trabalho - erosão e asseriamento (1)

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Curso de Licenciatura em Biologia Ecologia geral Prof. M. Sc. Leandra Lofego EROSÃO E ASSOREAMENTO Anivaldo Vasco Ademilton Alvez Guimarães Pedro Henrique Palmas - Tocantins Maio de 2010.

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Page 1: Trabalho - Erosão e asseriamento (1)

Curso de Licenciatura em Biologia

Ecologia geral

Prof. M. Sc. Leandra Lofego

EROSÃO

E

ASSOREAMENTO

Anivaldo Vasco

Ademilton Alvez Guimarães

Pedro Henrique

Palmas - Tocantins

Maio de 2010.

Page 2: Trabalho - Erosão e asseriamento (1)

Curso de Licenciatura em Biologia

Ecologia geral

Prof. M. Sc. Leandra Lofego

Anivaldo Vasco

Ademilton Alvez Guimarães

Pedro Henrique

EROSÃO

E

ASSOREAMENTO

Palmas - Tocantins

Maio de 2010.

Trabalho apresentado ao Centro Universitário

Luterano de Palmas – CEULP/ULBRA, como

parte das exigências da disciplina de Ecologia

Geral, do curso de Licenciatura Plena em

Biologia, ministrada pela Prof. M. Sc. Leandra

Lofego.

Page 3: Trabalho - Erosão e asseriamento (1)

Sumário

Lista de figuras iv

1 Introdução 5

2 Erosão 6

3 Tipos de Erosão 7

3.1 Erosão pela Água – Fluvial 7

3.1.1 Lençol 8

3.1.2 Sulcos 8

3.1.3 Embate 8

3.1.4 Desabamento 9

3.1.5 Queda 9

3.1.6 Vertical 10

3.2 Erosão pelo Vento - Eólica 10

3.2.1 Corrosão 11

3.2.2 Abrasão 11

3.2.3 Eólico 11

3.2.4 Deflação 11

3.2.5 Mecanismos de transportes eólicos 11

3.3 Erosão pela ondas 12

3.4 Cobertura de solo 12

3.5 Erosão antropica 13

3.6 Erosão costeira 13

3.7 Erosão diferencial 13

3.8 Erosão genética 13

3.9 Erosão remontante 13

3.10 Erosão Linear 13

3.10.1 Voçorocas 14

3.10.2 Ravinas 15

3.11 Erosão por gravidade 16

3.12 Erosão Marinha 16

3.13 Erosão Química 17

3.14 Erosão Glacial 17

4 Assoreamento 18

4.1 O que é Assoreamento? 19

4.2 O assoreamento é um fenômeno moderno? 19

4.3 O homem esta acelerando o Assoreamento? 19

4.4 Afinal, o assoreamento pode estagnar um rio? 20

4.5 Causas do Assoreamento 21

4.6 Conseqüências do Assoreamento 21

4.7 Como evitar o Assoreamento? 21

5 Conclusão 22

6 Referencias 22

iii

Page 4: Trabalho - Erosão e asseriamento (1)

Lista de figuras.

Figura 1: Erosão natural em Dianópolis/TO 6 Figura 2: Erosão fluvial 7 Figura 3: Erosão atinge lençol freático 8 Figura 4: Sulcos 8

Figura 5: Embate 9 Figura 6: Desabamento 9 Figura 7: esquema de erosão por queda 9 Figura 8: Erosão eólica 10 Figura 9: Esquema de mecanismo de transporte eólico 11

Figura 10: Erosão provocada pelas ondas 12

Figura 11: Voçoroca em lavoura de milho 14 Figura 12: Voçoroca próximo a zona urbana. 15 Figura 13: Ravinas 15 Figura 14: Voçoroca na zona urbana em Bauru/SP 16 Figura 15: Erosão da gravidade 16 Figura 16: Erosão marinha 17 Figura 17: Erosão quimica em rochas 17

Figura 18: Erosão glacial 18 Figura 19: Assoreamento no Parque Cesamar em Palmas/TO 18 Figura 20: Obra no Córrego Brejo Comprido em Palmas/TO 19 Figura 21: Construção de um shoping margens do Córrego Brejo Comprido em

Palmas/TO 20 Imagem 22: Disposição irregular de lixo em boçoroca 22

iv

Page 5: Trabalho - Erosão e asseriamento (1)

1 – Introdução.

