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    Manual das Iniciativas de Transio

    Transition Iniatives UK and Ireland Produced by Transition NetworkTraduo Christina Pinheiro Reviso May East Dezembro 2008

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    Manual das Iniciativas de Transio- como se tornar uma Cidade em Transio, um

    Municpio, Distrito, Vila, Comunidade ou mesmo

    uma Ilhapor Ben Brangwyn e Rob Hopkins

    Verso: 26Status: FINAL

    NOTA: este documento atualizado regularmente. Sua verso pode estar desatualizada. Vejaa ltima verso em http://transitiontowns.org/TransitionNetwork/TransitionNetwork#primer

    ndice

    Introduo 3Por que as Iniciativas deTransio so necessrias 3Mais sobre o Pico do Petrleo 3Entrando em ao: o quadro geral iniciativas a nvel global, nacional e local 6O Modelo de Transio o que isso exatamente?. 7Kinsale 2021 um plano de ao para o declnio da energia 8Cidade em Transio: Totnes 9Outras iniciativas de Transio 11Como estabelecer sua Iniciativa de Transio critrios 12

    Como estabelecer sua Iniciativa de Transio diferentes tipos 14Como estabelecer sua Iniciativa de Transio estruturas formais e organizao 16Como estabelecer sua Iniciativa de Transio os sete mas 21Os 12 passos para a Transio 23O contexo mais amplo da Transio 29Questes de liderana e estrutura 31O papel do Governo local 33Como envolver as empresas 36Filmes para ampliar a sensibilizao 37Rede de Transio 55Concluso 55Outras leituras 56Contatos 57

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    Manual das Iniciativas de Transio

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    Histrico de importantes atualizaes

    Versao Data Atualizado

    11/02 4 de maio de 07 Arquivado

    12 11de maio de 07 Anexado o captulo: "Filmes para ampliar a sensibilizao"

    15 24 de maio de 07 Anexado "Dinheiro enquanto dbito no captulo dos filmes

    16 19 de junho de 07 Ampliados os critrios para a discusso com patrocinadores e representantes legais

    17 26 de junho de 07 Ampliada a lista de filmes para incluir os que nos reconectam com a natureza

    Anexado o captulo do Governo local

    18 27 de junho de 07 Removido o captulo sobre a comoo ps-petrleo

    19 30 de junho de 07 Anexado o captulo sobre os negcios (comrcio)

    Atualizada a lista das Iniciativas de Transio existentes

    20 4 de julho de 07 Anexada a introduo ao captulo Entrar em ao

    21 14 de agosto de 07

    Anexado o captulo sobre Modelo de Transio (p 9)

    Anexada a incluso de uma checklist(lista de verificao) (p 13)

    Anexada a escala da checklist (lista de verificao) (p 13)

    Anexado um link para o YouTube dos vdeos sobre os 12 Passos (p 21)

    Anexado o captulo "O contexto mais amplo da Transio " (p 21)

    Anexados "Crude Awakening" (Um bruto despertar) e "The Great Warming" (O graaquecimento) aos filmes (p 30)

    Verso 21a anexada a explicao sobre os critrios

    22 20 de setembro de 07

    Anexada a citao de Andrew McNamara (p 6)

    Atualizados os critrios (p 13)

    Anexado "Como estabelecer sua Iniciativa de Transio " diferentes tipos (p 14)

    Anexado " Questes de liderana e estrutura" (p 25) 22a retificados os critrios sobre treinamento em Totnes/GB

    23

    23a

    23b

    5 de novembro de 07

    Anexado captulo sobre diferentes espcies de sociedades e organizaes (p 16)

    Pequenas Mudanas no Modelo de Transio

    Atualizado o captulo "Como criar um plano para o declnio de energia " (p 26)

    23a anexados os "indicadores de resilincia" e explicaes (p 26)

    23b atualizados os acordos sobre licenciamento de Uma verdade inconveniente (p 41

    24 29 de novembro de 07 Anexados critrios para centros regionais no captulo sobre diferentes tipos de iniciativa14)

    25 10 de janeiro de 08

    Anexados pontos ao captulo sobre sociedades e organizaes (p 16)

    Anexados filmes: "What A Way To Go" (A senhora e seus maridos) e "Message in Waves" (Mensagem nas ondas) o filme que inspirou a cidade de Modbury a erradica

    sacolas de plstico (dadas no comrcio) Atualizado (simplificado) o captulo EDAP, anexado um fluxograma explicao (p 28)

    26 23 de abril de 08

    Atualizado Escape from Suburbia (sem ttulo em portugus) no captulo de f ilmes (p 44)

    Atualizado o captulo sobre os Centros Locais de Transio (p 15)

    Anexada a Declarao Universal dos Direitos Humanos aos critrios e notas reorganizaes (p 13)

    Anexado Garbage Warrior (Guerreiro do lixo) aos filmes (p 44)

    Atualizados os critrios e centros (p 15)

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    IntroduoEm resposta ao duplo desafio do Pico do Petrleo e da Mudana Climtica, algumas comunidadespioneiras na Gr-Bretanha, Irlanda e outras localidades assumiram uma abordagem integrada einclusiva para reduzir suas pegadas de carbono e aumentar sua capacidade de resistir mudanafundamental que acompanhar o Pico do Petrleo.

    Este documento traz uma viso geral dessas iniciativas de transio para um futuro de baixo uso deenergia e de nveis mais altos de resilincia comunitria.

    Este documento teve origem na Rede de Transio (Transition Network), uma instituio criadarecentemente para que se possa edificar algo em cima do trabalho pioneiro (revolucionrio) deKinsale, Totnes e outras localidades que adotaram o modelo de Transio.

    Nossa misso inspirar, informar, apoiar, formar redes e treinar comunidades que cogitem adotar eimplementar uma Iniciativa de Transio. Estamos desenvolvendo uma grande variedade demateriais, cursos de treinamento, eventos, ferramentas e tcnicas, recursos e uma amplacapacidade de apoio para ajudar essas comunidades.

    Estamos nos momentos iniciais, portanto, temos um longo caminho pela frente. Mas entendemosque a tarefa gigantesca e vamos dar tudo o que podemos. Um financiamento recente de Tudor

    Trust nos deu uma estrutura slida para nosso trabalho.

    Por que as Iniciativas de Transio so necessrias

    Os dois desafios mais difceis para a humanidade no incio deste sculo XXI so a MudanaClimtica e o Pico do Petrleo. O primeiro tem boa documentao e muita visibilidade na mdia. OPico do Petrleo, no entanto, ainda no foi detectado pela maioria das pessoas. Mesmo assim, oPico do Petrleo - prenncio de uma era de declnio constante na disponibilidade de combustvelfssil ser um desafio estabilidade econmica e social essencial para aliviar os riscos trazidospela Mudana Climtica.

    As iniciativas de transio atualmente em curso na Gr-Bretanha e outros pases representam amaneira mais promissora de engajar pessoas e comunidades em aes de longo alcance

    necessrias para aliviar os efeitos do Pico do Petrleo e da Mudana Climtica.

    Alm disso, esses esforos de relocalizao so destinados a tornar vidas mais plenas, maissocialmente conectadas e mais justas.

    Mais sobre o Pico do Petrleo

    Voc pode no ter encontrado os princpios do Pico do Petrleo na mdia. No deixe que isso oacalme levando a um falso senso de segurana. Houve um tempo em que a Mudana Climticasofria da mesma falta de exposio.

    O Pico do Petrleo no se refere a um esgotamento do petrleo nunca ficaremos sem ele. Semprehaver um pouco no subsolo: difcil de ser atingido ou que requeira muita energia para ser extrado.

    Reflita sobre um fato que os economistas convenientemente evitam falar: independente de quantodinheiro pode-se ganhar vendendo petrleo, quando tiverem que gastar um barril de petrleo paraextrair um barril de petrleo, a explorao, a perfurao e o bombeamento vo diminuirgradativamente at cessar.

    O Pico do Petrleo se refere ao fim do petrleo barato e abundante, ao reconhecimento de que acrescente quantidade de petrleo bombeada para nossas economias chegar a um pico e entoinexoravelmente declinar. Refere-se compreenso de como o nosso modo de vida industrializado absolutamente dependente do sempre crescente fornecimento de petrleo barato.

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    Desde o incio do sculo XX, o petrleo abundante permitiu que a sociedade industrializada basedo carvo acelerasse maciamente seu desenvolvimento. A partir de ento, a cada ano tem maispetrleo (com exceo das duas crises de petrleo nos anos 1970, quando o Oriente Mdio levou omundo a uma recesso global). E, a cada ano, a sociedade aumenta sua complexidade, suamecanizao, sua interconexo globalizada e seus nveis de consumo de energia.

    Os problemas comeam quando tivermos extrado cerca de metade do petrleo recupervel. Nesseponto, a extrao do produto vai encarecer (em termos de dinheiro e de energia), ele brotar maislentamente e ter qualidade inferior. Nesse ponto, pela primeira vez na Histria, no seremos maiscapazes de aumentar a quantidade de petrleo extrado, refinado e distribudo ao mercado.

    Nesse ponto, o fornecimento de petrleo estagnar e depois declinar, com macias conseqnciaspara as sociedade industrializadas. Bem poucas pessoas esto prestando ateno a esse fenmenoe fcil compreender por qu.

    A enganosa analogia do tanque de petrleo

    A maioria de ns um dia j ficou sem gasolina enquanto dirigia e isso pode nos deixar sutilmentemal informados sobre nossas expectativas a respeito do esgotamento do petrleo.

    O padro simples. Seu carro roda suavemente quando voc usa gasolina, at as ltimas gotas deum litro quando o tanque j est cerca de 97% vazio. Este o nico momento em que voccomea a sentir o impacto do seu esgotamento de combustvel. O carro comea a vibrar e a andaraos trancos, o que lhe informa que deve agir rapidamente ou ele vai parar.

    Este padro significa que podemos ignorar o medidor de gasolina at quase o fim do ciclo deesgotamento.

    A maneira como o esgotamento do petrleo afeta a sociedade industrializada, no entanto, no podeser mais diferente. O ponto-chave no o momento em que voc est quase sem gasolina. quando o tanque est meio cheio (ou meio vazio). Isso porque

    De volta ao Pico do Petrleo

    O Pico do Petrleo admite que ainda no estamos perto de ficar sem o combustvel. Estamos, noentanto, perto de ficar sem o petrleo abundante e fcil de conseguir. Muito perto. Isso significa queestamos prestes a entrar em um declnio de energia um perodo prolongado em que, a cada anoque passa, teremos menores quantidades de petrleo para abastecer nosso industrializado modo devida.

