think free. a free software propagation action to decrease piracy of proprietary software
DESCRIPTION
The paper goes deep into researching the main reasons why people pirate software. Based on collected statistical data, and after detailing the main differences between various software licenses and their business implications, an action is proposed to propagate the use of free software as a viable, legal alternative to pirated software for students and home users.Note: the paper is written entirely in Brazilian Portuguese. Only the abstract was translated to English.TRANSCRIPT
CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA “ PAULA SOUZA”
ESCOLA TÉCNICA POLIVALENTE DE AMERICANA
Álvaro Luz Alves Coutinho
Arthur Saggioratto Neto
Felipe Bari Ramos
Pedro Cadenas Lopes de Lima
Renner Romão Dias
PENSE LIVRE
Ação de divulgação do software livre em detrimento da pirataria de software proprietário
AMERICANA
2010
Álvaro Luz Alves Coutinho
Arthur Saggioratto Neto
Felipe Bari Ramos
Pedro Cadenas Lopes de Lima
Renner Romão Dias
PENSE LIVRE
Ação de divulgação do software livre em detrimento da pirataria de software proprietário
Trabalho de conclusão de curso apresentado aos orientadores Otávio Bordignon Júnior e Roney Stayanov Caum como exigência curricular de Projeto Técnico Científico da Escola Técnica Polivalente de Americana do Centro Paula Souza.
Americana
2010
À toda a comunidade de software livre, que trabalha para o aperfeiçoamento e
expansão do software para todos.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos pela realização do presente trabalho aos nossos professores
de PTC (Projeto Técnico Científico) Bordignon e Roney.
Também agradecemos ao Ariel Malves, docente da disciplina de
Programação de Computadores no ensino técnico da Etec Polivalente, pelo grande
auxílio que nos foi dado de bom grado.
Em suma, nos sentimos extremamente gratos por termos tido a ajuda de tais
profissionais, que nos apoiaram e incentivaram na composição desta obra.
RESUMO
Este trabalho discorreu, a partir de levantamento bibliográfico e estudo de campo,
sobre o problema do uso da pirataria de softwares proprietários, e expôs uma
possível solução através do uso de alternativas livres e gratuitas. Analisando os
softwares livres em relação às suas funcionalidades, foi demonstrada sua
capacidade de suprir as necessidades dos usuários da mesma forma que as
versões pagas. Considerando-se esse fator, foi possível propor a troca dos
softwares pirateados pelas alternativas livres, sem a necessidade de um treinamento
aprofundado do usuário. A partir da análise da pesquisa de campo, foram
endossadas teorias, e a necessidade de ações de divulgação do software livre como
alternativa à pirataria de software proprietário foi demonstrada.
Palavras-chave: Software proprietário. Software livre. Pirataria. Copyleft. GPL.
ABSTRACT
This work spoke, from bibliographic research and field study, on the problem of the
use of proprietary software piracy, and exposed a possible solution by the usage of
free alternatives. Analyzing the features of free softwares, it was demonstrated its
capacity of meeting the needs of users the same way paid software does.
Considering this factor, it was possible to propose the change of the pirated software
for free alternatives, needless of deep user training. From the field research, theories
were endorsed, and the necessity of dissemination actions of free software as an
alternative for pirated proprietary software was demonstrated.
