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“Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho”

Salmo 119:105

Vítor Quinta Revisto em Setembro 2018

Parte 1 – Notas Prévias e Introdução Eis a visão dos salvos na glória, os chamados, eleitos e fiéis de todos os povos, tribos, nações e línguas que, ao longo dos tempos, antes e depois do advento do Cristo Yeshua (Jesus), O Rei vindouro, O Elohim de toda a Terra (Isaías 54:5), abraçaram o Concerto de YHWH feito com o ser humano que ama a Sua vinda:

Apocalipse 14:12 – “Aqui está a paciência dos santos; aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus”.

Isaías 8:16, 20 – “Liga o testemunho, sela a Lei entre os meus discípulos... À Lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, é porque não há luz [verdade] neles” –

2.Pedro 1:19 – “E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça [com a vinda do Rei Eterno Yeshua], e a estrela da alva [O Messias, Yeshua] apareça em vossos corações”.

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A LEI/TORÁ DE YHWH – PT. 1 2

Antes de entrarmos nos vários tópicos e secções deste trabalho, impõe-se que apresentemos uma breve explicação acerca do Santo Nome do nosso Elohim, Aquele que Se revelou a tão servos Seus, como, por exemplo, aos patriarcas de Israel, Abraão, Isaac e Jacob. Ao longo deste extenso trabalho usaremos tanto O Nome Santo do Eterno, “YHWH”, como ocasionalmente a designação “Deus” (do Heb.: “Elohim”) para nomearmos O Ser Supremo, O Todo-Poderoso, Pai Celestial, O YHWH de Israel. Esta dupla utilização tem a intenção de, aos poucos, irmos conhecendo melhor O Santo Nome (Heb.: “HaShem”) de YHWH, Nome pelo qual Ele Se deu a conhecer a Moisés (Êxodo 3:14-15): “EU SOU O QUE SOU”, O Elohim que Se revelou a Moisés e a tantos servos Seus na antiguidade e que nos últimos dias se revelou a toda a humanidade através do Seu Filho, nosso Adonai Yeshua, O Cristo (O Nome Yeshua ou Yahoshua significa: “Salvação de YHWH” ou “YAH salva”). Embora muitos defendam que nos nossos dias não há uma certeza absoluta sobre a forma de foneticamente pronunciarmos o Seu Santo Nome, este aparece-nos representado pelo tetragrama “YHWH”1. Este é O Santo Nome foi ocultado desde tempos antigos pelos escribas e que, segundo a tradição dos homens foi várias vezes contrariada por Yeshua, O Cristo, ao ponto de O acusarem de blasfémia (pois tal era punido com a pena de morte). Este Nome só devia ser pronunciado uma vez no ano, pelo sumo-sacerdote, no Templo, no Dia da Expiação (Yom Kippur), tal era a reserva que os responsáveis religiosos da época colocavam na evocação do Nome Santo do Altíssimo, levando-os a substituirem o tetragrama YHWH por “Adonai” (Senhor), para que o povo não violasse o mandamento da Torá que diz: “Não tomarás o Nome do Senhor [YHWH] teu Deus em vão...”.

1 De entre as muitas fontes consultadas podemos destacar a Enciclopedia Judaica, no Vol.7, pag. 679 que

diz: “A verdadeira pronúncia do Nome YHWH nunca foi perdida. Vários escritores gregos antigos da Igreja Cristã testeficam que O Nome era pronunciado “YAHWEH”. Nota do autor: este santo Nome é O “Eu Sou” pronunciado várias vezes pelo Messias Jesus (Heb.: Yahshua”, “salvação de Yah”)

Não podemos pensar em aplicar o nosso coração ao estudo, à compreensão e à prática dos ensinamentos do Elohim YHWH na nossa vida diária, se não entendermos, e acreditarmos, que já hoje estamos enxertados na Sua Israel, conforme a Romanos 11, o povo santo e fiel a esses ensinamentos de vida, que Ele vem separando desde o princípio da Criação para com Ele viver eternamente. O povo que YHWH vem separando para Si desde o princípio, é aquele que aceita viver de acordo com estes dois pilares da salvação do ser humano: a Sua Lei/Torá (os Seus mandamentos, juízos, estatutos e testemunhos), expressa em toda a Bíblia Sagrada, de Génesis a Apocalipse e, conforme, também aos testemunhos de Yeshua HaMashiach e aos dos profetas. Mateus 5:18 – “Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem,

nem um jota ou um til se omitirá da Lei, sem que tudo seja cumprido”.

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O tetragrama [ ] representa as letras do alfabeto hebraico “Yod”, “Hey”, “Vav”,

