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TÉCNICA MOULAGE UTILIZANDO TOILE DE TECIDOS SIMILARES AO DO
PRODUTO FINAL NA CONCEPÇÃO DE PRODUTOS DE MODA FESTA 1
(Technique draping using toile of similar fabrics to the final product in the conception of
fashion party products)
Amanda Melos2
Bárbara Koch3
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo a experimentação de tecidos para toile de moulage
visando alcançar o caimento similar ao do tecido do produto final para utilização em
coleções de produtos do segmento de moda festa feminina. Para tanto se realiza pesquisas
bibliográficas para embasar o conteúdo abordado constatando as possibilidades técnicas da
moulage voltadas para o segmento de moda festa feminina e os tecidos empregados em tal.
Posteriormente os experimentos são executados a fim de testar a aplicabilidade dos tecidos
selecionados na prática e observar suas peculiaridades, nesta etapa é realizada a moulage
com toile de tecidos similares ao do produto final que foram identificados por meio de
pesquisas, após os moldes de tecido são planificados identificando métodos de planificação
para os diferentes tecidos e são confeccionados produtos do segmento de moda festa,
atestando a similaridade entre o desenho do modelo, toile e produto final e a viabilidade de
aplicação do método proposto.
PALAVRAS-CHAVE: Moulage. Vestuário. Tecido. Moda festa.
ABSTRACT
The present work has as objective the experimentation of fabrics for toile de draping aiming
to achieve the similar finishing to the fabric of the final product for use in collections of
products of the feminine fashion party segment. In order to do so, bibliographical research is
carried out to support the content approached, noting the technical possibilities of the
draping focused on the women's fashion segment and the fabrics used in it. Subsequently the
experiments are performed in order to test the applicability of the selected tissues in practice
and observe their peculiarities, in this step is performed the draping with toile of tissues
similar to that of the final product that were identified by means of searches, after the tissue
molds are Planned to identify planning methods for the different fabrics and products of the
party fashion segment are made, attesting the similarity between the design of the model, toile
and final product and the feasibility of applying the proposed method.
KEY WORDS: Draping. Clothing. Fabric. Fashion party.
1 Artigo apresentado à Banca Avaliadora da Especialização em Modelagem do Vestuário como Trabalho de
Conclusão de Curso. 2 Autor: Designer de moda pela ULBRA Campus Torres/RS.
3 Orientador: Mestranda em Design pelo Centro Universitário Ritter dos Reis, Especialista em Modelagem no
Vestuário e Docência no ensino superior pela Universidade Feevale, graduada em Moda e docente de Moda na
Universidade Feevale.
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INTRODUÇÃO
Este artigo tem como assunto central a moulage, técnica de modelagem do vestuário
tridimensional, visando a experimentação de toile de tecidos com caimento similares ao do
produto final. O segmento de moda festa feminina foi selecionado para servir de base para as
experimentações deste artigo devido a variedade e delicadeza dos tecidos disponíveis no
mercado que são empregados em sua confecção, selecionado tal segmento é viável a
experimentação de diversos tecidos. O presente artigo torna-se relevante em razão da habitual
utilização de tecidos de algodão cru como alternativa para toile de moulage, prática
amplamente aplicada na academia e sugerida por diversos autores para representar
modelagens e caimentos de tecidos diversos. Sugere-se assim a escolha de tecidos para toile
por similaridade ao que virá a ser empregado no produto final. Ainda, vem a acrescentar
conhecimento técnico à autora do artigo, atuante no segmento de moda festa feminina.
Levanta-se, contudo o seguinte problema de pesquisa: Que tecidos podem ser
utilizados como toile de moulage na concepção de produtos para o segmento de moda festa
feminina para que o resultado da moulage obtenha o caimento similar ao do produto final?
Deste modo, destacam-se como hipóteses: a suposição de que a exclusiva utilização de
algodão cru sugerida por diversos autores e aplicada na academia não possibilita uma visão
próxima da realidade do produto acabado, limitando o designer no processo de concepção;
uma segunda hipótese é levantada questionando a viabilidade financeira de utilização dos
tecidos propostos no presente artigo para realizar a técnica moulage, em comparação ao custo
do tecido de algodão cru.
Com o objetivo geral de realizar experimentos práticos empregando a técnica de
moulage utilizando toile de tecidos com caimentos similares ao do produto final para
utilização em coleções de produtos para o segmento de moda festa feminina. Deste modo, os
objetivos específicos deste artigo são: pesquisar acerca da técnica moulage, tecidos e sua
relação com a moulage e segmento de moda festa feminina; analisar tecidos a serem
utilizados no produto final e tecidos de caimentos similares para o toile como alternativas para
o algodão cru; concretizar e documentar as experimentações práticas de moulage voltadas
para o segmento de moda festa feminina, visando também os aspectos de correção e
planificação de toiles e confeccionar produtos para o segmento de moda festa feminina a fim
de analisar comparativamente resultados do desenho do modelo, da moulage e produto final.
Quanto à metodologia, a coleta de dados para o desenvolvimento da pesquisa utiliza-
se de procedimentos técnicos que para Prodanov e Freitas (2013) tratam-se da “maneira pela
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qual obtemos os dados necessários para a elaboração da pesquisa”. A pesquisa bibliográfica é
realizada por meio de livros nacionais e estrangeiros, ebooks e consultas em publicações de
artigos científicos online, por meio também, de pesquisa de campo realizada em lojas
especializadas em tecidos na cidade de Porto Alegre/ RS para identificar determinados
tecidos, suas características e seu preço de venda. Para realização da pesquisa experimental se
faz uso do método desenvolvido para o artigo que serve como guia para realização dos
processos e aponta materiais específicos para manter o padrão nos processos.
A pesquisa é de natureza aplicada, que para Prodanov e Freitas (2013, p.51) “[...]
objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática dirigidos à solução de problemas
específicos”, partindo de pesquisas bibliográficas e visando resultados práticos através de
experimentações fundamentadas no exercício profissional de modelagem e construção de
vestuário por parte da autora. Quanto aos objetivos da pesquisa são exploratórios, que
segundo Prodanov e Freitas (2013) consistem em proporcionar mais informações sobre um
assunto em questão, no artigo específico proporcionando mais conhecimento a área de
moulage ainda pouco utilizada no Brasil se comparada à modelagem plana.
Inicialmente apresenta-se a descrição da técnica moulage, seu surgimento e o modo de
concretizar peças de vestuário por meio da técnica. São exemplificadas as principais
características e propriedades de tecidos, especialmente os empregados no segmento de moda
festa feminina, voltando as informações para a prática da moulage do vestuário. A seguir
apresenta-se as características do segmento de moda festa feminina, no que se refere às
ocasiões de uso e os procedimentos que levam a concretização do produto final do segmento.
