tanque rede bahia pesca

Upload: luiz-vitor-oliveira-vidal

Post on 17-Jul-2015

193 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

MANEJO DE CULTIVO DE TILPIAS EM TANQUES-REDE DE PEQUENO VOLUME, EM GUA DOCE E SALOBRAI. INTRODUO A cada ano, a piscicultura vem se configurando em uma atividade cada vez mais profissional, exigindo planejamento, conhecimentos tcnicos e mercadolgicos. A piscicultura tradicional em tanques de terra vem se tornando mais intensificada, mas para sua expanso, faz-se necessrio o uso de novas terras, com alto custo, tanto econmico quanto ambiental, e que podem conflitar com outras finalidades. Ao contrrio de cultivos tradicionais, a produo de peixes em tanques redes possibilita o aproveitamento de rios, esturios, audes e dos grandes reservatrios hidroeltricos espalhados em nosso pas. Desta forma as discusses apresentadas ao longo desta apostila sero referentes ao modelo super-intensivo de produo de Tilpia em tanque rede ou gaiolas de pequeno volume, tanto em gua doce como salobra. II. O SISTEMA DE CULTIVO O cultivo de peixes em tanques redes ou gaiolas, um sistema de produo superintensivo, no qual os peixes so confinados em altas densidades, em estruturas dimensionadas para permitirem grande troca de gua com o ambiente onde esto implantadas. O sistema de cultivo de tilpia em tanques-rede exige do produtor cuidados com os locais de instalao (Estudos preliminares), com a qualidade dos insumos (rao, alevinos e juvenis) e, principalmente, com o manejo do cultivo (povoamento, alimentao, tratamento sanitrio preventivo, dentre outros).1

1. Cultivo monofsico No cultivo monofsico os peixes so adquiridos na fase de juvenis com peso acima de 20 gramas e estocados diretamente nos tanques-rede de engorda at atingir peso de abate em torno de 600 - 750 gramas. Neste tipo de cultivo deve-se estar atento procedncia dos juvenis, idade, uniformidade do lote, qualidade gentica e, principalmente, o sistema de produo que foram cultivados, pois juvenis produzidos em baixas densidades, geralmente em viveiros escavados, sofrem com o confinamento em tanques rede; neste caso, pode-se provocar diminuio de apetite e elevado nvel de estresse, abrindo passagem para doenas. Um outro aspecto a ser observado a logstica e disponibilidade deste tipo de insumo no mercado, geralmente tem-se ainda poucos produtores de juvenis para tanque redes e o transporte mais caro, alm de requerer maiores cuidados. 2. Cultivo bifsico No cultivo bifsico, os peixes so adquiridos na fase de alevinos com peso mdio de 1,0 grama, e estocados primeiro nos tanques rede de alevinagem, at atingir o peso mdio de 20 gramas, recomendado para estocagem nos tanques-rede de engorda, onde permaneceram at 600 a 750 gramas de peso mdio. Uma das vantagens deste sistema para o produtor a garantia de qualidade do juvenil produzido e j devidamente condicionado ao confinamento. Atualmente o sistema mais indicado, devido oferta consistente do insumo e logstica mais eficiente.

2

III. TANQUES REDE E GAIOLAS O cultivo de peixes em tanque redes ou gaiolas requer que os materiais usados nas malhas e nas estruturas de sustentao e de flutuao tenham as seguintes caractersticas bsicas: Permitir troca eficiente de gua entre o tanque-rede ou gaiola com o ambiente; Resistncia corroso; Resistncia mecnica; Baixo custo; Deve ser o mais leve possvel, facilitando o deslocamento e manejo; Material no cortante ou abrasivo, para no causar ferimentos ou estresse aos peixes; Permita a sada dos dejetos produzidos pelos peixes.

1. Estruturas para tanque redes ou gaiolas As estruturas utilizadas para a armao de um tanque rede so geralmente construdas usando tubos, perfis e barras metlicas, onde so presos os flutuadores e as malhas. Vale salientar que no caso dos tanques rede, esta estrutura superficial, com 2,0 x 2,0 m de comprimento, e altura de 30 a 50 cm, sendo a malha responsvel pela forma do tanque abaixo da linha dgua. J se tratando de gaiolas, a estrutura confere rigidez a malha bloqueando o movimento de sanfona da tela, ficando com dimenses de 2,0 x 2,0 x 1,20 1,8 m de altura.

3

2. Abertura de malhas A escolha do tipo de malha deve obedecer a certos critrios, dentre os quais podemos destacar: Levantamento da ictiofauna e fauna do ambiente; Capacidade de renovao de gua; Tamanho das aberturas; No provoque leses nos peixes; No corrosvel.

