suicídio cristão uma análise psicológica e bíblica

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Sumário

Suicídio uma abordagem psicológica

Suicídio Ato planejado ou impulsivo?

Suicídio Cristão planejado uma abordagem Bíblica

Suicídio Cristão planejado e Justificação

Conclusão

ANEXO: Entrevista _ Hernandes Dias Lopes: causas e

prevenção para o suicídio

“Parece simplesmente não existir nenhuma luz no fim do túnel.”

“Nada mais parece fazer sentido, há apenas uma dor tão pesada

que carrego, e que não consigo mais suportar…”

“Não aguento mais viver assim, eu gostaria de viver, mas não

assim…”

“Não há mais nada que eu possa fazer, seria melhor morrer…”

Page 3: Suicídio Cristão uma análise  psicológica e bíblica

Tive medo de ser o próximo”

“Era de manhã quando recebi o telefonema avisando que meu

irmão tinha se suicidado”. Enforcou-se. Levei um susto muito

grande, foi um choque. No caminho até minha casa, senti

vergonha por ser da família de um suicida. Tenho três tias

velhinhas, que são de uma geração em que o suicídio era

ainda mais estigmatizado – e disse a elas que devíamos contar

para todos que o meu irmão havia se suicidado. Preferi não

ocultar. O gesto dele me trouxe uma sensação dolorida de que

também poderia acontecer comigo. Tive medo de ser o

próximo. Fiquei muito assustado. Venho de um núcleo de

morte – minha mãe morreu jovem, de câncer, quando eu era

criança, e meu pai sofreu um infarto agudo há alguns anos.

Não acredito que tenham sido mortes naturais, talvez eles

quisessem mesmo morrer.

Me senti muito culpado, foi inevitável. Pensei que talvez

pudesse ter feito alguma coisa. O suicídio é uma violência

muito grande. Parece uma bomba, uma explosão. Era meu

irmão mais velho. Acho que ele nunca desejou alguma coisa

com empenho. Tudo, para ele, tanto fazia, qualquer coisa

estava bem. Era uma situação crônica. Ele entrou em várias

faculdades e não terminou de cursar nenhuma. Tentou vários

empregos, mas saiu de todos eles. Foi casado, separou-se,

tinha uma namorada. Aparentemente sua vida estava

estruturada. E ele não era depressivo. Talvez não estivesse

vendo perspectivas. As razões do suicídio são um mistério.

Pensei muito em quais teriam sido os motivos. Só relaxei

quando assumi que não podia entendê-los. No enterro, senti

uma raiva muito, muito grande. Naquele instante,

experimentei uma profunda sensação de abandono. Nunca

tinha sentido isso antes. Meu irmão foi enterrado no mesmo

túmulo onde já estavam os meus pais.

Fiquei sozinho. Tenho muita vontade de viver. Acho que é

uma espécie de resistência – gosto de festas, brigo pela vida,

Page 4: Suicídio Cristão uma análise  psicológica e bíblica

vivo intensamente, tenho amigos, curto meu trabalho, sou

afetivo… Sempre fui assim, mas o suicídio me fez ver de

maneira mais consciente que a vida é uma só. Não sou nada

religioso, mas acho que todos nascemos para ser felizes, para

desfrutar.

Pensei muito nisso, logo depois do suicídio. Um dia, fiquei

parado uns 15 minutos diante de uma avenida onde os carros

vinham em alta velocidade e não havia faixa de pedestres. Era

só um passo, tão fácil, e tudo se acabaria. Depois, ao visitar

um novo apartamento, também contemplei a janela

demoradamente… Num ato poderia resolver tudo, todos os

meus problemas. Mas prefiro os meios mais difíceis. “Não

acredito em outra maneira.”

E.S., médico e professor universitário, 45 anos.

INTRODUÇÃO

O presente trabalho surgiu a partir de uma declaração de um

erudito acerca de um salvo que ao cometer suicídio o mesmo não

perderá a salvação, essa declaração causou um impacto acelerador

e serviu para que essa temática fosse novamente assunto de

discussão no meio evangélico, vou trabalhar essa questão

oferecendo uma resposta, sem, contudo julgar tal erudito sei que

esse é um assunto realmente bem delicado e que precisa ser bem

analisado para que não cometamos injustiça, ainda mais que Para

algumas pessoas que em determinados momentos da vida, pensar

na morte como a única saída para uma situação de sofrimento

intolerável, talvez pareça à única solução possível. Quando uma

pessoa se sente no limite, de tal forma angustiada, desesperada e

sem esperança, é compreensível que considere que prescindir do

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direito de viver, apesar de constituir uma solução permanente,

pareça ser a melhor forma de lidar com uma situação que, naquele

momento, é tão avassaladora e dolorosa. É como se sentisse que

está perdida num labirinto completamente escuro, como se todos

os caminhos que permitem o acesso às portas de saída deixassem

de existir, e quem mesmo que tentasse percorrer um desses

caminhos, isso apenas resultaria em mais um esforço inútil, pois

não só encontraria as portas completamente trancadas, como não

teria disponíveis as chaves adequadas para abri-las, pois se

tratando de um Cristão o assunto torna-se mais complexo ainda,

cometendo suicídio o cristão perde a salvação, vai direto para o

inferno, e como fica a justificação dele diante de Deus? Ainda

mais quando existem diversidades tipos de motivos que levam a

tal ato, a minha proposta não é ser extenso e nem encerrar o

assunto, reconheço que muito do que vou tratar aqui é opinião de

especialistas e que na verdade apenas transcrevo para aqui,

especialmente na abordagem psicológica, ainda mais por saber

que existem três diferentes vertentes da Psicologia, a saber –

Psicanálise, Teoria Comportamental e Abordagem

Fenomenológica que tentam compreender o ato suicida e como

trabalham em psicoterapia com pacientes tentadores de suicídio,

Dentro da abordagem psicanalítica, existe mais de uma leitura

sobre o suicídio, contudo esse trabalho foi desenvolvido dando-se

maior ênfase às ideias, Menninger (1970) enxerga que todo ato

agressivo ou destrutivo contra a própria vida é uma manifestação

do instinto de morte contra o Eu. Para ele, a prática suicida pode

ter origem em diversos temas, inclusive aqueles que se referem ao

meio ambiente, ou seja, a não elaboração interna de algumas

percepções e vivências. Este é inclusive o fator mais relevante

para desencadear o comportamento suicida.

Afinal o que é suicídio, o que dizem os psicológicos e fala a

Bíblia de alguma forma objetiva? No discorrer desse trabalho

vamos juntos encontrar as respectivas respostas.

Page 6: Suicídio Cristão uma análise  psicológica e bíblica

1 _ Suicídio uma abordagem psicológica.

O que é o suicídio?

O vocábulo suicídio vem do latim sui (de si mesmo)

e cidium (“morte, assassínio”), forma do verbo caedere(“cortar,

matar”) (Dahlke, 2009; Neves, Corêa & Nicolato, 2010a).

O suicídio é um comportamento extremamente autodestrutivo,

motivado pelo estado psicológico do indivíduo, suas crenças e

normas sociais, caracterizado pela resolução psicótica bastante má

de escolher morrer, solução encontrada para escapar de uma

insuportável dor psicológica, uma vez que se encontra sem

coragem para enfrentar os desafios da vida.

(Kalina & Kovadloff, 1983, Schneidman citado por Sperb &

Werlang, 2002; Fensterseifer & Werlang, 2003; Dahlke, 2009;

Schneidman; Kral citados por Teixeira, 2010).

Em outras palavras a definição de suicídio implica

necessariamente um desejo consciente de morrer e a noção clara

de que o ato executado pode resultar nisso.

2- Por que uma pessoa se mata?

