temas possíveis para a redação do enem 2015

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1. Extração de gás e petróleo de xisto A extração de gás e petróleo a partir das rochas de xisto tem crescido a cada ano, ganhando destaque nas discussões sobre matriz energética. Em 2013, o petróleo obtido a partir desse minério representou 29% da produção total do produto nos Estados Unidos. O gás de xisto, por sua vez, representou 40% do total. O tema é uma das principais apostas dos professores Joel Pontin, do Cursinho da Poli, e Alexandre Gobbis, do Cursinho do XI, para o Enem 2014. Segundo Pontin, é imprescindível que os estudantes conheçam os processos de extração e entendam a importância desse minério para a economia mundial. "O grande comprador de energia

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1. Extração de gás e petróleo de xisto

A extração de gás e petróleo a partir das rochas de xisto tem crescido a cada ano,

ganhando destaque nas discussões sobre matriz energética. Em 2013, o petróleo obtido

a partir desse minério representou 29% da produção total do produto nos Estados

Unidos. O gás de xisto, por sua vez, representou 40% do total.

O tema é uma das principais apostas dos professores Joel Pontin, do Cursinho da Poli,

e Alexandre Gobbis, do Cursinho do XI, para o Enem 2014. Segundo Pontin, é

imprescindível que os estudantes conheçam os processos de extração e entendam a

importância desse minério para a economia mundial. "O grande comprador de energia

são os Estados Unidos, que estão priorizando o xisto. Essa questão pode alterar todo o

cenário energético mundial", diz.

As reservas desse minério representam 10% do total de petróleo e 32% do gás

disponível no planeta. O país que mais detém reservas é a Rússia, seguida por Estados

Unidos, China e Argentina. Já os países com maiores reservas de gás de xisto —

encontradas entre as camadas do mineral — são China, Argentina, Argélia e Estados

Unidos. O Brasil também possui grandes quantidades do minério e, em 2013, o

governo chegou a realizar leilões de exploração da reserva. A produção a partir desse

material, entretanto, está paralisada por falta de regulamentação específica.

Para produzir petróleo e gás a partir do xisto é preciso explodir as rochas do minério

por um processo chamado de “fraturamento hidráulico”, que injeta grandes

quantidades de água misturada a produtos químicos sob grande pressão. A técnica,

porém, é questionada por ambientalista e já foi proibida na França e na Bulgária.

2. Água e crise no sistema hídrico

As anomalias verificadas nos índices pluviométricos, que tiveram como consequências

a falta de água em São Paulo e enchentes em outros Estados da região Sudeste,

também estão entre as apostas dos professores de cursinho. "O stress hídrico esteve na

pauta dos jornais por meses e o tema abre margens para toda a sorte de perguntas no

Enem, que pode cobrar desde conhecimentos sobre mananciais até a fórmula química

da água", afirma Joel Pontin, do Cursinho da Poli.

No início do verão, houve muitas chuvas em Minas Gerais, Espírito Santo e norte do

Rio de Janeiro. No leste de Minas Gerais e no norte do Espírito Santo, não chovia tanto

desde 1979. Essa umidade, entretanto, não alcançou a cidade de São Paulo. Dezembro

de 2013 foi o terceiro mês menos chuvoso dos últimos 71 anos na capital, só perdendo

para os anos de 1999 e 1963. Ainda assim, as chuvas na capital só atingiram o volume

de 237,9 milímetros, inferior à média histórica de 265,6 milímetros. Com isso, o

reservatório da Cantareira, que abastece a Grande São Paulo, teve sua capacidade

reduzida. Na última terça-feira, o volume armazenado de água caiu para 11,9% da

capacidade.

Já na região Norte, o excesso de chuvas deixou diversos pontos de Porto Velho (RO)

submersos e o Acre ilhado em função da cheia do Rio Madeira, que em março de 2013

bateu recorde histórico com 25,44 metros de profundidade. A cheia afetou pelo menos

66.000 pessoas e deixou famílias desabrigadas em dez cidades da região, além de

interromper o tráfego nas principais rodovias de Rondônia, como a BR-364 e a BR-

319.

