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UMA ANALISE DE INDICADORES: UMA CARACTERIZAÇÃO E
MAPEAMENTO DO DESENVOLVIMENRO HUMANO DOS MUNICIPIOS DO
RIO GRANDE DO SUL
Vinicius Pacheco de Almeida1
Édivo de Almeida Oliveira2
RESUMO
O estado do Rio Grande do Sul tem 496 municípios. O Índice de Desenvolvimento
Humano Municipal (IDHM) permite comparar municípios brasileiros entre si, e
compreende indicadores de três dimensões do desenvolvimento humano: longevidade,
educação e renda. Para a análise enfatizou-se o índice de vulnerabilidade à pobreza, e o
Índice de Gini para observar a desigualdade dos indivíduos, ampliando a compreensão
dos fenômenos e dinâmicas voltadas ao desenvolvimento municipal. Dessa forma, o
presente trabalho teve como objetivo estudar, mapear e comparar esses índices para os
anos 2000 e 2010.
Palavras-chave: IDH, IDHM, renda per capita domiciliar, Gini, vulnerabilidade.
Área 3: Economia Regional e Urbana
ABSTRACT
There are 496 cities in the state of Rio Grande do Sul. The Municipal Human
Development Index (MHDI) allows to compare Brazilian cities between them, and
comprehends indexes from three dimensions of the human development: longevity,
education and income. For the analysis we emphasized the poverty vulnerability index,
and the GINI index to observe the inequality of the individuals, broadening the
comprehension of the phenomena and dynamics aimed at municipal development. In
this way, the objective of the present work was to study, map and compare these
indexes for the years of 2000 and 2010.
Keywords: HDI, MHDI, household per capita income, Gini, vulnerability.
JEL: R11
1 Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Economia e Desenvolvimento/Universidade Federal de
Santa Maria (PPGE&DUFSM/UFSM); 2 Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Economia e Desenvolvimento/Universidade Federal de Santa Maria (PPGE&DUFSM/UFSM);
1. INTRODUÇÃO
O índice de desenvolvimento humano (IDH), criado pelas Nações Unidas, tem
como objetivo avaliar a qualidade de vida nos países. O IDH inclui em seu cálculo as
variáveis saúde, educação e renda per capita, no qual varia entre zero e um. A partir
dessa variação é possível classificar os países em três grupos: os de baixo
desenvolvimento (IDH menor do que 0,5); os de médio desenvolvimento (IDH entre 0,5
e 0,8); e os de alto desenvolvimento (IDH maior do que 0,8) (PAULANI; BRAGA,
2007 apud GONÇALVES, 2015).
Segundo o Relatório de Desenvolvimento Humano, a métrica dos subíndices do
IDH é construída partir de:
Uma vida longa e saudável (saúde) é mensurada pela expectativa de vida;
O acesso à educação é medido por: i) média de anos de educação de adultos,
que é o número médio de anos de educação recebida durante a vida por pessoa a
partir de 25 anos; e ii) a expectativa de anos de escolaridade para crianças na
idade de iniciar a vida escolar, que é o número total de anos de escolaridade que
uma criança na idade de iniciar a vida escolar pode esperar receber, se os
padrões prevalecentes de taxas de matrículas específicas por idade
permanecerem os mesmos durante a vida da criança;
E a renda é mensurada pela Renda Nacional Bruta (RNB) per capita expressa
em poder de paridade de compra constante, em dólar, tendo 2005 como ano de
referência.
Este trabalho tem o objetivo de analisar a evolução dos componentes do Índice
de Desenvolvimento Humano dos municípios (IDH) do estado do Rio Grande do Sul. A
presente análise é feita através da comparação da evolução do Índice de
Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) e seus componentes (educação, renda e
longevidade). E também, para uma melhor caracterização socioeconômica do estado
será analisado o Índice de Gini e de vulnerabilidade de pobreza para os anos 2000 e
2010, com as informações sendo retiradas do Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento. A partir dos indicadores já analisados será realizado o mapeamento
dos municípios graduado em cinco níveis. E também, foram ranqueados os dez
melhores e os dez piores municípios para o estado, com vistas a formar uma
caracterização dos municípios, e comparar a evolução pós uma década.
O presente trabalho está composto, desta introdução juntamente com cinco
seções. Na Seção 1 será feita uma revisão bibliográfica dos índices: Índice de
Desenvolvimento Humano Municipal e seus subíndices, Índice de Gini e de
vulnerabilidade de pobreza. A Seção 2, dedica-se à metodologia. Na Seção 3 será
analisado e mapeado os indicadores para os municípios do Rio Grande do Sul. Por fim,
na Seção 4 serão apresentadas as considerações finais.