Na sequência do artigo são elucidados os procedimentos que levam as
experimentações práticas de moulage, exemplifica-se os materiais e métodos que são
utilizados para desenvolver os processos que conduzem ao produto acabado. Apresenta-se o
registro dos procedimentos que levam a geração de alternativas na moulage, apresentando
posteriormente os produtos finalizados, isto é a construção de três peças do segmento de moda
festa. Ao final são apresentadas as considerações finais com a análise dos conhecimentos
adquiridos no desenvolvimento deste trabalho e apresentação dos resultados obtidos.
1 MOULAGE
A modelagem do vestuário é o processo que contempla o desenvolvimento de moldes
que darão forma ao tecido, o transformando em produtos de vestuário, os moldes servem de
base para o corte no tecidos e permitem que as peças sejam produzidas quantas vezes forem
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necessárias. De acordo com Sabrá (2014) a modelagem pode acontecer por meio de dois
métodos, a modelagem plana (bidimensional), onde parte-se do traçado de formas
geométricas sobre o papel utilizando medidas de altura e largura, esta também pode ser
realizada de forma computadorizada.
Já com a moulage (modelagem tridimensional), também chamada de draping (em
inglês), a obtenção de moldes se realiza moldando e fixando o tecido sobre um manequim
industrial acolchoado que permite fixar tecidos utilizando alfinetes, e possuem anatomia e
medidas condizentes as humanas, podendo também ser realizado sobre o corpo humano.
Ambas as técnicas (bidimensional e tridimensional) podem ser combinadas a fim de alcançar
o resultado esperado.
De acordo com Duburg e Tol (2012, p.09). “O termo francês “moulage” vem de
moule, molde, e originalmente significa “dar forma a um objeto com o auxílio de um molde”.
Ou, de modo geral, moldar algo. Moulage significa, portanto, modelagem”.
A história da indumentária confirma que a prática de moldar tecidos ao corpo é algo
antigo, seja por finalidade protetiva ou para adornar-se, mesmo que de maneira empírica.
Sobre a história da moulage, Duburg e Tol (2012, p.10) afirmam que:
[...] é um fenômeno típico da história da roupa ocidental. As elegantes vestes da
antiguidade, modeladas tridimensionalmente, podem ser consideradas como suas
primeiras antecessoras. Nos séculos posteriores, foram usadas roupas semelhantes à
túnica, e foi assim até o final da Idade Média, quando os primeiros cortes
começaram a aparecer. No entanto, não há registros de moulage genuína antes do
século XIX.
Já no século XX, segundo Fischer (2010, p. 121) “Madeleine Vionnet (nos anos 1920)
e Madame Alix Gres (nos anos 1930) foram as primeiras estilistas de Alta-Costura a dedicar
seu tempo e talento à arte da moulage”. Famosa por seus drapeados e por difundir o corte em
viés Madeleine Vionnet (1876-1975) modelava seus modelos em uma boneca de madeira,
para somente depois reproduzir em escala humana, segundo Mariano (2011, p.67) “inovou ao
construir vestidos inteiros no viés, técnica de corte que até então só havia sido usada em golas
e pequenas partes do traje. Graças à escolha de tecidos de pouco peso – musselines, sedas,
crepes [...]”. A Figura 1 mostra um traje criado por Vionnet.
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Figura 1- Traje criado por Vionnet inspirado nos vestidos gregos clássicos
Fonte: Blackman (2014)
Registros fotográficos históricos de nomes como Madeleine Vionnet são utilizados
como inspiração para que a técnica de moulage continue presente na atualidade. A seguir
elucida-se a execução na prática da técnica de moulage.
1.1 EXECUÇÃO DA TÉCNICA MOULAGE
Para executar a técnica inicialmente fazem-se marcações básicas no manequim com
fitas ou cadarços, como é possível observar na figura 2 de Abling e Maggio (2014), estas
servem de base para o posicionamento do toile que será fixado com alfinetes na superfície do
manequim.
Figura 2- Marcações básicas do manequim
Fonte: Abling e Maggio (2014)
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Para o desenvolvimento de um determinado modelo podem ser realizadas marcações
específicas sobre o manequim para delimitar decotes, cavas, recortes e outros detalhes
correspondentes ao modelo específico a ser desenvolvido. Nestes casos é recomendado o uso
de fitas em cor diferente da utilizada nas marcações básicas.
A técnica denominada Bourrage por Brandão (1981 apud Mariano, 2011) é utilizada
para aumentar medidas do manequim, é feito o uso de artifícios como fibra, ombreiras e sutiãs
ou bojos para preencher o local desejado, é importante que os estofamentos ampliem medidas
do manequim mantendo o formato do corpo humano. Este processo é válido para o
desenvolvimento de peças sob medida para manipular diferenças corporais do público-alvo a
que a roupa se destina.
Chama-se de toile o tecido utilizado para moldar a peça no manequim, conforme
Duburg e Tol (2012), Frings (2012) e Matharu (2011) geralmente utiliza-se tecido de algodão
cru em diferentes gramaturas de acordo com a necessidade da peça idealizada, enquanto
Abling e Maggio (2014) sugerem a utilização de morim, entretanto deve-se ter atenção ao
caimento ou estrutura esperado.
Para Jaffe e Relis (2012, tradução nossa) alguns tecidos possuem propriedades únicas
quando manipulados, por este motivo sugere-se a utilização, em determinados casos, do
tecido em que a peça final será confeccionada, no entanto, esta pratica requer uma
manipulação experiente, pois o custo da maioria dos tecidos faz com que erros se tornem
extremamente custosos. Já Sorger; Udale (2009) afirmam que modelar no manequim com o
tecido mais próximo possível do que será usado na peça final produz melhores resultados, é
importante escolher um com peso e fabricação similares ao tecido final. Fischer (2010, p.129)
corrobora ao afirmar que devem ser utilizados tecidos com “[...] peso, textura e qualidade
similares ao tecido final”, bem como a proposta apresentada nos experimentos práticos deste
artigo.O tecido a ser utilizado como toile deve receber a devida preparação, segundo Duburg e
Tol (2012) o toile precisa inicialmente ser passado a ferro para remover vincos e dobras.
Após realiza-se marcações com lápis ou caneta do sentido do fio e linhas auxiliares
para o posicionamento no manequim. No momento em que o tecido é manipulado no
manequim deve-se observar aspectos como o sentido do fio, folgas de vestibilidade4 e
detalhes referentes à peça que esta sendo desenvolvida.
4 Folgas com relação ás medidas do corpo e da roupa, um dos fatores que possibilitam uma peça vestir com
conforto, para Sabrá (2014, p.97) folgas de vestibilidade estão relacionadas ao “[...] quanto de folga o molde-
base deve receber para fornecer determinado caimento”.