3. Crise energética

A crise no setor energético é um dos temas constantes no Enem, afirma Paulo Moraes,

do Anglo Vestibulares. "É um tema que mistura questões de física, química e biologia,

uma interdisciplinaridade que é típica de questões do exame federal", explica. O Brasil

tem atualmente capacidade elétrica instalada de 120.000 megawatts, mas desde 2013

enfrenta dificuldades no abastecimento, com registros de apagões em diversas regiões

do país que acarretaram problemas para a economia.

Em janeiro, foram registrados os dez maiores picos de consumo de energia da história

do Brasil e, em fevereiro, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) registrou

apagões em onze Estados das regiões Norte, Sudeste e Sul. Só na região Sudeste, a

falha no sistema elétrico pode ter atingido 950.000 pessoas. Pelas normas de

segurança, o sistema elétrico brasileiro precisa trabalhar com sobra de energia

equivalente a 5% da eletricidade consumida no país. Entretanto, em janeiro, essa marca

atingiu 2%.

Uma das justificativas para o problema apresentadas pela ONS foi uma interrupção no

fornecimento de 5.000 megawatts/hora para essas regiões. Outra explicação para os

apagões é a de que descargas atmosféricas (raios) provocaram curtos-circuitos no

sistema nacional, causando a queda de energia. Entretanto, apesar de o Brasil ser um

dos países com maior quantidade de raios do mundo, o sistema elétrico foi montado

para ser à prova de descargas elétricas, com a proteção de uma grande rede de para-

raios.

O principal gerador de energia no país são as usinas hidrelétricas, que respondem pela

geração de 86.923 MW, seguidas das termelétricas a gás (9.816 MW), as usinas a

biomassa (8.870 MW) e usinas a óleo e bicombustíveis (5.297 MW). Outras formas de

energia respondem por parcelas menores do fornecimento, como as pequenas centrais

hidrelétricas (PCHs) e centrais geradoras hidrelétricas, que somaram no ano passado

4.805 MW de capacidade de geração. As usinas a carvão mineral registraram 3.152

MW, as eólicas marcaram 2.181 MW e as nucleares, 2.007 MW.

4. Problemas urbanos e sistemas modais

Outro assunto "clássico" do Enem são as questões relacionadas a problemas urbanos.

“Esse é um assunto frequente, que é renovado com os temas que estiveram na

imprensa nos últimos meses”, afirma Paulo Moraes, do Anglo Vestibulares. Este ano, o

transporte é uma das apostas do educador, tendo como ponto de partida as

manifestações de 2013 que reivindicaram melhorias no transporte público e colocaram

o tema no topo das agendas governamentais. “As questões do Enem não devem abrir

margem para o debate político. Elas provavelmente vão cobrar conhecimentos sobre os

sistemas modais mais usados no Brasil”, explica.

Atualmente, mais de 80% da população vive nos centros urbanos, nos quais o

transporte mais utilizado é automotivo. Em 2012, a frota de carros no Brasil chegou a

50,21 milhões. A cada minuto, 152 novos automóveis deixam as fábricas do mundo

para ganhar as ruas. Comparativamente, usando como base a cidade de São Paulo, a

frota de ônibus representa apenas 8,2% do total de carros. A desproporção acarreta

imensos congestionamentos nas grandes capitais e, ao mesmo tempo, dificulta a

locomoção em cidades menores, que sofrem com a falta de linhas de transporte nos

bairros mais afastados.

A pressão da sociedade por melhor transporte público acabou chegando ao gabinete da

Presidência. Em julho do ano passado, a presidente Dilma Rousseff falou da

necessidade de uma mudança na matriz do sistema de transporte, enfatizando o

aumento das redes de metrô, trens leves e corredores de ônibus. Dilma também

anunciou a liberação de 50 bilhões de reais para empreendimentos de mobilidade

urbana.

5. Movimentos sociais

A partir das manifestações por melhorias no transporte em junho 2013, a onda de

protestos organizados por movimentos sociais e por grupos como os black blocs

ganhou força em todo o país. Exatamente pelo destaque que teve nos últimos meses, o

tema é uma das apostas do professor Samuel Loureiro, do Cursinho do XI, para o

Enem. "A discussão sobre os protestos pode abrir caminho para o questionamento

sobre a trajetória histórica dos movimentos sociais", analisa.