2. INDICADORES: ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO DE
MUNICÍPIOS
O índice de Desenvolvimento Humano de Municípios (IDH-M) mede o
desenvolvimento humano a nível municipal. Segundo o PNUD, o indicador pode ser
consultado nas edições do Atlas de Desenvolvimento Humano do Brasil, e com ele é
possível captar as informações socioeconômicas sobre todos os municípios do país e
Distrito Federal.
No Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil (2013) três subíndices são
utilizados para mensurar o índice de desenvolvimento humano dos municípios, e as três
dimensões são: educação, longevidade e renda.
O IDH-M de cada município é a média aritmética dos subíndices, que varia num
valor entre 0,0 e 1,0. Quanto mais próximo da unidade, melhor as condições de
desenvolvimento humano, e quanto mais distante da unidade piores serão os níveis. A
classificação do IDH-M considera como baixo desenvolvimento humano o intervalo
entre 0,0 e 0,5; como médio desenvolvimento humano o intervalo entre 0,5 e 0,8; e alto
desenvolvimento humano o intervalo entre 0,8 e 1,0 (PNUD, 2005).
2.1 EDUCAÇÃO
O índice de desenvolvimento humano municipal para educação (IDHM-E)
utiliza como medidas de educação a taxa de analfabetismo, que considera pessoas com
15 anos de idade ou mais, que não sabem ler ou escrever.
Segundo Schwartzman (2006) a educação tem que ser prioridade para os
formadores de políticas públicas, pois pelas teorias de capital humano os investimentos
em educação podem agregar habilidades aos indivíduos, tornando-os mais produtivos; o
que em larga escala pode influenciar positivamente no desenvolvimento nacional. E a
privação da educação é uma das formas mais iniquias de privação social, pois as
desigualdades educacionais são um dos principais fatores das desigualdades de renda,
oportunidade e condições de vida, geradoras de pobreza.
O cálculo do IDH-M considera dois indicadores, com pesos diferentes: i) a taxa
de alfabetização de pessoas acima de 15 anos de idade, com peso 2; ii) e a taxa bruta de
frequência à escola, com peso 1. O primeiro indicador é o resultado da razão entre o
número de pessoas com mais de 15 anos capazes de ler e escrever um bilhete simples,
ou seja, o número de adultos alfabetizados e o número de pessoas com mais de 15 anos
residentes no município. O segundo indicador é obtido através da razão entre o número
de pessoas que estão frequentando à escola, independentemente da idade, e a população
do município na faixa etária de 7 a 22 anos de idade (PNUD, 2005).
2.2 SAÚDE
O subíndice IDHM – longevidade serve como uma medida para avaliar o nível
de saúde dos indivíduos. Esse índice refere-se à saúde, logo, avalia a esperança de vida
ao nascer e a mortalidade infantil de todos os municípios. A esperança de vida ao nascer
sintetiza as condições sociais, de saúde e de salubridade de uma população ao
considerar as taxas de mortalidade em suas diferentes faixas etárias, e levando em
consideração todas as causas de morte, tanto doenças quanto causas externas, tais como
violência e acidentes (ATLAS, 2013).
A principal limitação para o uso deste indicador decorre do fato de não serem
conhecidos os padrões de mortalidade dos recortes espaciais, ou seja, apontam que as
disparidades apontadas pelas tabelas de sobrevivência em termos estaduais devem
ocorrer dentro de cada estado, uma vez que as desigualdades inter-regionais existentes
no país se reproduzem também no nível estadual, não demonstrando com clareza os
reais fatores de mortalidade de cada região, em que pese não deixe de ser um indicador
capaz de formalizar a noção de longevidade dos indivíduos (ATLAS, 2013).
2.3 RENDA PER CAPITA DOMICILIAR
O índice de renda per capita (RDPC) é a razão entre o somatório da renda de
todos os indivíduos residentes em domicílios particulares permanentes e o número total
desses indivíduos, com valores tomando como referência àqueles referentes ao dia
01/08/2010 (PNUD, 2005). Este índice será utilizado para averiguar se a renda tem forte
influência nas restrições que são apontadas pelos subíndices do IDHM. E para averiguar
como evoluiu ao longo da década a renda no Rio Grande do Sul.
