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O presente trabalho é referente à disciplina “Desenho Urbano1”, ministrada pela professora Patrícia Alonso e apresenta uma pesquisa acerca do desenho urbano do bairro Ernesto Geisel. Essa área foi estudada através de observações in loco, entrevistas com moradores, descrições feitas por crianças, entre outras trocas de experiências e vivências do lugar.Esse trabalho se mostra muito relevante, pois apesar da cidade de João Pessoa ser a terceira mais antiga do Brasil, há uma carência no que tange estudos sobre a urbanização de seus bairros, que são espaços determinantes no processo de crescimento da cidade. (SOUZA, 2011 APUD SILVA,2005)TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO
LEITURA DO ESPAÇO URBANO
DO BAIRRO ERNESTO GEISEL
João Pessoa, PB
Julho de 2013
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO
LEITURA DO ESPAÇO URBANO
DO BAIRRO ERNESTO GEISEL
ALUNOS: Aléia Lauriana de Araujo. Matrícula:11111253Giulan Vasconcelos Matrícula:11211364 Ramon Lucas Matrícula:11211209 Riara Alves Matrícula:11011013Wallison Domingos Medeiros. Matrícula:11111255
Trabalho apresentado para avaliação na disciplina Desenho Urbano I, do curso de Arquitetura e Urbanismo, turno integral, da Universidade Federal da Paraíba ministrado pela professora Patrícia Alonso.
João Pessoa, PB
Julho de 2013
Sumário
1. INTRODUÇÃO..............................................................................................4
1.1 IDENTIFICAÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO: O BAIRRO ERNESTO GEISEL..........4
2. MORFOLOGIA URBANA.............................................................................5
2.1 BREVE HISTÓRICO DO CONJUNTO HABITACIONAL ERNESTO GEISEL..............5
2.2 EVOLUÇÃO URBANA DO BAIRRO ERNESTO GEISEL......................................7
2.3 USO E OCUPAÇÃO DO SOLO......................................................................13
2.4 MALHA VIÁRIA..........................................................................................19
2.5 PERFIL FUNDIÁRIO....................................................................................23
2.6 ESPAÇO CONSTRUÍDO X ESPAÇO NÃO CONSTRUÍDO...................................25
2.7 ESPAÇO PÚBLICO X ESPAÇO PRIVADO.......................................................26
3. ANÁLISE VISUAL......................................................................................27
4. COMPORTAMENTO AMBIENTAL............................................................39
5. PERCEPÇÃO AMBIENTAL.......................................................................46
5.1 MAPAS MENTAIS.......................................................................................46
5.2 ANÁLISE DOS QUESTIONÁRIOS...................................................................52
6. POTENCIALIDADES E PROBLEMÁTICAS..............................................57
6.1 ELEMENTOS URBANOS..............................................................................57
6.1.1 Permanência.............................................................................................................57
6.1.2 Elementos de erradicação........................................................................................59
6.1.3 Elementos de introdução.........................................................................................62
6.1.4 Elementos de melhoria.............................................................................................62
7. LINHAS DE ATUAÇÃO..............................................................................63
7.1 PRIMEIRA LINHA DE ATUAÇÃO....................................................................63
7.2 SEGUNDA LINHA DE ATUAÇÃO...................................................................70
7.3 TERCEIRA LINHA DE ATUAÇÃO...................................................................76
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................81
9. APÊNDICE..................................................................................................82
A- QUESTIONÁRIO/ENTREVISTA DIRECIOANDA SOBRE A
PERCEPÇÃO DO MEIO AMBIENTE NO BAIRRO ERNESTO GEISEL................82
10. REFERÊNCIAS.........................................................................................85
1. INTRODUÇÃO.
O presente trabalho é referente à disciplina “Desenho Urbano1”, ministrada
pela professora Patrícia Alonso e apresenta uma pesquisa acerca do desenho urbano
do bairro Ernesto Geisel. Essa área foi estudada através de observações in loco,
entrevistas com moradores, descrições feitas por crianças, entre outras trocas de
experiências e vivências do lugar.
Esse trabalho se mostra muito relevante, pois apesar da cidade de João
Pessoa ser a terceira mais antiga do Brasil, há uma carência no que tange estudos
sobre a urbanização de seus bairros, que são espaços determinantes no processo de
crescimento da cidade. (SOUZA, 2011 APUD SILVA,2005)
Dessa forma, estudar o uso e a ocupação do solo urbano é de extrema
relevância para a compreensão da paisagem atual e de sua dinâmica. De acordo com
Mendonça (1999 apud SILVA,2005), “a identificação da apropriação dos elementos
naturais e do uso do solo em área urbana, se constitui em importante elemento num
estudo ligado às transformações tanto no quadro ambiental como na expansão
urbana”.
Diante desse fato, este trabalho contribui para o fortalecimento de material
bibliográfico e cartográfico referente ao crescimento urbano de parte da cidade de
João Pessoa e analisa as transformações recentes do bairro Ernesto Geisel.
1.1 Identificação do Objeto de Estudo: o Bairro Ernesto Geisel.
O bairro Ernesto Geisel situa-se na Zona Sul (setor centro-ocidental) da cidade,
é cercado pelos bairros do Cristo Redentor (a norte/noroeste), Valentina Figueiredo (a
sudeste), João Paulo II (a oeste) e Grotão (a sudoeste), assim como mostra a Figura 1
a seguir.
Figura 1 – Localização do Bairro Ernesto GeiselFonte: Silva (2005) modificada pelos autores
João Paulo II
Valentina de
Figueiredo
Cristo
Grotão
Localizado defronte ao Estádio Ministro José Américo de Almeida Filho
(Almeidão), às margens da BR-230, ocupava uma área inicial de 76mil m².
O bairro tem características predominantemente residencial, com sistema
viário, infra-estrutura e parcelamento do solo típico de conjuntos habitacionais. Suas
vias mais importantes são: a rua Valdemar Galdino Naziazeno, a rua Presidente
Jucelino Kubistchek e rua Deputado Petrônio Figueiredo.
Por esse trabalho ser extenso, e requerer mais tempo do que o disponível no
plano da disciplina, resolvemos por selecionar uma “porção representativa” na
totalidade do bairro para algumas análises1, conforme imagem a seguir com a
indicação dos limites do Bairro e área da “porção representativa” demarcada (Figura
3).
1 As análises que se basearem nessa porção representativa do Bairro, terão em seu texto introdutório essa indicação. Para
facilitar o entendimento, tomamos como “porção representativa” toda a área norte do bairro até a Avenida Presidente Juscelino
Kubistchek.
Figura 2 – Localização das vias principais do Bairro Ernesto GeiselFonte: Silva (2005) modificada pelos autores.
Figura 3 – Mapa do Bairro Ernesto Geisel apresentando “porção representativa” usada no trabalho
Fonte: Google Earth modificada pelos autores.
2. MORFOLOGIA URBANA.
“Morfologia urbana é a compreensão da lógica de formação, evolução e transformação dos elementos urbanos, e de suas inter-relações, a fim de possibilitar-nos a identificação de formas mais apropriadas, cultural e socialmente, para a intervenção na cidade existente e o desenho de novas áreas”.(DEL RIO, 1990)
Para compreendermos essa lógica dita por Del Rio (1990) necessitamos do
estudo da história e o conhecimento da forma do bairro através de mapas analíticos.
2.1 Breve histórico do Conjunto Habitacional Ernesto Geisel.
No Brasil, a implantação da política habitacional dos governos militares deu-se
com a criação dos conjuntos habitacionais em 31 de março de 1964, um período em
que o país experimentava um maior desempenho da economia urbano-industrial.
Nesse período, o Congresso Nacional aprova a proposta de criação do Plano
Nacional de Habitação e Urbanismo e, com este, o BNH (Banco Nacional da
Habitação), através da Lei nº4.380, de 21 de Agosto de 1964, aprovada logo em
seguida. Dessa forma, cria-se o Sistema Financeiro de Habitação (SFH), tendo como
órgão central o BNH (SILVA, 2005)
O objetivo do Governo Federal ao criar projetos de políticas públicas de
habitação social direcionados para a construção de moradias e conjuntos era de
atenuar a demanda por moradia (consequência do crescimento populacional
impulsionado pelo rápido processo de urbanização) e planejar a expansão territorial da
cidade através da construção de conjunto habitacionais destinados a trabalhadores
assalariados de baixa renda.
Essa nova política de habitação visava atender diversas classe da sociedade,
sendo cada uma delas atendida por um agente específico. Os programas
habitacionais direcionados à população de baixa renda tinham que contemplar, além
da moradia, o acesso à “infraestrutura urbana e equipamentos comunitários” (BANCO
NACIONAL DE HABITAÇÃO, 1979 APUD SILVA,2005).
Além disso, os programas deveriam englobar os serviços básicos, como: “água
tratada, esgoto sanitário, energia elétrica, centro de saúde, escolas, vias urbanas e
transporte coletivo” (BANCO NACIONAL DE HABITAÇÃO, 1979 APUD SILVA, 2005).
No Estado da Paraíba, a política habitacional teve início com a participação do
Instituto de Orientação às Cooperativas Habitacionais (INOCOOP) e da Companhia
Estadual de Habitação Popular (CEHAP).
Nesse período, a maior participação do Governo Federal nos programas de
desenvolvimento regional e a integração nacional da economia brasileira, em 1978, na
gestão do Governador Ivan Bichara Sobreira, permitiu a construção de vários
conjuntos residenciais, dentre eles o Ernesto Geisel.
Como podemos supor, a questão ideológica também se fez presente na produção
habitacional do BNH, fato que se observa na denominação dos conjuntos construídos na
capital paraibana, a exemplo do nosso objeto de estudo: Ernesto Geisel.
A maioria dos conjuntos produzidos pela CEHAP nas décadas de 60 e 70 recebeu
o nome de governantes locais ou nacionais do regime militar a fim de se mostrar à
população a atuação dos governos na questão habitacional. Esse fato ilustra os objetivos
que a política do BNH procurava alcançar: promover a ordem social, ofertando casa
própria, e a legitimação do poder do Estado, por meio da construção de conjuntos de
casas, inclusive divulgando os nomes dos políticos. (BONATES, 2007)
Com 1800 habitações, o conjunto Habitacional Ernesto Geisel foi entregue aos
moradores em 1978 e fez parte da terceira geração (1975-79) de conjuntos
habitacionais financiados pelo SFH - Sistema Financeiro de Habitação aqui em João
Pessoa.
Projetado pelos arquitetos Antônio José Amaral e Silva e Maria Berenice
Amaral e Silva, a configuração espacial do Conjunto Habitacional Ernesto Geisel não
teve nenhuma intenção explicita para potencializar as relações de convívio entre os
moradores a partir dos espaços coletivos baseados em unidades de vizinhança.
No entanto, foi planejada a inserção de inúmeros equipamentos comunitários
em diversos pontos do Bairro: creches, escolas, posto de saúde, centros esportivos e
sociais.
Figura 4 – Mapa de trecho do projeto do Conjunto Habitacional com seus equipamentos públicos
Fonte: CEHAP APUD SILVA, 2010 adaptado pela equipe.