O nosso planeta funciona como um sistema interativo de massa e energia que gera

vulcões, glaciares, montanhas, terras baixas, continentes e oceanos. A matéria da Terra – as suas

rochas e minerais – e a sua estrutura são relíquias da dinâmica evolutiva do sistema Terra ao

longo de 4600 m.a. de tempo geológico.

Vivemos em paisagens naturais modeladas por rios, glaciares, pelo vento e pela água

subterrânea. Podemos alterar – e alteramos de fato – o nosso ambiente através da construção de

núcleos habitacionais, do corte de valas para a construção de estradas e do redirecionamento dos

cursos de água. Porém, a nossa existência depende, afinal, dos processos geológicos básicos que

governam a dinâmica da superfície terrestre e dos vastos reservatórios de água que cobrem a

maior parte do planeta.

A dinâmica da superfície terrestre é controlada pelo Sol, cuja energia radiante conduz a

atmosfera e os oceanos num padrão circulatório complexo que produz, em última análise, o nosso

clima e transporta a água por todos o globo. Os processos da superfície resultam da interação da

máquina solar externa com a máquina calorífica interna da Terra.

A proposta do trabalho é explicar os processos de erosão dos solos e de assoreamentos,

com ênfase nos impactos ambientais causados por esses processos e também o esclarecimento de

alguns termos geomorfológicos para maior compreensão do trabalho proposto.

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Page 6: Trabalho - Erosão e asseriamento (1)

2 – Erosão

Pode-se dizer que de todos os recursos naturais existentes no planeta, o solo é um dos

mais instáveis quando modificado, ou seja, quando sua camada protetora é retirada. Uma vez

modificado, para cultivo ou desprovido de sua vegetação originária têm início a erosão, capaz de

remover mil vezes mais material do que se este mesmo solo estivesse coberto.

O arraste de partículas constituintes do solo se dá pela ação de fatores naturais como água,

vento, ondas que são tipos de erosão, além da própria erosão geológica ou normal que tem por

finalidade nivelar a superfície terrestre.

Então, podemos dizer que: Erosão é a remoção de partículas do solo das partes mais altas

e o seu transporte para as partes mais baixas do terreno ou para o fundo de lagos, lagoas, rios e

oceanos.

Gotas de chuva ao impactarem um solo desprovido de vegetação desagregam partículas

que, conforme seu tamanho são facilmente carregadas pela enxurrada. Usando o exemplo da

agricultura, quando o agricultor se dá conta de que este processo está acontecendo, o solo já está

improdutivo.

Uma vez modificado, para cultivo ou desprovido de sua vegetação originária têm início a

erosão, capaz de remover mil vezes mais material do que se este mesmo solo estivesse coberto.

Por ano o Brasil perde aproximadamente 500 milhões de toneladas de solos através da erosão.

Processos erosivos ocorrem de forma moderada em um solo coberto, sendo esta erosão

chamada de geológica ou normal.

Figura 1: Erosão natural em Dianópolis/TO

Foto: Anivaldo Vasco

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Page 7: Trabalho - Erosão e asseriamento (1)

3 – Tipos de Erosão

No Brasil, as erosões mais importantes são provocadas pela ação da água, também

chamada de erosão hídrica.

A erosão realiza-se em duas fases: desagregação e transporte.

A desagregação: é provocada pelo impacto das gotas de chuva e pela água que escorre na

superfície. O impacto direto das gotas de chuva no solo desprotegido, cuja vegetação foi

destruída, provoca a desagregação da partícula. As partículas desagregadas são, então,

transportadas pelas enxurradas. O transporte depende do tamanho das partículas. Assim, as

partículas diminutas de argila e limo são facilmente carregadas pelas águas das enxurradas.

