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CEFORTE Polo Muriaé Ceforte Teologia Bíblica do Novo Testamento Apostila Baseada: LADD, George Eldon. Teologia do Novo Testamento. JUERP Lívia Lacerda

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CEFORTE – Polo Muriaé

Ceforte

Teologia Bíblica do Novo Testamento Apostila Baseada: LADD, George Eldon. Teologia do Novo Testamento. JUERP

Lívia Lacerda

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Teologia Bíblica do Novo Testamento Ceforte

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TEOLOGIA BÍBLICA DO NOVO TESTAMENTO -

Carga Horária: 90 h/a Total de créditos: 06 Justificativa: A Teologia do Novo Testamento é de grande auxílio para o estudante da Bíblia entender o surgimento e desenvolvimento das doutrinas que marcaram a fé cristã, pois várias delas foram aceitas após acurado estudo e depois de sã exame doutrinário, para melhor entendimento da Teologia Sistemática e da Teologia Contemporânea. Ementa: Análise da Teologia dos livros do Novo Testamento, agrupados por seus escritores, com atenção especial para o valor doutrinário de cada autor. Objetivo Geral: Levar o aluno a conhecer a manifestação do reino de Deus revelado nos Evangelhos Sinópticos, os pensamentos joanino, paulino e petrino, observando o desenvolvimento da teologia na Igreja Primitiva e os acontecimentos futuros como revelados no livro de Apocalipse. TBNT I 1. OS EVANGELHOS SINÓPTICOS 1. Introdução. João Batista. A necessidade do Reino. 2. O Reino de Deus. O Deus do Reino. O mistério do Reino. 3. O Reino e a Igreja. A ética do Reino. 4. O Messias. O Filho do Homem. O Filho de Deus. 2. O EVANGELHO DE JOÃO 1. O problema crítico. O Dualismo Joanino. Cristologia. 2. A vida eterna. A vida cristã. O Espírito Santo. Escatologia

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TEOLOGIA BIBLICA DO NOVO TESTAMENTO

1. História:

Durante a década de 1920 um novo ponto de vista começou a ganhar corpo entre os estudantes de teologia do Novo Testamento. O resultado dessa nova busca

trouxe um avivamento na teologia bíblica nos círculos acadêmicos teológicos. A principal busca resultou na recuperação da ideia da revelação, levando os estudiosos na

área teológica, principalmente do EUA, a concluírem que a Bíblia é apalavra de Deus. Uma obra de grande importância nessa época foi o livro de W.Wrede que afirmou

em 1901 que o Jesus descrito em Marcos não era a figura do Jesus liberal histórico, mas um ser messiânico, sendo, portanto, divino e filho de Deus.

Por outro lado, a teologia do Novo Testamento recebeu importantes destaques nos últimos 30 anos, principalmente dos Estados Unidos. Após anos de crítica,

muitos estudiosos e críticos de modalidades teológicas diferentes concluíram que a única área que sobreviveria na teologia bíblica seria aquela defendida por G.E. Ladd.

Veja por exemplo o comentário de J. D. Smart que falou do futuro da teologia justamente nos segmentos evangélicos representado por Ladd, a quem se refere

explicitamente. Para ele o sucesso da teologia bíblica estava na combinação da erudição histórica – completa, detalhada e atualizada – com uma devoção profunda

enraizada em uma fé bíblica.

Sem dúvida o segmento de Ladd é aquele segmento tido como evangélico. Foi Ladd que fez com que muitos fundamentalistas aceitassem a crítica histórica como,

por exemplo, a datação do Novo Testamento. Para J. Reumann o teste definitivo para qualquer teologia bíblica é se esta nos capacita a ter fé e obediência à palavra de

Deus, e esta preocupação estava no coração do professor Ladd. Os inúmeros estudiosos da teologia bíblica que em muitos seminários continuam a ler a teologia do Novo

Testamento de Georg Eldon Ladd continuam a nutrir os objetivos da fé e da obediência a Deus. Todos os evangélicos de modo geral, farão o melhor possível se cultivarem

a fé em Jesus Cristo e a obediência às propostas do evangelho. Cabe a nos Adventistas da Promessa em nossos seminários teológicos conduzir nossos alunos a uma

experiência de fé em Cristo por meio do estudo sério e sistemático da teologia.

1.1 A teologia Bíblica

A Teologia Biblica é a disciplina que estrutura a mensagem dos livros da Biblia em seu ambiente formativo histórico. A teologia é basicamente uma disciplina

descritiva, ela expõe o contexto histórico, com seus principais termos, categorias e formas de pensamento. Ela se preocupa com a auto-revelação de Deus e com a

redenção da humanidade. A bíblia assume um ser auto-existente, pessoal, poderoso, que é criador do mundo e da humanidade,e que se preocupa com esta. A

preocupação divina é motivada pelo pecado do homem, que o levou a um estado de separação de Deus, trazendo consigo o aguilhão da morte. Então ela é

primeiramente uma historia a respeito de Deus e de seu interesse e do seu cuidado para com os seres humanos. A teologia Biblica constitui-se basicamente na descrição e

na interpretação da atividade divina no contexto do cenário da historia humana, cujo objetivo é a redenção do homem.

O que Deus revela não é somente informação acerca de si mesmo e do destino humano, Ele revela sua própria pessoa, e esta revelação acontece por intermédio de

uma serie de eventos históricos. A revelação especial envolve eventos históricos únicos relacionados a libertação divina, cujo ápice foi a encarnação , a expiação e a

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ressureição de Jesus Cristo. A redenção é a atividade divina cujo objetivo é a libertação dos seres humanos, como indivíduos e como sociedade, de seu dilema

pecaminoso, assim como sua restauração a uma posição de comunhão e de favor com Deus

1.2 Panorama Histórico – Um novo Profeta

A atuação de João, vista no seu conjunto, esteve de acordo com os moldes da tradição profética. Anunciou que Deus estava prestes a agir decisivamente na historia

para manifestar seu poder real; e que em antecipação a esse grande evento os homens deveriam se arrepender. A evidencia seria submeter-se ao batismo. Não é difícil

imaginar a excitação que o surgimento de um novo profeta com uma proclamação tão vivida e alarmante como a de João poderia criar. Multidões de pessoas a correrem

para o Rio Jordão (Mc 1:5). Deus, para os judeus, finalmente, estava tomando iniciativa de cumprir as promessas dos profetas a fim de implantar a plenitude do reino.