2.4 ÍNDIE DE GINI
O Índice de Gini foi criado pelo matemático italiano Conrado Gini, o índice
mensura o grau de concentração de renda, ou seja, define a diferença de renda entre os
mais pobres e dos mais ricos. Mede-se através da variação de zero a um. O valor zero
representa a situação de igualdade, de modo que todos apresentariam a mesma renda.
Quando o valor é a unidade, somente uma única pessoa detém toda a riqueza. Na
prática, o Índice de Gini costuma comparar os 20% mais pobres com os 20% mais ricos
(PNUD, 2005).
O perfil de distribuição da renda constitui variável de enorme importância, pois
segundo Paulani e Braga (2007) apud Gonçalves (2015), com um crescimento
econômico que não é bem distribuído, dado a alta concentração da renda, a maior parte
da população não se beneficiará, por exemplo, caso ocorra uma elevação de renda na
economia. Assim, o índice é capaz de observar as desigualdades de renda de uma
sociedade, e como no exemplo acima “é perfeitamente possível haver crescimento sem
desenvolvimento” (PAULANI; BRAGA, 2007, p.265 apud Gonçalves, 2015).
2.5 VULNERABILIDADE DE POBREZA
O conceito de vulnerabilidade à pobreza é constituído: a) pela probabilidade de
experimentar uma perda futura relativa à alguma referência de bem-estar; b) uma
família pode ter perdas futuras de bem-estar pela vulnerabilidade ocasionada por
eventos incertos; c) o grau de vulnerabilidade depende das características do risco e da
habilidade das famílias em responder ao risco; d) a vulnerabilidade e a reposta ao risco
depende do horizonte de tempo; e) as famílias que estão abaixo e flutuando, logo a cima
da linda da pobreza, tendem a ser mais vulneráveis por causa do acesso limitado a
recursos, por causa de suas limitadas habilidades para responder aos riscos
(GONÇALVES, 2015).
O índice de proporção de vulneráveis à pobreza é a proporção dos indivíduos
com renda domiciliar per capita igual ou inferior a R$ 255,00 mensais tendo como data
base 08/2010, correspondendo a meio salário mínimo nessa data. Ademais, o universo
de indivíduos é limitado àqueles que vivem em domicílios particulares permanentes
(PNUD, 2005).
Dada a pluralidade dos conceitos de pobreza e de vulnerabilidade à pobreza, não
existe um consenso para a sua definição. Em um estudo sobre as diferentes abordagens
econômicas para pobreza Amartya Sen (1981) e Sabina Alkira (2002) formaram um
conceito multidimensional para a pobreza, enquanto Alwang, Siegel e Jorgensen (2001)
apud Gonçalves (2015) preferem relacionar o problema da vulnerabilidade dos
indivíduos à dinâmica da pobreza:
A relação entre renda e capacidade seria acentuadamente afetada
pela idade da pessoa (por exemplo, pelas necessidades específicas dos idosos e dos muito jovens), pelos papéis sexuais e sociais (por
exemplo, as responsabilidades especiais da maternidade e também
as obrigações familiares determinadas pelo costume), pela localização (por exemplo, propensão a inundações ou secas, ou
insegurança e violência em alguns bairros pobres e muito
populosos), pelas condições epidemiológicas (por exemplo,
doenças endêmicas em uma região) e por outras variações sobre as quais uma pessoa pode não ter controle ou ter um controle apenas
limitado (SEN, 2000, p.110).
3. METODOLOGIA
A metodologia utilizada para realização do presente trabalho é do tipo descritiva,
em que é analisada as características de determinado fenômeno e/ou relação entre
variáveis, por meio da utilização de técnicas padronizadas de coletas de dados (GIL,
1991 apud SILVA, 2009).
Na construção do presente estudo trabalhou-se com os dados de proporção de
vulnerabilidade de pobreza, Índice de Gini, renda per capita domiciliar e IDH-M e seus
componentes: IDH-M educação, IDH-M longevidade, para o ano de 2010, do Atlas do
Desenvolvimento Humano no Brasil. Trata-se de um trabalho elaborado pelo PNUD
(Programa das Nações Unidas Para o Desenvolvimento); IPEA (Instituto de Pesquisas
Econômicas Aplicadas). Foram utilizados vários indicadores para que se pudesse criar
uma caracterização mais multidimensional do desenvolvimento dos municípios do Rio
Grande do Sul.
