FORMULRIO DE INSCRIO DO PIBIC/CNPq/UFRR 2007/2008

UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMAPR-REITORIA DE PESQUISA E PS-GRADUAO

PROGRAMA DE INICIAO CIENTFICA/UFRR

FORMULRIO DE SUBPROJETO EDITAL 01/2014-PIC/PRPPG

Ttulo do projeto Cadastrado na PRPPG(no abrevie):

DESLOCAMENTOS POPULACIONAIS NA FRONTEIRA BRASIL-VENEZUELA-GUIANA

Projeto j contemplado com bolsa? Sim X_ No __Qual programa? PICNmero de vezes: 03

Projeto Financiado? _X Sim __ No Valor Financiado: 33.000,00rgo Financiador: CNPq/Edital Universal 2013

Grande rea do Conhecimento (Consultar CNPq): 7.00.00.00-0

rea do Conhecimento (Consultar CNPq): 7.02.00.00-9Sub-rea (Consultar CNPq):7.02.07.00-3

Palavras Chave (at 5): famlia; migrao; juventude

Resumo do projeto (500 at 2000 caracteres, com espao):

O projeto DESLOCAMENTOS POPULACIONAIS NA TRPLICE FRONTEIRA BRASIL-VENEZUELA-GUIANA prope-se a investigar os processos sociais e simblicos decorrentes da migrao no espao fronteirio do Brasil/Venezuela/Guiana, denominado de lugar Guayana buscando identificar como os migrantes (re) constroem as identidades e culturas no processo de deslocamento entre as diversas fronteiras: internacionais, internas e culturais. E na perspectiva de investigao dos processos simblicos, a representao do migrante no imaginrio coletivo e na mdia impressa muitas vezes estereotipada e reforam a marginalizao desses grupos sociais. Pode-se afirmar, ento, que os meios de comunicao de massa, por se constiturem em veculos de grande alcance contribuem para a construo de uma imagem do outro migrante e, cujas representaes tm impacto tanto na vida dos migrantes, quanto na vida da populao local. Neste sentido, prope-se aqui tambm a investigar as representaes sociais construdas pela mdia impressa e pela populao do lugar de recepo de migrantes, e, ao mesmo tempo verificar como essas construes imaginrias impactam os processos sociais e simblicos, algumas perguntas norteadoras iniciais so explicitadas aqui: Quem so os migrantes? Qual a relao com a terra de origem e a natureza de seu pertencimento? Os migrantes estabelecem um senso de identidade grupal (comunidade nacional)? Quais identidades e culturas esto sendo construdas por esses sujeitos no processo de deslocamento? Quais as enunciaes nativas sobre esses migrantes nas sociedades de destino? Quais representaes e imagens esto sendo construdas pela mdia impressa sobre esses migrantes? Em que medida, as culturas de origem se mantm ou se modificam? Como os sujeitos constroem os processos sociais caractersticos destas realidades migratrias? Quais so os impactos dessas construes culturais e identitrias nos processo sociais dos estados regionais e nacionais? Que solues emergem nas regies fronteirias? Como os estados regionais lidam com os migrantes?

Ttulo do Subprojeto:Famlia e Migrao: um estudo das dinmicas sociais e familiares de

Jovens filhos de trabalhadores da construo civil em Boa Vista-RR1. JUSTIFICATIVA :

