tesis frijol

109
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS EFEITO DO DÉFICIT HÍDRICO EM FEIJÃOCAUPI PARA IDENTIFICAÇÃO DE GENÓTIPOS COM TOLERÂNCIA À SECA SEBASTIÃO PEREIRA DO NASCIMENTO TERESINA Estado do Piauí, Brasil Abril 2009

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revisión bibliográfica del cultivo de frijol

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  • UNIVERSIDADEFEDERALDOPIAU

    CENTRODECINCIASAGRRIAS

    EFEITODODFICITHDRICOEMFEIJOCAUPIPARAIDENTIFICAODE

    GENTIPOSCOMTOLERNCIASECA

    SEBASTIOPEREIRADONASCIMENTO

    TERESINA

    EstadodoPiau,Brasil

    Abril 2009

  • ii

    EFEITODODFICITHDRICOEMFEIJOCAUPIPARAIDENTIFICAODE

    GENTIPOSCOMTOLERNCIASECA

    SEBASTIOPEREIRADONASCIMENTO

    ENGENHEIROAGRNOMO

    Orientador:Dr.EdsonAlvesBastos

    Dissertao apresentada ao Programa de Ps

    Graduao em Agronomia da Universidade

    Federal do Piau UFPI, como parte dos

    requisitos para obteno do ttulo de mestre em

    agronomia, rea de concentrao em produo

    vegetal.

    TERESINA

    EstadodoPiau,Brasil

    Abril 2009

  • FICHACATALOGRFICA

    ServiodeProcessamentoTcnicodaUniversidadeFederaldoPiau

    BibliotecaComunitriaJornalistaCarlosCastelloBranco

    T244eNascimento,SebastioPereirado.Efeito do dficit hdrico em feijocaupi para

    identificao de gentipos com tolerncia seca[manuscrito]/SebastioPereiradoNascimento. 2009.

    109f.

    Cpiadecomputador(printout).Dissertao(Mestrado)ProgramadePsGraduao

    emAgronomiadaUniversidadeFederaldoPiau,2009.Orientador: Dr. Edson Alves Bastos, Co

    orientador:Dr.FranciscoRodriguesFreireFilho

    1.Feijocaupi(Vigna ungu icula ta).2.Rendimentodegros.3.SemiridoNordeste.I.Ttulo.

    CDD:635.6592

  • iii

    EFEITODODFICITHDRICOEMFEIJOCAUPIPARAIDENTIFICAODE

    GENTIPOSCOMTOLERNCIASECA

    SEBASTIOPEREIRADONASCIMENTO

    EstadissertaofoijulgadaadequadaparaaobtenodoTtulodeMestreemAgronomiae

    aprovadaemsuaformafinalpeloProgramadePsGraduao Stricto Sen suemAgronomia,

    nvel demestradodaUniversidadeFederaldoPiau UFPI,em 17 deabrilde2009.

    ApresentadaComissoExaminadora,integradapor:

    ____________________________________________

    Dr.EdsonAlvesBastos

    (Orientador)

    ____________________________________________

    Dr.FranciscoRodriguesFreireFilho

    (Membro)

    ____________________________________________

    Dr.ReinaldoLcioGomide

    (Membro)

    ____________________________________________

    Dr.FranciscoEdinaldoPintoMousinho

    (Membro)

    TERESINA

    EstadodoPiau,Brasil

    Abril 2009

  • iv

    Eu posso prever o caminho de

    corpos celestiais, mas no posso

    dizernadaarespeitodomovimento

    deumapequenagotadegua

    GalileoGalilei

  • v

    AGRADECIMENTOS

    ADeu s,peloamor,esperana,fepresenaconstanteemminhavida.

    minhameHelenaTerto,peloexemplodeluta,garra,fibraeserenidade,eespecialmente

    portersidomeureferencialnabuscadeserumcidado.

    Alcinia Pereira do Nascimento e Pedro Alberto Campos Ribeiro, meus segundos pais

    (assimosconsidero),pelaoportunidadeeensinamentosproporcionadosnestalongajornada.

    Ao meu pai Jos Gregrio do Nascimento, pelos conhecimentos empricos repassados e

    motivaoparabuscado conhecimentotcnicocientfico.

    A todos da minha famlia, fonte inesgotvel de inspirao para busca de meus ideais, em

    especialaossobrinhos,naesperanaqueelestambmtenhamaoportunidadeevontadepara

    vencernabasedoconhecimento.

    AospesquisadoresDr.EdsonAlvesBastoseFranciscoRodriguesFreireFilhopelaorientao

    eensinamentosparaconvivnciacomomundocientfico,bemcomopelosbonsmomentos

    duranteoestgionaEmbrapaMeioNorte enaconfecodestetrabalho.

    AoDr.ReinaldoLcioGomide,coordenadornacionaldoprojetoFenotipagemdegramneas

    ecereaisparatolernciaseca,peloaportefinanceirodaexecuodestapesquisa.

    Aos pesquisadores da Embrapa MeioNorte Eugnio Celso Emrito, Milton Jos Cardoso,

    Maurisrael de Rocha, Kaesel Jackson Damasceno eMarisniaNoronha eespecialmente ao

    Dr. Aderson Soares de Andrade Jnior, pelo carter, companheirismo, bem como pelos

    conhecimentosrepassados.

    professores Dra. Cristina Chances Muratori, Dr. Disraeli Reis da Rocha e Dr. Cndido

    Athayde Sobrinho, pela confiana, e recomendao ao programa de psgraduao em

    agronomia.

    DanieleSavana,pelosmomentosdedescontraoeimpacincia,eaosamigosdoMestrado

    emCinciaAnimaleAgronomia,especialmenteaoscompanheirosProf.ClemiltonFerreira,

    RenatoRochaeFernandoArajopelosconhecimentoscompartilhados.

    Aos amigos (parceiros) de estgio da Embrapa MeioNorte: Eddie Leal, Rafael Maschio,

    Michel Barros, Adilberto Lemos, Simone Raquel e especialmente ao Everaldo Moreira,

    companheirodef.

    Aos companheiros do feijocaupi da Embrapa MeioNorte: Anchieta Fontenele, Erina

    Vitrio,ManoelGonalvesePauloMonteiro,peloapoionaimplantaodosexperimentos.

    CAPES,peloconcessodabolsademestrado.

    Meuseternosagradecimentos.

  • vi

    SUMRIO

    Lista deAbrevia tu ra s viii

    Lista deFigu ras ix

    Lista deTab elas x

    RESUMO xi

    ABSTRACT xii

    1.INTRODUO 1

    1.1.ObjetivosGeraiseEspecficos 2

    1.2. Justificativa 3

    2.REVISODELITERATURA 4

    2.1. AspectosGeraisdoFeijoCaupi 4

    2.1.1.Origem,ClassificaoBotnicaeDistribuio 4

    2.1.2.CicloFenolgicoeCaractersticasMorfolgicas 4

    2.1.3.ImportnciaSocioeconmica 6

    2.1.4.NecessidadeHdrica 7

    2.2.EstresseHdrico 9

    2.3.CaractersticasMorfolgicas,FisiolgicaseBioqumicadasplantasscondies

    dedisponibilidadedeguanosolo 10

    2.3.1.ndicedereaFoliar 10

    2.3.2.CondutnciaEstomtica 12

    2.3.3.PotencialHdricoFoliar 13

    2.3.4.TemperaturaFoliar 14

    2.3.5.TeordeClorofila 15

    2.4. TolernciaSeca 16

    3.REFERNCIASBIBLIOGRFICAS 19

    CAPTULO 1 CARACTERSTICAS FISIOLGICAS E PRODUTIVAS DE

    GENTIPOSDEFEIJOCAUPISOBDFICITHDRICO 32

    RESUMO 33

    ABSTRACT 33

    1.INTRODUO 34

    2.MATERIALEMTODOS 36

    3.RESULTADOSEDISCUSSO 38

    4.CONCLUSES 46

  • vii

    5.REFERNCIASBIBLIOGRFICAS 46

    CAPTULO 2 IDENTIFICAO DE GENTIPOS DE FEIJOCAUPI PARA

    TOLERNCIASECA 51

    RESUMO 52

    ABSTRACT 53

    1.INTRODUO 53

    2.MATERIALEMTODOS 55

    3.RESULTADOSEDISCUSSO 58

    4.CONCLUSES 66

    5.REFERNCIASBIBLIOGRFICAS 66

    6.ANEXOS 70

    3.CONSIDERAESFINAIS 72

    ANEXOS 74

  • viii

    LISTADEABREVIATURAS

    CE Comestresse

    DAS Diasapssemeadura

    DBC Delineamentoemblocoscasualizados

    gsha

    Condutnciaestomtica

    Hectare

    IAF ndicedereafoliar

    ICF ndicede clorofila(teordeclorofila)

    MCG Massadecemgros

    NGV Nmerodegrosporvagem

    NVP Nmerodevagemporplanta

    PG Produtividadedegros

    SE Semestresse

    Tf Temperaturafoliar

    f Potencialhdricofoliar

  • ix

    LISTADEFIGURAS

    CAPTULO1

    Figura 1. Relao entre Temperatura foliar e Temperatura ambiente de 20

    gentipos de feijocaupi submetidos ao dficit hdrico na fase reprodutiva, nos

    experimentossemecomestressehdrico,noperododeagostoaoutubrode2008 45

    CAPTULO2

    Figura1.Variaonaumidademdiadosoloatumaprofundidadede0,70m,ao

    longodociclofenolgicodosgentiposdefeijocaupi,semecomestressehdrico 70

    Figura2.ndicedereafoliar(IAF)mximoemdiode20gentiposdefeijo

    caupisubmetidosaoestressehdriconafasereprodutiva,paraascondiesseme

    comestressehdrico,noperododeagostoaoutubrode2008 70

    Figura 3. ndice de clorofila total (ICF) mximo e mdio de 20 gentipos de

    feijocaupisubmetidosaoestressehdriconafasereprodutiva,paraascondies

    semecomestressehdrico,noperododeagostoaoutubrode2008 70

  • x

    LISTADETABELAS

    CAPTULO1

    Tabela1.Caractersticasfsicasdosolodareaexperimental,Teresina,PI 37

    Tabela2.CaractersticasQumicasdosolodareaexperimental,Teresina,PI 37

    Tabela3.Valoresmdiosdepotencialhdricofoliar(f),condutnciaestomtica

    (gs), temperatura foliar (Tf) e de produtividade gros (PG) de 20 gentipos de

    feijocaupi,sobdoisregimeshdricosemTeresina,PI 41

    CAPTULO2

    Tabela1.Valoresmdiosdonmerodevagensporplanta(NVP),nmerodegros

    porvagem(NGV),massadecemgros(MCG),eprodutividadedegros(PG)de

    20gentiposdefeijocaupi,sobdoisregimeshdricos 71

  • xi

    Nascimento, Sebastio Pereira do. Efeito do dficit hdrico em feijocaupi para

    identificao de gentipos com tolerncia seca. TeresinaPI, 2009. 109p. Dissertao

    (Trabalhodepsgraduaoemagronomia).Comitdeorientao:Dr.EdsonAlvesBastos

    (Orientador),Dr.FranciscoRodriguesFreireFilho(Coorientador).UniversidadeFederaldo

    Piau.