A erosão provocada pelas águas pode ser superficial quando o solo vai sendo carregado

lentamente, sem que o problema seja notado. Quando os agricultores percebem a erosão, muitas

vezes o solo já está improdutivo. A erosão pode ocorrer também em forma de sulcos ou

voçorocas, quando sulcos e valetas são abertos com o transporte do solo no terreno em declive.

Esse tipo de erosão é o que chama mais a atenção dos agricultores, porque torna o solo

improdutivo em tempo muito curto.

3.1 – Erosão pela Água – Fluvial

Também chamada de erosão hídrica, é o tipo de erosão mais importante e preocupante no

Brasil, pois desagrega e transporta o material erodido com grande facilidade, principalmente em

regiões de clima úmido onde seus resultados são mais drásticos.

Gotas de chuva ao impactarem um solo desprovido de vegetação desagregam partículas

que, conforme seu tamanho são facilmente carregadas pela enxurrada. Usando o exemplo da

agricultura, quando o agricultor se dá conta de que este processo está acontecendo, o solo já está

improdutivo.

A erosão pela água apresenta-se em seis diferentes formas, a seguir:

Figura 2: Erosão fluvial

3.1.1- Lençol: superficial ou laminar; desgasta de forma uniforme o solo. Em seu estágio inicial é

quase imperceptível, já quando avançado o solo torna-se mais claro (coloração), a água de

enxurrada é lodosa, raízes de plantas perenes afloram e há decréscimo na colheita.

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Page 8: Trabalho - Erosão e asseriamento (1)

Figura 3: Erosão atinge lençol freático

3.1.2 - Sulcos: canais ou ravinas; apresenta sulcos sinuosos ao longo dos declives, estes formados

pelo escorrimento das águas das chuvas no terreno. Uma erosão em lençol pode evoluir para uma

erosão em sulcos, o que não indica que uma iniciou em virtude da outra. Vários fatores influem

para o seu surgimento, um deles é a aração que acompanha o declive, resultando em desgaste,

empobrecimento do solo e posterior dificuldade para manejo com sulcos já formados.

Figura 4: Sulcos

3.1.3 - Embate: ocorre pelo impacto das gotas de chuva no solo, estando este desprovido de

vegetação; partículas são desagregadas sendo facilmente arrastadas pelas enxurradas. Já as

partículas mais finas que permanecem em suspensão, atingem camadas mais profundas do solo

por eluviação, pode acontecer destas partículas encontrarem um horizonte que as impeça de

passar provocando danos ainda maiores.

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Page 9: Trabalho - Erosão e asseriamento (1)

Figura 5: Embate

3.1.4 - Desabamento: têm sua principal ocorrência em terrenos arenosos, regossóis em particular.

Sulcos deixados pelas chuvas sofrem novos atritos de correntes d'água vindo a desmoronar,

aumentando suas dimensões com o passar do tempo, formando voçorocas.

Figura 6: Desabamento

3.1.5 - Queda: se dá com a precipitação da água por um barranco, formando uma queda d'água e

provocando o solapamento de sua base com desmoronamentos periódicos originando sulcos.

É de pequena importância agrícola.

Figura 7: Esquema de erosão por queda

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3.1.6 - Vertical: é a eluviação, o transporte de partículas e materiais solubilizados através do solo.

A porosidade e agregação do solo influenciam na natureza e intensidade do processo podendo

formar horizontes de impedimento ou deslocar nutrientes para e pelas raízes das plantas.

3.2 – Erosão pelo Vento - Eólica

Consiste no transporte aéreo ou por rolamento das partículas erodidas do solo, sua

importância é grande onde são comuns os ventos fortes. Esta ação é melhor notada em regiões

planas principalmente do planalto central e em alguns pontos do litoral. Em regiões onde o teor

de umidade do solo é mais elevado o evento ocorre em menor intensidade.

Figura 8: Erosão eólica

Um dos principais danos causados pela erosão eólica é o enterramento de solos férteis; os

materiais transportados mesmo de longas distâncias sedimentam-se recobrindo camadas férteis.

A diminuição da velocidade do vento ou deflação ocorre freqüentemente em regiões de

campos de dunas com a retirada preferencial de material superficial mais fino (areia, silte),

permanecendo, muitas vezes, uma camada de pedregulhos e seixos atapetando a superfície

erodida.

