tdt – televisÃo digital terrestre e tv localprojfeup/submit_13_14/uploads/... · 2013-11-01 ·...

25
Ariana Nunes up201305389 Catarina Guerra up201303057 Ivo Amaro up201303419 João Silva up201304033 MIEEC_10 Mestrado Integrado em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores Supervisor : Artur Pimenta Alves Monitora : Ana Flores 2013 Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) [TDT – TELEVISÃO DIGITAL TERRESTRE e TV LOCAL] Aproveitamento a nível mundial e seus benefícios

Upload: lytu

Post on 30-Nov-2018

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Ariana Nunes up201305389 Catarina Guerra up201303057

Ivo Amaro up201303419 João Silva up201304033

MIEEC_10

Mestrado Integrado em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores

Supervisor : Artur Pimenta Alves

Monitora : Ana Flores

2013

Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP)

[TDT – TELEVISÃO DIGITAL TERRESTRE e TV

LOCAL] Aproveitamento a nível mundial e seus benefícios

Resumo

No âmbito da Unidade Curricular Projeto FEUP foi-nos proposto um trabalho cujo tema é

acerca da TDT e TV local.

Esta disciplina de acordo com a ficha curricular “ é transversal a diversos cursos da FEUP e

pretende transmitir conceitos relativos a "Soft Skills" e ainda fazer integração social e académica

aos estudantes recém-chegados à FEUP”. É assim uma unidade curricular que apela às

capacidades e atitudes pessoais e interpessoais sendo assim benéfica em aspectos sociais e

profissionais.

Inicialmente focámo-nos na história da televisão (fases analógica e digital) - no seu

aparecimento e na sua evolução ao longo do tempo. Posteriormente demos ênfase à criação da

TDT, forma como funciona e relevância que tem. Falamos também acerca de TV local, e do papel

da ERC e ANACOM e outras entidades reguladoras do mercado das telecomunicações. Para

finalizar concluímos relativamente à implementação da TDT em Portugal e noutros países e

fizemos referência ao futuro dos sistemas de telecomunicação.

1

Agradecimentos

Ao longo da elaboração do trabalho contámos maioritariamente com a ajuda do nosso

professor, que nos facultou informação relevante e importante, e da nossa monitora Ana Flores,

que nos ajudou a estruturar correctamente o trabalho. Deste modo, queremos fazer um

agradecimento especial a ambos pois foram uma ajuda imprescindível na sua conclusão.

Queremos também agradecer à Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto por

todos os serviços que nos disponibilizaram sendo estes uma mais-valia.

Por último agradecer ainda a outras pessoas que contribuíram, especialmente pessoas da

Local Visão de Bragança que contribuíram com informação útil para o trabalho.

2

Abreviaturas

RTP: Rádio e Televisão Portuguesa;

ANACOM: Autoridade Nacional de Comunicações;

PT: Portugal Telecom;

ICP: instituto das comunicações de Portugal;

UHDTV: Ultra High Definition Television;

Índice de figuras

Nome Página

Figuras 1 e 2: Nitidez e qualidade que o sinal digital fornece 8

Figura 3: Código binário de sistemas digitais 10

Figura 4: Imagem do switch-off nos países pioneiros do sistema TDT 16

Figura 5: Logótipo da Local Visão TV 20

Índice de tabelas

Tabela 1: Descobertas e evolução dos sistemas de comunicação radioelétricos 6 - 7

3

Índice

1-Introdução 5

2-Evolução da televisão/telecomunicações ao longo do tempo 6 - 7

3-TV digital 8

5-ANACOM e ERC 9

6-TDT

6.1-O que é? 10

6.2-Como funciona? 11

6.3-Vantagens e desvantagens 12

6.4-Zonas de sombra 13

6.5-TDT em Portugal 14

6.6-TDT noutros países 15

6.7-TDT na Europa – arranque do serviço 16

6.8-Países pioneiros 17

7-Custos da TDT 18

8-Falhas na receção

8.1-Problemas de implementação 19

9-Expetativas de futuro 19

10-Canais locais 20

10.1-Um exemplo de televisão local 21

11-Simbiose entre canais locais e nacionais 22

12-Conclusão 23

13-Referências bibliográficas 24

4

Introdução

Este trabalho tem como tema de análise o serviço de Televisão Digital Terrestre, e destina-

se a cobrir os seguintes pontos:

O que é a TV digital, e em que é que difere da sua antecessora, a TV analógica;

Quais as vantagens que o serviço TDT possibilita à comunidade;

Portugal comparado a Europa, em questão de aproveitamento e eficácia do serviço;

Quais os custos e problemas e implementação do serviço;

Quais as expetativas para o futuro.

