,

preparo esterilização, guarda e distribuição de material estéril para os diversos

serviços do Hospital, como Centro Cirúrgico, Centros de Tratamento Intensivo,

Unidades de Internação dentre outros.

O processo de esterilização de artigos médico-hospitalares visa à

destruição completa de toda e qualquer forma de vida microbiana. Objetiva que

os mesmos estejam livres de microorganismos, evitando o aparecimento de

infecções hospitalares.

“Em todos os processos de esterilização existe a possibilidade de

falhas, que podem ser do próprio processo, do equipamento ou

decorrentes de erro humano. Sempre há soluções, mas é importante

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monitorar constantemente os processos de esterilização, pois o uso

de materiais não estéreis em procedimentos cirúrgicos pode desde

atrasar a recuperação do paciente até causar-lhe a morte.” (

BRITO, 2006 p.159)

O autor explica que vários fatores contribuem para a não esterilização

adequada de materiais utilizados nos procedimentos, acarretando riscos ao

paciente. É a falta de treinamento da equipe quanto aos processos de limpeza

e desinfecção, a falta de instrumentos de controle que assegurem a eficiência

da esterilização, e o uso de artigos com data de validade de esterilização

vencida.

2.10 Cuidados com ar condicionado

O sistema de ar condicionado em uma unidade hospitalar pode originar

uma série de infecções pelo grande numero de microorganismos que circulam

no ambiente. Pacientes com determinadas patologias, como imunossupressão,

queimaduras, devem estar internados em ambientes com temperatura

controlada para auxiliar sua recuperação.

Há setores do Hospital que é imprescindíveis manter uma climatização

adequada como Centro Cirúrgico, Setor de Queimados, Centros de Terapia

Intensiva.

Muitos surtos de infecção hospitalar estão associados à contaminação de filtros

de ar condicionado, uma vez que a central de ar condicionado distribui o ar

para os diversos setores do Hospital.

“A central de ar condicionado, como a de ar comprimido, distribui ar apara

vários ambientes. Isso significa que, se o ar condicionado estiver contaminado,

vários pontos de um hospital podem ser atingidos pela contaminação.” ( Brito,

2006 pag106)

2.11 Gases utilizados no ambiente hospitalar

Para o tratamento dos pacientes hospitalizados, o hospital utiliza vários

recursos relacionados a gases medicinais, (oxigênio, oxido nitroso, ar

comprimido medicinal, hélio, ciclopropano, dióxido de carbono) e central de

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vácuo, destinada à sucção de substâncias provenientes dos procedimentos

hospitalares, principalmente os cirúrgicos.

O autor cita que “a contaminação do ar comprimido pelo equipamento pode

atingir coletivamente os pacientes que o utilizam, pois ele é distribuído para

todo o hospital.” (BRITO 2006 pag106)

Os riscos intimamente ligados à segurança do paciente são a parada do

funcionamento da central de vácuo por problemas de instalação, e quanto aos

gases medicinais, é o desabastecimento na rede.

2.12 Falta de energia elétrica

As Intuições Hospitalares devem estar permanentemente alertas e

preparadas para a possibilidade de uma pane elétrica, pois a interrupção de

energia pode causar danos graves aos pacientes. Setores com Centro

Cirúrgico, Unidades de Terapia Intensiva. As mesmas utilizam equipamentos

eletromédicos para a sustentação da vida como ventiladores mecânicos,

aparelhos de anestesia, etc.

2.13 Falta de manutenção de equipamentos biomédicos

“Um dos maiores problemas relacionados à manutenção de equipamentos médicos e das

instalações hospitalares é manter no hospital, profissionais com conhecimento sobre o

funcionamento de cada um deles.” (BRITO 2006 p.182)

É de vital importância a observação continua aos pacientes que estão

utilizando equipamentos biomédicos, como bombas infusoras, ventiladores

mecânicos, oxímetros, pois o mau funcionamento por falta de manutenção

pode acarretar sérios prejuízos ao paciente comprometendo a sua segurança.

Muitos dos equipamentos biomédicos são complexos e conduzem a erros no

manuseio ou no uso incorreto para o profissional não treinado.

Determinados tipos podem causar queimaduras no paciente, exemplificando o

bisturi elétrico devido ao posicionamento inadequado da placa.

Um desfibrilador que falha no momento de um atendimento de emergência,

pode levar o paciente a danos irreversíveis.

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As máquinas de hemodiálise podem estar associadas a surtos de infecções pela qualidade da água

“A qualidade da água pode mudar de repente por muitas causas diferentes, dentre elas, algumas externas à instituição, como o rompimento em uma linha de fornecimento para a instituição ou a contaminação da fonte de água da cidade. A qualidade da água também é um fator critico em processos de cuidado clínico, como a

terapia renal substitutiva”. (Manual Internacional de Padrões de Acreditação Hospitalar 2003, p.193)

2.14 Riscos de incêndio

“O incêndio é um risco sempre presente em uma instituição de saúde. Assim toda instituição deve planejar como garantir a segurança de seus ocupantes na presença de fogo ou

fumaça”.(Manual Internacional de Padrões de Acreditação Hospitalar 2003, p. 186) Os curtos-circuitos estão entre as principais causas.

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O estudo da epidemiologia do incidente ou erro na assistência à saúde nas Unidades Hospitalares é fator importante para que conhecendo os fatores de riscos e suas causas e complicações, seja possibilitada a implementação de medidas para redução dos mesmos de uma forma global e sistêmica.

