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UMA EXPERIÊNCIA DE INFORMÁTICA APLICADA À EDUCAÇÃO COM ALUNOS DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO – UFRJ Henrique GANDRA - IBCCF/IM/NCE/UFRJ [email protected] Macário COSTA - IM/NCE/UFRJ [email protected] Jorge ZAVALETA - IM/NCE/UFRJ [email protected] Cabral LIMA - DCC/IM/UFRJ [email protected] 1- Introdução O primeiro computador digital, o Eniac, era baseado em válvulas e foi inaugurado em fevereiro de 1946, na Universidade da Pensilvânia durante a segunda guerra mundial, quando o exército americano procurava automatizar o cálculo de tabelas balísticas. A utilidade mais ampla desse invento foi imediatamente reconhecida por pesquisadores, que se empenharam na construção de modelos com mais memória interna e que incorporavam o conceito de programa armazenado, idealizado por John von NEWMANN, tornando a utilização prática dessa máquina mais fácil. A partir de 1960 os computadores, já transistorizados, tornaram-se menores e mais eficientes que os seus ancestrais a válvula. A partir de 1970 as indústrias passaram a construir os computadores utilizando circuitos integrados e por volta de 1978 iniciou- se a era dos computadores baseados em microprocessadores, que dominam o mercado até hoje. Com a miniaturização do hardware e o barateamento dos computadores veio a conseqüente disseminação dos mesmos, culminando com o surgimento do computador pessoal, que se consolidou definitivamente num curto espaço de cinco ou seis anos a partir do seu lançamento, em 1977.

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UMA EXPERIÊNCIA DE INFORMÁTICA APLICADA À EDUCAÇÃO COM

ALUNOS DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO – UFRJ

Henrique GANDRA - IBCCF/IM/NCE/UFRJ [email protected]

Macário COSTA - IM/NCE/UFRJ

[email protected]

Jorge ZAVALETA - IM/NCE/UFRJ [email protected]

Cabral LIMA - DCC/IM/UFRJ

[email protected]

1- Introdução

O primeiro computador digital, o Eniac, era baseado em válvulas e foi

inaugurado em fevereiro de 1946, na Universidade da Pensilvânia durante a segunda

guerra mundial, quando o exército americano procurava automatizar o cálculo de

tabelas balísticas. A utilidade mais ampla desse invento foi imediatamente reconhecida

por pesquisadores, que se empenharam na construção de modelos com mais memória

interna e que incorporavam o conceito de programa armazenado, idealizado por John

von NEWMANN, tornando a utilização prática dessa máquina mais fácil.

A partir de 1960 os computadores, já transistorizados, tornaram-se menores e

mais eficientes que os seus ancestrais a válvula. A partir de 1970 as indústrias passaram

a construir os computadores utilizando circuitos integrados e por volta de 1978 iniciou-

se a era dos computadores baseados em microprocessadores, que dominam o mercado

até hoje.

Com a miniaturização do hardware e o barateamento dos computadores veio a

conseqüente disseminação dos mesmos, culminando com o surgimento do computador

pessoal, que se consolidou definitivamente num curto espaço de cinco ou seis anos a

partir do seu lançamento, em 1977.

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Anais do VIII ENEM – Relato de Experiência GT 6 - Educação Matemática: Novas Tecnologias e Ensino a Distância 2

Paralelamente, no final dos anos 60, a Advanced Research Projects Agency, nos

Estados Unidos, criou uma rede experimental chamada Arpanet, que utilizava uma

tecnologia chamada packet switching (troca de pacotes) para o transporte de

informações, tecnologia esta, que é a base do que hoje conhecemos por Internet e que

implicou na criação da rede mundial de computadores e no conseqüente surgimento da

sociedade da informação.

Na área de software houve uma evolução bastante considerável, já que os

primeiros computadores eram programados através de uma linguagem de máquina,

escrita com o uso de números binários, quase ininteligível e que exigia profissionais de

alta qualificação para executar essa tarefa.