O trabalho segue a seguinte ordem:

Primeiro, fez-se um breve resumo da história da televisão no mundo, desde

acontecimentos dos séculos XVIII e XIX (como a descoberta da eletricidade e a invenção da

linguagem binária) até às primeiras transmissões de televisão digital, seguido de uma breve

introdução à TV digital e aos órgãos que sobre ela operam.

Continuando, é então feita uma análise mais detalhada à TV digital: o que é, como

funciona, quais os prós, quais os contras, a TDT em Portugal e na Europa, problemas e

expectativas, e após isto, uma reflexão sobre TV local.

No fim do trabalho encontram-se a conclusão e as fontes bibliográficas, que foram usadas

para delas se retirar informação relevante ao trabalho – utilizara-se várias fontes diferentes para

completar ao máximo a informação.

5

Evolução da televisão/telecomunicações ao

longo do tempo

As telecomunicações evoluíram ao longo do tempo, acompanhando a evolução da

sociedade desde os tempos mais remotos em que se descobriram células foto elétricas até à

primeira transmissão a cores e à criação da TV digital. Aqui encontram-se marcos e descobertas

importantes na evolução e desenvolvimento daquilo que possibilitou e continua a possibilitar as

telecomunicações.

Tabela 1: Descobertas e evolução dos sistemas de comunicação radioelétricos.

Data Inovação

1752 Benjamin Franklin consegue provar que os raios eram fenómenos elétricos.

1817 Jakob Berzelius descobre o Selénio, um elemento químico com capacidades fotelétricas, que seria a base das transmissões televisivas.

1840 George Boole cria um sistema de álgebra em linguagem binária, depois conhecido como ‘álgebra Booleana’, que viria a ser a base matemática de funcionamento dos computadores e dos dados digitais.

1844 Samuel Morse realiza a primeira transmissão por meio de uma linha telegráfica.

1876 Alexander Grahan Bell patenteia o telefone.

1888 Heinrich Hertz comprova a existência das ondas eletromagnéticas.

1900 Guglielmo Marconi transmite o primeiro sinal transatlântico sem fios.

1926 C. F. Jenkins, nos Estados Unidos, e J. L. Baird, no Reino Unido, demonstram a televisão.

1946 Surge a TV por cabo, nos Estados Unidos.

1928 Philo T. Farnsworth demonstra o primeiro sistema de televisão totalmente eletrónico.

1954 A rede de TV norte-americana ABC faz a primeira transmissão a cores.

1976 São criados os computadores pessoais.

6

1957 A União das Repúblicas Socialistas Soviéticas lança no espaço o primeiro satélite

terrestre, o Sputnik I.

1970 Década em que o Japão começa a desenvolver a televisão em alta definição.

1976 São criados os computadores pessoais.

1980 Década em que são realizadas as primeiras transmissões televisivas digitais.

1984 O Japão lança o primeiro standard para transmissões de TV em alta definição.

1993 Nasce o sistema europeu de TV digital, o Digital Video Broadcasting

(DVB).

7

TV digital

A história da televisão digital inicia-se nos anos 1970, quando a direção da rede pública de

TV do Japão Nippon Hoso Kyokai (NHK) juntamente com um consórcio de cem estações

comerciais, dão carta-branca aos cientistas do NHK Science & Technical Research Laboratories para

desenvolver uma TV de alta definição (que seria chamada de HDTV).

O objetivo da criação de TV digital foi possibilitar ao telespectador uma melhor qualidade

relativamente ao som e à imagem. Deste modo, foi exigido não só maior nitidez da imagem mas

também maior estabilidade na transmissão.

