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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

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O CINEMA NO APRIMORAMENTO DOS RECURSOS HUMANOS

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Por Liliane Vidal Mahmoud El Mohi

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Orientadora

Professora Dra. Ana Cristina

Rio de Janeiro

2010

http://www.ucam.edu.br/

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PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

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Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Gestão de

Recursos Humanos.

Por: Liliane Vidal Mahmoud El Mohi

3

AGRADECIMENTOS

A meus familiares e amigos, pelo

incentivo e compreensão; a meus

mestres, pela dedicação e carinho.

4

DEDICATÓRIA

Para meu marido e minha filha, que tanto

me ajudaram nesta etapa de minha vida.

5

RESUMO

Um dos maiores desafios para qualquer instituição é promover a

constante motivação de seus quadros e garantir um clima organizacional

favorável aos objetivos institucionais. Por isso, entre outros recursos

disponíveis, as organizações utilizam filmes de sucesso para facilitar o seu

relacionamento com os Recursos Humanos.

Os filmes são amplamente utilizados nos processos de formação e de

aperfeiçoamento de profissionais, em vista do intenso apelo afetivo, sendo um

poderoso instrumento na consolidação de valores e no desenvolvimento das

competências necessárias às atividades institucionais.

Durante a pesquisa realizada, foi constatado que muitos autores e

estudiosos utilizam filmes para enriquecer suas obras, identificando

competências que podem ser utilizadas pelas organizações em favor de seus

colaboradores e de seus objetivos institucionais.

Diante dessa constatação, coube uma reflexão no sentido de avalizar

essa prática, ressaltando a influência dos filmes no comportamento individual e

da equipe. Por meio de uma dinâmica de grupo, seguida de uma pesquisa de

opinião, foi possível responder à questão: “Como o Cinema pode contribuir

para a melhor qualificação dos Recursos Humanos?”.

O objeto de estudo ficou concentrado nos efeitos positivos advindos da

adequada exploração dos meios cinematográficos, como forma de interagir e

melhorar a comunicação interpessoal e organizacional. A comparação entre as

informações coletadas na pesquisa bibliográfica e nos artigos apresentados

com o resultado da pesquisa de opinião confirmou a grande influência que o

Cinema tem na vida das pessoas e como as mesmas são motivadas em seu

ambiente de trabalho, por conta dos exemplos vivenciados na tela.

6

METODOLOGIA

A metodologia utilizada no desenvolvimento do presente trabalho foi

baseada na análise de artigos e de matérias publicadas sobre o tema (anexos

1 a 5), e da bibliografia referida (p. 68 e 69). Além disso, foi realizada uma

dinâmica de grupo, associada a uma pesquisa de opinião (anexo 6). Com as

informações colhidas foi possível compor gráficos (anexo 7) e formular

inferências (p. 20 a 25), que ratificaram a hipótese levantada.

Na prática, a proposta foi confirmar a importância do Cinema na

motivação dos quadros de uma empresa. Por isso, foi selecionado um grupo

de 20 gerentes de uma grande instituição financeira que, apesar de autorizar a

aplicação da pesquisa, não autorizou a divulgação de sua marca institucional

nesta monografia, sendo, por isso, omitido o seu nome.

Esses gerentes foram convidados a assistir um compacto do filme “À

Procura da Felicidade”, com Will Smith (anexo 3). Depois disso, cada

participante expôs, de forma sucinta, suas impressões e todos foram

motivados a colocar em prática, em seus respectivos ambientes de trabalho,

as competências ali identificadas. Um mês depois, foi realizada uma nova

reunião, na qual cada participante respondeu a uma pesquisa de opinião

(anexo 6) e compartilhou a sua experiência com todos os participantes.

Tais procedimentos serviram para dar sustentação à presente

monografia, sendo que essa experiência mostrou-se muito produtiva e

enriquecedora tanto para os gerentes participantes, quanto para a pós-

graduanda. Com certeza, foram ultrapassados os limites do texto formal e

hermético, uma vez que foi possível sensibilizar todas as pessoas que, direta

ou indiretamente, participaram desse desafio em prol da melhoria das relações

no ambiente de trabalho.

7

SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS ......................................................................................... 3

DEDICATÓRIA ................................................................................................... 4

RESUMO ............................................................................................................ 5

METODOLOGIA ................................................................................................ 6

SUMÁRIO........................................................................................................... 7

INTRODUÇÃO ................................................................................................... 8

CAPÍTULO I CINEMA: FONTE DE CONHECIMENTO ......................................................... 10

CAPÍTULO II GERENTES EM AÇÃO .................................................................................... 19

CONCLUSÃO .................................................................................................. 26

ANEXOS .......................................................................................................... 29

ANEXO 1: ARTIGO .......................................................................................... 30

ANEXO 2: ENTREVISTA ................................................................................. 32

ANEXO 3: SINOPSE DO FILME ..................................................................... 35

ANEXO 4: INTERNET ...................................................................................... 40

ANEXO 5: REPORTAGEM .............................................................................. 42

ANEXO 6: PESQUISA DE OPINIÃO ............................................................... 43

ANEXO 7: GRÁFICOS ..................................................................................... 61

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ...................................................................... 67

BIBLIOGRAFIA CITADA ................................................................................. 69

ÍNDICE ........................................................................................................... 70

FOLHA DE AVALIAÇÃO ............................................................................... 71

8

INTRODUÇÃO

Ao longo dos séculos, muitos filósofos e estudiosos se preocuparam

com o aperfeiçoamento moral e ético do ser humano, a fim de apurar os

relacionamentos sociais e construir uma sociedade mais justa e fraterna. A

história da civilização foi pontuada por avanços e retrocessos nessa longa

caminhada, sendo certo que o ser humano precisa ser continuamente

motivado a vencer os diferentes desafios pessoais e conjunturais.

As interações sociais sofreram e continuam a sofrer grande influência

do momento histórico e das possibilidades tecnológicas existentes. A

imprensa, por exemplo, foi um marco de extrema importância nesse sentido,

na medida em que ampliou a difusão do conhecimento, aproximando pessoas

e instituições, que antes viviam em verdadeiras “ilhas”.

Hoje, existem vários recursos disponíveis, que permitem a

comunicação instantânea em escala global. O rádio, a televisão, a Internet, o

celular conquistaram grande espaço na vida das pessoas. A convergência das

mídias inaugura um novo momento, no qual o ser humano terá inúmeras

possibilidades.

Por esse motivo, a utilização das novas mídias se apresenta como

uma ferramenta de extrema importância nas mãos não só dos educadores,

mas também dos gestores de Recursos Humanos. Com elas é possível

motivar os quadros de uma empresa, no sentido de unir esforços em torno dos

objetivos institucionais.

O ser humano vive num contínuo processo de aprendizagem, mesmo

quando não está numa sala de aula. A aprendizagem permite uma melhor

compreensão do mundo, além de promover a aproximação entre pessoas e

instituições. E quando essa aprendizagem assume um caráter lúdico,

agregando o bem-estar a esse processo, os efeitos positivos se fazem sentir

de imediato.

9

Nesse ambiente, merece destaque o Cinema. “Ao lado de ser um meio

de narrar histórias, o Cinema há muito se tornou um meio de reflexão

psicológica, política, religiosa, sociológica, ética e cultural. E, como área

cultural, é também um campo de mudança” (BRANDÃO, 2009).

Em sua obra The Film: A Psychological Study, Hugo Munsterberg, um

dos fundadores da Psicologia moderna, defende que “... o Cinema é um

processo mental. É sabido que os sentimentos não são expressos pelo filme.

Eles resultam da reação do espectador; nascem de seus valores,

condicionamentos, padrões e histórias de vida.” (BRANDÃO, 2009).

Muitos estudiosos, acadêmicos, professores e doutrinadores utilizam o

Cinema para amplificar o poder de suas palavras e de seus treinamentos.

Alexandre Garret, por exemplo, utiliza as tramas de filmes para sustentar os

argumentos apresentados em seu livro “Crenças e Valores em Nossas

Organizações”:

“Os exemplos e casos foram... baseados em enredos de

filmes e trabalhos de consultoria e assessoramento

realizados em diversas organizações...

...Foram inventariados e analisados filmes que, em

linguagem universal, abordam o trabalho em equipe,

estratégias empresariais, gestão com pessoas,

convergência tecnológica das comunicações e informática

e que são questões atualmente presentes na gestão de

negócios.” (GARRET, 2003, p. 14).

Por isso mesmo, se bem explorado, o Cinema pode ser um valioso

instrumento na qualificação e no aprimoramento pessoal e profissional dos

indivíduos. Aliás, muitas organizações se valem desse artifício para se

aproximar de seus colaboradores, com a finalidade de motivá-los e direcioná-

los para bem cumprir os objetivos institucionais.

10

CAPÍTULO I

CINEMA: FONTE DE CONHECIMENTO

... o conhecimento promove a vida.

