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LABORATÓRIO DE COMPETÊNCIAS E IDENTIDADE PROFISSIONAL NORMAS, CENTROS DE INVESTIAÇÃO & FUNÇÕES DO SERVIÇO SOCIAL REALIZADO POR, ANA RITA PAIVA (Nº 2014202288) | ERMEGINA ALVES (Nº 2014231495) | GIZELLI ALMEIDA VIERIA DA SILVA (Nº 2014185880) DOCENTE HELENA NEVES ALMEIDA | LABORATÓRIO DE COMPETÊNCIAS E IDENTIDADE PROFISSIONAL LICENCIATURA EM SERVIÇO SOCIAL | MAIO, 2015

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Page 1: Trabalho final LCIP

LABORATÓRIO DE COMPETÊNCIAS E IDENTIDADE PROFISSIONAL

NORMAS, CENTROS DE INVESTIAÇÃO & FUNÇÕES DO SERVIÇO SOCIAL

REALIZADO POR, ANA RITA PAIVA (Nº 2014202288) | ERMEGINA ALVES (Nº 2014231495) | GIZELLI

ALMEIDA VIERIA DA SILVA (Nº 2014185880)

DOCENTE HELENA NEVES ALMEIDA | LABORATÓRIO DE COMPETÊNCIAS E IDENTIDADE PROFISSIONAL

LICENCIATURA EM SERVIÇO SOCIAL | MAIO, 2015

Page 2: Trabalho final LCIP

ÍNDICE

I. NORMAS Normas para a Prática de Trabalho Social com Grupos …………………………………1

II. CENTROS DE INVESTIGAÇÃO

Centro de Estudos de Serviço Social e Sociologia …………………………….....6

III. FUNÇÕES DO SERVIÇO SOCIAL

Funções Serviço Social de Grupos: Cáritas Diocesana de Coimbra ……………9

Webgrafia ………………………………………………………………………….…12

Anexo I ………………………………………………………………………………..13

Anexo II ……………………………………………………………………………….17

Anexo 3 ……………………………………………………………………………….21

Page 3: Trabalho final LCIP

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Normas para a prática de trabalho social com grupos (Practice Committee, Abels, & Garvin, 2005)

O trabalho social inclui no seu domínio, um vasto número de práticas e de

áreas de intervenção que atribuem aos profissionais diferentes papeis. O

trabalho social com grupos, reflete mais um amplo domínio da profissão em que

os assistentes sociais atribuem uma perspetiva única a esta prática.

As “Normas para a prática do trabalho social com grupos” estabelecidas

pela Associação para o Progresso do Trabalho Social com Grupos, Inc.

(Association for the Advancement of Social Work with Groups, Inc.) reconhecem

não só o papel do trabalhador social mas também a posição do individuo

enquanto participante de um determinado grupo, e pretendem representar um

guia efetivo para o trabalho social com grupos.

Este documento divide-se em seis secções; na primeira secção, são

observados o conhecimento e valores essenciais para a pática do trabalho social

com grupos, enquanto nas restantes secções é descrita a aplicação desses

princípios pelo trabalhador social, segundo o tipo de grupo em que se insere,

bem como a fase em que desenvolve a sua prática profissional; na ultima secção,

são analisadas algumas considerações éticas.

“…baseiam-se na sabedoria prática, teorias práticas em grupos e evidência

empírica.” (Practice Committee, Abels, & Garvin, 2005)

Secção I , Valores Centrais e Conhecimento

A. Valores Centrais

É destacado o respeito pela pessoa e pela sua autonomia, bem como a

importância da criação de uma sociedade justa.

Percebemos que o trabalhador social deve entender e inteirar-se de todo o

histórico do grupo, os desafios enfrentados e a sua evolução.

Cada membro deve ser respeitado e analisado segundo as suas características

pessoais, e encarado como alguém capaz de operar mudança e de ajudar

outros; por isso, o assistente social deve utilizar a sua influência de forma

prudente e com claridade.

B. Conhecimento Central

Além de ser importante o conhecimento do grupo em causa, é importante que o

trabalhador social seja consciente da missão da sua profissão na variedade

desses grupos; deve ser consciente de quando é oportuna a sua participação e

deve ter a capacidade de aplicar os valores, ética e conhecimento adequados.

Page 4: Trabalho final LCIP

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É essencial o conhecimento dos indivíduos e dos grupos bem como do

comportamento de pequenos grupos, mas também da função do trabalhador de

grupo.

