til jose de alencar

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Vestibular 2014 - Til José de Alencar (1829-1877) Antonio Brito - Unicamp - Estudos Literários [email protected]

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dados sobre josé de alencar e til são comentados. A questão linguistica do TIL. A localização do romance, seus personagens. romantismo, folhetim, romance, campinas, vestibular unicamp e fuvest.

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Page 1: Til jose de alencar

Vestibular 2014 - TilJosé de Alencar (1829-1877)

Antonio Brito - Unicamp - Estudos Literários

[email protected]

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Til - José de Alencar

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Til - José de Alencar

Iracema - Lagoa de Messejana

Verdes mares bravios de minha terra natal,

(Iracema )

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Til - José de AlencarRomances urbanos do “Rio”

Cinco minutos (1856)A viuvinha (1857)Lucíola (1862)Diva (1864)A pata da Gazela (1870)

Page 5: Til jose de alencar

Til - José de AlencarRomances urbanos do “Rio”

Cinco minutos (1856)A viuvinha (1857)Lucíola (1862)Diva (1864)A pata da Gazela (1870)

A Nação Brasil

O Guarani (1857)

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Til - José de AlencarRomances urbanos do “Rio”

Cinco minutos (1856)A viuvinha (1857)Lucíola (1862)Diva (1864)A pata da Gazela (1870)

A Nação Brasil

O Guarani (1857)

Brasil - Regiões

Iracema (1865)O Gaúcho (1870)

Til (1871)

Teatro : 1857 - 1860 (Mãe) Política: 1861-1870 (-D. Pedro, Castilho)

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Til - José de Alencar

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Til - José de Alencar● Publicado em Folhetim - A República (nov 1871- mar 1872)● Local : Santa Barbara (do Oeste) - Piracicaba - Itu - Campinas ● Provável viagem de Alencar no ínicio de 1871 à região.● Um esboço de um romance “paulista” depois de um “gaúcho”.● Romance em folhetim (Seriado de TV) , não um romance folhetinesco

(uma novela de TV)

“Sinto que pouco tempo não permita destinar-lhe para publicação outra coisa além do “ligeiro esboço de costumes”, e cujo título (TIL) bem indica a folga da fantasia, não apurada pelos estudos.” Carta de Alencar - A República

(3/11/1870)

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Til - José de Alencar Espaço

Cerca de uma légua abaixo da confluência do Atibaia com o Piracicaba, ....no seio de uma bela floresta virgem, e foram convertidas a ferro e fogo emcampos de cultura. Daquela que borda as margens do Piracicaba, e vai morrer nos campos de Itu, ainda restam grandes matas, cortadas de roças e cafezais. Mas dificilmente se encontram já aqueles gigantes da selva brasileira...Daí partiam pelo caminho d’água as expedições que os arrojados paulistas levavam às regiões desconhecidas do Cuiabá, rasgando as entranhas da terra virgem, para arrancar-lhe as

fezes, que o mundo chama ouro e comunga como a verdadeira hóstia.(Til - IV O Monjolo)

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Til - José de Alencar Espaço

Cerca de uma légua abaixo da confluência do Atibaia com o Piracicaba, ....(Til - IV O Monjolo)

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Til - José de AlencarCaracterísticas do Romance.

1. Hábitos e costumes no Interior de São Paulo ao redor de 1870.2. Sistema patriarcal - escravagista3. Violência com ausência do Estado - “conceito de justiça”4. Ambivalência nos caracteres ( Jão Fera por exemplo), o ser humano é

bom ou mau, depende das circunstâncias. (anti-romântico).(no romantismo: o homem é bom como a Natureza, a sociedade o corrompe).5. Ausência de um sistema escolar - dificuldade de aprendizagem6. Uma questão linguística - o TIL. ñ, ã. N

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Til - José de AlencarEstilo e Narrativa1. Tipo folhetim, capítulos curtos e suspense. (como uma novela de TV)2. Linguagem : culta e misturada ao falar popular

“Recolhendo o passo, quedou-se um instante perplexo, absorto por uma luta que se renhia dentro, procela a subverter o pélago insondável dessa consciência ...Quando o Bugre sai da furna, é mau sinal: vem ao faro do sangue como a onça. Não foi debalde que lhe deram o nome que tem. E faz garbo disso! ......... – É que anda farejando, ou senão deram-lhe no rasto e estão-lhe na cola. – Coitado! Se o prendem! – Ora qual. Dançará um bocadinho na corda!”

