um manual de teosofia

74
UM MANUAL DE TEOSOFIA Capítulo 1 O QUE É TEOSOFIA ? "Ainda existe escola de filosofia que a cultura moderna perdeu de vista." Com estas palavras o Sr. A. P. Sinnett iniciou seu livro The Occult World, a primeira exposição popular da Teosofia, publicado há trinta anos (em 1881). Durante os anos que se passaram desde então, milhares têm aprendido a sabedoria nesta escola, mesmo que à maioria, seus ensinamentos ainda sejam desconhecidos, e possam dar só a mais vaga das respostas à pergunta "O que é Teosofia?". Já existem dois livros respondendo esta questão: O Buddhismo Esotérico, de A. P. Sinnett, e A Sabedoria Antiga, de A. Besant. Não pretendo competir com estes trabalhos modelares; o que desejo é apresentar uma exposição, tão clara e simples quanto a possa fazer, que possa ser considerada introdutória para eles. Com freqüência falamos da Teosofia como sendo não uma religião em si, mas a verdade que subjaz em todas as religiões igualmente. Assim é; que já de um outro ponto de vista, podemos seguramente dizer que ela é a algum tempo, uma filosofia, uma religião e uma ciência. É uma filosofia porque nos apresenta com clareza uma explanação do esquema de evolução tanto das almas como dos corpos contidos em nosso sistema solar. É uma religião até onde, tendo nos mostrado o curso ordinário da evolução, também põe diante de nós e recomenda um método de abreviarmos este curso, de modo que por esforço consciente podemos progredir mais diretamente para o alvo. É uma ciência, porque trata estes dois assuntos como matéria, não de fé teológica, mas de conhecimento direto obtenível através de estudo e investigação. Ela assevera que o homem não tem necessidade alguma de crer com fé cega, porque ele tem em si poderes latentes que, quando despertados, capacitam-no para ver e examinar por si mesmo, e passa a provar seu argumento mostrando como aqueles poderes podem ser despertados. Ela própria é um resultado do despertar de tais poderes pelos homens, pois os ensinamentos que nos apresenta são fundamentados sobre observações diretas feitas no passado, e tornadas possíveis apenas por tal desenvolvimento. Como uma filosofia, explica-nos que o sistema solar é um mecanismo cuidadosamente ordenado, uma manifestação de uma vida magnificente, da 1

Upload: rbyyaa

Post on 11-Nov-2015

18 views

Category:

Documents


1 download

DESCRIPTION

Teosofia, o que é, quem conece, como entender.

TRANSCRIPT

UM MANUAL DE TEOSOFIA

UM MANUAL DE TEOSOFIA

Captulo 1 O QUE TEOSOFIA ?"Ainda existe escola de filosofia que a cultura moderna perdeu de vista." Com estas palavras o Sr. A. P. Sinnett iniciou seu livro The Occult World, a primeira exposio popular da Teosofia, publicado h trinta anos (em 1881). Durante os anos que se passaram desde ento, milhares tm aprendido a sabedoria nesta escola, mesmo que maioria, seus ensinamentos ainda sejam desconhecidos, e possam dar s a mais vaga das respostas pergunta "O que Teosofia?".

J existem dois livros respondendo esta questo: O Buddhismo Esotrico, de A. P. Sinnett, e A Sabedoria Antiga, de A. Besant. No pretendo competir com estes trabalhos modelares; o que desejo apresentar uma exposio, to clara e simples quanto a possa fazer, que possa ser considerada introdutria para eles.

Com freqncia falamos da Teosofia como sendo no uma religio em si, mas a verdade que subjaz em todas as religies igualmente. Assim ; que j de um outro ponto de vista, podemos seguramente dizer que ela a algum tempo, uma filosofia, uma religio e uma cincia.

uma filosofia porque nos apresenta com clareza uma explanao do esquema de evoluo tanto das almas como dos corpos contidos em nosso sistema solar.

uma religio at onde, tendo nos mostrado o curso ordinrio da evoluo, tambm pe diante de ns e recomenda um mtodo de abreviarmos este curso, de modo que por esforo consciente podemos progredir mais diretamente para o alvo.

uma cincia, porque trata estes dois assuntos como matria, no de f teolgica, mas de conhecimento direto obtenvel atravs de estudo e investigao. Ela assevera que o homem no tem necessidade alguma de crer com f cega, porque ele tem em si poderes latentes que, quando despertados, capacitam-no para ver e examinar por si mesmo, e passa a provar seu argumento mostrando como aqueles poderes podem ser despertados.

Ela prpria um resultado do despertar de tais poderes pelos homens, pois os ensinamentos que nos apresenta so fundamentados sobre observaes diretas feitas no passado, e tornadas possveis apenas por tal desenvolvimento.

Como uma filosofia, explica-nos que o sistema solar um mecanismo cuidadosamente ordenado, uma manifestao de uma vida magnificente, da qual o homem apenas uma pequena parte. De qualquer modo, enfoca esta pequena parte que nos interessa diretamente, e trata dela de modo exaustivo sob trs aspectos - presente, passado e futuro.

Trabalha com o presente descrevendo o que o homem realmente , visto por meio das faculdades desenvolvidas. Costuma-se falar do homem como possuindo um alma; a Teosofia, como resultado da investigao direta, inverte a frase, e afirma que o homem uma alma, e que possui um corpo - de fato diversos corpos, que so seus veculos e instrumentos nos diversos mundos. Este mundos no esto separados no espao; esto simultaneamente presentes conosco, aqui e agora, e podem ser examinados; eles so divises do lado material da natureza - diferentes graus de densidade na agregao de matria, como em breve ser explicado em detalhe.

O homem tem uma existncia em diversos deles, mas normalmente s consciente do mais inferior, ainda que algumas vezes em sonhos e transes tenha vislumbres de alguns dos outros. O que chamado morte o abandono do veculo pertencente a este mundo inferior, mas a Alma ou homem real em um mundo superior j no mudada ou afetada por isto, mais do que o homem fsico mudado ou afetado quando remove seu casaco. Tudo isso uma questo, no de especulao, mas de observao e experimento.

A Teosofia tem muito a nos dizer da histria passada do homem - de como no curso da evoluo ele veio a ser o que hoje. Isto tambm uma questo de observao, por causa do fato de que existe um registro indelvel de tudo o que acontece - uma espcie de memria da Natureza - por cujo exame as cenas da evoluo anterior podem ser feitas passar ante os olhos do investigador como se estivessem acontecendo neste exato momento.

Por este estudo do passado aprendemos que o homem divino em sua origem e que tem uma longa evoluo atrs de si - uma evoluo dupla, a da vida ou Alma interior, e a das formas externas.

Aprendemos, tambm, que a vida do homem como Alma , ao que nos parece, de enorme extenso, e que aquilo que por hbito costuma chamar de sua vida, na realidade s um nico dia da sua existncia real. A alma j viveu por muitos desses dias, e tem muitos mais deles ainda sua frente; e se desejamos entender a vida real e seu objetivo, devemos consider-la em relao no s a este nico dia, que inicia no nascimento e encerra na morte, mas tambm aos dias que se passaram antes e os que ainda esto por vir.

Dos que ainda esto por vir tambm h muito a ser dito, e neste assunto, igualmente, uma grande quantidade de informao definida disponvel. Tal informao pode ser obtida, primeiro, de homens que j passaram muito para diante do que ns ao longo da estrada da evoluo, e conseqentemente tm disso uma experincia direta; e, segundo, de inferncias feitas a partir da direo bvia dos passos que percebemos j terem sido dados anteriormente. A meta deste ciclo particular est vista, mesmo que ainda muito acima de ns, mas pareceria que, mesmo quando a tivermos atingido, uma infinitude de progresso ainda estaria frente de cada um que estiver querendo empreend-lo.

Uma das mais extraordinrias vantagens da Teosofia a de que a luz que nos traz de imediato resolve muitos dos nossos problemas, afasta muitas dificuldades, analisa as aparentes injustias da vida, e em todas as direes traz ordem ao aparente caos. Pois enquanto que alguns de seus ensinamentos so baseados sobre a observao de foras cuja atuao direta est algo alm do conhecimento do homem comum do mundo, se este a aceitar como hiptese muito cedo chegar a ver que deve estar correta, porque ela, e ela sozinha, fornece uma explicao coerente e razovel do drama da vida que est sendo representado diante dele.

A existncia de Homens Perfeitos, e a possibilidade de entrarmos em contato com Eles e sermos ensinados por Eles, so proeminentes dentre as grandes novas verdades que a Teosofia traz ao mundo ocidental.

Uma outra delas o estupendo fato de que o mundo no est mergulhando cegamente na anarquia, mas que seu progresso est sob o controle de uma Hierarquia perfeitamente organizada, de modo que o fracasso para mesmo a mais minscula de suas unidades de todas as impossibilidades a mais impossvel. Um vislumbre do trabalho desta Hierarquia inevitavelmente engendra o desejo de cooperar com ele, de servir nele, por mais humilde que seja a capacidade, e nalguma ocasio num futuro distante ser digno de juntar-se s mais externas de suas fileiras.

Isto nos leva quele aspecto da Teosofia que chamamos de religioso. Aqueles que vm a conhecer e entender estas coisas esto insatisfeitos com os morosos eons da evoluo; eles anseiam por se tornar teis mais imediatamente, e ento procuram e obtm conhecimento da Senda mais curta porm mais escarpada.

No h possibilidade de escapar quantidade de trabalho que tem de ser feito. como carregar um peso montanha acima; seja carregando-o por um atalho mais escabroso, seja mais gradualmente por uma estrada de aclive suave, precisamente o mesmo nmero de passos deve ser dado. Portanto fazer o mesmo trabalho em uma frao reduzida do tempo significa esforo determinado. Pode ser feito, contudo, pois tm sido feito; e os que o fizeram concordam que o trabalho mais do que bem pago. A limitao dos vrios veculos com isso gradualmente transcendida, e o homem liberado se transforma num colaborador inteligente no poderoso plano para a evoluo de todos os seres.

Em sua feio religiosa, tambm, a Teosofia d aos seus seguidores uma regra de vida, baseada no em supostas ordenaes proferidas num perodo remoto do passado, mas no simples bom senso, como indicado pelos fatos observados.

A atitude do estudante de Teosofia em relao s regras que ela prescreve parece antes as que adotamos por medida higinica do que uma obedincia a imposies religiosas. Podemos dizer, se quisermos, que esta coisa ou aquela outra est de acordo com a Vontade Divina, pois a Vontade Divina expressa no que conhecemos como leis da natureza. Porque aquela Vontade sabiamente disps todas as coisas, infringir suas leis significa perturbar o suave funcionamento do esquema, atrasar por um momento aquele fragmento ou pequena parte da evoluo, e conseqentemente trazendo desconforto para ns mesmos e outros. por esta razo que o homem sbio evita infringi-las - no para escapar da imaginria ira de alguma deidade ultrajada.

Mas se de um certo ponto de vista podemos pensar na Teosofia como uma religio, devemos notar dois grandes pontos de diferena entre ela e o que ordinariamente chamado de religio no Ocidente.

Primeiro, ela no exige f de seus seguidores, nem mesmo fala de f no sentido em que este termo usualmente empregado. O estudante da cincia oculta ou sabe uma coisa ou suspende seu julgamento sobre ela; no h espao neste esquema para a f cega. Naturalmente, os iniciantes no estudo ainda no podem saber por si mesmos, assim eles so solicitados a ler os resultados das vrias observaes e lidar com eles como hipteses provveis - para serem aceitas e agirmos em funo delas provisoriamente, at o momento em que possam prov-las por si mesmos.