Todos ou quase todos já pensamos em suicídio em algum

momento na vida. “É um pensamento humano, Se não desejamos

nos matar, ao menos cogitamos morrer para escapar do

sofrimento, para nos vingar, para chamar a atenção ou para ficar

na história”, diz o psiquiatra e psicanalista Roosevelt Smeke

Cassorla, da Sociedade Brasileira de Psicanálise, um dos maiores

especialistas brasileiros em suicídio, Mas resolvemos continuar

vivos e melhorar as nossas condições de vida. O suicídio, então,

soa como um desatino. A pergunta que fica é: por que algumas

pessoas desistem e outras não?

Casos de suicídio muitas vezes são deliberadamente mascarados

nas estatísticas oficiais, Por trás do comportamento suicida há

Page 7: Suicídio Cristão uma análise  psicológica e bíblica

uma combinação de fatores biológicos, emocionais,

socioculturais, filosóficos e até religiosos que, embaralhados,

culminam numa manifestação exacerbada contra si mesmo. Para

decifrá-los, os estudiosos recorrem à “autópsia psicológica”, um

procedimento que tem por finalidade reconstruir a biografia da

pessoa falecida por meio de entrevistas e, assim, delinear as

características psicossociais que a levaram à morte violenta, a

revista Superinteressante** disse que O fato de estar consciente

de que vai efetuar um ato suicida não elimina, no entanto, o

estado de confusão mental que o indivíduo experimenta

momentos antes da ação. “Ele não sabe se quer morrer ou viver,

se quer dormir ou ficar acordado, fugir da dor, agredir outra

pessoa ou, de fato, encontrar o mundo com o qual fantasia”, diz

Roosevelt. Afinal, o suicida tem diante de si duas iniciativas

complexas e contraditórias a conciliar naquele momento: tirar a

vida e morrer. O suicídio ocorreria, então, num instante em que a

pessoa se encontra quase fora de si, fragmentada, com os

mecanismos de defesa do ego abalados e, por isso, “livre” para

atacar a si mesma.

**Fonte: http://super.abril.com.br/comportamento/por-que-

uma-pessoa-se-mata/

Há suicídios e suicídios. Por isso, os especialistas costumam

avaliar a tentativa de se matar ou o ato propriamente dito a partir

de duas variáveis: a intencionalidade e a letalidade. A primeira diz

respeito à consciência e à voluntariedade no planejamento e na

preparação do ato suicida. A segunda, ao grau de prejuízo físico

que a pessoa se inflige. Existem casos em que o indivíduo

demonstra evidente intenção de morrer e alto grau de letalidade,

ao optar por um método eficiente. Em outras ocorrências, a

vontade de morrer é fraca, apesar de voluntária, e o método

escolhido é pouco prejudicial. Ou seja: há casos de suicidas

propriamente ditos. E há casos em que a pessoa só está pedindo

socorro, implorando para ser resgatada. Claro que há quem não

queira enfaticamente a morte mas, por usar um meio perigoso,

acabe sendo bem-sucedido.

Page 8: Suicídio Cristão uma análise  psicológica e bíblica

E outros, cujo objetivo é mesmo acabar com a própria vida, por

desconhecimento da maneira mais efetiva de causar danos graves

a si mesmos, acabam sobrevivendo. (Aliás, esses, se não

receberem tratamento adequado, são candidatos a uma nova

tentativa.) O escritor italiano Cesare Pavese (1908-1950), 12 anos

antes de se matar com barbitúricos, tinha escrito: “Ninguém

nunca deixa de ter um bom motivo para o suicídio”. A angústia

existencial do suicida sempre vai fornecer justificativas para a sua

morte. Ele sempre poderá enxergar a vida sem sentido ou ver

prevalecer em si um sentimento neurótico de desvalia, derrota e

de baixa auto-estima. Daí a criação de fantasias em torno da

morte. Como se trata de um fenômeno pouco entendido e também

considerado tabu, o suicídio geralmente é recriado de acordo com

as expectativas do indivíduo. O suicida não pensa, por exemplo,

que vai se decompor e virar pó.

“O suicídio é um ato de linguagem, de comunicação. Como

vivemos numa rede de relacionamentos, a nossa morte significa

algo para as outras pessoas”, diz a psicóloga Maria Luiza Dias

Garcia, coordenadora da Clínica de Psicoterapia Laços, em São

Paulo, que analisou mensagens (bilhetes, cartas, gravações)

deixadas por suicidas no livro Suicídio – Testemunhos do Adeus.

“Constatei, pelos discursos, que o suicida está num quadro de

embotamento, como se estivesse afogado nas próprias emoções.

Ele não aproveita os vínculos sociais para partilhar seus

sentimentos e vê o mundo de uma maneira muito própria.” O

suicídio, então, torna-se um meio de expressão, uma fala que não

pôde ser dita.

Os especialistas costumam diferenciar as tentativas de suicídio do

ato em si, uma vez que, de acordo com a intencionalidade e a

letalidade, o gesto pode assumir sentidos diferentes. As tentativas

de se matar são vistas como um grito por ajuda, sintoma de uma

falha tanto no sistema familiar quanto no grupo social. “O

indivíduo não consegue pedir socorro de outro modo, então opta

por um ato extremo”, diz a psicóloga Denise Gimenez Ramos, da

PUC de São Paulo. “Por que ele não foi ouvido? Todos dão

conselhos, mas ninguém ouve o que ele tem a dizer. Esse

indivíduo, portanto, fica com a impressão de que não existe para o

mundo.”

Page 9: Suicídio Cristão uma análise  psicológica e bíblica

Incapazes de comunicar a própria dor, os suicidas recorrem a

algumas fantasias para justificar a si mesmos a autodestruição. A

busca de outra vida é uma das mais comuns. O indivíduo enxerga

no suicídio a oportunidade de interromper uma existência infeliz e

recomeçar, com uma nova chance para acertar. Matar-se também

pode ser um jeito de acelerar o reencontro com pessoas queridas

já mortas – o pai, a avó, um amigo, o cônjuge. Outras fantasias

comuns acerca do suicídio: gesto de vingança ou rebeldia, castigo

e autopenitência. “A ideia da não existência é tão insuportável que

a mente humana inevitavelmente recorre às fantasias para levar

adiante o projeto de autoaniquilamento”, diz Roosevelt Cassorla.

Mas o indivíduo nem sempre tem acesso consciente a essas

fantasias.

O psicólogo Valdemar Angerami Camon, do Centro de

Psicoterapia Existencial, chefiou por quatro anos o Serviço de

Atendimento aos Casos de Urgência e Suicídio da Secretaria

Municipal de Saúde de São Paulo e constatou como tais fantasias

estão presentes na mente daqueles que querem se matar. “O que

me impressionava eram as pessoas que tentavam suicídio dizerem

que não queriam morrer”, diz Valdemar. “Como alguém tenta o

suicídio e diz que não quer morrer? Na verdade, queriam acabar

com uma situação de desespero. Como não conseguiam ver

alternativa, recorriam ao suicídio. Mas, ao depararem com a

possibilidade concreta da morte, percebiam que não queriam, de

fato, morrer.”

O psiquiatra Claudemir Rapeli, da Universidade Estadual de

Campinas (Unicamp), autor de dois extensos trabalhos sobre

suicídio, também constatou esse sentimento em boa parte dos

suicidas que atendeu no Hospital das Clínicas de Campinas. “O

arrependimento é imediato. Reconhecem que foi uma atitude

impulsiva, desesperada, ansiosa.” Claudemir conta a história de

um rapaz de 18 anos que tentou suicídio tomando um agrotóxico

letal. (A substância provoca, em algumas semanas, uma espécie

de fibrose pulmonar que impede a respiração normal e o

indivíduo morre sufocado.) “Quando ele começou a sentir que

não ia melhorar que os médicos não podiam fazer mais nada, o

Page 10: Suicídio Cristão uma análise  psicológica e bíblica

pânico dele foi comovente”, afirma. “A motivação foi banal –

uma briga com a namorada por achar que ela o estava traindo”.

