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Um Presente Inigualével Nota introdutória O fundador do movimento Hare KŠa, Sua Divina Graça A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhup€da, mais conhecido pelos seus seguidores como ®r…la Prabhup€da, causou no contexto social, cultural, filosófico e religioso deste mundo contemporâneo uma revolução definitiva. Apesar de, em termos numéricos, o movimento por ele iniciado não ser tão expressivo, seu legado é incontestável. Enquanto esteve no Ocidente, desde sua chegada, em 1965, até seu falecimento, em 1977, ®r…la Prabhup€da fundou mais de 108 templos, todos eles com programações intensas de palestras e adoração, exatamente como na Índia, onde essas programações são postas em prática há séculos; iniciou mais de 5.000 discípulos, capazes de levar uma vida espiritual abstendo-se de todos os grandes vícios materialistas; e, mais importante, deixou-nos sua mensagem através de mais de 60 volumes de obras clássicas da literatura védica e centenas de fitas gravadas de suas inúmeras palestras, que ele dava diariamente, não importa em que parte do mundo estivesse. Como ele mesmo disse, ao referir-se a seu próprio mestre espiritual, Sua Divina Graça ®r…la Bhaktisiddh€nta Sarasvat…: “Ele vive para sempre através de suas instruções divinas, e o seguidor vive com ele”. E isto é verdade em relação a ®r…la Prabhup€da, pois ele nunca morrerá enquanto suas instruções forem seguidas. Tais instruções não estão confinadas a um certo povo, nem a uma data específica na história, ao contrário, elas são universais, pois refletem o ponto de vista do próprio Senhor Supremo. Era comum ver ®r…la Prabhup€da sendo venerado por todos. Mesmo em lugares de intensos conflitos sociais como na Bengala, Índia, ele era respeitado tanto por hindus quanto por muçulmanos, por exemplo. A razão disto é que ®r…la Prabhup€da não estava começando nenhuma seita nova, não se comprometia com nenhum grupo, tampouco obrigava alguém a abandonar sua própria cultura. O que ®r…la Prabhup€da pedia era exatamente o que KŠa, o Senhor Supremo, pediu quando veio a este planeta Terra há 5.000 anos: não importa em que situação material nos encontremos, todos devemos ter consciência de Deus. ®r…la Prabhup€da, na tradição do Senhor Caitanya (a mais recente encarnação de KŠa neste planeta, que apareceu há exatamente 500 anos), dizia que, nesta era atual, o melhor processo de auto-realização é cantar o santo nome de Deus. Foi munido deste santo nome, sob a forma de Hare KŠa, Hare KŠa, KŠa KŠa, Hare Hare/ Hare R€ma, Hare R€ma, R€ma R€ma, Hare Hare, que, em setembro de 1965, ®r…la Prabhup€da chegou à cidade de Nova Iorque, com setenta anos de idade. Praticamente sem nenhuma posse material, nem dinheiro, apenas com grande fé neste santo nome, e com algumas cópias desses seus livros tão valiosos, ele começou a atrair seu primeiro grupo de seguidores, formado principalmente de jovens em busca de algo superior, que sentiam grande prazer com este cantar e gostavam de ficar na presença de Prabhup€da. Assim, foram experimentando uma elevação de consciência, carinhosamente chamada por Prabhup€da de consciência de KŠa. A semente que ele plantara criou raízes imediatamente naquele fértil solo contracultural de Nova Iorque. Dali, a semente brotou e desabrochou num movimento internacional que tem exercido profunda influência sobre o mundo contemporâneo. Porém, seu primeiro ano sempre permanecerá como um acontecimento místico. Foi ali, naquela lojinha alugada na Segunda Avenida, que tudo realmente começara. Ela antes fora uma loja de presentes, e alguém colocara-lhe o nome de “Presentes Inigualáveis”. Mal se sabia quão proféticas eram estas palavras. ®r…la Prabhup€da começou à revelar, a partir daquela lojinha, a mais inigualável de todas as dádivas: o conhecimento puro sobre nossa vida eterna com Deus. Durante os primeiros dois meses na Segunda Avenida, ele conseguira aquilo que antes fora um sonho. Agora tinha um templo, uma sociedade devidamente registrada, plena liberdade para pregar e um grupo de discípulos iniciados. Seu segredo? Firme convicção nas próprias palavras de KŠa e de seu mestre espiritual. Assim, de maneira prática e simples, ele pôde transmitir esse conhecimento tão confidencial. Aquilo que nenhum outro guru ou sábio originário do Oriente conseguira antes, ®r…la Prabhup€da empreendeu em apenas um ano. Sua mensagem sempre foi simples: nós não somos este corpo e, por isso, não podemos ser felizes através dele, mas sim podemos alcançar a verdadeira felicidade com o sublime processo da consciência de KŠa. Qualquer pessoa poderia participar do cantar e saborear alimento vegetariano oferecido com amor a KŠa, e alcançar o êxtase da consciência mais elevada. E mais, suas palestras, assim como o cantar de Hare KŠa e a deliciosa, eram sobrecarregados de potência espiritual. Foram essas aulas, cheias de filosofia da intemporal ciência da auto-realização, que, mais do que tudo, deram convicção a milhares de pessoas sobre quem é a Verdade Absoluta e qual é nosso verdadeiro dever na vida. Convidamos o leitor a saborear algumas dessas aulas de ®r…la Prabhup€da em seu primeiro ano em kŠa-pras€da, pr€sada © 2004 - The Bhaktivedanta Book Trust - Associação BBT Brasil - Direitos Reservados - Proibida a venda e reprodução - Distribuição gratuita www.harekrishna.com.br A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada 1

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Um Presente Inigualével

Nota introdutória

O fundador do movimento Hare K��Ša, Sua Divina Graça A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhup€da, maisconhecido pelos seus seguidores como ®r…la Prabhup€da, causou no contexto social, cultural, filosófico ereligioso deste mundo contemporâneo uma revolução definitiva. Apesar de, em termos numéricos, omovimento por ele iniciado não ser tão expressivo, seu legado é incontestável. Enquanto esteve no Ocidente,desde sua chegada, em 1965, até seu falecimento, em 1977, ®r…la Prabhup€da fundou mais de 108 templos,todos eles com programações intensas de palestras e adoração, exatamente como na Índia, onde essasprogramações são postas em prática há séculos; iniciou mais de 5.000 discípulos, capazes de levar uma vidaespiritual abstendo-se de todos os grandes vícios materialistas; e, mais importante, deixou-nos sua mensagematravés de mais de 60 volumes de obras clássicas da literatura védica e centenas de fitas gravadas de suasinúmeras palestras, que ele dava diariamente, não importa em que parte do mundo estivesse. Como ele mesmodisse, ao referir-se a seu próprio mestre espiritual, Sua Divina Graça ®r…la Bhaktisiddh€nta Sarasvat…: “Ele vivepara sempre através de suas instruções divinas, e o seguidor vive com ele”. E isto é verdade em relação a ®r…laPrabhup€da, pois ele nunca morrerá enquanto suas instruções forem seguidas. Tais instruções não estãoconfinadas a um certo povo, nem a uma data específica na história, ao contrário, elas são universais, poisrefletem o ponto de vista do próprio Senhor Supremo. Era comum ver ®r…la Prabhup€da sendo venerado portodos. Mesmo em lugares de intensos conflitos sociais como na Bengala, Índia, ele era respeitado tanto porhindus quanto por muçulmanos, por exemplo. A razão disto é que ®r…la Prabhup€da não estava começandonenhuma seita nova, não se comprometia com nenhum grupo, tampouco obrigava alguém a abandonar suaprópria cultura. O que ®r…la Prabhup€da pedia era exatamente o que K��Ša, o Senhor Supremo, pediu quandoveio a este planeta Terra há 5.000 anos: não importa em que situação material nos encontremos, todos devemoster consciência de Deus. ®r…la Prabhup€da, na tradição do Senhor Caitanya (a mais recente encarnação deK��Ša neste planeta, que apareceu há exatamente 500 anos), dizia que, nesta era atual, o melhor processo deauto-realização é cantar o santo nome de Deus.

Foi munido deste santo nome, sob a forma de Hare K��Ša, Hare K��Ša, K��Ša K��Ša, Hare Hare/ Hare R€ma,Hare R€ma, R€ma R€ma, Hare Hare, que, em setembro de 1965, ®r…la Prabhup€da chegou à cidade de NovaIorque, com setenta anos de idade. Praticamente sem nenhuma posse material, nem dinheiro, apenas comgrande fé neste santo nome, e com algumas cópias desses seus livros tão valiosos, ele começou a atrair seuprimeiro grupo de seguidores, formado principalmente de jovens em busca de algo superior, que sentiamgrande prazer com este cantar e gostavam de ficar na presença de Prabhup€da. Assim, foram experimentandouma elevação de consciência, carinhosamente chamada por Prabhup€da de consciência de K��Ša.

A semente que ele plantara criou raízes imediatamente naquele fértil solo contracultural de Nova Iorque.Dali, a semente brotou e desabrochou num movimento internacional que tem exercido profunda influênciasobre o mundo contemporâneo. Porém, seu primeiro ano sempre permanecerá como um acontecimentomístico. Foi ali, naquela lojinha alugada na Segunda Avenida, que tudo realmente começara. Ela antes fora umaloja de presentes, e alguém colocara-lhe o nome de “Presentes Inigualáveis”. Mal se sabia quão proféticas eramestas palavras. ®r…la Prabhup€da começou à revelar, a partir daquela lojinha, a mais inigualável de todas asdádivas: o conhecimento puro sobre nossa vida eterna com Deus. Durante os primeiros dois meses na SegundaAvenida, ele conseguira aquilo que antes fora um sonho. Agora tinha um templo, uma sociedade devidamenteregistrada, plena liberdade para pregar e um grupo de discípulos iniciados. Seu segredo? Firme convicção naspróprias palavras de K��Ša e de seu mestre espiritual. Assim, de maneira prática e simples, ele pôde transmitiresse conhecimento tão confidencial.

Aquilo que nenhum outro guru ou sábio originário do Oriente conseguira antes, ®r…la Prabhup€daempreendeu em apenas um ano. Sua mensagem sempre foi simples: nós não somos este corpo e, por isso, nãopodemos ser felizes através dele, mas sim podemos alcançar a verdadeira felicidade com o sublime processo daconsciência de K��Ša. Qualquer pessoa poderia participar do cantar e saborear alimentovegetariano oferecido com amor a K��Ša, e alcançar o êxtase da consciência mais elevada. E mais, suaspalestras, assim como o cantar de Hare K��Ša e a deliciosa, eram sobrecarregados de potênciaespiritual. Foram essas aulas, cheias de filosofia da intemporal ciência da auto-realização, que, mais do quetudo, deram convicção a milhares de pessoas sobre quem é a Verdade Absoluta e qual é nosso verdadeiro deverna vida. Convidamos o leitor a saborear algumas dessas aulas de ®r…la Prabhup€da em seu primeiro ano em

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A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada

1

Nova Iorque e transcender ao tempo e ao espaço e partir rumo a um reino não limitado aos conceitosmundanos, rumo a um mundo absoluto, onde todos podemos permanecer cheios de conhecimento efelicidade eternos. Incluímos, também, um breve relato de como ®r…la Prabhup€da começou seu“movimento Hare K��Ša” trazendo-o ao Ocidente.

Hare K��ŠaOs Editores

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1. Conhecimento é a solução

março de 1966

“Esforça-te para aprender a verdade aproximando-te simplesmente de um mestre espiritual. Indaga delesubmissamente e presta-lhe serviço. A alma auto-realizada pode dar-te conhecimento porque viu a verdade”( 4.34).

Conhecimento é a solução. E, para obter conhecimento, devemos dirigir-nos à pessoa certa, osignifica “aquele que realmente viu ou percebeu a Verdade Absoluta”. A menos que encontremos

essa pessoa — alguém que tenha realmente visto a Verdade Absoluta ou alguém que tenha experimentado oque vem a ser a Verdade Absoluta — há pouquíssima oportunidade de avançarmos espiritualmente.

Portanto, devemos encontrar alguém que conheça a Verdade Absoluta e então poderemos seguir osprincípios aqui delineados: significa render-se,

indagar e prestar serviço — três itens. Você deve encontrar alguém que seja auto-realizado, que conheça a Verdade Absoluta, e então você, por sua vez, deve render-se a ele, deve indagar edeve prestar serviço. Quando você satisfizer estes itens não haverá nenhuma dúvida quanto à sua salvaçãoespiritual. Se você encontrou realmente alguém que é auto-realizado, e se você rendeu-se a ele honestamente,indagando e prestando serviço, então é bom que você saiba que sua salvação espiritual está garantida.Garantida. Não restam dúvidas quanto a isto.

Em seguida, o Senhor K��Ša diz: “Quando tiveres então aprendido a verdade, nunca mais cairás em ilusão,pois saberás que todos os seres vivos são apenas parte de Mim, e que eles estão em Mim e são Meus”( 4.35). Aqui, o Senhor K��Ša afirma que quando alguém for instruído pela pessoa certa, nuncamais adentrará o campo da ilusão. A coisa toda é que, na fase atual de nossa existência, estamos condicionadose iludidos —não conhecemos as coisas como elas são, e essa é a causa de todas as nossas misérias.