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Após moldar o toile no manequim é necessário realizar novas marcações no tecido a
lápis ou caneta pertinentes ao modelo, como pences, recortes e extremidades de cada molde,
em seguida cada painel é retirado do manequim e suas linhas são corrigidas com o auxilio de
réguas garantindo a qualidade da modelagem no momento em que este molde de tecido for
transferido para o papel, este processo é denominado por Mariano (2011) como planificação
do toile. Após transferir o molde de tecido para o papel, bem como na modelagem plana, este
deve receber as informações necessárias para identificação e auxiliar no corte e montagem das
peças.
Com o processo de moulage é possível conceber o produto observando e manipulando
as formas do corpo humano tridimensionalmente, visualizando o resultado da modelagem
enquanto ela ainda está sendo executada. Para Sabrá (2014, p.95) a moulage “representa uma
forma prática e rápida de se obter resultados positivos no caimento de peças do vestuário,
oferecendo grande liberdade de construção para o modelista e até mesmo para o designer”.
Esta liberdade, porém, não pode ser confundida com a ausência de técnica e o fazer empírico.
Em pesquisa observa-se a presença da moulage em maisons5 de Alta Costura como
Dior. Em seu portal (DIOR 2016) é possível notar a utilização da técnica através de fotos e
suas descrições, observa-se o processo sendo realizado nos manequins da marca Stockman.
Na figura 3, na imagem A um modelo de vestido sendo modelado; a imagem B apresenta o
posicionamento de detalhes (bordado) sobre o toile ainda em execução; em C é possível notar
a mistura entre parte da roupa no seu tecido final e na parte inferior ainda em estado de toile,
repara-se a presença de linhas guia no manequim (aparentemente feitas com fitas); a imagem
D demonstra toile retirado do manequim, ainda com alfinetes e devidamente marcado.
Figura 3- Utilização da moulage na Maison Dior
Fonte: Montagem autora (2017) com base em Dior (2016)
5 Casas de Alta Costura.
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Souza (2008, p.341) afirma aspectos positivos referentes a técnica de moulage:
[...] propicia considerável desenvolvimento da percepção de tridimensionalidades
favorecida pela ação escultórica sobre o corpo suporte e pela experimentação e
manipulação de materiais [...] As alternativas geradas podem ser mais estudadas
quando experimentadas em modelos tridimensionais, pela possibilidade de simular e
visualizar situações reais de uso.
Através da técnica é possível posicionar detalhes como, rendas, bordados, aviamentos,
bolsos sobre o toile no manequim e analisar esteticamente que detalhes são adequados ao
modelo ainda no seu momento de construção. É primordial que o designer estude os possíveis
acabamentos que serão destinados a peça ainda no seu processo de concepção. Outro aspecto
de grande relevância para execução da moulage é a seleção dos tecidos que são utilizados para
realizar a técnica, conhecer suas características e propriedades como é apresentado na
sequencia deste artigo.
2 TECIDOS E SUA RELAÇÃO COM A MOULAGE
O tecido é a principal matéria prima do vestuário, a partir dele definem-se as ideias do
designer originando caimentos e modelagens desejadas. Para Sabrá (2014, p.129) tecido é
“[...] produto manufaturado de lâmina flexível, resultante do entrelaçamento, de forma
ordenada ou desordenada, de fios ou fibras têxteis entre si”.
Tecidos são resultantes da junção de fios, filamentos ou fibras, que podem ser de
origem natural, artificial e sintética. Os tecidos podem ser divididos por categorias conforme
seu modo de produção ou entrelaçamento de fios, para Treptow (2013) são elas: Tecido plano,
malha circular, malha retilínea, rendas e tecidos não tecidos.
Treptow (2013) sugere que se realizem testes em tecidos para verificar aspectos como
variação dimensional, sobre encolhimento ou esgarçamento, solidez de tingimento e
costurabilidade, sobre o comportamento de tal tecido quando costurado.
Para a execução da técnica moulage manipular o tecido em que a peça final será
confeccionada é de grande valia para desenvolver produtos, avaliar fatores como
características dos tecidos, suas propriedades de caimento e adequação ao produto idealizado.
Para Treptow (2013) testar o caimento consiste em confeccionar uma peça para prova (em
corpo humano ou manequim) para avaliar o caimento do tecido, possível elasticidade e
aspecto visual no corpo.
O caimento de um determinado tecido plano depende diretamente da maneira como o
tecido é posicionado em uma peça de roupa, isto é, os fios que compõem o tecido estão
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dispostos em duas direções, a vertical chamada de fio de urdume, sentido de posicionamento
de modelagem mais comum e a horizontal chamada de trama ou contra fio, esta ultima por
sua vez é menos utilizada no vestuário. Enquanto o sentido diagonal do tecido no ângulo de
45º com relação ao urdume do tecido é chamado de sentido enviesado, este possui mais
elasticidade e confere um caimento fluído aos tecidos.
Na realização da moulage, é possível observar a colocação do tecido (toile)
devidamente marcado no manequim e o comportamento do posicionamento do fio de urdume
e do sentido viés no centro do corpo do manequim conforme exemplificado na figura 4.
Figura 4 – Posicionamento dos fios do tecido no manequim
Fonte: Montagem autora (2017) com base em Crawford (2012)
Para Chataignier (2006, p.65) caimento “também pode ser denominado queda, pode
ser definido como o grau maior ou menor de flexibilidade ou consistência que o tecido, ou a
peça já confeccionada, ou ainda parte da mesma, apresente em termos de maleabilidade”.
Chataignier (2006) ressalta ainda fatores responsáveis pelo caimento como peso de um
tecido, (para resultados etéreos tecidos leves e para resultados rígidos e com volume tecidos
encorpados e consistentes) composição de tecidos, modelagem e posicionamento do sentido
do fio, bem como o modo de costurar e dar acabamento a uma peça.
Os tecidos são escolhidos de acordo com a modelagem da roupa a ser confeccionada e
o caimento desejado, tecidos como musselines, chiffons e crepes leves conferem caimento e
leveza ao modelo, enquanto tafetás, zibelines e cetins como bucol e duchese garantem peças
com caimento mais armado e estruturado.
De acordo com Treptow (2013, p.119) “A seleção de tecidos deve considerar a estação
do ano e o tipo de produto que se destina”. Diante da grande variedade de tecidos disponíveis
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no mercado este artigo selecionou o segmento de moda festa feminina para servir de base para
os estudos, deste modo são analisados tecidos como a musseline (100% poliéster), renda
(100% poliéster), tule (100% poliamida), cetim (100% poliéster) e shantung (100% poliéster)
com o intuito de analisar suas propriedades e encontrar soluções similares para realização da
moulage. Para melhor compreender os tecidos e materiais utilizados e as características do
segmento de moda festa feminina na sequencia são expostas tais informações.
3 VESTUÁRIO DO SEGMENTO DE MODA FESTA FEMININA
O vestuário feminino do segmento de moda festa é mais elaborado que as roupas
utilizadas em ocasiões casuais. Para uma festa ou evento busca-se peças de tecidos nobres,
frequentemente com adornos, podendo conter certo brilho provindo de tecidos ou de
tratamentos de superfície como bordados em pedrarias. São trajes que podem contar com
modelagens e manipulação de tecidos diferenciados.