“Hey”. Parece-nos pois que a forma mais correcta de pronunciarmos este Santo Nome em português, a partir do tetragrama “YHWH” é, foneticamente: “IAUÉ”. Sempre que nos deparamos com uma passagem bíblica que se refere ao Senhor (escrita em letra maiúscula) o autor desse livro estava a referir-se ao Nome Santo YHWH. Porém, como sabemos, e pelas razões já acima apontadas, os antigos escribas “ocultaram” O Santo Nome de YHWH, substituindo-O pela designação “Adonai” que em hebraico significa “Senhor”. Porém, fizeram-no com o cuidado de escreverem a palavra Senhor em letra maiúscula para que se fizesse distinção Daquele que é O SENHOR dos Senhores. Deste modo, tomámos a liberdade de repor O Santo Nome de YHWH em vez da palavra SENHOR, sempre que ela nos aparece na reprodução das passagens bíblicas. Nos textos deste trabalho e sempre que nos referimos ao Filho, O Messias, chama-mo-Lo pelo Seu nome natural em aramaico “Yeshua” (no hebraico: “Yehoshua”). Porém, não substituímos o nome Jesus que se encontra publicado nas passagens transcritas da Bíblia traduzida por João Ferreira de Almeida. Uma outra questão muito importante para a compreensão deste trabalho provém de uma necessidade que deve ser satisfeita, na medida do possível, por todo o que se dedica ao estudo da Palavra do Eterno e que se resume à procura do entendimento do pensamento hebraico com base no qual as Escrituras e os Evangelhos nos foram transmitidos pelos muitos servos do passado, divinamente inspirados. Porém, para entendermos as Escrituras e os Escritos Apostólicos temos de ir mais além. Temos de, hoje mesmo, passados pelo menos 20 séculos e mais, procurar desentranhar e perceber o sentido verdadeiro dos textos que nos foram legados na base de um pensamento e contexto hebraicos, procurando expurgar os condicionamentos que nos foram impostos ao longo de séculos por um raciocínio de base ocidental e, por isso mesmo, eivado de conceitos filosóficos de raiz greco-romanos e outros (babilónicos, por exemplo), procurando ir mais além do simples entendimento superficial das Escrituras que, devido a esses condicionamentos pode estar desprovido do seu verdadeiro significado, as quais nos foram dadas originalmente num contexto hebraico que por vezes não levamos em consideração. Este aspecto é muito importante pois, se não fizermos esta distinção, podemos ser conduzidos a raciocínios e conclusões afastados do verdadeiro intento daqueles que nos escreveram esses textos inspirados pelo Espírito Santo de YHWH, podendo até desvirtuar o sentido que os autores procuraram transmitir às gerações seguintes. Veja-se a confusão que ainda hoje existe em relação a muitos dos trechos escritos pelo apóstolo Paulo, acerca dos quais Pedro nos diz que alguns torcem para sua própria perdição: 2.Pero 3:15-18. Tais barreiras linguísticas e até erros ou tendências de tradutores menos cuidadosos ou inspirados, podem constituir, ainda hoje, um obstáculo a um correcto entendimento dos Evangelhos que em nada se opõem às Escrituras antigas, o erradamente chamado Antigo Testamento (o “Tanach”).

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Estes aspectos são de primordial importância se levarmos em conta que praticamente todas as Escrituras (AT) e 3/4 partes dos Escritos Apostólicos (NT) foram escritos em hebraico ou em aramaico. Chama-se assim a atenção para estes aspectos pois eles devem estar sempre presentes no nosso estudo da Palavra do Altíssimo Elohim. Outro dos fundamentos do estudo da Palavra centra-se na análise do contexto em que as passagens do Livro Santo nos são dadas para que, como alguns fazem, não incorramos também no erro de construir uma doutrina sobre um ou dois versículos, ignorando não só o contexto em que essas passagens nos foram transmitidas como, ainda, as referências cruzadas com outras passagens que se relacionam com o mesmo assunto em estudo. Diz-nos a Palavra de YHWH em Isaías 28:9-10 – “A quem, pois, se ensinaria o conhecimento? E a quem se daria a entender doutrina? Ao desmamado do leite, e ao arrancado dos seios? Porque é mandamento sobre mandamento, mandamento sobre mandamento, regra sobre regra, regra sobre regra, um pouco aqui, um pouco ali”. Vemos assim que a aquisição do verdadeiro conhecimento que nos vem do Altíssimo é gradual e progressivamente adquirido, com estudo, oração e ajuda do Espírito Santo de YHWH. De forma a compreendermos melhor o sentido das palavras de alguns apóstolos de Yeshua, nomeadamente as de Paulo, iremos estudar aqui o contexto em que essas palavras foram escritas e, também, procurar identificar a origem das mesmas na língua em que foram escritas, uma vez que, conforme já dissemos, algumas traduções podem induzir ao erro premeditado (ou mesmo ao não intencional), sobretudo se se levar em consideração que muitos textos originais estão escritos em linguagem aramaica e hebraica, que depois foram vertidos para o grego e, daqui para o inglês e, em muitos casos, do inglês para o português. Vejam quantas distorções podem ocorrer neste longo processo. Uma vez que não somos estudiosos do aramaico, do hebraico ou mesmo do grego, temos de nos socorrer de estudos feitos por especialistas nestas línguas. Por isso, sempre que for oportuno, aditaremos as explicações que se revelem necessárias à compreensão dos textos. Por último fica a nota que parte ou partes deste trabalho podem ser livremente reproduzidos fazendo sempre menção do autor do mesmo e da referência ao site onde o mesmo se encontra publicado: www.kol-shofar.org (A Voz da Trombeta). O longo trabalho anterior foi retirado deste site e revisto e dividido em várias partes para que a sua leitura se torne mais acessível a todos os crentes em YHWH/Yeshua. Postas estas questões prévias, vamos entrar propriamente no trabalho.

2. Pedro 1:19

“E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia

amanheça, e a estrela da alva apareça em vossos corações”.