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CAPITULO III

INTERVENÇÕES E ESTRATÉGIAS DE MELHORIAS NOS PROCESSOS DE TRABALHO

Os incidentes e erros que acontecem durante o processo da assistência e que acometem os pacientes podem ser prevenidos através de medidas interventoras, tornando o cuidado mais seguro.

3.1 Cirurgia Segura

Nos Estados Unidos e alguns países da Europa já é identificado a preocupação com as complicações após procedimentos cirúrgicos e para que o Hospital receba o certificado da acreditação é imprescindível a implantação do protocolo de cirurgia segura. Isto é realizado usando um chek-list, ou seja, uma lista de verificação para checar pontos chaves antes de iniciar a cirurgia.

O autor menciona que determinadas etapas que fazem parte do protocolo universal

Processo de verificação pré-operatório

Processo: um procedimento continuo de busca de informação e verificação, começando com a definição do procedimento, continuando em todas as áreas e atividades envolvidas na preparação pré-operatório do paciente, até uma ultima verificação imediatamente anterior ao inicio do procedimento.

Marcação do sitio cirúrgico

Processo: para procedimentos que envolvam contralateralidade, múltiplas estruturas (como dedos das mãos ou pés) ou múltiplos níveis (como procedimentos de coluna). O sítio correto deve ser marcado de tal forma que a marca seja visível mesmo após o preparo da pele e da colocação dos campos cirúrgicos.

Checagem final imediatamente anterior ao inicio do procedimento

Processo: comunicação ativa entre todos os membros da equipe de cirurgia, iniciada consistentemente por um membro designado da equipe, conduzida de um modo “à prova de falhas”. Por exemplo, o procedimento não é iniciado até que todas as questões s e duvidas sejam resolvidas. (WACHTER 2010 p. 76)

A lista de verificação cirúrgica foi organizada pela OMS e tem como finalidade dar segurança ao ato cirúrgico. Está dividida em etapas, antes do procedimento anestésico, antes e após o ato cirúrgico.

Estatísticas mostram que as complicações cirúrgicas podem ser evitadas.

O consentimento informado é um fator importante neste processo. É um documento no qual o paciente declara estar informado e esclarecido dos procedimentos que vai ser submetido, seus objetivos e riscos. É um direito do paciente e uma obrigação moral da Instituição de Saúde.

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WACHTER cita...

“a contagem de compressas, objeto e cortantes e instrumentais. O protocolo-padrão exige quatro contagens separadas: quando os instrumentos são preparados e as compressas desembaladas, quando a cirurgia começa e os itens são solicitados e usados, no momento do fechamento e, por fim durante a sutura final.”

“Algumas empresas estão desenvolvendo compressas com etiquetas que fazem soar um detector de metais passado sobre o sítio cirúrgico antes do fechamento. (WACHTER 2010 p. 81)

É a solução para evitar a retenção de compressas e instrumentais cirúrgicos.

3.2 O uso de medicamentos livre de erros

Estatísticas mostram que 30% de eventos com pacientes durante a hospitalização estão relacionados à administração de medicamentos, levando às conseqüências ao paciente e à Instituição.

“Soluções para o problema dos erros de prescrição de medicamentos precisam ser trabalhadas tanto nas fases de prescrição quanto de administração” (.WACHTER 2010p. 62)

Dentre as estratégias estão a padronização e diminuição da ambigüidade, a dupla checagem, a tecnologia da informação, a dose unitária, a remoção de medicamentos de alto risco de certas áreas, a inclusão de farmacêuticos clínicos, a redução do risco nas embalagens e nomes semelhantes .

3.3 Diagnósticos corretos

“Bons diagnosticadores aplicam corretamente teste de hipótese iterativo e raciocínio bayesiano e evitam as armadilhas cognitivas e vieses, como a ancoragem (ficar preso na impressão inicial) e na disponibilidade heurística ser irredutivelmente influenciado por casos anteriores” (WACHTER 2010 p. 91.

“Melhorar o raciocínio diagnostico envolve tanto suporte à decisão informatizado como treinamento de clínicos para serem diagnosticadores mais efetivos e com base em evidencias” (WACHTER 2010 p. 91).

O diagnostico médico depende do conhecimento e habilidade do profissional que está atendendo o paciente. O mesmo muitas vezes utiliza um raciocínio lógico dedutivo através da historia clinica compatível com o diagnostico mais provável. Definir uma patologia é de fato muito complexo, já que muitas doenças apresentam os mesmos sintomas. A utilização da tecnologia contribui de sobremaneira para o esclarecimento e confirmação do diagnostico.

3.4 Controle das infecções hospitalares

A hospitalização e o grau do estado de saúde do paciente conduzem a riscos de contrair infecções devido à baixa defesa do seu próprio sistema imunológico o tornado vulnerável a diversos tipos de infecção durante a

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internação. Os procedimentos invasivos e o uso indiscriminado de antibióticos também são outras fontes de risco.

As estratégias desenvolvidas estão baseadas em dois desafios globais lançados pela OMS. O primeiro, com o tema “Uma Assistência Limpa é Uma Assistência Mais Segura”, está focado nas ações de melhoria da higienização das mãos em serviços de saúde.

Todos os hospitais deverão possuir Comissão de infecção Hospitalar estruturada de caráter muldisciplinar para desenvolver ações voltadas para a prevenção e redução das infecções hospitalares.

