sustentabilidade: sinônimo de responsabilidade ... · carlos alberto daher jean carlos celestino...

153
UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Administração Carlos Alberto Daher Jean Carlos Celestino José Álvaro Arribard SUSTENTABILIDADE: Sinônimo de responsabilidade socioambiental na Klabin Divisão Papelão Ondulado Jundiaí SP LINS SP 2009

Upload: lambao

Post on 13-Feb-2019

218 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

UNISALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Curso de Administração

Carlos Alberto Daher

Jean Carlos Celestino

José Álvaro Arribard

SUSTENTABILIDADE:

Sinônimo de responsabilidade socioambiental na

Klabin – Divisão Papelão Ondulado

Jundiaí – SP

LINS – SP

2009

Daher, Carlos Alberto; Celestino, Jean Carlos; Arribard, José Álvaro

Sustentabilidade: sinônimo de responsabilidade socioambiental na

Klabin – Divisão papelão ondulado, Jundiaí – SP / Carlos Alberto Daher;

Jean Carlos Celestino; José Álvaro Arribard. – – Lins, 2009.

151p. il. 31cm.

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano

Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Administração,

2009

Orientadores: Máris de Cássia Ribeiro Vendrame; Ana Beatriz Lima

1. Sustentabilidade. 2. Responsabilidade socioambiental. 3. Klabin S/A. I Título.

CDU 658

CARLOS ALBERTO DAHER

JEAN CARLOS CELESTINO

JOSÉ ÁLVARO ARRIBARD

SUSTENTABILIDADE:

Sinônimo de responsabilidade socioambiental na Klabin –

Divisão Papelão Ondulado

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Administração sob a orientação do Profª M.Sc. Máris de Cássia Ribeiro Vendrame e orientação técnica da Profª M.Sc. Heloisa Helena Rovery da Silva.

LINS – SP

2009

CARLOS ALBERTO DAHER

JEAN CARLOS CELESTINO

JOSÉ ÁLVARO ARRIBARD

SUSTENTABILIDADE:

Sinônimo de responsabilidade socioambiental na Klabin –

Divisão Papelão Ondulado

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,

para obtenção do título de Bacharel em Administração.

Aprovada em: ____/____/______

Banca Examinadora:

Orientadora Profª M.Sc. Máris de Cássia Ribeiro Vendrame

Mestre em Administração pela Unimep

Assinatura: _________________________________

1° Prof.(a) ______________________________________________________

Titulação _______________________________________________________

Assinatura: _________________________________

2° Prof.(a) ______________________________________________________

Titulação _______________________________________________________

Assinatura: _________________________________

A Deus por nos dar sabedoria ao longo de nossa graduação. Obrigado por tudo que vimos, ouvimos e aprendemos. Obrigado pelo dom da vida, pela força e motivação para prosseguir nas conquistas da vida. Aos nossos familiares Agradecemos de forma muito carinhosa a vocês que por muitas vezes trocaram momentos importantes e especiais para que pudéssemos realizar nossos sonhos. Pelas vezes que anularam seus ideais para que os nossos pudessem se concretizar. Por acreditarem nas nossas capacidades e nos nossos sonhos, proporcionando-nos suporte e incentivo aos estudos.

AGRADECIMENTOS

À nossa orientadora M.Sc Maris de Cássia Ribeiro Vendrame. Guia indispensável nos caminhos tortuosos que nos levam ao conhecimento. Pelos excelentes momentos de sabedoria, compartilhados; pela disposição, paciência e perseverança ao desempenho dessa nobre missão. À Prof. M.Sc Heloisa Helena Rovery da Silva Pelo acompanhamento pontual, competente e dedicado. A Klabin Pela cordialidade que sempre fomos recebidos. Agradecemos a oportunidade concedida. Em particular agradecemos os Srs. Ronaldo Laurentino, Edison Giusti e Filipi Santini pela disponibilidade, confiança e profissionalismo que fomos tratados. Aos mestres Em cada professor um mestre. Em cada mestre um universo. Obrigado por dedicar seu tempo e sua sabedoria para que nossa formação pudesse ser um aprendizado de vida. Ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium - Unisalesiano que possibilitou o meu crescimento profissional.

RESUMO

A sustentabilidade de uma organização moderna assume, neste final de século, um papel central na reflexão em torno das dimensões do desenvolvimento e das alternativas que se configuram. Depende, dentre outras exigências, do seu desempenho ambiental. O conceito de desenvolvimento sustentável avalia a relação existente entre: crescimento econômico, a sociedade civil e o meio ambiente. Neste contexto, é crescente a valorização das questões ambientais no segmento empresarial, decorrentes das novas exigências legais, de mercado e da sociedade em geral. Além disso, a preocupação com o meio ambiente pelas empresas reflete na valorização da sua imagem e na visão de fornecedores, clientes e consumidores que passaram a exigir atitudes conscientes dos empresários em relação à natureza. Este trabalho de natureza exploratória e descritiva tem por objetivo avaliar empiricamente os conceitos e pertinências a respeito da sustentabilidade socioambiental e a participação da Klabin S/A - Divisão Papelão Ondulado, em Jundiaí (SP) na adoção das práticas de desenvolvimento sustentável. Verificou-se, desta forma, que a abordagem de desenvolvimento sustentável é intrínseca à responsabilidade social e empresarial. Na Klabin os resultados das ações de sustentabilidade são extremamente positivos como apresentado no primeiro capítulo deste trabalho e isto não ocorre somente na produção de papelão ondulado, ocorre em todas as atividades da empresa. O resultado é o reconhecimento através dos prêmios, certificações e da própria sociedade em que está inserida. A sustentabilidade da Klabin envolve não só recursos financeiros, mas, sobretudo, engajamento político, uma missão bem definida, condução ética, diálogo com os vários setores da sociedade, efetivação de parcerias, produção e socialização de conhecimento, afetividade e respeito nas relações interpessoais, bem como coragem para construir ações coletivas.

Palavras-chave: Sustentabilidade. Responsabilidade socioambiental. Klabin S/A.

ABSTRACT

The sustainability of a modern organization assumes, in this end of century, a central role in the reflection of the dimensions of development and alternatives that are configured. It depends, among other requirements, of its environmental performance. The concept of sustainable development evaluates the relationship between economic growth, civil society and the environment. In this context, there is growing appreciation of environmental issues in the enterprise segment, arising from new legal requeriments, of the market and of the society in general. In addition, the preoccupation with the environment by companies reflects the appreciation of their image and vision of stockists, customers and consumers have demanded conscious attitudes of entrepreneurs in relation to the nature. This work is an exploratory and descriptiven nature`s research and it has by objective to evaluate empirically the concepts and relevance regarding the environmental sustainability and the participation of Klabin S/A - Corrugated Paperboard Division, in Jundiai (SP) in the adoption of sustainable development practices. It is verified that the sustainable development is intrinsic to social responsibility and business. In the Klabin the results of the actions of sustainability are extremely positive as shown in the first chapter of this work and this does not occur only in the production of corrugated paperboard, occurs in all company`s activities. The result is the recognition through of prize, of own society`s certifications in which it is inserted. The sustainability of Klabin involves not only financial resources but, above all, political engagement, a well-defined mission, conducting ethics, dialogue with various sectors of society, partnerships effectivations, production and sharing of knowledge, affection and respect in interpersonal relationships, as well courage to build collective actions. Keywords: Sustainability. Environmental Responsibility. Klabin S/A.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Maurício Klabin ................................................................................ 20

Figura 2: 10 de fevereiro de 1900, Rua Formosa com a ladeira São João,

em São Paulo (SP), onde os escritórios de Klabin Irmãos & Companhia -

KIC viriam a se instalar algumas décadas mais tarde .................................... 21

Figura 3: Década de 50. Vista panorâmica da fábrica Klabin do Paraná (2º

plano) e bonde aéreo utilizado para transporte de funcionários, em

primeiro plano ................................................................................................. 22

Figura 4: Década de 50, caixas de fósforos promocionais produzidos pela

KIC – Klabin Irmãos e Cia ............................................................................... 22

Figura 5: Década de 80. Catálogo KIC com informações técnicas de

caixas de PO (tipos de caixas, produzidas, industrializados,

hortifrutigranjeiros, exportação, novos produtos, testes de qualidade),

elaborado pela da Divisão de Embalagens e produzido pelo Setor Ponte

Grande, voltado para os usuários de caixas de papelão ondulado................. 25

Figura 6: Presença mundial ............................................................................ 32

Figura 7: Mapa das unidades Klabin ............................................................... 34

Figura 8: Processo produtivo do papel ........................................................... 39

Figura 9: Embalagens produzidas com papel cartão da Klabin ...................... 42

Figura 10: Bobina de kraftliner ........................................................................ 44

Figura 11: Fábrica ecológica ........................................................................... 48

Figura 12: Fábrica ecológica ........................................................................... 49

Figura 13: Emissão de DBO5 e DBQ na Klabin papéis ................................... 51

Figura 14: Consumo específico de água (m3/t) Klabin Papéis ........................ 52

Figura 15: Resíduos sólidos (mil t) Klabin Papéis ........................................... 54

Figura 16: Consumo de energia elétrica em 2008 (1.875.312 MWh) .............. 55

Figura 17: Consumo de energia térmica em 2008 – Unidade de Negócios

de Papéis (723.772 MWh) .............................................................................. 55

Figura 18: Mapa do Protocolo de Kyoto em 2009 ........................................... 70

Figura 19: Evolução dos sistemas de gestão normalizados ........................... 91

Figura 20: Modelo do sistema de gestão da responsabilidade social ............. 93

Figura 21: Gestão da empresa .......................................................................102

Figura 22: Indicadores Ethos ..........................................................................103

Figura 23: Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) ................................104

Figura 24: Princípios e critérios do GRI ..........................................................104

Figura 25: Três tipos de selos para todos os níveis ........................................105

Figura 26: Balanço Social Ibase .....................................................................106

Figura 27: Escala Akatu ..................................................................................107

Figura 28: Metas do Milênio ............................................................................108

Figura 29: Pacto Global no Mundo .................................................................109

Figura 30: Pacto Global no Brasil ...................................................................110

Figura 32: Klabin S/A – Unidade de Jundiaí Tijuco Preto (SP) .......................114

Figura 33: Caixa de papel normal ...................................................................119

Figura 34: Caixa corte e vinco ........................................................................120

Figura 35: Caixa com Label ............................................................................120

Figura 36: Caixa de papelão microondulado ..................................................121

Figura 37: Acessórios .....................................................................................121

Figura 38: Brinquedos .....................................................................................122

Figura 39: Chapa de papelão ondulado ..........................................................123

Figura 40: Processo produtivo ........................................................................123

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Declaração de princípios da indústria para o desenvolvimento

sustentável ....................................................................................................... 67

Quadro 2: Anexo I e metas de emissão ............................................................ 73

Quadro 3: Principais selos ecológicos mundiais .............................................. 90

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

°C - Graus Celsius

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas

AMCHAM - Câmara Americana de Comércio

APAE - Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais

APAT - Associação para Pesquisa e Assistência ao Transplantado

Apremavi - Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida

BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

CBPG - Comitê Brasileiro do Pacto Global

CBS - Companhia Brasileira de Sintéticos

CCX - Chicago Climate Exchang

CIE - Comércio Internacional de Emissões

CIMAPE - Companhia de Manufatura de Papel e Embalagem

CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

CLT - Consolidação das Leis do Trabalho

CNBB - Conferência Nacional dos Bispos do Brasil

CNEA - Cadastro Nacional de Entidades Ambientalistas

CNI - Confederação Nacional das Indústrias (

CNUMAH - Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente

Humano

CO - Monóxido de carbono

CO2 - Gás Carbônico ou Dióxido de Carbono

COP - Comunicações de Progresso

CTMP - Chemi-Thermo Mechanical Pulp

EBITDA - Earnings before interest, taxes, depreciation and

amortization

ECA - Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São

Paulo

EET - Environmental Edge Technology

ETE - Estação de Tratamento de Efluentes

FIESP - Federação das Indústrias de São Paulo

FSC - Forest Stewardship Council

GEE - Gases do Efeito Estufa

GJ - Giga Joules

GLP - Gás Liquefeito de Petróleo

GRI - Global Reporting Initiative

HPV - Human Papiloma Virus ou Papilomavírus Humano

IC - Implementação Conjunta

IKP - Indústrias Klabin do Paraná

IKPC - Indústrias Klabin do Paraná de Celulose S/A

Inmetro - Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade

Industrial

ISO - International Organization for Standardization

IUCN - União Internacional para a Conservação da Natureza

KASSA - Klabin Administração e Serviços S/A

KC - Klabin Cerâmica S/A

KESA - Klabin Embalagens S/A

Kg - Kilograma

KIC - Klabin Irmãos & Companhia

Km - Kilômetro

KPAF - Klabin do Paraná Agro-florestal

KPSA - Klabin Papéis S/A

LPB - Liquid Packaging Board

m³ - metros cúbicos

m3/t - metros cúbicos por tonelada

MDL - Mecanismo de Desenvolvimento Limpo

Mercosul - Mercado Comum do Sul

MG - Mins Gerais

MP - materiais particulados

MW - Megawatt

Nox - Óxidos de nitrogênio

OIT - Organização Internacional do Trabalho

ONG - Organização Não-Governamental

ONU - Organização das Nações Unidas

OSCIP - Organização da Sociedade Civil de Interesse Público

PCC - Papel e Celulose Catarinense Ltda.

PDCA - Plan, Do, Check, Act

PE - Pernambuco

PGK - Produção de Papelão Ondulado

PNUMA - Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente

PONSA - Papelão do Nordeste S/A

PR - Paraná

Pronaf - Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura

Familiar

Propflora - Programa de Plantio Comercial e Recuperação de

Florestas

RAC - Regulamento de Avaliação da Conformidade

RJ - Rio de Janeiro

RS - Rio Grande do Sul

S/A - Sociedade Anônima

SBAC - Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade

SC - Santa Catarina

SGA - Sistemas de Gestão Ambiental

SGA - sistemas de gestão ambiental

SGRS - Sistema de Gestão da Responsabilidade Social

Sox - óxidos de enxofre

SP - São Paulo

TCA - Tecnologias de Captura e Armazenamento

TPM - Tensão Pré-Menstrual

UE - Unidade Européia

USP - Universidade de São Paulo

WWF - World Wildlife Fund

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................ 16

CAPÍTULO I - A EMPRESA KLABIN S/A ...................................................... 20

1 HISTÓRICO ....................................................................................... 20

1.1 A empresa .......................................................................................... 31

1.1.1 Missão ................................................................................................ 33

1.1.2 Unidades ............................................................................................ 33

1.1.2.1 Unidade florestal ................................................................................ 34

1.1.2.2 Unidade papéis .................................................................................. 39

1.1.2.3 Unidade papelão ondulado ................................................................ 44

1.1.2.4 Unidade de sacos industriais ............................................................. 46

1.2 Visão e política de sustentabilidade ................................................... 47

1.2.1 Controle ambiental ............................................................................. 48

1.2.2 Emissões atmosféricas ...................................................................... 50

1.2.3 Efluentes hídricos ............................................................................... 52

1.2.4 Residuos sólidos ................................................................................ 53

1.2.5 Energia ............................................................................................... 54

1.2.6 Bidiversidade ...................................................................................... 56

1.2.7 Pacto Global ....................................................................................... 56

1.3 Projetos sociais .................................................................................. 57

1.3.1 Colaboradores .................................................................................... 57

1.3.2 Sociedade .......................................................................................... 60

1.3.3 Ações sociais ..................................................................................... 60

1.3.4 Saúde ................................................................................................. 61

1.3.5 Cultura ................................................................................................ 61

1.3.6 Políticas públicas ............................................................................... 62

1.4 Investimentos ..................................................................................... 62

CAPÍTULO II - CONTEXTUALIZANDO SUSTENTABILIDADE E

RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL ................................................. 64

2 EVOLUÇÃO DA QUESTÃO AMBIENTAL ........................................ 64

2.1 Protocolo de Kyoto e o crédito de carbono ........................................ 67

2.2 Conceitos e considerações sobre sustentabilidade e

responsabilidade socioambiental .................................................................... 73

2.3 Desenvolvimento sustentável ............................................................. 77

2.4 Dimensões de sustentabilidade ......................................................... 79

2.5 Gestão ambiental ............................................................................... 81

2.5.1 Estímulos para a adoção de métodos de gestão ............................... 84

2.5.1.1 Estímulos internos .............................................................................. 84

2.5.1.2 Estímulos externos ............................................................................. 86

2.6 Normas ambientais e ISO-14000 ....................................................... 90

2.7 A importância da sustentabilidade na empresa .................................. 98

2.8 Indicadores .........................................................................................101

2.8.1 Indicadores Ethos ..............................................................................102

2.8.2 Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) ....................................103

2.8.3 Global Reporting Initiative (GRI) ........................................................104

2.8.4 Balanço Social Ibase ..........................................................................105

2.8.5 Escala Akatu ......................................................................................106

2.8.6 Iniciativas Internacionais ....................................................................107

2.8.6.1 Metas do Milênio ................................................................................107

2.8.6.2 Pacto Global .......................................................................................109

2.8.6.3 FSC .....................................................................................................111

CAPÍTULO III - A PESQUISA ........................................................................113

3 INTRODUÇÃO ...................................................................................113

3.1 A Klabin S/A – Unidade de Jundiaí (SP) ............................................114

3.1.1 Histórico .............................................................................................115

3.1.2 Projetos sustentáveis .........................................................................115

3.1.3 A produção de papel ondulado ..........................................................117

3.2 Apresentação e análise dos dados ....................................................123

3.2.1 Apresentação dos dados da pesquisa de campo ...............................123

3.2.2 Apresentação dos dados da pesquisa com o Coordenador

Industrial .........................................................................................................126

3.3 Parecer final sobre o caso ..................................................................128

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO ...................................................................130

CONCLUSÃO .................................................................................................131

REFERÊNCIAS ..............................................................................................133

APÊNDICES ...................................................................................................139

ANEXOS .........................................................................................................146

16

INTRODUÇÃO

A crise ambiental é tema de discussões públicas nas últimas décadas e

envolve o debate sobre ―o papel da ciência e das técnicas modernas no

desastre ecológico, bem como a concepção de que o homem é o depredador,

enquanto nós suas vítimas inocentes, embora todos desfrutem do conforto do

mundo tecnificado‖. (SIENA; COSTA; OLIVEIRA, 2007, p. 3).

Siena; Costa; Oliveira (2007), contam que a revolução industrial,

decorrente da revolução científica, trouxe consigo outras formas de

desemprego e ampliou os problemas relativos à pobreza e doença e também o

agravamento dos problemas ambientais.

Segundo Dias (2006), do ponto de vista ambiental, questionava-se cada

vez mais o mito da abundância do capital natural, e constatava-se que o

modelo de crescimento econômico até então adotado provocou agravamento

da deterioração ambiental, com o aumento da contaminação e a possibilidade

do esgotamento dos recursos naturais.

Dias (2006) expõe que gradativamente, a crença no desenvolvimento

linear e continuado foi sendo colocada em discussão, bem como os diversos

modelos econômicos de desenvolvimento baseados no uso intensivo dos

recursos naturais, considerados até então como inesgotáveis.

Segundo Martins (2006), como previsto e em função da crescente

preocupação com o problema ambiental, a ONU realizou em 1972, na capital

da Suécia, Estocolmo, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio

Ambiente Humano, que teve como resultado uma Declaração e um Plano de

Ação para o Meio Ambiente Humano que contém 109 recomendações.

Desde então, e conforme Camargos; Dias (2003), o termo

desenvolvimento sustentável tem evoluído contemplando os vários aspectos da

interrelação ambiente e desenvolvimento. No entanto, o consenso sobre o seu

significado e implementação está longe de ser concluída, na medida em que

buscam-se respostas que satisfaçam os requisitos de uma relação equilibrada

entre sociedade humana e natureza.

O crescimento desenfreado da população fez com que as empresas,

para atender a demanda de mercado, passassem a produzir em grande escala,

17

extraindo do meio ambiente, matérias primas inadequadamente, praticando o

extrativismo, destruindo a natureza e seus ecossistemas.

O avanço tecnológico deixou a população mais informada e exigente,

fazendo com que as empresas acordassem e assumissem seu papel perante a

sociedade.

Empresas que seguem as regras também descobriram que é possível

mudar sem experimentar grandes distúrbios.

Se não for mudado o rumo das formas atuais de geração de energia e

outros padrões de produção, em dez anos assistir-se-á um descontrole geral

no clima do planeta. Biotecnologia, energia solar, células à combustível,

nanotecnologia, novos materiais, tecnologias sem fios, edifícios com consumo

zero de energia e disponibilização pública de patentes de tecnologia poderão

ajudar a reconfigurar a face das empresas em um sentido mais social e

ambientalmente responsável. (ALMEIDA, 2007).

A consciência ambiental alinhada com as práticas de sustentabilidade

tornou-se essencial para a sobrevivência das organizações e para a

manutenção da vida com qualidade no planeta, pois a sociedade está cada vez

mais exigente em seu modo de pensar e agir.

Empresas que criam suas filosofias organizacionais tendo como alicerce

a sustentabilidade e a responsabilidade ambiental demonstram significativas

evoluções organizacionais, levando-as para um caminho sem volta, a qual

obtém lucro com a manutenção e melhorias do meio ambiente, conservando-o

para as gerações futuras.

Ações de sustentabilidade e responsabilidade ambiental estão cada dia

mais presentes no cotidiano das empresas, assim como as organizações

seguem este mesmo princípio de evolução para acompanhar as exigências da

sociedade e do planeta que pede socorro. Esta evolução é um passo

significativo para a manutenção da vida que não suporta mais o extrativismo e

a degradação.

Tal evolução acendeu uma luz de alerta, para que ações de

sustentabilidade sejam desenvolvidas em parceria: organizações e sociedade

com o intuito de utilizar os recursos necessários para a sobrevivência sem

afetar às futuras gerações do planeta.

Em 2005, a China colocava em operação uma termoelétrica a carvão

18

a cada duas semanas. Uma alternativa um pouco menos danosa seria o gás natural, que emite menos da metade do CO2 emitido pelo carvão. Para começar a reverter à curva de degradação, será preciso que, em 2025, as termoelétricas a carvão estejam em processo acelerado de implantação de tecnologias de captura e armazenamento (TCA) de carbono; que as usinas nucleares existentes (as quais já estão próximas do fim de sua vida útil) sejam renovadas e sua atual capacidade seja ampliada em 30%; e que 6% da energia gerada venham de fontes renováveis. (ALMEIDA, 2007, p. 32).

Para as empresas o que interessa é o retorno financeiro, alinhado as

novas exigências da sociedade, unindo as práticas empresariais com as ações

de sustentabilidade e responsabilidade ambiental.

O presente estudo procurou centrar-se e estabelecer basicamente

conceitos referentes à sustentabilidade e responsabilidade socioambiental,

utilizadas dentro da gestão ambiental analisando a sua prática no processo

produtivo do papelão ondulado na Klabin S/A, unidade de Jundiaí (SP) e seus

resultados frente as ações de sustentabilidade adotadas visando a contribuição

com a responsabilidade socioambiental.

Para a elaboração deste trabalho, foi realizada uma pesquisa de campo

na empresa Klabin S/A - Divisão Papelão Ondulado, localizada na rodovia

Anhanguera - Km 48,7 na cidade de Jundiaí (SP), tendo como objetivo

comprovar se as ações de sustentabilidade na verticalizacão do processo

produtivo das empresas Klabin - Divisão Papelão Ondulado contribuem na

concretização da responsabilidade social e ambiental da empresa. Até

dezembro de 2008, a Klabin possuía 449 mil hectares de área florestal, dos

quais 224 mil hectares de florestas plantadas e 187 mil hectares de florestas

nativas preservadas.

As organizações no novo contexto necessitam partilhar do entendimento

de que deve existir um objetivo comum, e não, um conflito, entre

desenvolvimento econômico e proteção ambiental, tanto para o momento

presente como para as gerações futuras. (TACHIZAWA, 2009).

"O papelão ondulado, como havia ocorrido em diversos países do

mundo, irrompeu no mercado de embalagens para produtos de pequeno e

médio porte". (SIBIRES, 1989, p. 70).

Diante do que foi pesquisado e em virtude do que foi observado na

empresa, questiona-se: as ações de sustentabilidade na verticalização do

19

processo produtivo das empresas Klabin contribuem na concretização da

responsabilidade socioambiental da empresa?

A priori, as ações de sustentabilidade praticadas pelas empresas Klabin

na verticalização do seu processo produtivo apresenta efetivamente os

resultados esperados na concretização da responsabilidade socioambiental

diante da empresa e comunidade externa.

O trabalho foi dividido em três capítulos:

O primeiro capítulo trata da evolução histórica da empresa Klabin, e

descreve a empresa, suas unidades, ações ambientais, sociais e

investimentos.

O segundo capítulo discorreu sobre sustentabilidade, descrevendo a

evolução do conceito, normas, indicadores e a importância para as empresas.

O terceiro capítulo apresenta os objetivos, os métodos e técnicas

utilizados na pesquisa, bem como seus resultados e conclusão encontrada.

Por fim, vem a Proposta de Intervenção e a Conclusão.

20

CAPÍTULO I

A EMPRESA KLABIN S/A

1 HISTÓRICO

A Klabin S/A foi constituída em 19 de abril de 1899, como resultado da

reestruturação organizada em quatro unidades de negócios - Florestal, Papéis,

Embalagens de Papelão Ondulado e Sacos Industriais. Em 1899 foi fundada a

Klabin Irmãos e Cia (KIC), composta por Maurício Klabin, seus irmãos Salomão

Klabin e Hessel Klabin e o primo Miguel Lafer. (KLABIN, 2009a).

Fonte: Klabin (2009a)

Figura 1: Maurício Klabin

A empresa importa produtos de papelaria e produz artigos para

escritório, comércio, repartições públicas e bancos. Em 1902, a família Klabin-

Lafer entra no setor de produção de papel, com o arrendamento da Fábrica de

21

Papel Paulista de Vila do Salto de Itu. (KLABIN, 2009a).

Em 1907, com o fim do contrato de arrendamento inicia-se a construção

de uma fabrica própria, e em 3 de julho de 1909 a construção da companhia

fabricadora de papel. (KLABIN, 2009a).

Fonte: Klabin (2009a)

Figura 2: 10 de fevereiro de 1900, Rua Formosa com a ladeira São João, em

São Paulo (SP), onde os escritórios de Klabin Irmãos & Companhia - KIC

viriam a se instalar algumas décadas mais tarde

Em 1914 inicia-se a produção na fábrica em Santana São Paulo.

(KLABIN, 2009a).

Em 1920, ocorre a instalação do escritório no Rio de Janeiro então

capital federal. (KLABIN, 2009a).

O ano de 1929, marca a entrada da segunda geração da família Klabin –

Lafer, sendo constituída sociedade anônima.

Em 1934, foi adquirida a fazenda Monte Alegre no município de Tibagi

(PR) para construção da primeira fabrica integrada do grupo no país

denominada Indústrias Klabin do Paraná (IKP). (KLABIN, 2009a).

Em 9 de julho de 1941 são alteradas razão social de IKP para (IKPC)

Indústrias Klabin do Paraná de Celulose S/A. Em 1946, iniciam-se as

operações da fábrica de Monte Alegre. (KLABIN, 2008).

22

Fonte: Klabin (2009a)

Figura 3: Década de 50. Vista panorâmica da fábrica Klabin do Paraná (2º

plano) e bonde aéreo utilizado para transporte de funcionários, em primeiro

plano

Fonte: Klabin (2009a)

Figura 4: Década de 50, caixas de fósforos promocionais produzidos pela KIC –

Klabin Irmãos e Cia

O ano de 1953 foi marcado pelo início da produção de papelão ondulado

23

pela (PGK) Papelão Grupo Klabin. (KLABIN, 2008).

Em 1961 ocorre a constituição da Papel e Celulose Catarinense Ltda.

(PCC). O chamado de Projeto II, previa a criação de uma moderna fábrica de

papel kraft e celulose de fibra longa, na cidade de Lages (SC), com uso da

reserva florestal da região. (KLABIN, 2009a).

Constitui-se a Unidade Vila Anastácio (SP) como filial da KIC e

ampliação do setor de papelão ondulado. A produção dessa Unidade alcançou

níveis de produção considerados dos maiores da América Latina da época.

Em 1965, constitui-se a Unidade Santa Luzia (MG), que em junho entra

em operação para a produção de azulejos. (KLABIN, 2009a).

Em 1967, a empresa compra da Companhia de Manufatura de Papel e

Embalagem (CIMAPE) na cidade de Piracicaba (SP), e em setembro do

mesmo ano foi constituída a Papelão do Nordeste S/A (PONSA). (KLABIN,

2009a).

Em 1969, inicia-se a construção da Ponsa, na cidade de Goiana (PE),

que produzia papelão a partir do bagaço de cana, em 20 de marco de 1973

teve início sua produção. (KLABIN, 2009a).

Em 1970 acontece a Associação da KIC com a Hoescht para a produção

de fios sintéticos da marca ―Trevira‖, por meio da Companhia Brasileira de

Sintéticos (CBS). (KLABIN, 2009a).

Em 20 de março de 1973 inicia-se a produção da PONSA e constitui-se

a Celucat Artes Gráficas S/A, subsidiária integral da Papel e Celulose

Catarinense Ltda, com auxílio do Fundo de Desenvolvimento do Estado de

Santa Catarina. Na cidade de Lages (SC), a fábrica tem o objetivo de produzir

sacos e envelopes.

