tratamento da fascite plantar estudo comparativo

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UNIVERSIDADE DA AMAZONIA CENTRO DE CIENCIAS BIOLOGICAS E DA SAUDE CURSO DE FISIOTERAPIA ANDRESSA PRISCILA CARDOSO DE ANDRADE BRUNA GABRIELA BRAVIN RABELLO DANIELE JACOB BASTOS TRATAMENTO DA FASCITE PLANTAR: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE O PROTOCOLO DE ALONGAMENTO E ALONGAMENTO ASSOCIADO AS ONDAS CENTIMETRICAS (MICROONDAS) BELÉM - PA 2007

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Page 1: Tratamento Da Fascite Plantar Estudo Comparativo

UNIVERSIDADE DA AMAZONIA CENTRO DE CIENCIAS BIOLOGICAS E DA SAUDE

CURSO DE FISIOTERAPIA

ANDRESSA PRISCILA CARDOSO DE ANDRADE BRUNA GABRIELA BRAVIN RABELLO

DANIELE JACOB BASTOS

TRATAMENTO DA FASCITE PLANTAR: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE O PROTOCOLO DE ALONGAMENTO E ALONGAMENTO

ASSOCIADO AS ONDAS CENTIMETRICAS (MICROONDAS)

BELÉM - PA

2007

Page 2: Tratamento Da Fascite Plantar Estudo Comparativo

ANDRESSA PRISCILA CARDOSO DE ANDRADE BRUNA GABRIELA BRAVIN RABELLO

DANIELE JACOB BASTOS

TRATAMENTO DA FASCITE PLANTAR: ESTUDO COMPARATIVO E NTRE O PROTOCOLO DE ALONGAMENTO E ALONGAMENTO ASSOCIADO AS ONDAS

CENTIMETRICAS (MICROONDAS)

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Fisioterapia do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade da Amazônia, como requisito para obtenção do grau de Fisioterapeuta. Orientador: Profº. Paulo Eduardo do Santos Avila

BELÉM - PA 2007

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ANDRESSA PRISCILA CARDOSO DE ANDRADE BRUNA GABRIELA BRAVIN RABELLO

DANIELE JACOB BASTOS

TRATAMENTO DA FASCITE PLANTAR: ESTUDO COMPARATIVO E NTRE O PROTOCOLO DE ALONGAMENTO E ALONGAMENTO ASSOCIADO AS ONDAS

CENTIMETRICAS(MICROONDAS)

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Fisioterapia do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade da Amazônia, como requisito para obtenção do grau de Fisioterapeuta. Orientador: Profº. Paulo Eduardo do Santos Avila

BANCA EXAMINADORA

______________________________________ Profº. Paulo Eduardo do Santos Avila

Orientador

_______________________________________ Membro

_______________________________________ Membro

Apresentado em: ____ / ____ / 2007. Conceito: ___________________

BELÉM - PA 2007

Page 4: Tratamento Da Fascite Plantar Estudo Comparativo

À Deus, por guiar-me sempre. Meus pais e meu irmão pela confiança, amor e incentivo. A minha avó e avós (in memorian). E aos demais familiares. Andressa Priscila Cardoso de Andrade A minha família, meu porto de abrigo, meu apoio, meu recanto, aos quais devo em grande parte o que eu sou.

Bruna Gabriela Bravin Rabello À Deus, pelo amor incondicional, aos meus pais,avós e irmãos, pelo incentivo e refúgio nos distintos momentos.

Daniele Jacob Bastos

Page 5: Tratamento Da Fascite Plantar Estudo Comparativo

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente à Deus, pela vida, por estar sempre no meu caminho, iluminando e guiando às escolhas certas. Aos meus pais: Sabina da Memória e Fernando Andrade, que foram à base de tudo pra mim, apoiando-me nos momentos difíceis com força, confiança, amor, ensinando-me a persistir nos meus objetivos e ajudando a alcançá-los. Ao meu irmão Pedro Paulo, agradeço pela companhia, carinho e momentos de descontração vividos a cada dia, que nos ajudaram a superar as diferenças. À minha avó Graciema Andrade, pelo carinho, incentivo e acreditar no meu potencial em todos os momentos. À minha amiga Dulcilene e minha afilhada Izis pela convivencia, paciência e carinho. Aos meus tios e primos, pela atenção e apoio durante essa minha trajetória. À minha amiga Daniele Bastos, pelos incansáveis momentos dedicados a nossa pesquisa, por estar presente em distintos e importantes momentos da minha graduação e se tornar uma irmã. À Bruna Rabello que também participou da realização deste trabalho. Aos meus amigos de graduação do curso em especial Natália Silva e Marília Garcia, pelo convívio e amizade, compreensão e estudos. Ao orientador Ft. Paulo Ávila, agradeço as cobranças, exigências, dinamismo, confiança e por acreditar em nosso potencial. A co-orientadora Ft. Tainá Alves, muito obrigada pelo apoio, paciência, incentivos e ajuda quando precisávamos. Aos pacientes que acreditaram na nossa proposta de tratamento e aceitaram participar da mesma. Enfim a todos que contribuíram para o sucesso deste trabalho. Muito obrigada.

Andressa Priscila Cardoso de Andrade

A Deus, o centro da minha vida, por ter me sustentado em Suas mãos para que eu não tropeçasse em meio as adversidades e provações.

Aos meus pais que me ensinaram: “Para ser grande é preciso ser perseverante e forte”. Em especial à minha mãe pela inteira dedicação e por muitas vezes ter deixado de lado seus

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sonhos para acreditar nos meus. Vocês são os responsáveis por essa conquista, e eu os amo muito. Obrigada pela confiança e pelo amor em mim depositados. Aos meus queridos irmãos que mesmo distantes se fizeram presentes em todos os momentos, Herlen por ter sido o meu exemplo, Carlos por ter confiado em mim quando muitas vezes nem eu mesma acreditava, Tais por ter sido a razão desta caminhada. A lembrança afetuosa de vocês e o abraço amoroso a cada reencontro fizeram com que eu chegasse ate aqui. Eu amo vocês. Ao Marcos Antonio, por sempre estar ao meu lado, pelo carinho e companheirismo.

À Leila Eleutério que tem sido a minha segunda mãe. A Daniele e Andressa minha eterna gratidão pela amizade verdadeira, por terem me aceitado de braços abertos e confiança em mim depositada.

Aos amigos que durante esses anos de faculdade foram minha segunda família, vocês nunca saberão o quanto foram importantes para mim. Ao orientador, Paulo Ávila, seus conhecimentos e incentivos, foram fundamentais para a concretização deste projeto.

A todos os pacientes que participaram desta pesquisa.

Enfim a todas as pessoas que me ajudaram, não poderia deixar de expressar à minha imensa gratidão.

Muito obrigada!

Bruna Gabriela Bravin Rabello A Deus: Meu amparo e refugio, alegria da minha alma, onde encontrava esperança. E as mãos que guiam-me e acolhem. Aos meus pais Daniel e Emília, minha corrente forte que jamais partirá. As mãos amigas que me acalentam, dão força e guiam – me. É com grande alegria e gratidão que dedico esta minha vitória a vocês, pessoas que me possibilitaram todo suporte seja ele emocional ou financeiro, no decorrer de minha vida. Se venço hoje, é graças também a vocês. Os amo e essa conquista é nossa!’’ Vini, vidi, vici’’ (Júlio César) Aos meus avós Orlando e Emília, pelo amor que tem para comigo. Por acreditarem e torcerem sempre por mim, me incentivando em todos os momentos em que precisei. Se cheguei aqui é porque tive vocês como base. Vocês são únicos e o meu agradecimento é eterno. Eu consegui junto com vocês vencer mais uma. Muito obrigada! À minha avó Maria, pelo carinho e incentivo no decorrer da minha vida. Muito obrigada.

Page 7: Tratamento Da Fascite Plantar Estudo Comparativo

Aos meus irmãos David e Ana Paula, agradeço pelas nossas diferenças, mas que sempre nos uniam pelo amor de um para com o outro. Sinto-me feliz em dedicar o findar de mais uma etapa da minha vida à vocês, pessoas que ajudam-me nos momentos de dificuldades. Obrigada por todo amor e carinho. Às minhas madrinhas Nilma e Marivone, aos meus tios Nonato, Alexandre e Getúlio, por todo carinho, atenção e incentivo durante a minha vida. Mais uma fase encerra-se, também graças à ajuda de vocês. Muito obrigada por tudo. A vitória é nossa. Ao Igor, Marilia e Natália, pela confiança, amizade edificada e por todos os momentos compartilhados. A Andressa, por não desistir do nosso ideal, por toda paciência e pelo jeito único de ser. A Bruna e aos distintos amigos, pela compreensão e incentivo. Muito obrigada Ao orientador Ft. Paulo Ávila, pelas cobranças, exigências, dinamismo e paciência. Muito obrigada por tudo. À co-orientadora Ft. Tainá Alves, muito obrigada por toda ajuda e por acreditar no nosso potencial, nos incentivando quando precisávamos. Aos pacientes que acreditaram na nossa proposta de tratamento e eram receptíveis. Meu muito obrigada.

Daniele Jacob Bastos

Page 8: Tratamento Da Fascite Plantar Estudo Comparativo

Se enxerguei longe, foi porque me apoiei em ombros de gigantes.

Issac Newton

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RESUMO

Andressa Priscila Cardoso de ANDRADE , Bruna Gabriela Bravin RABELLO e Daniele Jacob BASTOS. Fascite plantar: tratamento comparativo entre protocolo de alongamento e alongamento associado às ondas centimetricas (microondas), Universidade da Amazônia, UNAMA, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Curso de Fisioterapia, Belém-PA, 2007, Monografia de conclusão de curso. A fascite plantar é resultado de uma desordem nas fibras da aponeurose plantar, causada possivelmente por anomalidades anatômicas e uso excessivo. Outros fatores podem estar associados a mesma, tais como: a falta de flexibilidade do arco longitudinal e a rigidez das musculaturas da panturrilha, assim como o uso de calçados inadequados e o aumento do tamanho do passo durante a corrida. A irradiação por microondas eleva consideravelmente a temperatura do fluxo sanguíneo, muscular e da pele. O mesmo é eficaz em tecidos fibróticos e tem bom efeito em tecidos musculares, visto que, a medida que se eleva a temperatura do tecido, conseqüentemente, a temperatura do fluxo sanguíneo também aumenta. Os alongamentos são realizados como técnicas de prevenção de lesões do tipo ocupacionais e desportivas, já que favorece um aumento da força muscular. Ocorre uma alteração na relação comprimento-tensão do músculo, e com o encurtamento, este não é mais capaz de produzir o pico de tensão, então se desenvolve uma fraqueza com retração.Os tratamentos fisoterapêuticos vêm trazendo bons resultados que estão conseguindo não só acelerar a reabilitação de pacientes, como também evitar o surgimento e/ou retardar agravamento de inúmeras enfermidades. Foram atendidos, 29 pacientes, os quais foram encaminhados para tratamento fisioterapêutico, com o diagnóstico médico de fascite plantar. Sendo divididos nos seguintes grupos de tratamentos: 15 pessoas no grupo de tratamento com o protocolo de alongamento e microondas e, 14 pessoas pertencentes ao grupo que foi aplicado apenas o protocolo de alongamento. No presente estudo é possível observar o fato de que na maioria dos momentos o grupo tratado através do alongamento associado ao micro ondas, apresentou diferenças entre os momentos pré e pós-sessão de tratamento, mais acentuadas que no grupo tratado apenas através do alongamento, porém, sem que estas diferenças tenham nível estatístico de significância. Outro fator relevante, foi o número de pessoas que utilizam salto alto, tendo 9 no grupo 1 e 10 no grupo 2, o que também vem a ser um fator de agravamento do quadro, da patologia estudada. Palavras-chaves: Fascite plantar. Microondas. Alongamento. Tratamento fisioterapêutico.

