tecnologias da informação no chão de fábrica

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FACULDADE DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA - ÁREA1 TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO NO CHÃO DE FÁBRICA SALVADOR 2011

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PETTINI, Daniel; LIMA, Jacques; SANTOS, Verônica. Tecnologias da informaçãono chão de fábrica. 2011. Pesquisa (Graduação em Engenharia da Computação) –Faculdade Área1, Salvador.

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Page 1: Tecnologias da Informação no Chão de Fábrica

FACULDADE DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA - ÁREA1

TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO NO CHÃO DE FÁBRICA

SALVADOR

2011

Page 2: Tecnologias da Informação no Chão de Fábrica

DANIEL SANTOS DA COSTA

JACQUES JEFFERSON LEÃO LIMA

VERÔNICA LUZIA REIS SANTOS

TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO NO CHÃO DE FÁBRICA

Trabalho de Automação de Processos de Manufatura apresentado no curso de Engenharia da Computação da Faculdade Área1, como requisito parcial para obtenção da nota da primeira unidade do semestre de 2011.2. Professor: Renato de Sousa Cabral

SALVADOR

2011

Page 3: Tecnologias da Informação no Chão de Fábrica

Analisar as informações é ter compromisso com a

empresa, é ter a consciência de que tudo que é

bom pode ser melhorado. [Daniel Pettini]

Page 4: Tecnologias da Informação no Chão de Fábrica

RESUMO

PETTINI, Daniel; LIMA, Jacques; SANTOS, Verônica. Tecnologias da informação

no chão de fábrica. 2011. Pesquisa (Graduação em Engenharia da Computação) –

Faculdade Área1, Salvador.

Este trabalho apresenta as tecnologias de informação envolvidas nos

Sistemas de Execução de Manufatura (MES), tendo como ponto de partida a

informação no chão de fábrica. Estas informações estão baseadas nos sistemas de

controle e automação das indústrias, utilizando equipamentos de controle como os

Controladores Lógicos Programáveis (CLP’s), Sistema de Aquisição de Dados,

Controle Estático de Processos (CEP), Controle Numérico Computadorizado (CNC),

Sistema Digital de Controle Distribuído (SDCD) e Célula Flexível de Manufatura

(FMS). São apresentandos suas definições, conceitos e aplicação, enfocando a

integração dos dados nos diversos níveis de fábrica, objetivando o levantamento de

informações para um melhor controle e integraçao dos processos.

Palavras-Chave: Tecnologia da Informação, Chão de Fábrica, Integração dos

Processos.

Page 5: Tecnologias da Informação no Chão de Fábrica

ABSTRACT

PETTINI, Daniel; LIMA, Jacques; SANTOS, Verônica. Information Technology on

the factory floor. 2011. Research (Undergraduate in Computer Engineering) -

College Area1, Salvador.

This paper presents the information technologies involved in the

Manufacturing Execution Systems (MES), taking as its starting point the information

on the factory floor. This information is based on control systems and automation

industries, using control equipment such as programmable logic controllers (PLC's),

System Data Acquisition, Control Static Process (CEP), Computer Numeric Control

(CNC), Digital System Distributed Control (DCS) and Flexible Manufacturing Cell

(FMS). Apresentandos are their definitions, concepts and application, focusing on

data integration at different levels of plant, aiming at collecting information to better

control and integration processes.

Keywords: Information Technology, Plant Floor, Process Integration.

Page 6: Tecnologias da Informação no Chão de Fábrica

SUMÁRIO

RESUMO................................................................................................................... 03

ABSTRACT ............................................................................................................... 04

LISTA DE FIGURAS ................................................................................................. 07

LISTA DE ABREVIATURAS ..................................................................................... 08

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 09

2 DESENVOLVIMENTO DAS TECNOLOGIAS ....................................................... 10

3 SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE CHÃO DE FÁBRICA ....................................... 11

4 CONTROLADOR LÓGICO PROGRAMÁVEL ....................................................... 12

4.1 Definição ....................................................................................................... 12

4.2 Arquitetura ..................................................................................................... 12

4.2.1 O Hardware do CLP ...................................................................................... 13

4.2.2 O Software do CLP ....................................................................................... 13

4.3 Aplicação ....................................................................................................... 14

5 SISTEMAS DE AQUISIÇÃO DE DADOS .............................................................. 15

5.1 Definição ....................................................................................................... 15

5.2 Elementos Funcionais dos Sistemas de Aquisição ....................................... 15

5.2.1 Sensores e Transdutores .............................................................................. 15

5.2.2 Condicionamento de Sinal ............................................................................. 16

5.2.3 Equipamento de Medição .............................................................................. 17

5.2.4 Software de Medição e Aquisição de Dados ................................................. 18

5.2.5 Computador ................................................................................................... 18

6 CONTROLE ESTÁTICO DE PROCESSO ............................................................. 19

6.1 Definição ....................................................................................................... 19

6.2 Aplicação ....................................................................................................... 19

7 CONTROLE NUMÉRICO COMPUTADORIZADO ................................................. 22

7.1 Definição ....................................................................................................... 22

7.2 Aplicação ....................................................................................................... 22

7.3 Vantagens ..................................................................................................... 23

8 SISTEMA DIGITAL DE CONTROLE DISTRIBUÍDO ............................................ 24

8.1 Definição ....................................................................................................... 24

8.2 Aplicação ....................................................................................................... 24

Page 7: Tecnologias da Informação no Chão de Fábrica

9 CÉLULA FLEXÍVEL DE MANUFATURA ............................................................. 26

9.1 Definição ....................................................................................................... 26

9.2 Aplicação ....................................................................................................... 26

9.2.1 Armazenamento ............................................................................................ 27

9.2.2 Operação ....................................................................................................... 28