Os materiais mais usados para a confeco das malhas podem ser flexveis (Fio de polister revestido de PVC, redes de nylon) ou rgidos (plstico, ao galvanizado revestido de PVC de alta aderncia, ao inoxidvel, etc.). importante salientar que o ambiente onde o tanque-rede ou gaiola vai ser posicionado vai determinar o tipo de material a ser utilizado na confeco da malha e o tamanho da mesma. Este sistema de cultivo geralmente serve de atrator de outras espcies em busca de alimento, atraindo desta forma, espcies carnvoras que podem causar rompimento da malha ou, dependendo do tamanho da malha (25 a 30 mm), podem causar leses severas nos peixes em cultivo, ou entrar nas gaiolas na sua forma jovem, deixando os peixes em cultivo com elevado grau de estresse. A abertura da malha normalmente de 4 ou 5 mm, no caso do tanques rede berrios (ou alevinagem), e de 15 a 20 mm, para tanques rede em fase de engorda.

4

3. Comedouros Estas estruturas tm como finalidade evitar o desperdcio de rao, e foram projetadas para raes extrusadas (flutuantes); alm disso, desempenham tambm a funo de cobertura dos tanque-rede, evitando desta forma a fuga dos peixes em cultivo e a entrada de outros peixes no tanque-rede. A rao colocada aos poucos no seu interior, sempre observando se est havendo consumo pelos peixes. Recomenda-se para tanques-rede de pequeno volume ( PVAD ), comedouros circulares posicionados no centro da gaiola com 1,0 1,30 metros de dimetro, e 0,70 m de altura, variando o tamanho de acordo com as dimenses da gaiola e as densidades de cultivo pretendidas. O material para confeco do comedouro deve ser resistente corroso e no causar ferimentos nos peixes. Recomenda-se o uso de telas de PVC ou nylon multifilamento, com malhas de 03 a 05 mm de abertura, usada com anis para manter a estrutura aberta. Estas estruturas tambm passam por limpezas peridicas, retirando-se as algas acumuladas nas malhas e as fezes dos peixes retidas no seu interior. No caso de comedouros na fase de recria so usados anis de alimentao com 1,3 m de dimetro (Mangueiras) para a rao em forma de p. 4. Flutuadores e Sinalizadores Flutuadores so estruturas responsveis pela flutuao dos tanques rede ou gaiolas, e podem ser feitos com tambores plsticos ou tubos de PVC tampados e devidamente selados.

5

Os sinalizadores (Tambores de PVC de 50 litro ou bias prprias para sinalizao) so uma exigncia da Marinha do Brasil para os cultivos em tanques-rede, devendo ser preferencialmente na cor amarela. So posicionadas no canal de navegao e no polgono de cultivo, a fim de se evitar acidentes com embarcaes.

5. Limpeza e manuteno dos Tanques rede e gaiolas Os tanques rede devem passar por limpezas peridicas em suas telas evitando o acmulo de algas (colmatao) que prejudicam a circulao e a renovao adequada da gua. Em guas claras, pouco eutrofizadas, como no caso das grandes barragens, a necessidade de limpeza no muito freqente. J quando a criao feita em pequenas lagoas ou barragens, ou mesmo nas guas salobras do esturio, normalmente produtivas, a necessidade de limpeza se faz bastante freqente, principalmente nos tanques rede berrio. Aps cada despesca, os tanques-rede so retirados da gua, ficando expostos ao sol por 05 dias a fim de serem vistoriados (malhas, estrutura, flutuadores e comedouros) e devidamente limpos antes de novo povoamento. Com esta prtica, o produtor assegura uma boa qualidade de gua no interior destes tanques, evitando prejuzos no cultivo. Nos cultivos da tilpia em esturio, a colmatao to freqente, que utiliza-se uma segunda malha, com 8 mm de abertura, ainda na fase de berrio; logo que os peixes se encontram com tamanho adequado, so repassados para este novo tanque, que exige um pouco menos manejo de limpeza. J na fase de engorda, reserva-se sempre um tanque rede limpo, tambm para troca, que ocorre a cada um a dois meses.