Destaca-se a importância de entender que tipo de influências são exercidas no

crescimento individual e comportamental de cada membro, vendo-o sempre

como um cidadão inserido num contexto e comunidade. Assim, surgirá a

capacidade para identificar as competências de cada membro do grupo e o seu

papel para poder contribuir para a mudança social.

Cada grupo se desenvolve segundo uma dinâmica própria, baseado numa

variedade de relações de entreajuda. O processo democrático é utilizado e

atribui a cada membro a responsabilidade de contribuir positivamente para o bem

comum, podendo ser desenvolvidos objetivos a perseguir para o

desenvolvimento individual e do grupo; essa participação vai,

consequentemente, influenciar o trabalho que é desenvolvido e como é

desenvolvido pelo assistente social ao nível das suas “estratégias” mas também

no contracto estabelecido entre ele e os membros do grupo.

O objetivo do trabalhador social é promover autonomia através de flexibilidade,

criatividade e sensibilidade. Deve conhecer claramente em que fase de encontra

o grupo e cada um dos seus membros, e manter-se atualizado ao nível do seu

conhecimento e ser audaz na sua pesquisa. É responsável por supervisionar e

avaliar todo o sucesso ou insucesso obtido.

Acima de tudo, na prática do trabalho social com grupos, devem ter-se como

referencial os requisitos profissionais, éticos e legais, além de manter a

confidencialidade. O trabalhador social é responsável por manter uma atitude

reflexiva em relação à sua prática profissional e a procurar supervisão para que

possa aumentar a sua efetividade.

Secção II , Fase Pré-Grupo: Planificação, Recrutamento e Formação de um novo Grupo

A. Tarefas e Competências

Neste ponto é crucial o papel do trabalhador social. Este, deve promover coesão

e definir as linhas balizadoras do que vai empreender. Para isso, devem ser

identificadas as necessidades dos potenciais membros do grupo e a partir daí,

planificar e recrutar esses mesmos membros; deve perceber quais são as

expectativas de cada um e empenhar-se em redireciona-las para a busca de

objetivos de grupo.

Segundo essas mesmas necessidades e expectativas, o trabalhador social deve

selecionar um tipo de grupo, estrutura e tamanho, apropriados; bem como um

lugar e hora de encontros, para promover coesão e conforto aos envolvidos,

estabelecendo sempre uma relação de empatia com os mesmos.

Page 5: Trabalho final LCIP

3

A exposição, quanto aos objetivos comuns, deve ser clara, refletindo as

necessidades já identificadas e a missão a cumprir através das relações

interpessoais de entreajuda e da relação com o assistente social; deve ter-se em

conta, o melhor método a utilizar consoante cada grupo e manter sempre aberta

uma supervisionada planificação para cada sessão.

B. Conhecimentos Requeridos

O ponto de partida para o trabalho deve ser a missão da organização a que o

assistente social pertence, e/ou as barreiras sociais e institucionais da sua

função que podem influenciar o desenvolvimento do grupo e o seu impacto na

comunidade e contexto organizacional. Mais uma vez, conhecer as

características pessoais de cada indivíduo e sublinhar a importância dessa

mesma diversidade para o alcance de objetivos comuns, sem esquecer de

identificar a influência e impacto que esses fatores têm na vida dos potenciais

membros do grupo e na forma como se relacionam. Tudo isto deve ser baseado

em recursos e procedimentos “personalizados” que se tornem eficazes para

esse mesmo grupo.

Secção III , Trabalho com Grupo na Fase Inicial

A. Tarefas e Competências

Nesta fase, é necessário estabelecer um contrato inicial que leve à coesão do

grupo, e ainda, estabelecer normas de participação.

O assistente social estabelece, em conjunto com os membros do grupo, tarefas

e metas a cumprir, bem como o propósito do grupo; clarifica o seu papel como

trabalhador social mas também de cada um dos membros.

São definidos os limites e as condições de participação em que é claro o princípio

de respeito e confidencialidade, mas todos os membros são incitados a partilhar

e expressar as suas preocupações e ideias. Assim, promove-se a relação e

conexão interpessoais sem perder o foco das normas e regras que levem ao

crescimento e mudança.