Pode ocorrer forte erosão associada à deflação, esculpindo nas rochas formas ruiniformes

e outras feições típicas de desertos e outras assoladas por fortes ventos.

Em locais de forte e constante deflação podem se formar zonas rebaixadas, em meio a

regiões desérticas, e que com as escassas chuvas formam lagos rasos (playa), secos na maior

parte do tempo; lama endurecida ou camadas de sal atapetam, muitas vezes essas playas.

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Page 11: Trabalho - Erosão e asseriamento (1)

3.2.1 – Corrosão

Processo de desgaste físico das rochas através, principalmente, do impacto e/ou atrito de

partículas transportadas pelo vento (eólica), pela água (fluvial, de marés, correntes) ou pelo gelo

(de geleira). E o vento "esculpe" as rochas, dando as formas.

3.2.2 – Abrasão

Processo erosivo ou de desgaste de rochas pelo impacto e/ou atrito/fricção de partículas

ou fragmentos carregados por correntes eólicas, glaciais, fluviais, marinhas, de turbidez, pelo vai

e vem de ondas.

3.2.3 – Eólico

Processo, depósito sedimentar ou feição/estrutura que tem o vento como agente

geológico.

Exemplos: dunas em desertos ou praias são depósitos eólicos; corrosão é o processo de desgaste e

deflação é o de erosão eólicas.

3.2.4 – Deflação

A deflação ocorre freqüentemente em regiões de campos de dunas com a retirada

preferencial de material superficial mais fino (areia, silte), permanecendo, muitas vezes, uma

camada de pedregulhos e seixos atapetando a superfície erodida.

Pode ocorrer forte corrosão associada à deflação, esculpindo nas rochas formas

ruiniformes e outras feições típicas de regiões desérticas e outras assoladas por fortes ventos.

Em locais de forte e constante deflação podem se formar zonas rebaixadas, em meio a

regiões desérticas, e que com as escassas chuvas formam lagos rasos (playa), secos na maior

parte do tempo; lama endurecida ou camadas de sal atapetam, muitas vezes essas playas.

3.2.5 - Mecanismos de transporte eólico

Dependendo do tamanho da partícula e da força da corrente de vento, o transporte eólico

(ver figura) pode se dar por:

1- Arrastamento

2- Saltação

3- Suspensão

Figura 9: esquema de mecanismo de transporte eólico

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Page 12: Trabalho - Erosão e asseriamento (1)

3.3 – Erosão pelas Ondas

Ondas são formadas pela ação conjunta de vento e água, seus efeitos são notados em

ambientes lacustres, litorâneos e margens de rios.

O embate das águas (fluxo e refluxo) nas margens provoca o desagregamento de material,

permanecendo este suspenso sendo depositado posteriormente no fundo dos rios, lagos, mares

etc.

Figura 10: Erosão provocada pelas ondas.

Quando se fala em solos e erosão, surgem alguns fatores determinantes da erosão

classificados como extrínsecos e intrínsecos.

Extrínsecos:

Naturais - chuva, vento e ondas.

Ocasionais - cobertura e manejo do solo

Intrínsecos:

Topografia - declividade e comprimento da rampa.

Propriedades do solo.

Fatores como chuva, vento e ondas foram citados anteriormente, os quais são

considerados os principais causadores ou agravadores da erosão.

3.4 – Cobertura do Solo.

Baseando-se em experiências e observações, denota-se a grande eficiência contra a erosão

em solos cobertos por vegetação, sua presença permite uma melhor absorção de águas pelo solo

reduzindo tanto as enxurradas como a possibilidade de erosão.

Em áreas adaptadas à agricultura, onde o equilíbrio natural, foi rompido sem uma

preocupação de contenção erosiva seus efeitos são mais ¨sentidos¨. Em uma área com cultura

cujo solo é mantido descoberto, perde-se por ano cerca de 3 a 6 vezes mais solo do que em área

idêntica com vegetação densa, ocorrendo também perdas consideráveis de água no solo.

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Page 13: Trabalho - Erosão e asseriamento (1)

3.5 – Erosão antrópica.