A proclamação que João fez da iminente atividade divina do Reino envolveu dois aspectos. Um duplo batismo deveria acontecer: com Espírito e com Fogo (Mt. 3.11, Lc

3:16) A expectativa de um derramamento escatológico do Espírito encontra uma ampla base no Antigo Testamento (Isaias 44:3-5) Um poder capaz de suscitar e conceder

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a vida. (Isaias 32:15 – Ez 37:14 – Joel 2: 28 -32) João anuncia que as promessas iriam acontecer por Aquele que viria depois dele. Ele também anuncia um batismo de fogo.

O contexto da expressão afirma que ela se refere ao julgamento de Deus. O trigo será ajuntado no celeiro, mais a palha será queimada com fogo inextinguível (Mt. 3:12 –

Mt. 3: 7 -10 – Lc 3: 7 -9).

A pregação de João a respeito do Reino antecipou o cumprimento da expectativa encontrada no A.T em uma dupla direção. Deus agirá em seu poder real para a

salvação dos justos e para o julgamento dos ímpios. Os dois temas centrais que estão contidos nas paginas do A.T. Eles pensavam que esses dois atos messiânicos seriam

dois aspectos de uma única visitação. João deve ter os considerado simultâneos. O caráter desse Juiz e libertador messiânico não esta claro. O julgamento flamejante, em

sua proclamação, sugere um evento que Poe fim a era presente e inaugura o Século Futuro. A pregação de João transcede a expectação usual do A.T no fato de o

personagem messiânico ser tanto o salvador como Juiz.

1.2 O batismo de João

Para preparar o povo para o reino vindouro, João conclamava ao arrependimento e a que se submetessem ao batismo nas águas. Arrependimento (metanoia),

significa mudar o próprio pensamento, mudar de ideia. Voltar-se do pecado para Deus. A ideia de conversão é expressa pela frase de voltar ou retornar ao Senhor

(Is. 19:22) A conversão poderia ser repetida quando alguém quebrasse os mandamentos e posteriormente voltasse a obedecer a Lei.

A origem do Batismo

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2. Origem do conceito Reino de Deus no Antigo Testamento:

Embora a expressão Reino de Deus não ocorra no A.T, a ideia pode ser encontrada em toda extensão da atividade profética. Ele frequentemente é referido

como o Rei, tanto de Israel, como de toda terra (Ele tem o domínio universal – 2 Reis 19:15, O governo de Deus sobre toda criação – Sl 103. 29) . Muito embora DEUS JÁ

seja mencionado como Rei, outras referencias falam de um dia quando Ele se tornara Rei e governara sobre seu povo. Isaias 24:23. Isso leva a conclusão que embora

Deus seja Rei, Ele também torna-se Rei, ou seja, deve manifestar sua soberania real no mundo dos homens e das nações.

Ainda que o domínio de Deus existisse antes da vinda de Cristo, havia algum sentido no qual o reino seria estabelecido de uma forma que não tinha existido

anteriormente. Mas, nos dias desses reis, o Deus do céu levantará um reino que não será jamais destruído; e este reino não passará a outro povo; esmiuçará e

consumirá todos esses reinos, mas ele mesmo subsistirá para sempre, Daniel 2:44. Seria o Reino de Deus entregue nas mãos do ungido de Deus. Neste Reino Deus tem

seu ideal , e tem sua nação santa, a nação que ele quis desde a fundação do mundo. (Bob Waldron)

Em toda extensão do judaísmo, a vinda do Reino de Deus foi aguardada como um ato de Deus – talvez utilizando agentes humanos – para derrotar inimigos ímpios

de Israel e reunir este povo disperso, vitorioso sobre seus inimigos, em sua terra prometida, unicamente sob o domínio de Deus.

Goppelt divide a origem do poder régio de Deus em alguns grupos:

1. Os salmos de ascensão, onde Yahweh se tornou rei, Sl. 47, 93, 96-99;

2. Nos atos salvíficos de Yahweh na vida de Israel, Ex. 15.18; Sl. 44.1-5; 145.1,13; 146.10; 74.12;

3. A profecia assume um caráter escatológico por intermédio da proclamação das boas-novas, Is. 52.7-10;

2.1 O Reino dos Céus

O Reino dos céus é uma expressão semítica, o vocábulo céus, é um termo usado em substituição ao nome Divino. Lc. 15.18, Levantar-me-ei, e irei ter com o meu

pai, e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e diante de ti . O uso de reino dos céus e reino de Deus raramente foram usadas na literatura judaica antes dos dias de Jesus.

2.2 O Reino escatológico

Jesus deixa claro em seus ensinos que o Reino de Deus consiste no dualismo escatológico das duas eras, a vinda do R.D (Mt. 6.10) e o seu aparecimento (Lc. 19.11).

a vinda do R.D em sua plenitude significa a destruição total e final do diabo e seus anjos (Mt. 25.41); a formação de uma sociedade redimida (Mt. 13. 36-43) e a comunhão

perfeita com Deus (Lc. 13.28-29), e isso acontecerá por ocasião do glorioso retorno de Cristo. No judaísmo e no A.T, o reino foi sempre descrito em termos de Israel. O

judaísmo deixou o termo bem particularista, o estabelecimento do Reino significou a soberania de Israel sobre seus inimigos políticos e nacionais.

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2.3 O Reino Presente

Jesus considerou o seu ministério como o cumprimento das promessas do Antigo Testamento na história, Veja Is 61.1-2 e Lc. 4.21. Jesus respondeu a João com Is.

35.5-6 e Mt. 11.2-6.

Na era presente os inimigos do Reino de Deus não são agora as nações hostis e ímpias como no A.T; mas sim os poderes espirituais malignos. A vitória do Reino de

Deus é uma vitória do mundo espiritual: O triunfo de Deus sobre Satanás (1 Co. 15.24 - 28).

