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The 4 th International Congress on University-Industry Cooperation – Taubate, SP – Brazil – December 5 th through 7 th , 2012 ISBN 978-85-62326-96-7 SIMULAÇÃO NUMÉRICA DO ESCOAMENTO DE UM FLUIDO NEWTONIANO APLICADO EM TUBOS CURVOS Anderson da Silva Viana Carlos Alberto Chaves Wendell de Queiróz Lamas José Rui Camargo [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] Department of Mechanical Engineering, University of Taubaté (UNITAU) Rua Daniel Danelli, s/n - 12060-440, Taubaté-SP - Brazil Resumo. Este trabalho trata da simulação numérica do escoamento de um fluido newtoniano em tubos curvos utilizando-se da dinâmica de fluidos computacional. Configurações de tubos curvos tem recebido atenção na literatura devido ao seu uso em trocadores de calor e processos de exploração de petróleo, onde o escoamento do óleo bruto (água, gás e óleo) de um reservatório até a unidade marítima é realizado por meio de dutos curvos rígidos aplicados a trocadores de calor. Considera-se o escoamento principal (ao longo do eixo de curvatura do duto) desenvolvido e utiliza-se um sistema de coordenadas cartesianas para expressar as equações de conservação de massa, quantidade de movimento e energia. O objetivo deste trabalho é estudar o escoamento totalmente desenvolvido em tubos curvos variando alguns dos principais parâmetros envolvidos nesse processo, como a velocidade e temperatura de entrada no tubo. Este problema foi investigado em um modelo em escala de um duto curvo rígido, usando água como fluido de trabalho e utilizadas técnicas numéricas para resolução utilizando-se o aplicativo comercial CFX versão 12. Dentre os resultados alcançados, mostra-se que o efeito da elevação das velocidades e temperaturas de entrada afeta o fenômeno estudado, em função do escoamento secundário gerado. Palavras-chave: Tubo Curvo. CFX. Dinâmica de Fluidos Computacional.

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The 4th International Congress on University-Industry Cooperation – Taubate, SP – Brazil – December 5th through 7th, 2012 ISBN 978-85-62326-96-7

SIMULAÇÃO NUMÉRICA DO ESCOAMENTO DE UM FLUIDO NEWTONIANO APLICADO EM TUBOS CURVOS

Anderson da Silva Viana Carlos Alberto Chaves Wendell de Queiróz Lamas José Rui Camargo [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] Department of Mechanical Engineering, University of Taubaté (UNITAU) Rua Daniel Danelli, s/n - 12060-440, Taubaté-SP - Brazil Resumo. Este trabalho trata da simulação numérica do escoamento de um fluido newtoniano em

tubos curvos utilizando-se da dinâmica de fluidos computacional. Configurações de tubos curvos

tem recebido atenção na literatura devido ao seu uso em trocadores de calor e processos de

exploração de petróleo, onde o escoamento do óleo bruto (água, gás e óleo) de um reservatório

até a unidade marítima é realizado por meio de dutos curvos rígidos aplicados a trocadores de

calor. Considera-se o escoamento principal (ao longo do eixo de curvatura do duto) desenvolvido

e utiliza-se um sistema de coordenadas cartesianas para expressar as equações de conservação

de massa, quantidade de movimento e energia. O objetivo deste trabalho é estudar o escoamento

totalmente desenvolvido em tubos curvos variando alguns dos principais parâmetros envolvidos

nesse processo, como a velocidade e temperatura de entrada no tubo. Este problema foi

investigado em um modelo em escala de um duto curvo rígido, usando água como fluido de

trabalho e utilizadas técnicas numéricas para resolução utilizando-se o aplicativo comercial CFX

versão 12. Dentre os resultados alcançados, mostra-se que o efeito da elevação das velocidades

e temperaturas de entrada afeta o fenômeno estudado, em função do escoamento secundário

gerado.

Palavras-chave: Tubo Curvo. CFX. Dinâmica de Fluidos Computacional.