Keywords: Proprietary software. Free software. Piracy. Copyleft. GPL.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ….................................................................................................... 8
2 SOFTWARE …....................................................................................................... 9
2.1 Software proprietário …..................................................................................... 9
2.2 Software livre …............................................................................................... 10
2.3 Software livre vs. proprietário para o usuário final ...................................... 10
3 DISTRIBUIÇÃO DE SOFTWARE LIVRE ............................................................ 12
3.1 Copyleft e GPL ................................................................................................. 12
4 PIRATARIA .......................................................................................................... 14
4.1 Impacto da pirataria no mercado …............................................................... 14
4.2 Pirataria e software livre ................................................................................. 15
5 PESQUISA DE CAMPO …................................................................................... 16
5.1 Apresentação e análise dos resultados …..................................................... 16
6 AÇÃO DE DIVULGAÇÃO DO SOFTWARE LIVRE ............................................ 21
7 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 22
REFERÊNCIAS ….................................................................................................... 23
APÊNDICE A – Modelo do questionário respondido pelos alunos .......................... 25
8
1 INTRODUÇÃO
A pirataria de software é um problema existente e em constante crescimento,
com a popularização da Internet (e seus diversos meios de compartilhamento) e o
barateamento das mais diversas mídias de gravação. Cada vez mais as pessoas se
vêem utilizando versões “crackeadas” (com as devidas proteções contra cópia
quebradas) de programas e sistemas proprietários, e a cada dia esse hábito se
expande para um público maior, graças aos fatores citados anteriormente.
Em contrapartida, há uma categoria de software sem restrições de cópia,
modificação ou distribuição, o chamado software livre. O maior representante desse
tipo de software é o sistema operacional Linux, e suas distribuições (nome dado ao
conjunto de programas variados junto de um núcleo Linux) mais famosas tem
atingido excelente grau de usabilidade e compatibilidade, e trazido uma robusta
gama de aplicativos para satisfazer as necessidades do usuário final.
Apesar do software livre não trazer restrições para distribuição, ser
disponibilizado gratuitamente e ter uma vasta gama de programas para diversos fins,
que são capazes de suprir as necessidades da grande maioria dos usuários (salvo
aqueles que trabalham com formatos específicos para determinadas indústrias,
como a de automação), a representatividade do software livre no mercado ainda é
pequena, menor ainda do que a de programas proprietários “piratas”.
Diante dessa questão, o objetivo deste trabalho é, através de levantamento
bibliográfico e pesquisa de campo, encontrar possíveis razões para que (apesar da
existência e disponibilidade de software livre) grande parte dos usuários ainda utilize
programas piratas no lugar das alternativas livres ou gratuitas, e divulgar (através de
ações informativas e de esclarecimento, como a distribuição de panfletos e a
elaboração de palestras com profissionais do meio) o software livre como alternativa
ao software proprietário pirata.
9
2 SOFTWARE
Software é um termo geral que define programas usados para controlar um
dispositivo ou máquina (mesmo um computador). Por programa, entende-se uma
sequência de instruções lógicas que serão interpretadas por esse dispositivo ou
máquina, de modo que seja executada uma ação desejada.
Os softwares, no que diz respeito às funcionalidades, se dividem em
softwares aplicativos e softwares de sistema.
O software de sistema é aquele responsável por manipular o computador e
seus periféricos, oferecendo um ambiente (gráfico ou textual) de interação entre o
usuário e a máquina, e provendo funcionalidades essenciais.
Já o software aplicativo é aquele destinado a cumprir tarefas práticas e
específicas, de interesse do usuário, como por exemplo, navegar na Internet (a rede
mundial de computadores) ou criar planilhas e documentos virtuais.
2.1 Software proprietário
É considerado proprietário o software cuja desenvolvedora ou distribuidora
limita, de alguma forma, a cópia, distribuição ou modificação.
Para que se utilize, copie, redistribua ou modifique um software proprietário, é
preciso adquirir uma licença (normalmente paga) que o permita fazê-lo dentro de
limitações impostas.
Exemplos comuns de software proprietário são o Microsoft Windows, o
Microsoft Office e o Adobe Photoshop.
10
2.2 Software livre
Software livre é o tipo de software que pode ser livremente executado,
copiado, distribuído, estudado, modificado e aperfeiçoado pelos usuários. Para ser
considerado livre, o software deve oferecer, em conjunto, todas as liberdades
citadas anteriormente.
Deve-se poder, portanto, redistribuir cópias, modificadas ou não, de graça ou
cobrando uma certa taxa pela modificação, para qualquer um e em qualquer lugar.
