shahler, alan; stahler, arthur. introducing physical geography capit. climas do globo, 1996

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    Climasdo

    Globo 

    Fevereiro de 1999

    Tradução livre, por NisiaKrusche, de parte do ca-pítulo 7 de IntroducingPhysical Geography , de

     Alan Shahler e ArthurStahler, 1996, John Wi-ley & Sons, Inc. Digita-ção Rinaldo Barros e Io-landa Sanches.

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    ÍNDICE 

    1.  Introdução _____________________________________________________________ 3

    2.  Precipitação Global __________________________________________________ 3

    3.  Classificação Climática _____________________________________________ 64.  Climas de Baixas Latitudes _______________________________________ 9

    4.1 Clima Equatorial Úmido ____________________________________________ 11

    4.2 Clima de Monção e de Ventos Alísios _____________________________ 11

    4.3 Clima Tropical Úmido Seco ________________________________________ 13

    4.4 Clima Tropical Seco _______________________________________________ 15

    5.  Climas de Latitudes Médias ______________________________________ 165.1 Clima Subtropical Seco _____________________________________________ 18

    5.2 Clima Subtropical Úmido ___________________________________________ 18

    5.3 Clima Mediterrâneo _________________________________________________ 19

    5.4 Clima de Costa Oeste Marítimo ____________________________________ 19

    5.5 Clima de Latitudes Médias Seco ___________________________________ 21

    5.6 Clima Continental Úmido ___________________________________________ 21

    6.  Climas de Altas Latitudes _________________________________________ 22

    6.1 Clima de Floresta Boreal __________________________________________ 23

    6.2 Clima de Tundra____________________________________________________ 24

    6.3 Clima de Cobertura de Gelo _______________________________________ 25

    7.  Revisão dos Climas do Globo _____________________________________ 26

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    INTRODUÇÃO 

    No sentido mais genérico, clima é o tempo médio de uma região. Tempo médio podeser descrito pelo uso de muitas das medidas que descrevem o estado da atmosfera, co-

    mo: radiação líquida diária, pressão atmosférica, direção e velocidade do vento, tipo ecobertura de nuvens, presença de nevoeiros, intensidade e tipo de precipitação, incidên-cia de ciclones e anticiclones, freqüência de passagens frontais e outras. Entretanto, es-sas observações não são realizadas de forma regular na maioria das estações meteoro-lógicas. Logo, para estudar o clima no globo todo, pode-se utilizar duas medidas simplesque todas estações realizam: temperatura e precipitação. Ciclos anuais de temperaturamédia mensal e taxa de precipitação são, então, usados para determinar o tipo de clima.

    Os dois maiores fatores que influenciam o ciclo anual de temperatura de um local são:- Latitude  : perto do Equador, as temperaturas são mais altas e a variação anual é

    pequena. Em direção aos pólos, as temperaturas são mais baixas e avariação anual émaior. Esses efeitos são conseqüência direta das variações do ciclo anual de insolaçãoque ocorrem com as estações;

    - Distribuição de continentes e oceanos: regiões costeiras tem variação anual me-nor, enquanto a variação é maior nas regiões continentais. Esse efeito ocorre porque astemperaturas da superfície do oceano variam menos do que as temperaturas das superfí-cies terrestres.

     A temperatura do ar tem um efeito importante sobre a precipitação, já que ar quentepode conter mais umidade que o ar frio. Logo, regiões frias em geral tem precipitaçãomenor que regiões quentes e a precipitação tenderá a ser maior durante os meses maisquentes.

    PRECIPITAÇÃO GLOBAL

    Um mapa de distribuição de precipitação média anual é mostrado nas próximas pá-ginas (Figura 7.1). Este mapa usa isoetas que são: linhas que ligam pontos de mesmaprecipitação.

     A precipitação é geralmente alta na ampla faixa entorno do Equador, incluindo gran-des regiões da América do Sul, África e sudeste asiático. Neste caso, a precipitação é dotipo convectivo, devido ao ar quente úmido que converge para a Zona de ConvergênciaInter-Tropical ( ZCIT).

    Na zona tropical, as ondas de leste e os ciclones tropicais também geram precipita-ção. No sudeste asiático, o sistema monçônico produz muita precipitação, devido ao arúmido e quente do oceano Índico que invade o continente.

     A precipitação orográfica ocorre, geralmente, ao longo das costas montanhosas naregião dos ventos alísios. Ar quente e úmido trazido pelos alísios de sudeste ou de nor-deste sobe e libera precipitação a medida que cruza as montanhas da costa. A costa lesteda América Central, costa nordeste da América do Sul, Filipinas, Malásia e costa leste daIndochina são exemplos de regiões onde ocorre este efeito.

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    Figura 7.1  Precipitação mundial, isoetas em cm.

    O mapa mostra precipitação alta, fora das regiões equatoriais e tropicais, em regi-ões estreitas nas latitudes médias. Todas estão localizadas ao longo da costa oeste doscontinentes. A costa noroeste do Pacífico, incluindo partes da Columbia Britânica e do Alasca, é o melhor exemplo. Regiões de alta precipitação na costa também ocorrem nosul da América do Sul e noroeste da Europa. Origem desta é o grande número de tem-pestades ciclônicas que desenvolvem-se sobre os oceanos a oeste e passam por estascostas em direção ao leste. Na América do Norte e do Sul, as montanhas intensificam aprecipitação.

     A precipitação baixa ocorre na costa central do oeste da América do Sul (deserto de Atacama, no Chile),ao longo da costa oeste da África do Sul e no sudoeste americano,regiões leste das zonas de alta pressão dos subtrópicos, onde o ar descendente (subsi-

    dente) está geralmente limpo, seco e estável.

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    Figura 7.1 (Continuação)  Precipitação mundial, isoetas em cm.