Aceleramento da erosão nas camadas superiores do solo em conseqüência de

desflorestamentos, construção de estradas etc., ocasionando um desequilíbrio litogliptogênico

(Glossário LIbreria, 2003).

3.6 – Erosão costeira.

Processo, em geral natural, que pode atuar tanto em costa rasa (com praias) como

escarpada (com falésias). Dessa maneira a erosão praial e erosão de falésia correspondem a casos

particulares de erosão costeira.

3.7 – Erosão diferencial.

Remoção seletiva de materiais rochosos, por exemplo de zonas costeiras por atuação de

ondas, de acordo com maior ou menor susceptibilidade dos materiais aos agentes naturais. Em

alguns trechos da costa brasileira, onde as estruturas de rochas pré-cambrianas são transversais à

praia, este fenômeno pode favorecer o afeiçoamento irregular da linha costeira.

3.8 – Erosão genética.

Perda de variabilidade genética de uma espécie. A perda pode atingir populações ou um

genótipo particular, com a supressão de genes e/ou séries alélicas do reservatório gênico da

espécie.

Diminuição da variabilidade genética de uma espécie, que pode colocá-la sob risco de

extinção.

3.9 – Erosão remontante

Erosão que ocorre quando o lençol freático é interceptado pela superfície do terreno. O

fluxo da água subterrânea, na forma de uma fonte, inicia a retirada das partículas do solo dando

surgimento a pequenos túneis que progridem em direção ao montante do fluxo subterrâneo. Com

o passar do tempo o solo que recobre este túnel, ou buraco horizontal, sofre colapso gravitacional

e todo o material é carregado pelo contínuo fluxo de água, sendo acelerado pela ação da água das

chuvas em estações chuvosas. Desta forma a ravina vai progredindo e se aprofundando a

montante do fluxo subterrâneo. Este processo pode atingir grandes extensões e profundidades,

sendo responsável pelo surgimento de uma feição geomorfológica conhecida como boçoroca ou

voçoroca.

3.10 – Erosão linear

Ocorre devido a concentração do fluxo de escoamento d água, evoluindo em 3 tipos

diferentes: sulcos, ravinas e boçorocas.

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Page 14: Trabalho - Erosão e asseriamento (1)

É provocada pela concentração do fluxo d água, ocasionada pela construção de canaletas

de captação de água pluvial.

3.10.1 – Voçorocas.

É a forma mais avançada da erosão, ocasionada por grandes concentrações de enxurrada

que passam, ano após ano, no mesmo sulco, que se vai ampliando, pelo deslocamento de grandes

massas de solo, e formando grandes cavidades em extensão e em profundidade.

Figura 11: Voçoroca em lavoura de milho.

A voçoroca é a visão impressionante do efeito da enxurrada descontrolada sobre a terra.

Aliado a isto temos a ação da erosão interna "piping" que provoca às vezes a ruptura das paredes

das voçoroca.

A erosão se dá fundamentalmente pela combinação das ações de remoção e transporte de

partículas de solo por agentes naturais como o vento e a água.

Como uma de suas decorrências, há ao final também a ação de deposição (assoreamento

de cursos d’água, baixadas, lagos) do material removido e transportado.

Dos processos erosivos que assolam o país em suas áreas rurais e urbanas, a voçoroca é

sem dúvida o de maior energia destrutiva. Por essa característica atraiu a atenção de muitos

pesquisadores e estudiosos dos campos da geologia, da geotecnia e da agronomia. O fenômeno

foi, já há décadas, muito bem estudado, tanto em suas causas como nas medidas e serviços para

sua prevenção e para sua estabilização. Infelizmente, como acontece com muitas outras situações,

o desenvolvimento técnico verificado não foi suficiente para que medidas de gestão territorial e

medidas localizadas de engenharia geotécnica fossem largamente adotadas.

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Page 15: Trabalho - Erosão e asseriamento (1)

Figura 12: Voçoroca próximo a zona urbana.

3.10.2 - Ravinas

Ocorrem quando a água do escoamento superficial escava o solo atingindo seus

horizontes inferiores e, em seguida, a rocha. Também ocorrem movimentos de massa devido ao

abatimento de seus taludes.