Além disso, para fazê-lo, não deve ser necessário pagar a alguém ou pedir
permissão direta, e nem mesmo comunicar suas modificações aos autores do
código fonte original.
Bons exemplos de software livre são as distribuições Linux, a suíte para
escritório OpenOffice e o navegador da web Mozilla Firefox.
2.3 Software livre vs. proprietário para o usuário final
Um ponto de discussão freqüente são as vantagens de um tipo de software
em relação a outro, tendo como foco o usuário final. Não há resposta absoluta e
incontestável para tal discussão, uma vez que muito depende da opção do próprio
usuário, e da forma como ele se adapta às diferenças entre um programa e outro.
A maior parte dos softwares utilizados no sistema líder de mercado Microsoft
Windows, ou então no vice-líder Mac OS, possuem alternativas livres, muitas delas
que funcionam nativamente nos próprios sistemas. Mas é comum que se caia na
questão da facilidade de uso. Usuários acostumados a alguns softwares
proprietários sentem dificuldades de adaptação ao partirem para outros programas.
11
No entanto, aos poucos, softwares livres de maior renome (como o Ubuntu e
o Mozilla Firefox) vem focando-se em interfaces mais amigáveis, funcionalidades
simplificadas e intuitivas, de modo que a transição dos novos usuários possa ser
confortável, quando não livre de qualquer incômodo ou dificuldade.
Quanto à funcionalidade, há programas robustos, acessíveis e bem
desenvolvidos, capazes de suprir as principais necessidades dos usuários
domésticos (e mesmo alguns corporativos) em atividades cotidianas.
Navegação na Internet, criação de apresentações, planilhas e documentos
virtuais, edição e conversão de vídeos e imagens, reprodução de mídias
audiovisuais, gravação de CDs e DVDs, chats online, VoIP e videoconferências
estão entre as atividades para as quais existem excelentes softwares livres ou
gratuitos. Outras atividades mais específicas, como a animação e modelagem 3D,
webdesign, desenvolvimento de software e administração de servidores e bancos de
dados, também possuem alternativas livres eficientes.
12
3 DISTRIBUIÇÃO DE SOFTWARE LIVRE
Nada impede que um software livre obtido possa ser copiado, distribuído ou
mesmo vendido. A gratuidade ou não da licença de uso do software não implica
diretamente na liberdade do software. Portanto, um software livre pode ser adquirido
mediante pagamento, ou as cópias podem ser entregues sem qualquer custo.
Software livre não significa não-comercial. Um programa livre deve estar
disponível também para uso, desenvolvimento e distribuição comercial, caso seja do
interesse do autor ou de um usuário que venha a modificar o código fonte. O
desenvolvimento comercial de software não é, inclusive, incomum, uma vez que há
empresas que desenvolvem esse tipo de software com fins comerciais.
3.1 Copyleft e GPL
Segundo Augusto Campos1:
“Copyleft é uma extensão das quatro liberdades básicas [do software livre], e ocorre na forma de uma obrigação. Segundo o site da Free Software Foundation, ‘O Copyleft diz que qualquer um que distribui o software, com ou sem modificações, tem de passar adiante a liberdade de copiar e modificar novamente o programa. O Copyleft garante que todos os usuários tenham liberdade’2 – ou seja: se você recebeu um software com uma licença livre que inclua cláusulas Copyleft, e se optar por redistribuí-lo (modificado ou não), terá que mantê-lo com a mesma licença com que o recebeu.”
Nem todas as licenças de software livre incluem a característica de Copyleft,
a exemplo da BSD e da ASL (Apache Software License). Já a GPL (General Public
1 Como consta em: <http://br-linux.org/faq-software-livre/>.
2 Retirado de: <http://www.gnu.org/copyleft/>.
13
License), usada pelo kernel (núcleo de sistema) Linux, é o maior exemplo de licença
baseada no Copyleft.