Por outro lado, constitucionalmente, somos — somos felizes por natureza. Vocêverificará no que a natureza do Brahman, ou espírito, é plena de bem-aventurança. E está dito no (5.1):“K��Ša é o controlador supremo e Sua forma é composta de eternidade, conhecimento e bemaventurança.”

significa “eternidade”, “conhecimento pleno” e “prazer”. Esta é nossaconstituição. Todos nós somos porções fragmentárias de K��Ša, o Senhor Supremo. Por conseguinte, porqueEle é eterno e pleno de conhecimento e prazer, nós também somos eternos e plenos de conhecimento e prazer.

Infelizmente, entramos em contato com a energia material. Conseqüentemente, estamos experimentandoexatamente o oposto. Qual é o oposto de significa “eternidade”. Assim, nós somos agoraexatamente o oposto: significa “não-eterno”. Este corpo deixará de existir. Estamos colocados emuma situação tal que, por mais que tentemos manter nossa juventude — por meio de muitos remédios, injeçõese tantas outras coisas que inventamos através do avanço de nossa ciência material — a morte é certa.

o corpo um dia deverá acabar-se. Portanto, não há nem como pensar em eternidade. Equer dizer “conhecimento”. Não temos conhecimento. Temos os sentidos, mas todos eles são imperfeitos.Quando alguém fala a respeito do Senhor, desafiamos: “Pode você mostrar-me o Senhor?” Isto porque nãosabemos que nossos sentidos são tão imperfeitos que mal podemos ver aquilo que temos diante de nós. Se a luzse apaga, não podemos ver um ao outro, mesmo nesta sala. Portanto, nossa acuidade visual é condicionada. Elanão é perfeita. De modo semelhante, todos os nossos sentidos são imperfeitos. Logo, através dos sentidosimperfeitos e, através da especulação de nossa mente imperfeita, não podemos alcançar a Verdade Absoluta.Não é possível — é impossível.

Por conseguinte, o diz: —“Se desejas seriamente compreender oconhecimento transcendental, então, deves aproximar-te de uma pessoa que conheça a Verdade Absoluta”.Caso contrário, não lhe será possível compreender. Talvez você pense: “Eu posso entender a Verdade Absolutapor meio de minha especulação mental”. Como isto será possível, já que você estará apoiando-se apenas emimperfeições? Seus sentidos não podem aproximar-se da Verdade Absoluta, ou Brahman. Por conseguinte, estádito: — “O Brahman está além da especulação mental”. De fato, um nome do SenhorSupremo é Adhok�aja. significa “aquele que supera nossos sentidos materiais”. Nossos sentidosmateriais são vencidos de todos os modos. Logo, não será possível entender a Verdade Absoluta caso nãoencontremos uma alma realizada, que compreenda o Absoluto.

Na Índia, geralmente, cabe aos (intelectuais santos) serem os mestres espirituais, porque

tad viddhi praŠip€tena / paripra�nena sevay€upadek�yanti te jñ€naˆ / jñ€ninas tattva-dar�inaƒ

Bhagavad-g…t€tattva-dar�….

Tattva-dar�…

praŠip€tena paripra�nena sevay€. PraŠip€tenaparipra�nena, sevay€,

Bhagavad-g…t€

€nandamayo ’bhy€s€tVed€nta-s™tra €nandamaya,

Brahma-saˆhit€ …�varaƒ paramaƒ k��Šaƒ sac-cid-€nanda-vigrahaƒ —Sat,

cit, €nanda. Sat cit, €nanda,

sat-cid-€nanda? Satasat. Asat

Antavantaime deh€ƒ: sat, cit... cit

Bhagavad-g…t€ tad viddhi praŠip€tena

av€‰-m€nasa-gocaraƒAdhok�aja

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br€hmaŠabr€hmaŠa.

br€hmaŠa

br€hmaŠa �™dra sanny€s…

Caitanya-carit€m�ta,Bhagavad-g…t€ Bhagavad-

g…t€tad viddhi praŠip€tena paripra�nena

br€hmaŠas �™dra,

br€hmaŠa?

n€m€c€rya.N€m€c€rya mantra

mantran€m€c€rya.

yaj jñ€tva na punar moham

Bhagavad-g…t€

api ced asi p€pebhyaƒ / sarvebhyaƒ p€pa-k�ttamaƒsarvaˆ jñ€na-plavenaiva / v�jjnam santari�yasi

Bhagavad-g…t€

ayi nanda-tanuja ki‰karaˆ patitaˆ m€ˆ vi�ame bhav€mbudhau

api ced asi p€pebhyaƒ sarvebhyaƒ p€pa-k�ttamaƒ

Bhagavad-g…t€,

significa “aquele que conhece suficientemente a ciência transcendental”. Semelhante pessoa éAtualmente, devido a esta era moderna, Kali-yuga (a era das desavenças e hipocrisia), é muito

difícil encontrar um qualificado. Portanto, também é muito difícil encontrar um mestre espiritualqualificado. Desse modo, Caitanya Mah€prabhu (a encarnação de Deus para esta era) recomenda: “Nãoimporta se alguém é ou (um operário) ou (um monge renunciado) ou chefe defamília. Não importa o que ele seja; isso não conta. Se ele conhece a ciência de K��Ša, ele é um mestreespiritual fidedigno” ( Madhya-l…l€ 8.128).

Portanto, aqui no está a ciência de K��Ša. Todos vocês deveriam estudar omui atentamente, fazendo uso de todos os seus argumentos, de todos os seus sentidos e de todo o seu

conhecimento filosófico. Como se diz aqui: — não é que você devaaceitar cegamente. Embora seu mestre espiritual possa ser auto-realizado e conheça a Verdade Absoluta,mesmo assim, você deve indagar dele. É mister que, por intermédio de suas perguntas inteligentes, vocêouça dele todos os pontos fundamentais. Isso é permitido.

Assim, não importa onde ele tenha nascido ou quem seja ele — se ele é ou americanoou indiano, ou o quer que seja. Não importa. Quando você vai a um médico, você não lhe pergunta: “Muitobem, doutor, o senhor é americano ou indiano? O senhor é O senhor é judeu? O senhor écristão?” Não. Se ele tiver as qualificações de médico, você se renderá: “Doutor, trate-me. Estou sofrendo”.Não há por que questionar. Analogamente, se você encontrar alguém que tenha as qualificações de mestreespiritual, você poderá aceitá-lo como mestre espiritual e render-se a ele.

Você ficará surpreso ao saber que os principais discípulos do Senhor Caitanya eram todos eles o que sedenomina de homens caídos da sociedade. Ele apontou um certo Harid€sa µh€kura como o

significa “o primeiro-ministro, ou a autoridade, no cantar do Hare K��Ša”. Harid€saµh€kura era um muçulmano. Ele nasceu em família muçulmana, mas tornou-se seguidor do SenhorCaitanya. E, depois de treiná-lo, Caitanya Mah€prabhu deu-lhe o posto mais elevado de Sua missãoespiritual.

Caitanya Mah€prabhu apareceu neste mundo para introduzir o sistema do cantar dos santos nomes deDeus: Hare K��Ša, Hare K��Ša, K��Ša K��Ša, Hare Hare/ Hare R€ma, Hare R€ma, R€ma R€ma, Hare Hare. EHarid€sa µh€kura, que era muçulmano, tornou-se tão iluminado que Caitanya Mah€prabhu apontou-ocomo o ministro supremo para reger o Hare K��Ša. Harid€sa foi investido em autoridade de

Por conseguinte, não há nada que impeça alguém de tornar-se mestre espiritual. Qualquerpessoa pode tornar-se mestre espiritual, contanto que ela conheça a ciência de K��Ša. E isso é muitorazoável. Se você não conhece o assunto, como pode você ser professor? Professor é aquele que conhece aciência.

Portanto, K��Ša diz a Arjuna e a toda a raça humana: — “Ao compreenderesesta ciência, não permanecerás iludido”. Porque estava iludido, Arjuna não estava preparado para lutar.Assim, esta instrução do foi dada a Arjuna. Aqui, K��Ša diz: “Se realmente te submeteres aotreinamento de um mestre espiritual experiente e fidedigno, então não sucumbirás ao peso da energiailusória”.

Em seguida, K��Ša diz:

“Mesmo que sejas considerado o mais pecaminoso de todos os pecadores, quando estiveres situado nobarco do conhecimento transcendental, serás capaz de atravessar o oceano de misérias” (4.36). O Senhor K��Ša diz que nos encontramos no meio do oceano de ignorância. Esta vida, esta vidacondicionada no mundo material, é exatamente como um oceano de ignorância. O Senhor Caitanya ora,portanto, ao Senhor K��Ša assim: —“Meu querido Senhor K��Ša, caí no oceano de ignorância”. Logo, estamos no oceano de ignorância. Então,se você dispuser de um navio muito bom, você poderá fazer a travessia do Oceano Atlântico mui facilmente,sem qualquer dificuldade. De modo semelhante, se tivermos o navio ou o barco do conhecimento perfeito,não temeremos nada. Poderemos cruzar o oceano de ignorância mui facilmente.

K��Ša diz aqui: — Alguém pode ser o homem maispecaminoso, o homem superpecaminoso, mas se ele obtiver este conhecimento da ciência de K��Ša,poderá atravessar o oceano de ignorância mui facilmente. Isto quer dizer que não importa o que fomos nopassado. Nenhuma literatura védica, especialmente o leva em consideração o que você foino passado — isso não importa. Porque estamos na ignorância, poderíamos ter feito muitas coisas que não

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são aprovadas, que não são virtuosas. Isso é deveras possível. Todos nós estamos sujeitos ao sofrimento,porque, devido à ignorância, fazemos muitas coisas pecaminosas. Ninguém pode dizer: “Estou livre dequaisquer atividades pecaminosas”. Ninguém pode dizer isso. Mas isso não importa, porque o Senhor K��Šaassegura: — “Mesmo que alguém seja o homem maispecaminoso, se compreender a ciência de K��Ša, será livre e poderá atravessar o oceano de ignorância muifacilmente”.

Como é isso possível? No verso seguinte ( 4.37), K��Ša dá um exemplo muito belo: “ÓArjuna, assim como o fogo ardente converte a lenha em cinzas, assim também, o fogo do conhecimentoreduz à cinzas todas as reações das atividades materiais”. O que quer que você coloque em um fogo, o fogocontinuará queimando. Ele converterá tudo em cinzas. Não importa se é madeira ou alguma coisa suja; ofogo convertê-la-á em cinzas. Da mesma forma, se você adotar esta ciência de K��Ša, se você compreenderesta ciência de K��Ša, então, todas as reações de suas atividades pecaminosas — o que quer que você tenhafeito no passado — serão reduzidas a cinzas. Reduzidas a cinzas.

No verso seguinte ( 4.38), K��Ša afirma: “Neste mundo, não há nada tão sublime e purocomo o conhecimento transcendental. Este conhecimento é o fruto maduro de todo o misticismo. E aqueleque o alcançou desfruta, no devido curso do tempo, o eu que está dentro dele mesmo”.

Por conseguinte, devemos buscar o conhecimento. E a perfeição do conhecimento, como explicamosvárias vezes nestes encontros, é compreender K��Ša. Isso é tudo. No Sétimo Capítulo dovocê encontrará: “Depois de cultivarconhecimento por muitos e muitos nascimentos, a pessoa volta-se para K��Ša, e ela compreende queV€sudeva (K��Ša) é tudo.” “V€sudeva, K��Ša, é tudo, acausa de todas as causas”. Ele é a causa de todas as causas. Lembre-se sempre de que quando falo de K��Ša,falo de Deus — Deus é a causa de todas as causas.

Nos dias atuais, a idéia de comunismo está-se tornando muito proeminente. Desse modo, na ciência deK��Ša existe uma concepção muito bela do comunismo espiritual. No você verificaráque houve certa vez um diálogo entre N€rada (um grande sábio-devoto) e Yudhi�˜hira (um grande rei-devoto). N€rada estava explicando que neste mundo material manifesto — quer nos planetas superiores,quer neste planeta, quer no espaço exterior — quaisquer coisas e recursos materiais maravilhosos queexistam são todos criados pelo Senhor Supremo. Tente apenas compreender. Nada neste mundo é feito porseres humanos. Tudo é feito por Deus.

Ninguém poderá negá-lo. “Tudo o que existe é propriedade do SenhorSupremo e é controlado por Ele”. Portanto, todas as entidades vivas — partindo da formiga até Brahm€, oser humano mais elevado, ou o semideus mais elevado — todas elas têm direito a servir-se dos recursosmateriais.

Então, N€rada diz que você pode usar todos estes recursos materiais, tanto quanto lhe seja necessário,mas se você deseja mais, se você pega algo a mais, então você se tornará um ladrão, ficando passível depunição. Observe tão-somente a idéia do comunismo espiritual! Tudo no universo (neste planeta e emoutros planetas) pertence a Deus. Atualmente, as pessoas estão tentando ir à Lua. Os russos estão tentandoser os primeiros a colocar sua bandeira na Lua, de modo a conquistá-la. É igual a quando vocês americanosprimeiramente vieram da Europa. Vocês conquistaram esta extenção de terra, a América, e içaram suabandeira. Assim, agora as pessoas estão tentando ir à Lua. Mas este fato de içar uma bandeira é ignorância.

Por que está você içando sua bandeira? Não se trata de sua propriedade; a propriedade é de Deus! Pensarassim é conhecimento. Mas se eu penso: “É propriedade minha, de modo que devo colocar minha bandeiralá”, isso é ignorância.