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ABSTRACT Andressa Priscilla Cardoso de ANDRADE , Bruna Gabriela Bravin RABELLO and Daniele Jacob BASTOS. Plantar fascitis: comparison treatment between protocol of stretching and stretching involved with the centimetricas waves (microwave), Universidade da Amazônia, UNAMA, Biological Sciences and Health Center, Physiotherapy Course, Belém , PA, 2007, Course completion Monograph. The Plantar fascitis is the result of a disorder in the aponeurosis plant fibers, possibly caused by anomalitis anatomic and excessive use. Other factors may be associated to it, such as: the lack of the longitudinal arc flexibility and the rigidity of aspect of the calf, and the use of inappropriate footwear and increasing the size of the step during the race. The microwave irradiation for raises considerably the temperature of the blood flow, muscle and skin .The same is effective in tissue fibrotic and has good effect on muscle tissue, as they elevate the temperature of the tissue, consequently, the temperature of blood flow also increases. The stretching is performed as techniques for the prevention of occupational injuries of the type and sports, as favors an increase in muscle strength. It occurs a change in the muscle length-tension relationship, and with the shortening, it is no longer capable of producing the peak voltage, then develops a weakness with retraction. The physiotherapeutic treatments are bringing good results are achieved not only speed up rehabilitation of patients, but also avoid the appearance and/or delay worsening of numerous disorders. They were served, 29 patients, which were sent for treatment physiotherapeutic, with the medical diagnosis of plantar fascitis. Being divided in the following groups of treatments: 15 people in the group treated with the protocol of stretching and microwave, and 14 people belonging to the group which has been applied only to the protocol elongation. In the present study it is possible to see the fact that in most occasions the treated group through stretching associated with the micro wave, presented differences between the times pre - and post-session of treatment, more pronounced than in the group treated only through the stretch, but without statistical significance. Another important factor was the number of people using high jump, and 9 in Group 1 and 10 in Group 2, which also has to be a factor in aggravation of the table, in the pathology studied. Keywords: Plantar fascitis. Microwave. Stretching. Treatment physiotherapeutic.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ADM Amplitude De Movimento CEP Comitê de Ética em Pesquisa EVA Escala Analógica Visual FISIOCLINICA Clinica Escola de Fisioterapia da Universidade da Amazônia FP Fascite Plantar HDA Histórico da Doença Atual HF Histórico Familiar IASP IMC

International Association For The Study of Pain Ìndice de Massa Corporal.

ISP Instituto São Paulo MI Membro Inferior QP Queixa Principal

Page 12: Tratamento Da Fascite Plantar Estudo Comparativo

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Paciente deitado com os joelhos estendidos ou parcialmente flexionado deverá realizar uma forte dorsoflexão dos pés, tentando manter os artelhos relaxados.

69

Figura 2 - Paciente deitado com os joelhos estendidos ou parcialmente flexionado, com uma faixa elástica cinza, deverá puxar o pé em dorsoflexão.

69

Figura 3 - Paciente em pé, deverá dar um passo à frente com um só pé, mantendo o calcanhar do pé de trás no solo (o pé de trás é o que está sendo alongado).

70

Figura 4 - Alongamento na prancha inclinada 70 Figura 5 - Teste de encurtamento. 71 Figura 6 -Aparelho de microondas Microtherm MW893 Biosistemas, da marca KLD. 72 Figura 7 - Faixa elástica da marca theraband da cor cinza claro. 72 Figura 8 - Cronômetro da marca KADIO. 72 Figura 9 - Prancha de propriocepção do ISP (Instituto São Paulo). 72

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Distribuição por sexo nos grupos 41 Gráfico 2 - Localização do tratamento 42 Gráfico 3 - Existência de sensibilidade 42 Gráfico 4 - Dor na palpação 43 Gráfico 5 - Ocorrência de encurtamento 44 Gráfico 6 - Ocorrência de edema 44 Gráfico 7 - Fica muito tempo em pé? 46 Gráfico 8 - Uso de sapato com salto alto 46 Gráfico 9 - Se já realizou tratamento anterior 47 Gráfico 10 - Horário predominante da dor 48 Gráfico 11 - Fatores que desencadeiam a dor 49 Gráfico 12 - Fatores que aliviam a dor 49 Gráfico 13 – Localização da dor 51 Gráfico 14 - Hábitos dos sujeitos 51 Gráfico 15 - Queixa principal 52 Gráfico 16 – Diagnóstico 52 Gráfico 17 - Curva de evolução da sensação de dor no protocolo e alongamento 54 Gráfico 18 - Curva de evolução da sensação de dor no protocolo de alongamento + microondas

55

Page 14: Tratamento Da Fascite Plantar Estudo Comparativo

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Estatística descritiva da amostra 53 Tabela 2 - Estatística comparativa (t) dos grupos 1 (alongamento) e 2 (alongamento associado ao microondas)

57

Tabela 3 - Análise da variância de 1 critério com o teste de Turkey para comparação entre os 10 momentos pré-sessão para casa protocolo de tratamento

58

Tabela 4 – Estatística comparativa (t) entre as diferenças nos protocolos 1 (alongamento) e 2 (alongamento + microondas)

60

Tabela 5 - Estatística descritiva e comparativa (t) entre as diferenças pré-sessão 1 X pós- sessão 10, entre os 2 protocolos de tratamentos

61

Page 15: Tratamento Da Fascite Plantar Estudo Comparativo

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO

29

2 REFERENCIAL TEORICO

31

2.1 ANATOMIA E BIOMECÂNICA DO TORNOZELO E PÉ RELACIONADOS À FASCITE PLANTAR

31

2.2 CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE DOR

32

2.3 FASCITE PLANTAR

32

2.4 ALONGAMENTO COMO FORMA DE TRATAMENTO DA FASCITE PLANTAR

34

2.5 FLEXIBILIDADE

36

2.6 ONDAS CENTIMÉTRICAS (MICROONDAS)

37

3 MATERIAIS E MÉTODOS

39

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

41

5 CONCLUSÃO

62

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

63

ANEXO A

68

ANEXO B

69

ANEXO C

71

ANEXO D

72

ANEXO E

73

APÊNDICE A

74

APÊNDICE B

76

APÊNDICE C

79

APÊNDICE D

80

Page 16: Tratamento Da Fascite Plantar Estudo Comparativo

Andrade, Andressa Priscila Cardoso de A553t Tratamento da Fascite Plantar: estudo comparativo

entre o protocolo de alongamento e alongamento associado as ondas centimétricas (microondas) / Andressa Priscila Cardoso de Andrade, Bruna Gabriela Bravin Rabello, Daniele Jacob Bastos; orientadas pelo Profº. Paulo Eduardo do Santos Ávila. _ Belém, 2007.

80 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em

Fisioterapia). Universidade da Amazônia. Centro de Ciências Biológicas e da Saúde.

1. Fascite plantar. 2. Alongamento. 3. Tratamento

fisioterápico. I. Rabello, Bruna Gabriela Bravin. II. Bastos, Daniele Jacob. III. Ávila, Paulo Eduardo dos Santos. IV. Título.

CDD 615.82

Page 17: Tratamento Da Fascite Plantar Estudo Comparativo

29

1 INTRODUÇÃO

A fascite plantar (FP) é uma inflamação uni ou bilateral, decorrente de microtraumatismos

repetitivos na origem da fáscia plantar sobre a tuberosidade medial do calcâneo. Esta síndrome

atinge cerca de 10% da população em pelo menos um momento da vida e sua causa mais comum

é de origem mecânica, envolvendo forças compressivas que ampliam o arco longitudinal do pé

(ZANON, 2006).

Bussières (2004), afirma que a fascite provavelmente seja um processo inflamatório

ocasionado por microtraumas, que vêm a acelerar o processo de envelhecimento (degeneração)

normal da aponeurose plantar. Essa assertiva corrobora com o pensamento de Herbert et al (2003)

de que as forças de tração que ocorrem durante o apoio desencadeiam o processo inflamatório,

resultando em fibrose e degeneração.

O uso excessivo dos músculos abdutor do hálux, flexor curto dos dedos e quadrado

plantar e a inatividade dos músculos dorsiflexores posicionam o pé em eqüino, o que,

consequentemente, promove encurtamento da fáscia plantar gerando dor nesta região. Essa dor

aparece também durante a deambulação após período de imobilização e dor no calcâneo pela

manhã (CYRIAX, 2001).

Alongamentos são exercícios voltados para o aumento da flexibilidade muscular, que

promovem o estiramento das fibras musculares, fazendo com que elas aumentem o seu

comprimento. O principal efeito dos alongamentos é o aumento da flexibilidade, que é a maior

amplitude de movimento possível de uma determinada articulação. Quanto mais alongado um

músculo, maior será a movimentação da articulação comandada por aquele músculo e, portanto,

maior sua flexibilidade (KISNER, 2005).

No presente estudo, em um dos grupos associamos o alongamento com o microondas que

segundo Greve (1999) e Guimarães (1998), o princípio do aquecimento por microondas baseia-se

na vibração molecular, principalmente nos tecidos ricos em água. Quando as moléculas de água

são colocadas num campo eletrostático, elas sofrem variações constantes na sua localização e esta

vibração irá gerar calor. A terapia pode atingir até cinco centímetros de profundidade,

dependendo da quantidade de tecidos adiposos, a terapia poderá superficializar-se.

Page 18: Tratamento Da Fascite Plantar Estudo Comparativo

30

A amostra do artigo é composta por 29 pacientes, que foram atendidos na Clínica Escola

de Fisioterapia da Universidade da Amazônia.

Os pacientes foram divididos em dois grupos, primeiro utilizou somente o protocolo de

alongamento e o segundo utilizou o protocolo de alongamento associado ao microondas.

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31

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 ANATOMIA E BIOMECÂNICA DO TORNOZELO E PÉ RELACIONADOS A FASCITE PLANTAR

O calcâneo é o maior osso da base do pé. Em sua parte posterior localiza-se a imponente

tuberosidade do calcâneo que tem em sua continuação para a superfície inferior, dois processos

dirigidos para diante, o processo lateral e o processo medial da tuberosidade do calcâneo. Na

rugosidade da tuberosidade do calcâneo, insere-se o tendão de Aquiles. Em alguns casos há uma

protuberância para diante, no processo medial da tuberosidade do calcâneo, o esporão do

calcâneo (PLATZER, 1997).

Segundo Arábia (1999), as estruturas fundamentais do calcâneo estão recobertas por um

tecido gorduroso altamente especializado, cuja principal função é a absorção do choque. Este

tecido absorve de 20% a 25% da força durante o contado do calcanhar com o solo. Sua habilidade

para resistir a estas forças resulta de sua composição anatômica única, a qual os glóbulos de

gordura encontram-se encapsulados por uma estrutura reticulada fibroelástica, com septos que se

unem superficialmente a pele e as camadas mais profundas do calcâneo. Estudos histológicos

revelaram terminações nervosas livres e corpúsculos de Paccini localizados nesse tecido

gorduroso.