O conjunto Ernesto Geisel, assim como outros conjuntos habitacionais, deixou
de ser denominado como tal para ser denominado de Bairro, pelo Projeto de Lei
nº1574, de 04 de setembro de 1998, pela Câmara Municipal de João Pessoa.
2.2 Evolução Urbana do Bairro Ernesto Geisel.
A cidade como qualquer organismo vivo, se encontra em contínua modificação.
Poète (apud DEL RIO, 1990) estabelece o conceito de persistência, que afirma que a
análise histórica da cidade revela existirem elementos em contínua transformação e
elementos que não se modificam totalmente e persistem, como os monumentos,
traçados, vias e a estrutura fundiária.
O conjunto Habitacional Ernesto Geisel foi, até sua construção, o maior
conjunto habitacional construído na cidade. Atualmente é o terceiro, superado apenas
pelos conjuntos Mangabeira e Valentina. (SILVA,2010)
Do projeto do Conjunto Habitacional ao Bairro dos dias atuais percebem-se
modificações expressivas. Uma das mais visíveis transformações físicas provocaram a
formação de uma série de vias e outros espaços abertos de uso público que são
delimitados espacialmente pelos processos de apropriação de espaços públicos que
Centro ComercialCreche e
Jardim de
Infância
Grupo EscolarIgreja
Posto de
saúde
deram origem a um ritmo desenfreado e irreversível de “periferização” dos antigos
vazios urbanos (SILVA,2005)
No trabalho de Silva (2005) temos os mapas de figura-fundo (Figura 4 e 5) com
a situação do Conjunto Ernesto Geisel em projeto e em 2005 consecutivamente,
verificando-se a ocorrência dos espaços livres de edificação como espaços públicos –
em branco – e os espaços privativos como aqueles estritamente ocupados por
edificações – em preto, que demostram exatamente esse processo de apropriação.
Figura 5: Mapa de figura-fundo do Projeto do conjunto habitacional (em 1978) sobre mapa do Bairro Ernesto Geisel em 2009
Fonte: SILVA, 2005 e Google Earth adaptada pelos autores
Figura 6: Mapa de figura-fundo do conjunto habitacional (em 2005) sobre mapa do Bairro Ernesto Geisel em 2009 com algumas marcações de áreas públicas apropriadas
Fonte: SILVA, 2005 e Google Earth adaptada pelos autores.
SILVA (2005), afirma que as transformações e os mecanismos utilizados para implementá-los não são exclusivos do Bairro Ernesto Geisel, e:
“parecem demonstrar uma série de regularidades que permitem associar os padrões espaciais construídos hoje a uma forma social de conceber tecidos urbanos que, ao reproduzir as estruturas morfológicas de tecidos tradicionais, buscam solucionar as deficiências configuracionais dos projetos.”
Podemos perceber, ainda, que o sistema viário planejado contava com
algumas vias de acesso, de mesmas dimensões e, talvez, mesma importância, que se
modificou e, conta, atualmente, com uma via de acesso bem diferenciadas das outras
secundárias, que até mesmo por serem mais movimentadas, passaram a concentrar
edificações comerciais e de serviços, assim como podemos ver na Figura 6.
Figura 7: Av. Juscelino Kubistchek com R. Valdemar Galdino Naziazeno com grande concentração comercial, de serviços e fluxo intenso de automóveis
Fonte: Acervo Pessoal
Essas vias, atualmente, são conhecidas como as “principais” e são as marcas
da intensidade e direção do crescimento urbano.
Para a realização da Análise do Crescimento Urbano do Bairro foram utilizadas
também imagens de satélite obtidas pelo Google Earth.
Com essas imagens podemos ver o surgimento de novas quadras, lotes e
edificações, o aparecimento pavimentação de ruas e a definição de avenidas ao longo
dos anos.
Ao se estabelecer edificações, as ruas e avenidas se tornam bem mais
definidas, e muitas vezes se ligam imediatamente, seguindo um traçado já
anteriormente existente, a uma avenida mais desenvolvida e antiga.
Com os mapas na integra podemos notar que os traçados são preservados,
mas alguns se destacam mais do que outros, definindo as avenidas, as quais sempre
estão preenchidas de lotes já edificados. Percebemos também que não há valorização
de nenhum elemento público em especial e que as praças e áreas verdes são
resultantes dos processos e não previamente destinadas para esse fim.
Figura 8: Vista aérea do Bairro Ernesto Geisel em 1969Fonte: Google Earth.
Figura 9: Vista aérea do Bairro Ernesto Geisel em 2005Fonte: Google Earth.
Figura 10: Vista aérea do Bairro Ernesto Geisel em 2007Fonte: Google Earth.
Figura 11: Vista aérea do Bairro Ernesto Geisel em 2011Fonte: Google Earth.
De 1969 para 2011, podemos ver claramente que o Bairro cresceu em direção
ao centro e ao sul, mas sem extravasar o limite topográfico sul, fazendo dessa área
uma região até hoje pouco explorada. Outro ponto interessante é que as modificações
urbanas nessa área se tornaram cada vez mais rápidas e expressivas.
2.3 Uso e ocupação do solo.
Figura 11: Mapa de Uso e ocupação do solo.
Fonte: Acervo Próprio.
O mapa de uso e ocupação do solo mostra que a área analisada do bairro
Ernesto Geisel é predominantemente ocupada por edificações de uso residencial e em
menor numero, mas também de forma relevante, ocupações mistas e comerciais. Há
também outros usos, tais como, agências bancárias, templos religiosos, escolas,
consultórios e laboratórios de análises.
Há também serviços de equipamentos de segurança pública como: delegacias
de polícia civil e a Academia de Ensino de Polícia Civil da Paraíba (ACADEPOL) que
está atualmente em construção.
O bairro possui uma relevante área de espaços permeáveis, que compreendem
desde a Praça Orlando Geisel e o Centro Comunitário, localizados na área central da
região analisada, até grandes áreas não loteadas, que se constituem em amplos
espaços públicos.
Uso residencial
A área analisada apresenta ruas de caráter predominantemente residencial,
excetuando-se as ruas principais e a região central do bairro. Pode-se “dividir” este
uso em quatro tipologias diferentes:
Habitação unifamiliar isolada térrea
A tipologia mais presente na área analisada, ainda guarda características
comuns às primeiras construções do bairro, como a escala e a volumetria definida pelo
telhado em duas águas e pela área recuada coberta em sua fachada frontal.
A construção respeita, na maior parte das vezes, os afastamentos frontais,
laterais e de fundo, e estes espaços são comumente utilizados como garagem e (ou)
jardins.
O muro é construído no limite do lote, como forma de demarcação do domínio
público e privado, atuando assim como um limite característico das calçadas e
espaços públicos do bairro. Em alguns casos eles possuem altura não muito elevada
ou são construídas de forma vazada permitindo uma relação mais forte com a rua, já
em outros, os muros alcançam altura mais elevada que a do pedestre ou habitante da
residência, restringindo assim, esta relação.
A arquitetura dessas casas é espontânea e vernacular, e segue um censo
estético comum ao encontrado em outros bairros de condições sociais semelhantes,
na cidade de João Pessoa. Um dos principais elementos de variação dessas casas
são os materiais utilizados como revestimento das fachadas e muros, que trazem
cores, texturas e desenhos diferentes a essas construções.
Outro elemento interessante da arquitetura residencial são as grades, que são
colocadas nas aberturas, principalmente nas janelas, e demonstram de certa forma
uma sensação implícita de insegurança dos residentes de tais casas.
Habitação unifamiliar isolada acima de um pavimento;
Aparecem esporadicamente ao longo da área analisada, e são frutos de
reformas de antigas casas térreas, na grande maioria das vezes. Podem ou não,
receber diferentes usos para cada pavimento, como é comum no bairro, por exemplo,
uso residencial no superior e comercial no térreo.
Já outros exemplares, presentes na Rua Valdemar Galdino Naziazeno, (dentre
eles os lotes da área marcada em amarelo no mapa abaixo) seguem características
morfológicas semelhantes.
Habitação unifamiliar em condomínio;
Tipologia presente em área às margens da Rua Valdemar Galdino Naziazeno,
delimitada em amarelo no mapa abaixo:
Habitação multifamiliar isolada com até 5 pavimentos.
Tipologia presente nas “bordas” da área analisada, estando mais próximas das
principais e mais movimentadas ruas do bairro, mais relacionadas, portanto, com as
vias de saída e de comércio e serviços.
Uso Comercial
Estão presentes tanto de forma isolada, principalmente nos lotes das ruas
principais, como também, dividindo o lote com o uso residencial, caracterizando o uso
misto.
Dois exemplos são as casas com “fiteiros” no limite do lote e, pontos
comerciais que ocupam toda a fachada frontal da edificação, com a casa nos fundos.
Uma tipologia peculiar ocorre em alguns lotes que margeiam a Av. Pres.
Juscelino Kubistchek, onde algumas casas apresentam a frente da residência voltada
para a rua secundária e, a frente voltada à avenida, com uso comercial.
Os lotes estritamente comerciais estão localizados, principalmente nas ruas
Valdemar Galdino Naziazeno e Dep. Petrônio Figueiredo, e vão desde farmácias e
lojas de materiais de construção até supermercados, os grandes atacados localizados
às margens da BR 230 e o mercado público do bairro.
Alguns destes pontos comerciais foram implantados em típicas construções de
antigo uso residencial, já outros, possuem um partido arquitetônico, mais adequado.
Educação
O bairro apresenta edificações de uso educacional, de nível pré-escolar até o
2º grau, além de escolas de línguas e de informática.
O bairro possui escolas públicas, municipais e estaduais e, particulares, até o
ensino médio. As maiores escolas estão localizadas na sua região central.
Saúde
A área analisada possui laboratórios de análise, o maior destes na Rua
Valdemar Galdino Naziazeno, consultórios odontológicos, principalmente na Rua. Dep.
Petrônio Figueiredo, um antigo posto de saúde nas proximidades da Praça Orlando
Geisel e, uma nova Unidade de Saúde da Família.
2.4 Malha viária.
A malha viária da “porção representativa” analisada neste trabalho é ampla,
diversificada, organizada e com estrutura de boa qualidade. Entretanto, apresenta
problemas como congestionamento de veículos nas vias principais, especialmente na
rua Valdemar Galdino Naziazeno, conhecida como “a principal do Geisel” que
apresenta uma intensa circulação de pessoas e veículos, por “cortar” grande parte do
bairro, servir de corredor de ligação entre os outros bairros e devido à presença de
uma grande quantidade de estabelecimentos comerciais e de serviços.
É papel das principais do Geisel, ofertar melhor infraestrutura do que as outras
vias do bairro.
Figura 12: Grande movimentação de automóveis na Rua Valdemar Galdino Naziazeno, conhecida como a Principal do Geisel.
Fonte: Acervo Pessoal.