A higienização das mãos é uma das medidas importantes para o controle das infecções nos serviços de saúde

A ANVISA, em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde - OPAS e com a Coordenação Geral dos Laboratórios de Saúde Pública – CGLAB/SVS/MS, tem instituído medidas para monitorar e controlar a resistência microbiana em serviços de saúde. Dentre essas medidas, destaca-se a criação da “Rede Nacional de Monitoramento da Resistência Microbiana em Serviços de Saúde – Rede RM”. Esta Rede tem como principal objetivo tornar a assistência à saúde mais efetiva por meio do uso adequado de antimicrobianos e da detecção, prevenção e controle da emergência de resistência microbiana em serviços de saúde no país. A Rede RM é constituída por Hospitais Sentinela (Laboratórios de Microbiologia e Comissões de Controle de Infecção Hospitalar), Laboratórios de Saúde Pública (LACEN), Vigilâncias Sanitárias Estaduais e Municipais, Comissões Estaduais e Municipais de Controle de Infecção Hospitalar e diversos colaboradores.

Rede RM - Rede de Monitoramento e Controle da Resistência Microbiana em Serviços de Saúde com participação da OPAS/OMS, ANVISA e SVS-CGLAB. Dentre as diversas formas de prevenir infecções hospitalares estão:

• as técnicas de desinfecção e esterilização de materiais para tornar seguro os procedimentos realizados nos pacientes, principalmente os invasivos

• as medidas de precauções, sendo de suma importância afim de evitar a

disseminação de infecções nosocomiais, apos contato com outros pacientes infectados ou colonizados com microorganismos resistentes

• monitoramento dos pacientes com acesso vascular venoso profundo e

periférico.

• boas práticas de serviço de higiene e limpeza em todo o Hospital com base na legislação vigente

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• utilização de procedimentos operacionais padrão (POP)

• treinamento de pessoal

3.5 Profilaxia do tromboembolismo venoso

Existem muitos fatores predisponentes e segundo o autor,

“a ênfase recente tem sido na criação de sistemas que assegurem que a profilaxia adequada, baseada em evidencias, seja oferecida a todo paciente elegível”. (WACHTER 2010, p.138)

3.6 Prevenção de úlceras de decúbito

Durante a internação devem-se mapear os pacientes susceptíveis a desencadear ulcera de decúbito, através de inspeções sistemáticas com registros dos resultados em prontuários. Em muitos hospitais utiliza-se um instrumento de avaliação para risco de ulceras de decúbito, a escala de BRADEN composta de padrões, graduados e que definem a gravidade ou grau de risco. Os programas de treinamento e educação continuada para profissionais são estratégias para a prevenção.

3.7 Prevenções de quedas

As quedas são motivos de preocupação para a equipe de saúde e para a Instituição. O acontecimento deste evento pode causar danos físicos ao paciente, aumento do tempo de internação problemas psicológicos como medos e insegurança durante sua permanência no Hospital. Muitas instituições adotam a taxa de queda como indicador de qualidade da assistência.

“Quedas de pacientes são comuns – a cada ano, mais de um terço dos idosos

institucionalizados cai- e freqüentemente mórbidas” (WACHTER 2010 p.139).

Pacientes com risco de quedas devem ser monitorados permanentemente.

A fim de evitar e reduzir a incidência recomenda-se que se desenvolvam medidas de controle para segurança do paciente, sempre que necessário. Podemos citar:

• grades fixas nas camas • itens pessoais ao alcance do paciente • leitos com altura baixa, • camas com rodas travadas • técnica ao passar pacientes da cama para maca e vice versa. • escadas com proteção antiderrapante • pisos fixos • cadeiras de rodas com breque e cadeiras de banho • campainhas e alarmes funcionantes com acesso fácil ao paciente

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• vigilância rigorosa pela enfermagem

3.8 Tecnologia da informação na segurança da assistência

Vários trabalhos têm demonstrado que a tecnologia da informação vem contribuir para a melhoria das informações do cuidado. É capaz de processar, armazenar e organizar dados de forma organizada e completa.

• Prontuário Eletrônico

O registro médico eletrônico, através do prontuário eletrônico do paciente, conhecido como PEP visa armazenar tudo o que diz respeito aquele paciente.

WACHTER cita

“ Já que a maioria dos erros relacionados à assistência à saúde é representada por falhas de comunicação e transmissão de dados, a informatização do prontuário medico representa um alfinete de segurança”

“Mecanismos por meio dos quais a tecnologia da informação pode melhorar a segurança do paciente

• Melhorando a comunicação • Tornando o conhecimento mais prontamente acessível • Fornecendo informações-chaves • Ajudando com cálculos • Monitorando e checando em tempo real • “Fornecendo suporte à decisão” (WACHTER 2010 p.. 156)

• Prescrição Eletrônica

A prescrição eletrônica traz maior praticidade e rapidez, melhor forma de ler as ordens médicas, reduzindo os riscos de interpretação e erros, mas não exclui o perigo da ausência de informações.