    Os conceitos-chave e as conseqncias disso so os seguintes:

    de todos os combustveis fsseis, no h outro que tenha densidade energtica e que seja tofcil de transportar como o petrleo. sempre crescentes quantidades de petrleo abasteceram o crescimento das economiasindustriais. todos os principais elementos das sociedades industriais transporte, produo industrial e de

    comida, aquecimento domstico, construo so totalmente dependentes do petrleo. compreender o padro de esgotamento dos campos de petrleo fundamental. H um padrocoerente nos ndices de extrao de petrleo e isso se aplica a campos individuais, a umaregio petrolfera, a um pas ou ainda a todo o planeta -, isto , a primeira metade do petrleo fcil de ser extrada e tem alta qualidade. Uma vez que cerca da metade do petrleo recuperveltenha sido extrada, no entanto, as extraes seguintes comeam a se tornar mais caras, maislentas, consomem mais energia e o petrleo tem qualidade inferior.

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    este padro significa que o fluxo de petrleo para o mercado, que tem crescido regularmentenos ltimos 150 anos, chegar a seu ponto mximo, ao pico. Depois disso, cada ano ver umdecrscimo nesse fluxo, assim como um acrscimo no risco de interrupes de fornecimento.

    um grupo cada vez maior de especialistas em petrleo independentes e gelogos calculou queo pico vai ocorrer entre 2006 e 2012 (alguns anos de observao retrospectiva seronecessrios para que se confirme o ponto de pico).

    avanos tecnolgicos na extrao e prospeco de petrleo tero apenas um pequeno efeitonos ndices de esgotamento. Um exemplo: quando os Estados Unidos (baixa em 48) atingiramseu pico de produo de petrleo em 1972, os nveis de esgotamento nas dcadas seguintessubiram, independente da importante onda de inovaes tecnolgicas.

    difcil avaliar o que isso significa para nossas vidas, nos pases desenvolvidos.

    Para compreender o quanto isso afetar o mundo industrializado, aqui temos o pargrafo de aberturado resumo de um relatrio preparado para o governo dos EUA em 2005, por uma agncia deespecialistas em gerenciamento de riscos e anlise de petrleo:

    "O apogeu da produo mundial de petrleo representa para os EUA e para o mundoum problema sem precedentes no gerenciamento de riscos. medida que o apogeu seaproxima, os preos do combustvel lquido e a volatilidade dos preos aumentaro

    substancialmente e, sem uma interveno oportuna, os custos econmicos, sociais epolticos no tero precedentes. Existem opes de intervenes viveis tanto noabastecimento como na demanda, mas para conseguir um impacto substancial, elasdevem ser iniciadas mais de uma dcada antes de alacanar o pico." Peaking of WorldOil Production: Impacts, Mitigation & Risk Management. (Pico da Produo Mundial dePetrleo: Impactos, Mitigao e Gerenciamento de Risco) Robert L. Hirsch, SAIC

    Este relatrio s se tornou pblico depois de ter ficado escondido pela administrao americanadurante quase um ano. Uma leitura atenta das conseqncias de longo prazo do relatrio do umaclara indicao do motivo pelo qual o governo estava to interessado em mant-lo longe do pblico.

    Apesar da negativa dos governos, suas agncias e empresas petrolferas de que exista umproblema, tanto a Chevron como a Total (dos EUA) admitiram que estamos no fim da era do petrleobarato.

    Jeremy Gilbert, ex-engenheiro-chefe de petrleo da British Petroleum, disse o seguinte, em maio de2007:

    Eu espero ver o pico em algum momento antes de 2015 e ndices de declnio de 4 a 8%ao ano .

    Muitos senadores americanos, em especial o republicano Roscoe Bartlett, esto levantando oassunto no Senado.

    Na Nova Zelndia, Jeanette Fitzsimmons, uma das lderes do Partido Verde, vem chamando aateno sobre as ameaas do Pico do Petrleo. Em 2006, Helen Clark, primeira-ministra da NovaZelndia, disse que

    o preo do petrleo est muito alto provavelmente porque no estamos muito longe doapogeu da produo, se j no estivermos l.

    Na Austrlia, o parlamentar Andrew McNamara dirige a fora-tarefa chamada de Queensland OilVulnerability (Vulnerabilidade do Petrleo em Queensland). Ele foi recentemente indicado ministropara a Sustentabilidade de Queensland. A Mudana Climtica est frente da iminente divulgaodo relatrio oficial do governo sobre A vulnerabilidade de Queensland na questo dos preos dopetrleo. Ali ele fala sobre a importncia da relocalizao, diante do esgotamento do petrleo:

    "No h dvida alguma de que as solues locais conduzidas pela comunidade seroessenciais. a que o governo certamente ter um papel de prestar assistncia e apoio sredes locais, com o fornecimento localizado de al imentos, combustveis, gua e empregose das coisas de que precisamos do comrcio. Foi uma das afirmaes do primeiro

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    discurso que fiz sobre o assunto, em fevereiro de 2005 que iramos ver umarelocalizao` nos modos de vida que nos lembraria no o sculo passado, mas oanterior. E isso no ruim. Sem dvida, uma das respostas mais econmicas e eficientes a promoo do consumo local, da produo local e da distribuio local. E hconseqncias positivas em termos de um melhor conhecimento de nossas comunidades.Eu aguardo ansiosamente testemunhar o crescimento dos benefcios humanos e

    comunitrios a partir das redes locais". O ilustre Andrew McNamara, ministro para aSustentabilidade, a Mudana Climtica e Inovaes de Queensland.

    Mas, parte algumas excees notveis, as lideranas nacionais no tm se adiantado paraenfrentar esses problemas de maneira significativa. Por enquanto.

    Ento, se as lideranas polticas no vo resolver o problema, quem vai?

    A tecnologia freqentemente elogiada como a panacia para os problemas do Pico do Petrleo eda Mudana Cimtica. No entanto, uma anlise meticulosa da realidade dessas soluestecnolgicas indica sua imaturidade com freqentes conseqncias desastrosas para o meioambiente e sua falta de conexo com o mundo real.

    Incapazes de decidir, podemos esperar que a tecnologia ou os governos resolvam o problema parans. Mas parece ser consenso geral que esta uma opo de alto risco.

    Cabe a ns, em nossas comunidades locais, assumir uma posio de liderana nesse campo.

    Temos de nos ocupar AGORA para atenuar os efeitos do Pico do Petrleo. A boa notcia quemuitas das solues e das mitigaoes para a Mudana Climtica podem tambm responder sameaas do Pico do Petrleo e vice-versa.

    Entrando em ao: o quadro geral iniciativas a nvel global, nacional e local

    As Iniciativas de Transio so um exemplo do princpio de como pensar globalmente e agirlocalmente. Entretanto ponderamos qual seria a diferena que voc pode fazer em sua prpriacomunidade quando os problemas so gigantescos.

    Bem, antes de mais nada, antes mesmo de levar em conta a diferena que sua comunidade faz,lembre-se de que sempre que fizer este tipo de trabalho, estar inspirando outras pessoas. Elasento resolvem encarar o desafio e inspiram outras mais. E assim por diante. Dessa forma, suapequena contribuio pode se multiplicar muitas, muitas vezes e se tornar muito importante.

    Tambm bom saber que h projetos para enfrentar os desafios do Pico do Petrleo e da MudanaClimtica a nvel global e nacional. Iniciativas de Transio complementam esses projetos aoassegurar que as mudanas necessrias na maneira como vivemos o dia-a-dia podem realmente serpostas em prtica.

    Algumas das principais iniciativas so:

    Global

    o Protocolo sobre o Esgotamento do Petrleo estabelece uma maneira de as naesadministrarem o declnio para uma utilizao do petrleo em menor escala em colaborao umascom as outras. O protocolo estabelece um modelo tanto para os pases produtores como paraconsumidores de petrleo para reduzir sistematicamente o consumo global. Mais informaespodem ser encontradas no site (em ingls) www.oildepletionprotocol.org.

    o plano de Contrao & Convergncia (NT: o plano de Contraction and Convergence doGlobal Commons Institute, http://www.gci.org.uk/ baseado no Reino Unido, clama por direitos

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    iguais compartilhados globalmente, entre cada homem, mulher e criana, de modo que pessoasmais pobres possam vender tais direitos aos mais ricos convergindo assim a redues de CO2mais igualitrias) oferece um mecanismo para reduzir as emisses globais de carbono eestabelecer nveis mais elevados de igualdade entre o direito de pessoas e naes de emitircarbono. Uma boa fonte de informaes est no site (em ingls)http://www.climatejustice.org.uk/about/

    Nacional

    Mtodos de racionamento de energia parecem conter a promessa maior de reduo do nossoconsumo de combustvel fssil em nvel nacional. O governo j est fazendo tentativas de abordaresta soluo altamente prtica. A histria completa est no site (em ingls): www.teqs.net .

    Local

    aqui que as Iniciativas de Transio tm um papel importante. Em resumo, trata-se de umprocesso de relocalizao de todos os elementos essenciais de que a comunidade precisa para sesustentar e prosperar. Elas desenvolvem a resilincia local diante dos efeitos potencialmente

    danosos do Pico do Petrleo, enquanto reduzem significativamente a pegada de carbono dacomunidade. Desta forma, enfrenta tanto o Pico do Petrleo como a Mudana Climtica.

    Muitas cidades nos EUA e mais de cem comunidades em todo o mundo esto deflagrando suasprprias jornadas de relocalizao. Em um nvel municipal, por exemplo, a cidade de Portland, noEstado americano de Oregon (populao: 550 mil habitantes), acaba de divulgar seu primeirorelatrio sobre o Pico do Petrleo para consulta pblica. O primeiro pargrafo mostra suaspreocupaes:

    "Nos ltimos anos, surgiram evidncias convincentes que deixam dvidas sobre a hiptese(de que o petrleo e o gs natural continuaro abundantes e disponveis) e sugerem que aproduo mundial tanto de petrleo como de gs natural est provavelmente perto dealcanar seu apogeu em breve. Esse fenmeno conhecido como o Pico do Petrleo.Diante do aumento contnuo da demanda por esses produtos e do papel fundamental queeles exercem em todos os nveis de atividades sociais, econmicas e geopolticas, asconseqncias sero colossais".

    Portland na verdade incorporou o Protocolo sobre o Esgotamento do Petrleo em suas metas eleprope reduzir o consumo de petrleo e gs em 2,6% por ano, alcanando uma reduo de 25% em2020.