Nas outras ruas, predominantemente residenciais, onde o fluxo de veículos
ocorre em menor intensidade, há pequenos problemas, que vão desde as poucas
placas de sinalização, pavimentação deficiente, passeios públicos estreitos, obstruídos
e desnivelados, até o estacionamento inadequado e sem fiscalização de carros e
motos (até mesmo sobre as calçadas) nessas ruas já muito estreitas, atrapalhando
toda a acessibilidade do local.
Figura 13: Rua João José da Costa (via secundária) com obstrução nas calçadas e carros estacionados nos dois lados da via tornando-a muito estreita.
Fonte: Acervo Pessoal.
A malha viária, em geral, se adequa de forma homogênea com o formato das
quadras, apresentando, formas retas e paralelas, quando as ruas principais
apresentam formas inclinadas e até radiais e as secundárias servem de ligação de
uma principal à outra, mas como a infraestrutura dessas ruas não permite um aumento
de tráfego, elas pouco são usadas para diminuir o intenso fluxo das principais.
Uma peculiaridade é que as principais deste bairro fazem ligação direta com a
BR 230 (e edificações importantes como o Estádio de Futebol Almeidão, a Central dos
Correios e Telégrafos e a sede da Prefeitura), excetuando se a Av. Juscelino
Kubistchek, mas esta liga todas as outras principais umas com as outras.
Figura 15: Ligações das vias principais e secundárias do Bairro.Fonte: PMPJ modificado pelos autores.
As quadras da região estudada apresentam em sua maioria formas
retangulares e trapezoidais, e em menor quantidade formas poligonais irregulares
(Figura 16).
AlmeidãoCorreios Prefeitura
Figura 14: Mapa com indicação dos diferentes tipos de pavimentação do Bairro Geisel.Fonte: PMPJ adaptado pelos autores.
Figura 16: Quadras retangulares, trapezoidais e irregulares.Fonte: PMPJ modificado pelos autores.As quadras apresentam entre si vielas ou estreitas ruas “desencontradas” e
mais adequadas para uso de pedestres.
Essa grande maioria de formas regulares gera um aspecto de organização,
facilitando a movimentação de pessoas e automóveis pela área analisada.
A região do Geisel analisada neste trabalho apresenta diversos tipos de
esquinas, mas a de maior predominância são as esquina semi-enclausurada, como é
mostrado nas Figuras a seguir.
Figura 17: Vista da Rua Luiz da Silva Pinto com esquina semi-enclausurada.Fonte: PMJP e Google Earth modificado pelos autores.
O formato de esquina enclausurada ou em cruz são de menor incidência e em
geral se apresentam agrupadas (Figura 18).
LEGENDA
Quadras irregulares
Quadras trapezoidais
Quadras retangulares
Figura 18: Vista da Rua Pastor Mizael Jacome Cavalcante com esquina enclausurada.Fonte: PMJP e Google Earth modificado pelos autores.
2.5 Perfil fundiário.
Observando o mapa do bairro percebe-se facilmente a organização das
quadras do bairro, denotando planejamento prévio antes da implantação do mesmo,
contudo o mosaico formado pelas quadras vai se tornando caótico a medida em que
se afasta da BR 230. Em parte isso pode ser explicado pelo formato do perímetro do
bairro, que se afunila à medida que caminha-se na direção sul, forçando as quadras
assumirem orientações em diagonal (quando comparado ao resto do bairro) e algumas
vezes estas quadras apresentam lotes oblíquos. E nos pontos extremos ao sul,
percebe-se algumas poucas áreas que apresentam má distribuição de lotes.
O mapa abaixo mostra a localização em relação a outros bairros e, o aspecto
geral de todo o bairro.
Esta organização proporciona muitas áreas triangulares e trapezoidais,
propícias a implantação de equipamentos, mas que muitas vezes estão vazias,
cobertas por mato ou entulho. Percebe-se ainda, na malha do bairro, grandes quadras
sem lotes, denotando espaços grandes, como pequenos condomínios residenciais ou
simplesmente são terrenos vazios.
O bairro é predominantemente horizontal onde seus tipos dificilmente alcançam
um terceiro pavimento, com quadras regulares e esquinas semi-enclausuradas. As
ruas, em sua maioria, são de pista simples e passeio descoberto, grande parte
calçada, outra parte ainda em barro, e poucas, praticamente apenas as principais, são
asfaltadas.
2.6 Espaço construído x Espaço não construído.
Através de analise de parte do bairro, podemos identificar que o mesmo possui
em sua maioria espaços construídos, tornando-se um bairro bastante ocupado,
contudo o bairro ainda apresenta grandes vazios urbanos, seja pela presença de
terrenos baldios ou por construções que não preenche toda a dimensão permitida do
terreno.
Figura 19: Mapa do espaço construído e não construído da parcela analisada do bairro do Geisel.
Fonte: Acervo pessoal.
O bairro possui vários terrenos baldios em que não é possível distinguir sua
verdadeira função, visto que em algumas áreas o mesmo apresenta terrenos que
passam a ideia de terem sidos destinados no momento de sua criação a implantação
de áreas comuns para seus moradores, mas que imediatamente é negado por sua
quadra vizinha que possui características semelhantes, mas com fins residencial (ver
figuras 20 e 21).
Figuras 20 e 21: Mapa do espaço construído e não construído com destaque para quadras
com função indefinida.Fonte: Acervo pessoal.
2.7 Espaço público x Espaço privado.
A área analisada do bairro mostra-se predominantemente privada, sendo em
sua maioria residências, apresentando também uma quantidade razoável de espaços
públicos, bem como apresenta uma quantidade significativa de espaços indefinidos.
Para um melhor entendimento segue a baixo a descrição e exemplos de cada tipo de
espaço.
Espaços Públicos: aqueles destinados a uso coletivo sem restrição de acesso
por parte da população como: praças, igrejas, escolas municipais e estaduais,
delegacia de policia, centro comunitário, posto de saúde da família e mercado
publico.
Espaço Privado: aqueles em que o acesso é restrito a população como:
residências, escolas particulares, supermercados e pequenos comércios.
Espaços Indefinidos: aqueles onde não foi possível definir qual sua
configuração especifica, visto que suas características são confusas devido
terrenos semelhantes terem usos diferentes.
Figura 22: Mapa do Espaço Público x Privado.Fonte: Acervo pessoal.
3. ANÁLISE VISUAL.
A análise visual é uma categoria de avaliação que busca a percepção do
ambiente segundo uma ótica mais pessoal, sendo o observador o responsável pela
apreensão das sensações e emoções que os elementos constituintes do ambiente
nele provocam. Sendo assim, o trajeto determinado foi percorrido de modo que cada
ambiente fosse percebido aos sentidos humanos.
O trajeto demarcado compunha-se de 12 trechos (ruas) partindo das
imediações da BR, mais precisamente da Rua Manuel Rufino silva até a Praça
Estudante Orlando Geisel. Cada rua percorrida foi percebida em sua singularidade e
complexidade próprias, de modo a alcançar uma contemplação mais aprofundada de
seus aspectos. Dessa forma, optamos por descrevê-las uma a uma para efeito de
maior nível de caracterização e compreensão das mesmas.
Figura 23: Percurso demarcado para análise visual.
Fonte: Acervo pessoal.
Descrição do percurso:
Figura 24: Percurso demarcado em rosa para análise visual, os ponto em azul são as
marcações das fotos.
Fonte: Acervo pessoal.
Trecho um (Sem nome).
Primeiro ponto.
Saímos da Rua Manuel Rufino Filho, em direção à primeira rua do trajeto que
por sinal não tem nome, a rua é comprida e retilínea e evidenciamos cinco pontos.
De modo geral, a rua em si não apresentou muita complexidade, ao contrário,
foi de fácil assimilação. No primeiro ponto Há arvores apenas de um lado da rua,
deixando-a sombreada apenas pela manhã, na lateral do Deskontão, porem a calçada
não tem tratamento deste lado da rua, também há pouca circulação de pessoas, e de
automóveis. A sensação gerada na rua foi de desproteção, acentuada pela ausência
de movimentação na mesma, e pela falta de calçadas.
Figura 25: Percurso demarcado primeiro ponto.
Fonte: Acervo pessoal.
De maneira geral, a rua gerou nos envolvidos no estudo uma grande sensação
de insegurança, pois ao passo que nos afastávamos da BR nos distanciávamos da
vista de outras pessoas, uma vez que a rua resume-se ao calçamento e muros que a
cercam.
O Segundo ponto
De cara ela gera um desconforto, de um lado tem bastante vegetação
tornando-se impossível a passagem por esse local e do outro tem um terreno vazio e
aparentemente abandonado e um pouco mais a frente, um pequeno edifício
residencial, não há calçada o que nos dá insegurança já que a única opção era andar
no meio da rua, que por sinal é bem depredada.
Figura 26: Rua sem nome, na parte lateral do Deskontão.
Fonte: Acervo pessoal.
Contudo, apesar da insegurança citada acima, o desconforto e a visão um
pouco mais aberta deu ao trecho uma variação tipológica mais amigável, mas mesmo
assim inquietante.
Terceiro ponto
Continuando o percurso, um pouco mais a frente descobrimos que o prédio
multifamiliar (Residencial Jardim Esperança), fica ao lado desse terreno vazio
mostrado anteriormente, de onde estávamos vemos sua parte posterior e o entorno
sem tratamento algum, e vegetação sem controle o que nos dá uma sensação de
abandono dessa área, a parte frontal deste prédio dá para a Rua Sargento Pedro
Gomes que também não tem calçadas e as ruas são esburacadas.
Figura 27: Rua sem nome, por trás do Condomínio Residencial Jardim Esperança, e a rua
Sargento Pedro Gomes da parte frontal, respectivamente.
Fonte: Acervo pessoal.
Quarto ponto
Chegamos ao encontro da Rua pastor Mizael para a Rua Prof. Josué da
Siqueira, continuamos com a mesma impressão de abandono e insegurança, nessa
transição há muita lama o que dificulta a passagem já que não há calçadas nessa
área, mas a presença de pessoas passa a ser percebida em intensidade maior.
Figura 28: Buracos e lama na transição da Rua Pasto Mizael, de frente para a Rua Prof. Josué da
Siqueira.
Fonte: Acervo pessoal.
Quinto ponto.
Na Rua Prof. Josué da Siqueira, olhar do lado direito é de caráter residencial,
mas continua com o mesmo problema de vegetação sem controle, essas se
encontram onde seria as calçadas, o primeiro olhar foi voltado para o prédio branco
pois nessa área ele se destaca do entorno, é uma rua é calçada e retilínea, as casas
em sua maioria possuem duas água e estão com a parte posterior voltada para essa
rua, com pouco tratamento no acabamento em sua maioria estão sem reboco o que
nos remete a residência de baixo padrão financeiro. Há uma sensação de alívio em
todos os presentes, pois a visão de uma rua ladeada por casas e alguns poucos
transeuntes ao fim da mesma é reconfortante depois de seguir pelo trecho descrito
acima.
Figura 29: Rua Prof. Josué da Siqueira vista do lado direito.
Fonte: Acervo pessoal.