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1. Introdução

Ao longo deste trabalho propomo-nos responder com base nas Sagradas Escrituras a questões que sempre se têm levantado no seio do chamado cristianismo e, ao mesmo tempo, procurar esclarecer o verdadeiro significado de algumas passagens que muitos torcem para sua própria condenação. Centrar-nos-emos na análise e explicação de questões basilares como:

É a Lei/Torá de YHWH (que nos foi trazida pelo Seu servo Moisés) válida para os nossos dias, para aqueles que já se entregaram a Cristo através do baptismo da água e do Espírito?

É a Lei/Torá eterna e o mandamento santo, justo e bom?

Existe diferença entre a chamada Lei/Torá de Moisés e a Lei/Torá de Deus?

Está a Lei de YHWH circunscrita somente aos 10 Mandamentos?

Existe diferença entre a Lei/Torá para os Judeus e para os gentios convertidos ao Elohim de Israel?

Será que Yeshua O Messias veio anular a Lei/Torá? Isto é, será que a Lei ficou cravada no madeiro ou que Ele “cumpriu tudo por nós”?

Será que a Lei/Torá é anulada pela fé e/ou pela graça? Estas e outras questões que têm dividido o cristianismo através dos tempos irão ser certamente respondidas através da Palavra do Alto e Sublime Elohim neste trabalho. Comecemos por identificar Quem É O Autor da Lei/Torá que foi entregue ao povo de Israel através de Moisés: Êxodo 31:18 – “E YHWH deu a Moisés (quando acabou de falar com ele no monte Sinai) as duas tábuas do testemunho, tábuas de pedra, escritas pelo dedo de Deus”. Mais adiante, afirmaremos que O Autor É YHWH, através do Verbo Divino, Aquele que Se fez carne e habitou entre nós como homem como ensina o apóstolo João e outros. A Sua Palavra diz-nos que Este Elohim Eterno não muda. Este É O Todo-Poderoso que diz no Seu mandamento: “E faço misericórdia a milhares dos que me amam e aos que guardam os meus mandamentos” – Êxodo 20:6, precisamente o que Yeshua nos instruiu em João 14:15, 21; 15:10, 14. O Autor da Lei é-nos também revelado como sendo O próprio Elohim YHWH, Aquele que instruiu Moisés na montanha durante 40 dias e 40 noites: Levítico 26:46 – “Estes são os estatutos, e os juízos, e as Leis que deu YHWH entre si e os filhos de Israel, no monte Sinai, pela mão de Moisés”. Fica assim identificado O Autor.

Eclesiastes 12:13

“De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo o homem.”

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As palavras que YHWH deu ao homem, também através do Seu servo Josué, são estas: “Não se aparte da tua boca o livro desta Lei; antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme a tudo quanto nele está escrito” – Josué 1:8a, o que é concordante com as palavras de Salmos 1:1-2 – “Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes tem o seu prazer na Lei de YHWH, e na sua Lei medita de dia e de noite”. Se queremos abordar uma questão doutrinal tão importante como é o caso da Lei/Torá de YHWH, dadas ao Seu povo Israel no Monte Sinai, 50 dias após a libertação do povo do Egipto, mas já conhecidas e observadas séculos antes de Moisés por tantos fiéis como Enoque, Noé, Abraão (Génesis 26:5), Isaac e Jacob, Job e tantos outros, e mais tarde contidas nos primeiros cinco livros da Bíblia, o Pentateuco (a Torá de Israel), temos de levar em conta que este conjunto tem um sentido mais amplo do que apenas “Lei”, pois significa também “Ensino”, “Instrução”, “Doutrina” – Strong’s Heb. #8451. A raiz desta palavra semito–hebraica e aramaica, é “nemus” que significa “Civilizar”. Temos pois de fazê-lo não exclusivamente numa óptica restrita mas, antes, num sentido mais amplo, que incorpore o que O nosso Elohim chama em muitas passagens das Escrituras Sagradas (e.g. todo o Salmo 119) de:

Os meus mandamentos

Os meus juízos

Os meus testemunhos

Os meus decretos ou estatutos

Os meus preceitos, em última análise: O MEU CAMINHO… A EXPRESSÃO DA MINHA VONTADE… A(S) MINHA(S) LEI(S). Uma nota que vale a pena incluir na abertura deste trabalho prende-se com a diferença entre duas expressões: 1) “Concerto” e 2) “Testamento”, erradamente aplicados tanto ao Antigo como ao Novo. Na realidade, para facilidade de entendimento e por ser mais usual, usamos as expressões “Antigo Testamento” e “Novo Testamento” quando, de uma forma mais correcta deveríamos dizer “Antigo Concerto” (embora tivesse havido mais do que um antes de Yeshua), o “Tanach”, e “Novo Concerto” ou antes “Concerto Renovado”, o “Brit Hadashah”, porque na realidade o que YHWH fez com os homens foi “Concertos” e não “Testamentos”. Enquanto a palavra “Concerto” quer dizer “acordo”, “pacto”, “contracto”, envolvendo a vontade de duas ou mais partes, a palavra “testamento” envolve somente a vontade de uma das partes. A palavra “testamento” só deve ser aplicada pela morte de alguém. Ora, Esse Alguém através dos quais os Concertos foram celebrados com o homem está bem vivo e promete voltar em breve. A divisão artificial entre Antigo ou Velho Testamento e Novo foi um erro introduzido por Jerónimo, um dos chamados “pais da igreja” (de Roma), de forma a segregar o “antigo” do “novo”, querendo assim invalidar o “antigo”, isto é a Lei/Torá e os profetas.