Em lugar de esperar até o fim dos tempos para revelar seu poder real e destruir o mal satânico, Jesus declara que Deus já atuou em seu poder real para

deter o poder de Satanás. O reino tem uma dupla manifestação na missão de Jesus aprisionar Satanás; e no fim dos tempos destruí-lo. Satanas continua ativo: Ele subjuga

a palavra do Reino na vida dos indivíduos quando esta não encontra aceitação real entre os homens. (MT 13.19 – Mc. 8.33 – Lc. 22.3). Os inimigos do Reino agora não são

as nações hostis e impias, como no A.T, mas sim os poderes espirituais malignos. 1 Cor. 15:25. A vitoria do Reino de Deus é uma vitoria no mundo espiritual.

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3. A Necessidade do Reino de Deus:

Após batismo Jesus Cristo iniciou sua missão e ministério que foram assim narrados por Marcos, Mc. 1.14 -15; e Mateus, Mt. 4.23; e Lucas registra um incidente

em Nazaré onde Jesus se identificou com o cumprimento da profecia de Is. 61.1,veja Lc. 4.18-21.

3.1 O Dualismo Escatológico:

Os profetas do Antigo Testamento ansiavam pelo dia do Senhor e por uma visitação divina para purificar o mundo do mal e do pecado e, para estabelecer o reino

perfeito de Deus na terra. Embora seja discutido com termos diferentes pelos profetas do A.T, o reino de Deus em muitos textos se refere ao seu estabelecimento na

terra, em outros textos, o reino é futuro e escatológico. Veja os textos, Am. 9.13-15; Is. 65.17. É provável que os profetas e escritores da Bíblia entendessem que o reino

de Deus seria estabelecido no presente e no futuro, veja Mt. 12.32; Mc. 10.30; Rm. 8.18; Ap. 10.6 (BJ); Mc. 3.20; Lc. 1.33, 55; Hb. 1.8; Gl. 1.5; 1 Pd. 4.11; Ap. 1.18;Lc. 20.35;

Mt. 24.3; 30-31; 13.39, 40, 49 e 13. 42-43.

Em resumo, esta era presente que abrange o período desde a criação até o dia do Senhor, que nos evangelho é designado em termos de parousia de Cristo a

ressurreição e o julgamento é a era da existência humana em fraqueza e mortalidade, do mal do pecado e da morte. O século futuro será a realização de tudo aquilo que o

reino de Deus significa, será a vida eterna com Deus, a nova terra, onde o domínio de Deus e suas bênçãos serão constantes em sua plenitude, Mt.19.28.

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3.2 Satanás e os demônios

Logo após batismo, Jesus foi impelido pelo Espírito ao deserto a fim de ser tentado pelo diabo (Mt. 4.1). Em uma das tentações, Jesus foi levado a um monte muito

alto de onde lhe foi mostrado os reinos do mundo e a glória deles. Em seguida o diabo disse a Jesus conforme (Lc. 4.6). Em todos os Evangelhos, Satanás é descrito como

um espírito mal, sobrenatural, que chefia uma hoste de espíritos maus caídos chamados demônios. Ele é descrito nas Escrituras Sagradas como príncipe dos demônios

(Mc. 3.22).

Nos Evangelhos Sinópticos, a principal função de Satanás é opor-se ao propósito redentor de Deus. Na narrativa da tentação, Satanás reivindica um poder sobre o

mundo e essa reivindicação não foi questionada por Jesus. A tentação consistiu no esforço de desviar Jesus de sua missão divinamente concedida como servo sofredor

para que Satanás ganhasse poder caso Jesus se submetesse a ele. Essa mesma ideia também é expressa por Paulo em (2Co. 4.4).

Um fato importante a ser considerado pelo estudioso (a) das escrituras é que nem no judaísmo nem no Novo Testamento, esse reino contrário e opositor do mal

que se opõe ao Reino de Deus torna-se um dualismo absoluto. Os anjos caídos perdem toda a sua força diante do poder de Jesus Cristo e de seus anjos. No

NovoTestamento todos os poderes espirituais, como os que mencionamos acima, foram criados por Deus e estão sujeitos ao seu poder. Um dia Satanás e seus anjos serão

totalmente destruídos e o mal jamais voltará a existir na nova sociedade recriada por Jesus Cristo nosso Senhor!

Nos Evangelhos Sinópticos a atividade de Satanás é vista sob vários aspectos. Em certa ocasião, uma mulher que andava curvada há dezoito anos foi mencionada

como uma pessoa a quem satanás mantinha presa (Lc. 13.16). Mas as atividades de Satanás são direcionadas principalmente ao campo ético. Veja por exemplo a parábola

do joio e do trigo, onde, o trigo representa os filhos de Deus e o joio os filhos do maligno (Mt. 13.38). Além disso, como já vimos em aulas anteriores o propósito expresso

de Satanás é sufocar a palavra do reino, retirando-a dos corações que se mostram demasiadamente duros para recebê-la (Mc. 4.15). Durante a tentação, Satanás

procurou desviar Jesus de sua missão redentora e, por intermédio de Pedro, insistiu que o papel do Messias não poderia ser o sofrimento e a morte (Mc. 8.33). Satanás

apossou-se de Judas (Lc. 22.3); e desejou lançar suas mãos sobre Pedro (Lc. 22.31).

Esse apanhado sobre o mal satânico fornece o fundamento cósmico sobre a missão de Jesus e para sua proclamação do Reino de Deus. O propósito de nosso

estudo é demonstrar basicamente que a teologia do Reino de Deus trata essencialmente do conflito e da vitória deste reino sobre o reino de Satanás. Um fato digno de

consideração em nosso estudo é que nem os Evangelhos Sinópticos nem o restante do Novo Testamento demonstram qualquer interesse especulativo, quer em relação a

Satanás quer em relação aos demônios, nem com a revelação dos nomes dos demônios. O Novo Testamento tem um interesse prático e redentor, pois reconhece o poder

sobrenatural do mal, mas sua preocupação centraliza-se na obra redentora de Deus em Cristo, libertando os homens dessas forças malignas.