6

6. Modelo de tanque rede Os tanques-rede instalados nas barragens da regio de Paulo Afonso so de pequeno volume (4 6 m3 de rea til). Podem medir 2,0 x 2,0 m de comprimento e largura, com altura variando entre 1,20 a 1,80 m, permitindo altas densidades de cultivo (150 a 250 Kg/m3) e facilitando o manejo da despesca. Neste ambiente recomenda-se o uso de telas de ao galvanizado com revestimento de PVC, com alta aderncia, por ser resistente corroso da gua e ao ataque de predadores. Os tanques-rede utilizados na fase de pr-engorda so revestidos com duas telas de malhas diferentes, como forma de evitar a fuga dos peixes. A interna, a depender do tamanho dos alevinos, com malha de 4,0 ou 8,0 mm constituda de fio de polister revestido com PVC, e a externa com tela de ao galvanizado com revestimento de PVC e malha de 17-19 mm. Na fase de engorda so utilizados apenas os tanques-rede com tela de ao galvanizado com malha de 17-19 mm. Os tanques rede utilizados em cultivos no esturio tambm so de pequeno volume, com 4 a 6 m3, mas os de maior volume (10 a 20 m3) tambm podero ser viveis, j que, por causa do constante baixo teor de Oxignio Dissolvido, normalmente as densidades ficam restritas a 125 Kg/m3. Assim, talvez tanques rede de maior volume permitam as mesmas densidades, com menor custo de produo, j que utilizam proporcionalmente menos material. 7. Fixao e posicionamento dos tanques-rede Os tanques-rede podem ser fixados em cabos de nylon de 14 a 20 mm de espessura ou cabos de ao; o primeiro o material mais usado, conferindo boa segurana e durabilidade, todavia se presta para estruturas leves ou tanques rede de pequeno volume. As extremidades dos cabos podem ser presas nas margens do reservatrio ou fixadas ao fundo, com estacas ou poitas. pertinente salientar que no momento da fixao dos cabos deve-se prever um canal de navegao. O posicionamento um dos principais fatores que deve ser observado na instalao dos tanques-rede. No caso de criaes em reservatrios a distncia

7

entre os tanques deve ser de uma a duas vezes o seu comprimento e a distncia entre linhas ou cordas dever ser de no mnimo 25 metros, posicionando as cordas em direo perpendicular a corrente superficial da gua,. No esturio, a fixao feita tambm com estacas ou poitas, devendo-se sempre prever a variao de mar, normalmente entre 01 e 02 metros. Quanto ao posicionamento das cordas no esturio, trs pontos so considerados: Normalmente os canais so estreitos, e precisam permitir condies para navegao; assim, as cordas devem ser posicionadas no sentido da correnteza, ao longo do canal; A correnteza normalmente bastante forte, passando dos ideais 10 m/min, e o posicionamento ao longo do canal diminui a incidncia de correntes elevadas, ao menos nos tanques que no se encontram nas estremidades da corda; Mesmo assim posicionados, em alguns locais a correnteza to forte que faz-se necessrio a colocao, nas duas extremidades da corda (mar vazante e enchente), de uma estrutura que barre parte desta corrente. Recomenda-se a colocao de no mximo 10 tanques-rede por corda.

IV. SELEO DOS LOCAIS PARA A INSTALAO DOS TANQUES-REDE

A escolha de um local adequado certamente a etapa mais importante na implantao de um projeto de tanques-rede. Geralmente, por se tratar de corpos dgua com grandes lminas de gua e volume, impraticvel corrigir ou modificar suas caractersticas fsicas ou qumicas. Para selecionar um local adequado devemse considerar alguns fatores: Parmetros fsicos-qumicos da gua Facilidade de acesso

8

Levantamento de possveis predadores e competidores (roedores, peixes e outros animais)

Caractersticas fsicas do local (Dimenso do corpo dgua, ventos, profundidade, correntes de gua, fonte de gua, tempo de residncia da gua no reservatrio e histrico da variao do nvel da gua).

1. Fatores que influenciam na qualidade da gua em tanques rede ou gaiolas Qualidade da gua do corpo dgua; Troca de gua entre o tanque rede e o ambiente; Tamanho da malha do tanque rede; Formato do tanque rede; Tamanho do tanque rede; Correnteza da gua; Posicionamento do tanque rede em relao ao ambiente; Posicionamento do tanque-rede em relao a outros tanques redes.

V. QUALIDADE DE ALEVINOS PARA O CULTIVO EM TANQUES-REDES OU GAIOLAS A qualidade dos alevinos no cultivo em PVAD de extrema importncia para se obter bons resultados. Desta forma, deve-se considerar certas caractersticas, dentre as quais podemos destacar: a taxa de crescimento, o rendimento de carcaa, variedades domesticadas, tolerncia ao manuseio, resistncia a doenas, adaptabilidade ao ambiente de cultivo e aceitao pelo consumidor. Atualmente, a espcie mais recomendada para as barragens da regio de Paulo Afonso a Tilpia Niltica, linhagem chitralada, devido sua melhor performance de cultivo.

