síndrome das drogas 15

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O sonho mais lindo do que seria juventude converteu-se no vil pesadelo atormentado pela desgraça das drogas, em que a ambição, o ódio, a maldade e a vingança ditam as regras de uma síndrome maldita tornando belas vidas em vidas tão proscritas, despedaçando famílias, vítimas dos efeitos colaterais que convertem jovens tão viçosos em terríveis marginais. E vegetando se vai... Vivendo à margem da sociedade que expõe a mais triste verdade de tão hedionda realidade. Há que se converter em escravo, e desprovido do amor sem saber o que é amar...Se mata ou então se morre, nesta maldita síndrome das drogas.

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SíndromedaS

drogaSMuralhas da Adolescência

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Jaime Alves

SíndromedaS

drogaSMuralhas da Adolescência

São Paulo 2014

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Copyright © 2014 by Editora Baraúna SE Ltda

Capa Jacilene Moraes

Diagramação Camila C. Morais

Revisão Henrique de Souza

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTESINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ ________________________________________________________________A477s

Alves, Jaime Síndrome das Drogas: muralhas da adolescência / Jaime Alves. - 1. ed. - São Paulo, SP: Baraúna, 2014.

ISBN 978-85-437-0145-5

1. Romance brasileiro. I. Título.

14-16246 CDD: 869.93 CDU: 821.134.3(81)-3________________________________________________________________23/09/2014 26/09/2014

Impresso no BrasilPrinted in Brazil

DIREITOS CEDIDOS PARA ESTAEDIÇÃO À EDITORA BARAÚNA www.EditoraBarauna.com.br

Rua da Quitanda, 139 – 3º andarCEP 01012-010 – Centro – São Paulo - SPTel.: 11 3167.4261www.EditoraBarauna.com.br

Todos os direitos reservados.Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio, sem a expressa autorização da Editora e do autor. Caso deseje utilizar esta obra para outros fins, entre em contato com a Editora.

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Dedico este livroa todos aqueles

que se encontram perdidosno mundo das drogas...

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Prefácio

Nunca um título foi tão condizente com o conteúdo de um livro e consequentemente com a história da atual conjuntura, na qual infelizmente esta terrível síndrome ins-talou-se e é difícil conhecermos uma família que não tenha um parente, ainda que mais distante, que não esteja envol-vido com este terrível vício fabricado nos porões do inferno.

Síndrome das drogas aborda jovens que teriam tudo para viver uma vida saudável e sadia, mas por causa das drogas acabam nas fétidas e miseráveis celas de um presídio, isso sem deixar de mencionar a maioria que morre de forma precoce.

Teófilo Antunes Filho, “Téo”, um adolescente que, rejeitado pelo próprio pai, adquiri com o passar do tempo uma anomalia terrível que o torna um psicopata cuja única obsessão é destruir a vida de Jim e sua namorada, sua prima e um xodó para o seu pai, que a enchia de afeto e de amor.

Além de tudo, no desenvolver da história ele encon-tra motivos para nutrir um sentimento terrível em rela-

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ção ao jovem Jim, que inocentemente deixa se levar por sua falácia, já que Téo era muito inteligente e envolvente, porém toda a sua astúcia tinha apenas um objetivo.

Destruir era tudo o que esse psicopata sabia fa-zer, simplesmente desconhecia o sentimento de amor, compaixão e amizade.

Síndrome das drogas na verdade é mais um alerta para este submundo que tem avassalado a nossa juven-tude, que acaba perdendo a sua liberdade; e tudo isso começa em tragos em cigarros de maconha, sobre o que sou veemente contra a liberação.

“Dá-me mais um trago, pois eu trago o passado de vergonha, o presente vencido, o futuro perdido e a esperança esvaída...”

Vale dos leprosos

Maldito vale dos leprosospor onde ninguém quer passar vegetam escórias rejeitadasem que vidas humilhadasde pessoas abandonadaspelo vício segregadas.

