um ministério marcado pelos sofrimentos

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Um ministério marcado pelos sofrimentos! Um dos mais belos e importantes ministérios da história da Cristandade foi marcado por uma palavra incômoda para a grande maioria da humanidade: sofrimentos. Ao ser lida a II Epístola aos Coríntios, principalmente no capítulo onze, chegamos ao pleno conhecimento dos sofrimentos do grande Apóstolo Paulo por amor ao Evangelho do Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Segundo os maiores estudiosos cristãos, de todas as épocas, depois de Jesus Cristo, Paulo apresenta-se como a maior personalidade para a propagação do Evangelho, por toda a terra, nos primeiros 100 anos da era cristã. Estudioso, culto, determinado, líder e trabalhador, com diversas cidadanias, bem como um fariseu muito respeitado, Paulo poderia, mesmo tendo conhecido a Jesus na estrada de Damasco, continuar com todo o prestígio religioso que caracterizava a sua vida no Judaísmo. Em todas as suas epístolas, o apóstolo, natural de Tarso, deixa bem claro, aos seus inúmeros opositores, dentro e fora das igrejas locais, que a sua chamada apostólica não foi o produto de uma vontade humana. Ele sempre frisa, principalmente nos primeiros versículos das suas cartas, que o seu ministério veio diretamente do "Trono da Graça." "Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus..."(II Coríntios 1:1). Ao longo da história do Cristianismo, encontramos heróis da fé que estão com os seus nomes inscritos no "Livro da Vida." Contudo, outros mártires cristãos não experimentaram os multiformes sofrimentos que alcançaram a vida do grande homem de Deus em destaque. Quem sabe, em algum momento do seu bendito ministério, o diabo não tenha tentado fazer com que o Dr. Paulo desistisse da sua jornada missionária marcada por sucessos e tremendas humilhações. Contudo, o notável apóstolo sabia que a glória que o esperava nas mansões celestiais valia muito mais do que os sofrimentos num mundo que sempre jaz no maligno. Acredito, sem medo de cometer erros, que o Apóstolo Paulo, se permitissem tal fato ao mesmo, colocaria esta frase na sua lápide(inscrição tumular): "Aqui jaz um homem que sofreu muito por amor ao Evangelho de Jesus Cristo." Paulo amava a Jesus Cristo com todas as suas forças possíveis. Era um amor fundamentado em experiências reais e inesquecíveis com o " Filho do Homem." Aos ministros de Jesus Cristo, dos tempos hodiernos, sugiro a leitura diária das epístolas paulinas. Quem sabe, os que já se encontram desanimados, mesmo com boas condições de trabalho, não venham a

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Um ministério marcado pelos sofrimentos! 

Um dos mais belos e importantes ministérios da história da Cristandade foi marcado por uma palavra incômoda para a grande maioria da humanidade: sofrimentos. Ao ser lida a II Epístola aos Coríntios, principalmente no capítulo onze, chegamos ao pleno conhecimento dos sofrimentos do grande Apóstolo Paulo por amor ao Evangelho do Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Segundo os maiores estudiosos cristãos, de todas as épocas, depois de Jesus Cristo, Paulo apresenta-se como a maior personalidade para a propagação do Evangelho, por toda a terra, nos primeiros 100 anos da era cristã.

Estudioso, culto, determinado, líder e trabalhador, com diversas cidadanias, bem como um fariseu muito respeitado, Paulo poderia, mesmo tendo conhecido a Jesus na estrada de Damasco, continuar com todo o prestígio religioso que caracterizava a sua vida no Judaísmo.

Em todas as suas epístolas, o apóstolo, natural de Tarso, deixa bem claro, aos seus inúmeros opositores, dentro e fora das igrejas locais, que a sua chamada apostólica não foi o produto de uma vontade humana. Ele sempre frisa, principalmente nos primeiros versículos das suas cartas, que o seu ministério veio diretamente do "Trono da Graça." "Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus..."(II Coríntios 1:1).

Ao longo da história do Cristianismo, encontramos heróis da fé que estão com os seus nomes inscritos no "Livro da Vida." Contudo, outros mártires cristãos não experimentaram os multiformes sofrimentos que alcançaram a vida do grande homem de Deus em destaque.

Quem sabe, em algum momento do seu bendito ministério, o diabo não tenha tentado fazer com que o Dr. Paulo desistisse da sua jornada missionária marcada por sucessos e tremendas humilhações. Contudo, o notável apóstolo sabia que a glória que o esperava nas mansões celestiais valia muito mais do que os sofrimentos num mundo que sempre jaz no maligno.

Acredito, sem medo de cometer erros, que o Apóstolo Paulo, se permitissem tal fato ao mesmo, colocaria esta frase na sua lápide(inscrição tumular): "Aqui jaz um homem que sofreu muito por amor ao Evangelho de Jesus Cristo." Paulo amava a Jesus Cristo com todas as suas forças possíveis. Era um amor fundamentado em experiências reais e inesquecíveis com o " Filho doHomem."

Aos ministros de Jesus Cristo, dos tempos hodiernos, sugiro a leitura diária das epístolas paulinas. Quem sabe, os que já se encontram desanimados, mesmo com boas condições de trabalho, não venham a repensar muitos conceitos ministeriais totalmente fora dos padrões sacrossantos da " Palavra."!

Se o Apóstolo Paulo pagou o preço de uma vida verdadeiramente santificada, com todas as minhas imperfeições, eu peço ao Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo para trilhar os mesmos caminhos paulinos. E que, um dia, eu possa dizer também: " Combati o bom combate, completei a carreira e guardei a fé." É o que eu tenho dito.

O Paradoxo de Epicuro 

Há uma incoerência na fé cristã, dizem alguns filósofos humanistas e grande parte dos ateus e agnósticos: Se Deus é bom - dizem eles - como pode permitir tanta maldade no mundo? Das duas, uma: Ou ele é bom, todavia não tem poder para

impedir o Mal ou tem poder para impedir o Mal, mas não o faz porque é mau . Sustentar a fé num Deus que é, ao mesmo tempo, “Bom” e “Todo-poderoso” é, para eles,  incoerente e ilógico. 

Essa é uma pergunta muito antiga que, feita de forma mais ou menos semelhante, remonta a  um dilema filosófico, cuja origem é atribuída a Epicuro, filósofo do IV século A.C, e conhecida como “O paradoxo de Epicuro”

Me pergunto como seria, na opinião dos céticos, um “Deus bom”? Seria um Deus que fizesse o bem à todos indiscriminadamente ou um que, com critérios claros, só fizesse o bem aos justos? Talvez fosse um Deus que só deixasse sofrer os maus e preservasse os inocentes de todo sofrimento. Mas... seria correto um Deus bom abençoar pessoas más? A menos que Ele tivesse o propósito de transformar o mau sujeito numa boa pessoa. Mas quem é bom ou mau? Quem é inocente? Como saber? E se os  maus se parecerem com pessoas boas e – por outro lado – algumas pessoas inocentes pareçam ser más? Como saberemos se o Deus Bom está sendo bom mesmo?

Isso está ficando muito confuso, dirá você. Eu diria que todos ficariam satisfeitos em viver num Mundo Perfeito sem nenhum sofrimento. Mas... sem sofrimento algum para ninguém? Nem para os maus? Então, reformulando: Um Mundo Perfeito seria um mundo em que não sofresse ninguém exceto os “maus”. Mas... os maus certamente seriam amados pelos “bons” e assim, um efeito colateral do sofrimento dos maus seria, também, o sofrimento dos bons. Complicado.

Mas e se disséssemos que Deus é mau? 

Ok. Então, “Deus é Mau”. Resolvida a incoerência? Experimente dizer isso ao próximo sujeito que o questionar sobre a bondade de Deus. Como pode um Deus bom permitir o Mal? Diga: “Porque Deus é Mau”.  Isso explica tudo, isso encerra a questão, isso pacifica os ateus. Deus é mau, todavia ainda é Deus. Sendo Deus, pode fazer tudo. Pode ser mau o quanto quiser, pode ser injusto, pode ser incoerente, pode ser brutal. Quem poderá questioná-lo? Quem poderá detê-lo? Quem poderá dizer-lhe: Pare com isso! Deixe essa vida divina de malignidade e seja bonzinho daqui em diante? Quem?

Há mal no mundo porque Deus é mau. Mas, então inverteríamos o paradoxo e o dilema seria ainda maior. Como um Deus Mau pode permitir tanto Bem no mundo? Por que tantas crianças nascem saudáveis? Por que nascem mais pessoas do que morrem? Por que a maior parte do tempo eu vivo saudável e não doente? Por que temos bons filhos, bons cônjuges, bons amigos? Por que temos mais amigos que inimigos? Por que a maior parte das pessoas que conhecemos vivem felizes a maior parte do tempo? E por que, mesmo na África subsaariana, em regiões paupérrimas, em países miseráveis, há pessoas que dançam, celebram, sorriem e, contrariando toda a lógica, acreditam nesse Deus Malévolo? Onde está esse Deus que deixa que a maior parte das pessoas, durante a maior parte de suas vidas experimentem mais o bem que o mal? Mas longe de mim questionar a Deus. Se Deus sendo mau, decide fazer o bem, curar, salvar e atender milhares e milhares de orações, que posso eu dizer? Oxalá, Ele se acostume com a prática e tome gosto pela coisa.

Se admitirmos que Deus é mau (segundo nosso conceito de malignidade) também deveremos admitir que esse Deus mau é capaz de gestos de bondade. Na verdade, Ele é bom a maior parte do tempo. Alguém assim mereceria nossa confiança? Alguém que, de vez em quando, nos fizesse sofrer ou que permitisse que sofrêssemos; alguém que nem sempre nos atendesse; nem sempre nos desse satisfação de suas ações e decisões. Alguém assim mereceria nosso crédito? Sou capaz de apostar que a maioria de nossos melhores amigos, nossos cônjuges e nossos pais se encaixam nessa descrição. 

Deus existe e é bom, todavia não conseguiremos explicar o mal que está no mundo. Não podermos dizer que a culpa seja só das más escolhas. As más escolhas não explicam todo o mal do mundo. Não podermos dizer que a culpa seja das calamidades da natureza, ou da doença, ou da fragilidade humana ou mesmo do Pecado ou do Diabo. Nada disso, nem a soma de tudo, isso explica o mal que há no mundo. Todavia, podemos seguir crendo neste Deus e seguir crendo que Ele é bom pois sustentar a fé num Deus Bom que permite o Mal pode gerar um dilema, uma pergunta sem resposta. Todavia, não sustentar fé alguma – além de não resolver a questão – suscita muito, muito, muito mais perguntas sem respostas como as que estão – em quantidade meramente ilustrativa – reunidas neste artigo. É preferível, assim, por uma questão aritmética lidar com apenas uma pergunta sem resposta do que com centenas delas.

A Multiplicação Dos Pães E Peixes 

Há algo pouco observado no conhecido milagre da “multiplicação dos pães”: 

Quando, exatamente, ocorre a multiplicação? 

Jesus, de fato, alimentou milhares de pessoas (5.000 homens, na primeira e 4.000 na segunda, fora mulheres e crianças) e ainda recolheram-se - totalizados os dois eventos – dezenove cestos cheios de sobras. Mas, apesar da multiplicação dos pães ser mencionada nos quatro evangelhos, em nenhum deles, é descrito como e quando a multiplicação ocorreu. O termo “multiplicação” ou seus derivados sequer são mencionados! 

A imagem comum que nos ocorre quando tentamos visualizar a cena da multiplicação é a de um evento instantâneo. Jesus orou e, pimba! Do interior do cesto, um processo de mitose, de duplicação começa a acontecer com os pães. Com os peixes, idem: eles vão sendo “clonados” e começam a transbordar do cesto. Entretanto, há um versículo chave para entendermos que não deve ter sido assim. 

Tomando os cinco pães e os dois peixes e, olhando para o céu, deu graças e partiu os pães. Em seguida, entregou-os aos seus discípulos para que os servissem ao povo. E também dividiu os dois peixes entre todos eles (Mc 6:41-42).

Aprecio esta versão que Marcos traz da primeira multiplicação, pois ela é explícita ao dizer que Jesus dividiu os pães e os dois peixes pelos discípulos e estes os repartiram entre os presentes. Ou seja, o milagre da multiplicação não ocorreu nas mãos de Jesus. Depois de orar, os cinco pães não se transformaramem milhares. O texto bíblico oferece outra imagem. Menos espetacular e ainda mais cheia de significado: uma multiplicação que ocorre no momento da partilha. 

Pedaços de pão e nacos de peixe, distribuídos mão a mão, passados dos discípulos às pessoas - de modo que o milagre não consistia no sujeito ter um pão e um peixe que - kazan! - transformava-se em dois para que, só então, ele os compartilhasse. Os discípulos haviam recebido aquela porção, aquele combo de pão e peixe - sabendo que teria que dividi-lo com os grupos de pessoas sentadas ao chão. Então, eles repartiam e o processo seguia, mas, assim como a sarça ardente no deserto - que queimava sem se consumir - aqueles pães também eram compartilhados sem se extinguir! De uma forma miraculosa, eles eram repartidos seguidas vezes, sem que isso tornassem insuficientes as porções seguintes. Divisão sem diminuição! 

O milagre não era eu compartilhar a partir da abundância, da multiplicação sobrenatural e instantânea. O milagre era eu ter que repartir aquela porção que servia tão somente a mim e - uma vez feita a divisão - o produto final

dessamatemática subvertida da fé, ser um pedaço igual em minhas mãos e nas mãos do meu irmão, de modo que podemos dizer que não é o milagre que produz a partilha, é a partilha que produz o milagre! Em matéria de pães e peixes abençoados por Jesus, 1 dividido por 2 é igual a 1 pra cada um!

Outro aspecto interessante é que a fé é alimentada pelo exemplo. Quando Jesus reparte as porções entre os discípulos, eles só sabiam do que tinham em mãos e mais nada. Jesus não lhes disse: "Vão repartindo e a coisa vai acontecer". Mas gosto de imaginar a cena se desenrolando enquanto as pessoas iam recebendo aqueles pedaços. A partir de determinado momento, havia duas cenas paralelas; duas visões concorrentes: O sujeito que recebia seu "sanduíche de peixe" olhava imediatamente ao lado e via um companheiro que nada tinha - Nada além de um par de olhos famintos e uma boca salivando. Mas, se o mesmo sujeito esticasse o pescoço e mirasse outros grupos, teria outra visão: a de todos comendo juntos. Então, uma de duas coisas podia ocorrer: ele podia sentir-se fortalecido em sua fé e dar sequencia à partilha ou podia olhar para sua "porção individual" e para o esfomeado ao lado e interromper aquele fluxo.

Na Igreja deveria acontecer o mesmo. Ao invés de olharmos para aquele irmão rico e nos enchermos de uma inveja disfarçada de "socialismo cristão" ("Ah, aquele afortunado bem podia repartir seus bens com os mais humildes") deveríamos olhar para nossa porção como um "Mínimo Multiplicador Comum" – uma espécie de "versão cristã" do MMC que aprendemos nas aulas de Matemática. A Igreja seria, então, esse lugar onde a multiplicação se dá "de mão em mão", numa sequencia onde o exemplo alimenta a fé e a fé alimenta o fluxo.

O milagre de Jesus foi mais que uma obra assistencial - o que, por si só, já seria maravilhoso. Mas, foi mais que isso: foi uma obra didática, pedagógica em seus efeitos e propósitos. Dizem que, melhor que dar o peixe é ensinar pescar. Jesus fez diferente: deu o peixe e ensinou dividir. 

