uma alianÇa estratÉgica de longo alcance marca …

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BRASIL MARCA DE EXCELÊNCIA MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES Departamento de Promoção Comercial UMA ALIANÇA ESTRATÉGICA DE LONGO ALCANCE BRASIL-CHINA

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Page 1: UMA ALIANÇA ESTRATÉGICA DE LONGO ALCANCE MARCA …

BRASILMARCA DE EXCELÊNCIA

MINISTÉRIODAS

RELAÇÕESEXTERIORESDepartamentode Promoção

Comercial

UMA ALIANÇA ESTRATÉGICA DE LONGO ALCANCE

BRASIL-CHINA

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S U M Á R I O

4 REPORTAGEM DE CAPA

Tecnologia impulsiona negócios entre Brasil e China

14 COMÉRCIO

Salto de qualidade

16 AGRIBUSINESS

Um grande provedor de alimentos

20 COMBUSTIVEIS

A imbatível competitividade do etanol brasileiro

22 CELULOSE E PAPEL

Negócios com muita fibra

24 FOCO ESPECIAL

A BM&F lança sementes em Xangai

28 MAQUINAS E VEICULOS

Motores Made in Brazil

30 ENERGIA

Negócios sinérgicos

32 MATÉRIAS-PRIMAS

Parceira estratégica

33 SERVIÇOS

Negócios abrem espaço para a advocacia

34 AVIAÇÃO

Voando alto

36 INDUSTRIA AEROESPACIAL

Negócios siderais

38 FEIRA

Vitrine brasileira na China

40 TURISMO

A invasão chinesa

BRASILNOVEMBRO/2005

DIRECTOR AND EDITOR

Dirceu Brisola

ADJUNCT DIRECTOR

Roberto Baraldi

EXECUTIVE EDITOR

Alex Branco

CHINESE EDITOR

Patricia Zhao Cheng Cheng

TRANSLATORS

Patricia Zhao Cheng Cheng

CONTRIBUTORS

Domingos Zaparolli, Felipe Niemeyer,

Isabel Pacheco, Lea De Lucca, Lizete Teles

de Menezes, Milton Pomar, Neila Baldi,

Virgínia Silveira, Wladimir Pomar

PHOTOS

ACNB/Divulgação, BM&F/Divulgação,

CVRD/Divulgação, Embraer/Divulgação,

Fernando Moraes/Folha Imagem, Fiat

Automóveis/Divulgação, GM do

Brasil/Divulgação, Geraldo

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Imagem, Juca Martins/OlharImagem,

Luiz Carlos Murauskas/Folha Imagem,

Ricardo Azoury/Pulsar Imagens, Stefan

Kolumban/Pulsar Imagens, Tiago

Queiroz/AE, Unica/Divulgação

GRAPHIC DESIGN

Assaoka.D Comunicação

GRAPHIC PRODUCTION

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PRINTED AT

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Fax: 11-3875-7100

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RESPONSIBLE DIRECTOR

Dirceu Brisola (MT 8.961)

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MINISTRY OF EXTERNALRELATIONS

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“As portas da China estão abertas para as empresas eos produtos brasileiros”, diz Jiang Yuande, embaixadorda China no país. “Vamos trabalhar para ser o maiorparceiro brasileiro no exterior”.

As declarações de Yuande foram feitas durante aconferência internacional Efeito China, realizada em ou-tubro, na capital econômica brasileira, São Paulo. Oevento reuniu mais de 400 empresários e executivosbrasileiros interessados em conhecer as oportunidadesde negócios com a China, numa clara indicação de quea tendência é de mais intercâmbio comercial.

“Nosso comércio com a China deve continuar a cres-cer em 20% ao ano”, avalia Ivan Ramalho, secretário decomércio exterior do Ministério da Indústria, Desenvolvi-mento e Comércio Exterior brasileiro.

O intercâmbio entre os dois países foi impulsionadopela complementaridade das respectivas economias,mas vai experimentar grande arranque graças à sofisti-cação dos itens da pauta de exportação brasileira, emparticular, diz Renato Amorim, secretário-executivo doConselho Empresarial Brasil-China (leia matéria nestaedição).

De fato, ao lado de produtos tradicionais, como mi-nério de ferro, soja e celulose, o Brasil começa a expor-tar produtos de alto valor agregado, como aviões a jato,automóveis de classe internacional, máquinas, motorese alimentos finos.

É com base na sofisticação tecnológica que a Petro-

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DOMINGOS ZAPAROLLI

Distância, definitivamente, não constitui problemapara o incremento das relações econômicas entre Chinae Brasil. Apesar de antípodas, o intercâmbio comercialentre o país que mais cresce no mundo e a maior eco-nomia da América do Sul cresce a passos largos.

Entre 2000 e 2004, as exportações do Brasil para aChina cresceram 399% – de US$ 1,09 bilhão para US$5,44 bilhões –, enquanto os embarques chineses para oBrasil avançaram 204% no mesmo período, saltando deUS$ 1,22 bilhão para US$ 3,71 bilhões. Com isso, a cor-rente de comércio entre os dois países ampliou-se em296%, partindo de US$ 2,31 bilhões para US$ 9,15 bi-lhões.

E a evolução da corrente de comércio nos primeirosnove meses deste ano mostra que o intercâmbio entreos dois países segue em ritmo frenético: os negócios noperíodo somaram US$ 8,6 bilhões, sinal claro de que ocomércio entre Brasil e China no ano superará comfolga o recorde registrado em 2004, de US$ 9,15 bil-hões. Com isso, a China consolidou-se como o terceiromaior parceiro comercial do Brasil.

No depender das demonstrações de interesse recí-proco entre as autoridades e empresários dos dois paí-ses, este é só o começo de um grande relacionamento.

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Tecnologiaimpulsionanegóciosentre Brasil e China

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Nos últimos quatro anos a correntede comércio entre os dois paísescresceu quase 300%, de US$ 2,31bilhões para US$ 9,15 bilhões,favorecida pelo aumento da vendade itens de maior valor agregado

Jiang Yuande, embaixador da China no país: “Portas abertaspara os produtos brasileiros”

Platéia lotada: mais de 400 empresários e executivosparticiparam da conferência internacional Efeito China, realizadaem São Paulo

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bras, a maior empresa brasileira, com faturamento deR$ 108 bilhões (cerca de US$ 50 bilhões) no ano pas-sado, está aumentando seus negócios com a China: acompanhia, que vendeu US$ 307 milhões em 2004,pretende fechar o ano de 2005 com negócios da ordemde US$ 1 bilhão.

Para chegar lá, a Petrobras fechou parceria com asestatais chinesas Sinopec e CNPC para atuação conjuntaem prospecção, produção, refino e serviços de enge-nharia em vários países. Como diferencial, a empresacapitaliza sua reconhecida competência técnica. “Temosa melhor tecnologia de exploração em águas profundasdo mundo. Somos parceiros ideais para os chineses”,diz Abílio Ramos, diretor da área internacional da Petro-bras.

O caminho da associação também foi a fórmula em-pregada pela Companhia Vale do Rio Doce, uma das

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maiores empresas brasileiras, com receita bruta de R$29,020 bilhões (cerca de US$ 10,7 bilhões) em 2004.

“Fechamos duas parcerias com os chineses: umajoint venture com a Baosteel, para construir no estadodo Maranhão (norte do Brasil) uma usina com capaci-dade de 4,1 milhões de toneladas anuais de placas deaço, e outra com a Chalco, para explorar bauxita e pro-duzir no estado do Pará (também na região norte) 1,8milhão de toneladas/ano de alumina”, adianta RogerAgnelli, presidente da Vale do Rio Doce.

Muitas vezes a abordagem do mercado chinês ocorrede forma indireta. A Gerdau Açominas, um dos grandesplayers do mercado de aço, por exemplo, destina à Ásiacerca de 1 milhão de toneladas de aço/ano. Direta-mente a China fica apenas com 5% deste total. “Mas30% do que exportamos para a Ásia acaba sendo colo-cado no mercado chinês”, diz Alfredo Huallem, diretorcomercial da Açominas.

O espaço para crescer é enorme. Um estudo reali-zado em 2004 pela Confederação Nacional da Indústriatendo como base a pauta comercial de uma décadaentre os dois países, apontou pelo menos 75 produtosque o Brasil exporta e é competitivo e fazem parte darelação de importações chinesas, mas não são atendi-

Ramos, da Petrobras:“Tecnologia deexploração de petróleoem águas profundasinteressa aos chineses”

Produção de minério de ferro: Brasil é o maior provedor do mercado chinês

Ramalho, do Ministériodo Desenvolvimento,Indústria e ComércioExterior: “Comércio entreos dois países cresce àbase de 20% ao ano”

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dos por produtores brasileiros. Vão de cosméticos echocolates a móveis, softwares, equipamentos médicose biotecnologia.

Jatos e motores – Há quem esteja aproveitando, ebem, as oportunidades. Um exemplo é a Embraer, umadas maiores empresas aeroespaciais do mundo commais de três mil aviões operando em 58 países. A Em-braer, que opera uma joint venture com a Harbin Avia-tion, já entregou sete jatos ERJ 145, de 50 lugares, paraas companhias China Eastern e China Southern. Em se-tembro, a brasileira entregou o primeiro de quatro jatosEmbraer 170, para 76 passageiros, encomendados pelaHong Kong Express Airways.