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NUMERICAL SIMULATION OF THE FLOW OF A NEWTONIAN FLUID USED IN CURVED PIPES

Anderson da Silva Viana Carlos Alberto Chaves Wendell de Queiróz Lamas José Rui Camargo [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] Department of Mechanical Engineering, University of Taubaté (UNITAU) Rua Daniel Danelli, s/n - 12060-440, Taubaté-SP - Brazil

Abstract. This paper deals with the numerical simulation of the flow of a Newtonian fluid in curved pipes using the computational fluid dynamics. Settings curved tubes has received attention in the literature due to its use in heat exchangers and process oil exploration, where the flow of crude oil (water, gas and oil) from a reservoir to the maritime unit is carried through pipelines curved rigid applied to heat exchangers. It is considered the main flow (along the axis of curvature of the duct) developed and utilizes a Cartesian coordinate system to express the conservation equations for mass, momentum and energy. The objective of this work is to study the fully developed flow in curved pipes varying some key parameters involved in this process, as the inlet temperature and velocity in the pipe. This problem was investigated in a scale model of a curved duct disk, using water as the working fluid and numerical techniques used to solve using the commercial application CFX version 12. Among the results obtained, it is shown that the effect of elevated temperatures and speeds affecting the input phenomenon being studied as a function of secondary flow generated. Keywords: Curved Tube. CFX. Computational Fluid Dynamics.

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1. INTRODUÇÃO

As configurações de tubos curvos são frequentes nas indústrias e recebem alguma atenção

na literatura devido ao seu uso em trocadores de calor multifásicos, reatores químicos e

processos de exploração de petróleo, onde o escoamento do petróleo do poço até a unidade

marítima realiza-se através de gasodutos e oleodutos do tipo tubo curvo rígido, durante o

processo de exploração de petróleo em reservatórios com a retirada dos fluidos do interior das

rochas, de modo a conduzi-los até a superfície (ALBU; RIBEIRO, 1987).

Os primeiros projetos de transporte de óleo e gás através do leito marinho realizavam-se

integralmente por dutos de aço. Com isso, torna-se necessário o conhecimento de propriedades

básicas da rocha e dos fluidos contidos nos reservatórios, a maneira como esses fluidos

interagem dentro da rocha e as leis físicas que regem o movimento dos fluidos no seu interior,

com o objetivo de maximizar a produção de hidrocarbonetos com o menor custo possível

(THOMAS, 1984). Essas propriedades que determinam as quantidades dos fluidos existentes no

meio poroso (a sua distribuição, a capacidade desses fluidos de se moverem, a quantidade de

fluido que pode ser extraída, a compressibilidade, a saturação, a permeabilidade absoluta e a

permeabilidade efetiva) (THOMAS, 1993).

A Figura 1 mostra uma representação do fenômeno estudado a partir de uma plataforma

marítima.

O escoamento do óleo bruto(água, óleo e gás) do poço até a plataforma marítima FPSO

(Floating Production Storage Offloading) é realizado por meio de dutos interligados pela conexão

CRF (Conexão riser/flow) em LDA (lâminas d’água) de até 2000 m onde as características meso-

oceânicas, temperaturas e pressões de um reservatório relativamente baixas também contribuem

para essas mudanças durante o escoamento do fluidos

Os resultados encontrados na literatura mostram que existe um ganho na taxa de

transferência de calor e pressão do tubo curvo sobre o tubo reto devido ao aparecimento de um

escoamento secundário (células de recirculação na seção transversal do duto), sobreposto ao

escoamento axial principal, que provoca um aumento das trocas de momento e de energia.

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Figura 1 - Representação do fenômeno estudos a partir de uma plataforma marítima (SILVA,

2003)

A primeira investigação analítica a respeito do escoamento forçado em dutos curvos foi

feita por Dean (FORTUNA, 2000). Esses resultados mostraram a formação de um escoamento

secundário por forças centrifugas, representado por dois vórtices perpendiculares ao escoamento

principal.