Em janeiro de 1974 é arrendada a unidade na cidade de Porto Alegre

(RS), para a conversão de papelão ondulado e é adquirida a ONIBLA S/A

Indústria e Comércio de Papel pela CFP. (KLABIN, 2009a).

Em 1975, ocorre a implantação da CFP Mogi das Cruzes (SP), como

filial da CFP para a produção de descartáveis. (KLABIN, 2009a).

Em dezembro de 1978 acontece o agrupamento por atividades afins das

empresas subsidiárias, filiais e setores de produção e constituições:

a) Klabin Espírito Santo Rural S/A e Klabin Boa Vista Rural S/A, como

subsidiárias da KIC;

24

b) Klabin Campo Mourão Agro-florestal S/A, Klabin do Paraná Agro-

florestal (KPAF) e Madeireira Klabin do Paraná S/A, como

subsidiárias integrais de Indústrias Klabin do Paraná de Celulose S/A

(IKPC);

c) Klabin Cerâmica S/A – KC, como subsidiária integral de KIC, que

incorporou as Unidades Santa Luzia (MG) e a MNP (RJ);

d) Klabin Administração e Serviços S/A (KASSA) como subsidiária da

KIC e Klabin do Paraná Administração e Serviços S/A, como

subsidiária de IKPC;

e) Klabin Embalagens S/A (KESA), como subsidiária integral da KIC, e

recebeu os estabelecimentos industriais das Unidades Del Castilho

(RJ), Vila Anastácio (SP), Piracicaba (SP) e Porto Alegre (RS);

f) Klabin Papéis S/A (KPSA), como subsidiária integral da KIC, através

de transferência das antigas instalações da PGK, para a produção de

papel couché e guardanapos;

g) Agro Florestal Celucat S/A, como subsidiária integral da KIC.

(KLABIN, 2008).

Em 16 de junho de 1969 inicia-se a Produção de Papéis na Unidade

Mogi das Cruzes (SP). No segundo semestre acontece a tomada de controle

acionário das empresas PCC e KESA pela IKPC. (KLABIN, 2009a).

Em 21 de novembro de 1969 é constituida a Klabin Mineração S.A .

(PR). (KLABIN, 2009a).

Com a criação de nova lei de Sociedades Anônimas, em 1979, foi

estabelecido o Conselho de Administração, constituído pelos acionistas da

empresa, conforme determinava a lei. (KLABIN, 2009a).

O Conselho de Administração permitiu que o processo de

profissionalização fosse encaminhado de forma nítida e racional. As várias

Diretorias das empresas, eleitas pelo Conselho, passaram a ser conduzidas

por profissionais. Nesse novo contexto, os estatutos das empresas do Grupo

Klabin foram sendo, progressivamente alterados. (KLABIN, 2009a).

A Klabin Irmãos & Companhia (KIC) é constituída como Sociedade em

Nome Coletivo, passou a ter administração totalmente independente,

integrando a representação de todos seus sócios-gerentes. Neste mesmo

contexto, foi efetuada a criação de um Conselho Administrativo nas Indústrias

25

Klabin do Paraná de Celulose S/A - IKPC, que teve seu capital aberto, iniciando

negociações na Bolsa de Valores em São Paulo. Os próprios sócios-gerentes

de KIC e seus assessores conduziram a profissionalização das empresas,

recorrendo a especialistas e participando ativamente de todo o processo.

(KLABIN, 2009a).

Em 1980 é inaugurada a Unidade Piracicaba (SP).

Fonte: Klabin (2009a)

Figura 5: Década de 80. Catálogo KIC com informações técnicas de caixas de

PO (tipos de caixas, produzidas, industrializados, hortifrutigranjeiros,

exportação, novos produtos, testes de qualidade), elaborado pela da Divisão de

Embalagens e produzido pelo Setor Ponte Grande, voltado para os usuários de

caixas de papelão ondulado

No ano de 1982, a empresa altera sua constituição acionária: a CFP

torna-se subsidiária integral da KIC. Acontece também a aquisição da Rio

Grande Companhia de Celulose do Sul (Riocell), na cidade de Guaíba (RS).

(KLABIN, 2008).

Em 1983, a IKPC torna-se controladora da KPSA, CFP (CFP Mogi das

Cruzes) e incorpora a KESA e criam-se divisões operacionais de IKPC:

a) Divisão Embalagens de Klabin do Paraná, resultado da incorporação

da KESA (Unidades Vila Anastácio (SP), Del Castilho (RJ), São

26

Leopoldo (RS) e Piracicaba (SP);

b) Papel: fábrica de Monte Alegre (PR). (KLABIN, 2008).

Em setembro de 1983 acontece a constituição da Riocell Mineradora e

Industrial Ltda., como subsidiária da Riocell S/A (KLABIN, 2008).

No ano de 1984 iniciam-se as atividades fototerápicas na IKPC, e

criação do parque ecológico Samuel Klabin em Monte Alegre (PR). (KLABIN,

2008).

Em 1986, as Indústrias Klabin do Paraná de Celulose S/A (IKPC)

passam a chamar-se Indústrias Klabin de Papel e Celulose S/A. No mesmo

ano são feitos novos investimentos na expansão da base florestal da Riocell e

na instalação de novos equipamentos para a produção de celulose

branqueada. (KLABIN, 2009a).

Em 1989 é criado o centro de documentação e memória histórica da

Klabin e em agosto constitui-se a Klabin Fabricadora de Papel e Celulose S/A

(KFPC) para administrar as atividades fabris do grupo. A IKPC torne-se uma

holding. (KLABIN, 2009a).

Em 1992, com o início das atividades na unidade de Jundiaí (SP) é

desativada a unidade Vila Anastácio (SP). O ano também foi marcado pela

joint-venture para constituição da Bacell Ltda., com KFPC e Lenzing

Aktiengesellschaft como acionistas, para a produção de celulose solúvel de alta

qualidade para a indústria têxtil. (KLABIN, 2009a).

Acontece a desativação da Unidade Vila Anastácio e a transferência de

funcionários e maquinário para a recém construída Unidade Jundiaí (SP).

Acontece também a aprovação da incorporação da COPA pela KFPC, como

filial e a formação da Divisão COPA Fabricadora, com incorporação das

Unidades Mogi das Cruzes (SP) e São Paulo (SP), bem como a incorporação

da PONSAPAR Participações pela PONSA. (KLABIN, 2009a).

Em 1993 acontece a entrada da Papel e Celulose Catarinense Ltda. no

setor de papéis descartáveis com inauguração da fábrica de papel tissue e a

transformação em S/A da Bacel Ltda com a associação da International

Finance Corporation. (KLABIN, 2009a).

Em 1994, a Bacell recebe apoio finaceiro do Sistema BNDES e do

Deutsche Investitions-und Entwicklungsgesellchaft GmbH. (KLABIN, 2009a).

No ano de 1995 acontece a instalação do setor de fábrica de papéis

27

sanitários em Recife (PE), em uma unidade fabril desativada da Bates.

Em 1996 acontece a reorganização de terminologias de setores

produtivos: o termo divisão é substituído por unidade de negócio e a KFPC fica

responsável pela Unidade de Negócio Paraná (Unidade fabril de Telêmaco

Borba, PR) e pela Unidade de Negócio Papelão Ondulado (Unidades Betim

(MG), Jundiaí e Piracicaba (SP), São Leopoldo (RS), Del Castilho (RJ).

(KLABIN, 2009a).

Com a cisão parcial da KFPC, acontece a transferência do setor de

papéis sanitários (Divisão COPA Fabricadora) para a Papel e Celulose

Catarinense Ltda. Acontece também a alteração da razão social da Papel e

Celulose Catarinense Ltda para Celucat S/A que fica responsável pela Unidade

de Negócio Papéis Sanitários (Unidades Correia Pinto (SC), São Paulo, Mogi

das Cruzes e Cruzeiro (SP), Recife (PE), Mendes (RJ) e pela Unidade de

Negócio Kraft - Unidades de Correia Pinto e Lages (SC), Contagem (MG).

(KLABIN, 2009a).

Forma-se a joint-venture entre a IKPC e a Kimberly-Clark, em 1997,

através das subsidiárias Kimberly-Clark Worldwide Inc. e Celucat S/A,

controladas pela empresa Celulosa Argentina S/A. A nova empresa é

denominada KCK Tissue S/A (KLABIN, 2008).

Em julho de 1997 é desativada a Unidade Santana. Em dezembro do

mesmo ano inicia-se a produção da KCK Tissue S/A e a constituição da Klabin

Tissue S/A, como subsidiária de IKPC. O ano também é marcado pela

transferência de direitos, obrigações e bens da Unidade de Negócio Papéis

Sanitários para a Klabin Tissue S/A e a separação das Unidades de Negócio

Embalagens e Descartáveis. (KLABIN, 2008).

Em 1998, a Unidade Piracicaba (SP) é expandida.

Klabin Tissue S/A passou a chama-se Klabin Kimberly em 1999.

Em 31 de janeiro de 1999 acontece a incorporação da KFPC pela

Celucat S/A, e a passagem dos estabelecimentos de KFPC à condição de

filiais, formando a Unidade de Negócio Embalagens. (KLABIN, 2009a).

A empresa adquire a Bacraft e Lalekla pela Klabin Kimberly e é

inaugurada a máquina de reciclagem de embalagem Tetra Pak, na Unidade

Piracicaba (SP). (KLABIN, 2009a).

Em 1998, é feita a joint-venture com a Boise Cascade para a produção e

28

comercialização de produtos de madeira. (KLABIN, 2009a).

Em fevereiro de 2000 é feita outra joint-venture entre Klabin e Norske

Skog, para a produção de papel imprensa na Unidade Monte Alegre (PR). Em

abril iniciam-se as operações da Norske Skog Klabin. Em 3 de outubro é

adquirida a Igaras Papéis e Embalagens S/A, por meio da subsidiária Klabin

Argentina S/A (KLABIN, 2008).

Em setembro de 2001 acontece a restauração do Monumento a Carlos

Gomes na Praça Ramos de Azevedo em São Paulo. (KLABIN, 2008).

Em 2002 a empresa dá ênfase no desenvolvimento de produtos que

agregam valor aos negócios dos clientes e inicia-se a exportação de papel

cartão Carrier Board para o mercado norte-americano e são conquistados

novos clientes na Europa, Estados Unidos e China com exportação de celulose

solúvel. (KLABIN, 2008).

Em 3 de abril de 2003 a Klabin S/A deixa de produzir papel imprensa e

sai do setor e em 20 de agosto acontece a venda da participação acionária de

81,711% do capital total da Klabin Bacell S/A Acontece também a venda da

participação de 50% nas sociedades Klabin Kimberly S/A (Brasil) e KCK Tissue

S/A (Argentina) para a Kimberly-Clark Tissue do Brasil Ltda e Kimberly Clark

Argentina S/A e a saída da Klabin do setor de descartáveis e desmobilização

de ativos da Riocell. (KLABIN, 2008).

No ano de 2004,a Klabin passa a integrar o Chicago Climate Exchang

(CCX), e torna-se a primeira empresa brasileira a participar da bolsa de

créditos de carbono. (KLABIN, 2008).

Em 26 de abril é marcado pelo recorde nas exportações, comparado ao

primeiro trimestre de cada ano. Em maio acontece a criação do Projeto Monte

Alegre 675 para elevar a capacidade da produção da Unidade Monte Alegre

(PR). (KLABIN, 2008).

Em 1 de junho de 2004 ocorre o lançamento de cartão Klakold para

embalagem de frigorificados. (KLABIN, 2008).

Em 9 de agosto acontece o lançamento do Programa Caiubi de

Educação Ambiental e em 10 de novembro a saída do setor de envelopes. Em

dezembro é feito novo investimento na expansão da Unidade de Monte Alegre

(PR). (KLABIN, 2008).

Em 2005, as florestas da Klabin em Santa Catarina ganham o selo

29

Forest Stewardship Council (FSC), considerada a mais respeitada entidade do

mundo em sustentabilidade. Com o selo, a Klabin passa a ter quase 100% de

suas florestas certificadas. (KLABIN, 2008).

A Klabin conquista a certificação Forest Stewardship Council (FSC) para

a cadeia de custódia de papel cartão e kraftliner na unidade do Paraná

tornando-se a única empresa do mundo a receber tal selo.

Concomitantemente, acontece o lançamento do Programa Klabin Jovem de

Futuro nas unidades de Feira de Santana, Goiana, Itajaí, Jundiaí, Lages,

Piracicaba, Ponte Nova, São Leopoldo e Telêmaco Borba. (KLABIN, 2009a).

A Klabin conquista 29 prêmios ao longo do ano em várias áreas com

destaque para:

a) Prêmio Eco com o caso Unidade Monte Alegre que foi premiado na

categoria Gestão Empresarial para a Sustentabilidade. O Prêmio Eco

é uma realização da Câmara Americana de Comércio (AMCHAM);

b) Prêmio CNI através do Projeto Plasma, desenvolvido pela Klabin em

parceria com Tetra Pak, Alcoa e TSL Ambiental, onde foi o vencedor

na categoria Desenvolvimento Sustentável, modalidade Produção

Mais Limpa no âmbito estadual e nacional. O prêmio é uma iniciativa

da Confederação Nacional das Indústrias (CNI) e da Federação das

Indústrias de São Paulo (FIESP);

c) Prêmio USP de Comunicação Corporativa onde a empresa foi

vencedora na categoria Campanha com o caso ―A Comunicação

Integrada Como Alicerce para a Construção da Marca‖. O prêmio é

uma realização da ECA- Escola de Comunicações e Artes da

Universidade de São Paulo;

d) Klabin, Tetra Pak, Alcoa e TSL Ambiental inauguram, em Piracicaba

(SP) no interior de São Paulo, a primeira planta do mundo do projeto

Plasma para a reciclagem de embalagens longa vida (KLABIN,

2009a).

Em 2006, a Klabin conquista o selo FSC para a produção de papéis e

sacos industriais na unidade de Angatuba, no estado de São Paulo. Em março

recebe o XV Troféu Embanews, vencedora em duas categorias: Projeto

Plasma de reciclagem de embalagens longa vida, e o papel cartão da Klabin na

categoria máquinas, equipamento e sistemas. (KLABIN, 2009a).

30

Em maio é premiada no V Prêmio Qualidade Exportação, organizado

pela revista Madeira, o prêmio que é considerado um dos mais importantes dos

setores madeireiros, moveleiro e papel e celulose, é um reconhecimento das

maiores empresas exportadoras do país. (KLABIN, 2009a).

Acontece nova conquista do selo FSC nas produções de papel cartão e

kraftliner nas Unidades de Angatuba (SP), sacos industriais em Lages (SC), e

sacraft e kraftliner (papéis para embalagem) em Correia Pinto e Otacílio Costa

(SC). (KLABIN, 2009a).

A Klabin é eleita pela revista Exame, na edição Maiores e Melhores

como a empresa do setor de papel e celulose no ranking de 2006. (KLABIN,

2009a).

A conquista do certificado FSC para embalagem de papel cartão a

empresa torna-se a primeira embalagem brasileira a conquistar o selo, sendo

uma parceria entre a Klabin, a gráfica Box Print e a Natura. A conquista desse

selo representa toda a cadeia de produção da embalagem e a certificação

também garante a rastreabilidade das matérias primas em toda a cadeia

produtiva. (KLABIN, 2009a).

Em 2006 acontece também a recertificação do Sistema Integrado de

Gestão (SIG) que compreende a ISO9001, ISO 14.001 e OHSAS 18.001 nas

Unidades de Otacílio Costa e Correia Pinto (SC). Em agosto e setembro é feito

o lançamento do Programa Jovem de Futuro nas Unidades de Betim (MG),

Angatuba (SP) e Guapimirim (RJ). Em setembro, outubro e novembro,

respectivamente novas Unidades são envolvidas no Programa Klabin Jovem de

Futuro: Goiana (PE), Feira de Santana (BA), Piracicaba e Jundiaí (SP), Ponta

Grossa (MG), Correia Pinto, Itajaí, Lages e Otacílio Costa (SC), São Leopoldo

(RS) e Telêmaco Borba (PR). Em dezembro acontece a unificação dos

escritórios corporativos da Klabin, Rocio e Formosa para a nova sede do

Edifício Faria Lima Square. (KLABIN, 2009a).

Em 2007 a Klabin conquista o selo FSC para a produção de papéis

reciclados e embalagens de papelão ondulado nas unidades de Jundiaí Distrito

Industrial, Jundiaí Tijuco Preto, Piracicaba (SP), Itajaí (SC), Ponte Nova, Betim

(MG), Feira de Santana (BA), Goiana (PE), Guapimirim (RJ). Em fevereiro

iniciam-se as obras do Centro de Capacitação para adolescentes em Feira de

Santana (BA). A Klabin contribuiu com a doação do terreno. (KLABIN, 2009a).

31

Em 19 de abril a Klabin comemorou 108 anos de muita história e

tradição e a empresa faz o lançamento de um novo produto: o palete de

papelão ondulado, mais resistente e mais leve. (KLABIN, 2009a).

O Programa Caiubi de Educação Ambiental é lançado em Santa

Catarina. (KLABIN, 2009a).

Conquista-se novamente o selo FSC nas categorias Papel Reciclado

pelas Unidades de Guapimirim e Piracicaba e Papelão Ondulado pelas

Unidades de Jundiaí(TP/DI), Piracicaba e Itajaí. (KLABIN, 2008).

Ao longo dos 109 anos de história, a Klabin produziu ricos acervos

documentais que constituem testemunhos do seu passado e referência para o

futuro. Reunir, catalogar e disseminar esses acervos é o maior objetivo do

Centro de Documentação e Memória Klabin. (KLABIN, 2008).

A preservação da memória e seu uso como fonte de informação

retrospectiva à gestão empresarial é um diferencial importante no contexto dos

negócios. Incentivar e preservar o registro da memória, agregando valor à

gestão empresarial, é um de seus principais focos. (KLABIN, 2009a).

Atualmente, o acervo conta com imagens, peças audiovisuais, livros,

objetos museológicos, milhares de documentos textuais e depoimentos.

(KLABIN, 2009a).

1.1 A empresa

A Klabin S/A é uma empresa de destaque no ramo de embalagem de

papelão ondulado no Brasil, sendo a maior produtora, exportadora e

recicladora de papéis do Brasil. (KLABIN, 2009a).

Aos 110 anos, a Klabin é líder nos segmentos de papéis e cartões para

embalagens, embalagem de papelão ondulado e sacos industriais, também

produz e comercializa madeira em toras para serrarias e laminadoras, para uso

na indústria moveleira e na construção civil. (KLABIN, 2008).

Referência mundial no desenvolvimento sustentável posiciona-se como

uma das seis maiores fabricantes globais de cartões de fibras virgens, sendo

sua unidade no Estado do Paraná uma das dez maiores fábricas integradas de

32

celulose e papel do mundo. (KLABIN, 2009a).

A Klabin comercializa seus produtos para mais de 50 países, em cinco

continentes (Figura 6).

Fonte: Klabin (2009b)

Figura 6: Presença mundial

No final de 2008, registrava mais de 13,4 mil empregados próprios e

prestadores de serviços. O número de fornecedores chegou a 2.063 empresas

nacionais e 170 internacionais. Em áreas próprias e de parceiros, possui 224

mil hectares de florestas plantadas com alta produtividade e 187 mil hectares

de matas nativas preservadas Alegre, em Telêmaco Borba (PR), detém ainda

nos estados de São Paulo, do Paraná e de a certificação OHSAS 18001, de

segurança Santa Catarina. (KLABIN, 2009a).

Os cerca de 3 mil clientes regulares da Klabin podem contar com

produtos certificados pelo FSC. (KLABIN, 2009a).

As florestas do Paraná e de Santa Catarina e todas as unidades

industriais no Brasil, de papéis, cartões, sacos industriais e papelão ondulado,

possuem o selo internacional atestando a rastreabilidade das matérias-primas

em todas as etapas da produção, um indicativo de atuação sustentável. Em

33

2008 a Klabin completou dez anos da certificação florestal, como pioneira no

hemisfério sul dentre as companhias do setor. (KLABIN, 2009a).

Possui certificações de gestão de qualidade ISO 9001 e ambiental ISO

14001 em todas as unidades de negócio. A Unidade Monte Alegre, em

Telêmaco Borba (PR), detém ainda a certificação OHSAS 18001, de segurança

e saúde ocupacional, e ISO 22000, que regulariza o Sistema de Gestão para

Segurança de Alimentos. Conta também com a avaliação pelo instituto alemão

Isega de que os papéis para embalagem podem ser utilizados em contato

direto com os alimentos. (KLABIN, 2008).

Empresa de capital aberto, é controlada pela holding Klabin Irmãos, que

detém 59,5% do capital votante. Suas ações são negociadas na Bolsa de

Valores de São Paulo desde 1979.

No ano, o volume de vendas consolidado (excluindo madeira) totalizou

1.579 mil toneladas. A receita bruta atingiu R$ 3,7 bilhões e a receita líquida,

R$ 3,1 bilhões.

Em 2009, a Klabin completa 110 anos. E se prepara para um novo ciclo

de compromisso com seus clientes, colaboradores, fornecedores, acionistas,

meio ambiente e sociedade. Ao longo de sua história, a Klabin soube se

renovar, criando valor e crescendo. E está pronta para os novos desafios e

conquistas em seu futuro.

1.1.1 Missão

Atrair, aperfeiçoar e reter profissionais de talento, desenvolvendo e

estimulando potenciais e habilidades. Isso se dá por meio de constantes

programas de formação, além de um amplo programa de beneficios.

1.1.2 Unidades

Com 17 unidades industriais no Brasil e uma na Argentina, totaliza

34

capacidade anual de produção de 2 milhões de toneladas de papéis. Presente

em oito estados está organizada em quatro unidades de negócios: Florestal,

Papéis, Embalagens de Papelão Ondulado e Sacos Industriais (Figura 7).

(KLABIN, 2008).

Fonte: Klabin (2009b)

Figura 7: Mapa das unidades Klabin

1.1.2.1 Unidade florestal

A Unidade Florestal é responsável pelo abastecimento de madeira e

35

matéria-prima para todas as fábricas de papel da empresa, a Unidade de

Negócio Florestal é a maior produtora brasileira de toras destinadas a serraria

e laminação originadas de florestas plantadas. Com processos de produção

que garantem confiabilidade e baixo custo a seus produtos, a Klabin é

referência mundial em manejo florestal.

Para cada 100 hectares de florestas plantadas, a empresa mantém

cerca de 83 hectares de matas nativas preservadas. A preocupação com a

preservação do meio ambiente, a responsabilidade social e a adoção do

conceito Desenvolvimento Sustentável vêm rendendo à empresa o

reconhecimento público e de importantes organizações ligadas à proteção

ambiental. (KLABIN, 2008).

A Klabin foi a primeira empresa do setor de Papel e Celulose das

Américas a ter suas florestas, no Paraná, certificadas pelo FSC, confirmando

que a empresa desenvolve suas atividades dentro dos mais elevados padrões

de conservação ambiental e sustentabilidade socioeconômica. O processo foi

iniciado em 1996, obtendo-se o certificado de Manejo Florestal em 1998.

(KLABIN, 2008).

Em 1999, a empresa recebeu a certificação de manejo de plantas

medicinais. E, em 2001, completou-se o ciclo com a certificação da cadeia de

custódia dos produtos florestais não-madeireiros, abrindo para a Empresa

oportunidades de comercialização de fitoterápicos e fitocosméticos com o selo

do FSC. (KLABIN, 2008).

As florestas localizadas em Santa Catarina foram certificadas pelo FSC

em 2004. A FSC internacional atesta a aderência entre o manejo florestal e

seus princípios e critérios, além de rastrear e certificar produtos oriundos

dessas florestas em toda a sua cadeia de produção. (KLABIN, 2008).

A Unidade de Monte Alegre, em Telêmaco Borba, no Paraná, que é a

maior fábrica de papéis do Brasil, recebeu em julho de 2005 o selo FSC Mixed,

que garante que pelo menos 70% da madeira utilizada na produção dos papéis

é certificada pelo próprio FSC, e que o restante é madeira controlada, originada

do cultivo de produtores fomentados. (KLABIN, 2008).

A política de compra de madeira da Klabin S/A evita a aquisição de

produtos que integrem as seguintes categorias:

a) madeira oriunda de exploração ilegal;

36

b) madeira cuja exploração implicou na violação de direitos civis e

tradicionais;

c) madeira obtida de florestas cujo alto valor de conservação está

ameaçado pelas atividades de manejo;

d) madeira oriunda de florestas cujas terras estão sendo convertidas em

plantações ou destinadas a outros usos que não o florestal;

e) madeira de florestas onde são plantadas árvores geneticamente

modificadas. (KLABIN, 2008).

As certificações vieram comprovar uma política que acompanha a Klabin

há décadas, de respeito ao meio ambiente e em favor do desenvolvimento

socioeconômico sustentado. Reforçam ainda a imagem internacional do grupo,

como incentivador da utilização racional dos recursos naturais. (KLABIN,

2009a).

Praticamente 100% das florestas da Klabin têm o selo FSC, abrangendo

as áreas do Paraná e de Santa Catarina. Em 2008, foram recertificadas as

florestas no Paraná, com validade pelos próximos cinco anos. (KLABIN,

2009a).

Durante o ano, a Klabin movimentou 8,4 milhões de toneladas de toras e

cavacos de pínus e eucalipto e biomassa para produção de energia, volume

16% superior ao de 2007. Desse total, 6,1 milhões de toneladas foram

transferidas para as fábricas do Paraná, de Santa Catarina e de São Paulo. O

volume de vendas de toras para serrarias e laminadoras foi de 2,3 milhões de

toneladas em 2008, 5% inferior a 2007, afetado pelo declínio do mercado de

construção residencial norte-americano, principal destino das exportações de

produtos sólidos de madeira dos clientes da companhia. (KLABIN, 2008).

Em 2008, a Klabin continuou a sua expansão de áreas florestais nos

estados do Paraná e de Santa Catarina, buscando, com isso, oportunidades de

assegurar o crescimento da empresa. Em 2008 foram plantados 16 mil

hectares em terras próprias e 6 mil hectares em áreas de parceiros. No final do

exercício, a Klabin detinha, em áreas próprias e de parceiros, 224 mil hectares

de florestas plantadas – 155 mil hectares com pínus e araucária e 69 mil

hectares com eucalipto – e 187 mil hectares de áreas de preservação

permanente e reserva legal, crescimento de 4% e 7%, respectivamente, em

comparação a 2007. (KLABIN, 2008).

37

No ano, foi introduzida uma importante mudança no sistema de colheita

de madeira e de coleta de resíduos florestais, reflexo de uma visão abrangente

de longo prazo e de melhoria contínua. Iniciada no Paraná e estendida para

Santa Catarina tem como um dos principais objetivos otimizar o processo de

colheita de madeira e produção de biomassa como fonte de energia, com base

em práticas sustentáveis. Todas as etapas foram aprimoradas, o que permitiu

criar um modelo bem-estruturado, com maior produtividade e redução de custo.

O projeto para o novo modelo, chamado de Módulo de Colheita, demandará

investimento total de R$ 77 milhões, dos quais R$ 30 milhões aplicados em

2008, com previsão de estar concluído em 2009. Ele proporciona:

a) mais segurança e conforto aos operadores, que trabalham em

cabines ergonômicas e protegidas inclusive contra tombamento;

b) redução de 90% na quebra de madeira.

c) ganho adicional proporcionado pela retirada e pelo aproveitamento

dos resíduos florestais (galhos e copas de árvores), que se tornam

biomassa para a geração de energia limpa na fábrica;

d) melhor conservação do solo, efeito da menor pressão dos

equipamentos sobre o terreno, e facilidade no preparo de solo dos

plantios futuros de florestas;

e) a operação de derrubada é realizada com precisão para evitar danos

às áreas de preservação. (KLABIN, 2009a).

Processadores computadorizados são capazes de medir os diâmetros e

os comprimentos desejados para as toras, fazendo o corte exato. Eles também

fornecem relatórios de quantidade de toras e volume cortado no turno de

trabalho. Os motores a diesel que equipam as máquinas são de última

geração, visando à menor emissão possível de gases poluentes. Outra

preocupação foi garantir que a manutenção e o gerenciamento dos módulos de

colheita estejam próximos à operação. Uma oficina bem-equipada e um

escritório móvel, conectado via satélite aos sistemas da Klabin, fazem parte de

cada módulo operacional. (KLABIN, 2009a).

O Programa de Fomento Florestal da Klabin, desde o início, em 1984,

beneficiou 18 mil proprietários com o plantio de 87 mil hectares e 145 milhões

de mudas distribuídas, em 76 municípios dos estados do Paraná, de Santa

Catarina e de São Paulo. Em 2008, o fomento atingiu 14 mil hectares,

38

abrangendo 4,7 mil produtores rurais. No ano, eles responderam por 9% do

abastecimento da madeira consumida pelas unidades industriais. (KLABIN,

2009a).

A meta é que essa parcela represente 20% do consumo em 2012.

O programa tem o objetivo de ampliar a renda dos produtores rurais,

com a formação de florestas em áreas ociosas e marginais das propriedades.

Além de promover a recuperação da mata nativa, a atividade auxilia na fixação

de populações rurais, pois garante poupança futura para pequenos e médios

proprietários. (KLABIN, 2009a).

O fomento florestal também traz benefícios ambientais, pois as florestas

preservam e protegem os solos da erosão, evitam o assoreamento dos rios e

regularizam o fluxo de água e de chuvas. (KLABIN, 2009a).