No campo da cooperação científica Bra-sil e China já operam com grande sinergia.O programa espacial sino-brasileiro, porexemplo, já lançou dois satélites CBERS, etem programado o lançamento de outrosdois nos próximos anos.

Uma das primeiras brasileiras a desco-brir o potencial chinês foi a Embraco.Desde 1997 ela produz compressores emparceira com a chinesa Snowflake. A pro-dução atual é de 2,2 bilhões de unidadesanuais, mas não por muito tempo. “Pre-tendemos dobrar a produção para atender,a partir da China, todo o mercado asiá-

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Agnelli, presidente da Valedo Rio Doce: joint venturescom a Baosteel e a Chako

Produção de aço: exportações em alta para o mercado chinês

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tico”, diz Ernesto Heinzelmann, presidente da empresa.Outra empresa que tem planos de atender à Ásia a

partir de sua base chinesa é a Weg, uma das maioresprodutoras mundiais de motores elétricos de baixa ten-são. No final de 2004, a empresa instituiu a Weg Nan-tong, resultado da aquisição da Nantong Eletric Motor.

A unidade industrial de Jiangsu deve fechar o ano de2005 faturando cerca de US$ 15,7 milhões. Décio daSilva, presidente da Weg, informa que a fábrica de Ji-angsu “permitirá ampliar nossa penetração no mercadoasiático, com boa logística operacional e competitivi-dade”. A unidade é um passo fundamental para os pla-nos da empresa em se tornar já em 2007 a maior fabri-cante mundial em seu segmento de mercado.

Foi graças ao padrão tecnológico e o nível de atendi-mento de sua subsidiária brasileira que a multinacionalVoith Siemens tornou-se a maior fornecedora da indús-tria hidrelétrica chinesa. Depois de ter sido escolhidapara o fornecimento das turbinas de Três Gargantas, amaior hidrelétrica do mundo, a empresa acaba de fe-char um contrato de US$ 80 milhões para produzir seisturbinas para a hidrelétrica de Xiaowan, tendo sidoainda escolhida como fornecedora da usina de Tai’An.

Agregar valor – Outro aspecto que chama a atençãona relação comercial entre os dois países é a formacomo os brasileiros podem agregar valor à economiachinesa. Um bom exemplo é o que ocorre na cadeia au-

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tomobilística. Do Brasil saem carros desmontados emregime CKD da General Motors, Fiat e Volkswagen paraatender o mercado chinês. A General Motors, porexemplo, tem um contrato no valor de US$ 1 bilhãopara suprir por dez anos, a partir de 2001, os consumi-dores chineses. “A China é o mercado automobilísticoque mais cresce no mundo e estamos otimistas em am-pliar os negócios”, diz Ray G. Young, presidente da em-presa no Brasil.

As vendas das montadoras abrem espaço para todoum universo de empresas. Já é para a China que sãoembarcados 3% dos blocos e cabeçotes demotores da Fundição Tupy, uma das maio-res do mundo em seu segmento de mer-cado. “Estamos empenhados na constitui-ção de uma joint venture no mercado chi-nês”, diz o vice presidente-executivo dacompanhia, Rogério Nogueira.

Já a diferenciação de produtos abre es-paço para empresas como a Petroflex, queembarca para a China 20% de sua produ-ção de borracha SBR, um insumo especialpara indústria de pneus, informa RicardoLeite, coordenador de autopeças da em-presa.

Outras empresas apostam na produtivi-dade para abrir mercados. É o caso da pe-

Manoel Cortez, da Brasken:“Vamos triplicar nossosembarques para a China nospróximos dois anos”

Jato da Embraer: fabricado em território chinês Veículos da Fiat brasileira na Muralha da China: comércio entreos dois países em alta

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troquímica Braskem, uma das maiores empresas brasilei-ras, com faturamento de R$ 15 bilhões (cerca de US$6,5 bilhões) no ano passado, que fechou negócio deUS$ 40 milhões logo em seu primeiro contato, com aChina, este ano.

Trata-se de um volume pequeno mediante os US$700 milhões exportados anualmente pela companhia,mas o diretor industrial da empresa, Manoel CarnaúbaCortez, visualiza a contratação de grandes negócios:“Nossa produtividade é referência mundial, vamos tripli-car os embarques para a China nos próximos doisanos”, afirma.

As vantagens comparativas brasileiras também setraduzem em bons negócios. A China está interessada,por exemplo, na tecnologia brasileira do carro popular,de 1.000 cilindradas, barato, com bom desempenho ede baixo consumo de combustível. Também desperta in-teresse dos chineses a tecnologia brasileira do motor bi-combustível, que pode rodar com gasolina e etanol, naporcentagem que o motorista optar na hora de reabas-tecer. A filial brasileira de uma empresa do grupo Fiat, aMagneti Marelli, já está ajudando os chineses a desen-volver a tecnologia do bi-combustível.

Outra oportunidade que se abre, a propósito, é nocampo dos combustíveis. Isso porque a China adotounos últimos anos a estratégia de acrescentar 10% de ál-cool à gasolina. O Brasil, além de pioneiro nesta tecno-logia, pode ser um grande provedor de álcool combustí-vel, já que conta com uma produção estimada de 13 bi-lhões de litros de álcool de cana, em 2003, ocupandoapenas 10% de sua área cultivável.

O potencial agrícola brasileiro, de fato, é invejável. A

competitividade brasileira neste campo é imbatível, ex-plicada por três fatores: recursos naturais em abundân-cia (terras, água e sol, muito sol o ano todo), acesso àtecnologia de ponta desenvolvida pela Embrapa – amaior empresa de pesquisa e extensão rural do mundotropical – e o apurado nível de gestão dos produtoresrurais brasileiros. Não por acaso, a soja brasileira jáatende a mais de 30% do consumo chinês.

“A produtividade do eucalipto brasileiro faz da in-dústria brasileira de celulose e papel uma das mais com-petitivas do mundo”, sustenta Haakon Lorentzen, vice-presidente do conselho da Aracruz, maior fabricante decelulose de eucalipto do mundo.

Finalmente, há segmentos ainda não devidamenteexplorados, como o da proteína animal. O Brasil, queexportou US$ 2 bilhões de carne bovina no ano pas-sado, embarcou apenas US$ 2 milhões nos primeirosoito meses do ano para a China, que conta com umenorme mercado comprador para o produto. É maisuma prova que os dois países só tem a ganhar com umaaproximação comercial ainda maior. Como diz o embai-xador Jiang Yuande, a China poderá ser o maior par-ceiro comercial do Brasil no futuro. E os dois países vãoser beneficiados com isso.

Participantes doCongresso Efeito-China: interesse peloenorme potencial denovos negócios

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DOMINGOS ZAPAROLLI

Quem se detém a observar a pauta de exportaçõesbrasileiras para a China, como o faz Renato Amorim, se-cretário-executivo do Conselho Empresarial Brasil-China,constata um salto de qualidade na pauta de exportaçãoentre ambos os países.

“Estamos caminhando para um novo patamar de co-mércio, bem mais sofisticado”, diz Amorim, lembrandoo crescente espaço conquistado pelos novos produtosno intercâmbio comercial entre os dois países. Essa mu-dança de padrão ganha maior importância quando selembra que o relacionamento comercial entre Brasil eChina é relativamente recente.

Num primeiro momento, os empresários brasileirosse preocuparam em oferecer a pauta tradicional de pro-dutos do país, constituída principalmente por minérios,produtos agrícolas e celulose. “Esses produtos cumpri-ram uma importante missão, pois abriram as portas domercado chinês, agregando conhecimento e credibili-dade para os exportadores brasileiros”, explica Amorim.

Os embarques destes mesmos produtos para o mer-cado chinês permanecerão em níveis elevados, uma vezque o Brasil desenvolveu modelos de gerenciamento etecnologias de produção que resultam em vantagenscompetitivas determinantes em itens como soja e celu-lose, por exemplo. Uma nova leva de produtos, commaior valor agregado, entretanto, ganha espaço napauta de exportações, e rapidamente.

“Só neste ano, as exportações de bens de capital eequipamentos estão crescendo em 60%. É um sinal quenossa relação com a China está ganhando maturidade”,diz Amorim.

Segundo o executivo, o maior intercâmbio entre osdois países também vem sendo estimulado pelas mis-sões governamentais e empresariais que se intensifica-ram a partir de 2002. “Não conhecíamos a China.Agora visitamos o país com maior freqüência, ao passoque os empresários chineses também vêm ao Brasil commaior assiduidade. É do conhecimento que surge a

Salto de qualidadeÉ cada vez maior a participação deprodutos mais sofisticados, de altovalor agregado, na pauta decomércio entre Brasil e China

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oportunidade”, diz. A crescente importação de insumos industriais chine-

ses, por seu turno, também está se traduzindo em ga-nhos de produtividade para a indústria brasileira, princi-palmente no mercado externo.