    Resumo: O feijocaupi cultivado na sia, na Amrica e principalmente na frica. No

    BrasilseucultivoocorrepredominantementenasregiesNorteeNordeste,ondeseconstitui

    na principal dieta alimentar. Apresentase com baixos ndices de produtividades, devido

    principalmenteaocorrnciadedficithdrico.Otrabalhoteveporobjetivoavaliaroefeitodo

    dficithdrico sobreodesempenhofisiolgico,produtivoebioqumicodofeijocaupicom

    vistasseleodegentiposcomtolernciaseca.Foramrealizadosdoisexperimentos:um

    com irrigao plena e outro com estresse hdrico aplicado durante o prflorescimento ao

    incio da formao das vagens. A pesquisa constou de estudos sobre as caractersticas

    fisiolgicas e produtivas de gentipos de feijocaupi sob dficit hdrico (Captulo I)

    Avaliaodegentipos de feijocaupipara tolerncia seca (Captulo II). Foi utilizadoo

    delineamentodeblocosaoacasocomquatrorepetiese20tratamentos(gentipos),asaber:

    Pitiba, Tvu 36, TE898, Capela, Canapuzinho, CanapuBA, CanapuzinhoPE, CNCx 689

    128G,BR17Gurguia,BRSParaguau,Patativa,BRSXiquexique,Pingodeouro1,Pingo

    deouro2, Pingodeouro12, Canapuzinho2, Epace10 IPA206, Tracuateua192. Foram

    avaliados variveis fisiolgicas, bioqumicas, componentes de produo eprodutividade de

    gros, Foi utilizado um sistema de irrigao por asperso convencional e o manejo da

    irrigao foi feito com base na evapotranspirao de referncia estimada pelo mtodo de

    PenmamMonteithecoeficientesdeculturalocais.Odficithdricofoiobtidoaplicandose,

    aproximadamente,metadedalminarequeridapelofeijocaupi.Odficithdricoreduziuem

    72%acondutnciaestomtica,62%opotencialdeguanasfolhas,poroutroladoaumentou

    em11,7%atemperaturafoliar,em23%ondicemdiodereafoliar,16%ondicemdiode

    clorofila,175%onmeromdiodevagensporplanta,16%eem60%aproduodegros.

    Os gentiposBRSParaguau,Pingodeouro12, CanapuBA eCNCx689128G e TE898

    apresentaram caractersticas fisiolgicas e produtivas de tolerncia seca, no entanto, os

    gentiposSantoIncioeTracuateu192notoleramdficithdricomoderado.

    Palavras chave: Vigna unguicu lata (L.) Walp, ndice de rea foliar, Condutncia

    Estomtica,Potencial deguanafolha,produtividadedegros.

  • xii

    Nascimento,SebastioPereirado.Effectofwaterdeficitincowpeatoidentifygenotypes

    withdroughttolerance.TeresinaPI,2009.109p.Dissertao(Trabalhodepsgraduao

    emagronomia).Comitdeorientao:Dr.EdsonAlvesBastos (Orientador),Dr.Francisco

    RodriguesFreireFilho(Coorientador).UniversidadeFederaldoPiau.

    Abstract:The cowpea is grown in Asia, across the American continent and especially in

    Africa.InBrazilitscultivationisdonemainlyintheRegionsNorthandNortheast,whereitis

    themaindiet.Thiscroppresentsintheseregionswithlowyields,mainlyduetowaterdeficit.

    The objective of this work was to evaluate the effect water stress on physiological,

    productivity and biochemistryperformances for select genotypes of cowpea with drought

    tolerance.Twoexperimentswereconducted:onewithfullirrigationandtheotherwithwater

    stress applied during the crop reproductive phase. The research consisted of physiological

    and productive characteristics in cowpea genotypes under water deficit (Chapter I)

    Evaluationofcowpeagenotypesfordroughttolerance(ChapterII).Arandomizedcomplete

    blockdesignwithfourreplicationsand20treatments(genotypes),namely,Pitiba,Tvu36,

    TE898, Capela, Canapuzinho, CanapuBA, CanapuzinhoPE, CNCX 689128G, BR17

    Gurguia, BRSParaguau, Patativa, BRS Xiquexique, Pingodeouro1, Pingodeouro2,

    Pingodeouro12, Canapuzinho2, Epace10, IPA206, Tracuateua192. Physiological

    variableswereevaluated,biochemistry,componentsproductionandgrain yield,wasuseda

    system of conventional sprinkler and irrigation management was based on reference

    evapotranspirationestimatedbyPenmamMonteithmethodandcoefficientsof localculture.

    The water deficit was achieved by applying approximately half of the blade required by

    cowpea. The water deficit reduced by 72% in stomatal conductance, 62% the leaf water

    potential, however, increased by 11.7% the leaf temperature,23%of the average leaf area

    index,16%theaveragerateofchlorophyll,175%theaveragenumberofpodsperplant,16%

    and 60% grain production. The genotypes BRSParaguau, Pingodeouro12, Pingode

    ouro1, CanapuBA e CNCx 689128G and TE898 showed characteristics of drought

    tolerance,however,SantoIncioandTracuateua192nottoleratemoderatewater deficit.

    Keywords: Vigna ungu icula ta(L.)Walp,leafareaindex,stomatalconductance,leafwater

    potential,grainyield.

  • 1

    1. INTRODUO

    Areaocupadacomfeijocaupinomundoestemtornode11milhesdehectares,

    sendo7,8milhesdehectares,(69%desta)noOesteeCentrodafrica.Orestantedarea

    cultivada est localizada na Amrica do Sul, Amrica Central e sia, compequenas reas

    espalhadaspelosudoestedaEuropa,sudoestedosEstadosUnidoseOceania.Osprincipais

    produtoresmundiaissoNigria,NgereBrasil(Langyintuoetal.,2003Singh etal.,2003).

    Aculturadofeijocaupi[Vigna unguicu lata(L.)Walp]representafundamentalimportncia

    socioeconmicaparaoNordesteeNortedoBrasil,constituindoseumadasprincipaisfontes

    proticasdaspopulaesdessasregies.Nascondiesdecultivodaespcie,principalmente

    noNordestebrasileiro,emcertoslocaisepocasdoano,prevalecemcondiesambientais

    adversasdedeficinciadeguaetemperaturaselevadas.

    No Brasil, o feijocaupi cultivado predominantemente no serto semirido da

    regio Nordeste e em pequenas reas na Amaznia. Representa 95% a 100% do total das

    reasplantadas comfeijocaupinosEstadosdoAmazonas,Maranho,Cear,PiaueRio

    Grande do Norte (Maia, 1996 Souza, 2002). No Nordeste, os maiores produtores so os

    EstadosdoCear,Piau,BahiaeMaranho,osquais tambmapresentamasmaioresreas

    plantadas(CONAB,2008).

    O cultivo de culturas anuais em todo Brasil, tanto em sistema irrigado quanto de

    sequeiro, so submetidos a diferentes condies ambientais, com diferentes nveis de

    umidade do ar, temperatura do ar, irradincia solar e condies hdricas, que afetam o

    crescimento, desenvolvimento, produo da cultura e sua qualidade (Fancelli & Dourado

    Neto,2005).

    A ocorrncia de ligeiros d ficits hdricos no incio do desenvolvimento da cultura

    pode servir para estimular maior desenvolvimento radicular das plantas, porm, estresse

    hdricoprximoeanteriorao florescimentopodeocasionar severa retraodocrescimento

    vegetativo, limitandoaproduo(Ellisetal.,1985).Oestressehdrico afetaabioqumica,a

    fisiologia,amorfologiaeosprocessosdedesenvolvimentodasplantas,reduzindoafotossntese

    de trs maneiras: pela reduo na rea foliar disponvel para interceptar a radiao solar, pela

    reduo da difuso do CO2 para dentro da folha e pela reduo da habilidade dos cloroplastos

    para fixar o CO2 que neles penetram (Jones, 1985). O estresse hdrico causa, a curto prazo,

    redues na condutncia estomtica e no crescimento das folhas e, a longoprazo, redues no

    crescimentodocauledasplantas(Gollanetal.,1986).Bezerraetal.(2003),estudandoofeijo

    caupi e dficit hdrico em suas fases fenolgicas, observaram que o dficit hdrico afetou

  • 2

    significativamenteaprodutividadedegros,onmerodevagensporplantaeonmerode

    gros por vagem. Perez (1995) verificouqueosvalores crticos depotencial hdrico foliar

    variam entre as espcies, entre cultivares e entre estdios do desenvolvimento. O dficit

    hdricoemfeijocaupiprovocamenorcrescimento,comprogressivareduodareafoliare

    matria seca total, principalmente para os perodosmais prolongadose, principalmente no

    perodoreprodutivo,pormestaculturaapresentaaltacapacidadederecuperaopsestresse

    (Leiteetal.,1999).

