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3 1. HISTÓRIA DO CIMENTO PORTLAND Tecnicamente, podemos definir cimento como um pó fino, com propriedades aglomerantes, aglutinantes ou ligantes, que endurece sob a ação de água. Por volta de 1756 o engenheiro John Smeaton procurava um aglomerante que endurecesse mesmo em presença de água, em suas tentativas verificou que uma mistura calcinada de calcário e argila tornavam-se, depois de seca, tão resistentes quanto as pedras utilizadas nas construções. Seis anos depois Joseph Aspdin patenteia o "Cimento Portland", que recebe este nome por apresentar cor e propriedades de durabilidade e solidez semelhantes às das rochas da ilha britânica de Portland, neste pedido de patente constava que o calcário era moído com argila, em meio úmido, até transformar-se em pó impalpável. A água era evaporada pela exposição ao sol ou por irradiação de calor. Os blocos da mistura seca eram calcinados em fornos e depois moídos bem finos. Aquele produto, no entanto, exceto pelos princípios básicos, estava longe do cimento Portland que atualmente se conhece, resultante de pesquisas que determinam as proporções adequadas da mistura, o teor de seus componentes, o tratamento térmico requerido e a natureza química dos materiais.

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1. HISTÓRIA DO CIMENTO PORTLAND

Tecnicamente, podemos definir cimento como um pó fino, com propriedades

aglomerantes, aglutinantes ou ligantes, que endurece sob a ação de água.

Por volta de 1756 o engenheiro John Smeaton procurava um aglomerante que

endurecesse mesmo em presença de água, em suas tentativas verificou que uma mistura

calcinada de calcário e argila tornavam-se, depois de seca, tão resistentes quanto as

pedras utilizadas nas construções.

Seis anos depois Joseph Aspdin patenteia o "Cimento Portland", que recebe este

nome por apresentar cor e propriedades de durabilidade e solidez semelhantes às das

rochas da ilha britânica de Portland, neste pedido de patente constava que o calcário era

moído com argila, em meio úmido, até transformar-se em pó impalpável. A água era

evaporada pela exposição ao sol ou por irradiação de calor. Os blocos da mistura seca

eram calcinados em fornos e depois moídos bem finos.

Aquele produto, no entanto, exceto pelos princípios básicos, estava longe do

cimento Portland que atualmente se conhece, resultante de pesquisas que determinam as

proporções adequadas da mistura, o teor de seus componentes, o tratamento térmico

requerido e a natureza química dos materiais.

O cimento Portland desencadeou uma verdadeira revolução na construção, pelo

conjunto de suas propriedades de elevadas resistências aos esforços e por ser obtido a

partir de matérias-primas relativamente abundantes e disponíveis na natureza.

Hoje, o cimento Portland é um material rigorosamente definido, e sua fabricação

segue princípios bem estabelecidos. A grande versatilidade de emprego e notáveis

qualidades de adaptação a novos produtos e métodos construtivos aumentam, a cada dia,

sua ampla gama de aplicações.

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2. TIPOS DE CIMENTOS

Os cimentos Portland são especificados de acordo com Normas da ABNT,

atualmente existem onze tipos de cimentos:

CP I – Cimento Portland comum

CP I-S – Cimento Portland comum com adição

CP II-E– Cimento Portland composto com escória

CP II-Z – Cimento Portland composto com pozolana

CP II-F – Cimento Portland composto com fíler

CP III – Cimento Portland de alto-forno

CP IV – Cimento Portland Pozolânico

CP V-ARI – Cimento Portland de alta resistência inicial

RS – Cimento Portland Resistente a Sulfatos

BC – Cimento Portland de Baixo Calor de Hidratação

CPB – Cimento Portland Branco

2.1. CPI – CIMENTO PORTLAND COMUM 

É um cimento puro, sem nenhuma modificação. Pode ser utilizado em serviços

de construção onde não são exigidas propriedades especiais do cimento ou quando não

há exposição a sulfatos do solo ou de águas subterrâneas. Possui classes de resistência

de 25, 32 e 40. A norma brasileira que trata desse tipo de cimento é a NBR 5732

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2.2. CPI S – CIMENTO PORTLAND COMUM COM ADIÇÃO

O CP I-S, tem a mesma composição do CP I, porém com adição reduzida de

material pozolânico (de 1 a 5% em massa). Este tipo de cimento tem

menor permeabilidade devido à adição de pozolana. Possui classes de resistência de 25,