Diferentemente do Copyright, a GPL garante ao usuário o poder de editar e
modificar um trabalho. Enquanto a maior parte das licenças de software procuram
restringir a liberdade de compartilhamento e modificação, a licença GPL permite que
os softwares sejam modificados, distribuídos e estejam sempre disponíveis
gratuitamente ao usuário final.
Dentro da GPL é possível também cobrar pela distribuição de software, se o
usuário assim quiser, e nela é sempre garantido ao usuário o recebimento do ou
acesso ao código fonte do programa, para a modificação ou mesmo utilização do
mesmo na criação ou aperfeiçoamento de outros softwares.
O software livre licenciado por GPL não possui garantia, como forma de
proteção ao autor no caso de modificação e redistribuição mal intencionada de seu
código por terceiros, que eventualmente possa acarretar danos ao usuário final.
Patentes registradas sob a GPL não devem ser individuais, e devem
preservar o direito de redistribuição e modificação dos softwares e seu código fonte.
14
4 PIRATARIA
A pirataria consiste na venda e/ou distribuição de cópias de softwares
proprietários de maneira ilegal, sem respeitar os termos de uso e devidas licenças
utilizadas pelos autores. É amplamente difundida no Brasil, bastando uma breve
pesquisa na Internet para se encontrar uma grande quantidade de cópias não-
autorizadas de softwares protegidos por direitos autorais.
Por mais que as empresas de software venham criando proteções anti-
pirataria para seus programas, os chamados crackers (responsáveis por “quebrar”
proteções de software e redistribuí-los de diversas formas) continuam burlando suas
barreiras com frequência, causando significativas perdas comerciais.
4.1 Impacto da pirataria no mercado
A diferença entre o número de softwares legalizados e o de softwares
instalados, excetuando-se desse cenários os softwares livres, pode ser considerada
como o número de softwares pirateados, ou seja, como o número de softwares
instalados sem licença oficial (demanda – fornecimento legal = software pirata).
A pirataria não apenas existe como é bastante presente na grande maioria
dos computadores pessoais em todo o mundo. Em 2009 o valor estimado do
software pirateado no Brasil girou em torno de US$2,25 bilhões, deixando o Brasil
em 5º lugar no ranking de países com maior prejuízo causado pela pirataria.3
A BSA (Business Software Alliance) calcula que o prejuízo à indústria mundial
de software tenha batido os US$50 bilhões em 2009. No mesmo ano, no Brasil, em
torno de 56% das cópias de softwares utilizadas eram piratas, mais do que a média 3 Como consta em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ult272u733272.shtml>
15
mundial, de 43%. Já o país com maior taxa de utilização de software pirata é a
Geórgia, com altíssimos 95%.4
4.2 Pirataria e software livre
A evolução de softwares proprietários é geralmente norteada pelas
estratégias de marketing dos fornecedores, que muitas vezes incluem
funcionalidades novas nos programas. Contudo, nem sempre essas funcionalidades
são utilizadas pelos consumidores. Entretanto, algumas vezes, as versões mais
recentes de tais softwares impedem que os usuários adquiram versões antigas,
mesmo que elas atendam completamente suas necessidades.
Com os softwares livres, que são de fácil acesso (pode-se obter cópias via
internet na grande maioria dos casos), boa parte dos usuários não se interessaria
em utilizar os softwares correspondentes “pagos”. Dessa maneira, o prejuízo das
empresas criadoras dos softwares corresponderia ao valor das licenças utilizadas
pelos usuários que, ainda interessados nos softwares proprietários, intencionalmente
optassem por versões piratas.
Se houver um aumento do consumo de softwares livres, o custo total da
oficialização dos softwares seria menor. Com o combate à pirataria, a parcela de
usuários que faz uso de softwares piratas seria obrigada a se legalizar, e a balança
de pagamentos seria afetada. Se esses usuários migrarem para equivalentes livres
dos softwares proprietários, a balança de pagamentos não seria tão afetada.
