teoria das posições em melanie klein

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  • 7/30/2019 Teoria das posies em Melanie Klein

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    Instituto de Cincias Humanas Campus Araraquara

    Curso de Psicologia

    Teoria das posies de Melanie Klein

    GABRIELA FRANCO MANENTE- RA: A60876 -1

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    ARARAQUARA

    2012

    Instituto de Cincias Humanas Campus Araraquara

    Curso de Psicologia

    Teoria das posies de Melanie Klein

    GABRIELA FRANCO MANENTE- RA: A60876 -1

    Pesquisa apresentada para a avalio

    na disciplina Desdobramentos da

    teoria Psicanaltica, do curso de

    Psicologia da Universidade Paulista

    UNIP, campus de Araraquara,ministrada pelo professor Jos

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    Renato.

    ARARAQUARA

    2012Klein (1935/1991, 1946/1990 apud Leito, 1999) descreveu dois

    estgios no desenvolvimento emocional durante o primeiro ano devida do beb: a posio esquizo-paranide e a posio depressiva.

    De acordo com Melanie Klein (1991-1997), quando o bebnasce no espera da me somente alimento, mas amor ecompreenso tambm. Nos estgios mais iniciais, amor ecompreenso so expressos atravs do modo de lidar com o beb elevam um sentimento de unicidade que se baseia no fato de o

    inconsciente da me e o inconsciente da criana estar em relaontima um com o outro. O sentimento resultante que o beb tem deser compreendido d origem primeira fundamental relao em suavida, a relao com a me. Ao mesmo tempo a frustrao, odesconforto e a dor, que so vivenciados como perseguio, tambmentram nos seus sentimentos para com sua me, porque nosprimeiros meses de vida ela representa para a criana todo o mundoexterno. Assim, tanto o que bom, quanto o que mau vm comoprovindos dela.

    Os impulsos destrutivos desperatam ansiedade persecutria nobeb, junto com seus correlatos tais como o ressentimento devido afrustrao, o dio provocado por ela, a capacidade de reconciliar-se ea inveja do objeto todo poderoso, a me, de quem dependem suavida e seu bem-estar.

    O ego, de acordo com Freud, a parte organizada do self,constantemente influenciada por impulsos instintivos, pormmantendo-os sob controle pela represso. Alm disso o ego dirigetodas as atividades e estabelece a mantm a relao com o mundoexterno. O termo self utilizado para abranger toda a personalidade,o que inclui o ID, nomeado por Freud, e toda a vida pulsional.

    De acordo com Melanie Klein, o ego existe e opera desde onascimento e que, alm das funes mencionadas por Freud, tem aimportante tarefa de defender-se contra a ansiedade suscitada pelaluta interna e por influncias internas. Ele inicia tambm uma srie deprocessos como introjeo e projeo.

    Operando desde o nascimento, introjeo e projeo funcionamdesde o incio da vida ps-natal como algumas das primeirasatividades do ego. A introjeo significa que o mundo externo, seu

    impacto, as situaes que o beb atravessa e os objetos que eleencontra so vivenciados apenas como externos, mas so levados

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    para dentro do self, vindo a fazer parte da vida interior. Essa vidainterior, mesmo no adulto, no pode ser avaliada sem essesacrscimos personalidade derivados da introjeo contnua. Aprojeo ocorre simultaneamente, implica que h uma capacidade na

    criana de atribuir a outras pessoas a sua volta sentimentos dediversos tipos, predominantemente o amor e o dio.Formando a concepo de que o amor e o dio dirigidos me

    esto intimamente ligados capacidade do beb de projetar todas asemoes sobre ela, convertendo-a desse modo em um objeto bom,assim como em um objeto perigoso.

    O projeto de introjeo e projeo contribui para a interaoentre fatores externos e internos. E, sem nunca perder suaimportncia, continuam atravs da vida e transformam-se no decorrerda maturao.

    A me introjetada no beb, e isso um fator fundamental nodesenvolvimento. A me e seus bons aspectos o primeiro objetobom que o bebe torna parte de seu mundo interno. Se a me assimilada ao mundo interno da criana como objeto bom do qual elepode depender, um elemento de fora unido ao ego. Uma forteidentificao com a me torna-se fcil para a criana identificar-setambm com um pai bom e, mais tarde, com outras figurasamistosas.

    No entanto, a agressividade e o dio se mantm em atividade,

    por mais que sejam bons os sentimentos da criana em relao aambos os pais.

    Existe uma tendncia do ego infantil em separar impulsos eobjetos, Melanie Klein considera esta como sendo mais uma dasatividades primordiais dele. Essa tendncia para cindir resulta emparte do fato de faltar em grande medida coeso ao ego arcaico. Masa ansiedade persecutria refora a necessidade de manter o objetoamado separado do objeto amado separado do objeto perigoso e,portanto, a necessidade de separar o amor do dio.

    O processo de ciso muda em forma e contedo medida queprossegue o desenvolvimento, mas nunca inteiramenteabandonado. Klein cita que os impulsos destrutivos onipotentes, aansiedade persecutria e a ciso predominam nos primeiros trsmeses de vida; ela descreveu essa combinao sendo a posioesquizo-paranide. Os correlatos dos sentimentos destrutivos sode grande importncia nesse estagio inicial. A voracidade e a invejaso destacadas aqui como fatores perturbadores, primeiramente emrelao com a me, mais tarde com outros membros da famlia.

    A voracidade varia de um bebe para o outro, h bebs quenunca podem estar satisfeitos porque sua verocidade excede tudo o

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    que possam receber. Ela incrementada pela ansiedade. O bebe que to voraz por amor e ateno tambm inseguro sobre sua prpriacapacidade de amar, e todas essas ansiedades reforam averocidade.

