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LABORATÓRIO DE COMPETÊNCIAS E IDENTIDADE PROFISSIONAL
NORMAS, CENTROS DE INVESTIAÇÃO & FUNÇÕES DO SERVIÇO SOCIAL
REALIZADO POR, ANA RITA PAIVA (Nº 2014202288) | ERMEGINA ALVES (Nº 2014231495) | GIZELLI
ALMEIDA VIERIA DA SILVA (Nº 2014185880)
DOCENTE HELENA NEVES ALMEIDA | LABORATÓRIO DE COMPETÊNCIAS E IDENTIDADE PROFISSIONAL
LICENCIATURA EM SERVIÇO SOCIAL | MAIO, 2015
ÍNDICE
I. NORMAS Normas para a Prática de Trabalho Social com Grupos …………………………………1
II. CENTROS DE INVESTIGAÇÃO
Centro de Estudos de Serviço Social e Sociologia …………………………….....6
III. FUNÇÕES DO SERVIÇO SOCIAL
Funções Serviço Social de Grupos: Cáritas Diocesana de Coimbra ……………9
Webgrafia ………………………………………………………………………….…12
Anexo I ………………………………………………………………………………..13
Anexo II ……………………………………………………………………………….17
Anexo 3 ……………………………………………………………………………….21
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Normas para a prática de trabalho social com grupos (Practice Committee, Abels, & Garvin, 2005)
O trabalho social inclui no seu domínio, um vasto número de práticas e de
áreas de intervenção que atribuem aos profissionais diferentes papeis. O
trabalho social com grupos, reflete mais um amplo domínio da profissão em que
os assistentes sociais atribuem uma perspetiva única a esta prática.
As “Normas para a prática do trabalho social com grupos” estabelecidas
pela Associação para o Progresso do Trabalho Social com Grupos, Inc.
(Association for the Advancement of Social Work with Groups, Inc.) reconhecem
não só o papel do trabalhador social mas também a posição do individuo
enquanto participante de um determinado grupo, e pretendem representar um
guia efetivo para o trabalho social com grupos.
Este documento divide-se em seis secções; na primeira secção, são
observados o conhecimento e valores essenciais para a pática do trabalho social
com grupos, enquanto nas restantes secções é descrita a aplicação desses
princípios pelo trabalhador social, segundo o tipo de grupo em que se insere,
bem como a fase em que desenvolve a sua prática profissional; na ultima secção,
são analisadas algumas considerações éticas.
“…baseiam-se na sabedoria prática, teorias práticas em grupos e evidência
empírica.” (Practice Committee, Abels, & Garvin, 2005)
Secção I , Valores Centrais e Conhecimento
A. Valores Centrais
É destacado o respeito pela pessoa e pela sua autonomia, bem como a
importância da criação de uma sociedade justa.
Percebemos que o trabalhador social deve entender e inteirar-se de todo o
histórico do grupo, os desafios enfrentados e a sua evolução.
Cada membro deve ser respeitado e analisado segundo as suas características
pessoais, e encarado como alguém capaz de operar mudança e de ajudar
outros; por isso, o assistente social deve utilizar a sua influência de forma
prudente e com claridade.
B. Conhecimento Central
Além de ser importante o conhecimento do grupo em causa, é importante que o
trabalhador social seja consciente da missão da sua profissão na variedade
desses grupos; deve ser consciente de quando é oportuna a sua participação e
deve ter a capacidade de aplicar os valores, ética e conhecimento adequados.
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É essencial o conhecimento dos indivíduos e dos grupos bem como do
comportamento de pequenos grupos, mas também da função do trabalhador de
grupo.
Destaca-se a importância de entender que tipo de influências são exercidas no
crescimento individual e comportamental de cada membro, vendo-o sempre
como um cidadão inserido num contexto e comunidade. Assim, surgirá a
capacidade para identificar as competências de cada membro do grupo e o seu
papel para poder contribuir para a mudança social.