Depois de organizar os dados, iniciou-se as análises a partir da leitura dos dados
e trabalhou-se, com o mapeamento dos mesmos índices e de seus componentes, para
que fosse possível visualizar e analisar a sua distribuição espacial.do comportamento
espacial dos índices no Rio Grande do Sul.
4. ANÁLISE DE RESULTADOS
Segundo o Atlas Socioeconômico do Rio Grande do Sul, o estado tem 497
municípios, que são divididos em 7 mesorregiões: mesorregião do centro ocidental rio-
grandense, centro oriental rio-grandense, metropolitana de Porto Alegre, nordeste rio-
grandense, noroeste rio-grandense, sudeste rio-grandense e sudoeste rio-grandense.
Os dados analisados foram obtidos pelo Atlas do Desenvolvimento Humano
(2013). O primeiro indicador a ser estudado é o de renda domiciliar per capita, para isso
foi feito um ranking com os dez piores e os dez melhores indicadores para os anos de
2000 e 2010. Em sequência foi feito o mapeamento dos municípios graduado em cinco
níveis para o índice.
Observar-se que houve uma mudança nas dez piores rendas per capitas
municipais, com o município de São Pedro das Missões se destacando por apresentar o
pior desempenho nesse indicador em 2000, com um valor de R$150,04. Na pesquisa de
2010 a pior renda per capita foi de Benjamin Contant do Sul, que em 2000 tinha o nono
pior indicador, com R$ 336,44, havendo um crescimento considerável para o valor de
R$ 223,36. Já no que se trata das cidades com os melhores indicadores, Porto Alegre
tem R$1.399,50 em 2000, e passa para R$1.758,27 em 2010. Isso configura um
crescimento bruto maior do que o do pior município do Rio Grande do Sul, porém
menor quando considerado sob uma ótica do crescimento percentual.
Quadro 1: Tabela de Ranking de Renda Domiciliar per capita para o ano 2000
Município RDPC/00
SÃO PEDRO DAS MISSÕES 150.04
CRISTAL DO SUL 168.02
REDENTORA 186.48
LAGOÃO 209.24
TUNAS 210.59
ESPERANÇA DO SUL 211.47
NOVO TIRADENTES 215.15
PASSA SETE 215.71
BENJAMIN CONSTANT DO SUL
223.36
MONTE ALEGRE DOS CAMPOS
225.01
Município RDPC/00
PORTO ALEGRE 1399.5
SELBACH 1164.7
NOVA ARAÇÁ 1021.93
NOVA PÁDUA 1011.01
CAXIAS DO SUL 967.79
NOVA BRÉSCIA 962.07
FLORES DA CUNHA 919.61
BENTO GONÇALVES 918.21
GARIBALDI 907.45
WESTFALIA 892.3
Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano, 2013. Elaboração própria
Quadro1: Tabela de Ranking de Renda Domiciliar per capita para o ano 2010 Município RDPC/10
BENJAMIN CONSTANT DO SUL 336.44
LAJEADO DO BUGRE 343.1
REDENTORA 346.4
Município RDPC/10
PORTO ALEGRE 1758.27
TRÊS ARROIOS 1518.78
ÁGUA SANTA 1491.17
DEZESSEIS DE NOVEMBRO 391.3
UNISTALDA 392.38
JAQUIRANA 392.53
SANTANA DA BOA VISTA 404.01
DOM FELICIANO 409.72
JARI 418.18
JABOTICABA 419.41
NOVA BRÉSCIA 1452.06
CARLOS BARBOSA 1446.56
GUABIJU 1408.71
IMBÉ 1359.66
GARIBALDI 1355.37
IPIRANGA DO SUL 1301.23
CAXIAS DO SUL 1253.93
Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano, 2013. Elaboração própria
São poucas as cidades que se repetem no ranking, dentre eles, Benjamin
Constant do Sul em 2000 estava na nona colocação e em 2010 foi o último. Ainda no
ranking dos piores indicadores, o município de Redentora em 2000 era o terceiro e se
manteve na mesma posição em 2010. No ranking das dez maiores renda per capita,
Porto Alegre foi o primeiro colocado tanto em 2000 quanto em 2010. Também se
manteve entre os melhores desempenhos nesse quesito, os municípios de Garibaldi e
Caxias do Sul.
Figura 1: Mapa renda per capita domiciliar para os anos de 2000 e 2010
Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano, 2013. Elaboração própria.
O mapa facilita a análise ao observar que houve um crescimento do número de
municípios no pior nível de renda ao longo da década. Além disso, no ano de 2000 só
haviam dois munícipios na melhor graduação e cresceu para três municípios em 2010. E
pode-se observar a existência da concentração territorial dos municípios de melhor
renda.