Em Jesus, o que é inteiro se dilui. A maior, digamos, "renda per capita" de pães e peixes esteve nas mãos de Jesus. Só ele teve tantos pães e peixes de uma só vez. O pouco que havia foi canalizado, foi direcionado pra ele e, por uns instantes, a provisão ficou "concentrada" em Cristo. Jesus é o único que pode concentrar. À nós compete dividir. Muitos de nós aprenderam a entregar os recursos a Jesus ou, a seus "representantes" na Terra - pastores, padres e sacerdotes em geral e, em seguida, olhar pra Jesus como um caderneta de poupança ou como o carnê do Baú da Felicidade, do qual esperamos receber oreembolso de nosso sacrifício. Realmente, Jesus devolve. Dá graças e devolve. Mas não devolve na mesma quantidade. Tampouco devolve em quantidade maior, multiplicada. Devolve "menos". Devolve partido, fracionado. Jesus devolve, mas também "dissolve". E, assim fazendo, nos ensina a crer que cada pedaço, cada fração daquilo que nós entregamos (e que já era pouco) será suficiente para aquilo a que se propõe. Melhor dizendo, será mais que suficiente (posto que sobejam vários cestos cheios). E, assim, através da multiplicação dos pães, Jesus ensina ao povo a lição que a mulher cananéia (a quem ele cura uma filha, conforme Mateus 15) sabia de cór: que as migalhas de Deus bastam.

Filhos orientados para a fé 

Provavelmente a maior experiência de amor possível de ser experimentada por um ser humano esteja relacionada ao sentimento deste em relação aos seus filhos. Trata-se de uma forma de afeto onde pai e mãe são capazes de suportar todos os erros e imperfeições do filho sem jamais deixar de amá-lo e ainda se submetendo a sacrifícios e privações pelo bem dele.

Embora existam exceções usualmente costumamos a identificar o esforço dos pais, sejam eles os genitores propriamente ditos ou daqueles que cumprem esta função, em prover as condições para o crescimento e desenvolvimento de seus filhos e isto já é uma das evidências do amor que sentem por eles. 

Podemos considerar que uma das maiores dádivas que Deus concedeu ao homem foi permitir uma experiência de amor com esta grandiosidade justamente para termos uma pequena idéia do amor que Ele sente por cada um de nós, perdoando nossas falhas e esperando sempre o nosso bem.

Mas ao consideramos que faz parte dos planos de Deus todo o aprendizado e satisfação de fazer o bem a alguém sem esperar recompensa deste, e esta é uma grande característica do relacionamento de pais para filhos, não podemos desprezar o fato de que o “inimigo” de Deus também possa tentar utilizar de suas artimanhas para impedir o sucesso dos pais nesta grandiosa missão.

Precisamos considerar que quando Deus nos criou, nos fez a sua imagem e semelhança (Gn 1, 26), portanto cada vez que pai e mãe concebem um bebê e desta forma tornam possível a chegada de mais uma criatura semelhante a Deus ao mundo estão de certa forma realizando uma afronta ao “inimigo” de Deus.

Desta forma não podemos ser ingênuos ao ponto de perceber nitidamente as graças que Deus derrama sobre a família através dos filhos e deixar de acreditar que o “maligno” como resposta vai tentar realizar investidas contra ela.

À medida que os filhos vão crescendo e amadurecendo, e desta forma tornando-se independentes de seus pais, vão perdendo a pureza que eu os deixava tão próximos de Deus e gradativamente vão permitindo influenciarem-se pelas “coisas do mundo”. É muito comum identificarmos crianças habituadas a freqüentar a Igreja com seus pais desde a tenra infância abandonem este hábito durante a adolescência. 

Devemos considerar que talvez faça parte do processo de amadurecimento de fé de alguns indivíduos submeterem-se à experiência do filho pródigo (Lc 15, 11-32), portanto aos pais cabe servirem de exemplo através do testemunho de suas próprias vidas aliado ao discurso sobre a importância da fé e da oração para manter-se próximo de Deus, relembrando aos seus filhos constantemente de que quando nos distanciamos de Deus nos aproximamos do Seu “inimigo”.

Importa antes obedecer à Deus 

No capítulo cinco de Atos dos Apóstolos os discípulos Pedro e João são lançados numa prisão pública por desobedecerem à ordem do Sumo Sacerdote para que parassem de pregar a ressurreição de Cristo. Uma excelente história para se meditar sobre até que ponto nossas convicções de fé resistem. 

Levantaram-se então os sumos sacerdotes e seus partidários {isto é, a seita dos saduceus} cheios de inveja, e deitaram as mãos nos apóstolos e meteram-nos na cadeia pública. Mas um anjo do Senhor abriu de noite as portas do cárcere e, conduzindo-os para fora, disse-lhes: Ide e apresentai-vos no templo e pregai ao povo as palavras desta vida. Obedecendo a essa ordem, eles entraram ao amanhecer, no templo, e puseram-se a ensinar. Enquanto isso, o sumo sacerdote e os seus partidários reuniram-se e convocaram o Grande Conselho e todos os anciãos de Israel, e mandaram trazer os apóstolos do cárcere. Dirigiram-se para lá os guardas, mas ao abrirem o cárcere, não os encontraram, e voltaram a informar: Achamos o cárcere fechado com toda segurança e os guardas de pé diante das portas, e, no entanto, abrindo-as, não achamos ninguém lá dentro - Atos 5:17-23

Todo aquele que crê em Jesus conforme o Evangelho se verá confrontado com algum tipo de autoridade em algum momento. Esse é o grande tema deste capítulo: o “choque de autoridades”. 

A autoridade do Sumo Sacerdote x A autoridade de Deus - O Sumo Sacerdote disse “Prenda”. O Anjo do Senhor disse “Pregue”. O Sumo Sacerdote disse “Para a prisão!”. O Anjo do Senhor disse “Para o Templo!”

A autoridade da prisão x A autoridade “do Vácuo” - A fé em Jesus não apenas nos liberta das prisões religiosas como também põe em desordem e em conflito as autoridades que se levantam contra nós. Os sacerdotes mandam buscar na prisão detentos “que não estão lá” (At 5.22). Tudo estava conforme o ordenado: portões trancados, guardas à porta e, dentro da cela, o “vazio” e, contra o vazio nada se pode fazer.

Prisão Vazia x Cabeça Cheia (de dúvidas) – As autoridades religiosas que mandaram prender os discípulos se viram presas da perplexidade quando tomaram conhecimento do inexplicável desaparecimento dos encarcerados (At 5.24) . Uma vez perplexo, o sujeito fica sem iniciativa; fica sem capacidade de decisão porque falta-lhe a capacidade de discernir, de entender o que está acontecendo. Foi isso que ocorreu aos perseguidores. Deus aprisionou as autoridades ao transformar uma cela vazia num enigma indecifrável. Uma cabeça cheia de dúvidas é uma prisão sem muros.

Fúria x Reflexão / Presente x Passado / Açoite x Alegria  - Se entendermos a autoridade como algo que se impõe, algo que determina nossa conduta, podemos dizer que esse texto mostra uma gama diversa de manifestações de autoridade. A “fúria” pode ser um tipo de autoridade, algo que nos compele a tomar decisões imediatas. Tanto é que, costumamos dizer  que fomos “tomados de raiva”, que “não conseguimos nos conter” ou expressões do tipo que sugerem ter a raiva um poder quase irresistível. 

Os líderes religiosos se viram diante disso e desejavam matar os apóstolos (At 5.33 - “ficaram furiosos e desejavam matá-los”), mas, contra a “força da fúria”, Gamaliel (um dos maiores mestres da Lei da História de Israel e membro daquele Sinédrio) invoca a força e a autoridade da reflexão (“considerem cuidadosamente o que pretendem fazer a esses homens” - At 5.35) e a autoridade do passado, da história (At 5.36-37). Gamaliel relembra aos seus colegas magistrados de dois episódios de falsas lideranças que se levantaram em nome de Deus e sucumbiram à própria falácia de suas pretensões. Diz Gamaliel: “Eu os aconselho: deixem esses homens em paz e soltem-nos. Se o propósito ou atividade deles for de origem humana, fracassará; porém se proceder de Deus, vocês não serão capazes de impedi-los, pois se acharão lutando contra Deus” (At 5.38,39). 

O Sinédrio atendeu à argumentação irrefutável de Gamaliel e puseram os apóstolos em liberdade, mas não sem antes açoitá-los e ordenarem que não mais falassem o nome de Jesus (At 5.40). E, aqui, há mais um “confronto de autoridades”: A autoridade do Açoite x a Força da Alegria: “Os apóstolos saíram do Sinédrio alegres por terem sido considerados dignos de serem humilhados por causa do Nome. Todos os dias, no templo e de casa em casa, não deixavam de ensinar e proclamar que Jesus é o Cristo”. 

A autoridade, para ser respeitada precisa ter “interioridade”; é necessário um componente de credibilidade da parte de quem está sob ela. Mas, para os discípulos, a autoridade do açoite não passava de um atestado de identificação com Aquele que havia padecido sob as mesmas perseguições. O resultado: a força da chibata só qualificou ainda mais a alegria daqueles para quem prisões não os contem, açoites não intimidam e para quem “importa antes obedecer a Deus que aos homens” (At. 5.29)

Perigosas polêmicas religiosas 

Um dos pontos turísticos mais conhecidos do Brasil, o Cristo Redentor é local de visitação, quase que obrigatória, para os milhões de turistas nacionais e  internacionais que chegam à  `´ cidade maravilhosa `´ (Rio de Janeiro).

Além de ponto turístico, o Cristo Redentor é um marcante símbolo da fé católica num País com maioria de cristãos seguidores da Igreja Católica Apostólica Romana.

A Igreja Universal do Reino de Deus, polêmica e muito criticada por segmentos evangélicos mais esclarecidos e afeitos ao estudo da Bíblia Sagrada, num projeto audacioso e milionário, construiu o Templo de Salomão que será inaugurado hoje, dia 31, com grande festa prevista para a capital paulista.

Dois símbolos religiosos que, estimulados por segmentos sociais que gostam de disputas em geral, podem causar conflitos entre católicos e uma parcela da comunidade evangélica representada pela supracitada igreja dirigida pelo Bispo Edir Macedo.

Guardadas as dimensões inteligentes da fé em Jesus Cristo, as duas obras podem gerar disputa turística entre São Paulo e Rio de Janeiro, sem contribuir, na ótica espiritual, para um melhor relacionamento entre católicos e evangélicos brasileiros.

O Cristo Redentor é um forte referencial da fé católica em território brasileiro. Além disso, é ponto turístico internacional.  O Templo de Salomão, com custo avaliado em quase setecentos milhões de reais, automaticamente, passa a ser um referencial religioso e turístico para, sobretudo, os seguidores da IURD.

Preocupa-nos, sobremaneira, que uma religiosidade megalomaníaca e sem nenhum respaldo fundamentado no Novo Testamento, venha a provocar uma guerra de interesses entre seguidores da Católica e da IURD.

Como ministro do Evangelho e cidadão brasileiro, creio ser totalmente opcional a construção do Templo de  Salomão. Na visão neotestamentária, o Espírito Santo habita em cada discípulo do Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

O que motivou a construção do Templo de Salomão  ? Geração de mais recursos financeiros  ? Exaltar ao nome do Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo  ?  Atribuir honra a homens pecadores e com ambições religiosas desmedidas  ?

Oxalá não tenhamos mais animosidades entre os membros da IURD e da Igreja Católica Apostólica Romana. O Brasil precisa de uma igreja mais santa, doutrinariamente sadia e preocupada com o crescimento do  `` Reino de Deus. `` Afinal de contas, se o Templo é de Salomão, quem será o Salomão do templo construído em São Paulo  ?   Maranata, Senhor Jesus Cristo !

Lidando com reclamações 

Há uma verdade absoluta sobre a relação entre motoqueiros e quedas e é a seguinte: se você é motoqueiro, ou já caiu ou vai cair. Uma aplicação semelhante pode ser feita entre a relação entre líderes e reclamações. Se você é líder, ou já ouviu ou vai ouvir. E o modo como você reage à elas, como lida com as

demandas será determinante na continuidade ou não de sua influência como gestor.

Neemias foi uma importante figura na história pós-exílica dos judeus. Sua história está registrada na Bíblia, no livro que leva seu nome e do qual, acredita-se, teria sido autor primordial. Neemias licenciou-se de seu posto de copeiro de Artaxerxes I, imperador da Pérsia, para tornar-se figura central da obra de reedificação dos muros de Jerusalém e de importantes reformas religiosas. 

Todo esforço extremo produz efeitos colaterais. A missão de reconstrução estava cumprida, todavia uma desconstrução se processara nos bastidores. A obra de reparação dos muros que cercavam a cidade exigiu um descomunal esforço da massa de trabalhadores unidos em mutirão. Tendo que ocupar-se, ao mesmo tempo, com a reforma dos muros e com a segurança contra ameaças externas de invasão, os operários – voluntários, na maior parte –acabaram indo à bancarrota. Faltou-lhes tempo para trabalharem pelo próprio sustento. 

É nesse momento que chega ao conhecimento de Neemias o clamor do povo:

Ora, o povo, homens e mulheres, começou a reclamar muito de seus irmãos judeus. Alguns diziam: "Nós e nossos filhos e filhas somos numerosos; precisamos de trigo para comer e continuar vivos". Outros diziam: "Tivemos que penhorar nossas terras, nossas vinhas e nossas casas para conseguir trigo para matar a fome". E havia ainda outros que diziam: "Tivemos que tomar dinheiro emprestado para pagar o imposto cobrado sobre as nossas terras e as vinhas. Apesar de sermos do mesmo sangue dos nossos compatriotas e dos nossos filhos serem tão bons quanto os deles, ainda assim temos que sujeitar os nossos filhos e as nossas filhas à escravidão. E, de fato, algumas de nossas filhas já foram entregues como escravas e não podemos fazer nada, pois as nossas terras e as nossas vinhas pertencem a outros" - Neemias 5:1-5

Neemias é lançado diante de uma situação que todo líder já viveu ou vai viver: a reclamação dos liderados. 

Nem sempre uma reclamação é sinônimo de oposição, mas, para líderes inseguros, o primeiro risco que enfrentam diante de uma reclamação é de interpretá-la como tal. Neemias acabara de liderar o povo na tarefa hercúlea de reparação dos muros em tempo recorde e sob as mais adversas condições. Era um momento de regozijo e satisfação. Não custa imaginar que Neemias tenha suposto que a turba que se aproximava de sua residência naquela manhã fosse para apresentar-lhe os mais efusivos agradecimentos. Às vezes ocorre o mesmo conosco. Depois de uma vitória, vem o alívio e a expectativa de reconhecimento público de nossos esforços. Mas, sem que possamos imaginar, turbulências podem estar ocorrendo nos subterrâneos, nos bastidores. Silenciosamente. O protesto da multidão pega Neemias de surpresa.

Quando ouvi a reclamação e essas acusações, fiquei furioso - Neemias 5:6

A primeira lição que aprendemos com Neemias é

DIANTE DA RECLAMAÇÃO, FAÇA UM ESFORÇO PARA OUVIR – o texto diz “Quando ouvi a reclamação”. É preciso ter serenidade em situações como essa. Reclamações nem sempre vem expressas em termos polidos e tom de voz cordial. Ao contrário, o comum é que sejam viscerais, passionais e até exageradas. Ouvir e deixar o outro (ou outros) dar vazão ao que sente é o primeiro (e talvez mais importante) passo para administrar a crise que se estabelece.

Mas Neemias não se limita a ouvir. A atenção dada às demandas do povo possibilitou que Neemias entendesse que suas reclamações eram justas e mais que isso: eram urgentes. E isso nos leva ao segundo aprendizado:

DIANTE DA RECLAMAÇÃO, SEJA SOLIDÁRIO A QUEM RECLAMA – Depois que se ouve, depois que se absorve, fica mais fácil compreender e ser simpático à causa do reclamante. A reclamação, conquanto carregue uma negatividade inerente – não é prazeroso fazê-la, nem ouvi-la – pode ser entendida, muitas vezes, como um “elogio, às avessas” pois quem reclama a um líder, demonstra reconhecimento e mesmo esperança que esse que ouve é o mesmo que pode dar uma solução. Todo líder deveria agradecer quando ouve uma reclamação de um liderado. Melhor que reclamem a ele do que a outros. 

