sociologia - inserção dos jovens na vida ativa
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UNIVERSIDADE DE LISBOA - FACULDADE DE PSICOLOGIA E CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃOUNIVERSIDADE DE LISBOA - FACULDADE DE PSICOLOGIA E CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO
LICENCIATURA DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃOLICENCIATURA DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO
1º ANO 2º SEMESTRE1º ANO 2º SEMESTRE
SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO II
Pegado, E. e Guerreiro, M.D. (2006). Os jovens e a inserção na vida activa. Sociedade e Trabalho, 30, pp.73-87.
IntroduçãoA pesquisa apresentada por este artigo pretende:
1. Dar a conhecer a situação dos jovens portugueses face ao mercado de trabalho;
2. Fazer a sua caracterização e a das políticas formativas e de emprego, tendo em conta a EEE.
Tentando:
a) Caracterizar a situação e evolução da participação da população jovem no mercado de trabalho;
b) Avaliar a eficácia das medidas de política educativa, de emprego e formação profissional;
c) Produzir propostas de actuação e recomendações que levem a Combater os problemas diagnosticados.
Tudo isto através de:
• Um estudo extensivo de caracterização geral da integração dos jovens na vida activa;
• Um estudo qualitativo sobre os processos de integração dos jovens na vida activa;
• Uma análise das políticas que contribuem para a inserção profissional dos jovens, directa ou indirectamente.
Situação dos jovens no mercado de trabalho
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
15-19 12,9 8,4 9,9 10,9 13,5 18,7 18,7
20-24 7,6 8,9 7,1 8,0 8,9 11,4 12,3
25-29 5,4 5,2 4,3 4,4 5,4 8,2 7,9
H 6,0 5,9 3,7 4,8 6,1 8,7 9,1
M 8,8 8,4 8,9 8,5 9,4 12,5 12,0
Total 7,3 7,0 6,0 6,5 7,6 10,5 10,5
Total nac. 4,5 4,5 3,7 3,8 4,4 6,1 6,3
Quadro 1 – Taxa de desemprego juvenil e no total da população, segundo o sexo
Fonte: Inquérito ao Emprego
Taxas de desemprego
juvenil superiores è
média nacional do
desemprego.
Desemprego feminino mais
acentuado.
Faixas etárias mais
abrangidas:
• 15-19
• 20-24
Aumento do desemprego ao longo dos anos.
Taxas de desemprego
juvenil superiores è
média nacional do
desemprego.
Taxas de desemprego
juvenil superiores è
média nacional do
desemprego.
Faixas etárias mais
abrangidas:
• 15-19
• 20-24
Faixas etárias mais
abrangidas:
• 15-19
• 20-24
Faixas etárias mais
abrangidas:
• 15-19
• 20-24
1998 1999 2000 2001 2002 2003
1º Emprego 30,6 30,0 29,3 24,1 21,4 21,8
Novo Emprego 69,4 70,0 70,7 75,9 78,6 78,2
Quadro 2 – Desemprego até aos 29 anos por situação de procura de emprego
Fonte: IEFP – Direcção de serviços de estudos
Aumento dos jovens que procuram emprego
Maior % de jovens não estudantes empregados
Mão de obra desqualificada
Maior rotatividade no mercado de trabalho
Empregos de pouca duração Contratos e condições de trabalho precárias
Trajectórias juvenis incertas
A cargo da família até mais tarde…•Taxa de actividade dos jovens dos 15 aos 29 anos.
•Taxa de participação profissional dos jovens com menos de 20 anos.
•Actividade dos jovens masculinos dos 25-29 anos.DECRÉSCIMO
AUMENTO•Actividade dos jovens femininos dos 25 aos 29 anos.