    A baixa produtividade desta cultura no estado do Piau, atribuda em parte sua

    adaptao ecolgica, mostra a necessidade do melhor conhecimento do aproveitamento

    hdricodascultivaresusadasna regio,visandomelhoraproveitamentodaguadisponvel

    nosoloemcombinaocomadistribuiodechuvas.Dessa forma,aseleodecultivares

    compotencialparatolernciaasecadegrandeimportnciapararegiessujeitasaveranicos

    (perodos prolongados sem chuva) ou mesmo em regies de baixa pluviosidade, como o

    semiridonordestino

    Nessecontexto,apesquisaobjetivoudemaneiracomparativaavaliar20gentiposde

    feijocaupi, submetidos ao dficit hdrico do solo durante a fase reprodutiva, visando

    identificar osmelhoresgentiposquanto s caractersticasmorfofisiolgicas e bioqumicas

    para tolerncia seca, para auxiliar o programa de melhoramento gentico da cultura no

    processoderecombinaoeseleodenovasvariedadestolerantesseca.

    1.1.OBJETIVOS

    GERAL:

    Avaliaroefeitododficithdricosobreodesempenhomorfofisiolgico,bioqumico

    eprodutivodofeijocaupi,visandoselecionargentiposcomcaractersticasde tolerncia

    seca,paraprogramasdemelhoramentogentico.

    ESPECFICOS:

    Avaliar o efeito do dficit hdrico sobre o potencial hdrico foliar, condutncia

    estomtica, temperatura foliar e produtividade de gros nas condies edafoclimticas de

    Teresina,PI,comvistasaselecionargentiposcomcaractersticasdetolernciaseca.

    Avaliaro efeito do dficit hdrico sobreo ndicederea foliar, teor de clorofila,

    componentes de produo e rendimento de gros de feijocaupi nas condies de solo e

    climadeTeresina,PI,eidentificargentiposcom caractersticasdetolerncia aseca.

  • 3

    1.2.JUSTIFICATIVA

    Dentreos fatores limitantesdaproduovegetal, odficit hdricoocupaposiode

    destaque,pois,almdeafetardiretamenteasrelaeshdricasnasplantas,alterandolheso

    metabolismo,fenmenoqueocorreemgrandesextensesdereascultivveis.Apesarde

    sua grande importncia scioeconmica, o feijocaupi ainda cultivado de forma

    rudimentar no semiridobrasileiro, ondeaprodutividade mdia muito baixa. Na regio

    Nordeste, a deficincia hdrica um dos fatores importantes que limitam a produtividade,

    causandoreduesacimade50%emmdiadaproduodefeijocaupi.Portanto,opresente

    estudosejustificanamedidaemquesebuscaidentificarmateriaiscomtolerncia secae

    comcapacidadedemanternveissatisfatrios deprodutividade.

    Aseleodegentiposcomcaractersticasdetolernciasecapodesermuitotilem

    programasdemelhoramentoecomousodabiologiamolecular(marcadoresmoleculares),em

    umcurtoespaodetempo,podeselanarcultivarescomerciaiscomtolernciasecae,dessa

    forma, contribuir para o aumento da produo de alimentos no mundo, especialmente nas

    regiesridasoucommdistribuiodechuvas.

  • 4

    2.REVISODELITERATURA:

    2.1.AspectosGeraisdoFeijoCaupi

    2.1.1.Origem,ClassificaoBotnica eDistribuio

    Acreditase que o feijocaupi seja originrio da frica, tendo sido observado os

    maioresnveisdediversidadeempasesdafricaOcidental,taiscomoaNigria(Ng,1995).

    Foidomesticadonossistemasagrcolascompostospelosorgoemilheto,predominantesnas

    regiessemiridasdoOestedafrica,ondeseencontraumadasmaioresreasdeproduo

    defeijocaupi (Singh etal.,2002).

    O feijocaupi, tambm denominado feijo macaar, feijodecorda ou feijo

    macassar, uma dicotilednea pertencente ordem Fabales, famlia Fabace, subfamlia

    Faboideae,tribo Phaseo lea e,subtribo Phaseolina e,gnero Vigna,espcieVignaunguicu lata

    (L.)Walp. (Onofre,2008).

    Watt (1978) e FreireFilho (1988)citam que sua introduo no Brasil ocorreupelo

    estadodaBahia, apartirdoqual, o feijocaupi foi levadopeloscolonizadoresparaoutras

    reasda regioNordesteeparaoutras regiesdopas.Poroutro lado,Simonet al. (2007)

    sugerem que mais de um evento de introduo de diferentes regies da frica devam ter

    ocorrido, especialmente considerando que houve migrao de escravos africanos de

    diferentesregiesparanossopas.Emboraousodofeijocaupisejamuitosemelhanteaodo

    feijocomum (Pha seo lus vu lgaris L.), observase sua predominncia nos trpicos semi

    rido, mido e submido, condies climticas s quais se apresenta melhor adaptado

    (Smartt,1990).

    2.1.2.CiclofenolgicoeCaractersticasMorfolgicas

    Ofeijocaupiumaespcierelativamentebemestudada,contudoemrelaossuas

    fasesdedesenvolvimentohpoucasinformaes.Possivelmente,devidoaofatodeapresentar

    grandevariabilidade gentica para todosos caracteres e em especial para oportedaplanta

    (Camposetal.,2000).

  • 5

    Mafra(1979)propsmodelostericosparaodesenvolvimentodecultivaresdehbito

    de crescimento determinado, indeterminado e decumbente ou volvel. Sendo este,

    possivelmente, o primeiro trabalho que tentou estabelecer uma escala de desenvolvimento

    paraofeijocaupi.Essasescalassoimportantesporquepermitemrelacionaranecessidade

    de uma prtica agronmica ou a ocorrncia de algum fator adverso com um determinado

    estdiodedesenvolvimento daplanta (Campos et al., 2000).Segundo estes autoreso ciclo

    fenolgicoemfeijocaupisecomportadaseguinteforma:

    Fasevegetativa:

    V0 SemeaduraV1Oscotildonesencontramseemergidosna superfciedo

    soloV2Asfolhasunifolioladasencontramsecompletamenteabertas,suasduasmargens

    esto completamente separadas V3 A primeira folha trifoliolada encontrase com os

    fololos separados e completamente abertos V4 A segunda folha trifoliolada encontrase

    com os fololos separados e completamente abertos V5 A terceira folha trifoliolada

    encontrasecomosfololosseparadosecompletamenteabertosV6Osprimrdiosdoramo

    secundrio surgemnasaxilasdas folhasunifolioladas,podendo tambmserobservadosnas

    axilasdasprimeirasfolhastrifolioladasV7Aprimeirafolhadoramosecundrioencontra

    se completamente aberta V8 A segunda folha do ramo secundrio encontrase

    completamenteabertaV9Aterceirafolhadoramosecundrioencontrasecompletamente

    aberta.

    Fasereprodutiva:

    R1 Surgem os primrdios do primeiro boto floral no ramo principal R2

    Antese da primeira flor, geralmente oriunda do primeiro boto floral R3 Incio da

    maturidade da primeira vagem, geralmente oriunda da primeira flor. Esse estdio

    caracterizadopeloinciodamudanadecoloraodasvagensdevidoaoincioda secagem

    dasmesmasR4Maturidadede50%dasvagensdaplantaeR5Maturidadede90%das

    vagensdaplanta. Sugereaindaquehajaumcomportamentodiferenciadodosgentiposde

    feijocaupinossistemasdecultivodesequeiroeirrigadonafasevegetativa(V3,V4,V7,V8

    eV9)e reprodutiva(R2eR5).

    Cmara (1997) relata que o tempo de durao entre os diferentes estdios de

    desenvolvimentodaplanta,podevariardeacordocomacultivar,temperatura,climaepoca

    desemeadura,entreoutrosfatores.

    SegundoPaivaetal.(1972), ofeijocaupi,quantoaociclopodeserclassificadoem:

    ciclocurtoquandoa maturidadeatingidaat60diasapsa semeaduraciclomdio

    quando a maturidade atingida entre 60 e 90 dias aps a semeadura e ciclo tardio a

  • 6

    maturidade atingida aps 90 dias da semeadura. Entretanto Freire Filho et al. (2000)

    fizeramasseguintesmodificaes:ciclosuperprecoceamaturidadeatingidaat60dias

    aps a semeadura ciclo precoce a maturidade atingida entre 61 e 70 dias aps a

    semeaduraciclomdio amaturidadeatingidaentre71e90diasapsasemeaduraeciclo

    tardio amaturidadeatingidaapartirde91 diasapsasemeadura

    O feijocaupi uma planta herbcea anual, propagada por sementes, apresenta

    autofecundaoeuma taxamuitobaixadealogamiaou fecundaocruzada(Tefiloet al.,

    1999), e as flores, completas, tm os rgos masculinos e femininos bemprotegidos pelas

    ptalas,emnmerodecinco,decoloraobranca,amarelaouvioleta(Tefiloetal.,2001).

    Apresentadoistiposdehbitosdecrescimentoprincipais:odeterminadoeoindeterminado.

    Noprimeirotipo,ocauleproduzumnmerolimitadodensepradecrescerquandoemite

    umainflorescncia (Arajoet al.,1981).Nasplantasderamificao indeterminada,ocaule

    continuacrescendoeemitindonovosramossecundriosegemas florais.Este tipoomais

    comumentecultivadonoBrasil.Ocorremquatrotiposprincipaisdeportedaplantaque so

    ereto,semiereto,semiprostadoeoprostado(FreireFilhoetal.,2005).Edeacordocomos

    mesmos autores, atualmente observase entre os produtores que tm lavoura manual ou

    parcialmente mecanizada a demanda por plantas que sejam fceis de serem colhidas

    manualmente, e os com a lavoura totalmente mecanizada a demanda por plantas que

    possibilitemacolheitatotalmentemecanizada.