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3.3 Os demônios

Nos Evangelhos sinópticos, a evidência mais característica do poder de Satanás é a habilidade demonstrada pelos demônios de apossar-se do centro de controle

da personalidade dos indivíduos. Os demônios são representados claramente como espíritos sobrenaturais malignos. No início de seu ministério em Cafarnaum Jesus

defrontou-se face a face com o poder demoníaco. O demônio reconheceu Jesus imediatamente e declarou conforme (Mc. 1.24).

A possessão demoníaca manifesta-se de vários modos. Algumas vezes esteve associada a outras aflições de natureza física; como por exemplo, uma pessoa muda

(Mt. 9.32), outra cega e muda (Mt. 12.12), e ainda outra com epilepsia (Mt. 17.15). Há somente um lugar em que a possessão demoníaca encontra-se identificada como

uma doença mental e, é justamente o endemoninhado gadareno. O registro diz que ele habitava nos túmulos e era insano, pois após os demônios saírem dele, foi

encontrado vestido e em seu perfeito juízo (Mc. 5.15). A disfunção foi devida o fato do centro de sua personalidade ter caído sobre a influência dos poderes satânicos.

Não podemos associar a demência com endemoninhamento, pois existem pessoas com problema mentais e outras que são possuídas pelos demônios. É bom lembrar que

o diabo usa a doença mental para oprimir as pessoas, mas Jesus em seu ministério curou tantos os doentes quantos os endemoninhados (Mc. 1.32), sendo a possessão

demoníaca distinta da epilepsia e da paralisia (Mt.4.24), da enfermidade e da lepra (Mt. 10.8). Jesus curou doentes e expulsou demônios e o ato de ter autoridade sobre

os espíritos malignos causou espanto por parte dos fariseus (Mc. 1.27).

11. O Mundo

Embora Jesus partilhasse da atitude geral do Novo Testamento acerca da era presente como o domínio de Satanás, Jesus não considerou o mundo criado como

mal. Apesar de estar em uma cultura mundial onde o grego predominava, Jesus e os escritores do Novo Testamento tinham uma visão hebraica do mundo. Ele

considerava Deus como criador, e tanto o homem quanto o mundo fazem parte de sua criação (Mc. 13.19; Mt. 19.4). Jesus usou muitos exemplos da natureza para

elucidar seus ensinamentos (Lc. 12.22 ss.; 12.4-7). Mas sua preocupação estava na coroa da criação: O ser humano. A prova disso foi o fato de Jesus comer, andar e pregar

para pecadores (Mt. 9.10; Lc. 15.1-2). Apesar de o diabo ser considerado o deus desse século, o mundo ainda continua sendo propriedade de Deus e objeto de seu amor.

Cristo morreu por amor ao mundo (ser humano pecador).

12. A Humanidade

Jesus veio para restaurar aquilo que a humanidade perdeu com o castigo, domínio e presença do pecado no mundo. Jesus na verdade considerou a humanidade

muito mais valiosa do que o restante da criação e do mundo animal. O ser humano na condição de criatura de Deus tem maior valor do que os pássaros ou os lírios do

campo (Mt. 6.26-30); 10. 31). Deus se importa com a humanidade; os próprios cabelos da cabeça de cada pessoa estão todos contados (Mt. 10. 30).

Como criatura de Deus - a humanidade tem a obrigação de servi-lo e não pode fazer reivindicação nenhuma a seu Mestre. Quando realizamos tudo que tínhamos

para fazer, não fizemos mais do que a obrigação de servos e servas de Deus no desempenho de nossa função (Lc. 17.7-10), pois, o ser humano é totalmente dependente

de Deus (Mt. 5.36; 6.27). Um homem pode acumular riquezas, mas não pode garantir o uso delas (Lc. 12.16-21; Mt. 10.28).

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Jesus considerou todos os homens e mulheres como pecadores e todos precisam se arrepender ou ao contrário, perecerão (Lc. 13.1-5). Até mesmo Israel, o povo

do pacto, está perdido; Jesus veio para buscá-lo e salvá-lo (Mt. 10.6; 15. 24;Lc. 19.10). O valor último de cada pessoa só pode ser encontrado em sua relação com Deus,

um exemplo disso é a parábola do rico fazendeiro de Lc. 12.15-21, sendo loucura ganhar o mundo inteiro e perder a salvação (Mt. 16.26). Assim a humanidade foi criada

para ser a filiação de Deus. Deus tem prazer no ser humano, não devido àquilo que é em si mesmo, pois não passa de um pecador perdido, mas por ser capaz de

responder ao amor de Deus a ponto dos céus se alegrarem com o arrependimento de um pecador. 15.7).

4. O Mistério do Reino O contexto histórico sobre o Reino de Deus, nos oferece o paradigma para a interpretação das PARÁBOLAS DO REINO. Lembrando que o Reino oferece dois

momentos: o cumprimento no cenário da historia humana e a consumação no fim da historia.

A profecia é um esboço do futuro, que será preenchida pelos eventos; milagres são pré-atos do futuro, realizados em pequena escala do presente; as parábolas

são as prefiguração do futuro, projetadas em uma pagina sagrada. Jesus adotou o método de ensinar por parábolas e seus discípulos lhes pergutaram – Por que lhes fala

por meio de parábolas? Jesus falava em parábolas por causa da diversidade de caráter, de nível espiritual e de percepção moral de seus ouvintes (MT 13.13). Parece que a

linguagem simples de nada lhes aproveitava, então ele tentava com figuras e símiles, leva-los a refletir, conduzindo-os a uma preocupação maior acerca da salvação. A

insensibilidade dos lideres religiosos o faziam não compreender as verdades espirituais que Jesus os integrou. Jesus, ao falar em parábolas, tinha por escopo obscurecer a

verdade sobre o reino sob uma linguagem figurada, no caso de incrédulos que se recusavam a dar ouvidos às Suas palavras claras, bem como ilustrar a verdade, no caso

de discípulos Seus, para os quais Ele explanou pelo menos as parábolas mais elaboradas. (GUNDRY; Robert. Panorama do Novo Testamento, 1998)