Um exemplo é o que ocorre hoje com a indústria decelulares. Os componentes para estes aparelhos são umdos itens que o Brasil mais importa da China. E sãoestes eletrônicos chineses que estão conferindo maiorcompetitividade aos fabricantes brasileiros no mercadointernacional. “O Brasil está se transformando em umimportante exportador de celulares, devendo faturarUS$ 1 bilhão em 2005”, calcula o executivo.

Da mesma forma, a China tem muito a contribuir in-vestindo em infra-estrutura e produção no Brasil. Comreservas cambiais estimadas em US$ 800 bilhões, aChina já anunciou que pretende investir parte destemontante no Brasil. Os planos até aqui anunciadossomam algo em torno de US$ 9 bilhões.

Neste processo de crescimento de relações econômi-cas é natural a ocorrência de atritos comerciais. A solu-ção, segundo Amorim, está em intensificar o relaciona-mento bilateral. “O que precisamos é de mais intercâm-bio comercial, e somar as vantagens competitivas dosdois países para agregar novos mercados”, conclui ele.

Renato Amorim: “Relações econômicas entre Brasil e China estãoatingindo estágio de maturidade”

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barque de grãos, em detrimento dos produtos de maiorvalor agregado, como o óleo, contribui para esse de-sempenho. De toda forma, o alto teor protéico e degordura do grão brasileiro são diferenciais determinan-tes no mercado internacional”, diz ele.

Outro segmento que investe na divulgação da quali-dade de seu produto é o de carnes. No ano passado, asexportações brasileiras de carnes para a China somaramUS$ 40 milhões, um movimento ainda pequeno, secomparado ao potencial de negócios do segmento.

Dono do maior rebanho comercial do mundo, comquase 200 milhões de cabeças, o Brasil não conhece osproblemas da encefalopatia espongiforme bovina – achamada doença da “vaca louca”.

Um dos maiores exportadores de carnes de aves domundo, o Brasil também não registra casos de gripe avi-ária. O País também se posiciona como um dos princi-pais players do mercado internacional de carne deporco, por conta da reconhecida qualidade da produção.

Em maio passado, os representantes das indústrias

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NEILA BALDI

O Brasil está se consolidando como grande provedorde alimentos para o mercado chinês, especialmente desoja, carnes, café, suco de laranja, açúcar e álcool. Asexportações brasileiras de produtos agroindustriais paraa China somaram US$ 2,96 bilhões no ano passado,respondendo por 54% dos embarques totais para aque-le país.

Contando com abundantes recursos naturais – vas-tas extensões de terras disponíveis para o plantio, far-tura de água e muito sol durante todo o ano –, o Brasilatende com competência à crescente demanda chinesapor alimentos, fibras e energia. “A China já é o terceiromaior mercado do agronegócio brasileiro, podendocrescer ainda mais”, diz Paul Liu, presidente da CâmaraBrasil-China de Desenvolvimento Econômico.

Para conquistar maiores espaços no mercado chinês,o Brasil deve explorar seus principais diferenciais, avaliaAntônio Donizeti Beraldo, chefe do Departamento deComércio Exterior da Confederação da Agricultura e Pe-cuária do Brasil (CNA). “Temos escala, variedade e quali-dade para oferecer ao mercado chinês”, diz ele.

Curiosamente, a grande estrela das exportaçõesagroindústrias brasileiras é um produto nativo da China:a soja. Os embarques brasileiros de grão, farelo e óleode soja para o mercado chinês no ano passado soma-ram US$ 2,1 bilhões, movimento 33,7% superior à re-ceita obtida em 2003.

“A China investiu muito em sua capacidade de pro-cessamento de soja nos últimos anos, pressionando ademanda pelo grão”, explica César Borges de Souza,vice-presidente da Caramuru Alimentos, a maior proces-sadora de grãos de capital brasileiro do País. Dos US$2,1 bilhões exportados pelo complexo soja, US$ 1,6 bi-lhão foram de grão.

“O sistema tributário brasileiro, que prioriza o em-

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Um grandeprovedor de alimentosCarnes, grãos e frutas brasileiroscomparecem com freqüência cadavez maior à mesa do consumidorchinês graças à competitividade equalidade da produção

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César Borges:“Qualidade da soja

brasileira é umdiferencial

determinante nomercado internacional”

Colheita de soja: embarques paraa China no ano passado somaramUS$ 2,1 bilhões, movimento33,7% superior à receita obtidaem 2003

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da Associação Brasileira dos Exportadores de Citros(Abecitrus), lembrando que os embarques de suco delaranja para a China devem somar 60 mil toneladasneste ano – um salto de 66% sobre as 36 mil toneladasembarcadas em 2002.

Finalmente, as exportações de álcool e açúcar tam-bém estão sendo beneficiadas pela dinamização da eco-nomia chinesa. O consumo de açúcar tem tudo paradisparar, considerando-se a atual taxa de consumo percapita na China, relativamente baixa, situando-se emcerca 7 quilos de açúcar/per capita/ano. Há enorme es-paço de crescimento, considerando-se o consumo percapita de países emergentes como o Brasil, em torno 54quilos, e da Índia, ao redor de 30 quilos.

Um dos maiores players do mercado internacional dealimentos, o Brasil firma-se como importante fornece-dor do mercado chinês, podendo atender, com folga, oesperado aumento do consumo per capita da China:mais do que ser o mais competitivo produtor de grãos,fibras e energia do planeta, o Brasil é o único país queconta com estoques de terras aptos para o cultivo. Opaís dispõe de mais de 100 milhões de hectares de ter-ras agricultáveis, localizadas fora da Amazônia. Não poracaso, o país é apropriadamente denominado de “ce-leiro do mundo”.

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frigoríficas brasileiras estiveram em Pequim e elencaramuma lista de possíveis unidades a serem visitadas peloschineses. “Há pelo menos quarenta churrascarias brasi-leiras instaladas na China à espera do produto nacio-nal”, calcula Marcus Vinicius Pratini de Moraes, presi-dente da Associação Brasileira da Indústria Exportadorade Carne (Abiec).

A demanda pelo frango brasileiro também cresce emritmo acelerado. De acordo com Cláudio Martins, secre-tário-executivo da Associação Brasileira dos Exportado-res de Frango (Abef), o Brasil vendeu 60 mil toneladasde frango in natura para a China no ano passado, maso potencial de negócios gira em torno de 200 mil tone-ladas de frango por ano.

As perspectivas de negócios em torno de três dosprodutos agrícolas mais comercializados em todo omundo – café, suco de laranja e açúcar – também mos-tram-se promissoras. Maior produtor mundial dos trêsbens, o Brasil pode contribuir para diversificar o cardá-pio dos chineses de forma competitiva.

“O espaço para o avanço do consumo de café éenorme”, diz Guilherme Braga, diretor-executivo doConselho dos Exporta-dores de Café (Cecafé),lembrando que a de-manda chinesa é daordem de 400 mil sacaspor ano, o equivalenteao consumo registradoem apenas uma se-mana no Brasil.

Para conquistar es-paço no mercado chi-nês, a Companhia Caci-que de Café Solúvel,maior produtora de so-lúvel do mercado brasi-leiro, aposta na marcaPelé e na associação deste nome com o país do fute-bol. “O gosto do chinês para o café é semelhante aodo Brasil”, diz Haroldo Bonfá, diretor de marketing daCacique.

Os embarques de café ainda são relativamente pe-quenos, mas a velocidade da evolução dos negócios dáuma noção do potencial do mercado chinês. No anopassado, as exportações de café verde somaram 22.445sacas – um aumento de 135% em cinco anos –, e asvendas de café solúvel totalizaram 9.179 sacas – novevezes o volume embarcado em 1999.

Os produtores de suco de laranja também realizambons negócios com a China. “O mercado está cres-cendo e temos condições de atender 100% da de-manda chinesa”, garante Ademerval Garcia, presidente

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Gado de corte brasileiro: criadoem condições ecologicamentecorretas

Sanidade da produção é um dos principais diferenciais daavicultura brasileira, que disputa a liderança do mercadointernacional

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O Brasil dispõe ainda de dezenas de milhões de hec-tares de terras agricultáveis, que podem ser aproveitadaspara a produção de cana, assegurando energia limpa ede baixo custo para uso próprio, e para os países queprecisarem complementar sua própria produção e inten-sificar seus planos de proteção ambiental.

Além disso, detendo uma tecnologia avançada nessecampo, o Brasil pode dar uma contribuição positiva paraque outros países dominem a cadeia produtiva do etanola partir da cana, elevem o balanço energético de seuetanol, e baixem seus custos de produção.

Numa visão estratégica de longo prazo, interessa atodos os países do mundo que o etanol se transformenum carburante de baixo custo. O que só será possívelcombinando a utilização do etanol extraído de cereais etubérculos com o etanol extraído da cana. E, mais doque isso, se os países que têm condições de produzircana-de-açúcar em larga escala se voltarem decidida-mente para a transformação de parte substancial dessacana em etanol, tornando este combustível uma com-modity internacional.

Nesse contexto, a configuração de programas bilate-rais para a produção de etanol de cana-de-açúcar, aexemplo de um programa sino-brasileiro de etanol,ganha conteúdo estratégico. O Brasil tem condições detrabalhar na perspectiva de estabelecer com a Chinauma parceria de longo prazo, tanto no sentido de redire-cionar e consolidar seu plano de produção e utilizaçãodo etanol, quanto no sentido de influenciar o uso doetanol pela maior parte da humanidade.