Diante desse cenário, o software livre se mostra também uma alternativa
interessante no que diz respeito a acordos comerciais internacionais firmados pelos
governos para combater a pirataria de software.
4 Também em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ult272u733272.shtml>
16
5 PESQUISA DE CAMPO
No dia 20 de setembro de 2010, um questionário (cujo modelo está
disponível no Apêndice A do presente trabalho) composto por quatro questões de
múltipla escolha foi aplicado para 103 alunos da ETec Polivalente de Americana,
divididos entre os cursos de Informática, Comunicação Visual, Design de Interiores e
o terceiro ano do Ensino Médio.
Uma vez que foi colhido um total de 100 assinaturas, uma pequena margem
de erro pode ser considerada nos resultados, por serem tidos como de fato válidos
apenas os questionários cuja autenticidade do preenchimento pode ser provada pela
assinatura de um aluno matriculado na Etec.
Os objetivos de tal questionário eram, assim como as questões, basicamente
quatro: verificar o conhecimento dos alunos sobre a existência do software livre;
verificar a utilização de software proprietário pirata entre os alunos, evidenciando a
existência da prática de pirataria de software entre os mesmos; levantar possíveis
razões para a utilização de cópias de software pirata e, por fim, verificar a disposição
dos alunos em trocar seus programas piratas por alternativas gratuitas.
5.1 Apresentação e análise dos resultados
A primeira questão do questionário dizia respeito ao conhecimento da
existência de software livre por parte dos alunos, e sua utilização.
17
Figura 1. Conhecimento sobre a existência, e utilização de software livre por parte dos alunos.
A maior parte dos alunos que responderam ao questionário disse já conhecer
e já ter utilizado software livre. No entanto, relevantes 31% dos alunos não sabe
sequer o que é software livre, e jamais utilizaram (ao menos não conscientemente)
essa categoria de software. Trata-se não de um nicho, mas de uma considerável
parcela do público consumidor de programas de computador, que poderia ser
introduzida ao software livre como alternativa.
Figura 2. Utilização de software proprietário pirata entre alunos da Etec Polivalente.
18
A segunda questão do questionário dizia respeito, diretamente, à utilização de
cópias piratas de software por parte dos alunos. A grande (e assustadora) maioria,
85% dos alunos participantes da pesquisa, afirmam utilizar ou já ter utilizado
software pirata. Salvo a limitação da amostragem, o número é maior do que a média
de utilização de software pirata no Brasil, que beira os 56%.
O resultado expressivo evidencia, sem espaço para dúvidas, a existência da
prática de pirataria de software entre os alunos da Etec Polivalente de Americana. É
seguro apontar, ligando os resultados das figuras 1 e 2, que entre 16 e 31% do total
de alunos entrevistados praticam a pirataria sem ter conhecimento da existência de
software livre, uma alternativa viável e interessante ao software pirata. Isso é
afirmável porque os alunos que não conhecem e não utilizaram software livre (31%
do total) utilizam, evidentemente, soluções proprietárias.
Se os quase 15% de alunos que fazem uso de software licenciado se
encaixarem nos 31% de não-conhecedores de software livre, restarão 16% de
praticantes da pirataria sem conhecimento da existência do padrão aberto de
software. E caso os alunos utilizadores de software licenciado não forem os mesmos
que desconhecem o software livre, a situação se agrava, uma vez que a quantia de
praticantes da pirataria sem conhecimento do padrão aberto pode chegar a até 31%.
A terceira questão do questionário procurou encontrar razões para o uso de
software pirata entre os alunos, e os resultados se encontram logo adiante.
19
Figura 3. Principais razões para uso de software pirata entre os alunos.
A principal razão apontada pelos alunos para a utilização de software pirata é
financeira: se trata do preço das versões originais dos programas proprietários. Tal
razão abre espaço para a apresentação do software livre como alternativa aos
programas piratas, uma vez que ele possui uma infinidade de programas gratuitos.