9.2.3 Transporte ..................................................................................................... 28

9.2.4 Inspeção ........................................................................................................ 29

10 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 30

11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 33

Page 8: Tecnologias da Informação no Chão de Fábrica

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Diagrama de blocos simplificado de um CLP ........................................... 08

Figura 2 – Controle utilizando o CLP ......................................................................... 09

Figura 3 – Diagrama funcional de um sistema de aquisição baseado em um

computador pessoal .................................................................................................. 11

Figura 4 – Esquema de um transdutor elétrico.......................................................... 12

Figura 5 – Exemplo de condicionamento de sinal: amplificação e filtragem ............. 12

Figura 6 – Exemplo de equipamentos de medição e conversores digitais ................ 13

Figura 7 – Estratégia para melhorias no controle estatístico de processos .............. 17

Figura 8 – Ligação de processos em uma célula de manufatura .............................. 23

Figura 9 – Exemplo de sistemas de transporte nas FMS .......................................... 25

Page 9: Tecnologias da Informação no Chão de Fábrica

LISTA DE ABREVIATURAS

ERP Enterprise Resources Planning

FIS Factory Information Systems

CLP Programmable Logic Controller

CEP Static Control Process

CNC Computer Numeric Control

SDCD Distributed Digital Control System

FMS Flexible Manufacturing Cell

Page 10: Tecnologias da Informação no Chão de Fábrica

9

1 INTRODUÇÃO

Uma empresa manufatureira voltada à produção de bens de consumo é

composta por diversas áreas que possuem suas respectivas funções, as quais, em

conjunto, geram o produto final. Dentre estas áreas, podemos citar a de produção,

onde são obtidos os produtos finais da empresa através da montagem e/ou

transformação da matéria-prima. Logo, chão de fábrica é a nomenclatura usada por

engenheiros, arquitetos e designers para designar conhecimento das técnicas e

materiais de produção de uma fábrica.

Para que o chão de fábrica possa ser conduzido e aperfeiçoado, o seu

administrador necessita do maior número de informações possíveis para que as

tomadas de decisões não sejam fruto de intuição. Alguns gerentes questionam essa

deficiência em suas empresas e estão necessitando e apoiando projetos que tratam

da medição de desempenho de suas fábricas (AMARATUNGA e BALDRY, 2002).

Diante deste conceito, este trabalho tem como objetivo elucidar os sistemas

de informação utilizados nos processos de chão de fábrica, abordando seus

sistemas de controle e aquisição de dados, para o levantamento de informações,

visando ganhos estratégicos nos processos produtivos.

Page 11: Tecnologias da Informação no Chão de Fábrica

10

2 DESENVOLVIMENTO DAS TECNOLOGIAS

O surgimento do chão de fábrica, setor de produção, ocorreu a partir da

Revolução Industrial no final do século XVIII. Neste momento, o modo de produção

artesanal deu lugar ao regime de produção mecanizada em massa. Essa mudança

permitiu que a produção fosse feita com mais rapidez e padronização, reduzindo

custos. A partir daí este setor passou a sofrer transformações buscando sempre o

aprimoramento da produção (CHIAVENATO, 1983).

Uma das mudanças no ambiente de produção foi a implementação de

sistemas de planejamento de recursos empresariais (ERP – Enterprise Resources

Planning). No final do século passado, houve uma significativa quantidade de

investimentos em softwares, computadores e periféricos. As empresas

argumentavam que, visto que grandes investimentos em tecnologia da informação

tinham de ser feitos para o aumento da competitividade, elas deveriam dar um passo

à frente e investir na substituição e melhoria dos sistemas utilizados até então.

A maioria das companhias possuía sistemas que eram compostos por uma

gama de programas distintos, que realizavam funções de forma independente para

cada departamento da empresa. Esses sistemas foram naturalmente evoluindo para

programas que poderiam conversar entre si, isto é, a integração dos programas de

diferentes áreas foi substituindo os antigos sistemas dentro das companhias. Deste

modo, os sistemas deveriam captar dados de todos os setores da empresa e

também disponibilizar informações comuns para essas mesmas áreas. Esses

sistemas são programas grandes, trazendo módulos de finanças, contabilidade,

recursos humanos, vendas e marketing, entre outros, e foram chamados sistemas

de planejamento de recursos empresariais (FORTULAN, 1996).

Esse esforço em coletar dados de todos os pontos da companhia faz com que

as empresas de manufatura voltem seus olhos com muita atenção para o chão de

fábrica. Este setor tem uma importância considerável para a empresa, uma vez que

uma grande quantidade de dados é gerada a partir do controle das suas etapas de

produção além de possuir processos que estão diretamente envolvidos na

produtividade e no custo de seus produtos (FORTULAN, 2006).

Page 12: Tecnologias da Informação no Chão de Fábrica

11

3 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DE CHÃO DE FÁBRICA

Sistemas de informação de chão de fábrica (FIS - Factory Information

Systems) são compostos de vários subsistemas que tratam os diversos tipos de

informação presente no ambiente da manufatura. A modelagem de um sistema de

informação para sistemas de manufatura deve considerar a presença de diversos

tipos de informação.