Tomou o veneno para livrar-se da rejeição, mas não queria a

morte. Ele pedia a todos os médicos que não o deixassem morrer.

Já para a psicóloga MARIANA DE ANDRADE, **Em vários

momentos da vida, algumas pessoas podem pensar

em suicídio por não encontrarem saída para certos problemas que

surgem. Sentem-se sem esperança e uma grande angústia vem

acompanhada com o pensamento de se privarem do direito de

viver. Em outros momentos, a pessoa não quer realmente morrer e

sim impressionar os outros com a gravidade de seu dilema.

Segundo algumas pesquisas, de 10 pessoas que possuem

pensamento suicida, 8 cometem suicídio, e de acordo com a

Organização Mundial de Saúde (OMS), em torno de 3 mil

pessoas por dia cometem suicídio no mundo e apresenta as 10

principais causas que fazem uma pessoa cometer suicídio.

** Mariana De Andrade

Psicóloga E-mail: [email protected]

1) Solidão

Uma das queixas mais recorrentes na tentativa de suicídio é

a solidão. O sentimento de isolamento, de uma angústia

profunda por se sentir sozinho, de que ninguém vai

compreendê-lo e julgá-lo, de que não aguentam mais e

estão cansados, são exemplos de falas dessas pessoas. O

silêncio funciona como uma “máscara” que encoberta a dor

profunda e a vergonha sentidas.

É possível que a pessoa mesmo rodeada de amigos se

sinta solitária. É sempre bom ficar atento aos sinais de

isolamento, como baixa auto-estima, tristeza, perda de apetite,

desânimo e apatia. A solidão é um sentimento que, caso se torne

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contínuo na vida da pessoa, pode virar uma doença como

a depressão.

2) Depressão

A consequência mais desastrosa da depressão é o suicídio. Das 30

mil pessoas que morrem por suicídio nos Estados Unidos a cada

ano, por exemplo, a maioria está sofrendo de depressão.

Entretanto, já que as mortes por suicídio nem sempre são

notificadas (devido ao estigma e ao fato de que muitas mortes

acidentais provavelmente são suicídio), o número real ao ano

pode chegar a 50 mil.

Na depressão, a pessoa se isola, chora muito, fica irritadiça, não

sente mais prazer nas atividades que antes lhe agradavam, prefere

não falar sobre seus sentimentos, não confia em ninguém e tem

pensamentos suicidas.

3) Presença de outras doenças ou má saúde

Algumas doenças que deixam as pessoas impossibilitadas de

alguma forma física, como andar, falar, ouvir, etc, ou, por

exemplo, outras doenças como HIV, câncer, uma doença terminal

ou transtornos mentais (esquizofrenia, depressão, bipolaridade,

distúrbios da ansiedade e a personalidade, bulimia e anorexia,

etc), podem contribuir para uma maior desorganização ou

desconforto emocional, uma vez que, por essas pessoas acharem

que tem uma doença incurável, ficam sem esperanças.

Essas pessoas não conseguem pensar em soluções e lidar com os

obstáculos que surgem, sentem-se incapacitadas física e

psicologicamente, desesperadas e intoleráveis. O risco de suicídio

em pessoas que possuem esquizofrenia, por exemplo, é de 4 a

10%, já que elas podem estar em um estado fora da realidade, ter

crises psicóticas e delírio de perseguição.

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4) Problemas conjugais e de relacionamento

As brigas recorrentes com os pais e falta de amparo deles, término

de um relacionamento, discussões frequentes com o (a) parceiro

(a), divórcio e separação podem levar uma pessoa ao suicídio. Um

exemplo seria o de uma mulher que toma uma superdosagem de

sonífero quando seu esposo ou amante ameaça deixá-la. Na

maioria das vezes, para estas pessoas, uma relação em que se

investiu tempo e toda uma carga emocional é difícil de ser

desfeita. A separação ou discussões constantes levam à tristeza e

depressão, elevando o risco para cometerem suicídio.

5) Dificuldades financeiras ou profissionais

Dificuldades financeiras, problemas no trabalho, desemprego e

perda do status socioeconômico são outros riscos para o suicídio.

A riqueza e o poder são volúveis e instáveis, e a qualquer

momento estamos sujeitos a perder dinheiro, um emprego e a

riqueza que existia antes. Atualmente, com o aumento do

desemprego e a crise econômica, o suicídio parece para muitos ser

a única saída possível, que acaba por desencadear solidão, perda

de apoio social, crises familiares e sensação de impotência,

agravando assim tendências autodestrutivas, abuso de álcool e

outras drogas e transtornos mentais, como ansiedade e depressão.

6) Bullying

Atualmente muito se tem falado sobre a relação de bullying e

suicídio. Casos ocorridos com crianças e adolescentes que

sofreram violência física e/ou psicológica por um grupo de

indivíduos na escola, no bairro ou outro local e cometem suicídio

tem aumentado. Diante do bullying, a pessoa passa a ter

ansiedade, depressão e pânico. E em certos casos, até a utilizar

álcool e outras drogas. Seu medo é constante por sofrer ou tentar

evitar esses atos de violência, levando à tristeza e pressão por

receio de contar aos familiares e amigos seu sofrimento.

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7) Problemas na adolescência e início da vida adulta

A taxa de suicídio entre adolescentes e jovens adultos está

aumentando. A incidência de suicídio entre jovens de 15 a 24

anos quadriplicou durante as últimas quatro décadas.

Adolescentes suicidas tendem a abandonar os estudos ou a ter

problemas de comportamento na escola, embora alguns sejam

estudantes talentosos que se sentem pressionados para serem

perfeitos e os melhores da turma. Algumas pesquisas mostram em

estudantes do último do ensino médio mostraram que 27%

disseram pensar seriamente em se matar. Os universitários têm

duas vezes mais chances de se matar do que os que não estão na

universidade de mesma idade, pois, segundo alguns estudos, são

mais mal-humorados, exigem mais de si mesmos e se deprimem

com mais frequência do que seus colegas não suicidas. Dentre os

motivos para o suicídio entre eles estão: solidão, viver longe

de casa pela primeira vez (no caso de irem morar em repúblicas),

receber pouco afeto parental, ter pais alcoólatras, pais divorciados

ou separados, enfrentar novos problemas, tentar se sobressair

academicamente quando a competição é muito mais forte do que

no ensino médio, indecisões quanto à escolha da profissão,

solidão causada pela ausência dos velhos amigos e ansiedade em

relação aos novos.

8) Luto ou perdas afetivas

Perder um familiar querido (pais, irmãos, cônjuge, filhos) muitas

vezes faz certas pessoas cometerem suicídio. Elas acham que

podem ter perdido sua única fonte de apoio. Isso acontece muito

com idosos que perdem seu parceiro, sua única companhia e de

quem cuidava ou era cuidado. Perder alguém importante é deixar

uma lacuna vazia em nossas vidas, uma pessoa que não estará

mais presente. Mas para muitas pessoas é comum pensar em

cessar a vida, uma vez que está presenciando prejuízo funcional,

preocupação mórbida com desvalorização de si, ideação suicida, e

até sintomas psicóticos e retardo motor.

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9) Abuso de drogas

Estudos mostram que pessoas que cometeram suicídio quase 60%

abusavam de drogas e 84% de álcool e outras drogas. O abuso de

drogas faz com que estas pessoas fiquem deprimidas e se matem

ou elas recorrem às drogas como uma forma de lidar com a

depressão e se matam quando as drogas já não ajudam mais.