Na palestra desta manhã, eu dei outro exemplo. Se você jogar alguns sacos de grãos na rua, muitospombos virão, mas cada pombo pegará apenas quatro, cinco, seis, oito, dez grãos — e, em seguida, ir-se-ão.E não pegará nem mesmo um grão além do necessário. Tão logo ele sinta-se satisfeito — “Oh, estou cheio”— ele ir-se-á. Ele não armazenará nenhum grão. E isto é natural. Porém, se colocarmos cem sacas de farinhana rua, e se pedirmos às pessoas que venham e peguem, então um pegará dez sacas, outro, quinze sacas,outro, trinta sacas e ainda outro não pegará nenhuma saca, devido a que ele não pode, por ser fraco. Dessaforma, a distribuição não será equitativa. É esse o nosso avanço de civilização. Falta-nos o conhecimentoque os pombos, os gatos e os cachorros têm. Qual é esse conhecimento? Que a coisa toda pertence aoSenhor Supremo e que podemos aceitar somente aquilo de que precisamos — mas não mais do que isso.Isto é conhecimento.

Quando todos compreenderem este conhecimento, não mais haverá dificuldades. O mundo todo é feitopor arranjos do Senhor, de sorte que não haja escassez para você. Tudo é suficiente. Não haverá escassez,contanto que você conheça o processo de distribuição. Alguém pega mais e outro passa fome. Por

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conseguinte, as pessoas famintas protestam: “Por que deveremos passar fome?” Mas seu conhecimentotambém é deficitário. Aqui está o conhecimento perfeito: — temos decompreender que tudo é propriedade de Deus, não propriedade nossa. Então, poderei usar das coisas queestão disponíveis como produtos da natureza. Suponha que haja uma mina de ferro. Logo, todo o ferro deque alguém precisar ele poderá tirar. Mas, se alguém faz da mina de ferro sua propriedade, então, de acordocom o ele se torna ladrão. Daí, ele é passível de punição porquanto a mina épropriedade de Deus. Ninguém pode criar a mina de ferro. Não podemos criar nada — podemos apenastransformar coisas.

Suponha que você seja um trabalhador ou um operário. Você pode fabricar uma mesa muito bonita, masos ingredientes — a madeira, o ferro, os instrumentos — eles são fornecidos por Deus. Você não pode criar oferro. Você não pode criar a madeira. Então, por que você alega que a mesa é sua? Isto é ignorância. Assim,pelo cultivo da ciência de K��Ša, quando você compreender a ciência de K��Ša, então você se livrará destaignorância.

Sofremos devido à ignorância. É exatamente como se estivéssemos em uma corte judicial. Suponha quevocê tenha feito algo errado. Se você disser ao juiz: “Senhor, eu não sabia que isto era lei!” Essa desculpa nãofuncionará. Você será punido. Está dito no na literatura védica, que tudo pertence a Deus, tudo écriado por Deus. Logo, todos têm seus direitos — não só os seres humanos, mas até mesmo os animais —todos têm o direito de viver e usar dessas coisas, tanto quanto seja necessário. Porém, se alguém armazenamais, se ele adquire mais, torna-se ladrão. E ele é passível de punição. Suponha que eu diga: “Oh! eu nãoconheço esta lei de modo que acumulei muitas coisas!” Essa ignorância não quer dizer que você não serápunido. Você será punido.

Por conseguinte, devemos conhecer a ciência de K��Ša. Entretanto, as pessoas da época atual não têmeste conhecimento. É por isso que formamos esta sociedade internacional, e convidamos todas as almassinceras a tomarem parte da sociedade e ensinarem esta ciência ao mundo todo.

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2. O interesse próprio que é iluminado

julho de 1966

Este cantar de Hare K��Ša é o processo de — limpar do espelho de nossa mente apoeira material. O processo todo consiste em remover as coisas sujas que acumulamos ao longo de nossaassociação material, e portanto reviver nossa consciência espiritual, ou consciência de K��Ša. No

estamos estudando o processo de vida através do qual podemos reviver nossa consciência de K��Ša. Parareviver a consciência de K��Ša, não há necessidade de ajuda externa. Você tem a consciência de K��Ša latenteno seu eu. Com efeito, ela é a qualidade do eu. Logo, simplesmente necessitamos despertá-la por meio desteprocesso de cantar.

esta consciência de K��Ša é um fato eterno. Não é que,através desta organização da ISKCON, estamos impondo algo a mais a você. Não. A consciência de K��Ša estádentro de você. Ela está dentro de toda entidade viva — toda entidade viva, não importa se é ser humano ouanimal. Certa vez, ao passar por uma selva, o Senhor Caitanya estava cantando Hare K��Ša, Hare K��Ša, K��ŠaK��Ša, Hare Hare/ Hare R€ma, Hare R€ma, R€ma R€ma, Hare Hare, e os tigres, os elefantes, os veados e outrosanimais da floresta juntaram-se a Ele. Juntaram-se porque este cantar é uma coisa muito atrativa. Obviamenteque esta atração depende de cantarmos com o coração purificado. À medida que avançamos neste processo decantar, nossos corações tornam-se livres de todas as coisas sujas acumuladas através do contato material. Então,se até os animais podem sentir-se cativos a este cantar, que dizer dos seres humanos?

Realmente, no (4.19) K��Ša ensina-nos como despertarmos em nossa vida prática, estaconsciência de K��Ša. Ele diz:

“Compreende-se que alguém está em pleno conhecimento quando todos os seus atos estão desprovidos dedesejo de gozo dos sentidos. Esta pessoa é considerada pelos sábios um trabalhador cuja ação fruitiva équeimada pelo fogo do conhecimento perfeito”.

Não se proíbe que você execute seus deveres. Não é verdade que você devaparar o curso geral de suas atividades materiais. Não é essa nossa missão. A coisa toda consiste em fazermostudo em consciência de K��Ša. É muito fácil de se compreender. Todos nós temos alguma vocação em nossavida. Mas qual é nossa consciência? Nossa consciência é... “Estou envolvido com este negócio porque eu tenhode manter a minha família”, ou “tenho de manter-me a mim mesmo”, ou “tenho de satisfazer o governo” ou“tenho de satisfazer alguma outra pessoa”. Esta é nossa consciência. E ninguém está livre dessa consciência.Assim, devemos tão-somente mudar nossa consciência. Agora estamos fazendo tudo com a idéia de que“desejo satisfazer a mim mesmo”, ou “desejo satisfazer alguma outra pessoa”. Deve-se mudar esta consciênciapara a consciência de K��Ša, de modo que eu pense: “Desejo satisfazer K��Ša e nada mais”.

Portanto, o Senhor K��Ša diz: — “Quaisquer que sejam as atividades que estejasfazendo, continua fazendo-as, mas — não te deixes arrastar porsignifica desejo de satisfazer a si próprio. A palavra sânscrita é usada na acepção de “luxúria” ou “desejode satisfazer os sentidos”. Assim, o Senhor K��Ša recomenda: “Não ajas tentando satisfazer teus sentidos,tentando satisfazer tua luxúria ou tentando satisfazer teus desejos”. Tudo se resume nisto. Todo o ensinamentodo baseia-se neste princípio. Arjuna desejava satisfazer seus sentidos negando-se a lutar com ogrupo de adversários, que era composto de seus parentes — irmãos, cunhados e sogros e tantos outrosparentes. Arjuna não queria lutar, e por conseguinte ele necessitava que K��Ša lhe transmitisse as instruçõesencontradas no

Assim, materialmente parece belo o gesto de Arjuna desejando satisfazer seus parentes e renunciar a seudireito ao reino. “Oh!”, poderíamos pensar, “ele é um homem muito bom”. Mas K��Ša não aprovou isto. Porque? Porque o princípio básico era que Arjuna decidiu satisfazer seus próprios sentidos. Externamente, issoparece muito belo. Mas qualquer coisa que seja feita para a satisfação dos próprios sentidos de alguém — isso é

luxúria, desejo. Aqui neste verso do prescreve-se que você pode fazer qualquer coisa.Não há nenhum dano. Qualquer que seja o negócio, a vocação ou ocupação de que você partilhe, isso nãoprecisa ser mudado. Simplesmente sua consciência tem de ser mudada. Isso é tudo.

Então, como pode essa consciência ser mudada? Transferir nossa atualconsciência interesseira para a consciência de K��Ša requer conhecimento. Em que consiste esseconhecimento? Esse conhecimento consiste em saber: “Eu sou parte integrante de K��Ša. Eu não sou diferente

ceto-darpaŠa-m€rjanam

Bhagavad-g…t€,

Nitya-siddha k��Ša-prema ‘s€dhya’ kabhu naya:

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Yasya sarve sam€rambh€ƒ.

yasya sarve sam€rambh€ƒk€ma-sa‰kalpa-varjit€ƒ k€ma”. K€ma

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de K��Ša. Eu sou a energia superior de K��Ša”. Isto é conhecimento. Conhecimento verdadeiro não consisteem compreender como este gravador é fabricado. Esta classe de conhecimento técnico não é conhecimentoverdadeiro. Obviamente, para executar nossa ocupação devemos ter algum conhecimento técnico, masesse conhecimento é temporário. Conhecimento verdadeiro surge quando alguém compreende que ele éparte integrante de K��Ša, ou Deus, e está convencido disto. (Quando dizemos “K��Ša”, você deve entenderque temos em mente o Senhor Supremo, a Verdade Absoluta. K��Ša é uma palavra técnica que objetivaindicar “a Verdade Absoluta”, “a Suprema Personalidade de Deus”, “o todo”, “o prazer total”, “toda aatratividade”. Estes são significados de K��Ša.)

Portanto, somos todos partes integrantes do prazer supremo —K��Ša. E, porque eu sou parte integrantede K��Ša, meu prazer, minha felicidade, dependem de eu servir a K��Ša. É exatamente como minha mão emeu corpo. Minha mão só pode sentir prazer quando está ligada a meu corpo. Minha mão pode sentir prazerapenas quando serve a meu corpo. Ela não sente prazer ao servir ao corpo de outrem. Meus sentidossatisfazem-se quando usados para meu propósito, não para seu propósito. Esta é toda a filosofia: Não possome satisfazer ao servir a algo que não seja eu; eu posso ficar satisfeito apenas servindo-me; mas esse “eu” é-me desconhecido. Esse “eu” é K��Ša. Isso é K��Ša, porque somos partes integrantes de K��Ša. Lembre-sesempre: somos partes integrantes de K��Ša. No DécimoQuinto Capítulo do você verificará que K��Ša diz: “Todas estas entidades vivas são minhaseternas partes integrantes. Agora, devido ao contato material, elas afastaram-se de Mim” (15.7).

Assim, todo o propósito da consciência de K��Ša é ligar-nos novamente a K��Ša. Agora, estamosdesligados, portanto, temos que ligar-nos novamente. Isso é consciência de K��Ša. E essa consciência deK��Ša está dentro de você, porque você é originalmente, eternamente, parte integrante do Supremo.Artificialmente, estamos tentando esquecer isto; estamos tentando levar vidas independentes. Mas isso nãoé possível. Nós não somos independentes. Se tentarmos viver independentemente de K��Ša, isso significaque aceitamos tornarmo-nos dependentes da influência da natureza material. Isso é tudo.

Por exemplo, se eu pensar que sou independente das leis governamentais, então eu me tornodependente da força policial. Minha dependência permanece quer desta quer daquela maneira. Logo, éeste o nosso erro: todos estamos tentando tornar-nos independentes. E isto é chamado ou ilusão.Ninguém pode ser independente — individual, comunitária, social ou nacionalmente. Mesmouniversalmente, ninguém pode ser independente. Todos nós somos dependentes. E, quando você vier asaber: “Eu sou dependente; eu não sou independente”, isto será chamado de conhecimento.

Em outra passagem do (5.29), você observará que K��Ša diz:

“Os sábios, conhecendo-Me como o beneficiário último de todos os sacrifícios e austeridades, o SenhorSupremo de todos os planetas e semideuses e o benfeitor e benquerente de todas as entidades vivas,alcançam a paz, livrando-se das dores das misérias materiais”. As pessoas planejam a paz para o mundo, maselas desconhecem a fórmula da paz. Nos últimos vinte anos, as Nações Unidas têm tentado obter a paz, masno mundo não existe paz verdadeira. A Guerra do Vietnam prossegue porque as pessoas não conhecem afórmula da paz ensinada no

K��Ša diz: —“Eu sou o proprietário de todas ascoisas. O que quer que faças, Eu sou o beneficiário último. Eu recebo os resultados”. Por exemplo, umoperário pode trabalhar numa fábrica, mas quem é o proprietário? O proprietário último é o dono da fábrica.Agora pensamos: “Eu estou trabalhando e como conseqüência eu sou o proprietário desta coisa”. Essa éuma concepção errônea. Quando compreendemos que qualquer coisa que façamos o proprietário último éK��Ša, isso é consciência de K��Ša. Esse é o fogo do conhecimento perfeito.