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Til - José de AlencarEstilo e Narrativa1. Tipo folhetim, capítulos curtos e suspense. (como uma novela de TV)2. Linguagem : culta e misturada ao falar popular

“Recolhendo o passo, quedou-se um instante perplexo, absorto por uma luta que se renhia dentro, procela a subverter o pélago insondável dessa consciência ...Quando o Bugre sai da furna, é mau sinal: vem ao faro do sangue como a onça. Não foi debalde que lhe deram o nome que tem. E faz garbo disso! ......... – É que anda farejando, ou senão deram-lhe no rasto e estão-lhe na cola. – Coitado! Se o prendem! – Ora qual. Dançará um bocadinho na corda!”

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Til - José de AlencarEstilo e Narrativa1. Tipo folhetim, capítulos curtos e suspense. (como uma novela de TV)2. Linguagem : culta e misturada ao falar popular

“Recolhendo o passo, quedou-se um instante perplexo, absorto por uma luta que se renhia dentro, procela a subverter o pélago insondável dessa consciência ...Quando o Bugre sai da furna, é mau sinal: vem ao faro do sangue como a onça. Não foi debalde que lhe deram o nome que tem. E faz garbo disso! ......... – É que anda farejando, ou senão deram-lhe no rasto e estão-lhe na cola. – Coitado! Se o prendem! – Ora qual. Dançará um bocadinho na corda!”

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Til - José de Alencarexemplo da época : Castro Alves (1847- 1871) protegido de Alencar.

- Navio Negreiro. (1869)

Homens do mar! ó rudes marinheiros, Tostados pelo sol dos quatro mundos! Crianças que a procela acalentara No berço destes pélagos profundos!

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Page 17: Til jose de alencar

Til - José de AlencarJão Fera : um matador. (denúncia para um sertão sem justiça, o mais forte)Nobreza: trabalhar nunca, isto é coisa de escravo. Matar de frente. Uma onça, um bugre. Coração mole para (Berta). Antes enfrentava a polícia, depois acaba preso. “a enquanto vivesse Jão Fera, sabia ..que o nome deste haviasempre de ser o mais falado e temido apesar do serviço, que lhe prestara o Bugre (Jão Fera) havia anos, livrando-o de um recruta que o levava preso” (22- O trato).

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Til - José de AlencarA alfabetização : Como uma pátria , como escritores e livros e um país de analfabetos? Para Alencar era um problema. - Antonio de Castilho, escritor Português, tinha vindo ao Brasil em 1869 ensinar o Método de Alfabetização. Castilho e Alencar se detestavam, para Castilho e D. Pedro II, Alencar estava acabando com a língua Portuguêsa ao introduzir o “romance Brazileiro”. Enquanto Machado o agrade por ter criado a “lingua portuguesa brasileira”. “ Berta foi engenhosamente agrupando todas as letras, com os nomes das pessoas cercavam. Pondo em jogo paixões do idiota,obteve ela afinal transformar a carta do abecê em uma família, em um mundo, para a existência enfezada dessa mísera criatura. Ao cabo de um mês, conhecia Brás todo o abecedário” ( 26 - O abecê).

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Til - José de Alencara linguagem oral popular e a língua escrita. (cantiga de ninar da negra Zana)

Cala a boca, anda, nhazinha,Ai-huê, lê-lê!Senão olha, canhambola,Ai-huê, lê-lê!Vem cá mesmo, Pai Zumbi,Toma, papanha Bebê! (Zana 17)

Jão e não João

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Til - José de AlencarO Til Tilde. Qual deve ser a ortografia da língua escrita. ?Como os sons se convertem em palavras ?- Professora, posso pegar a vassora para barrer em vorta?- Não é assim que se diz, diga: vassoura para varrer em volta!- Brigado, Professoura, depois vou trabalhar na holta.

Espanhol : para diferenciar o som, tipógrafos adotaram um “N” deitado em cima do “n” comum, ficando Español. (espanhol falado b=v)

Em Português : ñ -> nh . Porém adotaram o “diacrítico ã “, para pão. Português -> pão , espanhol -> pan. Francês -> pain. diacrí[email protected] “@”

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Til - José de Alencarexemplo da época : Castro Alves (1847- 1871) protegido de Alencar.