Os fomentados contam com orientação técnica da Klabin em todas as

etapas do cultivo – do fornecimento das mudas e correto manejo florestal a

noções sobre a comercialização de madeira. A atividade conta com apoio do

Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e do

Programa de Plantio Comercial e Recuperação de Florestas (Propflora),

modalidades de financiamento em que a Klabin se torna avalista dos

produtores rurais. Os fomentados também têm a garantia de compra do

produto por parte da empresa ao preço de mercado. (KLABIN, 2008).

Já o Programa Matas Legais, criado em 2005, direcionado aos

fomentados, já beneficia mais de 200 produtores rurais em Santa Catarina e

140 no Paraná, onde foi iniciado em 2008. (KLABIN, 2008).

Desenvolvido em parceria com a Associação de Preservação do Meio

Ambiente e da Vida (Apremavi), tem como objetivo ajudar os produtores a

planejar suas propriedades atendendo à legislação ambiental, com o

desenvolvimento de atividades sustentáveis. Uma equipe técnica especializada

é responsável por ensinar aos produtores conceitos de ecologia e orientar o

desenvolvimento de atividades como agricultura, ecoturismo e fomento

florestal.

O resultado é o cumprimento das normas ambientais vigentes e, ainda, a

formação de um lugar agradável para viver e trabalhar. (KLABIN, 2008).

39

1.1.2.2 Unidade papéis

A Klabin é pioneira e líder na produção de kraftliner e maior produtora e

exportadora de papéis para embalagens na América Latina. É responsável por

cerca de 6% do papel kraftliner comercializado no mercado internacional,

oferecendo a seus clientes produtos certificados e de alta qualidade. (KLABIN,

2008).

Fonte: Klabin (2009a)

Figura 8: Processo produtivo do papel

O papel kraft fabricado pela Klabin abastece de forma integrada as nove

fábricas de embalagens de papelão ondulado da Companhia, além de ser

comercializado para fabricantes de embalagens em mais de 60 países.

(KLABIN, 2008).

Já na linha de papel cartão, os produtos da Klabin são diferenciados por

ser produzidos a partir de um mix de fibras virgens curtas (de eucalipto) e

longas (originadas de pínus), conferindo resistência e printabilidade às

40

embalagens dos clientes. (KLABIN, 2008). A Figura 8 mostra o processo

produtivo da Unidade Papéis.

Os papéis e cartões Klabin possuem o selo FSC para cadeia produtiva e

a certificação alemã do ISEGA, uma garantia de que os produtos podem ter

contato direto com alimentos. (KLABIN, 2008).

O setor de papel cartão é a expressão da alta tecnologia da Klabin,

voltada para o desenvolvimento de produtos de maior valor agregado, para

atender às demandas dos clientes mais exigentes. (KLABIN, 2008).

Aprovado em janeiro de 2006 pelo Conselho de Administração da

Klabin, o Projeto MA - 1100 tem como objetivo elevar a capacidade da fábrica

de Monte Alegre, em Telêmaco Borba, no Paraná, de 700 mil toneladas/ano

para 1,1 milhão de toneladas/ano – elevando a produção total da empresa de

papel cartão de 340 para 740 mil toneladas/ano. A Licença Prévia e a Licença

de Instalação já foram aprovadas, o que significa que todos os pré-requisitos

ambientais foram atendidos para o início das obras. (KLABIN, 2008).

O volume de vendas de papéis e cartões foi de 964 mil toneladas (com

Liquid Packaging Board – LPB), 18% acima do exercício anterior. A receita

líquida somou R$ 1,48 bilhão, 21% superior à de 2007. O resultado positivo

deve-se à entrada em produção da nova máquina do Projeto de Expansão MA

- 1100, aliada a fatores como inovação tecnológica, presença comercial,

estrutura da empresa, certificação e gestão ambiental. (KLABIN, 2008).

O MA - 1100 coloca a Klabin em uma excelente posição no mercado

global, como um grande produtor com custo de produção e de distribuição

altamente competitivos, pois a participação da Klabin no mercado doméstico de

papel cartão, passou de 12% em 2007, para 18%, em 2008 (sem LPB). Tudo

isso, sem nunca esquecer de seu compromisso histórico com o

desenvolvimento sustentável e com a excelência em atendimento ao cliente.

(KLABIN, 2008).

Os investimentos em pesquisa e desenvolvimento permitiram lançar

novas linhas de papéis com gramatura menor, mantendo as mesmas

características técnicas estruturais e de qualidade. Nos segmentos de cartões

e kraftliner, a redução de gramatura variou de 4% a 10%, com ganhos

econômicos para os clientes e vantagens ambientais, pelo uso de menos fibras

para fabricar a embalagem. (KLABIN, 2008).

41

A aquisição de uma nova máquina de papel de última geração, a

Máquina 9 (Anexo A), a instalação de uma linha de produção de fibra de

eucalipto pelo processo Chemi-Thermo Mechanical Pulp (CTMP), a maior do

Brasil, e a implementação de uma nova planta de co-geração de vapor e

energia com base em biomassa, através de uma nova caldeira de biomassa,

com capacidade de 250 toneladas de vapor/hora, trabalhando a 5000 ºC e 100

bar de pressão que, com essa configuração, será a planta de co-geração mais

eficiente no setor de Papel e Celulose no Brasil. Com isso, a Klabin pretende,

além de aumentar a capacidade produtiva, elevar o uso do eucalipto no

processo produtivo, resultando em cartões mais competitivos nos mercados

internacionais, tanto na qualidade quanto nos custos. (KLABIN, 2008).

Com a aquisição da Máquina 9 a Klabin ampliou a capacidade de

produção da Unidade Monte Alegre para 1,1 milhão de toneladas/ano,

posicionando a unidade entre as dez maiores fábricas de papel do mundo e

como a sexta maior fabricante global de papel cartão de fibras virgens. A

Máquina 9 possui capacidade para produzir 350.000 toneladas/ano de papel

cartão dos tipos:

a) Folding Box Board, utilizado na fabricação de embalagens para

alimentos, de higiene e limpeza, eletrodomésticos, brinquedos, entre

outros;

b) Carrier Board, usado em embalagens multipack para cervejas,

refrigerantes, iogurtes, entre outros;

c) Liquid Packaging Board (LPB), utilizado na fabricação de

embalagens longa vida para alimentos líquidos e pastosos. (KLABIN,

2008).

Com a entrada em operação da MP9 em Monte Alegre, o volume de

vendas de cartões da Klabin atingiu 506 mil toneladas, aumento de 43% em

relação a 2007. A receita líquida acumulou R$ 935 milhões, incremento de 35%

quando comparado ao ano anterior. (KLABIN, 2009a).

O crescimento das vendas de papel cartão no mercado externo em 2008

foi de 110% sobre a mesma base do ano anterior. O volume exportado, de 216

mil toneladas, representou 43% do total comercializado no ano (29% em 2007).

Isso se deve, principalmente, à maior disponibilidade de cartões com a

expansão de capacidade na Unidade Monte Alegre, projeto executado com

42

base na mais moderna tecnologia industrial e ambiental disponível no

momento. (KLABIN, 2008).

A empresa investirá nesta expansão cerca de R$ 1,5 bilhão. A Unidade

de Monte Alegre, que já é a maior fábrica de papéis do Brasil, ficará entre as

dez maiores fábricas de papel do mundo, e a Klabin se tornará uma das seis

maiores fabricantes globais de cartões de fibras virgens. (KLABIN, 2008).

Aberta no segundo semestre de 2008, a nova estrutura comercial na

Europa obteve excelente resultado, com o fechamento de contratos e

propostas de novos negócios. (KLABIN, 2008).

A empresa também investe na ampliação das vendas para os mercados

da Austrália e da Nova Zelândia. (KLABIN, 2008).

Os cartões da Klabin já inovam no mercado pela associação das fibras

longas (pínus) e curtas (eucalipto), com vantagens comparativas, por

agregarem as melhores qualidades de ambas: resistência e qualidade de

impressão. As principais utilizações do papel cartão são nos segmentos de

alimentos (leite, lácteos, sucos, molhos, vinhos e refrigerados), bebidas

(refrigerantes e cervejas), higiene, limpeza e farmacêuticos. (KLABIN, 2008).

A Klabin é a única fabricante no hemisfério sul de cartões da linha Liquid

Packaging Board (LPB) para embalar líquidos e alimentos pastosos. Também

produz cartões para embalagens em geral – produtos alimentícios (refrigerados

e congelados), de higiene e limpeza, brinquedos, calçados e eletroeletrônicos –

tipo multipack (como as de cervejas, refrigerantes e iogurtes). (KLABIN, 2008).

Fonte: Klabin (2009b)

Figura 9: Embalagens produzidas com papel cartão da Klabin

No ano de 2008, foi desenvolvido o papel cartão triplex, dirigido a

43

segmentos de mercado que valorizam também a brancura do verso em

algumas embalagens, como em fast food cosméticos e impressos

promocionais. (KLABIN, 2008).

Os principais fornecedores já foram escolhidos. Estão com a Klabin

importantes empresas, como Metso Paper (pátio de madeira, branqueamento e

cozinha de tinta para revestimento), Andritz (CTMP), Voith Paper (MP 09), CBC

(Caldeira de Recuperação 2), Babcock Power Espanha (Caldeira de Força),

Kvaerner (reforma do digestor, evaporação, caustificação e novo forno de cal),

ABB (automação), Siemens/CNEC (Turbogerador), Centroprojekt (ETE) e Enfil

(tratamento de água para caldeiras). A previsão é de que todo o projeto de

expansão termine com o início das atividades fabris no final de 2007. (KLABIN,

2009a).

Os benefícios socioambientais para a região serão diversos, como a

redução da carga específica de emissões para o rio Tibagi, a redução do

consumo de óleo com a instalação da nova caldeira de biomassa, com a

consequente redução de emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE), a redução

dos resíduos sólidos e do consumo de água na Klabin e na região de Telêmaco

Borba. O projeto prevê a criação de cerca de 1.000 empregos diretos, sendo

250 na operação da fábrica e 750 na área florestal. Durante a implantação do

projeto, estima-se a criação de até 4,5 mil empregos. Prevê-se o pagamento de

R$ 350 milhões em impostos e de R$ 13 milhões por ano em salários na

região, beneficiando o seu desenvolvimento e estimulando ainda mais os

programas de Fomento e Arrendamentos Florestais. (KLABIN, 2009a).

O papel kraftliner fabricado pela Klabin abastece de forma integrada as

nove fábricas de embalagens de papelão ondulado da empresa e é exportado

para mais de 50 países, sendo a maior fornecedora de vários mercados na

América Latina. (KLABIN, 2008).

As vendas de kraftliner em 2008 atingiram 458 mil toneladas, 1% inferior

a 2007. A receita líquida acumulou R$ 545 milhões, crescimento de 3%. O

preço internacional médio do kraftline em 2008 foi de US$ 732/t, segundo

dados da Foex – companhia privada, situada em Helsinki, Finlândia, que

levanta semanalmente os índices de preços para os principais tipos de celulose

e papel negociados na Europa. (KLABIN, 2008).

A empresa é pioneira e líder na produção e exportação desse tipo de

44

papel na região, respondendo por 74% das exportações brasileiras.

Atualmente, a Klabin possui 6% do mercado extrazona de kraftliner Em 2008,

em continuidade ao processo de oferecer ao mercado soluções para

embalagens cada vez mais competitivas e sustentáveis, foram reduzidas as

gramaturas do papel kraftliner, de 140 para 135 gramas por metro quadrado e

de 115 para 110 gramas por metro quadrado, com propriedades físicas

similares. O papel white top liner também teve redução de gramatura,

passando de 150 para 140 gramas por metro quadrado. (KLABIN, 2008).

Fonte: Klabin (2009b)

Figura 10: Bobina de kraftliner

As vantagens são econômicas e ambientais, pois, com a redução da

gramatura, o metro quadrado fica mais barato para o cliente e utiliza-se menos

matéria-prima para a fabricação do produto, o que reduz custos de transporte

e, principalmente, diminui os descartes. (KLABIN, 2008).

1.1.2.3 Unidade papelão ondulado

A Klabin é líder em papelão ondulado no Brasil e possui a maior

capacidade de produção do mercado nacional. As embalagens de papelão

ondulado são produzidas utilizando-se papéis fabricados pela própria empresa,

45

o que garante a qualidade do produto final. Comercializadas principalmente no

mercado interno, as embalagens atendem aos mais diversos segmentos com

soluções inovadoras. São ideais para o acondicionamento e o transporte de

variados produtos dos setores alimentício, de higiene e limpeza, frigorificados

para exportação, fruticultura, entre outros. (KLABIN, 2008).

Para atuar em um segmento altamente competitivo, a Klabin investe

constantemente na inovação dos produtos e processos, o que inclui

reengenharia de materiais, canais de distribuição, sistemas de embalagem e

prestação de serviços. (KLABIN, 2009a).

Todo o papel utilizado para a fabricação das embalagens é produzido

pela própria Klabin, tanto os papéis de fibra virgem quanto os papéis

reciclados, permitindo garantia da qualidade da matéria prima.

Atualmente, a produção de embalagens de papelão ondulado e papéis

reciclados produzidos pela Klabin já pode ser comercializada com o selo de

sustentabilidade FSC. (KLABIN, 2008).

As fábricas de conversão da empresa possuem tecnologia para produzir

caixas com os mais diversos tipos de papelão ondulado, desde ondas maiores,

como a A, B e C, até o Microondulado. Algumas dessas ondas podem ser

combinadas entre si, permitindo uma ampla gama de aplicações e resistências.

Além disso, a Klabin trabalha com diferentes tratamentos para aumentar a

resistência térmica das embalagens, protegê-las contra umidade e impedir a

penetração de gordura. Para o armazenamento e transporte de produtos

alimentícios, a empresa utiliza produtos isentos de contaminantes. (KLABIN,

2009a).

A flexografia é o tipo de impressão preponderante no papelão ondulado,

mas a Klabin também trabalha com impressão em offset, utilizando parceiros

especializados. A impressão flexográfica de até 4 cores permite resultados

incríveis, com agilidade e economia. A utilização de combinações através da

cromia aumenta a gama de cores e tons obtidos a partir das 4 cores primárias,

permitindo que o resultado desejado na embalagem seja atingido da melhor

forma. Além disso, a Klabin trabalha com tintas atóxicas, ideais para o

transporte de alimentos. (KLABIN, 2009a).

Com foco nas necessidades dos clientes, a Klabin desenvolve todo tipo

de embalagem, respondendo aos desafios apresentados pelas mais diversas

46

especificações e exigências. Para isso, a Klabin mantém uma equipe de

profissionais de excelência e laboratórios de alta tecnologia, pesquisando e

desenvolvendo novos produtos para atender às necessidades de forma

inovadora, conjunta, personalizada e diferenciada. (KLABIN, 2009a).

Mais do que fornecer produtos, a Klabin busca atuar como uma

verdadeira consultoria em soluções de embalagem. A área de Sistemas de

Embalagem cria processos de montagem automática de embalagens na

própria planta do cliente, usando equipamentos que podem ser integradas à

sua linha de produção. (KLABIN, 2009a).

Os sistemas de embalagem possibilitam ganho de competitividade para

o cliente por meio do aumento de produtividade, redução de custos e agilidade

no processo de fabricação. (KLABIN, 2009a).

A assistência técnica da Klabin garante total apoio na utilização das suas

embalagens dentro dos critérios definidos pelas necessidades dos clientes.

Para assegurar isso, a equipe de técnicos faz visitas preventivas,

acompanhamento de lotes-piloto e lotes comerciais. (KLABIN, 2009a).

A Klabin oferece treinamentos em manuseio, armazenagem e transporte

que auxiliam seus clientes a obter o melhor aproveitamento de suas

embalagens. Os técnicos da Klabin vão até as fábricas dos clientes para

capacitar as equipes que lidarão diretamente com a embalagem, desta forma o

cliente evita danos nas embalagens, melhora a sua performance e portanto

reduz seus custos. (KLABIN, 2009a).

1.1.2.4 Unidade de sacos industriais

A Klabin é reconhecida pela qualidade de seus sacos industriais, mais

resistentes e econômicos. A empresa aposta na permanente atualização

tecnológica de seu parque industrial, na inovação do desenvolvimento de seus

produtos e na maior oferta de soluções para seus clientes. (KLABIN, 2009a).

A Klabin fornece sacos com padrão de qualidade internacional para os

mercados interno e externo, com destaque nos segmentos de alimentos,

construção civil, produtos químicos e agronegócios. (KLABIN, 2009a).

47

1.2 Visão e política de sustentabilidade

A Klabin S/A é uma empresa que produz madeira, papeis e cartões para

embalagem, embalagens de papelão ondulado e sacos. Atua nos mercados

externo e interno, e se fundamenta nos seguintes princípios de sustentabilidade

para todas as atividades relativas aos seus produtos e serviços:

a) buscar a qualidade competitiva, visando a melhoria sustentada dos seus

resultados, aperfeiçoando continuamente os processos, produtos e

serviços para atender às expectativas de clientes, colaboradores,

acionistas, comunidade e fornecedores;

b) assegurar o suprimento de madeira plantada para as suas unidades

industriais, de forma sustentada, sem agredir os ecossistemas naturais

associados;

c) praticar e promover a reciclagem de fibras celulósicas em sua cadeia

produtiva;

d) evitar e prevenir a poluição por meio da redução dos impactos

ambientais relacionados efluentes hídricos, resíduos sólidos e emissões

atmosféricas;

e) promover o crescimento pessoal e profissional de seus colaboradores e

a busca de melhoria continua de trabalho, saúde e segurança;

f) praticar a responsabilidade social com foco nas comunidades onde atua;

g) atende à legislação e normas aplicáveis ao produto, meio ambiente,

saúde e segurança. (KLABIN, 2008).

O desenvolvimento sustentável na Klabin é um modelo que permite

conciliar a produção de riquezas com a geração de bem-estar social, sem

comprometer o futuro da espécie humana e do planeta. (KLABIN, 2009b).

A adoção do desenvolvimento sustentável, sobretudo pelo setor privado,

é um movimento que vem tomando forma no Brasil, dentro de um contexto de

crescimento e de adequação aos padrões internacionais de responsabilidade

empresarial. A Klabin é referência mundial em desenvolvimento sustentável.

(KLABIN, 2009b).

Na responsabilidade ambiental, a Klabin desenvolve suas atividades

florestais com base no conceito de desenvolvimento sustentável, para garantir

48

a biodiversidade e o equilíbrio dos ecossistemas das regiões onde atua.

(KLABIN, 2009b).

1.2.1 Controle ambiental

As atividades industriais da Klabin incorporam tecnologias para

produção limpa, como a eliminação de cloro elementar no processo de

branqueamento de celulose na Unidade de Monte Alegre, no Paraná. A

empresa tem investido no uso racional de recursos e no controle de emissões

atmosféricas, reduzindo os efeitos do processo produtivo sobre o meio

ambiente. (KLABIN, 2008).

Fonte: Salomão (2009, p. 57)

Figura 11: Fábrica ecológica

Em 2008, somente 18% da energia consumida foi proveniente de

combustíveis fósseis e fontes não-renováveis (óleo combustível e gás natural).

49

Em 2008, tornou-se a primeira empresa brasileira do setor de papel e celulose

na América Latina a completar dez anos com a certificação do FSC que

atualmente compreende as áreas do Paraná e de Santa Catarina. A

recertificação das florestas da Klabin no Paraná é válida pelos próximos cinco

anos. (KLABIN, 2008).

Já a certificação ISO 14001 para as unidades de Lages 1 e Goiania, de

sacos industriais, e para todas as unidades de embaiagens, foi uma importante

conquista do ano, pois essa norma de qualidade de gestão ambiental passa a

engíobar todos os negócios da empresa no Brasil. (KLABIN, 2008).

Fonte: Salomão (2009, p. 57)

Figura 12: Fábrica ecológica

Do total de R$ 2,2 bilhões investidos em todo o Projeto MA - 11 00, de

expansão da Unidade Monte Alegre, R$ 300 milhões foram aplicados em

melhorias de desempenho ambiental. Isso permitiu, entre outros benefícios,

redução no consumo de água, decréscimo de 15% no volume de efluentes por

tonelada produzida, diminuiçãode 20 mil toneladas/ano de óleo combustível, pois

a geração de vapor passou a ser realizada na nova caldeira de biomassa. Esse

equipamento também usa os resíduos de madeira do distrito industrial local e

50

elimina,dessa forma, um passivo ambiental do munidpio. (KLABIN, 2008).

Os benefícios ambientais obtidos foram:

a) redução em 25% da carga específica de DQO e 22% da carga

específica de DB0, para o rio Tibagi;

b) aproveitamento integral da biomassa, reduzindo resíduos sólidos.

c) redução de 36 m³/t para 30 m³/t do consumo de água;

d) redução do consumo de óieo em 20 mil t/a, com a instalação da nova

caldeira de biomassa;

e) redução em 15% do volume de efluentes por tonelada produzida;

f) créditos de carbono. (KLABIN, 2008).

1.2.2 Emissões atmosféricas

O principal desafio atual da indústria de papel e celulose é o controle das

emissões atmosféricas.

Os controles ambíentais têm como objetivo reduzir os materiais

particulados (MP), óxidos de enxofre (SOx), monóxido de carbono (CO), óxidos

de nitrogênio (NOx) e o odor na produção de celulose (TRS) para minímizar o

impacto ambiental pertinente e atender à legislação ambiental. (KLABIN,

2009a).

Para controle de emissões atmosféricas são adotadas algumas meddas

de mitigação como:

a) captação e incineração dos gases odoriferos e controle das emissões

de SOx resultantes;

b) novos equipamentos contemplam queimadores com baixa emissão

de Nox;

c) as emissões de enxofre total reduzido (TRS) das caldeiras de

recuperação são controladas por controles eficientes da combustão;

no forno de cal, são mitigadas por meio do controle do excessode ar

e do residual de sódio na lama de cal;

d) os gases de combustão das caldeiras de recuperação, caldeiras

auxiliares e fornos de cal são controlados por precipítadores

51

eletrostáticos;

e) a energia obtida pela queima dos licores e de biomassa é utilizada

para cogeração de energia;

f) otimização do consumo de biomassa para reduzir o consumo de

combustíveis fósseis que reduz os gases de efeito estufa. (KLABIN,

2008).

A Figura 13 mostra o índide de emissão de DBO5 e DBQ (Kg/t papel) na

Klabin papéis.

Fonte: Klabin (2009b, p. 55)

Figura 13: Emissão de DBO5 e DBQ na Klabin papéis

A Klabin também busca alternativas para limpar sua matriz energética

como uso de combustíveis alternativos e a melhoria de tecnologia para

menores emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE). (KLABIN, 2008).

As emissões de GEE provenientes da participação de gás natural

cresceram 3% e de óleo combustível apresentaram redução de 1% em relação

ao ano anterior. As unidades de Piracicaba (SP), Jundiaí - Distrito Industrial

(SP), Guapimirim (RJ), Goiana (PE), Del Castilho (RJ) e Betim(MG) utilizam

gás natural como combustível na geração de vapor. Dentre os fósseis, é o

combustível mais limpo, e tal substituição permite reduzir de 76 para 56 kg de

CO²/GJ, ou seja, 26% menos emissão de GEE por unidade de energia.

(KLABIN, 2008).

Em 2008, as emissões fósseis foram originadas 87% pelo uso de óleo

pesado, 11% de gás natural e 2% de GLP (Gás Liquefeito de Petróleo).

(KLABIN, 2008).

52

1.2.3 Efluentes hídricos

Em 2008, o consumo total de água das unidades da Klabin foi de

74.076.942 m³, aumento de 5% em reiação ao ano anterior, em comparação ao

acréscimo de 10% no volume total de vendas de papel pela companhia.

(KLABIN, 2008).

Fonte: Klabin (2009b, p. 57)

Figura 14: Consumo específico de água (m3/t) Klabin Papéis

A busca pela redução no consumo de água e o fechamento de circuitos

integram os novos investimentos de todos os negócios da empresa. Em

embalagens e sacos industriais, o fechamento de circuito de água é adotado na

maioria das unidades. (KLABIN, 2008).

O consumo específico de água de 2008 das unidades de papéis foi 13%

mais baixo em relação ao ano anterior devido principalmente à conclusão do

Projeto MA - 1100 e ao bom andamento operacional nas unidades de Correia

Pinto e Otacílio Costa (SC) e Angatuba (SP). (KLABIN, 2008).

A implantação do Sistema de Gestão Ambiental nas unidades de

embalagens e sacos industriais propordonou redução no consumo específico

de água em decorrênte de padronização de procedimentos operacionais,

meIhorianos nos controles ambientais e aumento de conscientzação dos

funcionários próprios e de terceiros.

53

As unidades industriais possuem tanto indicadores ambientaís internos

como definidos pela legislação ambiental. As demandas bioquimica e química

de oxigênio (DBO5 e DQO) são os prindpais parâmetros monitorados e fazem

parte da licença de operação de todas as unidades.A Klabin atende à

legislação e busca superá-Ia, com programas de redução de perdas de

insumos e matérias-primas, uso racional de recursos e melhoria de processos,

para prevenir e restringir impactos ambientais relacionados a efluentes

hídricos, emissões atmosféricas e resíduos sólidos. (KLABIN, 2008).

A emissão de DQO teve redução de 16% e a de DBO5 de 19%,

principalmente devido ao desempenho da Estação de Tratamento de Efluentes

(ETE) das unidades Otacílio Costa (SC) e Monte Alegre, em Telêmaco Borba

(PR). (KLABIN, 2008).

Em sacos industriais, um destaque no ano foi o tratamento de efluentes

na Unidade de Lages (SC). Foram realizados trabalhos de melhorias para

minimizar impactos ambientaís com aumento da concentração do iodo líquido e

reduçâo da umidade em 30%. (KLABIN, 2008).

Também foi adotada a coleta seletiva de lixo e consolidado o sistema de

captação de água da chuva, com aumento de tanques e, consequentemente,

maior economia da quantidade de água usada em diferentes atividades, como

lavagem de peças. (KLABIN, 2009a).

1.2.4 Residuos sólidos

Um dos desafios na fabricação de papel e celulose é minimizar a grande

geração e dar o destino adequado aos resíduos do processo produtivo. Os

principais resíduos são não-inertes (grits, dregs, lama de cal, rejeitos fibrosos

entre outros) que necessitam de disposição adequada. As áreas de disposição

e triagem são devidamente monitoradas, assegurando a não contaminação de

lençóis freáticos. A destinação de resíduos é feita por terceiros devidamente

regularizados. (KLABIN, 2009a).

A Klabin empenha-se numa constante busca por tecnologias não-

agressoras ao meio ambiente, com o objetivo de harmonizar e minimizar o

54

impacto de suas atividades produtivas. Esse respeito à natureza fica evidente

em todo o seu setor industrial, em que cada unidade fabril possui

equipamentos que garantem o equilíbrio do ecossistema da região onde está

inserida. (KLABIN, 2009a).

Em novembro, entrou em operação o novo aterro industrial para

resíduos não-perigosos na Unidade de Goiana (PE). (KLABIN, 2009a).

A Figura 15 mostra a emissão de resíduos sólidos na empresa em 2007

e 2008.

Fonte: Klabin (2009b, p. 60)

Figura 15: Resíduos sólidos (mil t) Klabin Papéis

1.2.5 Energia

O consumo global de energia da Companhia foi 14% superior ao de

2007, passando de 38.104.762 GJ para 43.378.000 GJ produzida,

principalmente em razão do aumento de produção na Unidade Monte Alegre

com a conclusão do Projeto MA - 1100. A capacidade de produção da unidade

passou de 700 mil para 1,1 milhão t/ano. (KLABIN, 2008).

O aumento da capacidade de produção a partir do Projeto de Expansão

MA – 1100 foi acompanhado por ganhos de eficiência energética obtidos com a

instalação de equipamentos complementares. (KLABIN, 2009a).

A geração de energia proveniente de biomassa reduziu 4% e a energia

proveniente do óleo combustível aumentou 1,62% em 2008, devido

principalmente ao atraso do cronograma da nova caldeira de biomassa.

55

(KLABIN, 2009a).

O início de operação dessa caldeira - em julho de 2008 - proporcionou a

redução de 70% no consumo de óleo para produção de vapor, que passou da

média de 8.280 para 2.460 t/mês. (KLABIN, 2009a).

Fonte: Klabin (2009b, p. 57)

Figura 16: Consumo de energia elétrica em 2008 (1.875.312 MWh)

O consumo de energia gerada termicamente aumentou 4%, devido

principalmente ao início de operação (em março de 2008) do novo turbo

gerador de 70 MW. O consumo total de energia aumentou 28% em relação ao

ano anterior, principalmente pelo aumento de produção após a implantação do

Projeto MA - 1100, que aumentou 10% o volume de vendas de papel da

empresa no período. (KLABIN, 2009a).

Fonte: Klabin (2009b, p. 57)

Figura 17: Consumo de energia térmica em 2008 – Unidade de Negócios de

56

Papéis (723.772 MWh)

A energia térmica gerada pelas turbinas a vapor totalizou 723.772 MWh

em 2008, acréscimo de 42% sobre 2007, principalmente devido ao novo

turbogerador da Unidade Monte Alegre. (KLABIN, 2008).

A participação de combustíveis fósseis na cogeração de energia elétrica

atingiu 18%. Houve incremento de 3% sobre o ano anterior, especialmente em

decorrência do atraso no cronograma de instalação na nova caldeira de

biomassa, o que levou a suprir a demanda de vapor por meio de caldeiras a

óleo combustível. (KLABIN, 2008).