Ou então tome o exemplo de muitas pessoas que trabalham em uma repartição. Pode ser que centenasde pessoas estejam trabalhando lá, mas todas estão conscientes de que, qualquer que seja o lucro que elasfaçam, este pertence ao proprietário. Então haverá paz. Mas tão logo o caixa pense: “Oh! eu tenho muitodinheiro; eu sou o proprietário”, logo começarão os problemas. Da mesma forma, se pensarmos: “Eu souum homem riquíssimo. Eu tenho uma tremenda conta bancária, e eu posso usá-la para satisfazer os meussentidos”, isso será luxúria. Mas se compreendo que qualquer coisa que eu possua pertence a K��Ša,então sou uma pessoa liberada. Você pode ter algum dinheiro sob sua custódia. Não importa. Mas tão logovocê comece a pensar: “Eu sou o proprietário desta riqueza”, você estará sob a influência de E tãologo comece a pensar: “K��Ša é o proprietário de todas estas coisas”, você será livre. Logo,

Mamaiv€ˆ�o j…va-loke j…va-bh™taƒ san€tanaƒ.Bhagavad-g…t€,

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bhokt€raˆ yajña-tapas€ˆ / sarva-loka-mahe�varamsuh�daˆ sarva-bh™t€n€ˆ / jñ€tv€ m€ˆ �€tim �cchati

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varjit€ƒ/ jñ€n€gni-dagdha-karm€Šam tam €huƒ paŠ�itaˆ budh€ƒ:paŠ�itam,

Bhagavad-g…t€.

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andh€ yath€ndhair upan…yam€n€s/ te ’p…�a-tantry€m uru-d€mni baddh€ƒBh€g.

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m€y€. m€y€M€y€ M€y€

m€y€,jñ€n€gni-dagdha-karm€Šaˆ tam €huƒ paŠ�itaˆ budh€ƒ. budha,

Bhagavad-g…t€budha:

ahaˆ sarvasya prabhavo / mattaƒ sarvaˆ pravartateiti matv€ bhajante m€ˆ / budh€ bh€va-samanvit€ƒ

Budh€ƒ:budha.

budha

alguém que saiba que K��Ša é oproprietário de todas as coisas, que esteja situado nessa consciência, é erudito; ele é realmenteum homem de conhecimento. Nisto consiste todo o processo.

Esta consciência deve ser desperta não apenas individualmente, mas também comunitária, social enacionalmente, no mundo todo. Então haverá paz. Se você deseja paz verdadeira, você terá de seguir asinstruções que K��Ša proferiu no Entretanto, tentamos tornar-nos amigos de nossoscompatriotas, de nossa sociedade, de nossa família. Isso, porém, é uma concepção errada. O amigoverdadeiro é K��Ša, e você deve trabalhar em favor dEle.

Como? Se você realmente deseja o bem de sua família, então tente fazer todos os membros de sua famíliaconscientes de K��Ša. Só então sua vida será bem sucedida. Se você deseja ajudá-los de outra maneira, semconsciência de K��Ša, então você não lhes estará prestando serviço; você estará causando-lhes prejuízo. Porque? Porque nenhum acervo de conhecimento material ajudará sua esposa ou seus filhos. Nenhum acervode conhecimento material resolverá seu verdadeiro problema. Qual é seu verdadeiro problema? Isso é oque nós não sabemos. O verdadeiro problema é — nascimento, morte, velhice edoença. O (5.5.18) diz:

— “Ninguém deve tornar-se pai ou mãe, a menos que seja capaz de salvar seus filhos das garras danatureza material”. Como? Através da consciência de K��Ša. Se você é pai responsável, e se você está emcompleto conhecimento da consciência de K��Ša, então seu dever será pensar: “Para estas criaturasinocentes que agora estão brincando em minha casa como minhas crianças, como meus meninos, esta vidadeverá ser o último capítulo de sua transmigração de um corpo a outro. Treinarei estes meninos de talmaneira que após esta vida eles deixem de entrar no ciclo de nascimentos e mortes”. Isto é consciência deK��Ša.

E isto significa que você deve tornar-se hábil. Então, você poderá ajudar suas crianças também. Então,você poderá também ajudar sua nação. Então, você poderá ajudar também sua sociedade. Mas se você fortambém um ignorante; então( 7.5.31): se você for alguém de pés e mãos fortemente atados, como poderá livrar os outros?Suponhamos que estejamos sentados aqui — cerca de vinte e cinco cavalheiros e damas — e todas as nossasmãos estejam firmemente amarradas com cordas. Assim, se eu desejasse libertá-los, mas minhas mãostambém estivessem firmemente amarradas, como isto poderia acontecer? Isso não seria possível. Minhasmãos deveriam estar livres. Então, eu poderia soltar os nós de todos. Logo, a menos que alguém seja umhomem livre, ele não poderá libertar os outros. E que é essa liberdade? Aquele que é consciente de K��Ša édeveras homem livre. Ninguém mais é homem livre.

No Sétimo Capítulo do (7.14), K��Ša diz:

“Esta Minha energia divina, que consiste nos três modos da natureza material, é difícil de superá-la. Masaqueles que se renderam a Mim podem facilmente transpô-la”. Todos estão sob o encanto da influênciamaterial, Ninguém está livre. Mas nada tem a ver com a pessoa que se tenha rendido a K��Ša,com a pessoa que tenha adotado a consciência de K��Ša. não pode tocar nela. é como aescuridão, mas não há como pensar em escuridão se você se coloca à luz do sol. (Não esta luz artificial; estaluz artificial pode extinguir-se a qualquer momento. Mas a luz do sol não é assim.) Portanto, K��Ša éexatamente como a luz do sol. Tão logo você se coloca diante do sol, não existe escuridão. E, tão logo vocêse torna consciente de K��Ša, não há ignorância, não há não há ilusão.

Portanto, Temos de nos tornar ousábios. E você encontrará, no Décimo Capítulo do (10.8), o que o Senhor K��Ša diz sobre oque devem ser os sintomas de um homem que é

“Eu sou a fonte de todos os mundos espirituais e materiais. Tudo emana de Mim. Os sábios que sabemdisto perfeitamente ocupam-se em Meu serviço devocional e adoram-Me de todo o seu coração”.

esta mesma palavra volta a ser mencionada. Por conseguinte, alguém que é sábio, alguém queé realmente sensato, alguém que não é insensato — ele é chamado de E quais são os seus sintomas?Os sintomas de um homem que é são que ele sabe que K��Ša é a fonte de todas as emanações, de

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tudo o que vemos ( ). Tome, por exemplo, este mundo material. A coisa maisproeminente aqui é a atração entre o homem e a mulher. Então, poder-se-á indagar: “De onde proveio estaatração entre o homem e a mulher?” Não apenas na sociedade humana, mas também na sociedade animal,na sociedade dos pássaros — em qualquer sociedade, todo ser vivo sente esta atração pelo sexo oposto. Istoé um fato. E de onde provém esta atração? Ela provém de K��Ša. Assim, alguém que não compreendarealmente K��Ša poderá criticar: “K��Ša tinha tantas namoradas”. Porém, a menos que a tendência esteja emK��Ša, de onde vem esta idéia de alguém ter namoradas? Você não poderá encontrar nada neste mundomaterial que não esteja também em K��Ša ( ). Mas aqui o sexo é pervertido, é poluído.Todavia, no mundo de K��Ša encontra-se-o na consciência pura, puramente espiritual. Essa é a diferença.

Logo, estas coisas têm de ser estudadas mui cientificamente em livros como o e oE, quando alguém é perfeitamente sábio, então, seus sintomas são que ele se torna um devoto

puro de K��Ša. “Eu sou a fonte, a origem”, diz K��Ša.“Eu sou a fonte e a origem de tudo. Todo aquele que compreenda isto cientificamente abraçará aconsciência de K��Ša”. Como? — com pleno conhecimento. Ele tornar-se-áum devoto puro de K��Ša.

De modo semelhante, no K��Ša descreve o ( significa “grandealma”):

“O Arjuna, filho de P�th€, grandes almas são aquelas que não estão iludidas por Minha energia materialilusória. Estão sob a proteção da natureza divina. Ocupam-se por completo no serviço devocional porqueMe conhecem como a Suprema Personalidade de Deus, original e inexaurível” ( 9.13).

Quem é Quem é uma grande alma? Grande alma é aquele que se encontra sob a influência danatureza superior. Existem duas classes de natureza: a natureza superior e a natureza inferior. Atualmente,estamos sob a influência da natureza material inferior. Mas, ao praticarmos a consciência de K��Ša, seremostransferidos para a natureza superior. Simplesmente tente compreender através de um exemplo: umapessoa está na prisão, outra pessoa está fora da prisão. A influência do governo se faz presente em ambos oslugares — fora da prisão e dentro da prisão. Fora da prisão as regras e regulações do governo sãoconsideradas superiores. Dentro, elas são consideradas inferiores. Porém, em qualquer um dos casos, ainfluência do governo existe. De maneira semelhante, onde quer que você esteja — seja no mundo material,seja no mundo espiritual — você está sob a influência de K��Ša. Sua posição é marginal. Você podepermanecer sob a influência da natureza inferior de K��Ša, ou você pode transferir-se para a influência deSua natureza superior. Porque K��Ša é completamente independente, e porque você é parte integrante deK��Ša, você possui a qualidade de independência. Você pode fazer sua escolha: ou ficar sob a influência deSua natureza inferior, ou ficar sob a influência de Sua natureza superior. Mas, porque ignoramos o que sejaesta natureza superior, só nos resta a alternativa de permanecer nesta natureza inferior. É este todo oproblema.

Muitas filosofias informam-nos de que não existe nenhuma outra natureza que não seja esta naturezamaterial; à qual estamos agora submetidos e que é tão problemática. “Acabe com ela e torne-se vazio”,dizem eles. Mas você não pode ser vazio, porque você é uma entidade viva eterna.

o fim de seu corpo jamais poderá significar que você tenha se acabado. Não. Você continua.só porque eu mudo de roupa não quer dizer que eu tenha me acabado. Logo, sou eterno. E, se

desejo acabar com meu sofrimento, se desejo sair da influência da natureza material, então, tenho de buscarmeu lugar na natureza espiritual superior. Porém, se não soubermos da natureza superior, diremos: “Tudobem. Por pior que seja, deixe-me ficar por aqui e apodrecer”. Portanto, o (15.6) dá-nosinformação da natureza superior:

“A Minha morada não está iluminada nem pelo sol, nem pela lua, nem pela eletricidade. A pessoa que aalcança nunca mais retorna a este mundo material.”

Desse modo, devemos tornar-nos conscientes de K��Ša, estudando atentamente este livro autorizado, osem inventar uma interpretação da moda. Temos que ouvi-lo como ele é. O que

K��Ša diz, Ele diz para todos os tempos. Nunca muda. Tome o verso que estamos discutindo agora. Ele

ahaˆ sarvasya prabhavaƒ

janm€dy asya yataƒ

Bhagavad-g…t€ ®r…mad-Bh€gavatam.

Ahaˆ sarvasya prabhavo mattaƒ sarvaˆ pravartate:

Buddh€ƒ bh€va-samanvit€ƒ

Bhagavad-g…t€ mah€tm€ mah€tm€

mah€tm€nas tu m€ˆ p€rtha / daiv…ˆ prak�tim €�rit€ƒbhajanty ananya-manaso / jñ€tv€ bh™t dim avyayam

Bhagavad-g…t€mah€tm€?

Na hanyate hanyam€ne�ar…re: V€s€ˆsij…rŠ€ni:

Bhagavad-g…t€

na tad bh€sayate s™ryo / na �a�nko na p€vakaƒyad gatv€ na nivartante / tad dh€ma paramaˆ mama

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afirma que não importa a atividade em que você esteja ocupado; você tem apenas de mudar suaconsciência. Você está sendo guiado agora pela consciência do interesse próprio, do gozo dos sentidos.Não exatamente o verdadeiro interesse próprio, porque não sabemos qual é nosso interesse. Interesse dossentidos, isto sim — e não o verdadeiro interesse próprio, mas interesse dos sentidos. O que quer queestejamos fazendo, fazemo-lo para satisfazer nossos sentidos. Esta consciência tem que mudar. Temos desatisfazer K��Ša. Se esta consciência de K��Ša for evocada, então nossa vida será exitosa. Muito obrigado.

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3. Existe um mundo transcendental

outubro de 1966

“Minha morada suprema é imanifesta e eterna e é o destino supremo. Quando alguém vai até lá nunca maisretorna a este mundo material” ( 8.21).

Neste verso, a palavra significa “aquilo que é imanifesto”. Este mundo material manifesta-seperante nós, mas o mundo espiritual não se manifesta. Ademais, embora imanifesto, o mundo espiritual éeterno significa “aquilo que não é aniquilado”. No mundo material, uma coisa nasce,permanece por algum tempo, desenvolve-se, produz alguns subprodutos, decai e em seguida desaparece.Estas são as seis mudanças das coisas materiais. Mas o mundo espiritual, o qual no momento não está manifestoante nós, é ou eterno. Ele não é aniquilado.

No momento presente, devido a que estamos cobertos pela roupa material dos sentidos materiais, o mundoespiritual — ou qualquer coisa espiritual — não é concebível. Mas podemos sentir que existe algo espiritual.Isso é possível. Embora estejamos em total ignorância da realidade espiritual, ainda assim, podemos senti-la. Sevocê analisasse a si mesmo silenciosamente — “Que sou eu? Eu sou este dedo? Eu sou este pé? Eu sou estecabelo? Eu sou este corpo?” Você dirá que “Não, eu não sou isto”. Logo, o que existe além deste corpo éespiritual, e isso podemos saber.