9

J em criaes no esturio, a indicao, pela literatura existente, sempre foi de que os hbridos vermelhos possuiriam melhor adaptabilidade. Aps os

experimentos realizados no Baixo Sul da Bahia, foi constatado que tanto o hbrido vermelho Red Jamaica quanto a Tilpia Niltica, linhagem chitralada, tiveram bom desempenho na gua salobra, sendo que esta ltima apresentou menor custo de produo, devido a sua converso alimentar. 1. Povoamento Deve-se estar atento para os cuidados com o transporte dos alevinos ou juvenis. necessrio ressaltar que at 8 dias aps a colocao dos peixes, pode haver mortalidade decorrente de transporte mal realizado, mesmo havendo uma aclimatao adequada. A mortalidade aceitvel no transporte corresponde a at 5% do total adquirido. Deve-se estar preparado para identificar algumas falhas: peixes com ferimentos devido captura, peixes desnutridos, fezes de peixes na gua de transporte, deficincia de oxignio nas caixas e aclimatao incorreta so as causas mais provveis de mortalidade em massa dos alevinos / juvenis nos primeiros dias aps povoamento. A contagem dos alevinos pode ser feita por amostragem, ou seja, deve-se escolher alguns sacos e fazer uma contagem individual (um a um), extrapolando o resultado para os demais sacos. J a contagem dos juvenis deve ser individual para garantir uma estocagem correta nos tanques-rede e o nmero exato de juvenis adquiridos. Esta prtica evitar o desperdcio e/ou a falta de rao com conseqentes prejuzos para o produtor. A estocagem recomendada na alevinagem, para cultivos em grandes barragens (com bom nvel de Oxignio Dissolvido) de 1.500 alevinos / m3 e na engorda de 250 - 500 juvenis / m3 em determinadas fases. Em cultivos no esturio, onde normalmente crtico o nvel de oxignio e a variao de salinidade (normalmente variando entre 20 e 25 ppm , a cada variao

10

de mar / 6h), a densidade de estocagem na alevinagem de cerca de 1.250 alevinos / m3, e na engorda de 200 300 alevinos / m3. A uniformidade dos alevinos e juvenis diz respeito ao tamanho dos peixes do lote em questo. Os peixes devem apresentar visualmente tamanho semelhante. Lotes com peixes grandes e pequenos sinal de manejo inadequado na alevinagem. A falta de uniformidade dos peixes na despesca extremamente desfavorvel para o preo final do produto. 2. Aclimatao As tilpias a serem cultivadas em esturios, onde a salinidade da gua normalmente varia entre 15 e 25 ppm de NaCl, necessitam passar por uma etapa de aclimatao gradativa gua salgada. Esta aclimatao realizada em tanques de circulao fechada, constantemente aerados por turbinas, onde se colocam os alevinos, inicialmente em gua doce, numa densidade de 1 a 3 alevinos / L. No primeiro dia, os alevinos permanecem na gua doce, em jejum. A partir do segundo dia, aumenta-se a salinidade dos tanques numa proporo de 10 ppm / dia, at que seja igualada salinidade mxima do local onde os peixes sero povoados. Durante este perodo, os peixes so arraoados numa proporo de 2 a 3% da biomassa / dia, e a limpeza dos tanques deve ser feita de manh e ao final da tarde, evitando-se sobras de rao e acmulo de fezes que venham a se tornar fontes de infeco. Recomenda-se uma quarentena de dois a trs dias, aps a obteno da salinidade final, antes do povoamento dos peixes, para que o nvel de estresse seja diminudo.

11

VI. RAO A rao deve oferecer aos peixes todos os nutrientes necessrios ao seu desenvolvimento, pois no caso da tilpia esta ser sua nica fonte de alimento neste sistema de cultivo. Portanto, devem ser completas e devidamente balanceadas com teores de protena variando entre 56% a 30%, proporcionando ndices de converso alimentar em torno de 1.4 a 1.7:1, ou seja, para cada quilo de peixe produzido deve-se gastar no mximo 1,7 kg de rao (ver tabela n 1), dependendo da fase em que se encontram os peixes em cultivo. Quanto forma fsica das raes, esta deve ser em p (moagem fina) na alevinagem e extrusada na engorda, por possui maior digestibilidade e adaptar-se melhor ao sistema de comedouros atualmente utilizados. Nos cultivos de tilpia em esturio, a elevada correnteza e varivel salinidade, obrigando os peixes a estarem em constante adaptao, fazem com que a converso alimentar chegue a alcanar, em alguns casos, 2,0:1, apesar de constantemente esta ficar em 1,6:1, ao final do cultivo. 1. Arraoamento A rao a ser administrada no cultivo deve obedecer corretamente s quantidades determinadas em cada horrio. No momento do arraoamento, o produtor deve observar o consumo em cada tanque-rede para evitar sobras de rao. Normalmente a rao deve ser consumida pelos peixes num prazo entre 5 a 10 minutos. Caso haja sobras, recomenda-se reduzir em 10% a quantidade nas prximas refeies at que o consumo retorne ao normal. A freqncia alimentar deve variar de 3 a 8 vezes / dia, a depender do peso e a idade dos peixes em cultivo. Peixes mais novos comem mais vezes e a rao deve ser ofertada paulatinamente, devido a sua forma fsica, enquanto os adultos de 2 a 4 vezes ao dia (tabela 1).