A fáscia plantar (aponeurose plantar) encontrada na face plantar do pé, seguindo

longitudinalmente, divide-se em porções central, lateral e medial. A aponeurose plantar é uma

estrutura rígida composta de elementos atados como uma treliça, este é o mecanismo pelo qual as

articulações do tarso podem ser passivamente estabilizadas quando um individuo executa

elevações do calcanhar ou qualquer atividade que exija extensão dos dedos do pé. A fascite

plantar é resultado de uma desordem nas fibras dessa aponeurose, causada possivelmente por

anormalidades anatômicas e uso excessivo.

Lopes (1996) complementa que no impacto do calcanhar, o pé está levemente supinado e

a tíbia em rotação externa, após o impacto do calcanhar, o pé prona e permanece nesta posição,

durante a fase de suporte. Durante a pronação, a tíbia sofre uma rotação sobre o tálus,

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32

proporcional ao nível de pronação. A hiperpronação é um mecanismo compensador para o

genuvaro, tíbia vara, encurtamento do tendão de Aquiles, gastrocnêmio e sóleo.

2.2 CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE A DOR

A Associação Internacional para Estudo da dor (IASP- International Association for the

Study of Pain) define a dor como sendo “uma experiência sensorial e emocional desagradável,

associada com um dano tecidual real ou potencial, ou descrita em termos de tal dano”

(TRIBIOLI, 2003).

Essa dor é o motivo mais comum para os pacientes procurarem assistência médica, e a

síndrome dolorosa miofascial é a causa imediata ou o componente mais freqüente da dor

músculo-esquelética. O manejo dos pacientes com síndromes dolorosas miofasciais é um dos

problemas mais importantes encontrados na prática clínica. (CARNEIRO, 2004)

O diagnóstico de síndrome dolorosa miofascial, eminentemente clínico, depende da

presença do “ponto-gatilho” ou de dolorimento e da reprodução da sintomatologia álgica do

paciente através da digitopressão local. A pesquisa sistemática desses pontos mediante técnica

palpatória permite o diagnóstico. A ausência de dados positivos em exames laboratoriais e de

imagem dificulta o diagnóstico desta entidade clínica, que constitui causa freqüente de dor no

sistema músculo-esquelético (IMAMURA, 1996).

A dor produzida pela fascite plantar geralmente não é incapacitante, embora possa limitar

algumas atividades (HAMER, 2003; ALDRIGE, 2004).

2.3 FASCITE PLANTAR

A fascite plantar pode ser definida como uma afecção caracterizada pela dor na região

plantar do calcâneo, que pode se estender por toda a fáscia plantar. Sua manifestação é insidiosa,

e sua sintomatologia é mais evidente pela manhã, ou após um período de repouso. Geralmente

Page 21: Tratamento Da Fascite Plantar Estudo Comparativo

33

melhora após atividade (primeiros passos), embora em alguns casos, a dor possa persistir por

todo o dia (BUSSIÈRES, 2002; HEBERT, et al., 2003; SNIDER, 2000; ALDRIDGE, 2004).

Segundo Snider (2000), a fascite plantar ocorre com mais freqüência em indivíduos

obesos. Essa afirmação é corroborada pelo estudo de Riddle (2004) que demonstra uma relação

estreita entre o aumento do Índice de Massa Corporal (IMC), e as manifestações clínicas da

doença.

Para Cyriax (2001) a fascite plantar tem início com um esforço prolongado em posição

ortostática, em pacientes com encurtamento dos músculos da panturrilha, poderá estar

relacionada ainda com os traumatismos de repetição, associados à intensidade, duração e

freqüência da atividade, e a dureza do piso.

O quadro clínico caracteriza-se pela dor de início insidioso principalmente no primeiro

apoio matinal, que em geral, melhora após período de atividade. Durante o sono, a inatividade

dos músculos dorsoflexores posiciona o pé em equino, o que consequentemente, promove

encurtamento da fáscia plantar (HEBERT, et al., (2003).

No exame físico, verifica-se uma deambulação antálgica sobre a face lateral do pé ou

mesmo digitígrada. A palpação revela o ponto gatilho na região medial e plantar da tuberosidade

do calcâneo e a dorsoflexão dos dedos exacerba os sintomas pela distensão da fáscia plantar. A

marcha com apoio sobre o calcâneo provoca dor. A distensão da fáscia pela manobra de

dorsoflexão dos dedos reproduz os sintomas. A presença de pontos dolorosos na porção proximal

do músculo gastrocnêmio medial demonstra a concomitância de uma síndrome dolorosa

miofascial que envolve o complexo calcâneo plantar (GREVE, 1999).

E segundo Carneiro (2004) o componente fisiopatológico pode ter origem em contratura

muscular, restrição dos movimentos, distúrbios articulares, stress biomecânico como as lesões

relacionadas a atividades, ou em processos inflamatórios. O diagnóstico é feito com base em

dados da história clínica e do exame físico, e inclui a identificação do músculo ou músculos

afetados.

A imagem da ressonância identifica a extensão do processo inflamatório, as rupturas

parcial e total e o espessamento devido à cicatrização hipertrofiam. (GREVE, 1999)

Acredita-se que meios analgésico e o tratamento conservador utilizado na fisioterapia são

suficientes embora a recuperação seja lenta. Vários autores sugerem o alongamento progressivo

da fáscia plantar, do tendão de Aquiles e do músculo tríceps sural. Alguns indivíduos beneficiam-

Page 22: Tratamento Da Fascite Plantar Estudo Comparativo

34

se do uso de órteses no período noturno, que mantêm o tornozelo em flexão dorsal e portanto,

com a fáscia plantar alongada (IMAMURA, 1996).

A temperatura também tem um considerável efeito sobre o comportamento do tecido

sujeito a uma força tensional, sabe-se que o uso de calor aumenta a fluência do tecido

provavelmente por desestabilizar suas ligações intermoleculares. Isto facilitaria o deslizamento

entre as moléculas aumentando as características de viscosidade que permitem o alongamento.

(GREVE, 1999)

2.4 ALONGAMENTO COMO FORMA DE TRATAMENTO DA FASCITE PLANTAR

Kisner; Colby (2005), afirmam que, alongamento é um termo geral usado para descrever

qualquer manobra fisioterapêutica elaborada para aumentar a mobilidade dos tecidos moles e

subseqüentemente melhorar a amplitude do movimento por meio de estiramento de estruturas

que tiveram encurtamento adaptativo e tornaram-se hipomóveis com o tempo.

Esse alongamento muscular é proporcional à força a que o músculo é submetido. Todavia,

a proporção de deformação plástica é maior para exercícios que utilizam forças menores (por

mais tempo), ao passo que o estiramento provocado por grandes forças tende a ser do tipo

elástico, não permanente. Um exercício de alongamento baseado em forças intensas, além disso,

tende a produzir dor, espasmo e até ruptura (estiramento) muscular (GREVE, 1999).

O mesmo pode prevenir limitações, contraturas, fraqueza muscular e retração do mesmo.

Tendo como meta geral: recuperar ou restabelecer a amplitude de movimento normal das

articulações e a mobilidade dos tecidos moles que cercam a articulação. As principais metas do

alongamento específico é aumentar a flexibilidade geral, evitar ou minimizar o risco de lesões

músculo-tendíneas. 0Com isso resulta em benefícios como relaxamento do stress e tensão,

relaxamento muscular, alívio de dores, do sofrimento muscular e o risco reduzido de lesões

(SILVA, 2004).

Os alongamentos são realizados como técnicas de prevenção de lesões do tipo

ocupacionais e desportivas, já que favorece um aumento da força muscular. Este processo

funciona da seguinte forma, à medida que o músculo perde sua flexibilidade normal, ocorre

também uma alteração na relação comprimento-tensão do músculo e com o encurtamento, este

Page 23: Tratamento Da Fascite Plantar Estudo Comparativo

35

não é mais capaz de produzir o pico de tensão, então se desenvolve uma fraqueza com retração. A

perda da flexibilidade independente da causa pode provocar dor originando-se no músculo, tecido

conectivo ou periósteo. Isso por sua vez, também diminui a força muscular (VIANA, 2003;

KITCHEN, 2003).

Segundo os mesmos autores, o tempo de duração do alongamento refere-se ao período de

tempo no qual uma força é aplicada e os tecidos encurtados são mantidos na posição alongada. O

termo duração, freqüentemente se refere ao tempo de aplicação de um único ciclo de

alongamento. A duração do alongamento precisa ser colocada no contexto junto com muitos

outros fatores incluindo intensidade e freqüência. Pois apesar de extensas pesquisas há ainda

discordância quanto ao tempo em que um único ciclo de alongamento deve ser mantido ou ao

número de ciclos de alongamentos que devem ser aplicados para obter os ganhos mais efetivos

na amplitude de movimento.

Greve et al. (1999) afirma que vários estudos têm-se voltado por exemplo, para a

discussão do número ideal de sessões diárias e semanais, tempo do alongamento, técnicas

aplicadas e para a análise da participação dos componentes neurais e viscoelásticos durante o

programa.

Já para Hall; Brody (2001) o alongamento é o método no qual, os músculos e os tecidos

conjuntivos que estão sendo estirados (estendidos) são mantidos em posição estacionária em seu

maior comprimento possível por um período de 15 a 30 segundos, com o paciente sendo mantido

numa posição que permita o relaxamento completo do músculo a ser alongado em uma

superfície de apoio confortável.

Os mesmos autores dividem os efeitos do alongamento em agudos e crônicos. Os efeitos

agudos sendo representados pelos resultados imediatos de curto prazo do estiramento, portanto

proveniente do alongamento do componente elástico da unidade músculo-tendinosa. Já os efeitos

crônicos representam os resultados em longo prazo do estiramento, atingindo maior número de

sarcômeros após um período de imobilização prolongada em posição alongada.

O alongamento deverá ser sempre constituído de movimentos ativos, utilizando-se às

vezes passivamente o peso do próprio corpo, como para alongar a musculatura posterior da coxa

e da perna (LOPES, 1996).

Hall; Brody (2001) complementam que o alongamento do arco plantar e a expansão dos

dedos ocasionados pela pronação, submetem a aponeurose a um aumento de tensão. O fato de

Page 24: Tratamento Da Fascite Plantar Estudo Comparativo

36

que aproximadamente 60% do peso corporal estejam distribuídos sobre o calcanhar, de 31 a 38%

na região da cabeça dos metatarsos e somente cerca de 5% na região medial do pé (VIANA,

2003; KITCHEN, 2003), talvez explique essa falta de relação direta com o tipo de pé.

2.5 FLEXIBILIDADE

A flexibilidade muscular por sua vez, tem sido definida como a habilidade de um músculo

alongar-se, permitindo que uma articulação (ou eventualmente mais de uma) se mova através da

sua amplitude de movimento (ADM). Contrariamente, a perda da flexibilidade muscular é

revelada pela redução da capacidade de um músculo deformar-se, resultando numa redução da

ADM (SHUBACK, 2004).