Os objetivos são definidos ao nível grupal, mas também individual; o contrato

estabelecido permite aos membros ter clareza e direção em relação ao trabalho

que estabelecem e desenvolve autonomia e capacitação num ambiente

sociocultural seguro.

B. Conhecimentos Requeridos

O trabalhador social nunca pode “perder de vista” as dinâmicas de grupos em

fase inicial e deve estar preparado para lidar com as causas e manifestações de

resistência à mudança nos membros do grupo mas também de fatores externos.

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Secção IV , Trabalho com Grupos na Fase Intermédia

A. Tarefas de grupo / Competências e Ações do Trabalhador Social

Com a continuidade, a necessidade de coesão e identificação entre os membros

do grupo torna-se ainda maior. Assim sendo, nesta fase devem ser apontadas

semelhanças entre os membros e reforçada a conexão entre as necessidades e

problemas individuais, e os objetivos comuns.

Deve estabelecer-se um ambiente de honestidade nas relações entre membros

do grupo, e dos mesmos com o assistente social; deve ainda, relembrar-se o

processo e as metas que se propuseram atingir, reconhecendo obstáculos

internos e externos ao grupo para que se possa responder a cada um

diretamente e se necessário modificar alguns pontos no contrato inicial para

ajudar no alcance de objetivos individuais e comuns.

A comunicação dentro do grupo e com o trabalhador social deve ser clara, e

todos os conflitos devem ser identificados e facilitada a sua resolução.

Cada sessão deve ser sumariada para denotar o processo de evolução do grupo.

B. Conhecimento Requerido

O trabalhador social deve conhecer bem as dinâmicas de grupos nesta fase

intermédia e ser consciente do seu papel, não só ao nível teórico, mas

transpondo esse conhecimento para a sua prática profissional. Deve ainda,

promover interações verbais e não-verbais dentro do grupo de forma intencional.

O assistente social, tem de ser conhecedor das interações dos membros como

consequência de fatores socioculturais ou psicodinâmicos que os influenciam,

para estar preparado para responder com eficácia e clareza, mas principalmente,

para manter e promover a coesão.

Secção V , Trabalho com Grupos na Fase Final

A. Tarefas e Competências

Nesta fase final, é importante apontar os sinais diretos e indiretos que levam ao

fim do grupo.

O trabalhador social deve partilhar o que sente diante do final do seu trabalho

com o grupo e deve promover a mesma partilha entre os membros, levando-os

a identificar as metas que alcançaram e as mudanças que resultaram da sua

participação, ao mesmo tempo que adquirem perceção de como é que esses

mesmos ganhos podem influenciar as suas vidas.

Page 7: Trabalho final LCIP

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Se necessário, podem ser desenvolvidos planos para a continuação ou

encaminhamento de membros para outros serviços, mas o objetivo principal é

avaliar o impacto que o trabalho de/com o grupo teve em cada individuo de forma

pessoal mas também como membro do grupo, e nos fatores externos que o

rodeiam.

B. Conhecimento Requerido

O assistente social é responsável por conhecer as dinâmicas de grupos em fase

final e consequentemente, por conhecer recursos formais e informais que

continuem a promover o crescimento dos membros. Deve ainda preocupar-se

em avaliar e conhecer o impacto que a separação ou o fim do grupo pode ter em

cada individuo.

Secção VI , Considerações Éticas

Todo o trabalho social deve ser baseado em princípios éticos bem definidos.

Neste documento, percebemos um destaque para elementos éticos no exercício

do trabalho social com grupos e questões éticas no uso de novas técnicas.

Todo o Código Ético é importante, mas torna-se claro que existem itens

particulares para práticas especificas como é o caso do trabalho social com

grupos. Os assistentes sociais devem respeitar este código na sua relevância

para a sua própria localização, sempre promovendo o respeito de todos, seja

qual for o contexto.

Devem ser compreendidas e utilizadas as melhores práticas para a situação em

causa, e deve ser promovida a discussão daquilo que se pretende com cada

grupo, como indivíduos e como membros desse mesmo grupo, levando cada um

a atingir o que se propôs, proporcionando a ajuda necessária. É por isso

essencial, promover motivação e autodeterminação e minimizar os processos

coercivos, sempre com os princípios de confidencialidade e privacidade em foco.

É recomendado manter registos do grupo em lugar seguro e sumariar a sua

evolução.