12

TABELA 1- RECOMENDAES DE ARRAOAMENTO PARA CULTIVO DE TILPIA NILTICA(linhagem chitralada) EM GAIOLAS DE PEQUENO VOLUME NOS RESERVATRIOS DO SUBMDIO SO FRANCISCORAO Protena Forma Percentual bruta (%) da biomassa PR-ENGORDA I (tanque-rede # 4 mm) 0,3 56 P 33,3 1,0 56 P 25,0 2,7 56 P 17,0 PR-ENGORDA II (tanque-rede # 8 mm) 5,8 42 PELETIZADA(2mm) 13,4 11,0 42 PELETIZADA(2mm) 8,4 17,0 42 PELETIZADA(2mm) 6,5 ENGORDA (gaiola # 19 mm) 24,0 42 EXTRUSADA (3mm) 5,4 32,0 42 EXTRUSADA (3mm) 5,3 42,0 42 EXTRUSADA (3mm) 5,0 54,0 32 EXTRUSADA (5mm) 4,6 68,0 32 EXTRUSADA (5mm) 4,6 85,0 32 EXTRUSADA (5mm) 4,4 105,0 32 EXTRUSADA (5mm) 4,1 128,0 32 EXTRUSADA (5mm) 4,0 155,0 32 EXTRUSADA (5mm) 3,7 185,0 32 EXTRUSADA (5mm) 3,4 218,0 32 EXTRUSADA (5mm) 3,4 255,0 32 EXTRUSADA (5mm) 3,3 300,0 32 EXTRUSADA (5mm) 3,2 360,0 30 EXTRUSADA (8mm) 3,2 410,0 30 EXTRUSADA (8mm) 3,1 475,0 30 EXTRUSADA (8mm) 3,0 545,0 30 EXTRUSADA (8mm) 2,6 615,0 30 EXTRUSADA (8mm) 2,3 685,0 30 EXTRUSADA (8mm) 2,0 750,0 30 EXTRUSADA (8mm) 1,8 PESO MDIO (g) No de refeies 8 8 8 6 6 6 6 6 6 4 4 4 4 4 4 4 3 3 3 3 3 2 2 2 2 2 DIAS DE CULTIVO

7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7

TEMPERATURAS DE 18 A 20C ALIMENTAR COM 45% DO CALCULADO TEMPERATURAS DE 20 A 22C ALIMENTAR COM 75% DO CALCULADO TEMPERATURA DE 22 A 24C ALIMENTAR COM 75% DO CALCULADO TEMPERATURA DE 24 A 26C ALIMENTAR COM 85% DO CALCULADO TEMPERATURA DE 26 A 30C ALIMENTAR COM 100% DO CALCULADO TEMPERATURA DE 30 A 32C ALIMENTAR COM 80% DO CALCULAD TEMPERATURA > 32C SUSPENDER RAO

13

J as tilpias cultivadas no esturio precisam de uma maior quantidade de rao, adotando a mesmas recomendaes quando a temperatura da gua (Tabela 02). TABELA 2- RECOMENDAES DE ARRAOAMENTO PARA CULTIVO DE TILPIA NILTICA(linhagem chitralada) EM GAIOLAS DE PEQUENO VOLUME NO ESTURIOPESO MDIO (g) RAO Protena bruta (%) Forma Percentual da biomassa No de refeies DIAS DE CULTIVO

0,3 1,0 2,7

PR-ENGORDA I (tanque-rede # 4 mm) 56 P 33,3 56 P 25,0 56 P 17,0 PR-ENGORDA II (tanque-rede # 8 mm) 42 PELETIZADA(2mm) 13,4 42 PELETIZADA(2mm) 8,4 42 PELETIZADA(2mm) 7,0 ENGORDA (gaiola # 19 mm) EXTRUSADA (3mm) 6,5 EXTRUSADA (3mm) 6,0 EXTRUSADA (3mm) 6,0 EXTRUSADA (5mm) 5,5 EXTRUSADA (5mm) 5,3 EXTRUSADA (5mm) 5,0 EXTRUSADA (5mm) 4,8 EXTRUSADA (5mm) 4,5 EXTRUSADA (5mm) 4,2 EXTRUSADA (5mm) 4,0 EXTRUSADA (5mm) 3,8 EXTRUSADA (5mm) 3,5 EXTRUSADA (5mm) 3,2 EXTRUSADA (5mm) 3,2 EXTRUSADA (5mm) 3,1 EXTRUSADA (5mm) 3,0 EXTRUSADA (5mm) 2,6 EXTRUSADA (5mm) 2,3 EXTRUSADA (5mm) 2,0 EXTRUSADA (5mm) 1,8