Para Matharu (2011) muitas culturas e sociedades fazem uso de roupas específicas
para identificar ocasiões importantes, como é o caso do uso de roupa branca por noivas em
casamentos e o uso de roupas específicas para festas em geral como formaturas, bailes e
aniversários. Sobre as características do vestuário de moda festa, de acordo com Sorger;
Udale:
[...] a roupa de festa feminina é limitada somente a imaginação. Basta reparar na
atenção que a mídia global dá a noite em que o Oscar é entregue, quando as atrizes e
modelos percorrem o tapete vermelho, para perceber a importância da roupa de gala
para a moda e suas diversidades de estilos, cores e tecidos. As roupas de gala
geralmente são feitas de tecidos mais finos e caros, como tafetá e seda. (SORGER;
UDALE, 2009, p.120)
A modelagem pode ser complexa e extremamente elaborada, podendo conter
plissados, drapeados6, pregas, volumes, texturas e manipulação de formas inusitadas. A
modelagem do vestuário para noivas, por exemplo, segundo Worsley (2010) varia entre
silhuetas estruturadas como as compostas por corpetes justos acompanhados de saias
volumosas e peças leves e fluídas muitas vezes de corte no sentido enviesado do tecido.
É comum o uso de materiais específicos para dar estrutura a roupas para festa como
barbatanas, ombreiras, entretelas, crinol e tule para anáguas de armação, estes artifícios são
geralmente reservados para vestidos de noite e noivas, pois conferem silhuetas mais
volumosas e estruturadas.
6 Manipulação realizada no tecido através de pregas, franzidos, amassados, nervuras, dobraduras ou caimento de
tecidos, há diversos tipos de drapeado como o solei, o egípcio e o cascata.
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O segmento de moda festa contempla um mix de produtos onde é predominante o uso
de vestidos, entretanto utilizam-se também combinações de saia e top e macacões, longos ou
curtos. A confecção de roupas de festa costuma ser complexa e exige conhecimentos diversos
acerca de técnicas de costura e acabamentos, podendo contar com processos artesanais ou
industriais. Selecionado o segmento de moda festa feminina para servir de base para as
experimentações deste artigo, a seguir apresenta-se os métodos que levam a concretização dos
experimentos propostos.
4 MATERIAIS E MÉTODOS
Este item apresenta os métodos e materiais que levam experimentação de moulage
com toile de tecidos com caimentos similares ao dos produtos finais a serem confeccionados,
isto é a confecção de três modelos de vestidos do segmento de moda festa feminina
desenvolvidos seguindo o método que consiste nos seguintes passos: Desenvolver quadro que
relacione tecidos utilizados no segmento de moda festa e tecidos similares para utilizar como
toile de moulage, bem como apresentar seus custos; esboçar e analisar informações acerca do
modelo a ser executado; marcar linhas guia no manequim e inserir possíveis enchimentos ou
armações (bourage); selecionar tecidos conforme a pesquisa realizada e preparar o toile;
manipular o tecido realizando a moulage e analisar a aparência estética obtida; retirar toile do
manequim, planificação do toile com devidas correções de linhas e transporte para o papel
Kraft, para após confeccionar o produto final e compara-lo ao toile. A figura 5 demonstra por
meio de fluxograma a sequência dos processos.
Figura 5 – Método para realização dos experimentos
Fonte: Autora (2017)
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É imprescindível que o designer ao iniciar a moulage do produto tenha contato com
tecido que será utilizado na confecção da peça final, analisando sua textura, peso e caimento,
bem como examinar durante o processo os acabamentos e aviamentos que serão empregados.
Por meio de uma breve experimentação prática é possível constatar o comportamento
de diferentes tecidos em uma mesma modelagem, comprova-se por meio de uma gola
degagée7 modelada por meio da técnica moulage em tecido de chiffon (100% poliéster) no
sentido viés. Posteriormente o toile é planificado em molde de papel e cortado no tecido de
algodão cru leve (100% algodão cru) e posicionada no manequim, demonstrando na figura 6 a
diferença de caimento, o primeiro demonstra caimento leve enquanto o segundo, ainda que
algodão cru de peso leve, apresenta caimento rígido e armado.
Figura 6- Análise degagée em chiffon e algodão cru leve.
Fonte: Autora (2017)
Para selecionar tecidos de caimentos similares aos utilizados na confecção de
vestuário do segmento de moda festa feminina para utilização como toile de moulage se fez
necessário avaliar as informações levantadas na revisão bibliográfica deste artigo, bem como
realizar uma análise no acervo pessoal de amostras de tecidos da autora e pesquisa de campo
em lojas de tecidos, visto que realizar a moulage no tecido do produto final poderia apresentar
resultados satisfatórios, entretanto o custo de produção aumentaria significativamente, para
7 Também conhecida como gola boba. Para Gonçalves (2002, p.117) Cortada enviesada ou em forma reta,
desaba mole.
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tanto se busca alternativas que substituam tais tecidos de forma a manter caimento e peso dos
tecidos e que apresentem viabilidade financeira.
Para tanto se elabora um quadro que relaciona tecidos similares analisando a
gramatura e caimento de amostras de tecido, bem como a facilidade de manuseio das mesmas,
isto é priorizando tecidos que não desfiem com facilidade, fáceis de alfinetar, com
transparência para visualizar as linhas auxiliares do manequim e que não tenham propensão a
distorção dimensional.
A experiência pessoal da autora foi de grande valia no processo de análise uma vez
que a mesma trabalha com os tecidos apresentados com frequência e teve a experiência de
confeccionar vestidos com estes tecidos anteriormente avaliando seu desempenho e
comportamento no produto final. Para tecidos com elasticidade é necessário buscar
alternativas para toile que apresentem o mesmo percentual de elasticidade e mesma
gramatura. O tule illusion (100% poliamida), por exemplo, não possui elastano em sua
composição, entretanto suas propriedades fazem com que possua elasticidade no sentido da
largura deste tecido.
Para rendas, tecido muito empregado no segmento de moda festa, é possível sobrepor
a mesma no manequim e realizar a moulage com o tecido original, visando o menor número
de recortes e pences para não interferir no padrão da renda. O quadro 1 apresenta possíveis
soluções de tecidos para utilização no segmento de moda festa feminina, divididos em cinco
categorias: tecidos pesados; tecidos com elastano; tecidos médios; tecidos leves e outros (para
rendas e tules), apresentando o custo e composição de cada tecido.