No que diz respeito ao uso de novas técnicas, os assistentes sociais nunca

podem esquecer as questões éticas e devem avaliar claramente a utilidade

prática das mesmas. Mais uma vez, emerge a importância da confidencialidade,

mas também da ajuda mutua entre o grupo que não deve ser eliminada.

O essencial no uso de novas técnicas é o respeito pelo Código de Ética e a

documentação do uso que fazem, procurando sempre a evolução da profissão,

mas acima de tudo, de cada membro dos grupos.

Page 8: Trabalho final LCIP

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Centro de Estudos de Serviço Social e Sociologia (CESSS, s.d.)

O Centro de Estudos de Serviço Social e Sociologia é uma unidade de

investigação da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica

Portuguesa. Desenvolve a sua atividades desde 2003. Até ao presente, o

CESSS tem privilegiado na sua atividades o Estudo e Avaliação de Projetos e

Políticas Sociais e a pesquisa no domínio da História do serviço Social em

Portugal.

Origem e Contextualização

A criação do CESSS enquadra-se no plano de desenvolvimento

estratégico da área científica de Serviço Social no âmbito da Faculdade de

Ciências Humanas (FCH), da Universidade Católica, visando responder quer às

necessidades de produção de conhecimento próprias ao desenvolvimento desta

área científica quer à crescente complexidade dos processos de mudança social

em que os Assistentes Sociais são chamados a intervir.

Constituído em 2003, como Centro de Estudos de Serviço Social, esta

unidade de investigação adotou, em 2005, a sua designação atual de Centro de

Estudos de Serviço Social e Sociologia, visando conferir-lhe uma maior

abrangência no quadro das áreas científicas da Faculdade de Ciências

Humanas.

Os membros do CESSS são maioritariamente docentes da FCH/UCP,

com especial incidência nas áreas disciplinares de Serviço Social e Sociologia,

contando esta unidade, ainda, com colaboradores exteriores em várias áreas

profissionais e institucionais.

Missão e Objetivos

O CESSS tem por missão o desenvolvimento do conhecimento científico

nos âmbitos disciplinares do Serviço Social e da Sociologia. Pretende ainda, a

produção de conhecimento relevante ao desenvolvimento social da sociedade

portuguesa e das profissões sociais, designadamente no âmbito das questões

da coesão social e sociedade inclusiva. Dadas as particularidades históricas do

desenvolvimento académico e profissional do Serviço Social em Portugal, o

CESSS confere particular atenção às exigências de consolidação e

desenvolvimento da área científica de Serviço Social, estimulando a investigação

fundamental e aplicada neste domínio científico e fomentando a formação de

investigadores qualificados nesta área de conhecimento e intervenção social.

Do mesmo modo, o CESSS, promoverá o desenvolvimento da

investigação no domínio da área da Sociologia, e em estudos interdisciplinares

no domínio das Ciências Sociais, visando renovar a tradição da FCH num

Page 9: Trabalho final LCIP

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domínio científico em que alcançou reconhecida qualidade. O CESSS tem ainda

como propósito a prestação de serviços qualificados à comunidade sobre

matérias de particular relevância para o desenvolvimento social da sociedade

portuguesa e das profissões sociais, contribuindo deste modo para a

prossecução das finalidades estatutárias da UCP.

São objetivos específicos do CESSS:

a) Efetuar estudos que contribuam para o desenvolvimento teórico e

metodológico do Serviço Social, da Sociologia e das Ciências Sociais em geral;

b) Promover o debate interdisciplinar sobre teorias e metodologias das Ciências

Sociais

c) Orientar estágios e trabalhos de investigação de pós-doutoramento e

contribuir para a formação de investigadores nas áreas disciplinares da sua

atividades, designadamente pela integração de mestrandos e doutorandos nas

pesquisas desenvolvidas no âmbito do CESSS;

d) Organizar e colaborar na organização de congressos, simpósios, colóquios,

seminários e ciclos de conferências.

e) Promover a divulgação e edição científica em Serviço Social, Sociologia e

Ciências Sociais em geral, em especial de trabalhos realizados no âmbito das

suas atividades.

f) Prestar serviços qualificados de consultoria a entidades nacionais e

estrangeiras que o solicitem, designadamente através da realização de estudos

de carácter sociológico, da elaboração de diagnósticos de necessidades sociais

e da monitorização e avaliação de projetos.