Assim, a via analógica foi substituída pela digital trazendo melhoria na qualidade das

telecomunicações e um relativamente maior grau de satisfação das pessoas.

Figuras 1 e 2 – Nitidez e qualidade que o sinal digital fornece

8

ANACOM e ERC

A ANACOM corresponde à personalidade jurídica do ICP, sendo que “regula e supervisiona o sector das comunicações eletrónicas e postais (telecomunicações e correios) em Portugal”. Para além disso, dotada de autonomia administrativa, financeira e de património próprio, “promove a concorrência e defendes os cidadãos, garantindo a prestação de informações claras e a transparência não só nas tarifas como nas condições de utilização dos serviços. A ANACOM tem como principais funções:

Supervisionar e gerir as licenças de emissão de conteúdos;

Aplicar a lei no sector das telecomunicações e gerir os direitos de transmissão dos operadores;

Promover o crescimento do mercado das telecomunicações;

Proteger os interesses dos consumidores, disponibilizando informação sobre o serviço;

Atribuir os títulos de exercício da atividade postal e de comunicações eletrónicas.

A ERC é constituída pelo Conselho Regulador, pela Direção Executiva, pelo Conselho

Consultivo, e pelo Fiscal Único.

A ERC é uma companhia que se destina a:

Regular atividades de comunicação social em Portugal;

Assegurar a liberdade de imprensa, o direito à informação, e a imunidade;

Gerar debate e confronto de opiniões.

9

TDT – TELEVISÃO DIGITAL TERRESTRE e TV LOCAL

TDT

O que é?

“Televisão Digital é sinónimo de melhor qualidade de imagem e som e de mais canais

de televisão – é ainda sinónimo de novos serviços interativos de informação e

entretenimento.”

A TDT – Televisão Digital Terrestre – é uma nova tecnologia de teledifusão

terrestre em sinal digital que também funciona através de antenas e que irá

substituir a atual teledifusão analógica terrestre (televisão "tradicional").

O sistema de transmissão digital da TDT maioritariamente conhecido por

“Digital Video Brodcasting”,caracteriza-se pela transmissão via satélite, cabo e

terrestre, permite o “ transporte de dados de alta velocidade com erros extremamente

reduzidos e é totalmente transparente relativamente ao tipo de conteúdos”.

A imagem e a mensagem transmitidas pela televisão digital resulta de uma

sequência organizada de milhões de dígitos “uns” e “zeros”, que se designa de sistema binário, sendo que cada dígito corresponde a um bit. Este sistema “converte as ondas analógicas que reproduzem o som, a imagem e outros dados, em sequências de bits”, e enviando a mensagem de forma descontínua, em “pacotes de bits”.

A TDT permite uma utilização mais eficiente do espectro radioelétrico, razão

pela qual a Comissão Europeia determinou que esta tecnologia fosse obrigatoriamente

introduzida em todos os países da União Europeia e estabeleceu um prazo (até 2012)

para o switch-off – desligamento – da atual transmissão analógica.

Figura 3: Código binário de sistemas digitais

10

TDT – TELEVISÃO DIGITAL TERRESTRE e TV LOCAL

Como funciona?

"As caixas descodificadoras são essenciais para que os televisores mais antigos (não

compatíveis com a norma MPEG4) possam receber a TDT, e terão que ser adquiridos

por todas as pessoas que apenas recebem os quatro canais de televisão emitidos em

sinal aberto", indica a Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM).

Na Televisão Digital Terrestre, os sons e imagens dos diferentes canais

televisivos são digitalizados, codificados e difundidos através do ar pelos centros

emissores. Este sinal é posteriormente recebido, por intermédio das antenas

individuais ou coletivas dos edifícios, e convertido novamente no som e imagem de

cada canal televisivo pelos descodificadores TDT (independentes ou integrados nos

televisores), instalados nas casas.

Assim sendo, existem 4 passos fundamentais no funcionamento da TDT:

1 – Gravação

Primeiro, os conteúdos são gravados. Um programa de notícias, um documentário,

entre outros – conteúdos estes que são editados e preparados num estúdio.