Porém, em muitos casos, o abuso de drogas parece ter aparecido

antes de problemas psicológicos. Jovens, com menos de 30 anos,

usuários de drogas que cometem suicídio tem uma frequência

maior do que a prevista de conflitos interpessoais intensos ou de

perda de um cônjuge ou parceiro nas semanas que antecedem o

suicídio.

10) Timidez

Pode parecer impossível alguém tímido pensar em suicídio.

Porém, a timidez é um dos fatores de risco para uma pessoa

cometer suicídio. Mas não se trata aqui da timidez normal e sim

da patológica, conhecida pelos profissionais de saúde mental

como Transtorno de Ansiedade Social. Esta timidez patológica

limita a vida profissional, social e afetiva. Há um desconforto e

inibição que estas pessoas apresentam em seus comportamentos,

como: medo intenso, desproporcional e sem motivo aparente;

círculo de amizades restrito; evita tudo que é novo; tem rotina

rígida; e sente grande necessidade de aprovação dos outros. E

tudo isso afeta o prazer de viver, acabando por pensar em suicídio

para escapar e não saber como ultrapassar estes obstáculos.

3- AFINAL, O QUE EXISTE DE FATO, Uma personalidade

suicida ou uma vulnerabilidade emocional?

Você pode argumentar que muita gente se vê em situações de

grande desespero ou solidão existencial e, mesmo assim, não

busca o suicídio. O que faz a diferença? Na verdade, não existe

uma personalidade suicida – existe, sim, uma vulnerabilidade

emocional (que pode ser trabalhado com o apoio de um parente,

Page 15: Suicídio Cristão uma análise  psicológica e bíblica

um psicoterapeuta ou um amigo). “Quem tem uma estrutura de

ego frágil pode não suportar uma grande perda ou um momento

de crise e, num impulso, acaba cometendo o suicídio”, diz Ingrid

Esslinger. O ego se constitui a partir dos primeiros vínculos

afetivos, do modo com que o bebê foi cuidado pelas figuras de

apego e da educação que a criança recebeu. Um ego fraco não

tolera a frustração, não tem capacidade de espera, não suporta

lidar com a impotência, com os limites e com os “nãos” que a

vida impõe.

4- Alguns números acerca das características das pessoas que

tendem a suicidar-se…

Mais frequente nos homens que nas mulheres (2:1).

Presença de problema psiquiátrico/psicológico em pelo

menos, 93% dos casos.

Perturbação do humor (depressão, bipolaridade) ou

alcoolismo em 57-86 % dos casos.

Doença terminal em 4-6% dos casos.

Cerca de 66% comunicaram a intenção suicida (40% de

forma clara).

Cerca de 33% tiveram tentativas anteriores de suicídio.

Cerca de metade não tinham constatado técnicos de saúde

mental.

90% tinham constatado serviços de saúde.

5- Suicídio Ato planejado ou impulsivo?

O suicídio raramente é uma decisão repentina, apesar de amigos e

familiares conceberem esse acontecimento como algo

completamente inesperado, surpreendente ou até chocante. Na

maioria dos casos, o suicídio é algo planeado – a pessoa

constrói um plano, estabelece uma data, define um método e

pensa nessa possibilidade ao longo de algum tempo, antes de

tomar uma decisão definitiva.

Porém, a impulsividade é uma característica da personalidade que

interfere na tomada de decisão, ao modelar a rapidez com que se

passa do pensamento ao ato, podendo constituir um fator de risco

Page 16: Suicídio Cristão uma análise  psicológica e bíblica

acrescido. Existem assim algumas situações em que o suicídio

ocorre de forma impulsiva. Perante uma dada situação, que é

dolorosa e intolerável, a pessoa toma uma decisão imediata,

precipitada e sem pensar (no sentido de minorar a dor emocional

sentida), emitindo uma resposta autodestrutiva que conduz à

consequência irreversível da morte.

Sinais de alerta

Como descrito anteriormente, a maioria das pessoas que se

suicidam, dão pistas e sinais de aviso, mas os outros que as

rodeiam não estão conscientes do seu significado nem sabem

como responder. Eis alguns exemplos de sinais de alerta, cuja

detecção atempada e intervenção eficaz poderão salvar vidas:

Tornar-se uma pessoa depressiva, melancólica (apresenta

uma grande tristeza, desesperança e pessimismo, chora

sistematicamente);

Falar muito acerca da morte, suicídio ou de que não há

razões para viver, utilizando expressões verbais tais como

“Não aguento mais”, “Já nada importa”, ou “Estou a pensar

acabar com tudo”;

Preparativos para a morte: pôr os assuntos em ordem

desfazer-se/oferecer objetos ou bens pessoais valiosos, fazer

despedidas ou dizer adeus como se não voltasse a ser visto;

Demonstrar uma mudança acentuada de comportamento,

atitudes e aparência;

Ter comportamentos de risco, marcada impulsividade e

agressividade;

Aumento do consumo de álcool, droga ou fármacos;

Afastamento ou isolamento social;

Insônia persistente, ansiedade ou angústia permanente;

Apatia pouco usual, letargia, falta de apetite;

Dificuldades de relacionamento e integração na família ou

no grupo;

Insucesso escolar (por exemplo, quando antes era aluno

interessado);

Automutilação.

Page 17: Suicídio Cristão uma análise  psicológica e bíblica

Em face de este quadro, é provável que dê por si a reconhecer

pelo menos alguns destes sintomas em pessoas que conheça, ou

até mesmo em si próprios. Note, contudo, que a lista fornecida

apenas fornece alguns exemplos de sinais que podem indiciar a

presença de ideação ou tentativa de suicídio. Naturalmente,

quanto maior o número de sinais presentes, maior o risco de

suicídio, e paralelamente, maior a urgência em procurar ajuda

quanto antes.**

**Fonte: http://oficinadepsicologia.com/suicidio-2/

6- Suicídio Cristão planejado uma abordagem Bíblica

Começamos com duas observações: É Deus que fará o

julgamento final, e devemos sempre deixar as decisões sobre a

eternidade daqueles que já morreram nas mãos dele. Nosso

interesse em questões como essa é para ajudar os vivos. Deus

determina quem é responsável diante dele. Da mesma maneira

que reconhecemos a inocência de crianças pequenas, podemos

entender a inocência de algumas pessoas que sofrem de defeitos

mentais. Abordamos a questão do suicídio aqui em termos de

pessoas capazes de raciocinar e tomar decisões próprias, pois

creio que o que determina o destino eterno de um cristão não é a

forma que ele morre e sim a forma que ele vive, pense comigo o

cristão passou a vida inteira servindo a Cristo, derrepente recebe a

notícia que seu marido e todos seus filhos morreram em um

acidente, ela em um ato de desespero e alucinação tira a própria

vida, foi tudo perdido? Não creio dessa forma, outro exemplo,

passa a vida tomando remédios e por efeitos desses remédios e

por inconsequência ela tira a própria vida, está tudo perdido?

Creio que não, observe que nesses e outros exemplos a pessoa

perdeu a capacidade de raciocinar-se e tomar decisões próprias

debaixo de lucidez, nesses casos não creio que o cristão perderá a

salvação, muito embora apenas Deus conhece os seus e de fato

quem morreu nessas características, Todavia, o firme fundamento

de Deus permanece, tendo este selo: O Senhor conhece os que

são seus; e: Qualquer que profere o nome do Senhor, então que se

aparte da injustiça." - 2 Tm 2.19, por outro lado entendo e faço

das palavras do Presbítero André Sanchez as minhas quando

Page 18: Suicídio Cristão uma análise  psicológica e bíblica

ele diz; Não existe nenhuma passagem na Bíblia que fale

diretamente sobre o suicídio. O que sabemos, e é evidente, é que o

suicídio é um pecado e se enquadra em Êxodo 20:13: “Não

matarás”. Aquele que se suicida mata a si mesmo, portanto,

quebra o sexto mandamento e diante disso fica claro que o

Suicídio nunca é a solução.