A flexibilidade divide-se ainda em: dinâmica (mobilidade ativa) e passiva (mobilidade

passiva). A primeira refere-se a uma amplitude ativa de uma articulação, esse aspecto da

flexibilidade depende do grau em que uma articulação pode ser movida por uma contração

muscular e quantidade de resistência tecidual encontrada durante o movimento ativo. A segunda

é o grau que uma articulação pode ser movida passivamente por meio da amplitude de

movimento disponível. Portanto a flexibilidade depende da extensibilidade dos músculos e

tecidos conjuntivos que cruzam e cercam uma articulação. Com a passiva sendo um pré-requisito

da dinâmica, mas não uma garantia dela (KISNER; COLBY, 2005).

O treinamento de flexibilidade é uma das alternativas para prevenção de lesões músculo-

tendinosas e articulares. O mesmo pode atuar aumentando a extensibilidade dos tecidos

articulares e peri-articulares, permitindo movimentos de grande amplitude das articulações, sem

que haja lesões destes tecidos (SHUBACK, 2004).

Os exercícios de flexibilidade muscular estão entre os mais comumente utilizados na

reabilitação e na prática esportiva. Normalmente os seus objetivos incluem reduzir os riscos de

lesões, minimizar a dor muscular tardia e melhorar o desempenho muscular geral (HERBERT,

2002).

Buscar técnicas que aperfeiçoem os protocolos utilizados nessas intervenções está entre

um dos grandes objetivos terapêuticos da atualidade entre fisioterapeutas, médicos desportistas e

Page 25: Tratamento Da Fascite Plantar Estudo Comparativo

37

profissionais de educação física. Estudos têm-se voltado, por exemplo, para a discussão do

número ideal de sessões diárias e semanais, tempo do alongamento, técnicas aplicadas e para a

análise da participação dos componentes neurais e viscoelásticos durante o programa (VIEIRA, et

al., 2005)

2.6 ONDAS CENTIMÉTRICAS (MICROONDAS)

Para escolher a melhor forma de calor que se deve empregar em cada caso dependerá do

tamanho da área tratada, da profundidade do tecido que se quer atingir, da facilidade ou

dificuldade presente em cada caso da aplicação da fonte de calor, da disponibilidade do

equipamento ou fontes de calor, das preferências do profissional e do paciente, e a doença ou o

ferimento que o paciente apresenta. As microondas penetram até o tecido muscular, razão pela

qual se recomenda no tratamento da musculatura profunda. Não deve ser usado no nível cerebral

nem em eminências ósseas (MÉNDEZ, 2003).

O uso do calor como o agente analgésico se dá devido aos benefícios reconhecidos como:

fornecer uma maior extensibilidade aos tecidos de colágenos, reduzir a rigidez das junções,

aliviar os espasmos musculares, proporcionando redução do processo inflamatório e do edema,

aumentando o fluxo sanguíneo e contribuindo para o alívio a dor (MÉNDEZ, 2003).

As microondas englobam em uma faixa de modalidades de aquecimento fisioterápico

divisível em aquecimento superficial, onde a energia é absorvida primeiramente pela pele; e

aquecimento profundo ou por diatermia, em que parte considerável da energia penetra na

superfície antes da absorção nos tecidos mais profundos (KITCHEN, 2003).

A explicação das propriedades fisiológicas das microondas são que o campo elétrico onde

se organizam os dipolos teciduais (ou moléculas de água), sofrem uma alteração devido à

freqüência elevada, provocando variações rápidas dos bipolos intra e extra-celulares produzindo

colisões moleculares (ou energia friccional) que são fontes de calor (BISSCHOP, 2001).

A absorção da radiação é pequena nas gorduras, mas grande nos tecidos musculares por

possuir maior número de células dipolares. A irradiação por microondas eleva consideravelmente

a temperatura do fluxo sanguíneo, muscular e da pele. Á medida que se eleva a temperatura do

Page 26: Tratamento Da Fascite Plantar Estudo Comparativo

38

tecido, conseqüentemente, a temperatura do fluxo sanguíneo também aumenta, onde o calor pode

ser dissipado rapidamente através da massa do tecido para outro, devido à condução e convecção

realizadas pelo sangue circulante (KITCHEN, 2003).

Para a fascite plantar, o uso do microondas propicia vários efeitos benéficos como: melhor

nutrição à região, devido à aceleração da circulação, pela remoção dos subprodutos da lesão

(histaminas, prostaglandinas) e remoção dos subprodutos do catabolismo; para distúrbios

inflamatórios, um pequeno aquecimento promove melhora do fluxo sangüíneo, facilitando

difusão de oxigênio e eliminação de metabólitos; propicia alívio da dor, pois o calor promove

vasodilatação que acelera a remoção dos produtos inflamatórios e metabólitos que induzem a dor,

promovendo também redução tensional (VIANA, 2003).

Os termorreceptores e nociceptores respondem à mudança da temperatura e provocam

alívio da dor. Kitchen (2003) cita que devido à profundidade de aquecimento atingida com a

irradiação por microondas os receptores térmicos localizados no tecido muscular, também podem

ser estimulados como controle segmentar da dor, proporciona redução do espasmo e dores

musculares, decorrentes de lesões tendíneas e de estruturas articulares. O mesmo autor sugere que

este efeito deve-se ao aquecimento das terminações fusiformes aferentes secundárias e dos órgãos

de Golgi do tendão dos músculos afetados; o calor também propicia relaxamento local.

Os efeitos do microondas sobre as lesões traumáticas são similares aos produzidos em

inflamação, as lesões recentes devem ser tratadas com a mesma precaução da inflamação aguda,

pois o calor excessivo pode aumentar a exsudação de líquido a partir de vasos lesionados; é

contra indicado em regiões onde exista um crescimento tumoral ou infecções tuberosas, nem

mesmo em zonas recentemente expostas a doses terapêuticas de raio X (VIANA, 2003).

Page 27: Tratamento Da Fascite Plantar Estudo Comparativo

39

3 MATERIAIS E MÉTODOS

O estudo do presente projeto é um ensaio clínico controlado e randomizado, do tipo

experimental, de caráter qualiquantitativo analítico com dois grupos experimentais, um fazendo

uso somente de alongamento e outro de alongamento associado ao microondas, sendo os

pacientes divididos por amostras aleatórias simples, nos respectivos grupos. Foi realizado a partir

da coleta de dados por meio de pesquisa de campo associado à aplicação de protocolos de

tratamento com a utilização de uma ficha de avaliação fisioterapêutica (Apêndice A), que foi

utilizada para o armazenamento e controle dos dados de cada paciente.

Na ficha avaliativa faz-se presente o teste que comprova o encurtamento muscular da

cadeia posterior dos membros inferiores (Anexo C). Além, da avaliação da dor e da incapacidade

funcional através de uma escala analógica de Jones Agne (Anexo A), a qual foi realizada no

início e no final de cada atendimento das 10 sessões.

A pesquisa foi realizada na Clínica Escola de Fisioterapia da Universidade da Amazônia –

Fisioclínica, localizada na cidade de Belém, na Avenida Alcindo Cacela, nº 359, durante março a

outubro de 2007.

As fontes de informações constituíram-se de levantamentos bibliográficos (livros, revistas

científicas, periódicos, acervo particular), bibliotecas virtuais (LILACS, MEDLINE E SCIELLO)

e relato dos pacientes estudados.

O estudo foi realizado mediante aprovação do orientador da pesquisa (Apêndice C);

aprovação do comitê de ética e pesquisa (Anexo E), com um total de 29 pacientes, encaminhados

por médicos ortopedistas, que foram informados sobre a realização da pesquisa, e ao

concordarem, assinaram o termo de consentimento livre esclarecido onde seus dados foram

mantidos em total privacidade e confiabilidade (Apêndice B).

Os pacientes foram atendidos no turno vespertino, de segunda a sexta-feira salvo feriados,

durante 10 sessões. Cada sessão teve duração de aproximadamente 50 minutos para cada

paciente, sendo realizada e anotada a avaliação da dor pré e pós-utilização do tratamento pré

determinado, seja ele utilizando-se somente do alongamento ou do mesmo em associação com o

Page 28: Tratamento Da Fascite Plantar Estudo Comparativo

40

microondas na ficha previamente elaborada e os pacientes foram divididos aleatoriamente em

dois grupos.

▪ Grupo 1: Constituído por 15 pacientes que tiveram como conduta fisioterapêutica,

aplicação somente da série de alongamento de Andrews (2000) modificado.

▪ Grupo 2: Constituído por 15 pacientes que tiveram como conduta fisioterapêutica,

aplicação do ondas centimétricas (microondas), com tempo de 18 minutos (segundo

BISSCHOPP) com dose III (Jones Agne), em seguida foi feita a aplicação do protocolo de

alongamento, utilizando os parâmetros do protocolo de alongamento de Andrews (2000)

modificado (Anexo B).

A escolha dos pacientes teve como critérios de inclusão, pacientes com fascite plantar na

fase crônica do processo inflamatório, do sexo feminino e com idade entre 25 a 60 anos. Foram

excluídos da pesquisa os pacientes que apresentaram patologias associadas, como torção ou

fratura de tornozelo. Pessoas com processos inflamatórios em região próxima ao local de

tratamento, hipertensas, diabéticas, que apresentaram alguma labirontopatia, pacientes grávidas e

que faltaram ao tratamento.

A pesquisa apresentou como riscos a utilização do microondas em casos que o paciente

apresentou processos inflamatórios, com intensa vasodilatação e exsudação de líquido, podendo

assim, agravar os sintomas. Em caso de infecções bacterianas, podendo acelerar o processo

inflamatório. Porém, antes de cada sessão, era feita a inspeção do membro a ser tratado e o

paciente era questionado sobre qualquer processo inflamatório.

Foi utilizado para o tratamento o aparelho de microondas Microtherm MW893

Biosistemas, da marca KLD (anexo D). Uma faixa elástica da marca theraband da cor cinza claro

(anexo D). Um cronômetro da marca KADIO (anexo D). E uma prancha de propriocepção do ISP

(Instituto São Paulo) (anexo D).

Os dados foram tratados a partir de um pacote estatístico BioEstat. 4.0 (Ayres, 2005),

onde estão sendo apresentados em forma de quadros e gráficos, distribuídos percentuais de dados

quantitativos. Também foi utilizado o Teste t de Student do tipo bicaudal com nível α de 5% e

índice de significância (p ≤ 0,05) para diferenças pré e pós-tratamento e para diferenças entre os

métodos, para uma melhor visualização dos resultados encontrados na pesquisa.

Page 29: Tratamento Da Fascite Plantar Estudo Comparativo

41

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Gráfico 1 - Distribuição por sexo nos grupos

0

5

10

15

Alongamento Along + Micro Ondas

Feminino

Masculino

Fonte: Pesquisa de campo.

O gráfico 1 evidencia um componente qualitativo da amostra estudada, o sexo dos sujeitos

estudados. Nele é possível notar que todos os sujeitos dos dois grupos estudados, são do sexo

feminino.

Os dados qualitativos descritos acima, vieram à escolha do trabalho para o atendimento

somente de mulheres, visto que para Prentice (2002), os dados epidemiológicos mostram que a

população feminina é a mais acometida de fascite plantar, e esta, em geral, é em 60% obesa, na

faixa etária do climatério, quando aumenta de peso. Nos homens é a causa mais comum da

talalgia plantar em esportistas, com destaque para os que praticam corrida.

Page 30: Tratamento Da Fascite Plantar Estudo Comparativo

42

Gráfico 2 – Localização do tratamento

0

2

4

6

8

10

Alongamento Along + Micro Ondas

Direito

Esquerdo

Fonte: Pesquisa de campo.