(1) Banco do Brasil: www.agronegocios-e.com.br(2)World Ethanol Markets – The Outlook to 2012 – 2003 Edition

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WLADIMIR POMAR

Há mais de 30 anos o Brasil vem desenvolvendo atecnologia de produção de etanol extraído da cana-de-açúcar. Isso lhe permitiu tornar-se não só o maior produ-tor mundial de etanol, como obter um alto balançoenergético, a um custo relativamente baixo por litro. Aprodução brasileira de etanol, a partir da cana-de-açúcar,alcançou 13 milhões de metros cúbicos em 2003 (1),apresentando um balanço energético superior a 8, e cus-tos de produção hoje inferiores a US$ 0,21 por litro (2).

A tecnologia de produção do etanol, a partir da cana-de-açúcar, atinge toda a sua cadeia produtiva. Ela incluiavanços agronômicos significativos para a produção dacana, equipamentos agrícolas apropriados e equipamen-tos de transformação avançados, assim como importan-tes inovações tecnológicas nos motores de ciclo Otto,ampliando as possibilidades de utilização de combustí-veis de fontes renováveis.

Ao emitir menos gases poluentes e permitir a obten-ção de créditos de carbono, negociáveis nas bolsas devalores, o etanol transformou-se num importante com-bustível alternativo, tanto para o Brasil, quanto para osdemais países. No entanto, enquanto os brasileiros utili-zam o etanol extraído da cana, outros países extraem oetanol do milho, da beterraba e de outros cereais e tu-bérculos, com baixos balanços energéticos e custos rela-tivamente mais altos.

Nessas condições, se a humanidade pretende reduzirsua poluição atmosférica através da utilização do álcooletílico, terá que voltar-se para uma produção em largaescala do etanol proveniente da cana-de-açúcar, em vir-tude de sua alta produtividade e de seus custos, inferio-res a qualquer um de seus prováveis competidores.

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A imbatível competitividadedo etanolbrasileiroProduzido a partir da cana-de-açúcar, o etanol é um combustívelrenovável, não poluente e o demenor custo de produção, dentre oscarburantes do gênero

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Usina de álcool no sudeste brasileiro: o maior parque deprodução de combustível renovável do mundo

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importador de celulose do grupo, que tem capacidadepara produzir 1,15 milhão de toneladas/ano.

Os desembarques de papel da Suzano para o mer-cado chinês começaram em 1985 e os de celulose em1995, com crescimento constante. Em 2003, o grupovendeu 35 mil toneladas, basicamente de celulose, vo-lume que subiu para 50 mil toneladas em 2004, comum faturamento de R$ 120 milhões (US$ 52 milhões)nos dois exercícios. De janeiro a junho deste ano, asvendas para a China somaram 20 mil toneladas de ce-lulose.

O cenário é favorável principalmente para empresascomo a Aracruz Celulose, que mantém relações comer-ciais com a China desde 1982. “Exportamos 22% denossa produção de celulose para o continente asiático.Desse total 50% vão para a China, o que dá a dimen-são da importância desse mercado”, diz João FelipeCarsalade, diretor comercial da empresa, maior produ-tora de celulose de eucalipto do mundo.

Com dois escritórios comerciais em Pequim, a produ-ção da Aracruz deve chegar a 3 milhões de toneladasanuais, prevê Carsadale. No ano passado, 260 mil tone-ladas desembarcaram no mercado chinês, que em 2005receberá outras 300 mil toneladas da pasta produzidapela Aracruz.

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ALEX BRANCO

Um dos destaques da pauta brasileira de exportaçõespara a China é a celulose. A receita colhida com os em-barques nos últimos dois anos mais do que dobrou,conforme estimativas do Ministério do DesenvolvimentoIndústria e Comércio. Em 2002, as vendas para o mer-cado chinês somaram 396,7 mil toneladas, movimen-tando US$ 140,44 milhões. No ano passado, o volumede vendas saltou para 851,2 mil toneladas em 2004,gerando um faturamento de US$ 288,7 milhões.

“O mercado gráfico chinês está se modernizando ver-tiginosamente, demandando matéria-prima de quali-dade, para ser processada pelas novas e sofisticadas má-quinas de produção de papel. Trata-se de um ambientepropício para a celulose brasileira, por sua qualidade ecompetitividade”, diz Sergio Almeida, Diretor de Expor-tação de Celulose da Votorantim Celulose e Papel – VCP.

A superioridade do eucalipto brasileiro, de fato, éenorme em comparação a outras matérias-primas, prin-cipalmente o pinus. Afinal, o eucalipto pode ser co-lhido com sete anos de idade, enquanto o pinus, tradi-cional matéria-prima dos países de clima temperado,leva 30 anos ou mais para atingir oponto de corte.

A precocidade do eucalipto se traduznum menor custo de produção da celu-lose, em torno de US$ 130,00 a toneladano Brasil, valor três vezes inferior ao pra-ticado nos mercados norte-americano eeuropeu. Com isso, é natural que o pro-duto brasileiro venha ganhando espaçoem todo o mundo, inclusive na China.

“Dentro de cinco anos, a China será omaior comprador da celulose do Brasil”,prevê Rogério Ziviani, diretor de negóciosinternacionais do Grupo Suzano, que jásente sinais de aquecimento das exporta-ções. O país asiático é o segundo maior

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Negócios commuita fibraA qualidade da celulose de fibracurta, processada a partir doeucalipto, abre espaço para oproduto brasileiro no mercadochinês

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Sergio Almeida, da VCP:“Competitividade do eucaliptobrasileiro abre frentes denegócios no mercado chinês”

Florestamento de eucalipto: ciclo de produção de sete anos,quatro vezes menor do que o do pinus, que leva trinta anos paraatingir o ponto de corte

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quidação e Custódia (CBLC) e Associação Nacional dosBancos de Investimento (Anbid), que visa promover omercado brasileiro de capitais na comunidade internaci-onal de investidores, contando com o apoio da Comis-são de Valores Mobiliários (CVM), Banco Central (BC) eSecretaria do Tesouro Nacional.

Quinta maior bolsa de futuros do mundo, com cercade R$ 10 trilhões (US$4.34 trilhões) negociados so-mente no primeiro semestre de 2005, a BM&F está de-cidida a conquistar espaço no mercado chinês e a facili-tar negociações comerciais entre os dois países. “Esta-mos investindo na abertura de uma larga avenida insti-tucional”, diz Amaral, lembrando que é preciso operarcom vagar, procurando construir uma relação de ex-trema confiança.

Para atuar com maior desenvoltura no mercadolocal, a BM&F firmou cooperação técnica com as trêsbolsas de mercadorias e futuros chinesas – Xangai Fu-tures Exchange, Dalian Commodities Exchange (quenegocia soja) e Zhengzhou Commodities Exchange (al-godão).

E os avanços já podem ser contabilizados. No finaldo ano passado, por exemplo, o governo chinês liberouas empresas autorizadas a realizar operações de hedgeno país a utilizarem a BM&F.

Uma das principais ferramentas para o desenvolvi-mento da bolsa brasileira em território chinês é a plata-

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LÉA DE LUCA

Nos dias 6 e 8 de dezembro, em conjunto com ou-tras entidades do mercado brasileiro, a Bolsa de Merca-dorias e Futuros (BM&F) dará mais um importante passopara estreitar relações com o país que mais cresce nomundo: a realização de um road show por diversos cen-tros financeiros na China e na Ásia. O evento contarácom o apoio do escritório da BM&F em Xangai, inaugu-rado em maio do ano passado durante visita do presi-dente Luiz Inácio Lula da Silva à China.

O escritório da BM&F em Xangai foi instalado noquarto andar do moderno edifício do Bank of China, nonúmero 200 da Yicheng Road Central, um dos íconesdos novos tempos de crescimento e abertura do país.“A abertura do escritório faz parte do projeto de posici-onar estrategicamente a BM&F”, diz o presidente doConselho de Administração da BM&F, Manoel Felix Cin-tra Neto, lembrando que o programa de inauguraçãocontou com um seminário, do qual participaram maisde 400 empresários chineses e brasileiros.

A apresentação do mercado finan-ceiro e de capitais do Brasil é parte doprocesso de consolidação das operaçõesda BM&F no mercado chinês. “O objetivodo road show é apresentar ao investidorestrangeiro a modernidade do mercadofinanceiro e de capitais brasileiro, como oSistema de Pagamentos (SPB), as clea-rings e os ambientes de negociação nasbolsas”, informa João Lauro Amaral, dire-tor de relações internacionais e governa-mentais da BM&F.