Pode-se considerar ter havido um empate técnico no tocante à segunda razão
que mais impulsiona os alunos a praticarem a pirataria. Comodidade na aquisição da
versão pirata, desconhecimento de alternativas gratuitas e indisponibilidade da
versão original (seja por questões mercadológicas, seja por acessibilidade) foram
apontadas, juntas, como responsáveis por cerca de 40% da impulsão à prática de
pirataria de software proprietário.
Ponto, mais uma vez, para o software livre, cuja aquisição pode ser feita da
maneira como o usuário preferir (empréstimo, compra ou distribuição gratuita de
CDs ou download na Internet) e cuja disponibilidade será sempre ilimitada, já que
não há limitações para a sua inserção em qualquer mercado ou ambiente. E o
desconhecimento, por parte dos alunos, de alternativas gratuitas, reforça a idéia
tratada anteriormente de que uma significativa parte dos alunos praticantes da
pirataria, o fazem sem conhecer (e utilizar) o software livre.
20
Figura 4.Disposição dos alunos para a troca de softwares piratas por alternativas gratuitas e funcionais, à altura do
programaproprietárioquepirateiam.
Por fim, foi perguntado aos alunos sobre sua disposição em trocar os
softwares piratas que utilizam por alternativas gratuitas e funcionais. A esmagadora
maioria, de 96%, afirmou que, diante de uma alternativa à altura, faria a troca do
software pirata por outro gratuito ou livre, de mesma função.
21
6 AÇÃO DE DIVULGAÇÃO DO SOFTWARE LIVRE
Diante dos resultados (previamente apresentados) da pesquisa de campo,
verifica-se uma enorme brecha para a inserção do software livre em âmbito escolar.
Uma vez sabido da disposição dos alunos em utilizarem alternativas gratuitas
aos softwares piratas, e uma vez mostrado que boa parte dos praticantes da
pirataria desconhecem tais alternativas, ações que apresentem o software livre
como opção à pirataria se fazem fundamentais para dar início à sua utilização entre
aqueles que o desconhecem e recorrem à ilegalidade.
A contar do fechamento deste trabalho, algumas medidas haviam sido
encaminhadas pelo seu grupo autor, visando iniciar o suprimento da necessidade de
divulgação do software livre em detrimento da pirataria.
A primeira das medidas trata-se da distribuição de 2500 panfletos com o
nome e o logotipo do projeto (Pense Livre), um slogan e links da Internet para a
busca e aquisição gratuita da distribuição Linux Ubuntu (mantida pela Canonical
Ltd.), que traz uma vasta coleção de software livre pronto para ser utilizado.
A segunda medida é a elaboração de uma palestra com o professor Ariel
Malves, profissional ligado ao software livre e com amplo conhecimento no assunto.
Tal palestra será feita na própria Etec Polivalente de Americana, aberta aos alunos
do período da manhã, no dia 22 de outubro de 2010. O objetivo da palestra é
apresentar o software livre àqueles que não o conhecem, e mostrá-lo como
alternativa aos softwares proprietários pirateados.
Por fim, durante a ExpoTec, a Exposição de Projetos Técnico-Científicos da
ETec Polivalente, um computador com o sistema Ubuntu estará disponível para que
os alunos visitantes da feira o testem, conheçam e tirem dúvidas sobre sua
utilização e funcionamento com os integrantes do projeto Pense Livre.
22
7 CONCLUSÃO
Foi possível evidenciar, ao término deste trabalho, a existência da prática de
pirataria de software entre os alunos da Etec Polivalente. As principais razões para
essa prática são, segundo os próprios alunos, os preços e a eventual disponibilidade
das versões originais, e a comodidade na aquisição das piratas.
O software livre, capaz de suprir as necessidades da grande maioria dos
usuários, é uma alternativa viável e eficiente aos softwares piratas, uma vez que não
possui os problemas que fazem com que os usuários recorram à ilegalidade.
