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Matéria de recursos humanos sobre a contratação de profissionais temporários no Natal.TRANSCRIPT
Conheça os procedimentos para contratar mão de obra extra e veja como integrar rapidamente quem reforça a equipe no
momento mais crítico do anoPor Fernando Salles | [email protected]
95 Natal S U P E R M E R C A D O M O D E R N O • OUTUBRO 2009Natal95
TemporáriosAcerte na escolha
No período do ano com maior circulação de clientes, é co-mum as empresas de varejo recorrerem à contratação de mão de obra temporária. Segundo a Asserttem, en-tidade que reúne empresas
responsáveis por essas contra-tações, serão criadas 123 mil vagas para suprir a demanda do Natal – 7% superior a igual período de 2008. Para garantir que o quadro de funcionários seja reforçado por gente capaci-tada e evitar problemas na jus-tiça, alguns pontos devem ser observados no recrutamento.
O primeiro é buscar auxílio de uma empresa autorizada a contratar pro� ssionais em re-
« Atendentes para fazer pacotes de presentes e operadores de checkout são alguns dos temporários mais contratados pelo varejo
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gime temporário, conforme exigência da Lei nº 6.019 (veja quadro ao lado). Uma delas é a Allis, que conta com 26 unidades em vários locais do Brasil. Geruza Mengarda, gerente de recrutamento e seleção, observa que ainda há no País empresas que contratam informalmente pessoas para traba-lhar nos últimos meses do ano. “Além de ilegal, o procedimento oferece riscos de ações trabalhistas e de pagamento de indenizações caso ocorra, por exemplo, acidente com o funcionário”, lembra.
ADAPTAÇÃO PRECISA SER RÁPIDAFaça um check-list antes de selecionar
Além de estar em acordo com a legislação, o pro-cesso de recrutamento de temporários precisa con-siderar outro aspecto importante: os contratados terão pouco tempo para se adaptar, por isso de-vem ser escolhidos ‘a dedo’. “Eles precisam entrar em campo jogando”, resume Geruza. Segundo ela, nem sempre há tempo su� ciente para treiná-los, daí ser fundamental desenhar bem as atribuições para o cargo e o per� l esperado do pro� ssional.
Fernando da Costa, diretor de operações da consultoria de RH Human Brasil, concorda. Ele recomenda que as empresas façam um check-list com conhecimentos, habilidades e competências necessárias para o exercício da função. A lista deve conter requisitos como experiência anterior no cargo, boa comunicação e capacidade de concen-tração. “É possível perceber se o per� l do candida-to atende essas exigências já na dinâmica de grupo e nas entrevistas individuais”, a� rma Costa. Dessa forma, é encaminhado para o RH do supermerca-do apenas os candidatos que realmente têm condi-ções de atender as expectativas.
Para este Natal, a rede Condor, 27 lojas, con-tratará 250 temporários para lojas de Curitiba e região metropolitana. Segundo Wanclei Said, di-retor administrativo-� nanceiro, a maioria atuará como operador de caixa, empacotador, repositor ou balconista de seções, como padaria e açougue. As maiores di� culdades enfrentadas pela rede pa-
O QUE É TRABALHO TEMPORÁRIO?
De acordo com a lei, é aquele prestado por pessoa física a uma empresa, para atender a
necessidade transitória de substituição de seu pessoal regular e permanente ou de acréscimo
extraordinário de serviços.
COMO É FEITO O CONTRATO?
O supermercado não pode contratar funcionários temporários diretamente. Tem de recorrer a uma
empresa especializada nesse tipo de contratação.
VALE POR QUANTO TEMPO?
Três meses, com possibilidade de uma única prorrogação por mais três meses. Para isso é
necessário registrar o requerimento de prorrogação no órgão regional do Ministério do Trabalho, até
quinze dias antes do término do contrato.
QUAIS SÃO OS DIREITOS DOS FUNCIONÁRIOS?
Os trabalhadores temporários têm, entre outros, o direito de receber remuneração equivalente à dos funcionários da mesma categoria. Também
recebem férias proporcionais ao término do contrato ou em caso de dispensa sem justa causa,
além de indenização por tempo de serviço.
QUAL É A CARGA HORÁRIA PERMITIDA?
Oito horas diárias, salvo disposições legais específi cas para algumas profi ssões. Poderão
ser acrescidas duas horas adicionais, mediante acordo por escrito entre a empresa que contrata
temporários e o profi ssional. Nesse caso, a remuneração deverá sofrer acréscimo de pelo
menos 20% sobre o salário normal.
Entenda o contrato temporário
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ranaense dizem respeito à busca por bons pro-� ssionais em áreas que necessitam de algum co-nhecimento técnico. Caso do açougue, padaria, confeitaria e até da operação de checkout.
ANTECIPE A SELEÇÃO DOS TÉCNICOSPara garantir pessoal qualificado
O mesmo problema é enfrentado pela paulista Coop – Cooperativa de Consumo, 29 lojas. Neste ano, buscou 32 padeiros para auxiliar na produ-ção de panetones de marca própria. Para garantir mão de obra competente, antecipou o processo de recrutamento: em setembro todos já estavam tra-balhando. “No ano passado, começamos em cima da hora e as di� culdades foram maiores”, lembra Ângelo Marchetti, gerente de RH da Coop.
Com bastante tempo para selecionar, Mar-chetti solicitou à empresa especializada que en-caminhasse para entrevista na cooperativa três candidatos para cada vaga. Neste momento, só estão com a mão na massa dos panetones pro� s-sionais capacitados e cujo per� l comportamen-tal converge com o de� nido pela empresa.