Este estudo pretende identificar e compreender a dinmica familiar e perspectivas dos filhos de imigrantes trabalhadores da construo civil na cidade Boa Vista/RR. No contexto brasileiro da migrao interna a Amaznia tem sido uma das regies deste fluxo. Nesse cenrio, homens e mulheres deslocam-se acompanhados dos filhos ou mesmo deixando-os com outros familiares. Em alguns casos, o homem migra primeiro e depois de se estabilizar busca a famlia. Existem casos em que as mulheres migram sozinhas e em seguida a famlia a acompanha. Neste processo de deslocamentos os membros das famlias so obrigados a assumir outros papis, outras responsabilidades e, entre eles, os filhos mais velhos. As dificuldades de adaptao vivenciadas por eles podem gerar conseqncias de aspectos psquicos e sociais decorrentes da dificuldade de adaptao, da hostilidade, da xenofobia, da desorganizao da estrutura familiar, da criminalizao, dentre outros. O fator econmico, o desemprego e os baixos salrios determinam, em certa medida, a migrao para outras localidade ou regio do pas. Isso ocorre, sobretudo, quando o que se ganha no lugar no suficiente para a manuteno familiar entendida no apenas como sobrevivncia, mas, como a aquisio de bens, tais como casa prpria, transporte e bens de consumo e, tambm, com acesso a servios de sade, transporte e saneamento bsico. Outros fatores que estimulam novas migraes so as condies insuficientes ou inadequadas de infraestrutura na sociedade de origem, como acesso a educao, sade, etc. Segundo dados do IBGE, o nmero de brasileiros que mudaram de estado vem diminuindo nos ltimos quinze anos. Entre 1995 e 2000 cerca de 5,2 milhes de pessoas mudaram de residncia. Em 2004, a PNAD aponta reduo para 2,8 milhes. Em 2009 foram apenas 2 milhes de pessoas que mudaram de residncia. Na regio Norte Roraima, Amap e Amaznia comportam-se como plo de atrao migratria. O nmero de imigrantes que desembarcou em Roraima entre 2000 e 2004 foi quase o dobro de pessoas que deixaram o estado. Roraima apresenta-se como um lugar de trnsito e de permanncia dos migrantes internos e internacionais, principalmente, desde os anos 1970. Segundo Rodrigues (2008) a migrao para Roraima resultado da expanso da fronteira agrcola na Amaznia (BECKER,1997) e da frente garimpeira nos anos 1980. Sendo, assim Roraima enfrenta o duplo papel de emissor de mo-de-obra para os pases vizinhos e de receptor de mo-de-obra de nacionais (migrao interna) e de estrangeiros oriundos, principalmente, dos pases fronteirios. As condies de migrante, muitas vezes, tornam vulnerveis os trabalhadores e trabalhadoras, bem como seus filhos deixando-os suscetveis explorao alheia decorrente de sua condio desfavorvel. A realizao do projeto migratrio muitas vezes esbarra em inmeras dificuldades, entre elas, a adaptao cultura local, precrias condies de emprego e subemprego, desorganizao da estrutura familiar. Os jovens que acompanham os pais, assim como eles, constroem representaes de uma vida melhor, de sonhos e projetos de emancipao, mas esbarram em obstculos como o de conciliar educao e trabalho. Sendo assim, este projeto pretende analisar as dinmicas das relaes sociais e familiares de filhos de pais imigrados que, atualmente, trabalham na construo civil em Boa Vista, bem como as representaes sociais e perspectivas destes filhos de classes populares.

Acreditamos que os resultados desta pesquisa podem contribuir para o entendimento da migrao interna, das estratgias e reorganizao das dinmicas familiares dos jovens migrantes e suas famlias, bem como seus anseios e perspectivas de vida. Ademais, ser possvel, tambm, subsidiar as discusses sobre polticas pblicas de proteo s famlias de trabalhadores da construo civil, sobretudo, das crianas e dos jovens filhos destes migrantes. Essa pesquisa se justifica, ainda e ademais do exposto acima, pelo fato de possibilitar a continuidade dos projetos de pesquisa da linha de pesquisa migrao, cultura e identidade do GEIFRON e a elaborao de monografia de graduao.2. OBJETIVOS:2.1. OBJETIVO GERAL

Analisar as dinmicas das relaes sociais e familiares, as representaes sociais e perspectivas de filhos de pais imigrados trabalhadores da construo civil em Boa Vista.2.1. OBJETIVOS ESPECFICOS: Mapear e traar o perfil das famlias dos trabalhadores construo civil;

Traar a trajetria migratria dos trabalhadores da construo civil;

Verificar a insero dos filhos dos trabalhadores da construo civil no ensino e mercado de trabalho;

Investigar o processo das representaes, perspectivas e sociabilidades desses jovens;

Verificar as estratgias familiares de orientao e educao dos filhos; Identificar as (re) ou distribuies dos papeis sociais no mbito familiar desses jovens;

3. METODOLOGIA: Esta pesquisa utilizar alguns dados quantitativos, mas priorizar a anlise qualitativa. A pesquisa qualitativa visa revelar as representaes e perspectivas dos jovens filhos de trabalhadores da construo civil em Boa Vista.

Tambm aplicaremos questionrios e entrevistas abertas e/ou semiestruturadas com as famlias e seus filhos e faremos uso de registro audiovisual (quando consentido), com a finalidade de identificar as representaes e perspectivas desses jovens e suas vises de mundo referente s possibilidades de ascenso de classe; as estratgias e dinmicas de manuteno familiar. A pesquisa quantitativa ser realizada por meio da coleta de dados em relatrios oficiais, banco de dados divulgados por instituies governamentais e no governamentais, como IBGE, escolas locais e o sindicato dos Trabalhadores na Indstria, na Construo Civil e do Imobilirio SINTRACOMO-RR. A pesquisa se desenvolver em vrias etapas: A Primeira etapa da pesquisa consistira no levantamento de dados bibliogrficos (livros, textos e trabalhos acadmicos) sobre a temtica; de dados estatsticos sobre migrao e juventude em documentos e registros oficiais junto aos rgos e instituies pblicas censitrias e de controle da migrao (IBGE, levantamento de dados junto Secretarias de Educao, Secretaria Nacional da Juventude, SINTRACOMO-RR).