Segundo, a Teosofia jamais procura converter qualquer homem de qualquer religio que ele j abrace. Ao contrrio, ela explica sua religio para ele, e o capacita para ver nela significados mais profundos do que ele jamais conhecera antes. Ela o ensina a entend-la e viv-la melhor do que o fazia, e em muitos casos devolve a ele, em um nvel mais inteligente e mais alto, a f que ele previamente havia perdido toda.

A Teosofia tm seu aspecto de cincia tambm; verdadeiramente uma cincia da vida, uma cincia da Alma. Ela aplica a tudo o mtodo cientfico da observao reiterada e meticulosa, e ento tabula os resultados e faz dedues a partir deles. Deste modo tem investigado os vrios planos da Natureza, as condies da conscincia humana durante a vida e aps o que comumente chamado de morte.

No pode ser demais repetir que suas asseres em todos estes pontos no so vagas presunes ou dogmas de f, mas so baseadas em direta e muitas vezes repetida observao do que acontece. Seus investigadores tm tratado j em alguma extenso de assuntos mais no mbito da cincia comum, como pode ser averiguado por quem ler o livro A Qumica Oculta.

Assim vemos que a Teosofia combina em si algumas das caractersticas da filosofia, da religio e da cincia. Qual, poderia ser perguntado, seu evangelho para este mundo atribulado? Quais so os pontos principais que sobressaem de suas investigaes? Quais so os grandes fatos que tem para apresentar humanidade?

Eles tm sido bem resumidos em trs pontos principais. "H trs verdades que so absolutas, e que no podem ser ignoradas, ainda que possam continuar silentes por falta de divulgao. "A alma do homem imortal, e seu futuro o futuro de uma coisa cujo crescimento e esplendor no tm limites."

"O princpio que concede vida reside em ns e est conosco, imorredouro e eternamente benfico, no ouvido ou visto ou sentido, mas percebido pelo homem que deseja esta percepo."

"Cada homem seu legislador absoluto, o dispensador de glria ou misria a si mesmo; o decretador de sua vida, sua recompensa, sua punio."

"Estas verdades, que so to grandes quanto a prpria vida, so to simples quanto a mente mais simples do homem."

Ditas com mais brevidade, e na linguagem do homem das ruas, isso significa que Deus bom, que o homem imortal, e que assim como semear, assim deve colher. H um definido esquema das coisas; est sob direo inteligente e opera sob leis imutveis. O homem tem seu lugar neste esquema e vive segundo estas leis. Se compreend-las e cooperar com elas, avanar rapidamente e ser feliz; se no as entender - se, propositalmente ou no, transgred-las, atrasar seu progresso e ser miservel.

Isso no so teorias, mas fatos provados. Quem duvida que se informe, e ver.

UM MANUAL DE TEOSOFIA Charles. W. Leadbeater - Escola Teosfica

UM MANUAL DE TEOSOFIA - Captulo 2 DO ABSOLUTO AT O HOMEM Do Absoluto, do Infinito, do Onipresente, em nosso presente estgio no podemos saber nada, exceto que existe; no podemos dizer nada que no represente uma limitao, e portanto inexata.

N'Ele existem universos inumerveis; em cada universo, incontveis sistemas solares. Cada sistema solar a expresso de um poderoso Ser, a quem chamamos de Logos, o Verbo Divino, a Deidade Solar.

Para o sistema Ele tudo o que os homens entendem por Deus. Ele o permeia; no existe nada nele que no seja Ele; a Sua manifestao nesta matria o que podemos ver. Porm Ele existe acima e fora dele, vivendo uma vida estupenda entre Seus Pares. Como dito numa Escritura Oriental: "Tendo permeado este universo inteiro com uma partcula de Mim mesmo, ainda permaneo."

Desta Sua excelsa vida no podemos saber nada. Mas do fragmento de Sua vida que energiza Seu sistema podemos saber algo nos nveis inferiores de sua manifestao. No podemos v-Lo, mas podemos ver Seu poder em ao. Ningum que seja clarividente pode ser ateu; a evidncia por demais tremenda.

De Si mesmo chamou existncia este poderoso sistema. Ns que estamos nele somos fragmentos em evoluo de Sua vida, Centelhas de Seu Fogo divino; d'Ele todos procedemos; a Ele todos retornaremos.

Muitos tm perguntado por que Ele fez isso; por que Ele emanou de Si mesmo todo este sistema; por que Ele nos enviou para enfrentarmos as tormentas da vida. No o podemos saber, tampouco uma pergunta prtica; bastante que estejamos aqui, e faamos nosso melhor. Porm muitos filsofos especularam sobre este ponto e muitas sugestes foram dadas.

A mais bela que conheo a de um filsofo Gnstico: "Deus Amor, mas o prprio Amor no pode ser perfeito a no ser que tenha em quem ser derramado e de quem possa voltar. Portanto Ele se manifestou na matria, e limitou Sua glria, a fim de que atravs desse processo natural e lento de evoluo pudssemos vir a existir; e ns por nosso turno de acordo com Sua Vontade nos desenvolveremos at atingir mesmo Seu prprio nvel, e ento o prprio amor de Deus se tornar mais perfeito, porque ento ser derramado naqueles, Suas prprias crianas, que plenamente o entenderem e retriburem, e assim Seu grande esquema ser completado e Sua vontade cumprida."Em qual estupenda altitude Sua conscincia habita no sabemos, nem podemos conhecer Sua verdadeira natureza como se mostra l. Mas quando Ele se manifesta em condies que esto dentro de nosso alcance, Sua manifestao sempre trplice, da todas as religies O terem imaginado como uma Trindade. Trs, ainda que fundamentalmente Um; Trs Pessoas (embora pessoa signifique mscara) e ainda Um Deus, mostrando-Se naqueles Trs Aspectos. Trs para ns, olhando-O de baixo, porque Suas funes so diferentes; Um para Ele, porque As reconhece como apenas facetas de Si mesmo.

Todos estes Trs Aspectos esto envolvidos na evoluo do sistema Solar; todas os Trs tambm esto envolvidos na evoluo do homem. Esta evoluo Sua Vontade; o mtodo dela o Seu plano.

Logo abaixo desta Deidade Solar, ainda que de um modo misterioso partes de Si, esto Seus sete Ministros, s vezes chamados os Espritos Planetrios. Usando uma analogia retirada da fisiologia de nosso prprio corpo, Suas relaes para com Ela so como as dos gnglios ou dos centros nervosos para com o crebro. Toda a evoluo que procede d'Ela o faz atravs de um ou outro d'Eles.

Por sua vez, sob Eles esto vastas hostes ou ordens de seres espirituais, a quem chamamos de Anjos ou Devas. Ainda no conhecemos todas as funes que Eles preenchem em todas as partes deste maravilhoso esquema, mas encontramos alguns d'Eles intimamente ligados construo do sistema e expanso da sua vida interior.

Aqui em nosso mundo h um grande Oficial que representa a Deidade Solar, e est no absoluto controle de toda a evoluo que tm lugar neste planeta. Podemos imagin-Lo como o verdadeiro Rei deste mundo, e sob Ele existem ministros a cargo dos diferentes departamentos. Um destes departamentos est ligado evoluo das diferentes raas da humanidade, de modo que para cada grande raa h um Lder que a funda, diferencia-a das outras todas, e assiste o seu desenvolvimento.

Um outro departamento o da religio e educao, e dele que saram todos os maiores instrutores da histria - de quem todas as religies nasceram. O grande Oficial testa deste departamento ou vm Ele mesmo ou envia um de Seus discpulos para fundar uma nova religio quando decide que necessrio alguma.

Assim todas as religies, poca de sua primeira apresentao ao mundo, tm contido uma definida apresentao da Verdade, e em seus fundamentos esta Verdade tm sido sempre a mesma. As suas apresentaes tm variado por causa das diferenas das raas s quais foram oferecidas. As condies de civilizao e o grau de evoluo obtido pelas vrias raas tm tornado desejvel apresentar esta Verdade nica sob diferentes formas.

Mas a Verdade interna sempre a mesma, e a fonte de onde sai a mesma, mesmo que as fases externas possam parecer diferentes e mesmo contraditrias. tolice para os homens disputar sobre a questo da superioridade de um instrutor ou de um modo de ensino sobre outro, pois o instrutor sempre algum enviado pela Grande Fraternidade de Adeptos, e em todos os seus pontos importantes, em seus princpios ticos e morais, o ensino tm sido sempre o mesmo.

No mundo existe um corpo de Verdade que jaz por trs de todas estas religies, e representa os fatos da natureza at onde no presente so conhecidos pelo homem. No mundo externo, por causa de sua ignorncia disso, as pessoas esto sempre disputando e questionando sobre se existe um Deus; se o homem sobrevive morte; se lhe possvel progresso definido, e qual sua relao para com o universo.

Estas questes esto sempre presentes na mente do homem to logo sua inteligncia desperta. No so irrespondveis, como freqentemente se supe; as respostas para elas esto ao alcance de qualquer um que faa os esforos adequados para encontr-las. A verdade alcanvel, e as condies para seu alcance so passveis de conquista por qualquer um que faa o esforo.

Nos primeiros estgios do desenvolvimento da humanidade, os grandes Oficiais da Hierarquia so providos de fora, de outras e mais altamente evoludas partes do sistema, mas to logo os homens podem ser treinados para o necessrio nvel de poder e sabedoria estas funes so assumidas por eles. A fim de aprontar-se para assumir um tal ofcio um homem deve elevar-se at um nvel muito alto, e deve tornar-se o que chamamos de Adepto - um ser de bondade, poder e sabedoria to grandes que Ele sobressai acima do resto da humanidade, pois Ele j ter atingido o pice da evoluo humana; Ele conquistou o que o plano da Deidade assinalou para que conquistasse durante esta era ou dispensao. Mas Sua evoluo continua posteriormente alm daquele nvel - continua at a divindade.

Um grande nmero de homens j atingiu o nvel de Adepto - homens no de uma s nao, mas de todas as principais naes do mundo - almas raras que com coragem indomvel assediaram os castelos da natura, e arrebataram seus segredos internos, e adquiriram assim verdadeiramente o direito de serem chamados de Adeptos.

Entre Eles h muitos graus e muitas linhas de atividade; mas sempre alguns d'Eles permanecem em contato com nossa Terra como membros desta Hierarquia que est incumbida da administrao dos negcios do mundo e da evoluo espiritual de nossa humanidade.

Este corpo augusto freqentemente chamado A Grande Fraternidade Branca, mas seus membros no so uma comunidade onde todos vivem juntos. Cada um d'Eles, em grande medida, retira-Se do mundo, e ficam em constante comunicao entre si e com Seu Lder; mas Seu conhecimento das foras superiores to grande que isso conseguido sem qualquer necessidade de encontro no mundo fsico.

Em muitos casos Eles continuam a viver cada Qual em Seu prprio pas, e Seus poderes permanecem insuspeitos aos que vivem perto d'Eles. Qualquer homem que quiser pode atrair Sua ateno, mas ele pode fazer isso apenas mostrando-se digno de Sua ateno.