1.2.6 Bidiversidade

As propriedades da Klabin mesclam florestas plantadas e extensas

áreas de mato nativa preservada. (KLABIN, 2009a).

A Klabin possuía, em 31 de dezembro de 2008, 83 hectares de florestas

nativas preservadas para cada 100 hectares de florestas plantadas. Algumas

das áreas da empresa são consideradas de alto valor de conservação, como

Tabual do Mauã e Varanal (PR) e Fazenda Farofa (SC). (KLABIN, 2009a).

A empresa também possui em Telêmaco Borba (PR), o Parque

Ecológico da Klabin que ocupa área total de 11.196 hectares dos quais 7.883

são formados por florestas naturais, representadas pela mata de araucária.

Algumas dessas florestas ainda se encontram em estado primitivo ou pouco

alteradas. Em 2008, o parque recebeu 33.224 visitantes. O Criadouro Científico

de Animais Silvestres instalado no parque é espaço para atividades de

reprodução em cativeiro de espécies da região, principalmente as consideradas

em extinção. Os visitantes encontram recintos para mamíferos e aves, além de

um serpentário. (KLABIN, 2008).

1.2.7 Pacto Global

57

Em sintonia com o compromisso de sustentabilidade, a Klabin aderiu,

em 2002, ao Pacto Global, resultado de um convite feito ao Setor privado, em

1999, pelo ex-secretário-geral das Nações Unidas Kofi Annan para que as

empresas contribuam na busca de uma economia global mais sustentável e

inclusiva, com base no atendimento a dez princípios de sustentabilidade. Esses

princípios abrangem direitos humanos, trabalho, meio ambiente e

anticorrupção. (KLABIN, 2008).

Como um indicador da adesão ao Pacto Global. a Klabin também apóia

os Oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, desafio a ser atingido até

2015 por meio de ações concretas dos governos e da sociedade. (KLABIN,

2008).

1.3 Projetos sociais

1.3.1 Colaboradores

A missão da área de Recursos Humanos da Klabin consiste em:

a) atuar no desenvolvimento das competências organizacionais,

alinhada aos movimentos da organização, promovendo a contínua e

permanente capacitação da liderança e times de trabalho;

b) contribuir continuamente no aprimoramento do conhecimento técnico

e desenvolvimento comportamental, instrumentalizando a

organização com novas ferramentas, sistemas e metodologias,

possibilitando a aplicação das melhores práticas e a adoção de

critérios de equidade e coerência;

c) assegurar uma força de trabalho capacitada e motivada para os

desafios de competitividade crescente no mercado mundial,

contribuindo para a perpetuidade organizacional. (KLABIN, 2008).

No final de 2008, o quadro de pessoal registrava 7.498 colaboradores

próprios, sendo 7.403 no Brasil e 95 na Argentina, e 5.934 de terceiros,

somando 13.432 colaboradores. (KLABIN, 2008).

58

O processo de recrutamento e seleção está estruturado de forma a

garantir o alinhamento de conceitos e uniformização de padrões consistentes

no processo de análise, avaliação e seleção de candidatos. (KLABIN, 2009b).

Toda e qualquer admissão para o quadro efetivo é precedida pelo

processo técnico de seleção, mantendo o compromisso de equidade no

tratamento dos candidatos em análise. As vagas que surgem são destinadas

prioritariamente aos colaboradores internos. A decisão sobre o recurso humano

Menores de 18 anos são contratados somente na condição de

aprendizes, nos termos da lei, e, eventualmente, em áreas administrativas.

(KLABIN, 2009b).

Em relação à saúde e segurança dos colaboradores da Klabin, o

Programa Klabin de Excelência em Segurança e Saúde Ocupacional

proporcionou 80% de redução nos índices de acidentes desde sua criação, em

2005. O programa é composto de 11 diretrizes e 75 ferramentas/requisitos de

gestão, sendo 17 já implementadas e 13 em andamento. Mais de 800

profissionais foram preparados e treinados para observar o comportamento dos

trabalhadores quanto à segurança do trabalho. Todas as fábricas mantêm um

Comitê de Segurança e Saúde Ocupacional, composto de gestores que

direcionam ações de prevenção e possuem também a Comissão Interna de

Prevenção de Acidentes (CIPA). (KLABIN, 2008).

No que se refere ao treinamento e educação, pode-se dizer que as

atividades de treinamento contaram com 76.508 participações em 2008

envolvendo todos os níveis hierárquicos. Foram 5.278 ações, representando a

média de 44,6 horas por colaborador. O investimento destinado a

desenvolvimento e capacitação somou R$ 4.3 milhões no período. (KLABIN,

2008).

O programa Competências do Gestor Klabin – tem como público-alvo

diretores, gerentes e coordenadores - aproximadamente 285 profissionais com

principal objetivo de nortear os planos de preparação e desenvolvimento dos

gestores da empresa para que eles possam atuar de forma coesa e alinhada

aos valores e objetivos organizacionais. (KLABIN, 2008).

O desenvolvimento de equipes é realizado sob demanda, atende a todos

os níveis hierárquicos. São programas estruturados sob medida, com o objetivo

de buscar melhores resultados, por meio do desenvolvimento de aspectos

59

comportamentais e habilidades de gestão de pessoas e equipes, explorando a

realidade do dia a dia de cada área e desenvolvendo posturas e

comportamentos que facilitem o processo de interação das equipes. (KLABIN,

2008).

No tocante a bolsas de estudos, pode-se dizer que em 2008, 295

colaboradores receberam bolsas de estudos de acordo com os critérios

definidos na Política de Educação da Klabin:

a) o percentual de participação da empresa na mensalidade, incluindo

matrícula, deverá ser de até 30% do valor da mensalidade, limitado a

R$ 300 por mês;

b) critérios de elegibilidade: o curso solicitado deve estar vinculado à

área de atuação do colaborador; o solicitante deve ter no mínimo seis

meses de admissão e não poderá ter se envolvido em acidente de

trabalho com afastamento nos 12 meses que antecedem a

concessão da bolsa. (KLABIN, 2008).

Em relação à remuneração e benefícios, a política de remuneração da

Klabin é permanentemente acompanhada, para assegurar condições de

competitividade em relação ao mercado, sendo integrada por uma parte fixa e

outra variável, atrelada a desempenho e resultados. (KLABIN, 2009a).

O Programa de Participação nos Resultados caracteriza-se por uma

premiação adicional baseada em indicadores de resultados operacionais da

empresa, como EBITDA (geração operacional de caixa), volume de produção,

custos, indicadores de segurança, qualidade e meio ambiente. Em 2008,

significou um montante de R$ 12,1 milhões. (KLABIN, 2008).

Além de assistência médica, vale-transporte e vale-alimentação, a Klabin

oferece uma série de benefícios a seus colaboradores, tais como: assistência

odontológica, seguro de vida, empréstimo consignado em folha de pagamento,

coberturas para incapacidade/invalidez e auxílio-excepcional (para filhos).

O Programa de Benefício de Medicamentos é executado em todas as

unidades por uma única operadora.

Desde 1998, é mantido um programa de previdência privada com o

objetivo de complementar o benefício pago pelo INSS e, assim, proporcionar

uma renda maior na aposentadoria. (KLABIN, 2008).

O programa de medicina preventiva da empresa relaciona: exames

60

periódicos ampliados, programa de prevenção e tratamento ao tabagismo,

saúde ocular, campanha de combate à hipertensão arterial, grupo esteatose

hepática, monitoramento de doenças crônicas, grupo síndrome metabólica,

campanha de combate ao diabetes e terapias alternativas (quickmassage,

shiatsu, reflexolagia e auriculoterapia). (KLABIN, 2009a).

A empresa também oferece orientação nutricional, atividade

física/integração e ações educativas, tais como: TPM e hábitos alimentares,

finanças pessoais e qualidade de vida, como tornar sua vida mais ativa, HPV

(Human Papiloma Vírus ou Papilomavírus Humano), primeiros socorros, a

importância de uma alimentação saudável em sintonia com a prática de

atividade física. (KLABIN, 2009a).

1.3.2 Sociedade

Meta é o desenvolvimento comunitário A relação com a comunidade é a

base das diferentes ações sociais desenvolvidas nos municípios onde a Klabin

atua. As iniciativas abrangem os mais diferentes campos, como saúde,

assistência social, cultural, educação técnica e ambiental - com incentivo à

participação voluntária dos colaboradores. (KLABIN, 2009a).

Dentre os programas desenvolvidos pode-se citar o Programa Jovem

Futuro que apóia os jovens como agentes de desenvolvimento comunitário nos

municípios onde está presente com unidades fabris, o Programa de Educação

ambiental para adultos e crianças como é o caso do Projeto Força Verde Mirim.

(KLABIN, 2009a).

1.3.3 Ações sociais

A preocupação da Klabin com a educação é perceptível nas doações

feitas a escolas e entidades. Uma delas é a Fundação do ABC, que aplicou os

recursos em pesquisas científicas e na manutenção de sua estrutura e

61

administração. (KLABIN, 2008).

A Klabin contribui com diversas entidades ligadas às comunidades das

regiões onde estão instaladas suas unidades industriais, seja com doações

financeiras, campanhas de conscientização ou arrecadação de produtos. A

empresa incentiva o voluntariado através do Programa Terra Viva Associação

de Voluntários, entidade sem fins lucrativos criada em 2003, é um instrumento

para incentivar e organizar as ações voluntárias na empresa. (KLABIN, 2008).

Outro Programa da Klabin refere-se à apicultura e meliponicultura, pois é

uma importante alternativa para pequenos e médios produtores rurais, além de

apresentar grande potencial de integração com atividades florestais,

valorizando os produtos florestais não-madeireiros. O Programa é desenvolvido

em parceria com a Associação de Apicultores de Telêmaco Borba e reúne 14

produtores de mel da região de Telêmaco Borba (PR). (KLABIN, 2008).

1.3.4 Saúde

Nessa área a Klabin destina recursos para hospitais, institutos, centros

de ensino, associações que se dedicam a pesquisa, cirurgias e atividades de

reabilitação. (KLABIN, 2009a).

O Programa de Fitoterapia – atividade certificada pelo FSC e ainda

inédita na área de não-madeireiros no mundo – direciona atendimento por meio

de um plano de saúde em. autogestão. São atendidas cinco doenças básicas,

que representam praticamente metade de todos os problemas de saúde

apresentados: gripes e resfriados, ferimentos e lesões de pele, dispepsias,

diarréia e hipertensão arterial leve. São beneficiados colaboradores e seus

familiares, na Unidade Monte Alegre, em Telêmaco Borba (PR). (KLABIN,

2009a).

1.3.5 Cultura

62

Um projeto sociocultural mantido pela empresa é o Coral Meninas

Cantoras da Klabin, que contribui para a prática de valores éticos e morais e,

sobretudo, para a formação das crianças, filhas de colaboradores da empresa.

(KLABIN, 2009a).

A Klabin também patrocina outras iniciativas artísticas e culturais, como

o projeto Cresci na Mangueira, da produtora de audiovisual Bossa Nova Films,

e o documentário Doce Brasil Holandês, feito para a tevê pela M. Schmiedt

Produções, com lançamento previsto para setembro de 2009. (KLABIN,

2009a).

1.3.6 Políticas públicas

Por meio de diferentes fóruns, associações e outros grupos que

envolvem entidades do setor florestal, a Klabin tem participado e buscado

influenciar a elaboração de políticas públicas direcionadas a criar condições de

desenvolvimento das comunidades em que está presente, assim como

defender os interesses do setor em que atua. Nesse sentido, diretores e

gerentes representam a empresa em associações e entidades, a exemplo da

Associação Brasileira do Papelão Ondulado (ABPO) e da Associação Brasileira

de Embalagens (Abre) - ambas presididas, em 2008, por um diretor da Klabin.

(KLABIN, 2009a).

1.4 Investimentos

A Klabin investiu R$ 653 milhões em 2008, sendo os maiores volumes

destinados ao Projeto de Expansão MA – 1100. Além desse foram adquiridas

terras destinadas ao plantio de florestas e a um novo sistema de mecanização

de colheita no Paraná e em Santa Catarina. Nos últimos cinco anos, a empresa

aplicou R$ 3,8 bilhões em projetos de expansão, modernização e continuidade

operacional. (KLABIN, 2008).

63

Reconhecida como fábrica ecológica, a Unidade Monte Alegre passa a

ser uma das dez maiores fábricas integradas de papel e celulose do mundo.

Trata-se do maior investimento da Klabin, no valor de R$ 2,2 bilhões, e um dos

mais importantes já feitos por uma empresa brasileira do setor de papel e

celulose. A capacidade de produção de papéis da unidade passou de 700 mil

para 1,1 milhão de toneladas/ano. Dessa forma, a capacidade total de

produção da empresa passou de 1,6 milhão para 2 milhões de toneladas/ano

de papéis para embalagens. (KLABIN, 2008).

A aquisição de equipamentos para a mudança na mecanização do

processo de colheita florestal recebeu recursos da ordem de R$ 30 milhões em

2008, de um total de R$ 77 milhões. O total de investimentos absorvidos pela

Unidade de Negócio Florestal foi de R$ 301 milhões, aplicados também na

compra de terras, pesquisa e desenvolvimento. (KLABIN, 2009a).

A Unidade de Negócio Sacos Industriais investiu em projetos de

inovação, modernização tecnológica, automação de processos produtivos e em

novos produtos. (KLABIN, 2008).

A Unidade de Negócio de Papelão Ondulado está aumentando a

produtividade nas fábricas localizadas nas regiões Sul e Sudeste, o que incluiu

a aquisição de novas impressoras e a atualização tecnológica de onduladeiras

e de outros equipamentos. (KLABIN, 2008).

64

CAPÍTULO II

CONTEXTUALIZANDO SUSTENTABILIDADE E

RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL

2 EVOLUÇÃO DA QUESTÃO AMBIENTAL

Desde 1960 discutem-se nas empresas questões que se referem ao

consumo responsável, valores organizacionais, respeito à comunidade, aos

consumidores, à diversidade, discriminação racial e trabalho infantil, entre

outros. (OLIVEIRA; DENARDIN; MURINI, 2009).

De acordo com Moura, (2000), na década de 1960 alguns recursos

passaram a ser mais valorizados com o aumento da população e do consumo

como a água, petróleo e madeiras.

Nesta década o Clube de Roma divulgou o relatório denominado Os

limites para o crescimento, onde através de simulações matemáticas foram

feitas projeções de crescimento populacional, poluição e esgotamento dos

recursos naturais da Terra, daí surge o termo responsabilidade ambiental.

(MOURA, 2000).

Segundo Dias (2006), no início da década de 70, tomaram-se mais

consistentes os questionamentos sobre o modelo de crescimento e

desenvolvimento econômico que perdurava desde a Revolução Industrial, que

teve início no século XVIII.

O que se questionava era que, embora tivessem ocorrido profundas

mudanças na economia, os níveis de subdesenvolvimento e pobreza não

abaixavam, e em muitos casos aumentavam; além disso, a desigualdade social

entre os países desenvolvidos e subdesenvolvidos se tornava cada vez maior.

(DIAS, 2006).

É a partir dos trabalhos desenvolvidos pelo Professor Ignacy Sachs

(1986/2002) e também pela Comissão Mundial de Meio Ambiente e

Desenvolvimento que resulta no Relatório Brundtland, intitulado Nosso Futuro

65

Comum (1987) nos quais o termo ecodesenvolvimento ou desenvolvimento

sustentável começa a ter destaque no movimento ambientalista, com

defensores e críticos em todas as áreas. Falar em sustentabilidade segundo a

Comissão é usar os recursos de forma racional que permitam manter uma

qualidade de vida no presente preservando os recursos para as gerações

futuras. (MATSUNAGA, 2008).

De acordo com Maurice Strong, em prefácio de livro de Sachs, o

conceito normativo básico de desenvolvimento sustentável emergiu na

Conferência de Estocolmo de 1972, e foi designado à época como abordagem

do ecodesenvolvimento e, posteriormente, renomeado com a denominação

atual. Segundo ele, que foi Secretário Geral da Conferência, o desenvolvimento

sustentável será alcançado se três critérios fundamentais forem obedecidos

simultaneamente: equidade social, prudência ecológica e eficiência econômica.

(DIAS, 2006).

A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano

(CNUMAH), na cidade de Estocolmo na Suécia; foi considerada marco

internacional da internacionalização e institucionalização do debate ambiental.

Nesta conferência cria-se o Programa das Nações Unidas para o Meio

Ambiente (PNUMA). Também influenciados pelo Relatório Meadows, ou

Limites do crescimento publicado pelo Clube de Roma em 1971, ainda hoje

discutido, atualizado e estudado. (MATSUNAGA, 2008).

Segundo Martins (2006), como previsto e em função da crescente

preocupação com o problema ambiental, a ONU realiza em 1972, na capital da

Suécia, Estocolmo, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente

Humano, que teve como resultado uma Declaração e um Plano de Ação para o

Meio Ambiente Humano que contém 109 recomendações.

A Conferência das Nações Unidas (ONU) de Estocolmo (1972)

reconhece a importância da gestão ambiental e fundamenta o conceito de

desenvolvimento sustentável. Na mesma época, o Clube de Roma,

empregando fórmulas matemáticas e computadores para determinar o futuro

ecológico do planeta, previu um desastre em médio prazo. Nos anos seguintes,

vinculou-se definitivamente o tema ambiente ao tema desenvolvimento, e o

termo ecodesenvolvimento aparece na revisão do relatório da ONU de 1978.

(SACHS, 2002).

66

O conceito surge formalmente com o Relatório Brundtland, apesar de ser

uma consequência das preocupações expostas na Conferência de Estocolmo,

e propõe o desenvolvimento sustentável como um processo de mudança onde

a exploração de recursos, os investimentos e o desenvolvimento, deveriam

estar vinculados às necessidades das gerações atuais e futuras. (SIENA;

COSTA; OLIVEIRA, 2007)

Com a Conferência sobre Desenvolvimento e Ambiente (Rio-92) foram

assinados documentos que direcionariam as discussões sobre o meio

ambiente nos anos subsequentes: Agenda 21, Desertificação, entre outros. No

entanto, talvez a maior herança da Conferência tenha sido a difusão do

conceito de desenvolvimento sustentável. (DIAS, 2006)

Em 1980, o documento Estratégia Mundial para a Conservação da

Natureza, elaborado conjuntamente pela União Internacional para a

Conservação da Natureza (IUCN), pelo Programa de Meio Ambiente das

Nações Unidas (PNUMA) e pelo World Wildlife Fund (WWF), define

sustentabilidade como uma característica de um processo ou estado que pode

manter-se indefinidamente. (OLIVEIRA; DENARDIN; MURINI, 2009).

Na década de 1990 houve um grande impulso com relação à

consciência ambiental, as empresas passaram a se preocupar com a

racionalização do uso de energia e matérias primas, estimulando a reciclagem

e reutilização dos recursos naturais. (OLIVEIRA; DENARDIN; MURINI, 2009).

Em 1997, segundo Cortizo (2007) a recomendação da Convenção

Quadro sobre as Mudanças Climáticas Globais para que os países

desenvolvidos reduzissem as suas emissões não estava sendo cumprida, foi

aprovado um novo instrumento, o Protocolo de Kyoto,

A legislação ambiental está diretamente ou indiretamente ligada à

preservação do meio ambiente, da saúde, da segurança e do bem estar da

população, envolvendo esferas: municipal, estadual e federal.

Em abril de 1998, no Brasil, a Confederação Nacional da Indústria (CNI)

define e publica sua Declaração de Princípios da Indústria para o

Desenvolvimento Sustentável (Quadro 1), iniciativa que permite o incremento

da divulgação da perspectiva de maior interação entre economia e meio

ambiente junto ao empresariado.

Pode-se notar que as ações que levaram ao termo sustentabilidade

67

fazem parte de todo um processo histórico longo e cada autor coloca a origem

em um ponto específico. O fato de ter sido posto em um documento das

Nações Unidas em 1987 é um acontecimento muito importante, mas não pode-

se negar que existiram influências e processos anteriores que ainda hoje são

motivo de críticas e desconfianças. O termo adotado pelas Nações Unidas é

para levar a cabo seus projetos e ações ambientais.

Declaração de princípios da indústria para o desenvolvimento sustentável

1 Promover a efetiva participação proativa do setor industrial, em conjunto com a sociedade, os parlamentares, o governo e organizações não governamentais no sentido de desenvolver e aperfeiçoar leis, regulamentos e padrões ambientais

2 Exercer a liderança empresarial, junto à sociedade, em relação aos assuntos ambientais

3 Incrementar a competitividade da indústria brasileira, respeitados os conceitos de desenvolvimento sustentável e o uso racional dos recursos naturais e de energia

4 Promover a melhoria contínua e o aperfeiçoamento dos sistemas de gerenciamento ambiental, saúde e segurança do trabalho nas empresas

5 Promover a monitoração e a avaliação dos processos e dos parâmetros ambientais nas empresas. Antecipar a análise e os estudos das questões que possam causar problemas ao meio ambiente e à saúde humana, bem como implementar ações apropriadas para proteger o meio ambiente

6 Apoiar e reconhecer a importância do envolvimento contínuo e permanente dos trabalhadores e do comprometimento da supervisão nas empresas, assegurando que os mesmos tenham o conhecimento e o treinamento necessários com relação às questões ambientais

7 Incentivar a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias limpas, com o objetivo de reduzir ou eliminar impactos adversos ao meio ambiente e à saúde da comunidade

8 Estimular o relacionamento e as parcerias do setor privado com o governo e com a sociedade em geral, na busca do desenvolvimento sustentável, bem como na melhoria contínua dos processos de comunicação

9 Estimular as lideranças empresariais a agir permanentemente junto à sociedade com relação aos assuntos ambientais

10 Incentivar o desenvolvimento e o fornecimento de produtos e serviços que não produzam impactos inadequados ao meio ambiente e à saúde da comunidade

11 Promover a máxima divulgação e conhecimento da Agenda 21 e estimular sua implementação

Fonte: CNI (2002, p. 24)

Quadro 1: Declaração de princípios da indústria para o desenvolvimento

sustentável

2.1 Protocolo de Kyoto e o crédito de carbono

O Protocolo de Kyoto é consequência de uma série de eventos iniciada

com a Toronto Conference on the Changing Atmosphere, no Canadá (outubro

68

de 1988), seguida pelo IPCC's First Assessment Report em Sundsvall, Suécia

(agosto de 1990). (MARCHEZI; AMARAL, 2008).

Constitui-se no protocolo de um tratado internacional com compromissos

mais rígidos para a redução da emissão dos gases que provocam o efeito

estufa, considerados, de acordo com a maioria das investigações científicas,

como causa antropogênicas do aquecimento global. (MARCHEZI; AMARAL,

2008).

Em 1997, na cidade de Kyoto, durante a realização da COP-3 foi

apresentado um protocolo que visava transformar as reduções voluntárias em

obrigatórias. Foi aberto para assinaturas em 11 de dezembro de 1997 e

ratificado em 15 de março de 1999. Sendo que para este entrar em vigor

precisou que 55% dos países, que juntos, produzem 55% das emissões, o

ratificassem, assim entrou em vigor em 16 de fevereiro de 2005, depois que a

Rússia o ratificou em Novembro de 2004. (MARCHEZI; AMARAL, 2008).

Por ele se propõe um calendário pelo qual os países-membros

(principalmente os desenvolvidos) têm a obrigação de reduzir a emissão de

gases do efeito estufa em, pelo menos, 5,2% em relação aos níveis de 1990 no

período entre 2008 e 2012, também chamado de primeiro período de

compromisso (para muitos países, como os membros da UE, isso corresponde

a 15% abaixo das emissões esperadas para 2008). (MARCHEZI; AMARAL,

2008).

As metas de redução não são homogêneas a todos os países,

colocando níveis diferenciados para os 38 países que mais emitem gases.

Países em franco desenvolvimento (como Brasil, México, Argentina e Índia)

não receberam metas de redução, pelo menos momentaneamente. (OLIVEIRA;

DENARDIN; MURINI, 2009).

A redução dessas emissões deverá acontecer em várias atividades

econômicas. O protocolo estimula os países signatários a cooperarem entre si,

através de algumas ações básicas, conforme Oliveira; Denardin; Murini, (2009):

a) reformar os setores de energia e transportes;

b) promover o uso de fontes energéticas renováveis;

c) eliminar mecanismos financeiros e de mercado inapropriados aos fins

da Convenção;

d) limitar as emissões de metano no gerenciamento de resíduos e dos

69

sistemas energéticos;

e) proteger florestas e outros sumidouros de carbono.

Se o Protocolo de Kyoto for implementado com sucesso, estima-se que

a temperatura global reduza entre 1,4°C e 5,8°C até 2100, entretanto, isto

dependerá muito das negociações pós período 2008/2012, pois há

comunidades científicas que afirmam categoricamente que a meta de redução

de 5% em relação aos níveis de 1990 é insuficiente para a mitigação do

aquecimento global. (MARCHEZI; AMARAL, 2008).

Em março de 2001, os Estados Unidos anunciaram sua oposição ao

Protocolo de Kyoto, declarando-o falho por isentar os países em

desenvolvimento da redução ou limitação das emissões e por ser passível de

comprometer sua economia. (CHAN, 2006).

Após diversos impasses, a ratificação da Rússia, ocorrida em 18 de

novembro de 2004, possibilitou a entrada em vigor deste tratado em 16 de

fevereiro de 2005. (CHAN, 2006).

De acordo com a alegação do ex-presidente George W. Bush de que os

compromissos acarretados por tal protocolo interfeririam negativamente na

economia norte-americana. A Casa Branca também questiona a teoria de que

os poluentes emitidos pelo homem causem a elevação da temperatura da

Terra. (MARCHEZI; AMARAL, 2008).

Mesmo o governo dos Estados Unidos não assinando o Protocolo de

Kyoto, alguns municípios, Estados (Califórnia) e donos de indústrias do

nordeste dos Estados Unidos já começaram a pesquisar maneiras para reduzir

a emissão de gases promotores do efeito estufa — tentando, por sua vez, não

diminuir sua margem de lucro com essa atitude. (MARCHEZI; AMARAL, 2008).

Em julho de 2001, o Protocolo de Kyoto foi referendado em Bonn,

Alemanha, quando abrandou o cumprimento das metas previstas

anteriormente, através da criação dos sumidouros de carbono. Segundo essa

proposta, os países que tivessem grandes áreas florestadas, que absorvem

naturalmente o CO2, poderiam usar essas florestas como crédito em troca do

controle de suas emissões. (GUIMARÃES, 2007).

Devido à necessidade de manter sua produção industrial, os países

desenvolvidos, os maiores emissores de CO2 e de outros poluentes, poderiam

transferir parte de suas indústrias mais poluentes para países onde o nível de

70

emissão é baixo ou investir nesses países, como parte de negociação.

(OLIVEIRA; DENARDIN; MURINI, 2009).

Entretanto, é necessário fazer estudos minuciosos sobre a quantidade

de carbono que uma floresta é capaz de absorver, para que não haja super ou

subvalorização de valores pagos por meio dos créditos de carbono. Porém, a

partir da Conferência de Joanesburgo esta proposta tornou-se inconsistente em

relação aos objetivos do Tratado, qual seja, a redução da emissão de gases

que agravam o efeito estufa. (OLIVEIRA; DENARDIN; MURINI, 2009).

Deste modo, a política deve ser deixar de poluir, e não poluir onde há

florestas, pois o saldo desta forma continuaria negativo para com o planeta.

(OLIVEIRA; DENARDIN; MURINI, 2009).

O Protocolo começou a vigorar em 2005, quando 139 países o

ratificaram demonstrando a intenção da comunidade mundial de combater o

aquecimento global. (OLIVEIRA; DENARDIN; MURINI, 2009).

Hoje, 169 países mais a União Européia estão dentro do tratado, menos

os Estados Unidos, que é um país que polui muito (cerca de 25% das

emissões) ainda não ratificou o Protocolo. (OLIVEIRA; DENARDIN; MURINI,

2009).

Fonte: Wikipédia (2009)

Figura 18: Mapa do Protocolo de Kyoto em 2009

Marchezi; Amaral (2008) comentam que na busca de medidas que

Verde: Países que ratificaram o protocolo. Amarelo: Países que ratificaram, mas ainda não cumpriram o protocolo. Vermelho: Países que não ratificaram o protocolo.

Cinzento: Países que não assumiram nenhuma posição no protocolo

71

auxiliem a implementação das metas previstas, foram estabelecidos no

Protocolo de Kyoto três mecanismos que visam ajudar os países do Anexo I1 a

reduzirem os custos para cumprimento de suas metas de emissão:

Implementação Conjunta (IC); Comércio de Emissões e Mecanismo de

Desenvolvimento Limpo (MDL).

A Implementação Conjunta (IC) é prevista no artigo 6º do Protocolo de

Kyoto, onde é estabelecido que somente os países do Anexo I poderiam fazer

uso desse mecanismo. A IC tem como objetivo permitir que os países do

Anexo I possam transferir ou adquirir de qualquer outro país Anexo I unidades

de reduções de emissões resultantes de projetos que visem reduções das

emissões antrópicas por fontes ou aumento das remoções antrópicas por

sumidouros. (MARCHEZI; AMARAL, 2008).

O Comércio Internacional de Emissões (CIE) foi previsto no artigo 17º do

Protocolo, onde por meio dele os países do Anexo I poderiam negociar o limite

de emissões com outros países com o objetivo de cumprir suas metas de

redução. (MARCHEZI; AMARAL, 2008).