No gráfico 2 se verifica a distribuição do tratamento por localização (lateralidade) nos

dois grupos. Nele se verifica que 10 sujeitos do grupo 1 trataram o lado direito, enquanto 4

trataram o lado esquerdo. No grupo 2 foram 8 sujeitos tratados no lado direito e 7 no lado

esquerdo.

Gráfico 3 - Existência de sensibilidade

02468

10121416

Alongamento Along + Micro Ondas

Sim

Não

Fonte: Pesquisa de campo.

No gráfico 3 observa-se que nos dois grupos, em todos os casos, ocorreu a presença de

sensibilidade à dor.

Page 31: Tratamento Da Fascite Plantar Estudo Comparativo

43

Gráfico 4 - Dor na palpação

0

5

10

15

Alongamento Along + Micro Ondas

Sim

Não

Fonte: Pesquisa de campo.

No gráfico 4, o qual analisa a presença de dor na palpação, se verifica que em todos os

casos, nos dois grupos, ocorreu a presença da dor.

O que é comprovado por Hebert, et al., (2003); Hamer, et al (2003), estes relatam que

pontos dolorosos na região medial da panturrilha e do tendão calcâneo podem ser encontrados, o

que demonstra uma relação entre a fascite plantar e a rigidez do tendão calcâneo e musculatura

posterior da perna.

O exame físico evidencia dor à palpação da tuberosidade medial do calcâneo, região de

inserção da fáscia plantar. Mann (1986) descreve um sinal característico, encontrado ao exame

físico, que consiste na flexão dorsal forçada dos dedos do pé, a qual tenciona a fáscia plantar e

reproduz dor localizada, geralmente na inserção ao nível da tuberosidade medial do calcâneo. O

local da palpação da dor pode fazer o diagnóstico diferencial com a patologia do coxim

gorduroso e com a síndrome do túnel do tarso. (IMAMURA, 1996)

Page 32: Tratamento Da Fascite Plantar Estudo Comparativo

44

Gráfico 5 - Ocorrência de encurtamento

0

2

4

6

8

10

12

Alongamento Along + Micro Ondas

Sim

Não

Fonte: Pesquisa de campo.

No gráfico 5, é possível verificar que no grupo 1, 12 dos sujeitos tratados apresentaram

quadro de encurtamento enquanto apenas 2 não apresentaram tal quadro. No grupo 2, foram 12 os

sujeitos com encurtamento e 3 sem encurtamento.

Devido ao aumento significativo da utilização do salto alto por mulheres e em decorrência

das alterações funcionais causados pelo uso do mesmo, torna-se imprescindível a verificação da

presença ou não do encurtamento do músculo tríceps sural, sabendo-se que a persistência dessa

situação poderá ressaltar patologias já existentes ou desencadear novas. (TRACKER, 2004)

Gráfico 6 - Ocorrência de Edema

0

2

4

6

8

10

12

Alongamento Along + Micro Ondas

Sim

Não

Fonte: Pesquisa de campo.

Page 33: Tratamento Da Fascite Plantar Estudo Comparativo

45

No gráfico 6 se verifica que entre os sujeitos tratados no grupo 1, somente 2 sujeitos

apresentaram edema, enquanto 12 não apresentaram. No grupo 2, 9 sujeitos não apresentaram

edema, porém, 6 apresentaram.

Acredita-se que o edema pode ter sido um fator que tenha influenciado nos resultados,

visto que para Bisschop (2001), os efeitos fisiológicos da termoterapia incluem vasodilatação,

melhora do metabolismo e da circulação local, aumento da extensibilidade dos tecidos moles,

relaxamento muscular e analgesia e redução da rigidez articular. Tais efeitos ocorrem por

mecanismos locais diretos e reflexos.

As respostas locais devem-se pelo aumento da temperatura tecidual e da atividade

metabólica local. Os efeitos reflexos incluem respostas regionais e generalizadas. As ações

regionais caracterizam-se pelo aumento do fluxo sanguíneo na área tratada e pelo relaxamento

muscular. Com isso tende a diminuição de possíveis edemas na área tratada. As ações

generalizadas incluem o aumento do fluxo sanguíneo no hemicorpo contra lateral, a sedação, o

relaxamento e as modificações das propriedades visco elásticas teciduais. Constituem excelente

método de preparo para a terapia por exercícios, pois reduz a resistência elástica (elastina) e

plástica (colágeno) dos componentes teciduais.

O mesmo cita que o relaxamento de musculaturas tensas ou contraturadas e o

fortalecimento podem ser proporcionadas por exercícios isométricos, ativo-livres e contra-

resistidos, proporcionam a diminuição do edema e da inflamação, melhoram as condições

circulatórias, aceleram o processo cicatricial e o relaxamento muscular, reduzem a dor e

incapacidade funcional.

Como já foi citado pelos autores acima, notamos que a utilização somente do

alongamento já proporciona uma redução de possíveis edemas, estes, comprovados na amostra do

trabalho. Em virtude disto, a associação do alongamento e do microondas, pode acelerar esse

processo de diminuição de edema, diminuindo assim, a dor do paciente.

Page 34: Tratamento Da Fascite Plantar Estudo Comparativo

46

Gráfico 7 - Fica muito tempo em pé?

02468

10121416

Alongamento Along + Micro Ondas

Sim

Não

Fonte: Pesquisa de campo.

No gráfico 7 se verifica que nos dois grupos, todos os sujeitos tratados afirmaram ficar

muito tempo de pé ao longo do dia, o que pode ser um fator agravante da dor.

Gráfico 8 - Uso de sapato com salto alto

0

2

4

6

8

10

Alongamento Along + Micro Ondas

Sim

Não

Fonte: Pesquisa de campo.

No gráfico 8 é possível constatar que 10 sujeitos não faz uso regular de sapatos de salto

alto, são cinco em cada grupo, enquanto que 9 no grupo 1 e 10 no grupo 2 são usuários freqüentes

destes sapatos, o que também pode ser um fator de agravamento do quadro.

Atualmente, a utilização de calçados de salto alto com suas diferentes formas e alturas

tornam-se cada vez mais comum. Estudos literários relatam que no decorrer dos últimos dois

Page 35: Tratamento Da Fascite Plantar Estudo Comparativo

47

anos, tem-se observado o uso freqüente de calçados de salto alto por mulheres, em lugares

públicos, entre elas, devido à estética e aos detalhes da moda, independente dos avanços no

sentido de transformar esse tipo de calçado em um sapato tecnicamente funcional e confortável

para os pés. (PINFILD, 2004)

Quanto ao uso do salto alto, ocorrem mudanças no posicionamento dos pés fazendo com

que os arcos plantares fiquem aumentados; a articulação do tornozelo em flexão plantar e a

musculatura referida em trabalho isométrico. Ainda, segundo alguns autores, o salto alto muda

toda a biomecânica do passo e da posição ortostática, referindo o fato da presença de alterações

provocadas pelo uso freqüente do mesmo. (HAMER, 2003)

A permanência do músculo tríceps sural em posição isométrica ao utilizar o salto alto

resulta em um encurtamento adaptativo muscular, portanto, qualquer força externa exercida para

alongar o músculo encurtado, continuará retraído, pelo músculo antagonista, tibial anterior estar

excessivamente alongado. (HAMER, 2003)

Gráfico 9 - Se já realizou tratamento anterior

0

2

4

6

8

10

Alongamento Along + Micro Ondas

Sim

Não

Fonte: Pesquisa de campo.

No gráfico 9 se verifica que no grupo 1 cinco sujeitos já haviam realizado algum tipo de

tratamento anteriormente. Já no grupo 2, esse número é mais acentuado, são nove os casos de

sujeitos que já trataram anteriormente o quadro. Talvez esse número maior no grupo 2, possa ter

favorecido os resultados da pesquisa.

Page 36: Tratamento Da Fascite Plantar Estudo Comparativo

48

Gráfico 10 - Horário predominante da dor

0

2

4

6

8

10

Alongamento Along + Micro Ondas

Matutino

Vespertino

Noturno

Não Fixo

Fonte: Pesquisa de campo.

No gráfico 10 se verifica que no grupo 1, o horário do dia em que as dores são mais

intensas é o período matutino, enquanto no grupo 2 esse horário mais intenso não é fixo e sim

variável.

A fascite plantar é causa comum de dor no retro pé. O diagnóstico é eminentemente

clínico, fundamentado na história no exame físico. A principal queixa é a da dor no primeiro

apoio matinal ou após permanecer longo período em carga sobre a superfície plantar.

(IMAMURA, 1996)

Hebert et al (2003) complementa o parágrafo acima dizendo que no primeiro apoio há um

estiramento brusco, que traciona a origem da fáscia e exacerba a dor, comprovando assim o

período de dor sentida pelo grupo um, e o segundo turno mais relatado pelo grupo dois, o qual

cita que os mesmo não têm horário fixo para a dor.

Page 37: Tratamento Da Fascite Plantar Estudo Comparativo

49

Gráfico 11 - Fatores que desencadeiam a dor

0

2

4

6

8

10

12

Alongamento Along + Micro Ondas

Posição do pé

Prática de esporte

Caminhar

Flexão plantar

Extensão plantar

Outros

Fonte: Pesquisa de campo.

Com relação aos fatores que desencadeiam a dor, visto no gráfico 11, no grupo 1, o fator

mais indicado foi quando os sujeitos ficavam de pé, o que se assemelha relativamente com o

ocorrido no grupo 2, onde se verifica que na posição de pé e ao caminhar o quadro de

desencadeamento se acentua.

Ambos os grupos tratados relatam dor ao ficar na posição de pé, isto que é comprovado

por Riddle, et al (2004) afirmando que as perdas funcionais decorrentes da fascite plantar, estão

relacionadas somente às atividades que envolvem corrida, e atividades profissionais e hobbies

que envolvem sustentação de peso. O segundo fator relatado no grupo dois vem ser reafirmado

por Hebert, et al (2003), segundo o mesmo, corridas, saltos e atividades de impacto pioram a dor.

Gráfico 12 - Fatores que aliviam a dor

0

24

68

10

1214

Alongamento Along + Micro Ondas

Repouso

Exercício

Movimento

Alongamento

Medicação

Outros

Fonte: Pesquisa de campo.

Page 38: Tratamento Da Fascite Plantar Estudo Comparativo

50

Os fatores que aliviam a dor, no gráfico 12, indicam que no grupo 1 e no grupo 2, o alívio

é maior quando os sujeitos se encontram em repouso. No grupo 2, outros dois componentes

mostraram-se importantes, quando os sujeitos fazem movimento e quando usam medicação, a dor

tende a aliviar.

Os medicamentos antiflamatórios não esteróides ajudam em alguns casos relativamente

agudos, mas também são muito úteis em um programa de tratamento prolongado. A infiltração de

esteróides locais deve ser utilizada em alguns casos, mas com muita precaução, já que pode

produzir necroses gordurosas e quando são usados repetidamente podem levar a uma ruptura da

fáscia plantar. Diversos tipos de palmilhas têm sido utilizadas ajudando a descarregar a região

central e anteromedial do calcâneo e para sustentar o arco longitudinal. (WAPNER; SHARKEY,

1991)

De acordo com Imamura, et al (1996), o tratamento preconizado inicialmente é

conservador e consiste no emprego de antiinflamatórios não hormonais e no uso de palmilhas de

material macio com suporte para o arco longitudinal medial e elevação do salto. As atividades em

ortostatismo prolongado, as marchas de longas distâncias assim como a prática de esportes que

envolvam saltos e corridas devem ser restritas. Exercícios de alongamento da fáscia plantar e dos

músculos da panturrilha devem ser realizados. Vários autores sugerem o alongamento

progressivo da fáscia plantar, do tendão de Aquiles e do músculo tríceps sural, baseados nos

achados de Kibler (1991). Alguns indivíduos beneficiam-se do uso de órteses no período noturno

que mantêm o tornozelo em flexão dorsal e, portanto, com a fáscia plantar alongada.