Ningum deve temer que seus esforos passem impercebidos; tal lapso impossvel, pois o homem que se est devotando a um servio como este, destaca-se do restante da humanidade como uma grande chama numa noite escura.

Uns poucos destes grandes Adeptos, que ora trabalham pelo bem do mundo, desejam tomar como aprendizes aqueles que resolveram devotar-se completamente ao servio da humanidade; tais Adeptos so chamados Mestres.

Um desses aprendizes foi Helena Petrovna Blavatsky - uma grande alma que foi enviada para oferecer conhecimento ao mundo. Junto com o Coronel Henry Olcott ela fundou a Sociedade Teosfica para a disseminao deste conhecimento que ela devia dar.

Entre aqueles que entraram em contato com ela naqueles velhos tempos estava A. P. Sinnett, o editor de The Pioneer, e seu agudo intelecto imediatamente captou a magnitude e a importncia do ensino que ela lhe apresentou. Mesmo que Madame Blavatsky j tivesse antes escrito sis sem Vu, havia atrado apenas escassa ateno, e foi o Sr. Sinnett que primeiro tornou o ensino prontamente disponvel aos leitores ocidentais com seus dois livros, O Mundo Oculto e Buddhismo Esotrico.

Foi atravs destes trabalhos que eu prprio primeiro vim a conhecer seu autor, e depois a prpria Madame Blavatsky; de ambos aprendi muito. Quando perguntei a Madame Blavatsky como poderia aprender mais ainda, como se poderia fazer um progresso definido ao longo da Senda que ela nos apontou, ela me falou da possibilidade de outros estudantes serem aceitos como aprendizes pelos grandes Mestres, assim como ela mesma havia sido aceita, e que o nico caminho de obter esta aceitao era mostrar-se digno dela pelo trabalho diligente e altrusta.

Ela me disse que para atingir esta meta um homem deve ser absolutamente unidirecionado em sua determinao; que ningum que tente servir Deus e Mammon jamais poderia esperar conseguir. Um destes mesmos Mestres disse: "A fim de conseguir, um discpulo deve deixar seu mundo e entrar no nosso."

Isto significa que ele deve cessar de ser um na maioria que vive pela riqueza e poder, e deve juntar-se diminuta minoria que no se importa nada com estas coisas, mas vive somente a fim de devotar-se altruisticamente ao bem do mundo.

Ela advertiu-nos claramente que o caminho era difcil de seguir, e que seramos incompreendidos e vilipendiados por aqueles que ainda viviam no mundo, e no devamos olhar frente seno para o mais rduo dos trabalhos rduos; e ainda que o resultado fosse assegurado, ningum poderia prever quando seria atingido. Alguns de ns aceitaram estas condies alegremente, e em nenhum momento nos arrependemos de tal deciso.

Depois de alguns anos de trabalho eu tive o privilgio de entrar em contato com estes grandes Mestres de Sabedoria; d'Eles eu aprendi muitas coisas - entre outras, como verificar por mim mesmo em primeira mo a maioria dos ensinamentos que Eles haviam dado. De modo que, neste assunto, escrevo do que sei, e do que tenho visto por mim mesmo. Certos pontos so mencionados no ensino, pois para sua verificao so necessrios poderes alm de qualquer coisa que eu j tenha obtido.

Deles, s posso dizer que so consistentes com o que j sei, e em muitos casos so necessrios como hipteses confirmadoras do que tenho visto. Eles me chegaram, junto com o resto do sistema Teosfico, com a autoridade destes poderosos Instrutores. Desde ento eu tenho aprendido a examinar por mim mesmo a de longe maior parte do que me foi dito, e tenho descoberto que a informao dada a mim est correta em cada detalhe; portanto justifica-se que eu defenda a probabilidade de que aquela outra parte, a que eu ainda no posso verificar, tambm provar estar correta quando eu chegar naquele nvel.

Obter a honra de ser aceito como um aprendiz de um dos Mestres da Sabedoria o objetivo definido por cada estudante Teosfico srio. Mas significa um esforo definido. Sempre tm havido homens que estiveram desejosos de fazer o esforo necessrio, e portanto sempre tm havido homens que souberam. O conhecimento to transcendente que quando um homem o incorpora plenamente se torna mais que um homem, e passa alm de nosso alcance.

Mas h estgios na aquisio deste conhecimento, e podemos aprender muito, se quisermos, daqueles que tambm ainda esto em processo de aprendizagem; pois todos os seres humanos esto em um ou outro degrau na escada da evoluo.

O primitivo est na base; ns que somos civilizados j escalamos parte do caminho. Mas ainda que possamos olhar para trs e ver degraus da escada que j passamos, tambm podemos olhar para a frente e ver muitos degraus acima de ns que ainda no atingimos. Assim como existem homens que esto mesmo agora em cada um dos degraus acima, por isso podemos ver os estgios pelos quais o homem subiu; assim tambm como h homens em cada degrau acima de ns, igualmente pelo estudo deles podemos ver como o homem subir no futuro.

Precisamente porque vemos homens em cada degrau desta escadaria, que conduz a uma glria que j no temos palavras para expressar, sabemos que a ascenso quela glria nos possvel.

Os que esto muito acima de ns, to acima que nos aparecem como deuses em Seu maravilhoso conhecimento e poder, contam-nos que Eles at no muito tempo atrs estavam onde ns estamos agora, e Eles nos indicam claramente os passos que faltam, os que devemos dar se havemos de ser como Eles.

UM MANUAL DE TEOSOFIA Charles. W. Leadbeater - Escola Teosfica

UM MANUAL DE TEOSOFIA - Captulo 3

A FORMAO DO SISTEMA SOLAR O incio do universo (se jamais teve algum incio) est fora de nosso alcance. No ponto da histria mais remoto a que podemos chegar, os dois grandes opostos do Esprito e matria, da vida e da forma, j esto em plena atividade. Acreditamos que a concepo comum de matria requer uma reviso, pois o que comumente so chamadas fora e matria em realidade so somente duas variedades do Esprito em diferentes estgios de evoluo, e a matria real ou base de tudo jaz no pano de fundo impercebido.

Um cientista francs disse recentemente: "No h matria; no h nada exceto buracos no ter." Isto tambm concorda com a celebrada teoria do Prof. Osborne Reynolds. A investigao oculta mostra que esta a viso correta, e deste modo explica o que os livros sacros Orientais querem dizer quando falam que a matria uma iluso.

A matria primordial como vista em nosso nvel o que os cientistas chamam de ter do espao (o que tem sido descrito na Qumica Oculta sob o nome de koilon). Para cada sentido fsico o espao ocupado por ele aparentemente vazio, ainda que em realidade este ter seja muitssimo mais denso do que qualquer coisa que possamos conceber. Sua densidade definida pelo Prof. Reynolds como sendo dez mil vezes maior que a da gua, o que significa uma presso de 750.000 toneladas por polegada quadrada.

Esta substncia perceptvel s ao poder clarividente altamente treinado. Devemos presumir um tempo (ainda que no tenhamos conhecimento direto neste ponto) quando esta substncia preenchia todo o espao. Devemos tambm supor que algum grande Ser (no a Deidade de um sistema solar, mas algum Ser quase infinitamente mais excelso que aquela) alterou esta condio de repouso ao derramar Seu Esprito ou fora dentro de certa seo desta matria, uma seo do tamanho de um universo inteiro.

O efeito da introduo desta fora como o do soprar de uma poderosa respirao; ela formou neste ter um incalculvel nmero de pequenas bolhas esfricas (referidas na Doutrina Secreta como os buracos que Fohat abre no espao), e estas bolhas so os tomos ultrrimos de que o que chamamos matria composta. No so os tomos do qumico, sequer os tomos derradeiros do mundo fsico. Eles esto em um nvel muitssimo mais elevado, e o que usualmente chamamos tomos so compostos de vastas agregaes destas bolhas, como ser visto mais adiante.

Quando a Deidade Solar comea a formar Seu sistema, Ela encontra j pronto mo este material - esta infinita massa de pequenas bolhas que podem ser construdas nos diversos tipos de matria como a conhecemos. Ela comea definindo o limite de Seu campo de atividade, uma vasta esfera cuja circunferncia muito maior que a rbita do mais externo de Seus futuros planetas. Dentro do limite desta esfera Ela dispe um tipo de vrtice gigantesco - um movimento que rene juntas todas as bolhas numa vasta massa central, o material da nebulosa que h de nascer.

Nesta vasta esfera giratria Ela aplica sucessivos impulsos de fora, juntando as bolhas em agregaes cada vez mais e mais complexas, e produzindo desta maneira sete gigantescos mundos interpenetrantes de matria em diferentes graus de densidade, todos concntricos e todos ocupando o mesmo espao.

Agindo atravs de Seu Terceiro Aspecto, Ela envia para esta esfera estupenda o primeiro destes impulsos. Ele produz em toda a esfera um imenso nmero de pequenos vrtices, cada qual atraindo para si quarenta e nove bolhas, e as arranja de certa forma. Estes pequenos agrupamentos de bolhas assim formadas so os tomos do segundo dos mundos interpenetrantes. O nmero total de bolhas no utilizado deste modo, um nmero suficiente sendo deixado em estado dissociado para atuarem como tomos para o primeiro e mais elevado destes mundos.

No devido tempo chega o segundo impulso, que captura quase todas as quarenta e nove bolhas atmicas (deixando s o bastante para suprir de tomos o segundo mundo), as recolhe em si e ento, expelindo-as novamente, organiza vrtices entre elas, cada qual abrigando em si 2.401 bolhas (492). Estas formam os tomos do terceiro mundo. Novamente depois de algum tempo vem um terceiro impulso, que da mesma forma rene quase todas estas 2.401 bolhas atmicas, devolve-lhes a sua forma original, e de novo as expele para fora mais uma vez como tomos do quarto mundo - cada tomo contendo esta vez 493 bolhas.

Este processo repetido at que o sexto desses impulsos sucessivos tenha construdo o tomo do stimo ou mundo mais inferior - um tomo que contm 496 das bolhas originais. Este tomo de stimo mundo o tomo derradeiro do mundo fsico - no qualquer dos tomos de que fala o qumico, mas aquele ultrrimo dos quais seus tomos so feitos.

Neste estgio ns teremos chegado quela condio das coisas na qual a vasta esfera rodopiante contm em si sete tipos de matria, todas uma s em essncia, pois todas construdas do mesmo tipo de bolhas, mas diferindo em seu grau de densidade. Todos esses tipos so livremente entremesclados, de modo que exemplares de cada tipo sejam encontrados numa pequena poro tomada ao acaso de qualquer parte da esfera, entretanto, com uma tendncia geral de os tomos mais pesados gravitarem mais e mais em direo ao centro.

O stimo impulso enviado do Terceiro Aspecto da Deidade no transforma, como antes, de volta os tomos fsicos que foram feitos por ltimo nas bolhas dissociadas originais, mas rene-os em certas agregaes, fazendo assim um nmero de diferentes tipos do que podemos chamar de proto-elementos, e estes novamente so reunidos juntos em vrias formas que so conhecidas na cincia como elementos qumicos.

Essas elaboraes se estendem por um perodo de longas eras, e so feitas em uma certa ordem definida pela interao de diversas foras, como corretamente indicado no trabalho de Sir William Crookes A Gnese dos Elementos. Na verdade o processo de sua elaborao mesmo agora ainda no est concludo; o urnio o ltimo e mais pesado elemento at onde sabemos, mas outros ainda mais complexos podem talvez ser produzidos no futuro.