O ranking da vulnerabilidade à pobreza corresponde fielmente à renda per capita
domiciliar visto anteriormente; em que no ano de 2000 a pior renda foi São Pedro das
Missões, correspondendo ao município com maior nível de vulnerabilidade. Identifica-
se que tanto no ano de 2000 quanto no ano de 2010, o município de Carlos Barbosa
apresenta o menor nível de vulnerabilidade à pobreza, sendo que no final da década essa
vulnerabilidade declinou substancialmente.
Ao longo da década, o município de Redentora passa da terceira para a primeira
colocação entre os maiores indicadores de vulnerabilidade à pobreza. É possível
observar uma significativa relação entre o ranking dos mais vulneráveis e daqueles com
menores níveis de renda per capita. Isso pode ser verificado em Benjamin Constant do
Sul, que constitui a pior renda, ao passo que representa o terceiro maior indicador de
vulnerabilidade para 2010. O município de Porto Alegre, com a maior renda em 2010,
não se encontra no ranking dos dez menores índices de vulnerabilidade, dessa forma
percebesse que não se observa a mesma relação entre os munícipios com maior renda
per capta. Além disso, o município de Carlos Barbosa se mantém com o melhor
desempenho, ao diminuir de 7,66 para 1,97.
Quadro 2: Tabela de Ranking de vulnerabilidade à pobreza para o ano 2000
Município PPOB/00
CARLOS BARBOSA 7.66
PICADA CAFÉ 9.98
NOVA PÁDUA 10.91
DOIS IRMÃOS 11.4
MORRO REUTER 11.87
NOVA BASSANO 12.14
FLORES DA CUNHA 12.18
IMIGRANTE 12.79
GARIBALDI 13.31
IVOTI 13.58
Município PPOB/00
SÃO PEDRO DAS MISSÕES 85.48
DILERMANDO DE AGUIAR 83.73
REDENTORA 81.14
BOA VISTA DO CADEADO 79.84
CAPÃO DO CIPÓ 78.54
GRAMADO XAVIER 77.67
LAJEADO DO BUGRE 76.24
CRISTAL DO SUL 75.98
SANTA VITÓRIA DO PALMAR 73.16
PUTINGA 72.25
Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano, 2013. Elaboração própria
Quadro2: Tabela de Ranking de vulnerabilidade à pobreza para o ano 2010
Município PPOB/ 10
CARLOS BARBOSA 1.97
NOVA PÁDUA 2.5
SÃO VENDELINO 2.5
NOVA CANDELÁRIA 2.57
WESTFALIA 3.07
UNIÃO DA SERRA 3.27
DOIS LAJEADOS 3.45
MONTAURI 3.89
DOIS IRMÃOS 3.92
TEUTÔNIA 4.04
Município PPOB/ 10
REDENTORA 61.19
LAJEADO DO BUGRE 54.25
BENJAMIN CONSTANT DO SUL
53.2
JARI 50.75
SANTANA DA BOA VISTA 49.62
JABOTICABA 48.27
UNISTALDA 48.12
JACUIZINHO 48.06
DEZESSEIS DE NOVEMBRO 47.71
CAPÃO DO CIPÓ 47.14
Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano, 2013. Elaboração própria
Um escrutínio acerca das dez maiores rendas em 2010, identifica que o
município de Carlos Barbosa é a quinta maior renda, e integra os municípios com o
menor indicador de vulnerabilidade. Não obstante, ao se observar o ranking das dez
piores rendas per capitas domiciliares e das dez com maior vulnerabilidade, identifica-
se que somente Jacuizinho e Capão do Cipó não figuram nos dois grupos. E os
municípios que estão tanto na renda quanto na vulnerabilidade no ranking de 2010 são,
consecutivamente, Redentora, Lajeado, Benjamin Constant do Sul, Jaricação, Santana
da Boa vista; Jaboticaba, Unistalda e Dezesseis de Novembro.
Observando-se os mapas para os dois anos pode-se constatar uma diminuição da
quantidade de municípios na maior gradação de vulnerabilidade, e um aumento no
número de municípios do menor extrato; ou seja, ocorreu uma diminuição na
quantidade de municípios vulneráveis à pobreza, demonstrando uma das melhores dos
indicadores em todas as gradações.