Desde a sua criação em 1895, a Sétima Arte encanta gerações com

suas imagens, suas cores, suas histórias, suas tramas, seus amores, seus

bastidores. No ar, aquela inquietante pergunta: a vida imita a arte ou é o

inverso? Sem uma resposta satisfatória, a constatação é a de que a tela

exerce um irresistível fascínio, que seduz milhões e milhões de mentes e de

corações.

Por isso, o Cinema pode ser utilizado como um poderoso instrumento

na mudança de comportamentos e na melhoria das relações interpessoais:

“Quando você aprende se divertindo, seu processo de

fixação é bem maior.

O filme propicia por si só uma atração especial, é

envolvente, mobiliza a atenção concentrada, envolve o

espectador, mobiliza aspectos emocionais, explora a

percepção, valores, julgamentos, paixão e compaixão,

opiniões e até desejos.

O filme, como uma ferramenta didática, é de uma

extraordinária valia para se trabalhar com e em grupos.

Diferente da vida, pode-se passar o “replay”, retornando

tantas vezes se queira a uma cena, para discuti-la.

Vivendo, todos nós, essa experiência no nosso dia-a-dia

de trabalho, e tendo a certeza de quanto isso favorece a

aprendizagem, é que procuramos desenvolver este

projeto conjuntamente, de modo a poder agregar um

11

maior valor através da experiência e olhares diferenciados

de cada um de nós” (CASTILHO, 2003, prefácio).

“O Cinema é uma das formas de manifestação da arte e

da cultura mais expressivas, uma ferramenta poderosa no

processo de evolução e desenvolvimento humano. As

organizações modernas e os consultores mais renomados

vêm se utilizando, cada vez mais, desse recurso para

reforçar o conteúdo de seus programas e estratégias de

treinamento e desenvolvimento corporativo.

Combinando a arte com sabedoria, vivência e

sensibilidade, a autora produziu uma peça literária

inigualável. Adquiri-la é uma maneira inteligente de

crescer como pessoa e protagonizar o principal diferencial

das organizações. O conhecimento.” (CAMPOS apud

BRANDÃO, 2004)1.

Em artigo veiculado na Internet, Brandão reitera a importância do

Cinema na promoção dos valores humanos e culturais:

“... o Cinema pode ser um excelente elo de conexão e

formação da consciência de que a bagagem cultural é um

instrumento valioso por meio do qual o profissional pode

se ajustar ao seu cenário de atuação e onde também

certamente incorporará outras formas de expressão

criadora.

Assim, o fenômeno do conhecimento transversal, que

pressupõe a convergência de áreas de conhecimento,

tem sido uma prova cada vez maior que o mundo da

comunicação, o do Cinema e o cultural são áreas que,

trazendo o valioso componente de suas especificidades,

se agregam e se complementam num todo maior e muito

rico.” (BRANDÃO, 2009, anexo 1).

12

1.1 – A Teoria do Cinema

Diante do quadro apresentado, torna-se oportuno discorrer, em

breves palavras, sobre a teoria do Cinema. A exibição de um filme encerra

muito mais do que uma simples seqüência de imagens, que “conta uma

estória” e diverte as pessoas. Existe um complexo aparato: desde a

concepção da obra, passando pela seleção do elenco, locação dos espaços,

produção, filmagens, edição, até chegar à distribuição e exibição do produto

final. É uma gigantesca indústria, que movimenta um infindável universo de

recursos. A entrevista com o diretor Guel Arraes apresenta um pouco desse

complexo desafio (anexo 2).

Por isso, a produção de um filme não é algo aleatório. Existe uma

intenção pré-definida, que pode ser utilizada para atender determinados

interesses, inclusive no que se refere à qualificação de Recursos Humanos.

Para tanto, se faz necessário conhecer a teoria sobre o tema, a fim

de melhor entender a magia existente. "A teoria do Cinema possui uma

tradição, já quase centenária, onde são pensados os pressupostos teóricos

que envolvem a reflexão sobre a imagem em movimento em sua forma

narrativa." (RAMOS, 2000, p. 125).

1.2 – Ideologia do simbólico

Muitos estudiosos alertam sobre a ideologia presente em qualquer

obra Cinematográfica. Para Marcelin Pleynet, existe uma relação entre “a

câmera” e a "perspectiva monocular": “...se a câmera, na situação ideológica

historicamente determinada em que nos encontramos, produz imagens que

são cúmplices ideológicos da ideologia dominante, não é porque as imagens

reproduzem o mundo... mas porque ela constrói uma representação espacial

1 Depoimento de Luiz Carlos Campos, Presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), constante do verso da capa da obra em questão.

13

afinada aos artifícios historicamente determinados da perspectiva monocular.”

(PLEYNET apud XAVIER, I, 1983, p. 387).

Para os redatores de Cinéthique (revista especializada em Cinema), “a

perspectiva, bem como o espaço, não é uma realidade estável, exterior ao

homem. Aliás, não há uma perspectiva, mas perspectivas cujo valor absoluto é

equivalente e que se constituem sempre que um grupo de indivíduos convém

atribuir a um sistema gráfico um valor de análise e de representação estável,

exatamente como quando se trata de um alfabeto.” (Cinéthique apud XAVIER,

1977, p. 128).

Nesse mesmo sentido, Ismail Xavier defende que “...se diante da

imagem Cinematográfica ocorre a famosa "impressão de realidade", isto se

deve a que ela reproduz os códigos que definem a "objetividade visual",

segundo a cultura dominante em nossa sociedade; o que implica dizer que a

revolução fotográfica é "objetiva" justamente porque ela é resultado de um

aparelho construído para confirmar a nossa noção ideológica de objetividade

visual...” (XAVIER, 1977, p.128).

A "impressão de realidade" acaba então figurando como a afirmação

de uma "ideologia de representação do espaço-tempo elaborada

historicamente", chamada pelos redatores de Cinéthique de "efeito-câmera"

(XAVIER, 1970, p. 128). Dessa forma, ocorre uma cristalização de valores,

comportamentos e atitudes, segundo os interesses econômicos, políticos e

sociais de seus promotores e idealizadores.

A seqüência é montada de tal forma a garantir um mecanismo de

identificação, por meio do qual o espectador, consciente ou inconscientemente,

participa da trama e se coloca no lugar dos personagens. Ele ocupa um ponto

de vista privilegiado, distanciado do objeto de sua observação, sendo

emocionalmente conduzido, numa disposição meramente passiva.

14

Jacques Aumont propõe uma nova abordagem ao tema, afastando a

questão ideológica e sugerindo que o simbólico encontra-se muito mais

presente. Por isso, defende que toda obra Cinematográfica tem

“necessariamente efeito sobre esse espectador como indivíduo” (AUMONT,

2004, p. 188). Ao mesmo tempo, sendo uma expressão simbólica da realidade,

cada obra tem um alcance que ultrapassa o individual, para atingir a esfera

social, na medida em que estabelece condutas humanas antes inimagináveis,

que, na tela, não só se tornam possíveis, mas plenamente admitidas e

aceitáveis.

Por outro lado, Lopes (1980) defende que os fatores básicos da

motivação humana são o hedonismo e o idealismo. O homem não deseja a dor

ou o desconforto, mas o prazer e o conforto. Nesse sentido, o Cinema pode

ser um valioso instrumento na promoção da sensação de bem-estar individual

e coletivo, despertando ideais comuns, ainda não revelados ou há muito

adormecidos. Dessa forma, é possível aproximar pessoas, aumentar a

motivação e o desempenho individual, melhorar o ambiente de trabalho, e, por

conseguinte, otimizar o resultado da equipe.

1.3 – Experiências práticas

A utilização do Cinema como instrumento de reflexão individual e de

motivação coletiva não é uma iniciativa recente. Desde seus primórdios, o

Cinema serviu para influenciar e conduzir os rumos da história, inclusive no

campo ideológico. Países desenvolvidos utilizaram essa arte como instrumento

de propaganda política e de imposição de seus valores, dos seus costumes e

de sua visão de mundo.

Mas existem inúmeros exemplos de pessoas e de instituições que

utilizaram o Cinema de forma criativa e inovadora, agregando valor às

interações sociais e contribuindo na formação de pessoas mais reflexivas e

capazes. Algumas dessas experiências se transformaram em livros, citados a

seguir:

15

1.3.1 – O Clube do filme.

David Gilmour viveu uma experiência inusitada com seu filho de 16

anos, vivência que ele transformou no livro “O Clube do Filme”. Sem trabalho

fixo, com dificuldades financeiras e o filho de 16 anos reprovado em todas as

matérias do ensino médio, ele se lançou nessa grande aventura.

Gilmour viveu um momento muito crítico. Diante da falência, da

desorientação e da infelicidade desse filho-problema, o pai fez uma oferta fora

dos padrões: o garoto poderia sair da escola e ficar sem trabalhar. Desde que

assistisse, semanalmente, a três filmes escolhidos pelo pai.