Não podemos ver o espírito dentro do corpo (embora ele esteja lá), mas podemos diferençar um corpomorto de um corpo vivo. Em um corpo morto, falta alguma coisa. Mais uma vez, esse “algo” é espírito. Então,embora não tenhamos olhos para ver, o espírito está lá. Este é o ponto de partida do

( 2.17): a existência espiritual é eterna, enquanto que estecorpo não é eterno.

Diz-se aqui que a atmosfera espiritual é imanifesta. Assim, como poderemos tê-la manifestadiante de nós? Sentimo-la vagamente, mas como pode ser ela manifesta? Sim, você pode percebê-la —praticando a consciência de K��Ša, que estamos pregando.

Diz a literatura védica: significa “ossentidos”. Percebemos ou obtemos conhecimento através dos instrumentos de diferentes sentidos: olhos,ouvidos, nariz, língua e pele. Estes são os nossos cincos sentidos com os quais adquirimos conhecimento. Eexistem cinco sentidos funcionais: voz, mãos, pernas, órgãos genitais e ânus. Dessa forma, temos dez sentidos.E estes dez sentidos estão sendo conduzidos pela mente. Então,

“Com estes sentidos materiais e mente obtusos, não podemos compreender o nome de K��Ša, aforma de K��Ša e assim por diante”. Por que? Porque K��Ša é completamente espiritual e Ele é absoluto;portanto, Seu nome também é espiritual, Sua forma é espiritual, Suas qualidades, Suas opulências, Suaparafernália — tudo é espiritual. Porém, no momento presente, em decorrência de nosso laço econdicionamento materiais, não podemos compreender o que vem a ser espiritual.

Mas esta ignorância pode ser afastada por intermédio deste processo: cantar Hare K��Ša. Como é isto? Dareium exemplo. Quando um homem está dormindo, como pode você despertá-lo? Pela vibração sonora. “Sr.Fulano-de-tal levante-se! Levante-se! Está na hora!” Embora ele esteja praticamente inconsciente e não possaver, mesmo assim, esse processo auditivo é tão proeminente que um homem dormindo pode ser acordado pelavibração sonora. De modo semelhante, embora a alma espiritual esteja agora subjugada pelo laço econdicionamento materiais, sua consciência espiritual pode ser revivida por meio desta vibraçãotranscendental: Hare K��Ša, Hare K��Ša, K��Ša K��Ša, Hare Hare/ Hare R€ma, Hare R€ma, R€ma R€ma, HareHare. Estas palavras estão em sânscrito, assim é possível que alguns de vocês não saibam o significado deste

Hare K��Ša. O significado de Hare K��Ša é que simplesmente dirigimo-nos ao Senhor Supremo e à Suaenergia. Hara é a energia, e K��Ša é o Senhor Supremo. Assim, estamo-nos comunicando: “Hare K��Ša, HareK��Ša” — “Ó energia do Senhor, ó Senhor, por favor, aceitai-me”. Isso é tudo — “Por favor, aceitai-me”. OSenhor Caitanya ensinou que deveríamos simplesmente gritar pelo Senhor e que deveríamos simplesmenteorar para que Ele nos aceitasse. Isso é tudo. Portanto, esta vibração é simplesmente um grito dirigido ao SenhorSupremo, pedindo-Lhe: “Por favor, aceitai-me. Por favor, aceitai-me”.

avyakto ’k�ara ity uktas / tam €huƒ param€ˆ gatimyaˆ pr€pya na nivartante / tad dh€ma paramaˆ mama

Bhagavad-g…t€avyaktaƒ

(ak�araƒ). Ak�araƒ

ak�araƒ,

Bhagavad-g…t€. Avin€�i tutad viddhi yena sarvam idaˆ tatam Bhagavad-g…t€

avyaktaƒ,

ataƒ �r…-k��Ša-n€m€di na bhavet gr€hyam indriyaiƒ. Indriyaiƒ

ataƒ �r…-k��Ša-n€m€di na bhavet gr€hyamindriyaiƒ:

mantra

ayi nanda-tanuja ki‰karaˆ / patitaˆ m€ˆ vi�ame bhav€mbudhauk�pay€ tava p€da-pa‰kaja / sthita-dh™l…-sad��aˆ vicintaya

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Esta oração foi oferecida pelo Senhor Caitanya. Ele está orando: “Ó Meu querido K��Ša, filho de Nanda.”K��Ša desempenhou o papel de filho adotivo de Nanda Mah€r€ja. E K��Ša delicia-Se muito quando évinculado a algum dos nomes de Seus devotos. Por conseguinte, o Senhor Caitanya dirige-Se a Ele: “ÓK��Ša, filho de Nanda, de alguma forma caí neste oceano de escuridão e ignorância. Por favor, pega-Me ecoloca-Me como um dos átomos a Teus pés de lótus”. Isso é tudo. Se um homem cai no oceano, sua únicachance de sobrevivência é que alguém venha e salve-o. Se alguém o levanta apenas um centímetro acima daágua, ele se sente imediatamente aliviado. Imediatamente. Assim, tão logo nos fixamos na consciência deK��Ša, sentimos alívio imediato. Não há como duvidar disso. É uma coisa muito incrível.

Portanto, com nossos sentidos e mente materialmente condicionados, não podemos perceber a naturezatranscendental do Senhor Supremo — Seu nome, Sua fama e assim por diante. Ao especular o que é o nomede Deus, você não pode entender o que é o nome de Deus. Ao especular o que é a forma de Deus, existetoda a possibilidade de você não vir a compreender Sua forma. Mas, tão logo você se situe na consciência deK��Ša — se você se ocupa na consciência de K��Ša,então, gradualmente Ele revelar-Se-á perante você. Oh! você não pode ver Deus através de seu próprioesforço! Mas, se você se qualificar, Deus revelar-Se-á e você comprovará. É este o processo. Você não podeordenar: “Ó Deus, por favor, apareça diante de mim e dance diante de mim”. Não. Ele não é um recadista.Você deve agir de maneira tal que Ele fique satisfeito de Se revelar perante você, e então você O verá emplenitude.

De modo que, se diz neste verso: — existe um mundo transcendental. Porque constano e, porque a própria Personalidade de Deus está falando, não há razão para alguémduvidar. Não há razão para duvidar desta informação. A única coisa é como senti-lo, como compreendê-lo.Essa compreensão desenvolver-se-á gradualmente — e ele será mostrado, será revelado a você — se vocêadotar o cantar de Hare K��Ša, Hare K��Ša, K��Ša K��Ša, Hare Hare/ Hare R€ma, Hare R€ma, R€ma R€ma,Hare Hare.

Este é um processo simples, um processo muito simples. Mesmo as crianças podem participar dele.Mesmo uma criança de seis meses participou dele. Talvez vocês tenham visto no último encontro: haviauma criancinha sentada no colo de seu pai, e ela também participou. (Bate suas mãos imitando a criança.)Vocês compreendem? Porque é automático, um cachorro dançará, um gato dançará, uma criança dançará.Não há nenhuma necessidade de qualificações preliminares para entender o Hare K��Ša, porqueele é da plataforma espiritual. Ele é da plataforma espiritual. Assim, este processo simples revelará a você oque é o reino espiritual, o que é Deus, o que é você, o que é este mundo material, porque você estácondicionado, qual é o remédio — tudo será revelado gradualmente, passo a passo, passo a passo.

está dito na literatura védica que o mundo espiritual é imanifesto. Mas, mesmoassim, é eterno. Temos de ver através dos livros de conhecimento. Temos de acreditar. E ele será revelado,se você seguir o processo. Por exemplo, suponha que você compre uma passagem para a Índia daou da Por que você compra? Você pode desconfiar: “Que evidência há que eu irei àÍndia ao comprar a passagem?” Mas, quando você vir que outras pessoas estão indo à Índia, a companhiaestá voando e assim por diante — nessas circunstâncias, você desenvolve alguma fé. “Sim, o avião me levaráà Índia”. E, com efeito, quando você compra a passagem e senta-se no avião, na manhã seguinte você chegaà Índia. Então, por que você teve fé? Porque a é uma companhia que é autorizada, que éreconhecida. Por conseguinte, você depositou fé.

Fé você deve ter. Sem fé você não pode dar um passo à frente, mesmo em sua vida corriqueira. Mas fé emque? Ah! a crença e a fé têm de ser em coisa autorizada. É esse o processo. Você deve ter fé, pois sem fé vocênão pode fazer progresso. Mas não fé cega. Ao invés, você deve aceitar algo que seja reconhecido. Emverdade, o é reconhecido. Na Índia, o é reconhecido cem por cento. Nãoimporta se são teistas ou ateístas — todas as classes de homens na Índia aceitam o e fora daÍndia, todos os eruditos, todos aqueles que investigam a religião, todos os filósofos aceitam a autoridade do

Assim, não há nenhuma dúvida de que o tenha autoridade. Mesmo oProfessor Einstein — esse grande cientista — lia regularmente o e existem muitas outrasevidências.

Portanto, você deve acreditar que existe uma atmosfera espiritual, e que ela é o reino de Deus. E aquiafirma-se que se, de alguma forma, você alcançar essa atmosfera espiritual,então o resultado é você nunca mais precisará ganhar outro corpo material. Logo,

você se situará na sua vida eterna com paz e felicidade. Você não pensa assim?Então, suponha que você seja colocado em algum país onde você possa compreender: “Não morrerei mais,não mais sofrerei misérias, velhice ou doença”. Você não será feliz? Suponha que você seja transferido a umpaís onde estas coisas não existem... “Sim, eu serei feliz, eu terei de ser feliz! Se eu puder ir a algum lugar

sevonmukhe hi jihv€dau svayam eva sphuraty adaƒ:

avyaktaƒ ak�araƒBhagavad-g…t€,

mantra

Avyakto ’k�ara ity uktaƒ:

Air IndiaPan American Airlines.

Pan American

Bhagavad-g…t€ Bhagavad-g…t€Bhagavad-g…t€

Bhagavad-g…t€. Bhagavad-g…t€Bhagavad-g…t€

yaˆ pr€pya na nivartante:na nivartante: tad

dh€ma paramaˆ mama:

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onde eu não deva morrer novamente ou tornar-me velho ou ter quaisquer doenças — oh! certamente euaceitarei isso. Esse é meu desejo, meu desejo sincero. Eu quero isso”.

Por que você deseja isso? Porque você tem direito a isso. É uma prerrogativa sua. Você é eterno, você ébem-aventurado, você é pleno de conhecimento. Você encontra-se no momento coberto por esteenredamento material, assim você se esqueceu do seu eu.

Por isso, K��Ša está aqui dando-lhe a oportunidade de reviver seu estado original de vida. Aqui, diz-seclaramente que se, de alguma forma, você puder aproximar-se dessa atmosferaespiritual, então não haverá necessidade de você retornar a esta terra de misérias. Agora; estamos tentandotornar-nos felizes por transferirmo-nos ao planeta Lua. Pensamos que se pudermos transferir-nos para a Luaseremos felizes. Mas isto é inútil. O já lhe deu a informação de que

mesmo que você vá ao planeta mais elevado (obviamente que você não podeir até lá, mas suponha que você pudesse ir através de seu esputinique ou por meios aeroespaciais), mesmoassim, você não poderia evitar os quatro princípios de misérias materiais — isto é, nascimento, morte,velhice e doença. Portanto, você não deveria desejar nenhum lugar em parte alguma dentro deste mundomaterial. Neste país ou naquele país, neste planeta ou naquele planeta — você nunca será feliz.

Mas aqui K��Ša dá-nos valiosa informação. se vocêpuder atingir a mais elevada fase de perfeição — se você puder alcançar a morada suprema de K��Ša — sóentão não se exigirá que você retorne a este mundo material descabido. Esta é a informação que você obtémdo E que você fará lá? Alguns filósofos julgam que a atmosfera espiritual é indiscutivelmenteimpessoal. Impessoal e vazia. Alguns filósofos pensam assim. Os impersonalistas ®a‰karistas e os budistasacreditam que existe um vazio na atmosfera espiritual. Mas o não o decepciona dessamaneira.

A filosofia do vazio tem gerado ateísmo. Tente apenas entender claramente: eu sou um ser espiritual,conseqüentemente, eu desejo desfrutar. Essa é minha vida. Mas, tão logo percebo que meu futuro espiritualé vazio, sentir-me-ei naturalmente inclinado a desfrutar desta vida material. Portanto, os impersonalistassimplesmente discutem este vazio e este impersonalismo, mas, tanto quanto possível, eles desfrutam davida material. Mera discussão filosófica sentados perante sua platéia. Tão logo olhemos para seucomportamento, veremos que eles estão muito apegados ao desfrute material. Dessa forma, eles podemdesfrutar de alguma especulação e nada mais. Mas ninguém se beneficia.

Mas, na verdade, se alguém tem algum sentido espiritual, de imediato porá um fim a este desfruteinsensato. Isso caracteriza a verdadeira idéia de espiritualidade.

O teste é... se você desenvolveu sua consciência de K��Ša, se você desenvolveu seu espírito devocional,sua compreensão espiritual, o resultado será que você ficará prontamente desapegado de toda espécie dedesfrute material. Como é isto? Isso assemelha-se a dar comida saborosa a um homem faminto. Tão logo elecoma e sinta-se satisfeito, dirá: “Não, não quero mais. Estou satisfeito”.Afirma-se isto também no Você encontrará:

“Aquele que está situado transcendentalmente compreende de imediato o Brahman Supremo e torna-secompletamente feliz. Ele nunca se lamenta nem deseja ter nada; é equânime para com toda entidade viva.Nesse estado, ele se estabelece no serviço devocional puro a Mim (K��Ša)”.