32 e 40. A norma brasileira que trata deste tipo de cimento é a NBR 5732

2.3. CPII E – CIMENTO PORTLAND COMPOSTO COM ESCÓRIA

Contém adição de escória granulada de alto-forno, o que lhe confere a

propriedade de baixo calor de hidratação. O CP II-E é composto de 94% à 56%

de clínquer+gesso e 6% à 34% de escória, podendo ou não ter adição de material

carbonático no limite máximo de 10% em massa. Esse tipo de cimento é recomendado 

para estruturas que exijam um desprendimento de calor moderadamente lento. Possui

classes de resistência de 25, 32 e 40. A norma brasileira que trata deste tipo de cimento

é a NBR 11578.

2.4. CPII Z – CIMENTO PORTLAND COMPOSTO COM POZOLANA

Contém adição de material pozolânico que varia de 6% a 14% em massa, o que

confere ao cimento menor permeabilidade, sendo ideal para obras

subterrâneas, principalmente com presença de água, inclusive marítimas. Esse tipo de

cimento também pode conter adição de material carbonático no limite máximo de 10%

em massa. Possui classes de resistência de 25, 32 e 40. A norma brasileira que trata

deste tipo de cimento é a NBR 11578.

2.5. CPII F – CIMENTO PORTLAND COMPOSTO COM FILER

Assim como os demais cimentos Portland compostos, o CP II F é um tipo de

cimento para uso e aplicação em geral. Ideal para utilização em estruturas de concreto

armado, pavimentos de concreto, argamassa de chapisco, assentamento de blocos,

revestimento, pisos e contrapisos, grautes, concreto protendido, pré-moldados e

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artefatos de concreto. Esse tipo de cimento tem adição de filer calcário em teor entre 6%

e 10% e não é o mais indicado para aplicações em meios muito agressivos. Possui

classes de resistência de 25, 32 e 40. A norma brasileira que trata deste tipo de cimento

é a NBR 11578.

2.6. CPIII – CIMENTO PORTLAND DE ALTO FORNO

É menos poroso e mais durável, portanto resiste melhor em ambientes

agressivos. O concreto feito com esse cimento pode ficar exposto a esgoto e a chuva

ácida. Usado nas fundações, peças de grandes dimensões e construções de barragens,

por exemplo. Contém adição de escória no teor de 35% a 70%, fazendo com que ele

tenha maior impermeabilidade, baixo calor de hidratação e durabilidade. Possui classes

de resistência de 25, 32 e 40. A norma brasileira que trata esse tipo de cimento é NBR

5735

2.7. CPIV – CIMENTO PORTLAND POZOLÂNICO

Contém pozolana no teor que varia de 15% a 50% em massa. Seu uso é muito

mais vantajoso em obras que ficarão expostas à ação de água corrente e em ambientes

agressivos. A cura mais lenta o torna adequado a grandes volumes de concreto. O

concreto feito com este produto se torna mais impermeável, mais durável, apresentando

resistência mecânica à compressão superior à do concreto feito com Cimento Portland

Comum, a idades avançadas. Possui classes de resistência de 25 e 32. A norma

brasileira que trata esse tipo de cimento é NBR 5736

2.8. CPV ARI – CIMENTO PORTLAND DE ALTA RESISTÊNCIA INICIAL

Indicado no preparo de concreto e argamassa e em todas as aplicações que

necessitem de resistência inicial elevada e desenforma rápida. Como endurece rápido,

pode trincar se a concretagem for feita sob insolação, em dias muitos secos ou com

ventos. Em ambientes agressivos, geralmente esse tipo não é resistente a sulfatos, assim

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como o CP-I esse tipo de cimento não contém adições, porém pode conter até 5% de

carbonático em massa. O CP V-ARI é produzido com um clínquer de dosagem

diferenciada de calcário e argila se comparado aos demais tipos de cimento e com

moagem mais fina. Esta diferença de produção confere a este tipo de cimento uma alta

resistência inicial do concreto em suas primeiras idades. A norma brasileira que trata

deste tipo de cimento é a NBR 5733.

