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Uma experiência de análise socioeconômica em um projeto de extensão
universitária
Autora, Andréa Bezerra Defendi Feliciano(1); Autora, Angélica Borges Sousa Pessoni
Capel(2); Autora, Bruna Alves Gazeta(3); Autora, Bruna Thaiana Gonçalves Xavier(4);
Autora, Caroline Lopes Boareto(5); Autora, Chu Hsien Jung(6); Autora, Daniele
Cristine Ferreira(7); Autora, Emilena Fernanda dos Santos(8); Autor, Felipe Henrique
dos Santos Freitas(9); Autora, Gabrielle Stéphany Nascimento Sgarbi(10); Autora,
Josilene Facioli(11); Autora, Laura Cristina Gomes Lima(12); Autora, Luciana Pires
Sales Anastácio(13); Autora, Marlu Barcaroli(14); Autora, Mayara Simon Bezerra(15);
Autora, Monique Nogueira Silva(16); Autora, Rafaella Rodrigues Venâncio(17); Autora,
Suzana Batista de Andrade(18); Autora, Tatiane Oliveira Cardoso(19); Tutora, Prof.ª
Dr.ª Cirlene Aparecida Hilário da Silva Oliveira(20)
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Campus de Franca – Faculdade de Ciências Humanas e Sociais – Serviço Social
Introdução
O Processo de Análise Socioeconômica compõe um dos eixos que formam o tripé
do grupo PETSS- Programa de Educação Tutorial de Serviço Social, que
corresponde a trabalhar as vertentes do ensino, pesquisa e extensão. A extensão
teve início no ano de 2000, devido a um convite realizado pelo “Serviço de Extensão
Universitária (S.E.U.) Cursinho Popular da Unesp Franca” para o grupo PETSS, com
o intuito de que o grupo fosse responsável pela segunda fase da seleção dos
candidatos interessados a ingressarem na instituição. Por esta ser uma atividade
que aproxima o estudante da graduação a diferentes instrumentais do Serviço
Social, e o grande enriquecimento teórico que este traria, se viu então a importância
de compor juntamente com o cursinho na seleção dos candidatos.
A partir desta extensão, em 2012 deu-se início a uma pesquisa com o objetivo de
analisar e estudar o perfil dos alunos ingressantes no cursinho da UNESP em dois
diferentes anos: 2008 e 2011. Para entender melhor as mudanças que ocorrem no
próprio perfil do aluno.
Objetivos
O objetivo da extensão é garantir o acesso às pessoas que não possuem condições
financeiras para custear um cursinho particular; e, por terem recebido uma educação
deficiente ao longo do seu processo de formação, necessitam de um curso pré-
vestibular a fim de possibilitar o seu ingresso no ensino superior.
Para tanto, tal seleção socioeconômica realizada pela extensão possui o objetivo de
se aproximar da realidade e do dia a dia dos candidatos sem o caráter invasivo,
procurando compreender as questões que permeiam a realidade social dos
candidatos, bem como esclarecer acerca dos documentos enviados cuja
apresentação se faz imprescindível para garantir a veracidade do processo. A ação
profissional deve ser propositiva para buscar meios de efetivação dos direitos não
atendidos, juntamente com outras categorias.
Enquanto o objetivo da pesquisa, será para entender as mudanças que vem
ocorrendo no perfil dos alunos no decorrer dos anos para que o cursinho e o grupo
PETSS possam atender as demandas e as necessidades dos alunos.
Metodologia
A extensão se divide em cinco etapas, onde a primeira ocorre no final do primeiro
semestre letivo de cada ano, consistindo na capacitação dos membros do grupo
PET responsáveis pela extensão. Simultâneo a este momento, é planejado o
calendário com as oficinas referente à segunda etapa da extensão promovida no
início do segundo semestre. Esta diz respeito à capacitação dos graduandos do
curso de Serviço Social através de oficinas já pré-estabelecidas pela comissão.