A parábola deve ser analisada e considerada no todo, como algo que ilustra ou realça alguma verdade central, obrigação ou principio no governo divino, e as suas

diferentes partes, somente servem para crescer e se desenvolver. No passado, os intérpretes costumavam atribuir sentidos alegóricos e a cada detalhe existente nas

parábolas. O mundo da erudição, mais tarde, voltou se para a idéia, sob a insistência de Adolf Jülicher, de que cada parábola contém apenas um ponto didático, e que os

demais detalhes servem tão somente para emprestar maior realismo às parábolas.(A. Jülicher, Die Gleichnisreden Jesu, 2 volume, Tübingen, 1910. Quanto a grande

riqueza de informações sobre o pano de fundo das parábolas, ver J. Jeremias, As Parábolas de Jesus, Ed. Paulinas, SP.) Deve-se procurar saber com certeza a real esfera de

ação e o objeto da parábola.É necessário observar a relação da parábola com o ambiente em que foi produzida e com a situação dos ouvintes. A parábola, se for

sustentada em todos os seus aspectos, não será parábola, mas o acontecimento que a gerou.

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5. A Ética do Reino

Uma grande parte do ensino de Jesus estava relacionada a conduta humana. As bem aventuranças, a Regra áurea, e a parábola do bom samaritano. Lucas 17:20-21

nos mostra que o Reino de Deus significa soberania de Deus na alma do Individuo.

A ETICA DE Jesus pode ser interpretada em termos do conceito dinâmico do governo de Deus, o qual já se manifestou em sua pessoa, mas que será consumado

somente na hora escatológica.

5.1 Jesus e a Lei

Jesus considerou o Antigo Testamento como a palavra inspirada de Deus, e a lei como regra divina que fora divinamente outorgada aos homens. Ele obedeceu a

lei.Sua missão efetiva foi o cumprimento do verdadeiro propósito de Deus. Esta noticia de cumprimento significa que uma nova era foi inaugurada, e esta nova era requer

uma nova definição do papel e importância da lei. A Lei e os profetas foram até João; após os dias de João Batista vem a era da salvação messiânica (Mt 1113 e Lc. 16:16).

A relação agora é mediada por intermédio da Lei, mas, sim pela pessoa do próprio Jesus e do Reino de Deus, que irrompeu na historia por seu intermédio. Jesus

considerou toda ação do antigo testamento divinamente orientada e que seu verdadeiro objetivo foi atingido em sua própria pessoa. Sua missão messiânica e a presença

do Reino são o cumprimento da Lei e dos profetas. Jesus assume uma autoridade igual ao do Antigo Testamento. Ele reinterpretou a importância do papel da Lei na nova

era messiânica.

5.2 A ética do reino de Deus

É verdade que a maior parte das máximas éticas de Jesus podem ser colocadas lado a lado com ensinamentos judaicos; mas nenhuma coleção de ensinos éticos

judaicos causa ao leitor o mesmo impacto que a ética de Jesus. O elemento único no ensino de Jesus é que em sua pessoa o Reino de Deus invadiu a historia humana, e os

seres humanos não somente são colocadas sob a demanda ética do reino de Deus, mas, em virtude desta própria experiência do reino de Deus, são também capacitados a

dar cumprimento a um novo padrão de justiça.

5.3 A ética Absoluta

Do mesmo modo que o Reino invadiu a era perversa para trazer aos homens, de um modo antecipado, uma experiência parcial mais real das bênçãos do Reino

Escatológico, assim a justiça do Reino é alcançável em parte, se não em perfeição, na era presente. A ética como o próprio Reino, permanece na tensão entre a realização

presente e a perfeição escatológica futura. Tal conduta só é atingível de um modo completo no século futuro, quando todo mal for banido. Mas Jesus espera que seus

discípulos pratiquem nessa era presente.

O sermão não é lei, ele descreve o ideal do homem em cuja vida o reino de Deus é absolutamente realizável. Ela pode ser atingida em certo grau na era presente,

a medida que o reino de Deus é experimentado de fato.

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5.4 A ética da Vida Interior e Obtenção de Justiça

A ênfase está no caráter interior que dirige a conduta exterior. A lei condenou o assassinato; Jesus condenou a ira. A legislação está relacionada á conduta que pode

ser controlada; a ira não pertence a esfera da conduta exterior, mas á da atitude e do caráter interior. Uma vez que é uma justiça do Coração, é realmente alcançável,

qualitativamente, se não quantativamente. Em sua plenitude, ela aguarda a vinda do Reino escatológico; mas em sua essência pode ser levada a cabo aqui agora, nesta

era. A medida que o cristão for parte da Igreja...a ética de Jesus será uma ética praticável. A medida que ele for parte do mundo, ela será relevante, porem impraticável.

A cruz não é um fardo, mas um instrumento de morte. Tomar sobre si a cruz significa a morte do eu, do propósito pessoal e da ambição, centralizados no ego. É

necessário por parte do homem é a decisão de amar a Deus com todas as forças. O amor é um assunto pertinente a vontade e a ação. O próprio Jesus disse que o amor

resume todo o ensino ético do A.T

HOMEM RESTAURADO ---- RECEBE PODER-----PELO PODER -----JUSTICA DO REINO é passível de ser alcançada.

5.5 A recompensa e a Graça

Jesus mostra a recompensa, nunca usa a ética do mérito. A fidelidade nunca deve ser exercida tendo em vista a recompensa; a própria recompensa tem sua origem

exclusivamente na graça. Dificilmente o poderíamos concluir que o reino, em sua forma escatológica, seja uma recompensa conferida em troca de obediência aos

ensinamentos de Jesus. Ele é o dom da graça de Deus.

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6. O MESSIAS.

O Messias

O uso mais primitivo do vocábulo messias em um contexto messiânico, é o encontrado no cântico de Ana (1 Sm. 2:10). O termo isolado Messias não ocorre no

A.T. Quando encontrado a palavra sempre tem um genitivo ou sufixo qualificativo, como o messias de Jeová .