    2.1.3.ImportnciaSocioeconmica

    Ofeijocaupiumadasprincipaisculturasanuaisdostrpicos,ondesuaimportncia

    econmicosocialexplicitadapelosmaisde11milhesdehectaresplantadosaoredordo

    mundo (Langyintuo et al., 2003). A rea cultivada com feijocaupi no Brasil de

    aproximadamente1milhodehectaresdosquaiscercade900mil(90%)estosituadosna

    regioNordestedoBrasil(Limaetal.,2007).Nestaregioarea,produoeaprodutividade

    sode2.229.000ha,1.126.900te506,0kgha1,respectivamente.Osmaioresprodutoresso

    osEstadosdoCear(280.000t),Piau(82.600t),Bahia(50.249t)eMaranho(40.400t),os

    quais tambm apresentam as maiores reas plantadas (CONAB, 2008). Esses dados so

    extremamente importantes, uma vez que refletem a participao da cultura nocontexto de

    geraodeempregos,derendaedaproduodealimentosnopaseacredenciaparareceber

  • 7

    maior ateno por parte das polticas de abastecimento e por parte dos rgos de apoio

    pesquisa.

    O feijocaupipossuiumagrandevariabilidadegenticaqueo torna verstil, sendo

    usadoparavrias finalidadeseemdiversossistemasdeproduo.possuidor tambmde

    uma grande plasticidade, adaptandose bem a diferentes condies ambientais, e tem uma

    grandecapacidadede fixarnitrognioatmosfrico,pormeioda simbiosecombactriasdo

    gnero Rhizobiu m.Almdisso,contmosdezaminocidosessenciaisaoserhumanoetem

    excelente valor calrico. Em virtude dessas caractersticas, uma espcie de grande valor

    atualeestratgico (FreireFilhoet al., 2005).SegundoArajo&Watt,1988o feijocaupi

    contribuicom41%dofeijoconsumidonasreasurbanasnometropolitanasdoNordeste,

    ondeconstituisenoalimentobsicoparaapopulao,exercendoafunodesupridordas

    necessidadesalimentaresdascamadascarentes.Suaspropriedadesnutricionaissosuperiores

    s do feijocomum, e o baixo custo de produo, fazem com que esta cultura seja

    consideradaextremamenteimportanteemtermossociaiseeconmicos,paraaregio.

    Oconsumohumanodofeijocaupipodesernaformadevagemverde,cujacolheita

    feitaquandoasvagensestobemdesenvolvidas,masaindacombaixo teorde fibrasna

    formadegros verdes, colhidas no incio da maturao e na forma de gro seco, onde as

    vagenssocolhidassecas,nopontodematuraodecampo(Vieiraetal.,2000).Observase

    uma expanso na rea e um aumento no consumo desta leguminosa nos ltimos anos,

    tornandoseexcelentealternativadecomercializaoparaosagricultoresdasregiesNortee

    NordesteeCentroOeste.

    2.1.4.NecessidadeHdrica

    O requerimento de gua do feijocaupi varivel com seus estdios de

    desenvolvimento.Oconsumodeguaaumentadeumvalormnimona germinaoatum

    valor mximo na florao e na formao de vagens, decrescendo a partir do incio da

    maturao(Nbregaetal.,2001),podendovariarde300a450mm/ciclobemdistribudosnos

    diferentesestdiosdedesenvolvimentoedependentedacultivar,do soloedascondies

    climticaslocais.Oconsumohdricodirioraramenteexcede3,0mm,quandoaplantaestna

    faseinicialdedesenvolvimento.ParaascondiesedafoclimticasdeTeresina,Lima(1989)

    encontrouparaavariedadeBR10Piauvaloresdaordemde2,1mmdia1.Duranteoperodo

    compreendidoentreoplenocrescimento,florescimentoeenchimentodevagens,seuconsumo

  • 8

    pode seelevarpara5,0a5,5mmdirios, conformevaloresrelatadosporBezerra&Freire

    Filho (1984).Limaet al. (2006)estudandoobalanohdriconosolocultivadocomfeijo

    caupi,concluramqueaevapotranspiraoparaocicloemdiadiriaforamde383,02mme

    4,12mm,respectivamente.Omaiorconsumodeguaocorreunafasereprodutiva,comvalor

    mdiode3,65mmdia1.Calvacheetal.(1998)observaramvaloresmdiosnessafase,de4,6

    mmdia1.

    Na regio de Tabuleiros Costeiros (Parnaba, PI), Andrade et al. (1993) obtiveram

    umaevapotranspiraoparaaculturadofeijocaupide5mmdia1,noinciodociclo,at

    atingirumpicode9mmdia1,aos32diasapsoplantio,quandoaculturaalcanoupleno

    desenvolvimento vegetativo. O consumo de gua em todo o ciclo foi de 380 mm,

    correspondendoaumconsumomdiode6,3mmdia1.Cardosoet al. (1998),nasmesmas

    condies,comumalminade338,8mmdurante todoociclodacultivarBR17Gurguia,

    obtiveramumconsumomdiode6,8mmdia1.Nascimentoetal.(2008)alcanaramvalores

    de rendimento de grosda ordem de1.637 kg ha1 parao gentipode feijocaupi CNCx

    689128G, com um lmina de irrigao de 303 mm. Com aplicao de uma lmina de

    irrigao de 300 mm, Lima Filho (2000) alcanou para a cultivar de feijocaupi Pitiba

    rendimentodegrosde1.550kgha1.AndradeJnioretal. (2002)obtiveramrendimentos

    de2.809kgha1 e2.103kgha1 paraascultivaresdefeijocaupi,BR17GurguiaeBR14

    Mulato, respectivamente, em experimento realizado no litoral piauiense. Os referidos

    rendimentos foram obtidos com o emprego de 449,1 mm e 389,9 mm de gua,

    respectivamente. Isso demonstra que o feijocaupi, quando cultivado com um padro de

    tecnologia para obteno de altas produtividades, uma planta que responde a lminas

    crescentesdeirrigaoat um pontodemximoeconmicoprodutivo.

    Paraaobtenodamximaprodutividadedegros,inmerostrabalhos(Carvalhoet

    al.,1992eAzevedo&Miranda,1996)mostramqueaslminasdeirrigaovariamde370a

    570 mm com reflexo direto na produtividade de gros de 1.376 a 2.905 kg ha1. Segundo

    Saundersetal.,(1981)eSouzaetal.(1986),alminamnimadeirrigaorequeridaparao

    feijocaupicultivado na regio semirida do Nordestebrasileiro varia de350 a400 mm.

    Leiteetal.(1999)acrescentamaimportnciadoconhecimentodocrescimentodaculturaem

    funo da gua disponvel no solo, instrumento fundamental para explicar perdas de

    produoemcondiesdedficithdrico.

    DeacordocomGomideet al. (1998), as respostasdasculturasvariaodenveis

    hdricostemsidopropsitodepesquisascientficas,buscandooaumentonaeficinciadouso

  • 9

    deguapelasplantas, comvista otimizaodasprticasdemanejo,bemcomoaomaior

    entendimentodosefeitosdo dficithdriconocrescimentoenaproduodematriaseca.

    2.2.EstresseHdrico

    Estresseumdesviosignificativodascondiestimasparaavida,einduzmudanas

    erespostasemtodososnveisfuncionaisdoorganismo,osquaissoreversveisemprincpio,

    mas podem se tornar permanente (Larcher, 2000). um fator externo que exerce uma

    influnciadesvantajosaparaaplanta(Taiz&Zeiger,2004).

    Diversos fatores ambientais podem afetar o desempenho dos vegetais, tais como

    temperaturas muito baixas ou altas, bem como a seca. Fatores edficos, como drenagem

    deficiente, salinidade, acidez e falta ou excesso de elementos nutritivos, tambm podem

    prejudicarofeijocaupi.Umestressedeguanasplantasocorrequandoopotencialmtrico

    do solo permanece bastante baixo por um certo tempo (Aspinall & Paleg, 1981). Existem

    vrios parmetros que expressam o dficit hdrico no solo. Entre eles existe o conceito de

    quantidadetotaldeguaarmazenada,definidocomoaquantidadedeguaarmazenadaentreo

    ponto de murcha permanente e a capacidade de campo (Carlesso & Zimmermann, 2000).

    Ofeijocaupiclassificadocomoplantasensvel, tantodeficinciahdricaquanto

    aoexcessodeguanosolo.Emqualquerlugarqueasplantascresam,elasestarosujeitass

    condies de mltiplos estresses, os quais podero limitar seu desenvolvimento e suas

    chances de sobrevivncia. As mltiplas, mas no necessariamente letais condies

    desfavorveisqueocorremtantopermanentementecomoesporadicamenteemumalocalidade

    soconhecidascomoestresse(Larcher,2000).Comoasdemaisculturas,orendimentodo

    feijocaupibastanteafetadopeladisponibilidadedeguanosolo.Deficinciasouexcessos

    deguanassuasdiferentesfasesdedesenvolvimentocausamreduonoseurendimentoem

    diferentespropores(Blum,1996 Yordanov etal.,2003).

    O dficit hdrico um dos fatores que afetam a produo agrcola com maior

    freqncia e intensidade, influenciando praticamente todos os aspectos relacionados ao

    desenvolvimento vegetal, diminuindo a taxa de fotossntese pela reduo da rea foliar e

    afetandovriosoutrosprocessosfisiolgicos,almdealteraroambiente fsicodasculturas

    (Fontanaetal.,1992).Seusefeitosdeletriosdependemdasuaintensidade,durao,poca

    deocorrnciaeda interaocomoutros fatoresque interferem norendimentodasculturas

    (Santos& Carlesso,1998Cunha& Bergamaschi,1999 Bezerraetal.,2003).