Quadro 1– Relação de tecidos sugeridos para toile
Fonte: Autora (2017)
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Um aspecto relevante é a seleção de tecidos tão viáveis financeiramente quanto o
algodão cru que geralmente é utilizado para fins de moulage. As alternativas apresentadas têm
preço que varia entre R$4,00 e R$14,00 o metro, enquanto o algodão cru custa em média
R$9,00 o metro. A pesquisa de preços é realizada por pesquisa de campo em lojas físicas na
cidade de Porto Alegre/RS no período de outubro a dezembro de 2016 e as lojas pesquisadas
são: DGP tecidos, Empório das sedas e Central de tecidos.
Posteriormente a realização do quadro os tecidos relacionados dão origem a uma
cartela de amostras de tecidos com desenvolvida pela autora para servir de guia para a
realização do toile nas experimentações práticas de moulage e poderá ser utilizado
posteriormente como material de consulta para profissionais e estudantes que trabalham com
a técnica moulage, o formato da cartela permite manusear o tecido e compara-lo com a
alternativa sugerida para toile conforme é possível observar na figura 7. Sobre cartelas de
tecidos Treptow (2013, p.121) afirma que “O tecido deve poder ser visto e tocado tanto pelo
avesso quanto pelo direito, para análise de textura, opacidade ou brilho e caimento”.
Figura 7- Catálogo de tecidos desenvolvido
Fonte: Autora (2017)
Para a realização das experimentações da técnica moulage é necessário fazer uso de
materiais específicos, são eles: Manequim de moulage, neste experimento será utilizado o
manequim da marca WM Manequins devido a disponibilidade, tamanho 40 cujas medidas
básicas são: busto 88 cm, cintura 68 cm e quadril 96 cm; braço para manequim produzido pela
autora com base na metodologia de Duburg e Tol (2012); alfinetes de cabeça nº 29; para risco
do toile são utilizadas canetas esferográficas nas cores vermelha e preta; fitas de cetim nº0 nas
cores preta, utilizada para as marcações básicas de linhas guia no manequim e vermelha para
delimitar detalhes do modelo a ser desenvolvido; bojo e anágua de armação aplicados ao
manequim para realização dos experimentos. Todos os procedimentos são fotografados com
câmera digital a fim de registrar o modo pelo qual é obtido o resultado final.
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5 EXPERIMENTAÇÕES E ANÁLISE DOS RESULTADOS
Com o avanço da tecnologia e dos modos de produção do vestuário, segundo Heirich
(2007, p.08): “a modelagem passou por diversas transformações e reformulações quanto à
aplicação de técnicas e métodos, visando acompanhar as evoluções da indústria da moda e
tecnologia”. Grave (2010, p.07) afirma que a moulage “[...] personaliza o vestuário é utilizada
em ateliês, sendo que hoje já é uma técnica de aplicação comum dada a diversidade de tecidos
disponíveis no mercado. Tal fato levou ao desenvolvimento de novos procedimentos na
produção industrial”.
O presente artigo visa a experimentação prática voltada para a construção de peças de
vestuário de moda festa, que empregam maquinário industrial de costura aliando processos
artesanais (acabamentos, bordados manuais, manipulação da forma).
Para peças simétricas realiza-se a moulage em somente um dos lados do manequim.
Para esta experimentação foi selecionado o lado direito do manequim por preferencia pessoal
da autora. As alternativas para as experimentações de moulage são geradas visando a
utilização de variedades de tecidos e aplicando manipulações como pregas, drapeados e
nervuras.
5.1 PREPARAÇÃO DO TOILE
Para o toile os tecidos são escolhidos com base no estudo apresentado em forma de
quadro anteriormente onde são relacionados tecidos empregados no segmento de moda festa e
tecidos de caimentos similares para toile. Para as peças desenvolvidas neste artigo, utiliza-se
para bases de vestidos e partes estruturadas tecido de algodão cru pesado e médio (100%
algodão) e para as partes que requerem leveza é utilizado tecido chiffon e voil (100%
poliéster), tule é utilizado para substituir o tule illusion (100% poliamida).
É necessário observar cuidadosamente o sentido do fio de cada painel para reproduzir
a peça final do mesmo modo e atentar-se para o caimento gerado conforme a posição do fio.
Destacando que os toiles das modelagens godês são preparados já cortando no tecido de toile
a modelagem godê com a medida desejada sendo este manipulado no manequim. O quadro 2
exemplifica o processo de preparação de toile.
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Quadro 2 - Preparação de toile
Para a preparação de toiles de tecido plano utiliza-se em caneta
vermelha para traçar o sentido do fio (paralelamente a ourela). Para
toiles no sentido viés marca-se com caneta vermelha o fio a 45º com
relação a ourela8, isto é ao fio de urdume. Linhas auxiliares são
marcadas com caneta preta.
Para a preparação de toile em tule, como não é possível riscar com
caneta, é necessário a realização de costuras em linha de cor
vermelha, para marcar uma linha paralela a ourela para evitar que se
perca o sentido da elasticidade deste tule que se dá no sentido
horizontal do tecido. Linhas guia realizadas em linha de cor preta
auxiliam no posicionamento no manequim. É importante que o
ponto da máquina não esteja excessivamente tensionado para não
enrugar o tecido e limitar a elasticidade do mesmo. Para esta
experimentação é utilizado tule preto para facilitar a visualização
nas imagens deste artigo.
Seguindo a ideia de Duburg e Tol (2012) é essencial que haja a
passadoria a ferro, de preferencia com vapor, deste toile
antecedendo a sua utilização na moulage, fazendo com que haja um
possível encolhimento do tecido e eliminem-se vincos e dobras do
tecido, principalmente em tecidos planos.
Para preparação do toile com nervuras, marca-se o fio de urdume,
entretanto as nervuras são costuradas no sentido de 45º do tecido,
ocasionando características de elasticidade no tecido, deste modo
possibilitando testar seu comportamento na realização da técnica
moulage.
Fonte: Montagem autora (2017)
A medida adequada para cada painel varia conforme o modelo e a parte do modelo que
esta sendo trabalhada, entretanto é importante salientar que se deve trabalhar com folgas, uma
vez que o tamanho escolhido for insuficiente é necessário substituir o toile. O excesso de
tecido pode ser recortado durante a execução da moulage.
Na grande parte dos painéis de toile é necessário marcar linhas auxiliares além do
sentido do fio, estas linhas servem para auxiliar a manter a roupa alinhada como a linha de
busto para corpo de vestidos e altura da cava e cotovelo para mangas.
8 Borda das duas laterais do tecido tramada e finalizada de modo que não desmanche. (Duburg e Tol, 2012)
17
5.1.1 Alternativa 01
A primeira peça a ser desenvolvida é um vestido de festa de comprimento longo e
modelagem semi sereia com corpo estruturado que recebe nervuras na região do busto e com
drapeados transversais cruzados no centro do corpo frente continuando no comprimento da
parte inferior até a barra, a parte inferior de modelagem godê e leve cauda na parte posterior.