De acordo com Shah e Joshi (1987), tubos curvos apresentam melhores taxas de

transferência de calor do que seus equivalentes retos. Isso ocorre devido ao escoamento

secundário que aumenta o momento e as trocas de energia. A partir de então, vários foram os

trabalhos publicados sobre esse assunto, de forma a obter as equações governantes do problema

em sistema de coordenadas toroidais.

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Andrade e Zaparoli (2000) desenvolveram trabalhos de estudo da simulação numérica em

tubos curvos e em tubos retos.

Quando um fluido escoa em um duto curvo, um fluxo secundário é criado por meio de dois

vórtices contadores de rotação que serão formados em um plano normal à direção do fluxo

principal. Isso acontece devido à força centrífuga e à diferença de pressão radial transversal do

duto.

Em um tubo curvo há escoamentos secundários de primeiro e segundo tipo, determinados

respectivamente pela curvatura e pela forma circular da seção. Segundo Humphrey et al. (1981), o

escoamento secundário de primeiro tipo é criado a partir do desequilíbrio entre a força centrífuga e

o gradiente de pressão radial agindo sobre o fluido da camada limite das paredes laterais da

curva, deslocando-o, ao longo dessas paredes, para a região interna da curva. A continuidade

exige um movimento correspondente deslocando fluido, ao longo do plano de simetria, da região

interna (parede convexa) para a externa (parede côncava) da curva, gerando-se assim os dois

grandes vórtices em contra rotação característicos do escoamento em duto curvo.

O objetivo deste trabalho é estudar o escoamento totalmente desenvolvido em tubos

curvos variando alguns dos parâmetros envolvidos nesse processo, como a velocidade e a

temperatura de entrada no tubo, utilizando o aplicativo comercial ANSYS CFX®, versão 12, que

utiliza das técnicas numéricas da dinâmica de fluidos computacional.

A contribuição deste trabalho é a possibilidade de identificação de áreas problemáticas ao

longo do tubo curvo onde ocorram possíveis alterações no escoamento principal em função dos

parâmetros estudados.

A água entra no tubo curvo completamente desenvolvido de acordo com o perfil de

velocidades parabólico e sai do tubo a pressão atmosférica ambiente. As paredes do tubo são

consideradas adiabáticas com condição de não deslizamento (velocidades nulas).

2. MATERIAIS E MÉTODOS

O método de simulação numérica aplicado às áreas de mecânica dos fluidos e

transferência de calor, conhecido como CFD (computacional fluid dynamic - dinâmica dos fluidos

computacional), é atualmente uma ferramenta poderosa para a solução de problemas, nessas e

em outras áreas do conhecimento científico ou tecnológico (FORTUNA, 2000). A forma de

modelar matematicamente o escoamento de fluidos depende fortemente do regime de

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escoamento, que para o caso é considerado laminar. O programa ANSYS CFX® emprega a

metodologia de volumes finitos utilizando estruturas espaciais e gerando malhas correspondentes.

As etapas para a montagem da simulação com ANSYS CFX® versão 12 são

(FORTUNA, 2000):

• Descrição da geometria;

• Discretização e geração da malha;

• Especificação das condições de escoamento;

• Seleção dos modelos;

• Especificação dos parâmetros numéricos;

• Solução do escoamento;

• Pós-processamento: análise e visualização dos resultados.

Para a implementação das equações representativas dos diferentes fenômenos envolvidos

no processo, inicialmente, faz-se necessária a criação de uma geometria, utilizando-se do

aplicativo DESIGN-MODELER® e de uma malha adequada para o problema, utilizando-se do

aplicativo CFX-MESH®. A Figura 2 mostra a geometria gerada pelo aplicativo DESIGN-

MODELER® (tubo curvo a 90 graus).

Figura 2 - Geometria gerada para as simulações com tubo curvo a 90 graus

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A geometria para este estudo consiste de um tubo curvado a 90 graus e de formato

circular com diâmetro do tubo de 1 m. A água entra no tubo curvo completamente

desenvolvido de acordo com o perfil de velocidades parabólico dado pela Eq. (1).