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Isto fê-lo ele quando traduziu as Escrituras para o Latim, na “Vulgata Latina”, sempre com o objectivo de se opor a todo o ensinamento que provinha de Jerusalém e que tinha por fundamento o pensamento hebraico. Duma coisa podemos ter a certeza desde já: a Lei/Torá de YHWH/Moisés não foi abolida, pois é eterna! Enquanto o Antigo Concerto tinha esta Lei como uma carta escrita em rolos de pergaminho, o Concerto Renovado por Yeshua, O Cristo, é para estar escrito nos nossos corações pela acção do Consolador, O Espírito Santo, que promete escrevê-la no coração de carne daqueles que viverem sob o governo do Cristo durante o Milénio – Jeremias 31:31-34; Hebreus 8:10; 10:16, porque uma só Lei existirá para o governo dos povos... “de Sião sairá a Lei…” – Isaías 2:2-5; Salmo 25:9. Mas não foram somente os chamados pais da igreja romana apóstata que se opuseram à vontade de YHWH expressa na Sua Lei/Torá. Esta oposição estendeu-se também às filhas de Roma (Roma, a que tem o espírito de Jezabel e que muitas das suas filhas evangélicas toleram, como diz em Apocalipse 2:20). Estas filhas de Roma são as chamadas igrejas da Reforma, as igrejas protestantes ou evangélicas, como veremos. Outros, como os crentes da Igreja Adventista do 7º Dia, influenciados pelos ensinamentos da sua “profetisa”, Ellen White, que também se inspirou nos escritos dos reformadores, acreditam que a Lei de YHWH se circunscreve somente aos 10 Mandamentos. Eles ainda hoje ensinam que todos os restantes preceitos, estatutos, juízos, testemunhos, mandamentos de YHWH foram “pregados na cruz” por Cristo. Porém, O Elohim YHWH, através do Seu servo Jeremias 31:35-37 diz-nos que se as Suas ordenanças falharem diante Dele, como o Sol para a luz do dia e a Lua e as estrelas para a noite, assim Israel deixará de ser uma nação diante Dele, para sempre. Ora, como sabemos pela natureza que nos rodeia, o Sol e a Lua ainda não passaram. Hão-de passar um dia...quando YHWH criar novos céus e nova terra, mas esse tempo ainda não chegou. E Yeshua, O Messias, diz claramente: “nem um jota nem um til se omitirá da Lei sem que tudo seja cumprido”, o que também ainda não sucedeu. O Apóstolo Paulo na sua carta aos Efésios diz-nos, ainda hoje: “...mas entendei qual seja a vontade de YHWH” – Efésios 5:17. Sim, esta “Vontade de YHWH” é a que Ele mesmo expressou em toda a Lei/Torá e nas palavras que os Seus profetas nos anunciaram da parte Dele. Para que a possamos entender, em toda a sua profundidade, o crente dos nossos dias tem de ser re-educado na verdadeira doutrina, nos fundamentos da fé consignados desde a antiguidade ao povo de Israel e a Judá em particular, Romanos 3:1-2 (as veredas antigas de que fala o profeta em Jeremias 6:16), abandonando, até, os conceitos herdados da filosofia e pensamentos greco-romanos nos quais crescemos como gentios antes de abraçar o Concerto Renovado em Yeshua, O Messias, tentando recuperar o tempo perdido e abraçando o pensamento de raiz hebraica que era o pensamento de Yeshua e dos apóstolos.

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Porque sabemos, também, que o pensamento greco-romano que herdámos está eivado de erros, muitos deles induzidos desde os tempos dos chamados “pais da igreja”, com particular ênfase na falsa doutrina que foi introduzida “pelos lobos devoradores que não poupariam o rebanho”, a partir dos primeiros séculos da era cristã, com maior incidência desde o Século IV, após o Concílio de Niceia em 325. Paulo e Pedro alertaram para o que deveria suceder após a sua partida em 2.Pedro 2:1. Vamos procurar agora analisar o significado que todo este “Ensino” deve assumir nos dias de hoje para os que querem fazer parte dos chamados filhos de Deus (o povo salvo ou a boa semente), ou, por outras palavras, a Israel de Deus – Gálatas 6:15-16. Que importância prática deve este conjunto de santos preceitos assumir na vida do crente em Yeshua HaMashiach? É isso que tentaremos analisar neste estudo. Para tal basear-nos-emos sempre na Palavra de YHWH, a Bíblia Sagrada, procurando analisar o contexto em que as mensagens nos são transmitidas. Por outras palavras, temos de ser capazes de identificar que expressão de vontade é esta a do Altíssimo. Se este “caminho” ou estas “veredas antigas” ainda têm aplicação nas nossas vidas ou se, pelo contrário, existirá algum ensinamento bíblico que no todo ou em parte, não se aplique às nossas vidas. Porque o povo se havia desviado da verdade, YHWH apela em Jeremias 6:16 e 18:15 a que o Seu povo volte a andar pelas “veredas antigas”, i.e. nas Suas Leis, os Seus juízos e testemunhos, mandamentos e estatutos. Este apelo mantém-se até hoje e tem de estar guardado no coração (na mente) e praticado por todos os que são chamados, eleitos e fiéis. Há, porém, uma coisa que a Palavra de YHWH nos assegura: Yeshua (O Ungido de YHWH que antes de vir na carne como servo era O Verbo Divino/A Palavra, Aquele que deu ao homem as Suas leis e testemunhos, desde o princípio, O Pai da Eternidade – Isaías 9:6) não muda. Ele é O mesmo ontem, hoje e eternamente, conforme nos diz em Hebreus 13:8. Foi Ele, O Adonai YHWH, O Verbo Divino, que esteve com Israel no deserto e que deu as Suas Leis a Moisés, confirmando por escrito uma Lei que já era conhecida desde o princípio, e oralmente transmitida de pais para filhos, mas que se tinha perdido enquanto Israel esteve cativo no Egipto (até porque ao povo de Israel se juntaram muitos outros quando saíram do Egipto – ver: Êxodo 13:21-22; Deuteronómio 1:32-33; Juízes 2:1; Neemias 9:12; Salmos 99:7; Mateus 23:37; 1.Coríntios 10:2-4. Este é A Palavra que Se fez carne e habitou entre nós: João 1:14, a Torá viva. Se relacionarmos a vivência do povo de Israel no Egipto com a vontade de YHWH, constatamos que este povo já mal conhecia os preceitos do Altíssimo, por isso mesmo tiveram que ser resgatados conforme à promessa que YHWH havia feito a Abraão. Temos então o retrato de um povo ignorante e escravizado, física e espiritualmente (a outros deuses que não são deuses) e que YHWH teve de retirar daquela terra. Fará sentido então pensar que YHWH, depois de os libertar do Egipto, lhes tenha imposto uma Lei tão dura que os fizesse permanecer na escravidão dessa Lei?