Linhas de Investigação

Em consonância com a sua missão e objetivos, a atividade científica do CESSS

será estruturada em torno de duas grandes linhas de investigação nucleares,

respetivamente a linha de investigação teoria social, subjetividade e sociedade

contemporânea e a linha de investigação políticas sociais, profissões sociais,

individuação e cidadania por forma a responder de forma mais eficaz quer ao

alargamento das suas áreas de pesquisa quer ao seu enquadramento com os

programas de pós-graduação a nível de Doutoramento e Mestrado.

Organização

O CESSS está organizado em conformidade com o Regulamento da FCT para

as Unidades I & D.

Com cooperação científica, o projeto científico do CESSS, contempla quer o

estabelecimento de acordos de cooperação com centros de investigação

portugueses e internacionais, quer a participação em redes de investigação

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nacionais e internacionais nos âmbitos do Serviço Social, Políticas Sociais e

Ciências Sociais em geral. No presente o CESSS tem já estabelecido um

processo de cooperação no âmbito de projetos de investigação, com os

seguintes centros:

Dinâmica/CET, do ISCTE

Centro de Investigação e Intervenção Educativas (CIIE), da Universidade

do Porto

Centro de Estudos de História Religiosa (CEHR), da UCP

Centro de Estudos de Religiões e Culturas (CERC), da UCP

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Cáritas Diocesana de Coimbra

(Cáritas Diocesana de Coimbra, 2011)

Introdução

No âmbito da Unidade Curricular de Laboratório de Competências de

Identidade Profissional venho falar sobre o Serviço Social de Grupos, através do

trabalho desenvolvido pela Cáritas Diocesana de Coimbra, mais

especificamente,o Centro Social São José nos Bairros da Rosa, Ingote e

Relvinha. E do Centro Comunitário de Inserção na Baixa de Coimbra. O

acompanhamento é feito por equipas multidisciplinares com competências em

Serviço Social, Psicologia, Sociologia, Educação, entre outros.

No entanto, o Centro Comunitário São José acaba por ser, na verdade,

uma das poucas opções a que as populações podem recorrer em Coimbra.

História

O trabalho da Cáritas começa a ser mais sistemático nos bairros ditos

problemáticos na década de 90, com o trabalho de promoção comunitário no

Bairro do Ingote, criando depois um centro comunitário com ATL, Apoio

Domiciliário, um Centro de Dia para Idosos e Creche.

Em 1996 com dá-se a construção do Bairro da Rosa para realojar 210

famílias que viviam em barracas e em situação degradante aos arredores da

cidade. Assim, já começava a prever-se que iria haver um agravamento das

situações problemáticas desta zona. Um estudo sobre a população que iria ser

realojada, mostrou que as famílias eram constituídas normalmente de 6 a 8

pessoas, sendo o rendimento do agregado familiar inferior ao salário mínimo

nacional, com a taxa de desemprego a rondar os 50%.

Constrói-se um bairro para realojar 210 famílias, mesmo ao lado de outro bairro

social - o Ingote - com 400 famílias, e também muito perto da Relvinha que

estava em total degradação e que alojava população com carências sociais.

O fato, é que houve uma incidência da população residente desta zona

nas ações de atendimento /acolhimento do Serviço Sub-Regional de Coimbra,

para pedir apoio económico devido a várias situações como desemprego,

emprego precário, monoparentalidade, doença/invalidez, toxicodependência,

e/ou reclusão.

A inexistência de estruturas adequadas às necessidades da população,

era clara nesta zona, que tinha muitos jovens, crianças com escassos recursos

econômicos, elevado índice de desemprego, baixa escolaridade e sem

qualificação profissional.

Page 12: Trabalho final LCIP

10

Partindo deste estudo, já em Setembro de 1995, e apesar do prognóstico

difícil, tendo parceria com o Centro Regional de Segurança Social Centro e a

Câmara Municipal de Coimbra, a Cáritas Diocesana de Coimbra candidatou-se

á:

Medida 1 do Subprograma Integrar - Integração Económica e Social dos

Grupos Mais Desfavorecidos (como eram chamados na época);

Projeto Espaço para Viver, apresentando como área geográfica de

atuação, a zona urbana da freguesia de Eiras, que acaba por abranger os

Bairros da Rosa, Ingote, Relvinha e Loreto;

Objetivos

Das ações desenvolvidas desde 1995 salientam-se:

Estudo/investigação que permitiu aprofundar o conhecimento sobre quais

as necessidades da população alvo;