O texto diz que Neemias ficou “irado” com o que ouviu. Ele considerou (corretamente) que as demandas eram procedentes, mas Neemias não cometeu uma falha muito comum em situações de comoção extrema. Não agiu precipitadamente.

Depois de ter refletido, censurei os nobres e os magistrados: Por que, lhes disse eu, cobrais juros abusivos de vossos irmãos? Convoquei então por causa deles uma grande assembleia - Neemias 5:7 

Note: “Depois de ter refletido”. Questões urgentes exigem respostas rápidas, mas não respostas apressadas ou impensadas. Neemias faz uma avaliação e então age. Eis a terceira lição: DIANTE DA RECLAMAÇÃO, FAÇA UMA AVALIAÇÃO DETALHADA. Essa avaliação possibilitou a Neemias uma acurada distinção. O relato do próprio Neemias revela que ele soube identificar DIFERENÇAS entre as reclamações coletivas. Se você leu o texto rapidamente é possível que não tenha notado, mas há três grupos distintos de reclamações. Note as expressões “Uns diziam”, “outros diziam” e “havia ainda outros que diziam”. Por que Neemias não registra todas as reclamações num mesmo balaio de “crise social”? Simples. Porque não eram. E o bom gestor, após ouvir e refletir, saberá discernir que a “mesma crise” pode assumir “diversas manifestações”: escassez de comida em famílias numerosa (5.2), penhora de bens e terras (5.3) e agiotagem e trabalho escravo (5.4). 

Quando sofremos, às vezes, a solução já começa antes mesmo do problema estar resolvido. Um líder que age como Neemias já oferece conforto: a capacidade de ouvir, de distinguir as diversas vozes na multidão e fazer o diagnóstico, tanto coletivo quanto particular, fará com que sintamos que, conquanto o problema ainda permaneça, todavia já não estamos desamparados.

Quando Neemias decide agir, ele SABE o que fazer, a QUEM dizer e O QUÊ propor. Diz o texto que ele identifica os responsáveis, delega responsabilidades e extingue o mal pela raiz. Sua atitude para solucionar o conflito constitui suficiente material para outra análise. A leitura do restante do capítulo cinco do livro de Neemias mostrará como ele resolveu o problema, mas seu exemplo como líder diante das reclamações do povo pode se resumir aqui: que a reclamação deixa de ser um “problema em si” quando o líder ouve, discerne e se solidariza. É quando a reclamação se torna “missão” e os reclamadores se tornam “aliados”. 

O missionário viável - alguém que torna a vida melhor onde quer que esteja 

E, ao terceiro dia, fizeram-se umas bodas em Caná da Galiléia; e estava ali a mãe de Jesus.E foi também convidado Jesus e os seus discípulos para as bodas. E, faltando vinho, a mãe de Jesus lhe disse: Não têm vinho. Disse-lhe Jesus: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora. Sua mãe disse aos serventes: Fazei tudo quanto ele vos disser. E estavam ali postas seis talhas de pedra, para as purificações dos judeus, e em cada uma cabiam dois ou três almudes.Disse-lhes Jesus: Enchei de água essas talhas. E encheram-nas até em cima. E disse-lhes: Tirai agora, e levai ao mestre-sala. E levaram. E, logo que o mestre-sala provou a água feita vinho (não sabendo de onde viera, se bem que o sabiam os serventes que tinham tirado a água), chamou o mestre-sala ao esposo. E disse-lhe: Todo o homem põe primeiro o vinho bom e, quando já têm bebido bem, então o inferior; mas tu guardaste até agora o bom vinho. Jesus principiou assim os seus sinais em Caná da Galileia, e manifestou a sua glória; e os seus discípulos creram nele. Evangelho de S. João, cap 2.

O primeiro milagre de Jesus Cristo foi transformar água em vinho. Seu ministério missionário estava somente começando e Jesus tinha apenas uma meia dúzia de seguidores quando foi convidado para uma festa de casamento em Caná da Galileia. Portanto, o convite não fora por sua popularidade ou pelos milagres que fazia.  

O mais provável é que Maria, sua mãe, tenha sido a convidada principal e Jesus e seus recentes discípulos a tenham acompanhado. 

Esta história revela, dentre outras coisas:

A obra missionária pode começar num ambiente não religioso. Jesus não discriminou aquele ambiente e aquelas pessoas. Muitos missionários têm receio e até mesmo aversão a festas e comemorações mundanas. Mas Jesus iniciou seu ministério justamente num ambiente de diversão. Não numa igreja, não no pináculo do Templo. O Diabo o convidou para ir ao Templo e lançar-se do ponto mais alto, pousando milagrosamente diante dos judeus e Ele não foi. Um anônimo o convidou para uma festança de casamento e Ele não se negou a estar lá. Interessante, não?   A obra missionária não começa com juízo e condenação, mas com serviço. Festas naquela época duravam até sete dias ou até o vinho acabar. Algumas pessoas têm receio de convidar um missionário suas casas, suas festas. Temem que ele seja um estraga-prazeres.  Jesus foi às Bodas de Cana e não proibiu a bebida, não coibiu a alegria e a diversão, não proferiu sermões sobre abstinência ao álcool. Jesus foi lá para servir. Podemos ser úteis em ambientes não religiosos, servindo a pessoas não religiosas, e fazendo coisas não religiosas e ainda assim estaremos fazendo a obra de Deus. Talvez numa festa, talvez ajudando com a louça ou com a comida, talvez servindo o vinho.   Jesus não comprometeu seu testemunho, não se embriagou, não incentivou a bebedeira. Mas sua presença foi abençoadora e despertou o interesse a curiosidade de muitos ali.   A obra missionária começará a despertar a atenção à medida que tornar a vida à sua volta melhor. A água é o líquido mais nobre e útil que existe. Porém não substitui o vinho. Você não serve água para os convidados ao invés da Coca-Cola. Para festas água não serve. A não ser que você tenha Jesus entre seus convidados. Porque outra coisa que Jesus faz quando é convidado é alterar a substância das coisas. Na vida de muita gente o vinho acabou. E quando o vinho acaba, acaba a festa. E quando a festa acaba os convidados se vão e só sobram os vazios e os restos. Por vezes os casamentos viram “água”, os relacionamentos perdem o sabor, a existência perde a cor. Mas, aquilo que para nós não tem sabor, cheiro e cor, para Cristo é a matéria prima.   Quando Jesus transformou água em vinho, ele pediu que os empregados enchessem de água algumas talhas que se encontravam naquela casa. Essas talhas eram objetos cerimoniais. Eram usadas com propósitos religiosos, para purificação dos judeus. Era a água benta da época. Quando Jesus as utiliza como recipientes de vinho, ele nos ensina uma lição: o verdadeiro sentido religioso de qualquer objeto deve ser o de servir ao próximo. Jesus comete um sacrilégio aos olhos ultra-conservadores de sua época.   A obra missionária deve se dispor a atender a qualquer real necessidade, não apenas necessidades espirituais. Jesus não providenciou o vinho para promover a bebedeira de ninguém. O que fez, foi atender a real necessidade do anfitrião. Jesus livrou aquela pessoa da

embaraçosa situação de encerrar a festa por falta do que servir aos convidados. E mais que isso: além de não passar vergonha, o anfitrião teve a satisfação de ouvir o comentário geral de que o vinho servido por último era ainda melhor.   Aproveitar as oportunidades para servir, abrirá outras portas de oportunidades, gerará empatia e confiança e despertará as pessoas para busca do missionário como alguém que possa ajudá-las em questões mais importantes, mais pessoais.” 

As verdades sobre a Videira 

Texto Bíblico: João 15: 1 – 8.“Eu Sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor” (v.1).

Todos os anos, os judeus celebravam a Páscoa com uma festa que durava uma semana – era a observação combinada da Festa da Páscoa e da Festa dos Pães Asmos. Por cerca de dois mil anos, eles faziam uma pausa anual para celebrar a libertação de seus ancestrais do Egito e sua instalação, pela mão de Deus, na terra prometida. Jesus reuniu seus discípulos numa sala especialmente preparada para aquilo que ele sabia ser seu último momento junto ao grupo, antes de sua morte. Nessa refeição final, que celebrava a fidelidade de Deus a Israel, Jesus resumiria seu ensino, prepararia seus discípulos para levar seu ministério adiante e daria um novo significado aos rituais da celebração da Páscoa.

Depois de reiterar as profecias sobre como chegaria à morte, Jesus voltou a um tema anterior para ilustrar de que maneira continuaria seu relacionamento com os discípulos. “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor” (Jo 15: 1).

No Antigo Testamento, a vinha¹ é frequentemente usada para representar Israel, plantadas e cuidadas pelo Todo-Poderoso como lavrador (Is 5: 1; Sl 80: 8 – 16; Jr 2: 21). Entretanto, Israel provou ser uma videira selvagem e infrutífera.

Comparando a parábola da vinha com as outras, veremos uma dramática mudança nas imagens. Nesta versão relatada por João, Jesus assumiu o lugar de Israel, afirmando ser a videira saudável e autêntica que a nação havia deixado de ser.

O propósito da parábola de Jesus é ensinar os crentes a viver como cidadãos do novo reino por meio da aplicação de um conceito que ele chamou de permanecer. A razão de Deus ter plantado a videira na terra prometida – a mesma razão pela qual qualquer pessoa planta uma videira – era a produção de frutos. Nesse quesito Israel fracassou e feio. Do mesmo modo, muitos cristãos deixam de permanecer e, portanto, não produzem coisa alguma.

1.A produção de frutos.Normalmente, os cristãos presumem que a produção de frutos é responsabilidade deles, algo que devem fazer como gratidão por aquilo que Cristo lhes fez. Tentam ser bons, amáveis, corretos, generosos e fiéis – ter todas as qualidades que definem Jesus. Eles se esforçam muitos e, por fim,

terminam fracassando, se condenam, prometem melhorar, tentam de novo... E falham mais uma vez.

Quando percebem que não poderão satisfazer o padrão de qualidade que impuseram a si mesmos, duas coisas excludentes podem acontecer: Ou eles abaixam o padrão, ou se distraem com atividades que criam a ilusão de sucesso.  Essa pode ser uma boa descrição do relacionamento que temos com Deus.

2.O fruto (Jo 15: 2).A parábola em questão envolve três personagens: A videira (Jesus, “eu sou”), o agricultor (“meu Pai”) e os ramos (seus seguidores). Sua interpretação exige que apreciemos a riqueza das imagens presentes na história sem enxergar mais do que o autor tinha em mente. Olhemos para uma coisa por muito tempo, e ficaremos com aquilo impresso em nossa imaginação. Sendo assim, devemos evitar ver mais do que aquilo que a parábola diz. Jesus não identifica o que o fruto representa. Alguns sugeriram que o fruto de um crente é outro crente – em outras palavras, uma pessoa opta por colocar sua fé em Jesus Cristo como resultado da influência de um crente. Talvez Jesus tivesse pensado nisso, mas também pode ter pensado em outra coisa. O fato é que a Bíblia não identifica qual é o fruto. Ponto.

O apóstolo Paulo usou a imagem de fruto para descrever as qualidades de caráter que marcam um crente sadio e maduro. Ele listou um número de qualidades de Cristo em sua carta aos Gálatas (Gl 5: 22 – 23).

Nas figuras bíblicas, o fruto é a indiscutível prova de identidade. Por exemplo, uma pessoa destreinada terá dificuldade para diferenciar uma macieira de uma pereira. Mas, se os ramos estiverem repletos de pêras, ninguém terá dúvidas sobre a identidade da árvore. Além disso, uma colheita abundante é sinal indiscutível de saúde. Qualquer um sabe que uma grande quantidade de frutos suculentos e deliciosos só pode vir de uma planta forte e sadia.

3.O segredo da produção abundante (Jo 15: 4 – 5).Observemos um detalhe interessante nessa parábola: Jesus não ordenou que os crentes produzissem fruto. O fruto é propósito do ramo, mas não é sua responsabilidade. O ramo não pode produzir coisa alguma sozinho. Todavia, se permanecer ligado à videira, ele receberá seiva, alimento, força... Enfim, tudo aquilo de que precisa. Se permanecer conectado à videira, ele ficará cheio de uvas.

O foco de uma atividade cristã não é o enorme esforço para produzir o fruto, mas para manter sua conexão limpa e forte com Jesus Cristo. A maneira mais básica e efetiva de se fazer isso é absorver o ensinamento da Palavra de Deus, aqueles velhos e bons 66 livros da Bíblia. E, esse ensinamento não se absorve por osmose, mas lendo, pensando, aplicando, perguntando, memorizando e falando sobre ela (a Palavra de Deus) para outras pessoas.

4. O que significa “não permanecer em mim” (Jo 15: 6).Alguns já sugeriram que alguém que “não permanecer em mim (Cristo)” é um crente que deixou de ser fiel e perdeu sua salvação. Mas Jesus disse que ninguém pode ser salvo e depois deixar de sê-lo (Jo 10: 27 – 29). Outros propõem que aquele que “não permanecer” nunca foi um crente genuíno –

como aqueles que rejeitaram jesus totalmente ou os que simplesmente professam crer, mas não acreditam de fato.

Porém, o contexto de toda a ilustração de Jesus está concentrado e limitado aos crentes. Para comprovação, tomamos como base o texto de Jo 15: 2, que fala de todo ramo que está “em mim”, o que presume a existência de um relacionamento. E quanto aos ramos secos? A questão é simples: Os agricultores os colocam de lado, porque eles estão mortos. Ramos secos não prestam para nada.

O fato é que alguém que deixa de permanecer é uma pessoa que tenta transformar seu próprio caráter para produzir as qualidades de Cristo, sem que tenha uma conexão com Ele. Isso é inútil. Na verdade, é um plano perfeito para murchar e secar. Viver a vida longe da completa dependência de Cristo é como construir uma casa com madeira seca e quebradiça e, então, preencher as paredes com palha para isolamento. Uma simples fagulha e... A casa pega fogo.

5. Os resultados da produção abundante (Jo 15: 7 – 8).À medida que o crente permanece – ou seja, continua mantendo uma conexão vital com Jesus Cristo –, ele começa a dar o fruto das qualidades de Cristo. O cristão é transformado de dentro para fora. Sua mente se concentra no tipo de pensamentos que Deus tem. O coração do crente começa a bater em perfeito ritmo com o do Pai, de modo que seus desejos refletem os desejos de Deus. Quando isso acontece, pelo menos quatro resultados são obtidos, a saber:

a)As orações são respondidas. Se estivermos conectados á videira e nos tornarmos cada vez mais semelhantes a Jesus, nossas orações não serão egoístas, mas serão o tipo de pedido que ele faria;

b)Deus é glorificado. À medida que exibirmos o caráter de Jesus e obedecermos a seus mandamentos da mesma maneira que Ele obedeceu ao Pai, Deus receberá todo o crédito. Ele se alegra em nos ver refletindo seu caráter e, em resposta, procura oportunidades para demonstrar amor por seus filhos;

c)O amor é estimulado. Quando permanecemos em Cristo, as qualidades de caráter que honram o Senhor começam a surgir, do mesmo modo que as uvas crescem naturalmente de um ramo saudável e bem enxertado. Porque Deus é amor (1Jo 4: 8), outros notarão essa qualidade divina desenvolvendo-se dentro de nós;

d)A alegria será transbordante. A alegria não tem nada a ver com a felicidade superficial ou exultação passageira. Ao contrário, é um contentamento profundo que transcende as circunstâncias difíceis e extrai o máximo prazer de toda boa experiência. Não se trata apenas de sorrir. Mas permanecer em Cristo nos inspira a sorrir como nunca fizemos antes. A alegria profunda e sincera vem de completa segurança e confiança – mesmo em meio à provação. 