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O argumento dos insensatos é que YHWH teve de enviar O Seu Filho Yeshua, O Seu Ungido para os livrar dessa Lei. Este argumento faz algum sentido? Claro que não! Reparemos no que nos é dito em Provérbios 1:7-9 – “O temor de YHWH é o princípio do conhecimento; os loucos [os insensatos] desprezam a sabedoria e a instrução [a Tua Lei, ó Altíssimo]. Filho meu, ouve a instrução de teu pai, e não deixes o ensinamento de tua mãe, porque serão como diadema gracioso em tua cabeça, e colares ao teu pescoço”. Nem O Eterno nem a Sua Lei mudaram. Estas palavras de Salomão são repetidas em Provérbios 6:20-22. No contrato de casamento celebrado no deserto do Sinai o povo de Israel assumiu o compromisso de observar essa Lei para sempre: Êxodo 24:7 – “E tomou o livro da aliança e o leu aos ouvidos do povo, e eles disseram: Tudo o que YHWH tem falado faremos, e obedeceremos”. Como sabemos, este compromisso depressa foi quebrado, quando o povo vendo que Moisés não descia da montanha fez para si um bezerro de ouro para o adorar. YHWH castigou toda aquela geração (em Israel, naquele tempo, uma geração era de 40 anos, exactamente o mesmo tempo que o povo permaneceu no deserto) pelo pecado da idolatria e pelo pecado de não ter confiado no Seu Libertador quando os espias visitaram a terra de Canaã, pelo que o mesmo compromisso de guardar toda a Lei de YHWH, o Seu Concerto, teve de ser renovado, pouco antes do povo entrar na Terra Prometida – Deuteronómio 29:9-15. Todos os servos fiéis do Elohim YHWH vieram confirmar toda a Sua vontade, expressa na Sua Lei. Lembremos as palavras em:

Neemias 9:13-14: “E sobre o monte Sinai desceste, e dos céus falaste com eles, e deste-lhes juízos rectos e Leis verdadeiras, estatutos e mandamentos bons. E o teu santo sábado lhes fizeste conhecer; e preceitos, estatutos e Lei lhes mandaste pelo ministério de Moisés, teu servo”.

O próprio Verbo Divino, O Legislador, enquanto homem (Yeshua HaMashiach), assumiu a figura de servo humilde e sofredor (Isaías 53) e em tudo foi obediente à vontade de YHWH, Seu Pai. Ele foi O maior e mais eloquente exemplo de obediência à Lei do Pai: “Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando”. – João 15:14. Se assim não tivesse acontecido, Ele não poderia ser O Cordeiro imaculado de YHWH, O nosso Salvador. Yeshua disse para fazermos o que Ele nos mandou e não para fazermos o que os fariseus instituíram como leis, tradições e preceitos dos homens (não que todas elas estejam erradas, mas não podemos aceitar os preceitos dos homens e desprezar os de YHWH). Outra questão de grande importância e que urge afirmar logo no início deste estudo é que a Lei/Torá de YHWH não foi dada somente a Israel, pois todos aqueles que se chegaram (e chegam) ao Elohim de Israel para O amar e servir, tornam-se Israelitas e parte da santa Israel de YHWH, sendo enxertados na boa oliveira que é a verdadeira Israel e cuja raiz é O Cristo (Romanos 11). Assim, devido à sua nova condição, devem obedecer a toda a vontade de Deus pois, quando passamos a ser do Cristo Yeshua tornamo-nos filhos de Abraão, pela fé – Gálatas 3:7, 26-29.