Onde finda-se a jornadae os sonhos não existemonde vivem execradoscomumente ignoradosonde há peste fome e dor.Onde a falta de amor

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onde os olhos do Senhorse comovem em tanta dor.

Maltrapilhos andarilhosperambulando a vegetare se entregam por um tragoe se vendem pela pestee se tornam cafajestesperante uma sociedadetão hipócrita tão omissa...

Onde o padre faz o sinal da cruzo pastor não fala de Jesusnão os vejo empenhadoscaminhando lado a ladoneste vale de leprosos.

Há tão poucos que o fazem!

E os políticos engomadosescondem o estigma dos viciadospela maioria deles são ignorados,mas são promessas nas eleiçõesem demagogas preleções...

E a polícia muitas vezestão viril com casseteteavassala com a pestee exercem a violênciaa quem pede a Deus clemência...

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Vejo o vale dos leprosos,em cada cidade existe ume em cada um existe váriosque vegetam nestas trevas.

...Eu me olho no espelhomesmo com meus olhos tão vermelhosnão aventuro-me neste valenão extirpo todos os males.

Óh, meu Deus!...Dai-me graça e condiçãome ajuda a ser cristãoque arregaça suas mangase chafurda neste valese impregne no mau cheiropara emanar o seu perfumeresplandecer todo teu lumeneste vale de leprososonde já não mais se vivee se vive é por um trago.

Trago uma dor dentro do peitoao olhar para este valee ver tantos se humilharemeu nada poder fazersó estou a escrever,

que há vidas neste valemas que já não vivem mais!...

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Capítulo I

A prole da dignidade

Típico do ser humano, a ambição é algo que desde que o mundo é mundo sempre foi uma temeridade, e, de acordo com o coração que nutre tal sentimento, ele recrudesce perdendo-se em seu limite e convertendo-se em uma anomalia.

E nessa anomalia quantos não destruíram a outrem, ou mesmo se autodestruíram?

A ambição por si mesma dentro dos seus limites se torna algo que nos impulsiona aos nossos objeti-vos, porém em uma mente deturpada pode ter cono-tações avassaladoras e assustadoras, como era o caso de Teófilo Antunes que será perfeitamente ilustrado na parábola abaixo.

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O chimpanzé e o gorila

Havia naquela selva um chimpanzé que sempre foi muito astuto, como também sempre foi muito ambicioso, porém por mais que fosse astuto, jamais conseguiria reali-zar o seu sonho sórdido pelo fato de não ser tão forte assim.

Não tinha como sobrepujar a força do rei das selvas, o leão, porém por ser muito astuto se valeu da ignorância do gorila que era extremante forte, mas não tinha um décimo de sua astúcia.

Com muito tato, ele aproximou-se do gorila com o único intuito de persuadi-lo a ser o cúmplice do seu plano tão malevolente, já que ele queria dominar a todos, mas para isso teria que derrubar ao leão que até então era imbatível.

De início, o gorila foi irredutível, mas a lábia do maca-co era irresistível, e ele acabou sendo seduzido pela ambição.

Dizia o chimpanzé:— Com a minha inteligência e a sua força ninguém

nos deterá!

A partir de então, os dois unidos passaram a coman-dar a todos naquela selva, porém antes de enfrentar o leão, para o qual estavam preparando uma estratégia infalível e que, com certeza, aniquilaria o seu maior oponente, deixando-os então livres para reinar tranquilamente.

O que eles não imaginavam é que uma simples pi-cada de um minúsculo e miserável inseto os infectaria e ambos acabariam morrendo abatidos por um ínfimo e ignóbil ser que poderia ser esmagado com um leve toque de um dedo mindinho...

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Teófilo Antunes era um homem ambicioso e ines-crupuloso que trazia dentro do seu coração sentimentos deturpados, priorizava valores materiais e subjugava valo-res abstratos, em que a espécie propriamente dita poderia propiciar-lhe muito mais do que a essência.

Ainda que a essência quando valorizada de forma dig-na faz dos frutos a espécie profícua e de valor inestimável...