Finalizando, há um ditado que reflete bem o último dos quatro resultados da produção abundante, que fazemos questão de citá-lo como fechamento

dessa reflexão. Ele diz que “a alegria é a bandeira que tremula no castelo do nosso coração, anunciando que o rei está presente”.

A Verdade Está Com Os Símplices 

Durante uma avalização oral de Teologia Sistemática perguntei a uma aluna: Deus existe? Como saber? Ela respondeu que “Sim, ele existe” e, estendendo o braço ao redor – como se mostrasse toda a criação – finalizou: “Basta ver tudo o que Ele criou”.

Parece uma resposta simples – e, de fato, é – mas está longe de ser “simplória”. Alguém poderá objetar que um estudante de teologia deveria ter algo mais substancial a dizer – e, novamente, de fato, deveria – mas não se pode negar que a questão sobre a origem de todas as coisas é a mais elementar do pensamento filosófico e científico. 

“Existir ou não existir? Eis a questão” 

Poderia não ter havido nada? A existência de todas as coisas é necessária ou contingente? Algo pode ser a causa de si mesmo ou tudo o que há possui uma existência derivada? Tais perguntas não são do universo teológico apenas e a resposta da aluna não é dela apenas também. Pergunte a qualquer brasileiro – dentre os noventa e nove por cento que dizem crer na existência de Deus – sobre sua razão para crer num Ser Superior. A maioria delas apelará à existência “de todas as coisas” como um fundamento de sua fé. E, dentre as pessoas mais simples, essa deverá ser a resposta mais comum. É a resposta do leigo, da gente comum, do crédulo de pouca instrução. Mas não apenas. Também é a explicação de teólogos, filósofos teístas e  até mesmo de muitos cientistas pós-darwinistas para essa pergunta primordial. “Deus” dirão eles é “a causa não causada” de todas as coisas e a Criação tão como existe é evidência disso desde que se faça uma busca retrocessual de causas. 

Um desses filósofos - G. W. F. Leibniz - respondeu esta questão argumentando que “algo existe em vez de nada” porque existe um “ser necessário que carrega consigo sua razão para a existência e é a razão suficiente para a existência de todo ser contingente”. Mas não apenas Leibniz mais inúmeros filósofos e teólogos examinaram a questão que antecede e substância todas as demais: “Por que tudo o que há existe em vez de não existir?”

A posição bíblica

O apóstolo Paulo, em sua epístola “Aos Romanos” apresentou no capítulo inicial de sua carta o fundamento bíblico para a resposta dos cristãos a essa questão.

“Pois desde a criação do mundo os atributos invisíveis de Deus, seu eterno poder e sua natureza divina, tem sido vistos claramente, sendo compreendidos por meio das coisas criadas” (Rm 1:20)

Curioso é que pessoas que não conheçam a Epístola Aos Romanos ou os escritos de Leibniz apelem à mesma fonte para sua crença - “Se Deus existe? Claro. Veja tudo o que há”

A Bíblia também diz – também de modo muito simples – que “no princípio, criou Deus os céus e a terra”. Essa é a primeira sentença. O primeiro verso do primeiro livro – o Gênesis – da Bíblia. E é um modo sensacional de iniciar uma história. No âmbito da literatura, as primeiras linhas são as mais cruciais de um romance. Elas capturam ou dispersam a atenção do potencial leitor. Uma das linhas inicias mais famosas – e na minha opinião a mais sensacional de todas – da literatura universal é de Moby Dick.

“Podem me chamar Ishmael”

Ora! Como pode um romance iniciar-se dessa forma? Quem é Ishamel? No decorrer do texto, sabe-se que Ishmael é o narrador da épica batalha entre o capitão Ahaab e a baleia Moby Dick, mas por que ele se apresentaria com um nome “opcional” (Se quiser, chame-me...)? Eis a questão que motivará o leitor, desde a primeiríssima linha, a seguir a narrativa. 

Todavia a intrigante abertura de Moby Dick perde para as linhas iniciais do Gênesis. “No princípio, Deus criou... Tudo”. Nada sobre a origem de Deus – como ocorre em diversas teogonias da mesma época. Uma síntese introdutória perfeita. 

A sentença “no princípio criou Deus todas as coisas” parece ser, não apenas a frase perfeita para abertura de um livro sagrado, mas também uma espécie de “semente” plantada no coração de todos os homens fazendo com que qualquer homem, em qualquer tempo, circunstância ou cultura tenha em si, de forma embrionária, a “pergunta por Deus” e na natureza ao seu redor a resposta primal a esta pergunta de tal modo que essa sentença não apenas é o início da narrativa bíblica, mas o início da fé. 

“Deus é tudo”

“Deus é tudo” é outra resposta simples a uma questão complexa. Definir “Deus” é um expediente complexo (para não dizer impossível). Toda definição é limitadora e, portanto, não aplicável ao ser divino. Ainda assim há a pergunta por Deus e as tentativas teológicas de aproximação de um “conceito de Deus”. Mas diante de tal pergunta, diversas vezes pude observar estudantes de teologia dando a mesma resposta que ouço de pessoas com pouca instrução acadêmica. “Deus é tudo” dizem. Essa tanto é a resposta do leigo que desconhece os conceitos teológicos quanto do acadêmico para quem tais conceitos são insuficientes. Dizer que “Deus é tudo” é como dizer que Ele é a soma de todas as virtudes possíveis, a origem de todas as coisas, a realidade última, o ser absolutamente necessário. Dizer que “Deus é Tudo” é dizer que aquilo não é Deus, simplesmente “não é”. É dizer que tudo o mais que “sobra” é derivação, é decorrência, consequência, contingencia. “Deus é tudo” é uma resposta simples. Está na boca dos símplices, mas  é plenamente significativa do ponto de vista teológico. 

Naquele tempo, respondendo Jesus, disse: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos. Mateus 11:25-26

Como pode isso? Como podem duas questões tão complexas como a existência e natureza de Deus e a origem de todas as coisas serem entendidas, grosso modo, com conceitos tão próximos por pessoas de compreensões e formação tão distintas? 

Talvez assim seja porque a narrativa bíblica da criação pode ser vista como uma metáfora da vida humana. No princípio a escuridão do ventre materno, o caos e o Espírito-útero envolvendo tudo até que um dia Deus disse “Haja luz” e o ventre se abriu e houve luz. Da concepção à maturidade, o ser humano passará pelo desenvolvimento que se vê no Gênesis. Nos primeiros meses, o discernimento de “luz” e “trevas”, dos astros, da passagem do tempo, dos seres e plantas ao seu redor. Na infância dará nome às coisas e conversará com os animais – como Adão fez. E acreditará em Deus (ou mais que isso: viverá Deus) de um modo natural, simples e belo – como Adão fez. Até que chegue a idade em que o homem ouça dentro de si (como seu antecessor primordial ouviu) a pergunta “É assim mesmo que Deus disse?” e então faça sua escolha. Não existem ateus e agnósticos “de nascença”. Todos são crentes até saborearem "o Fruto".

A vida que somente Ele dá 

Texto Bíblico: João 10: 1 – 10.“O ladrão não vem, senão para roubar, matar e destruir. Eu vim para que as ovelhas tenham vida, e vida em plenitude” (v.10).

O contexto dos pastores nos tempos de Jesus nos traz alguns pontos interessantes. À noite, as ovelhas eram reunidas em um aprisco¹ para serem protegidas dos ladrões, das intempéries ou dos animais selvagens. O pastor muitas vezes dormia no aprisco para proteger as ovelhas. Ou seja, enquanto o ladrão buscava uma oportunidade para tragar as ovelhas, o pastor dedicava todo o seu tempo para protegê-las, dando a sua própria vida.

No texto bíblico em questão, Jesus mostra o verdadeiro contraste que há entre o pastor das ovelhas e o ladrão. Enquanto o ladrão tira a vida, Jesus a dá. E a vida que Ele dá é abundantemente rica e completa. E é justamente sobre essa abundância de vida que abordaremos nessa reflexão.

A palavra grega usada para transmitir a ideia de abundância foi perissos (grego coiné), que significa “estar presente de maneira superabundante ou em excesso”. A interpretação bíblica é de que a vida abundante não é apenas eterna, mas também uma vida excessiva e ampla em demasia para ser desfrutada aqui e agora. 

Entendemos, então, que Deus planejou um tipo de vida muito mais profunda e além da que vivemos agora e que, mesmo sendo eterna, ela pode ser desfrutada com a mesma intensidade no tempo que se chama HOJE.

Aproveitando a reflexão feita por Swindoll (2008), podemos identificar quatro características perceptíveis no tipo de vida que Jesus nos oferece. São elas:

1.Ela é sublime.A vida que Deus planejou nos capacita a viver acima do entrave provocado por sentimentos como medo, superstição, vergonha, pessimismo, culpa ansiedade, preocupação e toda a negatividade que impede as pessoas de aproveitar cada dia como um presente que vem de Deus. A vida abundante permite que uma pessoa comece o dia afirmando que ela é de Deus, que o dia pertence a Deus e que nada nessa vida apagará a certeza de que a presença de Deus é real e presente em sua vida.

2.Ela ignora a opinião dos outros.A vida planejada por Deus faz com que nos recusemos a seguir as orientações daqueles que conduzem a vida a partir de um prisma puramente humano. Ela nos assegura na verdade, ao mesmo tempo em que ignora a opinião alheia. Ela nos permite ter a ousadia de defender aquilo que é certo sem ter medo do ridículo ou da perseguição. As pessoas que recebem a vida abundante não precisam agradar as pessoas porque seu prazer é agradar a Deus.

3.Ela assume riscos.A vida abundante que Jesus dá leva-nos a tentar o impossível acreditando, firmemente, que todas as coisas são possíveis para Deus. Uma vez que a abundância é imaterial, existe pouco medo da perda. Podemos viver fora da armadilha de nos preocuparmos em perder “coisas”.

4.Ela é libertadora.A vida como Deus planejou faz com que não nos apeguemos à coisa alguma porque a segurança e contentamento vêm de Deus. Dinheiro, posses, status e até mesmo relacionamentos tornam-se apenas meios usados por Deus para nos abençoar, à medida que nós abençoamos outros em contrapartida. Uma vez que Deus é dono de todas as coisas, não temos necessidade de prendê-las ou retê-las. 

Como tudo nessa vida tem um “MAS...”, aqui também não é diferente. Então lá vai.

Mas, a vida abundante tem uma exigência: precisamos estar dispostos a trocar nossa velha vida – nossa antiga maneira de viver, escolher, pensar e nos comportar – por uma nova vida, uma vida moldada e dirigida pelo Senhor. Essa troca começa com um momento de decisão, mas segue seu curso por toda a vida. Na teoria é algo muito simples de fazer. Na prática, exige renúncia de nós mesmos. 

Mas uma coisa é fato: A vida abundante não é algo que pedimos; é algo que recebemos. É começamos a recebê-la à medida que nos tornamos cidadãos do Reino de Deus. E quando ela termina? Nunca. Ela é eterna!

VidaAbundanteÉVidaComDeus!

¹Aprisco – 1. Caverna, galpão ou área aberta cerca de muros para proteger as ovelhas.

A Triade da Graça 

Texto Bíblico: 1 Tessalonicenses 1: 3.

Os tessalonicenses permaneceram firmes quando perseguidos, o que fez Paulo elogiar estes novos cristãos por seu trabalho fiel, por seus atos amorosos e por sua expectativa da volta de Cristo. Essas características são as marcas de cristãos eficazes em todas as épocas. 

Neste estudo, buscaremos ao máximo detalhar e refletir sobre os três principais elementos da Graça de Cristo, que foram encontrados nos cristãos de Tessalônica, e que formam a tríade-base da aliança da Graça.

Então, mãos à obra!

1.FÉ (Hb 11: 1, 6; 12: 2).Muitas pessoas da comunidade científica veem a fé como o ato de se apegar a uma crença que contradiz ou ignora a razão. Mas isso não condiz com o que chamamos de fé. A fé não vai contra as evidências; ela vai além das evidências. A fé é simplesmente a escolha por confiar.

Uma pergunta: Você se lembra como se sentia quando era muito jovem e seu aniversário se aproximava? Acreditamos que seu sentimento era um misto de alegria e ansiedade, porque sabias que certamente receberias presentes e outras coisas especiais. Mas algumas coisas seriam uma surpresa. Parafraseando Tadeu Schimidt: “Sabe o que isso significa”? TUDO!

Os aniversários combinam certeza e antecipação; assim é a fé! A fé é a convicção, baseada na experiência passada, de que novas surpresas de Deus serão seguramente nossas. O ponto inicial da fé é crer no caráter de Deus (Ele é quem diz ser). O ponto final é crer nas promessas de Deus (Ele fará o que diz). Quando cremos que Deus cumprirá as suas promessas, ainda que não as vejamos se materializando, demonstramos uma fé verdadeira (Jo 20: 24 – 31).

1.1. Fatos importantes sobre a Fé.a)Sem Fé ninguém chega a Deus (Hb 11: 6). Crer que Deus existe é só o início; até os demônios acreditam (Tg 2: 19, 20). Deus não se conformará com o mero reconhecimento de sua existência. Ele quer um relacionamento pessoal e contínuo com o ser humano. E, para isso, a fé é fator determinante. Portanto, o homem não pode agradar a Deus na incredulidade. Mas, para agradá-lo, devemos ir até Deus nos caminhos apontados, mas isso não pode ser feito sem a crença na Sua existência e confiança em Suas bênçãos.

b)Somente a Fé pode salvar o homem (Rm 3: 27 – 28; Ef 2: 8 – 9). Há, pelo menos, quatro razões que embasam essa afirmativa. São elas: (1) Ela (a fé) deixa de fora o orgulho do esforço humano, porque não é um dom divino. (2) A fé exalta o que Deus fez, não o que nós fazemos. (3) A fé admite que não podemos obedecer às leis ou corresponder aos padrões de Deus; precisamos da ajuda dele. (4) A fé é baseada em nosso relacionamento com Deus, não em nosso desempenho em relação a Ele.

c)Todo mundo tem Fé. O dicionário Michaelis conceitua a fé como “a convicção da existência de algum fato ou da veracidade de alguma afirmação”. Nesse sentido, todas as pessoas têm fé. Imaginemos você e um grupo de pessoas entrando num avião – aproximadamente oitenta toneladas de metal e fios montados por alguém que você não conhece, mantido por pessoas que você nunca viu e conduzido por pessoas que você não sabe quem são. Entretanto, passageiros apertam o cinto de segurança e fazem viagens diversas vezes e para diversos locais todos os dias. As pessoas confiam no sistema de reservas, confiam na equipe de solo e nos pilotos, confiam na aeronave e confiam nas leis da aerodinâmica. Estão literalmente voando pela fé. Agora, se ao entrar na aeronave, um homem perceber uma rachadura se formando entre o motor e a asa do avião e, mesmo assim, entrar no avião sem se preocupar, então o objeto de sua fé pode cair do céu. A fé não muda a realidade e não manterá o homem no ar. Somente um avião confiável fará isso. A fé em si não pode realizar coisa alguma, mas, sem a fé, ninguém pode voar.