2

Rtubo

r 1 Vmax Vin (1)

A Figura 3 apresenta a respectiva malha desenvolvida para as simulações neste

estudo usando o aplicativo CFX-MESH®.

Figura 3 - Malha utilizada para as simulações

Realizou-se um estudo de malha a fim de se garantir resultados convergentes a solução do

problema, sendo considerado o tamanho da malha (número de volumes de controle) e esforço

computacional associado, buscando-se uma malha suficientemente precisa para o problema. Para

obtenção de todas as simulações estudadas foram utilizados 32.163 nós e 173.089 elementos

tetraédricos (volumes de controle). Tal fato se justifica pela necessidade de uma malha que

permita a obtenção de soluções aceitáveis.

Com a geometria e a malha definidas partiu-se para o equacionamento e posterior

definição de condições iniciais e de contorno do modelo. Para o equacionamento, utilizou-se a

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forma diferencial das equações de Navier-Stokes, considerando fluido newtoniano, escoamento

incompressível, viscosidade constante e escoamento turbulento (FORTUNA, 2000).

Considerou-se também a opção de escoamento permanente, utilizou-se a água como

fluido de trabalho devido a sua frequente utilização em trocadores de calor.

O modelo estabelecido foi solucionado utilizando-se o aplicativo CFX-SOLVER®. Nesse

programa computacional, tem-se a resolução dos balanços diferenciais de massa, de energia e da

quantidade de movimento. As equações são baseadas em leis de conservação exatas. Esse

aplicativo utiliza a linguagem FORTRAN e usa a técnica dos volumes finitos para a discretização

das equações.

O número máximo de iterações utilizado foi de 100 e o erro máximo admissível foi de

1x10-4 (Figura 4) como critério para soluções convergentes aceitáveis.

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Figura 4 - Gráfico indicativo da convergência para as simulações estudadas

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

As Figuras 5 a 7 mostram o fenômeno característico para as abordagens com tubo curvo a

baixas velocidades, por meio de curvas de nível na saída do tubo curvo para a distribuição de

velocidade da água. Utilizou-se tubo curvo a 90 graus e velocidade máxima Vmax de entrada igual

a 1 m/s utilizada para o perfil de velocidades plenamente desenvolvido presentes nas simulações

em função da temperatura da água em graus Celsius [oC]. As cores indicam a intensidade da

velocidade superficial; a cor vermelha é associada a velocidades maiores e a cor azul é associada

a velocidades menores.

Figura 5 - Perfil de velocidade na saída do tubo curvo considerado para Vmax = 1 m/s ,

tubo a 90 graus e água a 40 oC

Analisando-se a Figura 5, observa-se um predomínio da convecção natural sobre o

fenômeno estudado em que os efeitos de empuxo afetam as propriedades do escoamento,

comportamento esse reproduzido nas simulações, pois a máxima velocidade encontrada no perfil

de velocidade apresentado foi de 0.19 m/s nesse caso se apresenta como uma baixa velocidade

para a simulação considerada como apresentado na cor vermelha no interior do tubo curvo.

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Figura 6 - Perfil de velocidade na saída do tubo curvo considerado para Vmax = 1 m/s, tubo

a 90 graus e água a 60 oC

Analisando-se a Figura 6, observa-se um comportamento similar ao resultado encontrado

na Figura 5 em que ocorre um predomínio da convecção com o perfil de velocidade apresentado

de 1.0 m/s também considerado como baixa velocidade para a simulação considerada como

apresentado na cor vermelha no interior do tubo curvo.

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Figura 7 - Perfil de velocidade na saída do tubo curvo considerado para Vmax = 1 m/s ,

tubo a 90 graus e água a 80 oC

Analisando-se a Figura 7, observa-se o mesmo comportamento encontrado nas Figuras 5

e 6, com o perfil de velocidade apresentado de 1.2 m/s também considerado como baixa

velocidade como apresentado na cor vermelha no interior do tubo curvo.