Cada grupo se desenvolve segundo uma dinâmica própria, baseado numa
variedade de relações de entreajuda. O processo democrático é utilizado e
atribui a cada membro a responsabilidade de contribuir positivamente para o bem
comum, podendo ser desenvolvidos objetivos a perseguir para o
desenvolvimento individual e do grupo; essa participação vai,
consequentemente, influenciar o trabalho que é desenvolvido e como é
desenvolvido pelo assistente social ao nível das suas “estratégias” mas também
no contracto estabelecido entre ele e os membros do grupo.
O objetivo do trabalhador social é promover autonomia através de flexibilidade,
criatividade e sensibilidade. Deve conhecer claramente em que fase de encontra
o grupo e cada um dos seus membros, e manter-se atualizado ao nível do seu
conhecimento e ser audaz na sua pesquisa. É responsável por supervisionar e
avaliar todo o sucesso ou insucesso obtido.
Acima de tudo, na prática do trabalho social com grupos, devem ter-se como
referencial os requisitos profissionais, éticos e legais, além de manter a
confidencialidade. O trabalhador social é responsável por manter uma atitude
reflexiva em relação à sua prática profissional e a procurar supervisão para que
possa aumentar a sua efetividade.
Secção II , Fase Pré-Grupo: Planificação, Recrutamento e Formação de um novo Grupo
A. Tarefas e Competências
Neste ponto é crucial o papel do trabalhador social. Este, deve promover coesão
e definir as linhas balizadoras do que vai empreender. Para isso, devem ser
identificadas as necessidades dos potenciais membros do grupo e a partir daí,
planificar e recrutar esses mesmos membros; deve perceber quais são as
expectativas de cada um e empenhar-se em redireciona-las para a busca de
objetivos de grupo.
Segundo essas mesmas necessidades e expectativas, o trabalhador social deve
selecionar um tipo de grupo, estrutura e tamanho, apropriados; bem como um
lugar e hora de encontros, para promover coesão e conforto aos envolvidos,
estabelecendo sempre uma relação de empatia com os mesmos.
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A exposição, quanto aos objetivos comuns, deve ser clara, refletindo as
necessidades já identificadas e a missão a cumprir através das relações
interpessoais de entreajuda e da relação com o assistente social; deve ter-se em
conta, o melhor método a utilizar consoante cada grupo e manter sempre aberta
uma supervisionada planificação para cada sessão.
B. Conhecimentos Requeridos
O ponto de partida para o trabalho deve ser a missão da organização a que o
assistente social pertence, e/ou as barreiras sociais e institucionais da sua
função que podem influenciar o desenvolvimento do grupo e o seu impacto na
comunidade e contexto organizacional. Mais uma vez, conhecer as
características pessoais de cada indivíduo e sublinhar a importância dessa
mesma diversidade para o alcance de objetivos comuns, sem esquecer de
identificar a influência e impacto que esses fatores têm na vida dos potenciais
membros do grupo e na forma como se relacionam. Tudo isto deve ser baseado
em recursos e procedimentos “personalizados” que se tornem eficazes para
esse mesmo grupo.
Secção III , Trabalho com Grupo na Fase Inicial
A. Tarefas e Competências
Nesta fase, é necessário estabelecer um contrato inicial que leve à coesão do
grupo, e ainda, estabelecer normas de participação.
O assistente social estabelece, em conjunto com os membros do grupo, tarefas
e metas a cumprir, bem como o propósito do grupo; clarifica o seu papel como
trabalhador social mas também de cada um dos membros.
São definidos os limites e as condições de participação em que é claro o princípio
de respeito e confidencialidade, mas todos os membros são incitados a partilhar
e expressar as suas preocupações e ideias. Assim, promove-se a relação e
conexão interpessoais sem perder o foco das normas e regras que levem ao
crescimento e mudança.
Os objetivos são definidos ao nível grupal, mas também individual; o contrato
estabelecido permite aos membros ter clareza e direção em relação ao trabalho
que estabelecem e desenvolve autonomia e capacitação num ambiente
sociocultural seguro.
B. Conhecimentos Requeridos
O trabalhador social nunca pode “perder de vista” as dinâmicas de grupos em
fase inicial e deve estar preparado para lidar com as causas e manifestações de
resistência à mudança nos membros do grupo mas também de fatores externos.