Page 39: Tratamento Da Fascite Plantar Estudo Comparativo

51

Gráfico 13 - Localização da dor

0

1

2

3

4

5

6

Alongamento Along + MicroOndas

Calcanhar

Calc. Post/Medial

Calcanhar lat.

Calcanhar med.

Calcanhar post.

Calcanhar sup.

Arco Plantar

Fonte: Pesquisa de campo.

O gráfico 13 indica a localização mais evidente da dor nos sujeitos. Nele se verifica que

no grupo 1 esta se localiza mais acentuada no calcanhar posterior e medial, além de no calcanhar

medial, enquanto no grupo 2 se acentua mais no calcanhar posterior e medial e no calcanhar

lateral.

Gráfico 14 - Hábitos dos sujeitos

0

1

2

3

4

5

Alongamento Along + Micro Ondas

Fumo

Álcool

At. Física

Outros

Fonte: Pesquisa de campo.

Page 40: Tratamento Da Fascite Plantar Estudo Comparativo

52

No gráfico 14 se verifica os hábitos mais freqüentes dos sujeitos estudados. Nele se

verifica os hábitos mais evidentes entre os sujeitos do grupo 1 são o fumo, o álcool e outros,

enquanto o mais evidente nos sujeitos do grupo 2 foi os outros e, em menor grau, o álcool .

Gráfico 15 - Queixa principal

0

3

6

9

12

15

Alongamento Along + Micro Ondas

Dor

Fonte: Pesquisa de campo.

No gráfico 15 se observa que todos os sujeitos investigados, nos dois grupos,

apresentavam quadro de dor antes de iniciar o tratamento.

Para Carneiro (2004), os músculos dos doentes com dor, tornam-se tensos e

descondicionados o aumento de tensão gera a compressão de pequenos vasos e capilares e

isquemia muscular, o que resulta no acúmulo de substâncias algiogênicas e instalação de dor, que

acentua a hipertonia muscular. Os exercícios de alongamento procuram devolver aos músculos

fadigados e encurtados, o seu comprimento de repouso, condição fundamental para que adquira

potência máxima.

Gráfico 16 - Diagnóstico

0

2

4

6

8

10

Alongamento Along + MicroOndas

Fascite Plantar

Esporão Calcâneo

Page 41: Tratamento Da Fascite Plantar Estudo Comparativo

53

Fonte: Pesquisa de campo. O gráfico 16 indica que no grupo 1, dez sujeitos apresentavam quadro de fascite plantar

enquanto quatro apresentavam quadro de esporão de calcâneo. Já no grupo 2 foram nove os

sujeitos com fascite plantar e seis com esporão de calcâneo.

Kisner (2005) relata que a fase de apoio durante a marcha, provoca um estiramento brusco

da aponeurose, as forças de tração durante a fase de apoio na marcha levam ao processo

inflamatório, que resulta em fibrose e degeneração, podendo desenvolver um esporão de calcâneo

no local da lesão causando dor sempre que o calcanhar estiver no solo.

Tabela 1 - Estatística descritiva da amostra.

ALONGAMENTO ALONG. + MICRO ONDAS

VARIÁVEL PRÉ PÓS DIF PRÉ PÓS DIF

Idade 42,29 ± 13,04 42,93 ± 9,96

Sessão 1 6,07±2,40 4,07±2,87 -2,00±1,75 6,87±3,16 4,53±2,29 -2,33±2,69

Sessão 2 4,86±2,85 3,36±3,03 -1,50±1,95 5,87±2,72 3,53±2,50 -2,33±2,35

Sessão 3 3,64±2,73 2,71±2,67 -0,93±1,44 3,67±2,38 2,47±1,64 -1,20±1,08

Sessão 4 2,93±2,70 2,21±2,64 -0,71±1,20 3,33±2,26 2,33±2,23 -1,00±1,56

Sessão 5 2,50±2,56 2,21±2,72 -0,29±1,20 2,60±1,88 1,80±2,24 -0,73±1,62

Sessão 6 2,00±2,32 1,64±1,98 -0,26±1,01 2,13±1,55 1,00±0,25 -1,33±1,13

Sessão 7 2,14±2,41 1,00±1,46 -1,14±1,41 1,73±1,49 0,73±0,96 -1,00±1,25

Sessão 8 1,64±2,17 0,79±1,31 -0,86±1,03 1,67±1,68 0,27±0,46 -1,40±1,64

Sessão 9 1,07±1,59 0,50±0,76 -0,57±1,02 0,87±0,83 0,13±0,35 -0,73±0,80

Sessão 10 0,57±0,86 0,14±0,36 -0,43±0,76 0,47±0,83 0,20±0,56 -0,27±0,46

Fonte: Pesquisa de campo.

Através da tabela 1, é possível verificar a descrição das características da amostra

estudada nos dois protocolos de tratamento desenvolvidos na investigação.

Como se pode observar, nos dois grupos estudados, houve uma redução gradual na

sensitividade a dor, o que se pode constatar através da observação da evolução nos três

componentes, a dor em nível pré-sessão, a dor em nível pós-sessão e a dor em nível da diferença

entre os dois momentos pré-sessão e pós-sessão.

Page 42: Tratamento Da Fascite Plantar Estudo Comparativo

54

Outro aspecto que se pode notar na descrição da amostra, é a grande heterogeneidade que

é constatada da amostra, o que se pode constatar através do elevado desvio padrão verificado em

todos os componentes estudados, inclusive no aspecto etário, onde se verifica um desvio padrão

de 13,04 para o grupo tratado através do alongamento e de 9,96 no grupo tratado através da

combinação entre o alongamento e o micro ondas.

Para Jordão (2004), ao comprometer a deambulação e o ortostatismo do indivíduo, a

fascite plantar pode afetar sua saúde em seu aspecto social; Sant’anna (2004) diz que o

tratamento da fascite plantar pode estar associado a causas intrínsecas como obesidade e

características biomecânicas; e a causas extrínsecas, como tipo de vida, atividades repetitivas que

podem levar a microtraumatismos, e até mesmo, calçados inadequados.

Gráfico 17 - Curva de evolução da sensação de dor no protocolo e alongamento

-3-11357

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Pré

PósDiferença

Fonte: Pesquisa de campo.

O aspecto ressaltado anteriormente, pode ser confirmado através da observação do gráfico

17, onde se pode verificar que a sensitividade a dor reduziu constantemente ao longo do

tratamento, tanto em nível pré-sessão quanto em nível pós-sessão, no grupo tratado através do

alongamento.

Com relação a diferença na dor entre os dois momentos, pré-sessão e pós-sessão,

verificado através da linha vermelha no gráfico 1, se observa que esta foi diminuindo

gradativamente, evidenciando que a cada momento do tratamento, os sujeitos se apresentavam

com níveis menos intenso de dor antes das sessões de tratamento, o que evidencia um quadro

evolutivo no quadro tratado.

Page 43: Tratamento Da Fascite Plantar Estudo Comparativo

55

Para Bandy; Irion (1994), o alongamento pode ser usado como um método de recuperação

da ADM, facilitando desta forma a restauração da mobilidade normal e melhora da função total.

Existe uma grande variedade de técnicas de alongamento, entre elas o alongamento estático. Este

é uma técnica de tensão isométrica aplicada lentamente a um músculo na sua maior extensão e

mantida em tal posição por um período de tempo. Taylor, et al (1990), relatam ainda que os

reflexos de estiramento estejam minimizados pelo movimento lento e pela ausência de dor, sendo

assim recomendada por ser de fácil execução e ter pouco risco de lesão.

Dentre os poucos estudos encontrados não foi observado um consenso a respeito da

durabilidade do efeito do alongamento, variando a permanência do efeito de uma hora até quatro

semanas após o término do treinamento. Parece, então, que o aumento da flexibilidade muscular,

vista logo após o alongamento é, em grande parte, um fenômeno transitório que têm um valor

terapêutico necessário para curtos períodos de tempo, como em atividades físicas. Já os aumentos

duráveis no comprimento muscular irão resultar de um remodelamento adaptativo e não

simplesmente da deformação viscoelástica. Esse remodelamento adaptativo viria a partir da

existência de uma demanda funcional. (THACKER, et al, 2004)

Gráfico 18 - Curva de evolução da sensação de dor no protocolo de alongamento + microondas

-3-11357

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Pré

Pós

Diferença

Fonte: Pesquisa de campo. O gráfico 2, permite uma observação semelhante a encontrada no gráfico 1, onde se

observa no grupo tratado através do alongamento e do micro ondas, uma redução na sensitividade

a dor ao longo do tratamento, tanto antes quanto depois de cada sessão de tratamento.

Page 44: Tratamento Da Fascite Plantar Estudo Comparativo

56

Também se verificou a redução gradual na diferença na dor entre os momentos pré-sessão

e pós-sessão de tratamento, o que se confirma através da linha vermelha no gráfico 2,

evidenciando melhoria no quadro dos sujeitos tratados, em função do protocolo adotado no

tratamento, já que a diminuição na diferença se deveu a redução na intensidade da dor percebida

antes de cada sessão de tratamento, ao longo deste.

Segundo Thacker, et al (2004), em algumas práticas clínicas, para se obter um maior

ganho da flexibilidade usam-se técnicas de alongamento associadas ao calor. Espera-se que o

aquecimento aumente o suprimento de sangue e a liberação do oxigênio da mioglobina e

hemoglobina para os músculos. Estas mudanças preparam o corpo para as atividades físicas, por

acelerar o metabolismo das fibras musculares e diminuir a resistência intramuscular, aumentando

assim a variedade de movimento e a eficiência mecânica. Várias são as modalidades de

aquecimento, como bolsa de calor úmido, parafina, ultra-som, turbilhões e ondas curtas, e ainda,

exercícios aeróbicos. (DRAPER, 2004)

Em contrapartida Pinfild (2004), com propósito de determinar o efeito do alongamento

estático após diatermia com ondas curtas versus alongamento estático na flexibilidade dos

músculos isquiotibiais, reconheceu que a associação do alongamento com modalidades térmicas

podem mudar a viscoelasticidade do tecido conjuntivo resultando em uma deformação plástica

após o alongamento. Seu estudo utilizou como instrumento de medida de ADM o goniômetro

universal e fizeram parte deste, 30 mulheres divididas em três grupos: grupo 1, sendo controle;

grupo 2, alongamento estático por três minutos três vezes/semana durante um mês e o grupo 3,

diatermia por ondas curtas contínuo por 20 minutos e alongamento estático sustentado por três

minutos, três vezes por semana, durante um mês.

Page 45: Tratamento Da Fascite Plantar Estudo Comparativo

57

Tabela 2 - Estatística comparativa (t) dos grupos 1 (alongamento) e 2 (alongamento e microondas).