Neste contexto, como um dos subsistemas que compõe o sistema de

informação fabril, está inserido o FIS, que realiza aquisição dos dados das máquinas

que compõem o processo produtivo e armazena estes dados de maneira

organizada. A partir dos dados obtidos, é possível gerar relatórios com o valor dos

indicadores de desempenho possibilitando a localização de possíveis pontos de

melhoria (DICESARE, 1992).

O FIS tem por objetivo o tratamento apenas das informações de produção,

como a quantidade total de peças produzidas, os tempos de ciclo de cada

equipamento para produzir determinado tipo de peça e a ocorrência de erros durante

o processo produtivo. A modelagem do fluxo de informações possibilita o cálculo de

indicadores de desempenho, tornando possível a identificação dos problemas em

processos produtivos (DICESARE, 1992).

Gargalos de produção ocasionados por falta de matéria-prima,

indisponibilidade do equipamento e falta de eficiência do equipamento na execução

de determinada etapa do processo produtivo, são os principais problemas que

podem ser identificados utilizando o sistema de informação de chão de fábrica.

Modelar o sistema de informação para que seja possível propor melhorias e corrigir

os problemas é o principal objetivo para cada tecnologia. A seguir, serão

apresentadas algumas delas.

Page 13: Tecnologias da Informação no Chão de Fábrica

12

4 CONTROLADOR LÓGICO PROGRAMÁVEL

4.1 Definição

O Controlador Lógico Programável (CLP - Programmable Logic Controller) é

um dispositivo eletrônico dotado de um microprocessador capaz de controlar e

gerenciar máquinas, sistemas e processos industriais. Utiliza em sua memória um

programa capaz de executar tarefas específicas, operações lógicas, operações

matemáticas, energização e desenergização de relés, temporização, contagem e

manipulação de variáveis de oito ou dezesseis bits e etc.

4.2 Arquitetura

A figura 1 mostra através do diagrama de blocos, como o CLP atua no

sistema: os sensores alimentam o CLP (processador), a cada instante, com os

dados (variáveis de entrada) informando, através de níveis lógicos, as condições em

que se encontram. Em função do programa armazenado em sua memória, o CLP

atua no sistema por meio de suas saídas. As variáveis de saída executam, a cada

instante, os acionamentos dos atuadores no sistema, (NATALE, 1995).

Figura 1 – Diagrama de blocos simplificado de um CLP.

MemóriaProcessador

Barramento(dados, endereços, controle)

Entradas Saídas

Fonte

Page 14: Tecnologias da Informação no Chão de Fábrica

13

O processamento é feito em tempo real, suas informações de entrada são

comparadas com as informações contidas na memória, as decisões são tomadas

pelo CLP, os comandos ou acionamentos são executados pelas saídas, tudo

concomitantemente com o desenrolar do processo como mostra na figura 2.

Figura 2 - Controle utilizando o CLP.

4.2.1 O Hardware do CLP

O hardware CLP é essencialmente um microcomputador, o qual possui

características próprias para o controle industrial:

• Alta tensão e alta corrente presente nos sinais de entrada e saída (I/O);

• Deve possuir memória não volátil para armazenamento de programas e

parâmetros;

• Deve ser robusto fisicamente para altas temperaturas e manuseamento;

• Deve ter flexibilidade para configurar e expandir o módulo I/O.

4.2.2 O Software do CLP

A linguagem de programação utilizada é conhecida como Lógica Ladder e o

programa é carregado na memória do CLP através da porta de comunicação serial

RS-232. Após carregar o programa na memória do CLP, pode-se desconectá-lo do

microcomputador e o CLP estará apto a realizar a tarefa programada.

Page 15: Tecnologias da Informação no Chão de Fábrica

14

4.3 Aplicação

Os Controladores Lógicos Programável estão muito difundidos nas áreas de

controle de processos ou de automação industrial. No primeiro caso a aplicação se

dá nas indústrias do tipo contínuo, produtoras de líquidos, materiais gasosos e

outros produtos, no outro caso a aplicação se dá nas áreas relacionadas com a

produção em linhas de montagem, por exemplo, na indústria do automóvel.

Segundo Mamed (2002), os Controladores Lógicos Programáveis podem ser

empregados em diversos setores da indústria. Utilizados sozinhos ou acoplados a

outras unidades, no caso de projetos que ocupam grandes extensões, eles operam

sincronizadamente fazendo todo o controle do processo. Nesses casos, “a

automação assume uma arquitetura descentralizada, dividindo-se a

responsabilidade do processo por várias unidades de CLPs, localizadas em

diferentes pontos estratégicos da instalação”.

Page 16: Tecnologias da Informação no Chão de Fábrica

15

5 SISTEMAS DE AQUISIÇÃO DE DADOS

5.1 Definição

Aquisição de dados significa obter informação de algum processo físico

através da medição de suas grandezas, que serão digitalizadas de forma a permitir a

aplicação de algum tipo de processamento matemático que irá torná-lo compatível,

para fim de comparação, com grandezas padronizadas. Após isso será analisado e

armazenado. Qualquer sistema de aquisição irá apresentar alguns blocos, ou

funções, básicas: sensores, condicionamento de sinal, conversão analógico-digital e

processamento.