2.9. RS – CIMENTO PORTLAND RESISTENTE A SULFATOS

Como o próprio nome diz, são resistentes aos meios agressivos sulfatados, tais

como os encontrados nas redes de esgotos domésticos ou industriais, na água do mar e

em alguns tipos de solos. De acordo com a norma, cinco tipos básicos de cimento - CP

I, CP II, CP III, CP IV e CP V-ARI - podem ser resistentes aos sulfatos, desde que se

enquadrem em pelo menos uma das seguintes condições:

Teor de aluminato tricálcico (C3A) do clínquer e teor de adições carbonáticas de

no máximo 8% e 5% em massa, respectivamente;

Cimentos do tipo alto-forno que contiverem entre 60% e70% de escória

granulada de alto-forno, em massa;

Cimentos do tipo pozolânico que contiverem entre 25% e40% de material

pozolânico, em massa;

Cimentos que tiverem antecedentes de resultados de ensaios de longa duração

ou de obras que comprovem resistência aos sulfatos.

2.10. BC – CIMENTO PORTLAND DE BAIXO CALOR DE

HIDRATAÇÃO

Designado por siglas e classes de seu tipo, acrescidas de BC. Este tipo de

cimento tem a propriedade de retardar o desprendimento de calor em peças de grande

massa de concreto, evitando o aparecimento de fissuras de origem térmica, devido ao

calor desenvolvido durante a hidratação do cimento.

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2.11. CPB – CIMNETO PORTLAND BRANCO

O Cimento Portland Branco se diferencia por coloração, e está classificado em

dois subtipos: estrutural e não estrutural. O estrutural é aplicado em concretos brancos

para fins arquitetônicos, com classes de resistência 25, 32 e 40, similares às dos demais

tipos de cimento. Já o não estrutural não tem indicações de classe e é aplicado, por

exemplo, em rejuntamento de azulejos e em aplicações não estruturais. A cor branca é

obtida a partir de matérias-primas com baixos teores de óxido de ferro e manganês, em

condições especiais durante a fabricação, tais como resfriamento e moagem do produto

e, principalmente, utilizando o caulim no lugar da argila. O índice de brancura deve ser

maior que 78%.

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3. INFLUÊNCIA DOS TIPOS DE CIMENTO NO CONCRETO

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4. EMPRESAS PRODUTORAS DE CIMENTO PORTLAND

4.1. CAMARGO CORRÊA

Fundada em 1969, a Divisão Cimento do Grupo Camargo Corrêa conta com sete

fábricas no Brasil e nove na Argentina. Ao todo, suas fábricas têm capacidade para

produzir 9,1 toneladas de cimento por ano, comercializadas com as marcas Cauê e

Cimento Brasil, no mercado brasileiro e Loma Negra, no mercado Argentino, a Loma

Negra faz parte do Grupo Camargo Corrêa desde 2005. É líder do setor no mercado

argentino.

4.2. CIMPOR

Fundada em 1976 a Cimpor é um grupo cimenteiro internacional, de origem

portuguesa. A principal atividade da Cimpor é a produção e comercialização

de cimento, sua capacidade de produção é próxima dos 30 milhões de toneladas por ano.

A Cimpor também atua nas áreas de produção e comercialização de cal hidráulica,

concreto e agregados, pré-fabricação de concreto e argamassas.

4.3. CIPLAN

Fundada em 1968, a Ciplan foi uma das primeiras empresas instaladas em

Brasília. Ainda hoje, a empresa é uma das poucas indústrias cimenteiras genuinamente

brasileiras que atuam no Brasil. Por mais de 40 anos, a empresa contribuiu para o

crescimento e a consolidação da Capital e da região Centro-Oeste.

Atualmente, com forte presença na maioria dos estados do país a Ciplan fornece

cimento, agregados, argamassa e concreto para a construção civil. O Cimento Ciplan é

produzido nos tipos CP II Z-32 e CP IV, seguindo criteriosas normatizações técnicas.

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4.4. ITAMBÉ

Fundada em 1968 como Empresa Itambé de Mineração a sua atividade

concentrava-se na pesquisa de produtos minerais, já nessa época o objetivo era

implantação futura de uma fábrica de cimento para atender o mercado sul-brasileiro. Em

1976 a CIA de Cimento Itambé começa a fabricar os cimentos Itambé, hoje a empresa

atua com capacidade de produção de 1,3 milhão de toneladas de cimento por ano.

4.5. LAFARGE

Fundada em 1959 a Lafarge é um dos maiores produtores de materiais de

construção do Brasil. Em 2001, com a aquisição da empresa britânica Blue Clicle a

Lafarge aumentou sua capacidade de produção para um total de 88 milhões de toneladas

por ano, tornando-se a maior produtora de cimento do mundo.