    Aqui na Gr-Bretanha, um nmero cada vez maior de comunidades observa o plano de reduo deconsumo de energia que comeou em Kinsale, na Irlanda, e continua em Totnes, em Devon.

    H muitos timos exemplos de programas de reduo de energia em operao na Gr-Bretanha soba bandeira da sustentabilidade. No entanto, s quando os princpios da sustentabilidade se juntam compreenso da Mudana Climtica que pode ser alcanada uma abordagem totalmenteintegrada.

    Modelo de Transio o que isso exatamente?

    O Modelo de Transio uma ampla srie de princpios e prticas do mundo real que foram criadasao longo do tempo atravs da experincia e observao de comunidades medida que avanavamno desenvolvimento da resilincia local e na reduo das emisses de carbono.

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    H mais detalhes sobre cada um destes pontos no Manual, mas, por enquanto, poder ajudar se osresumirmos aqui.

    Ateno bsica

    Apoiar o Modelo de Transio reconhecer os seguintes pontos:

    Mudana Climtica e Pico do Petrleo exigem ao imediata

    a vida com menos energia inevitvel e melhor ter um plano do que ser pego de surpresa a sociedade industrial perdeu a resilincia para ser capaz de lidar com os impactos de energia temos que agir em conjunto e agir agora diante da economia mundial e de seus padres de consumo, se aplicarmos as leis de fsica,veremos que o crescimento infinito de um sistema finito (como o planeta Terra) simplesmente no possvel. ns mostramos nveis incrveis de ingenuidade e inteligncia na trajetria ascendente da energianos ltimos 150 anos, e no h motivo por que no possamos usar essas qualidades e outras,quando tivermos de negociar o caminho descendente do alto da montanha de enegia

    se planejarmos e agirmos em tempo hbil, e usarmos nossa criatividade e cooperao para soltar ognio de nossas comunidades locais, poderemos construir um futuro bem mais pleno e rico, maisconectado e mais gentil com a Terra do que os modos de vida de hoje.

    Os 7 "Mas"

    Quando tiver de encarar a perspectiva de mudanas difceis e aes desafiadoras, os humanos voconstruir barreiras emocionais e psicolgicas que os impediro de agir. Os 7 Mas do nome ederrubam as barreiras mais comuns mudana.

    Os 12 passos para a Transio

    Estas so as reas mais crticas nas Iniciativas de Transio. As comunidades tm adotado esses

    passos, adaptando-os e reordenando-os conforme seus contextos.

    Esta no uma lista rgida do que tem de ser feito. o que vimos que funciona atravs de exameminucioso e do que vivemos ns mesmos com as Iniciativas de Transio. Num determinadomomento certamente haver mudanas, medida que aprendermos mais sobre como ascomunidades podem lidar de maneira mais eficiente com os desafios da Mudana Climtica e doPico do Petrleo.

    Rede de Transio

    O papel da Rede de Transio acelerar a mudana atravs de inspirao, encorajamento, apoio,estabelecimento de uma rede e treinamento de comunidades que ento implementaro sua versodo modelo.

    Kinsale 2021 um plano de ao para o declnio da energia

    O primeiro esboo do Plano de Ao para o Declnio da Energia de Kinsale (Energy Descent ActionPlan, ou EDAP) ficou pronto em 2005. Ele estabelece de que maneira Kinsale, uma cidade irlandesade West Cork, de cerca de 7 mil habitantes, pode completar a transio de um alto consumo de

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    energia para um baixo consumo, como resposta ao desafio do iminente apogeu da produo mundialde petrleo.

    Este relatrio, preparado por estudantes de permacultura da Faculdade de Kinsale FurtherEducation, sob a direo de Rob Hopkins, apresenta uma proposta de como a cidade pode navegarem tempos de incerteza ao estabelecer uma viso clara do futuro com menos energia e identificarum cronograma para atingi-lo.

    Estes esforos foram uma das primeiras tentativas desse tipo de projeto em todo o mundo. Orelatrio aborda a maior parte dos aspectos da vida em Kinsale, inclusive alimentao, energia,turismo, educao e sade. Ele foi elaborado de maneira a permitir que outras comunidades ecidades possam adotar um processo semelhante de transio para um fututo de menos energia.

    O EDAP venceu o prestigioso prmio Roll of Honour de 2005, do Frum Ambiental de Cork e, maisque isso, foi adotado formalmente atravs da votao unnime da Conselho da Cidade de Kinsale nofim de 2005.

    bom lembrar que trata-se de um projeto de estudantes, que trabalharam com uma abordagemtotalmente nova. H muito a ser feito para torn-lo um projeto duradouro com razes profundas nacomunidade, mas j um grande comeo.

    As lies tiradas de Kinsale levaram a 12 passos, delineados mais adiante neste documento.

    O documento pode ser baixado do site (em ingls):

    http://transitionculture.org/wp-content/uploads/members/KinsaleEnergyDescentActionPlan.pdf.

    Cidade em Transio: Totnes

    A Cidade em Transio de Totnes comeou com Rob Hopkins para enfrentar o duplo desafio do Picodo Petrleo e da Mudana Climtica. A iniciativa se apoiou no trabalho original de Rob na Irlanda aodesenvolver o Plano de Ao para o Declnio da Energia para a cidade de Kinsale.

    A Cidade em Transio de Totnes (em ingls: Transition Town Totnes, ou TTT) a primeira Cidade

    em Transio britnica e conta com a capacidade coletiva da comunidade local de desenvolverresilincia atravs de um processo de relocalizao, onde forvivel, de todos os aspectos da vida.

    A idia por trs da TTT simplesmente uma cidade que usa menos energia e recursos quenormalmente consumiria pode se tornar, desde que adequadamente planejada e estruturada, maisresiliente, mais abundante e mais harmoniosa do que antes.

    Com os provveis contratempos frente, derivados do Pico do Petrleo e da Mudana Climtica,uma comunidade resiliente que seja autosuficienteem relao maior parte de suas necessidades estar infinitamente mais bem preparada que as demais, com sua total dependncia dos sistemasaltamente globalizados de alimentao, energia, transporte, sade e habitao.

    Ao longo de 2007, o projeto continuar a desenvolver um Plano de Ao para o Declnio de Energiaem Totnes, estruturando um cronograma a partir do Pico do Petrleo. A TTT se esfora para serinclusiva, imaginativa, prtica e divertida.

    O projeto TTT comeou no final de 2005 com um programa intensivo de aumento de conscientizaosobre o Pico do Petrleo e a Mudana Climtica. Quando a populao j estava suficientementepreparada, foi dado o pontap inicial no projeto com o Lanamento Oficial da Cidade em Transiode Totnes, em setembro de 2006, na presena de 350 pessoas na Prefeitura. Desde ento, com ocrescente nmero de apresentaes, cursos de treinamento, encontros, seminrios, entrevistas,documentos, blogs e muito trabalho rduo, a iniciativa capturou a imaginao da cidade e vaiprogredindo muito bem.

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    Aqui temos um resumo dos eventos, exibies de filmes, workshops, etc, at agora (at junho de2007):

    exibio de filmes: 8 (com pblico de at 150 pessoas) palestras: 7 (com pblico de at 350 pessoas) inclusive especialistas como:

    o Richard Heinberg (www.richardheinberg.com)o Aubrey Meyer (Contraction & Convergence Contrao & Convergnciahttp://en.wikipedia.org/wiki/Contraction_and_Convergence)o David Fleming (www.teqs.net)

    o Mayer Hillman (autor e ativista no campo de Mudana Climtica)o Food and Farming in Transition (Alimentos e Plantio em Transio), um evento lotado noDartington Hall, que apresentou Chris Skrebowski, Jeremy Leggett, Patrick Holden e VandanaShiva

    eventos: 7 (com pblico de at 400 pessoas), inclusive:o o "Grande Lanamento da Cidade em Transio Totnes"

    oopen-space sobre Alimentos, Energia, Corao & Alma e Habitaoo "Seedy Sunday" (ou Domingo de sementes), um evento em que sementes foramcompartilhadasoopen-space do Conselho Municipal no Schumacher College

    o Grandes Propriedades em Transio, um seminrio de um dia de durao paraproprietrios de terras avaliarem suas oportunidades em um cenrio mais localizado

    cursos de treinamento: 10 semanas de aulas noturnas sobre o tema "Skilling Up forPowerdown" (Aumento de Habilidades para a Diminuio de Energia)

    workshops: Auditoria da Vulnerabilidade do Petrleo (Oil Vulnerability Auditing), com trsempresas locais contratando o servio

    recursos: lista de alimentos locais desafio da gua quente solar: conseguir 50 pessoas para se engajar no programa

    projetos-piloto: moeda local (libras de Totnes, aceitas por 20 empresas locais), agora lanadacomo parte de um plano maior depois do bem-sucedido plano-piloto, com a impresso de 10mil notas e mais de 65 empresas e lojas envolvidas

    arquivos da histria oral: recuperao de informaes com as pessoas que viveram quandotodos tinha um modo de vida com menos gastos de energia

    Capital da Nogueira da Gr-Bretanha: comeam os primeiros plantios histrias de Transio: trabalho com crianas de escolas para faz-las pensar sobre um modo

    de vida com menos gasto de energia Permuta de Jardim: juntar pessoas que tm muita idade para trabalhar em seus jardins com

    outras que no tm jardins mas gostariam de trabalhar em algum

    O programa de atividades e eventos continua num ritmo semelhante ao longo do vero de 2007.

    Alm das atividades acima, dez grupos de trabalho tm se reunido regularmente para buscarsolues mais resilientes de baixa energia para as seguintes reas: energia, sade, alimentao,artes, corao & alma a psicologia da mudana -, governos locais, economia e modos de vida.Outros grupos comeam a se reunir para completar essa abordagem holstica na hora dedesenvolver o plano de resilincia comunitria para Totnes.

    Uma atualizao do trabalho pode ser encontrada nos sites (em ingls) www.transitionculture.org(blog de Rob Hopkins) ou www.transitiontowns.org/Totnes.

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    Outras Iniciativas de Transio

    Aqui temos uma lista de todas as comunidades britnicas que adotaram oficialmente o Modelo de

    Transio para aumentar sua resilincia local e reduzir a pegada de carbono (lista em andamentoat 7 de novembro).

    A lista est em ordem de adoo.