8 8 8

7 7 7

5,8 11,0 17,0

6 6 6

7 7 7

24,0 32,0 42,0 54,0 68,0 85,0 105,0 128,0 155,0 185,0 218,0 255,0 300,0 360,0 410,0 475,0 545,0 615,0 685,0 750,0

42 42 42 32 32 32 32 32 32 32 32 32 32 30 30 30 30 30 30 30

6 6 6 4 4 4 4 4 4 4 3 3 3 3 3 2 2 2 2 2

8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8

14

VII. MANEJO NA PR-ENGORDA Os alevinos de 1,0 gramas de peso mdio devem ser estocados em tanques-rede com malha de 5 mm, devendo permanecer em torno de 21 dias para atingir um peso mdio de 10,0 gramas. Aps este perodo o lote de alevinos deve passar por jejum de 24 horas e em seguida serem totalmente transferidos para tanque rede com malha de 8 mm, no sendo necessrio a contagem ou seleo. comum erro de contagem na fonte (produtor de alevinos), principalmente quando o lote heterogneo, desta forma podem-se observar sobras de rao, neste caso recomendado a contagem de todo o lote de 10,0 gramas. O tempo de permanncia no tanque-rede de 8mm de 30 40 dias, quando se pode iniciar a retirada dos juvenis (acima de 20 g) para a estocagem nas gaiolas de engorda, classificando-os em pequenos, mdios e grandes. O restante deve retornar para um tanque-rede com malha de 8 mm, devidamente limpo, para que possam alcanar o peso adequado para o incio da fase de engorda. O manejo alimentar da alevinagem deve ser bastante cuidadoso devido s formas fsicas das raes a serem utilizadas, pois, alm de evitar desperdcios, permite que todos os alevinos se alimentem adequadamente. O tempo total de cultivo previsto, nesta fase, de 45 a 60 dias, quando os juvenis tero um peso mdio entre 20 35 gramas, e a taxa de sobrevivncia neste perodo de 80% em mdia. VIII. MANEJO NA ENGORDA No caso de cultivos em grandes barragens, os juvenis acima de 20,0 gramas de peso mdio so estocados em tanques rede com malha de 17-19 mm na densidade de 500 peixes/m3, at atingirem 200 a 250 gramas, quando devem passar por uma classificao, estocados na densidade de 250 peixes/m3 at atingirem o peso mdio de abate.

15

Esta prtica esta sendo adotada para minimizar um problema comum em cultivos de peixes em tanques-rede: a presena de peixes fora do padro comercial no momento da despesca que em certos casos pode chegar a 25% do lote. O objetivo desta classificao minimizar (5% no mximo de peixes pequenos) a quantidade de peixes pequenos, pois tambm existem outras variveis (fator gentico, dominncia, tamanho pequeno do comedouro etc.). Nos cultivos em esturio, o povoamento feito numa densidade de 200 a 300 peixes/m3, e no h repasse para uma terceira fase, pois esta tcnica ainda no foi testada nem sistematizada. Os principais pontos crticos na engorda so: densidade de estocagem, uniformidade dos juvenis estocados, retirada de peixes mortos, manejo alimentar e seleo. O tempo de cultivo previsto, nesta fase, de 110 120 dias, quando os peixes alcanam um peso mdio de 700 gramas (tilpia niltica chitralada), e 500 a 550 gramas (hbridos vermelhos) e a taxa de sobrevivncia situa-se entre 90 a 95%, em mdia. IX. AMOSTRAGEM BIOMTRICA A amostragem biomtrica deve ser realizada quinzenalmente, na alevinagem, e mensalmente, na engorda, com a finalidade de se determinar o peso mdio e o crescimento dos peixes, possibilitando orientar o reajuste da rao a ser consumida. Deve-se retirar de cada gaiola cerca de 3% a 5% da populao, contando-se e pesando-se, para se obter o peso mdio. O peixe, para passar por tal procedimento, deve estar em jejum e ser manejado nas primeiras horas da manh, com delicadeza e rapidez para se evitar estresse e mortalidade. A rao deve ser reajustada semanalmente, baseando no reajuste da ltima biometria e na tabela de arraoamento.