Precisamos sempre lembrar que Deus não tolera pecado, o

suicídio é pecado e ninguém deve arriscar sua eternidade tomando

uma decisão dessas. Além disso, Deus quer que todos escolham a

vida e não a morte (Deuteronômio 30:19-20).

Dentro da igreja Católica temos relatos de muitos padres que

suicidaram e falando disso o psicólogo Ênio Pinto, atuante há 17

anos no Instituto Terapêutico Acolher, em São Paulo. Desde que

foi fundado, no ano 2000, o instituto voltado ao atendimento

psicoterápico de padres, freiras e leigos a serviço da Igreja

atendeu por volta de 3.700 pacientes.

Autor do livro “Os Padres em Psicoterapia“, Ênio observa que “a

vida religiosa não dá superpoderes aos padres. Pelo contrário.

Eles são tão falíveis quanto qualquer um de nós. Em muitos

casos, a fé pode não ser forte o suficiente para superar momentos

difíceis”

Esta visão é compartilhada pelo psicólogo William Pereira, autor

do livro “Sofrimento Psíquico dos Presbíteros“. Para William, “o

grau de exigência da Igreja é muito grande. Espera-se que o

padre seja, no mínimo, modelo de virtude e santidade. Qualquer

deslize, por menor que seja, vira alvo de crítica e julgamento. Por

medo, culpa ou vergonha, muitos preferem se matar a pedir

ajuda”.

Dentro desses exemplos podemos encontrar dois tipos de

suicídios cometidos por padres ou cristãos em geral, o suicídio

planejado que pode ser resultado de medo de expor um pecado,

uma falha e também o suicídio impulsivo resultado de um

momento de fraqueza, abusos de medicamentos, noites mal

dormidas e etc..

É bom deixar claro que nem todo suicídio impulsivo resulta em

salvação, pois existem casos como o do padre Edson Barbosa, de

Page 19: Suicídio Cristão uma análise  psicológica e bíblica

Andradina, SP, que, dormindo pouco, comendo mal e se sentindo

irritadiço, começou a beber. Ao se dar conta do rumo que estava

tomando, pediu dispensa das atividades paroquiais e se internou

durante três meses na casa de repouso. Após as consultas

médicas, palestras de nutrição e exercícios físicos que o ajudaram

a trocar o álcool pelo novo hábito de fazer caminhadas e pedalar,

o padre de 36 anos está sóbrio há um ano e nove meses e

testemunha: “Não sei o que teria acontecido comigo se não

tivesse dado essa parada. Demorei a perceber que não era super-

herói”, observe que assim como esse padre, muitos pastores e

cristãos se entregam a uma vida de prática de pecados e vícios o

que resulta em um ato impulsivo ou planejado de suicídio, como

disse no início que o que determina o destino eterno de um cristão

não é a forma que ele morre e sim a forma que ele vive, mais é

bom deixar claro para todos, que nenhum tipo de suicídio é da

vontade de Deus para ninguém.

Suicídio não é a vontade de Deus para ninguém! Deus quer que

todos escolham a vida (Deuteronômio 30:19-20).

Hoje invoco os céus e a terra como testemunhas contra vocês,

de que coloquei diante de vocês a vida e a morte, a bênção e a

maldição. Agora escolham a vida, para que vocês e os seus

filhos vivam,

20e para que vocês amem o Senhor, o seu Deus ouça a sua

voz e se apeguem firmemente a ele. “Pois o Senhor é a sua

vida, e ele dará a vocês muitos anos na terra que jurou dar aos

seus antepassados, Abraão, Isaque e Jacó”.

“Os cristãos são chamados a entregar suas vidas para Deus, e

a decisão de quando devem morrer pertence somente a Ele”.

“Não matarás” (Ex 20: 13) proíbe o homicídio, o suicídio e os

pecados vinculados à violência. Esse mandamento atesta que a

vida humana é sagrada.

7- Suicídios na Bíblia

Seria possível um cristão pensar em suicídio?

Page 20: Suicídio Cristão uma análise  psicológica e bíblica

Claro que sim! Temos vários exemplos na Bíblia de servos de

Deus que à beira de situações desesperadoras pediram para si a

morte. Elias quis morrer quando perseguido por Jezabel (1 Reis

19:4). Moisés também chegou a pedir para Deus a morte

(Números 11:15). Isso aconteceu também com Jonas, mas por um

motivo mais fútil (Jonas 4:3). É claro que eles não pensaram em

se suicidar (matar-se com as próprias mãos), mas pediram a Deus

que os levasse, ou seja, queriam morrer, ao lembrar-se desses

casos vem a minha mente que tinham eles o que a psicologia

aponta como motivos de uma pessoa cometer suicídio, essas

pessoas mesmo diante de adversidades não mataram a si mesmos,

antes pediram ao doador da vida a morte, entendo que é

impossível para nós afirmamos com toda a certeza que todos os

cristãos que cometeram suicídio vão direto para o inferno, pois

Deus é quem sabe de tudo e que vai julgar segundo a reta justiça e

analisará cada intenção do coração, o que não podemos é

apresentar uma opinião e aplicar a todos os casos, sei que muitos

cristãos que se mataram não vão perecer no inferno, porém isso

não é regra geral e aplicável a todos os casos, porém entendo a luz

de muitos textos bíblicos que um cristão se matar é correr um

sério risco de não ter finalizado a carreira cristã e por fim perder a

sua salvação, apresentarei uma abordagem defendendo que para

um cristão e nem qualquer outra pessoa o suicídio é algo bom e

aconselhável, sei que a Bíblia menciona algumas pessoas que

cometeram suicídio, ou suicídio assistido como os casos abaixo:

Abimeleque (Juízes 9:54)

Sansão (Juízes 16:29-31)

Saul e o escudeiro (1 Samuel 31:3-6)

Aitofel (2 Samuel 17:23)

Zinri (1 Reis 16:18

Judas (Mateus 27:5

Tirando o caso de Sansão, que é bem particular e creio não ter

perdido a sua salvação, nenhum dos outros suicídios é abordado

de forma favorável na Bíblia.

Page 21: Suicídio Cristão uma análise  psicológica e bíblica

Os cinco exemplos de suicídio na Escritura (Juízes 9.52-54;

1samuel 31.3-5; 2 Samuel 17.23; 1Reis 16.18-19; Mateus 27.3-5)

onde todos eles estão em um contexto de vergonha e derrota. Do

mesmo modo, quando personagens mais nobres pedem a Deus

para tirar suas vidas, Deus nunca lhes atende (Números 11.12-15;

1Reis 19.4; Jonas 4.1-11). Nos casos de Jonas e Jó, Deus

claramente vê suas petições autodestrutivas de modo

desfavorável, Alguns têm usado tais casos para defender o

suicídio, observando que os trechos citados não apresentam

julgamentos morais. Mas a Bíblia nem sempre condena os erros

dos homens no mesmo contexto, deixando com o leitor a

responsabilidade de aplicar princípios de outros trechos das

Escrituras. Devemos fazer isso em relação ao suicídio. Observe

estes fatos:

Deus definiu a santidade da vida humana e exige que ela seja

respeitada (Gênesis 9:6).

Paulo impediu o suicídio do carcereiro, dizendo que estaria

fazendo mal (Atos 16:28).

A solução ao sofrimento nesta vida não é fugir ou procurar

escapar da dor, mas encarar os problemas com fé em Deus. Jó

sofreu terrivelmente, mas não tomou a própria vida. Num

momento de depressão, Elias até pediu que Deus o tomasse, mas

não ousou tirar a própria vida (1 Reis 19:4). Paulo sofreu com seu

espinho na carne, mas não tentou escapar pelo suicídio (2

Coríntios 12:7-10). O suicídio normalmente é uma tentativa de

fugir de problemas, ao invés de procurar a ajuda de Deus. Pedro e

Judas negaram Jesus na mesma noite. Judas fugiu e se suicidou

(Mateus 27:5), enquanto Pedro se humilhou diante do Senhor e se

tornou útil no reino de Deus durante o resto da vida (Mateus

26:75; João 21:15-19).