     A maior região seca é o deserto do Saara, na África do Norte, o Oriente Médio e a

     Ásia central. O oeste desta região (Saara e Oriente Médio) é seco devido ao ar descen-dente do cinturão subtropical de alta pressão. Na Ásia central, origem é a distância dosoceanos, pois o ar oceânico úmido perde vapor d’água por precipitação antes de chegar aesta região. O mesmo ocorre nas planícies americanas do oeste, onde o ar do Pacíficoseca quando passa por sobre a cadeia de montanhas.

    Regiões de alta latitude também são áreas de baixa precipitação como, por exemplo,o norte da Groelândia e o leste da Sibéria.

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    CLASSIFICAÇÃO CLIMÁTICA 

    Valores médios mensais da taxa de precipitação e temperatura do ar podem descre-ver o clima de uma estação meteorológica e da região próxima a ela com precisão. Paraestudar climas do ponto de vista global, climatologistas classificam estes valores em umconjunto de regras, para usar no exame da temperatura e precipitação. Pela aplicaçãodestas regras: determina-se a que clima a estação meteorológica pertence. A classifica-ção do Strahler contém 13 tipos climáticos, explicados pelos movimentos das massas dear e zonas frontais. Estas regiões climáticas podem ser vislumbradas na figura 7.2. Estestipos são conseqüência dos processos de precipitação e temperatura já descritos.

    Figura 7.2 Climas do mundo. Compilado de dados de estações meteorológicas por A. N.Strahler.

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    Figura 7.2 (Continuação)  Climas do mundo. Compilado de dados de estações meteoro-lógicas por A. N. Strahler.

    Massas de ar são classificados de acordo com latitude da região fonte e do tipode superfície (terra ou oceano) desta região. A latitude determina a temperatura da massade ar e o tipo de superfície, a quantidade de umidade. Massas de ar marinhas são maisúmidas e geram mais precipitação, massas de ar continentais são secas e fornecem me-nos precipitação. Como as características das massas de ar controlam as duas variáveisclimáticas mais importantes, a temperatura e a precipitação, pode-se explicar climas u-sando massas de ar como guia.

    Zonas frontais são regiões de contato entre massas de ar. Se estas massas tem ca-racterísticas diversas, desenvolve-se precipitação ciclônica. A posição das zonas frontaismuda com as estações, o que influencia os ciclos anuais de temperatura e precipitação.Por exemplo, a frente polar está nas latitudes médias nos Estados Unidos no inverno,mas se retrai para o Canadá, do norte, no verão.

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    Figura 7.3 Pelo uso do mapa das regiões fontes, pode-se identificar cinco bandas globaisassociadas com os três maiores grupos climáticos. Dentro de cada grupo está um conjun-to de climas distintos com características únicas. As características são explicadas pelomovimento das massas de ar e zonas frontais.

     A figura 7.3 mostra um diagrama esquemático das regiões fontes de massa de ar,que foram divididas em três grandes grupos de clima. O grupo I corresponde à região debaixas latitudes, que são região fonte das massas de ar marítima equatorial (mE), maríti-ma tropical (mT) e continental tropical (cT), relacionadas às regiões de altas subtropicais eao cavado da ZCIT. Existem quatro tipos climáticos neste grupo. O grupo II é a região declimas de latitudes médias, local da zona frontal polar, gerada pelo encontro das massastropicais com as polares. Ondas ciclônicas são usuais nestas regiões. Existem seis tiposde climas neste grupo. O grupo III compreende os três climas de altas latitudes, domina-das pelas massas de ar antártico e ártico e polar. Entre os paralelos 60 º  e 70o N, massasde ar continental encontram massas de ar polar gerando a zona frontal ártica e uma sériede ondas ciclônicas que se movem para leste. No hemisfério sul (HS), massa de ar conti-nental antártica (cAA), que é seca e fria, encontra-se com as massas de ar marítimas po-lares (mP) das regiões oceânicas sub-antárticas.

    Para apresentar os diferentes tipos climáticos, utiliza-se um instrumento figurativodenominado climógrafo ( figura 7.4). Neste tipo de gráfico, são apresentados: a) tempera-tura média mensal (linha) e variação anual de temperatura; b) declinação solar, paramostrar quando ocorrem os solstícios e equinócios; c) características dominantes do tem-po, e d) taxa de precipitação média mensal (barra) e seu total anual.

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    Figura 7.4 Climógrafo para Kayes, Mali, lat. 14º N. Esta estação está localizada no oesteda África, ao sul do deserto do Saara. Aqui, o clima não tem quase chuvas durante setemeses do ano. Durante este período, ar seco subsidente, proveniente das células de altapressão subtropical, predomina. Chuva ocorre quando o cavado equatorial se move parao norte, alcançando as proximidades de Kayes em junho ou julho. Temperaturas são maisquentes em abril e maio, antes do início da estação chuvosa.

    CLIMAS DE BAIXAS LATITUDES 

     A maioria dos climas de baixas latitudes ocorre entre os trópicos de Câncer e Ca-pricórnio. Em termos de zonas de latitude, ocupam toda zona equatorial (10 º N a 10º S) eem parte da zona subtropical. Os sistemas de ventos e caraterísticas de pressão domi-nantes, nesta região, são o cavado da ZCIT, o cinturão tropical de ventos de leste (alísiosde nordeste e de sudeste) e partes do cinturão subtropical de alta pressão.

    Climógrafos para os 4 tipos são mostrados na figura 7.5. Apresentam muita variaçãode umidade, desde muito úmido (clima equatorial úmido) a muito seco (clima tropical se-co). Variam muito também em termos de sazonalidade da precipitação. No clima equato-rial úmido, a precipitação é abundante o ano todo. No tropical úmido-seco, abundante sóem parte do ano. O ciclo sazonal de temperatura varia entre uniforme (equatorial úmido)até com grande amplitude (tropical seco). A tabela 7.1 resume estas características.

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    Figura 7.5 Climógrafos para os quatro climas de baixas latitudes.