    Totnes, GB - populao: 8,5 mil

    Kinsale, Irlanda - populao: 2,3 mil Penwith, (Cornualha) - populao: 64 mil Ivybridge, GB populao: 12 mil Falmouth, GB - populao: 20 mil

    Moretonhampstead, GB - populao: 1,5 mil Lewes, GB - populao: 16 mil

    Stroud, GB - populao: 12 mil Ashburton, GB - populao: 3,5 mil Ottery St. Mary, GB - populao: 7,5 mil Bristol, GB - populao: 400 mil Brixton, GB - populao: 65 mil

    Forest Row, GB - populao: 5,5 mil Mayfield, GB - populao: 2,5 mil Glastonbury, GB - populao: 9 mil

    Lostwithiel, GB - populao: 2,7 mil Forest of Dean, GB - populao: 80 mil Nottingham, GB - populao: 280 mil Wrington, GB - populao: 2 mil

    Brighton&Hove, GB - populao: 250 mil Portobello, Edimburgo, GB populao: 10 mil Market Harborough, GB populao: 20 mil

    Sunshine Coast, Austrlia populao: 260 mil West Kirby, GB populao: 13 mil Llandeilo, Pas de Gales Bro Ddyfi, Pas de Gales

    Whitstable, Inglaterra Marsden & Slaithwaite, Inglaterra Frome, Inglaterra

    Brampton, Inglaterra Ilha de Wight, Inglaterra Ilha Waiheke, Nova Zelndia Orewa, Nova Zelndia

    Dunbar, Esccia Rhayader, Pas de Gales Seaton, Inglaterra

    Bath, Inglaterra Exeter, Inglaterra

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    Ilha de Man

    Canterbury, Inglaterra Kapiti District, Nova Zelndia Biggar Carbono Neutra, uma cidade em Transio, Esccia Presteigne, Pas de Gales

    Wolverton, Inglaterra Leicester, Inglaterra Holywood, Irlanda do Norte

    Westcliff-sobre-o-mar, Inglaterra Ilhas de Scilly, Inglaterra Liverpool Sul, Inglaterra Norwich, Inglaterra

    H muitas outras comunidades em contato conosco para elaborar suas prprias Iniciativas deTransio. Elas podem ser vistas na pgina (em ingls):

    http://transitiontowns.org/TransitionNetwork/Mulling

    Estamos esperando que muitas outras apaream nessa lista de iniciativas oficialmente escolhidasnos prximos anos.

    medida que criamos um criterioso grupo de comunidades que embarcam em processos deplanejamento de reduo de energia, podemos montar uma prspera rede de colaborao em queas pessoas compartilham suas melhores prticas, ajudando umas s outras a criar um modo de vidamuito melhor que a sociedade pulverizada, desconectada, insustentvel e injusta em que nostornamos, em grande parte apoiada no superabundante petrleo barato.

    Como estabelecer sua Iniciativa de Transio - critrios

    Organizamos um plano com um conjunto de critrios que nos dizem se a comunidade est pronta para

    embarcar nesta jornada rumo a um futuro de baixo uso de energia. Se voc estiver pensando emadotar um Modelo de Transio para a sua cidade/comunidade, d uma olhada nesta lista e faa umaavaliao honesta de onde vocs se situam com relao a cada um dos pontos. Se houverdisparidades, elas podem lhe mostrar onde se concentrar ao comear a mobilizar energia e contatosem torno da iniciativa.

    Introduzimos esta abordagem um pouco mais formal para registrar Cidades ou Vilas em Transio pordiversos motivos fundamentais:

    Nossos diretores legais e patrocinadores querem ter certeza de que, quando estimulamos projetosembrionrios, s promovemos oficialmente as comunidades que acreditamos estarem prontas parapassar ao estgio de aumento de conscientizao. Esse status confere outros nveis de apoio, comopalestrantes, treinamento, wikie fruns que estamos produzindo

    Para estabelecer programas coordenados (tais como propostas de financiamento atravs da LoteriaNacional), precisamos de uma categoria formalmente estabelecida de Iniciativas de Transio que nosd total confiana de que podemos apoi-las e implementar tais programas.

    J vimos ao menos uma comunidade paralisada porque no havia a correta atitude mental ou umgrupo adequado de pessoas, e que no compreendeu de verdade para onde se dirigia.

    As categorias Iniciativa de Transio Local, Centro de Transio Local e Centro Temporrio deTransio so diferentes e devem ser discutidas desde o incio (ver abaixo).

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    Critrios

    Estes critrios se desenvolvem o tempo todo e no so, claro, verdades indiscutveis.

    1. uma compreenso de que o Pico do Petrleo e a Mudana Climtica andam lado a lado (deveestar escrito nos estatutos do grupo ou nos documentos administrativos)

    2. um grupo de quatro ou cinco pessoas dispostas a assumir papis de liderana (no apenas oenorme entusiasmo de uma nica pessoa)

    3. ao menos duas pessoas da equipe principal prontas para fazer o curso inicial de treinamento dedois dias. Inicialmente isso ser em Totnes e, ao longo do tempo, ns o estenderemos a outrasregies, inclusive internacionais. O Treinamento em Transio baseado na Gr-Bretanha porenquanto, mas isso ter que ser alterado estamos trabalhando nisso.

    4. uma conexo potencialmente forte com o governo municipal

    5. uma compreenso inicial dos 12 passos (ver abaixo)

    6. o compromisso de pedir ajuda quando necessrio7. o compromisso de atualizar regularmente a presena na rede de sua Iniciativa de Transio tanto em wiki(um espao de trabalho em cooperao na internet que ser disponibilizado para voc)como em seu prprio site

    8. o compromisso de escrever alguma coisa no blog das Cidades em Transio uma vez a cada doismeses (o mundo estar observando...)

    9. o compromisso quando estiver em Transio de seu grupo de fazer pelo menos duasapresentaes a outras comunidades (nas redondezas) que estiverem considerando a possibilidadede embarcar nessa jornada uma espcie de olhem o que foi que fizemos ou ento foi assim queaconteceu conosco

    10. o compromisso de redes/conectar com outras comunidades em Transio

    11. o mnimo de conflitos de interesses no grupo central

    12. o compromisso de trabalhar com a Rede de Transio de modo a fazer solicitaes de recursosa organismos nacionais de patrocnio. Voc pode lidar com seus patrocinadores locais como acharapropriado.

    13. o compromisso de lutar pela incluso ao longo de toda a iniciativa. Estamos cientes de queprecisamos reforar este ponto como uma resposta s preocupaes com relao ao envolvimentode grupos de extremistas polticos em iniciativas de Transio. Uma forma de fazer isso o grupocentral declarar explicitamente seu apoio Declarao dos Direitos Humanos da ONU (resoluo217 A III da Assemblia-Geral, de 10 de dezembro de 1948). Voc pode incluir isso em seu estatuto(quando finalizado), de modo que grupos de extremistas politicos que usem a discriminao comoum de seus valores-chave no possam participar dos grupos de tomadas de decises em suaIniciativa de Transio. Pode haver maneiras mais elegantes de lidar com essa necessidade e h umgrupo na rede explorando como isto poder ser feito.14. o reconhecimento de que ainda que todo o seu condado ou regio tenham a necessidade depassar pela Transio, o primeiro lugar para comear a sua comunidade. Pode acontecer queeventualmente o nmero de comunidades em Transio na sua regio justifiquem que algum grupocentral ajude com o apoio local, mas isso ocorrer com o tempo, e no como resultado de umaimposio. Este ponto uma resposta a vrios casos de pessoas que se precipitam para fazer aTransio em todo o seu condado ou regio em vez de trabalhar na prpria comunidade local. Emcasos excepcionais, onde um centro de coordenao ou centro de iniciao tenham de serestabelecidos (atualmente em Bristol, Forest of Dean, Brighton&Hove), esse centro ser responsvelpor garantir que os critrios estejam sendo aplicados a todas as iniciativas dentro de sua regio.Demais responsabilidades por apoio continuo e possvel treinamento surgem medida que as coisas

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    se desenvolvem. Outros critrios devem ser aplicados aos centros de iniciao e coordenao issodeve ser discutido de pessoa para pessoa.

    15. e, finalmente, recomendamos que ao menos uma pessoa da equipe central comparea a umcurso de design em permacultura isso realmente parece fazer diferena.

    Uma vez que consiga demonstrar na Rede de Transio que est integrado e pronto para

    deslanchar a jornada de Transio, voc abrir a porta a todos os tipos de apoios, materiais,espaos na rede, treinamento, oportunidades de trabalho na rede e excelentes iniciativascoordenadas de levantamento de recursos que continuaro por 2007 e adiante.

    A porta est pronta para ser aberta detalhes de contato no fim deste artigo.

    Como Estabelecer sua Iniciativa de Transio Diferentes Tipos

    Parece haver agora quatro tipos de Iniciativas que surgem com o Modelo de Transio:

    1. a "Iniciativa de Transio Local" embutida em seu prprio local, onde o grupo-piloto inspira eorganiza a comunidade local. Este o verdadeiro corao da Transio.

    2. o "Centro de Transio Local" baseado em uma rea congruente/contgua com sua identidadeprpria (por exemplo, uma cidade). Ajuda a estabelecer e dar apoio s Iniciativas de TransioLocais.

    3. o "Centro de Temporrio de Iniciao" criado a partir do trabalho da unio de indivduosconhecidos entre si para ajudar a estabelecer as iniciativas de transio locais em suas prpriascomunidades. medida que a iniciativa avana, o centro vai aos poucos se dispersando.

    4. o "Centro de Coordenao Regional" menos uma organizao, mais uma coleo deiniciativas de transio existentes que so reunidas para apoio mtuo e coordenao de atividadescomo o compartilhamento de recursos e a representao de uma frente unida diante de vriosrgos governamentais.

    Mais sobre a "Iniciativa de Transio Local"

    Esta a iniciativa mais comum e simples, tpica em comunidades de at 15 mil pessoas. Exemplosdisso incluem Totnes, Lewes, Wrington, e Portobello em Edimburgo (Esccia).

    l que ocorrem as verdadeiras mudanas em nvel local, comandadas por pessoas que vivem l.Sem iniciativas locais ativas, no existe Rede de Transio.

    Mais sobre o "Centro de Transio Local"

    Quando estiver totalmente estabelecido (e, com sorte, financiado), o papel deste grupo ser acionaras iniciativas de transio em seu local determinado (isto , nas redondezas) e manter a funo deinspirar, encorajar, registrar, apoiar, formar rede e provavelmente treinar as pessoas nessasiniciativas. O processo de desenvolvimento dessas funes vai levar tempo e no se pode esperar

    que os grupos recm-formados (e aqueles que operam sem financiamento) desempenhem todaselas desde o incio.

