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168 LET’S GO BAHIA Náutico TRAVEL BAÍA DE TODOS OS SANTOS UM MAR DE NOVAS OPORTUNIDADES PARA A BAHIA A Baía de Todos os Santos é a segunda do mundo em tamanho e a primeira de clima tropical. Suas belezas encantam velejadores de todo o mundo Turismo Por Davi Carneiro Fotos Solange Rossini

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A Baía de Todos os Santos é a segunda do mundo em tamanho e a primeira de clima tropical. Suas belezas encantam velejadores de todo o mundo

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Náutico

travel baía de todos os santos

Um mar de novas oportUnidades para a Bahia

A Baía de Todos os Santos é a segunda do mundo em tamanho e a primeira de clima tropical. Suas belezas encantam velejadores de todo o mundo

turismo

Por Davi Carneiro Fotos Solange Rossini

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OOcéu de brigadeiro e o mar de almirante é uma conjunção de características que fazem da costa baiana uma das mais elogiadas por vele-jadores do mundo inteiro. Ventos constantes e calmos e águas a uma temperatura média de 20ºC são ingredientes perfeitos para a na-vegação na Baía de Todos os Santos, que ain-da conserva em seus 1,1 mil km de extensão, áreas intocadas e ideais para visitas e passeios a bordo de embarcações de todos os portes. A Baía de Todos os Santos é a segunda do mundo em tamanho e a primeira de clima tropical - a grande maior baía mundial, situa-da no Canadá, fi ca congelada praticamente o ano inteiro. É também a maior baía navegável do litoral brasileiro, sendo comparada ao Mar Mediterrâneo em versos e prosas por prati-cantes de esportes náuticos.Recentemente, o local foi contemplado como ponto do projeto piloto de observa-ção para a confecção do Plano Nacional de Desenvolvimento do Turismo Náutico, de-senvolvido pelo Ministério do Turismo, a ser implantado em todos os estados brasileiros com potencial para esta atividade. Uma das principais vocações da Baía de Todos os San-tos é a possibilidade de se tornar um grande polo de barcos charters ou de embarcações luxuosas voltadas para passeios turísticos.

Um interessante paRA íso náUtiCoVentos constantes variando entre 10 e 25 nós, sol o ano inteiro, temperatura média da água na faixa dos 26ºC e visibilidade entre 10 e 20 metros fazem o cenário especial. Não é à toa que a Baía de Todos os Santos é aponta-da como um dos mais interessantes paraísos náuticos do planeta. Não bastassem tantos predicados para atrair velejadores de diferen-tes regiões, esta maior baía tropical do planeta conta com 56 ilhas, rios navegáveis e sítios ar-quitetônicos e naturais preservados.Consenso entre os grandes velejadores, as ca-racterísticas da Bahia para o turismo náutico são destacadas por nativos e visitantes. “Em nove anos de viagens pelo mundo, encontrei poucos lugares tão favoráveis para o velejador como o litoral brasileiro e, especifi camen-te, a Baía de Todos os Santos. Aqui, o vento é constante, chove pouco, a água é limpa e, principalmente, existem muitas regiões onde a natureza permanece intocada. Isso é mara-vilhoso”, ressalta o velejador francês Roland Machine, acrescentando que na Europa já não existe nada assim. “É quase mágico sair de uma cidade do tamanho de Salvador e, poucas horas depois, estar em um local como a Ilha dos Frades ou Bom Jesus. Não se trata

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A Baía de Todos os Santos é apon-tada como um dos paraísos náuticos do planeta e deve se tornar polo do

turismo naútico de luxo

apenas de uma simples velejada, é uma via-gem no tempo, é um regresso ao mundo na-tural, onde as matas e animais ainda são pre-servados em seu habitat”, enaltece o velejador.Opinião semelhante é defendida pelo tam-bém velejador Jean Ydes que, apesar de hoje viver em Ilhabela, São Paulo, não esquece as velejadas que realizou na Bahia durante os seis anos em que morou em Salvador. “Isso aí é ouro. Não há como comparar com outras regiões do Brasil e dos locais por onde passei no mundo. Na Bahia, cada velejada traz novas sensações. Atracar em frente ao Forte Salami-na e desembarcar é uma experiência de tirar o fôlego. Aquilo ali é lindo. Assim como é mara-vilhoso passar uma tarde na Ilha do Cal ou na Ilha do Medo”, diz o velejador.