“Vantagens dos sistemas informatizados de prescrição médica sobre os sistemas em papel

• Eliminam os problemas de identificação com a escrita manual • Maior rapidez de chegada à farmácia • Menor risco de confusão com medicamentos de nomes parecidos • Mais facilmente integrados a sistemas de registros médicos e de

suporte à decisão • Menor risco de erros causados pelos procedimentos usados em

farmácia • Facilmente ligados a alertas de interação medicamentosa • Identificam mais facilmente o prescritor • Aptos a serem ligados a sistemas de notificação de reações adversas a

medicamentos • Capazes de evitar erros de especificações, como os zeros

complementares • Disponíveis e apropriados para treinamento e educação • Disponíveis para imediata análise de dados, incluindo relatórios de pós-

marketing

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• Anunciados como capazes de gerar importante redução de custos • Com os prompts on line, o sistema informatizado de prescrição médica

pode: - Ligar-se a algoritmos para enfatizar medicamentos custos-efetivos - Reduzir a super e a subprescrição - Reduzir escolhas de medicamentos incorretos (WACHTER 2010 p. 157)

Fica evidenciado que o emprego da informática racionaliza o trabalho e minimiza falhas decorrentes de digitação, de interações de medicação e maior rapidez na correção dos erros.

• Sistemas de códigos de Barra

O sistema de identificação por códigos de barras ou leitura óptica por máquinas minimiza falhas no momento de se identificar o paciente.

“Mesmo quando rigorosas checagens de segurança estão consolidadas no processo de prescrição, erros no momento da administração de medicamentos podem gerar grandes danos. Para prevenir esses erros, muitas Instituições estão implementando soluções por códigos de barras (BCMA). “Na administração de medicamentos com códigos de barra, uma enfermeira deve passar a leitora de código de barras no medicamento, na pulseira de identificação do paciente e no seu próprio crachá para confirmar uma tripla-checagem antes de administrar qualquer medicamento.” (WACHTER 2010, p.162)

É mais uma modalidade de garantir a segurança do paciente hospitalizado, visto que muitas ocorrências têm sido registradas por erros na forma de identificação do mesmo.

• Bombas de infusão “Inteligentes”

A administração de medicamentos de forma continua por via endovenosa, através de bombas infusoras, tão comum em terapias intensivas, não pode ser excluída quanto aos riscos de erros na operacionalização dos cálculos de gotas.

As bombas de infusão inteligentes foram desenvolvidas para terem alertas de perigo internas calculadoras clinicas e um formulário de fármacos com informação das concentrações-padrão de

medicamentos freqüentemente usados. (WACHTER 2010 p.162)

3.9 Mudanças de cultura

Todas as organizações possuem sua cultura baseadas nas crenças existentes direcionando a atitude das pessoas, comportamento e atitudes. Numa organização hospitalar, tão complexa devido as suas características de trabalho, identificamos sua cultura através da forma de gestão dos dirigentes, das formas de comunicação, do clima organizacional e de como os profissionais expressam suas motivações.

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“Alcançar a mudança de cultura é um desafio da liderança, que está entrelaçado com muito dos outros elementos de um programa efetivo

de segurança do paciente.” (WACHTER 2010 p.190)

O autor entende que para se obter uma cultura de segurança do paciente de forma positiva, suas lideranças devem mostrar a importância de notificar os eventos ocorridos na praticas em toda a Intuição e que será como ferramenta de aprendizado e prevenção. Para mudar hábitos e criar novos comportamentos, a liderança tem que ter um alto poder de articulação e processos de comunicação eficaz.

Muitos aspectos são intervenientes para que as mudanças aconteçam podendo citar, falta de engajamentos das lideranças, ações de curto prazo, falta de clareza nas informações, hierarquias rígidas.

3.10 Notificação de incidentes e segurança do paciente

É de suma importância que todo e qualquer evento adverso na Instituição Hospitalar seja notificado a fim de se identificar a causa que o originou, ou seja, como aconteceu e o porquê. A notificação de erros é uma ferramenta para a gestão da qualidade do cuidado e segurança do paciente.

O processo de notificação de erros não é uma tarefa simples, pois envolve pessoas que estão diretamente na assistência. O medo da punição e de sua imagem estar exposta diante do incidente vem acarretar sub-notificações.

Ainda que as notificações na maioria das vezes registrem uma parcela do que aconteceu, tem a vantagem de envolver os profissionais da assistência no processo de identificação de problemas.

“As notificações de erros, preenchidas em papel ou pela web, e dirigidas ao gerente de segurança do paciente do hospital ou a uma agencia reguladora, podem ser divididos em três categorias

principais: anônimas, confidenciais e abertas.” (WACHTER 2010 p.171)

Conforme descrição de WACHTER há diversas características em um sistema de notificação ideal.

• Participação de todos os envolvidos • Intenção e objetivos claros para todos • Cultura de justiça: notificadores protegidos, na medida do possível, de danos legais ou de outra natureza • Aspectos de responsabilidade claros, focados e inteligíveis – limitados à imprudência, imperícia e violação • Opção para notificação tanto anônima quanto confidencial • Notificação acessível a qualquer pessoa • Notificação fácil, com múltiplas opções • Formulários com campos abertos e de múltipla escolha • Analise dos dados executada por especialistas em segurança • Retorno rápido e relevante aos envolvidos, em especial aos notificadores

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• Liderança forte, essencial para proteger a missão principal e os valores (WACHTER 2010 p.174)

• ANALISE DE CAUSA-RAIZ

Outro método para investigar as causas de eventos e erros é identificar os fatores que podem ser denominados de causa-raiz. Quanto mais complexo for o processo ou procedimento, mais sujeito estará a ocorrências de falhas humanas.