Posteriormente surgiram as linguagens simbólicas, conhecidas como

ASSEMBLER ou linguagens montadoras, que também necessitam de um alto grau de

especialização dos programadores. A popularização do desenvolvimento de software se

deu com o surgimento das linguagens de alto nível, como FORTRAN, que surgiu por

volta de 1956, para programação científica, e COBOL, em 1960, para programação de

aplicações comerciais (AQUINO, GANDRA e PATRÍCIO, 1990). Posteriormente

surgiram as linguagens para programação estruturada, como C, em 1972, e PASCAL, em

1975. A primeira linguagem que apresentava o conceito de classe foi SIMULA, em

1962, mas os conceitos de programação orientada a objetos surgiram com o

SMALLTALK, em 1983, EIFFEL, em 1986, C++, em 1992 e, mais recentemente, com

JAVA e Perl (DEITEL et al, 2002).

Com o desenvolvimento tecnológico nas áreas de hardware e de software e na

área de comunicação de dados, os computadores tornaram-se mais velozes em seu

processamento e também na tarefa de recuperação de dados distribuídos em redes

mundiais, o que possibilita a reunião de informações, as mais variadas, no âmbito de

todas as áreas de conhecimento.

Desde o surgimento dos primeiros computadores e posterior popularização

dessas máquinas, muitos pesquisadores das áreas de educação e de informática

iniciaram estudos para investigar as potencialidades da aplicação dos computadores para

fins educativos e, cada vez mais, a informática é considerada como uma poderosa

tecnologia de base para novas formas de ensino-aprendizagem, considerando que

através da utilização de produtos de software educacionais, a tecnologia pode contribuir

na formação educacional.

Os computadores destacam-se pela capacidade de controle, a habilidade de

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apresentar, receber, processar e gerenciar informações, atributos estes que se

assemelham às representações e processos envolvidos na aprendizagem humana

(KOZMA, 1987, apud STAHL, 1990).

Santos e Segre (1991) consideram a Informática como uma poderosa tecnologia

de base para novas formas de ensino-aprendizagem, mostrando que através da utilização

de produtos de software educacionais, a tecnologia pode contribuir na formação do

homem integral e crítico.

Para Stobaus e Giraffa (1991), o computador acrescenta novas dimensões ao

processo educacional, que não estariam disponíveis, com facilidade, em uma sala de

aula tradicional. A Teoria da Flexibilidade Cognitiva (SPIRO et al, 1992), que trata da

transferência do conhecimento e das habilidades e é especialmente formulada para dar

suporte ao uso da tecnologia interativa, preconiza que as atividades de aprendizado

precisam fornecer diferentes representações do conteúdo. Como resultado da evolução

dos computadores, surgiu a possibilidade de apresentação do conhecimento em várias

mídias diferentes, o que pode aumentar a eficácia do ensino e, conforme a abordagem,

permitir a individualização de atividades relacionadas ao processo ensino-

aprendizagem, o que é preconizado também pela Teoria das Inteligências Múltiplas de

Howard Gardner (GARDNER, 1994).Atualmente, observa-se um crescente interesse na

introdução das novas tecnologias de informação e comunicação (NTICs) no processo

ensino/aprendizagem. Educar para uma sociedade da informação significa muito mais

que treinar as pessoas para o uso das tecnologias da informação e comunicação: trata-se

de investir o mais precocemente possível na criação de competências suficientemente

amplas que permitam uma atuação efetiva e crítica, tomando decisões fundamentadas

no conhecimento e utilizando com fluência os novos meios e ferramentas em seu

trabalho.