  • 10

    Oestressehdricoreduzopesodendulos,onitrognioacumuladoeaproduode

    matriasecadaparteareadofeijocaupi,principalmentequandoadeficinciahdrica for

    imposta na segunda e quinta semanas aps a semeadura (Stamford et al., 1990). Essas

    redues devem estar associadas ao fato de que o estresse hdrico afeta vrios processos

    fisiolgicosrelacionadoscomaassimilaodenitratoefixaosimbiticadenitrognionas

    leguminosas, reduzindoo pesoda matria fresca dos ndulos edaparte area das plantas

    (Costa et al., 1996). A alterao destes processos fisiolgicos reflete no decrscimo da

    produtividadedegrosousementes.

    2.3.CaractersticasMorfolgicas,FisiolgicaseBioqumicadasplantasscondiesde

    disponibilidadedeguanosolo

    2.3.1.ndiceDereaFoliar

    Ondicedereafoliar(IAF)consistenarelaodareafoliardaplantacomareado

    terrenoocupadaporela.Assimpossvelavaliarocrescimentoeodesenvolvimentodeum

    cultivoirrigadoedesequeirocombasenessendice,umavezqueaescassezouoexcessode

    gua afetam diretamente o desenvolvimento das folhas (Magalhes, 1979). A rea foliar

    representada pela superfcie fotossinteticamente ativa da planta sendo o crescimento

    relacionadocomaproduovegetal(Turner,1979).Inmerosestudoslevadosaefeitocomas

    plantas cultivadas necessitam do conhecimento de suas reas foliares em determinada ou

    determinadasfasesdeseudesenvolvimento.Areafoliar,deumamaneirageral,apresentase

    comoimportantssimoparmetronadeterminaodacapacidadefotossinttica,dadensidade

    timadeplantio,da relaosologuaplanta,ouem investigaessobrenutriodevrias

    culturas. Ela relacionase, pois, como metabolismo da planta, produo de matria seca e

    produtividade(Oliveira,1977Severinoetal.,2004).

    Existemdiversosmtodosparadeterminaodareafoliar,sendoelesclassificados

    como destrutivos, no destrutivos, diretos ou indiretos. Os mtodos diretos ou destrutivos

    requerem, na suamaioria,odestacamento das folhas e so, por sua vez, impraticveis em

    algunsestudos(Marshall,1968).Considerandoanecessidadedeutilizaodemtodomais

    rpidoenodestrutivoparadeterminaodarea foliar, quemuitospesquisadoresesto

  • 11

    utilizandooLAI2000(LICOR,1982),queumsensorpassivoedesenvolvidoparaestimar

    ondicedereafoliar(Moreira,2001).

    Segundo Denadai & Klar (1995), o menor teorde gua nos solo reduzo potencial

    total de gua na folha, diminuindoo seu componentede presso, responsvel pelos turgor

    celular e crescimento das folhas. Para Fancelli & Dourado Neto (2005), o dficit hdrico

    limita a elongao ea diviso celular, implicando menorcrescimento emenorrea foliar.

    Entretanto, a umidade excessiva do solo pode induzir clorose generalizada na planta,

    afetandodiretamenteodesenvolvimentofoliar(Fancelli&DouradoNeto,1999).aumentono

    teor de gua no solo pode favorecer um intenso desenvolvimento vegetativo da cultura e

    valoresdeIAFexcessivamentealtos.Issoimplicamenordisponibilidadedeluzparaaplanta

    emvirtudedoautosombreamento,oquereduzaeficinciafotossintticaeorendimentode

    gros. Segundo Fernndez et al., 1996, so as folhas quedeterminamousoda guapelas

    plantasesobefeitodedficithdricoasplantasreduzemsuareafoliar.Quandoareafoliar

    restringida, a quantidade de biomassa seca produzida menor, uma vez que o

    aproveitamentodaenergialuminosaalteradoemconseqnciadadiminuiodasuperfcie

    responsvelpelainterceptaodaradiaoluminosa(Nogueira,1997).

    A formaododosseldaculturadesempenha papel importanteem seu rendimento,

    interceptandoa radiaosolar, influenciando, sobremaneira,nosprocessos fotossintticose

    detranspiraodacultura,almdeevitaroaparecimentodeervasdaninhas,sendo,portanto,

    fatorescruciaisnadeterminaodorendimentofinaldacultura(Smit&Singels,2006).

    Lima Filho (2000), Bastos et al. (2002) e Freire Filho et al. (2005) encontraram

    valoresmximosdeIAFvariandode2,8a4,3paraaculturadofeijocaupi.UmIAFacima

    de3representaparaofeijocaupimximodesenvolvimentododossel,possibilitandouma

    maior interceptao de luz solar, resultando em maior taxa fotossinttica lquida

    (Summerfield,1985).

    SegundoBrito(2000),areduonadisponibilidadedeguanosolodiminuiuarea

    foliar do maracujazeiro mais do que o nmero de folhas, o que indica maior prejuzo na

    elongao do que na diviso celular. Esse mesmo autor afirma que existe uma grande

    variabilidade na tolerncia seca entre as espcies vegetais. Embora a seca tanto possa

    enfraquecerasfunesvitaiscomoestimularreaesadaptativasquecapacitemasplantasa

    sobreviverememperodosprolongadosdedficithdrico(Perez, 1995).

    A reduo da rea foliar em plantas sob dficit hdrico pode se traduzir numa

    estratgia de sobrevivncia, com o intuito de diminuir a rea disponvel transpirao

    (Correia& Nogueira,2004).Doismecanismosmorfofisiolgicosqueaculturaapresentapara

  • 12

    evitarasecasooenrolamentofoliar(reduzindoaprojeodereafoliar,e,porconseguinte,

    a radiao incidente) e o fechamento estomtico, limitando a transpirao (Lisson et al.,

    2005).Essesmecanismospodemvariar,consideravelmente,podendosercorrelacionadocom

    a tolerncia seca (InmanBamber & Smith, 2005), da a importncia do estudo em

    variedades especficas. Entretanto, a influncia do dficit hdrico nesse fator no

    amplamente investigado. InmanBamber (2004) ressalta que o tempo de exposio seca

    afeta negativamente o crescimento da parte area, sobretudo, a produo de folhas,

    acelerando a senescncia foliar da planta, podendo, ainda, levar a uma reduo na

    interceptaodaradiaosolar,naeficinciadousodaguaenafotossntese,bemcomoao

    aumentodaradiaotransmitidaparaasuperfciedosolo.Emadio,Oliveiraetal.(2007)

    afirmamqueoestudodareafoliaremvariedadesdecanadeacarpermitecorrelacionla

    comopotencialprodutivodasmesmas,sejaemmassaseca,quantidadedeacaroutaxasde

    crescimento.

    A planta tem que equilibrar a necessidade de conservar gua e assimilar CO2atmosfrico, fazendo com que a rea foliar desempenhe papel importante na difuso do

    dixidodecarbonoenovapordeguaentreosestmatos.

    2.3.2.PotencialHdricoFoliar

    O potencial hdrico foliar (f) mede o estado de energia da gua nas plantas e

    mensuradaatravsdeumametodologiasimplesdescritaporScholander,etal. (1965).Para

    avaliarograudedficithdricodeumaplantacomumutilizarsedevariveisrelacionadas

    sfolhas,comoocontedorelativodeguafoliareopotencialhdrico,sendoesteltimoo

    maisutilizadoemestudosfisiolgicos(Angelocci,2002).Opotencialdeguadafolha,bem

    comoocontedorelativodeguasoreduzidoscomodeclniodadisponibilidadedegua

    dosolo(Kramer&Boyer1995Lawlor&Cornic,2002),levandoperdadaturgescnciae

    aofechamentoestomtico(Mansur& Barbosa,2000).

    As relaes hdricas das plantas tm sido investigadas por diversos autores sob

    condies de deficincia hdrica, por meio do potencial hdrico foliar e contedo relativo

    dgua na folha. Hsaio (1973) relata que o potencial hdrico foliar aceito como medida

    indicadora das condies hdricas do vegetal, e segundo o mesmo autor a reduo do fdurante o dficit hdrico, quando comparado ao controle irrigado, pode ser correlacionado

    comaprodutividade.

  • 13

    Quanto menor a quantidade de gua no solo, mais negativo deve ser o potencial

    desenvolvidopelosvegetais(Larcher,2000),formandoumgradientequefavoreaaabsoro

    deguapelasplantas.Osvaloresmdiosdepotencial hdrico, indicadosparaosdiferentes

    gruposdeplantas,dependemdotipodesolo(texturaetamanhodosporosdosolo)edotipo

    de vegetao, podendo ser ainda menores devido adaptao das plantas em relao

    deficincia hdrica (Larcher, 2000). Segundo Boyer (1978), os valores aproximados de

    potenciaisdegualetaisvariade1,4a6,0MPa,sendoqueparaofeijocaupiestentre

    1,5a2,5MPa,classificandoocomoplantamoderadamentetoleranteaodficitdeguano

    solo. TurkeHall(1980)observaramf de1,80MPa,Ferreiraetal.(1991),verificaramfde 1,2 e 1,3 MPa para os tratamentos irrigado e estressado na fase vegetativa,

    respectivamente,eCostaetal. (1997),estudandodficitnafasevegetativaereprodutivade

    plantas de feijocaupi verificou redues expressivas no f. Vale ressaltar estes valores

    podem variar em razo de diversos fatores, tais como a fase de desenvolvimento, das

    condiesclimticas,dacultivaredoshorriosemqueSodeterminados (Nogueiraet al.,

    1998).

    SegundoTurner (1986)asplantasque toleramasecaembaixosnveisdepotencial

    hdrico foliar, o fazem atravs da manuteno da turgescncia celular e da tolerncia

    dessecao.