Saber quais foram as motivações dos principais movimentos sociais do Brasil e fazer a

correlação entre os antigos e os atuais é um dos caminhos para compreender como eles

influenciaram e ainda influenciam o país, explica o professor.

O movimento feminista é um dos que pode aparecer na prova do Enem, segundo

Loureiro. "É um grupo que conseguiu influenciar as políticas públicas e já foi citado

em exames anteriores", explica. Conquistas do grupo, como a Lei Maria da Penha e a

ação de movimentos internacionais como o Femen, também podem cair na prova.

Ainda segundo o professor, para entender melhor os movimentos sociais e se preparar

para a prova, os estudantes devem pesquisar um pouco sobre as ideologias políticas e

ecônomicas que pautam esses grupos. "O aluno tem que saber diferenciar o

comunismo do anarquismo e entender quais outras ideologias estão presentes no

cenário mundial hoje. Isso é imprescindível para garantir o bom desempenho nas

questões relacionadas à sociologia, geopolítica e história."

6. 50 anos do golpe militar

Há 50 anos o Brasil foi palco de acontecimentos políticos tão dramáticos e relevantes

que ainda hoje continuam em discussão: o golpe militar de 1964. O ação, que resultou

em mais de 20 anos de regime militar, também é uma das grandes apostas dos

professores de cursinho para o Enem este ano. "A importância histórica desses fatos e a

quantidade de documentos da ditadura que foram revelados recentemente levaram o

tema com mais força para as salas de aula", explica Samuel Loureiro, do Cursinho do

XI.

O mês de março deste ano foi palco de protesto contra o golpe, que destitui do poder o

então presidente João Goulart, e também de uma nova marcha da família, em

homenagem à Marcha da Família com Deus pela Liberdade de 1964, que reuniu cerca

de 100.000 pessoas na Cinelândia, no Rio de Janeiro, dias antes da tomada do poder

pelos militares. A correlação histórica é necessária para entender os efeitos da ditadura

e o processo de redemocratização do país, garante Loureiro.

Outro assunto relacionado à ditadura que também pode aparecer na prova é a

Comissão da Verdade. Instituída em 2012 pela presidente Dilma Rousseff, a comissão

tem a missão de apurar crimes cometidos durante a ditadura. Entre as medidas tomadas

pela comissão, está a exumação dos restos mortais de João Goulart para analisar a

causa de sua morte

7. Vacina contra o vírus do HPV

Em março deste ano, o governo federal começou a vacinar gratuitamente meninas de

11 a 13 anos de idade contra o vírus do HPV. O tema, apesar de recente, já havia

passado por discussão em 2013 e é um dos assuntos com grande probabilidade de cair

no Enem neste ano. Para o professor Joel Pontin, do Cursinho da Poli, o assunto pode

servir de gancho para perguntas sobre biologia. "Vacinação, de modo geral, não é um

assunto muito presente no Enem, que pode usar a grande repercussão dessa vacina para

introduzir algumas questões".

A vacina contra o HPV é capaz de prevenir a transmissão do vírus causador do câncer

do colo do útero, que pode ser contraído por meio de relação sexual, contato direto

com pele ou mucosa infectadas, e também no momento do parto. A Organização

Mundial da Saúde (OMS) estima que 290 milhões de mulheres no mundo sejam

portadoras do HPV, sendo que 32% são infectadas pelos tipos causadores do câncer.

Por ano, 270.000 pessoas morrem em decorrência da doença.

Até 2016, o governo quer expandir a vacinação para meninas de nove anos, faixa etária

considerada ideal para evitar a propagação do vírus do HPV, segundo especialistas.

Para o professor Pontin, é importante que os estudantes pesquisem mais informações

sobre o vírus do HPV e sobre a atuação da vacina no corpo humano. "O tema pode

aparecer em uma pergunta mais ampla sobre a vacinação, abrangendo inclusive outros

tipos de vacinas", explica.

Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/temas-da-atualidades-que-podem-cair-

no-enem-e-vestibulares-201415