OS MELHORES PODEM FICARSaiba avaliar quem merece efetivação
Mesmo com pouco tempo para mostrar serviço, muitos temporários se destacam a ponto de merecer uma efetivação. “Eles costumam chegar com muito
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Eleja “padrinhos” para integrar os temporários
E se a orientação é fazer com que o recém-contratado entre no time jogando, nada melhor do que mostrar
a ele os “atalhos do campo”. “Um funcionário que repre-sente a imagem da empresa e esteja familiarizado com as rotinas da função poderá ajudar o novato a entender os procedimentos e a se integrar à empresa. Já o profis-sional escolhido se sentirá orgulhoso pela missão”, des-taca Geruza Mengarda, da Allis.
INTEGRAÇÃO
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M A I S I N F O R M AÇÕ E S
Allis: (11) 3382-6500Condor: www.condor.com.br/Coop: www.coop-sp.com.br/ Human Brasil: (11) 3528-2200
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gás porque encaram a experiência como uma forma de ingressar ou voltar ao mercado de trabalho”, ex-plica Geruza Mengarda, gerente de recrutamento e seleção da Allis. Segundo a Asserttem, 17% dos tem-porários deste � nal de ano deverão ser efetivados.
CRIE FORMULÁRIOS DE AVALIAÇÃOPerguntas devem ser respondidas pelo gestor e equipe
Uma forma de avaliar quem merece a contrata-ção, segundo Fernando da Costa, da Human Bra-sil, é desenvolver um questionário com perguntas sobre o desempenho do funcionário. Elas devem ser respondidas pelo gestor e também pelos cola-boradores que trabalharam com o pro� ssional.
O consultor sugere questões do tipo “como se comportou no período de trabalho?”, “é um pro� ssional com iniciativa?”, “se preocupa com a qualidade?”. Para facilitar a tabulação dos re-sultados, sugira respostas em forma de notas de 1 a 5, sendo que a mais baixa signi� ca que o res-pondente discorda totalmente, e a mais alta quer dizer concordância total. Aqueles que � caram acima da média podem continuar na empresa, de acordo com as oportunidades disponíveis.
Mesmo quando não há vaga para uma efetivação imediata, é importante conhecer os que tiveram melhor desempenho. “Isso ajuda a criar um banco de talentos para futuras contratações”, garante Gerusa, da Allis. E talento não merece ser desperdiçado.
Coop avaliou três candidatos para cada uma das 32 vagas de
padeiro temporário neste ano
11,5% dos temporários contratados são idosos
7% será o aumento das vagas em relação ao mesmo
período do ano passado
27% dos contratados serão jovens no primeiro
emprego
17% dos temporários serão efetivados, o que
representará 21 mil novos empregos efetivos
Sudeste é que mais contrata
Nordeste
12,5%Centro-Oeste
8%
Norte
4%
Sul
20%Sudeste
55,5%
DicasFORNECEDOR PODE AJUDAR NO TREINAMENTO
Utilize o período entre a de� ni-ção da contratação do temporário e o início do trabalho (em geral de al-guns dias) para oferecer uma prepa-ração básica por meio de uma apre-sentação ou um workshop na própria empresa. É o que sugere Fernando Montero da Costa, diretor de opera-ções da Human Brasil. Em algumas áreas, como padaria e açougue, os próprios fornecedores podem ajudar a prepará-los nos procedimentos bá-sicos, como confecção de pães e bo-los e cortes de carne. Tente negociar essa parceria no momento de de� nir os pedidos de Natal.
VEJA COMO RETER TALENTOS
O RH Itinerante é uma das formas de observar o desempenho de pro-� ssionais temporários ou efetivos na Coop. Ângelo Marchetti, gerente da área, explica que pelo menos uma vez por mês cada loja recebe um pro� ssio-nal do RH para acompanhar o traba-lho em diferentes setores. Ele conversa com gestores e subordinados e obser-va o desempenho e as características comportamentais dos colaboradores. Dessa forma, a área de RH � ca atua-lizada com o que se passa nas � liais e consegue analisar o potencial dos fun-cionários de destaque.
FONTE: ASSERTTEM (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS EMPRESAS DE SERVIÇOS TERCEIRIZÁVEIS E DE TRABALHO TEMPORÁRIO)
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Conheça os números do mercado e veja dicas
São Paulo e Minas são os principais empregadores
São Paulo 32,3%Minas Gerais 12,6%Rio de Janeiro 8,1%Paraná 7,5%Rio Grande do Sul 7,0%Santa Catarina 5,8%Bahia 3,7%Goiás 3,2%Pernambuco 2,5%Espírito Santo 2,4%Ceará 2,0%Mato Grosso 1,9%Pará 1,7%Distrito Federal 1,5%Mato Grosso do Sul 1,4%Amazonas 1,1%Rio Grande do Norte 1,0%Maranhão 0,8%Alagoas 0,7%Paraíba 0,6%Rondônia 0,6%Sergipe 0,5%Piauí 0,4%Tocantins 0,4%Acre 0,1%Amapá 0,1%Roraima 0,1%
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10 milhõesde pessoas exercem algum tipo de trabalho temporário ao longo do ano no Brasil
R$ 870 é o salário médio do trabalhador temporário
Cresce a presença de temporários no Natal
* Previsão
2009* 123 mil 2008 115 mil 2007 105 mil 2006 90 mil
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SÃO PAULO
32,3%
MINAS GERAIS
12,6%