2 – Codificação

Procede-se à codificação dos conteúdos em sinal digital. O sinal armazena a imagem e

o som dos conteúdos de forma compacta. Quando a conversão é completada, o sinal

está pronto para ser difundido.

3 – Emissão

A emissão é feita nos transmissores de TDT, ou centros emissores, de onde o sinal

digital é emitido.

4 – Receção

O sinal digital, é por fim, recebido por antenas recetoras. É, depois, descodificado por

equipamento específico, e devolve a imagem e o som ao televisor.

11

TDT – TELEVISÃO DIGITAL TERRESTRE e TV LOCAL

Vantagens

A natureza digital da emissão faz com que se torne muito boa a qualidade de

som e imagem da emissão (superior à emissão analógica) por haver uma menor perda

de informação durante a transmissão do sinal.

Isto também faz com que o alcance do sinal digital seja relativamente grande,

pois as ondas digitais têm maior velocidade do que as ondas analógicas, e portanto

têm uma maior área de cobertura.

A interatividade da televisão digital para com o utilizador é um bónus a

considerar. É possível ver o programa de TV, assim como rever conteúdo que já tenha

sido transmitido, ou agendar gravações de conteúdo.

Embora ainda talvez não esteja a ser bem aproveitada, a capacidade do sistema

televisivo digital permite a emissão de dezenas de canais. Pode fazer-se um melhor

aproveitamento das frequências do espectro de ondas eletromagnéticas.

Último mas não menos importante: A TDT ajuda no desenvolvimento da

informação e do conhecimento da sociedade. É uma grande melhoria na televisão

como meio de propagação de ideias - por exemplo, culturais.

Desvantagens

Mesmo com todas as vantagens que a TDT traz, é necessário considerar que se

requer um investimento, tanto para instalar o serviço como para o manter. Há que

comprar o equipamento adequado para captar o sinal digital.

Para instalar a TDT em Portugal, foi necessário um investimento que chegou

aos milhões de euros. Foi necessário instalar transmissores e desenvolver

equipamentos que captam o sinal. Contudo, um pouco por todo o país, restam zonas

de cobertura insuficiente “zonas de sombra” (regiões onde o sinal não chega, ou é

deficiente).

E finalmente um problema lamentável - a capacidade do sistema TDT não está a

ser aproveitada nem em metade, pois permite a emissão de mais de 50 canais

nacionais. Portugal apenas emite 4 e, considerando o grande investimento que foi

instalar o serviço no país, não se sabe a que se deve esta falta de aproveitamento do

espectro eletromagnético.

12

TDT – TELEVISÃO DIGITAL TERRESTRE e TV LOCAL

Zonas de sombra

São zonas onde o sinal digital emitido pelos transmissores de TDT não chega ao

local, ou é quase inexistente. Quando isto acontece, a única maneira de obter sinal

televisivo é por satélite.

Em Portugal, cerca de 10% da população encontra-se em zonas de sombra. Esta

cobertura deficiente da rede digital pode dever-se à falta de transmissores suficientes,

ou também pode dever-se a que o planeamento e localização dos transmissores não

permite aproveitar a sua capacidade total – ou seja, os transmissores não estão bem

distribuídos na área do país, pelo que a sua rede não abrange toda a população. Sendo

que construir e manter um transmissor requer um investimento elevado, é um

problema que leva o seu tempo a ser resolvido.

13

TDT – TELEVISÃO DIGITAL TERRESTRE e TV LOCAL

TDT em Portugal

Em Portugal, a implementação da TDT foi constatada no ano de 2001, porém, sem qualquer sucesso. A sua introdução definitiva deu-se em 2007, quando se começaram a avaliar de modo efetivo as potencialidades deste modo de transmissão digital, como a difusão gratuita de vários serviços, que constituía, inicialmente, uma das potencialidades mais requeridas pelo nosso país.

No entanto, devido à existência de “grandes grupos privados que tinham interesse no fortalecimento da TV paga”, a exploração livre dos vários serviços tecnológicos foi em muito limitada pelas políticas reguladoras do setor da comunicação.