A segunda etapa se constituir do mapeamento das famlias, por meio da observao participante, de informaes fornecidas pelo sindicato SITRACOMO-RR; de dados do censo escolar; e de informaes de outros interlocutores. Nesta fase, se estabelecer contatos com essas famlias para, posteriormente, entrevist-las. A Terceira etapa ser a etnografia buscando identificar aspectos pertinentes dinmica familiar desses jovens, mapear a trajetria destes migrantes, seus perfis e narrativas sobre sua histria de vida migrante, desde o lugar de origem at o lugar de destino; perfis e organizao familiares; representaes e perspectivas de vida desses jovens, suas vises de mundo referente s possibilidades de ascenso de classe, estratgias e dinmicas de familiares. As tcnicas de coleta de dados, alm da observao etnogrfica, sero as entrevistas em profundidade, semidirigida com os jovens filhos dos trabalhadores. Algumas entrevistas podero ser realizadas com os pais destes jovens, na perspectiva de confrontar narrativas. Esta fase utilizar o registro audiovisual (quando consentido). A quarta etapa consistir na organizao, sistematizao e interpretao dos dados, bem como a redao do relatrio final e produo de artigo para publicao. 4. RESULTADOS ESPERADOS: Publicar, pelo menos, um artigo em peridico nacional; Participar de, pelo menos, um congressos nacional; Incrementar o banco de dados do GEIFRON/UFRR;

Iniciar a produo de um trabalho monogrfico.5. REFERNCIAS:

BRITO, Sulamita de (org.). Sociologia da Juventude. Rio de Janeiro: Zahar, v. I, 1968.CARDOSO, Ruth & SAMPAIO, Helena. Bibliografia sobre a Juventude. So Paulo: EDUSP, 1995.

Folha de So Paulo. Disponvel em http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2011/07/15/fluxo-migratorio-no-brasil-caiu-37-nos-ultimos-15-anos-diz-ibge.jhtm Acesso em 29/04/2014. FORACCHI, Marialice. A Juventude na Sociedade Moderna. So Paulo: Pioneira, 1972.

FORACCHI, Marialice. A participao social dos excludos. Parte II A juventude: ascenso social e rebelio . So Paulo, Hucitec.

IANNI, Octavio. A criana, o adolescente e a cidade. So Paulo: Imprensa Municipal, 1973LEVY, M. S. F. O papel da migrao internacional na evoluo da populao brasileira (1872-1972). Revista de Sade Pblica. Faculdade de Sade Pblica da USP, So Paulo, Suplemento, 1973.MISSE, Michel. Crime e Violncia no Brasil Contemporneo. Estudos de sociologia do crime e da violncia urbana. Rio de Janeiro: Lmen Jris, 2006.NOVAES, Regina. Juventude: conflito e solidariedade. ISER. Comunicaes do Iser 50, 1998.RODRIGUES, Francilene; SANTOS, Alessandra. Relatrio Final PIBIC 2007-2008. UFRR, PRPPG PIBIC, Boa Vista, 2008.TELLES, Vera da Silva. Cidadania inexistente: incivilidade e pobreza. Um estudo sobre trabalho e famlia na Grande So Paulo. Tese de Doutorado. Departamento de Sociologia, FFLCH/USP, 1992.VELHO, Gilberto & ALVITO, Marcos, Cidadania e Violncia. Rio de Janeiro: UFRJ/FGV, 1996. OIM (Organizao Internacional das Migraes). Estado da Migrao no Mundo em 2005. Genebra, agosto, 2005.OLIVEIRA , R. C. Jovens trabalhadores: representaes sobre o trabalho na contemporaneidade . Dissertao de mestrado, So Paulo, Departamento de Sociologia, Faculdade de Filosofia, Letras e Cincias Humanas da Universidade de So Paulo.2001. ONU (Organizao das Naes Unidas). Informe sobre a Juventude Mundial 2005. Informe do secretrio-geral. Programa de Ao Mundial para os Jovens, Nova York, dezembro 2004.PATARRA, Neide & BAENINGER, Rosana. Migraes internacionais recentes: o caso do Brasil. In: PATARRA, Neide (coord.) Emigrao e imigrao internacional no Brasil Contemporneo. So Paulo: Fundo de Populaes das Naes Unidas, 1996.PNUD. Programa das Naes Unidas para o Desenvolvimento. Relatrio do Desenvolvimento Humano 2009: Ultrapassar Barreiras: Mobilidade e desenvolvimento humanos. Coimbra, Portugal: Edies Almedina, 2009.REIS, Ellem Saraiva. Imigrao, risco e famlia. Novas configuraes familiares e direitos humanos em Governador Valadares. Revista Interdisciplinar da Mobilidade Humana/Centro Scalabriniano de Estudos Migratrios, vol. 16, n.o 31, pp. 229-37, Braslia: REMHU, 2006.