O road show é o terceiro evento pro-movido pelo Best Brazil – iniciativa con-junta da BM&F, Bolsa de Valores de SãoPaulo (Bovespa), Câmara Brasileira de Li-

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A BM&F lançasementes emXangai Principal bolsa de futuros daAmérica Latina, a BM&F abreescritório comercial em territóriochinês, para apoiar o crescentevolume de negócios entre Brasil eChina

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O escritório da BM&F em Xangai: dando suporte às operaçõescomerciais entre Brasil e China

O presidente da BM&F, ManoelFelix Cintra Neto: “A China é ummercado estratégico para oprocesso de internacionalizaçãoda bolsa”

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futuros de índices de ações: “Está em curso uma rodadade consultas recíprocas, para decidir, entre outras coi-sas, qual o melhor fórum para esses contratos, se embolsas de futuros ou na de ações. Estamos colaborandocom informações sobre a experiência brasileira, onde asopções ficaram com a bolsa de valores e os futuros,com a BM&F”, explica Amaral.

ESCRITÓRIO CHINÊS ACELERA PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DA BM&F

O escritório da BM&F em Xangai é um testemunhodas potencialidades do relacionamento entre China eBrasil. As operações são coordenadas por Guey Chien,de 42 anos, nascido em Taiwan mas brasileiro naturali-zado, formado em engenharia eletrônica pela Escola Po-litécnica da Universidade de São Paulo (USP) e pós-gra-duado em direito empresarial. O escritório da BM&F naChina também abriga representação dos governos deSão Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e MinasGerais. “Nosso foco principal é o apoio direto à atividadedas corretoras associadas, que passam a contar comuma base em Xangai”, diz Manoel Félix Cintra Neto.

O desbravamento do mercado chinês não é a únicamostra de pioneirismo e vitalidade da BM&F. Às véspe-ras de completar 20 anos de operações, a instituiçãocontinua exibindo vigor. “O número de contratos finan-ceiros e agropecuários negociados na BM&F pratica-mente dobrou nos dois últimos anos”, calcula o diretorgeral da BM&F, Edemir Pinto.

É, entretanto, sobre a internacionalização de suasoperações que a BM&F concentra seus esforços. Alémdo contrato futuro de euro, a Bolsa pretende autorizartambém operações a termo de moedas para dólar eeuro ainda em 2005. “Nos primeiros seis meses, os ne-gócios vão crescer 30%”, prevê Cintra Neto. A possi-bilidade de remoção de obstáculos para a liquidaçãodireta de operações com euro realizadas por estrangei-ros, com mecanismos internacionais de clearing, foi osinal verde para a largada dos planos de abrir outro es-critório em Londres, que será o terceiro da BM&F –além da representação em Xangai, há ainda o pio-neiro, em Nova York.

Depois de inaugurar o sistema para registro de proje-tos de redução de emissão de carbono, a BM&F preparao lançamento de contratos futuros de índice de Ameri-can Depositary Receipts brasileiros (ADRs); da câmara decompensação de moedas do Mercosul;; rodas de nego-ciação de dólar à vista e uma inédita parceria com o Te-souro Nacional, para a negociação de títulos públicos.

Mais informações sobre a atuação da BM&F naChina podem ser obtidas pelo endereço eletrônico daentidade: http://www.bmf.com.br/indexchines.asp

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forma de negociação comum entre a BM&F, as bolsaschinesas e a Rosário Futures Exchange (Rofex), da Ar-gentina. “Trata-se de uma iniciativa de grande poten-cial, principalmente por conta da grande expressão doBrasil e da Argentina no mercado de produtos agroin-dustriais”, diz o diretor da BM&F.

Outro mercado trabalhado pela BM&F na China é ode negociação de créditos de carbono, com base nostermos estabelecidos pelo Protocolo de Quioto. Em se-tembro, a BM&F inaugurou um banco de projetos am-bientais, que já se mostra um grande manancial de ne-gócios.

“O Brasil tem larga experiência e domínio tecnoló-gico em projetos energéticos não poluentes, principal-mente a produção de álcool, que começa a ganhar omercado externo, por seus atributos ecológicos”, dizGuilherme Fagundes, chefe do Departamento de Proje-tos Especiais da BM&F.

Segundo Amaral, esta é uma área onde pode havermuita cooperação entre Brasil e China, país que usa in-tensamente o carvão para a geração de energia, comgrande impacto ambiental. Se o país tiver que substituireste combustível, para atender às regras do Protocolode Quioto, o Brasil pode colaborar com a transferênciade tecnologia, fornecimento de projetos ou simplesvenda de créditos.

Está em estudo, também, estimular o mercado de

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Posto da BM&F no mercado chinês: quinta maior bolsa defuturos do mundo, a instituição movimentou cerca de R$ 10trilhões negociados somente no primeiro semestre de 2005

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(que funcionam a álcool e/ou gasolina), estarão movi-mentando veículos chineses, produzidos pela subsidiáriachinesa da Magneti Marelli, empresa que produz bicosinjetores e centralinas.

Outras empresas brasileiras, como a WEG, fabricantede motores elétricos, atuam diretamente em territóriochinês. No caso, a opera a Nantong Electric Motor Ma-nufacturing, fábrica que comprou do grupo local Weifu.Com faturamento previsto de U$ 15,7 milhões em2005, a WEG Nantong produz motores elétricos trifási-cos de baixa e alta tensão para os segmentos de acea-ria, mineração, petroquímica e fabricantes de bombas ecompressores.

Há dez anos na China, a Empresa Brasileira de Com-pressores S.A. (Embraco) opera uma fábrica em Pequim,a Embraco Snowflake, joint venture com o grupo localSnowflake. Com capacidade produtiva para 2,4 milhõesde compressores herméticos utilizados na refrigeraçãodoméstica, a unidade detém 10% do mercado chinêsno segmento e 8% do mercado asiático e é plataformade exportação para toda a Ásia.

Ernesto Heinzelmann, presidente da Embraco, dizque a China busca produtos novos a preços cada vezmais competitivos, é exigente quanto à qualidade eaparência e dá preferência ao conteúdo tecnológico nassuas aquisições. “Para conquistar espaço é preciso com-petência e visão de longo prazo”, diz.

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LIZETE TELES DE MENEZES

Nas ruas, nas fábricas e nas residências chinesas écada vez maior a presença de veículos, motores e equi-pamentos made in Brazil, que conquistam espaço gra-ças à sua qualidade e competitividade. A subsidiáriabrasileira da General Motors, por exemplo, desembarcaanualmente 80 mil kits dos modelos Blazer S10 cabinedupla, Corsa Sedan e Corsa Wagon, que são montadosnas unidades locais em regime CKD (completely knoc-ked down), cumprindo contrato assinado em 2001, or-çado em US$ 1 bilhão, pelo período de dez anos.

A GM brasileira aposta pesado no mercado chinês,anunciando investimentos de US$ 3 bilhões em suasoperações na China até 2007. A empresa constituiujoint ventures com o governo da República Popular daChina para operar três fábricas de automóveis, uma detransmissão e outra de motores. Além deste, firmououtro compromisso envolvendo o valor de US$ 400 mi-lhões, a ser cumprido em cinco anos.

Caminho similar trilha a subsidiária brasileira da Fiat.Em 2003, as exportações totais das brasileiras para opaís asiático atingiram cerca de US$ 44 milhões empeças e componentes automotivos. No ano passado, aFiat Automóveis faturou cerca de US$ 60 milhões, coma comercialização de mais de 450 itens, que vão de vo-lantes a peças estampadas, passando por motores,rodas, suspensões, sistemas de freio, caixas de direção eoutros componentes.

Enquanto ônibus e caminhões rodam pelas estradasda China com os motores da Cummins do Brasil, quejá exportou 2.300 unidades para o país asiático, a par-tir de 2006, carros das montadoras chinesas Lifan,FHAC (FAW-Hainan) e Chery serão equipados com di-ferentes versões dos motores 1.6 16V da brasileira Tri-tec, joint-venture criada em 1996 entre a Daim-lerChrysler e a BMW.

E dentro de dois anos, os primeiros motores flexíveis

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Motores Made in BrazilFabricantes brasileiros de veículos,máquinas e equipamentos abremespaço no mercado chinês, graças àexcelência tecnologia e custoscompetitivos de seus produtos eserviços

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Veículo da GM, produzido no Brasil e embarcado para a China:exportações do ano passado somaram US$ 44 milhões

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ral Norte do Estado do Rio de Janeiro) para a China. No ano passado, foram exportados 7,6 milhões de

barris de óleo equivalente (boe), incluindo óleo cru eGLP (Gás Liquefeito de Petróleo). Essa quantidade équatro vezes maior do que a alcançada em 2003, novalor de aproximadamente US$ 300 milhões.

“Já operamos vendas no mercado spot não só para aSinopec, como também para a Petrochina e a Sino-Cheim – companhias chinesas que também operam noramo petrolífero –, mas pretendemos ampliar as vendase firmar contratos de longo prazo”, informa o diretorde Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa.

A operação da Petrobras no mercado chinês estáabrindo outras frentes de negócios, principalmente naárea de logística. Além de viabilizar o transporte de pe-tróleo e derivados por mar, cabe também à empresa atarefa de armazenamento da produção em terminalpróprio, que será construído no litoral chinês, em áreaainda não identificada.

Outra área de interesse comum é a de produção dexisto. A China detém grandes reservas do produto e aPetrobras desenvolveu uma tecnologia com forte apeloambiental: a utilização de pneus sem utilidade comercialdurante o processamento do xisto. Misturados à maté-ria-prima, eles substituem até 5% da carga de minérios.Desde que a tecnologia foi implantada, em maio de2001, mais de sete milhões de pneus inaproveitáveis jáforam incorporados neste processo.

