trabalho final de didática - 2013.1

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Centro de Ciências Humanas e Sociais – CCH Departamento de História Salvador Correia de Sá e Benevides e a Luta de reconquista pela Angola – Séc. XVII (1648) Terceiro ano do Ensino Médio Disciplina: Didática Professora: Rachel Colacique Aluno: Bruno Corrêa de Sá e Benevides

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Page 1: Trabalho Final de Didática - 2013.1

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIROCentro de Ciências Humanas e Sociais – CCH

Departamento de História

Salvador Correia de Sá e Benevides e a Luta de reconquista pela Angola – Séc. XVII (1648)

Terceiro ano do Ensino Médio

Disciplina: DidáticaProfessora: Rachel ColaciqueAluno: Bruno Corrêa de Sá e Benevides

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Brasil no Século XVII

Capitanias Hereditárias

As capitanias foram uma forma deadministração territorial do impérioportuguês pela qual a Coroa, com recursoslimitados, delegou a tarefa de colonizaçãoe exploração de determinadas áreas aparticulares, através da doação de lotes deterra, sistema utilizado inicialmente comsucesso na exploração das ilhas atlânticas.

No Brasil, este sistema ficou conhecido como capitanias hereditárias, tendo vigorado, sob diversas formas, durante o período colonial, do início do século XVI até ao século XVIII, quando o sistema de

hereditariedade foi extinto pelo Marquês de Pombal, em 1759.

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Brasil no Século XVII – Governo Geral

Com a finalidade de centralizar administrativamente aorganização da Colônia, o rei de Portugal resolveu criar,em 1548, o Governo Geral.

Para tanto, resgatou dos herdeiros a capitania da Bahiade Todos os Santos, transformando-a na primeiracapitania real ou da Coroa, sede do Governo Geral.

Esta medida não implicou a extinção das capitaniashereditárias e até mesmo outras foram implantadas,como a de Itaparica, em 1556, e a do RecôncavoBaiano, em 1566.

No século XVII continuaram a ser criadas capitaniashereditárias para estimular a ocupação do Estado doMaranhão.

Tomé de Sousa, o primeirogovernador do Brasil, chegou em1549 e fundou a cidade deSalvador, a primeira da Colônia.

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Capitania do Rio de Janeiro

A Capitania Real do Rio de Janeiro foi o nome dado,em 1567, a secção mais setentrional da Capitania deSão Vicente, que tinha como limites pontos litorâneoshoje ocupados por Macaé (Rio de Janeiro), ao norte,e Caraguatatuba (São Paulo), ao sul.

Esta parcela mais ao norte da Capitania de SãoVicente havia sido abandonada por seu donatário,Martim Afonso de Sousa, que nunca se interessou emseu povoamento.

Com a primeira fundação da cidade de São Sebastiãodo Rio de Janeiro, reverteu para a Coroa comoCapitania Real do Rio de Janeiro, tendo comoprimeiro mandatário Estácio de Sá (1565-1567).

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Governadores da Coloniais da Capitania do Rio de Janeiro1565 - 1808

PERÍODO GOVERNADORES DO RIO DE JANEIRO

(SÉCULOS XVI, XVII E XVIII)

1565-1567 Estácio de Sá (fundador da cidade)

1567-1568 Mem de Sá (governador-geral)

1569-1572 Salvador Correia de Sá (1ª vez)

1573-1575 Cristovão de Barros

1576-1577 Antônio Salema

1577-1599 Salvador Correia de Sá (2ªvez)

1599-1602 Francisco de Mendonça e Vasconcelos

1602-1608 Martim de Sá (1ªvez)

1608-1614 Afonso de Albuquerque

1614-1617 Constantino Menelau

1617-1620 Rui Vaz Pinto

1620-1623 Francisco Fajardo

1623-1632 Martim de Sá (2ªvez)

1633-1637 Rodrigo de Miranda Henriques

1637-1642 Salvador Correia de Sá e Benevides (1ªvez)

1642-1643 Duarte Correia Vasqueanes (interino)

1643-1644 Luís Barbalho Bezerra

1644-1645 Francisco de Souto Maior

1645-1648 Duarte Correia Vasqueanes (1ªvez)

1648 Salvador Correia de Sá e Benevides (2ªvez)

1648-1649 Duarte Correia Vasqueanes (interino)

1649-1651 Salvador de Brito Pereira

1651-1652 Antônio Galvão (interino)

1652-1657 D. Luís de Almeida Portugal

1657-1659 Tomé Correia de Alvarenga

1659-1660 Salvador Correia de Sá e Benevides (3ªvez)

(…).

Para ver lista completa dos governadores, acessar: http://www0.rio.rj.gov.br/arquivo/pdf/governantes/gov_rio_de_janeiro_1.pdf

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Salvador Correia de Sá e Benevides –Governador da Capitania do Rio de Janeiro

Salvador Correia de Sá e Benevides, Governador da cidade do Rio de Janeiro, como visto na lista anterior.

Foi filho de Martim Correia de Sá, que descendia da família dosfundadores do Rio de Janeiro, Mem de Sá e Estácio de Sá.

De regresso a Portugal, em 1643 foi nomeado almirante das frotas doBrasil e membro do Conselho Ultramarino.

Foi por três vezes nomeado a Governador da Capitania do Rio de Janeiro.

Em 1647 comandou a frota que reconquistou Angola e São Tomé ePríncipe para Portugal, para resolver a questão da ocupação holandesa emÁfrica, sendo nomeado governador de Angola.