Para isso é necessário que a instituição possua uma liderança que facilite a busca das falhas nos processos, com ferramentas e técnicas bem estruturadas para se chegar ao diagnostico. Objetiva prevenir e evitar que novos incidentes voltem a acontecer. Geralmente a solução é culpar um individuo. Sabemos que não podemos eliminar o erro humano, mas podemos ajudar o profissional a evitá-los.

As informações são coletadas através de reuniões com as pessoas envolvidas acompanhando o tempo do acontecimento, elucidando a natureza dos fatos. Uma vez que as causas são identificadas e as ações são implementadas e monitoradas, os erros passam a ser prevenidos.

“Erros significativos devem ser profundamente investigados por meio de análise de causa-raiz em busca de problemas sistêmicos que

mereçam correção.” (WACHTER 2010 p.182)

Conforme o autor,

“muitas instituições têm reconhecido o valor da apresentação de casos de erros para diferentes grupos de profissionais de saúde, em geral em uma reunião para revisar complicações e óbitos”. (WACHTER 2010 p.182)

A técnica conhecida como FMEA ( failure mode and effect analysis) objetiva evitar a ocorrência, analisando as falhas potenciais à segurança. A probabilidade de acontecer erros em um determinado processo é combinada com uma estimativa relativa do impacto dessa falha, aonde vai se mapear todas as etapas.

3.11 Iniciativas dos Órgãos Nacionais e Internacionais voltados para a segurança do paciente

Hospitais Seguros Outra estratégia que vem sendo trabalhada pela OPAS/OMS para redução dos riscos em saúde é o desenvolvimento de “Hospitais Seguros”. Para se enquadrar nesse conceito, um hospital deve ser capaz de garantir o seu funcionamento eficiente durante um desastre (terremotos, fenômenos climáticos, etc.). Para isso, as construções e reformas devem considerar a

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localização, a estrutura, os equipamentos e recursos humanos. Segundo a OMS, na América Latina e Caribe, 67% das unidades hospitalares se encontram em zonas de risco, sendo afetadas por fenômenos geológicos, hidrometeorológicos, sociais, ambientais e químico – tecnológicos, por exemplo. Com isso, mais de 45 milhões de pessoas deixam de receber atenção médica em hospitais a cada ano. Além disso, a Agência pretende realizar capacitações sobre os conceitos de redução de vulnerabilidade das edificações, com técnicos do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS) da área de avaliação de projetos e com projetistas da área de saúde.

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CAPITULO IV

O GESTOR HOSPITALAR E A SEGURANÇA DO PACIENTE

O papel do gestor é determinante para uma política de segurança no ambiente hospitalar e dos pacientes na Instituição. Precisa ter conhecimento nestas questões e aplicar medidas estratégicas para reduzir falhas e incidentes no Hospital. Tem como responsabilidade promover o bem-estar em termos de saúde e cuidados aos pacientes que procuram a Instituição para internação e tratamento.

Nos noticiários não é incomum escutarmos casos de erros e negligências denunciados pelos pacientes, onde o lugar que deveria curar propicia a um dano maior, o que está levando as organizações de saúde a se preocupar em manter a pratica assistencial livre de eventos adversos.

Sabe-se que a prestação de serviços de saúde depende de processos complexos, da boa comunicação entre as pessoas, bons recursos materiais e instalações seguras e mesmo assim não está descartada a chance de algo sair errado. É um dos segmentos que evidencia muitas peculiaridades e fato de lidar com a saúde e a vida do ser humano vai requerer deste gestor, um conhecimento para aplicar as inúmeras técnicas da administração moderna, sendo uma delas a segurança do paciente em sua Instituição.

Em se falando de quem é responsabilidade pela gestão da prática assistencial, a moderna jurisprudência preserva a tese de que os dirigentes das organizações de saúde, pelo principio da solidariedade, são tão responsáveis quanto os profissionais que nela trabalham ressaltando a responsabilidade das instituições hospitalares em face dos pacientes.

Este gestor deverá ser capaz de garantir de forma eficiente toda a complexidade das atividades exercidas neste ambiente, apto a resolver todas as questões que envolvem as práticas segura e ter consciência do seu papel quanto ao aperfeiçoamento de sua atuação para o bom desempeno hospitalar.

O novo conceito de gestão hospitalar acompanha a evolução da administração, o hoje os estabelecimentos de saúde são vistos como uma organização moderna preparada para alcançar os resultados num mundo globalizado e competitivo.

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Como oferecer uma melhor assistência aos pacientes

Vincent aborda que,

“ao pensar na organização como um todo, seja uma unidade clinica, seja o Sistema Único de Saúde, o difícil para o maestro em manter a visão abrangente e discernir, prever e articular os problemas de segurança antes que eles apareçam. O maestro deve constantemente procurar as fraquezas no sistema e as condições que podem eventualmente se combinar e produzir uma catástrofe: as diferenças de habilidade dos trabalhadores, a falta de divulgação dos problemas de segurança e, em particular, problemas nas interfaces

com outros departamentos e instituições.” ( VICENT 2010 p.225 ).

• Estabelecer a segurança do paciente como um foco estratégico e objetivo corporativo prioritário.

“Fornecer recursos humanos e financeiros necessários para que as equipes de segurança estruturem e implementem um programa

integrado de identificação dos riscos e redução dos erros.” ( VICENT 2010 p. 225)

• Possibilitar que todos alcancem os objetivos planejados a partir de suas atividades seguras.