16

X. PREVENO SANITRIA E ESTRESSE Devem-se retirar diariamente os peixes que eventualmente aparecerem mortos dentro dos tanques rede. Estes devem ser imediatamente retirados e enterrados com cal, pois peixes mortos podem tornar-se fonte de doenas. A taxa normal de mortalidade em um cultivo em tanque-rede na fase de engorda de 5 a 10% at o final do ciclo. Os peixes mortos devem se anotados, pois o nmero restante de peixes um dos fatores que determinam a quantidade de rao a ser oferecida. Tambm se devem limpar periodicamente as gaiolas, bolses de recria e comedouros devido a colmatao que pode servir de substrato para agentes patognicos. O estresse um fator que devemos levar em considerao, podendo estar associado a diversos fatores dentre os quais podemos destacar: o fatores qumicos (Caractersticas da gua, poluio e etc.), os fsicos ( Temperatura, luz e som), Manejo ( Transporte, aclimatao, manuseio e certos tratamentos) e os biolgicos (Qualidade da rao, densidade de estocagem e confinamento). O estresse sem dvida uma porta de entrada para doenas oportunistas, e devemos adotar uma postura de preveno, pois geralmente os tratamentos para certas doenas so onerosos e nem sempre eficazes. XI. DESPESCA O resultado final esperado de 600 800 Kg de peixe por tanque rede de 4 m3, em cultivos em grandes barragens. J nos cultivos em esturio, a produo esperada de 400 a 500 Kg de peixe por tanque rede. Antes de qualquer outra atividade, devem-se fechar os custos de produo e determinar o preo da venda do peixe. Feito isto, o peixe deve ser preparado para a despesca, passando por perodo de jejum, que pode variar de 24 a 48 horas para

17

que esvazie o intestino; esta prtica possibila melhor sabor, aspecto e textura da carne. No ato da despesca, o peixe deve ser morto com choque trmico (gua + gelo + sal) e em seguida passar por uma sangria e lavagem em gua hiperclorada. Em hiptese alguma se devem eviscerar peixes nas margens do lago. XII. CUSTOS 1. INVESTIMENTOS E CUSTEIO DE UMA ASSOCIAO COM 20

PRODUTORES PARA A INSTALAO DE CULTIVO DE TILPIA NILTICA, linhagem Chitalada EM TANQUES-REDE NO COMPLEXO DE BARRAGENS DE PAULO AFONSO BAHIA ( atualizao em 01/10/2003) Equipamentos DESCRIMINAO QUANTIDADEPRODUTOR Tanque-rede malha 4 mm 1 Tanque-rede malha 8 mm 1 Armao em ferro 10 Flutuador de 50 l 40 2 Tela arame revestido com PVC (m ) 136 Tampa engorda 10 Bias de sinalizao 2 Barco a remo 1 Pua malha de 5 mm 2 Cabo 60 Outros SUBTOTAL ASSOCIAO (rateio) Rateio depsito 1 Kit de anlise 2 Medidor de oxignio 1 Medidor de pH 1 Balana 300 kg 1 Balana 20 kg 2 SUBTOTAL TOTAL 276,00 235,00 120,00 10,00 11,00 85,00 10,00 400,00 30,00 1,50 verba 276,00 235,00 400,00 400,00 1.496,00 850,00 20,00 400,00 60,00 90,00 100,00 5.127,00 1.000,00 20,00 150,00 15,00 25,00 30,00 1.240,00 6.367,00

VALOR ( R$) UNITRIO TOTAL

20.000,00 200,00 3.000,00 300,00 500,00 300,00

18

Custos Operacionais por ciclo de produo DESCRIMINAO QUANTIDADE VALOR ( R$) UNITRIO TOTAL240,00 342,00 64,00 980,00 1.625,00

Custos Fixos Assistncia tcnica (rateio) Juros do capital de custeio Manuteno Depreciao TOTAL Custos Variveis Alevinos (mil) Rao (kg) Transporte Reserva tcnica (2%) TOTAL

12,00 9.965,00

60,00 1,00

720,00 9.965,00 100,00 215,00 11.000,00

Indicadores econmicos (recursos prprios) VALOR 12.611,00 2 6.000 12.000 25.222,00 2,10 2,70 32.400,00 7.178,00 598,00 31,11 22,15 2,25

DESCRIMINAO CUSTO TOTAL POR CICLO (R$) NMERO DE CICLOS/ANO PRODUO POR CICLO (kg) PRODUO ANUAL (kg) CUSTO TOTAL ANUAL (R$) CUSTO POR kg DE PEIXE (R$) VALOR DE VENDA (R$) RECEITA BRUTA ANUAL (R$) RECEITA LQUIDA ANUAL (R$) RECEITA LQUIDA MENSAL (R$) PONTO DE EQUILBRIO (%) LUCRATIVIDADE (%) RETORNO DO CAPITAL INVESTIDO (ANO)