•Inactivos, não estudantes entre os 15 e os 19 anos
•% de jovens masculinos até aos 29 anos a cargo da família. (27,7% para 35%)
Processo de autonomização
mais tardia
PrecariedadeInstabilidade do
mercado de trabalho
Entrada no mercado de
Trabalhotardia
Aumentoda
escolaridade
AUMENTODA
DEPENDÊNCIADA
FAMÍLIA DEORIGEM
Um diagnóstico dos problemas
Dificuldades, problemas e obstáculos à inserção dos jovens no
mercado de trabalho:
1. As qualificações escolares e profissionais;
2. A relação entre a escola e o mercado de trabalho;
3. A estrutura do emprego juvenil
1. Qualificações escolares e profissionais
• Apesar da melhoria dos níveis de escolaridade dos portugueses nas últimas décadas, continuamos muito aquém dos níveis de qualificação dos nossos congéneres europeus;
• Ainda persistem elevadas taxas de abandono escolar sem a conclusão do ensino secundário;
3º Ciclo (9ºano) > Ensino Secundário > Ensino Superior
• ¼ da população dos 18-24 anos, sai do sistema de ensino sem completar o 3º ciclo;
• 45% não conclui o ensino secundário;
• Existe ainda um número mínimo, mais persistente, que não conclui qualquer grau de qualificação formal.
Qualificações Escolares População entre 25-34 anos
Ensino Básico
Ensino Secundário Ensino Superior
Média europeia de qualificações
25% 48% 27%
Portugal 65% 20% 16%
Qualificações Profissionais
Tem-se assistido ao aumento da procura dos cursos de carácter profissional
No entanto continua a ser feita a associação:Qualificação Profissional
DesprestigioInferioridade
Os pais continuam a preferir que os filhos frequentem o ensino superior, pois vêm nisso uma estratégia de valorização e mobilidade social.
2. Relação escola e o mercado de trabalho
• As qualificações escolares e profissionais são um factor decisivo de competitividade e sobrevivência económica;
• Cada vez mais é exigido que os “recursos humanos” sejam multifacetados polivalentes e que estejam em constante actualização (formação ao longo da vida);
• Na sociedade portuguesa, tanto do lado da modernização das organizações, quanto da qualificação dos recursos humanos, ainda há muito a fazer;
• Muitas empresas utilizam ainda, sistemas clássicos de trabalho, assentes em mão de obra indiferenciada e de baixo custo;
• A estatísticas dos últimos anos têm vindo a mostra que o volume de licenciados, praticamente em todas as áreas, que o mercado de trabalho não tem conseguido inserir é maior que a taxa de desemprego de jovens sem qualificações;
• Na relação entre a escola e o mercado de trabalho é importante referir a reduzida expressão de que se têm revestido os estágios curriculares e profissionais, pese embora a importância que em geral lhes é atribuída para a integração profissional daqueles que estão a fazer a transição para a vida activa;
• O facto de a oferta de cursos de especialização profissional e superiores em regime pós laboral, ser escassa, favorece a existencia de mão de obra não especializada.
3. Estrutura do emprego juvenil
Não está em causa apenas a empregabilidade no sentido estrito das reais possibilidades de aceder a um emprego, mas importa igualmente analisar as condições proporcionadas.
TAXAS DE ACTIVIDADE E TAXAS DE EMPREGO (JOVENS)
PORTUGAL = MÉDIA DOS JOVENS EUROPEUS
TAXAS DE EMPREGO SEGUNDO QUALIFICAÇÃO ESCOLAR (JOVENS)
EM PORTUGAL ELA É PARTICULARMENTE ELEVADA NO JOVENS DETENTORES DO ENSINO BÁSICO
Jovens não estudantes nem em formação18-24 ANOS
PORTUGAL 48%
Europa dos 15 em 2001 34%
Os sectores de emprego que mais concorrência fazem à experiência escolar são onde as qualificações exigidas são menores
A precariedade faz-se sentir com mais intensidade
Há menos hipótese para a formação contínua
Ou seja:
Industria transformadora; Construção; Comercio e reparação de veículos e bens
• Em Portugal 7,1% (com tendência para aumentar) dos jovens, dos 15 aos 24 anos, assalariados encontram-se a trabalhar com um contrato a prazo.