Pai e filho viram e discutiram o melhor e o pior do Cinema: de “A Doce

Vida” (o clássico de Federico Fellini) a “Instinto Selvagem” (o thriller sensual

estrelado por Sharon Stone); de “Os Reis do Iê Iê Iê” (hit Cinematográfico da

Beatlemania) a “O Iluminado” (interpretação primorosa de Jack Nicholson,

dirigido por Stanley Kubrick); de “O Poderoso Chefão” (um dos melhores

filmes) a “Amores Expressos” (cult romântico e contemporâneo do coreano

Wong KarWay).

Essas sessões os mantinham conversando sobre mulheres, música,

dor de cotovelo, trabalho, drogas, amor, amizade e abriam as portas para o

universo interior do adolescente, no momento em que geralmente elas se

fecham para os pais.

Com essa aposta diferente na recuperação e na formação de um rapaz

que estava perdido, formaram “O Clube do Filme”, experiência transformada

em livro. Essa obra tornou-se best-seller no Canadá e na Alemanha, e teve os

direitos de publicação vendidos para dez países.

David Gilmour, que é crítico de Cinema e escritor premiado, oferece

uma percepção singular sobre filmes, roteiros, diretores e atores inesquecíveis,

16

ao relatar essa vivência com olho clínico e muita sinceridade. O autor

emociona ao colocar os leitores diante da descoberta da vida adulta pelos

olhos de um jovem, e dos dilemas da adolescência administrados por um pai

muito presente.

Nas palavras de Gilmour: “É um exemplo do que o Cinema é capaz, de

como os filmes podem vencer suas defesas e realmente atingir seu coração”.

“É um relato sincero sobre como é difícil crescer, como é difícil ver

alguém crescer, e como no meio da raiva e da desordem de uma família não

há nada tão bem-vindo quanto um filme” (The New York Times).

“Gilmour lida habilmente com a nostalgia não só do Cinema, mas

também dos pais, que assistem ao crescimento de seus filhos e ao

desenvolvimento de vidas independentes” (Publishers Weekl).

“O que surge para o leitor é um belo retrato de pais e filhos, sem

retoque, com imperfeições, parcial, repleto de mágoa e afeição” (Newsweek).

1.3.2 – Leve seu Gerente ao Cinema

Num primeiro momento, Cinema e Recursos Humanos são áreas sem

qualquer relação. No entanto, Myrna Silveira Brandão, autora do livro “Leve

seu Gerente ao Cinema: Filmes que Ensinam”, demonstra exatamente o

contrário. Além de jornalista e socióloga, Myrna é administradora, com pós-

graduação em Recursos Humanos. Com vasta experiência nesse campo, ela

prova que a sétima arte pode ser uma grande aliada no processo de

qualificação e desenvolvimento profissional.

Vários filmes são indicados, cada qual com um tema específico. Se o

assunto for o clima organizacional, uma das sugestões é utilizar o filme “O

Informante”, onde a questão ética é apresentada de forma inteligente e

instigante. Já o empreendorismo pode ser trabalhado na trama de “Cidadão

Kane”, que explora o exercício do poder, seu alcance e limitações.

17

A imprevisibilidade do ser humano e seus diferentes traços culturais

podem ser encontrados no premiado “Eu, Tu, Eles”. A criatividade pode ser

explorada no filme “Orfeu”, uma excelente adaptação da tragédia grega antiga.

Ao final de cada apresentação, a autora sugere tópicos que podem ser

utilizados para debate e aprofundamento das questões.

Difícil é o tema que não tenha sido abordado em filme. Por isso, ele se

apresenta como um valioso instrumento nos programas de treinamento e

desenvolvimento profissional. A complexidade e os desafios da vida moderna

podem ser retratados na telinha e servir como meio lúdico e atraente para gerir

e capacitar pessoas. Nesse sentido, Carlos Alberto Mattos produziu um artigo

muito interessante (anexo 4), que explora a importância dessa obra.

1.3.3 – Em Cartaz

Ricardo de Almeida Prado Xavier, autor do livro “Em Cartaz”, é

administrador de empresas e Diretor-Presidente da Manager Assessoria em

Recursos Humanos. Ele revela que gosta muito de Cinema, pois é uma forma

inteligente de diversão, na medida em que minimiza os problemas do trabalho,

além de revigorar a disposição e a motivação para enfrentar os desafios do

dia-a-dia.

Como profissional de Recursos Humanos, o autor é um grande

defensor da extrema importância do desenvolvimento profissional e pessoal de

cada trabalhador. Por isso, sugere o Cinema como um excelente instrumento

na administração do conhecimento, constituindo-se numa oportunidade

atraente de aprendizagem coletiva.

Ele estimula as pessoas a se divertirem por meio de bons filmes,

assimilando bons conceitos para a vida prática. Aprender é necessário, mas

nem sempre é fácil. O estudo requer esforço árduo e contínuo. Falta de tempo,

distâncias geográficas, limitações econômicas dificultam o acesso aos cursos

oferecidos no mercado. Dessa forma, o autor sugere o Cinema como forma de

aprender, tanto na esfera individual, quanto no treinamento de equipes.

18

1.3.4 – Filmes para ver e aprender

“Filmes para Ver e Aprender” é outra obra que, a partir do Cinema,

propõe uma análise das situações e das questões humanas apresentadas. A

experiência e o olhar único de cada espectador é a garantia de que a análise

coletiva de uma obra Cinematográfica pode agregar valor à vida prática de

todos.

Filmes como “Spartacus”, “Central do Brasil”, “Sonhos”, “Maré

Vermelha” e “Doze Homens e uma Sentença” estimulam a reflexão sobre

temas da mais alta relevância para a convivência em sociedade e servem para

humanizar os profissionais modernos, que, por conta da tecnologia, estão se

“robotizando” cada vez mais.

19

CAPÍTULO II

GERENTES EM AÇÃO

... a experiência humana é única em cada momento.

Como já referenciado, o Cinema pode ser um valioso instrumento na

melhoria da qualificação profissional dos quadros de uma organização. Os

artigos e matérias constantes dos anexos 1, 2, 4 e 5, bem como a bibliografia

citada (p. 69) e a consultada (p. 68) reforçam isso.

No entanto, para comprovar na prática a eficiência dessa tese, foi

realizada uma experiência envolvendo 20 (vinte) gerentes de atendimento de

uma grande instituição financeira, que trabalham em diferentes agências do

centro da cidade do Rio de Janeiro.

No dia 20 de janeiro de 2010, os referidos profissionais foram reunidos

com a proposta de colocar em prática um novo programa institucional. O

objetivo desse Programa é melhorar a qualidade do atendimento das agências,

implementando medidas simples e imediatas, para ir ao encontro das

necessidades dos clientes.

Com a finalidade de incentivá-los nesse desafio, foi exibido um trecho

editado do filme “À Procura da Felicidade”, com Will Smith (anexo 3). Em

seguida, iniciou-se um debate, onde cada participante apresentou suas

impressões sobre a mensagem transmitida e como ela se encaixava na

realidade individual dos interlocutores.

O ambiente descontraído e informal permitiu uma troca muito

produtiva. Todos se mostraram sensibilizados com a história real de Chris

Gardner (Will Smith), um vendedor que enfrenta sérias dificuldades financeiras.

Abandonado pela esposa, Chris precisa cuidar de Christopher, seu filho de

cinco anos, além de trabalhar como vendedor para sobreviver. Mas, sem se

20

deixar abater, o protagonista consegue mudar a sua história, conquistando um

emprego melhor, à custa de grande esforço e determinação.

Diante desse quadro, foi lançado um desafio: durante um mês, os

gerentes participantes deveriam aplicar, em sua área profissional, os

ensinamentos colhidos no filme. Ao final desse período, cada qual exporia sua

experiência e responderia a uma pesquisa de opinião.

Em 25 de fevereiro de 2010, foi realizada nova reunião, momento em

que os gerentes compartilharam suas experiências, de forma entusiástica e até

comovente. Todos preencheram uma pesquisa de opinião (anexo 06), por

meio do qual foi possível qualificar e quantificar as impressões do referido

grupo.

A seguir, estão destacadas as questões levantadas, bem como o

resultado final dessa pesquisa:

2.1 - Pesquisa de opinião

2.1.1 – Pergunta 1

“Em sua opinião, os filmes podem influenciar o comportamento

profissional das pessoas? Por quê?”

Sim: 18 (90%) – Não: 02 (10%) – (p. 63 e 67).