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Obs

Ungido aponta para Jesus

Sl 2:2 – Titulo parece ser de um rei messiânico

Ez 37:21 ss. – Aponta para um Reinado unido sob o cetro de Davi

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O Reino desejado é terreno e político em sua forma, embora um tom fortemente

religioso possa ser percebido. O rei davidico será capacitado com poderes sobrenaturais

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Jesus e o Messias

Não fica completamente claro o que o sacerdote quis dizer por Filho de Deus. Uma vez que

este não era um titulo messiânico popular, é provável que o sumo sacerdote tivesse ouvido

alguns rumores de que Jesus houvesse feito tal reivindicação. De acordo com a narrativa de

Marcos, Jesus respondeu com uma afirmação simples, sem qualitativos Eu sou Mc 14.62,

mas imediatamente define seu messiado: ela é to tipo do Filho do Homem divino, não do

tipo do rei messiânico.

Jesus não fez nenhuma reivindicação de ser o Messias; no entanto Ele não rejeitou o

messiado quando este lhe foi atribuído, quando acusado diretamente no sinedrio

diretamente de pretender ser o Messias concordou, apesar de ter dado sua própria definicão

do termo. Ele era o Messias divino, do tipo do Filho do Homem.

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7. O FILHO DO HOMEM O Filho do homem foi o modo favorito de Jesus fazer referencia a si próprio; de fato, é o único titulo que ele utilizou livremente.

O titulo nunca é usado por ninguém mais para designar Jesus

Não há evidencia em Atos ou nas Epistolas de que a igreja primitiva tenha chamado Jesus de Filho do Homem.

A única ocorrência do titulo fora dos evangelhos é a encontrada na visão de Estevão. (At 7:56). Os evangelhos os colocam nos lábios de Jesus, mais de sessenta e

cinco vezes.

"Na minha visão à noite, vi alguém semelhante a um filho de um homem, vindo com as nuvens dos céus. Ele se aproximou do ancião e foi conduzido à sua

presença.

A ele foram dados autoridade, glória e reino; todos os povos, nações e homens de todas as línguas o adoraram. Seu domínio é um domínio eterno que não

acabará, e seu reino jamais será destruído.

Daniel 7:13,14

O filho do homem mencionado em Daniel é uma figura escatológica messiânica Divina que traz o reino aos santos afligidos sobre a terra.Se Jesus usou esse titulo

para designar a si mesmo em seu ministério terreno, o mesmo incorpora uma reivindicação implícita de ser Ele um ser divino, preexistente, semelhante ao homem.

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7.1 O Filho do Homem Sofredor

Uma vez que os discípulos foram convencidos de que Jesus era o Messias que estava cumprindo a esperança profética de Israel, Jesus começou a enfatizar uma

nova informação. Mc 8:31. O filho do Homem deveriamorrer. Isaias 53.

Aqui os discípulos encontravam um problema: Se o Messias é um rei davídico que destrói seus inimigos com o sopro de sua boca, e o Filho do homem é um ser divino,

sobrenatural, como alguém assim poderia morrer? Mc. 10:45 faz alusão a Is 53:10. Esses versículos reclama a missão messiânica de Jesus. Jesus inseriu o conteúdo sobre

Servo sofredor no conceito FILHO DO HOMEM.

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8. O EVANGELHO DE JOÃO.

8.1 Diferenças entre João e os Sinópticos.

Diferença no que se refere ao local do ministério de Jesus.

o Nos sinópticos - com exceção da ultima semana, o ministério de Jesus transcorre da maior parte na Galileia.

o João - Seu ministério centraliza-se em torno de varias visitas a Jerusalém

Diferença no Tempo

o Os Sinópticos relacionam somente uma páscoa e parecem registrar os eventos de apenas um ou dois anos

o João aparece pelo menos três páscoas (2:13 – 6;4 – 13;1), e possivelmente uma quarta (5;1)

O quarto evangelho deixa de mencionar importantes eventos encontrados nos sinópticos: o nascimento de Jesus, o batismo da transfiguração, a expulsão de

demônios, a agonia no Getsemani, a ultima Ceia, o discurso no Monte das Oliveiras.

Estilo Literário

o Sinópticos - A forma literária mais distintiva encontrada nos sinópticos é a parábola; e ali também há uma serie de ensinos breves, vividos, fáceis de

lembrar, assim como pequenos incidentes ligados a uma declaração de ensino

o Em João o estilo do ensinamento de Jesus é o de longos discursos. Grande parte das parábolas foi substituída por discursos, e constata-se a ausência de

pequenas declarações de caráter incisivo.

o O reino de Deus que é o tema central nos sinópticos, Vida eterna já aparece pouco.

o João - desapareceu quase completamente dos ensinamentos de Jesus, seu lugar foi assumido pelo conceito central de Jesus nesse evangelho. A ênfase

principal é sobre a vida Eterna como uma benção concretizada no presente.

Estrutura diferente

o Nos sinópticos a estrutura básica do ensino de Jesus é a do apocalipse Judaico, com sua expectativa do ato escatológico de Deus para trazer a historia a

sua consumação e estabelecer o Reino de Deus no século Futuro. O dualismo é um dualismo temporal de duas eras, com seu contraste entre o presente e

o futuro (Mc. 10:15)

o Em João, a primeira vista, parece mover-se em um mundo diferente. Já não há menção dessa era e só século futuro. O dualismo aqui é entre o de cima e o

abaixo, o céu e a terra, a esfera de Deus e a do mundo (Jo 8:23)

Estrutura

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o Os evangelhos sinópticos são tanto teologia quanto historia. João só se torna ainda mais explicito o que estava implícito nos sinópticos e que, algumas

vezes era explicitado. (Mt 11: 25 -30) A diferença entre eles não esta no fato de que João seja teológico e os outros não, mas de que todos são teológicos

de modos diferentes. Os sinópticos são descrições de Jesus e resumos de seu ensinamento. Mateus e Lucas sentiram-se livres para dar uma nova

disposição ao material de Marcos. João fornece uma abordagem mais profunda e, em ultima analise, mais real de Jesus.

o As semelhanças entre João e o pensamento helenístico popular dificilmente podem ser consideradas acidentais, apesar das semelhanças com os escritos

de Qumran. A melhor solução parece ser que o evangelho de João foi escrito, para refutar uma tendência gnóstica na igreja. (I Jo. 4:2 – 1Jo 2: 18-19) João

utiliza palavras e ideias familiares aos círculos gnósticos para refutar um gnosticismo incipiente, fica claro a razão para sua mensagem e terminologia

particular.

o João conta novamente a história, com todas as vantagens acrescentadas pela perspectiva pós-ressureição, em que o completo significado

o Se os sinópticos nos trazem a historia teológica, o quarto evangelho nos oferece a teologia da história.