- Navio Negreiro. (1869)

Existe um povo que a bandeira empresta P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia!... E deixa-a transformar-se nessa festa Em manto impuro de bacante fria!...

Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta, Que impudente na gávea tripudia? Silêncio. Musa... chora, e chora tanto Que o pavilhão se lave no teu pranto! ...

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Til - José de Alencarexemplo da época : Castro Alves (1847- 1871) protegido de Alencar. - Navio Negreiro. (1869)

Auriverde pendão de minha terra, Que a brisa do Brasil beija e balança, Estandarte que a luz do sol encerra E as promessas divinas da esperança...

Tu que, da liberdade após a guerra, Foste hasteado dos heróis na lança Antes te houvessem roto na batalha, Que servires a um povo de mortalha!...

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– (...) Quando o Bugre sai da furna, é mau sinal: vem ao faro do sangue como a onça. Não foi debalde que lhe deram o nome que tem. E faz garbo disso! – Então você cuida que ele anda atrás de alguém? – Sou capaz de apostar. É uma coisa que toda a gente sabe. Onde se encontra Jão Fera, ou houve morte ou não tarda. Estremeceu Inhá com um ligeiro arrepio, e volvendo em torno a vista inquieta, aproximou-se do companheiro para falar-lhe em voz submissa: – Mas eu tenho-o encontrado tantas vezes, aqui perto, quando vou à casa de Zana, e não apareceu nenhuma desgraça. – É que anda farejando, ou senão deram-lhe no rasto e estão-lhe na cola. – Coitado! Se o prendem! – Ora qual. Dançará um bocadinho na corda! – Você não tem pena? – De um malvado, Inhá! – Pois eu tenho! (José de Alencar, Til, em Obra completa, vol. III. Rio de Janeiro: Aguilar, 1958, p. 825.) O trecho do romance Til transcrito acima evidencia a ambivalência que caracteriza a personagem Jão Fera ao longo de toda a narrativa.

a) Explicite quais são as duas faces dessa ambivalência. b) Exemplifique cada face dessa ambivalência com um episódio do romance.

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Espera-se que o candidato identifique em Jão Fera uma personagem ambivalente, que não pode ser classificada puramente como vilão ou herói. Jão Fera tornou-se um assassino cruel por conta das vicissitudes que lhe marcaram a vida. Em sua juventude Jão Fera viu Besita, a moça por quem estava apaixonado, e a cujo amor renunciara por não se julgar digno dela, ser violada por Luís Galvão, seu melhor amigo, e, posteriormente, ser assassinada pelo marido. Esses fatos o levaram a trilhar o caminho do crime. Mas a lembrança de seu amor por Besita persiste em sua adoração pela filha dela, Berta, a quem se mantém fiel e a quem protege de todos os perigos ao longo de todo o romance. Essa ambivalência da personagem pode ser exemplificada de várias maneiras. Jão Fera é matador profissional. Se em uma passagem do romance chega a despedaçar um inimigo com as próprias mãos, em outra salva Berta do ataque de um bando de queixadas. Mas talvez a melhor caracterização dessa ambivalência se encontre naquelas passagens do romance em que as duas faces de Jão Fera se manifestam ao mesmo tempo, evidenciando o profundo sofrimento da personagem com seu destino: tendo aceitado pagamento para matar um homem, descobre que se tratava de Luís Galvão, seu amigo de infância, o violador de Besita, a cuja família, no entanto, se sente ligado por deveres de gratidão, e procura de todas as maneiras restituir o dinheiro recebido para se desobrigar do crime. Também em seu estranho conceito de honra: mesmo sendo matador profissional, nunca ataca sua vítima à traição, pelas costas, sempre de frente, para que ela tenha a possibilidade de se defender. Essa atitude, por outro lado, revela a secreta esperança de ser morto e pôr um fim a sua vida infeliz. Talvez o clímax de sua cisão íntima esteja no capítulo em que, protegendo Berta de seus inimigos, sente ao mesmo tempo despertar em si um violento desejo sexual pela moça, quase chegando a tomá-la à força, mas se contendo a tempo