O evidente atraso de Portugal face a adoção do modelo de TDT deveu-se ao facto de canais generalistas como a RTP não se envolver demasiado no processo de exploração do modelo da TDT, contrariamente ao ocorrido na maioria dos Estados membros da União Europeia, que incitaram a adesão dos cidadãos ao modelo, através da introdução dos canais públicos na TDT.

Outro aspeto, que está diretamente associado à implementação deste sistema, é a evolução das telecomunicações em Portugal, em particular, a evolução das tecnologias da comunicação e obrigatoriamente a posição dos agentes intervenientes na implementação, como a PT que é a “detentora das licenças para a utilização das frequências da TDT”. Portanto, Portugal sempre se mostrou hesitante devido a “dificuldades tecnológicas e comerciais encontradas pelo operador selecionado” e a dificuldades no desenvolvimento de “um modelo de negócios rentável.”

Assim, a introdução definitiva da televisão digital terrestre ocorreu em 2007,no

entanto, o cessar das transmissões dos sinais analógicos deu-se em 2012.

14

TDT – TELEVISÃO DIGITAL TERRESTRE e TV LOCAL

TDT noutros países

Portugal encontra-se na lista de países europeus com menos canais nacionais,

sendo um potencial candidato ao primeiro lugar da lista. Olhando para o

aproveitamento dos outros países, verifica-se que:

- A Grécia tem 25 canais ou mais;

- A Espanha já chega aos 50;

-O Reino Unido tem, pelo menos, uns impressionantes 90 canais nacionais de acesso

livre.

Entre outros.

Portanto, Portugal poderia aproveitar melhor o serviço cujo investimento o

disponibiliza. Vejamos dois exemplos de um serviço de televisão bem aproveitado:

O Brasil está a usar a TV digital como meio de fortalecer a pesquisa brasileira e

depender menos de meios externos em relação à informação e tecnologia

disponíveis. Ou seja, o serviço digital tornou-se um catalisador do

desenvolvimento social, cultural, político, e económico do país.

O Reino Unido desenvolveu a chamada “Catch-up TV” que revolucionou o

campo da televisão. A “Catch-up TV” é um sistema internacional gratuito que

permite ao utilizador acesso a programas anteriormente transmitidos e que são

agora recuperados via internet. Para além disso, o consumidor tem acesso a

inúmeros conteúdos, tais como: cenas por detrás dos bastidores, episódios

mais extensos, destaquem das próximas semanas, conteúdos exclusivos da

Web. Com efeito, a “Catch-up TV” admite ao consumidor a procura de

conteúdos específicos, serviços de downloads, como também, alugueres

online.

15

TDT – TELEVISÃO DIGITAL TERRESTRE e TV LOCAL

TDT na europa – arranque do serviço

A PT Telecom recebeu autorização para emitir através da TDT, em 2008. A equipa da PT garantiu uma implementação do serviço em tempo recorde, pondo os portugueses prontos para quando se iniciassem as emissões em 2009.

Este esforço permitiu acompanhar os restantes países europeus, que já haviam implementado o sistema digital, e ter a TDT preparada a tempo do switch-off – o desligamento do sinal analógico que se deu em 2012.

Figura 4: Agenda do "switch-off" nos países pioneiros do sistema TDT

16

TDT – TELEVISÃO DIGITAL TERRESTRE e TV LOCAL

Países pioneiros

Reino-Unido: primeiro país do mundo a disponibilizar a televisão digital terrestre, tendo esta início em 1995,com a publicação do Livro “Digital Terrestrial Broadcasting”. As emissões da TDT iniciara-se em 1998, por uma associação designada “On Digital”, e incluíam a transmissão de canais livres e canais pagos, e ainda canais adicionais.

Suécia: O governo sueco mostrava interesse na TDT, por ser “uma alternativa às demais plataformas” e por ser “uma garantia de transmissões que privilegiassem a cultura sueca”, sobretudo por causa dos canais regionais do operador público”. O governo atribuiu à empresa estatal, Teracom, a função de desenvolver a rede digital que arrancou em 1999”,tendo o país incidido na TDT por subscrição, que cobre 98,8% da população. No entanto, os suecos só desligaram os seus transmissores analógicos em 2007.