Segunda parte (um trecho do lado esquerdo da Rua Prof. Josué da
Siqueira)
O lado esquerdo foi o escolhido para continuarmos o percurso, ele também é
de caráter residencial, mas não há calçamento, as calçadas tem desnível acentuado,
ela é bastante arborizada (árvores de grande porte) o que tornou o clima bem mais
agradável e algumas casas destacam-se das demais não apenas por serem de dois
pavimentos, mas também pela sua fachada. Este trecho do percurso é mais receptivo
aos olhos, e apesar da rua de barro, é possível perceber que o local é bem mais
frequentado por pessoas, em especial a vizinhança, e de fato no local, enquanto
estávamos observando, pessoas transitavam entre as casas, o que aparentemente
demonstra ser uma vizinhança aberta.
Figura 30: Rua Prof. Josué da Siqueira vista do lado esquerdo.
Fonte: Acervo pessoal.
Figura 31: Casa com dois pavimentos, fachada da Rua Prof. Josué da Siqueira.
Fonte: Acervo pessoal.
Mas apesar desta boa impressão, é perceptível o abandono da rua no que diz
respeito ao seu tratamento, tanto por parte do órgão responsável quanto por parte dos
moradores, pois a rua apresentava bastante lixo jogado no chão.
Terceiro trecho (Rua sem nome)
Logo após entramos nessa rua, tivemos a impressão de cortar caminho, pois
ela é bem curtinha antecipando bem nossa visão da Rua José João da Costa, ela é
mais estreita que as demais, também sem calçamento, apenas de areia. Foi quando
notamos que ela era estreita porque de uma rua para outra só havia um lote. De cara
nota-se o contraste entre a rua anterior e que estar por vir. Ao fundo deste trecho
observa-se uma casa com padrão ligeiramente diferente do visto até agora
emoldurada pelos muros do curto caminho. Ao mesmo tempo observa-se o aparente
crescimento do padrão social e movimentação de pessoas na rua.
Figura 32: Um dois acessos a Rua José João da Costa.
Fonte: Acervo pessoal.
Quarto trecho (parte da Rua José João da Costa)
Foi aí que percebemos que aquela casa com dois pavimentos que tanto nos
agradou tinha duas fachadas e a o uso mais frequente é a fachada dessa rua, que é
calçada, mais movimentada e as calçadas tem menos desníveis, o que facilita o
percurso.
Figura 33: Casa com dois pavimentos, fachada da Rua José João da Costa.
Fonte: Acervo pessoal.
Quinto trecho (Rua sem nome)
Também é estreita, lembrando muito a anterior, mas tem fachadas de casas no
lado esquerdo dela, dessas algumas possuem calçadas, a rua é de areia mesmo, e o
uso dela é mais por pedestres. Com este trecho percebemos um possível padrão das
casas. No caso, as casas aparentemente mais abastadas situam-se nas ruas com um
tratamento melhor, enquanto que as mais simples estão (grande parte delas) nas ruas
de barro.
Mas mesmo com este contraste(que intercalou-se por mais algumas ruas) a
sensação de conforto se faz presente em todos, a rua nos é agradável ao olhar e em
muitos trechos, agradável para caminhar.
Figura 34: Um dos acessos para as ruas (Tertuliano Crispiliano/Rad. Marcone Altamirano).
Fonte: Acervo pessoal.
Sexta rua é o acesso entre as ruas (Roberto Carlos/ Coronel José da
Costa)
Ao chegarmos ao encontro das Ruas Roberto Carlos/ Coronel José da Costa,
damos de cara com três terrenos vazios cada um em uma esquina, divididos pelas
ruas Arlinda Pessoa e Prof. Miguel Lima, totalmente descampados, sem
sombreamento e com lixo e vegetação rasteira, o que nos causou muito incomodo,
nosso olhar foi logo para ele e depois para umas poucas arvores que tem no fundo,
por sinal são usadas como estacionamento. Não há onde se abrigar do sol. Mas
suscitando sensação de curiosidade pela antecipação da sua vista do campo de
futebol e de um construção com escala diferente de residencial mas que não tenho
ideia do que seja.
Figura 35: Um dos acessos para as ruas (Coronel José/Roberto Carlos) e Rua Professor Miguel
Lima, respectivamente.
Fonte: Acervo pessoal.
Sétima rua (George Cunha).
O que mais nos chamou atenção foi a visão que temos do campo de futebol, as
calçadas das casas são largas, mas não há muitas arvores nas ruas, a sensação que
temos é de grandes distancias, deve ser pelos terrenos vazios que estão próximos, e
também pela escala do campo. Neste ponto também observamos o centro
comunitário, que apesar de parecer organizado e limpo, trouxe a todos uma grande
sensação de abandono, subutilização e um certo mal-estar. Um pouco mais adiante, a
construção que havíamos notado ao longe revelou-se ser uma igreja protestante em
reformas.
Figura 36: Campo de futebol.
Fonte: Acervo pessoal.
Oitava rua (Profª Noêmia Ribeiro)
Tivemos uma surpresa, na esquina oposta a igreja missionaria tem uma escola
Estadual Concita Barros, que tem sua rua pouco arborizada, com casas residenciais
em continuidade, um contraste inesperado, pois os dois últimos trechos aparentavam
apenas ser cada vez mais isolados e desolados.
Figura 37: Rua da frente do campo e Escola Estadual Concita Barros.
Fonte: Acervo pessoal.
Nona rua (Rua Eduardo Costa)
Há um posto de saúde desativado, no entorno tem mato o que caracteriza para
nos uma cena forte de abandono. No entanto no fundo dessa rua vemos que há
sombreamento natural, desde já, vemos grandes, fazendo aparecer novamente a
sensação e curiosidade, anotamos também na Rua Eduardo Costa caminhos feitos
por pessoas, entre as plantas, já que não há calçadas o jeito é andar na rua ou pelos
matos mesmo, isso gera um desconforto.
u
Figura 38: Lateral da igreja, e no fundo o posto. Rua Eduardo Costa em direção da Rua Deputado
Petrônio Figueiredo. Respectivamente.
Fonte: Acervo pessoal.
Continuamos o percurso e então vimos à praça, e sensação provocada de
imediato foi de pertencimento certamente por ter feito a parte da vivencia nela, essa foi
a parte do trajeto mais arborizada, clima agradável, de um lado tem residências na
esquina um sorveteria e do outro lado da praça na Rua Prof.ª Noêmia tem uma escola.
Nota-se que a praça é um ponto de vivência. No momento em que percorremos a rua,
transmitiu uma imagem de segurança e intimidade, pois o fluxo constante de pessoas.
A praça é limitada pela Rua Deputado Petrônio Figueiredo que é asfaltada e de mão
dupla, a intenso movimento, inclusive com a circulação frequente de ônibus, provocou
certo desconforto, sobretudo pelo excesso de barulho não percebido nas ruas até
então percorridas, de inicio pensei que era uma avenida.
Figura 39: Inicio da Praça do Geisel.
Fonte:Acervo pessoal.
Figura 40: Posto médico da Praça do Geisel. Áreas de lazer. Respectivamente.
Fonte: Acervo pessoal.
Figura 41: Limite da praça com a Rua Deputado Petrônio Figueiredo. E sorveteria do outro
lado da Rua Eduardo Costa. Respectivamente.
Fonte: Acervo pessoal.
4. COMPORTAMENTO AMBIENTAL.
A categoria de análise do comportamento ambiental consiste na investigação
das inter-relações entre o meio-ambiente e o comportamento humano enquanto
resultado da influência exercida pelo espaço físico-ambiental.
Pode-se dizer que o ambiente sugere, facilita, inibe ou define comportamentos,
ou seja, que ele age como catalisador (positivo ou negativo).
Evidentemente, o ambiente construído não pode atuar nas extremidades da
escala de comportamento, ou seja, ele não poderá jamais determinar que tomemos ou
não determinada ação se isto não estiver em nossas metas mentais.
Analisamos uma determinada área para observar como era o comportamento
das pessoas que transitavam por ela, bem como a utilidade do local para elas,
observando também o fluxo de veículos tanto nessa região quanto nas suas
proximidades.
Para isso, escolhemos a parte que compreende a Praça Estudante Orlando
Geisel, que pode ser considerado tanto um local de lazer, descanso, quanto um lugar
de passagem, ou mesmo um local para observar outras pessoas (ver o tempo passar).
Em todo o momento me mantive anônimo fiquei um tempo no quiosque, mas depois
resolvi caminhar pelo espaço.
Figura 42: Mapa esquemático mostrando praça analisada.
Fonte: Acervo Pessoal.
Figura 43: Área escolhida para análise.
Fonte: Acervo Pessoal.
Circulamos por toda parte da praça, mas a observamos principalmente de um
ponto, o quiosque que fica mais na parte de trás, e de uma área com bancos enfrente
ao anfiteatro. No lado oposto ao quiosque tem uma unidade de saúde bem
frequentada pela população, com fachada de sombreamento agradável.
Vizinho ao quiosque, bem no meio da Rua Prof.ª Noêmia Ribeiro podemos
observar um palco armado, conclui-se que essa rua é usada também para eventos
públicos. Já a outra Rua Eduardo Costa que limita a praça serve como
estacionamento tanto para funcionários do centro medico como para moradores, a Av.
Petrônio Figueiredo a frente tem um grande fluxo de carros e ônibus, inclusive a uma
parada bem na praça, que não oferece muito conforto durante esse horário e as
pessoas pisam na grama tornando quase impossível seu crescimento, mas não é uma
opção e que não nenhum tratamento diferenciado neste local.
Figura 44: Rua Prof.ª Noêmia Ribeiro, usada para eventos e Rua Eduardo Costa, usada como
estacionamento respectivamente.
Fonte: Acervo Pessoal.
Figura 45: parada de ônibus.
Fonte: Acervo Pessoal.
Com relação ao fluxo, mesmo havendo caminhos pré-definidos as
pessoas abrem espaços no solo tornando-o sem vegetação e algumas até
passam pela grama ignorando a calçada de passeio, identificamos os
caminhos seguidos pelas pessoas, que foram confirmados no decorrer da
observação.
Figuras 46: Rastros mostrando caminhos seguidos pelas pessoas e passagem pela grama mesmo.
Fonte: Acervo Pessoal.
Apesar de a área estudada ser uma praça, e que nela não há ciclovias, há um
fluxo considerável de bicicletas que passam tanto pelas calçadas laterais como
atravessam-na criando verdadeiras ruas, oferecendo perigo a população, já que essas
fazem qualquer percurso independente dos pedestres.
Figura 47: Bicicletas trafegando no meio do terreno.
Fonte: Acervo Pessoal.
Para explanar toda a nossa análise, representamos as observações que
fizemos em mapas comportamentais.
Na quarta-feira, ficamos no local das 13h30min às 14h30min e percebemos
que havia pouco fluxo de pessoas pelo local.
Nesse horário, havia crianças brincando no parque.
Choveu um pouco, mas coisa bem passageira e as pessoas que estavam nos
bancos foram para o quiosque, nesse horário a maior parte dos bancos não estão
sombreados muito menos protegidos de chuva. Nota-se que as pessoas se
concentram amis na parte contraria ao quiosque justamente por tem mais
sombreamento, já que as arvores são de grande porte. Nesse horário a praça é
utilizada como descanso, passagem.