Oh! aquele que está espiritualmente situado manifesta sintomas de satisfação plena. Ele não mais estaráansiando por algum desfrute material descabido. Isso é compreensão espiritual. Declara-se muiexplicitamente no — “Ao experimentarum gosto superior, a pessoa desiste de desfrutar dos sentidos”. Por exemplo, o médico proíbe ao doente:“Não coma. Não pratique sexo...” Tantos não. O paciente é forçado a aceitar esses não, mas por dentro eleestá sentindo: “Oh! se eu pudesse comer eu seria mais feliz!” No íntimo ele deseja as coisas proibidas. Masum espiritualista — tem força interior. Ele não é impotente, mas não quer ter relações sexuais; não gostadisso; odeia isso. Assim é a vida espiritual: força interior. Ele pode casar-se três vezes, mas ele é desapegado.Isso é vida espiritual. se você obtiver algo superior, naturalmente você abandonatodas as coisas inferiores.

Portanto, desejamos desfrute. Mas este ateísmo, este vazio e este impersonalismo criaram uma atmosferana qual estamos simplesmente especulando, mas permanecemos viciados neste desfrute material. Este nãoé o processo. O verso seguinte do (8.22) diz:

— se você aceita este princípio da consciência de K��Ša, o caminho devocional, e se você adora a

yaˆ pr€pya na nivartante:

Bhagavad-g…t€ €brahma bhuvan€llok€ƒ punar €vartino ’rjuna.:

Avyakto ’k�ara ity uktas tam €huƒ param€ˆ gatim:

Bhagavad-g…t€.

Bhagavad-g…t€

Bhaktiƒ pare�€nubhavo viraktir anyatraca.

Sv€min k�t€rtho ’smi varaˆ na y€ce.Bhagavad-g…t€ (18.54).

brahma-bh™taƒ prasann€tm€ / na �ocati na k€‰k�atisamaƒ sarve�u bh™te�u / mad-bhaktiˆ labhate par€m

Bhagavad-g…t€ rasa-varjaˆ raso ’py asya paraˆ d��˜v€ nivartate:

Paraˆ d��˜v€ nivartate:

Bhagavad-g…t€ puru�aƒ sa paraƒ p€rtha bhakty€ labhyas tvananyay€

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Suprema Personalidade de Deus, então você pode ter percepção espiritual e desapegar-se do desfrutematerial. Então, sua vida se tornará sublime. Oh! esse é o processo da consciência de K��Ša.

Diz-se claramente aqui: — a Suprema Personalidade de Deus.significa supremo, e Arjuna. Assim, K��Ša diz: “Ó Meu querido Arjuna, na atmosfera espiritual está aSuprema Personalidade de Deus”. Ele é uma pessoa exatamente como você e eu. Assim como estamosfalando face a face, da mesma forma, quando você alcançar a atmosfera espiritual, você falará face a facecom Deus. Você brincará com Ele, você comerá com Ele — tudo.

Como pode você atingir esse estado? pela devoção. Não pela especulação, mas pela devoção.Você tem de submeter-se. Você tem de prestar transcendental serviço amoroso ao Senhor. É esse o caminho.

significa sem nenhuma adulteração. Qual seria essa adulteração? “Euamo a Deus em troca de algum benefício material”. Isso é adulteração. Esta adulteração do serviçodevocional não o ajudará. Não adulterado:

Essa Personalidade Suprema, embora seja umapessoa como você e eu, mesmo assim, Ele Se difunde tanto que tudo está dentro dEle e Ele está dentro detudo. Ele está fora e dentro. Essa é a concepção plena de Deus. Deus está em toda parte, mas ainda assim, Eletem Seu reino, Sua morada, Seus associados, tudo. Exatamente como o Sol. A energia do Sol espalha-se portodo o universo, mas, ainda assim, o Sol tem seu próprio planeta, sua própria residência.

Conseqüentemente, Deus, ou K��Ša, está na atmosfera espiritual. Se nos aproximarmos dEle, nossa vidase tornará bem sucedida, nossos objetivos serão satisfeitos e seremos felizes e prósperos eternamente. Nãotemporariamente, mas eternamente. Muito obrigado.

puru�a Puru�aƒ sa paraƒ p€rtha: paraƒp€rtha,

Bhakty€:

Bhaktyas tv ananyay€. Tv ananyay€

ti’ ananyay€.Yasy€ntaƒ-sth€ni bh™t€ni yena sarvam idaˆ tatam.

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4. Ascenção ao mundo pessoal de K��Ša

dezembro de 1966

“Aqueles que adoram os semideuses nascerão entre os semideuses; aqueles que adoram fantasmas eespíritos nascerão entre esses seres; e aqueles que Me adoram viverão comigo” 9.25). Algumaspessoas argumentam que você pode adorar o Supremo da maneira como quiser e, ainda assim, alcançar aperfeição. Esta é a teoria na verdade, Deus é impessoal, mas, porque não podemos adorar algoimpessoal ou meditar nisso, vamos imaginar alguma forma de Deus e meditar nela. Os impersonalistastêm uma idéia parecida: eles colocam um círculo na frente deles e concentram-se nele.

Mas K��Ša refuta aqui essa teoria. Concepção impessoal do Supremo é imaginar alguma forma de Deus .Não é esta a maneira de aproximar-se de Deus. Ele diz claramente: “Aqueles que adoram os semideuses irão tercom os semideuses”. Os semideuses têm vários lugares neste mundo material. Existem sete sistemasplanetários superiores e sete sistemas planetários inferiores. Estamos vivendo na Terra, pertencente ao sistemaplanetário denominado Bh™rloka, e existem muitos planetas neste sistema. E acima de Bh™rloka estãoBhuvarloka, Svargaloka, Maharloka, Janaloka, Tapoloka, Brahmaloka — existem muitos planetas, com váriasespécies de entidades vivas e várias classes de confortos. Em alguns desses planetas, existem seres altamenteinteligentes, muito mais inteligentes que os seres humanos, e que são chamados semideuses (“aqueles que sãoquase Deus”).

Por conseguinte, nesta passagem, K��Ša diz que aqueles que adoram semideuses irão aos planetas dossemideuses. Em seguida, Ele afirma: Existe um processo de adorar os antepassados, eexiste um planeta específico aonde os adoradores dos antepassados irão. E aquelesque adoram seres ou coisas terrestres permanecerão na plataforma terrestre. Mas K��Ša diz:

— “Aqueles que Me adoram virão a Mim”. Isto é bastante claro.Suponha que você comprou uma passagem de trem para uma estação intermediária entre Nova Iorque e

São Francisco. Você terá que descer nesta estação. Como você esperaria chegar a São Francisco tendoadquirido apenas um bilhete para uma estação intermediária? Se você quiser ir a São Francisco, você terá decomprar uma passagem a São Francisco. De modo semelhante, se você adorar os semideuses, você pode ir aoplaneta dos semideuses, mas não mais adiante. Na criação de Deus, há várias opções para a adoração. Você temliberdade de ação, e Deus concede-lhe o resultado de acordo com seus desejos. Mas, se você quer ir ao planetaonde K��Ša mora, o qual é chamado de K��Šaloka, ou Goloka V�nd€vana, então você tem de adorar K��Ša. Issonão é insensato.

Qual a diferença entre ir ao planeta de K��Ša e ir a outros planetas? Isto está explicado em outra parte do(15.6): O planeta supremo é aquele

lugar de onde ninguém retorna a este mundo material. significa “nãoretorna”. Já discutimos que, mesmo que você vá aos planetas mais elevados deste mundo material — o planetaLua, o planeta Sol, os planetas celestiais — após esgotarem-se os resultados de suas atividades piedosas, vocêterá de voltar à Terra. Desse modo, estamos às vezes subindo e outras vezes descendo. Orapodemos ter um corpo indiano, ora podemos ter um corpo americano, ora podemos obter um corpo de porcoou de cachorro, ora podemos obter um corpo de semideus. Essas mudanças de vestimenta corpóreaprosseguem no ciclo de nascimentos e mortes, à medida que a alma transmigra de uma forma de vida a outra.

Entretanto, devem-se acabar com esta subida e esta descida. Essa é a ocupação de uma pessoa inteligente.Devemos tentar ir àquele planeta de onde não se precisa mais voltar Esse planeta éK��Šaloka. Além deste céu material, encontra-se o céu espiritual, VaikuŠ˜ha,onde existem planetas espirituais. K��Šaloka também está lá.

K��Ša diz: “Assim como outros estão tentando ir a vários planetas, aqueles queestão na consciência de K��Ša, aqueles que Me adoram com exclusividade, virão a Mim”. Em outro lugar( 8.15) K��Ša assegura: —“Aqueles que Me alcançam uma vez, nunca mais voltam a este lugar de misérias (o mundo material)”.

Se permanecermos sempre em consciência de K��Ša, nossa transferência ao planeta K��Šaloka estarágarantida. Obteremos um corpo em nossa próximavida de acordo com nossa condição mental na hora da morte. Logo, se estivermos constantemente ocupadosno transcendental serviço amoroso a K��Ša, absortos na consciência de K��Ša, então naturalmente estaremospensando em K��Ša à hora da morte. Daí, adquiriremos um corpo espiritual e juntar-nos-emos a K��Ša, em

y€nti deva-vrat€ dev€n / pitrn y€nti pit�-vrat€ƒbh™t€ni y€nti bh™tejy€ / y€nti mad-y€jino ’pi m€m

(Bhagavad-g…t€

m€y€v€da:yog…s

pit�n y€nti pit�-vrat€ƒ.bh™t€ni y€nti bh™tejy€:

y€nti mad-y€jino’pi m€m

Bhagavad-g…t€ yad gatv€ na nivartante tad dh€ma paramaˆ mama.Yad gatv€ na nivartante. Na nivartante

Punar €vartinaƒ.

(yad gatv€ na nivartante).Paras tasm€t tu bh€vo ’nyaƒ.

y€nti mad-y€jino ’pi m€m.

Bhagavad-g…t€ m€m upetya punar janma duƒkh€layam a�€�vatam n€pnuvanti

Yaˆ yaˆ v€pi smaran bh€vaˆ tyajaty ante kalevaram.

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K��Šaloka. Esta é a prática da consciência de K��Ša.A menos que você pratique, você não poderá alcançar o sucesso. Suponha que você deseje apresentar-

se no palco. Para tanto você deve praticar durante muitos anos. Ou se você deseja ser aprovado em algumexame, você tem de preparar-se para a espécie de perguntas que lhe poderão fazer. Analogamente, sedesejamos de verdade ser transferidos ao planeta K��Šaloka, teremos que praticar a consciência de K��Šanesta vida. A forma de vida humana destina-se a esta prática. Meus discípulos são exatamente comoaprendizes, porém, mesmo aqui, os aprendizes já estão liberados. Na consciência de K��Ša, o estudante queestá se preparando adequadamente já passou no teste. Em outras palavras, ele está se preparando de umamaneira tão adequada que sua aprovação no exame está garantida. Portanto, se nos esforçarmos para nostornarmos sempre conscientes de K��Ša, então nossa transferência ao planeta de K��Ša estará garantida.

A próxima pergunta é: Como executamos a consciência de K��Ša? Isso é explicado pelo Senhor noseguinte verso:

“Se alguém Me oferecer, com amor e devoção, uma folha; uma flor, frutas ou água, Eu as aceitarei.” Vocêtem de fazer amizade com K��Ša. Se você deseja ver alguém muito importante, de alguma forma você temde relacionar-se com ele. Você deve apresentar-se de maneira amigável, de maneira amável, e então serápossível relacionar-se com uma grande personalidade. Por conseguinte, se desejamos transferir-nos a esseplaneta supremo, K��Šaloka, devemo-nos preparar aprendendo como amar K��Ša, Deus. Se estivermos emcontato íntimo com Deus através do amor, Ele levar-nos-á de volta a Seu planeta supremo. Mas não Opodemos conquistar pela força. A não ser que amemos Deus, não poderemos reivindicar nenhum favordEle.

Existem seis princípios de intercâmbio amoroso. Quais são eles?

Upade�€m�ta

Como pode alguém compreender que outra pessoa o ama? Através destas seis classes de intercâmbios,ou reciprocidades. Primeiro há você deve dar algo à pessoa a quem você ama, e vocêdeve receber algo dela. Em seguida você deve revelar sua mente, e você devetambém ouvir essa pessoa. Quando seu amado está em alguma dificuldade, você deve ouvir quando elerevela sua mente. E, por fim, você deve dar a seu amado algo para comer, e você deveaceitar o que ele lhe oferecer para comer. Em verdade, devemos lidar com Deus desta maneira.