Espanha: A ligação à TDT gerou 2 fases, a fase de implementação e uma fases de reestruturação.O início da exploração da TDT deu-se com a aprovação ,em 1998,do “Plano nacional técnico para a televisão digital “que garantia cinco multiplexes nacionais, um serviço de Pay-TV e frequências destinadas aos canais livres.

17

TDT – TELEVISÃO DIGITAL TERRESTRE e TV LOCAL

Custos

A implementação da Televisão Digital Terrestre (TDT) em Portugal está a merecer críticas dos operadores de televisão, nomeadamente dos privados. “O processo comportou custos adicionais. Estamos a falar de milhões.”

Noticia Tek

… para os consumidores

Todo o processo associado á passagem para a televisão digital, apesar de no

início ter sido dada uma ideia de custo 0 em relação a este projeto duvidoso, vem agora trazer a luz a verdade sobre os verdadeiros custos para os consumidores.

Um dos primeiros e o que mais população afeta ainda hoje é a obtenção de um aparelho descodificador para as televisões, podendo o preço variar entre os 15€ e os 120€ a necessidade de por vezes ter que adquirir mais que uma unidade significa um custo já por si relevante.

Acrescentado a este está o facto de que se a televisão não tiver entradas scart, necessárias para a ligação da maioria dos aparelhos em cima mencionados, vai haver a necessidade de obter uma nova onde o preço já se torna considerável.

Nas já mencionadas zonas sombras, o facto de a cobertura terrestre não conseguir abranger todo o terreno nacional vai resultar em zonas que se verão forçadas à passagem para TDT complementar (via satélite) o que implica claro custos adicionais, sendo estes o Kit TDT Complementar que inclui: um equipamento descodificador DTH, um telecomando, cabos de ligação e um smartcard, cujo valor está entre os 30€ e os 100€.

...para os operadores

A PT adquiriu os direitos de utilização da TDT em Portugal, no entanto, é sabido que esta empresa é também proprietária de uma das maiores operadoras de televisão paga, a MEO e é por isso que dominando ambos polos televisivos, o pago e o gratuito, a PT só saiu a ganhar com este “avanço tecnológico”.

O que podemos constatar é que não podemos comprovar quantas pessoas foram beneficiadas com os subsídios destinados à compra dos descodificadores, que os sinais apresentam muitas falhas e a oferta de canais é a mais pobre entre os países da União Europeia e que o resultado de tudo isto foi o crescimento gigantesco do mercado de TV paga, sobretudo o MEO que teve o número de clientes aumentado em 185% durante o período de implementação da TDT.

18

TDT – TELEVISÃO DIGITAL TERRESTRE e TV LOCAL

Problemas de implementação

Entre as várias falhas assinaladas pela DECO encontram-se as seguintes: - Na verificação de condições, a ANACOM apenas selecionou 3 zonas de

controlo, todas no litoral. Mais grave: desconsiderou os inquéritos aos consumidores, que revelavam uma população não preparada e deficiências na qualidade da emissão.

- A má qualidade do serviço é o reflexo atual de todo o fracasso: o regulador efectuou poucas medições antes do desligamento total e concentrou os testes no litoral, prejudicando a população do interior, mais carenciada de um serviço de televisão.

-Na subsidiação para a compra de equipamentos, a entidade reguladora estabeleceu valores e calendários desajustados. Os consumidores sem informação e os que já tinham adquirido aparelhos sem comparticipação foram prejudicados. Quem teve de investir na receção via satélite gastou mais dinheiro, o que revela a falta de condições equivalentes para os consumidores.

- A deficiente cobertura do sinal, o mapa oficial que indica a cobertura de sinal TDT continua a ser alterado e a ANACOM permite o reforço de cobertura via satélite em várias regiões do País, ao contrário do planeado.

- Falhas no som e na imagem ou interrupções prolongadas na emissão afetam

62% dos lares que recebem a televisão digital terrestre. (inquérito realizadas a 1714

portugueses).