Com o passar das eras a condensao aumentou, e logo o estgio de uma vasta nebulosa incandescente foi alcanado. Ao resfriar-se, mas ainda girando com rapidez, achatou-se em um imenso disco e gradualmente partiu-se em anis em torno de um corpo central - um arranjo no dessemelhante daquele que Saturno exibe nos dias de hoje, ainda que numa escala muitssimo maior.

Aproximando- se o momento em que os planetas seriam necessrios para os propsitos da evoluo, a Deidade criou na espessura de cada anel um vrtice subsidirio, no qual uma grande quantidade de matria do anel fosse gradualmente coletada. As colises dos fragmentos reunidos provocou uma revivescncia do calor, e o planeta resultante foi por longo tempo uma massa de gs incandescente. Pouco a pouco ela esfriou de novo, at que se aprontou para ser o teatro de vida como a nossa. Assim todos os planetas foram formados.

Quase toda a matria desses mundos interpenetrantes a esta altura estava concentrada nos planetas recm-formados. Cada um deles era e composto de todos aqueles diferentes tipos de matria. A Terra sobre onde vivemos agora no apenas uma grande bola de matria fsica, construda com os tomos daquele mundo inferior, mas tambm tem associado um abundante suprimento de matria do sexto, do quinto, do quarto e dos outros mundos.

bem sabido de todos os estudantes de cincia que partculas de matria na verdade jamais tocam umas nas outras, mesmo na mais densa das substncias. Os espaos entre elas esto em muitssimo maior proporo do que seu prprio tamanho - enormemente maior. De modo que existe um amplo espao para todos os outros tipos de tomos de todos os outros mundos, no s para permanecerem entre os tomos da matria mais densa, mas para se moverem mui livremente por entre e em torno deles.

Conseqentemente, este globo sobre onde vivemos no s um nico mundo, mas sete mundos interpenetrantes, todos ocupando o mesmo espao, exceto que os tipos mais finos de matria se estendem para mais alm do centro do que o faz a matria mais densa. Ns demos nomes a esses mundos interpenetrantes por convenincia ao falarmos deles. Nenhum nome necessrio para o primeiro, j que o homem ainda no est em conexo direta com ele; mas quando for preciso mencion-lo, poderamos cham-lo de mundo divino (A Presena EU SOU). O segundo descrito como sendo o mondico (O Corpo Causal), porque nele existem aquelas Centelhas da Vida divina que denominamos Mnadas humanas; mas tampouco estas podem ser alcanadas mesmo pela mais elevada investigao clarividente por enquanto possvel para ns. A terceira esfera, cujos tomos contm 2.401 bolhas, chamada de mundo espiritual, porque nele atua o mais alto Esprito no homem do modo como hoje ele constitudo (O Santo Cristo Pessoal o O EU Superior). O quarto o mundo intuicional (previamente chamado na Teosofia de plano bdico) porque dele provm as mais altas intuies (O Corpo da Memria). O quinto o mundo mental, porque de sua matria construda a mente do homem (O Corpo Mental). O sexto dito mundo emocional ou astral, porque as emoes do homem provocam ondulaes em sua matria (o nome astral lhe foi dado pelos alquimistas medievais, porque sua matria cintilante ou brilhante como estrelas, comparada quela do mundo mais denso) (O Corpo Emocional ou dos Desejos). O stimo mundo, composto do tipo de matria que vemos nossa volta, chamado de fsico (O Corpo Fsico).

A matria de que todos esses mundos interpenetrantes so construdos essencialmente a mesma, mas diferentemente arranjada e em diferentes graus de densidade. Portanto as freqncias em que esses vrios tipos de matria normalmente vibram tambm diferem. Elas podem ser consideradas como uma vasta gama de ondulaes consistindo de muitas oitavas. A matria fsica utiliza um certo nmero das oitavas mais baixas, a matria astral um outro grupo de oitavas logo acima destas, a matria mental um grupo ainda mais elevado, e assim por diante.

No s cada um destes mundos tm seu prprio tipo de matria; tambm tem seu prprio conjunto de agregaes desta matria - suas prprias substncias. Em cada mundo arranjamos estas substncias em sete classes de acordo com a taxa em que vibram suas molculas. Usualmente, mas no sempre, as oscilaes mais lentas envolvem tambm uma molcula maior - uma molcula, digamos, construda por um arranjo especial das molculas menores da subdiviso imediatamente superior.

A aplicao de calor aumenta o tamanho das molculas e tambm acelera e amplifica suas ondulaes, de modo que elas cobrem um maior terreno, e o objeto como um todo se expande, at atingir o ponto onde as agregaes de molculas se rompem, e estas passam de uma condio para a imediatamente superior. Na matria do mundo fsico as sete subdivises so representadas por sete graus de densidade da matria, aos quais, partindo de baixo para cima, damos os nomes de slido, lquido, gasoso, etreo, super-etreo, sub-atmico e atmico.

A subdiviso atmica uma na qual todas as formas so construdas pela compresso dos tomos fsicos em certas formas, sem qualquer reunio prvia destes tomos em blocos ou molculas. Tipificando por ora o tomo fsico ultrrimo como um tijolo, qualquer forma na subdiviso atmica seria feita pela reunio de alguns tijolos, e moldando-os em certa forma. A fim de fazer matria para a subdiviso imediatamente inferior, um certo nmero de tijolos (tomos) primeiro seriam reunidos e cimentados em blocos menores de, digamos, quatro tijolos cada, cinco tijolos cada, seis ou sete tijolos; e ento estes blocos assim feitos seriam usados como pedras para construo. Para a prxima subdiviso diversos blocos da segunda subdiviso cimentados juntos de certas maneiras formariam pedras de construo, e do mesmo modo at a mais inferior.

Para transferir qualquer substncia da condio slida para a lquida (isto , para dissoci-la) aumentamos a vibrao de suas molculas componentes at que enfim sejam fragmentadas nas molculas mais simples de que so constitudas. Este processo pode em todos os casos ser repetido de novo e de novo at que finalmente toda e qualquer substncia pode ser reduzida aos tomos ultrrimos da mundo fsico.

Cada um destes mundos tem seus habitantes, cujos sentidos so normalmente capazes de responder s ondulaes apenas de seu prprio mundo. Um homem vivendo (como estamos fazendo) no mundo fsico v, ouve, sente, atravs de vibraes associadas matria fsica em seu redor. Ele igualmente rodeado pelos mundos astral e mental e os outros mundos que esto interpenetrando seu prprio mundo mais denso, mas ele normalmente inconsciente, porque seus sentidos no podem responder s vibraes de suas matrias, exatamente como nossos olhos fsicos no podem ver pelas vibraes da luz ultravioleta, ainda que experimentos cientficos demonstrem que elas existem, e h outras conscincias com rgos diversamente formados que podem v-las.

Um ser vivendo no mundo astral poderia estar ocupando exatamente o mesmo espao de um ser vivendo no mundo fsico, sendo cada um inteiramente inconsciente do outro e de modo algum impedindo o movimento livre do outro. O mesmo verdade para todos os outros mundos. Estamos neste momento rodeados por estes mundos de matria mais fina, to prximos de ns quanto o mundo que podemos ver, e seus habitantes esto passando atravs de, e em torno de ns, mas estamos inteiramente inconscientes deles.

Uma vez que a nossa evoluo no presente est centrada sobre este globo a que chamamos Terra, s em relao a ela que estamos falando deste mundos superiores, pois no futuro quando eu usar o termo "mundo astral" eu estarei querendo dizer a parte astral de nosso prprio globo somente, e no (como at aqui) a parte astral de todo o sistema solar. Esta parte astral de nosso prprio mundo tambm um globo, mas de matria astral. Ocupa o mesmo lugar que o globo que vemos, mas sua matria (sendo muito mais difana) se estende no espao em todas as direes mais do que o faz a atmosfera da Terra - muito mais alm. Ele se estende at um pouco menos que a distncia mdia at a Lua, de modo que mesmo que os dois globos, a Terra e a Lua, estejam afastados quase 240.000 milhas, os globos astrais destes dois corpos se tocam quando a Lua est no seu perigeu (o ponto de menor distncia entre os dois corpos), mas no quando est em seu apogeu (o ponto de maior distncia).

Aplicarei o termo "mundo mental" ao globo ainda maior de matria mental em meio ao qual nossa Terra existe. Quando chegamos aos globos ainda mais elevados temos esferas grandes o bastante para tocar as esferas correspondentes de outros planetas no sistema, ainda que sua matria tambm esteja to cerca de ns aqui na superfcie da Terra slida como aquela dos outros. Todos estes globos de matria mais fina so partes de ns, e esto todos girando ao redor do Sol com suas partes visveis. O estudante faria bem em acostumar-se a pensar em nossa Terra como o conjunto de sua massa de mundos interpenetrantes - no somente a comparativamente pequena bola fsica no centro dele.

UM MANUAL DE TEOSOFIA Charles. W. Leadbeater - Escola TeosficaContinua . . . __._,_._____._,_.___ UM MANUAL DE TEOSOFIA - Captulo 4 - A EVOLUO DA VIDA Todos os impulsos de vida que eu descrevi como construindo os mundos interpenetrantes, veio do Terceiro Aspecto da Deidade. Da este Aspecto ser chamado no esquema Cristo, "o Doador da Vida", o Esprito que pairava sobre a face das guas do espao. Na literatura Teosfica estes impulsos so usualmente tomados como um conjunto, e chamado de Primeira Emanao.

Quando os mundo tiverem sido preparados at esta extenso, e a maioria dos elementos qumicos j existir, a Segunda Emanao de vida tem lugar, e provm do Segundo Aspecto da Deidade.

Ela traz consigo o poder de combinao. Em todos os mundos visto existir o que poderia ser pensado como os elementos correspondentes queles mundos. Ela prosseguiu na combinao daqueles elementos em organismos que ento animou, e deste modo construiu os sete reinos da natureza.

A Teosofia reconhece sete reinos, porque considera o homem como separado do reino animal, e leva em conta diversos estgios de evoluo que so invisveis pelo olho fsico, e lhes d a denominao medieval de "reinos elementais".

A Vida divina se derrama na matria de cima para baixo, e seu curso completo pode ser imaginado tendo dois estgios - a gradual incorporao de matria mais e mais densa, e ento o gradual abandono de novo dos veculos que assumiu.

O primeiro nvel em que seus veculos podem ser cientificamente observados o mental - o quinto contando do mais rarefeito para o mais grosseiro, o primeiro no qual h globos separados.

No estudo prtico considerado conveniente dividir este mundo mental em duas partes, que chamamos superior e inferior de acordo com o grau de densidade de sua matria. O superior consiste das trs subdivises mais finas de matria mental; o inferior, das outras quatro.

Quando a Emanao atinge o mundo mental superior, rene os elementos etreos de l, combina-os no que naquele nvel corresponde a substncias, e destas substncias constri formas em que habita. A este chamamos de o primeiro reino elemental.

Depois de um longo perodo de evoluo, atravs de diversas formas naquele nvel, a onda de vida, que todo o tempo est pressionando constantemente para baixo, aprende a se identificar tanto com aquelas formas, em vez de ocup-las e abandon-las periodicamente, que capaz de mant-las permanentemente e faz-las partes de si mesma, de modo que daquele nvel, pode proceder temporria ocupao de formas em um nvel mais baixo.