    Ns consideramos que a relao entre o centro e as iniciativas no local ser de apoio mtuo e, aomenos no incio, informal. Esperamos que as vrias iniciativas do local entrem juntas em umarobusta rede e sejam de apoio mtuo, ao reconhecer que uma comunidade s to resiliente comoso seus vizinhos.

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    Como estamos nos primeiros momentos dessa imensa experincia de transio, essas funes emodelos vo provavelmente evoluir medida que a experincia mostre o que funciona e o que nofunciona.

    Exemplos atuais de Centros de Transio Locais incluem Tynedale e a Floresta de Dean.

    O Centro de Transio Local tambm responsvel pela conduo da rede de transio na

    localidade, assegurando que cada iniciativa funcione segundo os parmetros dos critrios detransio desde o princpio. medida que iniciativas individuais da localidade amaduream, o centroincentivar a aplicao na Rede de Transio para considerao como uma iniciativa oficial detransio. Ao longo do tempo, esperamos que a funo de dar s comunidades status oficial sejaassumida pelo Centro de Transio Local.

    O Centro de Transio Local ser o ponto de convergncia para a comunicao com as iniciativaslocais naquela regio.

    Se um grupo quiser assumir (a funo de) um Centro de Transio Local, ns, da Rede deTransio, temos de ter certeza de que ele vai realmente se envolver e estar apto a lidar com isso.O que provavelmente envolver uma srie de conversas e debates cara a cara com a equipe.

    Estamos planejando elaborar um grupo de trabalho ligado ao Centro de Transio Local paradebater as complexidades dessa abordagem que no so poucas.

    Pensamos que o modelo deste Centro de Transio Local fundamental para as cidades einiciativas rurais em larga escala, mas os primeiros adeptos tero de avanar cuidadosamente natarefa. Trata-se de um territrio inexplorado e um empreendimento nada trivial... avance com cautela.

    Mais sobre o "Centro Temporrio de Iniciao"

    Este tipo de grupo formado pela reunio de indivduos ou outros grupos de localidades distintas namesma regio, que esto acostumados a trabalhar uns com os outros no mbito de alguma espciede ativismo ambiental.

    O grupo se ajuda entre si a acionar as Iniciativas de Transio Locais e depois se dispersa, com osmembros originais se dirigindo a suas prprias Iniciativas de Transies Locais uma vez alcanado

    um mnimo de massa crtica para que se forme um grupo-piloto local.A funo de um Centro Temporrio de Iniciao simplesmente lidar com o trabalho de inspiraocom nenhuma responsabilidade contnua enquanto um centro.

    West Berkshire e algumas outras esto tentando esta abordagem. Neste cenrio, as iniciativaslocais, uma vez iniciadas, buscaro na Rede de Transio apoio para treinamento, etc.

    Mais sobre a funo do "Centro de Transio Regional"

    Est claro que vamos precisar de alguma espcie de estrutura capaz de se engajar com o governoem todos os nveis local, regional e nacional.

    Este reconhecimento conduziu de certa forma formao de diversos grupos que pretendem

    representar iniciativas de transio j existentes e futuras, em sua rea de represamento.Atravs da observao deste fenmeno e vendo o que funciona bem e o que no funciona, e depoisde debater a situao com vrias iniciativas de transio, a Rede de Transio est introduzindo umbreve conjunto de critrios para esta espcie de grupo.

    "A Rede de Transio s reconhecer organizaes que representem uma coleo deiniciativas de transio se:

    o elas foram solicitadas por ou surgirem/emergirem a partir de uma importante parte de Iniciativas deTransio ativas (tanto oficiais como embrionrias) dentro dessa rea de represamento, e

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    o elas foram organizadas/dirigidas/coordenadas por representantes escolhidos a partir de Iniciativasde Transio ativas (tanto oficiais como embrionrias) dentro dessa rea de represamento.

    Outros critrios sobre objetivo e alcance das atividades vo surgir com a formao desses centrosde coordenao."

    Estes critrios vo ns achamos produzir um supra-grupo verdadeiramente autntico, autorizado,

    responsvel, transparente, informado e devidamente motivado.

    Concluso

    Como sempre, estamos lidando com uma festa em andamento e no h dvida de que precisaremosmanter os olhos abertos em campo e reagir de maneira a ajudar os grupos centrais as iniciativasde transio locais a alcanar seus objetivos-chave.

    Como Estabelecer sua Iniciativa de Transio Estruturas Formais eOrganizao

    Uma pergunta fundamental surge no incio de uma iniciativa: Que forma dever ter este grupo ouorganizao?

    (Nota do autor: Este quase que certamente o captulo mais maante deste artigo ou documento.Foi um parto escrev-lo por causa dos impenetrveis jarges que encontrei nos sites maisimpenetrveis ainda, cheios de regras enroladas e excees.

    Assim, se voc est prestes a ler este captulo cuidado! A menos que esteja cheio de energia eentusiasmo, eu garanto que em cinco minutos esse prato de biscoitos que est no seu colo vai cairno cho e voc estar navegando em sonhos de transio.)

    H muitas opes na hora de criar uma organizao, cada uma com diferentes exigncias eatributos. Para simplificar, vamos discutir apenas as opes de empresas sociais ou sem finslucrativos. Favor observar que este captulo diz respeito Gr-Bretanha e certas regras no seaplicaro a outros pases (inclusive a Esccia).

    As principais opes so:

    Associao no-incorporada (NT: estatuto de instituio) (no registrada na Comisso deInstituies Beneficentes ou qualquer outro lugar) Instituio Beneficente (todas as demais so registradas na Comisso de Instituies Beneficentes)o Associao no-incorporada

    o Trusto Compania limitada por garantia (tambm com registro na Junta Comercial britnica)

    o Organizao Beneficente Associada (disponvel apenas na primavera de 2008) Empresa de interesse comunitrio Cooperativa de trabalhadores

    o No-incorporadao Sociedade Industrial & de Previdncia (registrada no Conselho Britnico de Seguros do Departamentode Indstria e Comrcio)o Empresa limitada por garantias (registrada na Junta Comercial)

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    A tabela seguinte descreve cada uma com detalhes, listando vantagens e desvantagens. A tabelaseguinte fala de estruturas formais e organizao.

    Tipo Atributos principais Como estabelecer Notas

    Associaono-Incorporada(nobeneficente)

    regida por estatutos administrada por umcomit diretor no reconhecidalegalmente como

    entidade legalresponsabilidade civililimitada dos membrose do corpo diretor no pode terpropriedades em seunomeno pode registrarcontratos (isto ,acordos de aluguel)

    no exige aprovaoou autorizao parase estabelecer redigir os estatutos

    (s vezes chamadosde regras) se houver uma taxapara os membros,voc tem a obrigaode manter uma lista demembros

    Vantagens simplicidade e flexibilidade. No necessrio que os estatutostenham a concordncia dequalquer grupo externo (a menosque seja registrada comoinstituio de caridade). barata para administrar. No necessrio submeter prestao decontas a ningum de fora (a

    menos que seja registrada comoinstituio de caridade ou que osfinanciadores exijam). se tiver objetivos caritativos,pode registrar como instituio decaridade e ter vantagens comofinanciamentos s disponveispara essas instituies.Desvantagens alguns financiadores podempreferir uma estrutura mais formal,especialmente se estiver

    pensando em grandes somas dedinheiro.

    Instituio deCaridade Associaono-Incorporada

    se a associao no-incorporada recebermais do que mil librasesterlinas por ano etiver objetivosbeneficentes, deve seregistrar na Comissode InstituiesBeneficentes

    submeter oformulrio deinscrio e osestatutos Comissode InstituiesBeneficentes pode melhorar deposio e se tornaruma instituiobeneficente associadaou outra, mas exige-se o registro

    como acima

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    TrustInstituioBeneficente

    Fideicomisso

    normalmenteestabelecida paraadministrar o dinheiroou propriedade comobjetivos beneficentes

    deve se registrar naComisso deInstituiesBeneficentes

    redigir um contratode fideicomisso no adequado parainiciativas detransio

    no adequado para iniciativas detransio

    Tipo Atributos principais Como estabelecer Notas

    Instituiobeneficente Organizaobeneficenteassociada(CIO)

    disponvel apenasdepois da primaverade 2008

    deve ser registradana Comisso deInstituiesBeneficentes no precisa serregistrada na JuntaComercial meio IDEAL paraIniciativas deTransio

    instrues sendoredigidas atualmentepela Comisso dasInstituiesBeneficentes

    Vantagensexigncias menos onerosas napreparao de contas exigncias menos onerosas paraos relatrios

    uma restituio anual

    atendimento menos oneroso deexigncias exigncias menos onerosas comrelao a alteraes nos estatutose administrao formulrios de estatutos maissimples deveres codificados paradiretores e membros de maneira arefletir a natureza beneficentes daCIODesvantagens aparentemente nenhuma

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    Empresa deInteresseComunitrio

    novo formulrio legalpara as empresassociais, a partir de 5de julho empresa privadalimitada por aes oucotas ou por garantias pode ser alterada

    diretamente para CIO

    submeter JuntaComercial: Mem &Arts declarao deinteresse comunitrio uma declarao deexceo formulrioscomuns deassociao o regulador CICrevisar antes que

    seja concedido ostatus de CIC

    empresa limitada comcaractersticas especiais

    adicionais, criada para o uso depessoas que querem manter umnegcio ou outra atividade para obenefcio da comunidade, e nomeramente para vantagem prpria deve haver um teste de interessecomunitrio e um bloqueio deativos, que garanta que CIC foiestabelecido com objetivoscomunitrios e os ativos e lucrosso dedicados a esses fins CIC no pode ser uma entidadebeneficente registrada e no ter

    os benefcios do status debeneficente, ainda que osobjetivos sejam inteiramente denatureza beneficentemais informaes no site:www.cicregulator.gov.uk

    Tipos Atributos principais Como estabelecer Notas

    sem registro

    regulamentosaplicados a um grupode pessoas que sechamam decooperativa

    Vantagens rapidez, custo baixo e facilidade pode levanter dinheirodistribuindo aes ou cotas

    Desvantagens responsabilidades ilimitadas (osmembros podem ter bensconfiscados se a cooperativaquebrar

    Cooperativadetrabalhadores(tem osseguintesregulamentos)

    filiaoaberta um menbro,um votoinvestimentosno devem tercontrole dividendosdistribudosentre osafiliados demaneira justa deve incluir

    registrada como umaAssociao Industriale Previdenciria

    registrado noRegistry of FriendlySocieties (Registrobritnico de empresasno-lucrativas)

    Vantagens responsabilidades limitadas pode levanter dinheirodistribuindo aes ou cotas nopode deixar de ser cooperativaDesvantagens registro custa entre 350 e 700 taxas anuais elevadas limitaes expressas no campodas atividades

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    registrada na JuntaComercial como umaempresa limitada porgarantias "

    submeter a Mem &Arts os artigos JuntaComercial com osformulrios habituais

    Vantagens responsabilidades limitadas credibilidade alta junto a outroscomerciantes e banqueiros pode levantar dinheiro

    distribuindo aes ou cotasDesvantagens pode deixar de ser cooperativapor deciso dos ltimos afiliados

    Para outras informaes sobre Instituies Beneficentes, veja o site (em ingls) da ComissoBritnica para Instituies Beneficentes: www.charitycommission.gov.uk

    Para mais informaes sobre Cooperativas de Trabalhadores, veja os sites e documentos (emingls):

    www.radicalroutes.org.uk/documents/wc.pdf

    www.cooperatives-uk.coop A Financial Services Authority (autoridade de servios financeiros) regulamenta as sociedadesindustriais e previdencirias - www.fsa.gov.uk. O captulo industrial e previdencirio da FSA estaqui.