    Tabela 7.1. Climas de Baixas Latitudes.CLIMA TEMP. PRECIP. EXPLICAÇÃO

    Temperaturasuniformes, mé-dias próximasa 27o C

    Chuva abundan-te em todos osmeses, devidoas massas de armE e mT. Totalanual pode ex-ceder 250 cm .

    ZCIT domina este clima, com precipitaçãoconvectiva abundante gerada pela conver-gência nas baixas equatoriais. Chuva é maispesada quando ZCIT está próxima.

    Temperatura

    tem ciclo anu-al, com tempe-raturas maio-res na estaçãode sol alto.

    Chuva abun-dante, mas compadrão sazonalforte.

    Costas de Ventos Alísios: massas de ar mEe mT geram muita chuva quando ZCIT estápróxima e menos chuva quando está nohemisfério oposto. Costas de monções asiá-ticas: ar seco escoando para sudoeste naestação de sol baixo alterna-se com o aroceânico úmido escoando para nordeste,produzindo padrão de chuva sazonal nascostas oeste.

    Ciclo de tem-peratura mar-cado com tem-peraturas mui-

    to quentes an-tes da estaçãochuvosa.

    Estação úm-ida durante o solalto se alter-nando com es-

    tação seca du-rante o sol bai-xo.

    Zona de alta pressão subtropical se movepara este clima na estação de sol baixo,trazendo condições muito secas. Na estaçãode sol alto, a ZCIT se aproxima e chuvaacontece. Clima de monção asiática: alter-

    nância entre ar continental seco, na estaçãode sol baixo, com ar oceânico úmido, naestação de sol alto, gera um padrão forte deestação seca e úmida.

    Ciclo de tem-peratura mar-cado com tem-peraturas mui-to quentes du-rante sol alto.

    Precipitaçãobaixa. Chuva o-corre algumasvezes, quando aZCIT está pró-xima.

    Este clima é dominado pela zona de altapressão subtropical que fornece ar estável elimpo durante muito ou todo ano. Insolaçãointensa durante o período de sol alto.

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    CLIMA EQUATORIAL ÚMIDO 

    Clima Equatorial Úmido é um clima da zona de convergência inter-tropical (ZCIT),que está nas proximidades a maior parte do ano.

    O clima é dominado pelas massas de ar quente e úmidas equatorial marítima( mE) e

    tropical marítima (mT) que fornecem pesadas chuvas por convecção. Chuva é abundanteem todos os meses e o total anual freqüentemente excede 250 cm. Existe um período dechuvas maiores, quando a ZCIT migra sobre a região. Temperaturas uniformes prevale-cem ao longo do ano. Tanto a temperatura média mensal quanto a anual são próximas a27o C.

    Este clima é encontrado no intervalo de latitudes entre 10oN E 10º S. As principais regi-ões são as terras baixas da Amazônia, a bacia do Congo, na África, e as Índias Ociden-tais, de Sumatra até Nova Guiné.

    Climógrafo de Iquitos, Perú, na bacia Amazônica, está na figura 7.7.

    Figura 7.7 Clima Equatorial Úmido. Iquitos, Peru, lat. 3 º S, está localizado na parte supe-rior da bacia amazônica, próximo à linha do Equador. Temperaturas diferem pouco de ummês para outro e a chuva é abundante ao longo do ano.

    CLIMA DE MONÇÃO E DE VENTOS ALÍSIOS 

    Este clima tem chuvas abundantes, também, mas com um padrão sazonal que é de-vido a migração da ZCIT. Na estação de sol alto (“verão”), a ZCIT está próxima e a chuvamensal é maior. Na estação de sol baixo, quando a ZCIT migrou para o outro hemisfério,as zonas de alta pressão subtropical dominam e a chuva mensal é menor. Este clima o-corre sobre latitudes de 5   o a 25o N e S. Como o nome sugere, duas situações distintas

    geram este clima.

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    Em costas de ventos alísios, a chuva é produzida pela massa de ar marítima tropical(mT) e a equatorial (mE). Elas são levadas para o continente em zonas costeiras estrei-tas, pelos ventos alísios ou por padrão de circulação de monção. A medida que o ar ú-mido e quente passa sobre montanhas e elevações costeiras, o efeito orográfico gera aatividade de convecção. Esta atividade também é intensificada pelas ondas de leste, que

    são mais freqüentes quando a ZCIT está próxima. As costas lestes das regiões continen-tais experienciam este efeito dos alísios, porque eles sopram de leste para oeste. Sãoencontrados nos lados leste da América Central e do Sul, nas ilhas do Caribe, em Mada-gascar, Indochina, nas Filipinas e no nordeste da Austrália. Efeito de precipitação costei-ra também se aplica à monção de verão na Ásia, quando a circulação monçônica traz armarítimo tropical (mT) para o continente. Entretanto, os ventos monçônicos sopram desudoeste para nordeste e são as costas oeste que são afetadas. Oeste da Índia e Miamare Bangladesh são exemplos.

    Temperaturas destes climas, embora quentes, apresentam um ciclo anual. Maiorestemperaturas ocorrem na estação de sol alto, logo antes da ZCIT trazer nuvens e chuva.Temperaturas mínimas ocorrem quando o sol está baixo.

     A figura 7.8. mostra o climógrafo da cidade de Belize. Precipitação abundante entre junho e novembro, quando a ZCIT está nesta zona de latitude. Ventos de leste são co-muns nesta estação e ciclones tropicais também. Depois do solstício de dezembro, chuvaé bastante reduzida, valores mínimos em março e abril, quando ZCIT está mais distante eclima é dominado pela alta pressão (AP) subtropical. Temperatura do ar tem variaçãoanual de 5 oC.

    Figura 7.8 Clima de Costa de Ventos Alísios. Este é o climógrafo para Belize, uma cidadeda costa leste da América central, na lat. De 17 º N. Apresenta uma estação marcada deprecipitação baixa após o período de sol baixo. No restante do ano, a precipitação é alta,produzida pelos ventos alísios de nordeste úmidos e quente.