Quando atinge este estgio que denominamos de segundo reino elemental, cuja vida animada reside nos nveis mentais superiores, enquanto que os veculos atravs de que se manifesta esto nos inferiores.

Aps um outro vasto perodo de durao similar, visto que a presso descendente provocou a repetio deste processo; uma vez mais a vida identificou- se com suas formas, e fixou residncia nos nveis mentais inferiores, de modo a ser capaz de animar corpos no mundo astral. Neste estgio ns a chamamos de terceiro reino elemental.

Falamos de todas estas formas como mais finas ou mais densas relativamente uma outra, mas todas elas so quase infinitamente mais rarefeitas que qualquer uma a que estejamos acostumados no mundo fsico.

Cada um destes trs um reino da Natureza, to variado em suas manifestaes de suas diversas formas de vida como os reinos vegetal e animal que conhecemos.

Depois de um longo perodo passado animando as formas do terceiro destes mundos elementais ela por sua vez se identifica com eles, e assim se torna capaz de animar a parte etrea do reino mineral, e se torna a vida que o vivifica - pois h uma vida no reino mineral tanto como h no vegetal ou animal, ainda que em condies onde no pode se manifestar to livremente. No curso da evoluo mineral, a presso descendente a faz identificar- se do mesmo jeito com a matria etrea do mundo fsico, e daquele, animar a matria mais densa dos minerais que so perceptveis aos nossos sentidos.

No reino mineral inclumos no s o que usualmente chamamos de minrios, mas tambm os lquidos, gases e muitas substncias etreas que so desconhecidas da cincia ocidental.

Toda a matria da qual sabemos alguma coisa matria viva, e a vida que contm, est sempre evoluindo. Quando atinge o ponto central do estgio mineral, a presso descendente cessa, e substituda por uma tendncia ascensional; a exteriorizao ter cessado e a interiorizao, comeado.

Quando a evoluo mineral completada, a Vida ter se retirado novamente para o mundo astral, mas armazenando em si todos os resultados obtidos atravs de suas experincias no fsico. Neste estgio ela anima formas vegetais, e comea a mostrar-se muito mais claramente como o que comumente chamamos de vida - vida vegetal de todos os tipos; e num estgio ainda ulterior de seu desenvolvimento deixa o reino vegetal e anima o reino animal.

O atingimento deste nvel o sinal de que j ter se retirado ainda mais, e agora est atuando a partir do mundo mental inferior. A fim de trabalhar na matria fsica a partir daquele mundo mental ela deve atuar atravs de matria astral intermediria; e aquela matria astral, agora j no mais parte da vestimenta da alma-grupo como um todo, mas o corpo astral individual do animal em questo, como mais adiante explicaremos.Em cada um destes reinos ela no s passa um perodo de tempo que para nossa concepo quase inacreditavelmente longo, mas tambm percorre um curso definido de evoluo, comeando das manifestaes inferiores daquele reino e terminando com as superiores.

No reino vegetal, por exemplo, a fora-vida poderia iniciar sua trajetria ocupando gramneas ou musgos e terminar animando magnficas rvores de floresta. No reino animal poderia comear com os mosquitos ou animlculos, e encerrar com as mais refinadas espcies de mamferos. O processo todo de constante evoluo de formas inferiores para as superiores, das mais simples para as mais complexas. Mas o que est evoluindo no prioritariamente a forma, mas a vida interna.

As formas tambm evoluem e tornam-se melhores medida que o tempo transcorre; mas para que possam ser veculos apropriados para ondas de vida mais e mais avanadas.

Quando a vida (alma) atinge o mais alto nvel possvel no reino animal, ento pode passar para o reino humano, sob condies tais como as que logo explicaremos.

A Emanao deixa um reino e passa para outro, de modo que se tivssemos que lidar com apenas uma nica onda desta Emanao, s poderamos ter em existncia, um reino de cada vez.

Mas a Deidade envia uma constante sucesso destas ondas, de modo que a qualquer dado momento, encontramos diversas delas simultaneamente em operao.

Ns prprios representamos uma destas ondas; mas encontramos evoluindo ao nosso lado uma outra onda que anima o reino animal - uma onda que procedeu da Deidade um estgio depois do que o fizemos.

Encontramos ainda o reino vegetal, que representa uma terceira onda, e o reino mineral, que representa uma quarta; e os ocultista sabem da existncia nossa volta de trs reinos elementais, que representam a quinta, sexta e stima ondas.

Todas estas, entretanto, so influxos sucessivos da mesma grande Emanao do Segundo Aspecto da Deidade.

Temos aqui, ento, um esquema de evoluo no qual a Vida divina se envolve mais e mais fundamente na matria, a fim de que atravs dessa matria possa receber vibraes que de outro modo no a afetariam - impactos externos, que por etapas despertam nela padres de ondulao correspondentes aos seus, de modo que ela aprende a responder-lhes. Mais tarde ali aprende a gerar por si mesma estes padres de ondulao, e assim se torna um ser possudo de poderes espirituais.

Podemos presumir que quando esta Emanao de vida originalmente saiu da Deidade, em algum nvel alm de nosso poder de cognio, talvez tenha sido homognea; mas quando primeiro chega percepo prtica, quando est no mundo intuicional, mas apenas animando corpos feitos de matria do mundo mental superior, j no uma s gigantesca alma-mundial, mas muitas almas,

Suponhamos uma Emanao homognea, que pode ser considerada como uma nica imensa alma, numa extremidade da escala; noutra, quando atingida a humanidade, temos que aquela nica alma vasta partiu-se em milhes das comparativamente pequenas almas dos homens individuais.

Em qualquer estgio entre estes dois extremos encontramos uma condio intermdia, a imensa alma-mundial j subdividida, mas no at o mais extremo limite possvel de subdiviso.

Cada homem uma alma, mas no cada animal ou cada planta. O homem, como uma alma, pode se manifestar somente atravs de um corpo de cada vez no mundo fsico, ao passo que uma alma animal se manifesta simultaneamente atravs de uma quantidade de corpos animais, uma alma vegetal atravs de uma quantidade de plantas separadas. Um leo, por exemplo, no uma entidade permanentemente separada do mesmo modo que um homem o . Quando um homem morre - isto , quando ele, enquanto alma, deixa de lado seu corpo fsico, permanece exatamente como era antes, uma entidade separada de todas as outras entidades. Quando o leo morre, aquilo que tinha sido sua alma separada devolvido massa de onde veio - uma massa que ao mesmo tempo est provendo as almas para muitos outros lees. Para tal massa damos o nome de "alma-grupo" .A uma alma-grupo como esta, est associada a um considervel nmero de corpos leoninos - digamos uma centena. Cada um destes corpos enquanto vive tem sua centsima parte da alma-grupo ligada a ele, e durante este tempo aparenta ser de todo separado, de maneira que o leo, durante sua vida fsica, to "um indivduo", quanto o homem; mas no um indivduo permanente. Quando ele morre a sua alma reflui para a alma-grupo a que pertence, e aquela mesma alma leonina no pode ser separada novamente do grupo.Uma analogia til pode ajudar na compreenso. Imagine a alma-grupo sendo representada pela gua dentro de um balde, e a centena de corpos de lees por cem copos. Quando cada copo mergulhado no balde retira uma medida de gua (a alma separada). Aquela gua durante o perodo assume a forma do veculo que preenche, e temporariamente separada da gua que permanece no balde, e da gua nos outros copos. Agora coloque-se em cada um dos cem copos alguma espcie de corante ou alguma espcie de aromatizante. Isto representaria as qualidades desenvolvidas pelas suas experincias na alma separada do leo durante sua vida. Devolva a gua do copo para o balde; isso representa a morte do leo. A matria corante ou aromatizante ser disseminada por toda a gua no balde, mas dar uma colorao muito mais tnue, um odor muito menos pronunciado quando assim distribuda do que quando estava confinada a um s copo. As qualidades desenvolvidas pela experincia de um leo ligado quela alma-grupo so deste modo compartilhadas por toda a alma-gupo, mas em grau muito menor.Podemos tirar outro copo de gua daquele balde, mas jamais poderemos obter a mesmssima gua depois de ela ter-se misturado restante. Cada copo de gua retirado daquele balde no futuro, conter alguns traos do corante ou aromatizante posto em cada copo cujo contedo tiver retornado ao balde. Assim as qualidades desenvolvidas pela experincia de um nico leo se tornaro propriedade comum de todos os lees que futuramente nascerem daquela alma-grupo, ainda que em grau menor do que existiam naquele leo individual que as desenvolveu. Esta a explicao para os instintos herdados; este o porqu de um patinho chocado por uma galinha correr instantaneamente para a gua sem precisar que lhe mostrem como nadar; o porqu de um pinto esconder-se viso da sombra de uma guia mal sai do ovo; o porqu de um pssaro que foi artificialmente criado, e jamais viu um ninho, no obstante sabe como fazer um, e o faz de acordo com as tradies de sua espcie.

Mais abaixo na escala da vida animal, enormes nmeros de corpos so associados a uma nica alma-grupo - incontveis milhes, por exemplo, no caso de alguns dos insetos menores; mas medida que subimos no reino animal o nmero de corpos associados a uma s alma-grupo se torna cada vez menor, e portanto as diferenas entre os indivduos se tornam maiores.Assim as almas-grupo gradualmente se fragmentam. Retornando ao smbolo do balde, medida que copo aps copo d'gua retirado dele, colorido com algum tipo de substncia corante e a ele devolvido, toda a gua do balde gradualmente se torna mais rica em cor. Suponha que por estgios imperceptveis algum tipo de pelcula vertical se forme atravs do centro do balde, e gradualmente se solidifique numa diviso, de modo que agora tenhamos uma metade direita e uma esquerda no balde, e cada copo de gua que fosse retirado fosse devolvido sempre para a mesma metade de onde foi retirado.

Ento logo uma diferena se estabelecer, e o lquido em uma das metades do balde j no ser o mesmo que o da outra metade. Teramos ento praticamente dois baldes, e quando este estgio atingido numa alma-grupo, ela se divide em duas, como uma clula se separa por fisso.

Desta forma, medida que a experincia se enriquece sempre mais, as almas-grupo se tornam menores mas mais numerosas, at que no ponto mais alto chegamos ao homem com sua alma individual, que j no mais retorna a um grupo mas sempre permanece separado.

Uma das ondas de vida est vivificando todo um reino; mas nem todas as almas-grupo naquela onda de vida passaro por todo aquele reino desde baixo at em cima.

Se no reino vegetal uma certa alma-grupo tiver animado rvores florestais, quando passar para o reino animal omitir todos os estgios inferiores - isto , jamais habitar insetos ou rpteis, mas comear logo no nvel dos mamferos inferiores.

Os insetos e rpteis sero vivificados por almas-grupo que por algumas razes deixaram o reino vegetal num nvel muito mais baixo do que a rvore de floresta. Da mesma maneira a alma-grupo que tiver atingido os nveis mais altos do reino animal, no se individualizar em selvagens primitivos mas em homens de um tipo algo superior, os selvagens primitivos sendo recrutados de almas-grupo que deixaram o reino animal em um nvel inferior.

Almas-grupo em qualquer nvel ou em todos os nveis se distribuem em sete grandes tipos, de acordo com o Ministro da Deidade atravs de cuja vida emanaram.