A maioria ponderável considerou que os filmes podem influenciar o

comportamento profissional das pessoas. Na justificativa, muitos gerentes se

referiram a valores, identificação, inspiração, exemplos de vida e outros

elementos que podem motivar os profissionais:

“Pois todo filme expressa uma idéia, seja ela boa ou ruim. E as

pessoas, ao assistirem, tomam para si alguns valores, mesmo

sem perceber.”;

21

“O comportamento dos personagens em certos filmes faz com

que possamos refletir sobre nossas atitudes no dia a dia, tanto

profissional, quanto pessoalmente.”;

“Porque muitas vezes nos identificamos com os personagens

do filme... buscamos inspiração para ser utilizada em nossa

vida profissional.”;

“O ser humano, de maneira geral, é muito influenciável e os

filmes... podem conter histórias de vida e exemplos a serem

seguidos...”;

“Os filmes são representações que permitem a imediata

identificação dos espectadores com a narrativa. É através

dessa identificação que as pessoas podem se deixar

influenciar.”.


“Algum filme influenciou a sua vida profissional? Em caso afirmativo,

qual e como?”

Sim: 13 (65%) – Não: 07 (35%) – (p. 63 e 67).

“Vários filmes. Para citar um, Patch Adams traz lições valiosas

para a vida pessoal e profissional, ao mostrar como fazer

diferente traz recompensas...”;

“... um médico muito competente, porém insensível e que reviu

todos os seus conceitos, quando passou a ser paciente no

hospital onde trabalhava.”;

“O filme “Um dia de fúria” fez eu repensar meus conceitos

sobre atendimento, pois você nunca sabe como vai estar o

humor de seu cliente, ele pode estar em seu dia de fúria.”;

“O Amor é contagioso” faz você refletir sobre a forma de tratar

as pessoas... ao invés de vermos as necessidades do clientes,

nos preocupamos com o nosso sistema.”;

“Foi “À Procura da Felicidade”... influenciou no sentido de

buscar possibilidades, oportunidades. Me ensinou a ter mais

22

garra e força de vontade, a ter esperança e determinação

maiores.”;

“Coração Valente, mostrando a capacidade que se pode ter em

motivar pessoas para alcançar um objetivo, mesmo que pareça

impossível.”.


“Você já havia assistido o filme "À procura da felicidade"?”

Sim: 12 (60%) – Não: 08 (40%) – (p. 64 e 67).

Essa pergunta é complementada pela pergunta 4.


“Ao ver o compacto apresentado em nossa última reunião, você se

sentiu motivado a assistir o filme por completo (primeira vez) ou a revê-lo?”

Sim: 16 (80%) – Não: 04 (20%) – (p. 64 e 67).

A comparação entre as perguntas 3 e 4 demonstra que esse filme,

mesmo conhecido da maioria dos interlocutores, foi capaz de gerar novas

reflexões e posturas.


“Se você tivesse que resumir esse filme em uma única palavra, qual

seria?”

As palavras citadas foram as seguintes: “determinação”,

“perseverança”, “inspiração”, “acreditar”, “superação”, “persistência”, “garra”.


“Você se identifica com o protagonista do filme? Por quê?”

Sim: 15 (75%) – Não: 05 (25%) – (p. 65 e 67).

Essa questão é muito interessante na medida em que, além de grande

parte se identificar com o protagonista, muitos se compararam com o

personagem, reconhecendo ou não características importantes na conquista

23

do espaço profissional. Essa foi uma reflexão de extrema importância para

cada um:

“Porque eu tive de enfrentar dificuldades para sair do meu

ponto de partida e ser muito determinada, pois na

primeira entrevista de emprego que fiz para um cargo de

auxiliar de escritório, a pessoa que me entrevistou me

tratou mal e me sugeriu que eu fosse balconista de uma

loja e sem avaliar minhas competências e atitudes.”;

“Porque me considero tão guerreiro e persistente na

busca dos meus objetivos.”;

“... me identifico quanto a ter esperança, determinação,

responsabilidade, atitude. Mas me falta o lado criativo e

extremamente ativista.”;

“O protagonista se apresenta como um sujeito batalhador,

que alcançou o sucesso através de árduo trabalho,

superando uma série de adversidades. Guardadas as

devidas proporções, passei por situações parecidas.”.


“Quais as competências presentes no filme?”

Antes de tudo, torna-se oportuno definir o que é competência:

“Competência é a transformação de conhecimentos,

aptidões, habilidades, interesse, vontade, etc, em

resultados práticos. Ter conhecimento e experiência e

não saber aplicá-los em favor de um objetivo, de uma

necessidade, de um compromisso, significa não ser

competente...

Competência é, portanto, resultante da combinação de

conhecimentos com comportamentos. Conhecimentos

que incluem formação, treinamento, experiência,

24

autodesenvolvimento. Comportamento que engloba

habilidades, interesse, vontade.” (RESENDE, 2003, p.

32).

Os pesquisados demonstram possuir um conhecimento empírico sobre

a questão das competências, sendo que destacaram as seguintes:

“determinação”, “perseverança”, “obstinação”, “ousadia”, “relacionamento

interpessoal”, “superação”, “honestidade”, “humildade”, “auto-estima”,

“liderança”, “disciplina”, “autoconfiança”, “objetividade”, “pró-atividade”,

“atitude”, “criatividade”, “competência”, “coragem”, “motivação”, “ética”.


“Nos últimos 15 dias, você conseguiu aplicar os ensinamentos do filme

em sua vida profissional?”

Sim: 14 (70%) – Não: 06 (30%) – (p. 65 e 67).

Uma quantidade expressiva confirmou que o filme foi responsável por

desenvolver uma atitude favorável aos propósitos inicialmente sugeridos.


“Com a presente experiência, quais foram os ensinamentos que você

incorporou à sua vida profissional?”

Os participantes apresentaram evidências substanciais no sentido de

confirmar a influência do filme em questão:

“Melhorei minha auto-estima e me fez pensar mais sobre

minhas atitudes profissionais.”;

“Acreditar que sempre é possível atingir objetivos e

acreditar em seus sonhos, além de acreditar que todos

são capazes, independente da aparência.”;

“... o principal foi me aproximar mais de todas as pessoas

no trabalho.”;

“Não desistir de meus objetivos.”;

25

“Superar as situações adversas e planejar as ações para

obter melhores resultados.”;

“... ter mais criatividade para alcançar determinados

objetivos e observar mais atentamente as possibilidades”.

“Assumir riscos, perseverar.”;

“Analisar as situações, não perder a esperança e

estabelecer alvos.”;

“Correr atrás de meus objetivos, sem me deixar levar

pelas frustrações.”;

“Nunca desistir, nunca perder a esperança, focar o

objetivo.”;

“Que quem “lida com gente” tem que “ser gente”, ou seja,

tem que aprender a todo instante.”;

“Mesmo na adversidade, nunca desistir.”;

“Não desistir dos projetos no meio do caminho.”;

“... acreditar em si mesmo é o primeiro passo para

alcançar objetivos.”;

“Não desistir jamais de buscar em todos os momentos a

melhoria dos processos diários.”;

“Continuar sendo determinado para alcançar objetivos.”.


“Você considera a utilização de filmes como um instrumento eficiente

na melhor qualificação dos profissionais de uma instituição?”

Sim: 20 (100%) – Não: 00 (0%) – (p. 66 e 67).

De forma unânime, os participantes confirmaram a importância da

utilização de filmes no aprimoramento profissional dos quadros de uma

organização.

26

CONCLUSÃO

Por meio deste trabalho, foi possível demonstrar como o Cinema pode

ajudar no aprimoramento dos Recursos Humanos. Isso porque existe uma

estreita relação entre ambos. Essa realidade pode ser explorada no sentido de

otimizar as relações interpessoais, consolidando as crenças e os valores

individuais e coletivos, além de criar um clima organizacional mais favorável às

ações institucionais.

O ser humano tende a observar e a tomar uma atitude diante dos

modelos que lhe são apresentados. O Cinema é um poderoso instrumento de

promoção dos mais variados modelos, na medida em que, num curto espaço

de tempo, consegue mergulhar os espectadores nas tramas mais complexas e

empolgantes, impedindo uma postura indiferente diante dos apelos

apresentados.

O profissional dos dias atuais necessita desenvolver uma visão

sistêmica, pensando globalmente, mas agindo localmente. A transmissão, a

assimilação e a gestão do conhecimento se constituem em grandes desafios

para as organizações, tanto educacionais, quanto empresariais. Nesse sentido,

o Cinema se apresenta como um excelente indutor de reflexões individuais, de

debates e de mudança do clima organizacional, podendo contribuir, inclusive,

para o aperfeiçoamento cultural.

De uma forma didática e agradável, o Cinema pode desenvolver várias

competências, sendo que uma é de grande valia no mercado, qual seja, a

visão sistêmica. A definição dessa competência esclarece bem a sua

dimensão e importância:

“A competência “visão sistêmica” é a capacidade de

compreender o todo, a partir da identificação das partes

de uma situação ou contexto e perceber a interação e a

interferência de uma parte sobre as demais. Essa é uma

27

competência que apresenta muitas oportunidades de

melhoria na maioria das pessoas. Sua ausência faz com

que o humano se feche em seu mundo, ou seja, na sua

“caixinha”: realidade pessoal, área, departamento,

unidade estratégica, etc.” (QUEIROZ, 2008, p. 91).