Figura 48: Descanso, passagem.
Fonte: Acervo Pessoal
Mesmo como todo o sol que estava fazendo havia crianças brincando no
parque, já em alguns bancos era quase impossível sentar, devido à alta
temperatura.
Figura 49: Crianças no parque e insolação nos bancos.
Fonte: Acervo Pessoal.
Há quatro rampas acessíveis no local, porem na calçada seguinte não há outra
como aparo, tornando assim inviável o seu uso, e quando há outra rampa é totalmente
inadequada e fora das normas, também não fez uso em nenhum momento de piso tátil
em toda a praça. Sentimos falta também de alguns mobiliários públicos, como lixeiras.
Figura 50: Rampas de acesso.
Fonte: Acervo Pessoa.
Optamos por fazer em horas bem distintas justamente para ver se há distinção
no uso e no tipo de pessoas que ali encontraríamos.
Com essas informações, pudemos distinguir sequências comportamentais;
palcos de ação; atividades específicas; e territórios, existentes nessa área.
As pessoas utilizam essa área mais com a intenção de descanso, serviço, lazer
e para cortar caminhos, ou seja, elas chegam nesse local procuram os bancos mais
sombreados para se abrigarem e repousarem ali permanecendo, determinando um
lugar de convivência, inclusive houve um caso de duas mulheres que estavam na hora
do almoço e foram bater papo deitadas no banco da praça, elas alegaram que essa
pratica era frequente, e ainda existe a frequência de pessoas que vão ao local com
intuito de utilizar os serviços do posto médico, e ainda há as crianças que vão fazer o
uso do parquinho.
Com relação às sequenciais comportamentais, notamos que as pessoas que
fazem uso da praça, sofrem com o baixo sombreamento, falta de equipamentos
básicos também a falta de segurança ao passear por esta área devido ao trafico de
bicicletas no local.
Os palcos de ação, os principais e mais notáveis são o dos bancos localizados
em baixo de árvore de grande porte que servem como abrigo para as pessoas que
tem o interesse de descansar, o quiosque, o posto de saúde, e os bancos localizados
na sua frente, o ponto de ônibus na calçada leste da praça.
Atividades praticadas pelos seus usuários, durante a observação, pessoas
conversando, sentadas ou deitadas nos bancos; Pessoas que apenas se deslocavam
para outros locais; Usuários do transporte público que aguardavam os ônibus no
ponto.
Os palcos de ação se relacionam por completo com territórios e atividades
específicas.
Dessa forma, compreendemos alguns comportamentos e áreas de ação dos
moradores e frequentadores do lugar, as atividades, percursos e desusos de algumas
partes do local. Ao fim dessa análise pudemos concluir que existem carências no
sentido de acessibilidade, e equipamentos públicos como também no uso de
bicicletas, mas que a área de estudo é utilizada e poderia ser ainda mais se fossem
bem exploradas as suas potencialidades.
Análise feita na Praça Estudante Orlando Geisel, no dia 24/06/2013, uma
segunda-feira, no horário das 20h até 21h, com o intuito de observar o comportamento
das pessoas em relação àquele espaço público.
A observação foi feita a partir de um quiosque que se encontra em uma das
extremidades da praça. O observador se manteve anônimo e fixo no ponto inicial,
durante toda a duração da pesquisa.
A praça se encontrava consideravelmente utilizada durante a observação, com
um grande fluxo de pessoas que lá se encontravam para a prática de diversas
atividades ou como local de passagem. Adolescentes estavam em maior quantidade,
porém também havia um número expressivo de idosos e crianças acompanhadas dos
pais.
Quanto aos fluxos, as pessoas utilizavam na maioria das vezes os caminhos
definidos da praça, exceto do lado norte, onde um grande numero de pedestres
“cortou caminho” pela grama, saindo do anel interno até a calçada que limita a praça.
Dentre os pontos com maior concentração de usuários, caracterizando-se
como os palcos de ação, destacaram-se:
• O quiosque onde o observador se encontrava;
• O “teatro” no centro da praça;
• Os diversos bancos ao longo da praça, principalmente o de forma curva,
à sudoeste do “teatro”, e os que se encontravam na calçada da face sul, em frente a
uma sorveteria;
• A quadra próxima ao quiosque, aonde crianças brincavam de futebol
com seus pais, durante uma boa parte da observação;
• A rampa de skate a oeste do quiosque;
• O ponto de ônibus na calçada leste da praça.
Das atividades praticadas pelos seus usuários, durante a observação,
• Jovens tocando violão no teatro;
• Pessoas conversando, sentadas nos bancos;
• Prática de esportes na quadra;
• Jovens andando de skate no espaço ao lado do quiosque;
• Pessoas que apenas se deslocavam para outros locais;
• Usuários do transporte público que aguardavam os ônibus no ponto, na
calçada leste da praça.
Às 21h, a observação foi finalizada, porém ainda se constatava uma
significativa presença de pessoas por toda a praça, exceto na quadra e no ponto de
ônibus. Mesmo com o horário, onde nota-se o esvaziamento dos espaços públicos nas
outras regiões do bairro, os bancos da praça ainda continuavam bem ocupados por
pessoas que apenas conversavam ou descansavam na noite da segunda-feira. Esta
constatação demonstra a importância deste espaço público para o Geisel e seus
moradores.
5. PERCEPÇÃO AMBIENTAL.
A percepção Ambiental deve ser analisada para identificar características e
necessidades do espaço urbano, através das opiniões dos próprios habitantes do
lugar, podemos analisar as necessidades humanas do local.
Como forma de avaliação da percepção ambiental do bairro do Geisel foi
utilizada dois modos: Os mapas mentais, aplicados a crianças; e questionários, a
população em geral.
5.1 Mapas mentais.
Os mapas mentais são imagens espaciais que representam e compreende o
espaço vivido no cotidiano, eles também podem ser desenvolvidos a partir de
impressões pessoais de acontecimentos socioculturais revelando o relacionamento de
vivência com a cidade.
Na tentativa de entender o bairro pela visão dos moradores, com relação a
pontos marcantes, percurso, dentre outros itens que caracterizam o lugar, aplicamos
uma atividade de ilustração de um mapa mental do bairro. Essa atividade foi feita por
alunos do 6º CNEC, situada no bairro, nas proximidades da área estudada. A faixa de
idade foi entre 10 e 11 anos. Os estudantes foram orientados a desenhar um mapa e
obtivemos alguns resultados satisfatórios, com mapas bem ilustrados, mostrando
marcos do bairro e nós, já outros pouco representativos.
Figura 51: Mapa Mental bem Representativo.
Fonte: Acervo Pessoal.
Os desenhos ainda mostram, na maioria dos casos, um traçado retilíneo
indicando uma facilidade de o estudante identificar o trajeto pelo qual passa, isto é,
não há uma confusão visual no percurso o que representa uma boa legibilidade.
Figura 52: Mapa Mental com boa legibilidade.
Fonte: Acervo Pessoal.
A área mais abordada pelos alunos foi a das proximidades da escola, pelo fato
de ser percurso diário dos mesmos. A Praça Estudante Orlando Geisel e a área
vizinha a ela foram frequentemente representadas, tanto isoladamente quanto
inseridas em percursos.
Figura 53: Representação da Igreja Batista, isoladamente e inserida no percurso,
respectivamente.
Fonte: Acesso Pessoal
Ainda próximo à escola, muitos alunos representaram praças, ponto de ônibus,
comércios em geral, e a mata. Com essas representações foi possível identificar
pontos importantes da área delimitada, marcos, nós, limites, setores, e percursos.
Figura 54: Mapa Mental identificando pontos importantes.
Fonte: Acervo Pessoal.
Os marcos mais recorrente nos mapas foi a Igreja Batista do Geisel; a Praça
Estudante Orlando; Mercado público; e em alguns casos o girador.
O nó que se situa entre a Av. Juscelino Kubitschek e a sua perpendicular a Av.
Valdemar Galdino Naziazeno. Nota-se que este é um importante referencial entre os
alunos, pois se repete em vários mapas, apesar de existirem alguns outros no bairro
este é o mais evidenciado, apenas que mora mais distante registra mais.
Figura 55: Nó na Av. Juscelino Kubitschek a Av. Valdemar Galdino Naziazeno..
Fonte: Acervo Pessoal.
Os limites foram lembrados nos desenhos, apenas por três alunos, pois não há
grandes evidencias de áreas de quebra da continuidade linear da imagem urbana.
Figura 56: Representação dos limites com os bairros (Valentina, Funcionários IV, grotão).
Fonte: Acervo Pessoal.
Por outro lado, os marcos foram unânimes, pois são elementos que se
destacam do entorno, sendo de forte imageabilidade.
20%
13%
15%
11%
7%
19%
4%
7%4%
PRAÇAESCOLA. FENELON MERCADOIGREJAPOSTOGIRADORCAMPO DO SANTOSSUPER BOXATACADÃO
O principal foi a praça com 11 exemplos, Girador 10; Mercado 8;Escola
Fenelon 7; Igreja 6; Posto 4; Super box 4; Campo dos Santos 2;; Atacadão.
Figura 57: Marcos destacados em circunferências verdes.
Acervo pessoal.
Para a análise do trajeto foram escolhidos três exemplos, em que o critério de
seleção define-se pelo meio de locomoção feito durante o percurso. O primeiro é uma
estudante de 10 anos que faz o percurso a pé para a escola. A imagem demonstra
que ele detém um bom domínio espacial do lugar, o que pode ser observado pelo
traçado das ruas até mesmo numerando as casas, o percurso é curto tendo em vista
que ela mora apenas 2 ruas antes da escola. A escala está proporcional, sendo a
escola de maior importância para aquela área e de maior volume no desenho, seguido
de outros pontos de menor ênfase, com volume menor, porém destacados pela
nomeação da função, chegando até o de mínima importância, que são as casas de
igual fachada e bem menores que os demais elementos do desenho. Desta forma,
nota-se que o aluno tem boa relação com esse trecho, mapeando importantes
elementos de um bairro.
Figura 58: Mapa mental de aluno que faz o trajeto casa/escola a pé.
Fonte: Acervo pessoal.
O segundo aluno percorre o trecho de carro. É possível notar que as ruas são
mais sinuosas. O mapa mental é bastante fragmentado, pois ele acaba percebendo os
referenciais de maiores portes, ele evidencia os aerogerador que fica no caminho, as
Três lagoas, os giradores e a praça até finalmente chegar na escola, como o aluno
mesmo relata uma viagem. Bem diferente do que acontece no primeiro caso, onde se
ver os detalhes menores em pequena escala. Mas é possível perceber que grandes
marcos continuam a ser enfatizados, a exemplo da praça e do girador.
Figura 59: Mapa mental de aluno que faz o trajeto casa/escola de ônibus.
Fonte: Acervo pessoal.