5.2 Elementos Funcionais dos Sistemas de Aquisição

Na figura 3, apresentam-se os elementos funcionais de um sistema de

aquisição. Nela estão indicados os sensores e transdutores, o condicionamento de

sinal, o equipamento de aquisição, o computador e o software de aquisição. Cada

elemento funcional vai afetar a exatidão do sistema total de medição e a correta

recolha dos dados do processo físico que se pretende monitorizar. A seguir, serão

apresentadas as principais funções de cada um destes elementos.

Figura 3 - Diagrama funcional de um sistema de aquisição baseado em um

computador pessoal.

5.2.1 Sensores e Transdutores

Os sensores e transdutores fornecem a ligação direta entre o mundo real e o

sistema de aquisição de dados, convertendo sinais de grandezas físicas em sinais

elétricos (tensões ou correntes) apropriados para os condicionadores de sinais e/ou

os equipamentos de aquisição de dados.

Page 17: Tecnologias da Informação no Chão de Fábrica

16

Em todos eles, o sinal elétrico produzido é proporcional à quantidade física

que se pretende medir de acordo com uma relação prévia estabelecida, em termos

de campo de medida, amplitude do sinal de saída, sensibilidade, estabilidade,

linearidade e etc. A figura 4 mostra um esquema de transdutor elétrico para digital.

Figura 4 – Esquema de um transdutor elétrico.

5.2.2 Condicionamento de Sinal

Os sinais elétricos gerados nos sensores e transdutores muitas vezes

necessitam ser convertidos numa forma apropriada para o equipamento de

aquisição, particularmente para o conversor analógico-digital (A/D), que converte

sinais elétricos em códigos digitais que podem ser processados e armazenados

pelos computadores. O condicionamento de sinal também é o elemento funcional

responsável pela alimentação de energia, essencial para que muitos transdutores

possam operar.

As principais tarefas do condicionamento de sinal são: filtragem, amplificação,

linearização, isolamento e alimentação. Na figura 5, apresenta-se um exemplo de

condicionamento de sinal consistindo na amplificação do sinal elétrico original e sua

filtragem para eliminar o ruído elétrico.

Figura 5 – Exemplo de condicionamento de sinal: amplificação e filtragem.

Page 18: Tecnologias da Informação no Chão de Fábrica

17

5.2.3 Equipamento de Medição

O hardware de medição é o responsável pelas entradas e saídas de sinais na

cadeia de medida. Assim, ele pode executar qualquer uma das seguintes funções:

• Entrada, processamento e conversão para o formato digital, usando

conversores digitais, de sinais analógicos provenientes do meio de medição.

Os dados após convertidos são transferidos para o computador para

visualização, armazenamento ou análise;

• Entrada de sinais digitais que contêm informação acerca de um sistema ou

processo;

• Processamento, conversão para um formato analógico, utilizando conversores

analógicos de sinais digitais do computador para controle de processos;

• Saída de sinais de controle digitais.

Os equipamentos de medição existem em diversas plataformas provenientes

de diversos fabricantes, podendo dividir-se em placas de inserção que são ligadas

diretamente no interior dos computadores e sistemas exteriores de comunicação,

como podem ser vistos na figura 6.

Figura 6 – Exemplo de equipamentos de medição e conversores digitais.

Page 19: Tecnologias da Informação no Chão de Fábrica

18

5.2.4 Software de Medição e Aquisição de Dados

Os equipamentos de aquisição de dados não funcionam sem software, pois é

ele que transforma o sistema numa aquisição completa de dados, visualização e

controle do sistema.

As aplicações desenvolvidas são executadas no computador sobre um

sistema operacional ou operativo que pode permitir apenas que uma aplicação seja

executada independentemente como é o DOS, ou em sistemas operativos como o

Windows, Unix, OS2, que permitem que mais do que uma aplicação seja executada

simultaneamente.

Existem diversos tipos de softwares disponíveis para aquisição de dados,

desde os específicos para determinadas aplicações a plataformas de

desenvolvimento de aplicações de alto nível e baixo nível.

Estes tipos de ferramentas apresentam um enquadramento gráfico

previamente definido, permitindo desenvolver programas para adquirir os sinais

recebidos pelo equipamento de aquisição, transformando-os para as grandezas

pretendidas, seja temperatura, seja pressão ou outra.

5.2.5 Computador

O computador utilizado pode influenciar de modo preponderante a velocidade

à qual se pretende adquirir os dados e como tal a precisão, processamento e

armazenamento dos dados.

Existem diversos fatores na arquitetura do computador que afetam os

parâmetros referidos anteriormente, tais como o tipo de processador, as placas de

expansão disponíveis, tempo de acesso ao disco rígido, utilização de acesso direto à

memória e etc. Todos estes fatores tornam-se extremamente relevantes quando se

pretende efetuar leituras com elevadas transferência de dados.

Page 20: Tecnologias da Informação no Chão de Fábrica

19

6 CONTROLE ESTÁTICO DE PROCESSO

6.1 Definição

O Controle Estatístico de Processos (CEP - Static Control Process) é uma

ferramenta de qualidade utilizada nos processos produtivos e de serviços, com

objetivo de fornecer informações para um diagnóstico mais eficaz na prevenção e

detecção de defeitos e problemas nos processos avaliados, consequentemente,

auxiliando no aumento da produtividade e resultados na empresa, evitando

desperdícios de matéria-prima, insumos, produtos e etc.