Expetativas para o futuro

O que mais rápido se espera alcançar é uma solução para todos os defeitos

associados a esta transformação que devia ser benéfica para Portugal mas que só tem

vindo a mostrar interesses próprios que tem levado a falhas na conclusão da

implementação do projeto. Sendo assim quando todos estes defeitos forem corrigidos podemos então

pensar em melhorar a tecnologia, mais resolução, melhores rendimentos, maior oferta

de conteúdo, entre outros aspetos.

19

TDT – TELEVISÃO DIGITAL TERRESTRE e TV LOCAL

Canais locais

Uma possibilidade que veio com a TDT foi a aparição da TV local.

A TV local define-se como uma televisão de proximidade que emite conteúdos

da comunidade local. Portanto, não é tecnicamente um canal nacional - emite

conteúdo relativo a apenas uma certa região do país (daí a designação de TV local).

Em primeiro lugar, a Tv local funciona de um modo integralmente cultural, isto

é, opta pela transmissão de conteúdos intrínsecos , em grande parte, à cultura da

própria região, e deste modo, cria uma “relação de cumplicidade”*e pertença no seio

da comunidade.

Por um lado ,a Tv local é encarada “como um instrumento de mediação na busca de metas e objetivos concernentes(relativos) aos locais e comunidades, cumprindo diferentes papéis através do auxílio de uma massa crítica coletiva e participativa...” Por outro lado, a imagética de Tv local nem sempre assenta num modelo “mobilizador de espaços públicos regionais”, potenciador da “cidadania e comunhão na região”, capaz de expressar os objetivos, interesses, dificuldades relativos ao seu espaço, como também de divulgar ou inserir a região num patamar de reconhecimento social.

Assim, a Tv local é, muitas vezes, reconhecida como uma poderosa ameaça ás políticas governamentais , uma vez que, a entendem como uma estratégia de difusão das suas “tradições e realidades quotidianas e culturais”, tornando-se progressivamente, “menos dependente de fluxos de informação globalizantes e/ou paneeuropeus, mais afastado do modelo de comunicação que a Europa precisa para o seu projeto político, económico e cultural”. Adicionalmente, este meio de comunicação, não é privilegiado de independência total, posto que, é recente e como tal, não possui autonomia financeira e administrativa suficiente para escapar às restrições impostas pelas entidades reguladoras da comunicação social, que não permitem a sua transmissão em digital por via terrestre, o que limita muito a evolução da Tv local. Com efeito, não usufrui da publicidade inerente aos canais nacionais, pelo alto gasto económico. *Estas expressões constituem passagens retiradas de um documento em pdf “ TV Local, sociedade civil e cidadania: O caso português” da autoria de CRISTINA TEREZA SALVADOR REBELO Investigadora do CELCC/ISMAI.

20

TDT – TELEVISÃO DIGITAL TERRESTRE e TV LOCAL

Um exemplo de televisão local:

A Local Visão TV - um projeto iniciado em 2006 e durante alguns anos com

difusão exclusiva pela internet e outras plataformas online – é uma estrutura de

comunicação abrangente, dinâmica e com uma abordagem diferenciada.

O objetivo principal é comunicação de proximidade de âmbito regional ou seja,

é uma aposta na identificação cultural, social e empresarial das diversas regiões.

Dá importância a temas que são deixados de lado por parte das cadeias

nacionais de televisão que se focam em grandes temas deixando escapar outros a que

não dão relevância. Numa sociedade cada vez mais global, onde se partilham valores e

dinâmicas económicas, a Local Visão TV revitaliza a comunicação em contexto regional

explorando a diferença e a identidade. A Local Visão TV aspira a ser uma “televisão de

vizinhança”, aproximando os cidadãos dos factos, juntando-os à narrativa.

Existem 8 delegações em todo o país sendo estas em Bragança, Guarda, Castelo

Branco, Aveiro, Braga, Cadaval, Évora e Loulé (Vilamoura). Nestas delegações são

recolhidas e preparadas as informações enviadas ao CPM (Centro de Produção

Multimédia) que está sedeado em Bragança.