Um roteiro por ilhas de ágUas límpidasAntes de se entregar por completo às belezas da Baía de Todos os Santos (BTS) e Recônca-vo, vale uma visita à Baía de Aratu para conhe-cer a região e se programar para deixar o barco em segurança, no caso de precisar voltar para o estado ou país de origem. Algumas horas de conversa com os associados do Iate Clube

de Aratu ou de Angra dos Veleiros podem também ser bastante elucidativas para que o turista se entregue aos melhores roteiros náu-ticos que a BTS oferece. Próxima parada: Ilha de Maré, onde vale a pena dedicar algumas horas para conhecer a cultura marisqueira da região, desde a cap-tura dos mariscos até o sabor da mesa. Ver de perto também o trabalho das artesãs que

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Além das belezas naturais e das ótimas condições de navegabilidade, a Baía de Todos os Santos conta com sítios arquitetônicos e naturais preservados. Acima, a igreja Nossa Senhora do Loreto na Ilha dos Frades

dedicam suas vidas às rendas de bilro é outro interessante programa cultural. Um rápido passeio pelo Museu do Recôncavo e é hora de abrir as velas rumo a Itaparica.A depender da época do ano, vale a pena se programar para participar da maior regata de passeio da região – a Aratu Maragogipe – que reúne de 200 a 300 embarcações por edição e pode ser apontada como uma das mais interessantes festas náuticas da Bahia. Durante o trajeto, ao se deixar envolver pela paisagem única, dedique uma atenção especial aos veleiros que passam ao largo. Entre eles, com certeza, irá encontrar al-guns saveiros de vela de içar, que, segundo os historiadores, estão entre os mais anti-gos barcos ainda em uso no mundo.Após participar da competição e da festa, tire alguns dias para ver de perto uma das maiores reservas de manguezais do País, passear pelas cachoeiras da região e depois subir mais um pouco rumo a São Roque. De preferência, faça como os velejadores, organizadores e patro-cinadores das regatas internacionais e realize parte dessas aventuras pelos paraísos da BTS a bordo do principal símbolo da tradição náuti-ca do Estado: o saveiro de vela de içar. Seja no berço da história da vela ou em barcos de última geração, com todo o con-forto e segurança, abrir panos - no caso de veleiros - ou ligar o motor das lanchas e iates, pois na BTS é se entregar por dias, semanas ou meses ao nascer da história do Brasil, a paraísos intocados, ao ritmo alegre da música baiana, ao suíngue contagiante do povo e à culinária repleta de pimenta, dendê, gosto e olfato ricos e exóticos. Salinas da Margarida, Tororó, Ilha do Medo, Mutá, Jaguaribe, dentre tantos outros pontos impecáveis da BTS e do Recôncavo ajudam a compor um quadro

inesquecível para os velejadores locais e vi-sitantes. Essas explorações pedem o auxí-lio dos guias náuticos da BTS. Com a ajuda destes, e dependendo da altura do mastro e do calado do barco, fica muito fácil atra-vessar a barra falsa e seguir rumo ao Morro

de São Paulo, Cairu e Boipeba. Enquanto o primeiro promete um banho de estrangei-rismo, devido ao número de europeus do-nos de pousadas e restaurantes, os outros dois locais oferecem uma gama maravilho-sa de história e preservação ambiental.

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Um resort em pleno marUm projeto pioneiro do casal de empre-sários Suely e Antonio Garcia, batizado como Schooner Resort, foi colocado em prática este ano. Proprietários de uma es-cuna com capacidade para receber 30 pes-soas em passeios diurnos e 12 nas viagens de pernoite, eles enxergam nos mares baia-nos uma grande oportunidade de negócio.Segundo o casal, a Bahia reúne as condições ideais para o desenvolvimento do turismo náutico. “Diferentemente dos mares da Europa e do (Oceano) Pacífico, na Bahia pode-se velejar o ano inteiro. Há um enor-me potencial a ser explorado, além da Baía de Todos os Santos, como o Arquipélago de

Tinharé, que abrange Morro de São Paulo e a Baía de Camamu, mais ao sul”, pontuam.As belezas naturais dos locais sinalizados por Garcia atraem centenas de velejadores de pa-íses como França, Alemanha e Suíça. O foco do projeto, entretanto, está voltado para um público que, além de apreciar o mar, busca um turismo náutico mais seletivo, com qualidade e charme, e também no turismo corporativo, especialmente aquele de incentivos, interessa-dos em uma experiência diferente em seus en-contros profissionais. Os passeios variam de acordo com o roteiro e pode ter uma duração de apenas um dia, chamada de Day Charter, e também de pernoites com um ou dois dias.

Locais paradisíacos não faltam nos sete rotei-ros oferecidos pelo Schooner Resort.Durante a viagem, além das belezas naturais das localidades visitadas, merece destaque o conforto proporcionado pela escuna. Em um ambiente lounge, com colchonetes, pufes, es-preguiçadeiras e serviço de toalha, o usuário do serviço também pode desfrutar de saborosas comidas preparadas por um chef de cozinha e deliciosos drinks feitos por um barman. Nos passeios de pernoite, o conforto é ainda maior, uma vez que a embarcação conta com luxuo-sas cabines equipadas com ar-condicionado, som ambiente e camas de solteiro e casal e ba-nheiro com chuveiro quente.

O luxuoso Schooner Resort tem capacidade para receber 30 pessoas e conta com uma infraestrutura de alto padrão. Abaixo, os empresários Suely e Antonio Garcia

ServiçoSchooner Resortwww.schoonerresort.com.brwww.baiadabahia.com.brTel.: 71 3245-0868 / 9191-2526 (Antonio Garcia)

*Reportagem com dados e colaboração da Secretaria de Turismo da Bahia