O Mecanismo de Desenvolvimento Limpo foi previsto no artigo 12 do

Protocolo de Kyoto, sendo o único mecanismo que permite a participação pelos

países emergentes. (MARCHEZI; AMARAL, 2008).

Com base no MDL os países não constantes do Anexo I, ou seja, os

países em desenvolvimento, poderiam se beneficiar de ajuda dos países do

Anexo I na implementação de medidas que auxiliem a redução de emissões de

gases do efeito estufa e alcançar o desenvolvimento sustentável.

O MDL proporciona aos países emergentes a possibilidade de

implantação de projetos de controle de emissão e o desenvolvimento

sustentável, os quais dão origem ao chamado crédito de carbono.

(GUIMARÃES, 2007).

O instrumento de troca do MDL são as Reduções Certificadas de

1 O Anexo I é a relação dos 40 países e a Comunidade Européia, listados na Convenção do

Clima, que assumiram compromissos de reduzir emissões de gases de efeito estufa (GEE). São, basicamente, os países da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE): Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Bielo-Rússia, Bulgária, Canadá, Comunidade Européia, Croácia, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Federação Russa, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Islândia, Itália, Japão, Letônia, Liechtenstein, Lituânia, Luxemburgo, Mônaco, Holanda, Nova Zelândia, Noruega, Polônia, Portugal, Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte, República Tcheca, Romênia, Suécia, Suíça, Turquia, Ucrânia e Estados Unidos. (COELHO, 2008).

72

Emissões (RCE), que poderão ser utilizadas, pelos países do Anexo I, como

comprovações das suas metas de redução de emissões estabelecidas no

Protocolo de Kyoto. (GUIMARÃES, 2007).

Dessa forma os países do Anexo I poderão comprar créditos que serão

computados na sua meta de redução. Essas transações têm como moeda

padrão o carbono equivalente (CO2), ou seja, a quantidade de quilogramas de

carbono correspondente à redução do gás que está sendo eliminado.

(GUIMARÃES, 2007)

Para a implantação de projetos de MDL é necessário atendimento a

algumas exigências e, principalmente, comprovação que as reduções são

adicionais aquelas em que se alcançaria na ausência do projeto, bem como

não apresentar impacto colateral negativo ao meio ambiente. (GUIMARÃES,

2007)

Cada país não Anexo I definiu suas prioridades de implantação de

projetos de MDL. No Brasil estas prioridades estão em projetos de fontes

renováveis de energia, eficiência/conservação de energia, reflorestamento ou

estabelecimento de novas florestas e outros projetos de redução de emissão,

tais como projetos de aterros sanitários e projetos agropecuários. Segundo o

Governo brasileiro são estes os projetos que podem contribuir para a mitigação

da mudança do clima. (GUIMARÃES, 2007)

O Brasil não tem compromissos formais de redução ou com a limitação

de suas emissões antrópicas de gases de efeito estufa estabelecidas no

Protocolo de Kyoto, no entanto, o Protocolo de Kyoto é importante para os

países em desenvolvimento porque possibilita a aplicação do princípio de

responsabilidades comuns, porém diferenciadas, adotado na Convenção. Até o

momento no Protocolo, que vigora desde 16 de fevereiro de 2005, cabe aos

países industrializados, maiores emissores históricos, assumirem os

compromissos relativos ao controle do aquecimento global. (MARCHEZI;

AMARAL, 2008).

No Quadro 2 são apresentados os países integrantes do Anexo I do

Protocolo de Kyoto, bem como suas metas.

73

Países integrantes do Anexo I do Protocolo de Kyoto Metas de Emissão de CO2

Áustria, Bélgica, Bulgária, República Tcheca, Dinamarca,

Estônia, Comunidade Européia, França, Alemanha, Grécia,

Itália, Liechtenstein, Lituânia, Luxemburgo, Mônaco, Finlândia,

Portugal, Eslováquia, Eslovênia, Países Baixos, Irlanda,

Romênia, Suécia, Suíça, Letônia, Reino Unido da Grã

Bretanha e Irlanda do Norte

- 8%

Estados Unidos* - 7%

Canadá, Hungria, Japão e Polônia - 6%

Croácia - 5%

Nova Zelândia, Federação Russa, Ucrânia 0%

Noruega 1%

Austrália 8%

Islândia 10%

*País que não ratificou o Protocolo de Kyoto

Fonte: Brasil (2004)

Quadro 2: Anexo I e metas de emissão

2.2 Conceitos e considerações sobre sustentabilidade e responsabilidade

socioambiental

O conceito de sustentabilidade é relativamente novo se comparado com

todo o movimento ambientalista e este último tem passado por grandes

transformações ao longo dos anos. Mesmo o termo sustentável já foi muito

utilizado sem o peso ambiental que tem hoje, por exemplo, os termos

econômicos: crescimento e economia sustentáveis (ou auto-sustentáveis) não

se relacionam, necessariamente, a causa ecológica. O termo usa sustentável

com o significado de sustentação, continuidade ou estabilidade.

(MATSUNAGA, 2008).

Sustentabilidade é um conceito sistêmico, relacionado com a

continuidade dos aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais da

sociedade humana. (MIRANDA; COSTA, 2005).

Propõe-se a ser um meio de configurar a civilização e atividade

humanas, de tal forma que a sociedade, os seus membros e as suas

74

economias possam preencher as suas necessidades e expressar o seu maior

potencial no presente, e ao mesmo tempo preservar a biodiversidade e os

ecossistemas naturais, planejando e agindo de forma a atingir pró-eficiência na

manutenção indefinida desses ideais. (MIRANDA; COSTA, 2005).

―A sustentabilidade abrange vários níveis de organização, desde a

vizinhança local até o planeta inteiro‖. (SEPÚLVEDA, 2005, p. 22).

Sustentabilidade, é hoje em dia usado como um termo amplo para todas

as atividades humanas. (MIRANDA; COSTA, 2005).

O empreendimento humano ser sustentável, deve contemplar quatro

requisitos básicos: ecologicamente correto, economicamente viável,

socialmente justo e culturalmente aceito. (SEPÚLVEDA, 2005).

O Instituto Ethos em seu glossário conceitua sustentabilidade como:

Ter sustentabilidade significa assegurar o sucesso do negócio a longo prazo e ao mesmo tempo contribuir para o desenvolvimento econômico e social da comunidade, um meio ambiente saudável e uma sociedade estável. [...] Geralmente definido como a forma de satisfazer as necessidades da presente geração sem comprometer a capacidade das futuras gerações de satisfazer as suas necessidades, de acordo com a comissão Brundtland. A sustentabilidade tem três amplos componentes, geralmente descritos como as pessoas, os lucros e o planeta, ou seja, os aspectos sociais, econômicos e ambientais. A necessidade de as empresas darem conta dessas três dimensões tem sido resumida no conceito da triple bottom line. (ETHOS, 2009).

Miranda; Costa (2005) observam que a sustentabilidade é prover o

melhor para as pessoas e para o ambiente tanto agora como para um futuro

indefinido. Segundo o Relatório de Brundtland (1987, apud MIRANDA; COSTA

2005, p. 12), sustentabilidade é: "suprir as necessidades da geração presente

sem afetar a habilidade das gerações futuras de suprir as suas".

A gestão sustentável é uma capacidade para dirigir o curso de uma

empresa, comunidade, ou país, por vias que valorizam, recuperam todas as

formas de capital, humano, natural e financeiro de modo a gerar valor ao

stakeholders (lucro). A gestão de processos deve ser vista sempre como um

processo evolutivo de trabalho e gestão e não somente como um projeto com

início, meio e fim. Se não for conduzida com esta visão, a tendência de se

tornar um modismo dentro da empresa ou do país e logo ser esquecida ao

sinal de um primeiro tropeço é grande. Muitos esforços e investimentos têm

sido gastos sem o retorno esperado. (MIRANDA; COSTA, 2005).

75

Sepúlveda observa que:

Se pensarmos que 10% de tudo o que é extraído do planeta pela industria (em peso) é que se torna produto útil e que o restante é resíduo, torna-se urgente uma Gestão Sustentável que nos leve a um consumo sustentável, é urgente minimizar a utilização de recursos naturais e materiais tóxicos. O Desenvolvimento Sustentável não é ambientalismo nem apenas ambiente, mas sim um processo de equilíbrio entre os objetos económicos, financeiros, ambientais e sociais. (SEPÚLVEDA, 2005, p. 24).

Nesse contexto surge o conceito de responsabilidade ambiental com a

percepção de que os recursos naturais podem se esgotar com a ação

predadora do homem. Isso ocorreu quando terríveis acidentes industriais além

de deixar doente e até matar populações também degradou os recursos

naturais que serviam de insumos para a própria indústria. Com estudos

climáticos foi identificado, por exemplo, a nocividade de gases poluentes e seu

efeito sob as condições de vida da população. Foi através de um desses

estudos que se proibiu a emissão de CFC.

Ainda sobre sustentabilidade, o professor holandês Peter Nijkamp (apud

DIAS, 2006, p. 15), envolve três aspectos: ecologicamente correta, atividade

economicamente viável e socialmente justa. O primeiro, ecológico, diz respeito

à manutenção do ecossistema em longo prazo. O segundo, econômico, trata

da obtenção de renda suficiente para o custeio da vida em sociedade. E o

terceiro, social, aborda o respeito aos valores sociais e culturais e a justiça na

distribuição de custos e benefícios.

Traduzindo: os três fatores, em equilíbrio, como num triângulo compondo

cada um dos três lados, formam o ideal de sustentabilidade para uma

população, manifestando preocupação tanto com questões ambientais, como

econômicas e sociais.

A multidimensionalidade do fenômeno da sustentabilidade é, por sua

vez, bastante explorada na obra de Sachs (2002), onde encontram-se a

proposta de alguns critérios de sustentabilidade que compreendem as

seguintes dimensões, a saber:

a) social – implica o alcance de um patamar razoável de

homogeneidade social; distribuição de renda justa; e igualdade no

acesso aos recursos e serviços sociais;

b) cultural – equilíbrio e respeito à tradição e inovação; capacidade de

76

autonomia para elaboração de um projeto nacional integrado e

endógeno; e autoconfiança combinada com abertura para o mundo;

c) ecológica – preservação do potencial da natureza na produção de

recursos renováveis e limitação do uso dos recursos não renováveis;

d) ambiental – respeito e realce da capacidade de autodepuração dos

sistemas naturais;

e) territorial – manutenção das configurações urbanas e rurais de forma

balanceada; melhoria do ambiente urbano; superação das

disparidades inter-regionais; e utilização de estratégias de

desenvolvimento ambientalmente seguras para áreas

ecologicamente frágeis;

f) econômica – desenvolvimento intersetorial equilibrado; segurança

alimentar; capacidade contínua de modernização dos instrumentos

de produção; e inserção soberana na economia internacional;

g) político nacional – coesão social, democracia e desenvolvimento da

capacidade do Estado em implementar o projeto nacional, em

parceria;

h) político internacional – eficácia do sistema de prevenção de guerras

da ONU; do co-desenvolvimento Norte-Sul, baseado em princípios de

igualdade; do controle institucional do sistema internacional

financeiro e de negócios; e da aplicação do princípio da precaução

na gestão do meio ambiente e recursos naturais e do sistema de

cooperação científica e tecnológica internacional.

A busca do significado do termo sustentabilidade encontra uma clara

interface no desenvolvimento sustentável que emerge, como importante

paradigma da atualidade, a temática da sustentabilidade. Vista, a princípio, sob

o prisma da preservação ambiental, a temática da sustentabilidade tem a sua

discussão ampliada, abarcando inúmeras dimensões.

Já em relação à responsabilidade ambiental encontra uma estreita

ligação com a responsabilidade social. A evolução desses dois conceitos em

paralelo ocorreu por causa desses documentos e eventos que geraram

modificações não somente na cultura como nas leis de muitos países.

A responsabilidade social é entendida como aquela que cuida dos

interesses das pessoas em sentido amplo. Normalmente essa responsabilidade

77

tem a forma de distribuição de renda feita em modo de filantropia. As

motivações que levam os sócios das empresas a praticar a filantropia são suas

convicções morais ou religiosas.

Juntando a responsabilidade social com a responsabilidade ambiental

surgiu a Responsabilidade Socioambiental. Na verdade nunca existiu essa

separação. Apenas o homem conseguiu perceber que tanto o ser humano

depende de uma sociedade mais justa como de um local adequado para se

viver. Sendo assim, não basta ter alimentos se estes estão contaminados ou

exigir saneamento básico se as favelas não param de crescer. Para se ter um

planeta limpo e com pessoas vivendo dignamente é preciso uma nova cultura

onde todos são responsáveis pela conservação da dignidade humana e dos

recursos naturais.

Concluindo a responsabilidade socioambiental não é um simples jargão

do novo século. É apenas a percepção de que tanto recursos naturais como

humanos precisam de cuidados especiais e que nenhum dos dois podem ser

dissociados, pois são parte de um mesmo ambiente.

2.3 Desenvolvimento sustentável

O conceito de desenvolvimento sustentável é dinâmico e está sujeito a

dimensões e interpretações que refletem visões consideradas culturalmente

apropriadas e de relevância local. (RESENDE, 2006).

O termo desenvolvimento sustentável foi adaptado pela Agenda 21,

programa das Nações Unidas. Algumas pessoas hoje, referem-se ao termo

desenvolvimento sustentável como um termo amplo, pois implica

desenvolvimento continuado, e insistem que ele deve ser reservado somente

para as atividades de desenvolvimento. (MIRANDA; COSTA, 2005).

O crescimento industrial evidenciado nos dois últimos séculos tem

elevado o padrão de vida da população humana a altos custos ambientais. A

partir da tomada de consciência desses problemas, as discussões sobre o

tema ambiental têm evoluído muito. (SILVA; QUELHAS, 2006).

78

A relação sociedade e meio ambiente passou a ser analisada de forma menos localizada e mais globalizada, levando a um posicionamento mais crítico que tem determinado o surgimento de novas alternativas de relacionamento da sociedade contemporânea com seu ambiente, com o intuito de reduzir os impactos que ela produz sobre o meio que a cerca. (BELLEN, 2006, p. 58).

O Relatório Brundland define desenvolvimento sustentável como ―o

desenvolvimento que preenche as necessidades do presente, sem

comprometer a habilidade das gerações futuras de preencherem suas próprias

necessidades―. Nessa conceituação devem ser considerados os aspectos

relativos às dimensões social e ecológica, aliada à dimensão econômica, de

recursos vivos e não vivos e às vantagens de curto e longo prazo de ações

alternativas. (AMARAL, 2002, p. 1).

Ainda há controvérsias sobre a concepção da sustentabilidade que

envolve o consumo de recursos não renováveis que devem ser explorados em

bases sustentáveis. Sobre isso, Silva; Quelhas (2006) salientam que o conceito

de desenvolvimento sustentável deve apresentar preocupação com a

manutenção, a renovação e a recuperação de recursos naturais, mas deve,

principalmente, incluir uma dimensão ética de integridade, para pesar entre as

pressões econômicas atuais e as necessidades ambientais futuras.

Amaral (2002) relata o aspecto ambiental e envolve a redução de

consumo de recursos naturais e a preocupação com a degradação ambiental

decorrente da poluição.

A Agenda 21 consolidou a idéia de que os modelos tradicionais de crescimento devem ser modificados a ponto de reconduzir a sociedade industrial aos princípios do desenvolvimento sustentável, de modo a garantir o direito ao desenvolvimento, principalmente em países com níveis insatisfatórios de renda e riqueza, e o direito a ambiente saudável das futuras gerações. (DEGANI, 2003, p. 9).

Com o aprimoramento do conceito de desenvolvimento sustentável a

sustentabilidade tem, a cada dia, se incorporado à visão corporativa.

O desenvolvimento sustentável sob o ponto de vista corporativo pode

ser definido como: ―A busca do equilíbrio entre o que é socialmente desejável,

economicamente viável e ecologicamente sustentável‖, conforme Silva (2003,

p. 18).

A preocupação mundial com o meio ambiente e o desenvolvimento de

padrões ambientais internacionais tem criado a necessidade das empresas

79

adotarem formalmente estratégias e programas ambientais, e essa

preocupação, tem provocado mudanças nas condições competitivas no

mercado de atuação, exigindo uma agilidade na adaptação de estratégias,

incorporando qualidade e conhecimento gerencial. Muitas estratégias de

gerenciamento ambiental têm passado do status de controle para a atuação

preventiva. (SILVA, 2003).

No Brasil, segundo estudos de Rohrich; Cunha (2004), algumas

empresas acreditam que não podem usar seus recursos financeiros para

melhorar a performance ambiental e social, sem reduzir o valor do acionista,

argumentando que para aderir a padrões éticos a empresa eleva seus custos,

aumentando o preço do produto final, reduzindo a vantagem competitiva e a

lucratividade. Outras empresas acreditam o fato de investir na performance

ambiental e social pode melhorar a eficiência operacional da empresa e gerar

novas oportunidades de mercado.

Sobre isso Porter (1989, apud DIAS,2006) observa que políticas ativas

de melhoria de performance ambiental podem criar uma vantagem competitiva,

em função da maior eficiência no uso dos recursos. Para melhorar a

competitividade de empresas, é fundamental incorporar o conceito de

competitividade ambiental, podendo ser considerado o paradigma da

sustentabilidade.

Para Silva; Quelhas (2006) as empresas interagem de quatro maneiras

com o meio ambiente: pelo consumo de recursos (entradas); no consumo de

energia (consumo indireto de recursos); no gerenciamento de resíduos (coleta,

tratamento, reaproveitamento, transporte e descarte apropriado); e poluição

(não gerenciamento de resíduos).

Silva; Quelhas (2006) observam que a literatura acadêmica tem

investigado o relacionamento entre performance ambiental e financeira, no

entanto, as evidências empíricas são inconsistentes. Normalmente, devido às

diferentes metodologias e a escolha dos indicadores de performance ambiental

e financeira é que ocorrem os conflitos de resultados.

2.4 Dimensões de sustentabilidade

80

Segundo Gamboa; Mattos; Silva (2005), o desenvolvimento sustentável

nas organizações apresenta três dimensões, que são: a econômica, a social e

a ambiental.

Do ponto de vista econômico, a sustentabilidade prevê que as empresas

têm que ser economicamente viáveis. Seu papel na sociedade deve ser

cumprido levando em consideração esse aspecto da rentabilidade, ou seja, dar

retorno ao investimento realizado pelo capital privado.

Segundo Dias (2006), em termos sociais, a empresa deve satisfazer aos

requisitos de proporcionar as melhores condições de trabalho aos seus

empregados, procurando contemplar a diversidade cultural existente na

sociedade em que atua além de propiciar oportunidade aos deficientes de

modo geral. Além disso, seus dirigentes devem participar ativamente das

atividades socioculturais de expressão da comunidade que vive no entorno da

unidade produtiva.

Para Martins (2006), do ponto de vista ambiental, deve a organização

pautar-se pela eco-eficiência dos seus processos produtivos, adotarem a

produção mais limpa, oferecer condições para o desenvolvimento de uma

cultura ambiental organizacional, adotar uma postura de responsabilidade

ambiental, buscando a não-contaminação de qualquer tipo do ambiente natural,

e procurar participar de todas as atividades patrocinadas pelas autoridades

governamentais locais e regionais no que diz respeito ao meio ambiente

natural.

Para Dias (2006) o mais importante na abordagem das três dimensões

da sustentabilidade empresarial é o equilíbrio dinâmico necessário e

permanente que devem ter, e que tem de ser levado em consideração pelas

organizações que atuam preferencialmente em cada uma delas: organizações

empresariais (econômica), sindicatos (social) e entidades ambientalistas

(ambiental). Deve ser estabelecido um acordo entre as organizações de tal

modo que nenhuma delas atinja o grau máximo de suas reivindicações e nem o

mínimo inaceitável, o que implica num diálogo permanente para que as três

dimensões sejam contempladas de modo a manter a sustentabilidade do

sistema.

81

2.5 Gestão ambiental

Dentre as muitas definições apresentadas na literatura, destaca-se, por

sua concisão, aquela adotada por Nilsson (1998, apud CORAZZA, 2003):

Gestão ambiental envolve planejamento, organização, e orienta a empresa a alcançar metas [ambientais] especificas, em uma analogia, por exemplo, com o que ocorre com a gestão de qualidade. Um aspecto relevante da gestão ambiental é que sua introdução requer decisões nos níveis mais elevados da administração e, portanto, envia uma clara mensagem à organização de que se trata de um compromisso corporativo. A gestão ambiental pode se tornar também um importante instrumento para as organizações em suas relações com consumidores, o público em geral, companhias de seguro, agências governamentais, e outros. (NILSSON, 1998, apud CORAZZA, 2003, p. 134).

As contribuições da gestão ambiental para as diferentes atividades da

organização (quer ela esteja subsumida ao respectivo cargo, quer esteja

vinculada às atribuições de um departamento específico ou, ainda, dispersa

horizontalmente por suas diversas áreas de competência) são agrupadas por

Groenewegen; Vergragt (1991, apud CORAZZA, 2003) em três esferas:

produtiva, da inovação e estratégica.

Em termos de competitividade empresarial, há duas variáveis ambientais

que são relevantes: a gestão ambiental de processos e a de produtos. (DIAS,

2006).

Na gestão ambiental de processos, as principais ferramentas com as

quais se obtêm os melhores resultados são as tecnologias ambientais, com

destaque para a Produção Mais Limpa, que traz melhores resultados

competitivos, além da certificação de processos, que em alguns setores (como

o florestal e o têxtil) é essencial. Em relação à gestão ambiental de produtos,

as principais ferramentas são a análises do ciclo de vida, a certificações dos

produtos (selos ecológicos) e o ecodesign. (DIAS, 2006).

De modo geral, as empresas, após melhorarem a eficiência de seus

processos de produção, passam a se ocupar com o projeto de seus produtos.

E, neste sentido, a importância da avaliação do ciclo de vida dos produtos é

inquestionável, constituindo-se numa análise dos impactos ambientais

causados pelo produto, que se inicia com a matéria-prima utilizada, como é

transportado, o modo de fabricação e o transporte do produto acabado, sua

82

utilização e descarte. Em função do produto, outras fases do ciclo de vida

podem ser incluídas na análise. (DIAS, 2006).

Outra ferramenta que vem ganhando destaque nos últimos anos, e

relacionada com a gestão ambiental do produto, é o ecodesign, que pode ser

definido como um conjunto específico de práticas de projeto, orientadas para a

criação de produtos e processos ecoeficientes, respeitando-se os objetivos

ambientais, de saúde e segurança durante todo o ciclo de vida destes produtos

e processos. Na realidade, o ecodesign foca prioritariamente o projeto e o

desenvolvimento de produtos. E, através do ecodesign, por exemplo, pode-se

reduzir a utilização de matéria-prima, de energia e de água necessários para a

fabricação do produto. (DIAS, 2006).

Na esfera estratégica, a gestão ambiental fornece avaliações sobre os

potenciais de desenvolvimento e sobre as restrições ambientais emergentes

(resultantes tanto da regulamentação quanto da concorrência). (DIAS, 2006).

Corazza (2003) ressalta que quando se trata de avaliar a influência da

gestão ambiental sobre a orientação estratégica de uma organização, são

determinantes o posicionamento dos responsáveis ambientais da gestão

ambiental na estrutura hierárquica e o alcance de suas atribuições específicas.

Faucheux et al. (1997, apud CORAZZA, 2003) identificam dois conjuntos

de razões estratégicas que explicam a integração da gestão ambiental pelas

empresas: as defensivas e as proativas.

Quando se trata das estratégias defensivas, o meio ambiente é

encarado como uma restrição suplementar às atividades da empresa. A

integração da gestão ambiental corresponde apenas à internalização coercitiva

dos custos externos. Entrar em conformidade com a regulamentação vigente é

a tônica deste tipo de integração, que corresponde à situação da gestão

ambiental nas empresas antes da década de 80.

Quando se trata das estratégias proativas, o meio ambiente é encarado

como elemento de competitividade extra-custos. A introdução da gestão

ambiental nas empresas se faz com o objetivo inicial de prevenir o impacto

ambiental e de antecipação com respeito à evolução da regulamentação – a

que Godard (1993, apud CORAZZA, 2003) chamou de gestão antecipada de

uma legitimidade contestável – e, a seguir, com a finalidade de prospecção e

desenvolvimento de novas oportunidades de negócio – no sentido do que

83

Porter; Van Der Linde (1995, apud CORAZZA, 2003) consideram como a

construção de uma competitividade assegurada pelos investimentos na área

ambiental. Este tipo de estratégia corresponde à situação da gestão ambiental

nas empresas que, como menciona-se, começa a se desenvolver

paulatinamente a partir da década de 80.

Segundo Dias (2006), o nível de competitividade de uma empresa

depende de um conjunto de fatores, variados e complexos, que se inter-

relacionam e são mutuamente dependentes, tais como: custos, qualidade dos

produtos e serviços, nível de controle de qualidade, capital humano, tecnologia

e capacidade de inovação.

Ainda de acordo com Dias (2006), ocorre que nos últimos anos a gestão

ambiental tem adquirido cada vez mais uma posição destacada, em termos de

competitividade, devido aos benefícios que traz ao processo produtivo como

um todo e a alguns fatores em particular que são potencializados. Entre as

vantagens competitivas da gestão ambiental, pode-se identificar as seguintes:

a) com o cumprimento das exigências normativas, há melhora no

desempenho ambiental de uma empresa, abrindo-se a possibilidade

de maior inserção num mercado cada vez mais exigente em termos

ecológicos, com a melhoria da imagem junto aos clientes e a

comunidade;

b) adotando um design do produto de acordo com as exigências

ambientais, é possível torná-lo mais flexível do ponto de vista de

instalação e operação, com um custo menor e uma vida útil maior;

c) com a redução do consumo de recursos energéticos, ocorre a

melhoria na gestão ambiental, com a consequente redução nos

custos de produção;

d) ao se reduzir ao mínimo a quantidade de material utilizado por

produto, há redução dos custos de matéria-prima e do consumo de

recursos;

e) quando se utilizam materiais renováveis, empregando-se menos

energia pela facilidade de reciclagem, melhora-se a imagem da

organização;

f) com a otimização das técnicas de produção, pode ocorrer melhoria

na capacidade de inovação da empresa, redução das etapas de

84

processo produtivo, acelerando o tempo de entrega do produto e

minimizando o impacto ambiental do processo;

g) com a otimização do uso do espaço nos meios de transporte, há

redução nesse tipo de gasto com a consequente diminuição do

consumo de gasolina, o que diminui a quantidade de gases no meio

ambiente.

O grau de envolvimento da empresa com a questão ambiental variará

em função da importância que a organização dá para a variável ecológica e

sua decisão dependerá: do ambiente natural externo e próximo à unidade

produtiva, dos recursos naturais de que necessita e do grau de contaminação

ambiental que seu processo produtivo gera. Outros motivos que afetam o

envolvimento da empresa com uma gestão ambiental mais efetiva são: a

dificuldade de obtenção do investimento necessário para adaptação de seu

processo produtivo, falta de conhecimento técnico-científico sobre a questão

ambiental envolvida e o grau de compromisso do seu quadro de pessoal com a

ética ambiental. Uma forma de classificar as diferentes estratégias adotadas

pelas empresas diante da problemática ambiental e, principalmente, da

legislação. (DIAS, 2006).

2.5.1 Estímulos para a adoção de métodos de gestão

Conforme Tachizawa (2009), há diversas razões que podem incentivar

uma empresa a adotar métodos de gestão ambiental; além dos interesses

econômicos, obviamente, podem surgir de estímulos internos ou externos.

2.5.1.1 Estímulos internos

Para Tachizawa (2009), entre os estímulos internos que motivam uma

organização a se envolver mais concretamente com a implementação de

técnicas de gestão ambiental, como parte de seu processo de desenvolvimento

85

e inovação de produtos, estão:

a) a necessidade de redução de custos;

b) incremento na qualidade do produto;

c) melhoria da imagem do produto e da empresa;

d) a necessidade de inovação;

e) aumento da responsabilidade social;

f) sensibilização do pessoal interno.

Segundo Dias (2006), na necessidade de redução de custos pode-se

dizer que os benefícios financeiros imediatos podem ser obtidos com a redução

de aquisição de material por unidade produzida, utilizando-se mais

eficientemente a energia, a água e os materiais auxiliares durante o processo

produtivo. Em médio prazo se obtêm outros benefícios com a redução do

desperdício e dos resíduos mais perigosos, o que implica um investimento

futuro nos custos de manejo desses dejetos.

Em relação ao incremento na qualidade do produto, Almeida (2007)

comenta que em consequência da obtenção de alto nível na qualidade

ambiental, ocorre elevação na qualidade do produto, relacionada a fatores tais

como: funcionalidade, confiabilidade, durabilidade e maior facilidade para sua

manutenção.

Para Almeida (2007), a melhoria da imagem do produto e da empresa

refere-se a um produto ambientalmente correto, desenvolvido por uma

empresa de reconhecido mérito ambiental, tem uma imagem positiva junto aos

consumidores. Essa imagem pode ser fortalecida, havendo possibilidades de

associação com normas que agreguem um selo de qualidade ambiental ao

produto.

Segundo Dias (2006), a necessidade de inovação refere-se a uma

empresa que tem necessidade de inovação por vários motivos, por exemplo:

buscar diferenciação em relação aos seus concorrentes, ou para manter-se no

mercado em condições de competitividade vantajosa.