    Monção asiática tem um padrão similar, com um pico extremo de precipitação durante

    o período de sol alto e uma estação seca bem desenvolvida, com 2 ou 3 meses de pe-quena quantidade de precipitação.

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    Figura 7.9 Clima de Costa de Monção. Cochin, Índia, lat. de 10º N, mostra um pico ex-tremo de precipitação durante a monção chuvosa, em contraste com a curta estação secadurante o período de sol baixo.

    Climógrafo de Conchin, Índia, (figura 7.9), mostra, em junho e julho, precipitaçãomáxima e pouca precipitação de dezembro a março. Ciclo anual de temperatura compouca variação, devido a baixa latitude.

    CLIMA TROPICAL ÚMIDO SECO 

    No clima anterior, nota-se que os movimentos da ZCIT para dentro e fora de uma re-gião climática produz um ciclo sazonal de precipitação e temperatura. Em direção ao pólo,esse ciclo se torna mais intenso e o clima de monção e de ventos alísios transforma-seno clima tropical úmido-seco.

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    O clima tropical úmido-seco distingue-se por ter uma estação muito seca no sol baixoque se alterna com uma estação muito úmida no sol alto. Durante a estação de sol baixo,quando a ZCIT está distante, as massas de ar seco continental tropical (cT) prevalecem.Quando a ZCIT está próxima, as massas de ar úmidas marítimas tropical (mT) e equatori-al (mE) predominam. Temperaturas mais baixas acompanham a estação seca, mas se-

    gue-se um período muito quente antes que as chuvas comecem.Este clima ocorre entre as latitudes 5o a 20o N na Ásia. Na África e na América do Sul,o clima ocupa bandas largas, na fronteira com os climas equatorial úmido e costas demonção e ventos alísios, em direção ao pólo. Uma vez que estas regiões estão mais dis-tantes da ZCIT, menos precipitação é gerada pela ZCIT durante a estação chuvosa e a AP subtropical domina com mais força durante a estação de sol baixo. Na Índia central eIndochina, as regiões de clima tropical úmido-seco estão protegidas por barreiras de mon-tanhas das correntes de ar úmido e quente (mE e mT) fornecidas pelos ventos alísios ede monção. Essas barreiras criam um efeito de "sombra de chuva", de maneira que me-nos chuva ocorre durante a estação chuvosa e a estação seca é ainda mais seca.

    Climógrafo de Timbo (figura 7.2), mostra que a estação chuvosa começa logo após

    equinócio de março e tem pico em agosto, dois meses após o solstício. Neste momento, aZCIT migrou para sua posição mais ao norte, e as massas de ar úmidas mE escoam so-bre a região a partir do oceano ao Sul. Chuva mensal decresce a medida que a estaçãode sol baixo chega e a ZCIT se move para o sul, correndo três meses (dezembro, janeiroe fevereiro) praticamente sem chuva. Durante esta estação, a AP subtropical domina oclima e ar continental tropical (cT) subsidente e estável prevalece sobre a região. O ciclode temperatura está fortemente ligado ao ciclo solar e ao padrão de precipitação. Emfevereiro e março, insolação aumenta e a temperatura do ar aumenta rapidamente. Logoque a chuva se estabelece, o efeito da cobertura de nuvens e evaporação da chuva cau-sa um declínio na temperatura. Em julho, as temperaturas retornam no nível médio.

    Figura 7.12 Clima Tropical Úmido-Seco. Timbo, Guiné, na lat. 10º N, está no oeste da

     África. Uma longa estação úmida durante o período de sol alto se alterna com uma esta-ção seca quase sem chuva, durante o sol baixo.

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    CLIMA TROPICAL SECO

    Clima Tropical Seco é encontrado no centro e lados leste das células de AP subtropi-

    cal. Onde o ar subsidie intensamente, aquecendo-se adiabaticamente e inibindo a con-densação. Chuva é rara e ocorre somente quando condições de tempo pouco usuais mo-vem ar úmido para a região. Como céus são claros, o sol aquece a superfície intensamen-te. Durante o período de sol alto, temperaturas são intensas e menores quando está solbaixo. Amplitude diária de temperatura é muito grande.

     Áreas mais secas do clima tropical seco são aquelas próximas aos Trópicos de Cân-cer e Capricórnio. Em direção ao Equador, mais chuva cai. Existe uma estação chuvosacurta, quando a ZCIT está próxima. Quase todos climas tropicais secos ocorrem entre 15o e 25oN. A região maior é o cinturão de deserto Saara - Arábia Saudita - Irã, da África doNorte e do Sul da Ásia. Este vasto deserto inclui algumas das regiões mais secas da ter-ra. Outra região grande do clima tropical seco é o deserto da Austrália Central. A costaoeste da América da Sul, inclusive porções do Equador, Peru e Chile, também exibe climatropical seco. Entretanto, as temperaturas são moderadas pela camada de ar marinho frioque cobre a costa.

    Climógrafo de Waldi Halta (figura 7.15), uma estação na área central do deserto doSaara, a 22º N, mostra temperatura com um ciclo anual intenso, com um período muitoquente na estação de sol alto, com três meses consecutivos com média de 32 oC. As tem-peraturas máximas diárias estão freqüentemente entre 43o  e 48oC nos meses quentes.Existe uma estação comparativamente mais fria, na estação de sol baixo, mas o mêsmais frio tem média de 16oC. Nenhuma barra de precipitação é mostrada no climógrafo,porque a precipitação é em média menor que 0,25cm em todos os meses. Em um período

    de 39 anos, o máximo de precipitação em 24h foi de 0,75cm.Os climas secos do mundo consistem em grande parte de áreas extremamente secas -os verdadeiros desertos áridos (a). Além disso, as regiões vizinhas a estas áreas muitosecas são melhor descritas como semi-áridas(s). Essas zonas tem uma estação úmidacurta. O climógrafo de Kayes Mali (figura 7.4) representa uma região semi-árida.