O Cinema ainda tem a possibilidade de simular situações “quase

reais”, onde o espectador vive emoções, por meio das quais pode se conhecer

melhor, identificando as competências e as habilidades que possui e as que

são incompatíveis com seu perfil pessoal e profissional. Como afirma Resende,

só assim poderão garantir sucesso em suas ações:

“Indivíduos, profissionais e empresas precisam, portanto,

desenvolver condições e recursos para saberem

identificar e ajustar suas competências às das atividades

que desenvolvem, e, assim, assegurarem sucesso nos

seus objetivos de vida e negócio”. (RESENDE, 2003, P.

115).

O Cinema tem a capacidade de influenciar diretamente a disposição

mental das pessoas, sugerindo uma visão do mundo, das pessoas, das

atividades, e acentuando ou minimizando preconceitos. Dessa forma, pode

motivar as pessoas e melhorar o clima organizacional:

“Clima organizacional... é influenciado pelo conjunto de

valores e de atitudes que afetam a maneira como as

pessoas se relacionam... é favorável quando proporciona

satisfação das necessidades pessoais dos participantes e

elevação do moral... influencia o estado motivacional das

pessoas que, por sua vez, são influenciadas por ele.

... as pessoas agem em resposta à sua interpretação

pessoal dos fatos organizacionais, ou seja, de acordo

28

com a imagem mental que formulam sobre os problemas

e desafios de seu dia-a-dia. O mais importante na

determinação do clima não é a natureza dos fatos, e sim

sua interpretação pelas pessoas envolvidas.” (GARRET,

2006, p.103).

Por fim, Teixeira ensina a importância da organização possuir uma

visão de futuro. Tal visão deve ser compartilhada com todos os seus

colaboradores, pois só assim poderá motivar pessoas e se tornar uma

realidade:

“São elementos-chave de uma visão a mobilização de

sentimentos e emoções no sentido de atender as

necessidades e expectativas, definir o que pretendemos

atingir e representar algo que valha a pena buscar. A

visão dá significado ao trabalho das pessoas,

convidando-as a serem simples e a se basearem em duas

aspirações humanas básicas: a motivação e a qualidade.”

(TEIXEIRA, 2009, p. 88).

O Cinema é uma ferramenta muito eficaz na qualificação,

aprimoramento e motivação dos Recursos Humanos. Sua utilização apresenta

tantas possibilidades quanto os filmes existentes. Isso ficou demonstrado tanto

por meio da bibliografia apresentada (p. 68 e 69), quanto nos artigos e

matérias citadas (anexos 1 a 5) A pesquisa de opinião (anexo 6) serviu apenas

para ratificar essa constatação.

Por isso, o Cinema pode e deve ser utilizado pelos gestores, no

sentido de valorizar o maior patrimônio de toda e qualquer instituição: seus

colaboradores. Aliás, uma opinião registrada na pesquisa sintetiza a

importância desse tipo de iniciativa: “... o principal foi me aproximar mais de

todas as pessoas no trabalho.” (p. 44).

29

ANEXOS

Índice de anexos

Anexo 1 >> Artigo de especialista; Anexo 2 >> Entrevista; Anexo 3 >> Sinopse do Filme; Anexo 4 >> Internet; Anexo 5 >> Reportagem; Anexo 6 >> Pesquisa de Opinião; Anexo 7 >> Gráficos.

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ANEXO 1: ARTIGO

O Mundo Interconectado da Comunicação, da Cultura e do Cinema2.

Brevemente, estará nas telas 140, dirigido pelo irlandês Frank Kelly, um filme totalmente inspirado pelo Twitter. Kelly pediu a 140 pessoas de 23 países que filmassem durante 140 segundos, no dia 21 de junho, às 8 horas da noite (horário Greenwich), alguma coisa que tivesse a ver com o tema ‘Conexão’. A intenção era criar um fluxo de ideias e imagens sobre a conectividade, o compartilhamento de informações e trazer à tona canais de comunicação populares e emergentes, por meio da utilização do potencial que o Cinema tem nos componentes do cotidiano.

Esse é mais um dos inúmeros exemplos em que os filmes, de forma lúdica, onírica e mágica, podem de fato induzir a um mundo onde sonhos e desejos se materializam nas telas e onde a dimensão ficcional e imaginária pode acolher temas e culturas diferenciadas.

Por sua vez, no caso específico da cultura, as áreas de comunicação e da Cinematografia estão cada vez mais aliadas na visualização da dimensão cultural como uma questão estratégica para as organizações. O ambiente de trabalho torna-se igualmente cada dia mais multicultural, os povos estão fisicamente mais próximos, a tecnologia encurta distâncias e amplia os canais comunicadores. Barreiras e fronteiras são algo do passado. Em decorrência, vivemos uma época em que a capacidade de atuar em contextos globais diferenciados é uma competência essencial nos dias atuais.

Cruzar fronteiras virtuais e/ou reais, fazer parte e tirar valor das redes sociais – como o Orkut, Facebook, Twitter e outras que certamente virão – bem como utilizar competências para vencer desafios multiculturais diversificados, tornou-se um papel chave dos profissionais e gerentes no mundo atual. E principalmente, como alerta o pensador Ikujiro Nonaka, entender que a gestão do conhecimento gerada pelos citados mecanismos se apóia muito mais em canais adequados de comunicação do que propriamente na tecnologia.

Nesse contexto, o Cinema pode ser um excelente elo de conexão e formação da consciência de que a bagagem cultural é um instrumento valioso por meio do qual o profissional pode se ajustar ao seu cenário de atuação e onde também certamente incorporará outras formas de expressão criadora.

2 BRANDÃO, Myrna Silveira. O Mundo Interconectado da Comunicação, da Cultura e do Cinema. Disponível na Internet via http://www.nosdacomunicacao.com/panorama_interna.asp? panorama=193&tipo=G. Arquivo capturado em 03 de março de 2010.

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Assim, o fenômeno do conhecimento transversal, que pressupõe a convergência de áreas de conhecimento, tem sido uma prova cada vez maior que o mundo da comunicação, o do Cinema e o cultural são áreas que, trazendo o valioso componente de suas especificidades, se agregam e se complementam num todo maior e muito rico.

Como ensina o filósofo francês Edgar Morin, hoje já não se concebe mais o que ele chama ‘compartimentagem dos saberes’, sendo cada vez mais importante uma visão sistêmica e global do conhecimento em todas as áreas. A comunicação, o Cinema e a cultura são exemplos concretos disso.

Myrna Silveira Brandão é administradora, jornalista e socióloga. Trabalhou na Petrobras, no setor de Gestão com Pessoas, responsável pelas áreas de Avaliação de Treinamento, de Tecnologia Educacional e de Benefícios, entre outras. É autora dos livros ‘Leve seu gerente ao Cinema’ e ‘Luz, câmera, gestão – a arte do Cinema na arte de gerir pessoas’, ambos da Qualitymark Editora. Atualmente, assina a coluna ‘Filmes para uma reflexão corporativa’, na revista ‘Gestão & Negócios’, e realiza coberturas de festivais de Cinema no Brasil e no exterior.

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ANEXO 2: ENTREVISTA

Entrevista com o diretor - Guel Arraes3

1 - Como surgiu a idéia de fazer "Romance"?

GA - Começamos pela vontade de fazer uma história de amor. Mais especializados em comédias, tínhamos feito pouca coisa no gênero antes: a parte mais melodramática de "Lisbela e o Prisioneiro"; cenas românticas de "O Homem que Copiava", de Jorge Furtado; um ou outro trecho de "Comédias da Vida Privada"... A partir dessas experiências, afinamos um tom e desenvolvemos a história de atores que se apaixonam montando uma história de amor. Foi um artifício para abordar o tema __ o amor __ de duas formas diferentes: ao mesmo tempo em que os personagens vivem uma história de amor em suas "vidas", eles estão também discutindo a história do amor através da literatura com a montagem de "Tristão e Isolda".

2 - Como foram as filmagens?

GA - Ensaiamos algumas semanas no próprio teatro, onde se passava boa parte das cenas. Quando fomos filmar, de alguma maneira, já éramos uma pequena trupe de teatro, como no filme.

3 - Como foi feita a escolha do elenco?

GA - Esta é uma etapa fundamental e começa já na redação do roteiro. Costumo rever cenas dos atores que estou escolhendo e releio o texto pensando em cada um fazendo o papel. No caso de "Romance", houve uma preocupação extra, afinal a maioria dos personagens são atores. Representar, na vida real ou na ficção, é um dos temas do filme. Tratava-se, então, de escalar atores pra fazer papéis de atores. De alguma maneira, mais que o habitual, eles emprestam suas personalidades aos personagens.