Estes tipos so claramente distinguveis em todos os reinos, e as sucessivas formas assumidas por cada um deles constituem sries interligadas, de modo que animais, vegetais, e as variedades das criaturas elementais podem ser arranjadas todas dentro de sete grandes linhas, e a vida percorrendo uma destas linhas no se desviar para nenhuma das outras.

Nenhuma classificao detalhada j foi feita sobre os animais, plantas ou minerais a partir deste ponto de vista; mas certo que a vida que encontrada animando um mineral de um tipo especial jamais vivificar qualquer outro tipo alm do seu mesmo, ainda que naquele tipo possa variar.

Quando passa para os reinos vegetal e animal, habitar vegetais e animais daquele tipo e no de outro, e quando eventualmente atingir a humanidade, se individualizar em homens daquele tipo e no de outro.

O mtodo de individualiza o a elevao da alma de um animal particular a um nvel muito mais alto do que o atingido por sua alma-grupo de modo que j no pode mais voltar a ele mais tarde.

Isso no pode ser feito com qualquer animal, mas s com aqueles cujo crebro estiver desenvolvido at certo nvel, e o mtodo usualmente adotado para adquirir tal desenvolvimento mental trazer o animal a um contato estreito com o homem. A individualiza o, portanto, possvel somente para animais domsticos, e mesmo assim, s para certos tipos deles. frente de cada um dos sete tipos fica uma espcie de animal domstico - o cachorro em um, o gato em outro, o elefante num terceiro, o macaco num quarto, e assim por diante.

Os animais selvagens podem todos ser distribudos em sete linhas que conduzem aos animais domsticos; por exemplo, a raposa e o lobo obviamente esto na mesma linha do cachorro, enquanto o leo, o tigre e o leopardo igualmente bvio conduzem ao gato domstico; de modo que a alma-grupo animando a centena de lees mencionados antes poderia em um estgio posterior de evoluo ser dividida em, digamos, cinco almas-grupo, cada qual animando vinte gatos.

A onda de vida passa um longo perodo em cada reino; estamos agora recm passando da metade de um destes eons, e conseqentemente as condies no so favorveis para aquisio daquela individualiza o que normalmente ocorre s no final de um perodo.

Raros casos de tal aquisio podem ocasionalmente ser observados em alguns animais muito mais avanados que a mdia. A associao ntima com o homem necessria para produzir este resultado.

Se o animal bondosamente tratado desenvolve devotada afeio por seu amigo humano, e tambm desenvolve seus poderes intelectuais ao tentar entender aquele amigo e antecipar seus desejos.

Somando-se a isto, as emoes e os pensamentos do homem constantemente agem sobre os do animal, e tendem a elev-lo a um nvel mais alto tanto emocionalmente como intelectualmente.

Sob condies favorveis este desenvolvimento pode ir to longe a ponto de alar o animal pondo-o fora de contato com o grupo a que pertence, de modo que seu fragmento de alma-grupo se torna capaz de responder Emanao que provm do Primeiro Aspecto da Deidade.

Pois esta Emanao final, no como as outras, uma poderosa torrente afetando milhares ou milhes simultaneamente; vem para cada um individualmente assim que ele estiver pronto para receb-la.

Esta Emanao j ter descido at o mundo intuicional; mas no procede mais alm disso at que este mpeto ascendente seja feito pela alma do animal de baixo para cima; mas quando isso acontece esta Terceira Emanao desce para encontr-lo, e no mundo mental superior formado um Ego, uma individualidade permanente - permanente, ou seja, at que, muito mais adiante em sua evoluo, o homem o transcenda e retorne divina unidade de onde veio.

Para formar este Ego, o fragmento de alma-grupo (que at ento desempenhou sua parte sempre como fora animante) se torna por sua vez um veculo, e ele prprio animado por aquela divina Centelha que desceu nele do alto (a chama trina).

Pode ser dito que aquela Centelha esteve pairando no mundo mondico sobre a alma-grupo durante toda sua prvia evoluo, incapaz de efetuar a juno com ela at que seu correspondente fragmento na alma-grupo tivesse se desenvolvido o suficiente para permiti-lo.

esta separao do restante da alma-grupo e a formao de um Ego separado, que marca a distino entre os animais superiores e os homens inferiores.

UM MANUAL DE TEOSOFIA Charles. W. Leadbeater - Escola TeosficaContinua . . . UM MANUAL DE TEOSOFIA - Captulo 5 A CONSTITUIO DO HOMEM O homem portanto em essncia uma Centelha do Fogo divino, pertencendo ao plano mondico.

(A Presidente resolveu estabelecer agora um conjunto de nomes para os planos, de modo que no futuro estes sero usados em vez dos outro previamente empregados, Uma tabela deles dada abaixo como referncia)

Novos Nomes - Antigos Nomes 1. Mundo Divino - Plano Adi 2. Mundo Mondico - Plano Anupdaka 3. Mundo Espiritual - Plano tmico ou Nirvnico 4. Mundo Intuicional - Plano Bdico 5. Mundo Mental - Plano Mental 6. Mundo Emocional ou Astral - Plano Astral 7. Mundo Fsico - Plano Fsico

Estes substituiro os nomes dados no Vol. II de A Vida Interna.

Para aquela Centelha, residindo todo tempo naquele mundo, damos o nome de "Mnada". Para os propsitos da evoluo humana a Mnada se manifesta nos mundos inferiores. Quando ela desce um estgio e entra no mundo espiritual, se mostra l como o Esprito trplice, possuindo trs aspectos (exatamente como nos mundos infinitamente superiores a Deidade tem Seus Trs Aspectos).

Destes trs um permanece sempre naquele mundo, e o chamamos de Esprito no homem.

O segundo aspecto se manifesta no mundo intuicional, e falamos dele como sendo a Intuio no homem.

O terceiro se mostra no mundo mental superior, e o chamamos de Inteligncia no homem.

Estes trs aspectos tomados juntos constituem o Ego que anima o fragmento da alma-grupo. Assim o homem como o conhecemos, mesmo que na verdade uma Mnada residindo no mundo mondico, mostra-se como um Ego no mundo mental superior, manifestando estes trs aspectos de si mesma (Esprito, Intuio e Inteligncia) atravs daquele veculo de matria mental superior a que chamamos de corpo causal.

Este Ego o homem durante o estgio humano de evoluo; ele a correspondncia mais prxima, de fato, da concepo anti-cientfica comum sobre a Alma. Ele vive inalterado (exceto por seu crescimento) desde o momento da individualiza o at que a humanidade seja transcendida e mergulhe na divindade.

Ele no jamais afetado pelo que chamamos nascimento e morte; o que costumeiramente consideramos como sendo sua vida s um dia de sua vida. O corpo que podemos ver, o corpo que nasce e morre, uma roupa que ele veste para os propsitos de certa parte de sua evoluo.

Tampouco este o nico corpo que ele assume. Antes que ele, o Ego no mundo mental superior, possa tomar um veculo pertencente ao mundo fsico, deve fazer uma conexo com ele atravs dos mundos mental inferior e astral. Quando deseja descer ele providencia um vu em torno de si de matria do mundo mental inferior, a que chamamos seu corpo mental. Este o instrumento pelo qual pensa todos os seus pensamentos concretos - o pensamento abstrato sendo um poder do prprio Ego no mundo mental superior.

A seguir ele forma em seu redor um vu de matria astral, a que chamamos seu corpo astral; e este o instrumento de suas paixes e emoes, e ainda (em conjuno com a parte inferior de seu corpo mental) o instrumento de todos os pensamentos que so tingidos por egosmo ou sentimento pessoal.

Somente depois de assumir estes veculos intermedirios ele pode entrar em contato com o corpo fsico de um beb, e nascer no mundo que conhecemos. Ele vive atravs do que chamamos sua vida, adquirindo certas qualidades como resultado de suas experincias; e ao seu trmino, quando o corpo fsico abandonado, ele reverte o processo de descida e abandona um por um os veculos temporrios que assumiu.

O primeiro a ir-se o corpo fsico, e quando este descartado, sua vida centrada no mundo astral e vive em seu corpo astral.

A durao de sua estada naquele mundo depende da quantidade de paixo e emoo que ele desenvolveu em si nesta vida fsica. Se houver muito delas, o corpo astral fortemente vitalizado, e persistir por longo tempo; se houver pouco, o corpo astral tem menos vitalidade, e ele logo ser capaz de por sua vez deix-lo de lado. Quando isto feito, ele se encontra vivendo em seu corpo mental. A sua fora depende da natureza dos pensamentos aos quais se habituou, e usualmente sua estada neste nvel extensa. Ento ela chega a um fim, e ele depe por sua vez o corpo mental, e novamente o Ego est em seu prprio mundo.

Devido falta de desenvolvimento, ele ainda est s parcialmente cnscio naquele mundo; as vibraes de sua matria so rpidas demais para fazer qualquer impresso sobre ele, assim como os raios ultravioletas so rpidos demais para fazer qualquer impresso sobre nossos olhos.

Depois de um repouso l, ele sente o desejo de descer at um nvel onde as ondulaes lhe sejam perceptveis, a fim de que possa sentir-se plenamente vivo; assim ele repete o processo de descida para dentro da matria mais densa, e assume de novo um corpo mental, um astral e um fsico.

Como seus corpos anteriores j se desintegraram todos, cada um em seu tempo, estes novos veculos so inteiramente distintos dos outros, e assim ocorre que em sua vida fsica ele no tem qualquer lembrana das outras vidas semelhantes que a precederam.

Quando atua neste mundo fsico ele lembra atravs de seu corpo mental; mas uma vez que h um novo, assumido s depois de seu nascimento, naturalmente ele no pode conter nenhuma memria de nascimentos anteriores nos quais no teve parte alguma.

O prprio homem, o Ego, relembra sim todas elas, e ocasionalmente uma recordao parcial ou influncia delas se infiltra em seus novos veculos. Usualmente ele no lembra, em sua vida fsica, das experincias de vidas pregressas, mas de fato manifesta na vida fsica as qualidades que aquelas experincias desenvolveram nele.

Cada homem portanto exatamente o que fez de si durante aquelas vidas passadas; se nelas ele tiver desenvolvido boas qualidades em si mesmo, ele agora as possui; se negligenciou em treinar-se, e conseqentemente permitiu-se fraqueza e m disposio, ele se encontrar precisamente nestas condies agora. As qualidades, boas ou ms, com que nasce so aquelas que tiver construdo para si mesmo.Este desenvolvimento do Ego o objetivo de todo o processo de materializao; ele assume aqueles vus de matria precisamente porque atravs deles ele est apto para receber vibraes s quais possa responder, de modo que suas faculdades latentes possam ser assim desdobradas. Mesmo que o homem desa do alto para estes mundos inferiores, s atravs desta descida que um pleno conhecimento dos mundos superiores se desenvolve nele.

A conscincia plena em qualquer dos mundos envolve o poder de perceber e responder a todas as vibraes daquele mundo; portanto o homem comum no tem ainda conscincia perfeita em nenhum nvel - nem mesmo em seu mundo fsico que ele julga conhecer. possvel para ele desenvolver sua percepo em todos esses mundos, e por meio desta conscincia desenvolvida que observamos todos estes fatos que ora descrevo.