    Na inveja, sempre que a criana est faminta ou se sentenegligenciada, sua frustrao leva a fantasia de que o leite e o amorso deliberadamente recusados a ela ou retirados pela me embenefcio da prpria me, o que constituem a base da inveja. Fazparte do sentimento de inveja no apenas o desejo da posse mastambm uma forte necessidade de estragar o prazer que as outraspessoas tm como o objeto cobiado, e essa necessidade tende aestragar o prprio objeto. Se a inveja intensa, aquilo que bom nopode ser assimilado, no pode se tornar parte da vida interior e,desse modo, dar origem gratido.

    No desenvolvimento normal, com a integrao crescente doego, os processos de ciso diminuem e a maior capacidade paraentender a realidade externa e para, em alguma medida, conciliar osimpulsos contraditrios do beb leva tambm a uma sntese maiordos aspectos bons e maus do objeto.

    O superego inicia-se mais cedo, de acordo com Klein, por voltado quinto ou sexto ms de vida; onde o bebe comea a temer peloestrago que seus impulsos destrutivos e sua voracidade podemcausar, ou podem ser causa, aos seus objetos amados. Ele vivencia

    sentimentos de culpa e a necessidade presente de preservar essesobjetos e de repar-los pelo dano feito. A ansiedade agora vivenciada de natureza predominantemente depressiva. Klein reconheceu asemoes que a acompanham, assim como as defesas desenvolvidascontra elas, como fazendo parte do desenvolvimentos normal, ecunhou o termo posio depressiva.

    Com o aumento da adaptao realidade o beb adquire umaimagem menos fantasiosa do mundo ao seu redor. A experinciarecorrente da me indo embora e voltando para ele torna a ausncia

    dela menos aterrorizadora e, portanto, diminui a suspeita do bebe deque ela o deixe. Dessa forma ele vai elaborando seus medos arcaicose chega a uma aceitao de seus impulsos e emoes conflitantes.Nesse estgio a ansiedade depressiva predomina e a ansiedadepersecutria diminui.

    As ansiedades depressivas e persecutrias nunca sototalmente superadas. Elas podem reaparecer temporariamente sobpresso interna ou externa, embora uma pessoa relativamentenormal possa suportar essa recorrncia e recuperar seu equilbrio.

    Em resumo

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    Klein (1935/1991, 1946/1990) descreveu dois estgios nodesenvolvimento emocional durante o primeiro ano de vida: a posioesquizo-paranide e a posio depressiva.

    Inicialmente, os impulsos destrutivos tm maior

    predominncia na mente da criana e, consequentemente, a crianapercebe o mundo externo tambm como destrutivo e persecutrio.Na posio esquizo-paranide os impulsos destrutivos e a ansiedadepersecutria esto no seu auge e o conflito se d em funo dasobrevivncia do ego.

    Com o passar do tempo, e sob a influncia dos impulsosamorosos dirigidos para o mundo externo, um relacionamento maispositivo com a me se desenvolve e a criana se torna consciente desua prpria ambivalncia. A ansiedade da criana nesta fase estrelacionada ao medo de que seus prprios impulsos destrutivospossam destruir sua me amada. A percepo de sua prpriaambivalncia leva a criana a intensos sentimentos deresponsabilidade, desespero, ansiedade e culpa. Neste sentido, aposio depressiva inaugura um modo mais maduro derelacionamento com o outro, o qual possibilita uma nova forma demoralidade.

    Se na posio esquizo-paranide a criana est preocupadaapenas com o bem-estar do ego, na posio depressiva ela estpreocupada tambm com o bem-estar do outro. Desde que na

    posio depressiva o ego se torna mais identificado com o outro, apreservao do outro sentida como garantia da preservao doprprio ego. Alm disso, na posio depressiva existe a possibilidadede uma preocupao real com o bem-estar do outro,independentemente do ego.

    Na teoria de Klein, a ansiedade depressiva a fonte daverdadeira capacidade de amar, a qual inicialmente expressaatravs de ansiedade pela destruio do outro, culpa, remorso, desejode reparar o dano feito, responsabilidade em preservar o outro e

    tristeza relacionada com a possibilidade de perd-lo. O amor resulta,portanto, da capacidade de identificao com o outro na posiodepressiva. Gradualmente a criana se torna capaz de encontraroutros objetos de interesse e o seu amor dirigido tambm paraoutras pessoas e coisas.

    A culpa pode envolver elementos da posio esquizo-paranidee/ou da posio depressiva. Segundo Hinshelwood (1989 apud Leito1999), Klein descreveu dois tipos de culpa: a culpa persecutria,associada com a preocupao esquizo-paranide com o bem-estar do

    self; e a culpa depressiva, associada com a preocupao depressivacom o bem-estar do outro. Na posio esquizo-paranide a culpa

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    persecutria, retaliativa e punitiva. A posio depressiva faz surgir umsentimento de culpa propriamente dito, no qual predomina o medopelo outro amado e pelo relacionamento com ele. Na teoria Kleiniana,portanto, a culpa considerada num contexto interpessoal.

    Referncias Bibliogrficas

    KLEIN, M. Nosso mundo adulto e suas razes na infncia. In: ObrasCompletas. Rio de Janeiro: Imago Editora, 1991 -1997. Vol. 3. P. 281-297.

    LEITO, H. A. L. Diferenas sexuais no desenvolvimento dapreocupao moral por outras pessoas: um estudo emprico daexpresso de emoes morais em crianas. Psicologia: Reflexo eCrtica. vol.12, n.1. Porto Alegre. 1999. Disponvel em:http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-79721999000100003&script=sci_arttext. Acesso em: 16 set 2012.