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A LEI/TORÁ DE YHWH – PT. 1 10

Tais preceitos foram dados a todo o homem, como nos diz em Eclesiastes 12:13: “De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo o homem”. Veja-se que perante a Lei de YHWH, todo o homem fica inescusável; até o rei, como podemos ler em Deuteronómio 17:18-20 – “Será também que, quando se assentar sobre o trono do seu reino, então escreverá para si num livro, um traslado desta Lei, do original que está diante dos sacerdotes levitas. E o terá consigo, e nele lerá todos os dias da sua vida, para que aprenda a temer a YHWH seu Deus, para guardar todas as palavras desta Lei, e estes estatutos, para cumpri-los; para que o seu coração não se levante sobre os seus irmãos, e não se aparte do mandamento, nem para a direita nem para a esquerda; para que prolongue os seus dias no seu reino, ele e seus filhos no meio de Israel”. A reforçar o conceito de que só Israel se salva, (um só povo salvo, em desabono da teoria da substituição, católico-romana, diabólica, que Israel foi abandonado por Deus e que agora a salvação do homem só passa pela chamada “igreja romana” – a chamada teoria dispensacionalista), tomemos nota que a Palavra do Altíssimo nos assegura que: há Um só Deus, uma só Salvação, assim como um só baptismo, uma só fé e uma só Lei. Existe também um só rebanho [um só povo] e Um só Pastor – João 10:16. Esse rebanho, ou povo santo, é a Israel de Deus que, como já apontámos, é composta pelos fiéis de cada geração, vindos de todos os povos, tribos, nações e línguas. Estes importantes aspectos da nossa fé serão amplamente debatidos e demonstrados ao longo deste trabalho. A teoria dispensacionalista é bem antiga e surge logo após a Igreja ter passado a ser controlada por gentios, apóstatas, que tudo fizeram em desabono da verdade de raiz hebraica, que a congregação dos fiéis (a “kahal”) sempre manteve como estandarte, desde o princípio. Segundo os apóstatas, a “igreja” é a continuação de Israel no propósito de Deus, que teria, por isso mesmo, retirado Israel do Seu plano de salvação (baseados na antiga mentira católico-romana que os Judeus mataram O Cristo, sabendo nós que ainda hoje há quem O mate – i.e. todos aqueles que O não aceitam ou que combatem contra a Sua verdade. O que está na origem deste erro é o diabólico sentimento anti-semita que ainda hoje se manifesta da parte de muitissimos que se dizem cristãos. É longa e muito sangrenta a história da História que relata as numerosas perseguições que a “igreja” de Roma e suas filhas moveram durante estes 2.000 anos aos cristãos verdadeiros e aos que eram de Judá, particularmente os que professavam o Judaísmo, e também aos crentes messiânicos verdadeiros (os Nazarenos, os do Caminho). Muito deste ódio foi instilado pelos chamados “pais da igreja”, como, por exemplo, Justino o Mártir (c. 160 d.C), Irineu, bispo de Lyon (c. 177 d.C.), Tertuliano no seu tratado “Contra os Judeus” (160-230 d.C.), Eusébio que escreveu que as promessas de Deus feitas a Israel passavam para a “igreja” e até alguns reformadores como Martinho Lutero. Para muitos destes e seus seguidores, a “igreja” passava a ser o verdadeiro Israel, tudo isto apoiado pelo poder temporal a partir de Constantino no Sec. IV em que a “igreja” de Roma ficou casada com o poder temporal e passou de perseguida a perseguidora.

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A LEI/TORÁ DE YHWH – PT. 1 11

Um dos primeiros sinais do afastamento desta “igreja” foi o abandono do Shabbat devido à sua conotação com o culto judaico. Isto é vísivel desde antes de Constantino ter banido todas as outras religiões e estabelecer o “cristianismo” como a religião oficial. Por exemplo, no Concílio de Elvira (Espanha), no ano 305 d.C., uma das declarações dali saídas foi a de abandonar o Sábado como o dia santificado. Todo este movimento veio sendo progressivamente reforçado em anos posteriores: em 313 d.C. o Édito de Milão favoreceu o “cristianismo” e mandou encerrar as sinagogas judaicas. Em 315 d.C. passou a ser possível matar os Judeus pelo fogo se eles fossem condenados por quebrar estas disposições. No ano 321 d.C. Constantino decretou que todas actividades deveriam cessar “no honorável dia do sol”, o primeiro dia da semana da Criação, substituindo assim o Sábado santo pelo Domingo como o dia de descanso para os “cristãos”; tal posição veio a ser oficializada pelo Concílio de Niceia em 325 d.C.. Depois destas datas, os chamados “pais da igreja” tornaram-se mais intolerantes porque passaram a atacar todos os que não fizessem parte do seu rebanho. Os exemplos abundam: Hilário de Poitiers, Gregório de Nyssa, “São” Jerónimo, João Crisóstomo, bispo de Antióquia (este o que veio a acusar os Judeus de terem morto O Cristo), e muitos mais. Todas estas mentiras satânicas se foram sedimentando no coração/na mente das massas ignorantes, que seguiam cegamente o que os padres/frades lhes diziam. Lembremos que naquele tempo ainda não havia a Bíblia impressa e disseminada. Podíamos continuar com esta saga que ainda não terminou nem irá terminar antes que O Rei Yeshua venha para reinar eternamente e acabar com toda a mentira. Mas a verdade bíblica de YHWH é esta: Ele separou para Si um só povo (a Israel santa), cuja missão deveria ser a de levar a Lei do seu Deus aos outros povos e nações. Como sabemos, Israel falhou nessa missão, e por isso o castigo veio. Porém, a escolha do Eterno manteve-se e manter-se-à até ao fim dos tempos, pois Ele não esqueceu as promessas feitas aos patriarcas – Deuteronómio 29:13; 2.Samuel 7:24. O Messias veio trazer a salvação (o Seu nome em hebraico é Yahoshua e significa “Salvação de YHWH” ou “YAH salva”) a todos os que se encontravam longe, os filhos de Israel (as chamadas 10 tribos perdidas da Casa de Israel, o Reino do Norte) e à sua descendência espalhada pelos quatro cantos da Terra e a todos os gentios que o deixam de o ser logo que abraçam o concerto com YHWH através de Yeshua e se deixam enxertar na boa oliveira – Salmo 65:5; Isaías 27:12; Zacarias 6:15; Actos 2:39. A Lei de YHWH foi sempre entendida como uma benção dada aos escolhidos de Altíssimo revelando a estes as virtudes de um caminho de humildade e piedade, afastados do mundo do erro e da iniquidade (i.e. da trangressão da Lei). O conceito de “Lei de Deus” é amplo. Pode parecer confuso mas, precisamente por isso, devemos estabelecer a diferença entre mandamentos, juízos, testemunhos e decretos ou estatutos estabelecidos por YHWH, de que nos fala todo o Salmo 119. O seu conjunto forma a Lei/Torá eterna:

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A LEI/TORÁ DE YHWH – PT. 1 12

Mandamentos (do hebraico: Mitzvot) A santa e eterna Lei dos 10 Mandamentos. Conjunto de preceitos morais que YHWH deu ao homem desde a Criação e que Ele veio a confirmar por escrito nas duas tábuas da Lei dadas a Moisés no Monte Sinai (“Amor a Deus” e “Amor ao Próximo”). Eles são mandamentos perpétuos para todo o homem (parte dos quais aparecem depois reconhecidos como juízos – ver de seguida) e são uma súmula de toda a Lei/Torá de YHWH.

Juízos (heb: Mishpatim) Conjunto de leis morais e éticas (como p.ex. a chamada segunda metade dos 10 Mandamentos que inclui proibições como não matar, não roubar, não cobiçar, não adulterar, etc.). Para além das contidas nas tábuas dos 10 M., os juízos de YHWH ensinam a Sua justiça nas nossas relações com o nosso semelhante. Por isso são chamados de justos os que vivem segundo estes juízos eternos.

Testemunhos (heb: Edyot)

Os testemunhos de YHWH revelam os Seus dias santificados, tanto as sete festividades de YHWH nas datas por Ele marcadas (Levítico 23): Páscoa, Semana dos Pães Asmos (que inclui a Festa das Primícias), Pentecostes, Trombetas, Dia da Expiação, Semana dos Tabernáculos e Oitavo Grande Dia, como os sinais que Ele vem dando ao Seu povo, nos céus como na Terra. Estas “testemunhas” expressam o plano de salvação instituído por YHWH e permanecem como um “farol” no meio das trevas, apontando invariavelmente para a segunda vinda do Messias e para o Seu reino milenar e eterno. Quando os filhos de Deus guardam o Sábado e celebram as santas solenidades de YHWH transformam-se em “luzes” para o mundo, para as trevas que os rodeiam. Transformam-se em testemunhas vivas (vós sois as minhas testemunhas – Isaías 43:10, 12; 44.8).

Decretos ou estatutos (heb: Choqim)

Corpo de decretos que reunem o pensamento de YHWH acerca da maneira de viver dos Seus filhos e em relação aos quais Ele não nos dá justificação particular. Limita-se a dizer que são vida para todos nós. Nestes decretos ou estatutos incluem-se o baptismo, as leis dietéticas e vários outros preceitos.

O Salmo 119 contém todos estes conceitos, ora aparecendo o louvor dos juízos de YHWH, ou dos Seus estatutos, ou dos Seus testemunhos, ou dos Seus mandamentos, todos eles referindo-se simplemente ao “Caminho”, que sabemos ser Yeshua (O Caminho, A Verdade e A Vida). O Salmo 119 é um hino de louvor e de graças por Este Caminho, por toda a Lei de YHWH/Moisés, pela qual o homem sábio roga a YHWH por entendimento acerca dos Seus desígnios e da Sua vontade, para por ela andar todos os dias da sua vida, esperando, ardentemente, a redenção em Yeshua. Ao contrário do homem sábio, o ímpio vive sem o objectivo de vida eterna e, por isso, sem salvação:

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A LEI/TORÁ DE YHWH – PT. 1 13

Salmo 119:155 – “A salvação está longe dos ímpios, pois não buscam os teus estatutos”. Esta mesma expressão (de desgosto), encontramo-la nos seguintes versículos do Salmo 119:

53 – “Grande indignação se apoderou de mim por causa dos ímpios que abandonam a tua Lei”.

136 – “Rios de águas correm dos meus olhos, porque não guardam a tua Lei”.

Isaías 46:12 – “Ouvi-me, ó duros de coração, os que estais longe da justiça [da Lei/Torá de YHWH]”.