Figura 2: Mapa vulnerabilidade à pobreza para os anos de 2000 e 2010
Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano, 2013. Elaboração própria
Ao avaliar os resultados para o IDHM é possível observar nas tabelas que houve
uma melhora nos níveis de desenvolvimento humano, mas nos mapas de 2010 apenas
Porto Alegre se situa no melhor nível. Porém, em 2000 todos os dez melhores no
ranking estão no melhor gradiente. Já no pior ranking de 2000 todos os dez municípios
estão no pior gradiente, enquanto em 2010 somente Dom Feliciano.
Quadro 3: Tabela de Ranking do IDHM para o ano 2000
Município IDHM/00
HERVEIRAS 0.441
BENJAMIN CONSTANT DO SUL
0.45
GRAMADO XAVIER 0.46
MONTE ALEGRE DOS CAMPOS
0.462
REDENTORA 0.464
JACUIZINHO 0.466
DOM FELICIANO 0.47
JAQUIRANA 0.47
SÃO PEDRO DAS MISSÕES 0.471
LAGOÃO 0.476
Município IDHM/00
PORTO ALEGRE 0.744
SELBACH 0.741
NOVA ARAÇÁ 0.732
HORIZONTINA 0.725
CARLOS BARBOSA 0.724
LAJEADO 0.715
SANTA MARIA 0.715
BENTO GONÇALVES 0.712
GARIBALDI 0.712
CAXIAS DO SUL 0.705
Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano, 2013. Elaboração própria
Quadro 3: Tabela de Ranking do IDHM para o ano 2010
Município IDHM
DOM FELICIANO 0.587
BARÃO DO TRIUNFO 0.61
LAJEADO DO BUGRE 0.613
JAQUIRANA 0.614
CHUVISCA 0.616
HERVEIRAS 0.616
BENJAMIN CONSTANT DO SUL 0.619
CHARRUA 0.62
PASSA SETE 0.622
SÃO JOSÉ DO NORTE 0.623
Município IDHM
PORTO ALEGRE 0.805
CARLOS BARBOSA 0.796
IPIRANGA DO SUL 0.791
TRÊS ARROIOS 0.791
LAGOA DOS TRÊS CANTOS 0.789
GARIBALDI 0.786
CASCA 0.785
NOVA ARAÇÁ 0.785
IVOTI 0.784
SANTA MARIA 0.784
Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano, 2013. Elaboração própria
Relacionando-se a renda ao IDHM no ano de 2010, no ranking dos dez
melhores, pode-se encontrar quatro municípios: Porto Alegre, Ipiranga do Sul,
Garibalde e Três Arroios. E no ranking dos dez piores, quatro municípios se relacionam
com os dois índices, a saber, Benjamin Constant do Sul, Dom Feliciano, Lajeado do
Bugre e Jaquirana. Essa relação já era esperada, visto que o IDHM leva em
consideração a renda para ser mensurado.
Figura 3: Mapa do IDHM para os anos de 2000 e 2010
Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano, 2013. Elaboração própria
O índice de Gini avalia o hiato de renda entre os indivíduos, ou seja, demonstra a
desigualdade de renda. Porém, nenhum dos municípios se encontram relacionados entre
o ranking do índice de Gini e da renda per capita municipal, tanto em 2000, quanto em
2010.
Quadro 4: Tabela de Ranking do índice de Gini para o ano 2000
Município GINI/00
ALTO FELIZ 0.3
SÃO JOSÉ DO HORTÊNCIO 0.31
FAGUNDES VARELA 0.32
LINDOLFO COLLOR 0.33
NOVO XINGU 0.33
LINHA NOVA 0.34
SANTA MARIA DO HERVAL 0.34
VILA FLORES 0.34
FORQUETINHA 0.35
PICADA CAFÉ 0.35
Municipio GINI/00
SANTA VITÓRIA DO PALMAR 0.8
PINHAL 0.77
DILERMANDO DE AGUIAR 0.76
GRAMADO XAVIER 0.74
CAPÃO DO CIPÓ 0.73
SÃO MIGUEL DAS MISSÕES 0.71
BOA VISTA DO CADEADO 0.7
SELBACH 0.69
PUTINGA 0.68
ENTRE RIOS DO SUL 0.67
Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano, 2013. Elaboração própria
Quadro 4: Tabela de Ranking do índice de Gini para o ano 2010
Município GINI/10
SÃO JOSÉ DO HORTÊNCIO 0.28
ALTO FELIZ 0.29
SÃO VENDELINO 0.29
VALE REAL 0.29
SANTA MARIA DO HERVAL 0.3
CAMPESTRE DA SERRA 0.31
TUPANDI 0.31
MORRO REUTER 0.32
NOVA PÁDUA 0.32
PICADA CAFÉ 0.32
Município GINI/10
JACUIZINHO 0.72
ÁGUA SANTA 0.68
CAPIVARI DO SUL 0.68
HERVAL 0.68
IMBÉ 0.68
MIRAGUAÍ 0.66
REDENTORA 0.64
FORTALEZA DOS VALOS 0.62
MINAS DO LEÃO 0.62
NOVO BARREIRO 0.62
Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano, 2013. Elaboração própria
E ao analisar as tabelas é possível observar a queda nos indicadores e os mapas
deixam claro que o índice de Gini melhorou para todos os municípios, visto que em
2000 todas as cidades com os maiores indicadores estavam no maior gradiente e em
2010 somente Jacuizinho com o maior indicador de desigualdade de renda se
encontrava no maior gradiente.