8- Suicídios são pecado

Nenhum cristão de verdade defende que o suicídio não seja

pecado, no site voltemosaoevangelho.com, traz uma nota a qual

apresento apenas uma pequena parte que diz; mais do que a busca

Page 22: Suicídio Cristão uma análise  psicológica e bíblica

por aliviar seu sofrimento, o suicídio é uma afronta contra Deus,

pois ele é o doador da vida, e só ele pode tirá-la. A pessoa que

comete tal atentado contra a vida que Deus lhe deu está

cometendo um terrível pecado. Então, não presuma a graça de

Deus. Não comenta o erro que o apóstolo Paulo condena em

Romanos 6: a ideia de que por que Deus é gracioso podemos

continuar pecando. A graça de Deus deve levá-lo à esperança que

há em Cristo. Se você é, de fato, um cristão, lembre-se do enorme

e imerecido amor que ele demonstrou na cruz por você.

Arrependa-se do seu pecado e permaneça no amor do Pai. E

procure ajuda!*

* http://voltemosaoevangelho.com/blog/2014/08/suicidio-e-um-

pecado-mas-nao-o-pecado-imperdoavel/ acessado em 31/07/17

às 19h26

Como abordei acima suicídio vem do latim sui (de si mesmo)

e cidium (“morte, assassínio”), forma do verbo caedere(“cortar,

matar”) (Dahlke, 2009; Neves, Corêa & Nicolato, 2010a) e

Quando Deus deu os 10 mandamentos ao seu povo, em Êxodo

20:3-17, incluiu a frase "Não matarás". Tirar a vida de qualquer

pessoa, incluindo a própria vida, de forma intencional, é

pecado e é um ato de rebeldia contra o Autor da Vida, Deus,

portanto uma pessoa que suicida-se esta matando a si mesmo.

Como já podemos observar até agora, o suicídio é um ato de

Rebeldia contra Deus, o Autor da vida, e segundo Deus não tolera

pecado, o suicídio é pecado e ninguém deve arriscar sua

eternidade tomando uma decisão dessas. Além disso, Deus quer

que todos escolham a vida e não a morte, sendo o suicídio pecado

porque existe entre os eruditos aqueles que acreditam não perder a

salvação quem morrer de ante de tal ato.

No site https://www.gotquestions.org/Portugues/suicidio-

cristao.html, acessado em 31/07/17 às 19h30, entendem que o

suicídio é um pecado, porém não é o que determina o destino

final, De acordo com a Bíblia, o suicídio não é o que determina se

uma pessoa ganha ou não acesso ao céu. Se um descrente cometer

suicídio, ele não fez nada mais do que “acelerar” a sua jornada

Page 23: Suicídio Cristão uma análise  psicológica e bíblica

para o lago de fogo. Entretanto, no fim das contas, a pessoa que

cometeu suicídio estará no inferno por ter rejeitado a salvação

através de Cristo, não por ter cometido suicídio. O que a Bíblia

diz sobre um cristão que comete suicídio? A Bíblia ensina que

podemos ter a garantia da vida eterna a partir do momento em que

verdadeiramente crermos em Cristo (João 3:16). Segundo a

Bíblia, os cristãos podem saber que possuem a vida eterna sem

qualquer dúvida (1 João 5:13). Nada pode separar um cristão do

amor de Deus (Romanos 8:38-39). Se nenhuma "criatura" pode

separar um cristão do amor de Deus, e até mesmo um cristão que

comete suicídio é uma "coisa criada", então nem mesmo o

suicídio pode separar um cristão do amor de Deus. Jesus morreu

por todos os nossos pecados e se um cristão verdadeiro, em um

momento de crise e fraqueza espiritual, cometer suicídio, esse

pecado ainda seria coberto pelo sangue de Cristo.

O suicídio ainda é um grave pecado contra Deus. Segundo a

Bíblia, o suicídio é assassinato; é sempre errado. Devem-se ter

sérias dúvidas sobre a autenticidade da fé de qualquer pessoa que

afirmava ser um cristão, mas mesmo assim cometeu suicídio. Não

há nenhuma circunstância que possa justificar que alguém,

especialmente um cristão, tire a sua vida própria. Os cristãos são

chamados a viver suas vidas para Deus e a decisão de quando

morrer pertence a Deus e somente a Ele. Embora não esteja

descrevendo o suicídio, 1 Coríntios 3:15 é provavelmente uma

boa descrição do que acontece com um Cristão que comete

suicídio. "Se o que alguém construiu se queimar, esse sofrerá

prejuízo; contudo, será salvo como alguém que escapa através do

fogo."

O presbítero Presbítero André Sanchez, apresenta um

argumento muito defendido por muitos outros eruditos em

defesa da não percabilidade da salvação por parte de um

cristão que comete suicídio, quando diz: (...) devemos pontuar

que a Bíblia afirma que existe apenas um pecado que é

imperdoável, que é a blasfêmia contra o Espírito Santo (Mateus

12:31). Sendo assim, podemos já chegar a uma primeira

conclusão: o suicídio é um pecado perdoável, pois em nenhum

texto bíblico é apontado como imperdoável.

Page 24: Suicídio Cristão uma análise  psicológica e bíblica

Entendo que o suicídio é um ato último de falta de fé, e diz a

bíblia que sem fé é impossível agradar a Deus, (Ora, sem fé é

impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se

aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos

que o buscam Hebreus 11:6); a vida é um privilégio que ele nos

confiou para que possamos confiar nEle nos momentos mais

difíceis, Porque no evangelho é revelada, a justiça de Deus, uma

justiça que do princípio ao fim é pela fé, como está escrito: O

justo viverá da fé. Rm 1:17 (NVI); Mas o meu justo viverá da fé;

e se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele (Hb 10: 38),

isso significa que o cristão viverá crendo e descansando no fato de

saber que Deus nos sustentará nas maiores e mais escuras noites

da alma.

SUICÍDIO CRISTÃO PLANEJADO É UM PECADO

GRAVE.

Como já lemos algumas importantes opiniões acerca do suicídio

ser pecado ou não, a minha premissa é de que um cristão ao

cometer o suicídio num ato planejado e não resultado de uma

doença ou momento de fraqueza, a qual Deus de fato conhece os

tais e as intenções reais, O Cristão ao se matar de modo impulsivo

se enquadra nos pecados eventuais ou seja pecados QUE TODOS

nós cometemos por fraqueza, imaginemos um cristão brigou feio

no trânsito ou pensou maldades, e derrepente morre, não creio

que esse perderá a salvação, de igual modo o suicídio impulsivo,

que ocorrerá por diversas razões e graus.

9- O suicídio Planejado e a justificação.

Um dos eruditos levantou essa questão recentemente, se um

crente, justificado pela fé, ao cometer suicídio por razões alheias à

nossa compreensão, perderá o perdão judicial de Deus (chamado

por Paulo de "justificação" - Rm 5.1) e será condenado ao

inferno? O mesmo também defende que a justificação é

Page 25: Suicídio Cristão uma análise  psicológica e bíblica

irrevogável disse que a justificação é irrevogável e concedido uma

única vez no momento da conversão.