Em 1662 superou a chamada Revolta da Cachaça, no Rio de Janeiro. Noano seguinte regressou a Portugal, onde se manteve até a morte como ummembro do Conselho Ultramarino.

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Mais um pouco sobre Salvador Benevides….

Mapa do Rio de Janeiro, séc. XVII

Salvador Correia de Sá e Benevides faleceu no dia 1 de Janeiro de 1688 e jaz sepultado na sacristia doConvento das Carmelitas Descalças de Nossa Senhora dos Remédios4 , em Lisboa.

Filho de:Martim Correia de Sá e de D. Maria de Mendoza y Benavides, espanhola, filha de D. Manuel deBenavides (alcaide-mor e castelão da Fortaleza de Santa Catarina da Ilha de Cadiz).

Casou em La Rioja (atual Argentina), com:D. Juana Catalina Ramirez de Ugarte y Velasco rica viúva "criolla" (espanhola nascida na América), filhade D. Pedro Ramirez de Velasco, sobrinha de D. Luís de Velasco, Vice-Rei do México e, por duas vezes,do Peru.

Tiveram seis filhos, dos quais dois ficaram famosos:- Martim Correia de Sá e Benevides Velasco (6 de junho de 1639 - 28 de outubro de 1678) que lutou como pai em Angola e foi feito 1º Visconde de Asseca;- João Correia de Sá, Marechal de Campo, com importantes serviços prestados no Brasil e na Índia;

- Salvador Correia de Sá, morto jovem;- o padre jesuíta Sebastião de Sá;- D. Teresa Velasco.- Domingos Correia de Sá e Benevides c.c. Isabel de Sequeiros y Vilhena, bp Lisboa

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Colônia portuguesa de Angola

Mapa de Luanda, Angola.

Antes de tratar sobre a luta de reconquista de Angola, é necessário fazer algumas considerações sobre o tráfico negreiro, e sua importância para o comércio de cana-de-açúcar. Em Angola foram estabelecidas feitorias, cujos principais objetivos eram explorar

comercialmente as riquezas locais e formar monopólios comerciais controlados pela coroa,sendo o ouro, o marfim e os escravos os principais monopólios portugueses na África;

O motivo para o início do tráfico negreiro no Brasil foi a produção de cana-de-açúcar. Osescravos eram utilizados como mão-de-obra no Nordeste. Vistos como um bem material, elespodiam ser trocados, leiloados ou vendidos em caso de necessidade.

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Conquista de Angola pelos Holandeses• Em maio de 1641, os holandeses enviam direto do Recife, uma frota composta por vinte e um navios e três mil homens com o

objetivo de tomar dos portugueses a cidade de São Paulo de Luanda, em Angola.• Após levar dez semanas em uma travessia complicada do Atlântico, os holandeses atingiram a costa africana e procuravam a

entrada da baía de Luanda.• Foi somente neste momento que o comandante Jol descobriu que ninguém, em toda sua frota, conhecia a localização exata da

entrada desta baía.• Depois de algum tempo de indecisão vagueando pela costa africana, Jol se alegrou ao ver que dois de seus navios haviam

apreendido o Jesus Maria José, navio mercante que vinha abastecer Luanda com 160 pipas de vinho.• A grande sorte de Jol foi que, o capitão desta embarcação, um espanhol, não só lhe indicou a localização exata da entrada da

baía de Luanda, mas também o ponto ideal em que os holandeses deveriam desembarcar, numa praia localizada à meiadistância de dois fortes onde os canhões não poderiam atingi-los.

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A Luta pela Reconquista! Tropas, navios e munição em quantidades suficientes para o socorro da

África Central não poderiam sair de Portugal, que continuava em guerra defronteira com a Espanha e guerra marítima com a Holanda. Coube então aoRio de Janeiro e às capitanias adjacentes – principais interessadas norestabelecimento do tráfico negreiro – a tarefa de fornecer gente e petrechos,“pois todo o Brasil necessita de escravos para seu remédio”.

É Salvador Correia de Sá e Benevides (1602-1688) quem conduz, em maiode 1648, a frota luso-brasílica que reconquistará Angola. Composta de onzenaus e quatro patachos, com quase dois mil homens, a expedição éfinanciada em 70% por fundos coletados junto aos negreiros efazendeiros fluminenses.

A partir daí, a presença brasílica afirma-se na África Central. Depois daindependência, Angola continua sob influência brasileira, e desde 1823 fala-se dapresença em Luanda, e sobretudo em Benguela, de um “partido brasileiro”,que joga as cartas dos interesses negreiros dos escravistas do Império do Brasilcontra a política colonial portuguesa.

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Para refletir:Exclusivo (pacto) Colonial

Pacto Colonial, uma realidade ou não? Salvador e Benevides pode ser visto, segundo uma corrente de historiadores, como um exemplo dequebra de paradigma, uma vez que traça contornos diferentes do conceito do “Pacto Colonial”. A partir dele, podemos perceber que a elite local possuía força de decisão e era bastanteparticipativa, inclusive realizando comércio de produtos com outras colônias e colônias de outrosreinos, fato inimaginável para aqueles que acreditam na esterilidade do Pacto Colonial.

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Atividade Final

Em dupla, após a apresentação do conteúdo, repense e responda a seguinte perguntas:

1.Pacto colonial, uma realidade ou não?

2.Qual a importância de Angola para a indústria açucareira?

3.Por que Salvador e Benevides investiu na luta de Reconquista de Angola?

4.É possível, no estudo da História, existirem duas versões para o mesmo acontecimento? O que você acha?

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Bibliografia

BOXER, Charles Ralph. O império colonial português (1415-1825). São Paulo: Companhia das Letras, 2002