    Outras leituras sobre empresas de interesse comunitrio podem ser encontradas no si te (em ingls):www.cicregulator.gov.uk

    A seguinte publicao nos foi recomendada: "Keeping It Legal", da Social Enterprise Coalition:www.socialenterprise.org.uk/Page.aspx?SP=1982

    Documentos administrativos regras, estatutos e (a declarao) Memorando& Artigos

    Todas as organizaes precisam de algum tipo de documento administrativo. Pode ser um conjuntode estatutos, uma declarao Mem & Arts, ou algumas regras. Algumas pessoas preferem enterrarum prego na prpria cabea a lidar com isso, mas tem de ser feito, de outra forma no haveriaqualquer referncia real para grupos ou organizaes. E em muitos casos trata-se de uma exigncialegal. Ento encha-se de coragem e d uma olhada na tabela seguinte. H links para alguns pontos-chave.

    Tipo Administrado por Documentosadministrativos Notas e links

    Associao no-

    incorporada (no-beneficente)

    comitadministrativo estatutos (ouregras)

    www.resourcecentre.org.uk

    Tambm h um guia passo a passoOutro est no site www.voda.org.uk

    InstituioBeneficente Associao no-incorporada

    comitadministrativo

    estatutos (ouregras)

    Modelo de Estatuto da Comisso deInstituies Beneficentes

    Instituio no adequada Modelo de contrato de fideicomisso da

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    Beneficente Fideicomisso

    para Iniciativasde Transio

    Comisso de Instituies Beneficentes

    InstituioBeneficente Sociedade

    incorporada

    diretoria ouconselhoadministrativo

    ou diretores

    Modelo de memorando e artigos sobreassociaes da Comisso de InstituiesBeneficentes

    InstituioBeneficente OrganizaoBeneficenteAssociada (CIO)

    ainda nodisponvel

    ainda nodisponvel

    Ainda no disponvel

    Empresa deInteresseComunitrio

    conselho dediretores

    declaraoMem & Arts

    Atualmente est sendo atualizado no si tewww.cicregulator.gov.uk.Verses anteriores podem ser encontradasem:www.cicregulator.gov.uk/memArt.shtml

    Cooperativa detrabalhadores

    ostrabalhadoresou um comitde diretoreseleitos

    declaraoMem & Arts sea empresa forlimitada porgarantias

    Regras

    Modelos de regras para cooperativas naGr-Bretanha:www.cooperatives-uk.coop/live/cme574.htm

    Voc tambm pode visitar vrios sites (em ingls) sobre Iniciativas de Transio(www.transitiontowns.org) e observar as diversas formas de estatutos.

    Esperamos que os grupos comunitrios que se tornaram sociedades formais incorporem seu ethos(esprito) democrtico e inclusivo em seus documentos de fundao.

    Mais que isso: se parece haver uma importante semelhana entre as iniciativas, talvez a Rede deTransio produza um padro. Ns conseguimos enxergar, no entanto, alguns benefcios noprocesso de reunir, cada um, seus prprios estatutos (ainda que seja uma coisa desagradabilssimade fazer).

    Um ponto que preocupa iniciativas de todo o mundo o potencial envolvimento de grupos polticosextremistas. Uma forma de diminuir as chances de que isso acontea deixar claro explicitamenteem seus estatutos que voc apia a Declarao Universal de Direitos Humanos da ONU. Issoimpedir que pessoas de grupos discriminatrios se tornem membros.

    Como Estabelecer sua Iniciativa de Transio os 7 MasSe leu at agora este Manual, voc deve estar mesmo pensando que a Iniciativa de Transio podeser apropriada para a sua comunidade.

    A prxima seo (12 Passos) lhe dar um mapa geral para esta jornada, mas antes voc ter quenavegar atravs das barreiras iniciais, reais e imaginrias que aparecem no seu caminho. Nschamamos estas barreiras de Os 7 Mas.

    Mas no temos fundos

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    Isto no realmente um problema. Levantar fundos uma desculpa esfarrapada para entusiasmo eenvolvimento com a comunidade sendo que ambos o levaro a passar pelas primeiras fases desua transio. Patrocinadores tambm podem querer algum tipo de controle e conduzir a iniciativapara direes contrrias aos interesses comunitrios.

    Ns mostraremos como pode-se assegurar de que o seu processo gere a quantidade adequada defundos. No estamos falando de fortunas sua Cidade em Transio no ter aes nas Bolsas deValores mas, como me disse o designer de ecovilas Max Lindeggar anos atrs, se um projeto notiver um lucro, ter um prejuzo.

    A Cidade em Transio Totnes comeou a trabalhar em setembro de 2005 sem fundos e tem seautofinanciado desde ento. As palestras e exibies de filmes que fazemos levantam dinheiro parasubsidiar eventos gratuitos como os dias de Open Space. Voc chegar a um ponto em que terprojetos especficos que exigiro patrocnio, mas at l voc dar um jeito. Conserve-se no poder seisso acontecer no deixe que a falta de financiamento o detenha.

    Mas eles no nos deixam

    H um certo temor entre ecologistas de que qualquer iniciativa bem-sucedida em provocarmudanas ser interrompida, suprimida, atacada por burocratas sem identiddae ou por corporaes.Se esse medo for grande o suficiente para impedir que voc aja, se a nica coisa que voc estpronto para fazer abdicar do poder que tem em favor de alguns eles imaginrios, entoprovavelmente voc est lendo o documento errado. As Cidades em Transio, por outro lado,operam fora do alcance dos radares, no procuram vtimas nem fazem inimigos. Assim, elas noparecem despertar a ira de instituies j existentes.

    Ao contrrio, com as grandes corporaes cada vez mais alertas em relao sustentabilidade e Mudana Climtica, voc ficar surpreso ao ver quantas pessoas que ocupam posies de poder seentusiasmaro e se inspiraro nesse tipo de ao, e ainda apoiaro e no obstruiro seus esforos.

    Mas j h grupos verdes nesta cidade e eu no quero tomar o lugar deles

    Entraremos nesse assunto com mais detalhes no Passo 3, abaixo. Mas, essencialmente, voc seriaextremamente azarado se tivesse que enfrentar uma batalha campal. A sua Iniciativa de Transiodeve elaborar um objetivo comum e um senso de propsito para os grupos existentes; sendo quevoc pode descobrir que alguns esto um tanto esgotados e vo apreciar muito a nova vitalidadeque chega. Uma ligao com uma rede de grupos j existentes para criar um Plano de Ao para oDeclnio de Energia reala e d objetivo ao seu trabalho, em vez de apenas fazer uma cpia ou asubstituio de algo existente. Espere que eles se tornem alguns de seus maiores aliados,fundamentais para o sucesso de sua Transio.

    Mas de qualquer forma ningum nesta cidade se preocupa com meio ambiente

    Pode-se facilmente perdoar quem pensa assim, diante da aptica cultura consumidora que noscerca atualmente. Mas, logo abaixo da superfcie, pode-se descobrir que as pessoas maissurpreendentes so entusisticas advogadas de alguns dos elementos-chave das Iniciativas deTransio alimentos locais, artesanato local, histria local e cultura.

    A dica ir at eles, em vez de esperar que venham at voc. Procure o que tm em comum e vocdescobrir que sua comunidade um lugar bem mais interessante do que pensava.

    Mas certamente tarde demais para fazer alguma coisa

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    Pode ser que seja tarde demais, mas o mais provvel que no seja. Isso significa que seusesforos (e dos outros) so absolutamente fundamentais.

    No permita que a desesperana seja uma sabotagem aos seus esforos como diz VandanaShiva: A incerteza dos nossos tempos no motivo para se ter certeza da desesperana.

    Mas eu no tenho os requisitos necessrios

    Se voc no tem, quem ter? No importa que voc no tenha um mestrado em sustentabilidade ouanos de experincia em jardinagem ou planejamento. O importante que voc se importa com olocal em que vive, que percebe a necessidade de agir e que est aberto a novas maneiras de atrairas pessoas.

    Se houvesse uma exigncia de qualificaes para algum que fosse iniciar esse processo, uma listade qualidades poderia incluir:

    Ser positivo Ser bom com pessoas Ter um conhecimento bsico do local e de algumas pessoas-chave da cidade.

    Isso na verdade o suficiente. Afinal de contas, voc est prestes a projetar seu prprio legado aoprocesso desde o princpio (ver Passo # 1), portanto sua funo nesta etapa como um jardineiropreparando o solo para o jardim, que voc pode ou no estar por perto para ver.

    Mas eu no tenho energia para fazer isso!

    Como diz a citao freqentemente atribuda a Goethe: "Seja qual for o seu sonho, comece. Ousadiatem genialidade, poder e magia!" A experincia de dar incio a uma Iniciativa de Transio mostracom certeza que este o caso. A idia de preparar seu municpio (ou cidade, vila, vale ou ilha) paraa vida ps-petrleo pode ter implicaes inacreditveis, mas existe alguma coisa na energiadesencadeada pelo processo de uma Iniciativa de Transio que incontrolvel.

    Voc pode se sentir esmagado pela perspectiva de tanto trabalho e complexidade, mas vai aparecer

    gente para ajudar. Na verdade, muita gente fala das sincronicidades de todo o processo e de comoas pessoas certas aparecem na hora certa. H alguma coisa que emerge ao assumir aquelaousadia, do saltar do por que ningum faz nada? para o vamos fazer alguma coisa e isso gera aenergia que faz avanar.