A terceira aluna percorre o trecho de ônibus. Observa-se que ela mora em
Água Fria próximo a prefeitura, nota-se o pouco detalhamento, evidenciando apenas
os que já foram citados como marcos exemplo do posto de gasolina o girador, e a
escola Fenelon, mas com uma novidade que é a parada de ônibus. O mapa mental
também é bastante fragmentado.
Depois dessa apreciação tivemos a real dimensão de quão importante é esse
método de percepção ambiental, só então tivemos a constatação do que é marcante
na memória visual de alguns moradores. Ficou muito bem explícito o que é
considerado marcos, nós, percursos e limites por meio das ilustrações feitas pelos
alunos, que apesar de serem de uma facha etária, consideravelmente, nova,
conseguiram transmitir as características ambientais da fração estudada do bairro.
5.2 Análise dos questionários.
Devido a extensão do bairro, o campo amostral constituiu-se de 27 pessoas de
diferentes pontos dos limites físicos estipulados para o bairro. Dentro deste grupo os
dados demonstram a predominância de pessoas de meia idade, a maioria mulheres,
entre 40 a 59 anos, e que muitas dessas pessoas residem no bairro a pelo menos dez
anos, com um pequeno percentual de pessoas que estão por lá a pelo menos três
décadas. E apesar do número maior de pessoas mais velhas, poucos são os que
apresentam algum tipo de limitação motora, os poucos que apresentaram pertencem
ao grupo de pessoas com mais de 60 anos.
15 a 20 21 a 39 40 a 59 60 ou mais0%
10%20%30%40%50%60%70%80%90%
100%
15 a 20
21 a 39
40 a 59
60 ou mais
Faixa etária dos moradores
Faixa etária Tempo no Bairro
Outro aspecto analisado diz respeito ao comércio local, cujo os números
demonstram que apesar do vasto uso por parte da população, o mesmo não satisfaz
todas as necessidades dos moradores, quer seja devido a falta de opção de itens e
serviços ou pela organização e localização do mesmo. Quando indagados sobre que
tipo de serviço ou comércio sentem falta no bairro, dentre muitas requisições
prevaleceram em ordem crescente: lojas de roupas, bancos e lanchonetes.
Sim, localização
Sim, mas não é or-ganizado
Não, difícil acesso
Não, não oferece muito
Costuma utilizar o comércio do bairro
Sim, localização Sim, mas não é organizado Não, dificio acessoNão , não oferece muito outro
Mas tratando-se de espaços públicos para a realização de atividades físicas e
de lazer percebe-se a satisfação dos moradores quanto a existência de lugares que
proporcionam algum tipo de atividade, e igualmente há uma grande quantidade de
queixas a respeito do número insuficiente de locais para prática de algum tipo de
atividade, conforme mostrado no gráfico abaixo.
29.63%14.81%
55.56%
Há espaços para atividades físicas e lazer?
Sim,mas não é suficiente / Não, mas usamos a estrutura existenteHá espaço para pratica de exercícios e lazer?
Quadro semelhante é observado quando a questão é direcionada a existência
de espaços para atividades culturais.
sim não
sim, m
as não é su
ficiente /
não, usa
mos as r
uas0.00%30.00%60.00%90.00%
51.85% 25.93%
11.11%11.11%
Há espaços para atividades culturais?
Há espaços para atividades culturais? sim, mas não é suficiente / não, usamos as ruas
Os participantes do questionário afirmaram, informalmente, que apesar da
existência de espaços públicos, mesmo que insuficiente, voltados para atividades da
população, não costumam frequenta-los por medo da violência, alegando insegurança
no bairro em diversos aspectos. O quadro a seguir enumera as principais
preocupações da população quanto a segurança e reforça o que foi dito pelos
entrevistados.
não41%
sim9%
Iluminação13%
Postos Policiais15%
Assalto11%
Vandalismo, tráfico7%Acidentes de trânsito
4%
Sente-se seguro no bairro
Observando-se o gráfico acima nota-se que o conjunto de poucos postos
policiais e a iluminação precária, contribuem para a insegurança dos moradores dentro
do bairro, números que são seguidos pelo medo de assaltos, o que pode ser
consequência do pouco policiamento e da iluminação deficiente. Em último ponto,
estão os acidentes de trânsito, que apesar de ser um item que a população mais
reclama é o que menos preocupa quanto a sensação de segurança.
Um aspecto do bairro que não apresentou reclamações foi quanto ao número
de escolas, com a ressalva de que apesar das escolas, a quantidade de creches é
insuficiente
. sim não
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
Há quantidade suficiente de escolas?
80%
des
te to
tal a
test
a a
falta
cre
ches
O ponto seguinte estudado no bairro diz respeito a satisfação dos moradores
quanto a aparência do bairro, sua arborização e saneamento.
Neste momento da pesquisa percebeu-se que os residentes não gostam da
arborização existente, a consideram insuficiente e consequentemente não contribuem
de forma significativa para a amenização do calor no bairro e, esteticamente não é
agradável.
Há ainda um alto índice de insatisfação quanto ao mobiliário urbano, com
destaque para o número insifuciente de lixeiras no bairro, o que também foi atestado
pelos elaboradores do trabalho presente durante as visitas de campo, e paradas de
ônibus consideradas desconfortáveis. Mas apesar da pouca quantidade de lixeiras na
rua, a população mostra-se satisfeita com o saneamento e o serviço de coleta de lixo
do bairro.
Apesar das reclamações descritas acima, elas não foram citadas quando o
questionamento voltou-se para a aparencia geral do bairro, predominado a
insatisfação das pessoas neste aspecto.
26%
74%
30%
33%
37%
Você está satisfeito com a aparência do bairro?
sim nãoDesnível das calçadas e obstáculos Falta de calçamento em algumas ruasNão soube responder
Por fim, perguntou-se que tipo de intervenção os moradores gostariam que
fosse aplicada no bairro, que dentre muitas citações, prevaleceram reivindicações de
melhorias e ampliação de praças, organização do trânsito e segurança e a reforma do
mercado público. Um aspecto interessante a respeito da organização do trânsito citada
pelos entrevistados, é que a maioria utiliza carros particulares, e mesmo assim
predominou pedido de mais pontos de ônibus no bairro.
Os gráficos a seguir mostram respectivamente o perfil do transporte do bairro e
as intervenções de interesse da população.
Ônibus carro particular moto bicicleta outro0%
20%
40%
60%
80%
100%
33% 52% 11% 4% 0%
Mais pontos de ônibus Ônibus 48%
criação/ampliação de ciclofaixas/ci-clovias carro par-
ticular 11%melhoria na sinal-
ização de pedestres e au-tomóveis moto
41%
Perfil do Transporte no Bairro
Que meio de transporte mais usa?Qual melhoria no trasporte seria mais útil para você?
Transporte mais utilizado
Mel
horia
no
tran
spor
te
37%
19%
26%
19%
Intervenções de interesse
Organização do trânsitoMelhoria e ampliação de praçasSegurança públicareforma do mercado
6. POTENCIALIDADES E PROBLEMÁTICAS.
6.1 Elementos urbanos.
6.1.1 Permanência.
Praça Orlando Geisel
Reformada há pouco tempo, se configurou como uma das áreas públicas mais
utilizadas pela população do bairro, que lá realiza várias atividades. A praça é bem
dotada de equipamentos urbanos, como, locais para permanência e descanso,
equipamentos de ginástica, quiosques com venda de alimentos e bebidas, teatro para
realização de concertos, espetáculos e debates entre outras coisas, quadras para a
prática de esportes, local para a prática de skate, além de possuir boa iluminação e
vasta arborização com trabalho paisagístico adequado.
Figura 60: Praça Estudante Orlando Geisel.Fonte: Acervo pessoal.
Figura 61: Praça Estudante Orlando Geisel.Fonte: Acervo pessoal.
Unidade Básica de Saúde da Família
Recentemente construída seguindo as orientações do Programa de Saúde da
Família, espera-se que atenda de forma mais adequada as necessidades da
população do bairro que atualmente depende do antigo posto de saúde, próximo à
Praça Orlando Geisel, e que já não possui condições físicas para desempenhar seu
papel em meio ao bairro.
Figura 62: Antigo Posto de Saúde do Geisel.Fonte: Acervo pessoal.
A nova USF foi implantada em uma localização próxima ao antigo posto de
saúde, a Praça Orlando Geisel e ao Centro Comunitário do Geisel, estando em uma
região central, podendo cobrir uma grande extensão de área do bairro.
Figura 63: Nova Unidade de Saúde da Família durante a construção.Fonte: Acervo pessoal.
6.1.2 Elementos de erradicação.
O constrangimento no fluxo dos pedestres, devido à alta intensidade do tráfego
nas ruas principais do bairro, principalmente na Rua Valdemar Galdino Naziazeno que
apresenta baixo numero e má distribuição das faixas de pedestres.
O estado atual das calçadas existentes em grande parte do bairro e a total falta
delas na Avenida Juscelino Kubistchek. Avenida esta, que possui um enorme potencial
urbanístico, devido ao grande afastamento da testada dos lotes em relação à via
asfaltada, constituindo-se em um amplo espaço permeável na região central do bairro.
Figura 64: A ausência de calçadas na Avenida Juscelino Kubistchek.Fonte: Acervo pessoal.
Insegurança
É possível notar entre os moradores e visitantes do bairro uma grande
sensação de insegurança por diversos motivos que podem ser analisados:
Grande número de assaltos e a violência no bairro; Falta de pessoas nas ruas residenciais, provavelmente pela falta de variedade
de usos nestas áreas; Iluminação insuficiente à noite aliada à falta de pessoas nas ruas cria um
ambiente de insegurança para quem está na rua. A configuração de algumas ruas, principalmente as sem calçamento, que
possuem alguns lotes sem ocupação, muros se fechando contra a rua e áreas degradadas.
Figura 65: Via secundária que liga uma rua à outra.Fonte: Acervo pessoal.
O tratamento dado aos vazios urbanos que, encontram-se atualmente subutilizados e degradados, mesmo possuindo um grande potencial de usos para o bairro.
Figura 66: Vazio urbano localizado em área central do bairro.Fonte: Acervo pessoal.
Figura 67: Localizado em meio a uma área residencial, próximo ao Centro Comunitário, a Praça e escolas.
Fonte: Acervo pessoal.
6.1.3 Elementos de introdução
6.1.4 Elementos de melhoria
Encontramos calçadas apresentando desníveis, devido a batentes irregulares,
algumas bastante degradadas e sem tratamento. Algumas ruas apresentaram-se sem
calçamento e esburacadas e necessitam ser recuperadas a priori as vias principais.
O mercado público precisa urgente de uma reforma, a impressão que temos é
que ele foi feitos aos poucos sem planejamento, pois ele é escuro apertado mal
dividido, fazendo até nos lembrarmos dos labirintos das favelas, tornando-se assim
não convidativo aos visitantes, temos como objetivo construir um novo, adaptando-o
as necessidades e conforto dos usuários.
Há escolas e creches, que atendem bem à demanda da área, entretanto existe
a carência de elementos urbanos que satisfazem a população, que poderiam ser
sanadas através da revitalização do centro comunitário, com cursos de capacitação e
aparelhos para exercícios físicos dentro do limite do mesmo para assim tentar evitar a
depredação dos aparelhos.