• Toda unidade hospitalar deve construir sua missão e nela está explícito a excelência da qualidade no atendimento, a presteza e a finalidade de salvar vidas. O gestor é o guia e o responsável pelo desenvolvimento dessa missão.

• Investir em tecnologias e sistemas necessários aos processos de cuidado, podendo estar incluído o suporte à informação, os protocolos assistenciais, os procedimentos técnicos dentre outros.

• Foco na força de trabalho como estratégia de cuidado seguro

Ø Trabalho em equipe e comunicação Ø Treinamento de pessoal Ø Carga horária justa

Uma comunicação eficaz é primordial para a segurança e prevenção de erros. Na área da saúde ainda hoje se observa precariedade nas relações de comunicação entre os profissionais. A cadeia eficaz na rede de informações no que concerne ao cuidado é essencial, visto que a comunicação se faz entre profissionais, entre profissionais e pacientes. Nos dias atuais, o paciente e família esperam conhecer tudo sobre o tratamento e o profissional deve atender as suas necessidade e expectativas.

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Quanto às ocorrências de incidentes é importante a notificação voluntária, a informação ao paciente e família que precisa saber o que aconteceu, mesmo que seja difícil, e a comunicação entre a equipe. Estas atitudes mostram que a preocupação com os erros está sendo considerada a fim de prevenir suas causas reincidências e identificar

A relação honesta entre os membros da equipe com estímulo à parceria e envolvimento do paciente no processo do seu cuidado são medidas preventivas para minimizar incidentes.

• Promover uma mudança cultural e organizacional

O autor comenta que,

“para ajudar sua organização a aprender sobre segurança do paciente, você deve criar uma cultura na qual os profissionais possam compartilhar a informação livremente, pois, como é sabido, isso melhora o nível de segurança. Algumas ações podem construir uma cultura da segurança:

Realizar uma avaliação cultural de base na sua organização e verificar se ela é franca e justa;

Adotar políticas e protocolos que apóiem uma cultura na qual:

Os profissionais podem conversar com os colegas e administradores sobre os incidentes nos quais eles se envolveram;

As análises dos incidentes enfatizam o “porque” daquilo ter ocorrido, e não somente “quem” estava envolvido;

“Os profissionais são tratados e apoiados adequadamente quando um incidente acontece; ferramentas como arvore de decisão para incidentes da NPSA são usadas para determinar as razões que estão

atrás das ações individuais.” ( VICENT 2010 p.223)

Ainda de acordo com VICENT 2010 p.225,

“você tem que estabelecer o tom, ao criar um ambiente não punitivo e de apoio aos seus profissionais. O objetivo é a transparência, uma atmosfera de comunicação franca sobre incidentes e preocupações com a segurança.”

• Estar envolvido nas discussões sobre segurança do ambiente, ou seja, participar dos encontros, conversar com os grupos responsáveis pela gestão de riscos e tomar ciência das dificuldades encontradas.

“Encorajar os relatos para investigar porque as coisas saem erradas.

Envolver tanto os profissionais como os pacientes e seus responsáveis na descrição do acontecimento, como uma política de revelação franca

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Promover a investigação e análise dos incidentes” ( VICENT 2010 p.225)

• Desenvolver soluções para evitar lesões e eventos adversos.

VICENT (p. 225) cita passos como,

“comparar as práticas com as recomendações nacionais e os achados em avaliações locais, regionais e nacionais;

garantir que as recomendações serão implementadas e avaliadas e verifique o que ainda precisa ser feito. As ações tomadas na sua organização devem ser informadas a organismos nacionais;

estabelecer uma rede que inclua a sua e outras organizações que valorizam a segurança do paciente, para aprender com aquelas que implementarem soluções de sucesso”

• Ter visão antecipada para criar estratégias, e isto se desenvolve através da prevenção que na maioria das vezes evita o acontecimento do fato, e o conhecimento dos riscos.

• Manter o treinamento permanente de sua força de trabalho e programas de capacitação de seus líderes a fim de acompanhar as inovações da assistência em saúde como estratégia de qualificação e atualização de conhecimentos.

• Buscar uma visão integrada de todos os serviços e processos apoiado

nos princípios científicos e éticos e preocupada com a melhoria da qualidade da assistência

• Liderar o seu corpo clínico e a equipe multiprofissional, sendo o responsável direto pelo adequado funcionamento dos departamentos e clinicas supervisionando toda a infra-estrutura hospitalar. Entendem-se como infra-estrutura recursos humanos, recursos físicos, tecnológicos e financeiros.

• Observar a legislação vigente, o código de defesa do consumidor, os códigos de ética e os direitos dos pacientes.

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CONCLUSÃO

A segurança do paciente no ambiente hospitalar assume papel de

relevância nos dias atuais, pois está inerente à qualidade da assistência

prestada. É um dos desafios para os gestores de saúde e também uma

preocupação a nível nacional e internacional, visto que várias entidades estão

mobilizadas em implementar estratégias para prevenção e redução dos erros e

eventos adversos ligados à saúde, por meios de programas voltados para a

melhoria da segurança.

Objetivando compreender como os cuidados hospitalares podem

ocasionar resultados inesperados e negativos ao paciente buscou-se através

de pesquisa bibliográfica conhecer os principais fatores de risco a suas

características.