Um dos desafios a serem enfrentados para a utilização das novas tecnologias de

informação e comunicação é a implantação de infra-estrutura adequada nas instituições

de ensino. Nesse sentido, o governo brasileiro, em parceria com estados e municípios,

tem investido em projetos como o PROINFO1 (Programa Nacional de Informática na

Educação), que tem como uma de suas metas introduzir novas tecnologias de

informação e comunicação na rede pública de ensino.

1 PROINFO é coordenado pela Secretaria de Educação a Distância (SEED/MEC). Maiores informações podem ser obtidas no site do PROINFO, no endereço http://www.proinfo.gov.br.

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Anais do VIII ENEM – Relato de Experiência GT 6 - Educação Matemática: Novas Tecnologias e Ensino a Distância 4

Paralelamente, é necessário que o professor possua fluência no uso das novas

tecnologias de informação e comunicação a fim de que possa adquirir a capacidade de

reformular conhecimentos, expressar-se criativamente, utilizar essas tecnologias na sua

prática pedagógica, bem como produzir e gerar informação.

Apresenta-se neste trabalho uma experiência realizada junto ao curso de

Licenciatura em Matemática da Universidade Federal do Rio de Janeiro, na disciplina

de Informática Aplicada ao Ensino dispensada no primeiro semestre do ano de 2003,

com a turma composta de 26 alunos, com o objetivo de fornecer conhecimentos teóricos

e práticos para utilização do computador como uma ferramenta de apoio ao exercício

profissional do futuro professor de matemática, abordando, entre outras coisas, tópicos

específicos de aplicação da informática nas diversas áreas do ensino de matemática.

2 - Informática na Educação e as Licenciaturas

No Brasil já podem ser encontrados cursos de Licenciatura em Matemática a

Distância, tal como o oferecido pelo Consórcio CEDERJ2 (Centro de Educação Superior

a Distância do Estado do Rio de Janeiro), formado pelas seis universidades públicas

sediadas no estado do Rio de Janeiro: Universidade Federal Fluminense – UFF,

Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ, Universidade Federal do Rio de

Janeiro - UFRJ, Universidade Estadual do Norte Fluminense - UENF, Universidade

Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO e Universidade Federal Rural do Rio de

Janeiro - UFRRJ, contando com 18 Pólos Regionais dos quais 14 pólos oferecem um

total de 780 vagas para o curso de Licenciatura em Matemática no Estado do Rio de

Janeiro (http://www.cederj.edu.br/vestibular/2004/).

Por outro lado, observa-se que a maioria dos cursos de licenciatura ainda não se

adequou às novas demandas educacionais da sociedade da informação, que exige cada

vez mais a utilização de recursos tecnológicos no cotidiano educacional. Poucos são os

cursos que incluem em seus currículos disciplinas ligadas a exploração de recursos

computacionais na educação.

Algumas instituições públicas e privadas, atentas a esta realidade, promoveram

mudanças curriculares introduzindo disciplinas que tratam da utilização dessas

2 CEDERJ é coordenado pela Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia (SECT), reunindo em consórcio as universidades públicas sediadas no Estado do Rio de Janeiro: UFRJ, UFF, UENF, UERJ, UFRRJ e a UNIRIO. Maiores informações podem ser obtidas no site do CEDERJ, no endereço http://www.cederj.rj.gov.br.

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tecnologias na prática pedagógica. Na Universidade Federal do Rio Grande do Sul -

UFRGS, por exemplo, o curso de matemática conta desde 1993, com disciplinas

denominadas “Computador I” e “Computador II”, que exploram atividades e estratégias

de ensino e aprendizagem adequadas aos diferentes níveis do 1º e 2º graus.

Outro exemplo é o do curso de Pedagogia da UNIRIO, que introduziu em seu

currículo, em 1999, a disciplina denominada “Introdução a Ciência da Computação”,

como matéria eletiva e a disciplina “Informática Educativa” como disciplina

obrigatória.

Na UFRJ, desde 1995, os cursos de Matemática e Física contam com uma

disciplina de 60 horas, denominada “Informática Aplicada ao Ensino”, que visa

apresentar conhecimentos básicos da área de informática e sua aplicação nos processos

educacionais.