Posteriormente o CEP trará menos re-trabalho, aproveitando melhor os

recursos disponíveis e o bem estar dos funcionários, que passarão a trabalhar

melhor e com metas específicas para cada área. Estes recursos podem ser usados

tanto numa grande empresa como na mais simples delas, tendo como característica

comum, o uso de uma ferramenta gráfica e pessoas capacitadas para analisar

criticamente os resultados obtidos pela implementação.

6.2 Aplicação

O controle estatístico do processo tem como idéia base que um processo,

para ser “excelente”, deve respeitar uma variação controlada e dentro de padrões,

possibilitando a garantia da qualidade do produto por meio do controle de seu

processo produtivo, possibilitando que a inspeção por atributos tenha maior eficácia

e que a qualidade possa ser monitorada, principalmente, durante a produção.

De acordo com Shewart (1931) apud Irwin (1965), o operário é perfeitamente

capaz de compreender, observar e controlar o que esta sendo produzido, por isso,

foram desenvolvidas técnicas para tal. Foram introduzidos, por exemplo, os

conceitos de controle estatístico de processos e de ciclo de melhorias contínuas. Ao

executar sua atividade, o operário inicia o processamento e deve observar as

variações. Se essas variações forem estatisticamente aleatórias, o processo está

“sob controle”, e essa variação é devida as “causas comuns”. Se apresentarem,

porém, um viés sistemático, existe alguma “causa especial” que provoca a variação,

Page 21: Tecnologias da Informação no Chão de Fábrica

20

a qual pode ser identificada e eliminada. Causas comuns são as que fazem parte da

natureza do processo, sendo responsáveis pela variabilidade natural do processo

(GRAÇA, 1996). Causas especiais, por sua vez, são as causas específicas,

acidentais e imprevisíveis que geralmente afetam uma determinada operação da

máquina, operador ou período de tempo (GRAÇA, 1996).

O uso das cartas de controle oferece diversas vantagens como ferramenta de

controle da qualidade: são relativamente simples de serem elaboradas, podendo

ficar a cargo do próprio operador de um equipamento ou executor de um serviço;

permitem um ajuste contínuo do processo, mantendo-o sob controle; oferecem uma

visão gráfica do andamento do processo e permitem avaliar a sua capacidade. Além

disso, o seu custo é geralmente inferior ao de uma inspeção por amostragem

executada no produto acabado (IRWIN, 1965).

Infelizmente, segundo Grant & Leavenworth (1972), a maioria das inspeções

dentro de uma fábrica de manufaturados costuma usar atributos para classificar

seus produtos. Essa classificação trás apenas dois resultados: aceito ou rejeitado (o

que irá gerar refugo e retrabalho). Geralmente, essas medições são realizadas via

inspeção visual, calibradores passa-não-passa, painéis de testes, dentre outros

métodos (PALADINI, 1995). Segundo a classificação de Owen (1989), este é um

sistema de controle dito detectivo, e seu maior objetivo é definir se um determinado

produto ou lote, já produzido, deve ou não ser aceito. O mesmo autor também

classifica os sistemas de controle como preventivos, os quais são um conjunto de

atividades de controle das condições do processo, visando evitar que sejam

produzidos produtos defeituosos. Para esse sistema, uma das técnicas mais

utilizadas é o CEP.

Na figura 7, podemos identificar as etapas envolvidas na operacionalização

do controle estatístico de processos.

Page 22: Tecnologias da Informação no Chão de Fábrica

21

Coleta de dados

Cálculo dos limites decontrole

Avaliação daestabilidade do

processo

Avaliação dacapacidade do

processo

Ação localAção sobre as

causas especiais

Ação no sistemaAção sobre ascausas comuns

Rotina

Melhoria

Figura 7 - Estratégia para melhorias no controle estatístico de processos.

O estudo da capacidade dos processos, por sua vez, é um procedimento que

segue o estudo das cartas de controle. Somente após a eliminação das causas

especiais, avalia-se se o processo é capaz de atender às especificações de uma

determinada característica de qualidade.

Page 23: Tecnologias da Informação no Chão de Fábrica

22

7 COMANDO NUMÉRICO COMPUTADORIZADO

7.1 Definição

O Comando Numérico Computadorizado (CNC - Computer Numeric Control) é

um equipamento eletrônico capaz de receber informações por meio de entrada

própria, compilar estas informações e transmiti-las em forma de comando à

máquina, de modo que esta, sem a intervenção do operador, realize as operações

na seqüência programada.

7.2 Aplicação

O tempo de produção de uma peça pode ser dividido em algumas etapas

como: tempo de corte, tempo de movimentos transversais, tempo de carga e

descarga e tempo de troca de ferramenta. Para cada um deles acontece um

processo de tratamento seja do bem ou do insumo.

A participação dos computadores nos processos de comandos numéricos

aconteceu como necessidade da velocidade na operação possibilitando assim um

maior dinamismo na execução das rotinas. Também se pode observar que a

possibilidade de recolocar hardwares com custos elevados com alguns controles

complexos em softwares mais flexíveis e baratos possibilitando assim uma economia

a empresa na execução de rotinas inovadoras.