ALONGAMENTO ALONG. + MICRO ONDAS VARIÁVEL t p t p

Pré X Pós Sessão 1 4,27 < 0,01 3,36 < 0,01

Pós Sessão 2 2,88 0,01 3,85 < 0,01

Pré X Pós Sessão 3 2,41 0,03 4,29 < 0,01

Pré X Pós Sessão 4 2,22 0,04 2,49 0,03

Pré X Pós Sessão 5 0,89 0,39 1,87 0,08

Pré X Pós Sessão 6 1,33 0,21 3,90 < 0,01

Pré X Pós Sessão 7 3,04 0,01 3,10 < 0,01

Pré X Pós Sessão 8 3,12 0,01 3,31 0,01

Pré X Pós Sessão 9 2,10 0,06 3,56 < 0,01

Pré X Pós Sessão 10 2,12 0,05 2,26 0,04

Pré sessão 1 X Pós sessão 10 8,89 < 0,01 7,65 < 0,01

Fonte: Pesquisa de campo.

A tabela 2 indica a existência de diferenças estatisticamente significativas na sensitividade

à dor, nos sujeitos tratados nos dois métodos adotados no estudo em questão.

Como se pode verificar, os sujeitos tratados através do protocolo de alongamento,

apresentaram redução estatisticamente significativa na dor após a primeira, a segunda, a terceira,

a quarta, a sétima, a oitava e a décima sessão de tratamento, onde se verificou que a dor após

cada uma destas sessões de tratamento, reduziu de forma significativa.

É possível constatar ainda, a eficácia do tratamento realizado através do protocolo de

alongamento, quando se observa a redução estatisticamente significativa na sensitividade à dor,

verificada entre o momento em que os sujeitos iniciaram o tratamento (momento pré-sessão 1) e

o momento em que os sujeitos encerraram o tratamento (momento pós-sessão 10).

Com relação ao tratamento realizado através do alongamento e microondas, observou-se

comportamento semelhante ao anterior. Houve redução estatisticamente significativa em quase

todos os momentos do tratamento, exceção feita a um único momento, na sessão cinco do

tratamento, onde esta diferença ocorreu, porém não de forma significativa, evidenciando-se

assim, a eficácia do tratamento realizado.

Page 46: Tratamento Da Fascite Plantar Estudo Comparativo

58

Esta eficácia se confirma mais evidentemente, através da observação de que houve uma

redução estatisticamente significativa na sensitividade à dor nos sujeitos, entre o início e o final

do tratamento, antes da sessão 1 e depois da sessão 10.

Tabela 3 - Análise de variância de um critério com teste de Tukey para comparação entre os dez momentos pré-sessão para cada protocolo de tratamento.

ALONGAMENTO ALONG. + MICRO ONDAS

F p F p

MOMENTO

7,45 < 0,01 16,01 < 0,01

Sessão 1 X Sessão 3 --- --- 6,16 < 0,01

Sessão 1 X Sessão 4 5,04 < 0,05 6,80 < 0,01

Sessão 1 X Sessão 5 5,73 < 0,01 8,21 < 0,01

Sessão 1 X Sessão 6 6,53 < 0,01 9,11 < 0,01

Sessão 1 X Sessão 7 6,30 < 0,01 9,88 < 0,01

Sessão 1 X Sessão 8 7,10 < 0,01 10,01 < 0,01

Sessão 1 X Sessão 9 8,02 < 0,01 11,55 < 0,01

Sessão 1 X Sessão 10 8,82 < 0,01 12,31 < 0,01

Sessão 2 X Sessão 4 --- --- 4,87 < 0,05

Sessão 2 X Sessão 5 --- --- 6,29 < 0,01

Sessão 2 X Sessão 6 --- --- 7,18 < 0,01

Sessão 2 X Sessão 7 --- --- 7,95 < 0,01

Sessão 2 X Sessão 8 5,16 < 0,05 8,08 < 0,01

Sessão 2 X Sessão 9 6,07 < 0,01 9,62 < 0,01

Sessão 2 X Sessão 10 6,87 < 0,01 10,39 < 0,01

Sessão 3 X Sessão 9 --- --- 5,39 < 0,01

Sessão 3 X Sessão 10 4,93 < 0,05 6,16 < 0,01

Sessão 4 X Sessão 9 --- --- 4,75 < 0,05

Sessão 4 X Sessão 10 --- --- 5,52 < 0,01

Fonte: Pesquisa de campo.

Page 47: Tratamento Da Fascite Plantar Estudo Comparativo

59

A tabela 3 mostra a existência de diferenças estatísticas entre cada sessão de tratamento,

no momento pré-sessão (antes do início de cada sessão). Nele é possível observar-se que o grupo

tratado através do alongamento associado ao micro ondas, apresentou mais momentos de redução

significativa da dor do que o grupo tratado somente através do alongamento.

Guimarães ( 1998) elucida este fato devido os efeitos fisiológicos do microondas sobre a

diminuição da dor. O autor sugere que a dor é resultado do acúmulo de produtos metabólicos, e

que o aumento do fluxo sanguíneo, na região dolorosa, devido ao calor, favorece a eliminação

destas substancias e consequentemente da dor.

O grupo tratado através do alongamento, somente mostrou redução significativa na dor

quando se comparou a sessão 1 com a 4, a 5, a 6, a 7, a 8, a 9 e a 10; a sessão 2 com a 8, com a 9

e com a 10; e a sessão 3 com a 10, o que permite afirmar que a partir da quarta sessão de

tratamento, observou-se redução estatisticamente significativa na sensitividade à dor dos sujeitos

tratados pelo método proposto.

No grupo tratado através da associação entre o alongamento e o micro ondas observou-se

um quadro mais amplo e favorável, onde verificou-se a redução significativa da dor entre mais

momentos do tratamento. Nele se verificou a redução significativa na sensitividade à dor entre os

momentos da sessão 1 para a sessão 3, para a 4, para a 5, para a 6, para a 7, para a 8, para a 9 e

para a 10; da sessão 2 para a sessão 4, para a 5, para a 6, para a 7, para a 8, para a 9 e para a 10;

da sessão 3 para as sessões 9 e 10, bem como da sessão 4 para as sessões 9 e 10. Isto permite

afirmar que através deste protocolo, os sujeitos mostraram redução significativa da sensitividade

à dor, a partir da terceira sessão de tratamento.

Assim, pode-se afirmar que através do protocolo de associação entre alongamento e micro

ondas, o efeito é discretamente mais rápido do que no protocolo em que se usou somente o

alongamento, encontrando-se a redução na dor e um momento mais precoce no primeiro do que

no segundo método de tratamento.

Page 48: Tratamento Da Fascite Plantar Estudo Comparativo

60

Tabela 4 - Estatística comparativa (t) entre as diferenças nos protocolos 1 (alongamento) e 2 (alongamento + micro ondas).

VARIÁVEL T P

Idade -0,15 0,88

Sessão 1 -0,40 0,69

Sessão 2 -1,04 0,31

Sessão 3 -0,57 0,57

Sessão 4 -0,55 0,58

Sessão 5 -0,85 0,41

Sessão 6 -1,96 0,06

Sessão 7 0,29 0,78

Sessão 8 -1,08 0,29

Sessão 9 -0,47 0,64

Sessão 10 0,69 0,50

Fonte: Pesquisa de campo.

Ao comparar-se os dois grupos, e por tanto, os dois métodos de tratamento, visto na tabela

4, observou-se que não houveram diferenças estatisticamente significativas entre estes, o que

evidencia relativa semelhança na evolução do tratamento entre os dois métodos.

Outro aspecto que se constata no quadro anterior, é o fato de que na maioria dos

momentos o grupo tratado através do alongamento associado ao micro ondas, apresentou

diferenças entre os momentos pré e pós-sessão de tratamento, mais acentuadas que no grupo

tratado apenas através do alongamento, o que demonstra um efeito mais acentuado do tratamento

em cada sessão através do alongamento associado ao micro ondas, porém, sem que estas

diferenças tenham nível estatístico de significância.

Este resultado pode ser explicado pela afirmativa do autor Guimarães (1998), que diz que

calor produzido pelo microondas tem efeitos terapêuticos importantes sobre os processos

inflamatórios, este tipo de calor provoca uma dilatação nas artérias e capilares que produz um

aumento do fluxo sanguíneo na região tratada.

O presente estudo compara-se com um outro que utilizando o US como meio de

intervenção na FP, Crawford (1996) não obteve resultados significativos. Apesar de também não

mostrarmos mais eficiência no tratamento com microondas, não obtendo resultados

Page 49: Tratamento Da Fascite Plantar Estudo Comparativo

61

estatisticamente comprovando a eficácia do protocolo de alongamento ou do mesmo associado ao

microondas, as características dos estudos foram completamente diferentes. Crawford utilizou

baixa intensidade (0,5 w/cm²) e modo pulsátil de aplicação, enquanto o nosso recurso

termoterápico utilizou grau de calor maior (microondas). Observou-se que o método proposto

acrescentou ganhos funcionais e de melhora da dor, e que, a realização somente dos exercícios de

alongamentos, por 10 sessões seriam eficazes para a redução da dor. Porém notamos que quando

associado ao microondas essa melhora é mais rápida e acentuada em algumas sessões já citadas

no quadro anterior.

O exposto acima vem complementar-se por Imamura, et al (1996), o qual fala que a

restauração do comprimento normal da fibra muscular e da amplitude completa do movimento

articular irá evitar a sobrecarga muscular. A prevenção de dolorimento pode ser obtida através de

exercícios domiciliares de alongamento e uso da termoterapia proporcionando relaxamento

muscular e alívio da dor, realizados de forma regular e progressiva.

Tabela 5 - Estatística descritiva e comparativa (t) entre as diferenças pré-sessão 1 X pós-sessão 10, entre os 2 protocolos de tratamento.

Média ± D. Padrão

VARIÁVEIS Along. Al. + M. O.

t

p

Pré sessão 1 – Pós sessão 10 -5,64 ± 2,56 -6,67 ± 3,37 -0,92 0,36

Fonte: Pesquisa de campo.

A tabela 5 indica a comparação na redução da sensitividade à dor entre os momentos pré-

sessão 1 e pós-sessão 10, nos dois grupos de tratamento. Nele é possível observar-se a redução

mais acentuada na sensitividade a dor no grupo tratado pela associação entre o alongamento e o

micro ondas, quando comparado com o grupo tratado exclusivamente através do alongamento,

porém, como pode se verificar, não é significativa esta diferença, o que evidencia mais uma vez,

a evolução mais acentuada no primeiro do que no segundo método, porém sem diferença

estatística.

Page 50: Tratamento Da Fascite Plantar Estudo Comparativo

62

5 CONCLUSÃO

Os resultados deste estudo não podem ser considerados generalizados a uma população, haja

visto, que o mesmo foi realizado sobre um único sexo. Entretanto, vale a pena ressaltar a

importância de se investigar novos recursos no tratamento desta afecção que não incapacita, no

entanto leva à limitação das atividades diárias e desportivas.

O presente estudo mostra que com apenas dez sessões e sem uso de medicamentos o

paciente apresenta ausência ou diminuição do quadro álgico, porém notou-se que em alguns a dor

era reincidente, pois os mesmos realizavam o tratamento em determinado período e depois

voltavam a adotar os mesmos erros (não alongar-se, usar salto alto, não praticar atividades físicas

dentre outros) que ocasionavam no encurtamento da cadeia posterior da perna, conseqüentemente

a volta da álgica na planta do pé.