Para a Ana, eu procurava uma atriz que tivesse a estampa de uma musa. Pensava que ela teria para o Pedro, seu diretor, o papel que teve, por exemplo, Leila Diniz para Domingos Oliveira ou Anna Karina para Godard. Na segunda parte do filme, seu caráter serviria também para convencer o público de que ela se transformou numa estrela de TV. Já Pedro é o "nosso" representante no filme. É um pouco a síntese deste grupo de diretores e roteiristas, com quem trabalho há anos. Wagner é um ator da nova geração com quem nos identificamos e que nos foi revelado pelo João Falcão em "A Máquina".

Já escrevemos a personagem da produtora pensando em duas atrizes: Andréa Beltrão ou Fernanda Torres. Se fosse a Nanda, ela se chamaria Andréa; como foi a Andréa, a personagem passou a se chamar Fernanda.

3 Disponível na Internet via http://www.academiabrasileiradeCinema.com.br/site/index.php? option=com_content&task=view&id=1043&. Arquivo capturado em 07 de março de 2010.

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O personagem do Vladimir exige várias qualidades: tem que ter pinta de galã e ser um bom comediante, para funcionar em dupla com a Andréa. O Wilker e o Nanini vieram porque precisávamos de bons atores de comédia com autoridade junto ao público para representar tanto um grande produtor de TV quanto um ator estrelado como o Rodolfo Maia. Tonico Pereira, Bruno Garcia e Edmilson Barros são atores que eu gosto muito e aceitaram participar em papéis pequenos.

4 - Como foi a divisão do roteiro com Jorge Furtado?

GA - Como sempre: vamos fazendo juntos à história. Conversamos algumas horas do dia para isso. Depois, dividimos as cenas e cada um escreve os diálogos separadamente. Daí, repassamos juntos o script, discutindo as cenas escritas, e vamos fazendo os sucessivos tratamentos. Desta vez, não nos encontramos ao vivo uma única vez. Nossa comunicação foi por Skype e e-mail, já que ele estava em Porto Alegre e eu, no Rio.

5- Como se deu a escolha de três estados como locação: São Paulo, Rio de Janeiro e Paraíba?

GA - São Paulo é o grande pólo produtor e consumidor de teatro do país. É lá que está a cena alternativa da qual fazem parte Ana e Pedro. O Rio concentra a produção de TV. Essa divisão geográfica ajuda a estabelecer melhor a dicotomia arte-indústria e também a separação do casal em determinado momento da história. A Paraíba surgiu mais tarde, pela necessidade de que o especial de o "Romance de Tristão e Isolda" fosse adaptado a algum ambiente típico do Brasil e gerasse a idéia de que o ator principal seria escolhido no local, introduzindo o personagem José de Arimatéia. O Nordeste era uma escolha natural. A cultura popular nordestina é ainda bastante ligada à sua herança medieval européia de onde nos vem a história de Tristão e Isolda. A literatura de cordel, por exemplo, é também chamada de romance de cordel. Além disso, há uma razão mais prosaica, que não participa diretamente da história: uma piscada de olho para a adaptação que eu tinha feito de "O Auto da Compadecida" e que usava a mesma conexão Nordeste - Idade Média.

6 - Como "Romance" se insere na sua filmografia?

GA - É um trabalho diferente da maioria dos trabalhos que já fiz para a TV e para o Cinema: pelo gênero, uma história de amor; e pela abordagem, mais pessoal.

7 - Por que a escolha de montar "Tristão e Isolda" no filme?

GA - O "Romance de Tristão e Isolda" é uma das matrizes principais dos contos de amor no Ocidente: inspirou de "Romeu e Julieta" a novelas da TV. A peça dentro do filme nos permitiu colocar falas na boca do Pedro, contando um pouco dessa história e criando um paralelo, entre o amor romântico dos amantes medievais e o amor contemporâneo do casal de "Romance".

8 - O personagem Pedro acredita que é preciso e possível fazer um trabalho de qualidade na televisão e enfrenta Danilo por causa disso.

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Com um trabalho de tantos anos na TV, como você vê a disputa entre os dois?

GA - Pedro é o herói, claro. Mas me identifico com algumas coisas do "vilão" Danilo. Tentar falar com o grande público, por exemplo. A discussão sobre o final da história termina sendo uma conciliação dos dois pontos de vista. Há duas histórias no filme: a "vida real" e a "ficção", e um final para cada uma, trágico e feliz, não necessariamente nesta ordem.

9 - Qual o seu processo de trabalho para filmar?

GA - Mesmo quando escrevo também o roteiro, como em "Romance", costumo me preparar bastante para as filmagens. Não trabalho muito com o improviso. Evidentemente, que incorporo aqui e ali uma gag, mas nada que marque, que interfira realmente na obra. Quando eu parto para filmar, já pensei tanto naquilo _ fiquei dois ou três meses trabalhando naquele roteiro - que acho difícil surgirem nas filmagens idéias muito melhores que aquelas que tivemos no processo de preparação.

Algo que também me preocupa quando estou na direção é a diversificação do material filmado. Eu não quero me arrepender na edição de não ter filmado todos os planos de que posso precisar. Por isso, filmo relativamente bastante.

10 - Como definiria a sua relação com as várias linguagens que aparecem em "Romance": teatro, TV e Cinema?

GA - Apesar das experiências com o teatro, na verdade, eu tenho um trabalho só: eu trabalho com TV e Cinema. Sempre procuro coisas que servem para a TV e para o Cinema.

11 - Você às vezes aparece nos créditos como produtor, outras como diretor ou roteirista, e até em várias posições ao mesmo tempo. Tem preferência por algum desses papéis?

GA - Escrever e dirigir é a tabelinha ideal. Sempre tive vontade de escrever roteiros, mas demorei a encarar isso. Foi o trabalho mais difícil para mim. Mas como já dirigia programas, fui arranjando desvios, adiando o dia em que ia ter mesmo que escrever. Hoje, escrevo muito laboriosamente. Começar a co-escrever roteiros renovou em mim a vontade e o prazer de dirigir. Quando você recebe o texto pronto, pode ter uma idéia na direção que o roteiro não te permite por em prática, o que acaba se transformando numa limitação.

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ANEXO 3: SINOPSE DO FILME

Cine Liderança: “À procura da Felicidade”4

Sinopse

O filme À procura da felicidade conta a história real de Chris Gardner (Will Smith), um vendedor que enfrenta uma série de obstáculos aparentemente intransponíveis, mas que tem uma força de vontade maior que tudo. Passando por sérias dificuldades financeiras, Chris foi abandonado pela esposa, precisa cuidar de Christopher, seu filho de cinco anos, e ainda trabalhar como vendedor para sobreviver. Na busca de um emprego melhor e um salário mais digno, ele tenta uma vaga de estagiário, sem remuneração, numa corretora de ações na esperança de que, no fim do programa, seja contratado.

Após o difícil período de estágio, Chris finalmente tem a confirmação de que conseguiu sua efetivação no cargo pretendido. Mas, até chegar esse dia, ele passa por toda sorte de adversidades, lutando para pagar o aluguel e as compras do supermercado e garantir um mínimo de dignidade para ele e seu filho. Contas vencidas, preocupações com Christopher, fracasso nas vendas de equipamentos e falta de oportunidades são algumas das inúmeras dificuldades enfrentadas corajosamente por ele.

Além de ser uma história humanista e tocante sobre o relacionamento de um pai com seu filho, o filme coloca em evidência várias situações que acontecem no cotidiano das organizações, mostrando como a força de vontade pode provocar uma grande transformação e a importância de resgatar pessoas como Chris, um verdadeiro exemplo de persistência na busca de seu sonho.

Observações

• A química perfeita entre pai e filho é levada à tela naturalmente, já que o ator mirim, Jaden Smith, é filho de Will na vida real.

• O verdadeiro Chris Gardner tem uma breve aparição no fim do filme, quando Chris caminha com seu filho no alto de uma colina. Nesse momento, eles cruzam com o Chris da vida real, aquele cuja história o filme se inspira.

4 BRANDÃO, Myrna Silveira. Disponível na Internet via http://www.lideraonline.com.br/artigo/ 49096-a-procura-da-felicidade.html. Arquivo capturado em 10 de março de 2010.

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Temas

Persistência, superação de obstáculos, resiliência, aprendizagem, sonhos, identificação do potencial, significado do trabalho, aproveitamento de talentos, quociente de adversidade, conflito, poder, liderança, determinação, inspiração, abdicação, motivação, quebra de modelos mentais, reconhecimento, aprendizado contínuo, aproveitamento das oportunidades, discriminação, autoconfiança, equilíbrio emocional, esperança, valores e integridade.

Transposição para a área de gestão de pessoas

• Enfocar, mediante análise das cenas que serão mostradas, aspectos que propiciem uma reflexão sobre a persistência em superar obstáculos para realizar um sonho.

• Proporcionar uma reflexão sobre a história de um ser humano e sua capacidade de elevação sobre todos os obstáculos.