O uso dos computadores no processo numérico tem permitido ao usuário um

sistema amigável, com funções bastante poderosas e de uso simplificado. Em todos

os tipos de CNC o programa se utiliza de recursos de interpolações, aceleração,

desaceleração, contadores todos esses visando à manipulação da peça, contagem,

velocidade de produção e outros meios.

Observa-se também a facilidade em correção de processos, já que é feito uso

de computador, ficando mais simples a reconstrução de um algoritmo do que a

reestruturação de um equipamento, muitas vezes grande e denso.

Page 24: Tecnologias da Informação no Chão de Fábrica

23

Podemos dividir os CNC em dois equipamentos sendo dispositivos eletrônicos

e circuitos digitais. Cada um desses sistemas utiliza-se da conversão de sinais

elétricos para movimentos mecânicos que são nomeados drivers, bem como alguns

equipamentos de retorno, feedback para controle do que foi e como foi produzido.

7.3 Vantagens

A introdução do CNC na indústria mudou radicalmente os processos

industriais. Curvas são facilmente cortadas, complexas estruturas com três

dimensões (3D) tornam-se relativamente fáceis de produzir e o número de passos

no processo com intervenção de operadores humanos é drasticamente reduzido. O

CNC reduziu também o número de erros humanos (o que aumenta a qualidade dos

produtos e diminui o retrabalho e o desperdício), agilizou as linhas de montagens e

tornou-as mais flexíveis, pois a mesma linha de montagens pode agora ser adaptada

para produzir outro produto num tempo muito mais curto do que com os processos

tradicionais de produção.

Page 25: Tecnologias da Informação no Chão de Fábrica

24

8 SISTEMA DIGITAL DE CONTROLE DISTRIBUÍDO

8.1 Definição

O Sistema Digital de Controle Distribuído (SDCD - Distributed Digital Control

System) é um equipamento da área de automação industrial que tem como função

primordial o controle de processos, de forma a permitir uma otimização da

produtividade industrial, estruturada na diminuição de custos de produção, melhoria

na qualidade dos produtos, precisão das operações, segurança operacional, entre

outros.

Ele é composto basicamente por um conjunto integrado de dispositivos que

se completam no cumprimento das suas diversas funções - o sistema controla e

supervisiona o processo produtivo da unidade. Utilizam-se técnicas de

processamento digitais (discreto) em oposição ao analógico (contínuo), com o

objetivo de proporcionar uma manutenção no comportamento de um referido

processo na planta da indústria, dentro de parâmetros já estabelecidos.

O sistema é dotado de processadores e redes redundantes e permite uma

descentralização do processamento de dados e decisões, através do uso de

unidades remotas na planta. Além disso, o sistema oferece uma interface homem-

máquina, que permite o interfaceamento com controladores lógicos programáveis,

equipamentos de comunicação digital e sistemas em rede. É através das unidades

de processamento, distribuídas nas áreas, que os sinais dos equipamentos de

campo são processados de acordo com a estratégia programada. Estes sinais,

transformados em informação de processo, são atualizados em tempo real nas telas

de operação das salas de controle.

8.2 Aplicação

SDCD são sistemas dedicados, usados no controle de processos de

manufatura de natureza tanto continua quando orientada por lotes, como por

exemplo, refino de petróleo, petroquímicas, usinas elétricas, farmacêuticas, indústria

de alimentos e bebidas, produção de cimento, metalurgia e indústria de papel.

Page 26: Tecnologias da Informação no Chão de Fábrica

25

SDCD são conectados a sensores e atuadores e usam controle por setpoint

para controlar o fluxo de material através da planta. Um dos exemplos mais comuns

de sistema de controle por setpoint consiste em um sensor de pressão, controlador e

válvula de controle. A medida de pressão é enviada ao controlador, quando o valor

medido alcança certo ponto, o controlador induz a válvula ou atuador a abrir ou

fechar ate que a pressão atinja o valor do setpoint. Grandes refinarias de petróleo

podem ter vários milhares de pontos de I/O e empregar SDCD bastante amplos. Os

processos não se restringem ao fluxo fluídico através de canos, mas pode se

estender a maquinas de fabricação de papel e sua velocidade, centros de controle

de motores, fornos de clinquerização de cimento, operações de mineração,

processamento de minério, entre muitos outros.

Um SDCD típico consiste em controladores digitais distribuídos por função ou

localização geográfica, capazes de executar de 1 ate 256 funções de controle em

uma caixa de controle. Os dispositivos de I/O podem estar inclusos no controlador

ou remotos, através de uma rede. Os controladores contemporâneos possuem alta

capacidade computacional, e além de controle proporcional, integral e derivativo

(PID), geralmente podem realizar controle continuo e seqüencial.

SDCD podem empregar uma ou mais estações de trabalho (PCs, por

exemplo) e podem ser configurados através delas ou de outro PC. Comunicação

local é realizada através de uma rede de cabo de par trançado, coaxial ou de fibra

óptica. Um servidor e/ou processador de aplicações pode ser incluso no sistema

com o intuito de adicionar capacidade computacional extra assim como de coleta de

dados e de gerar relatórios.