A metodologia utilizada evidenciou que a estrutura hospitalar e os

processos desenvolvidos por vários profissionais propiciam vários riscos no

atendimento e que existem muitas questões que envolvem a segurança como,

erros de medicamentos, erros cirúrgicos, erros diagnósticos, infecções

hospitalares, problemas de comunicação dentre outros.

Ao estudar o assunto, viu-se a adoção de muitas medidas preventivas,

implementadas de forma sistemática de acordo com cada tipo de risco,

contribuindo para reduzir falhas e conter erros. Soluções com emprego da

tecnologia da informação, investigação dos acidentes e as notificações,

melhoria das informações, mudança de cultura e ferramentas diagnósticas, as

discussões sobre as falhas e as possíveis soluções.

Foi possível conhecer como os paciente estão vulneráveis à inúmeras

formas de acidentes durante sua internação relativos aos procedimentos

realizados, mas também quantas estratégias podem se adotadas para evitá-

los. Os estudos são de grande valia para o planejamento de ações de controle

na gestão de riscos hospitalares.

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Todavia, a efetivação de uma política de segurança só vai ocorrer se houver

comprometimento dos gestores, das lideranças, da equipe e do paciente em

participar.

Para alcançar um nível desejado de qualidade no cuidado é necessário que o

gestor e seus colaboradores estejam voltados para mudanças de cultura

organizacional, com foco na cultura de segurança do paciente revendo suas

atividades de rotina.

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BIBLIOGRAFIA

1 – WACHTER, Robert M A. Compreendendo a Segurança do Paciente, Porto Alegre: Artmed, 2010

2 – VICENT, Charles. Segurança do Paciente. Orientações para evitar eventos adversos. São Paulo: Yendis, 2010

3 - Manual Internacional de Padrões de Acreditação Hospitalar – CBA-CESPEC,Rio de Janeiro, 2003

4- BRITO, Lucio Flavio de Magalhães. Segurança Aplicada às instalações hospitalares São Paulo- Senac, 2006 .

www.opas.org.br/ acessado em 05 / 06/ 2010

www.idec.org.br/ acessado em 05 / 06/ 2010

http://www.scielo.br/scielo.php acessado em 02 / 06/ 2010

http://portal.anvisa.gov.br/wps acessado em 19 / 07/ 2010

http://medicalsuite.einstein.br/metas_paciente.asp acessado em 19 / 07/ 2010

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ANEXO 1

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ANEXO 2

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ANEXO 3

Em 2005, a Organização Mundial de Saúde (OMS) lançou a Aliança Mundial para a Segurança do Paciente e identificou seis áreas de atuação, entre elas, o desenvolvimento de “Soluções para a Segurança do Paciente”. Neste mesmo ano, a The Joint Commission , a mais importante organização de certificação de qualidade em assistência médico-hospitalar, e seu braço internacional, a Joint Commission International, foram designadas como o Centro Colaborador da OMS em “Soluções para a Segurança do Paciente”. É papel desse Centro a elaboração e a difusão de soluções que visem a Segurança do Paciente.

As seis Metas Internacionais de Segurança do Paciente são soluções que têm como propósito promover melhorias específicas em áreas problemáticas na assistência. O Hospital Israelita Albert Einstein, primeiro hospital da América Latina a receber a acreditação da Joint Commission International , é também pioneiro na implementação de práticas inovadoras e baseadas em evidências em prol da Segurança do Paciente.

Veja quais são as seis Metas Internacionais de Segurança e o que o Hospital Israelita Albert Einstein está fazendo para a Segurança do Paciente.

Meta 1 - Identificar os pacientes corretamente.

Falhas no processo de identificação dos pacientes podem causar erros graves como a administração de medicamentos e cirurgias em pacientes “errados”. No Hospital Israelita Albert Einstein, os profissionais devem checar pelo menos duas identificações, nenhuma devendo ser o número do quarto do paciente, antes da administração de medicamentos, sangue e hemoderivados, coleta de amostras de sangue e outras amostras para testes clínicos e quando da realização de tratamentos ou procedimentos. Os dois identificadores do paciente utilizados para a checagem são: NOME COMPLETO e NÚMERO DO PRONTUÁRIO. Tais informações são facilmente encontradas na pulseira de identificação do paciente e nas etiquetas aderidas aos documentos do prontuário.

Meta 2 - Melhorar a efetividade da comunicação entre profissionais da assistência.

Erros de comunicação entre os profissionais da assistência podem causar danos aos pacientes. No momento em que se faz uma ordem verbal ou telefônica, ou se comunicam resultados críticos de exames, devemos nos certificar de que a informação foi compreendida e registrada corretamente por quem a recebeu. Para isso, o

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profissional que recebeu a ordem ou resultado deve, em primeiro lugar, escrever o que ouviu e então “ler de volta” a ordem completa ou o resultado de exame.

Meta 3 - Melhorar a segurança de medicações de alta vigilância (high-alert medications ).

Soluções de eletrólitos em altas concentrações para uso endovenoso são potencialmente perigosas. O Hospital Israelita Albert Einstein define como medicações de alta vigilância o cloreto de potássio 19,1%, o cloreto de sódio 20%, o sulfato de magnésio 50% e o fosfato de potássio 2mEq/ml. Estas medicações não devem estar facilmente disponíveis no hospital e devem ser manipuladas na Farmácia. Os carros de emergência possuem medicações de alta-vigilância identificadas com etiqueta vermelha e segregadas das demais.