O corpo causal o veculo permanente do Ego no mundo mental superior. Consiste de matria da primeira, segunda e terceira subdivises daquele mundo. Em pessoas comuns ele ainda no totalmente ativo, sendo vivificada s a matria que pertence terceira subdiviso. medida que o Ego desdobra suas potencialidades latentes atravs do longo curso de sua evoluo, a matria superior gradualmente trazida atividade, mas s no homem aperfeioado a quem chamamos de Adepto que ela est desenvolvida at sua extenso mxima.

Tal matria pode ser distinguida pela viso clarividente, mas apenas por um vidente que saiba como usar a viso do Ego. difcil descrever um corpo causal completamente, porque os sentidos pertencentes a seu mundo so todos diversos e mais elevados do que os nossos neste nvel. A lembrana da aparncia de um corpo causal como possvel a um clarividente traz-la a seu crebro fsico a imagem de um ovide, que envolve o corpo fsico do homem, estendendo-se at uma distncia de cerca de cinqenta centmetros a partir da superfcie normal daquele corpo.

No caso de um homem primitivo ele lembra uma bolha, e d a impresso de ser vazio. Na realidade preenchido de matria mental superior, mas como ainda no foi chamada atividade permanece incolor e transparente. Com a continuidade do progresso gradualmente posto em alerta pelas vibraes que lhe chegam dos corpos inferiores. Isso se d apenas com lentido, porque as atividades do homem nos primeiros estgios de suas evoluo no tm um carter que encontre expresso em matria to rarefeita como a do corpo mental superior; mas quando um homem atinge o estgio onde ele capaz de pensamento abstrato ou emoo altrusta a matria do corpo causal despertada em resposta.

Quando estes padres ondulatrios so despertados nele mostram-se em seu corpo causal como cores, de modo que em vez de ser uma mera bolha transparente pouco a pouco se torna uma esfera cheia de matria das mais adorveis e delicadas tonalidades - um objeto cuja formosura est alm de toda descrio.

comprovado pela experincia que estas cores tm um significado. A vibrao que denota o poder de emoo altrusta se mostra como um rosa plido; a que indica alto poder intelectual amarela; a que expressa simpatia verde, enquanto que o azul indica sentimento devocional, e um luminoso azul violceo caracteriza a espiritualidade superior. O mesmo esquema de significados cromticos se aplica aos corpos que so construdos de matria mais densa, mas medida que nos aproximamos do mundo fsico os tons em cada caso so comparativamente mais grosseiros - no s menos delicados mas tambm menos vvidos.

No decurso da evoluo em mundos inferiores o homem freqentemente introduz em seus veculos qualidades que so indesejveis e inteiramente inadequadas para sua vida como Ego - tais como, por exemplo, o orgulho, a irritabilidade, a sensualidade. Esta, como o resto, so redutveis a vibraes, mas so em todos os casos vibraes das subdivises inferiores de seus respectivos mundos, e portanto no podem se reproduzir no corpo causal, que construdo exclusivamente de matria das trs subdivises superiores de seu mundo.

Pois cada seo do corpo astral atua fortemente sobre a seo correspondente do corpo mental, mas apenas sobre a seo correspondente; no pode influenciar nenhuma outra parte. Assim o corpo causal pode ser afetado s pelas trs pores superiores do corpo astral; e as oscilaes destas representam s boas qualidades.

O efeito prtico disso que o homem no pode construir no Ego (isto , em seu Eu real) nada seno boas qualidades; as ms qualidades que ele desenvolve so por natureza transitrias e devem ser descartadas medida em que avana, porque ele j no tem em si matria que as possa expressar.

A diferena entre os corpos causal do selvagem e do santo que no primeiro vazio e incolor, e no segundo cheio de matizes brilhantes e fulgurantes. Quando o homem passa para alm mesmo da santidade e se transforma em um grande poder espiritual, seu corpo causal aumenta em tamanho, porque tem muito mais a expressar, e tambm comea a irradiar de si em todas as direes poderosos raios de luz viva. Em algum que j tenha obtido o Adeptado este corpo de enormes dimenses.

O corpo mental construdo de matria das quatro subdivises inferiores do mundo mental, e se expressa os pensamentos concretos do homem. Aqui tambm encontramos o mesmo esquema de cores que no corpo causal. Os tons so algo menos delicados, e percebemos um ou dois acrscimos. Por exemplo, um pensamento de orgulho se mostra como laranja, enquanto a irritabilidade manifesta por um escarlate brilhante.

Podemos ver aqui o marrom brilhante da avareza, o marrom esverdeado do egosmo, e o verde acinzentado da falsidade. Aqui tambm vemos a possibilidade de uma mistura de cores; a afeio, o intelecto, a devoo podem ser tingidos pelo egosmo, e neste caso suas cores distintivas so mescladas ao marrom do egosmo, de modo que temos uma aparncia impura e opaca. Mesmo que suas partculas estejam sempre em movimento rpido entre si, este corpo tem ao mesmo tempo uma espcie de frouxa organizao.

O tamanho e formato do corpo mental so determinados pelos do veculo causal. H nele certas estrias que o dividem mais ou menos irregularmente em segmentos, cada um deles correspondendo a certo departamento do crebro fsico, de modo que cada tipo de pensamento deveria funcionar atravs de sua posio devidamente designada.

O corpo mental ainda to imperfeitamente desenvolvido nos homens que h muitos em quem um grande nmero de departamentos especiais ainda no est em atividade, e qualquer tentativa de pensamento pertencente a estes departamentos tem que percorrer algum canal inadequado que j estiver completamente aberto.

O resultado que aquele pensamento sobre estes assuntos para a maioria das pessoas confuso e incompreensvel. Este o porqu de algumas pessoas terem cabea para a matemtica e outras serem incapazes de somar corretamente - a causa pela qual algumas pessoas instintivamente entendem, apreciam e desfrutam da msica, enquanto outras no distinguem uma melodia da outra.

Toda a matria do corpo mental deveria estar circulando livremente, mas algumas vezes o homem permite que seu pensamento sobre certo assunto se fixe e solidifique, ento a circulao impedida, e h uma congesto que logo endurece numa espcie de calosidade no corpo mental. Tal calosidade se manifesta aqui em baixo para ns como um preconceito; e at que seja completamente reabsorvido e a circulao restaurada, impossvel para o homem pensar com verdade ou ver com clareza a respeito daquele departamento particular de sua mente, pois a congesto impede a livre passagem das vibraes tanto para fora como para dentro.

Quando um homem utiliza qualquer parte de seu corpo mental ele no s vibra mais rapidamente no momento, mas ainda temporariamente se expande e cresce em tamanho. Se houver um prolongado pensar sobre algum assunto este aumento se torna permanente, e assim possvel para o homem aumentar o tamanho de seu corpo mental seja ao longo de linhas desejveis ou indesejveis.

Bons pensamentos produzem vibraes na matria mais fina do corpo, as quais por gravidade especfica tendem a flutuar na parte superior do ovide; onde haja maus pensamentos, como egosmo e avareza, h sempre oscilaes na matria mais grosseira, que tendem a gravitar em direo parte mais baixa do ovide.Conseqentemente o homem comum, que se permite no raramente a pensamentos egostas de vrios tipos, usualmente expande a parte inferior de seu corpo mental, e apresenta mais ou menos a aparncia de um ovo com sua parte mais larga para baixo. O homem que tiver reprimido estes pensamentos vis, e tiver se devotado aos superiores, tende a expandir a parte superior de seu corpo mental, e portanto apresentar a aparncia de um ovo com sua parte mais larga para cima. De um estudo das cores e estrias do corpo mental de um homem o clarividente pode perceber o seu carter e o progresso que tiver feito em sua vida atual. A partir de caractersticas semelhantes no corpo causal ele pode ver quais progressos o Ego fez desde sua formao original, quando o homem deixou o reino animal. Quando um homem pensa em qualquer objeto concreto - um livro, uma casa, uma paisagem - ele constri uma pequena imagem do objeto na matria de seu corpo mental. Esta imagem flutua na parte superior daquele corpo, usualmente defronte face do homem e perto do nvel dos olhos. L permanece enquanto o homem estiver contemplando o objeto, e usualmente por um breve tempo depois, cuja durao depende da intensidade e da clareza do pensamento.

Esta forma muito objetiva, e pode ser vista por outra pessoa, se esta tiver desenvolvida a viso de seu prprio corpo mental. Se um homem pensa em outro, ele cria um pequeno retrato exatamente da mesma maneira. Se seu pensamento meramente contemplativo e no envolve sentimento (como afeto ou antipatia) ou desejo (como o de ver tal pessoa) o pensamento usualmente no afeta perceptivelmente o homem em que pensa.

Se associado com o pensamento sobre a pessoa h um sentimento, como por exemplo de afeio, um outro fenmeno ocorre alm da formao da imagem. O pensamento de afeio assume uma forma definida, que construda de matria do corpo mental do pensador.

Por causa da emoo envolvida, ele recolhe tambm matria de seu corpo astral, e assim temos uma forma astro-mental que se desprende do corpo em que foi gerada, e se move pelo espao em direo ao objeto do sentimento ou afeio.

Se o pensamento suficientemente forte, a distncia no faz qualquer diferena; mas o pensamento de uma pessoa comum normalmente fraco e difuso, e assim no tem efeito fora de uma rea limitada.

Quando esta forma-pensamento alcana o seu objeto descarrega-se em seu corpo astral ou mental, comunicando- lhes sua prpria freqncia de vibrao. Pondo em outros termos, um sentimento de amor enviado de uma pessoa para outra envolve uma verdadeira transferncia de certa quantidade de fora e de matria do emissor ao receptor, e seu efeito sobre o receptor o de despertar o sentimento de afeio nele, e leve mas permanentemente aumentando seu poder de amar.

Mas um tal pensamento tambm refora o poder de afeio no pensador, e portanto faz um bem simultaneamente para os dois.

Todo pensamento constri uma forma; se o pensamento for dirigido para outra pessoa, viaja at ela; se for nitidamente egosta permanece nas imediaes do pensador; se no pertence a nenhuma destas categorias, flutua por um tempo no espao e ento se desintegra lentamente.

Todo homem est portanto deixando atrs de si, por onde quer que v, um rastro de formas-pensamento; andando pela rua estamos sempre caminhando em meio a um mar de pensamentos alheios.

Se um homem deixa sua mente em branco por alguns momentos, estes pensamentos residuais de outros mergulham nela, na maior parte dos casos deixando apenas reduzida impresso nela.

s vezes, algum chega que atrai sua ateno, de modo que sua mente o incorpora e o torna seu, refora-o pela adio de sua prpria fora, e ento o expele novamente para afetar algum mais.

Um homem, assim, no responsvel por um pensamento que flutue em sua mente, porque pode no ser seu, mas de outrem; mas ele responsvel se o incorpora, se fixa nele e o despede reforado.

Pensamentos auto-centrados de qualquer tipo pairam sobre o pensador, e a maioria dos homens cerca seus corpos mentais com uma concha de pensamentos assim. Uma concha assim obscurece a viso mental e facilita a formao de preconceitos.

Cada forma-pensamento uma entidade temporria. Representa como se uma bateria carregada, esperando uma oportunidade de descarregar- se. Sua tendncia sempre reproduzir sua prpria freqncia de vibrao no corpo mental que a incorpora, e assim desperta nele um pensamento semelhante.