Figura 67: Calçadas desniveladas e ruas esburacadas respectivamente.
Fonte: Acervo pessoal.
Figura 68: Rua em condições péssimas de tratamento.
Fonte: Acervo pessoal.
7. LINHAS DE ATUAÇÃO
Após consolidarmos uma boa relação urbanística com o bairro, conhecendo em
detalhes seu caráter, seus defeitos e sua importância para com os moradores e seus
frequentadores, é possível começar a conjecturar novas soluções urbanísticas para
esta área.
Com a análise e a síntese dos dados coletados, fundamentais para propor as
linhas de atuação no Bairro, foi possível propor melhoramentos que acrescentarão
qualidade urbana local.
7.1 Primeira linha de atuação
Intervenção urbanística e arquitetônica para o Mercado Público do Geisel
O local escolhido para a primeira linha de atuação foi o mercado público do
Geisel que está localizado nas quadras 87 e 88, entre as ruas Deputado Petrônio
Figueiredo, Adauto Toledo e duas vias locais sem nome.
Figura 69: Mercado Público do Geisel.Fonte: Google Earth modificada pela equipe.
Implantado em duas quadras do Conjunto Habitacional, o equipamento ocupa
uma área de 6.792.14m² e é composto por 109 boxes onde são comercializados os
mais diversos serviços e mercadorias.
Atentamos para esta área, pois é um local muito lembrado nas diversas
abordagens que fizemos com os moradores do bairro quando se indagava a respeito
das áreas que precisavam de melhorias. Além disso, ele é potencialmente atrativo, já
que para a população do Bairro, o mercado representa uma importante fonte de
abastecimento, ainda que, hoje não exclusiva devido às demais formas de venda a
varejo e produtos alimentícios que permeiam a região.
“Outro fator importante a se destacar é a capacidade que os mercados apresentam de conferir vitalidade ao espaço urbano. As diferentes formas de uso do espaço e a coexistência com outros estabelecimentos comerciais possibilitam uma maior integração entre os diversos setores econômicos e sociais da cidade. O mercado em sua essência valoriza a celebração coletiva, transformando-se em um dos principais espaços de sociabilidade e consumo.” (SILVA, 2010).
Apesar do exposto acima, por Silva (2010), o mercado público do Geisel se
encontra, atualmente, em processo de degradação.
Figura 70: Mercado Público do Geisel visto da Av. principal, desorganização e degradação.Fonte: Acervo Pessoal.
Dentre os problemas observados estão: configuração deficiente gerando um
ambiente desagradável, estrutura hidro-sanitária deficiente, calçadas sub-
dimensionadas, com obstáculos, inclinações e revestimentos inadequados, e até a
inexistencia de calçamento nas ruas internas o mercado.
Figura 71: Mercado Público do Geisel visto da Av. principal, calçadas obstruídas pelos comércios e pelo lixo.
Fonte: Google Earth.
Figura 72: Via de acesso ao Mercado Público do Geisel sem pavimentação vista da Rua Adauto Toledo.
Fonte:Google Earth.
Por estar inserido em uma via de intensa circulação, a Rua Deputado Petrônio
Figueiredo, principalmente nos fins de semana, o equipamento enfrenta problemas
com o intenso tráfego de veículos.
O fluxo crescente e a ausência de estacionamento contribuem com a
desorganização e congestionamento do trânsito na área.
Figura 73: Mercado Público do Geisel e a falta de estacionamento adequado.
Fonte: SILVA, 2010 e Google Earth.
Figura 74: Mercado Público do Geisel e a desorganização nos fluxos.
Fonte: SILVA, 2010.
A série de problemas envolvem ainda a falta de conscientização na questão do
lixo, que fica espalhado por toda extensão do mercado, as ligações elétricas
irregulares ,a falta de drenagem das aguas pluviais e a falta de bancos ou qualquer
outro ponto de apoio para os frequentadores do mercado.
Figura 75: Mercado Público do Geisel e o problema do lixo.
Fonte: SILVA, 2010 e NASCIMENTO, 2010.
Também não há uma setorização das atividades, o que ocasiona uma
combinação inadequada dos produtos e serviços, podendo até ser uma entrada de
contaminação dos alimentos.
Pode-se observar também a desigualdade existente nos tamanhos dos boxes,
algumas unidades chegam a ter área de 65m².
Figura 76: Mapa de uso e ocupação do Mercado Público do Geisel demostrando a falta de setorização e padronização no tamanho dos boxes.
Fonte: SILVA, 2010.
A melhoria da infraestrutura dos mercado públicos vem sendo preocupação de
várias autoridades em muitos estados brasileiros, onde o poder público vem investindo
em diversos programas de reestruturação e na capacitação dos feirantes.
Em João Pessoa, a prefeitura custeia a construção ou reforma das áreas de uso comum dos mercados e entra com uma porcentagem dos valores dos boxes individuais. Para o financiamento dos boxes, os comerciantes recebem crédito através do EMPREENDER-JP, programa permanente de crédito orientado do Governo Municipal.(SILVA,2010)
Desse modo, a proposta de intervenção nesse equipamento no Bairro do
Geisel poderá ser viabilizada por recursos da Prefeitura Municipal de João Pessoa,
visto que a construção de mercados públicos está inserida em um dos programas
desenvolvidos dentro da gestão municipal e demais projetos de financiamento, como o
EMPREENDER-JP.
Para a prefeitura Municipal o terreno se resume a uma área Pública do Estado,
já que não existe documentação que comprove a cessão deste pela CEHAP para o
município.
O projeto de requalificação do espaço do mercado público do Geisel iria, então,
de encontro com a proposta da gestão municipal através das secretarias de
Planejamento (SEPLAN), do Desenvolvimento Urbano (SEDURB), da Infraestrutura
(SEINFRA) e da Superintendência de Transportes e Transito (STTrans), que vêm
executando desde 2005 algumas reformas em mercados públicos da cidade de João
Pessoa, como o Mercado Público e o Mercado de Cruz das Armas (Figura 80).
Figura 77: Projeto de requalificação e reestruturação do Mercado Central de João Pessoa-PB.
Fonte: CPE, PMJP, 2009 apud SILVA, 2010.
Figura 78: Boxes internos e externos do Mercado Central de João Pessoa-PB depois da revitalização
Fonte: http://www.viladoartesao.com.br/blog/2010/02/passeio-ao-mercado-publico-de-joao-pessoa/
Figura 79: Mercado Central de João Pessoa-PB depois da revitalização.
Fonte: http://www.viladoartesao.com.br/blog/2010/02/passeio-ao-mercado-publico-de-joao-pessoa/
Figura 80: Mercado Público de Cruz das Armas depois da revitalização.
Fonte: http://www.joaopessoa.pb.gov.br/tag/cruz-das-armas-2/feed/
Requalificado, o mercado público do Geisel, passaria a seguir as exigências do
Código de Obras da cidade, as Normas da Vigilância Sanitária (para mapear os itens
possíveis de comercialização em mercados públicos e suas exigências), da STTrans
(para estacionamento e reordenamento do novo pólo atrativo) e, por ser uma
edificação de uso público, a NBR 9050 (norma que define aspectos relacionados às
condições de acessibilidade define aspectos relacionados às condições de
acessibilidade).
7.2 Segunda linha de atuação.
Requalificação do Centro comunitário e seu entorno.
O Centro comunitário do bairro do Geisel situado entre as ruas Prof. Miguel
Lima, George Cunha e Profa. Noêmia Ribeiro encontrasse desativado há muitos anos,
privando a população de seus benefícios e contribuindo para o aumento da
criminalidade no bairro, visto que, com o abandono da edificação a mesma passou a
ser usada como ponto de vendas de drogas e esconderijo para assaltantes. Devido
esses fatos escolhemos o centro comunitário o e seu entorno como segunda linha de
atuação para serem submetidos a um processo de requalificação arquitetônica e
urbanística através da reforma do centro comunitário, da criação de uma creche
publica, da arborização de terrenos vizinhos e implantação de mobiliários urbanos.
Figura 81: Mapa de localização do centro comunitário do bairro do Geisel.
Fonte: Acervo pessoal.
Figura 82: Centro comunitário do bairro do Geisel.
Fonte: Acervo pessoal.
Centro comunitário.
Para o centro comunitário propomos a criação de uma edificação que comporte
salas para serem ministrados cursos de capacitação proficional, curso de dança,
biblioteca comunitaria, reforço escolar entre outros. Na parte externa a criação de uma
academia ao ar liver como as adotadas pela prefeitura de João Pessoa (ver figura 83),
reforma da quadra poliesportiva assim como a relocação de um barzinho localizado
dentro dos limites do terreno do centro (ver figura 84).
Figura 83: Academia ao ar livre.
Fonte: http://www.papo10.org/wp-content/uploads/2011/08/Academia-ao-ar-livre-diversidade-de-aparelhos.jpg.
Figura 84: Bar no Centro comunitário do bairro do Geisel.
Fonte: Acervo pessoal.
Para tal projeto, usamos como correlato o projeto da arquiteta Helen Xavier
para o centro comunitário de Água Branca na cidade de Goiânia.
Figura 85: Centro comunitário Água Branca, Goiânia.
Fonte: http://hellenarquitetura.blogspot.com.br/2009/11/centro-comunitario.html
Figura 86: Centro comunitário Água Branca, Goiânia.
Fonte: http://hellenarquitetura.blogspot.com.br/2009/11/centro-comunitario.html
Creche.
Segundo relatos de moradores, o bairro é carente no que se diz respeito a
creches, sendo as unicas unidades privadas e emprovisadas em residencias comuns.
Visando sanar esse déficit nos propomos a criação de uma creche pública nos
padrões das adotadas pela prefeiura de João Pessoa (ver figura--). Para isso será
necessaria a desapropriação do terreno localizado entre as ruas Roberto Carlos
Pessoa, Arlinda Pessoa da Silva e prof. Miguel Lima (ver figura--) para a sua devida
implantação.
Figura 87: Creche Padrão da Prefeitura de João Pessoa.
Fonte: http://www.wscom.com.br/arqs/noticias/imagens/800/201301310942210000007323.jpg
Figura 88: Mapa de localização do terreno para implantação da creche.
Fonte: Acervo próprio.
Arborização e Equipamentos Urbanos
Completando a segunda linha de atuação, propomos a arborização e
instalação de equipamentos urbanos no terreno localizado entre as ruas Tertuliano
Crispiliano Mata e Roberto Carlos Pessoa (ver figura 89) a fim de criar um bosque com
bancos espalhados por todo o percurso como também a instalação de mesas e
banquinhos cobertos para gerar um ambiente que convide a população não só a
transitar mais também a permanecer no local como utilizado no parque Leon Feffer em
Mogi das Cruzes – SP (ver figura 90).
Figura 89: Mapa de localização do terreno para arborização.
Fonte: Acervo próprio.
Figura 90: Parque Leon Feffer. Mogi das Cruzes - SP.