Ressaltamos que uma destas oficinas é destinada a revisão do instrumental, haja
vista a importância deste para que se consiga cada vez mais alcançar e se
aproximar do perfil do candidato preconizado pelo cursinho popular. A terceira etapa
é designada ao recolhimento dos documentos para serem analisados, conforme
instrumental previamente revisado. A etapa seguinte consiste na divisão do grupo
em duplas para que cada uma fique responsável por determinada quantidade de
alunos, realizando a análise dos documentos e entrevistas para esclarecimentos e
aproximação da realidade de cada um, onde para tanto, se faz necessária uma
análise social e econômica. Segundo o método do referencial teórico marxista que
orienta o Serviço Social, para intervir na realidade primeiramente é preciso conhecê-
la. Ao término deste processo, é concedida a pontuação pertinente, divulgando
então os resultados dos aprovados. Esta última etapa é desenvolvida no começo do
ano letivo.
A metodologia da pesquisa a ser desenvolvida se utilizará de toda a documentação
dos anos de 2008 e 2011, onde serão levantados alguns dados:
• idade;
• gênero;
• número de integrantes familiar;
• se é ou não aluno trabalhador;
• em qual região o aluno reside (bairro ou cidade).
O cronograma para tal pesquisa foi formulado da seguinte forma:
2012 – Pesquisa quantitativa: Seleção e levantamento de dados a partir dos
documentos.
2013 – Pesquisa bibliográfica: análise documental, para aprofundamento dos dados
levantados.
2014 – Pesquisa qualitativa (de campo): serão escolhidos alguns alunos analisados
para verificação da realidade atual de cada um.
Resultados e discussão
A extensão realiza atualmente 600 entrevistas, sendo importante pontuar que o
cursinho possui capacidade para atender apenas 260 alunos. Os demais que não
são convocados de imediato permanecem na lista de espera. Diante desta realidade
de precariedade da educação, nos deparamos com a importância de um trabalho
que busca maior senso de justiça desenvolvido pela extensão. Na atual conjuntura,
onde o número de candidatos que buscam o cursinho popular da UNESP é
relativamente maior que as vagas oferecidas, explicitando claramente a
precarização da educação no Brasil, é que se torna fundamental possibilitar o
acesso de estudantes em consonância com o perfil de um cursinho popular.
Conclusão
É relevante destacar que é devido à extensão que o cursinho popular se diferencia
dos demais por constar no processo de seleção dos candidatos um estudo
socioeconômico de qualidade. Diante disso, destacamos a importância que consiste
em um aluno do curso de Serviço Social neste processo, pois faz com que o estudo
socioeconômico na realização da seleção dos candidatos, seja mais cauteloso
sempre atuando em conformidade com os fundamentos teórico-metodológicos,
técnico-operativos e ético-politico da profissão.
Entendendo o direito a Educação de qualidade como um direito não atendido o
processo não se restringe apenas a análise econômica por acreditarmos que esta
não contempla as diversas faces da exclusão ao ingresso a Universidade. Desta
forma, também são ponderados outros direitos que também puderam ter sido
violados como: saúde, habitação, trabalho, alimentação, lazer entre outros que são
considerados no transcorrer do processo. Trabalhando em consonância com o
Código de Ética do Assistente Social, preconiza-se através do projeto a defesa
intransigente dos direitos humanos.
Referência
BRANDÃO, Rita de Cássia Camargo. O Serviço Social no Brasil: a
reinstrumentalização necessária. UNESP: Franca, 2006. Tese.
SARMENTO, Helder B.M. Instrumentos e técnicas em Serviço Social: elementos
para uma rediscussão. PUC: São Paulo, 1994. Dissertação.
FÁVERO, Eunice Teresinha. O estudo social: fundamentos e particularidades de sua
construção na área judiciária. In: CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL. O
estudo social em perícias, laudos e pareceres técnicos: contribuição ao debate
no Judiciário, Penitenciário e na Previdência Social. São Paulo: Cortez, 2003.
MOREIRA, Marinete Cordeiro; ALVARENGA, Raquel Ferreira Crespo. O Parecer
Social: um instrumento de viabilização de direitos. In: CONSELHO FEDERAL DE
SERVIÇO SOCIAL. O estudo social em perícias, laudos e pareceres técnicos:
contribuição ao debate no Judiciário, Penitenciário e na Previdência Social. São
Paulo: Cortez, 2003.