• Proporcionar um debate sobre as efetivas práticas de gestão que evidenciem o valor do trabalho e o aproveitamento de talentos e mostrem que o mundo corporativo pode estar atrelado à felicidade do ser humano em sua vida pessoal e profissional.

• Tendo a história real do filme como pano de fundo, provocar reflexões sobre as pequenas ações que podem gerar grandes resultados no mundo corporativo.

• Tendo em mente a figura do personagem retratado no filme, realizar a transposição para as organizações, mostrando que os líderes podem fazer a diferença no aproveitamento de oportunidades e visualização de novas perspectivas.

• Transpondo a questão para as organizações, debater qual seria o papel e a responsabilidade social das empresas, especificamente dos líderes, na gestão de pessoas, para ajudar a mudar quadros adversos como o retratado no filme.

Sugestões para debate

• O filme é muito rico não apenas sob o ponto de vista do Cinema, mas também em função da possibilidade de transposição para o mundo corporativo. Após sua exibição, de preferência na íntegra, sugerimos um debate em torno dos seguintes aspectos:

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• A incrível persistência de Chris, que não esmorecia diante das dificuldades, o que acabou possibilitando que seu sonho fosse alcançado.

• O fato de, mesmo sob circunstâncias extremamente adversas, Chris jamais ter abdicado de seus valores básicos, sua conduta moral e integridade.

• A cena da entrevista na corretora e o empenho de Chris quando se inscreve num programa altamente competitivo, no qual somente 1 em cada 20 candidatos seria efetivado – observe suas atitudes ousadas e fora do convencional.

• A cena em que Chris diz para o filho nunca desistir de seus objetivos e jamais deixar que alguém, nem mesmo seu próprio pai, coloque-o para baixo ou diga que ele não é capaz de algo, aconselhando-o a sempre proteger os seus sonhos.

• As sequências vividas por Chris têm uma grande conexão com o mundo corporativo, como a identificação do potencial, as diferentes competências e a gestão de talentos.

• A cena em que o semblante de Chris reflete aquele misto de alívio, emoção e satisfação quando o objetivo é atingido, após uma busca repleta de obstáculos e dificuldades.

• O quociente de adversidade enunciado por Paul Stoltz, que mede a capacidade que temos para responder e reagir a situações adversas. Segundo ele, nosso potencial disponível pode ser muito maior que imaginamos.

• Quando o propósito é maior, as coisas acontecem. Num paralelo com o mundo corporativo, lembrar que, nas empresas, as metas também precisam ser definidas com base em alicerces sólidos e firmeza de propósitos. Da mesma forma como aconteceu com Chris, os profissionais de Recursos Humanos precisam visualizar oportunidades em cenários adversos, ocupar seus espaços na organização e não esmorecer diante dos problemas, incertezas e ameaças.

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• Debater o conceito de resiliência, mostrando o exemplo de pessoas que não esmorecem na conquista de seus objetivos, mesmo quando são submetidas a pressões e adversidades. Chris teve consciência de que o problema em si era menos importante que a atitude que tomaria em relação a ele. Assim, foi criativo na busca de relacionamentos que poderiam ajudá-lo; encarou cada dificuldade, encontrando formas de solucioná-las; compreendeu que os obstáculos o fariam sair da zona de conforto, mas, em última análise, proporcionariam crescimento; e, acima de tudo, teve persistência e coragem para lutar e superar as adversidades.

• Propor um debate sobre autoconfiança. Chris acreditava em seu potencial e lutou por seus sonhos, vencendo todas as dificuldades que lhe foram impostas.

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Ficha técnica

Título original: The pursuit of happyness

Título em português: À procura da felicidade

País: EUA

Ano: 2006

Direção: Gabrielle Muccini

Roteiro: Steve Conrad

Cinematografia: Phedon Papamichael

Música: Andrea Guerra

Elenco: Will Smith, Jaden Smith, Thandie Newton, Brian Howe, entre outros.

Gênero: Drama

Duração: 117 minutos

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ANEXO 4: INTERNET

LEVE SEU GERENTE AO CINEMA5

Procurando Nemo agradou a crianças e adultos, intelectuais e donas-de-casa, empedernidos e moderninhos. Agora sabemos que o filme da Disney/Pixar também pode interessar diretamente a patrões e empregados. Além de uma diversão de primeira e de um triunfo da animação computadorizada, é uma fábula sobre aprendizagem, espírito de equipe, assunção de riscos, superação de limites, busca de objetivos, solidariedade e outros tantos temas que interessam ao gerenciamento de Recursos Humanos nas empresas. É essa faceta específica do Cinema que Myrna Silveira Brandão ilumina no livro Leve Seu Gerente ao Cinema – Filmes que Ensinam. Cinqüenta obras são analisadas pelo instrumental que oferecem para a discussão de questões de pessoal nas organizações. Algumas parecem obrigatórias numa seleção como essa. São os casos de Recursos Humanos e A Agenda, do “especialista” Laurence Cantet, da comédia O Closet ou de O Sucesso a Qualquer Preço, de Sidney Lumet. Mas outros soam inesperados e ganham novos significados pela leitura de Myrna. Quem percebeu, por exemplo, que Buena Vista Social Club é um filme sobre a necessidade de se reconhecer talentos escondidos, por mais tarde que pareça? A abordagem somente tangencia aspectos estéticos e de linguagem Cinematográfica, e apenas quando estes se relacionam diretamente com os temas expostos. No mais, é um livro de análise de conteúdos, onde os ingredientes dramáticos e as “mensagens” se sobrepõem a qualquer outra coisa. Muitas vezes, essa orientação leva Myrna a desvelar ângulos que ficaram subestimados na recepção crítica de certos filmes. Não se trata, é bom dizer, de uma antologia de obras-primas do Cinema. Lá estão os clássicos Cidadão Kane (alcance e limitações do poder, ética, manipulação da opinião pública) e Tempos Modernos (alienação no trabalho, fragmentação de tarefas etc) ao lado de Lições de Vida e Patch Adams, filmes medíocres do ponto de vista artístico, mas recheados de dilemas para serem abordados num programa de desenvolvimento corporativo. Cada filme tem sua trama sintetizada, com destaque para os padrões de comportamento e de interação entre as personagens. Algumas declarações do diretor podem ser incorporadas para reforçar a argumentação da autora, que ao final destaca os temas passíveis de discussão dentro da empresa. O volume contém, ainda, uma série de orientações práticas sobre o uso do Cinema em treinamento e desenvolvimento de Recursos Humanos.

5 MATTOS, Carlos Alberto. Disponível na Internet via http://www.criticos.com.br/new/artigos/ critica_interna.asp?artigo=780. Arquivo capturado em 10 de março de 2010.

41

A jornalista e socióloga Myrna Silveira Brandão, presidente do Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro, é uma apaixonada estudiosa do tema da convivência humana no Cinema. Possui uma vasta experiência na utilização dos filmes como ferramenta de treinamento e desenvolvimento, o que a levou à diretoria cultural da Associação Brasileira de Recursos Humanos no Rio de Janeiro. No artigo que serve de introdução do livro, ela invoca o teórico Hugo Munsterberg, que dividiu o desenvolvimento do Cinema em externo (tecnológico) e interno (o seu uso pela sociedade). Assim, tomar os entrechos dos filmes como metáforas de comportamento válidas para as empresas e a vida ao seu redor seria uma maneira de estimular e aferir esse desenvolvimento interno do Cinema. Por mimetizar mais intimamente a vida social e por circular com mais desenvoltura no mercado, o Cinema americano domina os exemplos reunidos pela autora. Mas há também espaço para filmes iranianos, brasileiros, franceses e asiáticos. Edifício Master e Janela da Alma comparecem como ilustrações, respectivamente, da diversidade humana e da reformulação de paradigmas que pode nos ajudar a ver melhor o outro. Sua apresentação do documentário experimental Nós que Aqui Estamos por Vós Esperamos, de Marcelo Masagão, é um dos melhores momentos do livro. Há, ainda, os filmes abordados não por causa do tema, mas pelo seu entorno. De Body and Soul, o pioneiro filme negro de 1925, Myrna destaca o artifício usado pelo roteirista-diretor Oscar Micheaux para evitar a interdição de seu filme na censura: ele alterou o final, fazendo toda a história se converter em sonho de uma personagem. Ou seja, a busca de “soluções laterais”, fora do escopo principal do problema, pode ser decisiva em situações críticas. Na história de Joanne K. Rowling, que teve seu Harry Potter recusado por nove editoras antes de se tornar best-seller mundial, Myrna identifica um pecado mortal de desprezo de talento por erro de avaliação. Leve Seu Gerente ao Cinema tem muito para agradar não apenas a grupos de treinamento, mas a todos os que procuram no Cinema um material de reflexão sobre a vida em sociedade.

42

ANEXO 5: REPORTAGEM6

6 Disponível na Internet via http://www.abrhrj.org.br/typo/fileadmin/user_upload/RHNEWS/ rh_news_158_abril.pdf. Arquivo capturado em 12 de março de 2010.