Nesse contexto, até um Ateu tem fé (é o que mais tem), pois ele tem plena convicção da não existência de um Deus que deve ser adorado por todos os humanos. A questão chave não é se alguém tem ou não tem fé, mas sim em que (ou em quem) está direcionada sua fé. Entretanto, essa fé não é suficiente para que o ser humano se relacione com Deus, uma vez que ela está relacionada às coisas que fatalmente acontecerão, a não ser que o imponderável apareça.

d)Nem todos possuem a mesma fé (Rm 14: 1 – 2). A Bíblia registra pelo menos quatro graus¹ de fé: (1) Nenhuma fé (Mc 4: 35 – 41), (2) pequena fé (Mt 14: 22 – 33), grande fé (Mt 15: 21 – 28) e inigualável fé (Mt 8: 5 – 15). Há pessoas que se encaixam nesses grupos, portanto, nem todas possuem a mesma intensidade de fé. A unidade da igreja em Roma estava ameaçada porque os cristãos maduros conflitavam com os cristãos imaturos. Enquanto um grupo entendia bem a amplitude da liberdade cristã pela fé em Jesus, o outro estava com a consciência perturbada e não sabia exatamente o que fazer e o que não fazer. Perguntar não ofende: O que é uma fé fraca? Paulo se referiu a uma fé imatura, que ainda não desenvolveu o necessário para garantir a defesa do cristão contra as pressões externas.

e)O primeiro sentido da verdadeira fé [Audição] (Rm 10: 17). A Bíblia versão Kim James diz que a genuína fé é gerada no coração do homem “pelo ouvir as boas novas, e as boas novas vêm pela Palavra de Cristo”. Daí a necessidade de se pregar o evangelho. Se a Palavra de Deus é a fonte geradora de fé, então Deus poderia dispensar o pregador; mas o arranjo de Deus é para que a FÉ deva resultar de ouvir a palavra pregada.

f)O alvo da fé (Hb 12: 2). Essa passagem não se refere a nossa fé, mas ao termo literal no grego. O alvo é o Evangelho que repousa sobre a fé, ao invés da fé individual do cristão. Jesus é o seu autor e aperfeiçoador. Ele é o exemplo de todos os que vivem pela fé (pelo evangelho). Por isso devemos olhar pra ele. Sempre.

Para fecharmos esse ponto, ratificamos que de nada adianta entender todos os conceitos e fatos sobre a fé se não estivermos dispostos a coloca-la em prática diariamente. Algumas pessoas falam muito sobre a fé, mas é tudo o

que fazem – falar. Mas suas vidas não reflete o poder de Deus. Em 1Co 4: 18 – 20 Paulo diz que o Reino de Deus deve ser vivido, e não discutido apenas. Há uma grande diferença entre conhecer todos os conceitos sobre a fé e viver de acordo com eles.

Viver pela fé significa deixar nossa vida mostrar (naturalmente) que o poder de Deus está realmente em nós. E isso só é possível com um relacionamento pessoal, profundo e contínuo entre o homem e Deus, mediado e regulado pela fé.

2.ESPERANÇA (1Co 15: 19).O Dicionário Michaelis define esperança como o “ato de esperar”, trazendo a ideia de expectativa na aquisição de um bem que se deseja. Na tríade da graça, a esperança é a segunda das três virtudes teológicas, cujo símbolo é uma âncora.

No texto acima, o apóstolo Paulo faz uma declaração contundente para os cristãos de Corinto. Mas por quê? Na época de Paulo, o cristianismo frequentemente levava uma pessoa à perseguição, ao ostracismo² em relação à família e, em muitos casos, à pobreza. Porém, existiam alguns benefícios materiais de ser um cristão naquela sociedade. Certamente não era um passo a mais na escala social ou na carreira. O fato é que, se Cristo não tivesse ressuscitado, os cristãos não teriam seus pecados perdoados e não teriam qualquer esperança de vida eterna.

Isto posto, apresentaremos três questões essenciais acerca da esperança do cristão, para nossa reflexão. São elas:

1)Ela é a chave para a vida cristã (1Co 15: 54 – 56, 58). Quando Jesus ressuscitou dos mortos, Deus tornou a aparente vitória de Satanás em derrota concreta (Cl 2: 15; Hb 2: 14, 15). Desse modo, a morte não é mais uma fonte de apreensão ou medo, porque Cristo a venceu e, um dia nós também a venceremos. Desta forma, a lei não nos tornará mais pecadores por não sermos capazes de guarda-la. A morte foi derrotada e, por essa razão, temos uma esperança além-túmulo. Em virtude da ressurreição, nada do que fazemos é vão, pois saber que Cristo ganhou a suprema vitória deve afetar o modo como vivemos hoje.

2)Ela não está limitada a vida terrena (2Co 4: 18). Nossa maior esperança quando estamos experimentando uma enfermidade, perseguição ou dor é a certeza de que a vida não se limita a esta vida que temos hoje. Saber que viveremos para sempre com Deus em um lugar sem pecado e sofrimento pode nos ajudar a viver acima da dor que enfrentamos nesta vida. 

3)Ela não tem medo da morte (2Co 5: 6 – 8). Paulo deixa claro para os coríntios que a morte não o atemorizava, porque ele confiava que passaria a eternidade com Cristo. É fato que enfrentar o desconhecido pode nos causar ansiedade, principalmente quando pensamos em deixar as pessoas que tanto amamos. Mas, se cremos em Jesus Cristo, podemos compartilhar a mesma esperança e confiança que Paulo tinha da vida eterna com Cristo.

Portanto, se o nosso objetivo como cristão é servir a Cristo esperando desfrutar das Suas bênçãos somente nesta vida, então estamos

completamente dentro do contexto que Paulo apresentou aos coríntios: “Somos os mais miseráveis de todos os homens” (1Co 15: 19).

3.AMOR (Jo 3: 16; 1Co 13).O amor é o elo mais importante da tríade da Graça. É mais importante do que todos os dons espirituais exercidos na Igreja. Grande fé, atos de dedicação ou sacrifício e poder de realizar milagres têm pouco efeito se estiverem desprovidos de amor. O amor faz com que nossas ações e dons sejam úteis. 

Mas, antes de nos aprofundarmos no assunto, vale destacar os termos originais do Novo Testamento utilizados para a Amor, bem como seus significados. 

a)Em hebraico o termo mais comum é ‘ahava’ e equivale ao nosso substantivo “amor” nos seus diversos significados. Outros termos são dod e raya (amor passional e pessoa amada, sobretudo no livro de Cantares), ydiyd (Salmo 127: 2), chashaq  (Salmo 91: 14), chabab (Deuteronômio 33: 3), agab (Jeremias 4: 30 referindo à amante) e raham (Salmo 18: 1). O sentido de amor pode ser diverso, dependendo do contexto. Pode, por exemplo, ser usado nas relações pessoais (Gênesis 22: 2), que não tem nenhuma referência sexual, mas também em sentido de desejo sexual, como é evidente em Cântico dos Cânticos. Mas fundamentalmente é uma força interior que leva a uma ação agradável, caracterizada pelo sacrifício de si mesmo para alcançar o bem da pessoa amada (Levíticos 19: 18) ou obter o objeto que provoca desejo (Gênesis 27: 4).

b)Em grego, a palavra mais comum é ágape, agapao (João 3: 16; 1 Coríntios 13). É a palavra que os gregos usaram para traduzir o termo amor presente no Antigo Testamento. Uma palavra usada como alternativa para agape é phileo. Esta é usada mais explicitamente para o sentimento de afeto íntimo (João 11,3; Apocalipse 3,19) ou para indicar satisfação  em relação às coisas prazerosas (Mateus 6,5). Uma passagem clássica, que nos ajuda a entender bem a diferença de termos usados para o vocábulo português "amor", se encontra em João 21,15-17.

No texto de João 3: 16, percebemos que Deus estabeleceu o exemplo do verdadeiro amor, a base para todos os relacionamentos amorosos: quem ama alguém carinhosamente está disposto a dar-se gratuitamente, a ponto de sacrificar a si mesmo. O amor de Deus o levou a pagar o preço da redenção do homem: a vida de seu Filho; o mais alto preço que Ele poderia pagar.

Infelizmente, nossa sociedade tem confundido o amor e a luxúria. Ao contrário desta, o amor de Deus é dirigido às outras pessoas. É totalmente desinteressado, o que acaba sendo contrário às nossas inclinações naturais. Somente Deus pode nos ajudar a colocar nossos próprios desejos de lado, de forma que possamos amar e não esperar nada em troca. É um sentimento que envolve o serviço desinteressado ao próximo, evidenciando que nos preocupamos uns com os outros (1Co 13: 4 – 7).

Concluímos, então, que a fé é o fundamente e o conteúdo da mensagem de Deus; a esperança é a atitude e o enfoque; e o amor é a ação. Quando nossa fé e esperança estiverem alinhadas, estaremos livres para amar completamente, porque compreenderemos a essência do amor de Deus.

Que Deus nos preencha com toda a Sua Graça!

GLOSSÁRIO:¹Grau – 1. Intensidade, força. “A maior ou menor intensidade de uma doença”;²Ostracismo – 1. Desterro, por meio de votação secreta, a que os atenienses condenavam os cidadãos cuja presença consideravam perigosa; 2. Exclusão, isolamento, proscrição.

BIBLIOGRAFIAS:1. BÍBLIA de Estudo Aplicação Pessoal. Versão Almeida, Revista e

Corrigida, 19952. NUNES, Pr. Wilson. Cartas aos Tessalonicenses  – Lição 2: O modelo

de uma igreja ideal. 1ª Ed. São Paulo, Cristã Evangélica, 2011.

3. MICHAELIS.uol.com.br. Fé, Grau, Ostracismo, Esperança. Definições e conceitos disponíveis na internet via WWW, através da URL: http://www.michaelis.uol.com.br. Acessado em 31/03/2014, 04/04/2014 e 05/04/2014.

4. ABIBLIA.org. Termos bíblicos originais para amor. Artigo disponível na internet via WWW, através da URL: http://www.abiblia.org/ver.php?id=2978.U0C3yPldUk0. Acessado em 05/04/2014. 

5. SWINDOLL, Charles R. Jesus, o maior de todos. 1ª Ed. Mundo Cristão, 2008.

O Sucesso é... Ser Um Escolhido! 

José ficou na prisão, mas o Senhor estava com ele e o tratou com bondade, concedendo-lhe a simpatia do carcereiro. Por isso o carcereiro encarregou José de todos os que estavam na prisão, e ele se tornou o responsável por tudo o que lá sucedia. O carcereiro não se preocupava com nada do que estava a cargo de José e Deus lhe concedia bom êxito em tudo o que realizava – Gênesis 39:20-23

Mais uma vez retomo o tema de “José na prisão do Egito”. Nessa terceira e final reflexão chamo a atenção para o fato de que José não foi um homem bem-sucedido apenas por sua condição de vice-governador de todo o Egito. Seu sucesso pode também ser percebido, por incrível que pareça, na prisão.

José é o Forrest Gump da História Vétero-Testamentária! Como o personagem do filme homônimo de Steven Spielberg, José foi bem sucedido em tudo o que fez. Andou pelas mais diferentes esferas de poder (a casa de

um oficial, uma prisão real, o palácio do Faraó) e sempre esteve na condição de “comandante em chefe”. 

Há muitas pessoas que tributam seu fracasso a fatores (isolados ou combinadamente) como falta de suporte familiar, injustiças sofridas, privações, instabilidades e limitações pessoais. A vida de José nos mostra que nada disso (ou mesmo, tudo isso junto) não determinam nosso fracasso pessoal. Se Deus está conosco, como estava com José, absolutamente nada pode impedir nosso sucesso.

A FALTA DE APOIO FAMILIAR NÃO PODE IMPEDIR SEU SUCESSO - José estava no exílio. Para o pai, estava morto. Para os irmãos, era alguém de quem queriam se livrar. Mas isso não impediu o sucesso de José. A falta de apoio familiar pode ser um fator de desmotivação muito grande, mas não determina nosso fracasso, nem impede nosso sucesso.

AS FALSAS ACUSAÇÕES NÃO PODEM IMPEDIR SEU SUCESSO - José foi falsamente acusado de assédio sexual e tentativa de estupro.  As falsas imagens que os outros podem imprimir em nós são capazes de nos perturbar grandemente, mas não impedem nosso sucesso se Deus está conosco.

AS PRISÕES NÃO PODEM IMPEDIR SEU SUCESSO - Muitos de nós estamos “presos” (literalmente ou figurativamente falando). Há prisões psicológicas, relacionais, comportamentais, espirituais, mas Deus está com os seus e os faz superar quaisquer prisões e limitações.

A INCONSTÂNCIA NÃO PODE IMPEDIR SEU SUCESSO - José vivenciou momentos de alternância entre coisas boas e ruins que lhe sucederam (tanto na família, como no exílio, na casa de Potifar e na prisão), mas a inconstância e a alternância não impediram o sucesso de José.

A LIMITAÇÃO NÃO PODE IMPEDIR SEU SUCESSO – Para muita gente a única coisa que poderia ser classificada como “sucesso” numa prisão seria uma fuga espetacular. De fato, há muito pouco que se possa fazer numa cela de prisão, há falta de recursos, mas se Deus é conosco o sucesso é certo mesmo num ambiente de limitações e privações como um presídio.  

O renomado autor de livros de autoajuda, Roberto Shinyashiki, tem um livro com o título “O Sucesso é ser feliz”. Na vida de José, vemos que a “felicidade” não foi uma companheira muito presente em sua vida. Pelo contrário, a Bíblia registra que a aflição foi tão presente na vida de José que ele deu o nome a um de seus filhos (Efraim) por causa dela (Gn 41:52). Já, quanto ao sucesso, este não se apartou dele nem por um instante.

Milagres 

Podemos descrever “milagre” como sendo algum fato cuja ocorrência seja tão rara de acontecer que seu efeito não tenha explicações previsíveis a razão humana, algo onde se pode atribuir a necessidade de uma intervenção divina possibilitando seu acontecimento.

Em referência a fé e a inteligência a Igreja Católica Apostólica Romana menciona que “o motivo de crer não é o fato de as verdades reveladas aparecerem como verdadeiras e inteligíveis a luz da nossa razão natural (Catecismo da Igreja Católica § 156)”, sugerindo que nem tudo pode ser compreendido de acordo com nossa natureza humana, mas descreve também que “os milagres de Cristo e dos santos (...) são sinais certos da Revelação, adaptados à inteligência de todos (Catecismo da Igreja Católica § 156)”.

Desta forma a Igreja tenta esclarecer que os milagres são sinais físicos destinados a facilitar o entendimento de algo que está fora do alcance de nosso raciocínio lógico e humanamente limitado, tratam-se de evidências de poder sobrenatural que a ciência não tem capacidade de explicar.

Mas, se Deus é a autoridade suprema que rege todas as coisas, qual seria a necessidade de demonstrar Seu poder para nós humanos, limitados e pecadores?

Talvez a palavra que melhor possa se aproximar da explicação para isto, segundo nosso restrito conhecimento seja "resgate". Talvez a realização de algo que julgamos ser impossível, seja a última tentativa de nosso bondoso Pai de nos aproximar Dele e de Seus propósitos permitindo experimentarmos fisicamente Sua força.

E sob este aspecto se reconhecermos a intervenção divina mudando o rumo de nossa história, inevitavelmente estaremos modificando nosso modo de agir e pensar, pois a certeza da existência de Deus ultrapassa os limites intangíveis da fé e torna-se fato incontestável.

Mas e como nós podemos reconhecer a mão de Deus interferindo em nossa vida por meio de um milagre?

Precisamos reconhecer que a fé, diferente da ciência, nem sempre tem a resposta para nossas perguntas. As vezes fatos inexplicáveis podem ocorrer a algum indivíduo e somente após muito tempo ele venha a perceber que tratava-se de uma ação de Deus.

Em um vídeo produzido na década de 80, Tony Melendez (um músico cristão da Nicarágua que nasceu sem os braços e adaptou-se aprendendo a tocar violão com os pés), relata que inúmeras vezes pessoas lhe perguntavam onde estavam os milagres e que em resposta ele pedia para que levantassem os braços e lhes dizia: “Isto para mim é um milagre...”