Boa parte dos alunos praticantes da pirataria o fazem sem saber da existência
ou ter contato com as alternativas livres, de modo que ações para divulgar essas
alternativas ao usuário final se fazem necessárias.
Com as medidas encaminhadas pelos autores do projeto Pense Livre, espera-
se não reduzir diretamente a pirataria de software, mas expôr ao público alvo que a
ilegalidade não é a única alternativa para se ter necessidades computacionais
satisfeitas, podendo-se alcançar, somente então, uma possível redução no uso de
softwares proprietários não licenciados.
23
REFERÊNCIAS
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BRASIL, BBC. Prejuízo com pirataria de software no Brasil mais que dobra e já é 5º no mundo, diz relatório. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ult272u733272.shtml> Acesso em: 03 set. 2010
DISTRIBUIÇÃO COMERCIAL de software livre. Disponível em: <http://br-linux.org/faq-softwarelivre/> Acesso em: 25 ago. 2010
FOUNDATION, Free Software. O que é software livre? Disponível em: <http://fsfla.org/svnwiki/about/what-is-free-software.pt.html> Acesso em: 01 set. 2010
GAGNÉ, Marcel. The Connection Between Free Software and Piracy. Disponível em: <http://ubuntu-user.com/Online/Blogs/Marcel-Gagne-Orbiting-Planet-buntu/The-Connection-Between-Free-Software-and-Piracy> Acesso em: 02 out. 2010
GNU. What is Copyleft? Disponível em: <http://www.gnu.org/copyleft/> Acesso em: 02 set. 2010
HIGA, Paulo. Os prós e contras de 6 distribuições Linux. Disponível em: <http://www.guiadopc.com.br/artigos/344/os-pros-e-contras-de-6-distribuicoes-linux.html> Acesso em: 05 set. 2010
O CASO The Pirate Bay. Disponível em: <http://www.infowester.com/blog/o-caso-the-pirate-bay/> Acesso em: 03 set. 2010
24
O QUE É Copyleft? Disponível em: <http://br-linux.org/faq-softwarelivre/> Acesso em: 25 ago. 2010
O QUE É GPL? Disponível em: <http://www.voxforge.org/pt_br/about/faq/faq/o-que--gpl> Acesso em: 05 set. 2010
REUTERS, Agência. Software Livre como alternativa à pirataria. Disponível em: <http://www.softwarelivre.gov.br/noticias/News_Item.2006-10-30.2131/> Acesso em: 05 out. 2010
WHAT IS Program? Disponível em: <http://searchsoftwarequality.techtarget.com/sDefinition/0,,sid92_gci212834,00.html> Acesso em: 15 out. 2010
WHAT IS Software? Disponível em: <http://searchsoa.techtarget.com/sDefinition/0,,sid26_gci213024,00.html> Acesso em: 15 out. 2010
25
APÊNDICE A – Modelo do questionário respondido pelos alunos
1. Você sabe o que é software livre? Já utilizou essa categoria de software?
( ) Sei, mas não utilizei ( ) Sei, e já utilizei ( ) Não sei
2. Utiliza (ou já utilizou) cópias consideradas “piratas” de softwares proprietários
pagos (ex: Windows, Photoshop, pacote Office)?
( ) Sim ( ) Não
3. Caso tenha respondido “Sim” à questão anterior, aponte as principais razões para
ter utilizado cópias piratas.
( ) Comodidade na aquisição da versão pirata
( ) Preço da versão original
( ) Desconhecimento de uma alternativa gratuita
( ) Indisponibilidade do original
( ) Não me importo com o fato de a pirataria ser ilegal
( ) Outro motivo (especifique)
4. Se encontrasse alternativas gratuitas e funcionais aos softwares proprietários que
pirateia, você as utilizaria no lugar das versões piratas?
( ) Sim ( ) Não (especifique o motivo)