O decote possui alças que caem aos ombros, o decote frente, as cavas e alças recebem tule
illusion (100% poliamida) para melhor sustentação do vestido. Possui decote profundo nas
costas com degageé. O fechamento se da por zíper invisível no centro das costas. A figura 8
ilustra o modelo de vestido 01.
Figura 8 - Geração da alternativa 01
Fonte: Montagem autora (2017)
Para realização da moulage o manequim foi preparado com bojo tomara-que-caia, o
que acrescentou medidas na circunferência de busto, utiliza-se toile de algodão cru médio
(100% algodão) para assimilar-se ao cetim vogue (100% poliéster) com entretela de malha e
chiffon (100% poliéster) para fazer a vez da musseline (100% poliéster). Utiliza-se tule
illusion (100% poliamida) para segurar o decote, cavas e alças. O quadro 3 demonstra o
processo de realização da moulage da alternativa 01.
18
Quadro 3 - Moulage alternativa 01
Realiza-se a marcação das linhas referentes ao modelo no
manequim com fita vermelha, delimitando recortes e
decote do modelo conforme ilustra a imagem.
Utilizando quatro painéis de algodão cru preparados
executa-se a moulage do corpo do vestido que vai até
pouco abaixo da linha do quadril de forma ajustada, com
toile no sentido enviesado faz-se a alça do vestido. A
parte inferior consiste em modelagem godê posicionada
no manequim.
Com toile de chiffon o drapeado inicia-se na lateral
abaixo do busto cruzando pelo centro corpo até a lateral
oposta na altura do quadril onde é finalizado o drapeado
que é preso por alfinetes, o tecido excedente cai solto no
sentido do comprimento do vestido até a altura da barra.
Realiza-se o drapeado em ambos os lados para melhor
visualização do modelo.
Na parte posterior faz-se a moulage de uma gola degageé
cortada enviesada com pregas na região do ombro.
Para o posicionamento do toile de nervuras na região do
busto é necessário afastar o drapeado para marcar no toile
base com a caneta o local que receberá um recorte, onde
nesta costura será embutido o painel de nervuras e parte
do drapeado que encontra-se abaixo, após molda-se o
painel de nervuras, considerando a elasticidade obtida por
meio das nervuras e visando moldar a peça com o menor
número de recortes, gerando deste modo somente uma
pence na lateral do busto.
Fonte: Montagem autora (2017)
19
Para a moulage deste vestido é consumido 2,50 metros de tecido chiffon (100% poliéster)
e 80 centímetros de algodão cru (100% algodão), o custo total em tecidos para toile é de
R$26,50.
O produto final é confeccionado em tecido vogue (100% poliéster) entretelado com
entretela de malha (100% poliéster), que neste caso não interfere no caimento por ser fina,
para as partes do vestido que requerem leveza utiliza-se musseline (100% poliéster), para o
forro da saia do vestido utiliza-se cetim gloss (100% poliéster), a renda (100% poliéster), é
utilizada sobrepondo os tecidos Vogue (100% poliéster) e parte do Musseline (100%
poliéster).
5.1.2 Alternativa 02
A segunda peça a ser confeccionada é um vestido de noiva. A parte superior é
composta com corpete ‘tomara que caia’ ajustado com pregas na região do busto e decote em
“V” arredondado nas costas, o tule é preso a este corpete na modelagem com decote
arredondado e mangas longas, o fechamento no centro costas possui botões do decote a linha
da cintura e abaixo zíper com botões somente decorativos. A parte inferior é composta por
saia ampla com pregas macho para ser usada sobre anágua de armação. Possui ainda uma
peça removível, saia leve, comprimento mullet com pregas na cintura, com cauda e
fechamento frontal no cós com colchetes encobertos por laço. A figura 9 ilustra o modelo de
vestido da alternativa 02.
Figura 9 - Geração da alternativa 2
Fonte: Montagem autora (2017)
20
Utiliza-se toile de algodão cru pesado (100% algodão) para assimilar-se ao cetim
noiva (100% poliéster), voil (100% poliéster) para substituir musseline toque de seda (100%
poliéster) e tule illusion (100% poliamida) para substituir o tule francês (100% poliéster). A
renda (100% poliéster), do produto final é posicionada e alfinetada no toile para observar
caimento. A figura 12 demonstra o processo de realização da moulage da alternativa 02.
Quadro 4 - Moulage alternativa 02
Para realização da moulage o manequim é preparado com
anágua de armação feita em tule filó e bojo tomara-que-
caia o que acrescenta medidas de circunferência de busto,
foram realizadas marcações com fita vermelha, dos decotes
e cavas.
Para a concretização da moulage do corpete foram
preparados quatro painéis de algodão cru que foram
ajustados ao corpo do manequim guiando-se pelas
marcações em fita vermelha. Para a saia, em toile de
algodão cru, cortou-se a saia godê com folga na cintura
para realizar as pregas macho, as mesmas foram vincadas e
marcadas no manequim.
Após um quinto painel que se sobrepõe ao toile do centro
frente (forro) é moldado em duas pregas diagonais, nesta
etapa foi necessário posicionar a renda para auxiliar na
visualização do modelo, uma vez que a barra da renda terá
destaque nas extremidades do corpete. Para a realização
dos painéis de tule que acompanham o decote do corpete,
as peças são ajustadas ao manequim e refiladas na
extremidade de cada molde de tecido, uma vez que não é
viável riscar o tule com caneta.
Para a realização da saia mullet removível com cauda
utilizou-se toile de tecido voil cortado em godê com o
comprimento da cauda, após este comprimento foi ajustado
no manequim com auxilio de tesoura formando o
comprimento mullet, as pregas foram moldadas e riscadas
no toile. Após modela-se o toile do cós com laço Chanel
usando tecido de algodão cru.
O braço foi fixado ao manequim para realização da manga
em tule, alinhando as linhas do braço com as marcações do
toile ajusta-se a circunferência do braço, retira-se o braço,
posicionando novamente o toile no manequim, com auxilio
de linha e agulha alinhava-se a marcação de cabeça de
manga franzindo levemente para deixar espaço para o
embebimento, retira-se excesso de tecido cortando rente a
linha da cava.
21
Fonte: Montagem autora (2017)
Para a moulage deste vestido é consumido 1,50 metros de tecido voil (100% poliéster)
e 2,50 metros de algodão cru (100% algodão) e 0,80 cm de tule ilusion (100% poliamida), o
custo total em tecidos para toile de moulage é de R$30,00.
O produto final é confeccionado em tecido cetim noiva (100% poliéster) entretelado
na parte superior com entretela de malha (100% poliéster) e de tecido (100% viscose),
internamente possui barbatanas e bojo, a transparência da parte superior se dá com o tule
francês (100% poliéster), renda bordada (100% poliéster) é utilizada na parte superior e em
aplicações. A saia principal do vestido é confeccionada em tecido cetim noiva (100%
poliéster) com aplicações de renda bordada. (100% poliéster). A saia superior removível é
confeccionada em musseline (100% poliéster) com cós em tecido cetim noiva (100%
poliéster) entretelado, o fechamento da mesma se dá frontalmente com colchetes e botões de
pressão. A anágua de armação do vestido é confeccionada em tecido filó (100% poliamida)
com cós de malha Fluity (87% poliamida 13% elastano) e forro de tricoline (100% algodão).