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ISABEL PACHECO

Maior empresa brasileira de energia, com fatura-mento de aproximadamente US$ 50 bilhões no anopassado, a Petrobras prepara-se para alçar suas exporta-ções de petróleo, óleo combustível e petroquímicospara a China dos US$ 340 milhões embarcados em2004 para cerca de US$ 1 bilhão em 2010.

Os primeiros passos nesta direção foram dados em2004, quando a Petrobras inaugurou seu escritório emPequim e divulgou o acordo firmado com a Sinopec, se-gunda maior petrolífera chinesa, para a exploração con-junta de petróleo em águas profundas.

“A parceria entre a Petrobras e a Sinopec sinaliza aabertura de uma nova vertente de cooperação, extraor-dinariamente promissora. Assim como o Brasil, a Petro-bras chegou aqui para ficar”, disse o presidente LuizInácio Lula da Silva, durante a cerimônia de abertura doescritório em Pequim.

Entre os fatores que fortalecem a já tão conhecidacomplementaridade entre os dois países na área deenergia, está exatamente o fato de que a China anseiapelo know how da Petrobras para explorar as águasprofundas em seus mares, enquanto a empresa brasi-leira tem interesse na tecnologia chinesa de recupera-ção dos campos maduros, para aplicar em poços situa-dos no Nordeste do Brasil.

O alcance do acordo entre as empresas, entretanto,ultrapassa os respectivos territórios. Petrobras e Sinopecpretendem operar em conjunto em mercados da Amé-rica Latina, Oeste da África e Oriente Médio, nos seg-mentos de comércio de petróleo e derivados; explora-ção e produção de petróleo e gás em terra, águas rasase águas profundas; refino, petroquímica, fertilizantes,engenharia, serviços de petróleo e tecnologia.

Os negócios diretos com a China, de sua parte, se-guem de vento em popa. Desde o ano 2000, a Petro-bras exporta petróleo pesado do campo de Marlim (lito-

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Negócios sinérgicosDois dos grandes playersinternacionais do mercado depetróleo, gás e energia, a brasileiraPetrobras e a chinesa Sinopecsomam forças para operar commaior desenvoltura

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Plataforma da Petrobras: recorde mundial de produção em águasprofundas

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LIZETE TELES DE MENEZES

A evolução das relações comerciais entre Brasil eChina está abrindo uma promissora frente de negóciospara escritórios de advocacia dos dois países. Há maisde dez escritórios brasileiros instalados na China, mobili-zando centenas de profissionais.

A presença das bancas brasileiras em território chinêsremonta a 1998, quando o escritório Noronha Advoga-dos assessorou o governo chinês no processo de acessoà Organização Mundial do Comércio (OMC).

Com atuação diversificada, o Noronha Advogadospresta orientação para grandes e pequenas companhiasbrasileiras.

Atento ao crescimento de negócios, o escritório Pi-nheiro Neto Advogados está formando uma equipepara assessorar potenciais investidores brasileiros naChina e chineses que pretendam investir no Brasil.

Outros escritórios optaram por atuar em associaçõescom bancas internacionais. É o que está fazendo a Vei-rano Advogados, que opera na China em conjunto com oescritório inglês Simons & Simons e o local Lehman, Lee &Xu. A Veirano assessora uma companhia chinesa da áreade telecomunicações, negocia a formação de uma jointventure entre uma grande construtora brasileira e umaempresa chinesa e tem outros projetos em curso.

Para reforçar sua presença no mercado, o escritórioestá destacando um profissional para comandar o escri-tório brasileiro na China. “É preciso criar um relaciona-mento estreito com os clientes para crescer no mercadolocal”, explica Rodrigo Tavares Maciel, sócio do Veirano.

O escritório Siqueira Castro Advogados, por seuturno, está promovendo uma série de palestras nomercado chinês para apresentar seus serviços e experi-ência na área do Direito Internacional Empresarial, comatuação, dentre outros eventos, na Feita Internacionalde Macau.

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ISABEL PACHECO

Líder na produção e exportação de minério de ferroe um dos principais players do mercado internacional deprodutos de base, como aço, alumínio e outros metais,o Brasil está contribuindo diretamente para o processode crescimento econômico que a China experimenta, aofornecer matérias-primas a preços competitivos.

Tome-se, como exemplo, a evolução dos embarquesde minério de ferro, que saltaram das 225 mil toneladasexportadas em 2002 para as 958 mil comercializadas noano passado, representando receitas de US$ 597 mi-lhões e US$ 1,1 bilhão, respectivamente.

A despeito de ser o maior produtor mundial dealumínio, a China também recorre ao mercado brasileiropara suprir sua demanda. Nos últimos três anos, as expor-tações acumuladas do Brasil para a China de alumínios eseus produtos (manufaturados e semi-manufaturados) so-maram 1,67 milhão de toneladas.

O potencial de negócios nesta área entre os dois paí-ses é de tal ordem que a Companhia Vale do Rio Doce,a maior empresa brasileira de exploração e produção deminérios e uma das maiores do mundo, acaba de cons-tituir duas parcerias com companhias chinesas.

“Firmamos acordo com duas das principais empresasda China, em seus respectivos campos de atuação. Coma Shangai Baosteel Group, firmamos acordo para cons-truir uma usina no norte do Brasil com capacidade de4,1 milhões de toneladas anuais de placas de aço. Jácom a Aluminium Corporation of China – Chalco,vamos produzir, também na região norte, 1,8 milhão detoneladas/ano de alumina”, adianta Roger Agnelli, pre-sidente da companhia.

As oportunidades de negócios nesta área não se li-mitam, entretanto, à produção e comercialização de mi-nério de ferro e de alumínio. O Brasil começa a exportarcrescentes volumes de aço para a China, bem como ou-tros minerais de importância econômica.

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Negócios abremespaço para aadvocaciaEscritórios brasileiros de advocaciainstalam representações na Chinapara atender à demanda geradapelo incremento dos negócios com oBrasil

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estratégicaBrasil posiciona-se como grandefornecedor de matérias-primas paraa China, como minério de ferro,alumínio e outros minerais, dandosuporte ao ritmo de crescimento daeconomia chinesa

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do a Hong Kong Express Airways (HKE) começou a ope-rar o primeiro dos quatro aviões, produzidos no Brasil. AEmbraer está concentrando grande parte do seu esforçode vendas internacionais na nova família de jatos regio-nais de 70 a 110 assentos, linha de aparelho mais pro-curada pelas companhias aéreas.

Em 2005, a empresa prevê a entrega de 145 jatoscomerciais e executivos, sendo que 50% deles dos mo-delos 170/190. A carteira de pedidos da empresa já su-perou a marca de US$ 10 bilhões. Segundo a Embraer,o modelo ERJ-145, de 50 lugares, ainda tem fôlegopara disputar mercado de 650 aeronaves na faixa de 30a 60 assentos, nos próximos dez anos.

Com a investida no mercado asiático, a Embraerganha mais músculos para operar no ambiente global.Para apoiar seus planos de expansão, a empresa insta-lou novas unidades no estado de São Paulo, escritóriose bases de serviços ao cliente na Austrália, Cingapura,Estados Unidos e Portugal, além da fábrica na China.

Em dezembro de 2004, a empresa deu outro impor-tante passo no cenário internacional ao assumir o con-trole da estatal portuguesa Ogma. O consórcio lideradopela Embraer – a outra integrante é a European Defenseand Space Company (EADS) –, desembolsou 11,4 mi-lhões de euros para assumir o controle acionário daOgma.

Com faturamento de 107 milhões de euros em2003, a Ogma fabrica componentes estruturais e mate-riais compostos para a grandes empresas, como Boeing,Airbus, Lockheed Martin e Pilatus, dentre outras.

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VIRGINIA SILVEIRA

Líder mundial na fabricação de jatos com até 110assentos, a Embraer, uma das maiores exportadorasbrasileira, com faturamento anual de US$ 3,5 bilhõesem 2004, vendeu cinco aeronaves ERJ-145 este anopara a China Eastern Airlines. O contrato, estimado emUS$ 21 milhões, pode dobrar de valor, caso uma novaencomenda de mais cinco aviões seja efetivada pelacompanhia.

Com estes novos negócios, a Embraer dá prossegui-mento ao seu plano de expansão no mercado chinês,onde se instalou em maio de 2000, com a constituiçãode uma joint venture com a Harbin Aircraft IndustryGroup e a Hafei Aviation Industry, empresas controladaspela China Aviation Industry Corporation (Avic II) e avenda de cinco jatos para a Sichuan Airlines.

“As aeronaves produzidas pela Embraer fora do Brasilrepresentam um compromisso de longo prazo da em-presa com a indústria aeronáutica chinesa, sob os pontosde vista da operação das linhas aéreas e industrial”, dizMauricio Botelho, presidente da companhia brasileira.