Possuem forma retilínea, alongada e estreita. Raramente se ramificam e não chegam a

atingir o nível freático. Apresentam perfil transversal em "V" e geralmente ocorrem entre eixos

de drenagens, muitas vezes associadas a estradas, trilhas de gado e carreadores

Figura 13: Ravinas

A diferença entre as ravinas e as boçorocas está na presença, no caso das boçorocas, do

nível freático aflorando no fundo do canal, o que condiciona uma evolução da erosão (lateral e

longitudinal

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Page 16: Trabalho - Erosão e asseriamento (1)

Figura 14: Voçoroca na zona urbana em Bauru/SP

3.11 – Erosão por gravidade

Deslize numa montanha, a água debilitou o solo.

Consiste no movimento de rochas e sedimentos montanha abaixo principalmente devido a

força da gravidade.

Figura 15: Erosão da gravidade

3.12 – Erosão marinha

A erosão marinha atua sobre o litoral modelando-o e deve-se fundamentalmente à ação de

três factores: ondas, correntes e marés. Tanto ocorre nas costas rochosas bem como nas praias

arenosas. Nas primeiras ações erosivas do mar forma as falésias, nas segundas ocorrem o recuo

das praias, onde o sedimento removido pelas ondas é transportado lateralmente pelas correntes de

deriva litoral.

Nas praias arenosas a erosão constitui um grave problema para as populações costeiras.

Os danos causados podem ir desde a destruição das habitações e infra-estruturas humanas, até a

graves problemas ambientais. Para retardar ou solucionar o problema, podem ser tomadas

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Page 17: Trabalho - Erosão e asseriamento (1)

diversas medidas de protecção, sendo as principais as construções pesadas de defesa costeira

(enrocamentos e esporões) e a realimentação de praias.

Figura 16: Erosão marinha

3.13 – Erosão química

Envolve todos os processos químicos que ocorrem nas rochas. Há intervenção de fatores

como calor, frio, água, compostos biológicos e reações químicas da água nas rochas. Este tipo de

erosão depende do clima, em climas polares e secos, as rochas se destroem pela troca de

temperatura; e em climas tropicais quentes e temperados, a humidade, a água e os dejetos

orgânicos reagem com as rochas e as destroem.

Figura 17: Erosão quimica em rochas

3.14 – Erosão glacial

As geleiras (glaciares) deslocam-se lentamente, no sentido descendente, provocando

erosão e sedimentação glacial. Ao longo dos anos, o gelo pode desaparecer das geleiras,

deixando um vale em forma de U ou um fiorde, se junto ao mar. Pode também ocorrer devido à

susceptibilidade das glaciações em locais com predominância de rochas porosas. No verão, a

água acumula-se nas cavidades dessas rochas. No inverno, essa água congela e sofre dilatação,

pressionando as paredes dos poros. Terminado o inverno, o gelo funde, e congela novamente no

inverno seguinte.

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Page 18: Trabalho - Erosão e asseriamento (1)

Esse processo ocorrendo sucessivamente, desagregará, aos poucos, a rocha, após um certo

tempo, causando o desmoronamento de parte da rocha, e conseqüentemente, levando à formação

dos grandes paredões ou fiordes.

Figura 18: Erosão glacial

4 – Assoreamentos

Acúmulo de areia, solo desprendido de erosões e outros materiais levados até rios e lagos

pela chuva ou pelo vento. Quando isso ocorre, cabe às matas ciliares servirem de filtro para que

este material não se deposite sob a água. Quando as matas são indevidamente removidas, rios e

lagos perdem sua proteção natural e ficam sujeitos ao Assoreamento, e ao desbarrancamento de

suas margens, o que agrava ainda mais o problema.

Figura 19: Assoreamento no Parque Cesamar em Palmas/TO

Foto: Anivaldo Vasco

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Page 19: Trabalho - Erosão e asseriamento (1)

O Assoreamento reduz o volume de água, torna-a turva e impossibilita a entrada de luz

dificultando a fotossíntese e impedindo renovação do oxigênio para algas e peixes, conduzindo

rios e lagos ao desaparecimento. Evitar e controlar erosões no solo, além de manter as matas

ciliares intactas é a melhor receita para evitar o Assoreamento.