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26

9 CÉLULA FLEXÍVEL DE MANUFATURA

9.1 Definição

Sistema Flexível de Manufatura (FMS - Flexible Manufacturing Cell),

apresentada por Kaltwasser (in SEVERIANO FILHO, 1995), são sistemas de

produção altamente automatizados, capazes de produzir uma grande variedade de

diferentes peças e produtos usando o mesmo equipamento e o mesmo sistema de

controle. Já Slack ET al. (2002) afirma que os FMSs combinam diferentes

tecnologias em um sistema único, e apresenta a seguinte definição: “uma

configuração controlada por computador de estações de trabalho semi-

independentes, conectadas por manuseio de materiais e carregamento de máquinas

automatizadas”.

9.2 Aplicação

Para esclarecimento do tema, vamos observar o seguinte cenário: O

comprador entra em uma loja para adquirir um veículo e logo é bombardeado pelo

vendedor com várias perguntas, qual o carro? Cor? Motor? Acessórios? Banco?

Direção? E outras, mas o porquê dessas perguntas?

É observado no mercado que os sistemas de produção em massa têm

adquirido uma grande progressão nos meios de produção, mas um viés para o

mercado são os produtos produzidos com características individuais que variam de

acordo a necessidade do cliente.

O primeiro sistema flexível a ser implantado não é certeza, mas alguns

estudiosos abordam esse tema referenciando-se a indústria inglesa de máquinas-

ferramentas Mollins por volta de 1968. Desde a década de 60, os sistemas flexíveis

têm-se tornados mais sofisticados.

Nos sistemas flexíveis de manufatura, o processo lógico para execução das

tarefas continua sendo, armazenamento, operação, transporte e inspeções.

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27

Os sistemas flexíveis possibilitam uma maior utilização das máquinas,

redução da quantidade de máquinas no pátio da empresa, redução da dimensão da

fábrica, uma maior velocidade de resposta as mudanças, menor necessidade de

estoque, redução da mão de obra direta e uma maior produtividade.

9.2.1 Armazenamento

As atividades de armazenamento, também podem ser automatizadas

utilizando-se robôs com capacidade para tal função. Na verdade o processo

dependeria do humano apenas na manipulação e ordenação dos insumos e/ou

produtos finais, tendo em vista que a exata disponibilização do bem seria realizada

pela máquina. O maior problema durante esse processo é a quantidade de variáveis

envolvidas no processo. Todos os processos são interligados e possibilitam ao

armazenamento saber da necessidade antes de a mesma existir.

Figura 8 – Ligação de processos em uma célula de manufatura.

Page 29: Tecnologias da Informação no Chão de Fábrica

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Na figura acima, observamos como a ligação entre os processos, permite ao

transportador saber a necessidade de insumo de produção bem como a saída do

produto e que o CNC de armazenamento, possa saber o que está chegando e qual

sua necessidade de espaço para o armazenamento daquele bem.

9.2.2 Operação

É durante a operação, que as peças ou insumos de produção, adquirem valor,

ou seja, passam a obter valor agregado. Muitos desses processos são realizados

através de um sistema flexível de manufatura.

Na linha de produção, por exemplo, um torneiro foi realocado para atividade

de carregamento e descarregamento de máquina, porém quando se fala de um

sistema de manufatura automático, ainda seria necessária a alimentação e

transporte de todo/tudo material utilizado/produzido de forma automática.

O conjunto formado pelo torno, robôs, homens, dispositivos e acessórios é um

exemplo de célula de manufatura.

9.2.3 Transporte

No sistema flexível de manufatura, o sistema de transporte também é

pensado. Grandes empresas utilizam robôs chamados AGVs, que nada mais são do

que carros sobre rodas. Eles realizam a função de ter um suporte para carga

composto por mecanismo de elevação, correntes, correias ou simplesmente por

roletes.

Page 30: Tecnologias da Informação no Chão de Fábrica

29

Figura 9 – Exemplo de sistemas de transporte nas FMS.

Também existem os RGVs são veículos guiados por trilho, normalmente os

controles desses veículos são mais simples uma vez que sua trajetória é única e os

próprios trilhos que dizem o caminho a ser traçado.

9.2.4 Inspeção

O processe de inspeção a depender do bem produzido, pode ser um dos que

irá demandar uma melhor e mais cara implementação para automação.

Algumas máquinas utilizadas no mercado fazem uso de sensores seguindo

um programa pré-definido com os parâmetros utilizados como corretos.

Normalmente os são manipulados por máquinas de medição e tornos e esses tem

de estar conectados para que seja possível a correção ou redirecionamento da peça

ou bem produzido. Também na linha de produção existem tornos com sistemas de

inspeção próprios, o que possibilita o auto-ajuste da peça à medida que vai sendo

produzida.

Page 31: Tecnologias da Informação no Chão de Fábrica

30

10 CONCLUSÃO

Um sistema de controle de chão-de-fábrica, como visto, é composto por

componentes de hardware e software. O hardware pode estar na forma de robôs,

máquinas ferramentas, dispositivos de manuseio de material, cotroladores lógicos

programáveis e computadores. O software inclui programas de controle em tempo

real, programas para escalonamento, programas de controle numérico, e programas

para robôs. Estes dois componentes, software e hardware, são importantes na

busca de uma nova geração de controladores e na melhoria do seu desempenho no

chão-de-fábrica.

Controladores Lógico Programáveis (CLP's) têm sido usados como elemento

controlador de chão-de-fábrica na maioria das aplicações automatizadas [LAR89].

Entretanto, devido à grande quantidade e diversidade de informações necessárias

nos sistemas de manufatura modernos e à complexidade e limitação da forma de

programação dos CLP's, surgiu a necessidade de busca por novas alternativas de

controle. A utilização de computadores de propósito geral para controlar sistemas de

manufatura tem crescido à medida que o preço dos computadores tem decrescido.