A Embraer e a Avic II investiram US$ 25 milhões naHarbin Embraer Aircraft Industry Company Ltd (HEAI),concebida para produzir os jatos regionais da famíliaERJ-145, de 37 a 50 assentos. Aparticipação da Embraer na Heai,que emprega 174 pessoas, é de51%. Com as instalações em Har-bin, a Embraer ampliou a sua atu-ação na China, onde já estavapresente com um escritório de re-presentação em Pequim, inaugu-rado em julho de 2000 e um cen-tro de distribuição de peças de re-posição.

Outro jato da Embraer, o mo-delo 170, de 76 passageiros,também está cruzando os céusda China desde setembro, quan-

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Voando altoUm dos maiores fabricantesmundiais de jatos de médio porte, aEmbraer reforça sua posiçãointernacional associando-se àChina Aviation IndustryCorporation (Avic II)

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O presidente daEmbraer, MaurícioBotelho:“Compromisso delongo prazo com aindústria chinesa”

A unidade de produção conjunta da Embraer com a HarbinAircraft Industry Group: foco no mercado asiático

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tros paises. Argentina, México, Chile e Malásia já mani-festaram interesse em receber as imagens do satélite.

O programa CBERS teve início em julho de 1988,com a assinatura de um acordo de cooperação entre osdois paises para o desenvolvimento conjunto de dois sa-télites de observação da Terra. Os dois primeiros satéli-tes, os CBERS 1 e 2, foram lançados em 1999 e 2003,respectivamente.

No total, o projeto conjunto sino-brasileiro consumiuinvestimentos da ordem de US$ 300 milhões, incluindoa operação de lançamento, que é feita na China, pelofoguete Longa Marcha.

No programa CBERS, o Brasil é responsável pelo for-necimento da estrutura mecânica dos satélites, do sis-tema de geração de energia – inclusive os painéis sola-res –, do sistema de coleta de dados ambientais, equi-pamentos de telecomunicações, computadores debordo, transmissores de microondas e duas câmerasimageadoras.

As imagens distribuídas pelo CBERS-2 no Brasil sãousadas para fazer o monitoramento da floresta Amazô-nica e dos processos de desmatamento que ocorrem naregião. Outras aplicações em uso do CBERS incluem vi-gilância de fronteiras, monitoramento de recursos hídri-cos, estudo de surtos epidêmicos, planejamento ur-bano, previsão de safras agrícolas, aplicações meteoro-lógicas, entre outras.

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VIRGINIA SILVEIRA

Em outubro de 2006, Brasil e China darão um im-portante passo para consolidar a bem-sucedida parceriana área espacial, com o lançamento do terceiro satélitede observação CBERS-2B (Satélite Sino-Brasileiro de Re-cursos Terrestres).

Considerado um marco tecnológico para o Brasil eestratégico sob o ponto de vista de geração de ima-gens, o programa conjunto Brasil-China já lançou doissatélites de observação. O mais recente deles, o satéliteCBERS-2, em órbita desde 2003, já distribuiu cerca de120 mil imagens gratuitamente para mais de seis milusuários, entre órgãos públicos, universidades, centrosde pesquisa e ONGs, além da iniciativa privada.

A iniciativa conjunta sino-brasileiro está à frente deprojetos de países como os Estados Unidos, que distri-buem anualmente cerca de 12 mil imagens do satéliteLandsat, e da França, que envia cerca de 20 mil ima-gens.

“O interesse pelo CBERS aumentou muito nos últi-mos anos, pois os satélites que detêm a liderança mun-dial na distribuição de imagens, como o Landsat, vêmapresentando vários problemas. O francês Spot, por suavez, tem um custo de utilização muito alto”, explicaJanio Kono, coordenador do programa CBERS no Insti-tuto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

O CBERS compete na categoria dos satélites quepossuem câmeras de três a 30 metros, que respondempor 41% da demanda atual do mercado mundial. Asimagens produzidas nessa faixa de resolução têm apli-cação maior em cartografia, monitoramento ambiental,vigilância, defesa, previsão de safra e uso do solo.

De olho no potencial do mercado de distribuição deimagens de satélite de sensoriamento remoto, os doispaises negociam agora a melhor forma de comercializaras imagens dos satélites do programa CBERS para ou-

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NegóciossideraisPrograma espacial sino-brasileiroconquista espaço no mercadointernacional de geração edistribuição de imagens terrestres,despertando interesse comercial depaíses como Argentina, México,Chile e Malásia

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Em órbita desde 2003, o satélite sino brasileiroCBERS-2 já distribuiu cerca de 120 mil imagensgratuitamente para mais de seis mil usuários

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grande exportador de alimentos, em especial grãos, car-nes, sucos de frutas e café; combustível renovável (eta-nol, biodiesel); algodão; celulose; madeiras de quali-dade e minérios.

O esforço de divulgação dos produtos e serviços bra-sileiros será direcionado para o campo dos negócios nopróprio ambiente da feira. Os organizadores da exposi-ção também vão promover rodadas de negócios du-rante o encontro, que contará ainda com a realizaçãode conferências técnicas, sobre diversos temas de inte-resse mútuo.

Há ainda a possibilidade de visitas dos empresários erepresentantes de governos brasileiros a empresas e ór-gãos governamentais da China, visando estabelecer for-mas de cooperação entre os dois países.

Novamente o futebol será destaque na Expobrasil-china, a exemplo do que ocorreu no ano passado,quando atletas e dirigentes de vários grandes clubesbrasileiros participaram da exposição, levando à China oconhecimento brasileiro no esporte.

Assim como o futebol, outras expressões da culturabrasileira estarão presentes na II Exposição do Brasil naChina, a partir da degustação de alimentos, sucos, café,cachaça e vinho, e da exposição de pinturas e de mú-sica, com destaque para o samba.

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MILTON POMAR

Empresas brasileiras dos setores de agronegócios,mineração, construção, energia, esportes e turismo,além de representações de governos municipais, esta-duais e o federal, participarão da II Exposição do Brasilna China, realizada pelo Instituto de Cooperação Inter-nacional (Icooi), que será realizada no Centro Internaci-onal de Exposições da China (CIEC), de 23 a 27 de maiode 2006, em Pequim.

A novidade dessa II Exposição é a parceria com a 9ªChitec – a já tradicional Feira de Alta Tecnologia daChina, com empresas de eletrônica, informática, comu-nicação, farmacêutica, equipamentos de proteção ambi-ental, novos materiais, fontes alternativas de energia,tecnologia agrícola, engenharia etc. A 9ª Chitec e a IIExpobrasilchina dividirão o espaço do CIEC no mesmoperíodo, somando visitantes.

A Expobrasilchina (www.expobrasilchina.com.br) fazparte de um conjunto de iniciativas desenvolvidas peloIcooi com o objetivo de divulgar as empresas e produtosdo Brasil e da China, além das oportunidades recíprocasde investimentos, exportações, importações e intercâm-bios diversos. Nesse sentido, já realizou seminários e pa-lestras sobre a China, em eventos organizados por fede-rações das indústrias de dez províncias chinesas – esteano devem ocorrer ainda em mais oito estados. Alémdisso, realizou em agosto de 2004 a primeira Exposiçãodo Brasil na China, também no CIEC, e publicou emjulho de 2005 a revista “Negócios com a China”.

Um dos aspectos mais ressaltados nestas exposiçõesé o elevado estágio de desenvolvimento tecnológicobrasileiro, em diversos setores industriais. O Brasil, defato, detém um “know-how” avançado em genéticaanimal e biotecnologia, larga experiência na construçãode hidrelétricas e programas bem sucedidos de geraçãode energia a partir da biomassa. Ao mesmo tempo, é

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Vitrine brasileirana ChinaProdutos e serviços do Brasilganham maior visibilidade nomercado chinês com a organizaçãoda II Exposição do Brasil na China,realizada em maio de 2006, emPequim

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Feira, uma das vitrines para os produtos brasileiros no mercadochinês

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negócios é o aumento de frotas e de linhas aéreascomo Air China, China Southern e Air Shanghai. Os pa-cotes normalmente são montados de acordo com a ne-cessidade de cada cliente, que costuma permanecer noBrasil de três a 20 dias.

Para melhor atender sua clientela chinesa, a agênciaThe Way Travel, acaba de abrir um escritório em Xangai.“Recebemos de cinco a seis grupo de turistas por mês,que buscam como roteiro, além de São Paulo e Rio deJaneiro, a cidade de Curitiba”, informa a supervisora dodepartamento corporativo da agência, Letícia Ceruel.

“É cada vez maior o fluxo de turistas chineses, queestão diversificando seus destinos”, diz Alexandre Wu,gerente de operações da agência Happy Holiday, que játem até site disponível em mandarim e recebe emmédia três grupos mensais de turistas chineses vindosprincipalmente da região sul do país.

Já a Opco Tours, no Rio de Janeiro, conta com boasperspectivas de crescimento para o próximo ano. Se-gundo Carlos Silva, diretor operacional da empresa, otrabalho é feito em parceria com hotéis, que distribuemfolhetos explicativos em mandarim, além do recruta-

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FELIPE NIEMEYER

Os chineses estão descobrindo o Brasil. Em 2004,cerca de 14 mil turistas chineses visitaram o país, nú-mero que deve somar cerca de 120 mil em 2007, con-forme projeções do Ministério do Turismo. Dois fatoresexplicam o crescente interesse dos chineses pelo Brasil.Em primeiro lugar, figuram as belezas naturais e o ricopatrimônio cultural do País.