6. RECURSOS HUMANOS ENVOLVIDOS NO SUBPROJETO:

NOME Formao

QualificaoFuno no

SubprojetoHoras dedicadas ao Subprojeto

(semanais)Atividades Principais no Projeto

Francilene dos Santos Rodrigues

Samara Siqueira de Souza

Doutorado

GraduandaCoordenadora

Bolsista04 horas

20 horasCondenao e orientao

Realizar pesquisa bibliogrfica (livros, textos e trabalhos acadmicos) e etnogrfica sobre a temtica em voga.

7.CRONOGRAMA DE EXECUAO FISICA E ATIVIDADES DO ALUNOA T I V I D A D E SM E S E S

08/1409/1410/1411/1412/1401/1502/1503/1504/1505/1506/1507/15

Entrega do Relatrio parcialX

A Primeira etapa da pesquisa ser o levantamento de dados estatsticos sobre migrao e juventude em documentos e registros oficiais junto aos rgos e instituies pblicas censitrias e de controle da migrao (IBGE, levantamento de dados junto Secretarias de Educao, Secretaria Nacional da Juventude, SINTRACOMO-RR);XXXX

A segunda etapa se constituir do mapeamento das famlias, por meio da observao participante, de informaes fornecidas pelo sindicato SITRACOMO-RR; de dados do censo escolar; e de informaes de outros informantes. Nesta fase, se estabelecer contatos com essas famlias para posteriormente, entrevista-las.XXX

A Terceira etapa ser a etnografia buscando identificar aspectos pertinentes dinmica familiar desses jovens, procurando mapear a trajetria destes migrantes, seus perfis e narrativas sobre sua histria de vida migrante, desde o lugar de origem at o lugar de destino; organizao das estruturas familiares; perfis familiares e as representaes e perspectivas de vida desses jovens. As tcnicas da observao etnogrfica, bem como de entrevistas devem identificar as dinmicas sociais e familiares dos jovens filhos de trabalhadores da construo civil, sua relao com os membros da famlia e no ambiente escolar; as configuraes das redes sociais, as estratgias de manuteno dos laos familiares e as (re) organizao dos papeis sociais no mbito destas famlias, suas representaes, perspectivas de vida e sua percepo como ator social na esfera poltica, bem como atuao do Estado na elaborao de propostas voltadas aos anseios desses jovens. Esta fase utilizar os instrumentos de coleta por meio de entrevistas aberta e semiestruturada; observao participante; o uso de registro udio-visual (quando consentido).XXXXX

A quarta etapa consistira da sistematizao e a interpretao dos dados. Nesta etapa ser elaborado o relatrio final e a publicao.

XXxx

Entrega do Relatrio FinalX

8. ORAMENTO (E FONTE DE FINANCIAMENTO)As despesas com material de expediente e de pesquisa sero subsidiados por meio dos recursos do EDITAL CHAMADA UNIVERSAL-MCTI/CNPq N 14/2012 do projeto Dinmicas das fronteiras Pan-Amaznicas: Migraes, famlias transnacionais e relaes socioeconmicas, cujo valor para Custeio de R$ 33.007,00 na vigncia do projeto 2013-2015. Outra fonte de financiamento o Edital Pro-Pesquisa da PRPPG, o qual temos um projeto em andamento e que pretendemos concorrer ao Edital 2014-2015.Grande parte do material de pesquisa ( gravador, scanner, papel, tinta para impressora, etc..) ser o dos projetos em voga. A pesquisa de campo ser em Boa Vista, no requerendo deslocamentos de longas distancias.

Fonte: Folha de So Paulo. Disponvel em HYPERLINK "http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2011/07/15/fluxo-migratorio-no-brasil-caiu-37-nos-ultimos-15-anos-diz-ibge.jhtm" http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2011/07/15/fluxo-migratorio-no-brasil-caiu-37-nos-ultimos-15-anos-diz-ibge.jhtm Acesso em 29/04/14