Então, no começo se oferece alguma coisa. Devemos oferecer algo a K��Ša. Mas, suponha que umhomem pobre deseje oferecer algo a Deus. Que tem ele para oferecer? Aqui está uma descrição, dada pelopróprio Senhor, das coisas que podem ser oferecidas mesmo pelo homem mais pobre.

uma pequena folha de (ou qualquer folha), uma pequena flor, um pequeno fruto ouum pouco de água. Estas quatro coisas são disponíveis em toda parte. Ninguém é tão pobre que não possacolher uma folha ou um pequeno fruto ou uma florzinha ou um pouco de água. Eles se encontram em todolugar; eles não são caros. Assim, qualquer pessoa, em qualquer país, em qualquer lugar, pode oferecer aK��Ša estas quatro coisas. Não há nenhum obstáculo. Você pode conseguir uma folhinha em qualquer lugar— existem tantas árvores! Mesmo que lhe proíbam, quando você disser: “Eu vou oferecer esta folha a Deus”,qualquer um deixá-lo-á colhê-la.

Portanto, o Senhor diz: “Se alguém Me oferecer, com amor e devoção, uma folha, uma flor, frutas ouágua, Eu as aceitarei”. A coisa essencial é o amor. Quando alguém traz alguma destas quatro coisas comamor e devoção, Deus diz que “Eu aceito a oferenda”. Deus é completo em Simesmo. Não devemos pensar: “Oh! Deus depende de minha pequena flor e frutas! Ele está muito faminto, e,quando eu Lhe oferecer esta fruta, Ele Se sentirá satisfeito!” Não. Ele é Portanto, nossooferecimento deve ser feito com amor e devoção e este será o único benefício. É o que Ele aceita: seu amordevocional.

Qualquer pessoa pode adorar K��Ša com estas quatro coisas: uma folha, uma flor, frutas e água. Mas nãodevemos pensar: “Oh! K��Ša deseja apenas portanto deixe eu dar-Lhe este

mas, quanto a mim, deixe eu comer bem suntuosamente e do melhor que

patraˆ pu�paˆ phalaˆ toyaˆ / yo me bhakty€ prayacchatitad ahaˆ bhakty-upah�tam / a�n€mi prayat€tmanaƒ

dad€ti pratig�hŠ€ti / guhyam €khy€ti p�cchatibhu‰kte bhojayate caiva / �a�-vidhaˆ pr…ti-lak�aŠam

( 4)

dad€ti pratig�hŠ€ti:guhyam €khy€ti p�cchati:

bhu‰kte bhojayate:

Patraˆ pu�paˆphalaˆ toyaˆ: tulas…

tad ahaˆ... a�n€mi: p™rŠam,

p™rŠam.

patraˆ pu�paˆ phalaˆ toyaˆ,patraˆ pu�paˆ phalaˆ toyaˆ,

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há”. Isso é enganação. K��Ša pode entender. Este é para o homem maispobre, mas, se você tem coisas muito boas para oferecer a K��Ša, você deve oferecê-las. Se você ama K��Ša,você deve oferecer-Lhe as coisas mais valiosas, mais escolhidas e superiores porque tudo pertence a Ele.Logo, quando você oferece a K��Ša o melhor e o mais seleto, isso é prova de seu amor.

Suponha que você ofereça uma fruta a K��Ša. Pode você criar uma fruta? Não, ela é criada por K��Ša; ela éuma dádiva de Deus. Mas, se você coloca diante dEle alguma fruta seleta, alguma flor seleta, então isso éuma prova de seu amor. Comprova-se a ocorrência deste processo no mundo material. Suponha que existauma bela rosa. Alguém colhe-a e pensa: “Oh! essa rosa é muito bela! Eu a oferecerei à minha namorada!” Issoé gozo dos sentidos, Mas, se você tomar a mesma flor e pensar: “Oh! essa flor é muito bela; eu a oferecerei aK��Ša!” isso é serviço ao Senhor. Em qualquer um dos casos, existem a flor, você e o oferecimento. Você temapenas de mudar sua consciência e nada mais. Você tem de mudar sua consciência para a consciência deK��Ša. Se você utilizar as coisas para o gozo dos sentidos, então você irá à região mais tenebrosa destaatmosfera material; mas, se você pegar as mesmas coisas e oferecê-las a K��Ša, você irá a K��Šaloka, omundo espiritual.

Quando você oferece alguma coisa a K��Ša, K��Ša não a toma de você. Ele deixa os restos dooferecimento, e então podemos participar da (“a misericórdia do Senhor,” alimento espiritual). Oprocesso inteiro torna-se espiritual — o preparo, o oferecimento e o compartilhar. Dessa maneira, podemosespiritualizar o mundo inteiro, simplesmente ao mudarmos nossa consciência.

Ansiamos por paz. É este o processo para alcançar a paz: mudar a sua consciência para a consciência deK��Ša; não aceite nada para o gozo de seus sentidos. Tudo é fornecido pelo Senhor Supremo, econseqüentemente tudo é propriedade do Senhor Supremo. Você está alegando falsamente que é oproprietário. Como pode ser você o proprietário? Suponha que você tenha nascido nos Estados Unidos.Antes de seu nascimento, já havia a terra, e, após sua morte, a terra estará lá. Portanto, a terra é propriedadede Deus. Por que você alega que esta terra é sua? A terra pertence a Deus. Tudo pertence a Deus.

Você deve adotar esta consciência se realmente deseja a paz. Se você invade a propriedade de Deus econsidera-a como se fosse sua e tenta usá-la para o gozo de seus sentidos, você não deve esperar nenhumapaz. Suponha que você tenha roubado alguma coisa de alguém e deseje desfrutar dela. Você estará sempreem ansiedade, porque sabe que a polícia estará atrás de você e, tão logo seja pego, estará em apuros. Damesma forma, a natureza é o agente policial de Deus. Tão logo você deseje satisfazer os seus sentidosutilizando a propriedade de Deus, você estará em apuros. A natureza lhe infligirá miséria. Esta é a lei danatureza.

K��Ša afirma claramente no (7.14):

Esta natureza material é uma combinação dos três modos da natureza — o modo dabondade, o modo da paixão e o modo da ignorância. Portanto, K��Ša diz que esta natureza material é

muito difícil de ser subjugada. Você não pode superar as leis rígidas da natureza material. Issoestá além de seu poder.

Ansiamos por paz. É este o processo para alcançar a paz: mudar a sua consciência para a consciência deK��Ša; não aceite nada para você. Você é exatamente como um prisioneiro. Por mais forte e valente quevocê seja, quando está sob detenção policial, toda a sua força será inútil. Você estará sujeito a toda espéciede tribulações. De modo semelhante, a natureza é muito forte. Enquanto continuarmos a utilizar apropriedade de Deus ilegalmente, invadindo Suas posses, não poderá haver paz. Se você deseja pazrealmente, você tem de aceitar que tudo pertence a Deus. Podemos usar as coisas, mas apenas depois deoferecê-las a Ele. Devemos pensar: “Eu compreendo que isto pertence ao Senhor, Deus. O Senhor enviou-me todas estas coisas para minha subsistência. Assim, primeiramente saboreie o Senhor este alimento; emseguida, eu compartilharei de Sua Isto é consciência de K��Ša.

Deus está lhe fornecendo tudo aquilo de que você necessita. Ele não tirará de você aquilo que lhe deu. Épara você. Mas, você deve apenas reconhecer: “Deus, o Senhor nos deu essas coisas maravilhosas para nosalimentar. Por favor, o Senhor tome-as primeiro”. Uma criancinha recebe de seu pai todas as coisas. Mas,enquanto estiver comendo, a criança poderá oferecer alguma coisa ao pai: “Meu querido pai, isto é umacoisa muito boa. Tome-a”. Quão satisfeito ficará o pai! Imagine só. O pai sabe que ele forneceu tudo a seufilho, mas, se a criança oferece alguma coisa ao pai, este diz: “Oh! como deve ser boa! Que bom! Eu acomerei”. Isto é amor.

Desse modo, K��Ša está aqui explicando como você pode oferecer seu amor a Ele.

patraˆ pu�paˆ phalaˆ toyaˆ

pras€dam

Bhagavad-g…t€

daiv… hy e�€ guŠamay… / mama m€y€ duratyay€m€m eva ye prapadyante / m€y€m et€ˆ taranti te

guŠamay…,

duratyay€,

pras€dam”.

Patraˆ pu�paˆ

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phalaˆ toyaˆ yo me bhaktya prayacchati.

yaˆ labdhv€ c€paraˆ l€bhaˆ manyate n€dhikaˆ tataƒyasmin sthito na duƒkhena

guruŠ€pi vic€lyate

E, se Deus aceita suas coisas e come-as, então que mais vocêdeseja? Ele torna-Se seu amigo mais íntimo. Se você pode fazer com que Deus seja seu amigo mais íntimo,então não há nada mais que possa desejar ( ).Você também permanecerá imperturbável, mesmo na maior dificuldade (

).Quando nos tornarmos convictos de que K��Ša é nosso protetor e amigo intimo, quão felizes e pacíficos

seremos! Então, simplesmente amemos K��Ša. Só então veremos quanta tranqüilidade haveremos de sentir,o quanto seremos protegidos por K��Ša, quantas carências evitaremos, quão puros nos tornaremos e comofaremos progresso na vida espiritual. Muito obrigado.

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5. Compreendendo afonte de todas as coisas

dezembro de 1966

De modo geral, a pessoa de mente filosófica tem curiosidade de saber qual é a origem de todas as criações. Anoite, contemplando o céu, naturalmente deseja saber o que são as estrelas, como estão distribuídas nouniverso, quem vive lá e assim por diante. Todas estas indagações são muito naturais para o ser humano, poisele tem uma consciência mais desenvolvida que a dos animais. E, para responder a esse inquiridor sincero, o

diz que o Senhor é a origem de todas as criações. Ele não é apenas o criador, mas tambémo mantenedor e o destruidor da manifestação cósmica. Ele é o objetivo supremo por trás de todas estasatividades.

Existem ateístas de diversas categorias que não acreditam na concepção de um criador, mas isso é devido,tão-somente, a seu pobre fundo de conhecimento. Tudo origina-se do Senhor Supremo. Tudo. Seja o que forque você veja, tudo originou-se do Senhor Supremo. Confirma isto outro texto védico:

para todas estas coisas criadas, existe uma fonte.Essa fonte é Brahman (o Supremo). O segundo aforismo do confirma isto —

“O Supremo é aquele de quem tudo procede”. Está dito no primeiro aforismo: —“Deve-se, portanto, indagar sobre Brahman, o Supremo”. Que é o Brahman? Isto é explicado no segundoaforismo: — “Brahman é aquele de quem tudo emana”.

E essa fonte suprema, ou summum bonum, de tudo é descrita mais noQuais os atributos dessa suprema fonte de todas as coisas? O

afirma que “Ele é consciente.” O primeiro atributo é que Ele é consciente. Afonte suprema não pode ser inconsciente. Por que? Porque nós somos seres conscientes.

Nós, entidades vivas, somos emanações do Senhor Supremo. Algumas entidades vivas movem-se; algumasentidades vivas não se movem. As árvores, as colinas, as montanhas — que também têm vida, não se movem.Os seres humanos, os gatos, os cães, as formigas e tantas outras espécies de vida movem-se. Mas, movendo-seou não, todos eles são conscientes. Portanto, a menos que o Senhor Supremo, a fonte suprema que tudo gera,seja consciente, de onde veio esta consciência? Como pode você apoiar a filosofia de que a fonte suprema évazia? De onde viria então esta consciência?

Algumas pessoas afirmam que a consciência é gerada pela combinação da matéria. Mas até agora nenhumcientista provou que, por combinar substâncias químicas, coisas físicas, alguém possa produzir consciência.Ao invés, o descreve mui elegantemente que a fonte suprema de todas as coisas é consciente. Eleé consciente. E no você verificará que K��Ša diz:— “Eu sei tudo sobre (o que é passado), “e sei o que é o presente e o que é o futuro”. E, baseado nestacompreensão, K��Ša diz no Segundo Capitulo: “Tu, Eu e todas estas pessoas que estão aqui reunidas éramospessoas individuais no passado, somos pessoas individuais agora e continuaremos sendo pessoas individuaisno futuro”.

O Senhor é consciente de duas maneiras: — direta e indiretamente. Deus é aonipotente consciência suprema. Por conseguinte, Ele é direta e indiretamente consciente. O engenheiro chefede um complicado projeto de construção não toma parte pessoalmente em todos os aspectos da construção,mas ele conhece cada curva e cada canto, porque tudo é feito sob sua direção. De modo semelhante, a SupremaPersonalidade de Deus, que é o engenheiro supremo da criação cósmica, conhece cada curva e cada canto dacriação. Ele é consciente de todos os diminutos pormenores.

Dê onde, então, obteve Ele esta consciência? Nós obtivemos nossa consciência do Senhor Supremo, a fontesuprema. Mas de onde o Supremo, ou Deus, obteve Sua consciência? O diz que Ele é

significa: “Ele é independente”. Sua consciência independe da consciência dos outros. Em outraspalavras, Deus tem todo o conhecimento. Temos experiência de que vamos à escola, ou ao colégio, eadquirimos conhecimento. Mas, se perguntarmos de onde Deus obtém conhecimento, oresponderá: — “Ele é auto-suficiente, pleno de conhecimento”. Estas são as diferenças entre Deus e asentidades vivas comuns.