5.1.3 Alternativa 03
A terceira alternativa consiste em um vestido modelo cava americana cujo a parte
superior frente é cortada no sentido viés, drapeada na região do busto com abertura no centro
frente, as costas são firmadas com alças largas unidas a parte frontal. Saia em corte meio
godê transpassada na frente formando fenda, forro meio godê comprimento curto.
Fechamento com botões forrados na parte de trás do pescoço e zíper invisível no centro
costas. A figura 10 ilustra por meio de desenho a alternativa 3.
Figura 10 - Geração da alternativa 3
22
Fonte: Montagem autora (2017)
Utiliza-se toile de chiffon (100% poliéster) na construção da moulage de todo vestido
para assimilar-se ao crepe Haya (100% poliéster), conforme é apresentado no quadro 5.
Quadro 5 - Moulage alternativa 03
O manequim é preparado utilizando fitas de cor
vermelha delimitando as peças do modelo de vestido.
A parte frontal é posicionada no centro frente no
sentido viés. Neste caso é necessário atenção para não
cortar a marcação do sentido do fio de urdume o que
auxilia na planificação. O sentido viés possibilita
modelar sem pences realizando somente o drapeado na
linha da cintura. Faz-se moulage de cós reto e gola
posicionando fio de urdume no centro frente.
As alças das costas são modeladas no manequim com
um toile preso no centro costas no sentido do fio de
urdume, após corta-se o excesso de tecido.
A gola é moldada na circunferência abaixo do pescoço
com toile posicionado no fio reto no centro frente do
manequim. A saia meio godê é montada do manequim
com transpasse frente. Os moldes são alfinetados um
ao outro com margens para dentro simulando a costura
para melhor visualização do resultado final.
Fonte: Montagem autora (2017)
Para a moulage deste vestido é consumido 2,50 metros de tecido chiffon (100% poliéster),
o custo total em tecidos para toile é de R$20,00. O produto final é confeccionado em tecido
crepe Haya (100% poliéster), com costas e cós entretelados com entretela de malha (100%
poliéster), com aplicação de tule bordado (100% poliéster) no forro da saia.
23
5.2 PLANIFICAÇÃO DOS TOILES
Para planificação do toile são utilizados réguas de modelagem para corrigir as linhas, o
molde é transferido para o papel Kraft com o auxilio de carretilha e réguas de modelagem,
para o risco é utilizado lapiseira 0.9. O quadro 6 demonstra este processo. Segundo Sabrá
(2014, p.96) o toile pode além de ser transferido para o papel ser “digitalizado, ou seja, é
passado para um programa de modelagem computadorizada (CAD)”. Gerar este molde em
papel contribui na praticidade para o corte nas peças e permite a possível reprodução da
mesma.
Quadro 6 - Planificação dos toiles
Toile após ser retirado do manequim ainda alfinetado
um molde com o outro, simulando a costura.
Moldes de tecido separados e devidamente passados a
ferro, o que facilita a planificação uma vez que evita
que pregas e vincos atrapalhem o processo. Para tanto
todos os painéis devem estar devidamente identificados
e com as devidas marcações
Podem ocorrer imperfeições no corte do toile,
sobretudo em barras godê de tecidos finos, que são
corrigidas na planificação no papel de forma a
emparelhar com auxilio de réguas ou a mão livre. Para
transportar marcações internas no toile de tecido
chiffon é necessário utilizar papel carbono sob o toile
riscando-o com lápis, não é possível usar carretilha em
tecidos finos devido a sua propriedade escorregadia.
As linhas pontilhadas riscadas durante a execução da
moulage são corrigidas com auxilio de réguas de
modelagem e caneta, com atenção ao esquadrar as
novas linhas com base nas linhas guia e sentido do fio
realizadas no momento da preparação do toile.
Com as linhas corrigidas transporta-se o molde do
tecido para o papel Kraft com auxilio de carretilha e
régua. Pesos de papel auxiliam a manter o tecido no
lugar. Após insere-se margens de costura e informações
de identificação do molde.
Fonte: Montagem autora (2017)
24
Assim como na realização da modelagem plana o molde de papel gerado por meio da
planificação da moulage deve receber todas as informações de identificação e para auxiliar o
corte das peças, como informações do sentido do fio, piques para orientar o encaixe das peças,
margens de costura, indicação da quantidade a ser cortada no tecido, identificação dos moldes
e do tamanho da peça de roupa e perfurações para posicionamento de detalhes como
aplicações, drapeados e pences.
5.3 CONFECÇÃO DAS ALTERNATIVAS E RESULTADOS
Para confecção das peças é realizado o corte no tecido de modo manual com auxilio
dos moldes planificados, as peças são fechadas com máquina de costura industrial, utilizando
agulha nº09, acabamentos e bordados são realizados de forma manual, todos os processos são
realizados pela autora. O quadro 7 apresenta o desenvolvimento dos produtos partindo do
desenho, à moulage da peça com tecidos de caimento similares ao do produto final e por fim
a produção fotográfica com os produtos finais confeccionados em tecidos adequados para o
segmento de moda festa feminina vestidos em corpo humano com medidas corporais
correspondentes ao tamanho 40, bem como o manequim tamanho 40 utilizado para a
realização da moulage das alternativas.
Quadro 7 - Desenho, moulage e peças finais confeccionadas.
(continua)
Frente Costas
Alt
ern
ati
va
01
25
Quadro 7 - Desenho, moulage e peças finais confeccionadas.
(continuação)
Frente (com saia removível) Frente(sem saia removível) Costas(com saia removível)
Frente Costas Fonte: Montagem autora (2017)
Alt
ern
ati
va
02
Alt
ern
ati
va
03
26
As partes de cada alternativa são pensadas individualmente visando o caimento
desejado, possibilitando a combinação de diferentes tecidos. Diferente da proposta de Duburg
e Tol (2012) que sugere a utilização de um único tecido para toile na execução da moulage.
No que se refere aos tecidos finos como o crepe Haya (100% poliéster) utilizado na
alternativa 3, onde é de grande importância a visualização do caimento do tecido,
confirmando a ideia de Chataignier (2006) que sugere o uso de tecidos leves para resultados
etéreos e para resultados rígidos e com volume tecidos encorpados e consistentes, como é
caso também do uso do algodão cru (100% algodão) para a realização do toile da saia da
alternativa 2 onde é necessário um tecido estruturado para o caimento rígido desejado.