    Figura 7.15 Clima Tropical Seco, deserto seco. Wadi Halfa é uma cidade no Rio Nilo, noSudão próximo a fronteira com o Egito, na lat. 22º N. A chuva é tão pouca que não apare-ce no gráfico. Temperaturas do ar são muito altas durante os meses de sol alto.

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    CLIMAS DE LATITUDES MÉDIAS 

    Estes climas ocupam as áreas de latitudes médias e grande parte das latitudes sub-tropicais. Na Europa, extendem-se até latitudes subárticas. Cobrem áreas maiores nohemisfério norte (HN), já que são poucas as regiões com latitudes maiores de 40o  nohemisfério sul (HS).

    São dominados por massas de ar muito diferentes. Da zona subtropical, partes dasmassas de ar marítimo tropical (mT) entram a zona de latitude média, onde encontrammassas de ar polar continental (cP) e marítimo (mP), ao longo da zona de frente polardescontínua e móvel. Em termos de sistemas de pressão e de ventos, climas de latitudemédias incluem as metades em direção ao pólo dos sistemas de alta pressão subtropicale a maior parte do cinturão de ventos de oeste. Como resultado, os sistemas de tempo,como os ciclones móveis e suas frentes, move-se caracteristicamente de oeste para leste,o que influencia a distribuição de climas de oeste para leste no HN.

    Seis tipos variam de dois muito secos a três muito úmidos, como pode ser visto na

    figura 7.17. Variam também de estações secas e úmidas bem marcadas àqueles comprecipitação bem distribuída. Os ciclos de temperatura também são variados. Variaçõesanuais baixas ocorrem nas costas oestes e altas nos interiores continentais. A tabela 7.2resume as principais características dos climas de latitudes médias.

    Figura 7.17 Climógrafos para os seis climas de latitudes médias.

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    Tabela 7.2 Climas de Latitudes Médias

    CLIMA TEMPERATURA PRECIPITAÇÃO EXPLICAÇÃO

    Estação fria distinta noperíodo de sol baixo.

    Precipitação é baixa emquase todos os meses.

    Esse clima ocorre no ladomais próximo do pólo das

    células de alta pressãosubtropicais e é dominadopelo ar seco cT na maiorparte do ano. Chuva ocorreQuando o ar úmido mTalcança a região, ou nosescoamentos monçônicosde verão ou nos movimen-tos frontais no inverno.

    Temperaturas mostram umciclo anual forte, mas ne-

    nhum mês de inverno abai-xo de 0o C.

    Precipitação abundante,ciclônica no inverno e con-

    vectiva no verão. Umidadegeralmente alta.

    O escoamento do ar mTproveniente do lado oestedas células de alta pressãosubtropical fornece ar úmido

    a maior parte do ano. Ar cPpode alcançar esta regiãodurante o inverno.

    Variação de temperatura émoderada pela influênciamarítima.

    Padrão incomum de inver-no úmido e verão seco.Mais seco quanto maispróximo estiver a alta pres-são subtropical.

     A migração em direção aopólo das células de altapressão subtropicais deslo-ca ar claro e estável cTsobre esta região no verão.No inverno, tempestadesciclônicas e precipitaçãofrontal polar alcançam estaárea.

    Ciclo de temperatura émoderado pela influênciamarítima.

    Precipitação abundante,mas com um máximo noinverno.

     Ar mP úmido, movendosobre o continente do ocea-no para oeste, domina esteclima na maior parte doano. No verão, as célulasde alta pressão subtropicaisalcançam es-tas regiões,reduzindo a precipitação.

    Ciclo de temperatura fortecom amplitude anual gran-de. Verões brandos a quen-tes, invernos frios a muito

    frios.

    Precipitação é baixa emtodos os meses, mas nor-malmente apresenta um

    máximo no verão.

    Esse clima é seco porcausa de sua localização nointerior do continente, dis-tante das regiões fontes demP. No inverno, a cP domi-

    na. No verão, uma massade ar continental seca localse desenvolve.

    Verões quentes, invernosfrios com três meses abaixode 0oC. Amplitude anual detemperatura muito grande.

    Precipitação ampla, commáximo no verão.

    Esse clima ocorre na zonade frente polar. No inverno,ar cP domina, enquanto amT invade freqüentementeno verão. Precipitação éabundante, ciclônica noinverno e convectiva noverão.

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    CLIMA SUBTROPICAL SECO 

    É a continuação, em direção ao pólo, do clima tropical seco, causado por padrões demassa similares. Principal diferença é a variação anual de temperatura, que é maior nesteclima subtropical. No período de sol baixo, ocorre, nas latitudes mais baixas, uma estação

    fria e, nas latitudes mais altas, uma estação bem fria. Estação fria é em parte devido asinvasões de ar cP frio. A precipitação ocorre, nesta época, devido a ciclones de latitudesmédias que ocasionalmente se movem para a zona subtropical. Tem tipos árido e semi-árido.

     Áreas onde ocorre são: norte da África e oriente próximo, sul da África e Austrália, Pa-tagônia, desertos de Mojare e Somora nos sudoeste americano e noroeste do México.

    Climógrafo de Yuma, Arizona, Estados Unidos, na figura 7.18, mostra um ciclo de tem-peratura sazonal forte, com verão quente e seco e temperaturas baixas no inverno.

    Figura 7.18 Clima subtropical seco. Yuma, Arizona, lat. 33º N, tem um intenso ciclo sazo-nal de temperatura. Compara com Wadi Hafa (fiura 7.15).