Para a produção de cimento, a Lafarge conta com oito fábricas e estações de

moagem. A empresa possui também 52 unidades produtoras de concreto nos estados de

Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. E para a produção de Agregados, conta com

três áreas de mineração de grande porte, no Rio de Janeiro e em São Paulo.

4.6. HOLCIM

A Holcim atua no Brasil desde 1951 e esta presente nos mercados de todos os

continentes. Sua capacidade produtiva é de 5,2 milhões de toneladas de cimento por

ano. São cinco unidades produtoras de cimento localizadas na Região Sudeste e ela

conta com um portfólio de 11 tipos de cimento.

4.7. GRUPO INDUSTRIAL JOÃO SANTOS

O Grupo Industrial João Santos está no mercado há 76 anos, tendo iniciado com

uma pequena usina de açúcar, em Pernambuco. Atualmente, o Grupo tem ramificações

em todo o território nacional com empresas em ramos variados como produção e

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comercialização de cimento, transporte, comunicação, papel e celulose e açúcar e

álcool, totalizando 45 empresas.

Em Mossoró, o Grupo Industrial João Santos mantém a empresa Itapetinga,

responsável pela Marca Nassau, de cimento.

4.8. LIZ

Fundada em 1918, em Portugal, a empresa Liz foi instalado no Brasil e 1969, a

empresa foi fundada com o nome de Soeicom , Sociedade de Empreendimentos

Industriais, Comerciais e Mineração, e passou a fabricar os cimentos Liz.

4.9. VOTARANTIM

Presente no negócio de materiais básicos de construção (cimento, concreto,

agregados e produtos complementares) desde 1936, a Votorantim Cimentos é

atualmente uma das oito maiores empresas globais do setor, com forte presença nas

Américas, Europa, Ásia e África. Possui uma capacidade de produção de 50.5 milhões

de toneladas por ano.

É responsável por 60 unidades de produção em praticamente todos os estados

brasileiros e 100 centrais de concreto. Comercializa mais de 40 produtos, com destaque

para as marcas Votoran, Itaú, Poty, Tocantins, Aratu, Votomassa e Engemix.

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5. LOCALIZAÇÃO DAS EMRPESAS PRODUTORAS DE CIMENTO NO BRASIL

6. PRODUÇÃO DO CIMENTO PORTLAND NO BRASIL

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6.1. PRODUÇÃO ANUAL DO CIMENTO PORTLAND SEGUNDO ESTADOS E

REGIÕES

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6.2. PRODUÇÃO ANUAL DO CIMENTO PORTLAND SEGUNDO ESTADOS E REGIÕES NO ANO DE 2011

16

6.3. PRODUÇÃO ANUAL DO CIMENTO PORTLAND SEGUNDO ESTADOS E REGIÕES NO ANO DE 2012

17

6.4. PRODUÇÃO E DESPACHO DO CIMENTO PORTLAND POR GRUPO INDUSTRIAL

18

6.5. PRODUÇÃO ANUAL DE CIMENTO PORTLAND, SEGUNDO OS TIPOS

19

7. PRODUÇÃO MUNDIAL DO CIMENTO PORTLAND

7.1. PRODUÇÃO MUNDIAL DO CIMENTO PORTLAND SEGUNDO

REGIÕES

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7.2. PRODUÇÃO MUNDIAL DO CIMENTO PORTLAND SEGUNDO REGIÕESS E PAÍSES NO ANO DE 2011

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7.3. MAIORES PRODUTORES DO CIMENTO PORTLAND NO MUNDO

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8. CONCLUSÃO

Analisando tudo que foi exposto pode-se verificar que a indústria de cimento

desempenha papel relevante no desenvolvimento da infraestrutura econômica e social

de uma economia. Assim, devem ser feitos esforços no sentido de manter a oferta não

apenas nacional, mas também em nível regional, com um patamar de preço e volume

adequado às necessidades do mercado.

O continuado apoio à indústria cimenteira nacional se faz necessário para a

manutenção do desenvolvimento nacional e o pleno atendimento do consumidor

brasileiro.

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9. BIBLIOGRAFIA

www.abcp.org.br/

www.cimento.org

www.snic.org.br/

www.cembureau.eu

www.bndes.gov.br

www.cemnet.com