4.1 – O que é assoreamento?

Os processos erosivos, causados pelas águas, ventos e processos químicos, antrópicos e

físicos, desagregam os solos e rochas formando sedimentos que serão transportados. O depósito

destes sedimentos constitui o fenômeno do assoreamento.

4.2 – O assoreamento é um fenômeno moderno?

O processo é tão velho quanto a nossa terra. Nestes bilhões de anos os sedimentos foram

transportados nas direções dos mares, assoreando os rios e seus canais, formando extensas

planícies aluvionares, deltas e preenchendo o fundo dos oceanos. Incontáveis bilhões de metros

cúbicos de sedimentos foram transportados e depositados.

Se este processo fosse filmado e o filme, destes bilhões de anos, condensado em poucas

horas nós veríamos um planeta vivo, em constante mutação, onde as montanhas nascem e são

erodidas tendo o seu material transportado para os mares que são completamente assoreados por

sedimentos que serão comprimidos e se transformarão, por força da pressão e temperatura em

rochas que irão formar outras montanhas que serão erodidas ... e o ciclo se repete.

Enquanto a terra for quente estes ciclos irão se repetir com ou sem a influência do homem.

A medida que o nosso planeta esfriar e as montanhas erodidas não forem substituídas por novas

aí sim teremos o fim da erosão e, naturalmente do assoreamento.

4.3 – O Homem está acelerando o assoreamento?

Figura 20: Obra no Córrego Brejo Comprido em Palmas/TO

Foto: Anivaldo Vasco

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Page 20: Trabalho - Erosão e asseriamento (1)

Figura 21: Construção de um shopping margens do Córrego Brejo Comprido em Palmas/TO

Infelizmente o Homem através do desmatamento e das emissões gasosas contribui para o

processo erosional o que acelera o assoreamento como pode ser visto nas imagens acima. Mas

qualquer fenômeno natural como vulcões, furacões, maremotos e terremotos pode, em poucas

horas, causar estragos muito maiores do que aqueles causados pela influência do homem.

Mesmo em vista destes fatos não devemos minimizar a influência do Homem no

processo.

4.4 – Afinal, o assoreamento pode estagnar um rio?

O assoreamento pode afetar a navegabilidade dos rios obrigando a dragagens e outros atos

corretivos, mas, enquanto existirem chuvas a água irá continuar, inexoravelmente, correndo em

direção ao mar, vencendo, nos seus caminhos todas as barreiras que o homem ou a própria

natureza colocar.

A natureza mostra que é praticamente impossível represar as águas mesmo em situações

drásticas como a formação de uma montanha. Um exemplo clássico é o do Rio Amazonas. A

centenas de milhões de anos as águas onde hoje é a Bacia do Amazonas corriam para Oeste. Com

o surgimento da cordilheira dos Andes estas águas foram, a princípio impedidas de fluir naquela

direção, mas com o tempo mudaram de sentido correndo para Leste, transportando imensos

volumes de sedimentos que se depositaram (assoreando) no gigantesco vale tipo "rift" que hoje é

chamado de Bacia do Amazonas. Nem por isso o nosso rio deixou de fluir.

Foto: Anivaldo Vasco

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Page 21: Trabalho - Erosão e asseriamento (1)

Não há como dissociar um rio do seu sedimento. Um não existe sem o outro. O

assoreamento poderá matar os lagos, mas nunca o rio que, enquanto houver o ciclo hidrológico,

continuará no sua incansável jornada em direção ao mar.