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Secção IV , Trabalho com Grupos na Fase Intermédia
A. Tarefas de grupo / Competências e Ações do Trabalhador Social
Com a continuidade, a necessidade de coesão e identificação entre os membros
do grupo torna-se ainda maior. Assim sendo, nesta fase devem ser apontadas
semelhanças entre os membros e reforçada a conexão entre as necessidades e
problemas individuais, e os objetivos comuns.
Deve estabelecer-se um ambiente de honestidade nas relações entre membros
do grupo, e dos mesmos com o assistente social; deve ainda, relembrar-se o
processo e as metas que se propuseram atingir, reconhecendo obstáculos
internos e externos ao grupo para que se possa responder a cada um
diretamente e se necessário modificar alguns pontos no contrato inicial para
ajudar no alcance de objetivos individuais e comuns.
A comunicação dentro do grupo e com o trabalhador social deve ser clara, e
todos os conflitos devem ser identificados e facilitada a sua resolução.
Cada sessão deve ser sumariada para denotar o processo de evolução do grupo.
B. Conhecimento Requerido
O trabalhador social deve conhecer bem as dinâmicas de grupos nesta fase
intermédia e ser consciente do seu papel, não só ao nível teórico, mas
transpondo esse conhecimento para a sua prática profissional. Deve ainda,
promover interações verbais e não-verbais dentro do grupo de forma intencional.
O assistente social, tem de ser conhecedor das interações dos membros como
consequência de fatores socioculturais ou psicodinâmicos que os influenciam,
para estar preparado para responder com eficácia e clareza, mas principalmente,
para manter e promover a coesão.
Secção V , Trabalho com Grupos na Fase Final
A. Tarefas e Competências
Nesta fase final, é importante apontar os sinais diretos e indiretos que levam ao
fim do grupo.
O trabalhador social deve partilhar o que sente diante do final do seu trabalho
com o grupo e deve promover a mesma partilha entre os membros, levando-os
a identificar as metas que alcançaram e as mudanças que resultaram da sua
participação, ao mesmo tempo que adquirem perceção de como é que esses
mesmos ganhos podem influenciar as suas vidas.
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Se necessário, podem ser desenvolvidos planos para a continuação ou
encaminhamento de membros para outros serviços, mas o objetivo principal é
avaliar o impacto que o trabalho de/com o grupo teve em cada individuo de forma
pessoal mas também como membro do grupo, e nos fatores externos que o
rodeiam.
B. Conhecimento Requerido
O assistente social é responsável por conhecer as dinâmicas de grupos em fase
final e consequentemente, por conhecer recursos formais e informais que
continuem a promover o crescimento dos membros. Deve ainda preocupar-se
em avaliar e conhecer o impacto que a separação ou o fim do grupo pode ter em
cada individuo.
Secção VI , Considerações Éticas
Todo o trabalho social deve ser baseado em princípios éticos bem definidos.
Neste documento, percebemos um destaque para elementos éticos no exercício
do trabalho social com grupos e questões éticas no uso de novas técnicas.
Todo o Código Ético é importante, mas torna-se claro que existem itens
particulares para práticas especificas como é o caso do trabalho social com
grupos. Os assistentes sociais devem respeitar este código na sua relevância
para a sua própria localização, sempre promovendo o respeito de todos, seja
qual for o contexto.
Devem ser compreendidas e utilizadas as melhores práticas para a situação em
causa, e deve ser promovida a discussão daquilo que se pretende com cada
grupo, como indivíduos e como membros desse mesmo grupo, levando cada um
a atingir o que se propôs, proporcionando a ajuda necessária. É por isso
essencial, promover motivação e autodeterminação e minimizar os processos
coercivos, sempre com os princípios de confidencialidade e privacidade em foco.
É recomendado manter registos do grupo em lugar seguro e sumariar a sua
evolução.
No que diz respeito ao uso de novas técnicas, os assistentes sociais nunca
podem esquecer as questões éticas e devem avaliar claramente a utilidade
prática das mesmas. Mais uma vez, emerge a importância da confidencialidade,
mas também da ajuda mutua entre o grupo que não deve ser eliminada.
O essencial no uso de novas técnicas é o respeito pelo Código de Ética e a
documentação do uso que fazem, procurando sempre a evolução da profissão,
mas acima de tudo, de cada membro dos grupos.