As pessoas poderão argumentar: “Que dizer de Brahm€, a primeira criatura viva nascida no mundo criado?Ele nos deu o conhecimento védico, e ele é a primeira criatura viva. Logo, deve também ser — devetambém ser independente. Por que apenas Deus é independente? Essa criatura viva que por primeiro nasceutambém é independente. Senão, como poderia dar-nos conhecimento dos

A resposta é: “Não!” Brahm€ também é dependente, porque ele adquiriu seuconhecimento do Senhor Supremo. Como é isso? Ele é a criatura viva que nasceu por primeiro. Como adquiriu

®r…mad-Bh€gavatam

yato v€ im€ni bh™t€nij€yante. Im€ni bh™t€ni —

Ved€nta-s™tra janmn€dy asyayataƒ: ath€to brahma-jijñ€s€

janm€dy asya yataƒ®r…mad-Bh€gavatam: janm€dy asya

yato ’nvay€d itarata� c€rthe�v abhjaƒ svar€˜.®r…mad-Bh€gavatam abhj€ñaƒ:

Bh€gavatamBhagavad-g…t€ ved€-haˆ samat…t€ni vartam€n€ni c€rjuna

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anvay€d itarata� ca

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Vedas?”Tene brahma h�d€:

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ele o conhecimento de Deus? o conhecimento védico foi comunicado ao coração deBrahm€. Como pode ser isso? Porque Deus está situado no coração de todos:

Estas coisas estão mui elegantemente descritas no começo doindica Brahm€. Kavi significa “erudito”. No , K��Ša diz que Ele é o

Ele é o erudito mais antigo — o mais antigo ( quer dizer “o mais antigo”). Então, por queDeus não é reconhecido? ao tentar compreender Deus, mesmo os maiores dentre osgrandes pensadores, filósofos, sábios e pessoas santas deixam-se confundir pela ilusória energia materialdo Senhor. Eles não podem compreendê-lO ( ).

O prossegue dizendo: Apalavra quer dizer que toda a manifestação material repousa em Deus. Mas que é esta manifestaçãomaterial? É simplesmente uma combinação de fogo, água e terra.Certamente que há também outras coisas. Existem cinco elementos grosseiros: fogo, água, terra, éter e ar.Estes são os elementos materiais grosseiros. E os elementos materiais mais sutis são a mente, a inteligência eo falso ego. K��Ša discute isto no Portanto, esta manifestação material não é nada mais queo resultado de uma manipulação, ou um arranjo, destas coisas. É exatamente como quando preparamosvariedades de alimentos — e muitas outras coisas. Mas que são estesalimentos? Variedades de cereais, vegetais, leite e açúcar — e nada mais. Analogamente, todas estas váriasmanifestações do mundo material são simplesmente uma combinaçãode fogo, água, terra, etc.

Outra coisa: — este mundo material falso parece real. Entidades vivas tolassob o encanto da energia ilusória têm aceitado esta combinação aparente de elementos materiais comosendo realidade. É isto o que se chama materialismo. Aquele que aceita esta representação aparente comorealidade é denominado de materialista. Mas aquele que conhece a posição verdadeira deste mundomaterial é um espiritualista.. Essa é a diferença entre materialismo e espiritualismo.

Conseqüentemente, esta representação material, esta representação aparente, é temporária. É claro queos filósofos vai�Šavas, os devotos do Senhor Supremo, não costumam dizer que ela é falsa. Por que chamá-la falsa? Deus é real — e Sua energia é real. É exatamente igual à relação do calor e do fogo: se há fogo o calorestá lá. Ele pode ser manifesto ou imanifesto. Mas você não pode dizer que o calor seja falso. Por exemplo,não se percebe o calor do sol agora, porque a estação é fria. O sol permanece o mesmo, mas ele manifestaseu calor de forma muito intensa durante dezembro e janeiro, e durante as outras estações seu calor éimanifesto. Mas o calor não é falso. Ele é apenas temporário.

Os materialistas ignorantes sentem-se cativos da manifestação externa temporária —Qual é o ponto de vista materialista? eles esperam ter paz e prosperidade

neste mundo material incoerente. Isto se chama esperança vã que jamais será satisfeita. Os tolosestão buscando aquilo que nunca se realizará. Por que empreendem tentativas tão árduas?porque são tolos. Não sabem. Por que não sabem? não sabem qual é seuinteresse próprio. E que é esse interesse próprio? Vi�Šu, o Senhor Supremo. Seu interesse próprio é voltar aolar, voltar ao Supremo. Esse é seu verdadeiro interesse próprio. Deve-se estar interessado neste objetivo.Este é o verdadeiro “egoísmo”. Cabe-me saber o que sou e qual é o propósito da minha vida. Mas as pessoasdesconhecem o propósito da vida. Elas estão tentando ajeitar as coisas aqui neste mundo material.Entretanto, estas coisas jamais se ajeitarão, pois a natureza deste mundo material é que ele muda

Desse modo, a conclusão é que o Senhor Supremo (Deus, ou K��Ša) tem energias multifárias. Todasessas energias resumem-se em três categorias: a energia espiritual, a energia material e a energia marginal.Nós, entidades vivas, somos energia marginal. Ora ficamos cativos da energia material, ora estamos sob ainfluência da energia espiritual. Ao praticar a consciência de K��Ša, tentamos transferir-nos desta energiamaterial temporária para a energia espiritual permanente. Por conseguinte, você verificará que no

K��Ša diz que “Ó Arjuna, osas grandes almas, abrigam-se em Minha energia espiritual”. ( 9.l3)

significa a energia superior, a energia divina. Esta energia material temporária tambémé indiretamente energia divina, mas a energia superior, espiritual, é diretamente divina. Na verdade, tudo oque existe é divino, porque tudo provém do Senhor Portanto, osimpersonalistas dizem que tudo é Brahman. E isso é verdade. Tudo é Brahman — mas nem tudo é a mesmacoisa. Tomem esta loja, por exemplo. (O ambiente desta palestra foi o primeiro templo da ISKCON, umalojinha adaptada a este fim, na Segunda Avenida de Nova Iorque). Toda esta coisa é uma loja, mas temos quefazer uso apropriado da loja. Com isto, concluímos que não devemos sentar-nos naquela sala do banheiropara dar a palestra. (®r…la Prabhup€da aponta para um banheiro próximo). Devemos sentar-nos aqui, na sala

Tene brahma h�d€:…�varaƒ sarva-bh™t€n€ˆ h�d-

de�e ’rjuna ti�˜hati.Bh€gavatam: tene brahma h�d€ ya €di-

kavaye. šdi-kavaye Bhagavad-g…t€ kaviˆpur€Šam: pur€Šam

Muhyanti yat s™rayaƒ:

panth€s tu ko˜i�ata vatsara-sampragamyaƒ®r…mad-Bh€gavatam tejo-v€ri-m�d€ˆ yath€ vinimayo yatra tri-sargo ’m��€.

yatraTejo-v€ri-m�d€ˆ yath€ vinimayaƒ.

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kacaur…s, samos€s, pur…s. rasagull€

tejo-v€ri-m�d€ˆ yath€ vinimayaƒ:

yatra tri-sargo ’m��€. Am��€

dur€�ay€ ye bahir-artha-m€ninaƒ. Dur€�ay€ƒ:

dur€�aya:Na te viduƒ:

Na te viduƒ sv€rtha-gatim:

(bh™tv€bh™tv€ pral…yate).

Bhagavad-g…t€ mah€tm€nas tu m€ˆ p€rtha daiv…ˆ prak�tim €�rit€ƒ:mah€tm€s, Bhagavad-g…t€

Daiv…ˆ prak�tim

(sarvaˆ khalv idaˆ brahma).

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principal. Se você disser: “O banheiro também é um local de sentar-se — por que não ir até lá e dar apalestra?” Diremos: “Não! Devemos utilizar esta parte.” Assim, você deve tirar vantagem do melhor. Tudo éenergia de K��Ša. Isso é correto. Mas há duas energias: a superior e a inferior, ou a espiritual e a material.Devemos tirar vantagem da energia melhor, da energia superior. Porém, as pessoas ignoramcomo tirar vantagem da energia superior.

Assim, a essência da definição e das atividades do summum bonum supremo é Eleé a fonte suprema de todas as coisas — tanto da energia espiritual superior, quanto da energia materialinferior. Mas a energia superior está onde o Senhor Supremo permanece sempre (

Afirma-se também, no“Existe outra natureza, que é transcendental a esta matéria manifesta ou imanifesta”

( 8.20). E a pessoa que vive nesse mundo, o Senhor Supremo, deve ser compreendido pormeio da devoção e não de outra maneira. Também se afirma no

“Somente através da consciência de K��Ša é que podemos compreender o Senhor” (8.22). Não existe outra maneira. Você não pode compreender o Senhor Supremo de nenhuma outra

maneira.Esse Senhor Supremo está significa “sempre” ou “eternamente” e

significa “em Sua própria morada. querdizer “onde não existe ilusão”. Aqui tudo é ilusório. Tudo é feito de terra, água e assim por diante —coisas temporárias. As coisas deste mundo material são exatamente como manequins. Algumas vezes, navitrina de uma grande loja comercial, você se depara com um manequim vestido tal qual uma bela garota.Assim, essa garota é uma ilusão. Aqueles que sabem pensarão: “Oh! é apenas um manequim!” Eessa é a diferença entre um homem de conhecimento e um homem na ignorância: aqueles que estão naignorância aceitam este “manequim” material, este mundo material, como realidade. Isso é materialismo.Mas aqueles que têm conhecimento pensam: “Não — é apenas um ‘manequim,’ uma ilusão; a realidade édiferente”. No entanto, este manequim de ilusão não existe no domicílio do Senhor.Ali existe a Verdade Suprema ( ).

Portanto, nosso propósito deve ser oferecer nossas reverências tanto ao Senhor Supremo quanto à Suamorada eterna. Os impersonalistas tomam como certo que tudo é Deus, assim, eles pensam que podemosaproximar-nos da Verdade Absoluta de qualquer maneira. Isso não é aceito aqui noonde afirma-se claramente: — a parte espiritual eterna do Senhor Supremo deveráser adorada, não a manifestação temporária.

Em nossos corpos, também, existe uma parte espiritual (a alma) e uma parte material (o corpo grosseiro).Mas, infelizmente, as pessoas desta civilização moderna estão cuidando demais dá parte material, do corpo.Elas não possuem nenhuma informação referente à parte espiritual. Contudo, na verdade, deve-se cuidarmais da parte espiritual do corpo. A parte material do corpo é secundária, Podemos manter nosso corpovisando à realização espiritual, mas não devemos sacrificar nossas necessidades espirituais, tornando-nosexcessivamente preocupados com as necessidades da vida corpórea.

É esse o defeito da civilização moderna: ela não obtém nenhuma informação das autoridadescompetentes. Portanto, não se preocupam com a parte espiritual do corpo. Sempre que encontramosalguns cavalheiros e começamos a falar acerca das necessidades espirituais da vida, eles pensam deimediato: “Oh! o Swamiji está falando tolices; vamos embora.” Mas, se você falar de política ou de qualquercoisa mundana, eles se tornam muitíssimo interessados.

Em relação a este corpo, excogitamos tantas coisas, tantasnecessidades corpóreas. Portanto, o afirma:

as pessoas estão loucas, doidas. Embora elas estejam vendo que tudo está sendodestruído, que tudo está sendo aniquilado, mesmo assim, — elas não vêem. Por que? Elas estão

loucas. O deu uma designação a estas pessoas que são materialmenteinteressadas: elas são loucas.

Eu sei que meu pai morreu, meu avô morreu, meubisavô morreu e eu vou morrer. Semelhantemente, meu filho morrerá e meu neto morrerá. E nuncavoltaremos. Desaparecendo este corpo, não há como voltar. Desaparece para sempre, assim como umabolha no oceano. Mesmo assim, as pessoas estão interessadas em atividades corpóreas. Por conseguinte,descrevem-se-as como significa “manifestamente”, “loucas”. Elas sãomanifestamente loucas. E, conseqüentemente, embora vejam, não vêem. Sabemosque tudo vai ser destruído. No passado, temos visto tantos impérios, tantos Napoleões, tantos Subash Boses,tantos Gandhis — eles vieram e se foram. Que valor há em se tornar um Subash Bose ou um Gandhi ou umNapoleão ou um Hitler ou um grande político? Ao invés, ocupemo-nos nesta vida na compreensãoespiritual, de modo que possamos solucionar completamente os problemas da vida.

na te viduƒ:

janm€dy asya yataƒ:

goloka eva nivasatyakhil€tma-bh™taƒ). Bhagavad-g…t€: paras tasm€t tu bh€vo ’nyo ’vyakto ’vyakt€tsan€tanaƒ —Bhagavad-g…t€

Bhagavad-g…t€. Puru�aƒ sa paraƒ p€rthabhakty€: Bhagavad-g…t€

dh€mn€ svena sad€. Sad€ dh€mn€svena “Dh€mn€ svena sad€ nirasta-kuhakam.” Nirasta-kuhakam

kuhaka,

kuhakam,

sad€ nirasta kuhakam,satyaˆ paraˆ dh…mahi

®r…mad-Bh€gavatam,satyaˆ paraˆ dh…mahi

Yasy€tma-buddhiƒ kuŠape tri-dh€tuke.Bh€gavatam tasya pramattaƒ nidhanaˆ pa�yann api na

pa�yati. Pramattaƒ:na pa�yati

pramattaƒ, Bh€gavatampramattaƒ,

Tasya pramattaƒ nidhanaˆ pa�yann api na pa�yati.

pramattaƒ. Pra mattaƒ,pa�yann api na pa�yati,

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