Figura 4: Mapa do índice de Gini para os anos de 2000 e 2010
Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano, 2013. Elaboração própria
O IDH pela ótica do subindice de escolaridade (IDHME) apresenta uma melhora
ao longo da década para todos os municípios. E como feito anteriormente, foi
comparado os dez melhores e dez piores para variável renda per capita domiciliar com
o IDHME, identificando-se que nenhum dos municípios integram, simultaneamente, os
dois rankings.
Quadro 5: Tabela de Ranking do IDHM - escolaridade para o ano 2000
Município IDHM_E/00
HERVEIRAS 0.191
CHUVISCA 0.218
JACUIZINHO 0.223
GRAMADO XAVIER 0.224
DOM FELICIANO 0.225
BENJAMIN CONSTANT DO SUL
0.229
MONTE ALEGRE DOS CAMPOS 0.237
CHARRUA 0.249
BARÃO DO TRIUNFO 0.253
PEDRAS ALTAS 0.256
Município IDHM_E/00
HORIZONTINA 0.645
CARLOS BARBOSA 0.612
PORTO ALEGRE 0.612
SELBACH 0.611
VANINI 0.606
NOVA ARAÇÁ 0.605
SANTO ANTÔNIO DO PLANALTO
0.605
SÃO JOÃO DO POLÊSINE 0.593
LAJEADO 0.592
SANTA MARIA 0.591
Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano, 2013. Elaboração própria
Quadro 5: Tabela de Ranking do IDHM - escolaridade para o ano 2010
Município IDHM_E/10
CHARRUA 0.385
DOM FELICIANO 0.390
BARÃO DO TRIUNFO 0.428
CHUVISCA 0.437
VALE DO SOL 0.439
HERVEIRAS 0.441
TURUÇU 0.446
SINIMBU 0.456
AMARAL FERRADOR 0.457
ARROIO DO PADRE 0.461
Município IDHM_E/10
LAGOA DOS TRÊS CANTOS 0.754
CASCA 0.733
IVOTI 0.729
CARLOS BARBOSA 0.724
NOVA ARAÇÁ 0.722
VICTOR GRAEFF 0.722
ERECHIM 0.716
HORIZONTINA 0.716
SANTA MARIA 0.715
BARRA FUNDA 0.710
Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano, 2013. Elaboração própria
Há uma nítida evolução nos indicadores visto no pior e melhor município para
os anos de 2000 e 2010; exemplificado pelo fato de que em 2000 o pior município foi
Herveiras com 0,191 e em 2010, o pior índice foi de Charrua com 0,385; praticamente
duplicando o valor do indicador. E o melhor município de 2000 foi Horizontina com
0,645 e ao passar de dez anos, Lagoa dos Três Cantos tomou o posto de maior IDHME
com 0,754.
Figura 5: Mapa do IDHM para a Escolaridade nos anos de 2000 e 2010
Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano, 2013. Elaboração própria
O IDH pela ótica do subíndice da longevidade (IDHML), apresenta uma
melhora ao longo da década para todos os municípios. E como feito anteriormente, foi
comparado os dez melhores e dez piores para variável renda per capita domiciliar com
o IDHML, inferindo-se que nenhum dos municípios ocupam, simultaneamente, os dois
rankings.