    Freqentemente as iniciativas que visam melhorias ambientais parecem um carro quebrado quedeve ser empurrado ladeira acima: um trabalho rduo, difcil e sem recompensas. Cidades emTransio so como estar do outro lado o carro comea a andar mais depressa do que voc, econtinua acelerando o tempo todo. Depois que voc der o empurro no alto da ladeira, ele vaidesenvolver seu prprio ritmo. Isso no quer dizer que s vezes no seja difcil, mas quase sempreum prazer.

    Os 12 Passos da Transio

    Estes 12 Passos surgiram da observao daquilo que parece funcionar no incio das Iniciativas deTransio, em particular de Totnes.

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    Isso no quer dizer que sejam de forma alguma rgidos. Cada projeto os rene de diferentes formas,acrescenta uns novos, ignora outros. Eles oferecem, no entanto, o que acreditamos ser oselementos-chave da sua jornada e com sorte vo ajud-lo nos dois primeiros anos do seu trabalho.

    #1. Estabelecer um grupo para a direo e preparar sua dissoluo desde o incioEsta etapa pe uma equipe central no lugar certo para levar o projeto frente nas fases iniciais.

    Recomendamos que voc forme seu Grupo-Piloto com o objetivo de chegar aos passos 2 a 5, eacertar que, uma vez formados quatro subgrupos no mnimo (ver #5), o Grupo-Piloto se dispersa ese restaura com uma pessoa de cada subgrupo. Isso exige um grau de humildade, mas muitoimportante para que o sucesso do projeto fique acima dos indivduos envolvidos. Seu Grupo-Pilotodeve ser basicamente formado por um representante de cada subgrupo.

    #2. Aumento da sensibilizaoEsta etapa vai identificar seus principais aliados, montar redes fundamentais e preparar acomunidade em geral para o lanamento de sua Iniciativa de Transio.

    Para que um eficiente Plano de Ao para o Declnio da Energia evolua, seus participantes tm decompreender os efeitos potenciais tanto do Pico do Petrleo como da Mudana Climtica sendoque o primeiro tpico exige um esforo para aumentar a resilincia da comunidade, o segundo, umareduo na pegada de carbono.

    A exibio de importantes filmes (Uma Verdade Inconveniente, Fim do Subrbio, Um BrutoDespertar, Power of Community) junto com painis de especialistas para responder perguntas aofinal, so muito eficazes. (Ver no prximo captulo informaes sobre todos os filmes onde compr-los, treilers, quais os regulamentos de licenciamento, estilos.)

    Palestras dadas por especialistas em Mudana Climtica, Pico do Petrleo e solues comunitriaspodem ser muito inspiradoras.

    Artigos em jornais locais, entrevistas a emissoras de rdio locais, apresentaes para grupos jexistentes, inclusive em escolas, tudo isso faz parte do arsenal para chamar a ateno das pessoassobre os temas e lev-las a comear a pensar em solues.

    #3. Estabelecimento das fundaes

    Esta etapa tem relao com a formao de uma rede com ativistas e grupos j existentes, deixandoclaro que a Iniciativa de Transio projetada para incorporar seus esforos anteriores e futurascontribuies ao enxergar o futuro de uma nova maneira. Reconhea e respeite o trabalho deles eenfatize que eles tm um papel fundamental a desempenhar.

    Faa para eles um resumo conciso e acessvel sobre o Pico do Petrleo, o que significa, o que tem aver com a Mudana Climtica, como pode afetar a comunidade em questo e os principais desafiosque acarreta. Compartilhe o que pensa sobre como a Iniciativa de Transio pode agir como umcatalisador que leva a comunidade a explorar solues e a pensar sobre estratgias de mitigao, apartir das bases.

    #4. Organizao de um Grande Lanamento

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    Esta etapa marca de maneira memorvel o momento do amadurecimento do projeto, o leva paradentro da comunidade, cria um ritmo que empurra sua iniciativa para diante em direo a um novoperodo de trabalho e comemora o desejo da comunidade de entrar em ao.

    Em termos de cronograma, calculamos que ocorra entre seis meses e um ano depois da primeiraexibio de filmes para sensibilizao.

    O Lanamento Oficial da Cidade em Transio Totnes ocorreu em setembro de 2006 e foiprecedido por dez meses de palestras, exibio de filmes e eventos.

    Com relao aos temas, seu lanamento dever trazer pessoas para falar sobre o Pico do Petrleo ea Mudana Climtica, com um esprito de ns podemos fazer alguma coisa em vez de pessimista.

    Uma coisa que j vimos que funciona muito bem so apresentaes que falam das barreiras prticase psicolgicos mudana pessoal afinal de contas, isso tem tudo a ver com o que fazemosenquanto indivduos.

    No tem que ser apenas palestras pode incluir msica, comida, pera, dana no intervalo, o quevoc achar que pode refletir melhor a inteno de sua comunidade de embarcar nessa aventuracoletiva.

    #5. Formar grupos de trabalho

    Parte do processo de desenvolvimento de um Plano de Ao para o Declnio de Energia est ligada mobilizao da inteligncia coletiva da comunidade. fundamental estabelecer alguns gruposmenores para se concentrar em aspectos especficos do processo. Cada um desses grupos vaidesenvolver seus prprios meios de trabalhar e suas prprias atividades, mas estaro todos sob oguarda-chuva do projeto como um todo.

    Idealmente esses grupos de trabalho sero necessrios para todos os aspectos da vida dacomunidade que se sustenta e prospera. Alguns exemplos so: alimentao, lixo, energia, educao,juventude, economia, transportes, gua e governo local.

    Cada um dos grupos de trabalho se concentra em sua rea e tenta determinar as melhores maneiras

    de criar a resilincia comunitria e reduzir a pegada de carbono. Suas solues sero a espinhadorsal do Plano de Ao para o Declnio de Energia.

    #6. Usar Open Space Espao AbertoAchamos que a Tecnologia do Open Space - Espao Aberto uma abordagem altamente eficazpara as reunies de Iniciativas de Transio.

    Em teoria poderia no funcionar. Um grande grupo de pessoas se rene para discutir umdeterminado assunto ou tema, sem agenda, sem cronograma, sem um coordenador bvio e semredatores das atas.

    No entanto, organizamos diferentes encontros de Open Space para alimentao, energia, habitao,economia e psicologia da mudana. Ao final de cada reunio, cada um ter dito o que queria, tudoter sido extensivamente anotado e datilografado, vrias conexes estabelecidas e uma enormequantidade de idias tero sido identificadas e vises plantadas.

    A leitura fundamental sobre Open Space - Espao Aberto de autoria de Harrison Owen : OpenSpace Technology: A Users Guide (Tecnologia do Espao Aberto: Guia de Utilizao); mas voctambm poder encontrar no livro The Change Handbook: Group Methods for Shaping the Future(O manual da mudana: mtodos de grupo para mudar o futuro) , de Peggy Holman e Tom Devane,preciosas informaes sobre uma enorme abrangncia dessas ferramentas.

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    #7. Desenvolver manifestaes prticas visveis do projeto

    fundamental que voc evite qualquer impresso de que seu projeto seja apenas um clube de

    discusses, em que as pessoas se sentam e fazem listas de desejos. Seu projeto precisa, desde oincio, comear a criar manifestaes prticas, bastante visveis, em sua comunidade. Isso vaiintensificar de maneira significativa a percepo das pessoas em relao ao projeto e tambm suadisposio em participar.

    Durante estas primeiras etapas ser difcil encontrar um equilbrio em um ponto: voc ter demostrar avanos visveis, sem embarcar em projetos que no tero ao final lugar no Plano de Aopara o Declnio de Energia.

    Na Cidade em Transio Totnes, o grupo de alimentao lanou um projeto chamado Totnes aCapital das Nozes da Gr-Bretanha que pretende produzir um nmero mximo possvel de rvoresque produzam nozes comestveis na cidade. Com a ajuda do prefeito, recentemente plantamosrvores no centro da cidade, e fizemos disso um evento al tamente visvel (ver esquerda).

    #8. Facilitar a Grande RecapacitaoSe nossa resposta ao Pico do Petrleo e Mudana Climtica rumar a um futuro de energiareduzida e comunidades relocalizadas, precisaremos de muitas das habilidades que eram comuns poca de nossos avs. Uma das coisas mais teis que uma Iniciativa de Transio pode fazer reverter a grande descapacitao dos ltimos 40 anos oferecendo treinamento para uma amplavariedade dessas habilidades.

    Pesquisar junto aos membros mais idosos de nossas comunidades bem instrutivo afinal decontas, eles viveram antes desta sociedade descartvel e entendem como uma sociedade deenergia reduzida pode funcionar. Alguns exemplos de cursos podem ser:

    consertos, culinria, manuteno de bicicleta, construo natural, isolamento de stos,tintura, canteiros de ervas, jardinagem, eficincia energtica domstica bsica, fazer massa depo, plantao de alimentos (a lista interminvel).

    Seu programa de Grande Recapacitao dar s pessoas um senso poderoso de realizao de suashabilidades para resolver problemas, alcanar resultados prticos e trabalhar em colaborao comoutras pessoas. Elas tambm descobriro que aprender bem divertido.

    #9. Criar uma ponte com o governo local

    Seja qual for o grau de crescimento que sua Iniciativa de Transio puder gerar, no importa quantosprojetos prticos voc tenha iniciado e quo incrvel seja seu Plano de Declnio de Energia, voc no

    avanar se no cultivar uma relao positiva e produtiva com as autoridades locais. Voc precisardelas para fazer planejamentos, para levantar fundos ou para criar conexes. Ao contrrio do queimagina, voc poder descobrir que est querendo empurrar uma porta j aberta.

    Estamos discutindo como redigir o Plano de Ao para o Declnio de Energia em Totnes com umformato parecido com o Plano de Desenvolvimento Comunitrio, j existente. Talvez um dia osplanejadores da Prefeitura possam se sentar em uma mesa com os dois documentos em frente aeles um Plano Comunitrio convencional e uma bela apresentao do Plano de Ao para oDeclnio de Energia. Em algum momento de 2008 o preo do barril de petrleo cruzou pela primeiravez a barreira dos 150 dlares. Os planejadores olham um documento e depois o outro e concluem

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    que apenas o Plano de Ao para o Declnio de Energia poder lidar com os desafios que surgem nossa frente. E, medida que o documento avana para uma posio central, o plano comunitrioaos poucos vai escorregando para a lixeira (podemos sonhar!).

    #10. Respeitar os idosos

    Para aqueles entre ns que nasceram nos anos 60, quando petrleo barato era coisa comum, difcil imaginar uma vida com menos petrleo. Todos os anos da minha vida (com exceo da crisedo petrleo nos anos 70) se apoiaram em mais energia do que nos anos anteriores.