    2.3.3.CondutnciaEstomtica

    As plantas, ao absorverem CO2, inevitavelmente, perdem gua pelas folhas. Essa

    perdadeguaocorreprincipalmentepormeiodosestmatos,queapresentammecanismos

    para controlar o seu grau de abertura. Esse controle atribudo condutncia estomtica

    foliar, que freqentemente utilizada como indicador da deficincia hdrica (Mc Dermit,

    1990). O controle estomtico importante propriedade fisiolgica por meio da qual as

    plantas limitam a perda de gua, ocasionando redues na condutncia estomtica e,

    geralmente, reduzindo as trocas gasosas como forma de resposta das plantas a diversos

    fatores,incluindoodficithdrico(Paivaetal.,2005).

    De acordo com Gholz et al. (1990), a disponibilidade de gua no solo afeta o

    crescimento das plantas por controlar a abertura dos estmatos e, conseqentemente, a

    produodefitomassa.Odecrscimodeguanosolodiminuiopotencialdeguanafolhae

    sua condutncia estomtica, promovendo o fechamento dos estmatos. Esse fechamento

  • 14

    bloqueiaofluxodeCO2 paraasfolhas,afetandooacmulodefotoassimilados,oquepode

    reduziraprodutividade.

    Paiva et al. (2005) encontraram reduo da condutncia estomtica em resposta a

    baixosvaloresdepotencialhdricodosoloeaaltosvaloresdedficitdepressodevapor.

    Poroutro ladoobservaramaumentodacondutncia estomticaaaltosvaloresdepotencial

    hdrico do solo e baixos valores de dficit de presso de vapor. Nogueira et al. (2000)

    estudandoocomportamentoestomticoemdoisgentiposdeamendoimverificaramquea

    temperatura foliar e a transpirao sofreram redues significativas com a diminuio da

    disponibilidadehdricanosolo.Verificaramaindaquequandoforamregadasaps25diasde

    deficinciadeguanosolohouveumaumentoemtornode30%datranspiraoemrelao

    splantasestressadas,havendo,portanto,umareduonaresistnciadifusiva.Issoevidencia

    que,sobcondiesdedeficinciahdrica,aaberturadosestmatosnoocorresomenteem

    respostaradiaosolar,mas,sobretudo,emfunodopotencialhdricodosolo,conforme

    afirmaramautorescomoDubetal.(1974)eTurner(1974).

    2.3.4.TemperaturaFoliar

    Asplantascultivadasestoconstantementeexpostasaestressesabiticosoubiticos,

    es interaesdestes,quecausammodificaesnocrescimento,metabolismoerendimento

    agrcola.Lawlor(2002)destacaqueosprincipaisfatoresabiticoslimitantesdaprodutividade

    dasculturasso:seca,salinidade,baixasealtastemperaturas,enchentes,poluenteseexcesso

    deradiao.

    Guimares et al. (2006) constataram que a temperatura do dossel correlacionouse

    significativamentecomopotencialdaguanasfolhase,devidoasuamedioserrpidae

    nodestrutiva,mostroutratarsedeumatcnicatilnoprocessodeseleodegentiposde

    feijocomumpararegiessujeitasadeficinciahdrica.

    SegundoOliveiraet al. (2005)a temperaturadafolhae a transpiraoapresentaram

    estreita relao com a resistncia estomtica. A diferena de temperatura foliar em plantas

    com e sem estresse fundamentase no estado hdrico das plantas, no comportamento

    estomtico e na perda de calor latente por meio da transpirao. Entretanto, todo esse

    processomudaparacadaespcie,conformeaintensidadeeduraodoestressehdrico.

    Amanutenodatemperaturafoliarigualouligeiramenteinferiortemperaturadoar

    comprovaacapacidadederefrigeraodasdiversascultivaresouespcies,via transpirao,

  • 15

    no intuito de manter a planta protegida das faixas trmicas muito elevadas. Esse um

    comportamentodesejvele foiobservadoemvriasespciesvegetais (Ludlow&Muchow,

    1990).Tambm,foisugeridoqueavariaodatemperaturafoliaremrelao temperatura

    do ar pode ser usada como indicador da condio hdrica da planta, o qual, devidamente

    obtido,podeserutilizadocomoindicadordomomentodeirrigar(Millar,1972).

    O aumento da temperatura do ar e da folha tende a aumentar a diferena de

    concentrao de vapor folhaar, de modo que o aumento da temperatura do ar tende a

    provocarumacrscimoda transpirao,atopontoemquea regulaoestomticapassaa

    atuarnosentidodenopermitirumaperdaexcessivadegua.Dadosde literaturamostram

    que sob condies de dficit hdrico a temperatura foliar apresentase geralmente mais

    elevadadoqueatemperaturadoar(Nogueiraetal.,1998).Valorsuperiora uma unidade para

    a relao entre temperatura foliar e ambiente indica estresse trmico, e pode ser usado

    tambmcomoindicador doestadohdricodasplantas(Berengena1987Jung&Scott,1980).

    Segundo Tvora & Melo (1991), os valores da diferena de temperatura entre a

    atmosfera e a superfcie foliar acompanham de perto aqueles obtidos com a resistncia

    estomtica e a transpirao, constituindo, assim, um excelente parmetro para aferio

    indireta das condies hdricas da planta. Nogueira et al. (1998), propuseram o uso da

    temperaturafoliar,daresistnciaestomticaeaacumulaodeprolinanacaracterizaodas

    condieshdricasdacultura.Nogueiraetal.(1998)emamendoim,Rocha(2001)emfeijo

    decordaeOliveiraetal. (2005)emfeijocomum,reportamqueaelevaodatemperatura

    foliaremrespostaaodficithdricopodeserexplicadapelareduonaperdadecalorlatente

    pelatranspiraoquenormalmentereduznestascondies.

    Arelaoentretemperaturafoliareatemperaturaambiente,temsidoempregadaspor

    diversos pesquisadores como indicadoras das condies hdricas das plantas. Essa varivel

    indicadoratemavantagemdenoutilizaramostrasdestrutivas.Atemperaturafoliarusada

    como indicativo do momento de irrigar, pois revela se a planta est sofrendo com a

    insuficinciadeguanosolo(Cascardoetal.,1993Taiz& Zeiger,2004).

    2.3.5.TeordeClorofila

    Clorofila o pigmento que d cor verde s plantas, absorve todos os outros

    comprimentosdeondaserefleteoscomprimentosdeondasdacorverde. A clorofila um

    compostocomestrutura chamadaporfirina,queamisturadeduassubstncias:aclorofilaA

  • 16

    (verdeazulada)eaclorofilaB(verdeamarelada).SegundoTaiz& Zeiger(2004)asclorofilas

    localizamsenoscloroplastos,sendoestaorganelaolocaldafotossntese,aqualpossuiduas

    reaesimportantes:a fo toqumica,nasmembranasdostilacidesea bioqumica,noestroma

    docloroplasto.Taisorganelas,almdasclorofilas,contmoutrospigmentosdenominadosde

    acessrios,taiscomooscarotenides(carotenose xantofilas).Asmolculasdeclorofilatma

    capacidade de transformar os raios de luz em energia qumica, por meio do processo de

    fotossntese(Santos&Carlesso,1998).Asplantassotransformadorasprimriasdeenergia

    solaresuaeficinciafatordeterminantenaprodutividadeagrcola.

    O dficit hdrico caracterizase comoumdos estresses ambientais responsveispela

    perdadepigmentosnasfolhas,fazendocomqueociclodevidadaplantasejaalterado.Em

    adio,arelaoentreclorofila aebemplantasterrestrespodeserusadacomoindicativode

    resposta ao sombreamento e a senescncia prematura, e a relao entre clorofila e

    carotenidesusadaemmenorproporoparadiagnosticara taxa senescncia sobestresse

    hdrico(Hendry&Price,1993).

    Segundo Engel & Poggiani (1991), a eficincia fotossinttica est ligada ao teor de

    clorofiladasplantas,afetandoocrescimentoeinfluenciandoaadaptabilidade dasmesmasaos

    diversosambientes.DeacordocomLee(1988),estudosrealizadosevidenciaramqueoteorde

    clorofila variamuitoentreasespcies, assimcomoentregentiposdeumamesmaespcie.

    Nessa situao, estudos que visam seleo de variedades que apresentem tolerncia aos

    estressesabiticos,seconstituemem umaalternativavivelparaaumentaraprodutividade.

    A clorofila, principal pigmento responsvel pela captao da energia luminosa

    utilizada no processo de fotossntese, constitui um dos principais fatores relacionados

    eficincia fotossinttica de plantas e conseqentemente ao crescimento e adaptabilidade a

    diferentesambientes.

    O medidor porttil de clorofila clorofiLOG permite leituras instantneas do teor

    relativodeclorofila na folha sem, no entanto, destrula, fazendo comque tal mtodo seja

    caracterizadopelasimplicidadeerapidez,possuigrandecorrelaocomvaloresobtidosem

    laboratrios, alm de possibilitar uma avaliao no destrutiva do tecido foliar (FALKER,

    2008).Assim,parmetrosfisiolgicos,comomedidaindiretadoteordeclorofilanas folhas

    podeserutilizadocomoferramentaparadiagnosticara integridadedoaparatofotossinttico

    quando as plantas esto submetidas a adversidades ambientais, tendo em vista que so

    tcnicasrpidas,precisasenodestrutivas(VanDenBerg&Perkins,2004TorresNettoet

    al.,2005).

  • 17

    2.4.TolernciaSeca

    Larcher(2000)definesecacomoumperodosemprecipitaoapreciveloudurante

    oqualocorrereduonocontedodeguanosolo,oque,poderesultaremconseqncias

    danosas para as plantas. Um estresse causado pela seca pode ser tambm resultado da

    absoro inadequada de gua pelas plantas, por exemplo, que crescem em solos rasos,

    incapazesdeproporcionarumdesenvolvimentofavorveldosistemaradicular.Estresseem

    geraldefinidocomoumfatorexterno,queexerceumainflunciadesvantajosasobreaplanta.