Iniciativas como estas podem evitar que profissionais recém formados ingressem

no mercado de trabalho sem a fluência necessária para utilizar as novas Tecnologias da

Informação e Comunicação na sua prática pedagógica.

3 - Informática Aplicada ao Ensino no curso de Licenciatura em Matemática da

UFRJ

Segundo Costa (1999) a disciplina de Informática Aplicada ao Ensino para

Licenciatura em Matemática da UFRJ possuía originalmente uma ementa bastante

limitada, focada na linguagem LOGO (PAPERT, 1988). Em 1998, foram realizadas

alterações programáticas que passaram a incorporar no programa tópicos sobre as

políticas e projetos de Informática na Educação no Brasil, novas demandas educacionais

e profissionais, os diferentes usos do computador na educação e outras questões

importantes envolvidas na capacitação dos futuros professores.

Esses temas foram abordados, na época, utilizando trabalhos publicados em

congressos face à carência de livros sobre esses tópicos. Até então, na parte prática,

eram abordadas a utilização do sistema operacional Windows e seus aplicativos, as

possibilidades educacionais da Internet, além de exploradas as potencialidades do

ambiente MegaLogo®, uma versão da Linguagem LOGO para o ambiente Windows.

Como esta disciplina é uma oportunidade oferecida pelo curso para que os alunos

conheçam um pouco mais sobre as possibilidades da informática educativa, a partir de

2002 o enfoque pedagógico foi alterado visando ampliar o espaço de sala de aula

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tradicional através da utilização de novas tecnologias educacionais. Foram

demonstradas as possibilidades da utilização de ambientes de Educação a Distância e

selecionado um conjunto de softwares voltados para o ensino da matemática, dando

ênfase na importância do uso dessas novas tecnologias no ensino de matemática, suas

facilidades e as características funcionais dessas ferramentas.

Os temas foram trabalhados de forma teórica e prática, com aproximadamente,

20% do tempo para a parte teórica e 80% para a parte prática. As aulas passaram a ser

apoiadas por softwares específicos, instrumentando os futuros professores com

poderosas ferramentas capazes de facilitar a sua futura atuação no ensino das mais

diversas áreas da matemática.

A experiência aqui relatada durou um semestre, com uma turma composta de 26

alunos. A introdução dessas Tecnologias de Informação e Comunicação no cotidiano

dos futuros professores de matemática, também levou em conta a sua utilização em

processos remotos de aprendizagem.

As aulas foram ministradas no Laboratório de Informática da Graduação (LIG) do

Instituto de Matemática, laboratório este que dispõem de 30 microcomputadores ligados

em rede local com acesso à Internet, bem como um projetor (datashow) e respectiva

tela, o que facilitou o desenvolvimento das aulas teóricas e práticas.

Após um seminário inicial, que fazia uma revisão histórica da evolução e da

utilização do computador como ferramenta educacional, os tópicos ampliados nessa

edição do curso foram os seguintes:

Educação a Distância

o Definição de educação a distância (EAD) e Modelos de EAD,

o Ambientes Integrado de EAD, seus recursos e possibilidades,

o O AulaNet3 foi apresentado aos alunos e demonstrado como criar um

curso nesse ambiente,

3 O AulaNet é um ambiente de EAD baseado na Web desenvolvido pela Puc-Rio.

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Anais do VIII ENEM – Relato de Experiência GT 6 - Educação Matemática: Novas Tecnologias e Ensino a Distância 7

o Os alunos visitaram alguns outros endereços como o CEDERJ e a

UNIREDE4 (Universidade Virtual do Brasil) que possuem serviços de

Educação a Distância.

Figura 1: Ambiente de Educação a Distância AulaNet.