Sonhava em conquistar o mundo, porém a vida não lhe fora tão favorável assim, tinha seus vinte quatro anos, homem de boa aparência, muito interativo, havia se for-mado em contabilidade e exercia sua função com maes-tria, não teria a necessidade de ser como ele o era.

Na gíria popular, era o famoso puxa-saco e por essa causa era detestado pela maioria dos colegas de traba-lho, mas ele não estava nem aí, contanto que caísse no agrado do seu patrão, que por sua vez também não era de boa índole.

Lá prevalecia o velho provérbio, a tampa com o ba-laio, e ainda entraria em cena uma terceira pessoa que formaria todo um contexto para que se germinasse uma quarta personalidade, que seria destituída de dignidade de sensatez de honra.

E já que enfatizo provérbios, vale a pena mencionar um provérbio chinês que é análogo a essa questão.

“Aquele que sacrifica a sua consciência em favor da ambição queima um quadro para conseguir as cinzas.”

Mas, antes de ser tão pernicioso assim, Teófilo co-nheceu uma jovem muito bonita e se apaixonou, só que tudo que Maura possuía era a beleza, e principalmente a beleza interior. Ela também estava gostando dele, mas

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uma atitude de Teófilo assassinou todo o amor que come-çava a brotar no coração da tão meiga garota.

Na verdade, Maura não sabia quem era aquele rapaz tão galanteador que com gestos nobres seduzia o seu co-ração, diante dela ele se comportava como um verdadeiro gentleman, tamanha a sua astúcia.

Mesmo assim ela já andava um tanto desconfiada das atitudes de Teófilo, principalmente depois que ela co-nheceu uma amiga de trabalho dele, e a amiga a alertou sobre a sua conduta um tanto réproba em relação aos companheiros de trabalho, local em que ele se tornou in-suportável por causa das constantes difamações e intrigas que fazia em relação às atitudes dos companheiros, e com isso rapidamente galgou um cargo mais significativo, só que para conseguir essa façanha ele feriu muitos...

Mas a gota d’água aconteceu quando entrou em cena a filha do seu próprio patrão, a terceira pessoa que propiciaria a geração da quarta, cuja índole seria simplesmente abjeta.

Teófilo se vendeu quando teve a oportunidade úni-ca e, contrariando qualquer princípio de ética, engravi-dou a filha do seu patrão com o propósito de tornar-se um dos herdeiros.

Na sua falta de ética, ele não valorizou nem mesmo o grande amor que sentia por Maura a deixando, ape-sar de amá-la muito, mas a sua ambição falou mais alto e Teófilo Antunes simplesmente abandonou aquela que jurou levar ao altar...

— Olha, Maura, mesmo te amando, não posso dei-xar Rosângela nesta situação.

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— Que situação, Teófilo?— Eu tive um caso com ela, e agora ela está grávida.— Se você diz me amar tanto assim, por que a

engravidou? — Foi um momento impensado, eu não pude resistir...— E o que queres que eu faça?— Me dá uma chance, nós ficamos juntos até ela...— Eu me recuso a acreditar que você tenha esta

coragem!— Não. Eu só estou te comunicando, o pai dela

quer que eu me case e...— Mais do que depressa você aceitou a imposição

dele, não é mesmo?— Não se trata disso...— Se trata do quê, então? Vem me dizer que ele está

lhe apontando uma espingarda? Rosângela já é maior e vacinada. Não me diga que você está sendo obrigado a se casar com uma mulher de vinte e três anos!

— Eu já entendi tudo, aliás! Que você seja muito feliz no seu casamento, e com certeza se tornará um sócio ou algo semelhante...

— Quem você pensa que eu sou?— Um ganancioso, e ainda queria ficar com nós duas!— Não, é só até eu...— Chega, Teófilo, acabou. Por favor! Não me pro-

cure mais! Nunca mais!Maura não quis ouvir mais nada e saiu chorando,

se existia algo de valoroso nela era a sua determinação e virtude, com pouco tempo ela percebeu que Teófilo não era nada daquilo que pensava.