Cada vez mais o controle de chão-de-fábrica está utilizando estações de controle

computadorizadas. Entre as soluções utilizadas encontram-se computadores

pessoais (PC), supermicros (VAX), superminis e computadores especiais. Acredita-

se que a disponibilidade de uma nova geração de controladores de chão-de-fábrica

poderia ter um efeito significativo na melhoria deste tipo de controle [LAR89]. Esta

nova geração de controladores deveria apresentar características de:

interconectividade e funcionalidade dos computadores de propósito geral. O

componente software tem uma participação muito importante na efetivação dessa

melhoria.

O desenvolvimento de sistemas de controle de chão-de-fábrica representa

hoje um dos maiores problemas na criação de indústrias de manufatura flexível

automatizadas ou semi-automatizadas. Uma boa parcela desta dificuldade pode ser

atribuída aos altos custos envolvidos no desenvolvimento e manutenção do software

de controle e à dificuldade de se conseguir definir a forma de integração dos

sistemas de chão-de-fábrica [SMI92]. Os dispositivos de produção, como robôs,

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31

máquinas ferramentas e outros equipamentos de produção, assim como os

computadores e redes de comunicação, geralmente são encontrados com facilidade.

Entretanto, o software de controle necessário para a implementação de um sistema

de controle flexível e integrado destes equipamentos não está prontamente

disponível. Estes sistemas normalmente são multidisciplinares envolvendo

conhecimento não só em manufatura mas também em programação de

computadores, análise e especificação de sistemas, e redes de computadores. Por

exemplo, estima-se que o custo de desenvolvimento do software no caso de

sistemas flexíveis de manufatura gira em torno de 40% a 60% do seu custo total

[AYR89].

O software de controle, considerado como o kernel das estações de controle

(controladores), tem sido desenvolvido de forma altamente específica e necessita

mudar sua forma de desenvolvimento para atender as rápidas mudanças que

ocorrem em termos de requisitos e ambiente nestes sistemas. Atualmente existem

três opções para a obtenção do software de controle: comprar do fornecedor do

sistema de controle, utilizar consultores ou desenvolver o seu próprio software de

controle [LIN94]. A compra de pacotes prontos implica normalmente na necessidade

de adaptação dos mesmos à aplicação desejada, sendo que esta adaptação é

dificultada pela ausência de padrões de interface e funções nos pacotes. A utilização

de consultores demanda a seleção de consultores qualificados, a preparação de um

contrato e a monitoração do projeto. A alternativa de desenvolver o software na

própria empresa esbarra na falta de especialistas em engenharia de software

capazes de tratar um projeto complexo. Tanto a compra de pacotes quanto a

utilização de consultores representa custos altos, sendo que somente as grandes

empresas têm condições de investir. Neste caso, a definição de uma estrutura que

auxilie no desenvolvimento do software para sistemas de controle de chão-de-

fábrica pode representar uma boa possibilidade para as pequenas e médias

empresas, as quais passariam a poder desenvolver seus próprios sistemas de

controle de chão-de-fábrica.

Grande parte dos problemas encontrados no desenvolvimento de software

para sistemas de controle decorrem da falta de um modelo (arquitetura) adequado

para tratar as necessidades envolvidas na geração de software de controle genérico

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para sistema de chão-de-fábrica. Por exemplo, os esquemas de controle são

predominantemente proprietários e inflexíveis, arquiteturas são baseadas

principalmente em monoprocessadores dedicados causando grandes problemas de

integração e re-projeto quando da necessidade de adicionar novos elementos.

Diante desse quadro, arquiteturas de controle têm sido desenvolvidas na busca de

estabelecer uma estrutura padrão para sistemas de manufatura controlados por

computador e reduzir os custos de desenvolvimento do software [McL86] [MEY86]

[BOU91].

Os modelos adotados incluem uma abordagem hierárquica sequencial e

centralizada para o processo de desenvolvimento do sistema [DUA93].

Considerando a natureza hierárquica dos grandes sistemas, o modelo convencional

de construção do controle envolve o uso de uma abordagem top-down centralizada

onde, primeiro se define a estrutura global do sistema e, em seguida, os

componentes são refinados. Embora esta abordagem forneça uma ferramenta de

representação útil para muitos sistemas, ela apresenta alguns problemas no

tratamento das características dinâmicas de um sistema. Primeiro, o modelo

centralizado não é o mais adequado para representar atividades paralelas e

simultâneas dos sistemas de chão-de-fábrica devido às restrições que o modelo

impõe no que diz respeito à autonomia das entidades controladas. Segundo, visto

que a centralização do controle exige a participação da entidade controladora em

cada decisão, o sistema torna-se menos flexível. Terceiro, a centralização do

controle faz com que o sistema de controle seja mais dependente de aplicação e

ajustado para configurações específicas, não fornecendo meios para uma rápida

reconfiguração do sistema. Na necessidade de mudanças envolvendo as máquinas

ou os requisitos de produção, o modelo de controle perde a sua validade e

consequentemente o software tem de ser reconstruído. Esta limitação implica em

custos adicionais na modelagem do sistema assim como no desenvolvimento do

software.

Page 34: Tecnologias da Informação no Chão de Fábrica

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