Talvez você que agora, no silêncio de suas orações, clama ao Senhor por um milagre já tenha recebido anteriormente uma graça infinitamente maior, porém ainda não possui maturidade suficiente para entender o plano de resgate que foi elaborado exclusivamente para ti.

Deus é perfeito e precisa de apenas uma oportunidade para nos fazer compreender o motivo de nossa existência, mas as vezes demoramos uma vida inteira para descobrir o momento em que Sua manifestação foi tão evidente.

Um deus a serviço de Deus 

“Naquela época, César Augusto publicou um decreto, convocando para um recenseamento, todos os moradores de terras dominadas por seu império. Este foi o primeiro recenseamento da população de todo o império romano, quando Quirino era governador da Assíria...” (Lucas 2: 1 – 2).

Após a morte de Júlio César, em 44 a.C, toda a riqueza e poder do ditador se tornaram patrimônio hereditário Gaio Otávio, seu filho adotado e único herdeiro. Como diz Charles R. Swindoll, “num período de duas décadas, ele passou de um imaturo jovem de 19 anos de idade a um líder incomparável do império romano”. Fiquei me perguntando que grande líder romano teve um nome tão bizarro? Acontece que, em Roma, não é só o Papa que possui um título que substitui o próprio nome de nascença. Como diz o outro, lá o “buraco é mais embaixo”.

Além do título de César (título de todo imperador romano que sucedeu Júlio Cesar), Gaio recebeu os títulos de Princeps (principal cidadão), Pontifex Maximus (sumo sacerdote) e, por fim, Augustus (governador supremo (deus romano)). Todos esses títulos lhe foram dados enquanto se fingia de líder humilde, ainda vivendo à sombra da história de seu pai. Voltando a explicação do nome, após os títulos recebidos, Gaio Otávio passou a ser chamado de Otávio César Augusto (Imperador Supremo). Ahhhhhhh, agora sim ficou familiar, não é?!

Pois bem, César Augusto aproveitou a ocasião da passagem do cometa Halley (12 a.C.) para declarar que aquilo era o espírito de Júlio César entrando no céu... E os supersticiosos romanos não ousaram duvidar quando Augusto sugeriu que ele deveria ser adorado. Afinal de contas, era filho de um deus (Swindoll, 2008). Agora com o poder de um deus, Augusto declarou que todo o reino deveria se submeter a um recenseamento, que não acontecia em Roma há séculos.

Os dias em que se passaram esse contexto bíblico eram de opressão econômica, tirania política e terrorismo crescente (realizado pelos zelotes). Foi nesse mesmo período que, por força do decreto do imperador-deus, as famílias precisaram retornar à cidade de seus ancestrais para prestar contas de sua vida a um “censor” (um magistrado cujas funções eram fazer o registro de cidadãos, de suas propriedades, supervisionar as atas do senado e a conduta moral do povo). Nesse período, o censor também avaliava o caráter e a conduta das pessoas... E isso se tornou uma grande afronta para os judeus (cujo único rei era o Deus criador), que agora teriam que se colocar diante de um oficial romano para prestar contas de sua correção moral.

1.Os olhos do mundo se voltam para Belém.“E todos seguiam para as cidades onde haviam nascido, a fim de serem arrolados. Por isso, José também viajou da cidade de Nazaré da Galiléia para a Judéia, até Belém, cidade de Davi, porque pertencia à casa e à cidade de Davi. E partiu com o propósito de alistar-se, juntamente com Maria, sua esposa prometida, que estava grávida” (Lucas 2: 3 – 5).

O recenseamento determinou que todos os habitantes das colônias do império voltassem às suas cidades natais para prestar contas de tudo

(impostos e conduta moral) aos censitores (magistrados outorgados por Augusto). Deve ser algo parecido com o que vemos hoje em dias de eleição, quando os eleitores que ainda não mudaram suas zonas eleitorais regressam às suas cidades de origem para votar. 

Com isso, o casal de Nazaré foi obrigado a viajar mais de 140 km para o sul, na direção de Belém, a cidade de Davi, sua antiga capital (Lc 2: 3 – 5). E como muitos homens tinham suas raízes ligadas até o rei Davi, a cidade camponesa que era tranquila foi tomada por milhares de judeus. 

2.As “hospedarias” avisam: Não há vagas!“... Não havia lugar para eles na hospedaria” (Lucas 2: 7c).

As regras de hospitalidade da época exigia que os habitantes locais abrissem suas casas aos visitantes, mas a quantidade de pessoas era tão grande que deve ter assustado os moradores de Belém, que também eram pobres. Desse modo, Maria e José tiveram que buscar uma “hospedaria”, que era um estabelecimento miserável, dirigido por pessoas de caráter duvidoso, que oferecia uma alternativa um pouco melhor que dormir ao relento (semelhante a um motel de beira de estrada). Não era o tipo de estabelecimento ao qual um homem levaria sua esposa e filho e, mais ainda, não era o lugar ideal para dar à luz.

Mesmo assim, até esses lugares estavam lotados em Belém naquela época. Posso até imaginar as portas das hospedarias com cartazes estampados em suas faixadas, informando: NÃO HÁ VAGAS.

3.A profecia se cumpriu.Séculos antes do nascimento de Augusto, o profeta Miquéias (750 – 687 a.C) havia escrito: “No entanto tu, Belém, Casa do Pão; Efratá, Frutífera, embora pequena demais para figurar entre os milhares de Judá, sairá de ti para mim aquele que será governante sobre todo o Israel, cujas origens são desde os dias da eternidade!” Por este motivo os israelitas ficarão abandonados sob o domínio do inimigo até ao tempo em que aquela que está em dores de parto tiver dado à luz; quando então os irmãos do governante voltarão para unir-se aos israelitas. Ele se estabelecerá e os pastoreará no poder de Yahweh, na majestade do Nome do Senhor, o seu Deus! “E eles viverão em paz e segurança, pois a grandeza dele alcançará os confins da terra”. 

    Miquéias 5: 2 – 4.

César Augusto pensava que seu decreto resultaria em maior controle sobre o mundo, mas na verdade, tudo o que ele fez foi simplesmente realizar uma tarefa para Deus. Ele buscou a glória suprema para ter a adoração não só dos romanos, mas de todos os povos conquistados pelo império; mas acabou sendo um instrumento para executar o plano soberano do Deus Todo-Poderoso. José e Maria viviam em Nazaré, mas a profecia de Miquéias dizia que o Messias nasceria em Belém.

O grande dia havia chegado! E Deus se fez valer da arrogância de um imperador que queria ser adorado como deus, para trazer ao mundo Àquele que é o Senhor de tudo.

“Enquanto estavam em Belém, chegou o momento de nascer o bebê, e ela deu à luz o seu primogênito. Envolveu-o com tiras de pano e o colocou sobre uma manjedoura, pois não havia lugar para eles na hospedaria” (Lucas 2: 6 – 7).

A Deus toda a glória!

Por Linaldo Lima- Sermão baseado nas lições extraídas do livro “Jesus, o maior de todos” / Charles R. Swindoll; Mundo Cristão, 2008 - (Série heróis da fé).

Blog Oficial: http://www.linaldolima.com Facebook: http://www.facebook.com/BlogDeLinaldoE-mails: [email protected] / [email protected]: linaldolimaTwitter: @linaldolima

O Fator Efraim 

O livro do Gênesis conta a incrível história de José e alguns outros escritores bíblicos (Lucas em At 7:9,10 e Davi em Sl 105:16-18) fazem referência a ele lançando luz sobre as causas de seu sucesso, mas é dos lábios de José, quando dá nome ao segundo de seus filhos (Efraim) que obtemos a chave que possibilita a interpretação do mistério que une angústia e prosperidade numa mesma e emocionante trajetória:

E ao segundo (filho), José chamou Efraim; porque disse: Deus me fez fecundo na terra da minha aflição. (Gênesis 41:52)

José foi "próspero" enquanto escravo. “O Senhor estava com José, de modo que este prosperou e passou a morar na casa do seu senhor egípcio. Quando este percebeu que o Senhor estava com ele e que o fazia prosperar em tudo o que realizava, agradou-se de José e tornou-o administrador de seus bens” (Gênesis 39:1-4). José recebeu duas "promoções" enquanto esteve na casa do oficial Potifar. Note que o texto diz que o Senhor "estava com José" e o fez "prosperar". Que "prosperidade" foi essa? José, que então

morava nos aposentos reservados aos escravos "passou a morar na casa de seu senhor". Posteriormente, quando Potifar percebe que o Deus de José o estava abençoando, promove-o à gerente de sua propriedade. Pode soar estranho, mas a prosperidade não é incompatível com a condição servil. José continuava sendo um trabalhador não assalariado e ainda assim era um "escravo rico". Seu patrimônio crescente era feito de algo raro em nossos dias: sermos pessoas dignas da confiança de outros.

Nesse sentido, podemos fazer uma rica reflexão sobre quais (alguns) dos ASPECTOS DA PROSPERIDADE revelados na vida de José.

1 – DEUS É A CAUSA  - “DEUS me fez fecundo...”

. Não é o bom comportamento - Muitos poderão dizer que José foi próspero porque era obediente, mas a Bíblia não diz isso em parte alguma. José era um ser humano e, como tal, falível. Possuía virtudes marcantes, mas não foi perfeito. A sua condição de exilado, escravo e presidiário não tinha relação com qualquer pecado por ele cometido assim como sua "fecundidade" não derivava de seus atos de obediência. A causa de uma e de outra coisa era uma só: o próprio Deus de José. É isso que diz o Salmo 105:16-18 - “(O Senhor)... mandou vir fome sobre a terra e destruiu todo o seu sustento; mas enviou um homem adiante deles, José, que foi vendido como escravo. Machucaram-lhe os pés com correntes e com ferros prenderam-lhe o pescoço até cumprir-se a sua predição e a palavra do Senhor confirmar o que dissera". José era um "predestinado"  - o que o próprio José confessa diante dos irmãos posteriormente: "... não fostes vós que me enviastes para cá, senão Deus, que me tem posto por pai de Faraó, e por senhor de toda a sua casa, e como regente em toda a terra do Egito." (Gn 45:8). 

Não são as condições - José só teve condições favoráveis para o Mal. Em seu lugar muitos teriam blasfemado, desistido, entrado em depressão, dado uns "pegas" na mulher do patrão e roubado seu patrimônio assim que tivesse oportunidade. José chama o Egito de "terra da minha aflição". Mas, mesmo depois de superar todas as dificuldades e conquistar a confiança do Faraó, José não se gaba de ser uma espécie de self made man (a descrição típica dos americanos para o sujeito conquista o sucesso pelo próprio esforço). Pelo contrário. Efraim nasce no tempo da prosperidade, mas José não bate no peito dizendo: "Eu sou o cara. Venci na vida apesar de tudo", ele diz (e não apenas diz, mas nomeia um dos filhos como um memorial) que Deus, Ele sim, o fez "fecundo na terra de sua aflição".Não é o apoio/suporte familiar - É difícil obter sucesso na vida sem o apoio da família. Todavia, o texto não fala de "sucesso" nos termos em que se costuma falar hoje em dia. A Bíblia falar, sim, em ser "fecundo", ser produtivo, fértil, próspero. Um tipo de prosperidade que só vem de Deus. José não apenas não teve o apoio da família, José foi banido dela e cresceu à margem de qualquer suporte familiar. 

2 – FECUNDIDADE É A CONSEQUÊNCIA - "Deus me fez FECUNDO..."

Escravo fecundo, presidiário fecundo, administrador fecundo - Quando se é escolhido por Deus, o sujeito é fértil em qualquer lugar. Quando pensamos em termos de "sucesso" é comum considerarmos o local onde estamos como inadequado ou como cerceador de nossos talentos. "Preciso sair

dessa cidade miserável", "Só terei sucesso quando sair de casa, quando largar esse emprego...", mas não é assim com quem é escolhido por Deus. A fecundidade é sempre e é em qualquer lugar. O tempo da fecundidade é AGORA – José não se tornou PRODUTIVO apenas depois de sua exaltação, não alcançou o SUCESSO. Ele foi um sucesso. Desde sempre. 

3 – AFLIÇÃO É A CIRCUNSTÂNCIA - "Deus me fez fecundo na TERRA DA MINHA AFLIÇÃO"

A aflição não impede a fecundidade - É interessante. Muitos séculos depois, o evangelista Lucas, no livro de Atos, faz uma relevante referência a José: “Os patriarcas, movidos de inveja venderam José para o Egito, mas Deus era com ele e livrou-o de todas as suas tribulações e lhe deu graça e sabedoria ante o Faraó...” (Atos 7:9,10...). Deus "livrou-o de todas as suas tribulações" diz o texto sagrado. Todavia o mesmo José diz que foi fecundo na terra de sua "aflição". Esse texto faz eco ao que o salmista diz "Ele me invocará, e eu lhe responderei; estarei com ele na angústia; dela o retirarei, e o glorificarei" (Sl 91:15). O "livramento" não é tanto o "escape", mas sim "a companhia". Deus entra na aflição conosco e nos protege do Mal que a aflição produz. Não é o exílio que nos mata, não é a rejeição de nossos irmãos que nos fere, não é a prisão que nos adoece. É a forma como reagimos a tudo isso. Pode ser que Deus nem sempre impeça que o Mal nos sobrevenha, mas Ele sempre impedirá que ele nos penetre e nos consuma e, ao contrário, Ele fará com que sejamos produtivos apesar de, fecundos apesar de, felizes apesar de. Pois todos nós que cremos em Deus e o temos por nossa companhia, temos em nós o "Fator Efraim" - um fertilizante divino à prova de pragas, de intempéries ou da falta de água, luz ou solo apropriado - que nos fará dar fruto abundante mesmo na terra de nossas aflições, aqui e agora. 

Carta aos Cristãos do Mundo Inteiro 

Amados irmãos e irmãs do mundo inteiro que comungam da mesma fé em nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, que a graça de nosso Deus e Pai estejam com vocês, agora e para sempre.

É com imenso prazer que lhes escrevo esta carta, na intenção de compartilhar com vocês algumas de minhas inquietações no que diz respeito aos rumos que a igreja evangélica vem tomando. Não é de hoje que o Espírito Santo tem me incomodado diante da necessidade cada vez mais crescente de um avivamento espiritual genuíno e bíblico na vida da cristandade espalhada pelo mundo. Tal incômodo não é algo que acomete apenas ao meus espírito, mas todo aquele que crê em Jesus e tem o mínimo de sensibilidade das coisas do Espírito há de concordar que nós, que professamos diante da sociedade crer em Deus e na Bíblia como sua Palavra inspirada, necessitamos com urgência de uma volta imediata às formas elementares da vida cristã, às doutrinas mais básicas da Bíblia acerca da nossa comum salvação.

Quem somos nós? Igreja do Senhor Jesus? O que é ser Igreja? Somos seus discípulos? Que atitudes temos manifestado que atestem isso? Somos filhos de Deus? Qual o nosso nível de obediência ao Pai celestial? Somos templos do Espírito Santo? Que tipo de coisas, de pensamentos e sentimentos têm

ocupado esse templo? Somos nação santa? Quem é de fato o soberano dessa nação? Qual tem sido o nosso conceito de santidade? Será que as pessoas têm visto santidade em nosso procedimento? Somos raça eleita? Por acaso sabemos para quê fomos eleitos, qual a finalidade do nosso chamamento? Somos novas criaturas? O que realmente de novo há em nós: nova mentalidade, nova prática de vida, vontade comandada pelo Pai? Somos sacerdócio real? Que sacrifícios espirituais temos oferecido diante do trono de Deus, no altar do nosso coração? Somos servos? A quem temos servido: ao nosso ventre, a Mamon? Quem somos nós irmãos? Ou mais além: o que estamos nos tornando?