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Centro de Estudos de Serviço Social e Sociologia (CESSS, s.d.)
O Centro de Estudos de Serviço Social e Sociologia é uma unidade de
investigação da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica
Portuguesa. Desenvolve a sua atividades desde 2003. Até ao presente, o
CESSS tem privilegiado na sua atividades o Estudo e Avaliação de Projetos e
Políticas Sociais e a pesquisa no domínio da História do serviço Social em
Portugal.
Origem e Contextualização
A criação do CESSS enquadra-se no plano de desenvolvimento
estratégico da área científica de Serviço Social no âmbito da Faculdade de
Ciências Humanas (FCH), da Universidade Católica, visando responder quer às
necessidades de produção de conhecimento próprias ao desenvolvimento desta
área científica quer à crescente complexidade dos processos de mudança social
em que os Assistentes Sociais são chamados a intervir.
Constituído em 2003, como Centro de Estudos de Serviço Social, esta
unidade de investigação adotou, em 2005, a sua designação atual de Centro de
Estudos de Serviço Social e Sociologia, visando conferir-lhe uma maior
abrangência no quadro das áreas científicas da Faculdade de Ciências
Humanas.
Os membros do CESSS são maioritariamente docentes da FCH/UCP,
com especial incidência nas áreas disciplinares de Serviço Social e Sociologia,
contando esta unidade, ainda, com colaboradores exteriores em várias áreas
profissionais e institucionais.
Missão e Objetivos
O CESSS tem por missão o desenvolvimento do conhecimento científico
nos âmbitos disciplinares do Serviço Social e da Sociologia. Pretende ainda, a
produção de conhecimento relevante ao desenvolvimento social da sociedade
portuguesa e das profissões sociais, designadamente no âmbito das questões
da coesão social e sociedade inclusiva. Dadas as particularidades históricas do
desenvolvimento académico e profissional do Serviço Social em Portugal, o
CESSS confere particular atenção às exigências de consolidação e
desenvolvimento da área científica de Serviço Social, estimulando a investigação
fundamental e aplicada neste domínio científico e fomentando a formação de
investigadores qualificados nesta área de conhecimento e intervenção social.
Do mesmo modo, o CESSS, promoverá o desenvolvimento da
investigação no domínio da área da Sociologia, e em estudos interdisciplinares
no domínio das Ciências Sociais, visando renovar a tradição da FCH num
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domínio científico em que alcançou reconhecida qualidade. O CESSS tem ainda
como propósito a prestação de serviços qualificados à comunidade sobre
matérias de particular relevância para o desenvolvimento social da sociedade
portuguesa e das profissões sociais, contribuindo deste modo para a
prossecução das finalidades estatutárias da UCP.
São objetivos específicos do CESSS:
a) Efetuar estudos que contribuam para o desenvolvimento teórico e
metodológico do Serviço Social, da Sociologia e das Ciências Sociais em geral;
b) Promover o debate interdisciplinar sobre teorias e metodologias das Ciências
Sociais
c) Orientar estágios e trabalhos de investigação de pós-doutoramento e
contribuir para a formação de investigadores nas áreas disciplinares da sua
atividades, designadamente pela integração de mestrandos e doutorandos nas
pesquisas desenvolvidas no âmbito do CESSS;
d) Organizar e colaborar na organização de congressos, simpósios, colóquios,
seminários e ciclos de conferências.
e) Promover a divulgação e edição científica em Serviço Social, Sociologia e
Ciências Sociais em geral, em especial de trabalhos realizados no âmbito das
suas atividades.
f) Prestar serviços qualificados de consultoria a entidades nacionais e
estrangeiras que o solicitem, designadamente através da realização de estudos
de carácter sociológico, da elaboração de diagnósticos de necessidades sociais
e da monitorização e avaliação de projetos.
Linhas de Investigação
Em consonância com a sua missão e objetivos, a atividade científica do CESSS
será estruturada em torno de duas grandes linhas de investigação nucleares,
respetivamente a linha de investigação teoria social, subjetividade e sociedade
contemporânea e a linha de investigação políticas sociais, profissões sociais,
individuação e cidadania por forma a responder de forma mais eficaz quer ao
alargamento das suas áreas de pesquisa quer ao seu enquadramento com os
programas de pós-graduação a nível de Doutoramento e Mestrado.