Ênfases Joaninas ausentes nos Sinópticos

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9. O Dualismo Joanino

9.1 Os dois mundos

Enquanto os Evangelhos sinópticos apresentam um dualismo horizontal, ou seja, duas eras coexistindo de forma linear, João apresenta um dualismo vertical: Um

contraste entre o mundo de cima e o mundo de baixo, ou o mundo superior e o mundo inferior, Veja, Jô. 8.23. O mundo de baixo tem o diabo como governador, 16.11,

mas Jesus é apresentado como Luz em meio às trevas desse mundo, 11.9 e tem autoridade que vem de cima, 18.36.Ao cumprir sua missão Jesus retornaria para o Pai,

segundo João, 13.1. O dualismo ainda pode ser visto nos seguintes versículos, 3.13; 6.38; 6.33, 41,50, 51, 58.

9.2 As trevas e a luz

O mundo inferior é o mundo das trevas, mas o mundo de cima é o mundo da luz, 1.5; 8.12; 9.5; 11.9; 12.35, 46. Os que recebem Cristo se tornam filhos da luz, 12.36, e

devem praticar a verdade vindo para a luz,3.19-20. Para João o ponto alto do mal é o ódio contra a luz que brilha em meio às trevas e essa luz é Cristo.

9.3 A Carne e o Espírito

Um outro contraste entre esses mundos é o que se faz entre a carne e o espírito. A carne pertence ao reino de baixo enquanto o espírito pertence ao reino de cima; a

carne para João não é em si mesma pecaminosa, 1.14; mas representa a fraqueza e jamais poderá levar o ser humano ao reino superior,3.6.

9.4 O Kosmos

João usa o termo kosmos para designar as coisas criadas de forma geral, 17.5, 24; ou a terra em particular, 11.9; 16.21; 21.25. A terra não é em si mesma ruim, pois foi

o próprio Senhor quem a fez, 1.3 e, o cosmos pode inda ser entendido como o gênero humano, 12.19; 18. 20; 7.4; 14.22. Nesses termos Jesus veio para salvar o mundo,

4.42; e para tirar o seu pecado, 1.29; dando-lhe vida, 6.33.

9.5 O kosmos: A humanidade em inimizade com Deus

João apresenta um conceito novo para cosmos que não tem paralelo nos Evangelhos Sinópticos, 7.7; 17.25; 1.10. Quando João menciona que Cristo fez o kosmos,

1.10, fica entendido que Cristo fez a humanidade. Quem está afastado de Cristo está escravizado pelo príncipe dos poderes malignos, 12.31; 14.30; 16.11. Os discípulos de

Jesus Cristo não devem sair do mundo (geográfico), mas ser diferente da mentalidade do mundo, 17.14, pois são diferentes porque mudaram o rumo de seus objetivos:

Agora eles pertencem a Cristo e não ao mundo corrompido. Deus escolheu pessoas do mundo e formou uma nova sociedade em Cristo, 15.19; 17.14 e, para João há uma

evidente separação entre a mentalidade do mundo e a mentalidade do crente em Cristo, sendo que a única maneira de ser salvo é mediante a proclamação do evangelho,

20.31. O mundo não pode receber o Espírito de Deus, 14.17, mas os crentes em Cristo o recebem.

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9.6 Satanás

Já falamos em outra oportunidade acerca desse tema. Cabe aqui esclarecer que, no Evangelho de João, Jesus não é apresentado em constante luta com os demônios

como nos Sinópticos. Para João o diabo é o pai da mentira e do engano, 8.39 e Jesus veio trazer consigo a verdade, 1.17.O diabo tenta vencer Cristo, mas é vencido

categoricamente, 14.30; 12.31,16.11.

9.7 O Pecado

Em João, o Espírito Santo convence o ser humano do princípio do pecado e, não dos pecados, mas, do pecado original, da natureza caída, 16.18, 8.34. Deus veio com a

Luz (Cristo) para clarear as trevas e as trevas não puderam vencê-la, 1.5. Só por meio de Cristo os homens podem tornar-se filhos dessa luz, 12.36.Para João a

incredulidade é pecado. Com a vinda de Cristo, os que não acreditaram nele tiveram uma clara aversão a Ele, 3.19-21; 8.24 sendo a incredulidade parte da essência do

pecado, 16.9.

9.8 A Morte

A morte para João é a característica deste mundo, mas a vida veio a este mundo procedente de cima, a fim de que todos os seres humanos escapem da morte e

entrem para a vida eterna com Deus, 5.24.

9.10 O Dualismo Escatológico

Na dimensão vertical o mundo de baixo é o reino das trevas, do poder de Satanás, do pecado e da morte. Já o mundo de cima é o mundo do Espírito, da Luz e da Vida.

Na missão de Jesus Cristo o mundo de cima com sua vida e luz invadiu o mundo de baixo que é das trevas e de Satanás e libertou os seres humanos das trevas, do pecado

e da morte e lhes deu a Vida do Espírito.

Para João, o dualismo escatológico consiste no cumprimento das profecias messiânicas do Antigo Testamento na pessoa de Jesus. Jesus veio trazer a verdadeira

libertação para Israel, 8.33-58, especialmente 33, 36, 56.João ainda cita o casamento como símbolo da messianidade de Jesus, conferir Is. 54.4-8; 62.4-5 com João 2.11.