Caríssimos irmãos, convém lembrar que os servos de Jesus foram escolhidos e salvos com o propósito de ser sal e luz para um mundo afundado em trevas e imerso em uma vida sem sabor. O servo de Jesus deve iluminar o mundo com os padrões morais de Cristo, com a verdade libertadora do Evangelho. Isto é: somos do mundo, mas não para nos parecer com o mundo, para nos tornarmos trevas e amargor como ele, mas para que ele seja impactado pela nossa presença santa, como escolhidos do Senhor. O que fazer com o sal que se torna insípido? Como pode uma candeia que deveria brilhar e iluminar toda a casa ficar escondida onde ninguém possa vê-la? Irmãos, as pessoas perdidas do mundo precisam se uma luz que as guie e nós temos essa luz, nós podemos lhes mostrar o caminho da salvação, que é Jesus. É olhando para nós, para o nosso santo procedimento, nossas boas obras, que os perdidos glorificam ao nosso Pai que está nos céus (Mateus 5:16).

Qual tem sido o procedimento da cristandade? Que padrões o mundo tem enxergado nos filhos de Deus dignos de serem imitados, dignos de glorificarem ao Pai celestial? O Senhor Jesus disse que o mundo nos conheceria como verdadeiramente seus discípulos se tivéssemos amor uns pelos outros, como lemos no Evangelho de João: “Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros” (13:34,35). Vê-se como o amor é uma forma segura de evangelização, de levar as pessoas a acreditarem no Deus de amor que tanto pregamos. Então, se queremos amar ao Senhor, devemos guardar os seus mandamentos (João 14:15), e o seu mandamento é o amor. Jesus, então estabelece um padrão, um parâmetro para que aquele que deseja ser o seu discípulo possa medir o seu nível de compromisso com Ele. Qual o nosso nível de compromisso com Deus? De que maneira temos demonstrado o amor que Ele nos deu, não somente pelos nossos irmãos, mas pelo próximo, pelos nossos inimigos? Infelizmente, meus irmãos, há muito decaímos do padrão de Deus para nós.

Amados, o padrão de compromisso que irmãos da Igreja primitiva tinham com Deus, padrão que os levava até o Coliseu, em Roma, para serem estraçalhados e devorados pelas feras, não é o mesmo que temos hoje. Como se reconhece um cristão ultimamente? O que o diferencia das pessoas sem Cristo que faz com que elas olhem para ele e vejam uma luz sendo emitida do seu caráter? Na teologia neoliberal de hoje, onde os servos de Deus acabam por mesclarem-se aos servos de Baal-Zebul, está cada vez mais difícil distinguir um padrão de mente e de comportamento. Nas igrejas neopentecostais, cuja doutrina liberal tem enterrado muitas das doutrinas santas do Evangelho, o que comprova a ação de Deus sobre a

vida do crente não é mais uma mudança radical de vida, um padrão moral elevado, mas uma posição social prestigiada, com a ostentação de bênçãos de prosperidade e milagres de todos os tipos e a todos os preços. O crente é reconhecido como abençoado por Deus e seu filho amado na medida em que prospera, em que ganha dinheiro, em que obtém sucesso empresarial. Estar rodeado de bênçãos materiais é sinal seguro, para tais igrejas, que o crente tem fé e é fiel, acima de tudo nos dízimos.

Será que perdemos o nosso referencial? Será que a cruz de Cristo já não nos diz nada? Será que Deus se transformou em uma ideia cafona de um passado distante. Irmãos, muito pior que o ateu que brada pelos quatro ventos que não há Deus, é o crente que prega sobre Deus em todas as esquinas, mas vive como se Ele não existisse. O que estamos tristemente presenciando hoje na Igreja do Senhor, é o inverso do que o Senhor nos falou: é o mundo que tem influenciado na igreja. A penumbra do mundo tem invadido a Igreja de Jesus: trevas escurecendo a luz; o amargo tornando insosso a único tempero que poderia tirar as pessoas da sua vida vã. Que valores são esses que têm sido trazidos até nós? Os crentes têm absolvido a cultura mundana, seu jeito de pensar, sua forma de agir, sua filosofia, seu estilo de vida pecaminoso e afrontoso. Onde iremos parar?

Os irmãos já devem ter percebido que os crentes estão na mídia. Eles são reverenciados em shows organizados por entidades governadas por pessoas que sequer acreditam na Bíblia, muito menos em Jesus Cristo. Eles se apresentam em programas de TV seculares e gravam CDs em gravadoras que produzem trabalhos satânicos como verdadeiras fábricas de ilusões do diabo. Quando fecham seus olhos para os abusos praticados pela Teologia da Prosperidade, muitas pessoas tornam-se “amigas do Evangelho”, escutando música gospel e até frequentando cultos. Onde muitas pessoas podem enxergar uma abertura do mundo para o Evangelho, eu enxergo a acomodação da Igreja em fazer amizade com o mundo e se esquecer da sua missão de sal e luz, de pregadora do Evangelho de Cristo, um Evangelho de arrependimento e conversão para a salvação. 

Irmãos, eu vos conclamo a pensar sobre isto: se o mundo está em paz conosco, se ele parece nos amar, talvez seja porque deixamos de fazer diferença e passamos a ser igual a ele. Nosso discurso não incomoda mais, nossa presença tornou-se indiferente. Benção? Não, maldição! Não existe comunhão entre trevas e luz. Se não incomodamos mais o mundo com a luz e o sal de Cristo, pode ser que nosso discurso tenha mudado e tenhamos passado a adequar a nossa mensagem aos padrões do mundo, fingindo que nada está acontecendo, que as pessoas não estão indo para o inferno, para que possamos viver tranquilamente no mundo, em paz, livre de conflitos, respeitando a religião dos outros e seu direito de não crer em Deus. Demos as mãos ao mundo. Não é o mundo que está ficando amigo dos crentes, mas sim os crentes que estão se tornando amigos do mundo, mas sem a intenção de ganhá-lo para Jesus. Luz que não ilumina, sal que não salga porque não tem mais sabor em si mesmo.

Que boas obras temos mostrado? Que testemunho temos dado? Pastores compram redes de TV ou alugam programas nestas redes não para pregar o Evangelho de Cristo, mas para falar de fortunas em dinheiro e de curas milagrosas para todas as moléstias. A imagem da cruz perdeu o seu espaço para closes nos rostos emocionados e chorosos de bispos e apóstolos,

movimentando-se em câmera lenta, enfatizando seu sofrimento pelos aflitos. No lugar de Cristo são apresentados carros importados, iates, apartamentos caríssimos, empresas milionárias, jatos particulares. Os crentes não são mais chamados para servir, mas para enriquecer. Irmãos, a Bíblia diz que as portas do inferno não prevalecerão contra a Igreja do Senhor. Mas cuidado: isso não é igreja! E aqueles que se servem desses artifícios não são pastores, são mensageiros de Satanás e possuem muitos seguidores. Entretanto, muitas igrejas tem se deixado levar por esse modismo diabólico, tem se deixado moldar pela Teologia da Prosperidade a se aproveitado da situação para engordar seus dízimos e ofertas.

O juízo de Deus está sobre a sua Igreja. O nome de Deus tem sido blasfemado por nossa causa. Aos poucos os cristãos estão-se convencendo que o seu Deus é apenas mais um dentre tantos outros que dizem existir. A sua verdade não é mais absoluta, mas é apenas mais uma dentre tantas outras. Agora tudo parece relativo: o certo e o errado, o bem e o mal. O mundo tem reduzido a fé dos cristãos a apenas mais uma filosofia, a apenas mais uma forma de explicar a existência de Deus. Os ateus fazem a festa. A grande maioria dos ateus, quando querem provar que Deus não existe ou que a simples ideia da sua existência é abominável, apelam para os atos escusos de muitos cristãos, atos de assassínios, hipocrisia, roubo, fraudes, inquisições, perseguições, intolerância, prepotência, ganância. O mais terrível não são as acusações, mas saber que elas são verdade.

Irmãos, não é somente na Igreja que a Palavra de Deus não tem sido pregada. O Evangelho também não está mais nas ruas, porque o crente de hoje não sai mais para evangelizar. Parece ser algo cansativo, enfadonho, inútil. Somente os incansáveis Testemunhas de Jeová, que rejeitam a soberania e a divindade de Cristo é que se dispõem a ir de casa em casa levando a sua crença. Os que se professam crentes, estão recolhidos no conforto de suas suntuosas catedrais, com poltronas estofadas, ar-condicionado, água fresca, festividades, gente cheirosa e bem vestida, e o principal: promessas de bênçãos sem medida que só encontra limites na sua fé. Em suas confortáveis igrejas, os crentes evangélicos ouvem aquilo que massageia o seu ego, que vai ao encontro das suas necessidades espirituais, físicas, emocionais e, acima de tudo, financeiras. Que pastor cometerá a loucura de falar de arrependimento de pecados, confissão, perdão, mudança de mentalidade, transformação do coração, busca por santidade, serviço a Deus e ao próximo? Como falar de recompensa após a morte para um público que anseia recebê-las agora, já, imediatamente? Tais pastores não confrontam seus fiéis em pecado, porque tem medo de perder sua contribuição financeira. Mas ele sabe de cor os versículos que falam de prosperidade, de vitória, de unção, de poder, de autoridade, de fé que faz brotar rios de dinheiro.

Amados irmãos, gostaria de estar exagerando, surtando, mas infelizmente a verdade é esta: muitas pessoas estão na Igreja sem estar em Cristo; ou estão em Cristo apenas por interesses próprios e não do Reino de Deus. Muitos irão descobrir que estiveram cegos apenas quando o Senhor Jesus voltar e eles ficarem, com seus iates, suas contas bancárias gordas, suas empresas multimilionárias. Tais pretensos crentes descobrirão tardiamente que seu deus era seu ventre, que seu senhor era sua própria consciência, que seu salvador era apenas um escravo de seus caprichos. Sem compromisso com Deus, com a sua Palavra, com o seu Reino, com as

pessoas, tais crentes perecerão eternamente e nada do que juntaram durante toda a sua vida poderá mudar isso. Não vai adiantar rosa ungida, vela acesa, copo de água, dízimo, sessão de descarrego, culto dos milagres, cruzadas... Tudo estará findado para eles. Você quer estar entre esses? Quer ficar quando Jesus levar os seus?

A igreja de nossos tempos está desfigurada. É a igreja dos coitadinhos que estão sofrendo e precisam do colinho de Deus. Como se Deus fosse compactuar com seus pecados! Como se Ele não fosse justiça e juízo! Onde está a pregação do Evangelho? Onde está a justificação pela fé, o amor à Palavra de Deus, o evangelismo, a responsabilidade social, o discipulado? Gostaria que você se lembrasse do dia em que fez sua decisão para Jesus e se respondesse algumas dessas perguntas: O que o motivou? Que mensagem foi pregada a você que o fez decidir-se por seguir a Jesus? O que o leva a continuar frequentando a Igreja? Vou lhe dizer algo que pode lhe chocar: pode ser que você jamais tenha aceitado a Jesus de fato. Se você foi à Igreja atraído por promessas de prosperidade, se você disse “sim” para as bênçãos que o pastor prometeu que Deus lhe daria se você se convertesse, pode ser que Jesus para você não seja nada além de um grande cofre cheio de dinheiro e esse tipo de crença não lhe garante lugar no céu.Cristo não se sacrificou na cruz para que tenhamos uma vida de prosperidade financeira, mas para que nossa vida seja abundante da graça e da misericórdia de Deus, uma vida remida pelo seu sangue, selada com o Espírito Santo e santificada. O trono de Deus não é um caixa eletrônico e o nome de Jesus não é uma senha que lhe trará fortuna, fama e poder. Caríssimos irmãos, a Igreja do Senhor precisa se reencontrar com Cristo, precisa abrir a porta para deixá-lo entrar. Ela precisa de profundo arrependimento, de uma busca desesperada pela face de Deus, pelo seu perdão e misericórdia. quantos crentes são capazes hoje de defender biblicamente a sua fé? Quantos são capazes de explicar a doutrina da salvação? Quantos entendem o que é justificação? Findamos como a igreja SSS: Sentados, Salvos e Satisfeitos. Sentados estamos e satisfeitos também, mas será que de fato somos salvos?

Qual é a missão as Igreja? Jesus disse: Ide por todo mundo e prosperai? As mensagens transmitidas pelos pastores já não transformam mais o caráter dos crentes, já não causa mais comoção em ninguém pelos seus pecados nem gera incômodo algum. São mensagens psicológicas e de autoajuda, que ensinam os crentes a enfrentarem as agruras do mundo, mas não os ensina a enfrentar o monstro chamado pecado que existe dentro de cada um deles. Os ministros, por sua vez, já não estudam mais a Bíblia, pregam em cima de mensagens que tiraram da Internet. Nossa visão está distorcida, nossos valores estão invertidos, nossa causa deixou de ser a causa do Reino de Deus. Não buscamos mais conhecimento de Deus, mas apenas experiências místicas, com ares de poder, como falar em línguas, curar, profetizar. Se no catolicismo romano as pessoas acabam idolatrando aquele que opera milagres, no protestantismo nós acabamos idolatrando os próprios milagres. Queremos ouvir vozes, ver vultos, flutuar como os anjos. Queremos ser aquilo que Deus não nos chamou para ser.

Termino esta carta, meus amados irmãos, com bastante temor, pois sei o quanto tenho errado. De fato eu poderia afirmar como o apóstolo Paulo: sou o maior dentre os pecadores. Mas eu creio num Deus de misericórdia, que nos libertou do império das trevas e nos deu vida eterna em Cristo, para

que vivamos de maneira diferente em uma vida santa e irrepreensível. Creio num Deus de amor, que se sacrificou por nós, que nos comprou com seu precioso sangue e nos chama de filhos. É preciso voltar ao primeiro amor, ler a Bíblia e vivê-la real e verdadeiramente. É preciso deixar de olhar para nosso umbigo e enxergar o próximo que padece de fome e de pecado ao nosso lado. É preciso acabar com esse discurso cheio de ódio e de rancor pelos pecadores, como os homossexuais, para falar do amor de Deus com a mesma misericórdia com que Ele nos amou. Porque somos salvos nos achamos superiores aos que não são. É mentira! O que somos e o que temos, só são possíveis pela graça de Deus. Se fosse possível retirar a graça de Deus da nossa vida, estaríamos perdidos.

Portanto, irmãos, ajoelhemos e nos prostremos diante da poderosa mão de Deus, humilhados e aflitos, esperando que Ele opera maravilhas em nós. Que o mundo possa olhar para nosso santo procedimento e glorificar a Deus, desejando ser como nós, estar na Igreja, não pelas bênçãos financeiras, mas pela transformação que o Senhor opera na vida daqueles que o amam. Que sejamos nós – os que lemos esta carta – a ser os primeiros a aceitar passar pelas mãos do Lapidador da nossa alma. Que Deus opere na nossa mente e no nosso coração a sua boa, agradável e perfeita vontade, para que o adoremos em espírito e em verdade, porque Ele é digno.

Que o amor de Deus e as consolações do Espírito Santo esteja sobre a sua vida, agora e para sempre, em nome de Jesus.

Eita povo ruim de morrer 

Seus vizinhos poderosos sumiram – mas os judeus permanecem até hoje! “Não temas, pois, tu, meu servo Jacó, diz o Senhor, nem te espantes, ó Israel; porque eis que te livrarei das terras de longe, e à tua descendência da terra do seu cativeiro; e Jacó tornará, e descansará, e ficará em sossego, e não haverá quem o atemorize” (Jeremias 30: 10).