    Oconceitodeestresseestrelacionadoaodetolernciaaoestresse,queaaptidodaplanta

    paraenfrentarumambientedesfavorvel.Umambienteestressanteparaumaplantapodeno

    oserparaoutra,ouseja,atolernciasecavariadeespcieparaespcie(Kerbauy,2004).

    A seca o principal entrave da produtividade agrcola mundial (Kramer &Boyer,

    1995Reddyetal.,2004).ParaTurner(1997)acapacidadedosvegetaisproduziremquando

    cultivadosemreassujeitasaodficithdricoreferidacomotolernciaseca.Asespcies,

    em geral so classificadas em: a) escapam da seca, b) toleram a seca com alto potencial

    hdricoec)toleramasecacombaixopotencialhdrico(Turner,1986).

    Plantascultivadassobcondiesadequadasdesuprimentohdricoso,normalmente,

    menos tolerantes ao dficit hdrico e, quando da ocorrncia rpida do dficit hdrico, os

    mecanismosmorfofisiolgicossoseveramenteafetados,poisaplantanecessitariaadaptarse

    rapidamente a esta situao de dficit entretanto, quando o dficit hdrico ocorre

    gradualmente e/ou no incio do ciclo, mais facilmente ocorre a adaptao das plantas. A

    tolerncia da planta ao dficit hdrico parece ser um importante mecanismo de resistncia

    paramanteroprocessoprodutivoemcondiesdebaixadisponibilidadedeguasplantas.

    Nasreassemiridas,maissujeitasdistribuioirregulardaschuvaseaveranicoslongos,

    devemserusadascultivaresmaisrsticas,mais tolerantesaestresseshdricosecommaior

    capacidade de recuperao aps uma estiagem. Para reas mais favorecidas e sistemas de

    produoemquesofeitascorreodeacidezdesolo,aplicaodefertilizantes,controlede

    ervase controle de pragas e dedoenas, como no casoda regio dos cerrados,devem ser

    usadascultivaresquerespondammelhorianaqualidadedoambiente.

    Apesardeserconsideradaumaculturatoleranteseca,pesquisastmmostradoquea

    ocorrncia de dficit hdrico no feijocaupi, principalmente nas fases de florescimento e

    enchimentodegros,podeprovocarseverasreduesnaprodutividadedegros(Cordeiroet

    al., 1998Santos et al., 1998). O vegetal tende a adaptarsea situaes no to favorveis

    desenvolvendosemaisprecocementeeapresentandoumprodutofinaldemelhorqualidade

  • 18

    mesmo que em menor quantidade, para garantirse enquanto espcie no ambiente,

    caracterizandoassimcertograudetolernciafaltadeguanosolo.

    A tolerncia seca apresenta alta variabilidade entre espcies (Kramer & Boyer,

    1995).Vale salientarqueasespciesoleaginosasapresentamaltopotencialdeexpansono

    NordestedoBrasil,poissotolerantesscondiesdeseca(Beltro,2001).Apluviosidade

    na regio Nordeste apresentase de forma irregular, sujeita a estiagens e veranicos,

    aumentandosobremaneiraacondiodedeficinciadegua paraasculturas.

    SegundoSingh(1995),maisde60%docultivodefeijocaupiempasesdaAmrica

    Latina,fricaesiasofremreduonaproduodevidofaltadgua,poisorequerimento

    hdricodaplanta,duranteoseuciclo,nosatisfeito.

    Segundo Nepomuceno (2001) o desenvolvimento de cultivares mais tolerantes a

    perodosdedeficincia hdrica no solo,bem comoodesenvolvimento demecanismosque

    auxiliemasplantasa tolerarperodosprolongadosdeseca, seroessenciaisnamanuteno

    da produo agrcola brasileira e mundial. Cultivares de feijocomum e feijocaupi

    apresentam diferentes respostas fisiolgicas quando submetidos a variaesde temperatura

    do ar, dficit de saturao de vapor do ar, radiao fotossinteticamente ativa e condio

    hdrica.Asdiferentesreaesdecadagentipoaessasvariaespermitemqueelespossam

    tolerlasquandoemnveiscrticos,mantendoaindaassimtaxasadequadasdefotossntese

    (Costaetal.,2002).Aprodutividadedasplantas,limitadaspelaseca,dependedaquantidade

    disponveldeguanaqueleambienteedaeficinciadoseuusopeloorganismo.Assim,uma

    plantacapazdeobtermaisguaouquetenhamaioreficincianoseuuso,resistirmelhor

    seca.(TaizeZeiger,2004).

    .

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  • CAPTULOI

    CARACTERSTICASFISIOLGICASEPRODUTIVAS

    DEFEIJOCAUPISOBDFICITHDRICO*

    * Manuscritoaseren viadorevistaB ra sileirad eEngenharia Ag rcola eAmbiental

  • 33

    Caractersticasfisiolgicaseprodutivasdefeijocaupisobdficithdrico1

    SebastioP.doNascimento2*,EdsonA.Bastos3Eugnio C.E.Arajo3,FranciscoR.Freire

    Filho3&EveraldoM.daSilva4

    (1 ) Parte da Disserta o de Mestrado do p rimeiro au tor (2 ) Mestrando em Agronomia

    Prog rama de Psg radua o em Agrono mia/UFPI (3 ) Engo Agrno mo , D.Sc.,

    Pesquisado r, Embrapa MeioNo rte, TeresinaPI (4 ) Graduando em Eng. Ag ronmica,

    UFPI/TeresinaPI.*Autorcorresponden te: Seba stiaonascimen [email protected] rapa.b r

    Resumo:Osobjetivosdestetrabalhoforamavaliaroefeitododficithdricosobreas

    caractersticas fisiolgicas e produtivas do feijocaupi e selecionar gentipos com

    caractersticas de tolerncia seca. Foi avaliada a condutncia estomtica, potencial

    hdrico foliar, temperatura das folhas e produtividade de gros de 20 gentipos de

    feijocaupinascondiesdesoloeclimadeTeresina,Piau.Foramconduzidosdois

    experimentos em um delineamento de blocos ao acaso com 20 tratamentos e quatro

    repeties,umsobdficithdricoduranteafasereprodutivaeoutrosobirrigaoplena,

    parafinsdecomparao.Odficithdricofoiobtidoaplicandose,aproximadamente,

    metade da lmina requerida pelo feijocaupi. O dficit hdrico reduziu em 72% a

    condutnciaestomtica,62%opotencialdeguanasfolhas,60%aproduodegros

    e aumentou em 11,7% a temperatura foliar. Nas condies de dficit hdrico, treze

    gentipos produziram acima da mdia (466 kg ha1), com destaque para o BRS

    Paraguau,Pingodeouro12ePingodeouro2,queproduziram712kgha1,667kg

    ha1e642kgha1,respectivamente.Emmdia,aprodutividadedegrosdosgentipos

    sobirrigaoplenafoi150%superior.

    Palavraschave: vigna ungu icula ta (L.)walp.,potencialdeguana folha, condutncia

    estomtica,temperaturafoliar

    Abstact: The objective of this work was to determine physiological and productive

    characteristics of cowpea under water deficit and full irrigation, in soil and climate

    conditionsatTeresina,PiauState.Thestomatalconductance,leafwaterpotential,leaf

    temperatureandgrain yieldof twentycowpeawereevaluated.Twoexperimentswere

    carriedinrandomizedblocksdesignwith20treatmentsandfourrepetitions,oneunder

    waterdeficitduringreproductivephaseandanotheroneunderfullirrigation.Thewater

  • 34

    deficit was obtained applyingthe half of water depth requiredby cowpea. The water

    deficitreduced72%thestomatalconductance,40%theleaftranspiration,62%theleaf

    waterpotential,60%thegrainyieldandincreased11.7%theleaftemperature.Onwater

    deficit, 13 genotypes produced above the average (466 kg ha1), andBRSParaguau,

    Pingodeouro12andPingodeouro2presentedthebestgrainyieldwith712kgha1,

    667 kg ha1 and 642kg ha1, respectively. The grain yield mediumof the experiment

    undernowaterdeficitwas150%higherthantheotherone.

    Key words: vigna unguicula ta (L.)walp., leafwater potential, stomatal conductance,

    leaftemperature

    INTRODUO

    O feijocaupi Vig na unguicu lata (L.) Walp cultivado predominantemente, nas

    regiesNorte e Nordeste doBrasil.Apesar das condiesambientais favorveis para

    seucultivo,apresentaprodutividademdiadeapenas355kgha1 (CONAB,2008).Esta

    baixa produtividade resultante do uso de sementes no melhoradas, solos de baixa

    fertilidade e pelas precipitaes pluviomtricas irregulares. A deficincia hdrica

    condio comum nestas regies dopas, sendo responsvelpela reduodaproduo

    (Bergamaschietal.,2004).Aplantaclassificadacomomoderadamentetolerantetanto

    deficinciahdricaquantoaoexcessodeguanosolo.Orequerimentodeguadesta

    culturavarivelcomoseuestdiodedesenvolvimento.Oconsumodeguaaumenta

    deum valor mnimo na germinao atum valor mximo na florao e formaode

    vagens,decrescendoapartirdoinciodamaturao(Nbregaetal.,2001).

    Diante da importncia do feijocaupi para, tornase necessrio a realizao de

    estudos visando avaliar o desempenho de cultivares desenvolvidas para plantio em

    regime de sequeiro, frente s limitaes hdricas impostas em diferentes fases de

    crescimento. O efeito do estresse hdrico sobre a produo das plantas cultivadas

    depende tanto do nvel do estresse, como tambm do estdio fenolgico da planta

    (Labanauskasetal.,1981).Leiteetal.(1999)relataramquedficitshdricosocorridos

    na fase vegetativa do feijocaupi apresentaram efeitos menores nos componentes de

    crescimento produzindo, porm, efeitos mais acentuados na fase da prflorao ao

    enchimentodegros.