Divulgação do projeto (a vários níveis), especificamente, junto da

população, líderes locais, empresas, autarquias e serviços;

Animação sociocultural, recreativa e desportiva, potenciadora do

estabelecimento de relações de vizinhança e interajuda, desenvolvimento

pessoal e autoestima da população;

Informação/Formação de modo a permitir aquisição de competências,

facilitando a inserção no mercado de trabalho ou a frequência de ações

de formação profissional;

Prevenção do abandono escolar precoce, do insucesso escolar, da

toxicodependência e marginalidade juvenil;

Apoio a indivíduos para a criação do próprio emprego, ou a grupos para

a instalação de pequenas empresas

Atendimento integrado e serviço de apoio familiar;

Considerando imprescindível a existência de um espaço físico (Centro

Comunitário) próprio, que fomentasse o desenvolvimento, promovendo a

formação das populações destes bairros periféricos; foi possível fazer uma

adaptação numa subcave do Bloco IV do Bairro da Rosa, com uma área de

785m2, para este fim, com o apoio de parceiros e da medida 5 do Subprograma

Integrar que iria começar a funcionar em Abril de 1998, sob o nome de Centro

Comunitário de São José.

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Projetos

Foram desenvolvidos projetos como o Projeto Comunitário "Espaço para

Viver", e cursos de Formação Profissional de Reparação de Equipamento

Doméstico e Pintura Cerâmica, para desempregados e minorias étnicas; cada

curso com 12 formandos, num total de 2400 horas, integrando um estágio pré-

profissional em empresas do sector. Ainda no âmbito da Medida 1, foi possível

introduzir um número mais variado de atividades ocupacionais, nomeadamente,

ateliers de arraiolos, viola, dança de raiz cigana, ginástica infantil e de adultos e

karaté.

Deu-se a criação do Centro de Recursos para o Emprego, que apresenta como principais objetivos realizar o levantamento e encaminhamento de situações de desemprego e subemprego, despiste vocacional e desenvolvimento de competências sociais para o trabalho.

Em Julho de 1998, é aprovada a candidatura ao Projeto "Espaço para

Viver Jovem”, no âmbito da Medida 4 do Subprograma Integrar - que permite

começar um trabalho com a população adolescente na comunidade, que passou

pela criação de um espaço próprio - o Centro de Atividades Juvenis - C.A.J, e

desenvolver um atendimento específico para Jovens e as suas Famílias.

No ano de 1999, para além de continuarem os cursos acima

mencionados, bem como o projeto específico para a população juvenil, foi

realizado um curso de Formação Profissional de Costura e Confeção de Artigos

para ao Lar, dirigido a jovens em risco e minorias étnicas, que incluiu 7 jovens

de etnia cigana e 3 mães adolescentes. Foi também promovido um Curso de

Cozinheiros no âmbito do Programa Pessoa - Formação Profissional para

Desempregados, que contou com 12 formandos.

Já no ano 2000, foi assinado com o Centro Regional de Segurança Social do Centro, um acordo atípico de cooperação, relativo ao funcionamento do Centro Comunitário S. José, que permite a continuidade do trabalho acima apresentado.

Conclusão

Podemos concluir, que o Serviço Social de Grupos em Coimbra conta com uma grande e forte incentivo por parte da Caritas Diocesana de Coimbra, através dos seus meios e parcerias, o incentivo à prática do Serviço Social de Grupos proporcionando a esta minoria uma equipa multidisciplinar e fomentando o desenvolvimento, em grande escala, de toda esta população marcada pelo estigma de pertencer a um Bairro social ou uma minoria étnica. Assim, é possível o acompanhamento de famílias, crianças, jovens e idosos, por vários motivos, usando diversos métodos de intervenção.

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Webgrafia

Practice Committee, Abels, P. A., & Garvin, C. D. (2005). Standards for Social

Work Practice with Groups. Alexandria: AASWG.

CESSS. (s.d.). Centro de Estudos de Serviço Social e Sociologia, Faculdade de

Ciências Humanas - Universidade Católica Portuguesa. Obtido em Maio

de 2015, de http://www.cesss-ucp.com.pt/index.html

Cáritas Diocesana de Coimbra. (2011). Cáritas Diocesana de Coimbra. Obtido

em Maio de 2015, de http://www.caritas.pt/site/coimbra/

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Anexo I

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Anexo II

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Anexo III

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