    CLIMA SUBTROPICAL ÚMIDO 

     A circulação em torno das células de alta pressão fornece ar úmido e quente no ladoleste dos continentes. Este escoamento de massa de ar marítimo tropical mT domina oclima subtropical úmido. No verão, ocorre precipitação abundante, a maior parte convecti-va. Ciclones tropicais ocasionais aumentam a precipitação no verão. Temperaturas doverão são quentes com umidade alta persistente. Precipitação no inverno é também alta,produzida pelos ciclones de latitudes médias. Invasões de ar cP são freqüentes no inver-no. Nenhum mês de inverno tem temperatura média abaixo de 0 oC. No sudeste asiático,esse clima é caracterizado por efeito de monção, com chuva de verão maior que de in-verno.

    Ocorrência é nos lados leste dos continentes nas latitudes entre 20o e 35o N. e S. Na América do Sul, sul do Brasil, norte Argentino e Uruguai, Na Austrália, linha da costa les-

    te. Sul da China, Taiwan e sul do Japão na Ásia. Sudeste dos E.U.A

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    Figura 7.21 Clima subtropical úmido. Charleston, Carolina do Sul, lat. 33 º N, tem um in-verno suave e verão quente. Existe ampla precipitação em todos os meses, mas um má-ximo definido no verão.

    Climógrafo de Chalerston, E.U. A., latitude 33 º N , figura 7.21, mostra precipitaçãomáxima no verão, mas ampla nos demais períodos. Ciclo anual de temperatura bem de-senvolvido.

    CLIMA MEDITERRÂNEO

    Único entre os tipos climáticos, porque apresenta um ciclo de precipitação que tem uminverno úmido e um verão muito seco. A razão é a AP subtropical que se move para opólo durante o verão. Está localizado nas costas oeste dos continentes, em direção ao

    pólo das células de AP. Quando elas se movem em direção ao pólo no verão, elas en-tram a região deste clima. Ar continental seco cP domina então produzindo seca no verão.No inverno, as massas de ar úmido mP invadem com tempestades ciclônicas e geramampla precipitação.

    Em termos de total anual de precipitação, varia de árido a úmido, dependendo do local.Quanto mais próximo a área é dos trópicos, maior a influência da AP e mais seco é o cli-ma. Variação de temperatura é moderada com verão quente e inverno brando.

    Localização: Nas latitudes entre 30 e 45oN e S. No H.S., ocorre ao longo da costa doChile, na cidade do Cabo, na África do Sul, e nas costas oeste e sul da Austrália. Na A-mérica do Norte, na Califórnia central e no sul. Na Europa, no entorno do Mediterrâneo.

    Climógrafo de Monterey, E.U.A., 36º N, figura 7.23, apresenta ciclo anual de tempe-

    ratura brando, pela proximidade com o oceano Pacífico.

    CLIMA DE COSTA OESTE MARÍTIMO 

    Ocupa as costas oeste em latitudes médias. Estes locais recebem os ventos de oesteprovenientes de um grande oceano e experimentam tempestades ciclônicas freqüentesque envolvem massas de ar fria e úmidas mP. Se a costa é montanhosa, o efeito orográ-fico causa uma precipitação anual muito grande. Neste clima úmido, a precipitação é a-bundante em todos os meses, mas freqüentemente existe um máximo no inverno. No ve-rão, a AP subtropical se extende em direção ao pólo sobre esta região, reduzindo a preci-pitação. A variação de temperatura anual é pequena para latitudes médias. A influência

    marítima mantém as temperaturas de inverno brandas, quando comparadas com locaiscontinentais em latitudes equivalentes.

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    Figura 7.23 Clima Mediterrâneo. Monterey, Califórnia, lat. 36º N, tem um ciclo de tempe-ratura pouco intenso devido a sua proximidade com o Oceano Pacífico. O verão é muitoquente.

     Áreas de ocorrência são: na América do Norte, costa oeste de Oregon a ColúmbiaBritânica. No oeste da Europa, nas Ilhas Britânicas, Portugal e muito da França. Na Oce-ania, Nova Zelândia e a parte mais ao sul da Austrália e ilha de Tasmânia. Na América doSul, costa do Chile ao sul de 35o S. A latitude genérica deste clima é de 35o a 60o N e S.

    Climógrafo de Vancouver, Canadá, 49º N, figura 7.25, mostra grande precipitação, má-xima no inverno. Variação anual de temperatura pequena para esta zona de latitude.

    Figura 7.25 Clima de costa oeste marítima. Vancouver, Columbia Britânica, lat. 49

    º

     N, temuma grande precipitação anual total, mas com poucas quantidades no verão. A variaçãoanual de temperatura é pequeno e os invernos são muito suaves para estas latitudes.

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    CLIMA DE LATITUDES MÉDIAS SECO 

    Está limitado quase exclusivamente as regiões interiores da América do Norte e Eurá-

    sia, que estão à sombra da chuva de cadeias de montanhas à oeste ou ao sul. Massas dear marítimo são bloqueadas a maior parte do tempo, de maneira que a massa de ar conti-nental polar cP domina o clima no inverno. No verão, uma massa de ar continental secade origem local é dominante. Precipitação no verão é convectica e causada pela invasãoocasional de massas de ar marítimas. Ciclo anual de temperatura é bem desenvolvido,com variação anual grande.

    Ocorrência: Eurásia, das repúblicas do sul da antiga União Soviética ao deserto deGobi e norte da China. Nas porções centrais desta região, ocorrem desertos verdadeirosdo subtipo climático árido, com precipitação muito baixa. Na América do Norte, as regiõessecas do interior a oeste, inclusive a Great Basin, Platô de Colúmbia e as grandes planí-cies são do subtipo semi-árido. Pequena área ao sul da Patagônia. Variação de latitude éde 35o a 55o N.

    Climógrafo de Pueblo, Colorado, E.U.A, 38º N, figura 7.27, mostra precipitação con-vectiva no verão e amplo ciclo anual de temperatura.