Tendo em vista o exposto acima, sugerimos que sejam desenvolvidas mais pesquisas na

área de fisioterapia preventiva, visando divulgar a pratica do alongamento, no cotidiano das

pessoas evitando assim, problemas ou patologias futuras.

Com base no que se observou, no presente estudo, o qual não houve diferença estatística

entre os dois métodos de tratamento proposto na pesquisa para tratar a fascite plantar, no entanto

ambos os métodos foram eficazes para a redução da dor e reabilitação do paciente para suas

atividades de vida diária e laborais.

Page 51: Tratamento Da Fascite Plantar Estudo Comparativo

63

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Page 56: Tratamento Da Fascite Plantar Estudo Comparativo

68

ANEXO A

FICHA DE AVALIAÇÃO DA DOR

(JONES AGNE)

1. De acordo com a intensidade de sua dor, observe a escala visual analógica abaixo

(escala de dor) e marque a opção correspondente ao seu quadro de dor atual.

ESCALA ANALÓGICA VISUAL – EVA

Page 57: Tratamento Da Fascite Plantar Estudo Comparativo

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ANEXO B

PROTOCOLO DE ALONGAMENTOS (ANDREWS, 2000 - MODIFICA DO)

1- Série de alongamentos para a reabilitação e tratamento para gastrocnêmio – solear.

Figura 1 - Paciente em decúbito dorsal com os joelhos estendidos ou parcialmente flexionado deverá realizar uma forte dorsiflexão dos pés, tentando manter os artelhos relaxados.

Fonte: dados do autor, 2007.

Figura 2 - Paciente em decúbito dorsal com os joelhos estendidos ou parcialmente flexionado, com uma faixa elástica da cor cinza, deverá puxar o pé em dorsoflexão.

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70

Fonte: dados do autor, 2007.

2- Com o objetivo de manter ou ganhar ADM/ flexibilidade, fará uso do alongamento

estático de baixa intensidade da unidade musculoesquelética afetada.

Figura 3 - Paciente em pé, deverá dar um passo à frente com um só pé, mantendo o calcanhar do pé de trás no solo (o pé de trás é o que está sendo alongado).

Fonte: dados do autor, 2007.

3- Com o objetivo da reabilitação proprioceptiva.

Figura 4 - Alongamento na prancha inclinada.

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71

Fonte: dados do autor, 2007.

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72

Page 61: Tratamento Da Fascite Plantar Estudo Comparativo

73

ANEXO C

TESTE DE ELEVAÇÃO DE MEMBRO INFERIOR (PALMER, 2000)

Elevação passiva do MI com o joelho mantido em completa extensão. O MI é elevado

pelo tornozelo, que permanece em posição neutra e relaxada e é anotado o grau de flexão do

quadril no qual os sintomas aparecem. O lado contra- lateral do membro inferior avaliado, deverá

estar em flexão tanto de quadril quando de joelho.

Figura 5 - Teste de encurtamento.

Fonte: dados do autor, 2007.

Page 62: Tratamento Da Fascite Plantar Estudo Comparativo

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ANEXO D

MATERIAIS UTILIZADOS NA PESQUISA

Fonte: dados do autor, 2007. Fonte: dados do autor, 2007.

Fonte: dados do autor, 2007. Fonte: dados do autor, 2007.

Figura 6 - Aparelho de microondas Microtherm MW893 Biosistemas, da marca KLD.

Figura 7 - Faixa elástica da marca Theraband da cor cinza claro.

Figura 8 - Cronômetro da marca KADIO.

Figura 9 - Prancha de propriocepção do ISP (Instituto São Paulo).

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ANEXO E

ACEITE DO COMITÊ DE ÉTICA E PESQUISA

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APÊNDICE A

FICHA DE AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA

FASCITE PLANTAR.

DADOS PESSOAIS

Nome: ________________________________________________________________________

Endereço:_____________________________________________________________________

Data de nascimento:____/____/____ Profissão:_____________ Sexo:_______ Idade:_______

Telefone:______________ Bairro:_________________ Data da avaliação:____/____/____

Médico Responsável: ________________________________________________________

Diagnóstico clínico:________________________________________________________

Diagnóstico funcional :_____________________________________________________

HISTÓRICO

QP___________________________________________________________________________

____________________________________________________________________

HDA:_________________________________________________________________________

____________________________________________________________________

HF:__________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

Hábitos: Fumo Álcool Atividade física Outros

EXAME FÍSICO

Local da dor: ______________________________________________________________

Sensibilidade: Sim Não Dor a palpação: Sim Não

Page 65: Tratamento Da Fascite Plantar Estudo Comparativo

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Algum encurtamento (Anexo 3) : Sim Não

Presença de edemas: Sim Não

Fica muito tempo em pé: Sim Não Utiliza sapatos de salto alto: Sim Não

Horário da dor: Matutino Vespertino Noturno Sem horário fixo

Fatores que desencadeiam a dor: Posição de pé Prática de esporte Caminhar

Flexão plantar Extensão plantar Outro

Fatores que aliviam a dor: Repouso Movimento Medicação

Exercício Alongamento Outro

Realizou tratamento anteriormente: Sim Não. Qual:________________

Obejtivo Fisioterapêtico:_____________________________________________________

Conduta Fisioterapêutica:____________________________________________________

__________________________________

Responsável

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APÊNDICE B

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

As informações obtidas serão analisadas em conjunto com as de outras pacientes, não

sendo divulgada qualquer informação que possa levar a sua identificação.

ESTUDO: Tratamento da fascite plantar: estudo comparativo entre o protocolo de

alongamento e sua associação com ondas centimétricas (microondas).

Os voluntários serão atendidos na Clínica Escola da Universidade da Amazônia –

Fisioclínica, localizada na Avenida Alcindo Cacela, nº. 359, Belém-PA, no turno vespertino. O

estudo se faz necessário para que se possam comparar dois tratamentos fisioterapêuticos, um

utilizando-se somente do alongamento e outro fazendo a associação do alongamento com o ondas

centimétricas (microondas) no quadro doloroso da fascite plantar, antes e após as 10 sessões de

ambos os tratamentos. No primeiro momento, os voluntários terão seus dados coletados em uma

ficha de avaliação previamente elaborada pelas pesquisadoras junto à avaliação da dor, podendo

assim ser quantificado o quadro doloroso desse paciente antes e após a aplicação do tratamento

durante 10 sessões como forma de parâmetros avaliativos.

As principais investigadoras são as acadêmicas Andressa Priscila Cardoso de Andrade

que pode ser encontrada no conj. Providência, Rua 13 nº 181 ou nos telefones 32570628/

81520623, Bruna Gabriela Bravin Rabello que pode ser encontrada na Rua Oliveira Belo nº 881

ou no telefone 81732393 e Daniele Jacob Bastos que pode ser encontrada na Travessa Alferes

Costa nº 506 ou nos telefones 32334641 / 81621914.

Caso não sejam localizadas, poderá ainda ser contatado o fisioterapeuta Paulo Eduardo

dos Santos Ávila, orientador desta pesquisa, no endereço: Tv. 14 de Março, n° 1494, Aptº 202 ou

pelos telefones 32232373/ 8127-9498.

GARANTIAS

É garantida aos indivíduos, a liberdade de desistir ou interromper a colaboração neste

estudo no momento em que desejar, sem necessidade de qualquer explicação.

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Os indivíduos têm direitos a se manter informados a respeito dos resultados parciais da

pesquisa.

O atendimento não será cobrado e também não haverá nenhuma recompensa financeira na

participação deste estudo.

Este trabalho será realizado com recursos disponibilizados pela Clínica Escola da

Universidade da Amazônia - Fisioclínica.

O pesquisador utilizará os dados e o material coletado, a princípio somente para esta

pesquisa, porem poderão ser utilizados em situações especiais, como em publicações científicas.

Os dados ao final do trabalho serão guardados em arquivos digitais.

DECLARAÇÃO

Declaro que compreendi as informações do que li ou que me foram explicadas sobre o

trabalho em questão.

Discuti com o fisioterapeuta Paulo Eduardo dos Santos Ávila sobre decisão em participar

nesse estudo, ficando claros para mim, quais são os propósitos da pesquisa, os procedimentos a

serem realizados, as garantias de confidencialidade e de esclarecimentos permanentes.

Ficou claro também que minha participação não tem despesas e que tenho garantia de

inclusive se optar por desistir de participar da pesquisa.

Declaro que autorizo a utilização dos dados na pesquisa em formação e a publicação de

artigos científicos.

Concordo voluntariamente em participar desse estudo podendo retirar meu consentimento

a qualquer momento sem necessidade de justificar o motivo da desistência, antes ou durante o

mesmo.

Belém, ____, de ___________________de 2007.

____________________________________

Assinatura do Paciente

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80

_____________________________________

Assinatura da Testemunha

Declaro que assisti a explicação do fisioterapeuta Paulo Eduardo Santos Avila ao

paciente, que compreendeu e retirou suas dúvidas, assim como eu, a tudo o que será realizado na

pesquisa.

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntária o consentimento livre e

esclarecido desta paciente ou representante legal para participação no presente estudo.

Ft. Paulo Eduardo Santos Avila

(Fisioterapeuta)

Pesquisador responsável

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APÊNDICE C

TERMO DE APROVAÇÃO DO ORIENTADOR DA PESQUISA

UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA - UNAMA

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

CURSO DE FISIOTERAPIA

DECLARAÇÃO

Eu Paulo Eduardo Santos Avila, aceito orientar o trabalho, que terá como foco principal a

Fisioterapia Traumato - ortopédica com o tema “Tratamento da fascite plantar: estudo

comparativo entre o protocolo de alongamento e sua associação com ondas centimétricas

(microondas).’’ De autoria de Andressa Cardoso de Andrade, Bruna Gabriela Bravin Rabello e

Daniele Jacob Bastos, declarando ter total conhecimento das normas de realização de trabalhos

científicos vigentes, segundo o manual de orientação de trabalhos científicos do Curso de

Fisioterapia da UNAMA 2007 estando ciente da necessidade de minha participação na banca

examinadora por ocasião da defesa do trabalho.

Belém-Pará, 15 de janeiro de 2007.

__________________________________ __________________________________

Assinatura Carimbo e Rubrica

Paulo Eduardo Santos Ávila Paulo Eduardo Santos Ávila

Page 70: Tratamento Da Fascite Plantar Estudo Comparativo

82

APÊNDICE D

AUTORIZAÇÃO DA CLÍNICA ESCOLA DE FISIOTERAPIA – FI SIOCLÍNICA

Eu Prof ª.Valéria Marques F. Normando, coordenadora da Clínica Escola da Universidade

da Amazônia - FISIOCLÍNICA, autorizo o uso do espaço de um “Box” de atendimento e

aparelho de termoterapia microondas, para a realização da pesquisa de conclusão de curso das

acadêmicas do 4º ano do curso de fisioterapia Andressa Priscila Cardoso de Andrade, Bruna

Gabriela Bravin Rabello e Daniele Jacob Bastos que me solicitam o uso do espaço interno da

Fisioclínica para o atendimento de pacientes que farão parte da pesquisa intitulada “Tratamento

da fascite plantar: estudo comparativo entre protocolo de alongamento e alongamento

associado as ondas centimetricas (microondas)”.

No período de março a outubro de 2007, no turno vespertino.

Belém _____/______/ _______

_______________________________________

Valéria Marques F. Normando

Coordenadora da FISIOCLÍNICA