4.5 – Causas do Assoreamento

As causas do assoreamento são na maioria das vezes naturais, como a movimentação de

areaia e outros detritos levados pela água da chuva e também pelos ventos, mas seu depósito no

fundo das águas de rios, canais e dos lagos é favorecido pela ação do homem que tira a proteção

natural dessas fontes de água. As matas ciliares são essenciais para a proteção dessas fontes

contra o assoreamento, elas atuam como filtros ou barreiras naturais e evitam que esses

sedimentos nas suas mais diversas formas cheguem até o leito das fontes de água e se depositem

no seu fundo. Quando as matas ciliares são derrubadas e devastadas, as margens dessas fontes

ficam desprotegidas, sem proteção natural, e assim mais vulneráveis e sujeitas ao

desbarrancamento e ao assoreamento. A agricultura sem o manejo adequado do solo também

acaba exaurindo o solo, assim como o desmatamento e todas as outras formas de ação humana

que provoquem a desertificação e a erosão, além de outras atividades como a mineração e a

ocupação urbana sem projetos de sustentabilidade ambiental, também acabam por concorrer para

o assoreamento das fontes de água.

4.6 – Conseqüências do Assoreamento

O assoreamento tem conseqüências graves para o meio ambiente, especialmente por ser

um fenômeno progressivo que vai aumentando ao longo dos anos, podendo passar despercebido

até que seus efeitos se tornem visíveis. O assoreamento das fontes de água naturalmente reduz o

volume dessas águas, e impede a renovação do oxigênio necessário para a manutenção da vida

marinha, contribuindo para a extinção de várias espécies aquáticas e também conduzindo muitas

dessas fontes de água para o desaparecimento através de uma lenta agonia.

4.7 – Como evitar o Assoreamento?

A sustentabilidade é a palavra do momento quando tratamos de assuntos relacionados

com o meio ambiente. Todas as ações humanas têm que ser vistas sob o prisma da

sustentabilidade, ou seja, elas não podem prejudicar o sistema em que se inserem, e quando isso

for imprescindível tem que oferecer formas alternativas de recuperar o mal causado. O ser

humano precisa se conscientizar que é responsável pelo planeta em que vive e todos os seus bens

naturais.

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Page 22: Trabalho - Erosão e asseriamento (1)

5 – Conclusão

Conclui-se que a importância do estudo dos processos erosivos está voltada para a adoção

de estratégias de conservação dos solos, de forma a reduzir a erosão a níveis aceitáveis. Em

relação aos solos da ravina observa-se que todos eles são areias argilosas.

O desmatamento generalizado, erros no manejo agrícola e pecuário do solo e a

concentração forçada do escoamento de águas pluviais em ambientes urbanos têm provocado um

catastrófico processo de erosão e assoreamento rural e peri-urbana em várias regiões do país. As

ravinas e as boçorocas são a expressão maior desse fenômeno. Como conseqüências negativas, o

rebaixamento do lençol freático regional, a perda de solos, o intenso assoreamento de drenagens

naturais. E são erros sobre erros, em muitos municípios as boçorocas têm sido utilizadas para

despejo de lixo urbano, com graves e diretas implicações na contaminação das águas profundas e

de superfície. Vejamos na imagem abaixo, o uso que foi dado a erosão.

Imagem 22: Disposição irregular de lixo em boçoroca

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Page 23: Trabalho - Erosão e asseriamento (1)

6 – Referências

CUNHA, S. B. e GUERRA, A. J. T. Geomorfologia do Brasil. Rio de Janeiro, Editora

Bertrand Brasil, 1998, 388p.

Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação do Distrito Federal. Meio Ambiente.

Disponível em: <www.semarh.df.gov.br >. Acesso em 28 mai. 2010.

WIKIPEDIA. A enciclopédia livre. Erosão. Disponível em:

<http://pt.wikipedia.org/wiki/Aranha>. Acesso em 28 mai. 2010.

WIKIPEDIA. A enciclopédia livre. Assoreamento. Disponível em:

<http://pt.wikipedia.org/wiki/Aranha>. www.dicionario.pro.br.

Dicionário Livre de Geociências. Erosão. < www.dicionario.pro.br >. Acesso em 28 mai. 2010

Dicionário Livre de Geociências. Assoreamento. < www.dicionario.pro.br >. Acesso em 28 mai.

2010

Biogeologia’s Weblog. Erosão Costeira. <http://biogeologia.wordpress.com >. Acesso em 29

mai. 2010

Yahoo! Respostas. O que é erosão e Assoreamentos.< http://br.answers.yahoo.com >. Acesso

em 29 mai. 2010.

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