    Figura 7.27 Clima de latitudes médias seco. Pueblo, Colorado, lat. 38º N, mostra um má-ximo marcado de precipitação nos meses de verão. Note também a estação de invernofria e seca.

    CLIMA CONTINENTAL ÚMIDO 

    Ocorre nas partes central e leste da América do Norte e Eurásia, na zona de frentepolar, onde as massas de ar polar e tropical se encontram. Contrastes sazonais de tem-peratura são fortes e tempo no dia a dia é muito variável. Precipitação ampla ao longo doano, com aumento no verão pela invasão de massas de ar marítimas tropicais mT. In-vernos frios são dominados pelas massas de ar continentais polar cP e ártica cA.

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    No leste asiático (China, Coréia e Japão), padrão de precipitação mostra mais pre-cipitação no verão e um inverno mais seco do que na América do Norte. Este é um efeitode circulação de monção, que move a mT úmida cruzando o lado leste do continente noverão e a cP seca para o sul passando pela região no inverno. Na Europa, o clima conti-nental úmido ocorre no cinturão de latitude mais alta (45º a 60ºN) e recebe precipitação

    de massas de ar mP provenientes do Atlântico Norte.Ocorre em regiões do hemisfério Norte nas latitudes entre 30º e 55º N na Américado Norte e Ásia e entre 45º e 60ºN na Europa. Na Ásia, ocorre no norte da China, Coréiae Japão. A maioria da Europa Central e do leste tem clima continental úmido e tambémna metade leste dos E.U.A e sudeste do Canadá.

    Climógrafo de Madison, 43º N, E.U.ª, com variação anual de temperatura ampla einvernos frios. Precipitação anual alta.

    Figura 7.29 Clima continental úmido. Madison, Wisconsin, lat. 43º N, tem invernos frios everões quentes, tornando a variação anula de temperatura muito alta.

    CLIMAS DE ALTAS LATITUDES Os climas de altas latitudes, em geral, são climas do hemisfério norte. Eles ocupam

    as zonas de latitudes subártica e ártica, mas também se extende em direção ao sul atra-

    vés da zona de latitudes médias até o paralelo 47 no leste da América do Norte e da Ásia.Um desses climas, o clima de cobertura de gelo, está presente em ambos os hemisfériosna zona polar.

    Os climas de altas latitudes coincidem bastante com o cinturão de ventos de lesteque circunda cada pólo. No hemisfério norte, essa circulação coloca as massas de ar ma-rítimas polar mP, que se formam sobre os oceanos do norte, em conflito com as massasde ar continental polar cP e continental ártica cA, nos continentes. As ondas de Rossbyformam-se no escoamento de oeste, trazendo porções de ar mais quente e úmido em di-reção ao pólo sobre esta região, em troca do movimento do ar mais frio e seco em direçãoao equador. O resultado desses processos é ciclones em ondas freqüentes, produzidosao longo da zona de frentes ártica descontínua e que flutua constantemente. No verão,

    porções das massas de ar marítima tropical mT alcançam as latitudes subárticas e intera-gem com as massas de ar polar, produzindo importantes quantidades de precipitação.

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    Os climógrafos da figura 7.31 apresentam as características destes climas, enquantoa tabela 7.3 fornecem resumo sobre elas.

    Figura 7.31 Climógrafos dos três climas de altas latitudes.

    Tabela 7.3 Climas de Altas Latitudes

    CLIMA TEMPERATURA PRECIPITAÇÃO EXPLICAÇÃO

    Verões curtos e frescose invernos longos e

    muito frios. Maior ampli-tude anual de todos osclimas.

    Precipitação anual pe-

    quena, caindo em geralnos meses de verão.

    Esse clima ocorre naregião fonte das mas-sas de ar cP, frias,

    secas e estáveis. Ci-clones móveis, maisfreqüentes no verão,trazem precipitação dear mP.

    Sem verão verdadeiro,mas uma estação curtabranda. No resto do anotemperaturas baixas.

    Precipitação anual épequena, caindo princi-palmente durante a es-tação branda.

     As costas árticasocupadas por esteclima são dominadaspor massas de ar mP,cP e cA. A influênciamarítima evita que astemperaturas de in-verno caiam às baixas

    extremas dos interio-res.

    Todos os meses abai-xo de 0o C, com as tem-peraturas globais maisbaixas na superfície,medidas durante o in-verno.

    Precipitação muito baixa,mas neve se acumula jáque as temperaturasestão sempre abaixo de0o C.

    Coberturas de gelosão as regiões fontesdas massas de ar cAe cAA. As temperatu-ras são intensamentefrias.

    CLIMA DE FLORESTA BOREAL 

    O clima de floresta boreal é um clima continental com invernos longos e muito friose verões curtos e brandos. Ele ocupa a região fonte das massas de ar cP, que são frias,secas e estáveis no inverno.

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    Figura 7.33 Clima de Floresta Boreal. Frio extremo no inverno e uma variação anual mui-to grande na temperatura caracterizam o clima de Fort Vermilion, Alberta, Canadá. A vari-

    ação de temperatura de Yakutsk, Sibéria, Rússia, é ainda maior.Invasões das massas de ar cA, muito frias, são comuns. A amplitude anual de tem-

    peratura é maior do que em qualquer outro clima e é máxima na Sibéria. Precipitaçãoaumenta substancialmente no verão, quando as massas de ar marítimo penetram o conti-nente com ciclones móveis, mas o total de precipitação anual é muito pequeno. Embora amaior parte do clima de floresta boreal seja úmido, grandes áreas no oeste do Canadá ena Sibéria tem precipitação anual baixa e são portanto, frias e secas.

    Na América do Norte este clima extende-se do Alasca central e do oeste cruzandoo Yucon e os territórios do noroeste até o Labrador na costa atlântica. Na Europa e na Ásia, ele ocorre da península escandinava até a Sibéria e em direção leste até o Pacífico.