    As respostasdasplantasscondiesdeestressehdricovariamdeacordocoma

    espcie, cultivar, tempo de exposio, fatores edficos, entre outros. No existeuma

  • 35

    nica varivel fisiolgica quepor si s seja indicativa de tolerncia seca. Segundo

    Nogueiraetal. (2001),oidealavaliarsemaisdeumavarivel, tais,comopotencial

    hdrico, condutncia estomtica, temperatura e a transpirao foliar, consideradas

    importantesparaavaliarasrespostasdasespciesvegetaisaoestressehdrico.

    O estresse hdrico tem efeito em diversos processos fisiolgicos das plantas, e j

    foram objeto de pesquisas de Pandey et al. (1984) Rocha (2001) Gomes Filho &

    Tahin (2002), Marques (2005) Oliveira et al. (2005), Mendes et al. (2007) e Lima

    (2008). O dficit hdrico diminui o potencial hdrico foliar e aumenta a resistncia

    difusiva ao vapor de gua, mediante fechamento dos estmatos, reduzindo a

    transpirao e, conseqentemente, o suprimento de CO2 para a fotossntese. Para

    Larcher (2000), os estmatos atuam como moduladores da perda de gua pela

    transpirao,respondendoaodficithdricocomaalteraodaaberturadoporoauma

    faixacrticadevaloresdopotencialhdricofoliar.Segundoesteautor,quantomenora

    quantidade de gua no solo, mais negativo deve ser o potencial de gua na folha

    desenvolvidopelosvegetais,formandoumgradientequefavoreaaabsorodegua

    pelas plantas. Os valores mdios de potencial hdrico, indicados para os diferentes

    gruposdeplantas,dependemdotipodesoloedotipodevegetao,podendoserainda

    menores devido adaptao das plantas em relao deficincia hdrica (Larcher,

    2000).SegundoBoyer(1978),osvaloresaproximadosdepotenciaisdegualetaispara

    algumas espcies vegetais variam de 1,4 a 6,0 MPa, para o tomateiro e a accia,

    respectivamente. J para o feijocomum e para o feijocaupi estes valores de

    potencial hdrico foliar so de 1,5 a 2,5MPa, respectivamente, o que os classifica

    comoplantassensveisemoderadamentetolerantesaodficitdeguanosolo.

    A temperatura foliar, a relao entre temperatura foliar e a temperatura do ar ou

    mesmoadiferenaentreambas,temsidoempregadapordiversospesquisadorescomo

    indicadordascondieshdricasdasplantas.Essavarivelindicadoratemavantagem

    denoutilizaramostrasdestrutivas.PesquisadeGuimareset al. (2006)constataram

    que a temperatura do dossel correlacionouse significativamente com o potencial da

    guanasfolhase,devidoasuamedioserrpidaenodestrutiva,mostroutratarse

    deumatcnicatilnoprocessodeseleodegentiposdefeijocomumpararegies

    sujeitasadeficinciahdrica.Dadosdeliteraturamostramquesobcondiesdedficit

    hdricoatemperaturafoliarapresentasegeralmentemaiselevadadoqueatemperatura

    doar(Nogueiraetal.,1998).

  • 36

    Segundo Nepomuceno (2001) o desenvolvimento de cultivares mais tolerantes a

    perodosdedeficinciahdricanosolo,bemcomoodesenvolvimentodemecanismos

    que auxiliem as plantas a tolerar perodos prolongados de seca, sero essenciais na

    manutenodaproduoagrcolabrasileiraemundial.Asdiferentes reaesdecada

    gentipo a essas variaes permitem que eles possam tolerlas quando em nveis

    crticos, mantendo ainda assim taxas adequadas de fotossntese (Costa et al., 2002

    Ribeiro et al., 2004). Cultivares de feijocaupi apresentam diferentes respostas

    fisiolgicasquandosubmetidosa dficitdeguanosolo(Bezerraetal.,2003).

    Diantedoexposto,estetrabalhoteveporobjetivoanalisaroefeitododficithdrico

    aplicado no estdio reprodutivo sobre as caractersticas fisiolgicas e produtivas do

    feijocaupi,comvistasaselecionargentiposcomcaractersticasdetolernciaseca.

    MATERIALEMTODOS

    Os estudos da avaliao de gentipos de feijocaupi para tolerncia seca

    coordenados pelaEmbrapaMeioNorteiniciaramem2005 com 80gentipos,avaliados

    nofinaldoperodochuvoso,semutilizaodeirrigao.Nessemesmoano,acresceu

    se35novosgentipos,sendoqueosmesmosforamavaliadosduranteoperodosecoe

    sobirrigaocontrolada,ondeseselecionou34,osquaisforamavaliadosem2006,sob

    estressehdricoduranteoperodoreprodutivo.Aseleobaseousenoestandefinal,no

    inciodaflorao,novalordecultivo,naocorrnciadeviroses,nopesode100grose

    na produo por parcela. Em ambas as etapas foi usado o delineamento de blocos

    Federeroudelineamentoaumentadocomquatroconjuntos.Emambososexperimentos

    asparcelasforamrepresentadasporumafileirade3,0m,oespaamentoentrefileiras

    foide1,40meentrecovasdentrodafileirade0,15m,tendosedessemodo20plantas

    porparcela.

    Apartirdesses34,selecionaramse20gentipos,osquaisforamcultivadosem2007

    e 2008, sob irrigaoe sobdficit hdrico durante a fase reprodutiva, conduzidos no

    perododesetembroanovembro,incluindonasavaliaes,variveisfisiolgicascomo

    potencial hdrico foliar, condutncia estomtica, transpirao e temperatura foliar.

    Neste ano, o estresse foi severo atingindo mais de 90% da gua disponvel no solo,

    dificultando a seleo, uma vez que o desempenho produtivo foi muito baixo para

    todos os gentipos avaliados. Dessa forma, em 2008, procedeuse novamente a

    avaliaodosmesmos20gentipos,proporcionandoumestressemenossevero.

    Osexperimentosdesseltimoanoforaminstaladosemumcampoexperimentalda

    Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria, Embrapa MeioNorte, localizada em

  • 37

    Teresina,PI(0505delatitudesul4248delongitudeoestee74,4mdealtitude),no

    perododeagostoaoutubrode2008.OclimadomunicpiodotipoAw (climatropical

    de estaes mida e seca), segundo a classificao de Kppen. As mdias anuais de

    umidade relativa do ar e precipitao pluviomtrica so de 72,6% e 1.336 mm,

    respectivamente, concentrando a maioria das chuvas nos meses de janeiro a abril

    (Bastos et al., 2009). Os valores mdios mensais de temperatura mxima, mdia e

    mnima do ar para os meses de agosto a outubro, foram 36,6 C, 29 C e 21,9 C,

    respectivamente durante os experimentos. A umidade relativa mdia e o total de

    precipitao durante os meses de agosto a outubro foram de 53% e 9 mm,

    respectivamente.

    O solo da rea experimental um Argissolo Amarelo de textura francoarenosa,

    cujas caractersticas fsicas e qumicas so apresentadas nas Tabelas 1 e 2,

    respectivamente.

    Tabela1.Caractersticasfsicasdosolodareaexperimental,Teresina,PICamadasdoSolo(cm)

    Caracterstica015 1545 4570 >70

    Densidadedosolo(kgdm3) 1,39 1,33 1,32 1,27Areia (gkg1) 799,0 627,0 627,5 550,0Silte(gkg1) 85,0 127,0 96,5 144,0Argila(gkg1) 116,0 246,0 276,0 306,0

    Fonte:LaboratriodeSolosdaEmbrapaMeioNorteTabela2. Caractersticasqumicasdosolodareaexperimental,Teresina,PI

    HorizonteeProf. pH P K+ Ca2+ Mg2+ Na+ H+ +Al3+ CTC V

    (gua) mgdm3 cmolcdm3 %

    AP0 15cm 5,86 26,40 0,15 2,08 0,86 0,27 2,01 5,37 62,53

    AB15 45cm 4,61 2,20 0,04 1,76 0,71 0,10 4,57 7,18 36,35

    Bt 45 70cm 4,30 1,70 0,02 0,45 0,68 0,07 3,91 5,13 23,78

    C>70cm 4,28 1,10 0,02 0,83 0,72 0,08 2,59 4,24 38,91

    Fonte:LaboratriodeSolosdaEmbrapaMeioNorte

    Aanlisedesolomostrouanecessidadedecorreodaacidezeacalagemfoifeita

    combasenomtododasaturaoporbasesfoirealizadoacalagemdosolo.

    Foram avaliados 20 gentipos originados do banco ativo de germoplasma da

    Embrapa MeioNorte: Pitiba, Tvu 36, TE898, Capela, Canapuzinho, CanapuBA,

    CanapuzinhoPE,CNCx689128G,BR17Gurguia,BRSParaguau,Patativa,(TE96

    29012G)cv.BRSXiquexique (FreireFilhoet al.,2008),Pingodeouro1,Pingode

    ouro2, Pingodeouro12, Canapuzinho2, EPACE10, IPA206, Tracuateua192 e

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    Santo Incio. O delineamento experimental foi de blocos ao acaso, com quatro

    repeties.

    Semearamsemanualmentequatro sementesporcovadispostasnoespaamentode

    0,8mx0,25mnodia06deagostode2008,realizandoseodesbasteaos15diasaps

    semeadura (DAS),deixandoseduasplantasporcovaparaumstand finalde100.000

    plantasporhectare.Aparcelaconsistiudeumareade3,20mx5,0m,totalizando16

    m2, composta por quatro fileiras de plantas, Como rea til, considerouse as duas

    fileirascentrais.Aadubaodefundaoconsistiunaaplicaode20kgha1 deN,40

    kg ha1 de P2O5 e 30 kg ha1 de K2O. Durante a conduo do experiment