Pode até parecer ficção (como os filmes de Bruce Willis (Duro de Matar 1, 2 ou 3) ou de Chuck Norris), mas não é. Estamos falando da mais pura verdade: O povo judeu sobreviveu. Isso é, no mínimo, assombroso. Na época de Jeremias, ninguém poderia prever com certeza acerca da sobrevivência desse povo, quando se encontrava encurralado e ameaçado de destruição total. Os babilônios o conquistou e o arrastou para o exílio. Mas a pergunta que não quer calar é:Onde estão os babilônios hoje? A resposta: Desapareceram. Hoje, as areias do deserto cobrem a sua capital.

A história dos judeus é uma longa crônica de discriminação, exílio, castigo e matança. Não existe outro povo contra quem se tenham instituído medidas tão drásticas de destruição. Mas sobreviveram e, mais ainda, prosperaram. Seu idioma ainda perdura. Seu livro, o Antigo Testamento, é parte do livro mais lido de todos os tempos. Eles reconstruíram sua nação.

O que nos chama a atenção é que essa sobrevivência já havia sido anunciada por escrito há 2.500 anos. Deus prometeu claramente que nunca rejeitaria Seu povo.

1.O novo pacto.Conhecido por suas provocantes denúncias e repetidas predições de destruição selvagem, Jeremias também trouxe uma mensagem de fidelidade eterna de Deus e de um novo pacto que substituiria o antigo, já quebrado. Segundo o próprio Jeremias, o novo pacto seria muito melhor do que o primeiro, pois Deus não se limitaria mais a promulgar listas de regras a que Seu povo teria de obedecer. Antes, plantaria tais regras em seus corações, de modo que eles iriam desejar cumpri-las (Jr 31: 33). Cada indivíduo conheceria o Senhor pessoalmente, sem a necessidade de intermediários. 

Jeremias ainda foi mais além, dizendo que um novo rei da linhagem de Davi viria para governar. Ele se chamaria “o Senhor, justiça nossa” (Jr 23: 5 – 8). Israel regressaria do exílio à terra, reconstruiria Jerusalém e voltaria a adorar a Deus. O interessante é que Jeremias escreveu esta mensagem otimista no momento em que Israel caía em sua pior catástrofe.

Não satisfeito somente com a proclamação da mensagem oral, Jeremias fez o investimento mais estúpido de todos os tempos, ou um verdadeiro ato de fé: Ele comprou uma propriedade de um parente seu no momento mais grave do cerco da Babilônia a Jerusalém (capítulo 32). Deus prometera a Jeremias que algum dia essa propriedade voltaria a ter valor para seus filhos e netos. Ele creu e investiu nessa probabilidade mais do que remota. Ele acreditou na sobrevivência de Israel.

2.O cumprimento da profecia.Todos nós cristãos concordamos que o novo rei profetizado por Jeremias era Jesus. Também concordamos que foi Jesus que introduziu um novo pacto, que põe a lei nos corações e que permite conhecer a Deus. Mas quanto à restauração de Israel, nós divergimos em algumas opiniões. Por exemplo:a)Alguns cristãos acreditam que o moderno Estado de Israel é a nação ressurreta, pelo menos em parte, acerca da qual Jeremias escreveu;b)Outros pensam que o Novo Testamento ensina que os cristãos de todas as nações constituem “a nova nação” do povo de Deus, e que as promessas se aplicam alegoricamente a todos eles.

Entretanto, todos nós concordamos que o que Jesus começou a fazer ainda não foi concluído. Mas que algum dia Ele voltará, destruirá as forças do mal e estabelecerá plenamente Seu novo reino.

Maranata, ora vem Senhor Jesus!

Lições aprendidas com Zaqueu 

Texto Bíblico: Lucas 19: 1 – 10.

Jericó era a principal cidade da Judéia oriental, servindo como principal alfândega para mercadorias que entravam na Palestina vindas do Oriente. Sua importância econômica e geográfica a tornaria num importante centro para

cobrança do tributo romano, que era vital para financiar seu império mundial. Os judeus se opunham ao pagamento dessas taxas, por terem de sustentar um governo secular com deuses pagãos, mesmo assim eram forçados a pagar. 

Os cobradores de impostos estavam entre as pessoas mais impopulares de Israel. Judeus de nascimento, os publicanos escolheram trabalhar para Roma, por isso eram consideradostraidores de Israel. Zaqueu era o chefe dos publicanos, exercendo um cargo de supervisão. O texto diz que ele era rico, um fato muito suspeito para um membro de uma classe que era conhecida por sua extorsão (Lc 19: 2). Como chefe dos publicanos, Zaqueu era tanto um proscrito social quanto religioso, pois era visto como auxiliar do governo de Roma.

Pelos relatos acima, nada temos de especial sobre a vida de Zaqueu, a não ser o fato dele não ser mais considerado pelos judeus como um deles, após ter-se “vendido” e se tornado funcionário de Roma. Mas, a partir do versículo 3, as atitudes desse maioral dos publicanos nos traz lições maravilhosas sobre o cristianismo. São elas:

1. Não existem obstáculos quando Jesus é o foco (Lc 19: 3 – 4).Ao saber que Jesus estava passando em Jericó, Zaqueu procurou saber quem era esse famoso profeta de Nazaré, mas havia um problema: Sua baixa estatura era um obstáculo considerável, diante da multidão que afluía até Jesus. Não se dando por satisfeito, ele enxergou numa figueira brava (ou sicômoro) de 2 (dois) metros de altura, como a única oportunidade para vencer aquele obstáculo. Como prêmio por essa disponibilidade e voluntariedade em ver Jesus, o próprio mestre afirmou que jantaria em sua casa.

Com isso, aprendemos que não existe obstáculo quando o nosso objetivo é agradar (ver) o Jesus. Sabe aquele ditado popular que diz: “Quando se quer, dá-se um jeito”? Pois bem, é desse jeito que devemos nos portar quando fazemos algo para Deus. 

E o Senhor recompensa a todos os que o buscam voluntaria e espontaneamente.

2.Não existe pessoa “perdida” para Jesus (Lc 19: 5 – 7).Quando Jesus disse a Zaqueu que “ficaria em sua casa” (v. 5) naquela noite, houve uma verdadeira revolta da multidão, por tudo aquilo que aquele maioral dos publicanos representava para os judeus. Uma verdadeira “contradição”, pois em vez de ficar com a sociedade “agradável”, Jesus preferiu jantar com um trapaceiro. Nem o próprio Zaqueu esperava que o Mestre se envolvesse com uma classe tão desprezada pelos judeus.

Apesar de Zaqueu ser um trapaceiro e renegado, Jesus o amou e, em resposta, esse cobrador de impostos se converteu. Pois é, não existe pessoa perdida para Jesus. Todas elas são objetos do Seu amor!

Quantas vezes essas queixas dos judeus são registradas, por Jesus sentar e compartilhar momentos com os pecadores! Enquanto os judeus esperavam

que Jesus proclamasse o Seu Reino em Jerusalém, ele era convidado do principal agente do tributo romano para um jantar.

Em toda sociedade, certos grupos de pessoas são considerados intocáveis ou indesejáveis por causa de suas opiniões políticas, deus comportamento moral ou estilo de vida. Não devemos ceder à pressão social que nos faça evitar tais pessoas. Jesus as ama, e elas precisam ouvir as Boas Novas.

Jesus não veio buscar popularidade. Ele veio buscar e salvar o perdido.

3. Quem conheceu a Jesus, nunca mais foi o mesmo (Lc 19: 8 – 9).Depois que conheceu Jesus, Zaqueu percebeu que sua vida precisava ser completamente corrigida. Ao ofertar aos pobres com generosidade, e fazer as devidas restituições àqueles a quem enganou, ele demonstrou mudança interior por meio de uma ação exterior.

Além de dar “metade dos seus bens”, como uma atitude generosa de quem não mais tinha o coração preso às riquezas, Zaqueu prometeu restituir “quatro vezes mais” a todos aqueles a quem os tinha defraudado.

Ao dizer que Zaqueu era um filho de Abraão (vs 9 e 10) que estava perdido, Jesus deve ter chocado seus ouvintes, que não devem ter gostado de reconhecer que aquele publicano impopular era um irmão e que um filho de Abraão pudesse se perder. A fala de Jesus deixou claro que nenhuma pessoa é salva porque nasceu em uma boa família nem condenada devido a uma herança ruim, mas sim pela fé em Jesus. A fé é mais importante do que a genealogia.

Finalizando, é por meio da fé que os perdidos podem ser perdoados e transformados em novas criaturas.

Que Deus nos abençoe.

Sinais ou Circunstâncias - O que guia sua fé? 

José ficou na prisão, mas o Senhor estava com ele e o tratou com bondade, concedendo-lhe a simpatia do carcereiro. Por isso o carcereiro encarregou José de todos os que estavam na prisão, e ele se tornou o responsável por tudo o que lá sucedia. O carcereiro não se preocupava com nada do que estava a cargo de José e lhe concedia bom êxito em tudo o que realizava– Gênesis 39:20-23 

Não são as circunstâncias que revelam a bondade de Deus. São os “sinais”. As circunstâncias são evidentes para todos. Os sinais, apenas para os que crêem. A verdade é que Deus sempre é bom, mas sua bondade se manifesta de diferentes modos em situações diversas. Deus é bom para o pobre de uma forma; para o rico, de outra. Para o são e para o doente, para o liberto e para o encarcerado e, por mais que seja difícil compreender, Deus é bom para a vítima de uma tragédia, tanto quanto para os sobreviventes à ela. 

Deus era com José. A Bíblia diz que “O Senhor lhe...concedia bom êxito

em tudo o que realizava”. Se esse versículo fosse recortado de seu contexto, pensaríamos que ele estaria se referindo a algum mago das finanças ou um empresário de sucesso. Alguém como Bill Gates, por exemplo. Mas José era um exilado-escravo-presidiário. Como ser bem-sucedido nessas circunstâncias?

O pior do pior do pior, do pior – Há algo pior do que estar preso? Sim, estar preso injustamente. E pior do que isso? Sim. É estar preso injustamente no exílio. Se você for liberto ou fugir, para onde irá? 

Uma conhecida expressão do apóstolo Paulo é utilizada por muitos como omantra gospel do êxito: "Tudo posso Naquele que me fortalece". "Tudo posso" significaria que posso comprar um utilitário último tipo, posso ganhar um milhão de dólares, posso conquistar aquele posto de trabalho. Posso tudo! Mas o contexto no qual a famosa frase está inserida aponta para mais "tudos" do que imagina nossa vã filosofia. Paulo está se referindo mais à sua resiliência do que à sua capacidade. Posso tudo: Posso sofrer um naufrágio, posso ser açoitado, posso ser apedrejado, posso passar privações tanto quanto posso ter em abundância. Posso todas as coisas por causa daquele que me fortalece. Esse é o sentido e a mesma ideia se aplica aqui. Posso passar pelo pior, do pior, do pior. 

"Bom êxito em tudo?" Onde? Quando? - “O Senhor lhe...concedia bom êxito em tudo o que realizava” diz a Bíblia. Mas, que tipo de coisa há na qual se possa ser “bem sucedido” numa prisão? Não se vendem livros de auto-ajuda com o título "Torne-se um presidiário de sucesso!" O texto diz também que Deus mostrou sua bondade a José ao fazer com que ele ganhasse a simpatia do carcereiro. Agora, imagine José dizendo: “Deus tem sido bom comigo. Como eu sei disso? Ora, veja o que Ele me fez! Concedeu-me a simpatia do carcereiro!”. Não parece o típico testemunho que ouvimos nas igrejas. Se estivéssemos presos, o que nós consideraríamos como uma evidência da demonstração da bondade de Deus em relação a nós? Pelo que oraríamos? Para que Deus nos concedesse a liberdade? Vingança? Um indenização milionária? Ou... a simpatia do carcereiro? 

Se você estiver preso, pode ser que Deus o liberte. Também pode ser que não. Mas, quando as circunstâncias forem desfavoráveis, há algo que você pode esperar com certeza: um sinal. 

Preste atenção aos sinais - Como pode um carcereiro confiar em um estrangeiro? Ainda mais um levado à prisão por um dos oficiais de Faraó, acusado de ter-lhe traído a confiança? 

José foi colocado na condição de supervisor carcerário, ainda que tivesse ido para a prisão acusado por alguém que também o tinha colocado na condição de supervisão, de liderança, num cargo de confiança. Será que o carcereiro recebeu José na prisão e, passado algum tempo, disse para ele: Gostei de você. Fui com a sua cara. Vou te dar as chaves disso aqui e agora você comanda tudo. Será que foi assim? No caso de José, já seria difícil uma relação amistosa entre um carcereiro e um prisioneiro. Quanto mais uma relação de confiança como a que ocorreu. Não foi um episódio comum. Não foi uma progressão de pena à moda egípcia. Foi um sinal de Deus.

O texto relaciona a “bondade de Deus” com o fato de José ter sido

beneficiado pelo carcereiro. A bondade de Deus não precisou se manifestar através da libertação. Tornar um prisioneiro estrangeiro administrador de uma prisão real foi um milagre muito maior. Foi um sinal. Um sinal de que Deus sempre estará junto àqueles que acreditam Nele. Nem sempre livrando, nem sempre recompensando... Mas, sempre dando "sinais" de sua bondade, quaisquer que sejam as circunstâncias. 

Essa pequena porção da vida de José nos mostra que:

Deus também age na prisão, acompanha seus servos,  os usa, abençoa outras pessoas através deles  e está “por trás” da simpatia que seus eles alcançam, subvertendo a lógica prisional e tornando seus servos como referência de confiabilidade dentro da prisão e colocando-os em condições acima do esperado (acima do convencional), concedendo a eles, de fato, "sucesso em tudo que fazem". 

A prisão pode ser um lugar de “sucesso”, um lugar onde se pode ser “bem sucedido”. A prisão pode ser o destino de Deus para um servo fiel e inocente, pode se tornar em lugar de bênção, um lugar onde nosso comportamento pode nos tornar distintos dos demais, um lugar onde há exercício de autoridade. 

Por definição, "sinais" são elementos distintos do ambiente onde ocorrem. Prisões, bem como situações desfavoráveis em geral, são ambientes excelentes para a manifestação de um sinal da parte de Deus. Um sinal da sua bondade e da sua companhia. Sempre ouvimos falar de “tratamentos de beleza”. Todo mundo aprecia um. Quem gostaria de receber um “tratamento de bondade” da parte de Deus? O patriarca José recebeu um. Numa prisão. E aí? Você topa?

Cristofobia é homofobia 

De tantas reclamações em relação às práticas  `` homofóbicas `` dos evangélicos brasileiros, as mídias favoráveis às concepções  homossexuais estão batendo pesado contra todos os segmentos evangélicos brasileiros, sendo a batalha travada com argumentos pueris e mentirosos. A guerra não tem previsão de término.

Em nenhum momento, verdade seja dita, evangélicos  apóiam quaisquer tipos de agressão contra os homossexuais brasileiros. Como seguidores de Jesus Cristo, os crentes brasileiros pregam o respeito à dignidade humana em quaisquer circunstâncias.

O fato de discordarem das posturas dos homossexuais não significa, em hipótese alguma, que estimulam ou aceitam o retrato da homofobia no Brasil. Doce e ledo engano de mídias tendenciosas, maliciosas e que praticam um jornalismo de péssima qualidade editorial.

Querem implantar uma ditadura da homossexualidade, de ordem mundial, não sendo respeitado o direito de bilhões de seres humanos que não pensam como os homossexuais espalhados pelos quatro cantos do planeta.

Se os gays querem ser gays, é uma opção deles. Se os héteros gostam de ser héteros, opção deles e ponto final. O que não pode ser aceito é o que determinados apologistas da homossexualidade fazem por todo o mundo.

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