Além de belas praias, deslumbrantes paisagens emuito sol, o Brasil também ganhou um estímulo do go-verno chinês: a concessão do Approved Destination Sta-tus (ADS), o Acordo de Status Destino concedido pelogoverno chinês ao Brasil.

Na América do Sul, o Brasil é o único país, ao ladode Cuba, que recebeu o título do governo chinês.Neste trabalho de promoção do turismo, 25 agênciasforam selecionadas e credenciadas pelo Ministério doTurismo brasileiro para trabalhar na recepção de turis-tas chineses.

Os principais critérios utilizados na seleção dessasagências foram a contratação legal de funcionárioscom domínio na fala, escrita e compreensão do idiomamandarim, além do registro de mais de cinco anos naEmbratur.

E a autorização para a entrada do turista chinês noBrasil tornou-se também mais fácil: basta apenas o vistoobtido no consulado de Xangai ou na embaixada de Pe-quim, desde que as agências que operam no Brasilsejam credenciadas à ADS.

Em São Paulo, a Donlon Latinsina é uma das princi-pais operadoras do país. “Mensalmente, recebemoscerca de vinte grupos de turistas chineses e estamos re-gistrando um aumento de 70% no turismo de negó-cios”, diz o diretor da empresa, Xu Lin.

A maioria dos turistas chineses, segundo ele, vem deregiões como Xangai e Guanju – as mais ricas da China.Outro bom termômetro do aquecimento do turismo de

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A invasão chinesaBrasil é um dos destinos cujaprocura mais tem crescido entre osturistas chineses, impulsionada pelocrescimento de negócios bilaterais epelo interesse dos chineses pelasbelezas naturais do país

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Praia, sol e mar: belezas naturais brasileiras mais acessíveis parao turista chinês

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ROTEIROS PARA TODOS OS GOSTOS

Quem visita o Rio de Janeiro descobre que há sem-pre algo para se fazer na cidade, desde exposições, es-petáculos teatrais, shows de dança e de música paratodos os gostos. Um dos mais famosos e procuradospontos turísticos é o Cristo Redentor. O monumento,que completou 70 anos em 2001, foi inaugurado em12 de outubro de 1931. Elevadores e escadas rolanteslevam os visitantes até a base da estátua, que pesa1.145 toneladas. A subida pelotrenzinho dura cerca de 20 minutose é feita pela Estrada de Ferro doCorcovado, inaugurada por D.Pedro II em 1884.

Outro cartão de visitas da cidadeé o bondinho do Pão de Açúcar.Primeiro teleférico instalado no Bra-sil e terceiro no mundo, é um dosmais importantes ícones do turismocarioca. Desde sua inauguração, oteleférico já transportou mais de 31milhões de turistas. Nos meses dealta temporada a freqüência diáriachega a três mil pessoas.

Já Manaus, a capital do estado

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mento de funcionários para o melhor atendimento aoturista.

Entre os destinos mais procurados: Rio de Janeiro,Foz do Iguaçu e Amazônia. Não é a toa que a opera-dora carioca foi escolhida oficialmente em setembropelo governo para receber um grupo de 15 visitanteschineses para um congresso na cidade. A Brazilian Fi-esta Tours, que também opera na cidade do Rio de Ja-neiro, recebe mais de quinze grupos mensais, que pro-curam conciliar negócios e lazer.

“Os chineses não buscam apenas destinos de sol epraia, mas também procuram locais com diversidadenatural e cultural”, diz o diretor financeiro da empresa,Sidnei Bassan, que destaca a importância da concessãodo ADS para o incremento do turismo chinês no Brasil.

De fato, pesquisas recentes realizadas pela Embra-tur mostram que os destinos mais procurados pelo tu-rista chinês são as cidades do Rio de Janeiro, SãoPaulo, Foz do Iguaçu e Manaus. As lindas praias e be-lezas naturais do país também chamam atenção e se-duzem os turistas. Com um litoral que se estende pormais de sete mil quilômetros, o Brasil tem o privilégiode poder oferecer diversas opções de lazer nesse seg-mento. E dentre as praias mais procuradas pelo turistachinês estão as famosas praias de Ipanema e Copaca-bana, no litoral carioca.

Coração econômico do Brasil, a cidade de São Paulo oferecediversas opções de entretenimento, como sua agitada vidanoturna

O Pão de Açúcar (acima) e o Cristo do Redentor(abaixo): dois doscartões-postais do Rio de Janeiro, a cidade brasileira que maisrecebe turistas

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seus, entre diversas edificações históricas. As comprasfazem parte do roteiro. Repleta de shoppings, ruas decomércio especializado e feiras de artesanato, a cidadeSão Paulo garante opções para todos os gostos.

ROTEIROS:● Cristo Redentor: o acesso é feito pela Rua Cosme

Velho. O trem funciona diariamente, das 8h30 às 18h.Informações: +55 (21) 2558-1329.

● Pão de Açúcar: o acesso é feito pela Avenida Pas-teur, 520, bairro da Urca. O passeio pode ser feito dedomingo a quinta-feira, das 8h às 22h, e nas sextas esábados, das 8h às 20h30. Informações: +55 (21) 2546-8400.

● Reserva de Mamirauá: Só é possível chegar à Re-serva de barco, saindo de Tefé, a maior cidade da re-gião. A duração da viagem é de mais de uma hora.

Pode-se chegar a Tefé por transporte aéreo ou flu-vial.

Via Aérea: há um vôo diário para a cidadeVia Fluvial, saindo de Manaus. A viagem dura 36

horas. No percurso podem-se ver as maravilhas naturaisdo Estado. Também há lanchas de transportes de passa-geiros (popularmentechamadas de "expres-sos") que fazem o per-curso em até 12 horas.

● São Paulo: A cidadede São Paulo possuicerca de 60 mil aparta-mentos em hotéis de di-versas categorias e pre-ços, o que inclui desdeas unidades luxuosas, degrandes redes internacio-nais, a pequenas hospe-darias. Os hotéis maismodernos atendem per-feitamente aos viajantesque chegam à cidadepara realizar negócios. Localizam-se principalmentenas imediações da Avenida Paulista e Jardins, bairroscentrais e na Zona Sul.

No quesito alimentação, a cidade de São Paulo tam-bém é uma cidade grandiosa. Os milhares de restauran-tes, que servem pratos de mais de 40 países e de todosos cantos do Brasil, fazem da cidade um dos mais impor-tantes pólos gastronômicos do planeta. Centro, Bixiga,Jardins, Consolação, Moema, Vila Olímpia Itaim Bibi eVila Madalena são alguns bairros mais conhecidos porconcentrarem bons restaurantes.

Para mais informações, procure o seu agente de via-gens.

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do Amazonas, impressiona pela quantidade de parquesecológicos e sucessão de áreas verdes, mesclando umanatureza exuberante, com a pujança de um pólo indus-trial de alta tecnologia, localizado na chamada ZonaFranca de Manaus.

A região amazônica, a propósito, abriga uma dasmaiores biodiversidades do mundo e oferece excelentesopções de ecoturismo. As pessoas interessadas nessetipo de viagem equivalem a 5% de todo o fluxo turís-tico mundial, ou cerca de 35 milhões de pessoas.

Um passeio imperdível é à Reserva de Desenvolvi-mento Sustentável Mamirauá, uma área de mais de 1milhão de hectares de lagos e matas, localizado noAmazonas, a 200 quilômetros de Manaus. Com a Re-serva de Amanã e o Parque Nacional de Jaú, ela forma amaior área de florestas inundadas protegida do mundo.Localizada no médio Solimões, foi declarada área prote-gida em 1990, como Estação Ecológica.

Já para quem gosta de vida noturna agitada, cozinhadiversificada e de qualidade e um movimentado circuitoartístico, a indicação é a cidade de São Paulo, a maiormetrópole da América do Sul. Principal centro econô-mico-financeiro do Brasil, São Paulo também impressi-ona quando se trata de diversão e arte.

A cidade tem quase 300 salas de cinema, mais decem teatros, uma dezena de centros culturais e 70 mu-

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Amazônia: a maior floresta do mundo pode ser conhecida emvisitas guiadas

Restaurante em São Paulo:roteiro gastronômico dacidade é mundialmentereconhecido

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BRASIL X CHINA(Comércio exterior US$ bilhões)

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PIB(Acumulado em 12 meses - US$ bilhões)

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INFLAÇÃO*(em % no ano)

Fonte: IBGE

* Índice de preços ao consumidor amplo** Expectativa do mercado financeiro

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EXPORTAÇÕES DE SOJA(Do Brasil para a China - US$ milhões)

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EXPORTAÇÕES DE MINÉRIO DE FERRO(Do Brasil para a China - US$ milhões)

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EXPORTAÇÕES DE COUROS(Do Brasil para a China - US$ milhões)

Fonte: Secex

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EXPORTAÇÕES DE CELULOSE(Do Brasil para a China - US$ milhões)

Fonte: Secex

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EXPORTAÇÕES DE OLEO DE SOJA(Do Brasil para a China - US$ milhões)

Fonte: Secex

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