Para incentivar empresários e

trabalhadores a enfrentar a crise financeira de maneira otimista, a Associação Brasileira de Recursos Humanos do Rio de Janeiro (ABRH-RJ) adotou para 2009 a campanha “Felicidade com Trabalho”, lançada oficialmente no último dia 24, durante a comemoração do seu 43º aniversário. Aliado à campanha está o projeto Cinema em T&D, que tem o objetivo de auxiliar nas discussões sobre diversos temas relacionados ao cenário da crise econômica atual, que desestrutura psicologicamente funcionários e empregadores, que

muitas vezes administram a crise mais em cima da incerteza do que na situação real e visível. Segundo a diretora cultural da ABRH-RJ, Myrna Silveira Brandão, os filmes selecionados para serem exibidos durante a campanha serão utilizados como ferramentas que têm um alto potencial de contribuir para os resultados de um programa de treinamento e desenvolvimento de todos envolvidos em uma corporação. “A aprendizagem não passa apenas pelo intelecto, mas também pela emoção, e poucos veículos têm tanto poder de convencimento e mexem tanto com a emoção como o Cinema”, afirma.

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ANEXO 6: PESQUISA DE OPINIÃO

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Pesquisa de opinião omitida para não ultrapassar o limite máximo de 5 MB.

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ANEXO 7: GRÁFICOS

Tabulação da Pesquisa na página 67.

1. Em sua opinião, os filmes podem influenciar o comportamento

profissional das pessoas? Por quê?

Sim90%

10%

2. Algum filme influenciou a sua vida profissional?

Sim65%

35%

64

3. Você já havia assistido o filme "À procura da felicidade”?

Sim60%

40%

4. Ao ver o compacto apresentado em nossa última reunião, você se

sentiu motivado a assistir o filme por completo (primeira vez) ou a

revê-lo?

Sim80%

20%

65

6. Você se identifica com o protagonista do filme?

Sim75%

25%

8. Nos últimos 15 dias, você conseguiu aplicar os ensinamentos do

filme em sua vida profissional?

Sim70%

30%

66

10. Você considera a utilização de filmes como um instrumento

eficiente na melhor qualificação dos profissionais de uma

instituição?

0,0%

20,0%

40,0%

60,0%

80,0%

100,0%

Sim

67

Tabulação da Pesquisa de Opinião Público-alvo: 20 Gerentes de uma grande instituição financeira

Data da pesquisa: 25/02/2010

68

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CABRERA, Luiz Carlos de Queirós; ROSA, Luiz Edmundo Prestes. Se Eu Fosse Você, o que Faria Como Gestor de Pessoas. São Paulo: Campus, 2009. 136 p. CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos: o Capital Humano das Organizações. São Paulo: Atlas Editora, 2004. 8ª ed. 522 p. COLODA, S. C. e VIA, I. N. Cinema e TV no Ensino. Porto Alegre: Sulina,

1972. HORNE, David; SEAGAL, Sandra. Human Dynamics - Um Novo Contexto Para Compreender Pessoas e Realizar o Potencial de Nossas Organizações. Rio de Janeiro: QualityMark, 1998. 416 p. LEME, Rogério. Aplicação Prática de Gestão de Pessoas por Competências. Rio de Janeiro: QualityMark, 2008. 2ª ed. 244 p. RABAGLIO, Maria Odete. Ferramentas de Avaliação de Performance com Foco em Competências. Rio de Janeiro: QualityMark, 2006. 2ª ed. 120 p. ROHM, Ricardo Henry Dias et al. Consultoria em Gestão de Pessoas. Rio de Janeiro: FGV, 2006. 2ª ed. 144 p. SEIFFERT, Peter Quadros. Gestão Humana para o Século XXI. Rio de Janeiro: QualityMark, 2005. 150 p.

XAVIER, Ricardo de Almeida Prado. Tudo o que aprendi com o Cinema: 27 lições tiradas de filmes para aumentar o desempenho de sua equipe. São Paulo: Gente, 2007.

69

BIBLIOGRAFIA CITADA

1 – AUMONT, Jacques. Teorias dos Cineastas. São Paulo: Papirus, 2004. 191 p.

2 – BRANDÃO, Myrna Silveira. Leve Seu Gerente ao Cinema – Filmes que

Ensinam. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2009. 2. ed. 256 p. 3 – _____________ Luz, Câmera, Gestão – A Arte do Cinema na Arte de Gerir

Pessoas. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2006. 240 p.

4 – _____________. O Mundo Interconectado da Comunicação, da Cultura e do Cinema. Disponível na Internet via www.nosdacomunicacao.com/panorama_interna.asp?panorama=193&tipo=G Arquivo capturado em 03 de março de 2010.

5 – CASTILHO, Áurea coord. BEZERRA, Carmela, et al. Filmes para ver e

aprender. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2003. 176 p. 6 – GARRETT, Alexandre; TACHIZAWA, Takeshy. Crenças e valores em

nossas organizações. São Paulo: Cultura, 2006. 208 p. 7 – GILMOUR, David. O Clube do Filme. Trad. Luciano Trigo. Rio de Janeiro:

Intrínseca, 2009. 239 p. 8 – LOPES, Tomás de Vilanova Monteiro. Motivação no trabalho. São Paulo:

FGV, 1980. 9 – QUEIROZ, Cláudio. As competências das pessoas: potencializando seus

talentos. São Paulo: DVS Editora, 2008. 110 p. 10 – RAMOS, Fernão. Guias e Enciclopédias, Cinema Brasileiro. São Paulo:

Senac, 2000. p. 664. 11 – RESENDE, Enio. O livro das competências: desenvolvimento das

competências: a melhor auto-ajuda para pessoas, organizações e sociedade. 2ª ed. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2003. 248 p.

12 – TEIXEIRA, Gilnei Mourão. Gestão Estratégica de Pessoas. Rio de

Janeiro: Editora FGV, 2005. 144 p. 13 – XAVIER, Ismail. Sertão Mar: Glauber Rocha e a Estética da Fome. São

Paulo: Editora Brasiliense, 1983.

http://www.nosdacomunicacao.com/panorama_interna.asp?panorama=193&tipo=G

70

14 – XAVIER, Ricardo de Almeida Prado. Em cartaz. São Paulo: Editora STS, 2003. 137 p.

71

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO ......................................................................................... 2 AGRADECIMENTOS ......................................................................................... 3 DEDICATÓRIA ................................................................................................... 4 RESUMO ............................................................................................................ 5 METODOLOGIA ................................................................................................ 6 SUMÁRIO........................................................................................................... 7 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 8 Capítulo I - CINEMA: FONTE DE CONHECIMENTO ...................................... 10

1.1 A Teoria do Cinema .............................................................................. 12 1.2 – Ideologia do simbólico ...................................................................... 12 1.3 – Experiências práticas ........................................................................ 14 1.3.1 – O Clube do filme. .......................................................................... 15 1.3.2 – Leve seu Gerente ao Cinema ....................................................... 16 1.3.3 – Em Cartaz ..................................................................................... 17 1.3.4 – Filmes para ver e aprender ........................................................... 18

Capítulo II - GERENTES EM AÇÃO ................................................................ 19

2.1 - Pesquisa de opinião ........................................................................... 20 2.1.1 – Pergunta 1 ..................................................................................... 20 2.1.2 – Pergunta 2 ..................................................................................... 21 2.1.3 – Pergunta 3 ..................................................................................... 22 2.1.4 – Pergunta 4 ..................................................................................... 22 2.1.5 – Pergunta 5 ..................................................................................... 22 2.1.6 – Pergunta 6 ..................................................................................... 22 2.1.7 – Pergunta 7 ..................................................................................... 23 2.1.8 – Pergunta 8 ..................................................................................... 24 2.1.9 – Pergunta 9 ..................................................................................... 24 2.1.10 – Pergunta 10 ................................................................................. 25

CONCLUSÃO .................................................................................................. 26

ANEXOS .......................................................................................................... 29 ANEXO 1: ARTIGO .......................................................................................... 30 ANEXO 2: ENTREVISTA ................................................................................. 32 ANEXO 3: SINOPSE DO FILME ..................................................................... 35 ANEXO 4: INTERNET ...................................................................................... 40 ANEXO 5: REPORTAGEM .............................................................................. 42 ANEXO 6: PESQUISA DE OPINIÃO ............................................................... 43 ANEXO 7: GRÁFICOS ..................................................................................... 61 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ...................................................................... 67 BIBLIOGRAFIA CITADA ................................................................................. 69 ÍNDICE ............................................................................................................. 71

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição:


Título da Monografia:


Autor:

LILIANE VIDAL MAHMOUD EL MOHI

Data da entrega:

07 DE ABRIL DE 2010

Avaliado por: Conceito:

universidade candido mendes pÓs-graduaÇÃo … · 5 resumo um dos maiores ... motivado a vencer...

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