    Para reconstruir a imagem de uma sociedade com menos energia, temos que nos unir queles quese lembram da transio para a poca do petrleo barato, em especial o perodo entre 1930 e 1960.

    Mesmo que voc queira claramente evitar qualquer idia de que est defendendo um retrocesso ouuma volta ao passado, h muito o que aprender com o jeito como as coisas eram feitas, queconexes invisveis ligavam os diferentes elementos da sociedade e como se tocava o dia-a-dia.Descobrir isso pode ser profundamente esclarecedor e despertar um sentimento de que estamosmuito mais conectados ao lugar em que desenvolvemos nossas Iniciativas de Transio.

    #11. Deixar rolar quando for para deixar rolar

    Voc pode comear desenvolvendo sua Iniciativa de Transio com uma idia clara de onde quer ir,mas mesmo assim inevitavelmente ir parar em outro lugar. Se voc tentar se agarrar a uma visofixa, ela vai solapar sua energia e voc vai patinar. Sua funo no ter resposta para tudo, masagir como catalizador da comunidade para planejar sua prpria transio.

    Se voc mantiver o foco nos critrios bsicos do design (planejamento) o desenvolvimento daresilincia comunitria e a reduo da pegada de carbono -, ver como o talento coletivo dacomunidade levar ao surgimento de solues plausveis, prticas e altamente engenhosas.

    #12. Criar um Plano para o Declnio de Energia

    Cada grupo de trabalho tem mantido o foco em aes prticas para aumentar a resilinciacomunitria e reduzir a pegada de carbono.

    Essas aes combinadas formam o Plano de Ao para o Declnio de Energia. Assim o talentocoletivo da comunidade planejou o prprio futuro para enfrentar os potenciais desafios do Pico doPetrleo e da Mudana Climtica.

    O processo de desenvolver o plano no tarefa fcil. Ele evolui medida que descobrimos o quefunciona e o que no funciona.

    Rede de Apoio Transio Quadro Local de Recursos

    Desenvolver um quadro com os recursos locais existentes e potencial de disponibilidade serfundamental para criar um plano de ao realista. Estamos desenvolvendo modelos para ajudar esteprocesso.

    Rede de Apoio Transio Cronograma da Transio

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    Estamos trabalhando com cientistas de Mudana Climtica, ecologistas, analistas de energia eeconomistas verdes para montar uma ampla cronologia que nos d um panorama temporrio sobreo qual redigiremos o Plano de Ao para o Declnio de Energia.

    Rede de Apoio Transio Indicadores de Resilincia

    Estes captulos introduzem o conceito de indicadores de resilincia e isso precisa ser explicado.Resilincia a capacidade de um sistema ou uma comunidade de resistir a impactos externos. Umindicador a maneira de medir essa resistncia.

    Normalmente, a principal maneira de medir a reduo de uma pegada de carbono atravs dasemisses de CO2. Ns acreditamos firmemente, no entanto, que cortar o carbono antes dedesenvolver a resilincia dar uma resposta insuficiente quando se trata de enfrentar tanto o Pico doPetrleo quanto a Mudana Climtica.

    Ento como que voc pode dizer que a resilincia da comunidade em questo est aumentando?

    Os indicadores de resilincia podem ser os seguintes:

    porcentagem de alimentos plantados no local quantidade de moeda local em circulao e a porcentagem com relao totalidade do dinheiro emcirculao quantidade de negcios pertencentes a moradores locais distncias mdias percorridas pelos trabalhadores da cidade entre casa e trabalho distncias mdias percorridas pelas pessoas que vivem na cidade mas trabalham fora dela porcentagem de energia produzida no local

    quantidade de materiais renovveis de construo proporo de bens essenciais manufaturados na comunidade ou at uma determinada distncia proporo de lixo compostvel que realmente usado como compostagem

    Alguns indicadores so universais, mas muitos sero especficos do lugar e vo surgir ao longo doprocesso de reduo de energia. Estamos estudando um conjunto universal de indicadores deresilincia e vamos public-lo na rede quanto estiver pronto.

    O Plano de Ao de Declnio de Energia EDAP (sigla em ingls)

    Algumas pessoas das comunidades em transio esto dando a isto o nome de trajeto ou viso ,e no plano. O que for melhor para voc est bem para ns tambm.

    Essencialmente, o plano EDAP vai fazer um quadro da comunidade to colorido, atraente eirresistvel que qualquer pessoa que no estiver envolvida no seu desenvolvimento vai reconsideraro sentido de sua vida.

    Ele deve ser feito assim (ao menos, foi at aqui que chegamos ao imagin-lo):

    1. Faa um quadro dos recursos locais: rena informaes de sua comunidade para cada um dosgrupos de trabalho: terras arveis, opes de transportes, fornecimento de servios de sade,

    fontes de energia renovveis, capacidade de manufatura de txteis, materais de construo. Issopode ter sido feito nas primeiras etapas de atividade dos grupos de trabalho.

    A Rede de Transio ter modelos disso

    2. Crie uma viso para a comunidade para daqui a 15 ou 20 anos: como estar a suacomunidade daqui a 15 ou 20 anos se reduzirmos drasticamente as emisses de CO2 e o usode energia no-renovvel e estivermos bem encaminhados no desenvolvimento da resilinciaem todos os aspectos mais importantes da vida.

    A Rede de Transio vai fornecer indicadores de resilincia para ajudar a manter o foco em seuexerccio visionrio

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    3. Reconstituir a viso de volta para hoje: faa uma cronologia de marcos, pr-requisitos,atividades e processos que precisam funcionar para as vises serem alcanadas. Os indicadoresde resilincia ajudaro a dar forma a esta etapa.

    A Rede de Transio vai fornecer um amplo Calendrio de Transio na Gr-Bretanha paraajudar neste processo

    4. Busque o Plano da Comunidade Local e a Estratgia de Parcerias produzidos pelo governolocal. Esses planos provavelmente tero escalas cronolgicas e elementos de que vocprecisar.

    5. Histrias de Transio: enquanto isso, o grupo de Histrias de Transio est produzindoartigos, relatos, quadros e representaes da comunidade planejada, como chegaremos l e oque poder acontecer no meio do caminho.

    6. Crie o primeiro esboo do plano de ao EDAP: junte o plano geral e as histrias de transioem um bloco coerente e passe-o adiante para que seja revisado e consultado.

    7. Finalize o plano EDAP: integre as informaes ao plano EDAP. De maneira realstica, estedocumento (se se tornar um documento) nunca ter a forma final ele ser constantementeatualizado e aumentado, medida que as condies mudam e as idias surgem.

    Este um processo vivo e no saberemos o quo prximo estar da realidade at que algunsgrupos tenham passado por ele.

    A Rede de Transio est desenvolvendo planos para apoiar este processo fornecendo elementos,como um conjunto de indicadores de resilincia ou uma ampla cronologia que cubra energia, clima,alimentos, etc

    Vdeos sobre os 12 passos para a Transio

    O YouTube tem vdeos de Rob Hopkins apresentando os 12 passos no congresso da Rede deTransio, em maio de 2007. Eles podem ser encontrados no endereo:

    http://www.youtube.com/results?search_query=rob+hopkins+twelve+steps

    Se voc buscar o mesmo tema, mas sem os 12 passos, ver uma impressionante coleo de

    vdeos de Rob sendo entrevistado por Adrienne Campbell da Cidade em Transio Lewes.

    O contexto mais amplo da Transio

    S na Gr-Bretanha e no Pas de Gales h 11 mil parquias (distritos eclesisticos, municpios,vilas), 60 cidades e um grande nmero de comunidades rurais que tero de percorrer o caminho dodeclnio de energia, tanto ativa como reativamente

    Mas junto com essas transies apoiadas em comunidades, cada indivduo tem de abandonar oapego ao petrleo e a uma quantidade imensa de prticas ecologicamente devastadoras, e deixar acomplexa teia que o prende ao eterno paradigma do crescimento.

    Isso ser mais fcil para uns do que para outros, mas ns todos teremos que fazer.

    E cada um de ns dever se aproximar da compreenso sincera de que, se quisermos continuarvivendo na Terra, teremos de tecer nosso caminho de volta ao tecido do planeta e entender que oconceito de os humanos so independentes da Terra uma falsa dualidade em que se apia asociedade industrializada, enganosa como uma passagem de ida a um inferno na terra, muito maisquente do que poderamos agentar.

    Esta jornada envolve sentir plenamente o peso insuportvel da responsabilidade pelo estado dascoisas e a cumplicidade de todos no apoio a esse paradigma insustentvel. Para alguns, issoenvolve sentir a dor do planeta, que pode ser esmagadora. Esta jornada para a realizao fica maisfcil de ser percorrida com companheiros viajantes, para que possamos dividir o peso e compartilhar

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    apoio. Feita a ss, um caminho solitrio se a pessoa no tiver suficiente apoio emocional, darmeia volta.

    Junte, portanto, alguns corajosos e v em frente. E quando chegar ao outro lado, mais sbio, maisresiliente e mais determinado, aja como um guia para aqueles que vierem depois de voc, pois elestero necessidades ainda maiores que as suas.

    Algumas citaes que contam a histria da Transio mais ampla

    Temos de encontrar uma maneira de viver neste planeta sem fechar os olhos para o queestamos fazendo. Joanna Macy

    --------------------------

    "Os importantes problemas que temos no podem ser resolvidos no mesmo nvel depensamento que tivemos quando os criamos." Albert Einstein

    "Nossa tarefa deve ser ampliar nosso crculo de compaixo e abraar todos os seres vivos etoda a natureza em seu esplendor." Albert Einstein

    --------------------------

    "Antes ramos caadores-coletores, agora somos compradores-emprestadores." RobinWilliams, 1990

    --------------------------

    "Se o mundo tiver de ser curado atravs dos esforos humanos, estou convencido de queisso ser feito por pessoas comuns, pessoas cujo amor pela vida ainda maior do que seumedo. Pessoas que podem se abrir a rede da vida que nos chama existncia." JoannaMacy

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    "Quando vejo um adulto em uma bicicleta, no perco a esperana na raa humana." H.G.Wells

    --------------------------

    Se a Grande Virada fracassar, no ser tanto por falta de tecnologia ou de informaesimportantes quanto por falta de vontade poltica. Quando nos distramos ou ficamos commedo, e estamos em desvantagem, fcil deixar que corao e mente se torneminsensveis.

    Os riscos que temos frente neste momento