Quadro 6: Tabela de Ranking do IDHM - longevidade para o ano 2000
Municipio IDHM_L/00
JAQUIRANA 0.693
REDENTORA 0.693
HULHA NEGRA 0.698
DOIS IRMÃOS DAS MISSÕES 0.703
BARRA DO QUARAÍ 0.706
CERRO GRANDE 0.706
MANOEL VIANA 0.706
GRAMADO XAVIER 0.715
BARROS CASSAL 0.721
AMETISTA DO SUL 0.723
Municipio IDHM_L/00
CAMPESTRE DA SERRA 0.866
BARRACÃO 0.862
IPIRANGA DO SUL 0.862
IBIAÇÁ 0.86
CHARRUA 0.858
ERVAL GRANDE 0.858
SANTO ANTÔNIO DO PLANALTO
0.858
EUGÊNIO DE CASTRO 0.854
MATO QUEIMADO 0.853
RIOZINHO 0.853
Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano, 2013. Elaboração própria
Quadro 6: Tabela de Ranking do IDHM - longevidade para o ano 2010
Município IDHML/10
MANOEL VIANA 0.766
SÃO NICOLAU 0.778
JAQUIRANA 0.779
CAPÃO BONITO DO SUL 0.779
PASSA SETE 0.782
SAGRADA FAMÍLIA 0.782
SÃO JOSÉ DAS MISSÕES 0.782
TRINDADE DO SUL 0.787
ESPERANÇA DO SUL 0.788
CHUÍ 0.792
Município IDHML/10
ALTO FELIZ 0.886
CAMPESTRE DA SERRA 0.886
CARLOS GOMES 0.886
COQUEIRO BAIXO 0.886
ERVAL GRANDE 0.885
ESTÂNCIA VELHA 0.887
FORQUETINHA 0.886
IBIAÇÁ 0.888
IVORÁ 0.886
PAROBÉ 0.886
Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano, 2013. Elaboração própria.
Há uma evolução positiva no indicador referente ao pior município nos anos
avaliados. Isso pode ser ilustrado com a melhora da situação apresentada pelo pior
município rio grandense neste indicador no ano de 2000, a saber, Jaquirana com 0,693,
em cotejo com o pior do ano de 2010, que foi Manoel Viana com 0,766. O contrate é
identificado quando se realiza essa mesma análise para os municípios com o melhor
desempenho neste indicador, uma vez que em 2000, Campestre da Serra ocupou este
posto com 0,866, enquanto no ano de 2010, Alto Feliz tomou o posto de maior IDHML,
porém, com uma situação menos favorável, dado o valor de 0,754.
Figura 6: Mapa do IDHM para a Longevidade nos anos de 2000 e 2010
Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano, 2013. Elaboração própria
E no mapa pode se ver uma diminuição referentes aos municípios com a
gradação branca, que refletem o menor IDHML ao longo da década. E um aumento dos
municípios com a gradação mais escura, a de maior IDHML, e no ranking de 2010
todos os dez municípios com os melhores indicadores estão dentro da maior faixa de
gradação. Corroborando a inferência concernente aos municípios quanto à longevidade,
considerada como uma proxy para o critério de saúde.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo do trabalho foi feito um esforço para definir os indicadores da renda
per capita domiciliar, vulnerabilidade de pobreza, IDHM, Índice Gini, IDHM educação
e IDHM longevidade. A partir dessa definição, realizou-se a consecução de mapas para
uma melhor caracterização dos municípios do estado do Rio Grande do Sul. Pode-se
observar que houve uma melhora em todos os indicadores ao longo de 2000 a 2010. A
Capital se destacou como o município com os melhores indicadores em 2000, além de
se manter nessa mesma posição em 2010 nos indicadores de renda per capita domiciliar
e índice de desenvolvimento humano municipal (IDHM).
O índice de vulnerabilidade à pobreza correspondeu ao ranking das menores
rendas per capita domiciliares, em que no ano de 2000, a pior renda foi São Pedro das
Missões, com o mesmo município se encontrando na pior situação em termos de
vulnerabilidade. O Índice de Gini que indica o hiato da renda, demonstrou um fato
interessante, pois nem as dez maiores e as dez menores rendas municipais, em ambos os
anos analisados, não ocorreu a intercessão com os dez maiores e os dez menores
indicadores do índice de Gini. Os subíndices do IDHM, para escolaridade e
longevidade, cresceram ao longo da década. E ao fazer uma analise comparativa com a
renda os dois índices também não tiveram intercessão com o ranking da renda. Portanto,
foi possível definir que houve uma melhora qualitativa para qualidade de vida, bem-
estar e desenvolvimento humano para todos os municípios do estado do Rio Grande do
Sul.
REFERENCIA BIBLIOGRAFICA
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