Utilização de software específico para o ensino de Matemática

Entende-se que um momento que despertou grande atenção dos alunos foi o da

utilização de softwares educativos específicos para matemática. Apresentaram-se

softwares aplicáveis ao ensino das diversas áreas da matemática, todos freeware ou

shareware disponíveis na Internet nos seguintes endereços:

http://www.universitario.net/cangelis/software.htm

http://www.mat.ufrgs.br/~edumatec/software/softw.htm

http://phoenix.sce.fct.unl.pt/modellus/

http://www.peda.com/poly/

http://perso.easynet.fr/~philimar/graphpapeng.htm

http://michaelshepperd.tripod.com/software.html

http://www.prof2000.pt/users/folhalcino/pontes/pontes.htm

http://math.exeter.edu/rparris/

Durante a experiência foram apresentadas algumas ferramentas educacionais

aplicáveis às diversas áreas do ensino da matemática. Todos os programas apresentados

foram trabalhados de forma teórica e prática, com aproximadamente, 20% do tempo

4 A UNIREDE é um consórcio formado por mais de 60 instituições de ensino federal entre universidades e escolas técnicas com objetivo de oferecer cursos a distância tanto de graduação, como de pós-graduação. Fazem parte da

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para as explicações teóricas e 80% para aplicações práticas, quando as funcionalidades

dos programas eram exploradas exaustivamente. Ao final de cada aula com duração de

4 (quatro) tempos, era solicitada aos alunos a elaboração de um plano de aula no qual o

software estudado seria utilizado como ferramenta pedagógica. Esse plano de aula foi

utilizado como material de avaliação de aprendizagem. Entre outros programas

apresentados, citam-se:

Poly: é uma criação Pedagoguery Software, que permite a investigação tridimensional

de sólidos (projeções bidimensionais que representam a sua tridimensionalidade), com

possibilidade de movimento, planificação da superfície total e de vista topológica.

Possui uma grande coleção de sólidos, platônicos e arquimedianos, entre outros.

Figura 2: Pirâmide construída utilizando o Poly.

O Poly apresenta características bastante interessantes como o movimento de

rotação do sólido mostrado através de uma interface atraente. Entende-se que este

software seja especialmente indicado para facilitar a compreensão intuitiva das

propriedades dos cubos, paralelepípedos, prismas, pirâmides, cilindros e cones, bem

como a visualização da planificação desses sólidos por alunos da 5a série.

UNIREDE instituições como a UFRJ, UNIRIO, UNB e muitas outras. Maiores informações podem ser obtidas no site da UNIREDE, no endereço http://www.unirede.br.

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Modellus: é um software para modelagem matemática interativa. Professores e

estudantes podem usar o Modellus para construir modelos matemáticos e explorá-los

com animações, gráficos e tabelas. Ao invés de simplesmente olhar equações algébricas,

os usuários do Modellus podem experimentar visualmente e interativamente através dos

modelos, seus gráficos e suas animações para melhor entender a matemática subjacente

e as representações múltiplas do modelo estudado.

Figura 3: Lançamento de um projétil modelado no software Modellus.

Graphmatica: software que permite que se construam gráficos a partir de funções

elementares. O Graphmatica comporta gráficos cartesianos, coordenadas polares,

conceitos de trigonometria, funções diferenciáveis, também facilita o cálculo de

mínimos, máximos, zeros, derivadas, integrais em intervalos e permite um completo

controle sobre o gráfico desenhado. É uma criação de K. Hertzer.

Figura 4: Uma função cúbica traçada utilizando o Graphmatica.

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Winplot: como o Graphmatica, o Winplot é um software utilitário de propósito geral

que permite que se construam desenhos (e animar esses desenhos) a partir de funções

elementares. Possibilita a construção de gráficos de funções lineares e de superfícies

permitindo ao professor a análise visual das propriedades das funções estudadas.

Figura 5: Função seno traçada com o Winplot

Figura 6: Imagem 3D de uma superfície traçada com o Winplot.