• Este tipo de situação afecta mais a população jovem feminina do que masculina
• O processo de integração no mercado de trabalho tende a alongar-se no tempo;
Não Activo Activo
Desemprego Formação
Um dos principais problemas no processo de integração dos jovens no mercado de trabalho é a incapacidade de transitar de uma situação de vinculos informais ou precários para uma situção de pleno emprego. No entanto este problema apresenta duas perspectivas:
a) Jovens que integram um seguemento de emprego privilegiado, criativo e altamente qualificado, em que a mobilidade se converte numa carreira de valorização progressiva;
b) jovens que integram um seguemento de emprego maioritário em que a circulação entre ocupações precárias e temporárias corresponde a uma dificuldade efectiva de obter um emprego estável com acesso a protecção social
Apenas 29% dos jovens desempregados, com idades compreendidas entre os 15 e os 29 anos, usufruem do
subsídio de desemprego , enquanto que na população adulta este valor é de 60%
O desempenho das políticas
A avaliação das politicas dirigidas à promoção da integração dos jovens no mercado de trabalho foi efectuada em três níveis.
1º - Pertinência
2º - Coerência Interna
3º - Avaliação dos resultados
Plano Nacional de Emprego
ALV Aprendizagem ao
longo da vida
PRODEP Programa para
o Desenvolvimento daEducação em Portugal
POEFDS Programa
Operacional Emprego,Formação e
Desenvolvimento Social
PROGRAMAS OPERACIONAIS DO QCA III
Permitem identificar os objectivos para a promoção da inserção dos jovens no mercado de trabalho:
1º - Prevenção e combate ao desemprego juvenil.
2º - Combate ao abandono escolar.
3º - Diversificação das ofertas de formação inicial dos jovens.
4º - Promoção de ofertas de formação de dupla certificação.
5º - Apoio para a transição para a vida activa.
6º - Apoio á criação de emprego.
7º - Fomento do espírito empresarial.
Medidas…Medidas implementadas:1. Orientação escolar e
profissional;2. Educação e
formação inicial qualificante;
3. Transição para a vida activa;
4. Apoio à criação de emprego;
5. Apoio aos desempregados;
Qualificações Escolares e Profissionais
• Reforçar o combate ao abandono escolar precoce
• Apostar no aumento dos níveis de qualificação
• Fomentar a ida dos jovens trabalhadores para o ensino superior
• Valorização das ofertas formativas com certificação profissional
• Incentivar as empresas a criarem planos de formação profissional
Propostas de actuação e recomendações…
Sistema de Formação Escolar e Profissional• Garantir aos jovens uma escolaridade ao nível do 12º ano.
• Maior apoio na passagem do secundário para o ensino superior.
• Aproximar as escolas dos centros de emprego.
• Maior reforço na ligação da escola com o mercado de trabalho.• Introdução de unidades de crédito nos currícula do ensino secundário e superior.• Desenvolver acções de marketing profissional.• Alargamento do número de estágios.• Incentivar os alunos do ensino superior a terem experiências profissionais qualificantes, durante o seu curso.
Relação entre a Escola/Centros de Formação e o Mercado de Trabalho
Empreendorismo
• Aumento na criação de empregos.
• Aumento da fiscalização nas situações de utilização abusiva da contratação dos jovens.
• Maior apoio/protecção social dos jovens durante os seus percursos descontínuos.
Relações Laborais
• Introdução nos currícula do sistema educativo aspectos que levem ao espírito empreendedor.• Apresentação da hipótese de auto-emprego aos jovens.• Maior apoio nos jovens empresários.• Aposta nas linhas de crédito específicas.
Trabalho realizado por…
Andreia DurãesElisa CarrilhoFátima SilvaMónica MaiaTeresa Matos