A modificação de um produto, através de sua embalagem, por exemplo,

pode levar as modificações em todo o sistema, ou seja, na tecnologia

empregada, no produto em si e no mercado. Pode chegar-se ao ponto em que,

através do processo de inovação, o produto acesse mercados em que antes

não teria nenhuma oportunidade. Em sua essência, portanto, a necessidade de

86

adoção da inovação em processos e produtos implica a adoção de técnicas de

gestão ambiental. Um aspecto importante é que o Sistema de Gestão

Ambiental incorpora de forma sistemática a inovação como componente

fundamental e permanente da estrutura organizacional.

Tachizawa (2009) ressalta que o aumento da responsabilidade social

corresponde ao aumento da conscientização ambiental na sociedade, as

diferentes camadas da população são afetadas de diversos modos. Aqueles

que possuem postos de direção nas empresas, nos seus diversos níveis,

sentem-se cada vez mais responsáveis junto à comunidade, pois compreende

o papel das empresas na contaminação ambiental, o que reflete no seu

cotidiano.

O nível de responsabilidade social adquirido para a conservação do

meio ambiente inclui a preocupação com a diversidade, com as necessidades

das gerações futuras e com os efeitos do processo produtivo na comunidade

local. Essa sensibilização do segmento gerencial tem levado a que cada vez

mais essa camada social tome a iniciativa de implementar processos de

implantação de Sistema de Gestão Ambiental. (TACHIZAWA, 2009).

A sensibilização não ocorre somente no grupo de gerentes de uma

empresa. Afetado da mesma forma pelas campanhas de mídia, ou por

influência de amigos e parentes, o pessoal interno das empresas muitas vezes

constitui uma opinião pública que influencia o quadro dirigente a adotar

medidas corretivas ou proativas em relação ao meio ambiente, não só interno

como também externo à organização. (TACHIZAWA, 2009).

2.5.1.2 Estímulos externos

Segundo Almeida (2007), os estímulos externos envolvem:

a) demanda do mercado;

b) a concorrência;

c) o poder público e a legislação ambiental;

d) O meio sociocultural;

e) As certificações ambientais;

87

f) Os fornecedores.

Na demanda do mercado, Dias (2006) observa que há um crescente

aumento das exigências ambientais por parte de clientes e consumidores

finais, o que obriga as empresas a melhorar sua forma de atuar, modificando

seus processos e produtos. Um exemplo claro desta situação é que muitas

corporações não querem assumir os problemas ambientais de seus

fornecedores e exigem que estes demonstrem claramente que seus processos

internos e produtos não afetam o meio ambiente. Nestes termos, muitas

pequenas e médias empresas disputam em condições melhores com seus

concorrentes contratos das grandes empresas, quando possuem, por exemplo,

o certificado ISO 14.000.

De modo geral, quando um cliente é uma grande corporação, esta tem

melhores condições de influenciar uma empresa do que um consumidor; o

resultado é a formação de uma cadeia de fornecedores com orientação

ambiental, constituindo uma cadeia produtiva ambientalmente correta. (DIAS,

2006).

De acordo com Almeida (2007), a concorrência pode ser motivada pela

introdução de métodos de gestão ambiental por parte das empresas. O

posicionamento de uma empresa em relação aos seus concorrentes está cada

vez mais relacionado com a adoção ou não de técnicas de gestão ambiental.

O desempenho ambiental das empresas as posiciona melhor em relação

aos concorrentes, ou ao menos não as impede de disputar mercado quando

assume maior peso em outros fatores. Não é só a pressão dos clientes que

torna uma empresa ambientalmente responsável, mas assume forte apelo e

entendimento de que o meio ambiente pode se tornar importante ferramenta

competitiva e de formação de Imagem.

O poder público e a legislação ambiental aumentam em todo o mundo o

papel de controle exercido pelos governos em relação a questões ambientais.

Assim, as empresas, além de conhecer a legislação atual, devem ser capazes

de prever a legislação futura de seus próprios países e daqueles para os quais

exportam. Há crescente aumento de políticas e normas ambientais em relação

aos produtos. (ALMEIDA, 2007).

Em pesquisa realizada junto aos empresários brasileiros, a

Confederação Nacional da Indústria (CNI) constatou que a regulação ambiental

88

ainda é um dos fatores mais fortes para que as empresas adotem medidas

gerenciais voltadas para a gestão ambiental. Conforme Dias (2006), atender ao

regulamento ambiental (45,2%) e atender a exigências para licenciamento

(37,8%) ocupa respectivamente o 1º e o 3º lugares nas preocupações dos

empresários.

A responsabilidade das empresas sobre seus produtos vai até o

momento em que o consumidor descarta os produtos, como no caso das pilhas

e baterias de celulares, ou seja, o produtor assume o compromisso de

recuperação quando o material é descartado após o consumo.

As políticas ambientais devem afetar consideravelmente os custos

energéticos (combustíveis e eletricidade) que nos próximos anos deverão se

elevar. Os métodos de produção com uso intensivo de energia deverão ser os

mais afetados, e deverá sofrer forte impacto que deverá afetar as decisões

tomadas pelas empresas e as preferências dos consumidores. (DIAS, 2006).

Em relação ao meio sociocultural, pode se dizer que a parte mais

significativa da pressão exercida pelo meio social é efetuada pelos

consumidores e a sociedade como um todo, colocando exigências sobre os

produtos e os processos de produção. No entanto, as pessoas que integram as

organizações são também questionadas, através de suas relações sociais,

sobre as responsabilidades que assume a empresa com respeito ao meio

ambiente. (DIAS, 2006).

Na pesquisa da CNI junto aos empresários brasileiros, melhorar a

imagem perante a sociedade (16%) e atender ao consumidor com preo-

cupações ambientais (15%) ocuparam, respectivamente, a 4ª e a 5ª posições

na preocupação dos empresários. (DIAS, 2006).

Os processos produtivos antes conhecidos por alguns dentro das

empresas, sob certos aspectos, popularizam-se através dos meios de

comunicação de massa e do acesso à Internet, fazendo com que em pouco

tempo percam a credibilidade as declarações superficiais que têm como

objetivo somente um melhor posicionamento no mercado, sem alterações

significativas nos processos e produtos. (DIAS, 2006).

Nas sociedades, de modo geral, cresce a cultura de que a qualidade de

vida é um valor essencial do ser humano, e isto inclui um relacionamento

harmonioso com a natureza. Em muitas regiões, recém-incorporadas ao

89

mercado global, às populações têm uma relação com a natureza que a

industrialização e o consumo de massa não modificaram. Estas são bastante

sensíveis à propaganda enganosa, e devido à facilidade propiciada pelos

meios de comunicação, podem transformar-se em focos de resistência a

produtos, e se tornarão símbolos de resistência à irresponsabilidade ambiental,

que marcará de forma profunda as corporações envolvidas. (TACHIZAWA,

2009).

Em relação às certificações ambientais, Seiffert (2008) salienta que em

muitos casos, as certificações, que se evidenciam em selos de qualidade

ambiental, têm se tornado um estímulo externo de peso para as empresas.

Clientes dos países desenvolvidos exigem em muitos casos uma certificação

reconhecida internacionalmente, como a norma ISO 14000, para alguns

produtos.

Segundo Seiffert (2008), os Sistemas de Gestão Ambiental constituem

processos sob os quais, de forma sistemática e planejada, se controlam e

minimizam os impactos ambientais negativos de uma organização. Para se

obter a certificação de um modelo de gestão ambiental, como, por exemplo, a

série ISO 14000, a empresa deve implementar ferramentas para monitorar

atividades, produtos ou serviços que podem interagir com o meio ambiente; e

desenvolver programas ambientais que promovam redução ou eliminação do

impacto eventualmente produzido.

Os chamados selos ecológicos se referem à identificação dos produtos

por meio de um selo ou etiqueta, emitidos por entidades, organizações

comerciais ou não governamentais, reconhecendo que o produto cumpriu

determinados padrões ambientais previamente estabelecidos, segundo Dias

(2006).

A adesão aos selos verdes é voluntária; eles estão mais estabelecidos

nos países onde os consumidores têm maior consciência ecológica. Um dos

primeiros foi o selo alemão Blue Angel, que foi introduzido em 1977. O selo

canadense Ecologic Choice de 1988 é um dos mais rigorosos. (DIAS, 2006).

O Japão criou um selo em 1989, o Eco-Mark, que é concedido pela

Associação Japonesa do Meio Ambiente. Nos EUA, há os selos ecológicos

Green Cross e Green Seal, que são apoiados por ONGs ambientais (Quadro

3).

90

País Selo Ano de início

Comunidade Européia Ecolabel 1992

Suécia Environmental Choice 1990

Suécia Nordic Swan 1986

Canadá Ecological Choice 1988

Alemanha BlueAngel 1977

EUA Green Seal 1990

Japão Eco-Mark 1989

França NF Environment 1989

Fonte: Epelbaum (2004, apud DIAS, 2006, p. 56)

Quadro 3: Principais selos ecológicos mundiais

Os fornecedores influenciam a conduta das empresas de diversos

modos, por exemplo, ao introduzirem novos materiais e processos, que

contribuem para diminuir ameaças ao meio ambiente e que são adotados pelas

grandes corporações. Os fornecedores que apresentam iniciativas deste tipo

podem converter-se em aliados promotores da inovação dos produtos,

provocando ao mesmo tempo a atualização tecnológica, que trará benefícios

tanto financeiros como ambientais. (DIAS, 2006).

2.6 Normas ambientais e ISO-14000

Com base no ISO/IEC Guide 2 (2004, apud SORATTO et al., 2006), a

certificação deve ser entendida como o modo pelo qual uma terceira parte,

independente, provê garantia escrita de que um determinado sistema de

gestão está em conformidade com os requisitos, que geralmente são

especificados em normas de referência. Esse conceito justifica a importância

da normalização para a certificação de sistemas de gestão, no âmbito do

Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade - SBAC.

No Brasil, a certificação de sistemas de gestão normalizados é

concedida por Organismos Certificadores, cuja competência técnica é

91

reconhecida pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade

Industrial (INMETRO), que por sua vez é o gestor do Sistema Brasileiro de

Avaliação da Conformidade - SBAC (INMETRO, 2004).

Vários são os tipos sistemas de gestão organizacionais e muitas são as

normas, nacionais e internacionais, utilizadas como referência em processos

de implementação e de certificação desses sistemas. Entretanto, ao se realizar

uma análise histórica percebe-se, conforme mostra a Figura 19, uma clara

tendência na evolução e disseminação dos sistemas de gestão. Questões

como sustentabilidade e responsabilidade social passam a receber mais

atenção, principalmente de organizações mais competitivas.

Fonte: Adaptado de Soratto et al. (2006, p. 145)

Figura 19: Evolução dos sistemas de gestão normalizados

De acordo com Seiffert (2008), acompanhando essa tendência, algumas

normas conquistaram seu espaço, especificando diretrizes para a gestão da

responsabilidade social nas organizações.

A norma internacional mais conhecida, atualmente, é a SA 8000,

publicada em 1997 pela entidade americana Social Accountability International.

Seu foco está na responsabilidade das organizações para com as relações

com seus trabalhadores, com base nos direitos humanos postulados pela

Organização Internacional do Trabalho (OIT). (SEIFFERT, 2008).

Outra norma muito conhecida é a AA 1000, cuja primeira versão foi

introduzida em 1999 pela entidade britânica Institute of Social and Ethical

AccountAbility. Essa norma não é certificável e busca o comprometimento das

organizações para com as partes interessadas, vinculando as questões sociais

92

e éticas à gestão estratégica e às operações da empresa. (SEIFFERT, 2008).

A elaboração de normas para a gestão da responsabilidade social é uma

tarefa complexa, pois envolve questões como ética e cultura, o que dificulta a

obtenção do consenso dos requisitos, principalmente, em nível internacional.

(SEIFFERT, 2008).

Essa dificuldade vem sendo encontrada pela International Organization

for Standardization (ISO) na elaboração da norma internacional ISO 26000, que

propõe o estabelecimento de diretrizes para a responsabilidade social nas

organizações dos países membros. Após três anos de estudo, a ISO optou por

elaborar uma espécie de guia de referência para orientar as nações que

desejam elaborar norma de SGRS. (SEIFFERT, 2008).

Ante aos esforços de normalizar SGRS, em todo o mundo, surge a

ABNT NBR 16001:2004 com o potencial de alavancar a sistematização da

gestão da responsabilidade social nas organizações brasileiras e possibilitar a

certificação no âmbito do SBAC. (SEIFFERT, 2008).

A certificação desse tipo de sistema no SBAC, segue o Regulamento de

Avaliação da Conformidade – RAC, elaborado pelo Inmetro e aprovado em

fevereiro de 2006. Nesse documento estão estabelecidos os critérios do

Programa de Avaliação da Conformidade de SGRS, com base na ABNT NBR

16001:2004. (SEIFFERT, 2008).

De acordo com o RAC (apud SEIFFERT, 2008), o processo de

certificação desse tipo de sistema de gestão deve contemplar, diferentemente

da avaliação dos demais tipos de sistemas de gestão, a auditoria em duas

fases:

a) Auditoria fase 1: tem início com a análise crítica, pelo Organismo

Certificador, da solicitação da certificação, compreendendo a análise

da documentação (manual, procedimentos e instruções), a consulta

prévia e divulgação às partes interessadas;

b) Auditoria fase 2: compreende a auditoria do Sistema de Gestão da

Responsabilidade Social (SGRS) nas instalações da organização

com entrevistas com a força de trabalho da mesma para verificar o

atendimento aos requisitos da norma ABNT NBR 16001 (2004).

É na fase 2 da auditoria que se encontram as dificuldades potenciais

para os auditores, no que diz respeito ao trabalho de constatação da

93

conformidade do sistema de gestão

A ABNT NBR 16001 estabelece uma estrutura de requisitos relativos à

sistema da gestão da responsabilidade social, fundamentados na promoção da

cidadania, no desenvolvimento sustentável (econômico, ambiental e social) e

na transparência das atividades das organizações. (SEIFFERT, 2008).

Partindo da abordagem de processos, a norma utiliza a metodologia

PDCA (Plan, Do, Check, Act), conforme mostra a Figura 20, buscando

facilidade para seu entendimento e aplicabilidade. (SEIFFERT, 2008).

Fonte: ABNT NBR 16001 (2004)

Figura 20: Modelo do sistema de gestão da responsabilidade social

Tanto sua estrutura, quanto parte do seu conteúdo se assemelham à

NBR ISO 14001 o que lhe confere a característica de flexibilidade, no que diz

respeito a sua integração aos demais sistemas de gestão, como o da qualidade

e o ambiental. (SEIFFERT, 2008).

Um dos grandes diferenciais da ABNT NBR 16001 está no item

planejamento, que contraditoriamente pode ser considerado o ponto mais

crítico da norma. No item 3.3.3, a norma menciona, de modo superficial, os

objetivos, metas e programas que a organização deve contemplar na área de

responsabilidade social, ressaltando que estes devem ser documentados,

94

implementados e mantidos, tanto na organização, quanto em relação às partes

interessadas. (SEIFFERT, 2008).

Segundo Tachizawa (2009), os objetivos e metas devem ser

quantificados sempre que exequível e compatíveis com a política da

responsabilidade social, contemplando ações vinculadas às seguintes

temáticas:

a) boas práticas de governança;

b) combate a pirataria, sonegação, fraude e corrupção;

c) práticas leais de concorrência;

d) direitos da criança e do adolescente, incluindo o combate ao trabalho

infantil;

e) direitos do trabalho, incluindo o de livre associação, de negociação;

f) a remuneração justa e benefícios básicos, bem como o combate ao

trabalho forçado;

g) a promoção da diversidade e combate à discriminação (por exemplo:

cultural, de gênero, de raça/etnia, idade, pessoa com deficiência);

h) promoção da saúde e segurança;

i) promoção de padrões sustentáveis de desenvolvimento, produção,

distribuição e consumo, contemplando fornecedores, prestadores de

serviço, entre outros;

j) proteção ao meio ambiente e aos direito das gerações futuras; e,

k) ações sociais de interesse público.

Essas temáticas são propostas pela norma sem suficiente

contextualização,dando margem à livre interpretação e à identificação de

outros temas pertinentes, o que, aliás, é textualmente recomendando,

conforme Tachizawa (2009).

A partir da definição de governança que consta da norma, as boas

práticas de governança estão vinculadas ao modo como as organizações são

dirigidas e controladas, implicando no relacionamento entre acionistas e

cotistas, na existência dos conselhos fiscal e de administração, bem como na

prática da auditoria independente. As boas práticas de governança devem

permitir que proprietários, acionistas e cotistas tenham perfeita visibilidade da

organização, considerando a prestação de contas, equidade e transparência.

(TACHIZAWA, 2009).

95

O combate à pirataria, sonegação, fraude e corrupção é uma temática

bem objetiva para as organizações, entretanto é, sem dúvida, a de maior

dificuldade para a constatação dos auditores. (DIAS, 2006).

Pressupõe que para combater esses crimes é necessário primeiramente

que as organizações não os pratique. A auditoria pode verificar o licenciamento

de softwares e outras mídias, a conscientização dos colaboradores, a

ocorrência de denúncias e o histórico de problemas relacionados à sonegação,

fraude e corrupção. (DIAS, 2006).

O culto a práticas leais de concorrência remete aos princípios da

organização no que tange à prática de preços e concorrência. O auditor pode

verificar estas práticas e se ocorreram denúncias no Conselho de

Administração de Defesa Econômica (CADE). (DIAS, 2006).

Os direitos da criança e do adolescente, incluindo o combate ao trabalho

infantil, pode ser demonstrado pela organização também por meio de: incentivo

a adoção da mesma prática pelos fornecedores e outras partes interessadas,

emprego de menores entre 14 e 16 anos como aprendizes e destinação de um

percentual do imposto de renda devido aos fundos geridos pelos conselhos dos

direitos da criança e do adolescente. (DIAS, 2006).

Os direitos do trabalhador, incluindo o de livre associação, de

negociação, a remuneração justa e benefícios básicos, bem como o combate

ao trabalho forçado estão relacionados, respectivamente, ao cumprimento da

legislação vigente a respeito do trabalho de menores, à manutenção dos

benefícios garantidos pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, ao

estímulo a livre associação, à remuneração justa e à inexistência de trabalho

forçado. Evidenciar o cumprimento dessas leis vai exigir um razoável

conhecimento do direito e habilidade na condução de entrevistas. (SEIFFERT,

2008).

A promoção da diversidade e combate à discriminação se traduz no

respeito ao indivíduo e na valorização da diversidade que está na consideração

às diferenças (cultura, gênero, raça/etnia, idade, necessidades especiais), no

exercício da tolerância e nas relações de parceria, que tenham como base a

ética e a valorização do bem comum. O estabelecimento de estratégias de

recrutamento e promoção, indicadores que demonstrem qual a real situação do

quadro funcional da empresa, oferecer salários idênticos entre homens e

96

mulheres, negros e brancos para uma mesma função e outras ações que

demonstrem equidade devem ser consideradas. (DIAS, 2006).

O compromisso com o desenvolvimento profissional deve ser estendido

aos diversos níveis hierárquicos da organização com a instituição de

programas focados na erradicação do analfabetismo, educação básica ou

ensino supletivo, especialização de técnicos e profissionais graduados e

estímulo a evolução profissional de aprendizes e estagiários. (DIAS, 2006).

A promoção da saúde e segurança está vinculada ao cumprimento das

obrigações legais vigentes e à adesão à programas que objetivem melhorar a

saúde dos trabalhares. Neste tema, patamares superiores para a gestão da

saúde e segurança organizacional podem ser alcançados com a certificação

pela BS 8800 e OHSAS 18001, por exemplo. (SEIFFERT, 2008).

A promoção de padrões sustentáveis de desenvolvimento, produção,

distribuição e consumo, contemplando fornecedores, prestadores de serviço

enfoca a perspectiva do desenvolvimento sustentável que pressupõe a

sustentabilidade como um processo dinâmico e que deve ser analisado a partir

de uma visão sistêmica dos fenômenos que o envolvem. Essa visão, deve

contemplar não apenas ações da organização relacionadas ao produto ou

serviço ofertado, tais como produção, distribuição e consumo, mas também o

agir no desenvolvimento de seus fornecedores e prestadores de serviço,

através de transferência de conhecimento técnico e valores éticos. (DIAS,

2006).

A proteção ao meio ambiente e aos direitos das gerações futuras segue

os mesmos postulados da sustentabilidade, exigindo que a organização

demonstre seu comprometimento com o meio ambiente, entre outros, pela

adesão a certificações com base em norma ambiental e promoção campanhas

educativas, inclusive sobre os impactos gerados a partir de suas atividades.

(SEIFFERT, 2008).

A organização pode desenvolver campanhas periódicas de redução de

consumo de energia e de água e reciclagem de materiais ou desenvolver

fóruns e debates internos sobre preservação ambiental, coleta seletiva e

reciclagem de resíduos ou sobre os impactos ambientais causados por seus

produtos ou serviços. As ações podem contemplar um programa de

gerenciamento de resíduos, informações no produto sobre seu destino final,

97

não utilização de materiais e insumos provenientes de exploração ilegal,

contribuição para a preservação da biodiversidade e conservação de áreas

protegidas e outros. (SEIFFERT, 2008).

E, por fim, as ações sociais de interesse público que podem ser

direcionadas, tanto à comunidade de entorno, quanto a áreas mais

abrangentes. Investimentos no desenvolvimento sócio-econômico da

comunidade, geração de emprego e renda, construção de áreas comuns

(parques, praças, centros comunitários) e estímulo à prática do serviço

voluntário pelos funcionários, estão entre as ações possíveis. (SEIFFERT,

2008).

O esforço de interpretar esses requisitos, só acentua a dificuldade de

evidenciá-los nas auditorias de certificação, demonstrando que essa tarefa vai

exigir um nível de competência das equipes auditoras, de forma a atender a

ABNT NBR 16002:2005, principalmente no que diz respeito à compreensão da

interação das relações, processos e produtos da organização auditada com o

meio ambiente, contexto econômico e contexto social, tendo como referência

as temáticas aqui discutidas. (SEIFFERT, 2008).

A que se considerar, ainda, que a falta de detalhamento, na norma, das

temáticas acima comentadas, tende não apenas a dificultar o processo de

auditoria de certificação, mas a aumentar a responsabilidade do auditor no

julgamento de requisitos menos qualificáveis, intangíveis e até certo ponto

subjetivos. (DIAS, 2006).

Essa situação pode dar margem a proliferação de critérios diferenciados

entre os auditores no momento de se evidenciar a conformidade ou, o que é

pior, diante da necessidade de se caracterizar uma não-conformidade. A

variabilidade oriunda da interpretação dos requisitos da norma pode influenciar

significativamente na consistência dos serviços de certificação oferecidos pelos

diversos organismos de certificação.

Associa-se a essas dificuldades o fato da norma ressaltar que duas

organizações que desenvolvam atividades similares, mas que apresentem

níveis diferentes de desempenho de responsabilidade social, podem, ambas,

atender aos seus requisitos. Entende-se que, mesmo que a ABNT NBR 16001

não se proponha a prescrever critérios de desempenho e que o Regulamento

da Avaliação da Conformidade não faça menção a esses critérios, faz-se

98

necessário o estabelecimento de diretrizes mais específicas para o

atendimento de cada uma das temáticas comentadas, objetivando orientar as

organizações e os auditores e minimizar conflitos indesejáveis, bem como

discrepâncias no processo de concessão da certificação. (SEIFFERT, 2008).

2.7 A importância da sustentabilidade na empresa

Martins (2006) observa que a penetração do conceito de

desenvolvimento sustentável no meio empresarial tem se pautado mais como

um modo de empresas assumirem formas de gestão mais eficientes, como

práticas identificadas com o eco-eficiência e a produção mais limpa, do que

uma elevação do nível de consciência do empresariado em tomo de uma

perspectiva de um desenvolvimento econômico mais sustentável. Embora haja

um crescimento perceptível da mobilização em torno da sustentabilidade, ela

ainda está mais focada no ambiente interno das organizações, voltada

prioritariamente para processos e produtos.

Os empresários atualmente não vêem as questões ambientais como

privilégios de poucos com sobras de caixa ou interesses de ecologistas. A

preocupação com o meio ambiente, principalmente depois da década de 70,

passou a ser vista como investimento rentável se tratada de forma adequada,

ou seja, quando este investe nas melhores práticas de produção, sem agredir o

meio ambiente e reduz ou reutiliza, cada vez mais, os resíduos industriais.

(ANDREOLA, 2008).

Andreola (2008) ainda salienta que é constante a preocupação dos

empresários de sucesso com o meio ambiente, não sendo diferente em relação

aos bancos financiadores. Isso porque emprestar recursos financeiros a

empreendedores que demonstram efetiva preocupação com o meio ambiente

representa uma parceria de sucesso duradouro, na medida em que se percebe

que a mudança comportamental dos fornecedores, clientes e consumidores

passou a exigir atitudes conscientes dos empresários em relação à natureza.

Na concessão de créditos e financiamentos, alguns elementos são

decisivos como: risco ambiental e desenvolvimento de novas tecnologias.

99

Trata-se de compartilhar a responsabilidade ambiental, tarefa de todos os

segmentos da sociedade, aí incluso o setor produtivo. (JESUS et al., 1997).

A comunidade confere os novos produtos lançados no mercado para

verificar se eles não representam nenhuma agressão ao meio ambiente.

Essa preocupação, segundo Grizzi et al. (2003), já representa um dos

melhores argumentos de venda dos novos produtos lançados no mercado, já

que consumidores passaram a exigir das empresas a variável ambiental na

fabricação de seus produtos. Os consumidores atuais preferem produtos de

empresas que demonstrem de forma efetiva que não estão agredindo o meio

ambiente e estão investindo na sua regeneração ou manutenção.

Além da valorização da imagem, as empresas ambientalmente

conscientes verificam, no mercado acionário, que sua empresa vale mais, pois

a procura dos investidores é maior quando se trata de empresas que atuam de

forma adequada com relação ao meio ambiente. E, quanto maior for a procura

pelas ações patrimoniais dessa companhia, maior será seu valor de mercado.

(GRIZZI et al., 2003).

É uma dimensão pautada nos aspectos debatidos pela visão econômica

clássica em que a empresa deve ser um empreendimento viável, ou seja, a

sustentabilidade não menospreza a necessidade da organização ser rentável e

remunerar o capital privado investido. Essa é a condição, segundo Dias (2006),

para que ela possa desenvolver a sua dimensão social gerando emprego,

oportunidades para minorias e projetos sociais para a sociedade.

Outra preocupação atual das empresas, observada por Andreola (2008),

refere-se à certificação ambiental que remetem a estas a se submetem aos

respectivos processos de auditoria ambiental e auditoria dos sistemas de

gestão ambiental (SGA).

As empresas a cada dia adotam as práticas de gestão ambiental, como forma de competir com seus concorrentes num mercado cada vez mais exigente e porque o consumidor atual está preferindo os produtos das empresas que investem no meio ambiente ou deixaram de agredi-lo (DIAS, 2006, p. 168)

No Brasil, segundo Dias (2006), as práticas de gestão ambiental nas

empresas podem ser certificadas pela ISO 14000 da Associação Brasileira de

Normas Técnicas (ABNT), através de entidades credenciadas e visam às

organizações que atenderem a todos os respectivos requisitos (NBR ISO

100

14001:1996) e desejarem: implementar, manter e aprimorar um sistema de

gestão ambiental; assegurar-se de sua conformidade com sua Política

Ambiental definida; demonstrar tal conformidade a terceiros; buscar

certificações/registro do seu Sistema de Gestão Ambiental por uma

organização externa e realizar uma auto-avaliação e emitir autodeclaração de

conformidade com esta Norma.

A certificação ambiental, segundo Andreola (2008), é um

reconhecimento de que determinada empresa cumpriu todos os requisitos

exigidos para sua obtenção. No entanto, os empresários devem atentar para o

fato de que não basta atingir, em determinado momento, o reconhecimento

através da ISO 14000. É necessário atentar para a melhoria contínua, pois, em

questão ambiental, a evolução é constante.

Para a implantação de um Sistema de Gestão Ambiental na empresa,

primeiramente deve-se analisar as condições em que se encontra a empresa e

seu processo produtivo frente ao que prevê a legislação vigente e as

expectativas do mercado consumidor e da concorrência.

A utilização da gestão ambiental, como diferencial de mercado é assim

explicada por Andrade; Chiuvite:

Existe uma tendência natural das empresas em abandonar uma postura ―reativa‖ quanto às questões ambientais e passarem a assumir uma posição pró-ativa na sociedade, encabeçando, inclusive, iniciativas focadas na sustentabilidade ambiental. Evidente que não se trata de um surto repentino de consciência ambiental dos dirigentes do setor produtivo do país. Trata-se de uma briga de mercado. (ANDRADE; CHIUVITE, 2004, p. 77)

O conceito de responsabilidade social empresarial é um produto do

século XX e das corporações modernas que, segundo Ashley et al. (2005),

nasce com forte conotação normativa e cercada de debates filosóficos sobre o

dever das corporações de promover o desenvolvimento social. Diante dele

formaram-se duas correntes: uma contra e outra a favor a responsabilidade

social das empresas.

A pratica de ações socialmente responsáveis pelas empresas garantem

ganhos de reputação – reconhecimento e legitimação da empresa. Contudo, a

relação com retornos financeiros (razão instrumental) é inconclusiva, até

porque ações ambientais, entre outras, não tem ligações facilmente

mensuráveis com o negócio da empresa (MACHADO FILHO, 2006).