As Figuras 8 a 10 mostram o fenômeno característico para as abordagens com tubo curvo

a altas velocidades, por meio de curvas de nível na saída do tubo curvo para a distribuição de

velocidade da água.

Figura 8 - Perfil de velocidade na saída do tubo curvo considerado para Vmax = 100 m/s , tubo a 90

graus e água a 40 oC

Analisando-se a Figura 8, observa-se um predomínio da convecção forçada sobre o

fenômeno estudado e verifica-se que os efeitos de empuxo (convecção natural) afetam muito

pouco as propriedades do escoamento, pois a velocidade máxima foi de 100.77 m/s nesse caso

se apresentando como uma alta velocidade para a simulação considerada conforme demonstrado

na cor vermelha na região interna do tubo curvo.

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Figura 9 - Perfil de velocidade na saída do tubo curvo considerado para Vmax = 100 m/s , tubo a 90

graus e água a 60 oC

Analisando-se a Figura 9, observa-se o comportamento foi semelhante ao encontrado da

Figura 8 onde a velocidade máxima foi de 101.27 m/s apresentando-se com alta velocidade para

simulação considerada conforme o resultado apresentado na cor vermelha na saída do tubo

curvo.

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Figura 10 - Perfil de velocidade na saída do tubo curvo considerado para Vmax = 100 m/s ,

tubo a 90 graus e água a 80 oC

Analisando-se a Figura 10, observa-se o comportamento similar ao encontrado nas Figura

8 e 9 onde a velocidade máxima foi de 101.66 m/s conforme o resultado apresentado na cor

vermelha na saída do tubo curvo.

5. CONCLUSÕES

Implementou-se um modelo de tubo curvo utilizando-se da dinâmica de fluidos

computacional com propriedades físicas e geométricas tão próximas quanto possível do modelo

físico real. Buscou-se definir matematicamente também as mesmas condições operacionais

existentes. O estudo de modelagem realizado permitiu simular com boa precisão a velocidade de

escoamento e reproduzir adequadamente diferentes aspectos geométricos observados durante as

simulações, com potencial para auxiliar no desenvolvimento de ferramentas preditivas para o

projeto e controle de processos envolvendo escoamentos em tubos curvos.

O modelo estudado se mostrou apto a descrever o fenômeno que ocorre em tubos curvos

de forma realística e com riqueza de detalhes, permitindo testar a sensibilidade dos parâmetros

físicos, velocidade e temperatura na entrada do tubo curvo com respostas adequadas à natureza

física do problema, se constituindo em uma ferramenta valiosa para estudo do fenômeno de

escoamento em tubos curvos em outras situações propostas.

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REFERÊNCIAS

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Janeiro.

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de Engenharia e Ciências Térmicas; VIII ENCIT / ABCM; Porto Alegre.

BRAUNER, N.; ULLMANN, A. 2002, Modeling of Phase Inversion Phenomenon in Two-Phase

Pipe Flows. Int. J. Multiphase Flow, 28, pp.1177–1204.

FORTUNA, A. R. 2000, Técnicas computacionais para dinâmica dos fluidos: conceitos básicos e

aplicações, São Paulo: Editora USP.

HUMPHREY, J. A. C.; WHITELAW, J. A.; YEE, G. 1981, Turbulent flow in a square duct whith

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SHAH, R. K.; JOSHI, S. D. 1987, Laminar Convective Heat Tranfer Phenomena for Viscous Fluid,

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SILVA, H. F. 2003, Premissas para Elaboração de Arranjos Submarinos. COPPE-UFRJ/

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THOMAS, J. E. 1984, Geofísica Geral, Petrobras, Rio de Janeiro: CENPES/DIVEN.

THOMAS, J. E. 1993, Geofísica para Geólogos. Petrobras, Salvador: Serec/Cen-Nor.