Como o Modellus e o Graphmatica, o Wimplot é especialmente direcionado para a

exploração de conceitos de funções e de lugares geométricos determinados por

expressões algébricas. Nas funções, podem ser explorados os conceitos de funções

crescentes, decrescentes e constantes, injeção, sobrejeção e bijeção, pontos de máximo e

mínimo, zeros da função, até conceitos de limite, derivada e integral em um

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determinado intervalo. Entende-se que estes softwares sejam especialmente indicados

para facilitar a compreensão dos conceitos relativos às funções por alunos da 8a série do

ensino fundamental e alunos do ensino médio.

Wingeom: software freeware que permite, entre outras funcionalidades, construções

geométricas bidimensionais e tridimensionais visando a compreensão de conceitos de

paralelismo, perpendicularismo, ângulos, ângulos adjacentes, ângulos opostos pelo

vértice, ângulos alternos, ângulos colaterais, triângulos, altura do triângulo, ortocentro,

mediana, baricentro, bissetrizes, incentro, círculo inscrito e circunscrito a um triângulo,

quadrados, retângulos, losangos, trapézios, círculos, diâmetro, raio, secante, tangente,

trabalhar com sólidos geométricos etc. Entende-se que este software seja especialmente

indicados para facilitar a compreensão dos conceitos relativos à Geometria Euclidiana

por alunos da 5a a 8a série do ensino fundamental e alunos do ensino médio.

Figura 7: Círculo inscrito desenhado com o Wingeon.

4 – Considerações finais

O curso foi encerrado com uma “mesa redonda” com o docente responsável

pela disciplina, os alunos e os especialistas nos tópicos abordados ao longo de todo

período letivo. Nesse debate os alunos reportaram suas dificuldades, expectativas com

relação ao mercado de trabalho, tiraram dúvidas e fizeram sugestões para a melhoria da

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disciplina.

A partir desta experiência com softwares educativos dedicados ao ensino da

matemática, observamos que vários alunos do curso de licenciatura, que já atuam como

professores de matemática em escolas públicas e particulares, mostraram-se motivados

e, durante a mesa redonda de encerramento da disciplina, chegaram a relatar suas

experiências em sala de aula ressaltando os benefícios da utilização dessas ferramentas.

Após a experiência descrita, acredita-se que muitos cursos de licenciatura

precisam passar por uma reformulação curricular a fim de assegurar aos futuros

professores o desenvolvimento de habilidades educacionais compatíveis com a escola

de hoje, preparando o professor para uma nova realidade tecnológica. O professor deve

possuir fluência nas tecnologias de informação e comunicação de modo a poder

reconhecer e criticar cada uma das opções disponíveis no mercado. Certamente,

disciplinas associadas às tecnologias da informação devem fazer parte de um novo

currículo.

A partir da experiência no curso de “Informática Aplicada ao Ensino”,

dispensado em 2003 para a Licenciatura em Matemática da UFRJ, foi possível verificar

que os alunos estavam conscientes sobre as mudanças tecnológicas que vêm ocorrendo

e da influência dessas mudanças no processo educacional e na sua futura prática

profissional.

Observa-se, mais uma vez, que o interesse pela parte prática do curso ocupa o

centro das atenções dos alunos. Relatos obtidos através do processo de auto-avaliação

da disciplina, por parte dos discentes, apontam para a necessidade de uma segunda

disciplina onde os conhecimentos adquiridos nesta etapa sejam aplicados e as

estratégias pedagógicas na utilização do computador como ferramenta para o

ensino/aprendizagem, específicos de matemática, sejam exploradas. A carga horária

deste curso (60h) foi considerada, por muitos alunos, insuficiente para atingir todas

essas metas.

Palavras-Chaves: Educação Matemática; Novas Tecnologias de Informação e

Comunicação; Software para Ensino de Matemática.

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