Organização
O CESSS está organizado em conformidade com o Regulamento da FCT para
as Unidades I & D.
Com cooperação científica, o projeto científico do CESSS, contempla quer o
estabelecimento de acordos de cooperação com centros de investigação
portugueses e internacionais, quer a participação em redes de investigação
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nacionais e internacionais nos âmbitos do Serviço Social, Políticas Sociais e
Ciências Sociais em geral. No presente o CESSS tem já estabelecido um
processo de cooperação no âmbito de projetos de investigação, com os
seguintes centros:
Dinâmica/CET, do ISCTE
Centro de Investigação e Intervenção Educativas (CIIE), da Universidade
do Porto
Centro de Estudos de História Religiosa (CEHR), da UCP
Centro de Estudos de Religiões e Culturas (CERC), da UCP
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Cáritas Diocesana de Coimbra
(Cáritas Diocesana de Coimbra, 2011)
Introdução
No âmbito da Unidade Curricular de Laboratório de Competências de
Identidade Profissional venho falar sobre o Serviço Social de Grupos, através do
trabalho desenvolvido pela Cáritas Diocesana de Coimbra, mais
especificamente,o Centro Social São José nos Bairros da Rosa, Ingote e
Relvinha. E do Centro Comunitário de Inserção na Baixa de Coimbra. O
acompanhamento é feito por equipas multidisciplinares com competências em
Serviço Social, Psicologia, Sociologia, Educação, entre outros.
No entanto, o Centro Comunitário São José acaba por ser, na verdade,
uma das poucas opções a que as populações podem recorrer em Coimbra.
História
O trabalho da Cáritas começa a ser mais sistemático nos bairros ditos
problemáticos na década de 90, com o trabalho de promoção comunitário no
Bairro do Ingote, criando depois um centro comunitário com ATL, Apoio
Domiciliário, um Centro de Dia para Idosos e Creche.
Em 1996 com dá-se a construção do Bairro da Rosa para realojar 210
famílias que viviam em barracas e em situação degradante aos arredores da
cidade. Assim, já começava a prever-se que iria haver um agravamento das
situações problemáticas desta zona. Um estudo sobre a população que iria ser
realojada, mostrou que as famílias eram constituídas normalmente de 6 a 8
pessoas, sendo o rendimento do agregado familiar inferior ao salário mínimo
nacional, com a taxa de desemprego a rondar os 50%.
Constrói-se um bairro para realojar 210 famílias, mesmo ao lado de outro bairro
social - o Ingote - com 400 famílias, e também muito perto da Relvinha que
estava em total degradação e que alojava população com carências sociais.
O fato, é que houve uma incidência da população residente desta zona
nas ações de atendimento /acolhimento do Serviço Sub-Regional de Coimbra,
para pedir apoio económico devido a várias situações como desemprego,
emprego precário, monoparentalidade, doença/invalidez, toxicodependência,
e/ou reclusão.
A inexistência de estruturas adequadas às necessidades da população,
era clara nesta zona, que tinha muitos jovens, crianças com escassos recursos
econômicos, elevado índice de desemprego, baixa escolaridade e sem
qualificação profissional.