Se a pessoa a quem dirigido estiver por acaso ocupada ou j engajada em alguma seqncia definida de pensamento, as partculas de seu corpo mental j estaro vibrando em determinada freqncia, e de momento no podem ser afetadas de fora. Neste caso a forma-pensamento espera, pairando perto do seu objetivo at que ele esteja suficientemente repousado para permitir sua entrada; ento descarrega-se nele, e com este ato deixa de existir.

O pensamento auto-centrado se comporta exatamente do mesmo modo a respeito de seu gerador, e descarrega-se sobre ele quando a oportunidade se oferece.

Se for um mau pensamento, ele geralmente o considera como a sugesto de um demnio tentador, quando na verdade ele tenta a si mesmo. Usualmente cada pensamento definido cria uma nova forma-pensamento; mas se uma forma-pensamento da mesma natureza j estiver pairando em torno do pensador, sob certas circunstncias um novo pensamento no mesmo assunto, em vez de criar uma nova forma, funde-se com a antiga e a refora, de modo que uma longa ruminao sobre o mesmo assunto cria s vezes uma forma-pensamento de tremendo poder.

Se o pensamento for mau, tal forma-pensamento pode tornar-se uma verdadeira influncia maligna, perdurando talvez por muitos anos, e tendo durante algum tempo toda a aparncia e poderes de uma entidade viva real.

Todos este descritos so os pensamentos comuns no premeditados do homem. Um homem pode fazer uma forma-pensamento intencionalmente, e endere-la a outrem no intuito de ajud-lo. Esta uma das linhas de atividade adotadas por aqueles que desejam servir a humanidade.

Uma constante corrente de poderoso pensamento dirigida com inteligncia para outra pessoa pode ser da maior valia para ela. Uma forte forma-pensamento pode ser um verdadeiro anjo da guarda, e proteger seu objeto da impureza, da irritabilidade ou do medo.

Uma interessante ramificao deste assunto o estudo das vrias formas e cores assumidas pelas formas-pensamento de vrios tipos. As cores indicam a natureza do pensamento, e esto de acordo com aquelas que j descrevemos como existentes nos corpos. As formas so duma variedade infinita, mas freqentemente so de algum modo tpicas da espcie de pensamento que expressam.

Cada pensamento de carter definido, como um pensamento de afeio ou dio, de devoo ou suspeita, de raiva ou medo, ou orgulho ou cime, no s cria uma forma mas igualmente irradia uma vibrao. O fato de que cada um destes pensamentos expresso por uma certa cor indica que o pensamento se expressa como uma oscilao da matria de certa parte do corpo mental. Esta freqncia de oscilao se transmite para a matria mental circundante precisamente do mesmo jeito que as vibraes de um sino se transmitem ao ar circundante.

Esta radiao se move em todas as direes, e onde quer que atinja outro corpo mental em uma atitude passiva ou receptiva, comunica a ele algo de sua prpria vibrao. Isso no veicula uma idia completa definida, como o faz a forma-pensamento, mas tende a produzir um pensamento do mesmo carter que o seu.

Por exemplo, se o pensamento for devocional suas ondulaes suscitaro devoo, mas o objeto da adorao pode ser diferente no caso de cada pessoa sobre cujo corpo mental incidam. A forma-pensamento, de outra parte, pode atingir s uma pessoa, mas comunicar quela pessoa (se receptiva) no s um sentimento genrico de devoo, mas tambm uma imagem precisa do Ser por quem a adorao foi originalmente sentida.

Qualquer pessoa que habitualmente pense pensamentos puros, bons e fortes est utilizando para este propsito a parte mais alta de seu corpo mental - uma parte que de modo algum utilizada pelo homem comum, e est inteiramente subdesenvolvida nele. Este portanto um poder para o bem do mundo, e estar sendo de grande utilidade para todos em suas imediaes que so capazes de algum tipo de resposta. Pois a vibrao que ele irradia tende a despertar uma nova e mais alta poro de seus corpos mentais, e conseqentemente abrindo-lhes tambm novos campos de pensamento.

Pode no ser exatamente o mesmo pensamento que foi enviado, mas ser da mesma natureza. As ondulaes geradas por um homem pensando sobre Teosofia no necessariamente veiculam idias Teosficas a todos em seu redor; mas eles realmente despertam neles pensamentos mais liberais e mais elevados do que aqueles a que antes estavam acostumados.

Por outro lado, as formas-pensamento geradas sob tais circunstncias, ainda que mais limitadas em sua ao do que a irradiao, so tambm mais precisas; elas podem afetar somente aqueles que nalguma extenso esto abertos a elas, mas para estes veicularo idias Teosficas definidas.

As cores do corpo astral comportam os mesmos significados daquelas dos veculos superiores, mas existem diversas oitavas abaixo deles, e muito mais de perto se aproximam dos tons que vemos no mundo fsico. Ele o veculo da paixo e da emoo, e conseqentemente pode exibir cores adicionais, expressando os sentimentos menos desejveis do homem, que no podem se mostrar em nveis mais altos; por exemplo, um marrom avermelhado fosco indica a presena de sensualidade, enquanto nuvens negras mostram malcia e dio. Um curioso verde lvido denuncia a presena de medo, e um cinza muito escuro, normalmente disposto em anis em trono do ovide, indica uma condio de depresso.

A irritabilidade mostrada pela presena de uma quantidade de pequenas manchas escarlates no corpo astral, cada uma representando um pequeno impulso de raiva. A inveja mostrada por um peculiar verde amarronzado, geralmente semeado com as mesmas ndoas escarlates.

O corpo astral tem o tamanho e forma como os j descritos, e no homem comum seu contorno claramente delineado; mas no caso do homem primitivo ele amide excessivamente irregular, e se assemelha a uma nuvem rodopiante composta das cores mais desagradveis.

Quando o corpo astral est relativamente quieto (na verdade jamais est em completo repouso) as cores que so vistas nele indicam as emoes a que um homem em geral habituou-se.

Quando o homem experimenta uma efuso de algum sentimento particular, o padro de vibrao que expressa aquele sentimento por um momento domina todo o corpo astral.

Se, por exemplo, for devoo, todo o corpo astral ser tingido de azul, e enquanto a emoo permanecer forte as cores normais pouco fazem alm de modificar o azul, ou aparecem vagamente atravs de um vu daquele azul; mas em breve a veemncia dos sentimentos se dissipa, e as cores normais se reafirmam. Mas por causa do acesso de emoo a parte do corpo astral que normalmente azul ter crescido em tamanho. Assim um homem que freqentemente sente alta devoo logo vem a possuir uma larga rea de azul permanentemente existindo em seu corpo astral.

Quando a efuso de sentimento devocional sobrevm, usualmente acompanhada de pensamentos devocionais. Ainda que primariamente formados no corpo mental, renem em seu redor igualmente uma grande quantidade de matria astral, de modo que sua ao se d em ambos os mundos. E em ambos tambm existe a radiao que previamente descrevemos, de maneira que um homem devoto um centro de devoo, e influenciar outras pessoas a compartilharem tanto seus pensamentos quanto seus sentimentos. O mesmo verdade no caso da afeio, raiva, depresso - e na verdade todos os outros sentimentos.

A mar emocional em si no afeta em muito o corpo mental, ainda que possa por algum tempo tornar quase impossvel para qualquer atividade advinda daquele corpo mental penetrar no crebro fsico. Isto no porque aquele corpo propriamente seja afetado, mas sim porque o corpo astral, que atua como uma ponte entre ele e o crebro fsico, est vibrando to inteiramente numa s freqncia que incapaz de veicular qualquer vibrao que no esteja em harmonia com aquela.

As cores permanentes do corpo astral reagem sobre o mental. Elas produzem nele suas correspondentes, diversas oitavas acima, da mesma forma que uma nota musical produz sobretons. O corpo mental por sua vez reage sobre o causal de modo semelhante, e assim todas as boas qualidades expressas nos veculos inferiores por etapas se fixam permanentemente no Ego. As ms qualidades no o podem fazer, pois as freqncias de vibrao que as expressam so impossveis para a matria mental superior da qual o corpo causal feito.

At aqui estivemos descrevendo veculos que so expresses do Ego em seus respectivos mundos - veculos que ele prov para si mesmo; no mundo fsico entramos num veculo que lhe provido pela Natureza sob leis que mais adiante sero explicadas - os quais, mesmo que num sentido sejam uma expresso de si, de forma alguma so uma manifestao perfeita.

Na vida comum vemos somente uma pequena parte deste corpo fsico - somente a parte constituda das subdivises slida e lquida da matria fsica. O corpo contm matria de todas as sete subdivises, e todas elas desempenham seu papel em sua vida e lhe so de igual importncia.

Usualmente falamos da parte invisvel do corpo fsico como sendo o duplo etreo; "duplo" porque reproduz exatamente o tamanho e a forma da parte do corpo que podemos ver, e "etreo" porque feito daquele tipo de matria mais fina por cujas vibraes a luz transmitida retina do olho. (Isto no deve ser confundido com o verdadeiro ter do espao - aquele que a o oposto da matria)

Esta parte invisvel do corpo fsico nos de grande importncia, uma vez que o veculo pelo qual fluem as correntes de vitalidade que mantm o corpo vivo, e sem ela, como uma ponte para veicular vibraes de pensamento e sentimento desde o astral at a matria fsica mais densa e visvel, o Ego no poderia fazer uso das clulas de seu crebro.

A vida do corpo fsico de perptua mudana e a fim de que possa viver, necessita constantemente de ser suprido a partir de trs fontes distintas. Deve ter comida para sua digesto, ar para sua respirao, e vitalidade para sua absoro. Esta vitalidade essencialmente uma fora, mas quando se reveste de matria nos aparece como um elemento definido, que existe em todos os mundos de que falamos.

Por ora estamos interessados naquela manifestao dela que encontramos na mais alta subdiviso do mundo fsico. Exatamente como o sangue circula pelas veias, assim o faz a vitalidade ao longo dos nervos; e precisamente como qualquer anormalidade no fluxo de sangue de imediato afeta o corpo fsico, tambm a menor irregularidade na absoro ou fluxo de vitalidade afeta esta parte superior do corpo fsico.

A vitalidade uma fora que originalmente provm do Sol. Quando um tomo fsico ultrrimo carregado com ela, atrai para seu redor seis outros tomos, e se tornam um elemento etreo.

A fora original de vitalidade subdividida em sete, cada um dos tomos carregando uma carga separada. O elemento assim formado absorvido pelo corpo humano atravs da parte etrea do bao. L fragmentado em suas partes componentes, que imediatamente fluem para as vrias partes do corpo que lhe so designadas.

O bao um dos sete centros de fora na parte etrea do corpo fsico. Em cada um de nossos veculos devem haver sete de tais centros em atividade, e quando esto assim ativos so visveis viso clarividente.

Eles aparecem usualmente como vrtices superficiais, pois so os pontos em que a fora dos corpos superiores penetra nos inferiores.

No corpo fsico estes centros so: (1) na base da espinha, (2) no plexo solar, (3) no bao, (4) sobre o corao, (5) na garganta, (6) entre as sobrancelhas, e (7) no topo da cabea.

Existem outros centros adormecidos, mas seu despertar indesejvel.

O formato de todos os corpos superiores, vistos pelo clarividente, ovide, mas a matria que os compem no igualmente distribuda por todo o ovo. No meio deste ovide fica o corpo fsico. O corpo fsico atrai fortemente matria astral, e por sua vez a matria astral atrai fortemente a matria mental.

Portanto de longe a maior parte da matria do corpo astral reunida dentro da mol