Por isso os ímpios (os descrentes; os de coração rebelde e perverso) estão destinados à destruição, mas os que buscam a justiça do Altíssimo herdarão o reino eterno. Agora que procurámos explicar de forma sucinta as diferenças de conceito através das quais YHWH aponta o Seu caminho aos seus filhos, vamos procurar compreender o que significa a expressão “filho de Deus”. O ser-se “filho de Deus” está intimamente relacionado com o dever, a entrega, com o viver pela fé e obediência aos preceitos de vida que O Pai nos deu, i.e. com uma maneira de viver em obediência e humildade, em santificação, perante O Elohim Criador YHWH, abraçando o Concerto que Ele lhe propõe através do Seu Filho amado, Nosso Salvador Yeshua, aceitando o Seu sangue redentor (como Aquele que pagou o preço pelos nossos pecados – Isaías 53:7-8), seja ele judeu, chinês, português, ou de qualquer outra nação, raça ou língua. O ser mais o dever implica salvação por Yeshua HaMashiach, pois o ser inspira, arrasta, acompanha e exige sempre o dever. É isto que nos é dito em Apocalipse 14:12. Por outras palavras: o que a Bíblia nos ensina é que a fé sem as obras (da fé) é morta em si mesma (Tiago 2:17-20). Assim, a justificação dos nossos pecados é realizada pela nossa fé em Yeshua e pela fidelidade aos preceitos eternos da Lei/Torá de YHWH, pois a fé e a obediência caminham juntas, uma vez que O Messias Yeshua é a Lei/Torá viva de YHWH. Sim, Ele é YHWH feito Homem, Aquele Elohim que Se fez carne e habitou entre nós como nos diz o apóstolo João, no capítulo 1!

Romanos 2:13 – “Porque os que ouvem a lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão-de ser justificados”.

Não podemos separar a fé (em Yeshua HaMashiach) da obediência a todos os preceitos da Lei/Torá, pois, se o fizermos, ficaremos sempre incompletos. Justificação e santificação são as chaves da nossa salvação: Isaías 8:16, 20. Somos salvos pela fé e pela graça de YHWH (pela Sua misericórdia, pelo Seu perdão imerecido), mas a fé que salva nunca vem sózinha. Vem acompanhada de uma vida santificada nos mandamentos e em todos os preceitos da vontade do Alto e Sublime Elohim. Quando a nossa vida (os nossos actos) traduz estas duas grandes expressões da grandeza de YHWH nos nossos corações, reflectindo o amor que Ele teve por nós, então temos a certeza que estamos no caminho que conduz ao Caminho Eterno que é Yeshua.

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A LEI/TORÁ DE YHWH – PT. 1 14

O Elohim YHWH não faz distinção de pessoas, mas procura em todos os povos almas sinceras que O queiram amar e servir, com singeleza de coração/mente. Todos aqueles que tendo-se arrependido da sua vã maneira de viver, abraçaram este Concerto eterno, e se tornaram novas criaturas em Yeshua, procurando um caminho de santificação sem a qual ninguém verá O Senhor, são chamados “filhos de Deus”. Estes são a “boa semente”! Este Concerto eterno veio-nos através de Israel (lembremos que a salvação vem dos Judeus, pois Yeshua era Judeu). Assim, Israelitas são todos os que abraçam o Concerto eterno através do Filho Yeshua firmando os seus passos na santa e eterna Lei/Torá do Altíssimo. Estes formam a congregação dos santos, a Israel de YHWH, aquela que é designada como a Noiva do Cordeiro, para a qual Yeshua lhe foi preparar lugar. Todos estes tornam-se herdeiros da promessa feita a Abraão. Lembremos: há um só rebanho e Um só Salvador, Rei de todos. Sempre que nos referimos neste trabalho à Lei/Torá de YHWH, fazemo-lo realçando a sua importância para o homem e designando-a com letra grande (Lei). O termo Lei engloba ainda, no nosso entendimento, muito mais do que os 10 Mandamentos, uma vez que nela está incluído todo o ensino de YHWH para o Seu povo (a Israel de Deus). O que não a restringe ao decálogo, mas incorpora outras instruções da Sua vontade, como seja, por exemplo, a Lei dos alimentos puros e impuros, as Suas santas convocações ou Solenidades – os Seus Sábados anuais, etc.. Esta é a Lei escrita, dada por YHWH a Israel através de Moisés, servo do Elohim Altíssimo. Pelo contrário, quando nos referimos às leis que os homens criaram pela tradição e ensino destes e às quais Yeshua se opôs várias vezes, chamando-os de hipócritas (e até raça de víboras e condutores cegos – os tais que coavam um mosquito mas engoliam um camelo, i.e. uma corda grossa de amarrar navios), tanto aos escribas como aos fariseus de todos os tempos, à lei oral e tradições dos homens, a essa referimo-la com letra pequena (lei), porque é dos homens. Por último e para que melhor se possa interpretar algumas das passagens bíblicas transcritas neste trabalho, optámos por introduzir em letra azul o significado de partes desses textos.

Ora vem Adonai Yeshua. Vem já hoje reinar em nós e aperfeiçoar os nossos caminhos. Prepara-nos já hoje para irmos ao Teu encontro na Tua vinda gloriosa.

AlleluYAH

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Salmo 119:1-4

“Bem-aventurados os rectos em seus caminhos, que andam na lei de YHWH. Bem-aventurados os que guardam os seus testemunhos, e que o buscam com todo o coração. E não praticam iniquidade, mas andam

nos seus caminhos. Tu ordenaste os teus mandamentos, para que

diligentemente os observássemos”