19

Indicadores econmicos (financiamento PRONAF-D, juros de 4 % a a) VALOR 12.611,00 2 6.000 12.000 25.222,00 1.680,00 2,13 2,70 32.400,00 6.820,00 430,00 34,51 21,06 2,36

DESCRIMINAO CUSTO TOTAL POR CICLO (R$) NMERO DE CICLOS/ANO PRODUO POR CICLO (kg) PRODUO ANUAL (kg) CUSTO TOTAL ANUAL (R$) VALOR RETIDO ANUAL DE FINANCIAMENTO (R$) CUSTO POR kg DE PEIXE (R$) VALOR DE VENDA (R$) RECEITA BRUTA ANUAL (R$) RECEITA LQUIDA ANUAL (R$) RECEITA LQUIDA MENSAL (R$) PONTO DE EQUILBRIO (%) LUCRATIVIDADE (%) RETORNO DO CAPITAL INVESTIDO (ANO)

20

2.

INVESTIMENTOS

E

CUSTEIO

DE

UMA

ASSOCIAO

COM

10

PRODUTORES PARA A INSTALAO DE CULTIVO DE TILPIA NILTICA, linhagem Chitalada EM TANQUES-REDE NO ESTURIO DA BAIA DE CAMAMU BAHIA ( atualizao em 01/10/2003) Equipamentos DESCRIMINAO QUANTIDADEPRODUTOR Tanque-rede malha 4 mm Tanque-rede malha 8 mm Tanque-rede malha 17/19 mm Armao em alumnio Flutuador de 50 l Tampa engorda Bias de sinalizao Barco a remo Pua malha de 5 mm Cabo Outros SUBTOTAL Rateio depsito Kit de anlise Medidor de oxignio Medidor de pH Balana 300 kg Balana 20 kg SUBTOTAL TOTAL 2 2 12 12 48 10 2 1 2 100 302,00 257,00 190,00 200,00 10,00 85,00 10,00 600,00 30,00 1,50 verba 604,00 514,00 2.280,00 2.400,00 480,00 850,00 20,00 600,00 60,00 150,00 100,00 8.058,00 1.500,00 40,00 300,00 30,00 50,00 60,00 1.980,00 10.038,00

VALOR ( R$) UNITRIO TOTAL

ASSOCIAO (rateio) 1 1 1 1 1 2

15.000,00 200,00 3.000,00 300,00 500,00 300,00

21

Custos Operacionais por ciclo de produo DESCRIMINAO QUANTIDADE VALOR ( R$) UNITRIO TOTAL480,00 330,00 100,00 855,00 1.765,00

Custos Fixos Assistncia tcnica (rateio) Juros do capital de custeio Manuteno Depreciao TOTAL Custos Variveis Alevinos (mil) Rao (kg) Transporte Reserva tcnica (2%) TOTAL

11,0 9.026

80,00 1,04

880,00 9.387,00 100,00 210,00 10.577,00

Indicadores econmicos (recursos prprios) VALOR 12.332,00 2 4.800 9.600 24.664,00 2,57 3,50 33.600,00 8.920,00 740,00 28,37 26,55 2,09

DESCRIMINAO CUSTO TOTAL POR CICLO (R$) NMERO DE CICLOS/ANO PRODUO POR CICLO (kg) PRODUO ANUAL (kg) CUSTO TOTAL ANUAL (R$) CUSTO POR kg DE PEIXE (R$) VALOR DE VENDA (R$) RECEITA BRUTA ANUAL (R$) RECEITA LQUIDA ANUAL (R$) RECEITA LQUIDA MENSAL (R$) PONTO DE EQUILBRIO (%) LUCRATIVIDADE (%) RETORNO DO CAPITAL INVESTIDO (ANO)

22

Indicadores econmicos (financiamento PRONAF-D, juros de 4 % a a)

DESCRIMINAO CUSTO TOTAL POR CICLO (R$) NMERO DE CICLOS/ANO PRODUO POR CICLO (kg) PRODUO ANUAL (kg) CUSTO TOTAL ANUAL (R$) VALOR RETIDO ANUAL DE FINANCIAMENTO (R$) CUSTO POR kg DE PEIXE (R$) VALOR DE VENDA (R$) RECEITA BRUTA ANUAL (R$) RECEITA LQUIDA ANUAL (R$) RECEITA LQUIDA MENSAL (R$) PONTO DE EQUILBRIO (%) LUCRATIVIDADE (%) RETORNO DO CAPITAL INVESTIDO (ANO)

VALOR 12.332,00 2 4.800 9.600 24.664,00 2.090,00 2,59 3,50 33.600,00 6.410,00 535,00 31,75 25,30 2,19

23