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Partindo deste estudo, já em Setembro de 1995, e apesar do prognóstico
difícil, tendo parceria com o Centro Regional de Segurança Social Centro e a
Câmara Municipal de Coimbra, a Cáritas Diocesana de Coimbra candidatou-se
á:
Medida 1 do Subprograma Integrar - Integração Económica e Social dos
Grupos Mais Desfavorecidos (como eram chamados na época);
Projeto Espaço para Viver, apresentando como área geográfica de
atuação, a zona urbana da freguesia de Eiras, que acaba por abranger os
Bairros da Rosa, Ingote, Relvinha e Loreto;
Objetivos
Das ações desenvolvidas desde 1995 salientam-se:
Estudo/investigação que permitiu aprofundar o conhecimento sobre quais
as necessidades da população alvo;
Divulgação do projeto (a vários níveis), especificamente, junto da
população, líderes locais, empresas, autarquias e serviços;
Animação sociocultural, recreativa e desportiva, potenciadora do
estabelecimento de relações de vizinhança e interajuda, desenvolvimento
pessoal e autoestima da população;
Informação/Formação de modo a permitir aquisição de competências,
facilitando a inserção no mercado de trabalho ou a frequência de ações
de formação profissional;
Prevenção do abandono escolar precoce, do insucesso escolar, da
toxicodependência e marginalidade juvenil;
Apoio a indivíduos para a criação do próprio emprego, ou a grupos para
a instalação de pequenas empresas
Atendimento integrado e serviço de apoio familiar;
Considerando imprescindível a existência de um espaço físico (Centro
Comunitário) próprio, que fomentasse o desenvolvimento, promovendo a
formação das populações destes bairros periféricos; foi possível fazer uma
adaptação numa subcave do Bloco IV do Bairro da Rosa, com uma área de
785m2, para este fim, com o apoio de parceiros e da medida 5 do Subprograma
Integrar que iria começar a funcionar em Abril de 1998, sob o nome de Centro
Comunitário de São José.
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Projetos
Foram desenvolvidos projetos como o Projeto Comunitário "Espaço para
Viver", e cursos de Formação Profissional de Reparação de Equipamento
Doméstico e Pintura Cerâmica, para desempregados e minorias étnicas; cada
curso com 12 formandos, num total de 2400 horas, integrando um estágio pré-
profissional em empresas do sector. Ainda no âmbito da Medida 1, foi possível
introduzir um número mais variado de atividades ocupacionais, nomeadamente,
ateliers de arraiolos, viola, dança de raiz cigana, ginástica infantil e de adultos e
karaté.
Deu-se a criação do Centro de Recursos para o Emprego, que apresenta como principais objetivos realizar o levantamento e encaminhamento de situações de desemprego e subemprego, despiste vocacional e desenvolvimento de competências sociais para o trabalho.
Em Julho de 1998, é aprovada a candidatura ao Projeto "Espaço para
Viver Jovem”, no âmbito da Medida 4 do Subprograma Integrar - que permite
começar um trabalho com a população adolescente na comunidade, que passou
pela criação de um espaço próprio - o Centro de Atividades Juvenis - C.A.J, e
desenvolver um atendimento específico para Jovens e as suas Famílias.
No ano de 1999, para além de continuarem os cursos acima
mencionados, bem como o projeto específico para a população juvenil, foi
realizado um curso de Formação Profissional de Costura e Confeção de Artigos
para ao Lar, dirigido a jovens em risco e minorias étnicas, que incluiu 7 jovens
de etnia cigana e 3 mães adolescentes. Foi também promovido um Curso de
Cozinheiros no âmbito do Programa Pessoa - Formação Profissional para
Desempregados, que contou com 12 formandos.
Já no ano 2000, foi assinado com o Centro Regional de Segurança Social do Centro, um acordo atípico de cooperação, relativo ao funcionamento do Centro Comunitário S. José, que permite a continuidade do trabalho acima apresentado.
Conclusão
Podemos concluir, que o Serviço Social de Grupos em Coimbra conta com uma grande e forte incentivo por parte da Caritas Diocesana de Coimbra, através dos seus meios e parcerias, o incentivo à prática do Serviço Social de Grupos proporcionando a esta minoria uma equipa multidisciplinar e fomentando o desenvolvimento, em grande escala, de toda esta população marcada pelo estigma de pertencer a um Bairro social ou uma minoria étnica. Assim, é possível o acompanhamento de famílias, crianças, jovens e idosos, por vários motivos, usando diversos métodos de intervenção.
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Webgrafia
Practice Committee, Abels, P. A., & Garvin, C. D. (2005). Standards for Social
Work Practice with Groups. Alexandria: AASWG.
CESSS. (s.d.). Centro de Estudos de Serviço Social e Sociologia, Faculdade de
Ciências Humanas - Universidade Católica Portuguesa. Obtido em Maio
de 2015, de http://www.cesss-ucp.com.pt/index.html
Cáritas Diocesana de Coimbra. (2011). Cáritas Diocesana de Coimbra. Obtido
em Maio de 2015, de http://www.caritas.pt/site/coimbra/
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Anexo I
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Anexo II
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Anexo III
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