Apocalipse descreve como bodas,19.9. Jesus é o templo, 2.19-20 e até a adoração deve ser substituída, João4.20-24. João apresenta uma escatologia realizada (Dodd),

entretanto, ele em alguns textos nos informa que a escatologia também é futurista, 3.36; 5.39.Veja também 12.25.

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10. CRISTOLOGIA 10.1 O Logos

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10.2 O Filho do Homem

A diferença entre os usos da expressão Filho do Homem nos Sinopticos e em João não requer que concluamos que o Evangelista, ou a igreja primitiva, tenha

transformado a tradição histórica.

Diferença da Ideia Filho do Homem

o Sinópticos

O filho do homem ministrando na face da terra

A humilhação e a morte do Filho do Homem

A vinda do Filho do Homem em gloria apocalíptica, para julgar os homem e inaugurar o Reino de Deus.

o João

João fala de Jesus sendo levantado da terra, e , nesse sentindo, contempla a glorificação de Jesus.

A serpente sendo levantada (3: 14 -15 E 8:28)

A sua glorificação (12:23 e 13:31)

Jesus desceu, mas para lá torna a subir (3.13 e 1.51)

O filho do Homem tem autoridade para executar o Juízo. (5:27)

João de fato negligencia as declarações escatológicas ao omiti-las e ao dar ênfase a um aspecto que esta implícito nas afirmações dos sinópticos: a preexistência e

encarnação do Filho do homem (6:51), para combater as tendências docéticas. João suplementa a tradição sinóptica, mas não a contradiz.

10.3 O filho de Deus Sinópticos

o Essa forma de expressão esta confirmada a segunda metade de seu ministério, e é usada por Jesus somente ao se dirigir em particular aos seus

discípulos

o Jesus usa a frase meu Pai – 18 Mateus – 6 Marcos – 3 Lucas

João

o Jesus refere-se a Deus como seu pai, 106 vezes em João, e o uso não é restrito a qualquer período de seu ministério ou a qualquer grupo particular.

o A ideia da filiação de Jesus é a ideia cristologica central em João. O evangelho foi escrito para que os homens possam crer que Jesus é o Messias,

porém, mais do que Messias; Ele é o filho de Deus (20.31)

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o João Batista confessa que Jesus é Filho de Deus.(1:34)

o A relação entre Pai e Filho está intimamente entrelaçada em todo argumentação do Evangelho, Isto se reflete, acima de tudo, na reinvidicação de

Jesus de ter sido enviado pelo Pai.

10.4 A MISSÃO DO FILHO

Como o filho de Deus, Jesus tem uma misssão divinamente designada a cumprir. O elemento mais reinteirado nessa missão é o mediar da vida aos homens. O

filho tem o mesmo poder de conferir vida que o Pai (5.21). Ele não apenas outorga vida eterna a todos os que creem; mas também exerce juízo sobre os que o

rejeitam; e como juiz, coloca-se no lugar do próprio Deus – (5:22 -23)

10.5 A HUMANIDADE DE JESUS

Jesus como filho é totalmente dependente do pai; porem, Ele é também descrito em termos completamente humanos. Ele é descrito como um homem normal, que

desfruta das relações familiares normais. João descreve Jesus sob um duplo aspecto, sem qualquer outra reflexão ou especulação. Ele é igual a Deus. Ele é Deus em carne,

contudo ele é plenamente humano. João fornece algumas das evidencias bíblicas mais importantes para a doutrina, que se elaborou posteriormente, concernente a dupla

natureza de Cristo.

11. A VIDA ETERNA

O Propósito expresso que o autor do quarto evangelho teve ao escrevê-lo foi que seus leitores pudessem conhecer o caminho para a vida eterna por meio da fé em

Jesus, o Messias. (Jo 20:31) O propósito da vinda de Jesus ao mundo foi que os homens pudessem desfrutar dessa vida (10.10) De acordo com o Evangelho de João a vida

eterna é o tema central do ensino de Jesus; segundo os sinópticos, é a proclamação do Reino de Deus.

Nos Sinopticos

o Os sinópticos falam da vida eterna , mas neles, como no judaísmo, a referencia é feita à vida no século futuro. Quando o Jovem rico perguntou sobre o

que fazer para herdar a vida eterna (Mc. 10:17), pois estava pensando na vida da ressurreição Jesus o respondeu nos mesmos termos. A vida que será

herdada no século futuro (Mt .10:30). Vida e Vida eterna quando consideradas em seu significado de redenção, são sempre bênçãos escatológicas futuras

(Lc. 10:25).

João

o Embora a vida eterna seja escatológica, a enfase central do quarto evangelho não é mostrar aos homens o modo de vida no século futuro, mas leva-lo a

uma experiência presente dessa vida futura. Esse é um ensinamento que não se encontra explicito nos Sinopticos, ou seja, QUE A VIDA DO SÉCULO

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FUTURO JÁ É OUTORGADA AO CRENTE. O Propósito da missão de Jesus, foi trazer aos homens uma experiência presente da vida futura (10.10) Ele desceu

dos céus para dar vida ao mundo (6:33 -35).Devemos esperar que o Reino traga aos homens uma antivisão da vida da era futura.

Polêmica anti-Batista

É possível que um propósito subsidiário de João fosse a correção das idéias de um culto que se desenvolvera em torno da figura de João Batista. Atos 19:1 7 demonstra

que continuava havendo seguidores de João Batista, em Éfeso, algumas décadas antes, nos dias de Paulo, e, consoante a uma antiga tradição, Éfeso teria sido a localidade

onde o apóstolo João escreveu seu evangelho. Outrossim, João envida grandes esforços para mostrar que Jesus é superior a João Batista, que este precisava diminuir e

Jesus crescer, que através de Seus discípulos Jesus batizava mais seguidores do que João Batista, e que o testemunho de Jesus era superior ao de João Batista (1:15 37;

3:25 30; 4:1,2; 5:33 40). Toda a questão paira em meio a dúvidas, entretanto, porquanto esses fenômenos podem antes refletir as próprias experiências do apóstolo João,

ao volver se do Batista para Jesus.

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