“Local Visão TV é Portugal visto de perto”

Figura 5: Logótipo da Local Visão TV

21

TDT – TELEVISÃO DIGITAL TERRESTRE e TV LOCAL

Simbiose entre canais locais e nacionais

Um aspecto importante relativamente à televisão local é o facto de a sua fusão

com os canais nacionais ser vantajoso para o serviço televisivo nacional, pois:

Não é necessária a deslocação de uma equipa de televisão a uma certa região,

sendo que os custos de produção são menores;

Potencia-se o desenvolvimento do conhecimento cultural da população –

informação relativa à região, em maior quantidade e qualidade.

Há maior flexibilidade no horário da transmissão – o mesmo conteúdo pode

passar a horas diferentes em canais diferentes, tendo em conta a

disponibilidade do consumidor.

Relativamente à expansão de negócios/empresas locais, esta parceria resultaria

num menor gasto financeiro por parte das pequenas empresas, que não

necessitariam de pagar excessivas quantias pela obtenção de publicidade.

Deste modo, uma fusão entre canais nacionais e locais possibilitaria uma

relação de simbiose em que ambos poderiam beneficiar.

22

TDT – TELEVISÃO DIGITAL TERRESTRE e TV LOCAL

Conclusão

Num breve resumo, o trabalho tratou de conhecer melhor a TDT, como funciona, e o

que este serviço traz de novo, suas vantagens e desvantagens, aproveitamento, e o

que se pode esperar nos anos vindouros.

Os objetivos do trabalho – conhecer a TDT e a TV local, em Portugal e na Europa -

foram satisfeitos, assim como outros tópicos também foram analisados.

Fazendo um balanço final, pode-se concluir que a TV digital é um substituto à altura

para a TV analógica. Traz vantagens indiscutíveis e concede um maior nível de vida à

população. É verdade que não é um serviço perfeito – tem custos e defeitos – mas é

um serviço que apenas precisa de ser melhor aproveitado, pois a sua capacidade é

muito maior do que a que se vê em Portugal.

Num contexto pessoal, este trabalho ajudou-nos a nós, membros da equipa que o

concedeu, a trabalharmos e cooperarmos em grupo. É sem dúvida uma experiência

benéfica, que nos valerá para a próxima vez que for necessária.

23

TDT – TELEVISÃO DIGITAL TERRESTRE e TV LOCAL

Referências bibliográficas

http://tdt.telecom.pt/faq/

http://www.televisao-digital-terrestre.com/a-tdt-em-portugal-esta-subaproveitada/

http://www.anacom.pt/render.jsp?categoryId=326795

http://www.jornaldigital.com/noticias.php?noticia=28578

http://www.anacom.pt/render.jsp?categoryId=1680

http://www.localvisão.tv

http://www.publico.pt/portugal/noticia/portugal-tem-a-menor-oferta-de-canais-na-

tdt-entre-34-paises-europeus-1587411~

http://tdt.telecom.pt/o_que_e/Default.aspx?code=XzX623

http://www.ionline.pt/artigos/portugal/miguel-relvas-tdt-vai-contribuir-maior-coesao-

social-cultural

http://www.jn.pt/PaginaInicial/Media/Interior.aspx?content_id=1824044

http://www.erc.pt/pt/sobre-a-erc

http://tvdigital.files.wordpress.com/2008/06/obercom-flash-report1.pdf

http://www.screenaustralia.gov.au/getmedia/c0fcfcd3-05a2-42c3-bb77-

4dc5aa5006a9/Rpt_CatchUpTV_2012.pdf

http://www.thinktv.com.au/media/tv_insights/catch-up-tv.pdf

http://www.lasics.uminho.pt/ojs/index.php/5sopcom/article/viewFile/62/63

http://www.img.lx.it.pt/~fp/cav/Additional_material/Transmissao_DVB.pdf

http://www.bocc.ubi.pt/pag/celia-quico-televisao-digital-interactiva-desafio-adequar-

oferta-necessidades-preferencias-dos-utilizadores.pdf

24