101

Portanto, segundo Moura; Leal:

Independente da racionalidade subjacente, se ética ou instrumental, ações de responsabilidade social alteram os paradigmas de negócios tradicionais ao integrar valores altruístas de solidariedade, reciprocidade e amor ao próximo dentro da gestão empresarial. Mas, ainda assim é preciso definir: qual o significado de responsabilidade social empresarial e em que medida esse construto teórico se co-relaciona com a perspectiva do desenvolvimento sustentável. (MOURA; LEAL, 2007, p. 7).

2.8 Indicadores

O desenvolvimento sustentável emerge hoje como o mais importante

desafio global. Neste cenário, o sucesso das organizações depende de uma

nova forma de pensar e de um novo modo de gerir, uma vez que os resultados

econômicos estão cada vez mais atrelados aos impactos ambientais e sociais

causados por suas decisões e ações (WEINGRILL; HEFFERNAN, 2009).

Em resposta ao anseio mundial de responsabilidade social, surgem os

índices de sustentabilidade empresarial no mercado financeiro. O primeiro

deles foi o Sustainability Index, lançado em 1999 pela Dow Jones, empresa

americana dedicada a informações sobre negócios. Funciona como uma

ferramenta para investidores que busquem empresas ao mesmo tempo

lucrativas e eficientes na integração dos fatores econômicos, ambientais e

sociais nas estratégias de seus negócios (ETHOS, 2009).

Segundo Itacarambi (2008), os indicadores de avaliação têm o desafio

de avaliar o comportamento da empresa e a contribuição da mesma para o

desenvolvimento sustentável da sociedade, além de medir o desempenho de

uma política voltada à sustentabilidade. Os indicadores de avaliação no Brasil

são:

a) Indicadores Ethos;

b) ISE;

c) GRI;

d) Balanço Ibase;

e) Escala Akatu.

Itacarambi (2008) apresenta o seguinte modelo PDCA para os

102

indicadores de avaliação nas empresas (Figura 21).

Fonte: Itacarambi (2008, p. 69)

Figura 21: Gestão da empresa

Idealizado por Shewhart e mais tarde aplicado por Deming, o Ciclo

PDCA compõe o conjunto de ações em sequência dada pela ordem

estabelecida pelas letras que compõem a sigla: P (plan: planejar), D (do: fazer,

executar), C (check: verificar, controlar), e finalmente o A (act: agir, atuar

corretivamente) sob o conceito de uma organização qualquer, encarregada de

atingir um determinado objetivo, necessita planejar e controlar as atividades a

ela relacionadas (SOUSA, 2006).

2.8.1 Indicadores Ethos

Os Indicadores Ethos têm por missão de sensibilizar e ajudar as

empresas a gerir seus negócios de forma socialmente responsável, tornando-

as parceiras na construção de uma sociedade mais próspera e justa

(ITACARAMBI, 2008).

Os Indicadores Ethos propicia a auto-avaliação da cultura de gestão da

empresa quanto à incorporação da responsabilidade social corporativa. Os

funcionários avaliam a qualidade do relacionamento da empresa com as

diferentes partes interessadas e são voltados para a própria gestão da

103

empresa, de forma que possibilite o processo de planejamento e

implementação de políticas e ações.

Fonte: Itacarambi (2008, p. 70)

Figura 22: Indicadores Ethos

2.8.2 Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE)

O índice é uma análise comparativa da performance das empresas

listadas na Bovespa e selecionadas sob o aspecto da sustentabilidade As

empresas listadas na Bovespa e que desejam participar do ISE respondem a

um questionário cuja classificação as incluirá ou não no Índice.

O Índice é voltado para investidores que procuram empresas

socialmente responsáveis, sustentáveis e rentáveis para aplicar seus recursos.

Mostra a carteira de empresas do ISE está disponível no mesmo formato dos

outros índices da Bovespa.

104

Fonte: Itacarambi (2008)

Figura 23: Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE)

2.8.3 Global Reporting Initiative (GRI)

A Global Reporting Initiative (GRI) é uma rede internacional que

elaborou o modelo para relatórios de sustentabilidade mais usado no mundo

atualmente. As Figuras 24 e 25 mostram respectivamente os princípios e

critérios do GRI e os três 3 tipos de selos para todos os níveis.

Fonte: Itacarambi (2008)

Figura 24: Princípios e critérios do GRI

105

Fonte: Itacarambi (2008)

Figura 25: Três tipos de selos para todos os níveis

2.8.4 Balanço Social Ibase

O Balanço Social Ibase avalia a contribuição social da empresa através

da distribuição dos seus gastos em aspectos sociais, ambientais e de cidadania

empresarial. A Figura 26 mostra o modelo do Balanço Social Ibase. (IBASE,

2009).

A empresa divulga, por meio de uma planilha padrão, informações sobre

seu quadro funcional e seus gastos e investimentos sociais internos e externos,

para os públicos de interesse da empresa e à sociedade em geral. (IBASE,

2009).

O Ibase fornece o Selo Balanço Social/Betinho para as empresas que

divulgam todas as informações requeridas,

Os itens do Balanço Social Ibase são:

a) base de calculo;

b) indicadores sociais internos;

c) indicadores sociais externos;

d) indicadores ambientais;

e) indicadores de corpo funcional;

f) informações relevantes quanto ao exercício da cidadania

empresarial. (IBASE, 2009).

106

Fonte: Chesf (2009)

Figura 26: Balanço Social Ibase

2.8.5 Escala Akatu

A Escala Akatu é um instrumento para auxiliar o consumidor na

avaliação de empresas conforme seu grau de responsabilidade social

corporativa.

A escala é preenchida de forma automática e baseada nas declarações

das empresas que se propõem a participar da iniciativa.

As informações são ponderadas por critérios objetivos e uniformes

(iguais para todas as empresas de determinado perfil).

É desenvolvida para clientes e consumidores das empresas e mostra as

respostas das empresas ao questionário da Escala ficam disponíveis no site do

Akatu para consulta dos consumidores.

107

Fonte: Instituto Akatu (2009)

Figura 27: Escala Akatu

2.8.6 Iniciativas Internacionais

2.8.6.1 Metas do Milênio

O Projeto do Milênio foi especialmente constituído pelo Secretário-Geral

das Nações Unidas, em 2002, para desenvolver um plano de ação concreta

para que o mundo reverta o quadro de pobreza, fome e doenças opressivas

que afetam bilhões de pessoas.

O Plano Global propõe soluções diretas para que os Objetivos de

Desenvolvimento do Milênio sejam alcançados até 2015. O Plano Global do

Projeto do Milênio apresenta recomendações para que isso seja feito tanto em

países pobres quanto em países ricos. (MILLENNIUM PROJECT, 2005).

O Projeto tem trabalhado com países em desenvolvimento, ajudando a

identificar: quantas mães necessitam de acesso a clínicas médicas, quantas

108

crianças necessitam de imunização, quantos professores devem existir em

cada distrito, quantas bombas de água devem ser instaladas, entre outros, para

que cada país entre nos eixos para 2015. (MILLENNIUM PROJECT, 2005).

As forças tarefas envolvem: fome, educação, igualdade de gênero,

saúde infantil e saúde materna, acesso a medicamentos essenciais, malária,

tuberculose, meio ambiente, água, moradores de assentamentos precários,

comércio e ciência, tecnologia e inovação (MILLENNIUM PROJECT, 2005).

De acordo com o Millennium Project (2005) são 8 as metas do Milênio:

a) meta 1: erradicar a pobreza extrema e a fome;

b) meta 21: atingir o ensino básico universal;

c) meta 3: promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das

mulheres;

d) meta 4: reduzir a mortalidade infantil;

e) meta 5: melhorar a saúde materna;

f) meta 6: combater o HIV/AIDS, a malária e outras doenças;

g) meta 7: garantir a sustentabilidade ambiental;

h) meta 8: estabelecer uma parceria mundial para o desenvolvimento.

Fonte: Itacarambi (2008)

Figura 28: Metas do Milênio

109

2.8.6.2 Pacto Global

O Pacto Global é uma iniciativa proposta pela Organização das Nações

Unidas para encorajar empresas a adotar políticas de responsabilidade social

corporativa e sustentabilidade. (PACTO GLOBAL, 2008).

A idéia da criação do Pacto Global considerou que atualmente as

empresas são protagonistas fundamentais no desenvolvimento social das

nações e devem agir com responsabilidade na sociedade com a qual

interagem. Na medida em que se envolvem nesse compromisso, contribuem

para criar uma sociedade mais justa e compreendem mais profundamente as

oportunidades existentes num contexto social complexo e dinâmico. (PACTO

GLOBAL, 2008).

Fonte: Pacto Global (2008)

Figura 29: Pacto Global no Mundo

O Pacto Global é um instrumento de livre adesão pelas empresas,

sindicatos e organizações da sociedade civil. A entidade que adere ao pacto

assume voluntariamente o compromisso de implantar os dez princípios em

suas atividades cotidianas e prestar contas à sociedade, com publicidade e

transparência, dos progressos que está realizando no processo de implantação

110

dos princípios mediante Comunicações de Progresso (COP). Essas

comunicações devem ser feitas com o envio anual de um relatório elaborado

pelas empresas. A adesão ao pacto ocorre com o preenchimento de uma carta

de adesão que deve ser assinada pelo principal executivo da organização e,

então, enviada ao secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon. (PACTO

GLOBAL, 2008).

O Pacto Global possui dez princípios que o fundamentam, sendo que

nove foram estabelecidos na sua criação e um incluído posteriormente. Eles se

derivaram de algumas declarações, são elas: Declaração Universal de Direitos

Humanos, Declaração da Organização Internacional do Trabalho sobre

Princípios e Direitos Fundamentais do Trabalho, Declaração do Rio sobre Meio

Ambiente e Desenvolvimento e, também, Convenção das Nações Unidas

contra a Corrupção. (PACTO GLOBAL, 2008).

Fonte: Pacto Global (2008)

Figura 30: Pacto Global no Brasil

O Pacto Global vem para incentivar o alinhamento das políticas e

práticas empresariais com os valores e fins internacionalmente acordados.

111

Assim, seus princípios reproduzem tais objetivos condizentes a direitos

humanos, direitos do trabalho, proteção ambiental e combate à corrupção.

(PACTO GLOBAL, 2008).

O Pacto Global no Brasil, por meio de seu Comitê, definiu alguns dos

pontos a serem alcançados. São eles a massificação de seus princípios no

país, ampliar a adesão de empresas e organizações brasileiras, apoio às

empresas para a implementação de tais princípios, incentivo à troca de

experiências e aprendizados, articular internacionalmente com as demais redes

do Pacto global, bem como com o escritório em Nova York, promover o vínculo

entre os princípios do PG e os objetivos do desenvolvimento do milênio e, por

fim, assessorar o presidente do Comitê Brasileiro do Pacto Global (CBPG).

(PACTO GLOBAL, 2008).

2.8.6.3 FSC

O Conselho Brasileiro de Manejo Florestal (FSC Brasil) é uma

organização não-governamental, independente e sem fins lucrativos,

reconhecida como uma OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse

Público) e com cadastro no CNEA (Cadastro Nacional de Entidades

Ambientalistas).

A missão do Conselho Brasileiro de Manejo Florestal é difundir e facilitar

o bom manejo das florestas brasileiras conforme Princípios e Critérios que

conciliam as salvaguardas ecológicas com os benefícios sociais e a viabilidade

econômica. (FSC, 2009).

A certificação é um processo voluntário em que é realizada uma

avaliação de um empreendimento florestal, por uma organização independente,

a certificadora, e verificado os cumprimentos de questões ambientais,

econômicas e sociais que fazem parte dos Princípios e Critérios do FSC. (FSC,

2009).

O processo pode ser resumido em macro etapas:

a) contato inicial - a operação florestal entra em contato com a

certificadora;

112

b) avaliação - consiste em uma análise geral do manejo, da

documentação e da avaliação de campo. o seu objetivo é preparar a

operação para receber a certificação. nessa fase são realizadas as

consultas públicas, quando os grupos de interesse podem se

manifestar;

c) adequação - após a avaliação, a operação florestal dve adequar as

não confirmidades (quando houver);

d) certificação da operação - a operação florestal recebe a certificação.

nessa etapa, a certificadora elabora e disponibiliza um resumo

público;

e) monitoramento anual - após a certificação é realizado pelo menos um

monitoramento da operação ao ano. (FSC, 2009).

O processo da certificação é conduzida pela certificadora. O Conselho

Brasileiro de Manejo Florestal não emite certificado. Cabe às certificadoras

avaliar operações de manejo florestal ou de cadeias de custódia para conceder

o uso do selo FSC nos produtos, e auditar operações certificadas, seja de

manejo florestal ou de cadeia de custódia. Também cabe à certificadora

precificar e cobrar por este serviço. (FSC, 2009).

O FSC Internacional (FSC IC) estabelece regras para o credenciamento

das certificadoras que serão as responsáveis pela liberação do selo FSC. Para

garantir a credibilidade e acompanhar a evolução da certificação no mundo, as

certificadoras são monitoradas constantemente pelo FSC IC. (FSC, 2009).

No Brasil existem atualmente cinco certificadoras credenciadas pelo

FSC IC. Estas certificadoras estão autorizadas a avaliar as unidades de manejo

florestal - empresariais ou comunitárias - e as indústrias processadoras -

cadeia de custódia – e permitir o uso da logomarca do FSC. (FSC, 2009).

113

CAPÍTULO III

A PESQUISA

3 INTRODUÇÃO

As questões acerca da sustentabilidade têm sido amplamente utilizadas

pelas empresas como diferencial competitivo e pela consciência ambiental que

levam-nas à obtenção do lucro com a manutenção e melhorias do meio

ambiente, com vistas a qualidade de vida das futuras gerações.

A fim de demonstrar a importância das práticas ambientais e verificar o

resultado das ações de sustentabilidade adotadas no processo produtivo do

papelão ondulado na Klabin S/A visando a contribuição com a responsabilidade

ambiental.

Foi realizada uma pesquisa de campo na Klabin S/A, unidade de Jundiaí

(SP), no período de fevereiro a outubro de 2009.

Foram utilizados os seguintes métodos para realização da pesquisa:

a) Estudo de caso na Klabin - divisão papelão ondulado, Jundiaí (SP)

no período de fevereiro a outubro de 2009 analisando as ações de

sustentabilidade e responsabilidade ambiental da empresa;

b) Observação sistemática - foram observados, analisados e

acompanhados os procedimentos aplicados nas ações de

sustentabilidade, como suporte para o desenvolvimento do estudo de

caso;

c) Método histórico – foram observados os dados e a evolução histórica

da empresa nas ações de sustentabilidade: responsabilidade

socioambiental na empresa Klabin S/A - divisão papelão ondulado -

Jundiaí (SP), como suporte para o desenvolvimento do estudo de

caso.

As técnicas utilizadas foram:

a) Roteiro de Estudo de Caso (Apêndice A);

114

b) Roteiro de Observação Sistemática (Apêndice B);

c) Roteiro histórico (Apêndice C);

d) Roteiro de entrevista para o Coordenador Industrial (Apêndice D);

e) Outros registros: foram utilizados gráficos e fotos.

3.1 A Klabin S/A – Unidade de Jundiaí (SP)

Estrategicamente localizada entre a capital e o interior paulista, no

entroncamento de duas importantes rodovias, a Bandeirantes e a Anhanguera,

a Unidade de Jundiaí Tijuco Preto encontra-se na Via Anhanguera, s/nº Km

48,7, Sitio Tijuco Preto, Caixa Postal 881, CEP: 13201-970 em Jundiaí (SP).

Fonte: Klabin (2009a)

Figura 32: Klabin S/A – Unidade de Jundiaí Tijuco Preto (SP)

A Unidade Jundiaí – TP destaca-se entre as outras unidades, devido às

áreas nela sediadas, como, por exemplo, a área Comercial, Desenvolvimento

de Produtos, Tecnologia da Informação e Suprimentos. Abriga o Centro de

Documentação e Memória Klabin, o qual preserva toda a história da empresa,

115

reconstruindo sua trajetória por meio de documentos textuais, fotografias,

vídeos e objetos. Além do showroom de produtos, onde estão expostas as

embalagens criadas pelo departamento de Desenvolvimento de Produtos.

O principal produto produzido na Unidade é Embalagem de Papelão

Ondulado.

3.1.1 Histórico

A Unidade Jundiaí Tijuco Preto foi inaugurada em 13 de março de 1992,

quando a Klabin encerrou suas atividades na Unidade Vila Anastácio (1961-

1992), na capital paulista, que produzia embalagens de papelão ondulado.

Grande parte do maquinário e funcionários da Unidade Vila Anastácio

foram transferidos para a nova Unidade de Jundiaí, mais ampla e moderna. A

Unidade de Vila Anastácio foi responsável pela formação de grandes técnicos

na área de produção de embalagens de papelão ondulado, sendo considerada,

dentro do Grupo Klabin, uma escola-modelo.

3.1.2 Projetos sustentáveis

A Klabin estimula a disseminação de boas práticas sociais e ambientais

como exercício da cidadania corporativa em cada comunidade onde está

presente. Na Unidade de Jundiaí Tijuco Preto não é diferente, na cidade de

Jundiaí (SP) a Klabin oferece apoio financeiro ou doação de material para

confecção de artesanato à APAE (Associação de Pais e Amigos dos

Excepcionais).

A Klabin colabora anualmente com a Campanha do Agasalho,

promovida pelo Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo,

doando 12 mil caixas de papelão. Distribuídas por 640 municípios paulistas, as

caixas são para a captação de cobertores e agasalhos.

Em 2004, foram recolhidos 11 milhões de itens e o material arrecadado,

116

encaminhado para 1.900 entidades de assistência a crianças, idosos e

portadores do vírus HIV.

Com doações mensais de cestas básicas, a Klabin colabora com a

Associação dos Renais Crônicos do município de Jundiaí, em São Paulo. Em

2004, a empresa ajudou 200 famílias de Petrolina e Goiana, em Permambuco,

vítimas da forte chuva que atingiu a região nos meses de fevereiro e julho. Ao

todo, foram doadas 200 cestas básicas para os desabrigados. Juntamente com

a ONG Terra Viva, associação formada por funcionários voluntários da Klabin,

a empresa também doa cestas básicas para dez famílias da região de São

Leopoldo, no Rio Grande do Sul, que, para receber as doações, devem manter

suas crianças na escola.

A Klabin destina 1% do Imposto de Renda devido a Fundos dos Direitos

da Criança e do Adolescente, permitindo que Conselhos Municipais dos

Direitos da Criança e do Adolescente tenham condições de desenvolver

projetos capazes de melhorar a vida de milhares de pessoas.

O Programa Klabin Jovem de Futuro envolve todos os municípios onde a

Klabin possui unidades fabris, incluindo a Unidade de Jundiaí Tijuco Preto. O

Programa Klabin Jovem de Futuro tem por objetivo apoiar o jovem como

agente do desenvolvimento comunitário.

A realização do Programa está baseada em quatro pilares, sendo eles:

Formação da Rede Klabin para Juventude; Capacitação de Educadores

Sociais; Desenvolvimento de Lideranças Juvenis; e Mobilização Comunitária.

Nesta última etapa os jovens, os educadores sociais, a rede de cada município

e a Klabin definirão em conjunto, e de forma democrática, um projeto social que

contará com o apoio financeiro da empresa. Atualmente, cerca de 700 pessoas

pertencem à Rede Klabin para a Juventude, representando 300 organizações.

A Klabin apóia financeiramente a Pastoral da Criança, uma organização

comunitária de ação social da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do

Brasil).

O objetivo da instituição, que tem atuação nacional, é o desenvolvimento

integral das crianças, da concepção aos seis anos de idade, com ações de

caráter preventivo e que fortaleçam o tecido social e a integração entre a

família e a comunidade. Possui uma imensa rede de voluntários, 250 mil

pessoas que dão sustentação ao trabalho da instituição e são responsáveis

117

pelo acompanhamento de mais de um milhão de famílias brasileiras.

A Klabin também apóia desde 2003 as ações sociais realizadas por

funcionários que atuam como voluntários em campanhas e ações nas

comunidades de Feira de Santana, na Bahia; São Leopoldo, no Rio Grande do

Sul; Jundiaí e São Paulo, em São Paulo; Telêmaco Borba, no Paraná; e Ponte

Nova, em Minas Gerais.

Em 2003, um grupo de 30 funcionários da sede administrativa da

empresa, na cidade de São Paulo, criou a ONG Terra Viva Associação de

Voluntários da Klabin, para promover o trabalho solidário. Atualmente, a ONG

conta com a participação de 260 voluntários, entre funcionários e familiares. Os

projetos desenvolvidos atendem a crianças, idosos e portadores de deficiência

física e mental.

Em 2005, foram realizadas 13 campanhas pontuais, que proporcionaram

atendimento a mais de 5.000 pessoas nas localidades onde a Terra Viva atua.

Entre as atividades realizadas pelos voluntários, destaca-se o Projeto Adotar,

que anualmente seleciona entidades para desenvolver programas de

atividades educacionais e assistenciais durante o ano.

Foram seis as beneficiadas pelo Adotar: Lar do Irmão Velho e Creche

Rubem Teixeira, em Feira de Santana, na Bahia; Abrigo Casa Aberta e Asilo

Sono Tranquilo, em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul; APAT (Associação

para Pesquisa e Assistência ao Transplantado) e Asilo Cidade dos Velhinhos,

em São Paulo.

3.1.3 A produção de papel ondulado

Em um mercado bastante pulverizado no Brasil, a Klabin ocupa um lugar

de destaque na produção de embalagens de papelão ondulado, tendo o foco

da sua estratégia em qualidade, custo e capacidade de produção de forma

alinhada às demandas dos clientes.

A atuação da empresa é marcada pela completa orientação às

necessidades dos clientes, para atender às encomendas específicas.

A unidade abastece, principalmente, os setores de alimentos, higiene e

118

limpeza, avicultura e fruticultura.

Em 2008, iniciou-se a introdução de inovações tecnológicas nas

onduladeiras em Jundiaí (SP). O investimento tornou-se possível produzir

embalagens mais competitivas, com ganhos em qualidade de impressão,

aprimorando o serviço aos clientes.

O papel utilizado em caixas de papelão ondulado que embalam

alimentos é produzido exclusivamente com fibras virgens, de florestas

plantadas, com certificação de origem. O papel reciclado, que entra na

composição de outras embalagens, tem certificação mista (atestado da origem

do papel de fibra virgem, mas não das aparas).

Cerca de 20% das caixas expedidas pela Klabin para o mercado

doméstico têm como destino final o mercado externo, com destaque para os

segmentos de fumo, frutas, frigorificados e produtos alimentícios (carnes e

frangos).

A Unidade produz caixa de papel normal, caixa corte e vinco, caixa com

Label (etiquetas adesivas offset), caixa de papelão microondulado, acessórios,

brinquedos e chapa de papelão ondulado.

Devido à sua versatilidade, a caixa de papel normal, pode ser utilizada

pela maior parte dos segmentos, como alimentício, bebidas, higiene e limpeza,

papelaria e outros. Impressas pelo sistema flexográfico, permitem excelente

resultado com qualidade e economia. É o tipo de embalagem mais utilizado e

também o mais conhecido. Possui abas de fechamento na parte superior e

inferior e tem sua resistência adequada conforme o produto a ser transportado.

Com foco nas necessidades dos clientes, a Klabin desenvolve todo tipo

de embalagem, respondendo aos desafios apresentados pelas mais diversas

especificações e exigências. Para isso, a Klabin mantém uma equipe de

profissionais de excelência e laboratórios de alta tecnologia, pesquisando e

desenvolvendo novos produtos para atender às necessidades de forma

inovadora, conjunta, personalizada e diferenciada.

A caixa de papel normal é utilizada para embalagens de alimentos,

couro e derivados, farmacêutico, higiene e limpeza, materiais elétricos,

metalúrgica, produtos plásticos, químicos e derivados, utilidade doméstica,

vidros e cerâmicas. A embalagem é dimensionada para diferentes condições

de peso e empilhamento. Conhecida mundialmente como FEFCO 0201.

119

Fonte: Klabin (2009a)

Figura 33: Caixa de papel normal

Com cortes e vincos personalizados, a caixa corte e vinco podem ser

utilizadas por todos os segmentos, como hortifruti, flores, frigorificados,

alimentos em geral, bebidas, higiene e limpeza e outros. Impressas pelo

sistema flexográfico, permitem excelente resultado com qualidade e economia.

Fibras virgens em um papelão ondulado resistente a grandes variações

de temperatura e umidade, na caixa corte e vinco produzidas pela Klabin os

produtores brasileiros exportam frutas frescas para todo o mundo.

O controle de qualidade da sua cadeia produtiva deu à Klabin o

diferencial para o atendimento ao mercado internacional com a produção de

embalagens livres de contaminantes.

As mangas exportadas para o Japão superam as rígidas exigências do

mercado local para a importação de produtos vegetais. A caixa destinada

àquele mercado comporta seis quilos de manga e é perfurada para assegurar

que a fruta amadureça dentro do período necessário.

A embalagem também é utilizada para alimentos

congelados/refrigerados, cosméticos, hortifrutis e floricultura, higiene e limpeza,

materiais elétricos, mecânica, metalúrgica, saúde e beleza, utilidade doméstica,

vestuário e calçados e vidros e cerâmicas e está dimensionada para diferentes

condições de peso e empilhamento.

120

Fonte: Klabin (2009a)

Figura 34: Caixa corte e vinco

A caixa com Label (etiquetas adesivas offset), além de proteger o

produto durante o transporte, destaca também o produto e a marca no ponto-

de-venda. É utilizada para embalagem de alimentos e eletroeletrônicos e está

dimensionada para diferentes condições de peso e empilhamento.

Fonte: Klabin (2009a)

Figura 35: Caixa com Label

A caixa de papelão microondulado são ideais para projetos de

embalagem-display, que, além de transportarem os produtos, também

organizam e permitem exposição diretamente no ponto-de-venda, aumentando

sua visibilidade. Esse conceito inovador reduz o manuseio dos produtos e

121

tempo de serviço, uma vez que podem ser expostos na própria embalagem na

qual foram transportados.

Esse tipo de embalagem é utilizada para alimentos, eletroeletrônico,

utilidade doméstica, vestuário e calçados e está dimensionada para diferentes

condições de peso e empilhamento.

Fonte: Klabin (2009a)

Figura 36: Caixa de papelão microondulado

A Unidade de Jundiaí Tijuco Preto também produz acessórios. Com a

utilização dessas peças, é possível realizar um correto transporte com

economia de custos. Os acessórios são criados de acordo com o produto e às

mais diferentes necessidades e tipos de embalagens, podendo servir como

separadores e suporte para aumento de rigidez, entre outros.

Este tipo de embalagem é utilizada para alimentos, bebidas e

eletroeletrônico dimensionada para diversos tipos de embalagem.

Fonte: Klabin (2009a)

Figura 37: Acessórios

Os brinquedos produzidos na Unidade são produtos seguros, pois são

122

fabricados com tintas atóxicas e papeis ausentes de contaminantes, além de

serem biodegradáveis e 100% recicláveis, contribuindo para a proteção do

meio ambiente.

A versatilidade das embalagens de papelão ondulado da Klabin é

destaque para o segmento de brinquedos, embalando-os ou transformando-os

no próprio brinquedo.

Fonte: Klabin (2009a)

Figura 38: Brinquedos

A chapa de papelão ondulado é produzida na Unidade de Jundiaí Tijuco

Preto com a qualidade já conhecida dos produtos Klabin, as chapas

comercializadas atendem os diversos segmentos da economia.

São embalagens utilizadas para material de transporte e papel para

embalagem de papelão ondulado.

Fonte: Klabin (2009a)

Figura 39: Chapa de papelão ondulado

123

Os produtos produzidos na Unidade de Jundiaí Tijuco Preto receberam a

ISO 9001 - Bureau Veritas Quality International e a Certificação FSC.

A Figura 40 apresenta como acontece o processo produtivo da Klabin e

dentro dele a produção de papelão ondulado.

Fonte: Klabin (2009)

Figura 40: Processo produtivo

3.2 Apresentação e análise dos dados

3.2.1 Apresentação dos dados da pesquisa de campo

Em visita à Klabin S/A – Unidade de Jundiaí (SP), verificou-se que a

unidade transforma especificamente caixa de papelão ondulado. A empresa

possui setores de estoque (armazenamento de bobinas), produtivos,

onduladeira onde são produzidas todas as chapas de papelão ondulado, e

flexografia onde são feitas as impressões e acabamento final das embalagens.

124

Atualmente, a unidade produz entre 200 a 250 t/dia, ou seja, 8 mil

toneladas mês de embalagem de papelão ondulado. Os setores produtivos

trabalham em 3 turnos de 8 horas cada.

A Klabin é reconhecida mundialmente como uma das indústrias

brasileiras mais fortes em seu seguimento, preocupada com a inovação e o

desenvolvimento tecnológico para a fabricação integrada de madeira, celulose,

papel e embalagens.

Foi possível observar a responsabilidade ativa demonstrada dentro da

empresa, o nível de sustentabilidade e responsabilidade social e ambiental que

a Klabin aplica nos dias de hoje.

A principal matéria-prima na produção da embalagem de papelão

ondulado e causador de grande impacto ambiental para a fauna e flora. Desta

forma, para reduzir este impacto a empresa tem preservado a mata nativa

localizada ao próxima da fábrica para que o impacto na reprodução dos

pássaros e dos animais silvestres sejam a mínimo possível.