    Em latitude, este tipo climático ocorre de 50º a 70º N.Climógrafo de Fort Vermillion , Alberta, 58º N, figura 7.33, mostra amplitude anualmuito grande, verões curtos e frios. Apesar da precipitação no inverno ser pequena, a co-bertura de neve permanece sobre terra solidamente congelada no inverno. É tambémmostrada a variação de temperatura de Yakutsk, na Sibéria, 62º N.

    CLIMA DE TUNDRA 

    O clima de tundra ocupa as bordas da costa ártica e é dominada pelas massas dear polar ( cP e mP) e ártico (cA). Os invernos são longos e severos. Uma influência mode-radora da água do oceano nas proximidades evita que as temperaturas no inverno caiamàs baixas extremas encontradas no interior do continente. Existe uma estação brandamuito curta, que muitos climatologistas não reconhecem como um verão verdadeiro.

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    Figura 7.35 Clima de Tundra. Upernavik, Groenlândia, lat. 73º N, mostra uma variaçãoanual menor que Fort Vermilion (figura 7.33).

    No mapa do mundo, este clima faz um anel em torno do oceano Ártico, extenden-do-se pela região de ilhas do norte do Canadá. Ele inclui a região norte do Alasca, a re-gião da baía de Hudson e a costa da Groenlândia. Na Europa, norte da península escan-dinava e a costa siberiana. A península Antártica pertence a este tipo de clima. A varia-ção de latitude é de 60º a 75º N e S, exceto na costa norte da Groenlândia (com latitudesmaiores que 80º N).

    Cimógrafo de Upernivik, na costa oeste da Groenlândia, 73º N, figura 7.35, mostraum breve período ameno, com temperaturas acima de 0ºC, é equivalente à estação deverão em latitudes mais baixas. O longo inverno é muito frio, mas a amplitude anual detemperatura não é tão grande quanto o do clima de floresta boreal. Precipitação totalanual é pequena. Começa em julho, pelo derretimento do gelo e aquecimento do oceano.

    CLIMA DE COBERTURA DE GELO 

    Clima de cobertura de gelo coincide com as regiões fontes das massas de ar Árti-co (A) e Antártico (AA), situada nas coberturas de gelo altas e vastas da Groenlândia e Antártica e sobre o gelo polar marítimo do Oceano Ártico.

     A temperatura média anual é muito mais baixa do que a de qualquer outro clima,sem nenhum mês com temperatura média mensal maior que 0ºC. Inversões de tempera-tura forte desenvolvem-se sobre as coberturas de gelo. Na Antártica e na Groenlândia, aaltitude alta das capas de gelo intensifica o frio.

    Ciclones fortes com ventos tempestuosos são freqüentes. A precipitação, quasetoda sob forma de neve, é muito baixa, mas se acumula por causa do frio contínuo. A am-plitude de latitude para este clima é de 65º a 90º N e S.

    Climógrafo de várias estações, na figura 7.37, temperatura no interior da Antárticasão as mais frias do planeta.

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    Figura 7.37 Clima de Cobertura de Gelo. Gráficos de temperatura para cinco estaçõessobre cobertura de gelo.

    REVISÃO DOS CLIMAS DO GLOBO 

    Classificação Climática faz uso de ciclos anuais de temperatura e precipitação co-mo eles são observados em muitos locais ao redor do mundo. O mapa de precipitaçãoglobal mostra a chuva concentrada em um duplo cinturão ao redor do equador. As regi-ões montanhosas também mostram alta precipitação, especialmente onde elas são “var-

    ridas” por ventos úmidos provenientes de oceanos próximos. As regiões mais secas ocor-rem onde o ar subsidie continuamente nas células de alta pressão subtropicais. Interiorescontinentais também são secos. A precipitação geralmente decresce em direção dos pó-los.

    Climas de baixa latitude são controlados pelas características e movimento anualda zona de convergência inter-tropical (ZCIT) e pelas altas subtropicais. No clima equato-rial úmido, a ZCIT está sempre nas proximidades, de maneira que a chuva é abundanteao longo do ano. O clima de costa de monção e de ventos alísios mostra um períodoseco, quando a ZCIT migra em direção ao trópico oposto. No clima tropical úmido-seco,esse período seco é mais pronunciado. O clima tropical seco é dominado pela alta pres-são subtropical e tem, com freqüência, ausência de chuva. O ciclo anual de temperatura é

    aproximadamente uniforme no clima equatorial úmido, mas torna-se mais pronunciadoquando condições de seca começam a dominar o tipo climático.

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    Clima de latitudes médias são mais variados. Os climas subtropical e de latitude médiasecos extendem o clima tropical seco em direção ao pólo na região interior dos continen-tes, onde eles estão longe de fontes oceânicas de ar úmido. Ambos os climas mediterrâ-neo e de costa oeste marítimo mostram um mínimo de precipitação no verão, produzidopelo movimento em direção ao pólo da alta pressão subtropical naquela época do ano. Os

    climas continental e subtropical úmidos ocorrem nos lados leste dos continentes. Elespodem receber ar tropical e ar polar seco em qualquer época do ano, mas o clima sub-tropical úmido quente com mais freqüência, por estar localizado próximo do Equador. Osciclos de temperatura dos climas de latitudes médias mostram fortes efeitos sazonais. Aamplitude de temperatura aumenta em direção ao pólo e na medida que o clima se tornamais seco. Os climas de costa oeste tem uma amplitude menor por causa de sua locali-zação marítima.

    Climas de latitudes altas tem precipitação baixa, porque as temperaturas do ar sãobaixas. A precipitação geralmente ocorre durante o curto período quente. O clima de flo-resta boreal ocupa a região fonte de polar continental nos interiores continentais e expe-rimenta uma grande amplitude anual de temperaturas. O clima de tundra é fortemente

    influenciado pelo oceano próximo e portanto experimenta uma amplitude menor. O climade cobertura de neve é o mais frio da terra.