Meta 4 - Assegurar cirurgias com local de intervenção correto, procedimento correto e paciente correto.

Cirurgias ou procedimentos invasivos em locais ou membros errados são erros totalmente preveníveis decorrentes de falhas na comunicação e na informação. O Hospital Israelita Albert Einstein utiliza o Protocolo Universal para prevenção de cirurgias com local de intervenção errado, procedimento errado ou pessoa errada criado pela Joint Commission. Este protocolo inclui:

• a marcação do local da cirurgia ou do procedimento invasivo. A marcação recomendada é um círculo ou dois círculos circunscritos simulando um alvo. Cuidado! O uso de ataduras para enfaixar membros a serem operados NÃO é considerado método seguro de marcação do sítio cirúrgico.

• uma lista de verificação pré-operatória para confirmar que procedimentos importantes como a avaliação pré-anestésica, anamnese, exame físico e consentimento informado foram realizados.

• o TIME OUT, uma verificação final, feita no local onde a cirurgia ou o procedimento invasivo serão realizados, em voz alta, pela equipe responsável. Nesse momento, confirmamos a identificação do paciente, o procedimento e o sítio cirúrgico, utilizando técnicas de comunicação ativa entre todos os participantes da equipe.

Meta 5 - Reduzir o risco de infecções associadas aos cuidados de saúde

A OMS estima que, entre 5% e 10% dos pacientes admitidos em hospitais, adquirem uma ou mais infecções. A higiene das mãos, de acordo com as diretrizes atuais da OMS ou do Center for Disease Control, é uma medida primária preventiva fundamental.

O Hospital Israelita Albert Einstein, dentre as muitas ações para reduzir o risco de infecções associadas aos cuidados de saúde, implementa estratégias para a educação e treinamento de técnicas para a higienização das mãos para toda a equipe, monitora o uso de antibióticos para profilaxia e tratamento e, em 2007, implementou medidas de

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prevenção da infecção da corrente sanguínea relacionada ao cateter venoso central em toda a instituição.

Meta 6 - Reduzir o risco de lesões ao pacientes, decorrentes de quedas

O Hospital Israelita Albert Einstein possui, desde 2005, um protocolo de prevenção de quedas onde todos os pacientes são avaliados e reavaliados periodicamente em relação ao risco de queda, incluindo o risco potencial associado ao uso de medicamentos prescritos e a adoção de medidas para diminuir ou eliminar qualquer risco identificado, quando possível.

http://medicalsuite.einstein.br/metas_paciente.asp

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ANEXO 4

http://www.scielo.br/scielo.php

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 1

APRESENTAÇÃO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I – A IMPORTÂNCIA DA SEGURANÇA NO AMBIENTE

HOSPITALAR 11

1.1 características do ambiente hospitalar 11

1.2 conceituação de segurança 12

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1.3 segurança hospitalar e evolução histórica 13

1.4 segurança & qualidade 15

1.5 - padrões de acreditação e segurança do paciente 17

1.6- estratégias para a melhoria da qualidade 17

CAPÍTULO II – NATUREZA DOS PROBLEMAS ASSOCIADOS À

ASSISTÊNCIA HOSPITALAR, SUA FREQUENCIA E OS IMPACTOS

CAUSADOS 19

2.1 – complicações e eventos adversos na cirurgia 21

2.2 eventos com prescrição,preparo e administração de medicamentos

23

2.3 – erros diagnósticos 25

2.4 – fatores humanos e erros na interface homem – maquina x

2.5- problemas de comunicação 26

2.6 – infecções hospitalares 26

2.7 – aparecimentos de ulceras de decúbito 29

2.8 - quedas no ambiente hospitalar 29

2.9 – riscos associados às instalações hospitalares 29

2.10 – cuidados com ar condicionado 30

2.11 – gases utilizados no ambiente hospitalar 30

2.12 – falta de energia elétrica 31

2.13 – falta de manutenção dos equipamentos biomédicos 31

2. 14 – riscos de incêndio 32

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CAPÍTULO III – INTERVENÇOES E ESTRATÉGIAS DE MELHORIAS NOS

PROCESSOS DE TRABALHO 34

3.1 – cirurgia segura 34

3.2 – uso de medicamentos livre de erros 35

3.3 – diagnósticos corretos 35

3.4 – controles das infecções hospitalares 35

35 - profilaxia do tromboembolismo 37

3.6 – prevenções de úlceras de decúbito 37

3.7 – prevenções de quedas 37

3.8 - tecnologia da informação na segurança da assistência 38

3.9 - mudanças de cultura 39

3.10 – notificações de incidentes e segurança do paciente 40

3.11 - iniciativas de órgãos nacionais e internacionais voltados para a

segurança do paciente 41

CAPÍTULO IV – O GESTOR HOSPITALAR E A SEGURANÇA DO PACIENTE

43

CONCLUSÃO 47

BIBLIOGRAFIA 49

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ANEXOS 1 50

ANEXOS 2 51

ANEXOS 3 52

ANEXO 4 55

INDICE 56

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

Título da Monografia: SEGURANÇA DO AMBIENTE EM INSTITUIÇÕES DE SAÚDE Autor: Mariene da Conceição Santos

Data da entrega: 20 de agosto de 2010

Avaliado por: Conceito:

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