Ao explorar detalhes como pregas, drapeados e nervuras é possível desfrutar do
caimento dos tecidos de toile com similaridade muito próxima a do tecido do produto final,
deste modo amplia-se a precisão na visualização do resultado final e reduz as probabilidades
de necessidade de correção no modelo. Embora fatores relacionados ao acabamento das peças
como bainhas, inserção de barbatanas e forro influenciem no caimento e resultado visual é
possível uma solução muito próxima da realidade, dobrar para dentro do toile o excesso de
tecido fixando com alfinetes auxilia a visualização ao simular a costura.
Deste modo ao comparar o caimento obtido na moulage das peças utilizando toile de
tecidos selecionados como alternativas de caimento similar com o produto final, com o tecido
adequado para o segmento de moda festa feminina, provado em corpo humano contata-se que
a similaridade visual é satisfatória. Nas imagens do artigo podem ser observados todos os
procedimentos práticos desta experimentação foram descritos e ilustrados, tornando a
aplicação do método simplificada para experimentações futuras.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Durante a pesquisa para embasamento teórico depara-se com o carecimento de livros
nacionais específicos no que se refere a moulage, sendo a obra mais completa encontrada a de
Duburg e Tol (2012). Constata-se que a técnica moulage incorpora os conhecimentos da
anatomia do corpo, seus movimentos e posicionamento das linhas estruturais.
Ao apresentar informações sobre as características de tecidos diversos, e sua
importância na realização da técnica moulage, destaca-se que a falta de conhecimento com
relação a tecidos pode comprometer a estética e desempenho de uma peça de vestuário. Ao
27
realizar a primeira experimentação onde é comparada por meio de imagens a gola degageé em
chiffon (100% poliéster) e algodão cru (100% algodão) logo é possível verificar resultados de
caimento divergentes em tecidos diferentes, direcionando as pesquisas para o
desenvolvimento de um quadro e uma cartela de tecidos similares ao do produto final que
podem ser utilizados como toile para realização da moulage para o segmento de moda festa
feminina.
Os tecidos similares são identificados através da análise de amostras, verificando o
peso e espessura dos mesmos, a experiência profissional da autora também serve de base para
seleção destes tecidos que resultam em um quadro e um cartela de tecidos que podem ser
utilizados como consulta por designers e modelistas que trabalham com a técnica moulage,
sendo possível aplicar o método na academia. Deste modo outros tecidos também poderiam
ser utilizados caso fosse avaliado necessário, utilizando como base as sugestões do quadro de
tecidos sugeridos para toile desenvolvido neste artigo, ressaltando, contudo, que tecidos com
leve transparência e em cores claras facilitam o manuseio e marcação durante a execução da
técnica moulage.
Ao exemplificar as características do segmento de moda festa feminina e os processos
que levam a confecção do vestuário deste segmento observa-se que tal segmento não é
comumente abordado bibliograficamente, sobretudo no âmbito técnico, este artigo, contudo
acresce informações técnicas para o segmento de mercado.
Contribuindo para o modo lecionado na academia e grande parte dos autores que
abordam a técnica moulage busca-se alternativas ao tecido de algodão cru (100% algodão)
para experimentações, são utilizadas outras opções como chiffon, voil (100% poliéster) e tule
(100% poliamida) por crer que somente uma modalidade de tecido não é capaz de demonstrar
o caimento dos diversos tecidos disponíveis no mercado. A técnica moulage, contudo facilita
na visualização da escala humana e do caimento de tecidos, o que auxilia na compreensão
geral da estruturação da modelagem, podendo o método apresentado servir de base para o
ensinamento de modelagem na academia para a compreensão do comportamento dos tecidos
sobre o corpo tridimensional, sugere-se a aplicação antecedendo a modelagem plana.
Realiza-se a moulage das alternativas com o toile de tecidos similares observando o
caimento obtido, quanto a preparação do toile busca-se novas alternativas, pois riscar linhas
guia com caneta, como é realizado habitualmente, não é viável em tecidos como tule, para
este faz-se necessário costurar as linhas guia.
28
Durante a planificação de tecidos diferentes do algodão cru, constata-se novos desafios
no que se refere a planificação do toile, uma vez que o algodão cru apresenta fácil manuseio
devido a sua estrutura, diferente de tecidos leves como o chiffon (100% poliéster), é viável
buscar os de maior espessura devido dificuldade de manipulação dos tecidos mais finos, bem
como a propensão a provocar distorção dimensional que estes tecidos possuem. Pesos de
papel são aliados na tarefa de manter o tecido sem se movimentar durante e planificação,
mantendo a precisão dos moldes.
A experimentação realizada com a utilização de toile de tecido com caimento similar
ao do produto final complementa a sugestão de autores como Duburg e Tol (2012) que
sugerem a execução exclusivamente em tecido de algodão cru se mostrou eficiente para
demonstrar o caimento dos tecidos na montagem do toile.
O retrabalho que possivelmente possa vir a acontecer com a técnica moulage é algo
custoso por conta do consumo de tempo e material, por este motivo o profissional que optar
por trabalhar assiduamente com o método deve manter o olhar treinado para evitar tais erros,
é importante o exercício e a atualização constante por conta do profissional, utilizar tecidos
similares ao do produto final para toile otimiza o processo de obtenção do caimento desejado.
Comprovando uma das hipóteses, a viabilidade financeira da substituição exclusiva do
tecido de algodão cru por tecidos de caimento similar ao do produto foi considerada
satisfatória uma vez que as soluções apresentadas demonstraram custos similares e resultados
em termos de visualização do caimento mais próximo ao do produto final. Os tecidos
sugeridos foram selecionados a fim de manter o custo menor ou similar ao do tecido algodão
cru (100% algodão), tradicionalmente utilizado, o mesmo é encontrado com o preço médio de
R$9,00 o metro e as alternativas de tecidos similares apontadas neste artigo variam entre
R$4,00 e R$14,00 o metro. O consumo de tecidos para realização da moulage das alternativas
realizadas tem um custo que varia entre R$20,00 e R$30,00 cada.
Os experimentos apresentados ao longo deste artigo podem ser aplicados no vestuário
do segmento de moda festa feminina, de modo comercial e conceitual, podendo ser adaptados
a outros segmentos de moda e outros modos de produção. A partir deste artigo, sugere-se
como abordagem para novos estudos a utilização desta técnica em outros segmentos do
vestuário, onde é necessária a utilização da moulage, deste modo explorando tecidos
diferentes dos apresentados neste artigo, como os tecidos de malha por exemplo.
Constatou-se por fim que a utilização de tecido similar traz resultados satisfatórios
nos âmbitos financeiros e de visualização de caimentos, por meio das experimentações são
29
encontradas novas maneiras de planificar tecidos como tule (100% poliamida) e chiffon
(100% poliéster) de acordo com suas especificidades, e quando comparados desenho da peça,
toile e produto final obtém-se similaridade de caimento satisfatória.
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