A minha discordância não está no campo

técnico, pois esse e outros erram que ao

afirmar que TODO cristão ao se suicidar

não perde a salvação, existe casos e casos, e

uma afirmação como essa é um tanto

perigosa, mais entendo que eles precisam

defender os ensinos da eleição

incondicional, expiação limitada e

perseverança dos santos; mais a realidade

bíblica não nos permite bater o martelo e

fazer uma afirmativa nem que seja para

afirmar que todos os suicídios serão

condenados ao inferno e muito menos para

afirmar que todos os suicídios não serão

condenados, a bíblia é contra ambos os

extremos e trata essa questão de modo

equilibrado, o segundo erro desse e outros

eruditos é afirmar que a justificação pela fé

em Cristo é irrevogável, Discordo que a

justificação seja irrevogável e

principalmente em se tratando de um cristão

que planejou a sua própria morte, a

justificação é de fato em um aspecto

irrevogável, apenas enquanto o cristão

permanecer em Cristo, e nessa condição não

só a justificação é irrevogável, como todas

as bênçãos e demais benefícios recebidos

em Cristo e por meio dEle, E o testemunho

é este: que Deus nos deu a vida eterna; e

esta vida está em seu Filho(1 João 5:11), e

esse texto faz parte Das relutantes certezas

da vida no aspecto soteriológico que

abrange a convicção da salvação justamente

essa vida está em Jesus

Page 26: Suicídio Cristão uma análise  psicológica e bíblica

Uma vez que defendo que a justificação é condicionada a

permanência na fé em Jesus, evoco as palavras do pastor Robert

Shank que comenta com propriedade e lucidez essa questão

quando diz;

Sua carta aos colossenses Paulo endereçou aos santos e fiéis

irmãos em Cristo ( 1.2 ), os quais ele chama de povo escolhido de

Deus ( 3.12 ), pois foram resgatados do domínio das trevas e

transportados para o Reino do seu Filho amado ( 1.13 ), e que

anteriormente estavam “separados” de Deus, mas agora haviam

sido reconciliados pelo corpo físico de Cristo mediante sua morte,

a fim de serem apresentados diante Dele como santos e

inculpáveis ( 1.21 ss ).

Mas ele os avisa de que o propósito e objetivo final serão

realizados neles apenas se “(continuarem) alicerçados e firmes na

fé, sem se afastarem da esperança do evangelho, que vocês

ouviram” ( 1.23 ). A Admoestação não tem aplicação para os de

fora, mas para os membros do corpo eleito apenas.

“Paulo escreveu aos santos e fiéis em Cristo Jesus que estão em

Éfeso” como pessoas inseridas no corpo dos escolhidos em

Cristo antes da fundação do mundo, predestinados e adotados

como filhos de Deus através de Jesus Cristo ( 1.4,5 ) e que, tendo

ouvido e crido no Evangelho, além de terem depositados sua fé e

confiança em Cristo, foram selados pelo Espírito Santo ( 1.13 ),

sendo vivificados juntos com Cristo, com o prospecto de

compartilhar das generosas riquezas da graça de Deus nas eras

vindouras (2.5-7 ). Mas ele os admoesta contra se tornarem

participantes da perversidade do mundo ao redor deles, tornado-se

assim participantes da ira vindoura de Deus sobre os filhos da

desobediência (5.1-7). Dentro dessa ampla admoestação, há um

aviso específico contra se deixarem enganar por palavras vãs e

argumentos enganadores de qualquer que buscasse persuadi-los

com a ideia de que uma eventualidade não pode acontecer (v.6)

Nessas passagens e em outras que poderiam ser citadas, as

advertências são dirigidas para homens que obviamente são

concebidos como membros do corpo eleito, a verdadeira ekklesia.

A menos que as palavras de Cristo e de seus Apóstolos devam ser

Page 27: Suicídio Cristão uma análise  psicológica e bíblica

menosprezadas como mera retórica hipotética, sem

fundamentação de fato.

Eleitos no filho-pgs 50, 51,53, Robert Shank

Basta usarmos a lógica e perceberemos que conforme Robert

Shank, essas pessoas eram de fato salvas, ora, se eram salvas não

podemos deduzir que não eram justificadas, e uma vez que essas

pessoas eram salvas e se elas se tornassem participantes da

perversidade do mundo ao redor deles, tornando-se assim filhos

da desobediência e participantes da ira vindoura, veja a mudança

radical, não podemos deduzir que nesse estado continuem

justificadas como querem alguns eruditos, se o indivíduo não

continuar alicerçado na fé, o objetivo final não será realizado no

mesmo, PORTANTO finalizo afirmando que defender que

independente do caso e do tipo do suicídio, um cristão que se

mate ele será salvo, acreditando que a justificação é irrevogável é

brincar com esses e muitos textos bíblicos.

CONCLUSÃO

Chagamos ao fim de uma analise onde procurei ser conciliador

até aonde a bíblia permitisse que fosse, não encerrei o assunto,

mais creio que esse trabalho ajudará a muitas pessoas a

entenderem esse tema tão polêmico, Martinho Lutero antes de

incendiar a reforma, teve que tratar dessa questão quando uma

criança deficiente por nome de Tomas vivia escondido pela mãe,

por que tinham vergonha da sua deficiência, acabou se matando

enforcado, no seu enterro Lutero no seu breve sermão defendeu

que Ele estaria salvo, porque fizera isso, devido ao desespero e

estava possuído pelo demônio, abrindo assim a discussão nos seus

dias com uma opinião diversificada da que imperava imposta pela

igreja católica, esse trabalho também apresenta uma opinião

divergente de muitas correntes teológicas, espero ter sido claro o

bastante.

ANEXO: Hernandes Dias Lopes: causas e prevenção para o

suicídio

Page 28: Suicídio Cristão uma análise  psicológica e bíblica

“Os cristãos são chamados a entregar suas vidas para Deus, e a

decisão de quando devem morrer pertence somente a Ele”.

Natural de Nova Venécia (ES), o pastor Hernandes Dias Lopes é

bacharel em Teologia no Seminário Presbiteriano do Sul em

Campinas (SP). Doutor em Ministério no Reformed Theological

Seminary, em Jackson, Mississippi, nos Estados Unidos, ele

também é conferencista e escritor. Os cristãos são chamados a

entregar suas vidas para Deus, e a decisão de quando devem

morrer pertence somente a Ele. “Não matarás” (Ex 20: 13) proíbe

o homicídio, o suicídio e os pecados vinculados à violência. Esse

mandamento atesta que a vida humana é sagrada.

Nas Escrituras, há seis relatos de suicídios: Abimeleque (Jz 9:

54), Saul (1 Sm 31: 4), o escudeiro de Saul (1 Sm 31: 4-6),

Aitofel (2 Sm 17: 23), Zinri (1 Rs 16: 18) e Judas (Mt 27:5).

Mas o que determina se um cristão ganha ou não acesso ao céu?

Para falar sobre os mitos e verdades acerca desse tema, a

Comunhão ouviu o pastor da Primeira Igreja Presbiteriana em

Vitória, o reverendo Hernandes Dias Lopes.

Suicídio ainda é tabu? Sim, pois ele ainda não é tratado como deveria ser, ou seja, com

transparência, e é exatamente por isso que se constitui em um

risco tão grande para a sociedade.

É claro que já estamos avançando, pois em alguns países o tema

vem sendo tratado de forma preventiva, mas no Brasil ainda

temos uma estatística maquiada, constrangimentos para tratar do

assunto na mídia.

O próprio Governo precisa encarar isso como um problema social

e enfrentá-lo sem máscaras. Estou certo que de ainda temos um

longo caminho pela frente; quanto mais se falar sobre o assunto,

melhor.

Page 29: Suicídio Cristão uma análise  psicológica e bíblica

Quem tenta o suicídio sempre tem algum distúrbio mental?

Duas escolas tratam dessa matéria: a sociológica e a psiquiátrica.

A escola sociológica acredita que não. E eu também penso assim!

Nós não podemos afirmar, por exemplo, que Getúlio Vargas tinha

distúrbio mental.