Fonte: http://www.mogidascruzes.sp.gov.br/comunicacao/noticia.php?id=2314
7.3 Terceira linha de atuação.
Reforma urbana das ruas: Valdemar Galdino Naziazeno, Presidente
Juscelino Kubistchek e parte da Dr. Manoel Lopes de Carvalho.
Busca-se com essa linha de atuação, a melhoria da relação dos moradores
com estas ruas de grande importância para o bairro, que se caracterizam como vias
estruturantes de ligação com outros bairros da cidade.
Propõe-se:
Requalificação das calçadas, com objetivo de melhorar a mobilidade dos
pedestres;
Valorização do comércio de rua, como agente incentivador da vitalidade
urbana;
Desobstrução do tráfego nas vias, buscando maior fluidez do transporte;
Valorização do transporte público e meios de transporte alternativos, em
detrimento do automóvel;
Melhoria na relação entre os meios de transporte e os pedestres;
Estudo e implantação de projeto paisagistico;
Integrar tais ruas com as áreas residenciais de forma harmônica e dinâmica;
A vitalidade de tais ruas, com a variação dos usos, em diversas horas do dia;
Redução da poluição visual gerada pela fiação exposta e pelos engenhos
publicitários;
A requalificação do equipamento urbano existente, tal como: lixeiras, postes,
pontos de ônibus, etc.
Projetos Correlatos:
Para melhor desenvolver o projeto, torna-se necessário a pesquisa, análise e
discussão de projetos com mesmo objetivo, afim de se tomar como referência,
propostas e experiências bem sucedidas ou com boas ideias que podem ser postas
em prática.
1. Major Urban Projects de Hamburgo, Alemanha
Uma das referências no aspecto da qualidade das calçadas que possuem
amplos espaços de passeio e, materiais adequados para o deslocamento de
pedestres, inclusive utilizando cadeira de rodas. A programação visual é harmônica,
na medida em que não ocorre um grande numero de propagandas, banners e
utilizações inadequadas das calçadas.
OpernBoulevard, fonte: http://www.bid-opernboulevard.de/, data de acesso: 25/06/2013
2. Projeto da Avenida Djalma Baptista em Manaus
Projeto de Reurbanização e Requalificação urbana do principal corredor Norte
Sul de Manaus, que tem como principais objetivos:
Melhoria da mobilidade para pedestres.
Redução de retenções de tráfego ao longo da via;
Requalificação dos passeios e espaços públicos;
Revalorização da atividade do comércio de rua;
Estímulo aos estacionamentos privados;
Regularização e licenciamento dos estacionamentos de conveniência
das lojas;
Redução da poluição visual e ordenamento de engenhos publicitários.
Os pontos positivos que nos servem de referência são, a relação que se
busca criar entre os pedestres e o espaço público, a redução da
poluição visual e a ampla arborização por toda a avenida.
Fonte: http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=1643011, data de acesso: 25/06/2013
Fonte: http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=1643011, data de acesso: 25/06/2013
Fonte: http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=1643011, data de acesso: 25/06/2013
Projeto de Requalificação Urbanística da Avenida General Edson Ramalho
Projeto por Cynthia Maria Montarroyos de Sordi, prevê um espaço urbano mais
humanizado, através da implementação de áreas verdes e uma programação visual
mais harmônica, com a retirada da fiação aparente e da desobstrução das calçadas,
assim como equipamentos publicitários.
Fonte: http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?p=96326998, data de acesso: 25/06/2013.
Fonte: http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?p=96326998, data de acesso: 25/06/2013.
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Desta maneira, foi alcançado um maior aprofundamento dos conceitos de
leitura do espaço urbano, análise visual, percepção e comportamento ambiental, além
de ter sido possível definir as potencialidades e problemáticas do bairro, sendo todos
esses uma maneira de aplicação didática dos assuntos abordados anteriormente em
sala de aula.
Através de regulares visitas ao bairro para a realização de questionários,
observação do movimento da comunidade num determinado ponto estratégico,
aplicação de mapas mentais em estudantes da rede privada, leitura emocional que a
estética urbana transmite em certo trecho, passando pelas ruas para identificar o uso
dos solos e finalmente observando aspectos positivos e negativos do espaço urbano,
foi possível apreender a realidade urbana do local.
9. APÊNDICE.
A- QUESTIONÁRIO/ENTREVISTA DIRECIOANDA SOBRE A PERCEPÇÃO DO MEIO AMBIENTE NO BAIRRO ERNESTO GEISEL.
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBACENTRO DE TECNOLOGIADEPARTAMENTO DE ARQUITETURACURSO DE ARQUITETURA E URBANISMODISCIPLINA: DESENHO URBANO 1 PROFª: PATRÍCIA ALONSO
PERCEPÇÃO DO MEIO AMBIENTE – GRUPO DO BAIRRO ERNESTO GEISEL - PB
QUESTIONÁRIO/ENTREVISTA DIRECIONADA
1. IDENTIFICAÇÃO DO MORADOR1.1 Sexo:______ 1.2 Faixa etária: ( ) de 15 a 20 ( ) entre 21 e 39 ( ) de 40 a 59 ( )mais de 601.3 Escolaridade: ( )fundamental incompleto ( ) fundamental ( ) médio incompleto ( )médio completo ( )superior 1.4 Tem algum tipo de limitação motora? sim ( ) não ( )1.5 Tem crianças/ idosos em casa? sim ( ) não ( )1.6 Quantos anos mora neste Bairro? ( )menos de 1 ( ) entre 2 e 10 ( ) de 10 a 20 ( )mais de 30
2. INFRA-ESTRUTURA DO BAIRRO2.1 Segurança Públicaa) Você se sente seguro(a) neste bairro? ( ) Sim ( ) NãoPor quê?( ) Falta Iluminação pública( ) Faltam Postos Policiais( ) Alto índice de assalto( ) Alto índice de vandalismo, depredação e tráfico de drogas( ) Alto índice de acidentes de transito( ) Outros__________________________________________________________
2.2 Comercio e serviçosa) Você costuma utilizar o comercio ou os serviços disponíveis no seu Bairro?( ) Sim. Uso e gosto da localização( ) Sim, mas gostaria que fossem mais organizados( ) Não uso porquê têm difícil acesso. ( ) Não gosto/não preciso do que o bairro oferece( ) Outro_________________________________________________
b) Há algum tipo de comercio ou serviço que não existe no seu bairro e que lhe faz falta?( ) Não ( ) Sim. Qual?_____________________________________________________
2.3 Saúdea) Você mora próximo a algum posto de saúde?( ) Não ( ) Sim
b) O posto de saúde que você utiliza apresenta superlotação?( ) Não ( ) Sim
2.4 Educaçãoa) Em seu bairro, há quantidade suficiente de escolas e creches?( ) Não ( ) Sim
2.5 Lazera) No seu bairro, há espaços para caminhar? ( ) Não, as calçadas têm obstáculos e superfícies irregulares
( ) Sim. As calçadas são acessíveis. ( ) Não. Outro motivo:_____________________________
b) No seu bairro, há espaços para atividades culturais? ( ) Não, mas usamos as praças ou ruas menos movimentadas( ) Não. E não usamos nenhum outro lugar para essas atividades culturais( ) Sim. Mas não atende plenamente nossas necessidades( ) Sim. E esse espaço atende plenamente nossas necessidades
c) No seu Bairro existem espaços públicos destinados para praticar exercícios, esportes, encontrar pessoas e se divertir (Ex.: praças, clubes, igrejas)? ( ) Não, mas usamos as praças ou ruas menos movimentadas( ) Não. E não usamos nenhum outro lugar para essas atividades( ) Sim. Mas não atende plenamente nossas necessidades( ) Sim, existem vários locais agradáveis, confortáveis e equipados para essas atividades
d) Em geral, a infraestrutura dos espaços de convivência lhe protege de experiências sensoriais desagradáveis? (Ex.: vento, chuva, sol, barulho, poeira)( ) Não ( ) Sim
2.6 Meio ambientea) A arborização no seu bairro é esteticamente agradável?( ) Não. Por quê?________________________________________________________( ) Sim. Por quê?________________________________________________________
b) Essas arvores conseguem amenizar o calor da região?( ) Não ( ) Sim
2.7 Mobiliário urbanoa) As paradas de ônibus são confortáveis e tem assento?( ) Não ( ) Sim
b) No seu Bairro existe uma quantidade suficiente de lixeiras públicas?( ) Não ( ) Sim
2.8 Aparênciaa) A condição das calçadas do seu bairro lhe agrada?( ) Não. Por quê?________________________________________________________( ) Sim. Por quê?________________________________________________________
b) A condição do calçamento das ruas do seu bairro lhe agrada?( ) Não. Por quê?________________________________________________________( ) Sim. Por quê?________________________________________________________
b) Em geral, você está satisfeito(a) com a aparência do seu bairro?( ) Não. Por quê?________________________________________________________( ) Sim. Por quê?________________________________________________________
2.9 Saneamento básicoa) A coleta de lixo no seu Bairro acontece de maneira satisfatória?( ) Não ( ) Simb) O saneamento básico acontece de maneira satisfatória?( ) Não ( ) Sim
2.10 Mobilidade públicaa) Qual meio de transporte você mais utiliza?( ) Ônibus( ) Carro Particular( ) Moto( ) Bicicleta( ) Outro___________________________________________________c) Qual melhoria no transporte do seu Bairro seria mais útil para você?( ) Criação de mais pontos de ônibus e novas linhas ( ) Criação/ampliação das ciclofaixas/ciclovias( ) Melhoria na sinalização de pedestres e automóveis
2.11 Intervenções futuras
a)Que tipo de serviço ou obra é do interesse da população?( ) Projeto de organização do transito( ) Projeto de melhoria e ampliação de praças públicas( ) Projeto que vise a segurança pública( ) Outro:______________________________________________________________________
10. REFERÊNCIAS
DEL RIO, Vicente. Introdução ao desenho Urbano no processo de planejamento.
São Paulo: Pini, 1990.
NASCIMENTO, Elphem Carvalho do. Mercados Públicos de João Pessoa. João
Pessoa: UFPB, 2010. Monografia (Graduação em Geografia) Centro de Ciências
Exatas e da Natureza
SILVA, Antonio Willamys Fernandes da.Transformações Urbanísticas em um Bairro
Planejado: o caso do projeto habitacional de mangabeira em João Pessoa-PB.
João Pessoa: UFPB, 2005 Diss. Pós graduação em Engenharia Urbana
SILVA, Lídia Pereira. Proposta de Anteprojeto para o Mercado Público do Geisel.
TFG II (Trabalho Final de Graduação II) – Curso de Arquitetura e Urbanismo.
Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, PB, 2010.
SOUZA, Jussara Freire de. SILVA, Richarde Marques da.Transformações Recentes
no Uso e Ocupação do Solo nos Bairros de Água Fria e José Américo, João
Pessoa- PB. Cadernos do Logepa v.6, n.1, p.25‐40, jan./jun. 2011ISSN:2237‐7522
Universidade Federal da Paraíba DGEOC/CCEN/UFPB
Disponível em: www.geociencias.ufpb.br/cadernosdologepa Acesso em: 02 jul.2013.