O projeto de sustentabilidade e gestão ambiental é de responsabilidade

corporativa, mais ligadas às divisões de papel e celulose e todo o grupo tem

consciência de todas estas responsabilidades.

Verificou-se que a empresa faz o ciclo completo de reciclagem. A

reciclagem de papel é uma prática sustentável e otimiza o consumo de

recursos naturais, reduz o volume dos sanitários e ainda gera renda. As fases

do processo industrial de reciclagem da Klabin são:

a) coleta, seleção e vendas das aparas;

b) produção do papel: as aparas são desagregadas em um

equipamento conhecido como hidrapulper, que com a ajuda de água

separa as fibras transformando-as em uma mistura homogênea que

depois de refinada é transformada em bobinas de papeis;

c) conversão do papel em embalagens de papelão ondulado;

d) os refiles e refugos provenientes do processo das embalagens e do

mercado retornam para as unidades de papel reciclado, dando início

a um novo ciclo.

Os resíduos advindos da produção de papel ondulado na Unidade de

Jundiaí são de classe II e III.

A empresa ainda possui uma equipe de meio ambiente para além de

125

outras atividades verifica e soluciona possíveis derramamento de resíduos na

planta ou fora dela. Caso o derramamento ocorrer dentro da planta a equipe

encaminha-se para o local a fim de solucionar o problema da melhor forma

possível minimizando os impactos ambientais.

Caso o derramamento aconteça fora da planta, ou seja, por exemplo, no

derramamento de líquido no transporte do fornecedor à fábrica, a Klabin possui

um telefone onde a comunidade poderá avisar a empresa para tomar as

medidas cabíveis que são tomadas imediatamente ao comunicado.

A Klabin entende que a base para a prática da sustentabilidade com o

meio ambiente é o treinamento de seus colaboradores, pois isto pode além de

fazer com que os processos sejam eficientes ele também quebra paradigmas

na conscientização das práticas adotadas pró meio-ambiente.

A empresa atende a legislação vigente e faz além do que exige a

normatização.

A Klabin é também uma das maiores recicladoras mundiais de

embalagens Tetra Pack, para quem fornece papel cartão com exclusividade no

Brasil e no Mercosul. Com capacidade anual de 28 mil toneladas de

embalagens longa vida, esse processo é realizado na unidade de Piracicaba

(SP), onde as embalagens são recicladas, com aproveitamento integral das

fibras de celulose. O resíduo desse processo – plástico e alumínio, e

encaminhado para EET (Environmental Edge Technology), uma usina de

reciclagem também em Piracicaba (SP), que permite separar o alumínio e o

filme de polietileno com uso da tecnologia Plasma.

Fruto de uma parceria entre Klabin, Tetra Pak, Alcoa e TSL Ambiental,

foi inaugurada em maio de 2005, a empresa EET a qual separa o alumínio e o

plástico que compõe a embalagem cartonada. Já sob o aspecto social, ocorre

um incremento na renda de catadores, que se beneficiam do maior valor

agregado das embalagens longa vida. O conceito e modelo de gestão

praticada no projeto Plasma procura atender às necessidades do presente sem

comprometer a capacidade de gerações futuras. É a execução prática dos

conceitos do desenvolvimento sustentável, com efeitos econômicos, sociais e

ambientais, possibilitando processos mais eficientes, mais empregos, melhores

produtos e serviços, ao mesmo tempo em que reduz o uso de recursos, a

geração de resíduos e a poluição ao longo de toda cadeia.

126

3.2.2 Apresentação dos dados da pesquisa com o Coordenador Industrial

O atual Coordenador Industrial da Klabin S/A, tem 55 anos, é do sexo

masculino Engenheiro Mecânico Industrial pela Universidade São Francisco e

possui MBA pela FGV e Especialização pela Universidade Federal de Santa

Catarina (UFSCAR). Tem experiência nas áreas de produção, planejamento,

qualidade e manutenção. Eis seu depoimento:

O mercado entende e exige pouco sobre sustentabilidade, o cenário

econômico atual não favorece a movimentação de mais produtos de

empresas que possuem de uma forma mais aprimorado a gestão da

sustentabilidade, mas entendo que nos próximos anos o mercado

abosorrverá naturalmente e se tornará valor a gestão de

sustentabilidade. Com isso as empresas que já se movimentaram

nesse sentido tendem a ter sucesso e manutenção dos seus

negócios em um futuro mais competitivo.

Em sua maioria o mercado consumidor é fiel as grandes marcas e os

produtos mais competitivos no preço final, existe aí um grande

espaço para o trabalho de marketing com foco no consumidor final,

será um processo natural que conforme a evolução do tema na mídia

e nos meios de comunicação fará com que as pessoas entendam o

valor de um produto fabricado em uma organização que não está

agradindo ao meio-ambiente. Existem algumas organização que

estão realizando divulgações e podemos relacionar seus produtos ao

meio-mabiente (Exe.: Natura, Unilever, Klabin e outras

Atualmente as ações de responsabilidade sócio-ambiental não se

tornaram uma exigência do consumidor, mas em médio prazo o

consumidor irá entender que as ações de responsabilidade sócio-

ambiental são indispensavéis para o futuro do mundo em que

vivemos.

Hoje no Brasil temos muitas empresas sérias que estão se

adequando conforme a evolução do cenário economico,

considerando que todos sem excessão possuem heranças de

instalações e processos que não estão adequados aos requisitos da

ISO 14000, mas tenho a visão de que em pouco tempo teremos mais

empresas no caminho da sustentabilidade.

A sustentabilidade logo será inserida na cadeia das grandes

organizações, fazendo com seus fornecedores e parceiros estejam

alinhados, é um processo para continuidade dos negócios.

127

Entendo que o consumo em muitos aspectos será aumentado, o que

devemos reduzir são os aspectos e impactos desse consumo no meio

ambiente. Esse é um processo de educação da população que se

inicia com gestos simples, tais como, racionalização de recursos

finitos, separação dos resíduos, inecentivos a reciclagem. Nas

empresas as pessoas podem aprender e usar em suas comunidades.

O feedback esperado pelas empresas que aplicam os conceitos de

desenvolvimento sustentável é o reconhecimento do mercado,

valorização da sua marca e continuidade e sustentação dos seus

negócios.

Na Klabin a sustentabilidade está inserida na sua politica e a nossa

imagem está diretamente relacionada ao respeito pelo meio-

ambiente. A implantação foi patrocinado pela alta administração e

multiplicado a todas as ramificações organizações.

No processo de implantação aconteceram imprevistos e dificuldades,

mas é um processo de aprendizado que a cada ano estamos

melhorando. Essses imprevistos são obtenção de recursos,

disponibilidade para treinamentos, adapatações aos novos

processos, entre outros.

Ao implantar ações sustentáveis no processo produtivo da Klabin, o

nível de comprometimento dos funcionários foi alcançado devido ao

resultado das ações de treinamento e entendimento dos funcionários,

é muito gratificante hoje sabermos que as pessoas estão

comprometidas e dispostas a se desenvolver no tema.

Os funcionários passaram por treinamento na unidade em que

trabalho a participação foi superior a 93%, considerando empregados

próprios e terceiros. Esse treinemento envolveu itens da norma ISO

14000, treinamento de aspectos e impactos da sua atividade,

orientações sobre coleta seletiva, politica de sustentabilidade e

relação da politica com a nossa atividade.

Para incentivar os funcionários foram realizadas planos de

comunicação, palestras e campanhas sobre o desenvolvimento

sustentável.

Na minha opinião, a Klabin é reconhecida pela comunidade pelas

ações de Sustentabilidade. Aqui na unidade em que trabalho somos

convertedores de embalagens de papelão, a comunidade e o

mercado da região reconhece e respeita muito a Klabin pelo trabalho

que os profissinais do grupo realiza.

A Klabin S/A possui um processo integrado, plantio, corte, produção e

conversão de papéis e reciclagem.

128

A Klabin S/A possue parcerias com universidades para

desenvolvimento de novos processos voltados a sustentabilidade.

A Klabin S/A possue certificações e reconhecimentos internacionais

voltadas a meio-ambiente FSC e Rainforest Alliance. Existem diversar

ações com as comunidades onde estão as instalações industriais.

Existe forte controles da biodiversidade de fauna e flora em suas

florestas. A Klabin S/A comercializa crédito de carbono. (Coordenador

Industrial, 55 anos)

3.3 Parecer final sobre o caso

A pesquisa contemplou que a Klabin cumpre todos os requisitos a que

se propõe em relação ao meio ambiente, seus colaboradores e a comunidade.

Verificou-se que a preocupação da empresa com a sustentabilidade é fato em

projetos que realmente são colocados em prática.

A Klabin concilia ativismo e profissionalização, entendidos, não como

instâncias antagônicas mas, sim, complementares e essenciais para a

sustentabilidade organizacional.

Outro fato marcante foi de que toda a organização está comprometida

com os ideais da Klabin, incorporando e contribuindo com a empresa para que

seja responsável socioambientalmente. Portanto, cumpre destacar que

mediante os fatos verificados in loco fica difícil relacionar sugestões em ações

que a empresa já não as tenha tomado ou está em vias de adotar no que tange

à sustentabilidade.

Os resultados das ações de sustentabilidade praticadas pelas empresas

Klabin na verticalização do seu processo produtivo são extremamente positivos

como apresentado em números no primeiro capítulo deste trabalho e isto não

ocorre somente na produção de papelão ondulado, ocorre em todas as

atividades da empresa. E esses resultados são reconhecidos através dos

prêmios e certificações da empresa.

A sustentabilidade da Klabin envolve não só recursos financeiros, mas,

sobretudo, engajamento político, uma missão bem definida, condução ética,

diálogo com os vários setores da sociedade, efetivação de parcerias, produção

129

e socialização de conhecimento, afetividade e respeito nas relações

interpessoais, bem como coragem para construir ações coletivas.

Enfim, a pergunta problema que norteou esse trabalho foi respondida e a

hipótese de que as ações de sustentabilidade praticadas pelas empresas

Klabin na verticalização do seu processo produtivo apresenta efetivamente os

resultados esperados na concretização da responsabilidade socioambiental

diante da empresa e comunidade externa foi comprovada.

130

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

Atualmente a gestão da sustentabilidade adotada pela Klabin a difere

das demais empresas tornando-a uma empresa modelo, possibilitando que

seus acionistas a reconheçam como uma opção rentável. Assim, os

investidores buscam empresas que possuam políticas sustentáveis que

viabilize a condição humana no futuro. Diante disso e após a pesquisa

realizada na Klabin propõe-se:

a) maior divulgação dos relatórios de sustentabilidade, e dos projetos de

responsabilidade social e ambiental, através de campanhas

publicitárias, para que seus clientes sintam-se atraídos, motivando e

possibilitando um contato direto e diferenciado, otimizando os valores

que a empresa possui;

b) objetivar parcerias com seus maiores clientes efetivos de sua

carteira, e impulsionar a valorização da empresa através dessas

divulgações;

c) captação de águas pluviais diminuindo assim o consumo em

determinados períodos, das águas extraídas da natureza;

d) emissão de fumaça em sistema de vapor em todas as unidades,

melhorando assim a qualidade do ar nessas regiões;

e) criação de plano de carreira: através da análise interna da cultura

organizacional da empresa para que o funcionário saiba claramente

como planejar sua vida profissional dentro da mesma;

f) criação de uma creche para atender aos filhos das funcionárias;

g) criação da universidade corporativa.

131

CONCLUSÃO

A sociedade atual tem novos valores éticos que visam o bem estar

humano, a justiça social e o meio ambiente. Esses valores abominam a busca

única pelo lucro.

A empresa socioambientalmente responsável promove o direito humano

e a preservação do meio ambiente garantindo a boa qualidade de vida dos

seres humanos. Essa consciência pode ir além de um fator ético ou

instrumental, como legislação, ou uma possível necessidade de certificação

que é uma exigência do mercado ou de geração de novos negócios.

O presente estudo procurou alinhavar os conceitos que envolvem

sustentabilidade ambiental e o posicionamento da Klabin no desenvolvimento

sustentável.

A pesquisa bibliográfica deu subsídios para responder que a primeira

função das organizações seja gerar lucro com a garantia da qualidade dos

seus produtos e serviços, alinhada a um desenvolvimento sustentável com

responsabilidade social e ecológico.

O estudo procurou estabelecer basicamente conceitos e reflexões

acerca da sustentabilidade socioambiental analisando a sua prática no

processo produtivo do papelão ondulado na Klabin S/A, unidade de Jundiaí

(SP) e seus resultados frente as ações de sustentabilidade adotadas.

A pesquisa de campo permitiu verificar que a sustentabilidade

corporativa da Klabin está associada à estratégia do negócio. A política de

sustentabilidade da Klabin (entendida como prática da atividade econômica

com uma visão ambiental e social) rege a atuação da companhia e a atuação

individual de seus colaboradores.

Em resposta à pergunta-problema pode-se dizer que a Klabin é uma

empresa responsável que investe e implementa pesquisas tecnológicas que

promovem a preservação do meio ambiente, mediante a utilização de práticas

não predatórias no processo produtivo e reaproveitamento dos resíduos

oriundos da produção.

A empresa demonstra uma elevada consciência socioambiental, em

pleno exercício da sua cidadania empresarial através do investimento em

132

projetos ambientais e sociais tanto na dimensão interna quanto externa, de tal

forma que o volume dos seus investimentos constituem o tripé de

autopreservação empresarial, equilibrando-se em uma elevada consciência

socioambiental, no pleno exercício da cidadania empresarial e em

investimentos crescentes, o que implica num novo paradigma de

desenvolvimento sustentável qualitativo e isto se confirma através do

reconhecimento com diversos prêmios na categoria gestão ambiental para a

sustentabilidade.

Além disso, a Klabin procura incentivar a participação dos trabalhadores

nos resultados e decisões da empresa, a fim de que se sintam integrados ao

ambiente de trabalho e, ainda no âmbito das relações de trabalho. A empresa

respeita os direitos dos cidadãos mediante pagamento de salário justo,

implementando no âmbito interno e externo, a adoção de práticas não

discriminatórias, como também prima pela segurança do trabalho investindo

em desenvolvimento e aprimoramento profissionais.

A empresa também apóia o desenvolvimento das comunidades. A Klabin

parte do princípio de que a empresa faz parte da comunidade, mas que quem

sabe o que é melhor para a comunidade é ela mesma. Assim, a estratégia da

empresa é abrir um canal de diálogo com a comunidade e não levar uma

proposta pronta.

Desta forma, conclui-se que a abordagem de desenvolvimento

sustentável é intrínseca à responsabilidade social e empresarial e a

importância do estudo conjugado dos termos encontra-se no fato em que longo

prazo não haverá crescimento econômico sem progresso social e também sem

gestão ambiental responsável.

Este trabalho não esgota o assunto podendo servir de fonte para novas

pesquisas.

133

REFERÊNCIAS

ABNT. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 16001. Responsabilidade social - Sistemas da gestão - Requisitos. Rio de Janeiro, 2004, 11p. ALMEIDA, F. Os desafios da sustentabilidade: uma ruptura urgente. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. AMARAL,S. P. Sustentabilidade ambiental, social e econômica nas empresas. São Paulo: Tocalino, 2002. ANDRADE, T. C. S.; CHIUVITE, T. B. S. Meio ambiente: um bom negócio para a indústria – práticas de gestão ambiental. São Paulo: Tocalino, 2004. ANDREOLA, J. A responsabilidade dos bancos pelos danos ambientais causados pelas empresas financiadas. 2008. Dissertação (Mestrado em Direito) – Universidade de Caxias do Sul, Caxias do Sul. ASHLEY, P. A. et al. Ética e responsabilidade social nos negócios. São Paulo: Saraiva, 2005. BELLEN, H. M. l. Indicadores de sustentabilidade. Rio de Janeiro: FGV, 2006. BOTTONI, F.; PENNA, G.; AVEDIANI, G. Entenda de vez sustentabilidade. Você SA. São Paulo: Abril, 24 mar. 2009. BRASIL. Protocolo de Quioto e Legislação Correlata, v. 3. Senado Federal. Brasília: Subsecretaria de Edições Técnicas, 2004. CAMARGOS, M. A.; DIAS, A. T. Estratégia: administração estratégica e estratégia coorporativa. Caderno de Pesquisas em Administração. São Paulo: [s.n.], v. 10, n. 1. jan./mar. 2003. CHAN, W. N. Quantificação e redução de emissões de gases de efeito estufa em uma refinaria de petróleo. 2006. Dissertação (Mestrado em Engenharia Mecânica) - Universidade Estadual de Campinas, Campinas.

134

CHESF. Relatório da diretoria. Disponível em: <http://www.chesf.gov.br/popup/ pop_relatorio_da_diretoria2004_clip_image002_0014.gif>. Acesso em: 28 jul. 2009. CNI. Pesquisa gestão ambiental na indústria brasileira. Rio de Janeiro: BNDES/CNI/Sebrae, 2004. COELHO, L. S. O que é o Protocolo de Kyoto. 18 set. 2008. Disponível em: <http://www.licenciamentoambiental.eng.br/protocolo-de-kioto/>. Acesso em: 28 jul. 2009. CORAZZA, R. I. Gestão ambiental e mudanças da estrutura organizacional. RAE eletrônica. Campinas: Fundação Getulio Vargas, Escola de Administração de Empresas de São Paulo, v. 2, n. 2, jul./dez. 2003. CORTIZO, S. O IPCC e a mudança climática. Almanaque Brasil socioambiental: uma nova perspectiva para entender a situação do Brasil e a nossa contribuição para a crise planetária. São Paulo: Instituto Socioambiental, 2007. DEGANI, C. Sistemas de gestão ambiental em empresas construtoras de edifícios. 2003. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) - Faculdade de Engenharia Civil, Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo. DIAS, R. Gestão Ambiental: responsabilidade social e sustentabilidade. São Paulo: Atlas, 2006. ETHOS. Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social. Disponível em: <http://www.ethos.org.br>. Acesso em: 10 jun. 2009. FSC. Brasil. Conselho Brasileiro de Manejo Florestal. 2009. Disponível em: <http://www.fsc.org.br/index.cfm>. Acesso em 15 set. 2009. GAMBOA, C. M.; MATTOS, U. A. O.; SILVA, E. R. Desempenho ambiental nas organizações – considerações sobre os indicadores propostos por instituições/entidades nacionais e estrangeiras. In: XXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO. 29 out a 1 de nov., 2005, Porto Alegre. Anais.... Porto Alegre, RS, Brasil, 2005. GRIZZI, A. L. E. et al. Responsabilidade civil ambiental dos financiadores.

135

Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2003. GUIMARÃES, R. L. Compreendendo o mecanismo de desenvolvimento limpo. Boletim da Sociedade Brasileira de Economia Ecológica. Campinas: UNICAMP, n. 2. 2007. HARVARD, B. R. Gestão da cadeia de suprimentos. Tradução Ricardo Bastos Vieira. Rio de Janeiro: Campus, 2008. IBASE. Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas. Disponível em <http://www.ibase.org.br>. Acesso em: 2 ago. 2009. INMETRO. Cartilha da Avaliação da Conformidade. Elaborada pela Diretoria de Qualidade, 2004. Disponível em:<http://www.inmetro.gov.br>. Acesso em: 12 mar. 2009. INSTITUTO AKATU. Disponível em: <http://www.akatu.org.br/>. Acesso em: 10 jun. 2009. ITACARAMBI, P. Qualidade: responsabilidade social e o papel das empresas privadas. In: 3º WORKSHOP. 12 ago., 2008, São Paulo. Anais... São Paulo (SP), 2008. JESUS, E. A. et al. Gestão ambiental: responsabilidade da empresa. Cascavel: Univel, 1997. KLABIN. Relatório de sustentabilidade 2008. São Paulo: Contadino, 2008. ______. Disponível em: <http://www.klabin.com.br/pt-br/home/Default.aspx>. Acesso em 12 mar. 2009a. ______. Sustentabilidade na forma de papéis. São Paulo: Contadino, 2009b. MACHADO FILHO, C. P. Responsabilidade social e governança: o debate e as implicações. São Paulo: Thomson, 2006. MARCHEZI, R. S. M.; AMARAL, S. P. O protocolo de Quioto e o mecanismo de desenvolvimento limpo: MDL conceito e uso do MDL no mundo e no Brasil.

136

eGesta. Santos: Universidade Católica de Santos, v. 4, n. 1, jan./mar. 2008, p. 94-123. MARTINS, A. R. P. Desenvolvimento sustentável: uma análise das limitações do índice de desenvolvimento humano para refletir a sustentabilidade ambiental. 2006. Dissertação (Mestrado em Engenharia da Produção) – Universidade Federal Fluminense, Niterói. MATSUNAGA, F. O processo histórico da Sustentabilidade. 25 jul. 2008. Disponível em: <http://ambientalidade.blogspot.com/2008/07/o-processo-histrico-da-sustentabilidade.html>. Acesso em: 21 ago. 2009. MILLENNIUM PROJECT. 2005. Disponível em: <http://www.pnud.org.br/ milênio/>. Acesso em: 10 jun. 2009. MIRANDA, C.; COSTA, C. (orgs). Desenvolvimento sustentável e perspectiva de gênero. Brasília: IICA, 2005. MOURA, L. A. A. Qualidade e gestão ambiental: sugestões para implantação das norma ISO 14000 nas empresas. São Paulo: Juarez Oliveira, 2000. MOURA, F. M. C.; LEAL, R. A participação das empresas no desenvolvimento sustentável: uma prática responsável. In: III ENCONTRO DE ECONOMIA BAIANA. set., 2007, Salvador. Anais... Salvador (BA), 2007. OLIVEIRA; C. A. P.; DENARDIN, E. S.; MURINI, L. T. Responsabilidade socioambiental e sustentabilidade nas empresas de transportes de Santa Maria – RS. In: V CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO. 2 a 4 jul. 2009, Niterói, Anais... Niterói, RJ, Brasil, 2009. PACTO GLOBAL REDE BRASILEIRA. 2008 Disponível em: <http://www.pactoglobal.org.br/>. Acesso em: 10 jun. 2009. RESENDE, D. S. Sustentabilidade: breve histórico e aplicação no Brasil. In: III CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO, ago. 2006, Niterói. Anais... Niterói, RJ, 2006. ROHRICH, S. S.; CUNHA, J. C. A Proposição de uma taxonomia para análise da gestão ambiental no Brasil. Revista de Administração Contemporânea, Rio de Janeiro: [s.n.], v. 8, n. 4, out./dez. 2004, p. 81-97,

137

SACHS, I. Caminhos para o desenvolvimento sustentável. Rio de Janeiro: Garamond, 2002. SALOMÃO, A. Fábrica ecológica: a ampliação da operação da Klabin no Paraná mostra como a produção industrial pode prosperar mais integrada ao meio ambiente. Época Negócios. Rio de Janeiro: Globo, n. 23, 20 jan. 2009. SEIFFERT, M. E. B. Sistemas de gestão ambiental (ISO 14001) e saúde e segurança ocupacional (OHSAS 18001): vantagens da implantação integrada. São Paulo: Atlas, 2008. SEPÚLVEDA, S. Desenvolvimento sustentável microrregional: métodos para planejamento local. Tradução Dalton Guimarães. Brasília: IICA, 2005. SIBIRES, A. A. Mercado de papelão ondulado. 1989. Monografia (Graduação Administração) - Faculdade de Ciências Econômicas, Contábeis e de Administração de Empresas Padre Anchieta, São Paulo. SIENA, O.; COSTA, G. B.; OLIVEIRA, O. F. Desenvolvimento sustentável: discussão conceitual. 2007. Disponível em: <http://www.fae.edu/publicacoes/ pdf/IIseminario/pdf_reflexoes/reflexoes_19.pdf>. Acesso em: 10 jun. 2009. SILVA. V. G. Avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros: diretrizes e base metodológica. 2003. Tese (Doutorado em Engenharia Civil) - Departamento de Engenharia de Construção Civil, Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo. SILVA, L. S. A.; QUELHAS, O. L. G. Sustentabilidade empresarial e o impacto no custo de capital próprio das empresas de capital aberto. Gestão e Produção. Niterói: Universidade Federal Fluminense, v. 13, n. 3, set./dez. 2006, p. 385-395. SORATTO, A. N. et al. Sistema da gestão da responsabilidade social: desafios para a certificação NBR 16001. 2006. Revista Gestão Industrial. Ponta Grossa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná, v. 2, n. 4, 2006, p. 13-25. SOUSA, J. P. A. Ciclo PDCA: um instrumento para um instrumento para melhoria contínua melhoria contínua. 20 set. 2006. Disponível em: <http://wiki.ifsc.edu.br/mediawiki/images/7/76/PDCA.pdf>. Acesso em: 10 jun. 2009.

138

TACHIZAWA, T. Gestão ambiental e responsabilidade social corporativa. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. WEINGRILL, C.; HEFFERNAN, J. Curso sobre relatórios de sustentabilidade GRI. São Paulo: ABERJE - Associação Brasileira de Comunicação Empresarial, 2009. WIKIPÉDIA. Protocolo de Quioto. 2009. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Protocolo_de_Quioto>. Acesso em: 10 jun. 2009.

139

APÊNDICES

140

APÊNDICE A - ROTEIRO DE ESTUDO DE CASO

1 INTRODUÇÃO

Foram apresentados os objetivos do estudo de caso, os métodos e

técnicas de pesquisa assim como as facilidades e dificuldades encontradas no

levantamento dos dados. A Klabin está localizada no estado de São Paulo,

mais precisamente na cidade de Jundiaí, atuando no ramo de embalagens de

papelão ondulado.

1.1 Relato do trabalho realizado referente ao assunto estudado

a) descrição das ações de Sustentabilidade da Klabin S/A – Divisão

Papelão Ondulado;

b) depoimento do coordenador Industrial para o desenvolvimento do

estudo de caso;

c) relato das técnicas utilizadas pela empresa;

d) levantamento do reconhecimento provenientes das ações

sustentáveis.

1.2 DISCUSSÃO

Foi realizada pesquisa de campo na Klabin confrontando o conceito de

Sustentabilidade e verticalização no processo produtivo com a

Responsabilidade Ambiental da empresa.

1.3 RESULTADOS E SUGESTÕES

Parecer final sobre o caso e sugestões para desenvolver na empresa

suas atividades de forma a atender as necessidades da geração atual, sem

comprometer as gerações futuras.

141

APÊNDICE B - ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO SISTEMÁTICA

I IDENTIFICAÇÃO

Empresa: ..............................................................................................................

Localização: ..........................................................................................................

Atividade Econômica: ...........................................................................................

II ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS

1 Departamento de produção

2 Departamento Administrativo

3 Levantamento e Pesquisa de Projetos Ambientais

142

APÊNDICE C - ROTEIRO HISTÓRICO DA EMPRESA E DAS ACÕES DE

SUSTENTABILIDADE

I IDENTIFICAÇÃO

Empresa: ..............................................................................................................

Localização: ..........................................................................................................

Atividade Econômica: ...........................................................................................

II ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS

1 Evolução das instalações

2 Projetos Ambientais

3 Ações sustentáveis da empresa

4 Cenário atual da empresa

143

APÊNDICE D - ROTEIRO DE ENTREVISTA PARA O COORDENADOR

INDUSTRIAL

I IDENTIFICAÇÃO

Cargo:

Experiência Profissional:

Profissão:

Formação:

II PERGUNTAS ESPECÍFICAS

1 A gestão da sustentabilidade é uma prática que vem sendo adquirida

pelas empresas há poucos anos, porém demonstra ser inimaginável que as

empresas deixem de praticá-las futuramente. De acordo com sua percepção,

qual a sua visão em relação à sustentabilidade no futuro diante do mercado

atual?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

2 Como fazer com que os consumidores adquiram cada vez mais produtos

de empresas que praticam a gestão ambiental, deixando de ser influenciados

por sabor, aparência, tecnologia, no momento de consumir?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

3 Atualmente, as ações de responsabilidade sócio-ambiental não se

tornaram uma exigência do consumidor, algo indispensável para as empresas

sobreviverem?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

144

4 As empresas brasileiras estão caminhando em direção a

sustentabilidade?

4.1 De que forma?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

5 É necessário diminuir o consumo para preservar recursos mas, como

isso é possível num mundo onde países populosos, como a China e índia,

estão juntamente buscando aumentar seus padrões de vida?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

6 Qual o feedback esperado pelas empresas que aplicam os conceitos de

desenvolvimento sustentável?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

7 De que forma foram implantadas as ações de sustentabilidade na

Klabin?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

7.1 No processo de implantação houve dificuldades?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

7.1.1 Quais?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

8 Ao implantar ações sustentáveis no processo produtivo da Klabin, como

foi o nível de comprometimento dos funcionários?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

145

8.1 Os funcionários tiveram algum treinamento?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

8.1.1 Se sim, qual?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

8.1.2 Os funcionários tiveram algum incentivo?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

8.1.3 Se sim, qual?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

9 Em sua opinião, a Klabin é reconhecida pela comunidade pelas ações

de Sustentabilidade?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

9.1 Como?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

146

ANEXOS

147

ANEXO A – MÁQUINA 9

148

ANEXO B – AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA

149

ANEXO C – FOTOS DA VISITA DOS COMPONENTES DO GRUPO À

KLABIN - DIVISÃO PAPELÃO ONDULADO EM JUNDIAÍ (SP)

Foto 1: Chegada do Grupo à Klabin em Jundiaí

Foto 2: Na recepção da empresa

150

Foto 3: Banner da política de sustentabilidade da Klabin

Foto 4: Banner informando que a empresa é certificada pela ISSO 14001

151

Foto 5: O Grupo dentro da divisão de papelão ondulado