É possível que a pessoa tenha plena saúde mental, mas em

determinado momento da vida sofra determinadas pressões ou

seja acometida por doenças de outra ordem para que venha a

cometer suicídio.

As causas para esse atentado contra a vida são várias, tais como: a

depressão e o isolamento, a bipolaridade, a perda de um

relacionamento significativo, sentimentos passionais, violência

doméstica, drogas, motivações de cunho religioso, entre outras.

Por essa razão, não podemos concluir que todas as pessoas que

cometem suicídio têm distúrbios mentais.

Quem pretende se matar dá sinais? É provado estatisticamente que mais de 80% das pessoas que

cometem suicídios deram claros sinais de que iriam fazê-lo. Isso

quebra o mito de que “quem fala em suicídio não se mata”.

A verdade é o contrário! Os sinais precisam ser encarados como

gritos de socorro. Nós precisamos estar atentos às pessoas que

deixam pistas em suas falas – por exemplo, “Não aguento mais”,

“Minha vida está sem sentido”, “Eu queria morrer” – ou ainda em

seus comportamentos, como tomar uma dose exagerada de

remédios, provocar cortes nos pulsos ou outros ferimentos.

Tem algumas pessoas que ficam flertando com a janela ou

demonstram desinteresse pela vida. Tudo isso são sinais que

podem ser facilmente monitorados.

A depressão continua sendo a principal motivação para o

suicídio? Ainda hoje a depressão é tratada como a principal causa do

Page 30: Suicídio Cristão uma análise  psicológica e bíblica

suicídio, mas o que considero mais relevante explicar é que esse

assunto, especialmente no meio evangélico, é muito mal

interpretado, pois há dois extremos. O primeiro, vindo por um

escritor e pregador conhecido como T. L Osborn, diz que

depressão é “demônio”.

Então, imagine, uma pessoa depressiva também tendo que

carregar o peso de que está possessa ou sendo instigada por

Satanás. O outro extremo vem de uma linha mais conservadora,

de um escritor chamado Jay Adams, que acredita que depressão

não é doença, mas que a pessoa está em pecado.

Quem subscreve essas ideias acha que a cura é só pela Palavra,

por não aceitar que a depressão seja uma doença, conforme a

Organização Mundial da Saúde (OMS) entende. Mas ela é uma

doença e precisa ser tratada como tal, com medicamentos, terapia

e fé.

É bem verdade que uma das causas da depressão pode estar

relacionada a problemas demoníacos e a pecados escondidos,

como Davi retrata nos Salmos 32 e 51. Mas um crente cheio do

Espírito Santo também pode ficar deprimido, assim como pode ter

um problema renal, câncer, gastrite e outras doenças.

Após a suspeita ou confirmação de uma pessoa com

pensamentos suicidas, como a família e os amigos devem

proceder? Primeiramente é preciso investigar as causas. É uma depressão?

Crise financeira? Uma dependência química? Ou seria o

rompimento de um namoro, noivado ou casamento

repentinamente?

São várias as motivações, mas no momento em que a causa é

identificada é preciso que se tomem ações imediatas para o

acompanhamento da pessoa, como indicação ao psiquiatra,

terapia, uso de medicamentos. A medicina é uma bênção de Deus.

Page 31: Suicídio Cristão uma análise  psicológica e bíblica

Mas só isso não basta! A pessoa também precisa cuidar da sua

alma, buscando ter fé e esperança. A depressão,

fundamentalmente, tem cura, porque Deus restaura a alma (Sl

42:27). Vale lembrar que a depressão é cíclica, ou seja, tem

começo, meio e fim.

A crise financeira e o desemprego estão associados ao

aumento de casos de suicídios em 2016. Como a Igreja pode

dar suporte às pessoas que estão sofrendo os impactos dessa

turbulência?

Via de regra, as pessoas mais carentes não se suicidam por causa

de ausência do dinheiro, pois elas já estão acostumadas a lidar

com a crise e com as dificuldades do dia a dia. Quem mais sofre

são os ricos, pessoas que têm alto poder aquisitivo e que, de

repente, perdem tudo. Muitos que viveram no luxo acham que não

sabem viver sem ele e acabam cometendo o suicídio.

A questão do desemprego acelera o processo, pois a pessoa passa

a lidar com o sentimento de angústia e de vergonha por não

conseguir sustentar a família. A Igreja tem papel importante nesse

processo, com a pregação da Palavra, reforçando que a provisão

vem de Deus e que Ele é o mesmo em tempo de crise.

Além disso, também pode ajudar no atendimento às necessidades

mais urgentes. No meio cristão, todos temos que nos ajudar.

A Bíblia nos ensina que nada pode separar um cristão do

amor de Deus e que podemos ter a garantia da vida eterna a

partir do momento em que verdadeiramente crermos em

Cristo. O suicídio pode separar um cristão do amor de Deus? Se eu falasse que sim, estaria contradizendo o texto. Nada é nada!

O grande ponto dessa pergunta, que é a dúvida de muitos, é: se eu

me suicido, posso ser salvo? O suicídio não é uma coisa simples.

Ele é um atentado contra a autoridade de Deus. Só o Senhor é o

autor da vida e só Ele tem o poder de tirar a vida. Quando alguém

comete suicídio, está usurpando o direito que só pertence ao Pai.

A Bíblia diz que ninguém vive para si mesmo e morre para si

Page 32: Suicídio Cristão uma análise  psicológica e bíblica

mesmo. Nós pertencemos a uma família, a uma igreja. Por isso,

quando ceifo a minha própria vida, estou cometendo um ato

totalmente egoísta. No entanto, afirmar que todo suicida vai para

o inferno não tem base na Bíblia, porque a tese de que todo

suicida é um Judas Iscariotes não é verdadeira. Judas não foi para

o céu porque não era convertido.

Olhe a vida de cada um desses homens citados na Bíblia que

agiram como ele. Eles viviam no pecado, e o suicídio não foi a

causa de sua condenação, mas a consequência. Dessa forma,

afirmo que é possível um crente sofrer algum distúrbio mental ou

uma depressão severa e chegar ao ponto de tirar a sua própria

vida.

Mas algumas denominações acreditam piamente que a salvação

não se perde. Uma vez salvo, salvo para sempre. Nós não temos

competência de nos assentar na cadeira do Juiz e lavrar a sentença

de condenação dessa pessoa. Só Deus a conhece, e o julgamento

cabe a Ele.

Como o senhor vê iniciativas como o “Setembro Amarelo”, o

Centro de Valorização da Vida e a nova ferramenta lançada

pelo Instagram para prevenção e aconselhamento? No meu livro “Suicídio: Causas, Mitos e Prevenção”, trato dessa

questão e acho louvável iniciativas como essas. É preciso que a

igreja use o púlpito e a Escola Bíblica para conscientizar e

aconselhar.

E que outras instituições promovam debates, para desmistificar e

ajudar quem precisa. Se a grande mídia não aborda o tema com

responsabilidade e camufla os fatos, como poderemos agir

previamente e tratar desse grave problema? Esconder os números

não é saudável nem eficaz. E ignorar os sinais de quem grita por

socorro é um erro fatal.

Considerações finais: Se você está sofrendo com algum drama pessoal neste momento

Page 33: Suicídio Cristão uma análise  psicológica e bíblica

ou está desencantado com a vida, saiba que há esperança no amor

de Deus e na família. Existem recursos legítimos para você sair

desta fase ruim e que devem ser usados como bênção da

providência de Deus. Valorize relacionamentos saudáveis, busque

ajuda, rompa o silêncio, retire essa casca grossa que encobre suas

feridas e aceite ser tratado com a graça de Deus.

http://comunhao.com.br/hernandes-dias-lopes-aponta-causas-

e-prevencao-para-o-suicidio/ - Acessado em 30/08/17 às 17:55